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Pelo Prof. Dr. João Paulo da Conceição Silva Jorge
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ISBN: 978-989-97395-2-9
ISBN: 978-989-97395-2-9
ESTUDO DO IMPACTO DO RIP CURL PRO 2010 - PENICHE
Instituto Politécnico de Leiria | Câmara Municipal de Peniche
Grupo de Investigação em Turismo (GITUR)
Escola Superior de Turismo Tecnologia do Mar
Editor: GITUR – Grupo de Investigação em Turismo / Instituto Politécnico de Leiria
Prefixo de Editor: 989-97395
Setembro 2012
Campus 4
Santuário de Nossa Senhora dos Remédios
2520–641 Peniche - PORTUGAL
O presente documento consiste no estudo de avaliação do Rip Curl Pro Portugal 2010, elaborado pelo Grupo de Investigação em Turismo (GITUR) do Instituto Politécnico de Leiria. A síntese e estudo resultam do Protocolo de Cooperação estabelecido entre a Câmara Municipal de Peniche e o GITUR/IPL.
Equipa de investigação
Coordenação
João Paulo C.S. Jorge | Sérgio Leandro
Investigadores
Sofia Eurico
Fernanda Oliveira
Patrícia Reis
Ana Filipa Ferreira
________________________________________________________________________________
ÍNDICE
1. Introdução........................................................................................... 1
2. Metodologia........................................................................................ 2
3. Resultados..........................................................................................
3.1. Caracterização sociodemográfica da amostra.............................
3.2. Caracterização relativa à prática da modalidade........................
3.3. Caracterização relativa ao Rip Curl Pro 2010.............................
3.4. Estimativa do impacto económico………....................................
3.5. Relevância dos atributos na escolha de um destino de surf.......
Referências bibliográficas………………………………………………..
3
3
8
15
26
31
34
________________________________________________________________________________
Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
1
1. INTRODUÇÃO
O presente documento preliminar integra-se no trabalho desenvolvido pelo Grupo de
Investigação em Turismo do Instituto Politécnico de Leiria (GITUR) mediante solicitação
da Câmara Municipal de Peniche. Os principais objetivos prendem-se com a
determinação do perfil dos visitantes relativamente à prova de surf Rip Curl Pro 2010 –
Portugal, etapa do ASP World Tour 2010 realizada em Peniche, caraterizando-os em
termos sociodemográficos, prática do desporto radical de ondas e também em termos da
estrutura dos gastos e das preferências declaradas.
Este trabalho contextualiza-se num âmbito mais vasto de um projecto que se propõe
analisar os potenciais impactos socioeconómicos dos desportos radicais de ondas na
economia local do concelho de Peniche. Existe uma reconhecida dificuldade na
determinação dos valores e impactos das atividades turísticas, sobretudo à escala local.
Por outro lado, a investigação científica não tem privilegiado o estudo destes produtos
(desportos radicais de ondas) sendo escassa a produção de conhecimento relativamente
às diversas dimensões destes desportos, incluindo a económica.
É, portanto, nesse contexto mais amplo que deve ser entendido este estudo: um relatório
com os resultados do inquérito efectuado.
A estrutura deste documento é a seguinte:
Metodologia
Resultados
o Caracterização sociodemográfica da amostra
o Caracterização relativa à prática da modalidade
o Caracterização relativa ao Rip Curl Pro 2010
o Estimativa do impacto económico directo
o Relevância dos atributos no processo de escolha de um destino de
surf
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Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
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2. METODOLOGIA
Para a elaboração deste estudo foram efectuadas entrevistas ao público assistente do
evento durante a realização do Rip Curl Pro 2010 – Portugal, etapa do ASP World Tour
2010 realizada em Peniche. Essas entrevistas foram realizadas, mediante um
questionário estruturado, de 7 a 16 de Outubro de 2010. Tendo em consideração o
número de visitantes estrangeiros, o questionário foi apresentado em português e em
inglês.
O método de amostragem utilizado foi o probabilístico (aleatório) tendo o universo sido
constituído por todos os visitantes que assistiram ao evento. Considerou-se a estimativa
da organização do evento que apontou para 120 000 o número de pessoas que
assistiram ao evento.
O número final de questionários considerados válidos, depois de depurados os
incompletos, 381. O erro máximo da amostra é de 3,57%, para um nível de confiança
(grau de probabilidade) de 95%, tal como indica a ficha técnica do estudo.
Quadro 1 – Ficha técnica
Universo Todos os visitantes que assistiram ao evento
Metodologia Entrevista pessoal mediante questionário estruturado
Tamanho da amostra 381questionários válidos
Erro da amostra ± 3,57%
Nível de confiança 95% (p=0,5)
Data do trabalho de campo 7 a 16 de Outubro de 2010
________________________________________________________________________________
Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
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3. RESULTADOS
3.1. CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA DA AMOSTRA
Proveniência
Começando pela proveniência dos sujeitos que compõem a amostra, verifica-se
uma proeminência daqueles que residem em Portugal (73%) face aos que provêm
de outros países (27%). Em relação aos primeiros, destaque para os que residem
nos concelhos de Peniche (24.7%), Lisboa (18.3%), Cascais (7.2%) e Sintra
(6.5%).
Figura 1. Distribuição dos portugueses por concelho de origem (%)
Peniche 24,7%
Lisboa 18,3%
Cascais 7,2%
Sintra 6,5%
C. Rainha 4,3%
Oeiras 3,6%
Almada 2,2%
Leiria 2,2%
T. Vedras 1,8%
Mafra 1,8%
Porto 1,8%
Santarém 1,8%
Vagos 1,4%
Loures 1,4%
Outros 21,1%
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Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
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Já no que respeita aos inquiridos estrangeiros, a sua distribuição faz-se por 14
nacionalidades diferentes, sendo que 70 % provêm de quatro países:
Espanha, Reino Unido, Alemanha e França. Apenas 11% dos inquiridos
provêm de países não europeus, designadamente: Austrália, Brasil e EUA.
Figura 2. Distribuição dos inquiridos
nacionais por distrito de
proveniência (n=279)
A partir de uma distribuição dos
inquiridos por distritos (figura 2),
verifica-se que cerca de 80% dos
inquiridos provêm dos distritos
de Leiria e de Lisboa, sendo este
último o que agrega um maior
número de inquiridos (47.3%).
Apesar de apresentarem valores
substancialmente mais baixos,
destaque ainda para os 3.9% do
distrito de Santarém e os 3.6%
dos distritos de Aveiro e Setúbal.
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Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
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Figura 3. Distribuição dos inquiridos não nacionais por país de proveniência
(n=89)
Género e Idade
Do ponto de vista da estrutura etária a maior concentração de indivíduos verifica-
se nos dois primeiros escalões etários, entre os 18 e os 24 e os 25 e os 34 anos.
Este contexto é patente quer nos inquiridos nacionais quer nos não nacionais,
cuja soma dos referidos escalões, representam 78.73% e 76.04%,
respectivamente. Destacam-se, porém, algumas diferenças quando comparados
estes dois grupos: no caso dos nacionais, o escalão etário com maior
representatividade é o dos 18 aos 24 anos, com 42.16%, enquanto nos não
nacionais é o escalão dos 25 aos 34 anos, com 56.25%. Os restantes escalões
apresentam valores não muito expressivos.
Espanha; 23; 26%
França; 9; 10%
Reino Unido; 17; 19%
Alemanha; 13; 15%
Holanda; 5; 6%
Itália; 4; 5%
Austrália; 4; 5%
Brasil; 4; 4%
EUA; 2; 2%
Finlândia; 2; 2%
Rep. Checa; 1; 1%
Eslovénia; 1; 1%
Suíça; 2; 2%
Dinamarca; 2; 2%
Outra; 8; 8%
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Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
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Figura 4. Estrutura etária (portugueses e estrangeiros)
A totalidade da amostra revela uma maior incidência de sujeitos do sexo
masculino, a qual se mantém quando se analisa desagregadamente os inquiridos
nacionais dos não nacionais, com os primeiros a serem constituídos por 57.46%
de homens, e os segundos por 69.07%.
´
Figura 5. Género
Perfil académico e profissional
O nível educacional dos sujeitos inquiridos incide maioritariamente no ensino
secundário e superior, sendo que a população não nacional revela valores
0
10
20
30
40
50
60
18-24 anos 25-34 anos 35-44 anos 45-60 anos Mais de 60anos
42.16
36.57
14.93
5.97
0.37
19.79
56.25
14.58
9.38
0
%
Portugal
Estrangeiro
Portugal Estrangeiro
57.46% 69.07%
42.54% 30.93%
Feminino
Masculino
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Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
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ligeiramente superiores de indivíduos com nível de escolaridade
universitário/politécnico quando comparados com os que frequentaram o ensino
secundário. É também neste público que se registam valores percentuais mais
elevados (23.71%) no que respeita à frequência do ensino pós-graduado.
Figura 6. Nível de educação
Em ambos os públicos, nacional e não nacional, “Trabalhador por conta de
outrem” é a categoria com maior prevalência, seguida no caso nacional pelos
estudantes (36.57%) e pelos profissionais liberais/empresários (10.45%), e no
caso dos estrangeiros, seguem-se os profissionais liberais/empresários
(26.04%) e os desempregados e os estudantes com valores muito próximos,
8.33% e 7.29% respetivamente.
Figura 7. Situação relativamente à actividade profissional (portugueses e estrangeiros)
0
10
20
30
40
50
Ensino básico Ensinosecundário
Ensinosuperior
Ensino pós-graduado
4.1
43.28 42.54
10.07
3.09
27.84
45.36
23.71
%
Portugal
Estrangeiro
0
10
20
30
40
50
60
Trabalh. contaoutrém
Prof.liberal/Empresário
Estudante Desempregado Reformado
47.39
10.45
36.57
4.85 0.75
58.33
26.04
7.29 8.33
0
%
Portugal
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Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
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3.2. CARACTERIZAÇÃO RELATIVA À PRÁTICA DA MODALIDADE
Quando questionados sobre a prática de algum desporto radical de ondas,
63.32% dos inquiridos responderam afirmativamente. Analisando
desagregadamente os dois subgrupos, verificamos que esta resposta tem um
peso percentual de 57.14% para os inquiridos nacionais e de 83.51% para os
estrangeiros.
Figura 8. Praticantes de algum desporto radical de ondas
Figura 9. Praticantes de algum desporto radical de ondas (portugueses e estrangeiros)
A totalidade da amostra revela que a principal modalidade praticada é o surf
com um peso percentual a rondar os 74% a 75% seguindo-se o bodyboard
Sim; 36,68% Não;
63,32%
Portugal Estrangeiro
57.14%
83.51%
42.86%
16.49%
Não
Sim
________________________________________________________________________________
Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
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com cerca de 21% a 22% e a categoria “Outro” com um peso entre os 2.5% e
os 5%.
Figura 10. Principal modalidade (portugueses e estrangeiros)
Em relação à questão de serem ou não atletas federados, 80.8% dos praticantes
inquiridos responderam negativamente. Em relação aos praticantes federados,
12.8% são nacionais e 5.9% estrangeiros.
Figura 11. Atletas federados (relativamente ao total de praticantes)
Portugal Estrangeiro
73.68% 75.31%
21.05% 22.22%
5.26% 2.47%
Outro
Bodyboard
Surf
Sim 19.2%
Não 80.8%
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Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
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Figura 12. Atletas federados (portugueses e estrangeiros)
No que respeita à frequência com que a modalidade é praticada, 57.6% dos
inquiridos responde que o faz duas ou mais vezes por semana, 22.7% entre
uma a 4 vezes por mês e 19.7% apenas ocasionalmente/nas férias.
Analisando individualmente cada categoria para a frequência da prática da
modalidade, verifica-se que os estrangeiros apenas apresentam valores
superiores nas opções “1 a 2 vezes por semana” (62.07%) e “Nas férias”
(60%).
Figura 13. Frequência com que pratica a modalidade (total praticantes)
Portugal Estrangeiro
20% (28)
16% (13)
80% (112)
84% (68)
NãoFederados
3 ou mais vezes por semana;
29.4%
2 vezes por semana; 28.2%
1 vez por semana; 10.5%
1 ou 2 vezes por mês; 12.2%
Ocasionalmente; 13%
Nas férias; 6.7%
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Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
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Figura 14. Frequência com que pratica a modalidade (portugueses e estrangeiros)
Quando considerados os 20 destinos de surf preferidos dos inquiridos, em
território nacional ou estrangeiro, verifica-se que Peniche se evidencia com
102 respostas, ressalvando-se que este valor poderá ter sido influenciado pelo
facto do evento Rip Curl Pro 2010 ter decorrido em Peniche. Analisando os
dez destinos mais apontados encontra-se, logo a seguir a Peniche, a
Indonésia (67), a Ericeira (60), o Hawai (45), a Austrália (35), Sagres (34), a
França (31), a Espanha (23), Cascais e as Maldivas (21). Das 591 respostas
(os inquiridos podiam indicar até três destinos), 53.5% (316) incidem em
destinos estrangeiros.
A figura 16 esquematiza a dispersão destas respostas pelos vinte e três
países apontados, evidenciando a Indonésia como o destino estrangeiro de
surf preferido, com 21.8%, seguido pelo Havai, com 14.6% e a Austrália, com
11.4%.Dos destinos europeus, destaque para França, com 10.4%, e Espanha,
com 7.6%.
68.66 80.3
62.5
37.93
63.33
40.0
31.34 19.7
37.5
62.07
36.67
60.0
(em %)
Portugal Estrangeiro
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Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
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Figura 15. Os 20 destinos preferidos de surf, para portugueses e estrangeiros
Fazendo uma análise por continentes, a Ásia encontra-se no topo, com 28.5%,
contribuindo para esse facto o peso das Maldivas e do arquipélago indonésio
(de referir que os valores da Indonésia foram incorporados na integra no
continente asiático, apesar de tratar-se de um Estado intercontinental). Segue-
se o continente americano, com 26.3%, o europeu, com 21.2%, o oceânico,
com 15.8%, e o africano, com 8.2%.
0 20 40 60 80 100 120
Peniche
Indonésia
Ericeira
Haway
Austrália
Sagres
França
Espanha
Cascais
Maldivas
Marrocos
C. Caparica
Sud. Alentejano
Sintra
México
Polinésia Fr
Brasil
EUA
África Sul
Nazaré
102
67
60
45
35
34
31
23
21
21
16
13
12
11
11
10
8
8
7
5
________________________________________________________________________________
Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
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Figura 16. Destinos estrangeiros de surf preferidos (total inquiridos)
Os principais destinos de surf em território nacional indicados pela totalidade dos
inquiridos são Peniche (34.5%), Ericeira (25.5%) e Sagres (12.2%). A seguir às
opções preferenciais, são os destinos localizados na costa de Lisboa e a sul desta
que reúnem o maior leque de respostas, incluindo Santa Cruz (0.4%), Sintra (5%),
Cascais (7.8%), Costa da Caparica (2.8%) e Sudoeste Alentejano (4.4%).
A norte de Peniche foram apontados nove locais para a prática do surf, que
reúnem um peso percentual de 7.2.
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Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
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Figura 17. Destinos de surf portugueses preferidos (total inquiridos)
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Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
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3.3. CARACTERIZAÇÃO RELATIVA AO RIP CURL PRO 2010
Dos inquiridos que assistiram ao Rip Curl Pro Portugal 2010, 68% afirma ter
assistido à edição de 2009. Do público português apenas 27.7% não esteve
presente em 2009 e 32% no caso dos estrangeiros.
Figura 18. Assistiu à edição de 2009 (portugueses e estrangeiros)
Quando questionados se utilizaram a residência habitual durante o evento, 61%
dos portugueses respondeu afirmativamente, contrastando com 6% de
estrangeiros. O concelho mais escolhido para o alojamento de quem respondeu
negativamente foi Peniche com 87%, sendo o restante valor percentual distribuído
pelos concelhos de Óbidos, Mafra, Caldas da Rainha, Lisboa, Lourinhã e Oeiras.
Figura 19. Alojados na residência principal durante o evento (portugueses e estrangeiros)
Portugal Estrangeiro
72.3%
32%
27.7%
68% Não
Sim
Portugal Estrangeiro
61%
6%
39%
94% Não
Sim
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Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
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Figura 20. Concelho onde se aloja durante o evento (todos os inquiridos não alojados em residência principal)
Dos inquiridos que recorreram a uma residência diferente da habitual durante o
evento, 23% afirma ter ficado em casa alugada, 20% em hotel, 18% em segunda
residência, 16% em casa de amigos/familiares, 9% em parques de campismo, 7%
em autocaravanas, 6% em surf camps e 1% em outro tipo de alojamento. Quando
não alojados na sua residência habitual, os inquiridos nacionais optam
maioritariamente por segundas residências (28%), seguindo-se a modalidade de
casa alugada (25%), casa de amigos/familiares (24%) e hotel (13%). No que
respeita aos não nacionais, as preferências distribuem-se por hotel (30%), casa
alugada (20%), parques de campismo (17%), autocaravanas (15%) e surf camps
(11%).
Figura 21. Tipo de alojamento utilizado (todos os inquiridos não alojados em residência principal)
0 20 40 60 80 100
Peniche
Óbidos
Mafra
C. Rainha
Lisboa
Lourinhã
Oeiras
87
5
3
2
1
1
1
%
Hotel; 23%
2.ª Residência; 20%
Casa alugada; 18%
Casa amig/famil; 16%
P.Campismo; 9%
Autocaravana; 7%
Surfcamp; 6%
Outro; 1%
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Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
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Figura 22. Tipo de alojamento utilizado (portugueses e estrangeiros não alojados em residência principal)
Figura 23. Com quem viaja (todos os inquiridos)
Em resposta à questão se viaja sozinho ou acompanhado, 50.3% dos inquiridos
responderam “Com grupo”, 34.2% “Com 1 pessoa” e 15.6% “Sozinho”. Estes
valores aproximam-se dos obtidos junto dos inquiridos nacionais e estrangeiros.
Figura 24. Com quem viaja (portugueses e estrangeiros)
0
5
10
15
20
25
30
Portugal Estrangeiro
13
30 28
3
25
20
24
3 3
17
2
15
2
11
3
0
%
Hotel
2.ª Residência
Casa alugada
Casa amig/famil
P.Campismo
Autocaravana
Surfcamp
Outro
Sozinho; 15.6%
Com uma pessoa; 34.2%
Em grupo; 50.3%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
17.7 10.4
31.3 42.7
51 46.9
Em grupo
Com uma pessoa
Sozinho
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Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
18
Já no que respeita à constituição dos grupos, no caso dos estrangeiros, 48% são
constituídos por 3 indivíduos, 31% por 4 e os restantes 22%, por 5 ou 6. Quanto
aos grupos de nacionais, 28% constituem-se por 3 indivíduos, 37% por 4, 19%
por 5 e os restantes 17% são grupos com 6 a 10 elementos.
Figura 25. Constituição dos grupos: número de pessoas (portugueses e
estrangeiros)
A duração da permanência dos inquiridos durante o evento foi estudada em
termos do número de dias. Para o efeito procedeu-se a um tratamento
comparativo dos dados em relação aos inquiridos nacionais e estrangeiros (figura
26), tendo-se verificado que estes últimos assistiram tendencialmente entre 5 a 7
dias do evento, enquanto foram os nacionais que mais permaneceram durante
“Todo o evento” ou então apenas 1, 2 ou 3 dias. Um estudo mais aprofundado
poderá permitir perceber se os nacionais que referiram ter assistido a “Todo o
evento” são os que residem mais próximo de Peniche e se, por oposição, os que
afirmaram ficar poucos dias, residem em regiões mais afastadas.
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
Portugal Estrangeiro
28
48
37
31
19
10 7
12
1 2 3 4
%
3 pessoas
4 pessoas
5 pessoas
6 pessoas
7 pessoas
8 pessoas
9 pessoas
10 pessoas
________________________________________________________________________________
Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
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Figura 26. Número de dias no evento (portugueses e estrangeiros)
Quando questionados sobre como obtiveram conhecimento do evento, a
totalidade dos inquiridos indicou a Internet e os amigos/familiares como os
principais veículos de informação (correspondendo a 71% do total de respostas).
A Internet assumiu um papel de destaque nos inquiridos estrangeiros, com 40%,
enquanto que nos nacionais, foram os amigos/familiares, com 45%. Ainda junto
do público estrangeiro, de apontar a importância dos jornais/revistas, com 16%,
bem como a rádio/TV da parte dos nacionais, com 12%.
0% 20% 40% 60% 80% 100%
1 dia
2 dias
3 dias
4 dias
5 dias
6 dias
7 dias
8 dias
9 dias
Todo o evento
90,4
88,5
85,7
56,3
32,3
16,7
14,3
50,0
33,3
78,1
9,6
11,5
14,3
43,8
67,7
83,3
85,7
50,0
66,7
21,9
Portugal Estrangeiro
________________________________________________________________________________
Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
20
Figura 27. Como obteve conhecimento do evento (portugueses e estrangeiros)
A figura 28 reflecte as respostas relativas aos três principais aspectos positivos
do evento.
Figura 28. Aspetos positivos do Rip Curl Pro 2010 (n=543, resposta múltipla)
0 20 40 60
Organização
Convívio
Prom. e imagem da cidade
Caract. do local
Qualid e diversid das ondas
Promoção do turismo
Outros
Prom. da modalidade
Prom. e imagem do país
Contacto com surfers profiss
Impacto económico
Espectáculo
Entrada livre
Ambiente do evento
Clima
Infraestruturas
Diversão
Multiculturalidade
Conhecer pessoas
Hospitalidade
Praias
Ofertas das marcas
Acessos
Protecção ambiental
59
45
43
40
39
37
35
33
32
29
21
18
16
13
12
11
10
10
9
8
7
6
5
5
________________________________________________________________________________
Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
21
Os dez aspectos que reuniram maior concentração de respostas foram a
organização (com 59), o convívio (com 45), a promoção e imagem da cidade (com
43), a caraterização do local (com 40), a qualidade e diversidade das ondas (com
39), a promoção do turismo (com 37), a promoção da modalidade (com 33), a
promoção e imagem do país (com 32), o contacto com surfers profissionais (com
29) e o impacto económico (com 21). A opção outros aparece discriminada na
figura 29.
Figura 29. Aspetos positivos do Rip Curl Pro 2010 – Opção “Outros”
Opção "Outros" (n=35)
Informação 4 Época do ano 1
Apoio ao visitante 2 Limpeza 1
Segurança 2 Paisagem 1
Staff da organização 3 Animação 1
Público 3 Catering 1
Bares e esplanadas 3 Parcerias 1
Prom. causas sociais 3 Combate à sazonalidade 1
Estacionamento 4 Boa reputação 1
Sponsors 1 Cor 1
Transmissão pela internet
1
Os próximos dois gráficos apresentam um tratamento discriminado da variável
“Aspectos positivos do Rip Curl Pro 2010”, por estrangeiros (figura 30) e
portugueses (figura 31). Em relação aos estrangeiros, o Rip Curl 2010 foi
classificado positivamente através de 25 tipos de aspectos positivos, valor
relativamente inferior à reacção dos inquiridos nacionais que se estenderam por
41 tipos diferentes de respostas.
Em relação aos principais aspectos positivos, apresentados pelos estrangeiros,
evidenciam-se a “Promoção e imagem do país” e o “Convívio”, a partilharem
equitativamente 23% do total de respostas, seguindo-se o “Contacto com surfers
profissionais” (9.2%), as “Características do local” (9.2%) e a “Organização”
(8.5%)
________________________________________________________________________________
Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
22
A opção “Outros” reúne 18.5% das respostas e inclui treze tipos de aspectos
diferentes, incluindo: conhecer pessoas, boa reputação, informação, diversão,
impacto económico, ambiente do evento, praias, multiculturalidade, ofertas de
marcas, bares e esplanadas, entrada livre, espectáculo e promoção de causas
sociais.
Figura 30. Aspetos positivos do Rip Curl Pro 2010 (estrangeiros; n=130; em %)
Em relação às respostas dos inquiridos portugueses, os principais aspectos
positivos do Rip Curl 2010 respeitam à “Organização” (12.2%), à “Promoção e
imagem da cidade” (8.4%) e, com a mesma pontuação (7.1% cada), ao
“Convívio”, à “Promoção da modalidade” e à “Qualidade e diversidade de ondas”.
A opção outros (com 17.2% das respostas) agrega vinte seis atributos diferentes,
designadamente: apoio ao visitante, limpeza, clima, animação, público, catering,
parcerias, segurança, acessos, estacionamento, protecção ambiental,
transmissão pela internet, ofertas das marcas, bares e esplanadas, informação,
staff da organização, cor, hospitalidade, paisagem, promoção causas sociais,
combate a sazonalidade, sponsors, conhecer pessoas, infraestruturas e praias.
Promoção e imagem do país
Convívio
Características do local
Contacto com surfers profissionais
Organização
Qualidade e diversidade das ondas
Promoção do turismo
Promoção e imagem da cidade
Clima
Promoção da modalidade
Hospitalidade
Infraestruturas
Outros
11.5
11.5
9.2
9.2
8.5
6.9
5.4
5.4
4.6
3.1
3.1
3.1
18.5
%
________________________________________________________________________________
Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
23
Figura 31. Aspetos positivos do Rip Curl Pro 2010 (portugueses; n= 395; em %)
Já no que respeita aos aspectos negativos (figura 32), os que reúnem maior
concentração de respostas são o estacionamento (com 37), o clima (com 28), as
acessibilidades (com 24), o catering insuficiente (com 19), o acesso ao Pico da
Mota (com 17), o excesso de público (com 16), a falta de espaços cobertos e
bancadas (com 14), a falta de WC e a suspensão das provas (com 13 respostas
cada).
A figura 33 apresenta os aspectos negativos do Rip Curl Pro 2010 apontados
unicamente pelos inquiridos estrangeiros. Os aspectos que mais desagradaram
este grupo de inquiridos incidem sobre: a suspensão da prova (14.8%), o acesso
ao Pico da mota (13.6%), as acessibilidades (11.1%) e, com 6% de respostas
cada, o estacionamento, o catering insuficiente e a falta de WC. A opção “Outros”
(com 7.4% das respostas) inclui: excesso de público, destruição das dunas,
massificação, aluguer das pranchas, duches e população local.
Organização
Promoção e imagem da cidade
Convívio
Promoção da modalidade
Qualidade e diversidade das ondas
Promoção do turismo
Características do local
Impacto económico
Promoção e imagem do país
Espectáculo
Entrada livre
Contacto com surfers profissionais
Ambiente do evento
Multiculturalidade
Diversão
Outros
12.2
8.4
7.3
7.1
7.1
7.1
6.8
5.1
4.3
3.8
3.5
3.5
2.3
2.3
2.0
17.2
%
________________________________________________________________________________
Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
24
Figura 32. Aspectos negativos do Rip Curl Pro 2010 (n=285, resposta múltipla)
Figura 33. Aspectos negativos do Rip Curl Pro 2010 (estrangeiros; n=81; em %)
0 10 20 30 40
Estacionamento
Outros
Clima
Acessibilidades
Catering insuficiente
Acesso ao Pico da Mota
Excesso de público
Falta de espaços cobertos e…
Falta de WC
Suspensão das provas
Informação sobre horário das…
Lixo nas praias
Destruição das dunas
Infraestruturas
Poluição
Insuficiente oferta de alojamento
Organização
Impacto ambiental
Trânsito
Investimento público excessivo
Ofertas dos patrocinadores
Falta de contentores do lixo
37
37
28
24
19
17
16
14
13
13
11
10
10
9
9
6
5
5
4
4
4
3
Suspensão das…
Acesso ao Pico…
Acessibilidades
Estacionamento
Catering…
Falta de WC
Lixo nas praias
Informação sobre…
Clima
Sinalização
Impacto ambiental
Sinalização
Falta de espaços…
Mau cheiro
Outros
14.8
13.6
11.1
7.4
7.4
7.4
6.2
4.9
3.7
3.7
3.7
3.7
2.5
2.5
7.4
%
________________________________________________________________________________
Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
25
Analisando apenas as respostas dos inquiridos nacionais (figura 34) relativamente
aos aspectos negativos, verifica-se que o estacionamento é a que agrega maior
insatisfação, com 15.4%, seguindo-se o clima (11.9%), as acessibilidades (7.5%),
a falta de espaços cobertos e bancadas (6%) e o catering insuficiente (6%). A
categoria “Outros” reúne 15.9% das respostas e inclui 21 aspectos negativos
diferentes, designadamente: ofertas dos patrocinadores, distância a percorrer a
pé, divulgação do evento, falta de contentores do lixo, localização, época do ano,
confusão, massificação, mau cheiro, som ambiente, comentador da prova, cidade
suja, cidade desorganizada, impacto ambiental, tv oficial do evento, falta de
ondas, localism, roubos, suspensão de provas, transporte para local da prova,
concentração das provas na praia de Supertubos.
Figura 34. Aspectos negativos do Rip Curl Pro 2010 (portugueses; n=204; em %)
Estacionamento
Clima
Acessibilidades
Falta de espaços cobertos e…
Catering insuficiente
Excesso de público
Poluição
Destruição das dunas
Acesso ao Pico da Mota
Informação sobre horário das…
Falta de WC
Infraestruturas
Insuficiente oferta de alojamento
Lixo nas praias
Organização
Investimento público excessivo
Trânsito
Outros
15.4
11.9
7.5
6.0
6.0
5.0
4.5
4.5
3.0
3.0
3.0
3.0
2.5
2.5
2.5
2.0
2.0
15.9
%
________________________________________________________________________________
Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
26
3.4 ESTIMATIVA DO IMPACTO ECONÓMICO
Ao nível das despesas efetuadas para assistir ao Rip Curl Pro foi pedido aos
inquiridos para referirem o valor monetário gasto em seis itens: transportes,
alojamento, alimentação, diversão, compras e outros. A partir dos resultados
obtidos segue-se uma análise individualizada de cada item (figura 35),
complementada por uma análise da despesa agregada (somatório dos seis itens).
Em ambos os casos são discriminados os valores para os inquiridos nacionais e
estrangeiros.
Figura 35. Despesas efetuadas pelos inquiridos durante o Rip Curl Pro – valor por
item de despesa, valor total de despesas, valor total médio por inquirido (análise
por nacionalidade do inquirido)
n
Total de Despesas (€)
Valor médio p/ inquirido (€)
Tipo de despesa Portugal Estrangeiros Portugal Estrangeiros Portugal Estrangeiros
Transporte Valid 224 Missing 157 160 64 5715 14110 35,72 220,47
Alojamento Valid 94 Missing 287 40 54 5430 11015 135,75 203,98
Alimentação Valid 192 Missing 189
129 63 6879 375 53,33 5,95
Diversão Valid 125 Missing 256
77 48 3940 4680 51,17 97,50
Compras Valid 99 Missing 282
44 55 2661 4680 60,48 85,09
Outros Valid 53 Missing 328
21 32 859 2220 40,90 69,38
Despesa Total (incluindo os 6 itens)
Valid 372 Missing 9 283 89 25484 37080 90,05 416,63
Resultados totais (Nacionais+Estrangeiros)
372 62 564,00€ 168,10 €
Nota: Os valores médios foram calculados através da média aritmética ponderada
A análise da tabela anterior deve, em primeira instância, sublinhar os valores
bastantes expressivos dos missing values em qualquer um dos seis itens da
despesa.
Analisando a despesa média por inquirido em cada um dos itens, verifica-se que o
único em que o valor é superior nos inquiridos nacionais é a alimentação. Nos
________________________________________________________________________________
Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
27
restantes, são os inquiridos estrangeiros que apresentam um gasto médio mais
elevado, sendo nos transportes e no alojamento que se verificam os maiores
valores, com 220,47 e 203,98€, respetivamente.
A despesa média dos estrangeiros com a alimentação apresenta o valor mais
reduzido (5,95€) de entre os restantes itens, seguindo-se a despesa média dos
inquiridos nacionais com os transportes (35,72€) e no item outros (40,90€). O
valor extremamente reduzido da alimentação nos inquiridos estrangeiros poderá
estar associado ao facto de grande parte destes indivíduos estarem alojados em
alojamento turístico, onde parte (ou a totalidade) das refeições estão incluídas no
valor diário do alojamento.
A discriminação da despesa média total para inquiridos nacionais e estrangeiros
permite realçar duas realidades bastante distintas do ponto de vista dos gastos
efetuados. Com efeito enquanto o inquirido português gasta em média 90,05€, o
estrangeiro gasta 506,01%. Há no entanto que considerar o maior peso de
respondentes nacionais, fator que contribui para o valor obtido no cálculo da
despesa média total – 189,57€ - que inclui os seis itens e abarca a proporção de
inquiridos nacionais e de estrangeiros.
Os três gráficos (figuras 36, 37 e 38) que se seguem, permitem ter uma melhor
perceção da distribuição dos consumos efetuados durante o evento. A análise da
totalidade das respostas (nacionais + estrangeiros, figura 36) evidencia em
primeiro lugar as despesas associadas ao alojamento, com 31.7%, seguindo-se o
transporte, com 26.3% e a alimentação, com 11.6%. Os restantes 30.4% dividem-
se pela diversão, as compras e outros. Analisando o público nacional (figura 38)
separadamente, verifica-se que é na alimentação que se concentra uma parte
importante das despesas, com 27%, logo seguida pela despesa com transportes
(com 21.3%). Desta leitura desagregada, verifica-se igualmente que o público
estrangeiro (figura 37) concentra a maior parte dos seus consumos ao nível do
alojamento (38.1%) e do transporte (29.7%), correspondendo a 67.8% das
despesas totais.
________________________________________________________________________________
Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
28
Figura 36. Distribuição da despesa efectuada para assistir ao evento (total inquiridos), em %
Figura 37. Distribuição da despesa efectuada para assistir ao evento (estrangeiros), em %
Figura 38. Distribuição da despesa efectuada para assistir ao evento (portugueses), em %
Alojamento; 31,7
Transporte; 26,3
Alimentação; 11,6
Diversão; 13,8
Compras; 11,7
Outros; 4,9
Alojamento; 38,1
Transporte; 29,7
Alimentação; 1,0
Diversão; 12,6
Compras; 12,6 Outros; 6,0
Alojamento; 22,4
Transporte; 21,3
Alimentação; 27,0
Diversão; 15,5
Compras; 10,4 Outros; 3,4
________________________________________________________________________________
Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
29
Os referidos valores da despesa média total permitem calcular um valor total
agregado das despesas efetuadas pela totalidade de pessoas que assistiram ao
evento. Segundo a organização, o total de indivíduos que assistiram ao evento
ronda os 120 000 (correspondendo ao somatório de indivíduos que assistiram ao
evento na totalidade dos 9 dias em que este ocorreu). Considerando que muitos
deles assistiram ao evento mais do que um dia (ver figura 26) foi calculado o nº
médio de presenças de cada indivíduo. O valor obtido para nacionais e
estrangeiros foi de 4,7 e 5,72 dias, respetivamente, correspondendo a um valor
médio de 4,95 dias, respeitante à agregação daqueles dois grupos de inquiridos.
Assim, o valor total estimado de indivíduos presentes no evento é de 24 255,2 o
que corresponde a uma despesa média agregada de 4 077 365 euros (figura 39).
Figura 39. Estimativa da despesa total agregada dos visitantes
N.º de indivíduos que assistiram ao evento
1
Despesa média individual
Despesa total agregada (€)
Estrangeiros 5797,0 416,63 2 415 203,00
Nacionais 18458,2 90,05 1 662 163,00
Total 24255,2
4 077 365,00
1 Foi aplicada a proporcionalidade de 76,1% inquiridos nacionais e 23,9% de estrangeiros,
verificada nos resultados dos questionários aplicados e eliminando as não respostas à questão
da nacionalidade
Por outro lado há ainda a ter em conta que os efeitos económicos não se resumem aos
efeitos directos, sendo de considerar os efeitos indirectos e induzidos gerados na
economia.
O relatório do Turismo de Portugal (2011) “O Turismo na Economia: Evolução do
contributo do Turismo para a economia portuguesa 2000-2010” indica que o efeito
multiplicador do turismo se traduz num coeficiente técnico de variação de 1,21. O
multiplicador captura os efeitos económicos secundários das actividade de turismo,
representando as interdependências económicas entre os demais sectores. Assim e
considerando o valor total da despesa directa de 4 077 365 € (ver figura 39) teríamos um
valor para o impacto directo, indirecto e induzido de 4 933 611,65 €.
________________________________________________________________________________
Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
30
Atendendo ainda aos dados (figura 40), fornecidos pela organização, relativos ao
orçamento do evento e despesas efectuadas pelas pessoas directamente ligadas ao
evento - Staff, Association of Surfing Professionals (ASP), Surfistas, e imprensa- é ainda
obtido um valor de despesa directa de 2 262 500 €.
Figura 40. Estimativa da despesa total agregada da organização do evento e atletas, ASP e imprensa
Despesa agregada (€)2
Organização Rip Curl 1 700 000,00
Atletas, ASP e imprensa 562 500,00
Total 2 262 500,00
2Dados fornecidos pela organização do evento
Visto não ser possível determinar os valores desagregados desta despesa é
desconhecido o valor em termos de despesa turística e outros itens, impossibilitando a
determinação do valor do impacto indirecto e induzido. Não é contabilizado também o
valor despendido pelos sponsors relativamente ao evento. Considerando todos os
factores referidos anteriormente teremos uma estimativa do impacto económico global do
evento na ordem dos 7 196 111, 65 € (figura 41).
Figura 41. Estimativa do impacto económico do Rip Curl Pro 2010
Impacto directo (€)
Impacto indirecto e induzido (€)
Total (€)
Despesa efectuada pelos visitantes 4 077 365,00 856 246,65 4 933 611,65
Organização, staff, ASP, atletas e imprensa 2 262 500,00 n.d. 2 262 500,00
Total 7 196 111,65
De referir finalmente que os impactos económicos relativos à imagem em consequência
da exposição mediática (comunicação social escrita, radio, TV, internet) não foram
contemplados. A organização do evento refere 5 milhões de espectadores via internet e
45 milhões de espectadores via Eurosport e Fuel TV.
________________________________________________________________________________
Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
31
3.5 RELEVÂNCIA DOS ATRIBUTOS NA ESCOLHA DE UM DESTINO DE SURF
Numa fase final do questionário pretendia-se auscultar os inquiridos sobre a
importância dos atributos na sua decisão de escolha de um destino de surf. Numa
escala de 1 a 10, os inquiridos posicionaram a diversidade de tipo de ondas e a
diversidade de locais para surfar como os atributos mais importantes (com um
valor médio de 8.9), seguindo-se o ambiente e a cultura do surf (com um valor
médio de 8.6), a altura média das ondas (com um valor médio de 8.1) e a
paisagem e beleza natural (com um valor médio de 8.0). Estes foram os cinco
atributos mais valorizados, enquanto que a diversidade do comércio e serviços
(com um valor médio de 6.3), o património cultural e a temperatura da água (com
um valor médio de 6.6), as infraestruturas de apoio no local (com um valor médio
de 6.7) e as acessibilidades (com um valor médio de 6.8) foram os atributos que
reuniram valores médios mais reduzidos.
Figura 42. Importância dos atributos na escolha de um destino de surf: média dos atributos numa escala de 1 a 10 (todos os inquiridos)
Diversidade de tipos de ondas
Diversidade de locais para surfar
Ambiente e cultura de surf
Altura média das ondas
Paisagem e beleza natural
Protecção e qualidade ambiental
Hospitalidade e acolhimento
Frequência dos sets
Segurança
Preço (custo de vida)
No crowd
No localism
Bom acesso ao local
Clima
Gastronomia
Existênc. bar/esplanada no local
Alojamento
Animação nocturna
Acessibilidades
Infraestruturas de apoio no local
Temperatura da água
Património cultural
Diversidade comércio/serv.
8.9
8.9
8.6
8.1
8.0
7.8
7.8
7.7
7.6
7.5
7.4
7.3
7.2
7.2
7.1
7.0
6.9
6.9
6.8
6.7
6.6
6.6
6.3
________________________________________________________________________________
Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
32
Em resposta à mesma questão os inquiridos não nacionais (figura 43) indicam os
mesmos três primeiros atributos que a totalidade dos inquiridos, apesar de
apresentarem valores médios ligeiramente superiores. Em quarto lugar, surge a
proteção e qualidade ambiental (com uma média de 8.1) e em quinto, com a
mesma média (8.0) a paisagem e a beleza natural, a altura média das ondas e o
preço (custo de vida). Os cinco atributos menos pontuados são a diversidade do
comércio e serviços (com uma média de 5.8), o património cultural (com uma
média de 6.1), a gastronomia (com uma média de 6.3), as acessibilidades (com
uma média de 6.4) e a temperatura da água (com uma média de 6.6). Podemos
assim concluir que os dois atributos com menor pontuação coincidem com as
respostas da totalidade dos inquiridos e dos restantes três, dois repetem-se,
nomeadamente a temperatura da água e as acessibilidades.
Figura 43. Importância dos atributos na escolha de um destino de surf: média dos
atributos numa escala de 1 a 10 (estrangeiros)
Diversidade de tipos de…
Diversidade de locais para…
Ambiente e cultura de surf
Protecção e qualidade…
Paisagem e beleza natural
Altura média das ondas
Preço (custo de vida)
No crowd
No localism
Frequência dos sets
Hospitalidade e acolhimento
Bom acesso ao local
Infraestruturas de apoio
Clima
Segurança
Alojamento
Existênc. bar/esplanada no…
Animação nocturna
Temperatura da água
Acessibilidades
Gastronomia
Património cultural
Diversidade comércio/serv.
9.3
9.1
8.9
8.1
8.0
8.0
8.0
7.7
7.7
7.7
7.7
7.4
7.3
7.2
7.2
7.1
6.9
6.6
6.6
6.4
6.3
6.1
5.8
________________________________________________________________________________
Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
33
A análise das respostas dos inquiridos nacionais (figura 44) revela uma
correspondência nos cinco principais atributos, face aos resultados apresentados
na figura 42, e apresenta oscilações muito ligeiras relativamente valores totais.
Quanto aos cinco atributos menos pontuados verificam-se também algumas
similitudes com os resultados totais, mantendo-se quatro dos atributos apontados
na amostra total, mas apresentando uma ordenação distinta. Com efeito, as
infraestruturas de apoio local e a diversidade de comércio e serviços surgem
como os dois atributos com média mais reduzida (ambos, com 6.4), seguindo-se o
património cultural (com média de 6.5), a temperatura da água (com 6.6) e a
existência de bar/esplanada no local (com 6.7).
Figura 44. Importância dos atributos na escolha de um destino de surf: média dos
atributos numa escala de 1 a 10 (portugueses)
Diversidade de tipos de ondas
Diversidade de locais para…
Ambiente e cultura de surf
Altura média das ondas
Paisagem e beleza natural
Hospitalidade e acolhimento
Frequência dos sets
Segurança
Protecção e qualidade…
No crowd
Preço (custo de vida)
Clima
No localism
Gastronomia
Animação nocturna
Bom acesso ao local
Acessibilidades
Alojamento
Existênc. bar/esplanada no local
Temperatura da água
Património cultural
Diversidade comércio/serv.
Infraestruturas de apoio
9.0 8.8
8.6 8.3
7.9 7.8 7.8
7.6 7.6
7.4 7.3 7.3 7.3
7.0 7.0 7.0
6.8 6.8 6.7 6.6 6.5 6.4 6.4
________________________________________________________________________________
Estudo do Impacto do Rip Curl Pro 2010 - Peniche
34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Breen, H.; Bull, A. & Walo, M. (2001). A comparison of survey methods to estimate
visitor expenditure at a local event. Tourism Management, 22, 473-479.
Maroco, João (2007). Análise Estatística com Utilização do SPSS (3ª ed.), Lisboa:
Edições Sílabo.
Turismo de Portugal (2007). Plano Estratégico Nacional do Turismo – Para o
Desenvolvimento do Turismo em Portugal. Lisboa: Ministério da Economia e da Inovação.
Turismo de Portugal (2001). O Turismo na Economia: Evolução do contributo do
Turismo para a economia portuguesa 2000-2010. Direcção de Estudos e Planeamento
Estratégico/ Departamento de Informação Estatística.
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