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Queridos amigos, vocês foram a melhor decisão que fiz na vida. A cada minuto do dia agradeço por vocês fazerem parte da minha história. Eu amo vocês, até mais do que deveria.

A decisão de Amanda - Por Beatriz Rodrigues

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Tara Tufte Chevalier é imortal. Com a missão de manter o segredo de sua família. Ela muda sua identidade ao longo do século XX. Mas, cansada de viver histórias nada agradáveis, Ela decide virar uma americana, Amanda. Mas acaba de tomar uma decisão que põe em risco sua imortalidade.

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Queridos amigos, vocês foram a melhor decisão

que fiz na vida. A cada minuto do dia agradeço por

vocês fazerem parte da minha história. Eu amo vocês,

até mais do que deveria.

“E Nos momentos de decisão que seu destino é

traçado.”

-Anthony Robbins

I – Minha história

Meu nome na teoria é Tara Tufte Chevalier, nasci em 1860. Meu pai Jackes era um

imortal muito sucedido na vida. Em sua cultura ele era imortal, mas, caso ele viesse tomar

a decisão de se apaixonar ele passaria por um processo de mortalização. Ele teve a sorte

por se apaixonar pela minha mãe e não morrer logo em seguida. Acabou que ele teve três

filhos. Thur, o mais velho dos filhos imortais. Eu, Tara, a mais nova dos imortais, e a

Chloe, a única que nasceu mortal. Minha mãe Lily, pegou uma doença, que nos dias de

hoje pode ser comparada com um câncer, e morreu em 1870. No começo as coisas

pareceram difíceis, mas elas pioraram, acabou que meu pai começou a ficar doente.

Primeiro ficou sem a visão, depois perdeu a fome e a capacidade de andar. A audição, a

fala e por ultimo a consciência. Ele teve o azar, a conseqüência de sua paixão: Sua morte.

Mas antes que sua consciência fosse realmente embora. Tivemos uma Conversa,

eu só lembro que aos sussurros ele me chamou. Atendi ao meu seu chamado e me

ajoelhei ao seu lado quando ele começou a desabafar comigo: "Filha, eu cometi um erro

muito Grande: apaixonei-me por sua mãe, não cometa o mesmo erro que eu, seja imortal,

e não se apaixone por ninguém, pelo menos, espere até sua irmã Chloe morrer.".

Anos depois Chloe morreu de varíola. Mas aquelas palavras que meu pai me dera

nunca se ousaram a sair. Eu temi aquilo por um tempo bom. Eu realmente não gostaria

de cometer o mesmo erro que meu pai.

Depois que meu pai morreu, nossa família foi de mal a pior. Chloe morreu. Thur

foi para uma batalha. E mesmo sabendo que ele voltaria. Ele não mandou um retorno de

que estivesse voltando, ou pelo menos que estivesse bem. Tive que me virar. Mas depois

resolvi abandonar tudo e viver como outra pessoa. Mudei meu nome para Elisabeth kalun

e viajei a Europa toda procurando por um motivo que fizesse eu me manter na linha. Não

foi fácil. Trabalhei como uma escrava durante a revolução industrial. E quando tive

dinheiro o suficiente para sumir daquele lugar. Eu sumi. E nunca mais voltei.

Testemunhei a revolução Russa, vi de perto a segunda guerra mundial aos olhos dos

húngaros. Vivi a ditadura do Brasil, o movimento punk na Rússia. A Evolução do Japão...

Mas isso não é viver, é presencia testemunhar.

Se eu fosse colocar em um papel tudo que vivi. Infelizmente só contaria a história

que tive como Elisabeth na Alemanha com um garoto incrível chamado Bartolomeu, mas

que formos apenas grandes amigos. Eu não teria coragem de morrer aquelas alturas.

Depois que peguei o vôo errado, que iria para o México, mas, foi para os EUA. No

começo eu fiz uma grande confusão no aeroporto. Mas aos poucos me convenci a ficar.

Em 2009 resolvi me aventurar como uma menina americana de dezesseis anos,

que por sinal fisicamente eu parecia como uma. E me dei o nome de Amanda Chevalier.

Nunca mânti meu sobrenome, mas sempre existe uma exceção.

Meu cabelo nunca foi alterado. Sempre fui ruiva. Eu era uma pessoa com algumas

gorduras a mais. Meus olhos eram castanhos meio esverdeados. Meu rosto era de um

branco pálido.

Fui colocada em um programa de adoção, e uma mulher me adotou

instantaneamente.

Peguei um avião e sai de Washington rumo ao interior. Em uma cidade que acho

que, era quase que invisível aos mapas. No avião fiquei em um processo de pensamentos

incoerentes. Quando finamente me dei conta de que eu teria uma família, tentei não me

imaginar muito próximos a eles. Estava eu na sala de desembarque. Acabara de pegar

minhas bagagens. Quando eles se aproximaram e eu mudei de idéia.

-Meu nome é Mary. - disse uma mulher de estatura baixa, com o cabelo loiro

esticado.

-Meu nome é Jonh. - Disse um homem alto e careca.

-Seremos uma família a partir de agora.

-Ah, prazer - falei gaguejando - Sou Amanda.

-Você é literalmente mais bonita pessoalmente do que nas fotos que me

mandaram por e-mail. - falou Mary.

Eu não era muito acostumada com elogios, então a única coisa que consegui

gaguejar foi:

-O-obrigada Mary.

Jonh educadamente se ofereceu para levar as malas e eu dei de ombros. O

caminho até a nova casa me pareceu longo. E olhe que eu não sou referência

quando se trata de tempo.

No silêncio tenso do carro, Mary conseguiu me convencer a falar um pouco.

-Fico feliz por estar literalmente segura com vocês. Eu estou muito... Grata.

-Bem Amanda, sentimos que você foi uma ótima escolha que fizemos. Nunca

ficamos tão empolgados com alguma coisa. Em especial com sua chegada. Nós nos

divertimos muito construindo seu quarto e sua suíte. Mas isso é só o começo.

-Fui até sua nova escola hoje de manhã e você não precisa ir esta semana se

quiser. - falou Jonh

Eu nunca frequentei uma escola por muito tempo. Eu fazia um semestre, e fugia.

A ideia de viver como um jovem com vida escolar não me animava muito. Mas eu prometi

que iria viver como uma pessoa comum. Então eu iria sim ir à escola.

-A escola fica muito... Longe? - não que a distância me incomode - nada em

relação ao tempo me incomodava - mas para as pessoas normais escola longe é sem

dúvida um grande problema.

-Não muito. Acho que fica a umas cinco quadras. - interrompeu Jonh com uma voz

suave.

-Amanda, você é vegetariana? Ou algo assim? Carnívora talvez? - ela riu e se

virou bruscamente para mim.

-Não, como de tudo.

-É que hoje em dia as meninas são vegetarianas para manter a forma... Isso é

muito comum por aqui. - explicou.

-Bem Hoje vamos pedir uma pizza. Quer escolher o sabor? - Perguntou Jonh.

-Gosto de Calabresa-surgeri-mas me falem os seus sabores preferido.

-Gosto de quatro queijos. - Falou Mary.

-Frango com catupiry. - Falou Jonh.

-Que tal frango?

-Me parece uma boa opção. - falou Mary.

-Concordo - confirmou Jonh.

Ao chegarmos a minha nova casa. Percebi que a simples casa era na verdade

quase que uma mansão. A casa era grande e branca. Cada cômodo tinha uma varanda

virada para o jardim da frente. A garagem se abriu à medida que nos aproximávamos. A

garagem parecia um porão abandonado de um artista medieval. Quando desci do carro

um vento absurdamente gelado entrou sobre minhas narinas e me deixou arrepiada.

-Vou lhe mostrar seu novo quarto. - disse Mary.

Entramos por uma porta onde ela nos levou para a cozinha. A cozinha era grande,

o piso xadrez preto com branco dava a sensação de tontura. O resto da cozinha, fora a

geladeira, o microondas eram vermelhos. Subimos uma escada que nos levou a um

corredor imenso cor de marfim. No final tinha uma porta branca. Ela me levou até lá e

falou:

-Este é o seu quarto. Se você quiser personalizar ele. Pode pegar as tintas no

porão... A porta também é toda sua. Mas... Só pedimos que não use tinta preta por

que... Bem, queremos cores alegres por aqui.

-Tudo bem... Vou ver o que faço por aqui. Mas de qualquer forma muito obrigado

por tudo.

Entrei no quarto todo branco. E percebi que no teto havia uma pintura retratando

uma galáxia. Era muito lindo.

-Você que pintou isso? - perguntei.

-Sim, eu achei que você iria gostar... Então passei alguns dias trabalhando nisso.

-Eu amei isso é incrível. Você é muito... - a palavra não saia da minha garganta, eu

nunca elogiei verdadeiramente alguma pessoa. - talentosa.

-Fico feliz por você ter gostado. Mas, antes de lhe deixar a sós quero que você

saiba que eu estarei aqui para tudo que você precisar. E se possível quero ter uma relação

de mãe e filha com você. Eu realmente gostaria de participar da sua vida.

-Tudo bem eu... Realmente preciso de uma relação assim. - falei.

-Vamos pedir a pizza. Quando chegar eu lhe chamo.

Ela fechou a porta e eu me sentei no chão e fiquei olhando para o teto.

A cama ficava a minha esquerda, ela era de metal, o edredom era roxo, "Meu

deus é tão esquisito ser normal".

Com cuidado retirei todas as coisas das minhas malas. Em geral roupas para calor

era o que mais tinha nelas. Preciso de casacos. Sussurrei para fora enquanto olhava

friamente para o aquecedor, que fazia um barulho chato.

"Se isso parar de funcionar durante a noite estou literalmente ferrada". Fui em

direção aos armários, o armário era embutido e branco. Nas prateleiras havia portas

retratos vazios que deveria ser pela lógica, meus.

Fiquei em pânico por um tempo. Então Quando a porta abriu minha cara

involuntariamente voltou ao normal.

-Precisa de ajuda? - Perguntou ela com uma voz doce.

-Sim eu não sei como começar a organizar o armário.

Ela entrou e pegou uma de minhas blusas sem mangas, e exclamou:

-Poxa! Você vai precisar de roupas mais quentes.

-realmente - concordei. - onde podemos comprar roupas... quentes?

-Depois da janta, podemos ir ao shopping comprar roupas e calçados de frio. Por

que esse seu All star esta pedindo ajuda. - falou Mary apontando para meu All Star

vermelho surrado.

-Boa ideia!

Ela se sentou na cama, e olhou pra mim.

-Então - tentando iniciar uma Conversa com uma pausa tensa - Você tinha amigos?

-Não, eu não costumo a ter muitos amigos. Só o Bartolomeu. Mas ele mo... -Não

consegui terminar a frase.

-Eu lamento muito Amanda... Eu sinto muito mesmo.

-Tudo bem, ele mereceu paz... - falei-me atropelamento nas palavras.

-Você tinha algum paquera? Ou algum namorado? - falou ela também atropelando

a palavra "namorado"

-Não, claro que não, e-eu não quero ter um n-namorado. - meu nervosismo me

entregou por completo.

-Eu pensava exatamente como você, quando era mais nova. Mas eu não me

contive quando conheci Jonh.

-Eu não pretendo mudar de ideia por enquanto... Namorar não está nos meus

planos de adolescente

-Ah você tem planos?

-Sim, sim.

Pensei em coisas óbvias para a lista. Algo que não seja "tentar viver pra sempre"

ou "ir procurar os restos mortais de Bartolomeu".

-Pretendo acabar o colegial e ir a faculdade de... Bem, eu vou ver as

possibilidades. , mas, também pretendo fazer um curso, ou um intercâmbio.

-Até que não me parece uma má idéia. - disse Mary.

-Você pretende se casar mais tarde? - continuo ela.

-Acho que sim. Não tenho certeza disso.

-Sabe, a juventude é sem dúvida a melhor fase da vida para se apaixonar, por que

tudo parece tão mais simples do que parece... - falou Mary com a voz um pouco alta

demais.

Fiquei calada refletindo sobre o que ela falou. Então o silêncio se quebrou.

-Chegou a Pizza gente!! - gritou a voz de Jonh.

-Então, vamos? Perguntei.

-Aham.

Formos ate a cozinha, onde a pizza estava sobre a mesa.

-A pizza tamanho família tava em promoção? - indignou Mary.

Enquanto todos encaravam a pizza. Jonh, o cara corajoso que pegou a primeira

fatia e deu uma mordida seguido por um gemido.

-Cara, essa é sem dúvida a melhor pizza do mundo inteiro. - exclamou ele.

Peguei o segundo pedaço e mordi. Balancei a cabeça concordando com o que ele

tinha dito sobre a pizza ser a melhor do mundo inteiro.

-Realmente. - concordou Mary - que pegou tão rápido o terceiro pedaço que sua

opinião foi quase que inesperada.

Eu comi mais uma fatia. Mary e Jonh continuaram até sobrar o último.

-Vou levar Amanda ao shopping... Ela não trouxe roupas de frio. - Falou Mary

saindo da cozinha com o que pareceu ser o último pedaço de pizza.

-Divirtam-se - Falou Jonh.

Sairmos pela porta dos fundos, ela pegou a chave do carro de e deu uma

chacoalhada nelas com o sorriso malicioso.

Entramos no carro. E então ela olhou pra mim com um sorriso torto.

-Você tem o estilo meio gótico? Ou se considera uma patricinha no quesito roupas

para garotas de dezesseis anos? Fale-me uma cor que você acha que combine, para

sermos rápidas.

-Ham, você me pegou de surpresa. O que acha de cores mais quentes, cores

alegres? - sugeri.

-Bem - disse ela dando ré no carro. - Acho que pelas suas características cores frias

cairia muito bem.

-Se você acha. Não sou muito boa com roupas que combine comigo. - dei de

ombros.

-Bem, eu pensei que seria mais difícil me aproximar de você - falou ela.

-Mas para um primeiro dia, até que eu to me divertindo. - Continuou olhando

para mim, terminando por completo a pizza.

-Preciso admitir que eu me sinta bem melhor hoje, do que me sentia ontem. -

afirmei o que era verdade. Acho que ninguém nunca pareceu se importar com minhas

roupas. Ou se as cores estavam certas de acordo com minhas características.

-Eu vi que você trouxe livros em sua mala. Você gosta de ler?

-Ah sim, gostava. Eu no momento gosto mais de escrever. - soltei uma mentira de

leve.

-Você se parece muito comigo. Mas eu gostava de escrever músicas para Jonh.

Depois que percebi que meu maior dom é de pintar, passei a pintar tudo o que tive a

oportunidade.

II – Minha nova família

Chegamos ao shopping mais rápido. Saímos do carro e ficamos olhando para uma

Ferrari vermelha que estava parado à nossa frente.

-Concordo, esse carro é sem dúvida um ótimo carro.

-Concordo, ele é um carro bacana pra ir pra a faculdade.

-A faculdade se não for desfile de moda, é desfile de carro. - riu ela.

-Jonh tinha uma picape azul. - disse ela. - Não era o melhor carro, mas foi o que

durou por três semestres sem nenhum arranhão.

-Na minha antiga escola - menti- os veteranos tinham carros e era sem dúvida uma

competição de quem dava mais carona pra as meninas do segundo ano. Elas era muito...

-Bonitas? - interrompeu Mary.

-Digamos que muito competidas pelos garotos do time de basquete.

-Ao lado da nossa casa mora uma menina chamada Kristen que é uma líder de

torcida muito competida. Quase todos os dias vem jogadores do time de basquete na

casa dela.

-Vou adivinhar: Ela ingeri muita bebida alcoólica, certo? - palpitei. Sem perceber

que já estávamos dentro do shopping.

-Não só bebe, mas também. Ela usa drogas e fuma quase que diariamente.

-Meus planos são de não fumar, beber e usar drogas pelo menos até os vinte e um

anos.

Em 1984, na união soviética. Durante o "colegial" fui convidado a participar de

uma festa, e eu fui. Chegando lá quase todos do colégio estavam lá. Menos claro, os nerd,

que estavam estudando para a prova do próximo semestre. Na festa tinha bebida

alcoólica mais do que próprio copo para beber. Eu confesso que bebi vodka. Mas para

piorar, um cara chegou com um pó. E jogou em todos os copos. O pó era uma droga.

Uma baita de uma droga. Eu fiquei alucinada. E olhe que bebi apenas um gole. Todo

mundo passou mal. No dia seguinte ousaram a ir a escola. Eu também, chegando lá,

algumas pessoas em estado crítico no chão do estaciaonamento. A diretora ficou

sabendo, e então fizeram um teste de embriaguez. Quase noventa por cento do segundo

ano e do terceiro estava visível bêbados. A diretora conseguiu a lista de todos os que

estavam presentes na festa. Inclusive eu, que na época me chamava Raissa. A diretora

fez uma palestra disso, depois sobre overdose, passou uma fita cassete sobre acidentes

automobilístico com álcool no volante e colocou todos de detenção por três meses.

Fui à detenção nos dois primeiros dias, mas, em seguida eu fugi, e nunca mais

voltei para escola. Ouve boatos de que não só eu, como a maioria fugiu da detenção

antes da primeira semana.

-Então esta loja é sem dúvida a melhor do mundo inteiro. - falou Mary me

trazendo de volta à realidade.

Na vitrine vi um casaco vermelho picante que eu literalmente me apaixonei. E sim,

eu sou fanática pela cor vermelha.

-Esse casaco.. - falei no tom de apaixonada, quando fui puxada para dentro da

loja.

-Queria dar uma olhada na nova coleção de inverno, por favor! - interrompeu

Mary. Neste momento meus pensamentos foram bloqueados, e eu me foquei nas roupas

ao meu lado.

-Bem você chegou na hora certa. - disse a vendedora expondo os casacos sobre a

bancada.

-Olhe Amanda esse moletom!!

Eu estava passando o dedo pelas roupas da arara de promoções. Mas me virei

quando vi a empolgação de Mary.

O moletom era azul, com uma aparência de velho e bem cuidado.

-Até que eu gostei Mary. Mas aquele da vitrine - apontei- é mais bonito

-Amanda, como se a gente fosse levar só um. Ah por favor, né filha. Vamos

aproveitar essa oportunidade e renovar seu look do inverno.

A palavra filha me fez lembrar de minha mãe. Ela era minha mãe agora, e eu

estava grata. Mas Lily me deixava com saudades.

- Posso experimentar?

-Claro que sim - disse a vendedora - o provador é á direita.

-Fui até lá. Onde Tinha uma porta verde, com o espelho no fundo da pequena

dispensa.

Tirei a camiseta e coloquei o primeiro moletom, o azul. A ideia de que cores frias

combinaria comigo realmente era verdade. A cor azul destacou meu cabelo laranja.

Minhas pernas são grossas, então o casaco deveria ser um pouco grande, que é o ideal.

Ela me deixou com a sensação de menina que come chocolate escondido por pelo menos

duas horas.

Eu não me importava com meu corpo. Então se a cor ficou legal, eu iria levar.

-Ficou legal - falei saindo do provador - vou levar.

Mary me entregou o moletom vermelho, e um verde cor de musgo.

-Dê uma olhada neles... - só pra garantir que você realmente irá usá-los.

Refiz o caminho até o provador, e experimentei-os. Confesso que o vermelho não

ficou tão bom quanto eu penava. Mas, eu concordei em leva do que morrer de frio. O

verde ficou o melhor de todos.

Literalmente ele foi feito para mim. O que era novidade por que as coisas não

costumavam me agradar por completo.

-O vermelho não combinou comigo.. - falei chateada.

-Tudo bem, então... Vamos Levar os dois. - falou Mary colocando o cartão de

crédito sobre a mesa.

Ela passou o cartão, nos deu duas sacolas com um moletom em cada uma.

Saímos da loja. E Mary me levou a uma loja de sapatos.

Chegando lá fui na fileira do número que eu calçada. Vi uns sapatos lindos.

Apaixonei-me por um roxo com o cadarço preto. E outro cinza com o cadarço verde

escuro.

-Se eu fosse jovem nos dias de hoje eu seria apaixonada por sapatos. - comentou

Mary.

-Eu sou apaixonada pelo meu sapato. - falei resmungando - mas eu topo tentar

gostar de outro.

-Até por que este sapato não vai ter condição de sobreviver até o fim do inverno.

-O comprei a dois anos. Até que ele durou bastante...

-Realmente. Mas esse roxo ficou legal, deu vida a sua... perna.

-Você realmente entende de moda e de combinações.... O que seria de mim sem

você?! - falei empolgada.

-Não é que eu seja expert em moda. Mas é que você tem uma beleza especial que

precisa sobressair em suas roupas.

-Acho que vou levar o cinza. - falei desamarrado ele.

Bem se você quiser procurar alguma calça jeans para ir à escola...

-Adoraria uma que me deixasse mais magra...

-Você não usa a moda pra te deixar como você não é você usa a moda pra expor

quem você realmente é. - explicou Mary.

-Então, você quer que eu compre uma calça jeans que exponha o que eu sou?

-Exatamente, se eu fosse usar o que eu queria ser, eu usaria uma roupa de

adolescente que acha que pode tudo.

-Você é Hilária.

-Nossa.. Ninguém nunca, na verdade nenhuma adolescente me falou isso. - O-

obrigada.

-Então, conhece alguma loja de calças?

-Perguntar se eu conheço loja de roupa. E como pergunta para uma criança se ela

conhece a loja de brinquedos.

Ela pagou o sapato.

E saímos pelo shopping, ela me levou até o último andar. E ao fundo do pátio

tinha uma loja de marca anunciando promoção.

-Minha primeira calça jeans que comprei com meu suor foi nesta loja...

-Poxa que legal! - exclamei.

-Eu não me imagino trabalhando por enquanto.

Em 1880, na Alemanha tive que trabalhar como uma escrava durante a revolução

industrial. Eu trabalhava sem parar, sem hora pra comer, e sem hora fixa de saída. Foi

uma tortura. Na esteira que eu trabalhava, trabalhava o Bartolomeu, o menino em que

passei um bom tempo. O tempo voava quando estávamos juntos. Eu não perdia meu

tempo, mas ele perdia o dele e eu retribuía. Por mais que trabalhar fosse ruim sempre

dávamos um jeito de se divertir. Ele tinha vinte e um anos de idade. Ele tinha o cabelo

preto e liso partido ao meio. Ele não era tão pálido, tinha um bronzeado em suas

bochechas. Um belo dia resolvemos juntar um dinheiro e viver por lá. Juntamos durante

um ano. Na noite em que partimos houve uma tempestade, e nos abrigamos em baixo de

uma árvore. Passamos uma semana vivendo como primatas em um bosque. Confesso que

foi muito divertido. Ele gostava de mim, mas eu ficava com medo. Meu pai tinha morrido

nove anos antes. E as palavras ainda circulavam na minha cabeça livremente.

Mas, ele acabou pegando tifo, por conta da nossa falta de consciência sobre

ratos. E ele acabou ficando com uma febre alta e delirando sobre meus braços. O

hospital mais perto era a três dias. Eu fiz a pior decisão da minha vida, contar meu

segredo para ele, enquanto esperava ele finalmente morrer. As coisas que ele gritava me

partia o coração.

"Elisabeth eu vou viver", "por que você está dançando desse jeito?", "cuide dos

meus filhos como se fosse de minha mãe", "Elisabeth por que você me odeia!?!", "não

entendo por que aquelas pessoas estão me olhando". Coitado, tava tão fora de si que de

imediato senti falta do Bartolomeu engraçado que havia conhecido.

Eu sussurrava nos seus ouvidos quase surdos: "isso já vai passa Bartolomeu, e-eu

sinto muito mesmo". Mas ele não parecia me entender.

Depois de três dias em delírio. Eu já pensando em leva-o ao hospital. Ele se virou

e dormiu por um tempo que ele mais que mereceu.

Eu enterrei perto de nossa árvore. Passamos três meses juntos na floresta. E

muitos anos trabalhando. E foi incrível. Coloquei na árvore uma marca. Eu nunca voltei

para visitá-lo. No começo achei que as única coisa que fiz por ele foram: Tirar-lo do

trabalho. E partir seu coração. Mas eu fui fiel até o fim. Uma coisa que nem sua mãe foi

com ele.

Eu passei exatos dez anos de luto. Todos os dias acordava chorando depois de

sonhar com Bartolomeu vivo ao meu lado. Não era choro de dor, era de saudades e de

amargos arrependimentos.

-Então você pode experimentar esta calça jeans aqui! - falou Mary me trazendo

de volta à realidade novamente.

-Ah, tudo bem... - falei gaguejando enquanto pegava a calça jeans e me dirigia até

o provador, que era óbvio. Já que estava com uma placa luminosa.

Provei e quando vi como ficou lembrei do que Mary falou sobre "ser eu mesma".

Engoli em seco e sai do provador vestindo a calça.

Mary me olhou dos pés à cabeça e colocou a mão no queixo e fez um olhar de

reprovação.

-Este modelo não é ideal para você... - falou ela.

E eu dei de ombros.

-Acho que este serve - falou a vendedora com outra calça jeans na mão.

A calça jeans era quase roxa de um jeans meio escuro. A cor era legal.

Fui de novo experimentar.

A calça deu um trabalho para entrar em mim. Mas admito que a calça marcou

Muito minha realidade.

-Me traga um número maior - gritei com uma voz alta que não parecia ser

realmente minha.

-Maior? - gritou Mary.

-Sim, sim!!

Antes que completasse dez segundos da minha resposta aparece uma vendedora

com uma numeração maior e mais ideal para minhas pernas.

Provei e ela ficou de um perfeito tamanho de largura, mas o comprimento... Nem

precisava de meias melhor falando.

Se você não tiver problemas em cortar em baixo, acho que está bom.

-Ah então vamos provar outras.

Provei muitas calças, desfilei pelo corredor da loja enquanto Mary me julgava. Até

que provei uma que rolou aplausos quando eu apareci.

-É exatamente isso que eu estava pensando desde o início!!

-Mary você realmente deveria ser consultora de moda.

-Obrigada Amanda. Mas é melhor irmos logo. Já é quase dez horas.

-Tudo bem - falei. - meu estômago nessa hora travou. Eu iria ficar nervosa e

ansiosa que poderia ter insônia e um ataque de estômago durante a madrugada.

Vesti as roupas e formos para a carro. O céu estava escuro e o estacionamento do

shopping estava vazio.

-Cara. - falei com Mary enquanto ela apertava o cinto. - Eu nunca gostei tanto de ir

ao shopping para comprar roupas. - Isso foi incrivelmente fantástico...

-Eu também nunca me divertir tanto palpitando! - exclamou ela rindo.

-Posso te chamar de Mãe? - Você realmente parece como uma, pelo menos pra

mim.

-Sim claro! Eu pensei que você não chegaria a esse ponto. Mas, já que você

chegou, posso te chamar de filha? - a olhou pra mim com um sorriso gigante.

-Claro, aliás eu não sou realmente sua filha? - ri.

-Você é literalmente incrível.

-O-obrigada Mãe... - sorri.

-Bem se você quiser ir para a escola amanhã eu peço para a Jennifer ou a Grathi

lhe levar.. Ela será da sua turma...

-Bem eu não sou muito fã de acordar cedo - tentei inventar motivos para só ir

semana que vem.

-Tudo bem. Mas amanhã eu vou trabalhar... Importa-se em ficar sozinha por algumas

horas?

-Não eu até gostaria de um tempo para mim.

-Se quiser conhecer Grathi, vai na casa da frente. É uma laranja com o jardim cheio

de mudas.

-Não me diga que ela tem um jardim!

-Sim, Ela é do tipo vegetariana que ama as plantas. Então não banque a boa amiga

levando uma pizza de frango pra ela.

Rimos por um tempo. Em toda minha vida eu nunca conheci uma mulher bonita e

legal ao mesmo tempo.

- Jonh passou muito tempo imaginando você conosco. -Falou Mary com o tom de

voz de um médio volume. Ele sempre quis uma filha.

-Eu sempre quis um pai - que não morresse teimando que tinha errado em decidir

se casar, pensei então sorri.

-Quando seu vôo apareceu, Jonh não tirou o sorriso da cara.

Imagino que para ele as coisas acontecem bem rápidas, e que as emoções ainda

corria pelo seu corpo. E que devido a isso, e a sua limitações pessoal. Conclui que Mary

era apenas uma fase. E que eu deveria, e também queria, ser mais próximo de Jonh.

-Ele se importaria se eu o chamasse de pai? - pensei, refleti e perguntei.

Mary me respondeu com um aceno com a cabeça e continuou.

-No começo ele vai travar. Mas depois ele vai retribuir. Só é ter paciência...

Chegamos em casa. Fui em direção ao meu quarto. Mas antes avistei Jonh estava

na varanda da casa. Olhando o horizonte. Dei uma batida na porta de vidro ele me olhou

automaticamente e eu acenei.

- Boa noite! Pai. -dei um sorriso de criança feliz.

Pela sua expressão ele congelou mas processou rápido.

-Boa noite filha! Durma com os anjos. - falou orgulhoso, como se

Ele sempre quisesse dar boa noite para alguém que não fosse Mary.

Enquanto tentava dormir os pensamentos rondavam soltos. E a única coisa que

me manteria segura aquelas alturas era que eu estava amando aquela família.

X6y

III –Tentar parecer normal.

Acordei no dia seguinte com o estômago revirando devido ao meu pesadelo ao

lado de Bartolomeu, que era muito frequente.

Ele estava quase morrendo e ainda insistia de que eu Iria esquecê-lo um dia. "Você

vai achar alguém igual a mim, e vai prometer que eu só fui um capítulo da sua história"

falava ele com raiva e meus olhos cheio de lágrimas que tentava provar ao contrário. Se

aquilo realmente tivesse acontecido, e eu pudesse voltar ao passado. Eu mostraria a

Bartolomeu que mesmo 130 anos depois. Eu estava viva e ainda sonhando com sua cara e

acordando com tantas saudades que meu peito doía.

Fui direto até a minha suíte. Ajoelhei-me na privada e fiquei pensando em motivos

para não vomitar.

Primeiro :Se eu fizer isso ele não vai voltar.

Segundo : Mary e Jonh ficariam preocupados.

Terceiro :Mesmo que ele tivesse vivo. Nada teria acontecido com a gente.

Eu me levantei e fui até a pia. Eu acordei perfeitamente descansada. Apesar de

parecer que o sonho tinha atrapalhado minha noite. Eu estava errada.

Avistei o reflexo do espelho. Uma carta em cima da minha cama.

Vi que era de Mary ao me aproximar

"Amanda, tive que trabalhar o dia inteiro. Você dorme igual uma pedra tentei te

acordar e nada. Se você quiser tomar café tem cereal na gaveta de baixo, algumas

frutas, (você pode fazer um suco) , tem ovos, e algumas panquecas prontas. Quero

que você passe o dia bem, sentirei saudades de você, até às 18h"

Dei um sorriso. Eu desci para a cozinha e avistei Jonh sentado no sofá.

-Bom dia Pai!

-Ah, bom dia filha. Preciso ir trabalhar. Só fiquei aqui para garantir que estava

bem. Até às 17h. -disse e me levando uma bolsa e indo até a garagem.

Fritei uns ovos. E comi. Pensei no que eu faria durante o dia.

Acho que vou passear pela vizinhança. Vou tentar agir como uma pessoa normal.

Preparando-me para a escola.

Ser normal não era muito difícil. E agora como Amanda eu tinha que tentar

realmente parecer normal. Pensei em fazer uma amiga. Mesmo que não iremos poder

compartilhar alguns segredos como minha imortalidade ,mas, iria ser legal.

Sai de casa. E na casa da frente avistei uma menina em baixo de uma árvore. Ela

olhava pra mim como se eu fosse uma criança pulando e saltitando em sua direção.

-Oi - Falou ela em uma distância confortável - Você é nova por aqui?

-Sim, sou Amanda prazer - estendi minha mão e ela segurou e se apoiou nela para

se levantar.

-Prazer Amanda, sou Graciele. - Então você tem quantos anos?

-Dezesseis anos. E você? - eu não queria assustada com a verdade :prazer tenho

quase 200 anos.

-Dezessete. - Amanda você é a nova filha da Mary e do John?

-Sim. Sim.

-Meus pais e eles são grandes amigos. Eles falaram da sua chegada desde que

souberam de você. - ela sorriu e então olhou para o meu cabelo com uma pausa. Então

continuou:

-Gostei do cabelo. - disse ela pegando uma mecha. - é seu mesmo?

-Sim, claro - falei com vergonha. Por que sempre me perguntavam se era original?

Só por que ele era laranja liso e com uns cachos delicado nas pontas?

-Também gostei do seu cabelo. - ele era liso e castanho. Até o ombro. Nada de

diferente-

Ela era magra e da minha altura. Ou seja ela era um tamanho bom para ser

adolescente.

-Você vai para a escola hoje?

-Pensei que a aula fosse de manhã. - Gaguejei.

-Não. Começa às 14h. Se você for posso lhe apresentar a escola os professores.

Talvez peguemos à mesma turma.

-Que ano você vai fazer? - Perguntou ela.

-Eu acho que é segundo.

-Eu também sou segundo. Bem, repeti ano passado.

-Lamento - disse.

-Sabe como é não é? Gostar de alguém e repetir só pra passar mais tempo com

ele.

-Sim balancei a cabeça. - mas ao invés de repetir séries, queria repetir turnos de

trabalho quase escravo perto de Bartolomeu.

Ela se sentou de volta a arvore. E eu sentei ao seu lado.

Será que pareço uma louca? Uma antecipada? Minha cabeça era motiva às

perguntas naquele instante.

-Você tem um apelido que goste? - perguntou ela.

-Não.. E você?

-Grathi. Pode me chamar assim se quiser, este não é um apelido só para intimos,

sabe?

-Sim. Sei.

Bartomoleu odiava o Nome dele, então eu o chamada de "Bart" . Ele também

odiava meu nome. Sim ele odiava tudo, menos a mim. Ele me chamava carinhosamente

de Betha, e Se alguém me chamasse assim ele ficava roxo de ciúmes.

-Quer ir lá em casa? -perguntou Grathi.

-Ah tudo bem. - topei na hora.

Passamos pelo jardim. Ela me apresentou algumas flores como rosa, Jasmim...

Entramos na casa dela. A Mãe dela que estava cozinhando ficou de boquiaberta

com a visita:

-Olá fofa- sorriu ela- pelo seu cabelo acho eu que seja filha da Mary, acertei?

-Sim - falei - a Mary deveria ter se empolgado tanto?

-Seja bem vinda - ela admitiu - Espero que goste da minha filha como amiga - disse

ela apontando a colher de pau para a Grathi. Que ficou rosa.

-Sim, ela é legal - falei olhando pra ela e rindo. - ela me fez um sinal para subirmos.

Quando chegamos ao seu quarto. Ela tinha uma biblioteca dentro da casa. Nas

paredes tinha post-it. Com muitas, mas muitas frases de amor.

- V-você ta afim de algum menino? - perguntei assustada. Mas isso era normal.

-Deu pra perceber não é? - falou ela passando os dedos pelos post-it.

-Aham. Nenhuma pessoa normal faria o uso de tantas palavras do que uma pessoa

realmente apaixonada - Ri. E ela me olhou então mordeu os lábios.

-Você tem razão, as pessoas só param para escrever quando estão amando - disse

ela.

-É da nossa classe o garoto? - Perguntei.

-Se você for hoje, vou mostrar. Mas não ria, ele não é tão bonito.

-Qual é, você não pode ter um péssimo gosto. - assenti.

-Mas eu tenho, e este é o problema.

-Ele sabe disso? - perguntei.

-Sim. - disse ela sentando na cama olhando para o chão.

Ta eu vivi 150 anos, e sempre vi pessoas que morreram sem se declarar.. Mas

aqueles post-it me dava a ideia de que ele sabia disso, mas ignorava-a por um motivo

simples: Orgulho.

Eu tinha acabado de abrir alguma ferida nela! E agora o que eu faço? - fiquei

pensando por um tempo.

-Você realmente tem muitos livros - falei passando os dedos nas prateleira - você

já leu todos?

-Eu ganho estes livros da minha mãe. Mas eu não gosto muito de ler. Eu já sou uma

azarenta com amor. E Ler perfeições de romances me deixa pior. Sabe como é... Finais

felizes. - bufou ela.

Eu gostaria de ter um final feliz. Mas eu só poderia ser feliz, por que meu final era

eu me apaixonar e morrer.

-Por que não cria um Romance que acaba mal? Só pra se sentir melhor.

-Até que não é uma má ideia Amanda. Você me ajudaria? - perguntou ela animada

se virando bruscamente para mim de novo.

-Sim, claro.

-Alguma experiência que queira escrever? - riu ela, e eu sabia exatamente do que

se tratava. Eu não tinha nascido ontem.

Sim coloca ai - pensei - eu gostava de um menino Chamado Bart, Mas ele morreu

delirando nos meus braços de tifo. E eu tive que o ver morrendo enquanto ele achava que

estava bem.

Pausei e encarei os livros por um longo tempo.

-Amanda você está bem? - puxou Grathi para sua direção e ela viu minha

expressão.

-Ele morreu. - falei com uma lagrima escorrendo. Virei à cabeça e suspirei.

-Nossa Amanda isso é horrível - lamento.

-Tudo bem ele.. Ta em paz agora.

-Qual o nome dele ? - Perguntou ela.

-Bartomoleu, Bart melhor. - falei enxugando as lagrimas.

Ela pesou imediatamente um post-it e escreveu na mesa.

Entregou-me um papel laranja com a caneta de tinta preta.

"Ele partiu, mas para o seu bem. Ele foi tão importante que deixou seu rosto no seu

coração, e seu sorriso em sua mente para você não esquecer de nada , nem do pequeno

detalhe de sua história"

- Isso é muito lindo - falei segurando o papel.

-Espero que se sinta melhor.. Eu sinto muito, muito mesmo.

-Ah quer saber, é passado - Foi no século XIX , pensei.

-Acho que vou a escola hoje, me empolguei - falei com ela.

-Se importa de uma companhia ? - perguntou ela meia vermelha.

-Não, eu até gostaria- Falei com ela e logo abaixei a cabeça

-Acho que seremos grandes amigas - Falou ela estendendo as mãos.

Eu apertei e falamos juntas

"Grandes amigas"

Ta, no começo pareceu estranho eu ter uma amiga apaixonada. Mas eu até que

não achei uma má ideia. Ela não tinha culpa de escolher se apaixonar, na verdade mesmo

que ela tivesse. Ela não teria uma conseqüência forte. E Ela parecia precisar de uma

amiga. E eu também, Amanda Chevalier. Para a primeira tentativa de fazer uma amiga de

verdade foi até boa. Eu pensei que passaria vergonha ou algo do tipo. Mas, eu, fui tão ...

Normal.

Olhei no relógio e vi que era quase 12h.

Tenho que me arrumar para ir a escola. Vejo-te ás 14h?

-Sim ! - falou ela com um sorriso.- até mais - acenou.

Desci as escadas e falei com a mãe de Grathi.

-Tchau er... - não sabia seu nome, então ela olhou pra mim e respondeu:

-Katy. - com um sorriso.

-Tchau Katy. - continuei.

Sai pela porta e vi o carro da Mary acabando de chegar.

-Amanda - gritou ela quando saia do carro.

-Sim? -gritei respondendo.

-Gostou da Graciele ? - perguntou ela se dirigindo a mim.

-Gostei, ela é minha nova amiga.

-Espero que sim - disse ela.

-Quer ir a escola? - perguntou.

-Quero.

Ta era estranho. Eu não queria ir pra a escola. Agora eu queria. Pareci uma criança.

Mas eu gostava.

-Sua bolsa está no Armário da Sala - explicou ela- compramos uns cadernos e umas

canetas...

Entramos pela porta da frente, e eu fui direto para o Armário.

Quando eu abri tinha uma Bolsa xadrez roxa com preta.

-Mãe esta bolsa é linda. - foi você que comprou? - perguntei já sabendo que sim,

ela tinha comprado.

-Não - falou ela e meu pensamento se estourou - Foi Jonh.

-Cara ele sabe mesmo como agradar uma garota - Falei sem esconder meu sorriso.

-Não discordo - Ela falou, então abriu na geladeira um almoço e esquentou.

-Olhe vê se não se mete em confusão. - como minha filha te peço que não seja

como eu.

-Todo o dia eu arrumava confusão na escola. - Berrou ela.

Eu nunca convivi mesmo com alguma turma, e eu era uma pessoa quieta, então

não arrumava confusão. Mas Mary tinha uma cara de menina que adorava uma Briga.

Então senta aqui e vem almoçar comigo Filha. - Falou ela em uma voz doce.

Sentei ao lado dela, e comi devagar. Enquanto olhava o caderno e preenchi meu

nome e minhas informações.

"Caramba que dia eu nasci?" Eu esqueci completamente. Eu esqueci o dia que eu

haveria dito, só o ano 1993.

-Seu sobrenome é lindo! - exclamou Mary. - ele é francês não é?

-Sim, eu amo esse nome. - exclamei mas Tara Tufte ainda era bem melhor.

-Você tinha outro sobrenome ? - perguntou ela e eu fui sincera.

-Sim - balancei a cabeça - Tufte.

-Você além de linda tem nomes lindos - exclamou ela novamente - esse nome é

tão... Raro?!?

-Raro ? Vai me dizer que já viu alguém com o sobrenome Tufte - um nome que já

não era comum em 1860.

-Nunca vi - admitiu.

-Por que preferiu Chevalier? - Em geral tufte era o meu código de imortal. Hoje em

dia, em pleno século XXI era desconhecido. E Chevalier era um nome. Moderno.

-Por que eu gosto de nomes franceses - ri descontroladamente e nervosa.

-Amanda Chevalier Tufte? - a decifrou.

-Amanda Tufte Chevalier - mentira, era Tara , pensei.

-O meu é Mary Scott, e o de seu pai é John Jackes Scott.

Jackes era o nome do meu pai.

- O que acha do nome Tara? - perguntei com um nó na garganta . Era meu nome

verdadeiro.

-Nome de menina Briguenta, que faz bullying. - Riu ela.

-HAHA - pensei que esta descrição estava fora de cogitação, eu jamais iria brigar

com alguém, mesmo se eu hoje me chamasse Tara.

-Como sua antiga mãe se chamava? - perguntou ela muito curiosa.

-Lily Chevalier - apesar de minha mãe ter morrido há 145 anos. Eu não ligava

muito, ela me deixava com saudades. Mas, ela fez o melhor que pode.

-Lindo nome. Era o nome do meu... - ela parou e olhou para o horizonte

procurando forças para falar. - bebê. - cuspiu ela.

-Você tinha um bebê? - perguntei.

-Tinha, infelizmente ela morreu. A Lily. Mas já faz muito tempo, eu ainda era

adolescente, namorava com Jonh.

-O que aconteceu ? - perguntei curiosa. Mas sabendo que não poderia entrar

muito em detalhe.

-Ela morreu dentro de mim. E Depois eu fiquei estéril.

-Lamento muito mãe eu... Lamento de verdade. - falei com verdade.

-Tudo bem. Superamos tudo. Mas isso foi importante por que, bem, você está aqui

conosco e você realmente nos faz ter certeza de que está tudo bem.

Eu abri um sorriso sem graça, e ela continuou:

- Nossa filha era meia ruiva, igual a você - Falou ela sorrindo em meio das lagrimas.

- Por isso que você é especial, você nós a lembra.

-Mas fique tranqüilo, isso aconteceu em 1993. - sorriu ela.

Cara ela era tão velha assim? - pensei e fiz uma careta.

-Tenho 35 anos Amanda. - ela riu.

-Ah sim. - ri também.

-E John?

-Também. - ela riu então se encostou na cadeira.

-A Conversa está ficando ótima, mas você precisa se arrumar. E Eu preciso voltar

ao trabalho.

Levantei-me e fui em direção a Mary. Ela era um pouco baixa. Da minha altura.

Então eu dei um abraço muito forte e beijei sua testa.

-Até mais tarde - falei subindo as escadas.

-Boa Aula Amanda ! Divirta-se.

-Obrigado e com Trabalho - Gritei já no fim da escada.

Tomei um banho bem relaxante. Vesti o moletom Azul, a calça jeans, o Sapato que

havia comprado ontem. Enchi-me de perfume, e coloquei um pouco de maquiagem.

Parti meu cabelo ao meio no topo da cabeça, e coloquei algumas madeixas atrás

da orelha e na frente do ombro. Sem querer me gabar mas, a cor do meu cabelo era de

chamar a atenção.

Peguei minha identidade na Mala e vi: Nasci no dia 26 de março de 1993.

Eu a olhei, e coloquei no bolso, tentando ignorar minha cara esquisita. Desci as

escadas peguei a bolsa e sai correndo para a garagem. Sai de casa e vi Grathi parada na

mesma árvore de hoje de manhã.

Acenei e ela acenou de volta. Atravessei a rua e parei em sua frente.

IV – De Volta à escola.

-Vamos a pé? - perguntei e ela balançou a cabeça: "Sim"

Começamos a andar e ela se virou para mim e começou a conversa.

- Eu sei que ser novata é ruim, mas por favor não cometa confusão o diretor não

gira muito bem.

-Vou tentar - não seria muito difícil.

Demorou uns quinze minutos para chegarmos. Na hora que vi minhas pernas

ficaram moles. Meu deus eu de novo no ambiente escolar.

Formos na recepção e um grupo de meninos me olhavam. Fiquei morta de

vergonha. Aos poucos a sensação de estudante voltava dentro de mim.

- Sou nova aqui - falei com a recepcionista e ela abriu um sorriso falso.

-Amanda Chevalier? - perguntou ela com o óculos um pouco abaixo dos olhos.

-Sim - sorri e ela me entregou o horário.

-Boa aula - falou ela enquanto eu ouvi uma movimentação no corredor.

-Hoje você tem crédito de chegar atrasada- falou a recepcionista. - mas só hoje.

Fiz que sim com a cabeça, e a Grathi que estava sentada tomou o horário da minha

mão.

-Só Temos duas aulas juntas. -Suspirou ela

- De seis só duas. Você vai passar quatro aulas sozinhas. Começando com essa.

-Que aula é agora? Perguntei.

-Matemática.

-Droga - bufei.

-Vamos eu te levo para a sala - falou ela abrindo a porta de vidro.

Andamos por um longo corredor de armários. No final do turno eu iria descobrir

qual seria o meu.

-Ela me levou para uma sala que de muitos metros de distância se ouvia a

algazarra.

-Então esta é a Sala. O Professor é o Dany.

-Obrigada Grathi. Nós nos abraçamos.

-Boa sorte.E vê se pede ajuda pra alguém depois desta aula te levar até a sala de

Biologia.

Entrei na sala com a maior naturalidade, eu já tinha feito isso a muito tempo. Mas

não por um ano inteiro. Avistei um lugar vazio no meio da sala. E eu sentei.

Na minha frente tinha um menino loiro do cabelo pra cima que estava sentado na

mesa, e não na cadeira. Ele se virou e ficou me encarando. Eu já não era tão veterana

assim. Ele com certeza era aquele menino que era louco por esporte.

Fiquei olhando pra ele mordendo os dentes e arqueando as sobrancelhas. Ele ficou

sem jeito e se sentou. Quando em seguida o professor entrou na sala e fechou a porta.

-Boa tarde classe- falou um professor alto com uma camisa xadrez e uma calça

jeans. Ele era branco, e tinha o cabelo preto curto. A sua voz era um pouco rouca.

-Boa tarde- repetiu metade da turma. - eu fiquei quieta olhando para os lados.

- Vi que temos uma aluna nova por aqui - falou ele com um sorriso, enquanto toda

a sala se virava para mim.

-Venha para cá jovem, e se Apresente. - acenou ele. E eu me levantei e fiquei na

frente da classe inteira. A Classe tinha sem dúvida uns 35 alunos.

-Gente - falei - Meu nome é Amanda Chevalier e eu tenho dezesseis anos. - bufei -

eu acabei de me mudar para cá... Mas eu não vim de muito longe.

-Alguém tem alguma pergunta para fazer a Amanda? - exclamou o professor.

Dez meninos levantaram a mão.

-Que não seja para pergunta se ela é virgem, ou se ela tem namorado. Por favor ! -

ele falou com a voz mais alta. Mas ainda sim aparentemente rouca.

A Sala deu uma gargalhada, e eu também.

Apenas um continuou com a mão levantada, o menino que estava na minha frente.

-Lucca, pergunte. - Ordenou o professor.

-Amanda - falou ele - seu cabelo é realmente assim... - pausou ele - laranja?

Todos me olharam para prestar atenção e questionar a pergunta.

-Sim - respondi tocando nele - é sim.

-Ah, é tão difícil por aqui essa cor, mas seu cabelo é lindo - disse ele com um

sorriso torto pra mim.

A Sala toda ficou "woonwt" e o professor ficou rindo.

-O-obrigada - gaguejei. - Ta a ultima vez que eu recebi um elogio de um garoto foi

quando estava na festa de 1980. “Quando um garoto com o cabelo branco e os olhos

cinza, estava bêbado, e chegou perto de mim “gritando “ você é linda, muito linda, me

beija”.

Eu dei um tapa na cara dele e sai da mesa que ele estava.

Então voltei à realidade.

Sentei-me na cadeira. E o professor olhou meu nome na caderneta e perguntou:

-Amanda você tem um lindo sobrenome. Como você conseguiu? Seus pais são de

outro país?

-Chevalier é um nome francês - continuei - Minha mãe me deu ele. - sorri.

-Lindo nome - se virou Lucca e sussurrou.

-Obrigado - falei e sorri de leve.

E ele continuou a aula.

A Aula passou rápido.

Quando acabou eu juntei meu caderno e olhei a próxima aula: Biologia.

-Que diabos fica a sala de Biologia? Sussurrei para mim mesmo.

-O Garoto da minha frente tomou rudemente meu horário e falou.

-Droga, a Minha é Inglês. - mas, eu lhe levo para a sala. - insistiu ele.

-Eu só não neguei por que eu precisava ir.

No caminho eu estava dura, Meu deus mal começou o dia e eu já tinha arranjado

um problema!

Ele me levou até a sala de biologia e eu olhei para seus olhos verdes.

-Obrigado Lucca. - sorri.

-Por nada Amanda. Chame-me de Luc. E até a próxima aula de matemática. - disse

ele escorando na parede com o cotovelo na parede. Tentando, achando eu, me

impressionar.

Entrei na sala, e a Sala estava praticamente vazia.

Sentei mais ou menos no mesmo lugar que tinha sentado na aula de matemática.

A Sala tinha vários cartazes, e toda decorada.

Aos poucos foram entrando as pessoas. Todas me olhavam, claro. Mas eu não

ligava, minha atenção ficou toda no mural da classe.

Á minha frente sentou uma menina do cabelo preto, junto com outras duas loiras.

Uma com o cabelo bem cacheado, mal humorada, e pelo jeito bem mais velha e

gótica.

A Outra com o cabelo liso, ela usava uma tiara Dourada. Ela parecia ser tímida.

E a da que estava sentada na minha frente era bem morena, tinha o cabelo preto

ondulado. Parecia uma índia.

A Professora entrou na sala em seguida. Todos se calaram e se viraram para frente.

-Lá vem a bruxa - sussurrou a garota que parecia gótica.

-Nancy eu sei que você me odeia - falou a professora olhando para ela friamente.

-Que bom - Falou Nancy- nem preciso fazer comentário posteriores.

-Ela olhou mortalmente para a Nancy e ela continuou mascando o chiclete

debochadamente.

-Jogue este chiclete agora ! - gritou ela desesperadamente.

Nancy continuou olhando para ela sem nenhuma reação.

A Professora baixinha, com o cabelo castanho, e os olhos verdes começou a ficar

roxa de raiva.

-Já chega - gritou ela com o tom mais rude que pode - Nancy saia da sala.

Ela deu um sorriso se levantou e acenou para a turma.

-Boa sorte com essa bruxa - a riu e olhou para a professora que via que tinha

perdido todo o respeito - vocês vão precisar.

Ela bateu a porta e saiu. Um silêncio profundo se estendeu sobre a sala.

-Alguém gostaria de ir com ela? - a professora continuou. Então começou a citar

nomes que provavelmente já fizeram cenas parecidas.

Ninguém falou nada, então ela começou a aula.

Eu vi que ninguém prestava atenção. Não havia ninguém que estava focado no

assunto. Eu mesmo estava focada nos papeis que eram passados banca por banca.

Todos assinavam e davam para a pessoa que estava atrás.

Até que chegou a mim. E Eu vi que era uma lista de presença. Em uma folha

comum.

"Mais uma aula que ela tem ataques, quem está de prova?"

Eu assinei meu nome, e passei para o menino que estava atrás de mim.

-Prazer Amanda - sussurrou o menino. -Sou Matt.

-Oi Matt. - falei - acho que não é uma boa hora para conversarmos.

-Tudo bem o sussurrou - ela deve ter te assustado.

Fiz que sim com a cabeça então a professora bateu loucamente no quadro.

-Que diabos vocês estão fazendo? - gritou a professora com uma cara animal.

Todo mundo gelou. E Então quem estava com a folha fez um movimento brusco e

a escondeu.

Ela passou alguns minutos olhando mortalmente para cada um de nós. Nem

pareceu perceber que eu era novata. Mas também ficaria feliz se ela não soubesse meu

nome. Aliás, muito feliz mesmo.

-Qual o nome dela? - sussurrei o mais baixo que pude enquanto fingia pegar algo

no chão.

-Daisy - sussurrou ele.

Lindo - pensei - minha professora de biologia é um animal.

Ela se virou para escrever no quadro, e o sinal tocou.

Todos em silêncio se levantaram. E Eu vi que a sala que estávamos não tinha nem

vinte e cinco alunos.

Quando sai dei um suspiro de alivio. Então a Nancy, estava no corredor encostada

na parede com uma cara nada feliz.

-O que houve Nancy ? - perguntou a menina do cabelo preto que estava a minha

frente.

-Aquela bruxa, estou de detenção - uma semana. - resmungou alto ela e socou um

armário.

-Porra! - gritou à morena - você quer morrer? Vai se encrencar de novo.

-Caralho Kimberley - gritou Nancy - você não tem ideia de quantas vezes eu já me

ferrei por causa dela esse ano?!? Você não tem ideia mesmo!

-Quatro vezes? - Disse Kimberley.

-Quatro vezes um caralho! A Próxima briga eu vou pegar cadeira, já foram dez.

- Calma - falou baixo a garota loira tímida - fizemos um abaixo assinado.

-Obrigado Cherry - mas mesmo assim eu não agüento mais isso. - ela bufou e então

alguém passou por elas e entregou o papel.

Ela folheou e eu sai procurando alguém decente para perguntar onde ficava a sala

de Português.

-Quem diabos é Amanda Chevalier? - ouvi Nancy questionando.

Na hora meu coração gelou. Mas ela não perguntou por mal, só ficou confusa.

-É a Ruiva. Novata. Ela assinou, Mais uma vitima da loucura Daisy.

-Coitada, deve ter ficado com medo. - Comentou Cherry.

-Todos ficam com medo daquela bruxa - gritou Nancy.

Eu me afastei o bastante para não ouvir mais a conversa.

Encontrei Matt meio perdido, então fui falar com ele normalmente.

Ficar normal era fácil.

-Matt poderia me levar até a Sala de português? - pedi. - por favor.

-Também vou para lá. - ele sussurrou.

-A Professora de português é louca também?

-Não, a Miranda é muito calma.

-Confio em você - ri um pouco.

-Vamos - ela detesta alunos atrasados.

Caminhamos um pouco e ao entrar na sala a professora estava lá sentada no beiro.

Conversando com as garotas que sentam na frente.

Uma menina que sentava na frente na aula de Biologia sentou perto da professora

e exclamou.

-Cara a Daisy está cada dia mais louca - falou ela em tom alto - Miranda ela está

ficando fora do controle, literalmente.

-Mas também a Nancy pede - ela falou como se realmente tivesse o direito de falar

assim.

-Também - falou ela- mas ela grita muito e bate no quadro todas às vezes. - eu

sinceramente tenho medo dela, e não é pouco.

Miranda riu.

-Infelizmente não posso fazer nada, só tentar tirar vocês do trauma da aula

Passada. - falou Miranda com a voz doce.

-Nancy é uma boa aluna comigo - mas - ela ás vezes pega pesado com a Daisy. -

comentou novamente Miranda.

Todos concordaram com a cabeça e em seguida a sala estava cheia.

-Temos uma aluna nova - sorriu a professora olhando para mim.

Fiquei vermelha de novo. E novamente todos me olharam.

-Qual seu nome ruivinha?

-Amanda Chevalier - falei sorrindo.

-Seja bem vinda. - você estava na aula da Daisy?

-Aham. -Falei quase querendo vomitar.

-Coitada - comentou alguma garota.

-Me perdoe por ela. Ela é uma exceção nesta escola.

-Tudo bem. Meu medo vai passar. - falei rindo.

A Sala toda riu e eu senti que gostei da professora.

-Bem Amanda, eu trabalho com esta turma para viver em sociedade. Então como

sempre faço, vou pedir que todos falem seus nomes, e uma qualidade. Para você não ficar

perdida. Somos uma família. Não só aqui mas em toda a escola. Mas a família mesmo,

começa em um espaço pequeno, e esta é a única sala que parece pequena.

Acenei com a cabeça e Miranda apontou para o primeiro da fila da Direita.

Todos falaram seus nomes.

Chegou nas meninas da frente e uma delas me chamou a atenção.

-Meu nome é Judith Houston - falou ela- mais o nome não era o problema. O

Problema mesmo era que ela pareceu minha irmã Chloe.

Ela era loira dos olhos azuis. Magra, cabelo liso, boca fina, olhos finos, sobrancelha

arqueada, bochechas rosadas, e voz de anjo.

Pensei em me levantar e falar " Chloe você é imortal ? Mana se lembra de mim? " .

Mas era impossível.

Ela se sentou e eu sorri.

Miranda começou a dar aula e eu comecei a lembrar de Chloe.

Chloe era mais nova que eu um ano. Ela nasceu e eu me lembro que fiquei

cuidando dela quando ela ficou maior.

Não brincávamos juntas por que... Meu pai tentava nos informar sobre nossa

condição.

Quando meus pais morreram, eu tinha 10 anos, Chloe tinha nove. E ela não passou

nem seis meses comigo. Ela morreu.

Foi tudo muito rápido. Mas ela realmente era muito mais linda do que eu. Ela era

literalmente a filha mais bonita. Eu queria vê-la casar. Com um grande homem. E ela uma

grande mulher. Lembro-me que ela tinha uma boneca chamada "Nicki" que eu fiz questão

de enterrar com ela. Ela até hoje é um dos meus orgulhos, apesar de que, ela ás vezes me

dava inveja por poder gostar de alguém.

A Aula acabou, e eu praticamente pensei em Chloe. Até me lembrei por que eu

deixava de ir a escola. A Escola deixava meu passado mais presente.

Era intervalo.

Sai da sala e fui ao pátio.

Chegando lá vi Nancy, Kimberley, e Cherry sentadas no muro procurando alguém.

Passei por elas e suspirei quando não era eu quem estavam procurando.

Sentei embaixo de uma árvore. E de longe Avistei o Luc.

Tentei ficar invisível, quase consegui. Eu fiquei mas não para ele.

Ele veio em minha direção e falou:

-Amanda você tem... Namorado?

-Não por que se eu me tiver vou morrer - pensei, mas respondi : não.

-Ah... Bom saber.

Olhei em nossa volta e vi uma menina com o cabelo castanho olhar para mim com

o olhar de ódio.

Mal cheguei e já tenho inimigas? Meu deus que dia louco. - Pensei.

Vou ali comprar um suco... Quer alguma coisa? - ele me perguntou educadamente.

-Não obrigado - sorri.

Logo em seguida Grathi apareceu.

-A Daisy é um demônio - Falou ela jogando a bolsa no chão.

-Que diabos ela tem ? - me soltei - falando agora igual adolescente do século XXI.

-Não sei, queria eu saber - ela se sentou e então ficou olhando para o Luc que

estava não tão longe.

-Foi impressão minha ou o Luc estava conversando com você? - Ela perguntou.

-Ele não largou meu pé na Aula de matemática, me elogiou na frente de todos. -

Credo - quase vomitei.

-Ele trata todas as meninas igual um lixo. - ela bufou.

Que diabos está sendo meu dia: Um garoto bonitinho fica afim de mim em menos

de três horas que eu estou aqui? Cara isso é ridículo. - pensei.

-A Próxima aula é de História, depois é Química.

- Estamos juntas nessas aulas?

-Abam - ela sorriu então olhou para mim.

- O que achou da Miranda?

-Ah ela é muito legal, dócil. - mas - me conta como é o professor de história e o de

química.

-A Professora de história de chama Lílian, ela dá aula muito bem, ela é super-

engraçada. - a imaginei.

-O Professor de química é um bobo brincalhão - mas - se ele descobrir alguma

coisa sobre você ter chocolate ! - haha peça ajuda ao teu Deus.

Ela olhou para a cantina e então apontou.

-Ta vendo aquele menino moreninho ali ? Que está cheio de chocolate?

-Sim - falei observando.

-Ele vai para nossa classe de Química. Você vai ver o que ele vai fazer.

O Sinal tocou, eu e ela se levantamos então ela me guiou até a sala de história.

A Professora tinha montado uma cena de uma peça de teatro. O que haveria

acontecido ali? - me sentei atrás de Grathi e fiquei olhando para o mini-teatro na frente

da sala.

A Sala ficou com bastante alunos, superando visivelmente a Daisy, mas, a Miranda

ainda estava na frente.

-Boa tarde Alunos ! - falou Lílian.

-Boa tarde - todos responderam - inclusive eu.

-Hoje vamos aprender sobre a Primeira guerra mundial.

-Mas antes - interrompeu-a mesma.

-Você ruivinha, venha pra cá pra frente.

Disse ela batendo na cadeira vazia em sua frente.

Meu deus eu teria que mudar de lugar? Meu deus ver o teatro de perto. Que

emoção.

Levantei-me e sentei a sua frente.

-Qual seu nome gatinha? - perguntou ela com um sorriso enorme no rosto.

Ela era loira com o cabelo até os ombros, bem liso. A Cara dela era um pouco mais

gordinha do que o corpo, que era magro. Ela tinha os olhos verdes e era muito, mas muito

branca.

- Amanda Chevalier - falei sem medo.

-Amanda pra você o que é história? - ela perguntou e eu engoli seco.

-História é ... Gaguejei . É um tempo da vida de alguém, ou de algo que se torna tão

especial , ou tão singular que ... É inesquecível por toda a eternidade, ou por todo o futuro

não tão distante. - parei de falar quando eu vi que todo mundo olhou para Lílian como se

eu tivesse falado algo de outro mundo.

-Isso mesmo - disse Lílian - você é incrível Amanda.

-Sou Lílian, sua nova professora de História. Seja bem vinda a minha aula, meu

objetivo é fazer o mundo não cometer o mesmo erro do passado, revivendo ele. Até por

que o passado é o futuro de uma maneira diferente concorda Amanda?

-Sim, sim.

Ela olhou pra mim e inclinou a cabeça.

-Lindo cabelo - e então começou sua aula.

-Ta. Foi à aula que eu mais gostei até agora - falava com Grathi enquanto saiamos

da sala.

-Literalmente ela é a melhor professora, em minha opinião. - falou Grathi.

Entramos na sala de química e tinha uma tabela periódica desenhada no quatro. O

professor estava apoiado perto da porta dando Boa tarde para cada aluno que entrava.

-Seja bem vinda - ele falou para mim com um sorriso e uma voz comum, mas,

sincera.

-Quando eu me sentei o garoto do chocolate passou. O professor o viu, deu um

surto e agarrou a mochila dele.

-Seu infeliz eu sei que você está com chocolate! - falou ele enquanto toda a sala

ria.

-Se você não me der um - ameaçou ele no tom de brincadeira - detenção por um

mês. - ele riu e então o garoto deu um chocolate para ele sem nem muito show. E ele o

encarou dos pés a cabeça.

-Deve ta envenenado esse chocolate - ele cheirou o chocolate e ficou olhando para

o menino enquanto ele se sentava no lugar segurando os risos.

-Não vou comer - mas obrigado pela consideração Gabriel. - ele guardou no bolso e

então alguém do outro lado da sala perguntou.

-Sthephanno me dá o chocolate então? - Era uma menina com o cabelo cheio de

cachos pretos e os olhos verdes.

Ah o nome dele era Sthephanno, pensei.

-Venha pegar sua infeliz - se você morrer não venha me culpar. Culpe seu

amiguinho aqui que guarda chocolate até na cueca! - ele apontou para o menino e a sala

toda entrou na gargalhada.

-Gente parou, vamos começar a estudar.

Ele começou a perguntar algumas perguntas, então ele fez uma pergunta bem

difícil e um menino respondeu.

-Até parece que é inteligente - comentou o professor - que diabos você acertou

essa pergunta?.

Ele riu e então ele olhou para mim que estava do seu lado e comentou

"Ah a ruivinha deu a resposta" - disse ele rindo.

Enquanto indignado o garoto tentava mostrar ao contrário.

O Sinal tocou e o professor me chamou.

-Ruivinha venha cá. - e eu fui.

-Seu nome é.. ?

-Amanda Chevalier- completei.

-Amanda, cuidado com a peça do teu lado viu. - ele piscou para mim.

- Tudo bem, eu cuido - ri então percebi que ele só queria saber meu nome.

-Até mais professor.

-Até Amanda!

Quando eu saí Nancy estava parada na porta. Sua próxima aula era de Química.

-Grathi qual aula tenho? E onde é?

-Você tem aula de... Matemática.

A Primeira sala que você foi... Lembra-se?

-Sim.

Despedem-se e então eu andei um longo percurso até a sala do professor de

matemática.

Cherry estava me acompanhando. Literalmente ao meu lado.

Sentei na mesma cadeira que eu sentei na ultima aula e Cherry sentou atrás de

mim.

-Amanda - sussurrou ela - Nancy agradeceu por você ter assinado - sorriu ela e eu

olhei para trás.

-Por que ela "agradeceu" ? Eu só fiz minha parte oi.

-É que você ainda não teve tempo de ser subordinada, nem de ter raiva da Daisy, e

o vice diretor acreditou em você.

-Nossa, fico feliz em ajuda - lá, ela sempre se encrenca assim com a Dai...? -

engasguei. Mas ela entendeu

-Ela toda as aulas arruma confusão, Literalmente, ela é uma garota que arruma

confusão em qualquer parte. Não sei como ela ainda tem coragem de entrar nas aulas

dela. 10 vezes foi só que ela saiu da sala. Mas elas discutem, e brigam quase sempre.

-Nossa, mas Ninguém aprende nada na aula dela? - perguntei meia assustada.

-Nada, Passamos colando. - infelizmente.

-Lamento muito. Mas eu vou me virar pra estudar - menti.

-Tudo bem, nós respeitamos quem não quer participar do rodízio.

-Rodízio? - questionei.

-Rodízio de cola, Alguns alunos estudam e passa as respostas por uma espécie de

rodízio. Mas quem não quer ajudar, não faz diferente, a maioria da sala está no Rodízio.

-Ah, falei. Foi um prazer conversa com você eh... Cherry?

-Cherry. - Odeio esse nome - fungou ela.

-Até que é bonito - ri um pouco.

Então o professor entrou na sala de aula, e perguntou.

-Quem estava na aula anterior com a classe da Daisy : O Diretor estão chamando

vocês.

Cherry riu e sussurrou para mim.

-Está vendo Amanda? Mais confusão.

Ele fechou a porta quando algumas pessoas saíram. Então ele bufou.

-A Daisy dá muita dor de cabeça nesta escola.

-Aham - falou um coral de alunos.

-Mas então - ele começou a escrever no quadro quando o Luc entrou na sala.

E Se sentou na minha frente, lugar marcado?

-Meu deus que confusão na sala do Diretor. - o comentou desviando a atenção de

todos.

-Luc, você poderia fazer um favor de fechar a porta? - pediu educadamente o

professor.

Ele se virou para mim, e Deu um sorrisinho bobo e se levantou.

-Luc você estava de novo no Zack? - perguntou ele.

-Sim Dany, como sempre.

-Cara - falou ele num tom mais alto - tu precisa tomar juízo na vida.

-Eu sei, eu sei Dany. Prometo que não vou mais me encrencar esta semana.

-Claro que não vai - disse ele, e a sala toda suspirou alevino. Até por que hoje é

sexta. - ele continuou.

-É mesmo - ele disse, e então com um jeito de moleque ele se sentou na cadeira.

-Estou curioso o que aconteceu ? - perguntou o Dany.

-Sabe como é! A Iara ... Ela achou que eu tivesse fumando e falou para o Zack...

Mas ele não sabe o que faz. Eu tenho histórico de fumo, e ela de mentira e escândalos.

-É complicado - mas tome juízo que você não fará visitas diárias ao Zack - o

garantiu e continuou a aula.

-Luc não prestava atenção de nenhuma maneira à aula. Eu prestei, apesar de que

já tinha estudado o assunto. Ele passou dever de casa, e então eu sai.

Fui na recepcionista e consegui minha chave do armário.

Era a 454. Eu passei pelo corredor e vi. E não acreditei.

Meu armário ficava ao lado do Luc. Meu deus que perseguição.

-É o destino - riu Grathi - eu não queria morrer agora, meu deus.

Saímos pela porta da frente. Estava frio. E Eu vi Jonh parado na frente de seu carro.

Grathi vem comigo, Jonh veio nos buscar.

Ela riu e falou - Tudo bem!

Demos uma corridinha básica então entramos no carro.

-Como foi a Aula hoje garotas? - Perguntou Jonh olhando para mim pelo retrovisor.

-Foi legal. - gostei.

-É dava pra agüentar - riu Grathi.

-Só a professora de Biologia que - bufei - é uma fera.

-Soube o que ela fez na tua aula. Mas na minha sei que você não soube.

-O Lucca sentou no fundo, a Iara também, eles se odeiam desde o jardim de

infância. Então Daisy ficou louca com um menino que ninguém sabe o porquê, então

quando ela saiu pra se resolver com ele. Lucca fingiu que estava fumando um pedaço de

papel e a Iara saiu correndo para falar com o Zack o que tinha visto, e ele saiu correndo

para se defender. A Sala inteira ficou quieta, e como a professora não tava. Cada um teve

que ir falar com Zack dar seu depoimento sobre o fumo falso do Lucca.

- Esses jovens - intrometeu Jonh - Mas ele estava só fingindo?

-Acho que sim, mas ele fumava ano passado.

-É uma pena, tão jovem - disse meu pai.

-Ele tem Dezenove anos. - ela falou dando de ombros.

-Nossa que horror! - falei.

Quando chegamos eu me despedi de Grathi. Ah minha nova amiga. Entramos em

casa e Mary estava sentada no sofá dormindo.

Coloquei a bolsa na bancada da pia e fiquei observando Mary dormir.

Jonh passou por mim e deu uma piscadela.

Era 18h40min. Hora da Janta.

V – Meu passado

Subi as escadas. E Vi meu quarto todo organizado. Agora sim era meu quarto.

Minha casa, meu lar.

Fui para a varanda e fiquei encostada na parece lembrando de como foi o dia...

Ao passar dos minutos o tempo foi escurecendo até finalmente anoitecer.

Fiquei sentada na varanda Lembrando da Chloe e como a Judith tinha me ferido

tão inocentemente.

-Eu não sabia onde eu vivia quando era pequena. Mas era um lugar na Europa.

Tudo que eu sei era que minha mãe era muito parecida comigo. E que eu era meu irmão

na versão feminina. Só.

Thur não poderia ter morrido, mas ele realmente me abandonou. Talvez ele tenha

se apaixonado e tenha morrido. De qualquer jeito era impossível encontrá-lo a essas

alturas.

Fiquei deitada na varanda olhando para o céu pensando no meu irmãozinho Ruivo,

que era um deus grego, um menino lindo, encantador.

Fiquei sorrindo ao vento ao lembrar que ele era meu irmão preferido, eu só tinha

ele, mas mesmo assim.

Fiquei sorrindo quando fui interrompida por Mary.

-Então como foi à escola? - perguntou ela sorrindo.

-Ah foi legal, muito legal... Eu estou literalmente amando esse lugar.

-Então Amanda você estava pensando em alguém... ? - disse ela com um sorriso

abafado.

-Ah para, era só no meu irmão.

-Poxa você guarda muitos segredos de mim - bufou ela.

-Meu irmão Thur não passa de um irmão que fiz em minha cabeça - eu não tinha

como falar a verdade. Por que eu não tenho irmãos desde minha identidade de 1900.

-Você é imprevisível Amanda. - Disse ela rindo.

-Obrigado - ri abraçando os joelhos.

-Eu tava pensando, você não quer sei lá ... Pintar seu quarto amanhã? Ta tudo tão

vazio e sem cor. - continuou - Você é uma pessoa alegre e contagiante. Não é aquele vazio

que você sente.

-Eu estava pensando nisso Mãe - dei um sorriso e olhei para o horizonte.

-Mas fala... - ela riu, pausou e então prosseguiu- teve algum gatinho? - ela me

cutucou com o cotovelo nos braços.

-Ah mãe fala sério- esse foi meu primeiro dia - Na verdade sim, pensei, o Lucca está

louco por mim, mas eu vou corta as asas dele rapidinho.

-Tudo bem então. - Está gostando da Grathi ? Ela é uma boa menina, fico feliz tê-la

como sua amiga.

-É ela é uma boa pessoa. Antes que eu pudesse me esquecer, eu lembrei que eu

tinha colocado um post-it na minha cama.

-Sabe mãe, pensei em sabe, colocar uma parte da parede só para post-it, igual o da

Grathi. Eu ia amar.

-Tive uma ideia - ela falou em um salto - vamos pintar uma parede de cores néon ,

então em casa quadrado você preenche post-it de cores diferentes.

-Perfeito. - falei sem me dar conta de que estava tão cansada.

-Você não vai jantar? - questionou ela.

-Não mãe, estou morta.

-Tudo bem então. Tome um banho e amanhã não tenha pressa pra acordar.

Ela saiu do quarto e eu me deitei na cama pensando no Thur e na Chloe.

Ai como doía representar a família na história.

Peguei meu caderno de escola e fiz uma pequena frase

" Era o infinito, agora é só meu infinito, meu grande infinito, minhas saudades no

vácuo, vocês me deixara, por amor"

-Lily, Chloe, Jackes, Thur, Tara.

Fiquei deitada por um bom tempo, talvez tempo o suficiente para perceber que

todos já estavam dormindo.

Fiquei na varanda. O frio congelada meus dedos. Mas eu insistia em ficar lá, vendo

o filme da minha mente.

Lily era a que menos fazia falta. Talvez por que nunca tivemos esse afeto de mãe e

filha. Mas Chloe , Thur e Jackes foram tão importantes pra mim que... Eu não tenho

palavras para descrever o quanto seria gratificante se eles pelo menos tivessem a garantia

que eu estou mantendo a imortalidade da nossa família.

Que o orgulho teria de mim. Família Tufte, ainda viva. Superou o mundo, superou

o amor.

Estava chorando no meio da madrugada, o que era muito esquisito. Como imortal

eu deveria viver da eternidade, e não do passado que eu deixei para trás.

Viver como humana é aceitar que não tem mais volta, ser imortal não teria mais

volta, mas teria uma longa história.

Eu estava perfeitamente normal, e feliz hoje de manhã. Mas a noite vazia me pega

e me faz lembrar dos momentos mais amargos da minha história.

Bartomoleu um capitulo pequeno de uma grande história.

Vamos relembrar tudo, quando você pensa em sua família, o primário de tudo,

qual a primeira imagem que vem a sua cabeça? - Imaginei por dez minutos. Então me

auto-respondi.

Lembro-me no dia em que meu pai nos reuniu a mesa e contou que iríamos ser

para sempre uma família. Eu tinha três anos. Thur tinha dez, Chloe tinha dois.

A Mesa tinha banquetes, pão e vinho. Suco de uva, de um modo mais racional.

Ele olhava para a minha mãe como se fosse dar o ultimo oi. Ele já estava

condenado, sabia disso, mas eu e meu irmão tínhamos uma chance.

Era difícil para ele explicar que viveríamos em um mundo sozinhos por um tempo

jamais calculado. E que veríamos nosso tempo parar, e o do mundo correr. Ás vezes ele

recorria aos exemplos mais simples.

-Tara, olhe esta aranha. - falava ele pegando ela por uma pata.

-Se ela morrer agora, você ficaria triste?

-Sim Papai - respondia com uma inocência assustadora.

-Você ficará aqui observando ela certo?

-Sim Papai.

-E Se essa aranha tiver um filhote, você vai vê-lo morrer também.

-Sim papai, vou ver quando eu estiver maior!

-Não filha, você vai ver quando você estiver exatamente igual ao papai, só que

como sua irmã Chloe.

-Não entendi papai - resmungava em cada exemplas diferentes. Formigas,

gafanhotos, aranhas, cobras...

Eu não entendia, mas o exemplo dele era confuso. Então: eu tinha três anos, e via

uma aranha morrer, quando o filhote dela me morresse estaria com a idade do meu pai,

sei lá, cem anos, e com o corpo de uma criança de dois? Que diabos aquilo fazia sentido?

Agora entendi por que ele não saberia como explicar aquilo.

Outro dia ele foi ensinar eu e Thur a ler e a escrever.

Foi frustrante. Concordo, mas ele sabia que se não soubéssemos fazer isso não

seriamos capazes de se camuflar no meio da sociedade, não seriamos capazes de mudar

de nome, e provavelmente ficaríamos mais presos ao nosso passado do que já somos pela

nossa própria mente.

Foram dois anos para finalmente o tempo começar a correr.

Chloe já dava os primeiros sinais de mortalização: Amigos de verdade.

Amigos de verdade nos primeiros anos da infância já é sinal de mortalização.

Imortais pequenos são praticamente insociáveis, e eles não sentem amor por ninguém, é

uma imunidade.

Eu e Thur éramos os mais chatos do vilarejo. Eu não falava com nenhuma menina,

não sabia que isso era por que eu era imortal. Eu simplesmente tinha nojo.

Meu pai vivia dando aula sobre como deveríamos nos comportar quando ele fosse

embora. Eu jurava, até os cinco anos ,que, ele ia para uma guerra ou algo assim.

Meu pai uma vez falou para Thur.

"Filho você pode fugir de seus costumes, de sua terra, de seu povo, de sua família,

mas você não pode fugir da imortalidade, não pode fugir da sua origem vinking"

Ta eu só tinha quatro anos - pensava comigo - como eu tenho a mente tão boa?

Eu não era um gênio, apesar de que os imortais vinking geralmente são prodígios,

eu era aquela menina que simplesmente ficava olhando mortalmente as pessoas, por que

sentia repulsa sobre elas.

Outra coisa que me veio à mente:

Minha mãe sempre nós elogiava "Vocês nunca ficaram doentes, isso é por que

comem bem" . Enquanto isso Chloe pegava gripe quase toda a semana.

Nunca cheguei a perguntar se minha mãe sabia que eu e Thur jamais entraríamos

em um hospital... Mas acho que não sabia por que isso era um orgulho tão grande por

parte de Lily.

Meu pai era um cara muito calmo, mas antes que minha mãe começasse a ficar

doente, eu sempre o ouvia nervoso. Acho que ele sentia sua morte vindo, e doía o

processo de mortalização.

Passei a noite toda vivendo um processo de “lembranças”. Chorei muito e acordei

toda doída como se eu tivesse no conto de fadas em que a princesa dorme em cima de

uma ervilha sobre vinte colchões. Mas eu tinha dormido sobre ervilhas sem nenhum

colchão.

-Ai – Gemi me espreguiçando pela manhã

Que hora são? – me perguntei – olhei no relógio improvisado.

Não é possível que ainda seja cinco horas da manhã bufei.

Levantei e fui em direção à varanda.

Que diabos está acontecendo? Olhei para o céu e estava... Nevando?

Estendi a mão e confirmei. Neve.

Tomei um banho bem quente.Coloquei uma roupa bem quente e fui para a rua.

Mary ainda estava dormindo, Jonh estava na cozinha.

-Bom dia filha – disse ele enquanto tirava a caneca do microondas.

Eu me virei para ele. Minha cara deve ter o assustado por que ele fez uma cara

muito estranha.

Eu estava de bom humor então fiquei olhando pra ele com um sorriso.

-Por que você acordou tão cedo? – ele perguntou.

-Bem eu não tive sono esta noite.

-Hoje eu também não tive uma noite tão boa.

-Então somos pai e filha às cinco horas da manhã na cozinha, com neve na rua,

morto de sono. Sério? – comecei a rir, o sono fazendo efeito.

-Você está com a cara inchada de sono- lembrou-me ele.

Se eu fosse realmente sincera, falaria : - Não era que eu tava chorando a noite

toda por que eu não superei a morte dos meus familiares no século XIX.

Vi meu pai sentar no sofá e então me encostei nos braços e pensei que estivesse

acordada. Mas peguei num sono.

-Amanda acorda! – voz de Mary me chacoalhando.

-Minha cabeça latejava – meu deus quanto tempo eu dormi ? 10 minutos? Não

pode ser.

-Filha você não pode dormir aqui – ela exclamava. Mas a minha cabeça gritava tão

alto que eu não conseguia entender o que ela falava.

-Me levantei e esfreguei os olhos. Abri os olhos e vi que eu estava toda molhada.

Esfreguei as mãos em minha bochecha e vi a desgraça alheira: Eu mordi minha

boca enquanto dormia estava literalmente encharcada de sangue.

Mary olhou para mim e se apavorou

-Filha vai limpar isso, pelo amor de deus ! Ela saiu correndo e me trouxe uma

toalha.

Eu não conseguia raciocinar. A Única coisa que eu lembrava naquele momento era

a junção de Neve e Thur.

Sem entender eu sai da sala,e fui correndo para o banheiro do corredor.

Tranquei-me lá dentro e percebi que eu estava vendo coisas, foi só um pequeno

corte.

Sentei na privada e abracei meus joelhos. Minha mente estava latejando.

Mary bateu na porta.

-Mãe estou bem – foi só uma mordida na língua.

-Tudo bem então. – Mas cuide-se que vamos almoçar fora.

-Eu tomei banho no banheiro de baixo, e me enrolei com a toalha que eles haviam

me dado para limpar o sangue.

Enquanto eu subia as escadas cada gota que estava sob minha pele congelada.

Mas não doía, meu foco tava na dor no meu peito.

Que diabos é isso. Retirei a toalha e me tranquei no banheiro.

Vesti minhas roupas e algo continuava a arder sob meu corpo.

Era minha cicatriz.

Nem lembrava mais dela. Olhei com delicadeza. E abri um sorriso.

A Cicatriz que eu consegui no trabalho na fábrica, em 1880. Ela estava lá. Eu jurei

daquele dia em diante que viveria para sempre, sem ter medo do meu próprio sangue.

Dei um sorriso, e continuei a me arrumar.

Quando olhei para a cama tinha duas coisas em cima dela.

Uma: Uma touca de lã.

E um bilhete: “Esta semana vamos fazer uma brincadeira com você SRT.Amanda.

Sem questionamentos por favor. “Queremos te dar apenas uma surpresa.”

Como se eu fosse negar um presente a essas alturas- ri de mim.

Eu desci e eles estavam prontos.

-Leu o Bilhete? – perguntou Jonh sorrindo.

-Claro pai, não vejo a hora de começar. – falei .

-Já começou – disse Mary parada .

Dei uma leve olhada na sala e percebi que tinha um papel no chão a minha frente.

Abri e tinha uma pista

Seu dia na escola foi um sucesso. Você é incrivelmente linda e sensível *Mary, mas,

em um fim de semana, qual o melhor lugar para se comemorar a união de pessoas que se

amam?

Eu não fazia ideia, então olhei para eles e mordi os lábios:

-Em um restaurante francês?

-Cara você é boa – riu ele e então fez sinal para Mary ir até o carro.

-Vamos, Chevalier. Disse ele e então me conduziu até a garagem com a mão em

volta do meu ombro. Todos estavam bem agasalhados.

Tinha muito espaço no branco de trás. Então eu fiquei sentada do jeito mais

deselegante que existe.

-Você não me contou ainda como foi seu dia ontem – Falou Mary.

-Meu? – confirmei.

-Sim, ué. Vai dizer que seu primeiro dia foi como qualquer outro?

-Ta, eu fui bem recebida pelo professor Dany. E então a aula foi comum. Depois

uma professora louca chamada Daisy surtou com a Nancy.

-Continuei - A Miranda, uma ótima professora nos acolheu muito bem. A de

História é muito gente fina. O de Química é louco por chocolate e o de matemática foi

normal de novo.

-Ela riu e então falou: Gosta de macarrão?

-Amo – me animei.

-Perfeito – ela se virou e eu vi que estávamos em frente a um restaurante de

massas. Ta não era francês, mas era italiano então parcialmente eu acertei.

Estávamos na mesa, eu quando recebi outro papel:

-Me fale paises que você gostaria de visitar. – Eu li.

PS.: Que fale inglês.

Eu só fiquei por enquanto na Inglaterra, e nos EUA

Fiquei rindo silenciosamente. Então quando chegou a comida. Que era

espaguete. Jonh começou a se abrir com Mary.

-Querida você foi à escolha mais certa que fiz – falou ele com a boca cheia.

-Você foi a segunda melhor escolha que eu já fiz na vida – falou ela com um

biquinho.

-A Primeira foi trazer Amanda á nossa pequena família – ela riu.

-Mas não tão menos importante – ele piscou e ambos de beijaram.

Arrepiei-me, e larguei o talher.

Fiquei olhando eles. Eu nunca vi um beijo tão romântico na mesa de um

restaurante italiano.

Fiquei colocando o macarrão no talher e jogando de volta para o prato. Eu tinha

perdido a fome depois daquela cena.

Sempre me acontecia isso, eu estava na mesa de almoço e algo relacionado a

emoções acontecia, a primeira coisa, era que eu perdia a fome. E a Segunda era que, eu

ficava enjoada.

Certa vez, no colegial da Rússia.Estava sentado Bryan e Renata, colegas de classe, á

minha frente. Eles tinham começado a namorar. Eles quase se engoliram, e a platéia? Era

eu. Mesmo que eu estava morrendo de fome. Não consegui engolir um pedaço de batata.

Minha garganta fechou e eu passei alguns dias pensando se era tão bom assim do que

deixar de almoçar.

Isso aconteceu exatamente comigo. Sendo que como adolescente normal ao invés

de admitir a inveja ou a dúvida. Eu tinha que fingir que fiquei emocionada e que coisas

emocionantes me fazem perder a fome. Mas pelo jeito eu não era a única a perder a

fome. Mary e Jonh estavam namorando a dois minutos e sua comida já estava fria.

O Garçom levou vinho para a mesa. Não sei se eles pediram, ou se, o garçom ficou

grato pelo amor do casal e resolveu dar de cortesia.

Ele abriu e despejou em uma taça. Colocou a terceira ao meu lado e o vinho à

direita. Ele não me serviu. Mas me deu a noção que eu poderia me servir se quisesse.

Enquanto eles ainda estavam namorando, eu despejei meia taça de vinho, e fiquei

bebendo finamente enquanto o clima começava a esquentar mais ainda.

Dei dois goles e fui empurrada para o universo do meu passado.

A Cena que me veio à mente foi eu, meu pai, e meu irmão tomando o último

vinho.

Minha mãe morreu, e meu pai estava começando a ficar não tão legal. Thur

conseguiu vinho e levou até a nossa casa. Chloe estava dormindo. Eu estava quase

dormindo, quando ele acendeu uma lamparina e se sentou à mesa. Filhos imortais

venham à mesa, vamos tomar um vinho. Sim ele estava fora de si.

Thur se sentou à mesa ao lado do meu pai e bebeu mal educadamente.

-Tara – rugiu meu irmão – vem logo.

Senti-me na mesa me sentindo pequena perante o meu irmão, que era super-

maior que eu.

Bebi alguns goles enquanto meu pai falava com meu irmão sobre ele ser o novo

homem da família...

Eu encostei-me na cadeira e cochilei. Meu irmão, Elétrico como sempre, estava

acordado no dia seguinte, mas sem muita animação, ele estava ao lado do meu pai com

um balde.

-Tara ele está vomitando sangue – sussurrava ele para mim, assustado.

-Calma ele vai ficar bem – garanti mentindo por que sabia que dali ia de mal à pior.

Apesar de ser sete anos mais nova que Thur .Eu sabia muita coisa a respeito da

nossa família. Ele achava que o vinho tinha feito meu pai passar mal, ou pelo menos fingia,

mas a morte da minha mãe era a razão de tudo.

Trouxe outro balde para Thur e fui até o fundo da nossa casa para lavar ele.

Quando me virei comecei a chorar. Chloe veio atrás de mim sem entender o porquê.

-Ele vai ficar melhor – falava ela me abraçando – você sabe que papai é forte.

Olhar para Chloe era como olhar para uma pessoa que você não veria mais em

breve, Ela era tão inocente dos nossos segredos que ás vezes era melhor ir na onda dela e

fingir que estava tudo bem.

Chegando na sala meu pai parecia ter chegado ao seu limite. Ele em menos de uma

noite parecia ter envelhecido uns dez anos.

-Droga- falei – Thur ele falou algo sobre envelhecer rápido?

-Sim – Thur falava em estado de choque – isso faz parte do processo – falou ele

com um nó na garganta deixando um profundo preencher nossas dúvidas.

Thur estava ajoelhado ao lado do meu pai. Mas ele não queria ficar ali, e ao mesmo

tempo sabia que deveria.

-Você poderia levar Chloe para outro lugar? – perguntava Thur – eu não quero que

ela veja isso.

-Tudo bem – suspirei – abri a porta de madeira e chamei Chloe.

-Dê um abraço e um beijo no Papai – falei em seu ouvido.

Ela obedeceu e saiu com uma lagrima nos olhos.

-Ele vai ficar bem? – ela perguntou – Sim Chloe ele vai ficar bem – mentir para

minha irmã era horrível. Não sei se era pior saber que ele ia morrer, ou se era pior não

saber que ele ia morrer.

Levei Chloe para a casa de uma vizinha. Ela sempre dava-nos cobertura nas piores

horas. Principalmente quando nossa mãe adoeceu. Chloe nunca mais tinha ido até lá. Mas

ela foi e eu me despedi dela.

Voltei para casa com lágrima nos olhos. Chegando lá, Thur estava vermelho de

tanto chorar, Ele se levantou e pela primeira vez em toda a nossa vida ele me abraçou

forte.

-Ele vai morrer Tara – olhe para ele.

Quando eu olhei ele estava revirando os olhos.

-Estou vendo uma luz – falou ele gaguejando – meu deus estão me levando.

-Pai você está aqui conosco- falei arranhando a garganta – Pai por favor fique

conosco.

-Filha, é tarde demais eu estou vendo anjos.

Cheguei perto dele e me ajoelhei, chacoalhei-o e ele ficou imóvel por alguns

segundos depois voltou ao normal.

-Droga, estou ficando cego. – murmurou ele.

-O que você vê pai? – perguntei idiotamente.

-Tudo está preto, eu estou de olhos abertos? – perguntou ele.

-Sim pai, seus olhos estão focados em mim – parei com o choro.

Olhei para trás e vi Thur encostado na parede com a cabeça baixa.

-Pai você não tem muito tempo – respirei fundo – o que você quer fazer como

ultimo dia? – perguntei arrasada.

Ele riu alto e então disse – Quero que você me traga um vinho, e me falasse como

está o dia hoje.

Thur abriu a janela e sussurrou:

-Hoje o dia está frio, está diferente, está vazio.

VI – Sorte

Abri os olhos e Mary estava raspando o prato do almoço.

-Amanda você fica tão engraçada quando sua cabeça está em outro mundo – ela

riu.

Abri os olhos e a primeira coisa que vi foi : Jonh abraçando ela, e Mary toda

encolhida e arrepiada.

-Abri um sorriso e olhei para o prato, estava cheio.

-E-e-eu perdi a fome. – gaguejei empurrando o prato para a mesa.

-Tudo bem então – deu Jonh de ombros.

-Garçom a conta, por favor. – Gritou Mary.

Rapidamente ele chegou com a conta e eu dei dois suspiros.

Fiquei com os braços cruzados tentando voltar mentalmente para a realidade.

Me levantei e fiz um sinal de que ia para o banheiro.

-Chegando lá o banheiro era do tamanho de uma casa. Tinha uma parede só de

espelho e alguns vasos de flores pelo chão.

Dei um sorrisinho e comecei a desfilar olhando para os espelhos.

Eu era muito parecida com minha mãe. O jeito de andar, os olhos, a boca. O Nariz e

o corpo era do meu pai. Disso eu tinha certeza. Todos os meus irmãos eram mais magros,

eu era mais magra quando era menor. Mas ainda sim não era a esquelética.

Chloe tinha meus jeitos, só que com um toque de mortalidade ela ganhou

meiguice, e Olhos azuis e loiro do meu pai.

Dei um sorriso e fiquei vendo e me imaginando no olhar dos outros.

Sai do banheiro e Mary estava na porta de vidro.

-Pensei que estava presa no banheiro – ela riu- vamos Jonh está esperando.

-Vamos passar em outro lugar? –perguntei.

-Vamos ver, este não é um sábado qualquer.

Entrei no carro com um pouco de nele no casaco.

-Então vocês estão a fim de ir a algum lugar? – perguntou Jonh olhando em

especial para Mary.

-Que tal um cinema? – perguntou Mary.

-Pode ser Amanda? – perguntou Jonh.

-Posso ir assistir ao filme... Sozinha? – perguntei.

-Pode claro. – disse Mary dando de ombros. Ela parecia feliz com minha

independência.

Chegamos em poucos segundos ao shopping. Jonh me deu $50.

-Divirta-se, quero você no carro ás 16h. – falou Mary.

-O.K. – falei.

Entramos no shopping pela mesma porta então eu fui ao lado oposto que eles.

Fiquei sentada em um banco pensando em o que eu faria. E no final do banco

estava uma menina muito familiar...

Ela olhou pra mim e piscou. Ah era a Nancy.

Dei um sorrisinho e então ela sentou do meu lado.

-Cara obrigado mesmo por me salvar – te devo uma – falou ela estendendo a mão.

-Eu bati na mão dela e ela chacoalhou e riu:

-Forte em. – sorri.

-Obrigada – dei uma risada.

-Pela primeira vez eu vou com a cara de alguma novata. Você tem cara de bem

aventurada e destemida – Riu ela e então parou – vai me dizer que você é sempre quieta?

– ficou séria.

-Tenho meus momentos – admiti- mas no fundo sou uma pessoa aventurada.

-Que legal, Bem eu tenho que ir... Vou à casa da Cherry. De qualquer jeito foi legal

te encontrar aqui – disse ela se levantando.

-É... Então tchau? – eu ri e ela acenou.

Ta ela tinha cara de muito revoltada e rebelde, mas ela me tratou tão bem.

Me levantei e segui em frente.

Vi uma papelaria meio cheia e então eu entrei.

Nas primeiras prateleiras tinha alguns cadernos pequenos em promoção

-Vou compra um e escrever o que me perturba. – falei baixo.

Vi um caderno vermelho lindo. Mas eu não ia só comprar cadernos.

Fui em outro corredor e peguei vários post-it. Um roxo fluorescente. Um verde

néon, um amarelo e um laranja e uma caneta.

Vi um mural cheio de frases.

Eu li apenas um.

“Eu amei você todos os dias, mas você me amou em apenas um: quando eu parti.”

-Fiquei parada olhando. Essa pessoa estava muito deprimida.

Olhei para os lados e tinha uma menina olhando para mim.

Coloquei de volta o post-it e fui até o caixa.

Paguei com o dinheiro, e tinha sobrado ainda $40.

Minha barriga estava roncando.

Peguei a escada e fui até a praça de alimentação. Pedi um sanduíche natural e abri

o caderno;

“Pertence à Amanda Chevalier” – escrevi.

Eu já tive vários nomes. Tara foi o que menos gostei de todos. Mas era o que eu

sentia mais falta.

Escrevi com a pior letra do mundo.

Abri a primeira página e a folha era tão branca quanto meu quarto.

O Sanduíche chegou.

Comecei a escrever:

“Eu sou a pessoa mais feliz do mundo, tive tantas histórias, mas nenhuma delas

pude sentir o amor, Sou grata por ainda está aqui”.

“Tive uma sorte, uma sorte muito grande de poder escrever agora. Minha vida é

longa. Sonhar já não é algo tão singular. Fazer aniversário também não. Mas eu estou aos

poucos perdendo o medo, eu quero uma história diferente, vou dá chance á minha

história. Meus irmãos tiveram a chance, por que eu não teria?”

Comecei a comer e senti meu estômago dançando de felicidade.

Comecei a rir sozinha, tive um ataque de risos. Algumas meninas que estavam na

mesa da frente começaram a olhar para mim. Eu não liguei.

Comecei a desenhar coisas aleatórias:

Ta eu não sou uma desenhista, ou um Leonardo da Vinci. Mas eu conseguia emitir

uma mensagem através da linguagem não-verbal;

Fiquei assim até perceber que muita gente tinha saído.

Olhei no relógio gigante da praça de alimentação: 15h50min.

Juntei as coisas, coloquei a bandeja no lixo. E desci pelas escadas.

Chegando ao estacionamento não vi Jonh ou Mary. Dei meia volta e esbarrei nele.

-Que menina pontual – riu Jonh amortecendo minha batida.

-Não vi você no cinema – falou Mary.

-Ah eu fiquei na papelaria e depois fui comer alguma coisa. – falei mostrando as

sacolas.

Ela puxou o caderno e minha garganta congelou.

-Que legal vai ser seu diário? – ela perguntou.

-É quase. – gaguejei.

Ela abriu a primeira página e deu uma risada.

-Sua letra precisa dar uma melhorada - palpitou.

-Eu sei – admiti.

-Seu sobrenome é lindo – alguém já o elogiou? – perguntou Jonh.

-Sim, sim – quase toda vez que o falo – admiti.

-Imagina na faculdade. Srt. Chevalier. – ele riu imaginando a cena.

Imaginei uma diretora bem velha e chata com a voz irritante pronunciando meu

nome: Srt. Chevalier!

Ela não folheou a próxima página, ainda bem por que eu não estava querendo que

ela visse meus desenhos.

-Foi bom o filme? – perguntei.

-Ahaha – como se tivéssemos assistindo o filme – Mary riu.

Dei de ombros.

E formos à direção ao carro.

Chegamos em casa e eu fui correndo para meu quarto.

Mary e Jonh também.

Olhei para a varanda e vi Grathi sentada na calçada.

Desci igual uma maluca com os post-it e duas canetas.

-Comprei isso e lembrei de você – falei.

Sentei ao lado dela e ela deu uma risada triste.

-O que foi que aconteceu? – perguntei

Ela me olhou com os olhos cheio de lagrimas e se atirou para meu colo.

-E-eu – fungou – fui perguntar se ele gostava de mim...

-E o que ele disse? – perguntei desesperada.

-Ele disse que não gostava. – ela quase morria sufocada de lágrimas.

Eu não tinha experiências com foras ou algo assim.

-Mas que diabos você foi fazer lá? – questionei.

-Fui saber a verdade. – falou ela chorando.

-V-você foi tão assim corajosa? – gaguejei.

Corajosa é a palavra ideal, mas em outras palavras, pelo menos no meu cotidiano

de imortal a palavra certa é Cara-de-pau.

-Você vai ficar melhor. Qual é o nome do menino? – perguntei. – Me fale como ele

é. Segunda, me apresente!

-Ele se chama – ela fungou e deu uma boa pausa. – Paul.

-Paul desgraçado. – falei e ela riu.

-Tudo bem eu vou ficar bem.

Não você não vai – pensei – eu perdi bartomoleu há 130 anos e até hoje não

superei.

-Acredito em você – falei a abraçando.

Ser uma adolescente normal me fazia pagar um preço alto: Ver que eu era uma

adolescente normal só que sem paixonites.

Passei um bom tempo acudindo ela, e ela me pediu para que eu dormisse com ela

naquela noite por que ela não estava nada bem.

Suspirei e aceitei. Fui em casa fiz uma pequena mala. Coloquei uma carta embaixo

da porta de Mary e fui.

Levei pipoca e ela sorriu.

-Entre e obrigado pela pipoca.

-De nada. – sorri batendo os pés no tapete.

Formos ao quarto e ela fechou a porta e teve um ataque de choco, se jogou direto

na cama e eu fiquei com os olhos bem abertos em choque.

-Se eu fosse assim não perdia uma festinha do pijama por causa do Paul – falei o

nome Paul debochadamente.

Ela soltou um risinho.

Já volto – falou ela saindo do quarto com a mão na boca.

Fiquei olhando os livros que ela tinha, e ela não voltava. Passou meia hora e então

eu resolvi ir atrás dela.

-Grathi? – falei batendo na porta-você está bem?

-Só um ataque de borboletas- gritou ela – ouvi alguns gemidos e então abri a porta

e coloquei a cabeça.

Ela estava ajoelhada em frente à privada com a mão na barriga.

-Que horror Amanda – você não precisa ver meus ataques.

-No-nossa – falei me recuando. – quer que eu chame sua mãe?

-Minha mãe não está em casa sua boba – ela riu.

-Então estamos sozinhas? – falei – estou sozinha com uma louca vomitando? – falei

de novo.

-Exatamente – ela riu se levantando e dando descarga.

Ela fechou a porta do banheiro e voltamos ao quarto.

-Esquece esse menino só por uma noite. Você esta perdendo tempo ficando assim.

– eu não ligava para tempo, mas eu tinha que fingir que era perda de tempo pensar em

alguém.

-Tudo bem – ela suspirou – vamos assistir um filme?

-Ah, tudo bem. – sentei na cama e ela riu.

-Por que deitou na cama? Ela riu.

-Não vamos assistir filme? Apontei para a TV do quarto dela.

-Vamos para a Sala sua boba – ela riu de novo.

-Ah é mesmo – ri junto.

Descemos com travesseiros na mão e coloquei sob o tapete.

O filme começou e então depois de duas horas o filme acabou e Grathi estava

dormindo.

Ouvi a porta abrir, era a mãe dela... A Katy.

-Ah que boa surpresa – Disse Katy colocando algumas compras em cima da mesa.

-Seja bem vinda – ela riu.

-Ah, Obrigada Katy. A Graciele dorme sempre cedo? – ela riu e olhou para ela.

-Ela esta com cara de choro – exclamou ela- Se ela chorou ela dorme

instantaneamente.

-Deve ter sido do filme – ri nervosa.

O filme que ela passou era um romance, só que um romance cheio de palavrão,

cheio de cenas inapropriadas, cheio de foras e finais tristes. Essa era a realidade dela.

VII – A Confusão

Acabamos dormindo na sala mesmo. Acordei no dia seguinte meio tonta por que

dormi no tapete. Tomamos café da manhã e perto do almoço eu voltei para casa.

Mary estava com a maior cara de que dormiu muito bem.

-Como foi a festa do pijama? – ela riu.

-Ah foi legal – admiti.

-Amanhã sua aula é em tempo integral. -Ela falou

-Droga – murmurei - começa às 8h? –palpitei.

-Das 8h até às 16h.

-Ela deu um sorriso torto e então eu subi.

Meu quarto ainda estava branco, e agora eu percebi que eu já comecei a dar de

cara com minha rotina, e agora tudo voltou ao normal : Eu não era mais novidade.

Passei o dia escrevendo e me preparando psicologicamente para: Encarar Lucca,

Daisy.

Olhei para o calendário e vi que a primeira aula era de Geografia.

Fechei os olhos e acordei ás 7h.

Tomei um banho e quando foi 8h eu sai de casa correndo.

Mary E Jonh foram trabalhar.

Chegando na escola o sinal já tinha tocado a exatos dez minutos.

-Por favor vá até a sala do Vice-diretor – falou um monitor de corredor.

-E onde fica? – perguntei nervosa.

-À direita. – e eu fui.

Bati na porta e uma voz forte me atendeu.

-Entre. – voz séria.

Eu me sentei na cadeira e ele fez uma careta. Ele era meio moreno, usava óculos,

uma blusa azul, calça jeans e cabelo preto.

-Você é nova por aqui? – perguntou.

Balancei a cabeça nervosa – s-sim.

-Prazer – disse ele estendendo a mão – sou o Walf.

-Prazer Walf – gaguejei – sou Amanda.

-Eu iria lhe dar detenção por chegar a este horário no meio do ano letivo. – falou

ele- mas está perdoada por que tu es novata.

-O-obrigado – gaguejei.

-Mas não se anime que cortesia de novato acaba no segundo dia de aula. – Ele riu.

Fiquei quieta.

-Amanda Chevalier?- perguntou ele segurando uma caderneta.

-Exatamente – ri – e imaginei que ele iria elogiar meu sobrenome ou meu cabelo.

-Certo – ele falou riscando algo no meu nome – pode ir – mas agora você só entra

na segunda aula. – falou ele sério.

-O.Ksussurrei quase baixo demais.

Me levantei e abri a porta. Fui até o armário abri coloquei meus livros dentro e sei

um suspiro sentando no chão.

-Olha quem veio hoje – Falou uma voz.

Não acreditei quem era. Olhei para cima: Lucca.

-Por que diabos você está aqui? –perguntei nervosa- ele riu.

-Qual é – meu armário.

-Ah é mesmo – esqueci – sou azarenta por ter um armário vizinho ao seu. – Me

levantei.

-Qual é – ele falou meio nervoso – o sonho de todas as meninas desse colégio é ter

o armário do lado do meu.

-Não sou todas as meninas. – Falei – fechei a porta do armário e sai.

Ele veio atrás de mim e falou – espera ai nervosinha você deixou cair esta caneta –

mostrou ele uma caneta para mim.

-Essa caneta não é minha –falei – ele me entregou e falou.

-Agora é. – sorriu ele – estou te dando. Ela era presente para minha ex-namorada.

Mas ela terminou comigo quinta feira.

Ia falar que lamentava. Mas fiquei olhando para ele o encarando. “Que diabos ele

veio me dar uma caneta?”

-Qual é – aceita vai – é um presente de boas vindas.

Olhei para ele sem falar nenhuma palavra e fiquei o encarando.

-Tudo bem então – falou ele guardando a caneta no bolso.

-Quando você mudar de idéia – continuou – ela é toda sua.

Enquanto ele olhava para mim, eu olhava o horário.

-Perdi a aula de geografia – ele murmurou.

-Eu também.

-Agora tenho aula de Física. – ele falou.

-Eu também. – concordei.

-P-E-R-A-I, eu tenho aula de física? - verifiquei o horário e a resposta era: Sim.

O Sinal tocou e eu fui em direção à aula de Física. Lucca me seguiu.

Ao entrar na sala, a sala era toda feita de quadro branco.

E em cada carteira tinha um piloto.

-Bom dia Alunos – disse um professor alto com o cabelo preto penteado para trás,

branco com a voz grossa.

-Bom dia – falei.

-Seu nome é Amanda? – Perguntou o professor para mim.

-Sim, Sim. –respondi.

-Seja bem vinda Amanda. Sou o Ferb. Professor de física.

Dei um sorrisinho e em pouco tempo a Sala se encheu.

Judith estava na sala. Kimberley também.

Fora Lucca. Só aqueles rostos me pareciam familiar.

-Tudo bem gente. Agora vai começar a aula. – falou o professor tentando fazer

com que toda a sala se calasse.

Foi em vão. Então furioso ele chamou a atenção da sala com um assobiou que

quase matou-me do coração.

Eu nunca gostei de física. Não sabia nada. Nada mesmo.

Então eu fiquei passeando os olhos na sala e procurando algo engraçado.

-Hey, Amanda. – Falou Luc.

Eu o ignorei. E ele se sentou todo torto de modo que a cabeça dele ficava um

pouco mais baixa.

-Amanda – me responde – por favor – insistia ele.

-O que foi? – perguntei sussurrando. Eu não gostava de física mais respeitava o

professor;

-Eu queria te convidar para... Ir ao cinema ta afim? – ele perguntou.

Vida escolar não é o problema, o problema é as conseqüências da vida escolar.

Principalmente quando você tenta não fazer alguma coisa. E Acaba fazendo. Tipo você

promete que não vai dar atenção a nenhum menino por que eles te deixam em risco, Mas

acontece que você acaba dando atenção, e pra piorar o menino ainda deixa isso

acontecer.

Suspirei – e quando abri a boca ele me interrompeu.

-Eu pago – você escolhe só o dia. Eu juro que não é nada que você pensa é só um

filme para... Amigos.

-Tudo bem – suspirei – eu acho que um filme não faz mal. – sorri.

-Escolhe o dia – disse ele meio que gaguejando pela minha resposta inesperada.

-Eu insisto em pagar. Que tal quarta?

-Perfeito! Então quarta.

-Quarta – eu sorri e me a Cherry me deu um chute na cadeira e de imediato eu

olhei pra ela.

-O Luc te convidou pra sair? –perguntou ela com o olhar torto.

-Um encontro de amigos – sorri.

-Ele nunca fez isso com ninguém. – ela deu um sorriso torto.

-Já me falaram...

A Aula tocou e então no corredor eu me encontrei com Grathi.

-Grathi o Luc me chamou para ir ao cinema...

-Qual é aquele menino sempre dá uma de difícil pra alguém – ela bufou. – não é o

seu caso.

-É pois é – qual sua próxima aula?

-Física – respondeu ela.

-Ah que droga a minha aula é...Artes.

-Eu me acho por ai. Boa aula Grathi.

-Boa.

Cheguei em uma sala completamente colorida. Entrando na sala vi Nancy,

Kimberley e Cherry.

Nancy acenou pra mim e eu acenei de volta.

Sentei no fundo da sala. E para minha tristeza Luc entrou também e ficou sentado

do meu lado.

-Hoje todas nossas aulas são iguais – riu ele.

-Como você sabe? – perguntei.

-Eu mudei de horário – ele sorriu.

-Ah que legal – falei meio estremecendo – por que você fez isso?

-Ah é... Motivos pessoais - ele riu.

Abri-me e ri também.

-Aham sei.

Bom dia. Para quem não me conhece sou Else, professora de Artes e você como se

chama?- falou ela para mim.

-Amanda – Respondi.

-Olá Amanda seja bem vinda.

-Obrigado.

As Aulas passaram voando, então quando me dei conta já era hora do almoço.

-Sabe segunda feira é o dia que tem o melhor almoço – Lucca riu andando de

costas e olhando pra mim.

-Sério? – dei um sorriso meio bobo.

-Esta é minha primeira escola de turno integral.

-Você estudava em uma escola com um só horário?-ele ficou surpreso.

-Na verdade eu não ia para a escola. Eu ia mais não integral, Quer dizer é a

primeira escola que eu fico em turno integral e ah... Não sei como explicar- bufei.

-Você quis dizer que você nunca ficava pra as aulas a tarde? – ele questionou.

-Exatamente, as palavras não saíram.

Estávamos na fila para pegar a comida.

Hoje é macarrão com... Soja? – ele questionou.

-É o que diz na placa – ri – ainda diz que é o melhor almoço da semana.

-Sempre é – hoje foi uma exceção – disse ele coçando a cabeça.

-Oi Amanda. Olá Lucca – Falou Grathi ao meu lado.

-Oi Grathi – respondi.

-Olá Graciele. – ele respondeu.

Eu dei de ombros e a mulher colocou no meu prato um monte de macarrão.

-As comidas já foram melhores – exclamou Grathi.

Olhei para Luc e ele havia sumido do meu lado.

O.K -Pensei a mim mesma. Esse menino está começando a ficar estranho.

Me sentei à mesa e Grathi sentou a minha frente olhou para comida e suspirou

três vezes.

-Essa comida realmente está um nojo – falei revirando o macarrão com o garfo.

-Não é isso não – falou ela baixando o tom de voz.

-Percebi que houve uma movimentação na mesa atrás de mim.

-É ele. – falou Grathi – É ele.

-É ele o que? Falei de um tom normal.

-Shiiiiiu! – sussurrou ela.

-É o Paul.

-Ah – virei para trás e vi um menino bronzeado com o cabelo preto.

-Ah é o Paul? – sussurrei.

-Sim – ela ficou com a cabeça baixa e eu me coloquei em uma postura ereta.

-Então como foi sua aula? – tentei mudar de assunto, mas ela pareceu imóvel

diante a situação.

-Amanda eu não estou muito bem – resmungou ela e em seguida se levantou da

mesa e saiu correndo.

Ouvi uma risada na mesa de trás, e de repente Nancy apareceu sentou na mesa.

-Eu cuido da mesa – vai ajudar ela. – rápido. – Falou ela não com o tom de ironia,

mas o tom de “você precisa de ajuda”.

-Obrigada Nancy – falei correndo.

Chegando no banheiro ouvi os gemidos vindo da ultima porta.

-Graciele? É você? – comecei a gaguejar enquanto andava igual um astronauta na

lua em direção à porta de onde se ouvia os gemidos.

-Amanda, por favor, vá embora. Eu não quero que você me veja assim.

-Qual é Grathi você está vomitando, passando mal e quer que eu te abandone?

Não sou esse tipo de amiga eu... – abri a porta e vi Grathi ajoelhada na privada chorando.

-Que diabos é isso? Comecei a me desesperar ela estava vermelha de tanto chorar.

E Parecia ter colocado pra fora tudo o que comeu o dia inteiro.

-Eu não agüento – falou ela novamente vomitando – eu vou morrer.

-Grathi se acalma garota é só um garoto.

-É só o garoto que eu estou afim. – Disse ela quase se engasgando de novo.

-Por favor Grathi olhe ao seu redor você já viu alguém morrer de amor? –Eu

poderia ser a primeira se decidisse gostar de alguém.

-Vou ser a primeira – disse ela bufando.

-Se realmente alguém morresse de amor pode ter certeza que a primeira pessoa

que morreria seria eu. Olha eu: perdi meu primeiro paquera. Você não tem idéia do

quanto foi pior do que isso que você está passando.

-Eu nunca mais vi ele. – comecei a encher meus olhos de lágrimas.

-Sempre tem alguém que me faz sentir a melhor a e pessoa mais sortuda do

mundo – ela suspirou e se levantou.

-Eu literalmente perdi a fome – anunciei.

-Eu perdi o estômago – ela riu e deu descarga.

Ela riu e lavou o rosto.

-Eu quase sempre tenho esses ataques – admitiu ela – eu não consigo conter a

tristeza e a dor que eu sinto quando ele passa.

-Você consegue , mas é que isso é uma coisa mais complicada do que se pensa...

-Amanda – interrompeu ela – você não parece que tem dezesseis anos e só gostou

de um garoto em toda sua vida – ela riu.

-Ah – imortalidade é a ultima coisa que ela deverá pensar – é que eu tinha algumas

amigas que... Eram poetas. Tipo você só que você tem sorte, elas não.

-C-como assim eu tenho sorte? – ela perguntou.

-Você tem alguém que se importa.

-Você não as ajudava? – ela perguntou um pouco alto.

-Não eu era chata e mantia distância quando o assunto era garotos.

-Você é confusa também – bufou ela.

-Vamos lá a Nancy está guardando nosso almoço.

-A Nancy? – perguntou ela.

-Sim , por que? – eu gaguejei – será que tinha sido um erro? Será que ela não era

segura?

-É que ela não se dá bem com a maioria das pessoas. –ela insistiu.

-Não sou a maioria das pessoas – ri e ela riu de volta.

-Você é incrível Amanda.

Chegamos no refeitório e então Nancy estava sentada mexendo no celular.

-Muito obrigado Nancy. Você fez um grande favor – sorri.

-Cara você merece – ela riu e se levantou.

-Qualquer coisa pode contar comigo – ela saiu e deu uma piscadela.

-Sentamos-se à mesa e os meninos continuaram falando mais alto.

O Almoço estava frio, como não iríamos mais comer, empurramos para o fim da

mesa e se focamos em uma conversa.

-Amanda você é uma ótima filha, por que sua mãe te... Abandonou?- desculpe a

pergunta mas eu preciso saber...

-Minha mãe era usuária de drogas – menti.

-Lamento. Ela chegou a te machucar? – ela perguntou.

-Não eu era muito espertinha eu fugia para a casa da vizinha e ficava lá.

-Lamento mesmo. E seu pai?

-Também.

-Um clima ficou tento.

-O Lucca está gostando de você. Vejo nos seus olhos.

-Meu deus Grathi você está louca ninguém pode gostar de mim eu não sou tudo

isso... – exclamei.

-Pra você não, mas pra ele você talvez seja uma deusa. Ela riu e imediatamente se

calou o que eu previ que fosse Paul.

-Desculpe o sumiço antes eu tive que destravar um armário – Lucca se sentou.

-Tudo bem Lucca.

-Não sabia que destrancava armários – Grathi exclamou.

-Geralmente não destranco, Mas sempre tem uma exceção.

-O.K então – sorriu Grathi.

O Clima ficou tenso então Lucca pegou uma mecha do meu cabelo e colocou atrás

da minha orelha.

-Seu cabelo é muito lindo. Nem acredito que seja de verdade.

-Só por que você nunca viu não quer dizer que não exista. – completei.

-Blef – fez ele. – você não pode ser uma daquelas meninas que é super-poética.

-Por que não? Claro que posso. – sorri maliciosamente e então ele colocou os

braços na mesa e ficou vermelho.

-É que meninas assim me deixam mais nervoso.

-Qual é Lucca você nunca tratou uma menina tão bem nesta escola quanto trata

Amanda. – ela ergueu as sobrancelhas.

-Eu posso ter feito uma decisão diferente com Amanda – sugeriu Lucca.

-Tão rápido? – ela questionou.

-Por que não? – ele questionou mais rudemente.

-Não sei isso parece tão... Estranho – falou Grathi um pouco mais calma.

Fiquei em caos ao meio deles.

-O que v-você quis dizer c-com i-isso? – questionou ele gaguejando. E ficando de

uma cor meio azul e roxo.

-Que você está afim da Amanda – ela questionou com os braços cruzados sob a

mesa.

-v-você está ficando maluca? – ele me encarou se inclinando.

-Eu? Você está ficando maluco! – retorceu ela.

-Essa menina não faz meu tipo – falou ele apontando pra mim e ficando de um tom

de roxo a vermelho vinho.

Olhei pra ele e fiquei encarando. Ele me chamou de feia em outras palavras.

Ele se sentou e respirou fundo enquanto eu olhava pra ele assustada.

-Não sei o que digo – falei – era melhor eu não ter dito nada – pensei.

Ele se levantou e não disse uma palavra. Seu rosto estava rosa.

-Grathi? -questionei.

-Desculpe a confusão, mas , esse menino é maluco. Ele nunca tratou nenhuma

menina assim, ele deve está afim de você. – disse ela confusa.

-Por que você não dá uma chance pra ele? – falou Nancy sentando ao meu lado.

-Ao Lucca? Ele acabou de me chamar de feia. – bufei.

-É o primeiro sinal de que o menino ta afim de você. Eles nunca admitem. – Ela riu.

-Lucca é só uma pedra no meu sapato. Eu não quero perder o foco por ele. – falei.

Todo mundo ficou em um silêncio profundo, me levantei e peguei um copo de

suco, mas na volta uma menina esbarrou em mim e todo o suco foi parar na camiseta

dela.

-Você derramou suco em mim – berrava ela com um jeito de fresca.

-D-desculpe, eu sinto muito – peguei um papel toalha e tentei amenizar a situação.

Mas ela berrava.

-Você fez isso de propósito sua Ruiva! Você quis me atingir. – berrava ela

novamente.

-Eu não queria. Juro! – silabava.

-Você vai ver Ruivinha desgraçada – me xingou.

-Você vai ser que isso só foi um acidente. – rebati.

-Um acidente? HAHA – falou ela com pode e ironia.

-Por que não? Acidentes acontecem – falei querendo pular na cara dela.

-Mas não comigo, isso é inveja – ela olhou pra mim e eu dei dois suspiros.

-Inveja de você? Eu nem te conheço. – falei me virando.

Ela deu um grito e então ouvimos a caixa de som anunciando “Por favor senhora

Amanda Chevalier e Senhora Iara Cull apresente-se na diretoria urgentemente.”

-Qual é mal comecei a semana já estou encrencada.

Olhei pra trás e Grathi estava olhando pra mim com uma cara assustada. E Nancy

estava se dirigindo até mim.

-Ela arruma confusão com as pessoas. Relaxa o diretor já conhece essa peça. -falou

Nancy olhando da cabeça aos pés a Iara com cara de nojo.

-Tudo bem – cuida da Grathi pra mim.

-O.K – falou ela.

Fui andando até a sala do diretor. Iara ao meu lado fazia a carinha de santa.

Ta eu derrubei sem querer um suco nela.

Abri a porta do diretor. E um cara moreno, com um sorriso no rosto deu um grito.

-O que as senhoritas aprontaram?.

Sentei na cadeira, e Iara sentou na cadeira a um metro e meio de distância de mim.

-Ela – apontou pra mim – derrubou suco em mim.

-Foi Sem...- ela intrometeu.

-Foi querendo – ela queria me humilhar.

Fiquei olhando pra ela então o diretor nos interrompeu.

-Iara como eu posso confiar em você? Você diz que todo mundo joga suco em

você.

-Mas ela tem motivos pra isso. – falou ela.

-Eu? – questionei.

O Diretor novamente me respondeu.

-Quais Iara? Ela nem te conhece. – falou ele.

-O Lucca gosta de mim e não dela – falou soltando tudo. Como se já tivesse

planejado.

-Qual é o Lucca é um menino da minha classe- bufei.

-O Lucca não gosta de você Iara, não gosta mais. – Ele falou com um tom de

brincadeira.

-Agora por que você arranja confusão por causa de comida? Por que não arranja

confusão por causa de professores que não dão aula direito... você se rebaixa tanto Iara.

-Ah você ta defendendo ela é? – falou ela vermelha de raiva. – então ta você fica

defendendo essa ruivinha falsa aí.

-Opa! falsa é essa sua expressão de santa- briguei.

-Você queria me humilhar Amanda Chevalier.

-HAHAHAHAHA, como se um suco fosse motivo pra humilhação – ele riu.

-Olhe Iara, se ela quisesse realmente lhe humilhar, ela jogaria ovo podre com

farinha na sua cara.

-Deixe de ser briguenta e assuma que isso não passa de um acidente. -Ele pediu

-Não, faça ela assumir que isso foi de propósito.

-Não vou admitir algo que não é verdade - falei.

-Você é muito invejosa - falou ela com o olhar mortal pra mim.

-Inveja deve ter você de mim, sua fresca – rebati.

-Ela ficou olhando debochadamente para mim e eu a ignorei.

-Iara a próxima vez que você vier aqui nessa sala por conta de suco eu vou lhe

suspender.

-Já estou acostumada a sempre levar a culpa – ela bufou.

-Você sempre faz tempestade num copo d’água, ou melhor num como de suco. Ai

você quer que eu diga que não foi um acidente?

-Mas é o que aconteceu.

-Não Iara, essa jovem não perderia o tempo dela jogando suco em você, Me

desculpe.

Suspirei e ela se levantou e saiu da sala, batendo a porta.

-Desculpe-me ela é outra dor de cabeça nesta escola. – falou Zack.

-Tudo bem . Toda a escola tem aquela pessoa que tenta chamar atenção. – rebati.

-Esse é o ultimo ano dela aqui. Prometo que será a primeira e ultima vez que você

se encrenca por causa dela.

Sai da sala com uma postura incrível. Nancy estava na porta.

-Ela é uma invejosa. – falou Nancy.

-Não discordo. Mas o que eu fiz? – ela suspirou.

-Ela é afim do Lucca, Mas o Lucca a ignorava, Então quando você chegou ela ficou

com ciúmes por que bem, ele gostou de você. – acho que é isso. – ela bufou.

-Por que não está na aula? – perguntei.

-Não sei – ela deu de ombros – eu não iria prestar atenção na aula sabendo que

você e Iara estavam no mesmo ambiente.

-Qual é ela é muito idiota. - bufei de novo.

-Vamos logo pra a classe – sugeriu-a.

Passamos por um longo corredor de armários verdes e entramos em uma sala

cheia de frases na parede.

-Classe de? –perguntei.

-Sociologia – ela sorriu.

Peguei minha mochila que Nancy segurava, e então se sentamos, ela sentou atrás

de mim, e Na minha frente se sentou Kimberley.

Entrou uma professora super-meiga e totalmente contente.

-Boa tarde turma – sorriu ela.

-Vejo que tem novatos por aqui – interrompeu ela.

-Amanda – acenei e sorri.

-Seja bem vinda Amanda. Meu nome é Carine e eu sou sua professora de

Sociologia.

-A Sociologia nasceu na revolução industrial –falou ela – quando se houve a

necessidade de entender a sociedade e suas manias.

Eu poderia dar uma aula sobre sociologia, até por que eu estava lá quando ela

nasceu. No começo a sociologia era uma matéria para louco. Mas depois foi aceita. Depois

que todos perceberam que ela dava melhorias a nossa vida social.

A Aula passou rápido, quando menos esperei eu já estava em casa fazendo os

deveres de casa.

VIII- Surpresa

Amanda eu queria lhe presentear.

-Não precisa Mary – insisti.

-Por favor, sinta-se honrada em receber este presente.

Ela colocou em cima da mesa um envelope.

-Por favor, não precisa me dar presente, eu já fiz aniversário esse ano. – insistia.

-Abre esse envelope logo! – ela riu.

Ela insistiu e eu dei de ombros.

Abri o envelope e era uma passagem para a Austrália.

-Mãe, isso é sério?

-por que não? Você merece. – ela riu.

-Mãe não precisava – insisti.

-Precisava sim Amanda! – ela riu.

-Quando irei?

-Semana que vem.

-É tipo um intercâmbio? Vou passar muito tempo lá?

-Você vai passar um mês em um acampamento. – ela sorriu.

Meu corpo por dentro era tipo “iuupi vou viajar sozinha e pela primeira vez com

previsão de volta”. Ta isso era esquisito, principalmente pelo fato de que eu estava

pensando mais na volta do que na ida.

-Mãe muito obrigada- assenti.

-Você realmente merece um descanso. A Vida por aqui durante as férias é muito...

Solitária.

Abracei Mary o mais forte que pude.

-Te Amo – insisti.

-Também te amo. – riu ela e me abraçou.

A Semana passou rápido. No Ultimo dia de aula fizemos uma prova. Luc sentou do

meu lado, mas não disse uma palavra se quer, ele não falou comigo em nenhum dia.

Nancy virou minha colega. E Grathi teve mais um ataque por causa de Paul.

Sai da escola com a sensação de liberdade. Fiquei escrevendo no meu caderno

enquanto me preparava para a viagem na manhã seguinte.

Acordei e senti o cheiro de ovo. Eu estava morrendo de fome, e aquele cheiro me

fazia cócegas. Desci na maior velocidade que pude e me ergui em sua frente.

-Essa cheiro está me matando. –comentei.

-Seu ultimo café da manhã conosco durante as férias. – ela riu.

-Um banquete? – ri.

-Exatamente.

Olhei para a mesa e vi todos os tipos de comida.

-É uma festa de despedida? – eu ri.

-Quase isso – falou Jonh se sentando à mesa.

‘ Dei uma risada.

Comemos o banquete com a maior algazarra. Em nenhum momento cheguei a

falar sobre Lucca ou Iara para Mary.

-Será que Amanda volta com um namoradinho? – ela deixou a pergunta no

ar.

-Claro que não, eu não vou procurar um namoradinho nas férias.

-Amanda me conte tudo sobre lá! – ela insistiu.

-Você entregou a caixa para Amanda? – perguntou Jonh a Mary.

-Ah eu esqueci – ela deu um sorrisinho e se levantou a mesa.

Ela voltou meio segundo depois com uma caixa rosa e me entregou.

-Pra você manter contato conosco. – ela sorriu.

Abri a caixa e era um celular.

-O-obrigada Mary. Mas não precisa. – ri.

-Claro que precisa – interrompeu Jonh. – como você vai falar conosco? - ele riu.

-Obrigado Jonh – falei.

-Só não queremos morrer de saudades.

Ficamos um bom tempo conversando e comendo. Mary trouxe minhas malas, e

pediu para eu tomar um banho. O Voou sairia em três horas. Meu precisava fazer o che -

king.

Coloquei uma calça jeans, um moletom cinza velho que eu tinha e o sapato cinza

que eu comprei com Mary.

Entramos no carro e então Jonh sorria para mim pelo retrovisor. Ele deixou eu e

Mary na porta e saiu para trabalhar.

IX- Viagem

Estávamos na fila do cke-king quando minha mãe começou a se abrir.

-Acha que isso é uma boa ideia? Não vai sentir saudades de casa?

-Não mãe eu ficarei bem - respondia.

-Vou sentir muito sua falta – falou ela.

Fiz meus cke-king e então ficamos andando pelo aeroporto.

Até que no telão apareceu:

Vôo para Austrália – Embarque próximo.

Minha mãe do jeito que era pontual me fez passar pelo detector de metais.

Filha chegou sua hora, falou ela abrindo os braços e com os olhos cheio d’água.

Abracei Mary com todas as minhas forças, ela me abraçou tão forte que achei que

minhas costelas se quebrariam.

-Mãe eu vou sentir muitas saudades de você ! ligarei todo o dia. Eu prometo – dei

uma risada.

-Se você conhecer um gatinho me conte tudo – ela sussurrou no meu ouvido.

-Já disse que não vou arrumar um namorado mãe.

-Você é imprevisível Amanda.

Passei pelo detector de metal e Mary já tinha sumido do meu campo de visão.

Na sala de embarque tinha nada de mais do que vinte adolescente como eu.

Um dos meninos parecia Lucca, o que me deixou com um gosto amargo na boca.

Sentei na cadeira e fiquei pensando sobre eu ser imprevisível.

Em 1943, eu estava na Hungria trabalhando em um orfanato. Quando um belo dia

chegou um menino com os olhos azuis e o cabelo loiro. Eu coloquei seu nome de “O

Anjo”.Em meio de tantos caos da guerra, um anjo tinha perdido um lugar aqui na terra. Eu

não poderia adotá-lo por que seria muito triste para mim vê-lo morrer. Mas eu não podia

deixá-lo chorando durante a noite enquanto as bombas o deixavam brancos de tanto

pavor.

Ele tinha apenas um ano. Foi encontrado vivo por milagre entre as ruínas de sua

casa. Ele tinha uma cicatriz na bochecha que me deixava com vontade de chorar. Certa vez

eu falei que ele não estava disponível para adoção, tal que muitas crianças chegavam, e

poucas saiam. Então quando acordei com o coração na mão consegui uma casa pra ele.

No dia seguinte o orfanato foi bombardeado. E os comentários no dia em que voltei lá

para pegar meus documentos foram.

-Emma você é imprevisível – falou a ex-recepcionista.

-Só fiz meu papel – exclamei.

-Você o adotou! Que coisa maravilhosa.

-Sim – menti.

-Vou para casa montar uma família.

Nesta mesma tarde passei pela casa o qual deixei o Anjo. E Vi que havia uma

estrela Judaica na porta.

Deu-me um frio na garganta. Eu entreguei um Anjo para judeus que anos mais

tarde foram levado ao fim.

Eu realmente era imprevisível, de um modo péssimo.

Fiquei observando os rostos a minha volta.

Na minha frente tinha alguns meninos do Havaí. Reconheci por que em suas

regatas tinham a frase “Vim do Havaí”

Eles estavam sentados na cadeira falando muito alto. Eles falavam um inglês

diferente. Eu não entendia nada que eles falavam. Mas também não procurava saber

Um

Ouvi uma chamada da atendente.

- “Atenção senhores passageiros, o embarque para o vôo rumo à Austrália

começará a ser liberado.”

“Mas antes queremos ter certeza de que todos do acampamento estão presentes.”

-Robert Nossitrap. – gritou ela com uma prancheta na mão.

O menino da minha frente se levantou na Maior algazarra, sem o mínimo de

respeito pela mulher. E passou debochadamente.

Ela deu de ombros e continuou até que ela chamou um menino que não estava no

local.

-Amanda Chevalier– falou ela.

Me levantei e entrei no avião.

-Bom dia – Disse a aeromoça.

-Bom dia – respondi.

Me sentei na cadeira da Janela. E fiquei com os olhos fechados enquanto as pessoas

entravam conforme fossem sendo chamadas.

Então quando o avião estava quase completo.

Um menino passou pelo corredor um pouco desorientado. E então ele me olhou e

ficou parado.

Olhei para ele e admito, ele era um Deus grego. E não existe palavras que possam

descrever sua beleza, era um sonho.

Ele me olhou e então eu fiquei com vergonha e tirei o olhar. Ouvi apenas os passos

apressados dele sentando no fundo do avião.

O Rosto dele ficou gravado em minha mente.

A Aeromoça pediu para que apertássemos o cinto.

O Avião decolou e eu fechei os olhos e pensei que tudo não passava de coisas da

minha cabeça.

Depois que o avião ficou estável, todos automaticamente retiraram os cintos. E

ficaram na maior algazarra. Fiquei observando a janela tentando tirar aquela imagem do

garoto.

O Avião voou por aproximadamente uma hora e meia. Eu dormi várias vezes, li e

reli as revistas que estavam ao meu alcance. Comi todas as comidas e o tempo previsto de

chegada ainda parecia distante.

Então enquanto eu observava as nuvens eu senti algo sentando ao meu lado.

Quando olhei não pude acreditar no que vi:

O garoto que eu tentava esquecer estava ali. Parado a minha frente. Sorrindo e

estendendo a mão.

-Oi, me chamo Logan.

-Me chamo Amanda – sorri e apertei sua mão.

-M-eu – gaguejou – lu-lugar é aqui – se importa?

-Não é claro que não.

-E então você vai para o acampamento? – sorriu ele.

Eu fiquei pensando como alguém poderia ser tão bonito.

Ficamos um bom tempo em silêncio. E então ele olhou para mim e deu um sorriso.

Claro que eu não estava olhando pra ele, foi só minha visão lateral mostrando que estava

em perfeito estado.

-Eu também vou para o acampamento – ele sorriu.

Dei um sorriso de leve.

-Amanda é o nome da minha irmã – sorriu ele – é um belo nome. – comentou

rápido.

-É Amanda é um nome muito comum – sorri.

Amanda era um dos nomes mais comuns da época. Quanto mais comum mais fácil

seria de enjoar e me convencer de que Tara ainda era o meu preferido. Eu nunca escolhia

um nome por eu realmente gostar. Na verdade eu escolhia pelo que parecia comigo no dia

da identidade.

-Hoje estou com cara de Amanda. – sorria para mim no espelho.

Ficamos um bom tempo em silêncio, soltando aqueles sorrisinhos básicos. Ta o

garoto era lindo, mas eu não podia fazer nada a respeito disso.

-Seja normal, Seja normal, Seja normal – pensava.

A aeromoça anunciou turbulência.

Ficamos um pouco mais perto um do outro e então quando o avião entrou em

turbulência ele ficou ao meu lado olhando pra mim.

-Acho que chegamos no oceano Amanda. – disse ele sorrindo.

-Espero que sim.

Era mesmo – vi pela janela do avião.

Ficamos em silêncio. Acho que estávamos quase chegamos;

- Fiquei folheando algumas revistas quando vi uma sombra se inclinando ao meu

lado.

-Então você gosta de ler? – perguntou Logan passando os dedos entre os livros.

-Não eu estou passando tempo. Mas acho que vou levar um pra ficar folheando no

avião.

A Cena ficou parecida com o dia em que conheci Grathi e sua verdadeira paixão por

Paul.

Ele ficou de pé e foi ao banheiro.

Olhei para ele e reparei em sua elegância. Ele usava uma blusa de xadrez vermelha

com vinho e preta. Uma calça jeans escura, um sapato preto. E o seu cabelo castanho era

penteado para trás, sua pele era pálida, seu nariz e seu sorriso era um dos mais bonitos que

eu já vira em toda a minha existência de 150 anos. Para deixar mais legal tudo, ele tinha os

olhos cor de mel.

Ele sorriu pra mim.

Então eu sacudi a cabeça percebendo o que eu tinha feito:

Estava olhando para um menino estranhamente lindo, e ele percebeu tudo.

-Desculpa eu estava com a cabeça em marte – tentei fingir.

-Tudo bem eu sei que minha roupa está esquisita –admitiu ele.

-Não , não está ! – falei um tom de preocupada.

Ele ergueu as sobrancelhas e deu um sorriso torto.

-Tudo bem, se é o que você diz.

Ele sentou novamente ao meu lado. Ele não me perguntou absolutamente nada.

Mas ele olhava para mim a todo instante.

De duas uma:

Ou ele me achou muito bonita.

Ou ele me achou muito feia.

Ou ele estava ali por educação.

Ele se virou pra mim e deu uma risada.

-Amanda eu vou pegar alguma coisa pra comer. – já venho.

-O.K.

Comecei a ler o livro, mas não me segurei a vontade de olhar pra ele de costas foi de

imediato.

Ele era não tão magro, mas não tão gordo. Digamos que na medida. Ele tinha o

cabelo lindo por trás. Era a simetria perfeita entre corpo e cara de um Deus. Ele não era

musculoso. Mas até que não era esqueleto. Estou prestando em mínimos detalhes, como se

eu realmente me importasse com isso.

Logan voltou com um sanduíche.

-Sou uma pessoa faminta – disse ele dando uma mordida grande no sanduíche.

-Percebi – ri de volta.

-Hei – ele interrompeu.

-Sim? – perguntei.

Então ele se calou e olhou para a janela gigante que era possível enxergar o imenso

e infinito oceano

-Nada não.

Ouvimos a primeira chamada para os cintos. Mas ignoramos.

Ouvimos a segunda.

Na terceira Logan apertou o cinto.

-Tudo bem – apertei também.

Ele pegou sua bagagem de mão azul e colocou no colo.

Olhei para trás e vi que o avião estava com algumas cadeiras vazias, então enquanto

eu esticava o pescoço para trás ele me pegou de surpresa;

-Quantos anos você tem? – perguntou ele.

-Dezesseis. – respondi. Na verdade 150 anos. Pensei.

-Eu tenho dezoito. – você tem algum problema com idade...?

Nunca tive, na verdade não importasse o quanto eu parecia ter, minhas experiências

datam de 15 décadas.

-Não, acho isso a maior bobagem.

-Também acho – falou ele.

-As pessoas ás vezes são mais velhas, mas não tem tantas experiências quanto certas

pessoas mais novas. – ele falou pela primeira vez sem gaguejar ou pausar.

-Isso mesmo – dei um sorriso.

Ele ficou olhando para mim e eu pressenti o que ele ia falar.

-Eu acho que muitas pessoas devem ter te perguntado isso – ele mordeu os lábios –

mas seu cabelo é realmente assim?

-Ah sempre me perguntam isso – bufei – sim eu sou ruiva mesmo.

Ele pegou uma mecha do cabelo e começou a analisar.

De onde eu vim as meninas geralmente são loiras... Acho que você é a primeira ou a

segunda Ruiva que conheço.

-Você é a primeira pessoa que conheci em um avião. – ri tentando parecer

engraçada.

-Você costuma viajar? – perguntou ele se inclinando para mim.

-Ah – gaguejei.

-Sim – eu já fui á... – pensei algum lugar – Rússia.

-Caramba, Rússia? –exclamou ele e eu ri.

-É um lugar bacana.

-Deve ser...

-E você costuma viajar muito?

-Na verdade eu viajo sempre pra Austrália, Mas dessa vez eu vou viajar e ficar sozinho.

-É , das outras vezes eu viajava com meu pai, com minha irmã. Mas finalmente meu

pai me deixou vim sozinho, depois de muitas decisões ele confiou em mim.

-Ele não confiava? – perguntei.

-Digamos que ele tinha medo de que eu fosse embora e não voltasse mais pra casa.

O Ruim de guardar segredo é que você realmente já fez isso e não pode falar.

-De qualquer jeito vou ficar sob cuidados dos monitores. Mas ainda sim é uma

grande responsabilidade.

Depois fechei os olhos e dormi por longas horas. O Suficiente para pegar pesado no

sono e esquecer que Logan estava ali, do meu lado.

Abri os olhos me sentindo tonta e totalmente perdida quando a aeromoça anunciou a

temperatura externa, e que estaríamos pousando no aeroporto de Sidney.

Ele olhou pra mim e mordeu os lábios,

-Essa é a parte que eu mais odeio.

O Avião se inclinou e então ele se prendeu na cadeira.

A Gravidade começou a agir me puxando pra cima. O que é engraçado por que no

avião tudo é ao contrário. Logan ficou imóvel. E Quando o avião finalmente colocou as

rodas no chão e começou a frear Logan voltou a suspirar.

-Literalmente eu odeio essa parte.

Minha cabeça começou a explodir.

-Amanda você está bem? – perguntou ele inclinando-se para olhar minha face.

-Minha cabeça vai explodir – exclamei.

-Vamos descer acho que melhora depois que sairmos daqui;

-Ele se levantou e pegou minha bagagem de mão.

-É sua? – ele riu.

-Aham. – exclamei me levantando.

-Deu pra perceber pela etiqueta.

A Mary deve ter feito uma das etiquetas mais exageradas do mundo.

-O que diz nela?

-“Amanda Chevalier” e uma foto sua.

-Uma foto minha? – avancei em Logan.

Era uma foto que enviaram a Mary sobre minha existência. Eu estava sobre um

fundo branco com uma blusa xadrez azul, a cabeça inclinada, com o cabelo partido lateral e

um sorriso meigo demais.

-Ah essa foto – suspirei.

Andamos até a saída do avião. Logan estava com a postura de cavalheiro enquanto

carregava a minha bagagem de mão e a Dele no ombro.

-Olha Amanda não suma de perto de mim. – ele ordenou e depois deu um

sorrisinho.

-Eles vão fazer a chamada. E Depois irão nos encaminhas até o ônibus;

-O.K – falei segurando com uma mão apoiada na minha cabeça;

Chegamos na esteira e a quantidade de pessoas que estava lá diminui bastante.

Enquanto eu estava na esteira Logan pegou um carrinho.

As malas começaram a passar, eu fiquei observando. Minha mala sempre era a

última a chegar. Então eu esperava quase todos irem embora para finalmente conseguir

pegar a minha.

Logan pegou uma mala Azul bem grande e colocou no carrinho.

-Como é sua mala? – ele pegou e tirou uma mexa da minha face.

-É cinza com vermelha – falei baixo.

Ficamos em pé um bom tempo. Então quando quase todos estavam com a mala na

mão a minha chegou.

Quando eu estava prestes a Pegar Logan pegou por cima e levantou com uma força

inacreditável.

-Nossa você é forte - exclamei.

-Essa mala não está pesada – ele riu.

Ele colocou no carrinho e seguiu em frente enquanto eu olhava pra ele arqueando as

sobrancelhas.

-Vai ficar ai tentando entender por que sou tão forte? – ele ficou sério.

Andei atrás dele dando passos largos.

Enquanto estávamos saindo uma mulher gritou.

-Quem é do acampamento por favor siga por aqui.

A Mulher era morena e alta com o cabelo bem cacheado.

-Logan virou e então chamou minha atenção.

-Por aqui.

Continuei dando passos largos e então chegamos na sala onde todos os jovens que

estavam na outra sala de embarque estavam lá.

Cheguei na hora que estavam anunciando meu nome.

-Amanda Chevalier.

-Aqui – levantei a mão.

-Siga aqui. – ela ordenou.

-Fui em direção a Logan pegar as Malas e ele me impediu com uma mão.

-Pode deixar que eu levo

-O.K então.

Continuei a dar passos largos e olhando pra baixo. Cheguei até o ônibus.

Me levantei e então sentei na ultima cadeira.

-Todos foram chegando e sentando. Logan foi o último.

-Obrigado por guardar lugar – ele suspirou.

-Não vai demorar muito até chegar lá – ele riu.

-Como você sabe?

-Vim ano passado. Mas com minha irmã.

-Eu vou comprar uma prancha de surfe hoje à noite... – comentou ele – você curte surfe?

-Acho maneiro!

-Se quiser eu te ensino. É fácil.

-Vai ser legal – garantiu ele.

Ficamos um bom tempo em silêncio. Logan se inclinou e ficou encostado na cadeira.

Eu fechei os olhos e imaginei por que eu estava se sentindo tão sem graça.

Ta um garoto lindo pegou minhas malas, está do meu lado, se ofereceu para me

ensinar a surfar. É meigo.

Não Amanda, não pense nisso. Ele pode está só querendo te agradar –sugeriu minha

voz interior.

O Único que te amou foi Bartolomeu – continuava aquela voz- então eu me calei e

apenas escutei.

-Você tem razão – falava minha mente – quem gostaria de uma menina assim como

eu? Que se amar ele de volta morre.

-Mas ele não sabe disso – rebateu minha mente – é só você não decidir.

-Cara – gritava minha outra voz – você não pode lutar contra isso.

-Qual é! Eu lutei contra Bartolomeu – rebatia.

-Mas o tempo era outro. E as palavras do seu pai ainda a assustavam – ela brigava

mais comigo.

-Amanda ! – gritou Logan me chacoalhando.

Acordei lerda e me levantei.

-O que? – gritei alto e quando minha visão começou a melhorar, que estava

embaçada, eu vi que o ônibus tinha chegado ao seu destino e que todos havera descido.

-Che... o que houve ? –interrompeu meus pensamentos.

-Eu estava... – gaguejei – sonhando.

-Você dormiu em quinze minutos e estava...sonhando? – ele riu inocentemente.

-Minha cabeça está explodindo – gaguejei.

-Chegamos, você pode descansar.

Descemos e então eu peguei minha mala e cheguei à recepção.

O Clima era unido meio frio entre o ônibus e a entrada.

-Amanda Chevalier? – perguntou a recepcionista.

-Sim.

-Ela entregou uma chave.

-Quarto 302.

-Obrigado – ri.

Logan chegou atrás de mim.

-Logan – ele riu.

-Logan seu apartamento é com uma cama de casal. E é o numero 402.

Meus olhos se arregalaram. Mas ele não me viu por que eu estava de costas a ele em

direção ao elevador.

Logan subiu no maior silêncio.

A Porta se abriu e eu dei um passo à frente levando minha mala.

-Obrigado por tudo Logan. – sorri.

-De nada ele sorriu.

E então o silêncio perturbou meus ouvidos até a porta se fechar;

Minha cabeça estava de mal a pior. Deitei na cama e fingi não ter medo do escuro.

O Telefone começou a tocar. A Musica era muito agitada, o que fez meu coração

acelerar. Me levantei quando pensei que o telefone pararia de tocar : Era Mary.

-Alô? – perguntou ela.

-Mary – falei colocando a mão na cabeça.

-Filha, como foi à viagem?

-Digamos que foi bem cansativa mas estou bem.

-Então, eu fiquei muito preocupada. Mas ainda bem que tudo ficou O.K.

-É...

-Então – teve muita turbulência?

-Sim . teve uma que eu achei que o avião ia. –Parei quando bateram à porta.

-Espera – gritei .

-Mary eu preciso desligar. – sorri sabendo que ela não viria meu sorriso.

-O.K. – me retorne!

Desliguei o telefone e abri a porta.

-Sua mãe? – perguntou Logan. Que estava de cabelo molhado para trás, um

moletom cinza e a calça azul.

-Ahãm. – olhei pra ele erguendo as sobrancelhas.

-Eu queria saber de – ele gaguejou – você tem – ele pausou e ficou encarando o

fundo do meu quarto.

Eu fixei meu olho em seu olhar, e o segui: Era minha mala ainda inteira da viagem.

Voltei a olhar pra ele e ele sacudiu a cabeça.

-Se eu tenho...? -continuei.

-Se você tem namorado. – ele engoliu em seco e ficou vermelho.

-Não – eu não tenho N-A-M-O-R-A-D-O. – gaguejei ao falar essa palavra.

-por quê? – perguntei ainda gaguejando.

-Eu esqueci de perguntar – ele sorriu voltando ao normal.

-Eu não sou desse tipo que curte namorar... sabe? – tentei falar nervosa...

-Entendo - ele olhou pra baixo e mexeu no cabelo.

Mordendo os lábios ele disse:

-O lance do surfe ainda está de pé? Amanhã vai ser um dia bom por aqui.

Coloquei a mão na minha testa que a esse ponto tinha uma gota de suor caindo.

-Acho que sim – dei um sorriso – provavelmente vou acordar cedo pra conhecer melhor o

lugar.

-Amanhã vai começar a gincana – ele sorriu.

-Gincana? – perguntei e abri a porta um pouco mais.

-Ahãm – disse ele – ou você acha que vai ficar deitada na cama o dia inteiro?

-Na verdade eu pensei que eu ia dormir o dia inteiro, sair pra comer e ver o pôr-do-sol. –

refleti.

-Estava errada. Amanhã ás 8h. – mas pode acordar cedo se quiser e aproveitar o clima.

-O.K – acho que vai ser impossível – estou mega-cansada.

-Eu também – mas aqui tudo vale a pena. – ele sorriu e se apoiou na porta com um olhar

querendo sezudir.¹

Seduzir¹: Carinha que garotos bobos fazem tentando agradar uma menina. Ultilizam a boca,

as sobrancelhas e os olhos para fazerem isso. Em outras palavras eles fazem caretas para

tentar encantar uma menina, mas tem um detalhe: Só garotos bonitos conseguem esse

resultado. Que era o caso de Logan. Claro.

Ele mordeu os lábios e então pegou meu queixo e virou.

-Boa noite – se inclinou e deu um beijo na minha bochecha.

-B-boa noite- dei um sorriso e acho que minha bochecha ficou rosa.

Ele deu um passo largo e subiu pelas escadas.

Fechei a porta e fiquei me apoiando nela.

O.K ele é só um menino lindo – exclamei a mim mesma enquanto suspirava.

É – S-Ó – U-M – M-E-N-I-N-O.

Fui em direção ao banheiro e vi que meu cabelo estava um horror.

Tomei um banho, molhei o cabelo, e ainda sim estava perturbada com sua

aparência.

Peguei uma tesoura e cortei ele um pouco depois do ombro.

-Perfeito – exclamei.

Fiz uma franja grande com o resto do cabelo. Minha cara ficou diferente. Eu fiquei

com cara de Girlfriend.

Sequei ele com uma toalha. E então fui dormir.

Acordei com ele levemente bagunçado, passei o pente e percebi que não tinha sido

uma má idéia passar a tesoura.

Era apenas 06h30min da manhã. Eu coloquei uma calça jeans. E uma blusa cinza

sem mangas.

Quando eu abri a porta senti as ondas de sol pela minha pele.

Fui em direção à recepção e tinha duas meninas.

-Bom dia - falei e elas me ignoraram.

O.K – pensei – vou passear por ai,

Sai do hotel e fiquei dando umas voltas. O Lugar onde eu estava era literalmente

lindo. O Barulho das ondas, era música aos meus ouvidos.

“Eu não poderia estar em outro lugar, eu não me imaginaria em outro lugar, meu

lugar é aqui.”

Eu insistia a mim mesma.

Comecei a andar por um bosque de pedras, tudo parecia tão singular. Não foi difícil

fingir que era tudo novo, por que era. Mas em toda minha vida nunca tive uma vontade tão

grande de ser jovem pra sempre.

-Amanda? -surgiu uma voz no fundo.

Fiquei imóvel e então a voz foi ficando mais forte.

-Amanda é você? – mais perto.

-Tocou no meu ombro e eu me assustei.

-Ah sim, sou eu – gaguejei e me virei.

Era Logan, ele estava com uma roupa de surfe azul com preta.

-Que susto – ele riu.

-O que você fez no cabelo? – ele falou pegando uma mecha na frente.

-Cortei – dei de ombros.

-Ficou legal. – ele sorriu e então colocou a prancha de surfe apoiada no chão.

-Hoje o dia está lindo – ele sussurrou – mas não posso dizer o mesmo -Olhei pra

ele e fiquei tentando entender o que ele quis dizer com isso.

-Você é literalmente linda – falou ele com sinceras palavras, com um olhar muito,

mais muito verdadeiro.

-Obrigado, mas acho que você não precisa tentar me agradar, eu sei da verdade.

-A verdade que você é linda?

-Não. A Verdade que você está tentando me agradar.

-Qual é – eu simplesmente falei o que é fato.

-Não sou tão bonita assim. – dei de ombros.

-A Beleza está nos olhos de quem vê, e eu te vejo como uma Deusa grega. – disse

ele pegando uma mecha do meu cabelo e colocando por trás da orelha.

Ele voltou a olhar pro horizonte enquanto o silêncio assombrava meus ouvidos que

agora estavam exposto ao vento quente da Austrália.

-Desculpe se te deixei sem palavras – ele falou olhando para o chão - mas é que eu

odeio de quem discorda da realidade.

Olhei para ele mordendo os lábios.

-Você é linda, aceite isso.

-Você também –e lindo – gaguejei – a realidade é ótima.

Fiquei parada um bom tempo até que percebi que Logan havia se afastado de mim.

Dei um suspiro e tomei um rumo diferente: andei floresta adentro.

Ouvia os passos atrás de mim, eu não recuei, continuei dando passos largos.

-Por que foges? – falou ele com uma voz de dor.

Virei para trás e vi que ele estava atrás de mim e com a mão no meu ombro.

-Quero conhecer o lugar – dei de ombros. – não estou fugindo.

-Vamos tomar café, e a propósito eles vão falar as regras.

-Regras? – qual é! Aqui tem regras?

-Todos os lugares têm – ele alertou.

-“Não pode se pegar no mato?” Falei ironicamente. Seguido do meu pensamento

“Meu deus eu estou completamente fora do normal”

-Na verdade não me lembro dessa regra- ele riu – e então ele percebeu que estava

segurando a minha mão, e que eu tivesse falado uma indireta pra ele.

-Os desafios, os grupos. – ele continuou.

-Desculpe – falei sem prestar atenção na ultima frase que ele dissera.

-Tudo bem – ele sorriu e em seguida arrumou o cabelo – sei que as pessoas ficam

fora de si quando estão encantadas – falou ele rindo e novamente arrumando o cabelo.

-Não é isso – olhei para o cabelo cor de mel – é que eu realmente estou fora de

controle.

-Lembre-se que fugir da realidade mentindo não é a melhor forma de tentar

argumentar com alguém. – ele piscou.

-Obrigado pela dica Senhor Filosofo. Suas frases me ajudaram a conseguir o

controle de volta – falei ironicamente.

-Você é boa.

-Boa em que?

-Em me deixar nervoso.

X- Perguntas

-Desculpa – falei.

-Você não precisa se desculpar – falou ele colocando a mão no meu ombro. – a culpa é

minha –continuou – eu não sei controlar meus sentimentos.

-Controlar seus sentimentos ? – perguntei confusa.

-Quando quero agradar alguém, fico nervoso e acabo não me controlando. – você sabe –

timidez.

-Não parece que você é tímido. – falei.

-É que você sabe... eu tomei coragem.

-coragem para vim falar comigo?

-Coragem pra admitir que dessa vez a timidez não me venceria.

-Ela já te venceu?

-Digamos que sim. Mas não é uma boa hora para falar disso – ele suspirou.

Ouvimos alguns sinos tocando: Hora do café da manhã.

Andamos em silêncio com uma distância confortável. Chegando lá se sentamos em

uma mesa quadrada, perto da janela e da mesa onde estava sendo servido a comida.

Se levantamos quase que na mesma hora, fui em direção à mesa e peguei uma maçã

e um sanduíche de queijo.

Logan pegou dois sanduíches de queijo e um suco de laranja.

-Então , me fale um pouco mais sobre você – Falou Logan quebrando o silêncio.

-Não tenho nada para falar – dei de ombros.

-Não acredito. – ele sorriu e deu uma mordida nos sanduíches.

Olhei para ele e parei de mastigar a maçã.

-Posso te fazer umas perguntas? – ele mordeu novamente o sanduíche.

-Claro – falei mordendo a maçã.

-Você se considera uma pessoa inteligente?

-Não.

-Discordo – falou ele dando outra mordida no sanduíche.

-Você me conheceu ontem, e quer saber mais do que eu?

Ele colocou a mão no queixo e fez uma cara de questionamento.

-A questão não é eu te conhecer, a questão é que você mesma admite isso com as

palavras, e eu admiro isso em você.

-HAHA – ri ironicamente – você acha que sou inteligente só por que eu consigo

controlar meus pensamentos?

-Isso não é pra qualquer um – ele deu de ombros e deu um gole no suco.

-Não sou qualquer um. Eu sou a...

-Amanda Chevalier – interrompeu ele – eu sei que você não é qualquer menina. –

exclamou ele colocando o copo sobre a mesa.

-Próxima pergunta – sussurrei alto o bastante para ele escutar.

Ele se inclinou para trás. O que me fez ter um leve choque nos nervos. O silêncio

ficou profundo, mas sua cara era de elaboração de uma nova pergunta. Ele ficou nesta

posição por um bom tempo, talvez um longo tempo.

-Eu sempre fui uma pessoa controladora, principalmente controlando meus

sentimentos – mas – ele interrompeu.

-Pareceria loucura eu falar que estou... Apaixonado? – ele riu forçado e se calou.

então olhou para mim com o olhar muito, mais muito forte.

Olhei para trás para ver se a pergunta realmente tinha sido para mim. Me inclinei

pra perto dele e de uma forma totalmente irônica eu respondi.

-Talvez.

Ele ergueu as sobrancelhas, o que pareceu que ele estava competindo comigo. Se

inclinou sobre a mesa e me olhou fixamente.

-Você namoraria uma pessoa como eu? – ele me sustentou com o olhar e deu uma

mordida no sanduíche, terminando o primeiro. Mas sem tirar os olhos de mim.

-Não – menti – na verdade eu acho que pessoas como você não merecem pessoas

como eu.

-Eu não te mereço por que? – ele se questionou alto demais e então sua expressão

mudou.

-Não sou um tipo de garota que seria ideal para ser sua namorada. Fala sério, eu sou

insegura, sentimental – tudo o que eu falava era mentira e não parecia convencê-lo.

-Isso não é argumento – Amanda – ele insistiu – você não é assim.

-Quer outro motivo?

-Quero.

A verdade: eu não tinha outros motivos, mas comecei a pensar enquanto ele

percebia minha falta de argumentos.

-Você não quer?

Fechei os olhos, a resposta não era não, mas também não era sim.

“Vamos começar com a gincana, por favor, escolham suas duplas”

Olhei para o lado tentando identificar de onde vinha aquela voz.

-Amanda, Amanda, Amanda – chamou Logan.

-Vamos ser uma equipe?

-Por que não? – ele riu.

-Realmente, por que não? Ri também e estávamos dando um aperto de mão.

Uma moça veio e recolheu o prato do Logan que restava um sanduíche. E então

ordenou que todos fossem ao campo.

Dei passos largos, mas Logan sempre me acompanhava. E então chegamos a um

enorme campo de futebol, onde em círculos se reunia todos os jovens presentes. Chegava a

uns quarenta e cinco, fora eu e Logan.

Uma mulher baixa do cabelo preto com um megafone começou a falar as regras.

-Não vai ter a regra de não poder se agarrar na floresta- sussurrou Logan no meu

ouvido.

E u comecei a rir e então mordi o pulso para tentar conter os risos.

-Amanda por favor pare- tentava me impedir Logan, mas também rindo.

Ele me agarrou e me apertou com força, para tentar abafar o som, e então quando eu

ouvi seu coração, eu parei de rir e fiquei de forma séria e ereta ao seu lado.

Ele ergueu as sobrancelhas e então continuou prestando atenção nas outras regras.

Não vou dizer que eu nunca pensei em desafiar minha imortalidade. Já que minha

única chance de morrer era essa.Eu já tentei optar por se apaixonar como uma forma de

suicídio. Parece estranho: “Não quero mais viver, vou me apaixonar” .Eu sempre pensava

duas vezes antes de decidir alguma coisa,principalmente em decidir os rumos das minhas

histórias, mesmo que após a morte eu tivesse mais nada com minha imortalidade, eu ainda

sim pensava em merecer um final feliz, mesmo que fosse minha ultima escolha, minha

ultima história.

Não que eu não quisesse me apaixonar, talvez as palavras de meu pai não me

atingisse mais, mas de alguma forma eu me importava com meu fim. E acredite: a pior

coisa é você poder escolher o seu fim, mas é que se você escolher seu fim você será apenas

mais um final feliz, então eis a questão: ter ou não uma história feliz?

Fechei os olhos e então passou uma mulher entregando um crachá. Eu tinha que

escrever meu nome, e o meu parceiro: Logan.

Também recebemos uma lista de tarefas. A primeira era correr durante a manhã pelo

bosque, se guiando pelas fitas laranja amarrada nas árvores. E a segunda era fazer uma

prova sobre atenção e raciocínio. Mas tinha um detalhe: Você teria que fazer isso preso a

seu parceiro.

Olhei para Logan e ele me olhou dos pés a cabeça.

-Você não parece ter gostado da primeira tarefa – comentou Logan.

-Você acha mesmo que eu tenho pique para sair correndo? Correndo com você?

-Não mesmo.

Uma mulher chegou e nos amarrou com uma fita, a fita não ficou folgada, o que me

fazia sempre querer desapertar. Logan não parecia tão perturbado assim quanto eu. Mas eu

estava louca para ter uma faca e arrancar minha mão.

Começamos a andar rápido pela floresta, em um rítimo bem diferente do que as

outras equipes, principalmente das equipes que tinham dois meninos que praticavam

esportes.

-Você não quer saber um pouco sobre mim? – ele questionou.

-O.K – me fale sobre você.

-Am, Eu sou um menino super-simpático, amo estudar, e eu sou muito tímido.

-Por incrível que pareça eu não percebi isso – falei irônica.

-Realmente, acho que isso é meio obvio. Mas vou tentar falar algo diferente...

Fiquei em silêncio enquanto olhava para nossos pulsos interligados por uma fita.

-Eu sou uma pessoa muito decidida, e eu gosto de aventuras que me faça ter

histórias para contar, tipo uma história emocionante que eu faça questão de contar para

meus filhos.

Ele sorriu e olhou para mim, que automaticamente me fez voltar aos nossos pulsos e

fazer uma careta de incomodo.

-Acha que eu tenho cara de pessoa que valoriza histórias?

-Não, na verdade eu acho que histórias são coisas de pessoas que tem péssimos

momentos. Mas não deixo de discordar de que histórias não são importantes.

-Depois fala que não é inteligente. – você argumenta muito bem.

-É pratica. – 150 anos de prática , é muito, muito tempo. – pensei.

-Você me deixa nervoso, uma das coisas que odeio em você.

-Você me odeia?

-Acho que sim – ele deu um riso.

-Opa, um inimigo. – eu ri.

Ele deu um passo muito largo fazendo com que meu pulso doesse devido ao aperto

da fita. Eu dei um gemido.

-Desculpa Amanda! – ele disse parando e pegando na minha mão.

-Tudo bem – falei sacudindo ela. – por favor se você resolver andar mais rápido me

avisa – falei olhando pra ele, enquanto sua expressão de puro pânico se extendia.

-Não precisa ficar preocupado, eu não faço atividade física. – eu sorri mas sua

expressão ainda não mudara.

-Amanda – ele falou sério – mas dessa vez sua expressão se estabilizou.

Ele mexeu no cabelo com a mão que estava livre, e olhou para mim com uma

expressão que me fez desacelerar os passos, e tentar recuar com medo.

Ele balançou o cabelo e voltou a andar, novamente me puxando.

-Ai – gemi – por favor, não corre.

-Desculpe de novo – ele falou olhando para mim, mas dessa vez com uma expressão

vazia em seu rosto.

Eu dei um passo e fiquei andando em sua frente, fiquei andando, andando, percebia

que às vezes meu pulso doía por que Logan não me acompanhava, ele ficou sem falar uma

palavra até o fim do percurso, e então eu já desistindo de ouvir uma palavra dele ele se

revelou.

-Amanda? – ele perguntou dando um passo largo e ficando ao meu lado.

-Oi? – olhei pra ele e percebi que ele estava vermelho.

-Eu estou com vergonha – ele comentou.

Revirei os olhos, e nem perguntei por que, então ele mesmo falou o porquê.

-Você me deixa nervoso – droga – ele suspirou.

-Logan – eu falei bem sincera – finja que eu sou uma pessoa normal, eu não vou te

morder, nem te matar, então para de agir assim, eu me sinto uma aberração quando você

fala isso, sério.

Ele arregalou os olhos e então ergueu as sobrancelhas.

-Jamais pense assim, pense que meu nervosismo é um bom sinal. Tipo que eu estou

tentando ser uma boa pessoa.

-Seja você mesmo – falei desamarrando a fita – já tínhamos chegado.

-Assim que soltei ele veio a minha frente e falou:

-O problema de eu tentar ser eu mesmo é que eu fico mais nervoso do que fingindo

ser outra pessoa.

-Eu só quero que você seja o mesmo que você sempre é – por favor Logan. –falei

sério enquanto desfilava para o próximo item: Prova de lógica.

Ele ficou atrás, acho que pensando no que eu falei, eu fechei os olhos e diminuí o

rítimo.

Abri o olho e lembrei de que talvez minha voz tivesse sido muito inconveniente, eu

deveria ter magoá-lo. Olhei para trás e vi que ele não estava onde deveria estar.

Meus pensamentos ficaram pesados, e enquanto eu pensava em algum lugar para

que ele pudesse ter refugiado percebi que ele estava na minha frente.

-Desculpe Logan – eu queria te mago... – ele colocou a mão na minha boca e falou

calmo.

-Não precisa se desculpar : você literalmente tem razão.

-Eu tirei a mão na boca dele e virei à cabeça.

O.K o menino colocou a mão na minha boca, por quê?

-Amanda – ele falou.

-Logan – ele se assustou.

-Acho que você não é uma boa amiga – ele falou sério e então eu comecei a

perceber que aquele garoto estava começando a virar uma pedra no meu sapato.

Ignorei o comentário que ele fez, e então comecei a dar novamente longo passos

para a casa de onde teria um teste.

Ele ficou em silêncio e eu também. Entramos em uma sala que tinha duas cadeiras e

uma mesa com uma folha.

Ele entrou na frente e se sentou. Quando eu me sentei ele não disse uma palavra e

me deu a folha.

-Você é mais inteligente – ele sussurrou enquanto cruzava os braços sobre a mesa.

-Logan – por favor – eu não quero te prejudicas.

-Eu não estou com cabeça para resolver cálculos – ele falou e quando eu olhei para a

folha vi que era cálculos quase na folha inteira.

Suspirei e minha cabeça começou a pesar, minha barriga começou a roncar, o

barulho do ventilados ficou insuportável, e meu corpo começou a ficar transpirando.

-Logan eu só vou fazer a metade.

-Não importa – ele debateu friamente.

Então eu me encolhi e fiz todo o teste no silêncio eterno.

Quando acabei me levantei e Logan estava com os olhos fechados, então ele ficou

sentado, e pareceu ignorar o fato de que eu havia terminado e não estava mais na mesa.

Quando virei-me revirei os olhos e quando cheguei até a mulher que coordenava ela pegou

a folha e então anotou.

Ela me deu outro papel e então eu vi que tínhamos que conseguir alguns itens em

até 24h.

-ótimo – pensei – acho que isso vou precisar fazer sozinha.

Andei por um longo caminho, sozinha. E então fui até o refeitório almoçar. Sentei-

me sozinha e comi. Logan não apareceu. Não que eu me importasse, na verdade eu me

importava um pouco. Comecei a entender o que eu fiz de errado, e o que diabos passava na

cabeça dele naquele momento.

Acabei o almoço sozinha, coloquei o prato na mesa, ainda sozinha.

Fui em direção ao meu quarto e no caminho ouvi a voz de Logan no corredor.

-Mãe ela é literalmente linda – ele falava no telefone um pouco alto.

-Sim, acho que sim - ele continuou.

Minha garganta secou, e então eu fiquei imóvel tentando ouvir meus pensamentos,

eu não estava pensando em nada a não ser de que ele estivesse conversando com alguém.

Abri a porta do meu quarto e me tranquei. Coloquei uma roupa de praia, um biquíni.

Eu não era contente com meu corpo, apesar de que diziam que era bonito.

Coloquei um vestido de praia, e então calcei um chinelo.

Abri a porta tentando ser bem discreta quando ouvi o elevador chegando. Olhei para

ele e não vi ninguém, mas para não arriscar, desci pelas escadas.

A voz do Logan ia ficando cada vez mais alta, então parei em uma escada antes da

voz parecer estar realmente bem perto.

A Voz se calou e então como uma ninja eu sai e consegui chegar até o lado de fora

sem ver Logan – suspirei colocando a mão no coração.

Ouvi uns passos e então eu corri como nunca na vida e fui até a floresta,

esburacando tentando procurar a praia.

O Sol estava muito quente, o que me fez rapidamente cansar. Sentei em um pedaço

de madeira do bosque e fiquei torcendo para que ninguém me encontrasse, ninguém tipo

Logan.

Fiquei lá sentada por meia hora. Eu não pensava em nada, nunca me senti assim, pra

ser sincera me senti assim quando descobri que eu tinha vida eterna depois que Bartolomeu

morrera. Mas Bartolomeu não me assustava tanto, não tanto quanto as saudades que eu

sinto da Mary, da Grathi, e da preocupação de Logan.

Nunca fui uma pessoa diretamente ligada com preocupações, às pessoas comuns se

preocupam com a vida, eu me preocupava apenas em mantê-la.

Enquanto eu estava sentada ouvi novamente a voz:

-Mãe eu juro que eu tenho controle disso, mas é que ela me deixa fora de controle.

A voz falava. E então com uma velocidade impressionante eu me abaixei e fui

engatinhando por um caminho até a praia, que era de uns dez metros.

Quando cheguei na areia fina, dois surfistas me olharam, parecia que eu tinha

tropeçado e caído. Mas eles ignoraram.

Olhei para o horizonte, a areia fina, o mar, as ondas me trouxe uma calma muito

esquisita, e então por segundos em esqueci de lutar contra a voz.

Engatinhei para mais perto do mar, me sentei, abracei os joelhos, e fiquei olhando

para o mar aproveitando a sensação calma que me dominava por completo.

Não sei por quanto tempo fiquei por lá. A Voz de Logan já havia sumido, mas

mesmo assim eu ainda sentia que ele estava perto, mas não tão perto. Quando o sol

começou a mostrar que estava indo embora, eu percebi que tinha algo errado.

Olhei para o lado e para o outro, e todos tinham ido embora. Algumas placas de

sinalização começavam a piscar, e de um pisco tudo ficou escuro.

Me levantei um pouco assustada, fui em direção ao mar e lavei os pés, tudo parecia

estranho, o clima frio começou a me deixar em uma cena de filme de terror, onde

provavelmente apareceria uma criatura estranha e me mataria.

Meus passos ficaram lentos, eu não conseguia controlar isso. Mesmo sabendo que

nenhum maníaco apareceria para me pegar, eu ainda me sentia em um clima estranhamente

de cinema.

Quando cheguei ao final da calçada, percebi que alguns jovens sentavam no banco e

cantavam uma canção.

Passei por eles e dei um sorriso, felizmente Logan não era um deles.

Fui correndo para meu quarto. Chegando lá percebi que o hotel estava vazio,

nenhum adulto aparentemente estava presente.

Cheguei no meu quarto, e então fechei a porta.

Tomei um banho, mas eu não iria dormir.

Coloquei uma roupa não muito apropriada para ficar me um hotel onde a qualquer

hora alguém poderia entrar. Mas eu não liguei.

Deitei na cama e fiquei folheando uns livros.

Eu sempre fui uma pessoa que adorava as histórias dos outros, então todos os livros

de romance que eu tinha, eu marcava as páginas que tinham momentos fofos. E eu lia

tentando me imaginar em um momento que eu nunca teria.

Beijos, despedidas, morte, casamento, abraços... entre outros. Sempre tinha uma

linha amarela néon para destacar. Acho que as melhores parte dos livros, são as que nos

arrepiam e nos fazem pensar “A Vida é perfeita”.

Fiquei pensando assim por um bom tempo, li uns livros mas ainda me arrepiava

como da primeira vez.

-Beijos, beijos, beijos – sussurrava.

Ouvi o telefone tocando, atendi de primeira.

-Mary? – falei quando peguei o telefone.

-Como está? – ela respondeu.

-Bem feliz – respondi – mãe eu estou com um problema.

-Filha eu estou com saudades – respondeu ela, mas de uma forma fria.

-Eu estou mais – tentava fazer com que ela perguntasse qual era o problema mais a

tentativa foi em vão.

-Aqui está parado sem você – seu quarto branco, você precisa voltar – ela falava.

-Mãe estou aqui só a dois dias – por favor. – insisti.

-Você está muito cansada? Curtindo muito a praia talvez? – ela continuava.

-Sim, estou curtindo muito a praia. Não, não estou cansada – respondi na ordem

contrária.

-Você voltaria para casa se descobrisse um vôo para cá amanhã?

-Mãe, por favor – eu estou com um problema.

-O.K – ela respondeu engraçada e então eu percebi que o jeito seria apelar.

-Mãe eu estou gostando de um menino, e ele está brabo comigo. – quando eu falei

isso imediatamente me arrependi, eu apelei demais, Mary deveria ter tido um ataque,

durante cinco segundos Mary não disse nada.

-Eu sabia que você ia se achar – única coisa que ela falou.

-Seja você mesma – continuou.

Eu precisava de conselhos mais concretos, eu não era tão boba assim. Apesar de que

o que eu dissera não tem nada a ver com o problema, de alguma forma Mary entendeu por

que eu estava tão focada a ficar até o fim das férias.

Suspirei e então ela apenas falou.

-Vou deixar você cuidar do garoto sozinho, só espero que você me conte tudo o que

acontecer, e, por favor, me conte sobre o beijo – ela riu e então se despediu.

-Te amo, tchau. – e desligou.

Mary estava esquisita, e então percebi que tudo isso não passou de uma conversa

estranhamente esquisita.

-Beijo? Dei um grito no quarto. – Mary falou em beijo? Me questionei, e quando

percebi ouvi a porta bater.

-Quem é? – perguntei da cama, talvez bem educada, para não falar ao contrário.

Ele respondeu, e então quando me aproximei da porta ele gritou.

-Passe por baixo da porta o papel das tarefas, não abra a porta, apenas passe por

baixo.

Dei de ombros, e passei o papel.

-Obrigado – eu faço esse. – disse e logo depois sumiu.

-Garoto estranho – exclamei.

Fiquei deitada na cama, e então eu adormeci. Acordei achando que tinha apenas

piscado o olho. Ouvi uma batida forte na porta.

-Amanda ! – por favor acorda – Amanda – insistia a voz de Logan batendo forte na

porta.

-Para de Bater – gritei- e então me virei para continuar a dormir.

-Eu não posso fazer isso sozinho, eu preciso de você para poder completar – ele

insistia ainda batendo na porta.

-Não precisa – você sabe se virar só – eu debati e então ele falou.

-Não validam se o parceiro não estiver presente. – ele falou então finalmente

parando de bater.

Me levantei sem me importar com a roupa que eu estava.

Abri a porta e então Logan arregalou os olhos e então virou o olhar, tentando focar

no meu rosto.

Fiquei olhando pra ele sério e então ele falou.

-Ah, Amanda, você estava dormindo?

-O que acha? – eu suspirei e apoiei o braço na bancada da porta.

-Vista uma roupa e venha comido – só vai legar quinze minutos.

Peguei um casaco e vesti, meu short não era um dos maiores, mas eu fui.

-Nesse calor, com esse casaco? – comentou ele erguendo as sobrancelhas assim que

eu saí da porta.

-Por favor Logan, quero fazer isso o mais rápido possível.

-Amanda por favor não seja teimosa . – ele insistiu.

-Só por que você quer não vou tirar – eu fechei a porta e então ele me olhou sério.

-Se você fosse minha namorada, juro que te faria mudar de idéia. – ele riu e então eu

suspirei.

-Vou ir assim, por um simples motivo: não sou sua namorada.

-Ele arregalou os olhos e olhou para frente, passamos pelo corredor, e então ele me

levou até a coordenadora e entregou a tarefa.

Ela entregou uma folha, e então sorriu: Boa sorte.

-Obrigado – falei me virando esperando voltar para o quarto.

Logan me segurou pela mão.

-Pra onde você vai? – ele riu e então eu me virei pra ele.

-Vou pra praia – falei irônica, e então ele arregalou os olhos e falou:

-Não, você não vai pra praia.

-Qual é , quem você pensa que é? – tirei a mão dele de mim, e andei mais rápido.

Ele deu dois passos longos e ficou na minha frente.

-O.K. Troque de roupa e eu te levarei até o bosque, vamos fazer essa tarefa juntos. –

ele mostrou o papel azul e balançou no ar.

-Precisa ser agora? Pode ser mais tarde não?

-Não – falou ele sério. Eu arregalei os olhos e voltei para meu quarto. Logan me

seguiu, mas, eu entrei no quarto sozinha.

Fiquei tomando banho bem lentamente, demorei mais ou menos quarenta minutos

para encher lingüiça e implicar com ele.

Assim que eu tomei banho e coloquei uma calça jeans e uma blusa, eu abri a porta e

Logan estava em pé com os braços cruzados me olhando ainda com uma cara estranha.

-Fechei a porta e sai sem falar com ele, ele me seguiu.

-Vamos fazer essa tarefa juntos. – repetiu ele.

-Juntos. – falou ele mais alto. E então me entregou uma lista de coisas.

Peguei a lista e o primeiro item era uma pinha.

-O.K – Onde vamos achar uma pinha? – suspirei.

-Na floresta – falou ele friamente. E então em gemi.

Formos até a floresta, andamos por um bom tempo, avistamos vários pinheiros, e

então depois de muita enrolação acabou que pegamos uma pinha, e eu li em voz alta o

segundo item.

-Dois galhos de arvores de tamanho médio.

-Andei sozinha procurando, fiquei um longo tempo procurando mas não achei.

Virei-me para Logan e ele me encarava com os olhos semi-abertos. Eu tive uma sensação

estranha de que ele estava odiando fazer aquilo. Percebi então que em seu silêncio ele

segurava dois galhos de tamanho médios.

-Você deveria ter dito que achou – expliquei.

Ele não disse uma palavra e se sentou em um pedaço de árvore caída, sua cara ficou

cabisbaixa. E eu fiquei em uma distância dele apenas observando.

Ele olhou para mim e cruzou os braços.

Olhei ao nosso redor e então percebi que ele estava esquisito.

Dei um passo para trás, e olhei o próximo item: Conchas.

-V-vou procurando o próximo item. Procura ai uma pedra. – continuei andando de

costas até que eu tropecei em algo e cai de costas. Ainda com os olhos nele, e assustada.

-Droga – sussurrei aos matos quando percebi que Logan havia se levantado.

Ele estendeu as mãos e então deu um sorriso encima de mim. Eu segurei sua mão e

ele me ergueu. A Cena ficou fofa por que ele ergueu-me com um sorriso e eu me levantei

com uma facilidade e também com um sorriso.

-Que parte de fazermos isso juntos você não entendeu? – ele sorriu mudando

completamente de humor.

-O.K , vamos procurar conchas.

Andamos por um bom tempo, em silêncio. Mas eu senti o clima menos pesado.

Logan achou uma concha na mesma hora que eu, pegamos a concha juntos e

erguemos-a juntos, aconteceu que o clima ficou muito tenso e então eu larguei.

Minha cabeça ficou leve, meu sangue começou a correr, me arrepiei e então senti

uma sensação estranha de meu estômago revirando.

Fechei os olhos tentando não imaginar na cena que acabara de acontecer, e sim

naquela estranha sensação.

Acabou que eu não me concentrei nas próximas tarefas e eu quando me dei conta

estava sentado com logan, jantando, aparentemente longe das outras pessoas, em um espaço

reservado à luz de velas.

A Sensação que dominava meu estômago não havia parado, eu ainda sentia como se

alguém estivesse misturando algo no meu estômago, como um caldeirão.

-Desculpa por ser tão frio com você – falava Logan.

-Tudo bem, me desculpe por ser assim tão...

-Chata – continuei.

Por muito tempo ficamos se desculpando então Logan olhou para mim e deu um

sorriso.

-Amanda, pareceria loucura eu falar que estou apaixonado por você?

-Talvez – falei acho que fiquei vermelha e então ele colocou os braços sobre a mesa.

-E se eu falar que estou muito apaixonado por você, você se importaria.

Fiz um silêncio, mas a resposta era sim eu me importaria, mas não sei se arriscaria a

fazer o mesmo, mesmo que Logan seja um menino muito lindo, e bem legal...

Fiquei olhando para ele, e ele arregalou os olhos, Fiquei sem graça e me encolhi.

-Amanda – ele falou. Ele sempre falara meu nome, às vezes ele queria falar alguma

coisa mais as palavras sempre ficavam presas.

Parei de olhar para meus dedos impacientes, e olhei para sua face.

-Você já se apaixonou por alguma pessoa, seja sincera- ele falou olhando para mim

fixamente.

-Não – fui sincera, eu nunca decidi me apaixonar, mas de qualquer jeito a resposta

era não, eu não estava mentindo, eu realmente nunca tomei rumo disso.

-Você é tão insegura – ele riu e então parou – Igual a mim.

-Você não é inseguro – eu debati.

-Não minta para mim, isso é obviou. – ele tomou uma postura um pouco formal.

-Amanhã eu vou surfar – ele riu e então se curvou para a mesa – você ta afim de

aprender?.

-Quero dormir amanhã – ele riu e então eu sorri e olhei para baixo.

Ele pegou meu queixo e me fez olhar para ele.

-Para de olhar pra baixo, eu estou aqui – ele falou com um tom de atenção.

-Olhei para ele e percebi que era automático, eu desviava o olhar.

-Olha para mim – insistia ele e então depois de um bom tempo eu olhei fixamente

para ele e a sensação no meu estômago voltou.

Ficamos um tempão se olhando, até que eu tirei o olhar, e falei.

-Estou cansada.

-Você sempre estraga tudo – ele riu e então se inclinou para mais perto de mim.

Dei uma piscada lenta, e quando abri o olho ele estava ao meu lado com a mão

estendida.

Me levantei sem sua ajuda, e ele riu.

-Você é imprevisível – ele riu e a primeira coisa que me veio à mente foi Grathi.

O Caminho até o quarto foi de Logan falando sobre o quanto estava afim de uma

menina, que indiretamente falando era uma pessoa tipo: Eu.

-Ela é linda, ela é literalmente linda, não existe palavras que possam expressar sua

beleza. Amanda eu estou apaixonado por uma linda pessoa, você precisa conhecê-la.

-Me apresente ela – falei rindo, e então ele falou, se você acordar cedo amanhã,

acho que posso. – ele riu o que me fez ter aquela sensação no estômago e uma pontada de

decepção.

-Até amanhã – falei abrindo a porta.

Ele me deu um abraço por trás e deu um beijo no meu cabelo,

-Boa noite Amanda. Até amanhã.

Eu fiquei sem ar, e a sensação do estômago ficou mais forte.

-Até – falei novamente, enquanto ele voltava para o elevador.

Olhei para ele por trás e então percebi que ele estava de calça jeans, e de uma blusa

preta.

Tomei um banho rápido e deitei na cama. Demorei muito para pegar no sono,talvez

uma hora e meia.

Dormi feito um anjo,mas acordei me sentindo tonta, e percebendo que eu acordei

forçada.

Minha cabeça latejava e enquanto eu tentava lembrar do dia anterior, eu me dei

conta que eu tinha sonhado com Logan, e eu tinha acordado... Diferente.

Minha cabeça doía, mas eu ainda sim queria me levantar, o sonho foi que estávamos

juntos na floresta e ele me... olhei fixamente para porta ao lembrar que ele tinha me beijado

no sonho.

-Sonhos quase nunca são reais – falei para mim mesma tensa.

Eu ouvi a porta bater.

-Logan? – perguntei desconfiada.

-Amanda? – a voz falou.

Corri mais rápido que pude e então chegando perto da porta percebi que ele

comentou.

-Trouxe a menina que amo. – ele riu e então eu abri a porta um tanto quanto

animada e desanimara. Não nessa ordem.

-Ele estava na mão com um objeto quadrado, ele me mostrou e quando eu olhei me

vi: Era um espelho.

-Na hora vi que minhas bochechas ficaram vermelhas. Logan também ficou

diferente, em outras palavras ele se declarou para mim.

-Eu não sei o que falo – falei gaguejando.

-Fale que eu tenho razão, que estou certa em relação a sua beleza.

-Você está certo... – falei ainda gaguejando.

Vou convidar ela para surfar comigo, mas acho que ela ainda está de pijama. E não

vai aceitar. – ele riu e então eu dei de ombros.

-Espera um minuto?

-Aham – ele riu e então eu entrei.

Me arrumei com um pensamento em minha cabeça.

“Será que devo falar para ele que eu sonhei com ele está noite? Ele se importaria?”

-Acho que não – sussurrei.

Coloquei uma roupa que acho que dá pra surfar. E então quando sai percebi que

talvez eu não tenha demorado.

Logan arregalou os olhos e eu sai.

Andamos em silêncio e então ele pegou sua prancha na praia.

-Você tem equilíbrio?

-Talvez. Acho que não.

-Então trabalharemos isso com você, ele desviou da praia e então sorriu me levando

até a floresta.

Ele me deixou no meio do bosque, então ele mandou eu ficar em pé em um tronco

de árvore caído.

Eu fiquei em pé, no começo parecia que toda a força do mundo queria me ver

caindo, mas depois comecei a me controlar e a perceber que tudo era coisa da minha

cabeça, e que manter o equilíbrio era ignorar todo o mundo e apenas me focar ali.

Fecheis os olhos, fazendo leves movimentos a favor e contra o vento. Mas

movimentos tão pequenos que fazia-me ter a sensação de total equilíbrio, e controle para

voar.

-Acho que estou conseguindo – falei.

Senti uma mão em minha cintura, virei-me para ela e Logan estava atrás de mim

erguendo o pescoço com um sorrisinho leve: Estávamos se equilibrando.

Em seguida eu caí, Logan me segurou com uma leveza impressionante, cai sob seus

braços em uma posição final de valsa do século passado. Eu sabia dançar, mas aquela não

era a hora ideal.

O Clima ficou tenso, digamos que em filmes de romance, ou em livros com

histórias aparentemente felizes, eu e Logan se beijaríamos igual ao meu sonho. Mas não foi

o que aconteceu, eu fiquei de pé de uma forma muito deselegante, e fiquei a sua frente com

um sorriso bobo.

-Acho que já podemos ir para o próximo passo.

-Sim, sim – ele falava ainda com as mãos erguidas, sua voz era tipo de espanto.

Enquanto andávamos em direção a praia, ele tentava me explicar como funcionava

as coisas.

-Vamos primeiro aprender a controlar a prancha, acho que o equilíbrio ainda está

deixando a desejar – ele riu e então eu gemi imaginando a cena da valsa final.

Ele se sentou na areia e ficou me olhando abraçando os joelhos, seus risinhos

safados era muito engraçado.

-Cara, você é a única menina do mundo que me deixa sem graça – ele riu e passou a

mão no cabelo.

-Finja que eu sou as outras meninas ué. – falei tentando arrumar uma solução.

-Não dá. – ele riu e então se levantou foi correndo para uma onda, e ficou encima

dela deitado, nadou por um tempo, e então veio com a segunda onda.

Ele chegou todo molhado, e com o sorriso na cara, foi tudo tão rápido que eu fiquei

imóvel.

-É mais ou menos assim – ele riu e então me deu a prancha, com os braços pingando

de água do mar.

Peguei e então tentei fazer o mesmo, mais acabou que eu me desequilibrei e acabei

caindo na areia igual uma criança.

-Isso está sendo mais difícil do que eu imaginei – sussurrou Logan.

-Desisto – falei me levantando – isso não é para mim. – ele sorriu e então concordou

com a cabeça.

Ficamos sentados por um longo tempo, tempo para meu cabelo secar e ficar meio

esquisito, logan se secou por completo, ficamos olhando o horizonte, esqueci de tomar café

da manhã, e de almoçar.

Ficávamos quietos, uma palavra não foi dita, não nos olhávamos, era muito

esquisito, mas de um modo bem legal eu gostei.

Alguns monitores chamaram a gente para Almoçar. Apesar de ser meio tarde,

tínhamos que comer alguma coisa, nos se levantamos juntos e então rimos juntos, como se

tudo fosse combinado.

Andamos juntos, diferentemente das outras vezes, que sempre tinha uma distância.

Ao entrarmos na lanchonete, servimos nossas comidas, e sentamos juntos, para variar.

Tudo parecia esquisito, a idéia de que eu tinha sonhado com seu rosto ainda me

arrepiava, apesar de que eu sonhara quase todos os dias com Bartolomeu. Depois percebi

que Bartolomeu nunca mais havia sido assunto. Então eu havia superado?

Fiquei pensando sobre eu ter superado, e eu ter passado um longo tempo sem

aqueles sonhos sobre Bartomoleu, eu literalmente estava à altura quando Logan estralou os

dedos na minha face eu me assustei.

-Você curte que tipo de filmes? – ele perguntou colocando a mão no cabelo. Pra

varias.

-Curto terror, romance, e drama – ri – ta eu tinha tantos anos de vida, que nada me

assustava mais do que o mundo, literalmente.

-E você? – questionei de volta, ajeitando o cabelo para ele entender a indireta, ele

deu de ombros, não percebeu.

-Acho que tirando terror, curto todos. – ele riu.

-Não acho que as coisas assustadoras, não tenho medo – comentei.

-Vai me dizer que além de inteligente você é corajosa.

-Acho que posso me dizer corajosa – ri.

-Se pudéssemos sair daqui, acho que devíamos procurar um lugar tipo um cinema...

Lugares escuros me deixa mais calmo – ele riu.

-Vamos pro bosque de madrugada então – ri – lá é escuro.

-Pareceria muito esquisito – ele riu – mas não é uma má idéia – ele ergueu as

sobrancelhas.

-Pena que eu estarei dormindo.

-Você ama dormir, Literalmente. – comentou.

-Acho que dormir é a única coisa boa que é de graça.

-Isso é por que você nunca amou alguém – ele riu e se curvou diante a mesa.

-Nunca mesmo. – suspirei.

-Vamos mudar de assunto, você fica vermelha quando falo nisso.

-Nisso? – questionei.

-Namoro, amor, paixão... essas coisas.

-Eu fico vermelha? – ri.

-Você fica parecendo uma maçã.

-Que estranho eu não sinto nada em relação a esses sentimentos – só uma espécie de

medo.

-Você ás vezes se entrega de uma maneira tão engraçada.

-Posso dizer que você também se entrega com facilidade.

-Talvez a intenção seja essa – ele riu e então ergueu as sobrancelhas.

-Ou Talvez não – rebati e cruzei os braços sobre a mesa.

-Você é boa- ele riu.

-Não sou – falei com raiva.

-Você é boa em me deixar nervoso – repetiu.

XI- Primeira

Assim que saímos do elevador. Estávamos em silêncio. Na verdade ele deveria estar

nervoso, e eu deveria estar com vergonha por deixá-lo assim.

Abri minha porta, Logan estava atrás de mim, ele falou apenas uma frase: Boa

Noite, e me deu um beijo na testa. Ele parecia bem controlado,cada dia que passava ele

mudava cada vez mais a postura, e o tom de voz, cada dia mais ele parecia mais

determinado a me tratar assim.

Passamos dias e dias fazendo as mesmas coisas, enquanto a atividade do surfe:

Desistimos dela. Eu acordava cedo, ia ao bosque, Logan me encontrava, ficava um clima

tenso, íamos almoçar, depois ficávamos na praia, voltávamos, jantávamos, e depois nos

despedíamos sempre da mesma forma até o meu quarto, onde ele sempre me desejava boa

noite, e me dava um beijo na testa. Aquela rotina era legal, mas tudo começou a ficar

esquisito no dia em que acordei assustada devido a um sonho:

Eu estava sentada no bosque, com as pernas cruzadas, sobre o tronco que eu tentava

me equilibrar. Tudo parecia deserto, até que senti Logan ao meu lado, em um segundo ele

não estava mais lá, no outro, ele estava parado a minha frente, com sua cara envergonhada,

e com a mão no cabelo. Ele não dizia uma palavra, apenas se mexia para o lado e para o

outro. Eu o acompanhava, tudo era sinistro, até que quando finalmente ele virou para mim,

eu fiz algum gesto que ele sorriu, seu sorriso brilhante perfurou minha alma, coisa que

nunca me acontecera. Eu sorri de volta, e acordei.

“Eu sonhei com logan?” – me questionava.

Então eu comecei a pensar no meu pai, em tudo o que ele me disse no século

passado.

Peguei meu caderno e comecei a escrever uma “Carta de despedida”

O.K. Eu sei que não vou morrer agora, mas talvez eu esteja bem próximo disso. O

que parece bobagem para alguns, é literalmente o fim para outros. Meu fim.

Não sei como tudo isso começou, também não me importo em procurar saber. Tudo

é tão real, eu não acredito que estou sonhando com o rosto de Logan. Eu queria que ele

pudesse entrar nele e ele ver que diabos ele está me fazendo. Ele não tem culpa de gostar

de mim, se ele gosta, é claro. Mas eu não posso me esconder à vida toda. Eu tenho um bom

tempo para escolher meu final, mas logan não, e o que ele pensaria de mim se eu falasse

que nunca tive uma história assim?

Se você quiser

Eu posso mostrar-lhe

Que os meus sonhos são feitos de você

E como eu estou sonhando com seu rosto

Pode parecer injustiça pensar nisso agora, mas eu não tenho muito tempo, mesmo

que minha decisão seja continuar com a imortalidade, eu não posso esperar outra

oportunidade. Parece que eu vou dizer sim, mas eu quero uma história boa, com um bom

final.

Meu pai teve essa oportunidade, meu irmão com certeza teve, ou terá. E eu, será

que desfrutarei dessa sorte? Ou terei a eternidade de azar?

Me espreguicei, tudo parecia realmente bem melhor. De qualquer jeito os pássaros

cantavam ao meu redor. E eu sentia frio. O dia em geral era como um jardim. Tudo de bom.

Eu odeio usar metáfora, mas até que essa ficou legal.

Me levantei e comecei a procurar alguma roupa legal, nada parecia combinar com o

dia meio nublado. Coloquei uma roupa marrom de alça, e uma calça jeans, Coloquei um

sapato all star branco, e então sai pela porta como uma ninja. Minha barriga roncava, eu

sabia que precisava comer. Mais ao mesmo tempo, pensava no sonho que tive, e minha

barriga voltava atrás e começava a ficar dolorida. Era uma crise de bipolaridade, e eu estava

sem entender.

Me sentei à mesa, e percebi que estava sozinha. Talvez eu tinha acordado cedo

demais, eu me estiquei novamente, e quando bocejei, percebi uma movimentação nas

cadeiras atrás de mim e um menino literalmente lindo sentou ao meu lado.

-Bom dia, Não esperava vê-la tão cedo. – ele falou.

-Pois é, nem eu acredito que acordei tão cedo – sorri e olhei para sua face, que era a

mesma que penetrou minha alma no sonho – desviei o olhar.

-Você hoje está diferente, está calma e com os olhos brilhando – comentou ele

enquanto tentava me fazer olhar.

-Impressão sua, estou como ontem, e antes de ontem – dei uma risada básica.

Uma moça colocou sob a minha mesa um copo de suco.

-Obrigada.

-Você está com cara de que sonhou com algo muito bom. – ele insistia.

Eu não ia falar que tinha sonhado com ele, ele iria se iludir, eu iria me sentir

péssima, ele talvez ficaria mais nervoso, e eu também não ficaria por trás. Mas pelo jeito

que ele dizia, eu não falaria que tinha sonhado com ele, eu demonstraria de forma não-

verbal.

-Tudo bem – falei – você ganhou.

Ele arregalou os olhos devido minhas palavras surpresas.

-Hoje eu tive uma boa noite, literalmente a melhor noite de todas que estive aqui. –

ele arregalou mais os olhos, e abriu um sorriso.

-Deixe eu adivinhar... Am – ele riu.

-Você recebeu uma ligação da sua mãe?

-Não.

-Você tomou o melhor café da noite de sua vida e dormiu satisfeita?

-Não.

-Você usou seu pijama favorito?

-Não! – ri nervosa.

-Você dormiu com seu travesseiro preferido?

-Não.

-Você não teve um pesadelo?

-Quase.

-Você sonhou com alguém ou com algo?

-Com Alguém.

Ele riu e arrumou o cabelo com as mãos. Se inclinou para perto de mim analisando

meus olhos.

-Você sonhou com seu namorado? – ele riu.

-Você sabe que não tenho namorado. – os olhos deles brilharam.

-Você sonhou com uma pessoa que deveria ser seu namorado mas não é?

-Quase – continuei sabendo que ele já tinha entendido.

-Você sonhou com uma pessoa que te deixa nervosa e com o sorriso bobo? – ele

continuou. Mas sua voz deixava claro que ele já tinha entendido tudo. Apesar de que não

era pra ele ter adivinhado. Odeio ser boba.

Dei um sorriso bobo, e desviei me olhar pra baixo. Ele inclinou o pescoço fazendo

com que parte dos nossos olhares ficassem perpedinculares.

-Amanda, Por acaso você andou sonhando comigo esta noite ? – ele falou de um

tom alegre como se ele tivesse esperado isso a muito tempo.

Abracei meu corpo e fiz que sim com a cabeça. Dei um gole de suco enquanto

Logan sorria indiscretamente.

-E-eu – começou ele a ficar nervoso – também sonhei com você esta noite. – ele

passou a mão no cabelo e colocou entre as minhas pernas.

Eu levantei meu rosto, que acho que entregava muita coisa e então ele deu uma

risada.

-Sua cara é tão diferente quando você está... apaixonada. – ele riu e então eu entendi

o que havia acontecido.

Logan estava com uma camiseta xadrez de botão verde, por dentro com uma blusa

meia marrom, uma calça jeans, e um sapato preto. Eu não era boa em saber o que sua

expressão dizia realmente era uma mistura de alegria, com emoção e surpresa.

Tomamos café um olhando para o outro, pela primeira vez em toda a minha vida eu

não me sentia igual. De qualquer jeito eu estava bem.

Depois do café formos ao bosque, enquanto andávamos, nossos sorrisos ficavam se

cruzando. Aquilo poderia me matar, mas eu estava arriscando.

Isso é tão singular ,que se isso significar a morte, eu tenho o prazer de morrer assim.

Andávamos para cada vez mais distante, até que nossos dedos se encaixaram.

Estávamos de mão dadas.

Achamos o tronco onde estávamos a alguns dias antes. Tudo parecia diferente

agora. Estávamos sentado, eu estava sentada de perna cruzada, quase na ponta, Logan

estava ao meu lado. Meus dedos estavam nervosos, eles agarravam a madeira procurando

um lugar para se enfiar.

Meu estômago estava sento transformado em um ninho se sensações estranhas. Por

um longo momento pensei que iria arrotar asas de borboletas. Mas tudo era agitado por

dentro, mas calmo, silencioso e frio por fora.

Ficamos quietos por um bom tempo. Até que eu olhei para Logan e ele me fitava

com seus olhos, com um sorriso estranhamente lindo e fabuloso, O mesmo sorriso do

sonho, o mesmo sorriso.

Fechei os olhos por um momento longo, e então quando abri os olhos percebi que

Logan estava olhando para baixo, mas dessa vez ele estava mais próximo de mim. Fiquei

encarando a mesma direção que ele olhava. Mas depois me rendi. Fechei os olhos e

lentamente formos nos encostando. Até que nossas testas ficaram coladas, e Logan pela

primeira vez fez o que mais queria naquele momento.

Nossos lábios se encaixaram como peças de quebra cabeça. Seus lábios finos e

delicados se encostaram com os meus de um movimento singular. Eu não fugi daquilo. Eu

me prendi e fiquei curtindo o momento, Logan percebeu que eu estava gostando, e eu

também percebi que tava mais do que na hora de isso ter acontecido. Então agarrei seu

pescoço, enquanto ele me puxava pela cintura para mais perto dele, mais perto, mais perto.

Ficamos assim por um bom tempo, não sou uma pessoa boa para falar de tempo.

Mas confesso que aquilo realmente foi bem melhor do que qualquer beijo de cinema, de

teatro, ou de livros de todos os séculos, de todos os que vi até momentos antes.

Meus olhos estavam fechados, tudo parecia colorido, mesmo que estará tudo negro.

Quando nos afastamos tivemos a perfeita sensação de que nós éramos um casal

perfeito. Ele não fez qualquer careta, apenas à cara boba de sempre.

-Isso foi incrível Amanda – ele falou pela primeira vez sem tremer o maxilar, ou

sem falhar a voz.

Ainda com a mão sobre seu pescoço, eu dei uma olhadinha para baixo, e então sorri.

Ele sorriu e então tiramos nossas mãos de um jeito delicado, e totalmente singular.

Ficamos um olhando para o outro e então Logan ainda não resistindo chegou perto

de mim e me deu outro beijo.

-Você é linda – sussurrou ele enquanto seus lábios tocaram no meu pela terceira

vez.

E então quando esperávamos que ambos tivesse uma crise de loucura e quebrasse o

clima. Mas nada aconteceu.

Logan se levantou, e logo em seguida se ajoelhou a minha frente, então ele me

olhou com os olhos apaixonados e disse:

“Dizem que o amor é para sempre”.

Seu para sempre é tudo que eu preciso

E então, Você aceita namorar comigo?”“

Eu arregalei os olhos e então por uma fração de segundos voltei para minha

mente.

XII – A Decisão

Eu vivi 150 anos, nunca beijei na minha vida. Pela primeira vez em toda a

minha história gostei de um menino realmente lindo. Minha família já tinha se desfeito,

minha imortalidade estava presa em apenas uma escolha. O que eu tinha agora era

apenas a procura da história feliz, mas o que adiantava eu esperar mais um pouco? Meu

coração palpitava de alegria, tudo era novo e singular. Eu não tenho palavras para

expressar tudo isso, mas de qualquer forma, acho que não será uma decisão ruim.

-Sim Logan, eu fiz minha decisão. Eu aceito namorar com você. – falei

emocionada em meio das lagrimas.

Eu me levantei e ele me levantou pela cintura e então tivemos um beijo de cinema,

daqueles que realmente vale a pena.

Os melhores dias que vivi foram aqueles que passei ao lado de Logan. Eu sempre

me questionei por que a imortalidade era em troca do amor. Mas agora tudo fazia sentido:

Era injusto trocar uma vida sem final por uma vida sem amor. O amor era o final feliz, e a

história era sem final.

De qualquer jeito eu fiz minha escolha e não me arrependi, vivi por muito tempo

sem amar, mas agora que amo, sei que vivi apenas alguns instantes, e realmente foi os

instantes que eu mais valorizei.

Eu não morri no momento que decidi isso, mas digamos que eu comecei a ter uns

sinais de mortalidade. Peguei um resfriado e Logan teve que cuidar de mim.

Enquanto eu dormia sentia meus dedos dormentes ficarem cada vez mais precisos,

acordava assustada, ás vezes quando não conseguia abrir os olhos pensava sempre no pior.

Logan e eu éramos como Lua e Sol, éramos diferentes, mais de um jeito bem fofo

éramos literalmente feito um para o outro.

Não parecia loucura eu cair nessas paixões de adolescente, era tudo tão diferente.

Em quase todos os dias eu pensava que não poderia ficar melhor, mas Logan sempre fazia

isso virar apenas idéias.

-Amanda, Amanda ! – batia na porta enquanto eu apenas me espreguiçava.

Eu não enxergava nada, apenas ouvia. “O que diabos estava acontecendo?”

-Logan? Logan? – Únicas palavras que eu poderia falar.

-Já são 12h00minh, o que você está fazendo?- questionava ele e então eu ria e ficava

admirando sua voz.

Era nosso penúltimo dia na Austrália.

Eu liguei para Mary algumas vezes, ela sempre perguntava como era Logan e se já

tínhamos feito coisas diferentes. Nunca pudemos sair para ir ao cinema, ou tomar um

sorvete. Mas tinha um bosque lá perto, que sinceramente era o melhor lugar para dar uns

amasso.

Eu me levantei e abri a porta. Logan estava parado como sempre, com seus olhos

lindos, e com a mão no cabelo como sempre.

Ele vinha me acordar quase todos os dias, ele antes ir surfar, tomava um banho,

colocava muito perfume, vestia a melhor roupa que tinha, e batia na minha porta, era uma

rotina. Mas eu nunca me adaptava a ela, era como se eu sempre soubesse o que acontecera,

mas, sempre esperava algo diferente.

Ele entrava e sentava na minha cama, ás vezes folheava meu caderno com

declarações pessoais, eu anotava de forma superficial a idéia de que eu estava morrendo aos

poucos. Todas as noites antes de dormir eu escrevia alguma coisa, mais eu sempre sonhava

com Logan, acordava falando o nome dele...

Meus olhos brilhavam, enquanto eu penteava meu cabelo observando seus olhos

acompanhando cada letra do caderno.

-Pareceria loucura falar que eu estou apaixonada? – falei.

-Talvez – respondeu ele com um sorriso de anjo.

-E Se eu dissesse que estou apaixonada por você, de novo?

‘ -Diria que isso é loucura, digamos que a maior loucura da sua vida.

-É exatamente assim que me sinto: Louca.

Ele riu.

-Então estou louca por uma pessoa que acha que eu estou louca? – continuei.

-Exatamente, uma pessoa que acha que você está louca, e que também está louco

por você.

Na hora eu parei de pentear meu cabelo e cai em seu colo, ficamos nós beijando por

um longo tempo. Acho que eu tinha feito minha decisão de uma forma muito direta: Eu

escolho morrer de amor por Logan, do que viver sem amá-lo.

Logan foi uma parte especial da minha história, de certa forma ele foi o melhor

capitulo. Não foi o “Eles viveram felizes para sempre” e sim “Ela teve o seu merecido

final feliz”

Musica que me inspirou

Fique por essa noite

Se você quiser

Eu posso mostrar-lhe

Que os meus sonhos são feitos de você

Como eu estou sonhando com seu rosto

Eu estive longe por muito tempo

Um tempo bem longo

E eu sinto falta de você lá

Eu não posso imaginar estar em qualquer outro lugar

Eu não posso imaginar estar em qualquer outro lugar sem ser aqui

Como diabos você nunca me buscar?

Honestamente, eu poderia cantar uma canção para você

Mas eu não acho que as palavras podem expressar a sua beleza

Ela está cantando para mim

Como diabos nós terminamos desse jeito?

Você traz para fora a besta em mim

Eu me apaixonei desde o momento em que nos beijamos

Desde então, nós temos tido uma história

Dizem que o amor é para sempre

Seu para sempre é tudo que eu preciso

Por favor fique o tempo que precisar

Não é possível prometer que as coisas não vão ser quebradas

Mas eu juro que nunca vou deixar

Por favor, fique para sempre comigo

Isso vai mostrar, eu espero que você saiba

Que os meus sonhos são feitos de você

Não pode adormecer, não pode adormecer

Eu deito na minha cama desperto, na minha cama desperto à noite

Então, eu sonho com você

Eu vou me apaixonar, você vai se apaixonar

Isso pode significar tudo, tudo para mim

Eu não posso imaginar estar em qualquer outro lugar

Dizem que o amor é para sempre

Seu para sempre é tudo que eu preciso

Por favor fique o tempo que precisar

Não é possível prometer que as coisas não vão ser quebradas

Mas eu juro que nunca vou deixar

Por favor, fique para sempre comigo

O caminho que estamos

É a razão de eu ficar

Enquanto você está aqui comigo

Eu sei que ficarei bem

O caminho que estamos

É a razão de eu ficar

Enquanto você está aqui comigo

Eu sei que ficarei bem

Dizem que o amor é para sempre

Seu para sempre é tudo que eu preciso

Por favor fique o tempo que precisar

Não é possível prometer que as coisas não vão ser quebradas

Mas eu juro que nunca vou deixar

Por favor, fique para sempre comigo

(Eu não poderia amar qualquer pessoa, eu fui criado para amar apenas uma,

querida)

Dizem que o amor é para sempre

Seu para sempre é tudo que eu preciso

(Eu não poderia amar qualquer pessoa, eu fui criado para amar apenas uma

menina).

Por favor fique o tempo que precisar

(Eu não poderia amar qualquer pessoa, eu fui criado para amar apenas uma,

querida)

Não é possível prometer que as coisas não vão ser quebradas

Mas eu juro que nunca vou deixar

(Eu não poderia amar qualquer pessoa, eu fui criado para amar apenas uma

menina)

Por favor, fique para sempre comigo

Chamo-me Beatriz

Rodrigues, tenho 14 anos, meu

sonho de escrever ás vezes parece

tão perto que eu realmente me

sinto uma escritora de verdade.

Sei que tenho ainda muito o que

praticar antes de me tornar uma

boa escritora. Mas sei que com

toda a força que tenho, e todos os

meus amigos me apoiando tenho

a certeza de que não será um

sonho alto demais.

Agradecimentos

Aos meus amigos, Professores e familiares.

Cada um ajuda da maneira que pode.Alguns

lendo e avaliando trechos, outros me dando inspiração,

alguns apenas falando que eu não devo desistir dos meus

sonhos, em geral todos são igualmente especiais para este

livro ser uma realidade.