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A RESPEITO DA DISPUTA PELO GRÃO-MESTRADO DO GOSP J. B. Oliveira – M.: I.: Acompanhando textos de cá e de lá, cada qual defendendo seu candidato e – às vezes – lançando algumas farpas em relação ao outro, pondero, do alto (alto apenas no sentido de tempo...) de meus quase 50 anos de Ordem: 1. – O que há de mais importante nesse pleito, é que temos irmãos – bons e dignos irmãos – disputando democrática e licitamente o comando estadual de nossa Sublime Institucional, cujo sustentáculo é a trilogia Liberdade, Igualdade e FRATERNIDADE. Assim, é nosso indeclinável dever respeitar aquele que se situa, em razão do primeiro desses imperecíveis valores, no outro polo da mesma trincheira e sob o princípio comum da “paz, harmonia e concórdia”, tríplice argamassa em que se fundam todas nossas ações. A verdadeira política – seja ela partidária ou, com mais razão ainda, institucional – define-se como “a arte e a ciência do bem comum”. Nela não existem inimigos, mas concorrentes ou adversários de campanha, só de campanha, que continuarão – após a breve pugna – caminhando lado a lado, dentro das mesmas colunas da Sabedoria, da Força e da Beleza! 2. – Outra coisa seria se nos víssemos em uma disputa entre o bem e o mal; a luz e as trevas; o bom e o mau; o honesto e o corrupto. Esse maniqueísmo não existe no caso em foco, felizmente. O que cada um de nós tem que considerar é a aceitação desta ou daquela plataforma de governo; validar a afinidade que guarda com as propostas de um ou do outro, nada mais. Não há espaço para palavras, agressivas, ofensivas ou ferinas. Cabe aqui lembrar que escreveu o ir.: Frederico II, da Prússia, em carta ao ir.: Voltaire: “As palavras ferem mais do que punhais”, assim como as palavras de um antigo provérbio árabe:“Pode-se curar a ferida feita por uma espada; jamais a feita por uma palavra”! O pensador W. Zusman adverte para o perigo dos extremos: “o pensamento maniqueísta vai além na medida em que considera que um lado deve destruir o outro, porque um é Luz e o outro Trevas”. 3. – Considero, ainda, que a vitória dessa peleja não pode ser apenas a do irmão candidato que reunir o maior número de nossos votos, mas há de ser a vitória de nosso Grande Oriente de São Paulo, que, soberano e sobranceiro, se posiciona acima de todos nós e é mister que ele demonstre “urbe et orbe” – à Maçonaria do Brasil e do Mundo – não apenas que defende – mas também que pratica – a liberdade em todos os sentidos, inclusive no dediscordar, desde que

 A respeito da disputa pelo Grão Mestrado

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A RESPEITO DA DISPUTA PELO GRÃO-MESTRADO DO GOSP J. B. Oliveira – M.: I.: Acompanhando textos de cá e de lá, cada qual defendendo seu candidato e – às vezes – lançando algumas farpas em relação ao outro, pondero, do alto (alto apenas no sentido de tempo...) de meus quase 50 anos de Ordem: 1. – O que há de mais importante nesse pleito, é que temos irmãos – bons e dignos irmãos – disputando democrática e licitamente o comando estadual de nossa Sublime Institucional, cujo sustentáculo é a trilogia Liberdade, Igualdade e FRATERNIDADE. Assim, é nosso indeclinável dever respeitar aquele que se situa, em razão do primeiro desses imperecíveis valores, no outro polo da mesma trincheira e sob o princípio comum da “paz, harmonia e concórdia”, tríplice argamassa em que se fundam todas nossas ações. A verdadeira política – seja ela partidária ou, com mais razão ainda, institucional – define-se como “a arte e a ciência do bem comum”. Nela não existem inimigos, mas concorrentes ou adversários de campanha, só de campanha, que continuarão – após a breve pugna – caminhando lado a lado, dentro das mesmas colunas da Sabedoria, da Força e da Beleza! 2. – Outra coisa seria se nos víssemos em uma disputa entre o bem e o mal; a luz e as trevas; o bom e o mau; o honesto e o corrupto. Esse maniqueísmo não existe no caso em foco, felizmente. O que cada um de nós tem que considerar é a aceitação desta ou daquela plataforma de governo; validar a afinidade que guarda com as propostas de um ou do outro, nada mais. Não há espaço para palavras, agressivas, ofensivas ou ferinas. Cabe aqui lembrar que escreveu o ir.: Frederico II, da Prússia, em carta ao ir.: Voltaire: “As palavras ferem mais do que punhais”, assim como as palavras de um antigo provérbio árabe:“Pode-se curar a ferida feita por uma espada; jamais a feita por uma palavra”! O pensador W. Zusman adverte para o perigo dos extremos: “o pensamento maniqueísta vai além na medida em que considera que um lado deve destruir o outro, porque um é Luz e o outro Trevas”. 3. – Considero, ainda, que a vitória dessa peleja não pode ser apenas a do irmão candidato que reunir o maior número de nossos votos, mas há de ser a vitória de nosso Grande Oriente de São Paulo, que, soberano e sobranceiro, se posiciona acima de todos nós e é mister que ele demonstre “urbe et orbe” – à Maçonaria do Brasil e do Mundo – não apenas que defende – mas também que pratica – a liberdade em todos os sentidos, inclusive no dediscordar, desde que

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com o respaldo da decência, da ética e da verdade, nos termos proclamados por nosso ilustre irmão Voltaire: “Não concordo com uma só das palavras que dizeis, mas defenderei até a morte o direito que tendes de dizê-las”! 4. – Concluo reiterando que, como integrantes da mesma Fraternidade de Homens Livres e de Bons Costumes, continuaremos juntos multissecular tarefa de “cavar Masmorras ao Vício e elevar Templos à Virtude”. Indispensável lembrar que, à semelhança das peças do tabuleiro de xadrez, findo o jogo, rei e peão voltam para a mesma caixa! E é salutar que não voltem com arranhões! Assim, só assim, seremos sucessores e herdeiros dos Maçons do passado e, como eles, poderemos nos considerar “Construtores do Edifício Moral da Sociedade”! 5. – Por questão da coerência e transparência que se espera do Maçom, e dentro do respeito aos princípios acima expostos, externo meu respeito aos irmãos Waldemar Batista e Vicente Rocco, mas declaro abertamente meu voto aos candidatos MARIO SÉRGIO NUNES DA COSTA e BENEDITO MARQUES BALLOUK FILHO, assim como meu integral apoio à sua campanha. Oriente de São Paulo Fevereiro de 2011 – E.: V.: