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Revista Canavieiros - Março de 2015 1

Edição 105 março 2015 - vitrine de variedades

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Revista Canavieiros - Março de 2015

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Revista Canavieiros - Março de 2015

3Editorial

Uma das necessidades mais urgentes para o enfrentamento da crise que atinge o setor sucroenergético é conciliar redução de custos com aumento de produtivida-de. Para isso, a escolha da variedade é um momento importante, já que a cultura

da cana é de ciclo longo e qualquer equívoco pode representar uma grande dor de cabeça aos produtores por alguns anos.

Para facilitar a escolha, a Canaoeste realiza experimentos pelos quais observa as va-riedades que mais se adaptam a diferentes condições de solo e clima, disponibilizando informações atualizadas, com qualidade, aos seus associados. Um deles foi tema de um Dia de Campo realizado em Igarapava-SP, em parceria com a Syngenta, que é tema de reportagem de capa desta edição.

A revista de março mostra também que o sorgo biomassa aponta como alternativa para rotação com a cana-de-açúcar. O cultivar, que é indicado como matéria-prima dedicada para bioenergia, tem alto índice de biomassa e consegue atingir até três ciclos de safra por ano. Ainda tem matéria sobre o crescimento dos fertilizantes especiais e os preparativos para a Agrishow 2015.

Entrevistas com Antonio Eduardo Tonielo Filho, presidente do CEISE Br (Centro Na-cional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis), e com Mário Ferreira Campos Filho, presidente da Associação das Indústrias de Fabricação do Álcool e do Açúcar no Estado de Minas Gerais, também podem ser conferidas na edição 105. Além da Coluna Caipirinha, assinada pelo professor Marcos Fava Neves, opinam no “Ponto de Vista” o vice-presidente da CCAS, Coriolano Xavier, e Bruno Wanderley de Freitas.

As notícias do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, entre elas, a inaugura-ção da loja de ferragem e magazine em Jaboticabal –SP, dicas sobre o CAR, assuntos le-gais, informações setoriais, classificados e dicas de leitura e de português também podem ser conferidas na revista de março.

Uma vitrine de variedades

Boa leitura!Conselho Editorial

RC

Expediente:Conselho editoRial:Antonio Eduardo TonieloAugusto César Strini PaixãoClóvis Aparecido VanzellaManoel Carlos de Azevedo OrtolanManoel Sérgio SicchieriOscar Bisson

editoRa:Carla Rossini - MTb 39.788

PRojeto gRáfiCo e diagRamação: Rafael H. Mermejo

equiPe de Redação e fotos:Andréia Vital, Fernanda Clariano, Igor Saven-hago e Rafael H. Mermejo

ComeRCial e PubliCidade:Marília F. Palaveri(16) 3946-3300 - Ramal: [email protected]

imPRessão: São Francisco Gráfica e Editora

Revisão: Lueli Vedovato

tiRagem desta edição: 21.100 exemplares

issn: 1982-1530

A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do

Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred. As matérias assinadas e informes publicitários

são de responsabilidade de seus autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada,

desde que citada a fonte.

endeReço da Redação:A/C Revista Canavieiros

Rua Augusto Zanini, 1591 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-550Fone: (16) 3946.3300 - (ramal 2008)

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Revista Canavieiros - Março de 2015

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10 - Ponto de VistaCoriolano Xavier

Vice-presidente de CCAS, professor do Núcleo de Estudos do Agronegócio da ESPM

Ano IX - Edição 104 - Março de 2015 - Circulação: Mensal

Índice:

E mais:

Capa - 36Uma vitrine de variedadesCom patrocínio da Syngenta e

apoio da Copercana, a Canaoeste organizou um Dia de Campo para apresentar 24 cultivares de cana--de-açúcar a produtores de Igarapa-va e região

18 - Notícias Copercana- Projeto Amendoim da UNAME participa do 6º Encontro de Produtores e Dia de

Campo em Pindorama-SP- Ihara e Bayer apresentam tecnologias para aumentar a produtividade dos canaviais

30 - Notícias Sicoob Cocred- Balancete Mensal

Entrevista IIMário Ferreira Campos Filho

.....................página 08

Pontos de VistaBruno Wanderley de Freitas

.....................página 13

Coluna Caipirinha.....................página 14

Destaques:Abisolo destaca o crescimento do uso de fertilizantes especiais

.....................página 38

Setor precisa no mínimo de 20 anos para se recuperar

.....................página 40

Grupo fitotécnico começa 2015 discutindo plantio mecanizado

.....................página 42

Colher cana com tecnologia de-senvolvida no Brasil

.....................página 43

Sorgo biomassa.....................página 44

Ridesa/UFSCar testa novas varieda-des de cana no Mato Grosso do Sul

.....................página 49

Agrishow 2015.....................página 50

Informações Setoriais.....................página 52

Classificados.....................página 54

Cultura.....................página 57

Agende-se.....................página 58

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36 - Assuntos Legais- Queima Rural - município não pode legislar sobre o assunto

05 - EntrevistaAntonio Eduardo Tonielo FilhoPresidente do CEISE Br,““Os efeitos positivos aparecerão de forma gradativa, mas o se-tor está mais otimista”.”

- Em reunião na Canaoeste, secretário de Agricultura de SP pede apoio e sugestões do setor sucroenergético para regularização ambiental

- CAR ainda gera dúvidas- Diretoria da Orplana participa de seminário internacional

24 - Notícias Canaoeste

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Revista Canavieiros: O aumento de 25% para 27% de etanol anidro na gasolina, anunciado pelo Governo Federal, dará novo fôlego para o se-tor sucroenergético?

Tonielo Filho: Os efeitos positi-vos aparecerão de forma gradativa, mas o setor está mais otimista sim. A iniciativa movimentará a econo-mia como um todo, estimulando a retomada de alguns investimentos, o faturamento do comércio, a pres-tação de serviços e o mercado de trabalho, principalmente em Sertão-zinho e região – que representam o principal polo industrial sucroener-gético do País.

Revista Canavieiros: O que esse aumento de 2% na mistura vai signi-ficar para a indústria?

Tonielo Filho: O aumento de anidro na gasolina pode implicar, diretamente, na escala de produção deste tipo de eta-nol. Com isso, possibilitará a saúde fi-nanceira destas empresas com o aumen-to do faturamento e, consequentemente, poderá incrementar recursos para novos pedidos de serviços, máquinas e equi-pamentos.

Revista Canavieiros: Você acredita que com essa medida os produtores de cana tenham motivos para comemorar?

Tonielo Filho: Este é um pleito que os produtores de álcool fazem há al-gum tempo. Como haverá um aumento de demanda deste combustível, espera--se um aumento de preço deste produ-to. Como o preço da cana é calculado

Antonio Eduardo Tonielo Filho

“Os efeitos positivos aparecerão de forma gradativa, mas o setor está mais otimista”.

A afirmação é do diretor da Usina Santa Inês e Viralcool e presidente do CEISE Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético), Antonio Eduardo Tonielo Filho, que falou com exclusividade para a Revista Canavieiros sobre os impactos causados pelo percentual da mistura do etanol anidro na gasolina que aumentarou de 25% para 27%. O incremento foi anunciado no começo de março pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, após acordo entre Governo Federal, fabricantes de veículos e o setor sucroenergético e passou a valer no último dia 16 deste mesmo mês.

Fernanda Clariano

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Entrevista I

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por um método (CONSECANA) que leva em consideração a quantidade e o preço dos produtos finais, açúcar e ál-cool, o produtor de cana pode esperar aumento de faturamento.

Revista Canavieiros: A mudança causará algum impacto para o con-sumidor?

Tonielo Filho: O aumento do per-centual de álcool na mistura da gasolina contribuirá para a redução deste com-bustível, pois o preço do álcool é mais barato do que o da gasolina, atualmente, e, consequentemente, se você aumenta o percentual do produto mais barato, você reduzirá o custo. Mas, não dá para garantir que isto chegará ao consumidor final, porque existem outros elos nesta cadeia, como distribuição e comerciali-zação, que fogem do controle do produ-tor de álcool.

Revista Canavieiros: Essa mistura maior de etanol, que é mais barato, na gasolina, ajuda a segurar mais au-mentos?

Tonielo Filho: No preço praticado hoje da gasolina pura, com certeza o álcool contribui para segurar o preço da gasolina misturada. Podemos afir-mar que o aumento do percentual na mistura reduz custo e não cria neces-sidade de aumento, ao contrário, cria condições para redução do preço da gasolina misturada.

Revista Canavieiros: De acordo com a UniCA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), o aumento da mis-tura do etanol anidro na gasolina deve elevar a demanda por anidro em torno de 1 bilhão de litros. O setor consegui-rá atender à demanda? Há estoques de etanol anidro suficientes para a altera-ção da mistura sem riscos ao abasteci-mento do mercado interno?

Tonielo Filho: A UNICA é a repre-sentante das unidades produtoras e tem autoridade para fazer esta afirmação. A informação que temos é de que as usinas possuem estoques suficientes para atender ao aumento da demanda e, caso aconteça uma quebra de safra, ainda existe a alternativa de produzir menos açúcar, se o preço do etanol es-tiver satisfatório.

Revista Canavieiros: A medida está de acordo com a política energética do Brasil, “que prevê o estímulo à parti-cipação de fontes renováveis de ener-gia e ainda contribui para melhorar a competitividade do setor do etanol”. Como você vê isso?

Tonielo Filho: Achamos importan-tíssima esta visão, pois é a valorização de um combustível limpo, renovável, ambientalmente sustentável e de gran-de potencial energético, além do funda-mental papel social, gerando milhares de empregos. A melhoria da competiti-vidade do etanol possibilita a redução da importação de gasolina, contribuin-do para a melhoria do balanço de paga-mentos do País.

Revista Canavieiros: Através dessa medida, você acredita que o Governo está começando a abrir os olhos para a importância do setor sucroenergético?

Tonielo Filho: Com certeza sim, mas não é suficiente para a total reto-mada da cadeia sucroenergética. O se-tor carece de investimentos e planos de recuperação, além da inserção de-finitiva do etanol na matriz energética brasileira. O Governo precisa voltar a incentivar a produção de energia gerada pelo setor sucroenergético.

Revista Canavieiros: Essa medida e também a volta da CiDE (Contribui-ções de intervenção no Domínio Eco-nômico) tendem a equilibrar o setor depois de anos ruins?

Tonielo Filho: Estas medidas não são suficientes para equilibrar o se-tor, pois os últimos anos foram muito

difíceis. A volta da CIDE devolve a competitividade ao etanol hidratado, e isso já é bom, mas precisamos de al-gum tempo de bons faturamentos para vislumbrar o equilíbrio de contas, mesmo porque, hoje, o endividamen-to das unidades representa um custo a ser compensado.

Revista Canavieiros: A mudança ocorre em um momento em que co-meçará a moagem da nova safra de cana do Centro-Sul do país, princi-pal região produtora de etanol. Como você vê esse momento?

Tonielo Filho: Esta safra já está plantada, o que não provoca no curto prazo nenhum efeito na quantidade de cana moída. Porém, a adição de anidro à gasolina e a volta da CIDE influenciarão, ainda que timidamen-te, no preço da cana. Dessa forma, no fim da safra, a produção total pode gerar uma margem mais satisfatória nos lucros.

Revista Canavieiros: Analisando todas as necessidades do setor, o que você espera para este ano?

Tonielo Filho: Espero um ano ain-da muito difícil, mas com viés de re-cuperação, porque algumas medidas já foram aplicadas e outras estão em andamento, mostrando que o Governo Federal está sensibilizado em resolver o problema da ausência de políticas pú-blicas, de médio e longo prazo, para a cadeia sucroenergética. Vale ressaltar que os governos de Minas Gerais e de São Paulo também estão adotando me-didas de incentivo ao setor. RC

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perspectiva é de dobrar o consumo no Estado, passando dos 750 milhões de litros anuais para cerca de 1,5 bilhão de litros, equivalente a nossa produção na safra 2014/15. Com as alterações das alíquotas, a da gasolina C passará de 27 para 29%, o preço do etanol hidratado poderá reduzir em até R$ 0,12 por litro e o da gasolina poderá aumentar cerca de R$ 0,07. Com essas alterações, em algumas regiões do Estado a relação de preço poderá ficar próxima de 66%, uma paridade muito boa e, na minha opinião, suficiente para observarmos a migração do consumidor da gasolina para o etanol.

Revista Canavieiros - O senhor

acredita que as medidas implantadas pelo Governo Federal, como o retor-no da CiDE, e a retomada do consu-mo de etanol poderão dar fôlego para a agroindústria canavieira melhorar sua situação?

MC: Acredito que as medidas adota-das fazem parte e serão muito importan-tes para uma recuperação futura. Junta-mente com as alterações de alíquotas de ICMS adotadas em alguns Estados, são suficientes para destravar o mercado de etanol em 2015. O setor produzirá e comercializará mais etanol neste ano, e

Entrevista II

Mário Ferreira Campos Filho

“Queremos ser o Estado mais eficiente ecom maior rentabilidade na venda dos

produtos do setor”

Andréia Vital

A declaração é de Mário Ferreira Campos Filho, presidente da Associação das Indústrias Sucroe-nergéticas de Minas Gerais, a SIAMIG, e dos Sindicatos da Indústria de Fabricação do Álcool e do Açúcar no Estado de Minas Gerais. Campos é o principal representante do setor sucroenergético no Estado mineiro.

O executivo, formado em economia pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), com MBA pelo IBMEC, ingressou no SIAMIG em 2003, como assessor econômico, e ocupou três cargos antes de chegar à presidência da entidade, em dezembro de 2013.

Bem articulado e atuante, ele comemora a conquista de alíquota menor do ICMS (Imposto so-bre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação) para o etanol hidratado no Estado, que passou a vigorar a partir de 18 de março e as externalidades geradas pela mecanização de 97% da área de canaviais, fato que tornou a cana mineira bastante ecológica.

Confira a entrevista e veja o que está acontecendo com o setor em Minas Gerais:

Revista Canavieiros - A redução do iCMS do etanol, dos 19% para 14%, no Estado mineiro provocará quais efeitos no setor sucroenergético, na sua opi-nião? E qual impacto terá para o consumidor?

Mário Campos: O maior impacto previsto é o aumento do consumo do eta-nol hidratado como consequência de uma paridade de preços pró-etanol. Nossa

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esperamos que o preço médio seja bem superior às ultimas safras. O mesmo ocorreu com o mercado de bioeletrici-dade que, devido a crise energética do País, voltou a ser considerada pelo pla-nejamento energético brasileiro. Contu-do, o setor continuará em 2015 em uma situação muito delicada em função do alto endividamento agravado recente-mente pela forte desvalorização do real. Apesar de ser um tema muito polêmico no setor, acredito que o endividamento entrará na pauta de discussão setorial muito em breve.

Revista Canavieiros - Qual foi a produção de cana-de-açúcar em MG na última safra e quais são suas expec-tativas em relação ao ciclo 2015/16?

MC: A produção de cana mineira situou em 59,3 milhões de toneladas, 3,25 milhões de ton de açúcar e 2,73 bilhões de litros de etanol, somados hi-dratado e anidro. Foi a maior produção de etanol da história do Estado, mesmo não sendo a maior safra de cana já mo-ída. Para 2015/16, não vemos grandes alterações na produção de cana, mas

esperamos um mix ainda maior para a produção de etanol e assim mais um re-corde poderá ocorrer.

Revista Canavieiros - As intempé-

ries climáticas do último ano prejudica-ram os canaviais mineiros? Qual será a consequência para a próxima safra?

MC: Até o final do mês de janeiro deste ano, estávamos muito preocu-pados com o efeito da seca no cana-vial. Contudo, as chuvas de fevereiro e março foram muito boas em diversas regiões, o que ajudou a minimizar os efeitos da estiagem de janeiro. Dessa forma, não estamos esperando grandes variações da safra para este ano. As re-duções que poderão existir em algumas regiões deverão ser compensadas pela elevação da disponibilidade de cana de outras regiões.

Revista Canavieiros - Qual é o grande desafio do setor sucroenergético em Mi-nas Gerais atualmente? E no Brasil, qual são as prioridades para o segmento?

MC: O grande desafio do setor mi-neiro é justamente ampliar o consumo de

etanol hidratado, já que apesar de possuir a segunda maior frota de veículos leves do País, as vendas do combustível limpo e renovável são irrisórias no Estado.

Neste sentido, a SIAMIG vai lançar a partir de abril uma campanha de marke-ting, a fim de mostrar a maior compe-titividade do combustível no Estado, além de seu valor ambiental e geração de empregos, renda e impostos no inte-rior do Estado.

Será uma campanha de valorização do etanol frente à gasolina. Além disso, de modo geral, as usinas têm que con-tinuar a melhorar sua operação, com a elevação da produtividade agrícola, através da renovação do canavial, me-lhores tratos culturais e melhorias ope-racionais. Os resultados deste trabalho deverão ser suficientes para ocupar a atual capacidade ociosa de moagem, em torno de 10% nos próximos anos.

Acreditamos também que haverá uma mobilização maior no desenvol-vimento de novas variedades produti-vas, ampliação da produção de etanol de segunda geração e investimentos em bioeletricidade. Somente após essa

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fase aliada a uma necessária recupera-ção financeira é que acreditamos que o setor poderá contar com um novo ciclo de investimentos.

Revista Canavieiros - O que a SiA-

MiG tem feito para ajudar a solucio-nar os gargalos da cadeia produtiva canavieira?

MC: A SIAMIG tem uma atuação institucional muito forte em Minas Ge-rais com uma boa comunicação com a opinião pública. Nossa mais recente conquista foi a redução do ICMS do etanol hidratado no Estado. Aliás, essa foi a terceira vez que o ICMS foi re-duzido nos últimos cinco anos. Temos um trabalho muito importante nas áreas ambiental, trabalhista e de formação de mão de obra, onde fomos o responsável pela viabilização do PRONATEC (Pro-grama Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) dentro do setor. Participamos de diversos conselhos es-taduais e federais, sempre defendendo os interesses dos produtores.

Revista Canavieiros – Atualmente,

Minas Gerais é o terceiro maior produ-tor de cana-de-açúcar, mas já ocupou o segundo lugar. Há alguma perspectiva para que o Estado recupere seu posicio-namento no ranking nacional?

MC: Não temos mais a pretensão de ocupar um lugar mais alto no ranking de produção, mas queremos ser o Esta-do mais eficiente e com maior rentabi-lidade na venda dos produtos do setor. Para isso, temos o potencial do mercado de nosso Estado, com seus 853 municí-pios e mais de 18 milhões de habitantes.

Para a exportação, trabalhamos em melhorias da logística com a finalidade de chegarmos mais fácil, mais rápido e mais barato aos portos. Mas sabemos das nos-sas dificuldades. Infelizmente, hoje reco-nhecemos que o Estado é um dos mais di-fíceis para se empreender no Brasil. Tanto a área trabalhista, quanto a tributária e, principalmente, a ambiental, têm causado diversas dificuldades não observadas em outros Estados concorrentes.

Juntamente com outras entidades empresariais, temos debatido essas di-ficuldades com o Governo Estadual e com a sociedade e conseguido algum avanço nos últimos anos.

Revista Canavieiros - Conforme estabelecido pelo Protocolo Ambiental, em 2014, terminou o prazo estabelecido para a eliminação da queima na colhei-

ta em áreas mecanizáveis. Em Minas Gerais essa meta foi alcançada? Qual é o atual porcentual de mecanização das lavouras em Minas Gerais?

MC: Os produtores mineiros cum-priram o Protocolo Agroambiental as-sinado com o Governo em agosto de 2008, com a eliminação da queimada nas áreas com declividade abaixo de 12% e introdução da colheita mecânica. Vão ficar somente cerca de 3% da área total ainda com queima em áreas com declividade acima de 12%. Nos últimos anos houve um forte investimento na compra de máquinas, equipamentos e treinamento da mão de obra para meca-nização do campo.

A redução drástica da queima levou a várias externalidades positivas como a não emissão de 6,1 milhões de tone-ladas de CO2 equivalentes na atmosfera durante o período do protocolo (2008-2014); o solo ficou muito mais protegi-do com a palha que fica no terreno e não é queimada; a eliminação da lavagem de cana gerou uma grande economia de água além da utilização dos circuitos fechados, o que possibilitou uma espe-tacular redução no consumo industrial de cinco metros cúbicos de água por tonelada de cana processada, nos anos 90, para a quantidade atual em torno de 1 m3 / ton de cana. Além do apareci-mento de um grande número de animais no canavial e, nas áreas de preservação permanente, que foram amplamente re-cuperadas nos últimos anos pelo setor.

Revista Canavieiros - A demanda por energia elétrica tem aumentado, isso pode contribuir para a retomada do setor sucroenergético? Qual o po-tencial de cogeração desse setor no Estado mineiro?

MC: Há um grande potencial em Mi-

nas Gerais para a bioeletricidade, con-forme demonstrado no relatório sobre o assunto divulgado pela SIAMIG no iní-cio deste ano. É uma área que terá inves-timentos por parte das empresas, com a utilização da palha e de outros combus-tíveis, como o cavaco de madeira. A po-tência instalada das usinas mineiras gira em torno de 950 MW. Em 2014, mais de 1,8 milhão de MWh de bioeletricidade foi comercializado no mercado.

Com investimentos previstos de R$ 200 milhões nos próximos três anos, há possibilidade de incremento na geração de cerca de 75 MW em 2015, e mais 70 MW em 2016.

Revista Canavieiros - Minas Ge-rais lançou recentemente o Pacto de Minas pelas Águas. O que tem a dizer sobre a iniciativa e qual impacto ela poderá ter no setor sucroenergético?

MC: O Pacto das Águas foi um compromisso público assumido entre o Governo Estadual e diversas entida-des empresariais em prol da adoção de medidas de uso mais racional dos re-cursos hídricos. Isso ocorreu, pois em algumas regiões do Estado há fortes restrições hoje na disponibilidade de água para o atendimento ao setor pro-dutivo e até à população.

Recentemente, o Conselho Estadu-al de Recursos Hídricos aprovou uma deliberação normativa que possibilita o corte das outorgas de até 25% para a irrigação e 30% para a indústria.

Nosso setor está muito tranquilo por-que fez o dever de casa nos últimos anos, pois reutilizamos mais de 90% da água captada, além de implantar uma forte re-dução do consumo total nas últimas sa-fras. Assim, acreditamos que temos ar-gumentos suficientes para que estas medidas não atinjam o nosso setor. RC

Em meio ao canavial estão sendo formados corredores ecológicos, que permitem também a presença de uma grande quantidade de animais As externalidades geradas pela mecanização de

97% da área de cana tornam a cana mineira bastante ecológica

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Em meio ao canavial estão sendo formados corredores ecológicos, que permitem também a presença de uma grande quantidade de animais As externalidades geradas pela mecanização de

97% da área de cana tornam a cana mineira bastante ecológica

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12Ponto de Vista I

A volta por cima*Coriolano Xavier

Coriolano Xavier

A vulnerabilidade do setor sucroal-cooleiro foi tema recorrente nos últimos anos, durante a crise que

desmoronou sonhos, minou fortalezas e esmoreceu a energia empreendedora em todo o setor. Foi um desgoverno, cujo saldo são mais de 60 usinas fechadas, outras 30 em recuperação judicial e uma dívida de mais de R$ 80 bilhões, pratica-mente no valor de uma safra inteira.

Agora, parece que a pressão sobre o setor foi aliviada e já se contabiliza até um ato de justiça fiscal, com a volta da CIDE (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico), uma taxação so-bre a gasolina para compensar as exter-nalidades sociais e ambientais do etanol, que tornava este combustível de cana mais competitivo e inclusive estimulou a instalação de inúmeras usinas pelo País.

Com as lições aprendidas nos últi-mos anos e a visão estratégica que sem-pre caracterizou a cadeia sucroalcoo-leira, o momento é de olhar para frente e discutir o próprio futuro – em alto e bom som e dialogando com a socieda-de. E isso significa colocar as cartas na mesa e perguntar: qual a matriz energé-tica que o Brasil precisa e quer?

Uma discussão que é do País – do cidadão, do setor privado e do governo, mas que bem pode ter a força motriz da própria cadeia produtiva do etanol, como protagonista importante e integra-da a outras forças econômicas do agro-

negócio e da indústria, com as quais o setor pode desenvolver sinergias.

Definir claramente os contornos de uma matriz energética desejada e, com isso estabelecido, escolher qual o peda-ço que cabe à agroenergia nessa matriz. Então, elaborar estratégias para alcançar esse objetivo, levando em conta tecno-logia, logística, crédito, recursos huma-nos, sustentabilidade, geopolítica e ma-rketing para reposicionar a agroenergia na percepção urbana e também vender know-how brasileiro no mercado tropical.

Está certo que poucas vezes o nosso agronegócio foi bom nisso de interagir com a urbanidade e contar para o mun-do seus projetos, sonhos, realizações e desafios, para alinhar com a sociedade as bandeiras importantes do setor. Te-mos agora uma nova chance, pois hoje em dia não só os alimentos, mas tam-bém energia limpa, são direitos da hu-manidade – principalmente agora que o planeta está respondendo às avalanches de CO2 com o aquecimento global.

Moral de toda essa história: do lado da governança do País, pisou-se na bola feio com o setor sucroalcooleiro; faltou mais seriedade e respeito com quem plantou, cultivou e fez crescer essa es-tratégica cadeia produtiva no País. Já olhando para o futuro, vemos que será preciso discutir e desenhar novas po-líticas públicas para a agroenergia – e fazer isso envolvendo toda a sociedade.

Por outro lado, fala-se de uma en-tressafra de líderes e, se não há lideran-ças com quem dialogar sobre essa que seria uma guinada histórica no setor, o jeito vai ser garimpar e lapidar gente com estatura para o momento – inven-tando até uma pedagogia da superação e da liderança.

Em uma entrevista recente, o ex-pre-sidente FHC observou que “a rua, neste momento, não é dos partidos, é do povo”. Espelhados nessa frase, bem que podería-mos arriscar e dizer que, neste momento, o pensamento energético brasileiro tem tudo para ser protagonizado também por quem sonhou e fez acontecer o etanol e a agroenergia como um todo.

*Vice-presidente de CCAS (Comunica-ção do Conselho Científico para Agricul-tura Sustentável), professor do Núcleo de

Estudos do Agronegócio da ESPM.RC

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13Ponto de Vista II

Índia pode produzir mais açúcar do que o esperado em 2014/15, apesar da crise financeira das usinas*Bruno Wanderley de Freitas

A produção de açúcar na Índia to-talizou 16,71 milhões de tone-ladas até o dia 15 de fevereiro,

contra 14,53 milhões de toneladas em igual período de 2013/14 (Out-Set), aumento de 15%. Até o momento 518 usinas estiveram em operação, contra 479 unidades em atividade há um ano. Por outro lado, de todo o volume pro-duzido até o momento, somente 64 mil toneladas foram de açúcar bruto, ante 793 mil toneladas em mesmo intervalo da safra anterior.

A menor produção de açúcar bruto deve-se ao atraso do governo indiano em aprovar os subsídios às exporta-ções do produto. Assim, a Índia deve exportar menos açúcar em 2014/15 do que o incialmente esperado. Inicial-mente, as usinas indianas esperavam exportar até 2 milhões de toneladas de açúcar bruto. Contudo, estima-se ago-ra que as exportações de bruto não ul-trapassem 600 mil toneladas, uma vez que a indústria terá pouco tempo hábil para usufruir o subsídio antes do início da safra no Centro-Sul do Brasil.

O governo in-diano está per-to de aprovar o subsídio de R$ 4.000/ton (US$ 65/ton) para a ex-

portação de açúcar bruto. Entretanto, nem todas as usinas poderão desfrutar da subvenção. A Índia estuda conceder o subsídio apenas às usinas que têm ofertado etanol para as companhias de petróleo. A medida visa estimular a produção local, de modo a atender à mistura de 5% na gasolina.

A produção de açúcar em Uttar Pra-desh alcançou 4,23 milhões de tonela-das até a primeira quinzena de feve-reiro, aumento de 18,5% sobre mesmo período da temporada passada (3,57 milhões de toneladas). Já em Maha-rashtra foram produzidas 6,50 milhões de toneladas de açúcar, ante 4,98 mi-lhões há um ano. Em Karnataka, ter-ceiro principal Estado produtor da Índia, a produção de açúcar cresceu 3,4% para 2,82 milhões de toneladas.

Em contrapartida, a produção de açúcar em Tamil Nadu somou 325 mil toneladas, queda de 37,5%, enquanto

em Andhra Pradesh foram produzidas 644 mil toneladas, contra 658 mil to-neladas um ano atrás.

Mesmo com a indústria enfrentan-do dificuldades financeiras, a produ-ção total de açúcar, branco mais bru-to, pode ser maior do que se esperava. Em torno de 26 milhões de toneladas, valor branco, poderão ser produzidas em 2014/15, contra 24,27 milhões na safra anterior. O aumento na produção deve-se à expansão da oferta de cana, após o governo ter realizado novos re-ajustes do preço mínimo da matéria--prima. Apesar do crescente custo de produção, as usinas são requisitadas pelo governo a moer toda a cana que recebe do fornecedor.

*Economista sênior DATAGRO RC

Bruno Wanderley de Freitas

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Como está o nosso agro?Após resultados decepcionantes em

janeiro, em fevereiro o desempenho exportador do agro piorou nossos sen-timentos. As exportações do agro (US$ 4,90 bilhões), se comparadas com o mesmo período de 2014 (US$ 6,39 bi), diminuíram em incríveis 23,2%. O sal-do na balança do agro de fevereiro é de US$ 3,70 bi, uma queda de 26,3%.

O valor exportado acumulado no ano (US$ 10,5 bilhões) apresentou uma queda de 13,9% quando comparado (US$ 12,3 bilhões). Este resultado le-vou a um saldo positivo acumulado no ano de US$ 8,1 bilhões (14,0% menor que o mesmo período em 2014). Se continuarmos nesse ritmo, fecharíamos 2015 com um montante de apenas US$ 63 bi, uma cifra bem distante de nossa meta de 100 bi.

O saldo da balança comercial brasi-leira teve um desempenho negativo em US$ 0,9 bi. Já a balança acumulada no ano teve um grave deficit de US$ 6,0 bilhões. Mesmo em queda, mais uma vez o agro evitou um desastre ainda maior na economia brasileira.

Como está nossa cana? A safra 14/15 (abril/março): 570

mi ton processadas e ATR médio de 137 kg/ton;

A cana vem perdendo áreas para a soja, principalmente. A soja em Rio Verde tem receita de R$ 3192/ha e custos de R$ 1961 (mar-gem de 38%) (FNP);

O baixo retorno da atividade volta a comprometer a renovação, que deveria ser de 18 a 20% ao ano e foi de 15,2 na safra 14/15 (DATAGRO);

Projeções para a safra 15/16 no Cen-tro-Sul: 570 mi ton e ATR ao redor de 135;

Safra 15/16 mais alcooleira, sen-do as seguintes projeções para destino da cana: 57,7% etanol (FCStone);

Juros elevados (custo de capital) e maiores riscos de refinanciamento (re-baixamento ratings) vai aumentar endi-vidamento e recuperação judicial;

Entressafra longa e risco para as descapitalizadas (afeta mercado);

Muito desânimo e desconfiança afetando brutalmente o investimento;

Estima-se a receita do setor em 14/15 ao redor de R$ 70 bilhões. E a dívida passou de R$ 77 bilhões e deve piorar com a elevação de juros no Bra-sil e nos EUA e com o real mais desva-lorizado, pois parte desta dívida é em US$. Temos uma situação muito preo-cupante aqui.

Como está nosso açúcar? Safra mundial 14/15 (termina em

setembro de 2015) com uma produção de 178,93 mi ton e consumo de 180,16 mi ton, deficit de 2,11 mi ton (FCStone). Pela OIA (Organização Internacional Agrope-cuária) produção mundial de 182,9 mi ton e consumo de 182,4 mi ton;

Produção no Centro-Sul de 15/16 em 29,7 mi ton, 7% menor que as 31,9 mi ton de 14/15 (FCStone). Produção brasileira em 35,48 milhões de tonela-das (DATAGRO);

Organização Mundial da Saúde recomenda que se tribute mais os refri-gerantes e outros produtos que levam açúcar e recomenda queda de 60% no consumo da América Latina;

Subsídio sendo dado pela Índia e pela Tailândia faz com que a produção não se reduza;

Efeitos do câmbio: preços médios em R$/tonelada (FOB Santos) foram de 864 (2013), 880 (2014) e expectativa para 2015 de R$ 920/ton;

As usinas que estão fixadas apresen-tam preço médio de R$ 971/t (Archer);

A Russia: importação ao redor de 550 mil toneladas, um pouco acima do ciclo anterior;

Aumento do consumo hidratado e efeitos positivos nos preços do açúcar.

Como está nosso etanol? 27% de anidro na gasolina co-

mum representará um consumo adi-cional de 1 bilhão de litros (em 16/03 começou);

CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) – participação do etanol em SP deve subir de 41% (2014) para mais de 50% (5 pontos seriam ao re-dor de 300 mi litros a mais no País);

Queda do real e recuperação do petróleo: cai defasagem entre o preço de importação da gasolina e o de venda no mercado interno pela Petrobras para 14%, praticamente eliminando a pres-são para redução de preços da gasolina;

Produção 15/16 no Centro-Sul 26 bi/l, mesma da safra 14/15. 14 bi/l de anidro e 12 bi l de hidratado (FCStone);

Até o final de março, distribuido-ras precisam comprovar à ANP (Agên-cia Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) a aquisição de 70% do anidro que será usado na adição à gasoli-na. Em 2014, o preço foi o do hi-dratado somado a de 13%, pelo maior custo de produção do anidro. A Bioagência estima o prêmio em 12%, que aplicado a um pre-ço médio de R$ 1,41/l para o hidra-tado, daria ao anidro um preço de R$ 1,58/l;

Estoques (final de março) estão mais elevados nas Usinas (2,8 bilhões de litros, contra 1,6 bi l no ciclo anterior);

Em 2004, o Brasil exportava 90% e os EUA 10% do mercado mundial. Em 2014 os EUA 70% (3,16 bilhões de li-tros) e o Brasil 30%. As exportações dos EUA foram para 51 países, e existe forte plano de expansão. O Brasil importou 424 mi/l. dos EUA em 2014, e em 2015 devem oscilar de 500 mi/l. a 1 bi/l;

Coluna Caipirinha

Marcos Fava neves

CaipirinhaA Grave Ameaça do Endividamento

Revista Canavieiros - Março de 2015

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O mercado da Califórnia é o nos-so alvo nas exportações;

Redução do ICMS (Imposto So-bre Circulação de Mercadorias E Pres-tação de Serviços) em MG sobre hidra-tado de 19 para 14%: consumo pula de 700 milhões para 1,5 bilhão de litros/ano – SIAMIG;

No Brasil: frota de 34 milhões de veículos e 22 milhões desses são carros com tecnologia flex;

Mercado de combustíveis ciclo Otto cresceu 8% em 2014 e deve cres-cer 4% em 2015, mesmo com a crise.

Como está nossa cogeração? O setor sucroenergético pode for-

necer até 10% a 15% a mais de energia em 2015 que o ofertado em 2014 (20,8 mil GWh), uma participação de quase 5% no consumo do Brasil. Segundo cálculos de Zilmar Souza (UNICA) existe potencial para oferecer 6 vezes mais que isto. Estima-se que em 2014 foi responsável por atender 11 milhões de residências e poupou 14% da água dos reservatórios do país;

O PND (preço de liquidação de diferenças) da ANEEL (Agência Na-cional de Energia Elétrica) tem teto de R$ 388,48/MWh em 2015. Em 2014 os preços chegaram a atingir mais de R$ 800/MWh. Portanto, temos pouco estímulo de preços para expansão, o que não faz sentido no Brasil que care-ce de investimentos em energia limpa.

Quem é o homenageado do mês? A coluna Caipirinha todo mês home-

nageia uma pessoa. Neste mês a home-nagem vai para o Zilmar José de Souza. Um belo quadro formado na FEA-RP, que se especializou no importante mer-cado de energias renováveis, sendo hoje um dos maiores especialistas mundiais no assunto e grande colaborador da ca-deia produtiva da cana no Brasil.

Haja Limão: Preparei esta foto final para guardar

para meus filhos. 15 de março de 2015, um dia histórico, de resgate da vontade de ser brasileiro. Levei filhos, sobrinhos, esposa, avó e vi muitos alunos, muitos amigos e muitos brasileiros. Fomos às ruas de Ribeirão Preto, onde já estavam mais 40 mil pessoas. Esta cidade que es-colhi para viver mais uma vez me orgu-lha pela sua responsabilidade e brasilida-de. Valeu minha família, valeu amigos, valeu Ribeirão Preto. Fazia tempo que não me sentia… tão brasileiro.

Marcos Fava neves é Professor Titular da FEA/USP, Campus de Ribeirão Preto.

Em 2013 foi Professor Visitante Internacio-nal da Purdue University (EUA)RC

Revista Canavieiros - Março de 2015

16 Coluna Caipirinha

O Brasil em um Atoleiro

O professor Marcos Fava Ne-ves escreveu o texto abaixo, que é um resumo executivo,

em formato de tópicos e utilizado para fins didáticos, da matéria de 12 páginas dedicada pela conceituada revista The Economist, em 28 de fevereiro de 2015, ao Brasil. Confira o texto com alguns comentários do professor ao final.

- A economia brasileira está uma ba-gunça, com problemas bem maiores do que o governo irá admitir ou os investi-dores têm registrado;

- Uma imagem colorida foi vendi-da pela presidente/candidata antes das eleições – um falso prospecto;

- Estagnação da economia nos úl-timos anos (media de 1,3% de cresci-mento, em 4 anos);

- Em 2015 uma contração esperada de 0,5% a 2,0% é prevista na economia brasileira com recessão prolongada;

- Alta inflação espremendo os salá-rios e o pagamento das dívidas dos con-sumidores e trazendo erosão no poder de compra;

- Com inflação ainda acima da meta, o Banco Central não consegue reduzir sua taxa básica de juros do nível atual de 12,25%;

- Um aperto fiscal e taxas de juros altas significam mais sofrimento para famílias e empresas brasileiras e um re-torno mais lento ao crescimento;

- Forte desvalorização do câmbio, maior que 30% em relação ao dólar em 2014;

- As empresas brasileiras possuem dívi-da externa de 40 bilhões de dólares. Essa dívida sofre ainda um crescimento enorme por conta da desvalorização do real;

- Os índices de aprova-ção da presidente caíram de 42% para 23% em três meses (dezembro/feverei-ro) e sua base política está desmoronando;

- O chamado “capi-talismo estatal tropical” envolveu frouxidão fiscal, contas públicas opacas, política industrial que de-bilitou a competitividade e intromissão presidencial na política monetária;

- O deficit fiscal dobrou para 6,75% do PIB;

- Erros nos subsídios para eletricidade e com-bustíveis foram grandes e estão sendo pagos;

- Grandes empréstimos subsidiados por bancos públicos para beneficiar setores e empresas;

- Governo atual com característica semiparlamentarista com o presidente do Congresso não alinhado com o governo;

- Recessão e receitas fiscais em queda podem debilitar o ajuste preconizado;

- As manifestações em massa contra corrupção e mediocridade dos serviços públicos vistas em 2013 podem se repe-tir em 2015;

- Preços de importação aumentando trarão maior inflação;

- Riscos de falta de água e de apa-gões, que agora são menores devido ao aumento de 30% no preço da energia;

- A produtividade do trabalhador

brasileiro não justificou e não justifica mais aumentos reais nos salários;

- A dívida das famílias está equivalen-te a cerca de 46% da renda disponível;

- 80% das dívidas das famílias refe-rem-se a crédito ao consumidor, cujo custo chega a ser punitivo. Quando se soma o pagamento do principal da dívi-da, o serviço da dívida chega a 21% da renda disponível;

- O total dos empréstimos para o se-tor privado saltou de 25% do PIB para 55% nos últimos dez anos;

- A confiança do consumidor é a me-nor em 10 anos;

- Os investimentos que subiram du-rante 8 dos 10 anos até 2013 despenca-rão em 2015;

- A Petrobras está atolada em um es-cândalo de corrupção que paralisou os gastos e deverá custar até 1% do PIB em investimentos estrangeiros perdidos;

- Em 2014, o Brasil gastou R$ 314 bilhões (6% do PIB) com o pagamento dos juros, um aumento de 25% em re-lação a 2013;

- A dívida pública hoje equivale a 66% do PIB, a mais alta dos países do BRIC;

- O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e So-

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cial) e a Caixa apresentavam 39% de empréstimos em 2009, hoje essa par-cela equivale a 55%;

- No ranking “Fortune Global 500” das maiores companhias por fatura-mento em 2014, somente 7 eram brasi-leiras (1,4%). Na lista das 2 mil empre-sas mais valiosas do mundo da Forbes, apenas 25 (1,3%) eram brasileiras;

- Empresas no Brasil enfrentam uma diversidade de obstáculos: burocracia, legislação tributária complexa, fraca in-fraestrutura, falta de mão de obra capa-citada e uma economia estagnada;

- Brasil ainda enfrenta gestão fraca em diversas empresas de porte médio;

- Uma empresa de médio porte brasilei-ra gasta 2.600 horas para declarar impostos a cada ano. No México, são 330 horas.

- Existem muitas empresas familiares ainda com baixa confiança em executi-vos, relutando em se profissionalizar;

- Gestão de curto prazo, devido a dé-cadas de alta inflação;

- Os empresários brasileiros continu-am a gastar horas em reuniões com políti-

cos que poderiam ser mais bem utilizadas melhorando suas empresas. Protegidas da competição por tarifas, subsídios e regras de conteúdo local, as empresas têm pou-cos motivos para inovar.

O QuE FAzER:- Encorajar o comércio internacional

e abrir essa economia superprotegida- Simplificar impostos;- Recuperar a responsabilidade fiscal;- Recuperação na confiança nos ne-

gócios; - Baixar as taxas de juros assim que

possível;- Reformar a generosa previdência

pública;- Criar políticas mais favoráveis aos

negócios;- Frear os empréstimos financiados

por bancos públicos em favor de seto-res e empresas.

Comentários: apesar de em alguns momentos apresentar uma análise muito rigorosa, o retrato acaba sendo

um bom resumo dos equívocos come-tidos na esfera econômica e política pelo Governo nos últimos anos e tra-ça os caminhos do que deve ser feito, amplamente conhecidos no Brasil, mas com pouca vontade e condições de fa-zer acontecer. Creio que a análise da Economist foi muito dura com as em-presas brasileiras, muito crítica, sem ressaltar as difíceis condições para competir que as mesmas encontram na arena produtiva brasileira.

Sem dúvida, ser capa da Economist, com uma matéria absolutamente críti-ca, é algo que denigre mais ainda nos-sa já desgastada imagem internacional, mas mostra, principalmente ao leitor mais informado, seja do ambiente em-presarial como político, os equívocos de nossa gestão.

Ressalto que aqui foi feito apenas um resumo da matéria.

Prof. Marcos Fava neves RC

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Projeto Amendoim da UNAME participa do 6º Encontro de Produtores e Dia de Campo em Pindorama-SP

Notícias Copercana

No dia 26 de fevereiro, a APTA (Agência Paulista de Tecno-logia dos Agronegócios) por

meio do Polo Regional Centro-Norte e do IAC (Instituto Agronômico), rea-lizou o 6º Encontro de Produtores e Dia de Campo de Amendoim, em Pindora-ma, no interior de São Paulo.

O evento reuniu cerca de 200 pro-dutores rurais e profissionais ligados à cultura do amendoim, entre eles produ-tores do Projeto Amendoim da UNA-ME (Unidade de Grãos da Copercana). Segundo os organizadores do evento, a adesão dos produtores só não foi maior devido aos os trabalhos com a colheita que já terem começado.

Os produtores presentes participaram de palestras sobre temas atuais deman-dados pelo setor produtivo, como o novo vírus que ataca a cultura do amendoim, as escolhas realizadas pelos produtores em todas as safras, a multiplicidade de fertilizantes foliares e fungicidas, o mer-cado nacional e internacional de amen-doim e as atividades da recém-criada Câmara Setorial de Amendoim.

Em visita ao campo, tiveram a opor-tunidade de conhecer as atividades e os resultados do programa de melhora-mento genético de amendoim, liderado

Fernanda Clariano com informações de assessoria

pelo IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

“Este ano foi possível notar a pre-sença de um grande número de téc-nicos e estudantes. Isto significa que há uma demanda cada vez maior por conhecimento, por informação sobre a cultura. O aumento da procura por eventos de amendoim mostra que a cultura está ganhando mais projeção no cenário agrícola de São Paulo. Ape-sar da situação econômica do País, o mercado de amendoim continua está-vel, a área de plantio aumentou nos úl-timos dois anos e a produção também

está com tendência para aumento”, afirmou o pesquisador do IAC, Dr. Ig-nácio José de Godoy.

Para o gerente da UNAME, Augusto

César Strini Paixão, “esse encontro é muito importante para os técnicos da co-operativa e produtores do Projeto Amen-doim. Por meio das palestras tivemos várias informações desde a produção de sementes certificadas, produção de no-vas variedades, manejo da cultura e os mercados interno e externo. Todas essas informações nos colocam sempre mais perto de alcançarmos as melhorias ne-cessárias para atingir nosso objetivo, que é o de produzir amendoim com o menor custo, melhor produtividade e vender pelo melhor preço”.RC

O encontro é considerado um dos principais eventos da cultura do amendoim no País

Evento reuniu cerca de 200 produtores rurais e profissionais ligados à cultura do amendoim

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20Notícias Copercana

Copercana abre sua 20ª loja de Ferragem e Magazine

Jaboticabal está em festa. Além do posto de combustíveis e supermer-cado, no dia 12 de março a Coper-

cana abriu as portas da loja de Ferragem e Magazine para receber os cooperados e clientes com uma linha completa em ferramentas, implementos, fertilizantes, adubos, defensivos, insumos, produtos veterinários, ração, além de eletrodo-mésticos, artigos para cama, mesa, ba-nho e presentes.

A loja foi construída numa área de 257m², ao lado do supermercado Co-percana, oferecendo aos clientes con-forto, qualidade nos produtos, opor-tunidade de bons negócios, excelente atendimento e a comodidade de um es-tacionamento coberto. O estabeleci-mento conta com cinco colaboradores, prontos para auxiliar os cooperados e clientes em todas as necessidades.

“Primamos pelo bom atendimento e qualidade e para isso contamos com colaboradores motivados e comprome-tidos. Estamos apostando nessa loja que veio para somar junto ao supermercado e ao posto de combustíveis e vamos fa-zer de tudo para dar certo”, ressaltou o encarregado da loja de Jaboticabal, Ma-theus Toniello.

Fernanda Clariano

Jaboticabal, no interior de São Paulo, agora passa a contar com todos os serviços oferecidos pela cooperativa.

A nova loja fica na Rua São João, nº 350 - Telefone: (16) 3209-4310

Pedro Esrael Bighetti, diretor da Copercana

Matheus Toniello,encarregado da loja de Jaboticabal

Presente na abertura, o diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, fa-lou sobre a expansão da cooperativa e da gratificação de poder contar com o apoio dos cooperados. “Estamos abrin-do mais uma porta, essa é a vigésima loja de Ferragem e Magazine e nos orgulhamos porque hoje a Copercana está presente nos Estados de São Paulo e Minas Gerais, dando suporte aos co-operados e clientes. Jaboticabal agora conta com um leque de serviços da coo-perativa porque temos o posto de com-bustível, o supermercado e agora mais

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Endereço da loja: Av. Dr. Oswaldo Scatena, nº 461 - Centro - Batatais/SP

Loja de Magazine e Ferragens de Jaboticabal fica localizada ao lado do Supermercado Copercana.

Ricardo Meloni,gerente comercial da Copercana

União Vet, empresa parceira da Copercana

uma opção. Fizemos um levantamento e sabemos que essa loja veio para somar e atender às necessidades dos morado-res dessa cidade. Essa é uma forma de

retribuir os cooperados pelo apoio que têm dado à cooperativa e temos certe-za que o nosso sucesso depende muito da aceitação deles”, afirmou o diretor, que tem sua opinião compartilhada com o gerente comercial da Copercana, Ri-cardo Meloni. “Acreditamos muito em Jaboticabal, tanto que estamos com to-dos os nossos serviços disponíveis na cidade e a intenção é continuar com os trabalhos oferecendo o melhor para os cooperados e clientes”.

“Tenho parceria estabelecida com a Copercana desde que abri a empre-sa de produtos veterinários, há quatro anos. Sei da idoneidade da cooperativa e creio que juntos iremos obter sucesso dentro desse mercado que vamos co-meçar a explorar na cidade de Jabotica-bal”, destacou o proprietário da União Vet, Evaldo Fernandes Segatto.

A Copercana não para por aí. Em breve irá inaugurar sua 21ª loja na cida-de de Guará. Aguardem! RC

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IhArA e BAyEr apresentam tecnologias para aumentar a produtividade dos canaviais

Notícias Copercana

A crise enfrentada pelo se-tor sucroenergético impõe aos produtores de cana-de-açúcar a necessidade de buscar alternati-vas que favoreçam a competiti-vidade. Uma delas é o aumento do rendimento das lavouras, assunto que está entre os mais discutidos em congressos, sim-pósios, dias de campo e outros eventos. Os agricultores apro-veitam essas ocasiões para tirar dúvidas e, as empresas, para divulgar estratégias e produtos que visam satisfazer às deman-das mais urgentes.

Nos dias 24 e 25 de fevereiro, o local marcado para dois desses encontros foi o Cred Clube Copercana, em Sertãozinho--SP. No primeiro deles, representantes da IHARA convidaram consultores, produ-tores, além de colaboradores da Coper-cana e Canaoeste, para discutir os bene-fícios da aplicação de maturadores nos canaviais e apresentar a tecnologia Riper, desenvolvida pela empresa. No dia se-guinte, foi a vez da BAyER, que debateu com o público, de perfil parecido com o da reunião anterior, a inibição do flores-cimento da cana e a utilização de um pro-duto tradicional da companhia, o Ethrel.

Nos dois eventos, os convidados foram recepcionados com um café da manhã e, após as palestras, participa-ram de um almoço. Além de ouvirem especialistas, tiveram a oportunidade de trocar informações sobre práticas e experimentos que deram certo.

IHARANo dia 24, a IHARA abriu os traba-

lhos. Ficou a cargo do agrônomo Rena-to Sanomya, da RMS Assessoria Agrí-cola, uma abordagem sobre a ação dos maturadores na cana. Ele explicou, em detalhes, como esses compostos agem na fisiologia da planta e contribuem para aumentar o teor de sacarose. Em síntese, os maturadores bloqueiam o crescimento vegetativo da cana. Com

Agrônomo Renato Sanomya, da RMS Assessoria Agrícola,

Agrônomo Rodrigo Naime Salvador, da IhARA

Murilo de Falco de Souza, Rodrigo Sicchieri, Manoel Sicchieri neto e Frederico Dalmaso

isso, afirmou Sanomya, a energia que serviria como alimento, para que os col-mos se alonguem, é armazenada sob a forma de sacarose, o que significa mais rendimento na colheita e na indústria.

Conforme a sacarose é produzida, ela vai sendo depositada a partir dos colmos inferiores, de baixo para cima. Nas partes mais altas da planta, onde estão os colmos ainda imaturos, parte da sacarose se converte em outros dois açúcares, a glicose e a frutose, das quais a planta se alimenta para crescer. Ha-vendo o bloqueio do crescimento ve-getativo, com o uso de maturadores, a porção que se converteria em glicose e frutose continua sob a forma de sacaro-se, o que eleva o índice de POL.

Ele alertou que, nesse processo, a tendência é que haja uma perda da quantidade de TCH (toneladas por hec-tare), já que os colmos não crescem normalmente, mas, com o maturador aplicado de maneira adequada, geral-mente essa queda é superada pela oferta de mais sacarose. Isso permite ampliar o rendimento da colheita e reduzir cus-tos de transporte, já que é possível des-locar o mesmo volume de cana, mas com maior POL.

Sanomya lembrou, ainda, que além desse tipo de maturador, existem tam-bém aqueles que atuam sobre os promo-

igor Savenhago

Durante os encontros, que ocorreram no Cred Clube em Sertãozinho-SP, as empresas debateram inibição de florescimento e ação dos maturadores e explicaram a atuação dos produtos Riper e Ethrel

tores de crescimento e os estressantes, que estimulam a produção de um hor-mônio maturador, o etileno. Em todos os casos, é preciso que o produtor esteja atento e avalie se a obtenção maior de Pol compensa a queda de TCH.

Há, de acordo com o agrônomo, três opções para aplicação dos maturado-res: como inibidores de florescimento, o que evita a isoporização da cana; no início de safra, para antecipar a colhei-ta; ou no final, para postergar a manu-tenção de Pol na planta.

A partir do cenário apresentado, o agrônomo Rodrigo Naime Salvador, da IHARA, expôs como uma tecnolo-gia desenvolvida pela empresa, o Ri-per, contribui para que os produtores

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Michel da Silva Fernandes, da MS Fernandes Consultoria Agrícola

consigam o tão desejado aumento na produtividade. Durante a apresentação “Nova tecnologia para cana-de-açúcar aliada à gestão da produtividade”, ele falou sobre os principais benefícios do produto, que está no mercado desde o ano passado.

Experimentos feitos pela IHARA demonstraram, segundo Salvador, que com o uso do Riper foi possível anteci-par o corte em 16 dias em média, além de que o incremento médio de POL foi de 8%. Para aplicação em canas de final de safra, a diferença no teor de sacarose obtida foi de até 9% em relação a teste-munhas – plantas que não receberam o tratamento com a nova tecnologia.

BAyERNo dia 25, a reunião foi organizada

pela BAyER. Em pauta, a preocupação com o florescimento e a isoporização da cana. Os palestrantes, Michel da Silva Fernandes, da MS Fernandes Consulto-ria Agrícola, Dênis Mendes, do Grupo Colorado, e Augusto Monteiro, agrôno-mo de Desenvolvimento de Mercado da própria BAyER, apresentaram técnicas, pesquisas e ações para melhorar o rendi-mento em diferentes tipos de áreas.

Fernandes, que trabalha também para a Usina Cerradão, em Frutal-MG, iniciou a discussão questionando possí-veis motivos para que a cana-de-açúcar não tenha, ainda, atingido um patamar de desenvolvimento e produtividade se-melhante ao que já foi conseguido em outros produtos no País, como os grãos. Na sequência, explanou sobre os índices pluviométricos recentes, destacando que o ano 2008 foi o último em que o volume de chuvas foi considerado normal. “Os seguintes foram todos atípicos”.

Nos seis anos anteriores a 2014, o volume médio de chuvas na usina ul-trapassou os 200 milímetros/mês. Bem diferente do ano passado, quando a que-da foi bastante acentuada, para 64 mi-límetros/mês. Situação que se refletiu na safra. A produtividade da Cerradão alcançou 131 toneladas por hectare no período 2014/15. Quatro anos antes, em 2010/11, o registro médio havia sido de 146 toneladas por hectare.

Diante dessas condições, Fernandes não se mostrou muito otimista para a moagem que começa em abril. Expli-cou que a pouca precipitação, não só durante todo o ano passado como no início de 2015, deve comprometer a cana colhida até julho. Para atravessar a crise, na visão dele, o produtor deve ser incansável na busca por maior produti-vidade agrícola e por oferecer qualida-de na matéria-prima.

Para isso, o consultor recomendou a adoção do Ethrel 720 da BAyER no manejo da cana, a fim de evitar o florescimento e a consequente isopo-rização. De acordo com Fernandes, uma área tratada com Ethrel na Cer-radão, quando comparada a uma em que o produto não foi aplicado, apre-sentou ganho de quase seis toneladas por hectare: 101 contra 95,4. “Flo-rescimento significa perda, mas não dá para ‘queimar’ uma variedade só porque ela é florífera. Nesse caso, é perfeitamente possível contar com os benefícios do Ethrel”.

O próximo a falar foi Dênis Men-des, que demonstrou resultados da uti-lização da tecnologia da BAyER em

áreas de produção do Grupo Colorado, nos Estados de Goiás e São Paulo. Ele afirmou que, por causa das vantagens oferecidas, aplica o Ethrel desde 1993. Para exemplificar o argumento, fez um comparativo, nos dois últimos anos, de canas de meio para final de safra, co-lhidas a partir de julho. Em 2013, con-forme os dados, houve ganho de 7,7 toneladas por hectare com a aplicação, em relação a canas sem tratamento, além de incremento de 1,99 quilos de ATR por tonelada. Já em 2014, mesmo com a severa estiagem, observou-se que o aumento no ATR foi de 1,25 qui-los e o de toneladas de cana por hec-tare, de 3,88. “Mesmo quando houve isoporização, foi menor que a testemu-nha: 26% contra 31%”, concluiu.

Apesar de ser um produto já tra-dicional no mercado, a BAyER tem retomado fortemente a recomendação do Ethrel, visando atender às deman-das dos produtores, preocupados com o momento de instabilidades do setor. Esse foi um dos temas tratados por Au-gusto Monteiro, da BAyER, na pales-tra que fechou o evento.

Ele explicou que novas descober-tas foram feitas para a tecnologia, que, além de inibir o florescimento e redu-zir a isoporização, pode ser usada para diminuir falhas no plantio. Ela consiste numa molécula que, quando absorvida pela planta, se transforma em etileno. O período mais adequado para aplica-ção, segundo Monteiro, é em abril, por volta do dia 10, quando as chuvas estão cessando, o que contribui para um in-cremento no rendimento na fase final de crescimento da cana.

Dênis Mendes, do Grupo Colorado

Augusto Monteiro, agrônomo de Desenvolvimento de Mercado da Bayer

RC

Revista Canavieiros - Março de 2015

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Arnaldo Jardim ouviu as reivindicações de entidades representativas canavieiras

Notícias Canaoeste

Em reunião na Canaoeste, secretário de Agricultura de SP pede apoio e sugestões do setor sucroenergético para regularização ambiental

O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim

(PPS), visitou Sertãozinho-SP, no úl-timo dia 27 de fevereiro, com duas missões relacionadas ao setor sucro-energético: ouvir, de entidades repre-sentativas de produtores, propostas para a regulamentação do PRA (Pro-grama de Regularização Ambiental), aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em dezem-bro do ano passado, e discutir, com a indústria de base, investimentos para ampliar projetos de cogeração de ener-gia elétrica a partir da biomassa da cana-de-açúcar.

O primeiro compromisso da agenda foi na sede da Canaoeste, onde pediu que associações e sindicatos contribu-íssem com sugestões para as próximas etapas de implantação do PRA (Lei nº 15.684), sancionado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) no dia 14 de janeiro, mas que ainda aguarda regu-lamentação, processo que está sendo conduzido pelas secretarias estaduais de Agricultura e Meio Ambiente.

O encontro, liderado pela Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul), reuniu repre-sentantes da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo), da Abag-RP (Associação Brasileira do Agronegó-cio, regional de Ribeirão Preto), da FAESP (Federação da Agricultura do Estado de São Paulo), da CATI (Co-ordenadoria de Assistência Técnica Integral), de EDRs (Escritórios de Desenvolvimento Regional) e de ou-tros sindicatos e associações regio-nais. Diante das preocupações desses

igor Savenhago

Arnaldo Jardim ouviu as reivindicações de entidades representativas canavieiras e disse que não se sente aflito com possíveis entraves enfrentados na regulamentação do PRA

órgãos referentes ao preenchimento do CAR (Cadastro Ambiental Rural), documento obrigatório para orientar a adesão ao PRA e a regularização ambiental das propriedades rurais, o secretário cobrou a formalização, à se-cretaria, de todos os pontos que geram dúvidas, bem como as respectivas su-gestões para evitar que os produtores enfrentem problemas.

Todos os donos de propriedades ru-rais no país devem preencher o CAR. O prazo limite é 6 de maio. Jardim dis-se que até lá a secretaria vai trabalhar incessantemente junto às entidades para que ele seja cumprido. Quem não fizer o cadastro poderá estar sujeito a multa e outras sanções. O preenchi-mento é fundamental para que os pro-dutores tenham condições de cumprir as prerrogativas do PRA, apesar de não haver ainda uma previsão de quan-do o programa será regulamentado, o que preocupa a cadeia produtiva.

As entidades do setor sucroenergé-tico temem que conquistas alcançadas

desde a aprovação do Novo Código Florestal Federal sofram retrocessos, em função de posições contrárias den-tro da própria esfera pública estadual. Jardim defendeu que um governo não é único, que as visões e opiniões são di-versas, mas que tanto a pasta da Agri-cultura quanto a do Meio Ambiente vêm trabalhando para chegarem a um consenso. “O Código Florestal e a re-cente aprovação do PRA mostram que

Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

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a agricultura venceu, mas temos que continuar lutando. A grande virtude dessa reunião foi diminuir a distância entre o poder público e os produtores de cana. E uma das motivações foi essa discussão da importância do preenchi-mento do CAR, para que o processo de regularização ambiental se consolide”, afirmou Jardim.

O secretário disse, também, que justamente por causa do envolvimen-to, nessa questão, das entidades que representam o setor sucroenergético, não se sente aflito com possíveis en-traves a serem enfrentados. Ele agra-deceu o empenho, prometeu ajudar a fazer uma aproximação dos agriculto-res com Patrícia Iglecias, a nova se-cretária de Meio Ambiente, e garantiu que tem percorrido todo o Estado para conhecer programas de recomposição de áreas que deram resultado e que po-dem contribuir nas discussões sobre a regulamentação do PRA.

COM A IndúsTRIAApós a reunião na Canaoeste, ele

seguiu para o CEISE Br (Centro Na-cional das Indústrias do Setor Sucro-energético e Biocombustíveis), onde discutiu, com fabricantes de equi-

Patrícia iglecias, a nova secretária de Meio Ambiente

Fon

te: a

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ente

.sp.g

ov.b

r pamentos, um pacote de estímulos à produção de eletricidade provenien-te da biomassa. Além de aumentar a oferta desse tipo de energia, o objeti-vo é contribuir para uma retomada da indústria de base.

Jardim apresentou aos empresários o decreto assinado em 3 de fevereiro pelo governador Geraldo Alckmin, que baixa a alíquota do ICMS (Imposto so-bre Circulação de Mercadorias e Ser-viços), benefício antes restrito à cana, para matérias-primas como milho, sor-go sacarino, eucalipto, palha, cavaco e, ainda, subprodutos da industrialização de açúcar, etanol e eletricidade, como melaço e bagaço.

Durante a assinatura do decreto, Alckmin declarou que o incentivo pode ampliar muito a produção de energia a partir da biomassa, pois “facilita e racionaliza a questão tri-butária” e faz o diferimento do ICMS também para insumos.

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Para fazer o CAR (Cadastro Am-biental Rural), os donos de pro-priedades rurais devem acessar um

endereço eletrônico (www.car.gov.br), baixar o módulo de cadastro, preenchê--lo e enviá-lo com as informações da área, que devem estar acompanhadas de imagens de satélite. Mas o proce-dimento é complexo e, apesar de faltar pouco mais de um mês para o fim do prazo estipulado, as dúvidas permane-cem. Simpósios, congressos e outras iniciativas do gênero estão sendo rea-lizadas pelas entidades representativas para tentar diminuir essas dificuldades. Sindicatos e associações criaram gru-pos de assessoria. A Canaoeste, por exemplo, montou a Estação CAR, uma equipe multidisciplinar composta de agrônomos, topógrafos e especialistas no assunto.

Buscando dirimir as dúvidas dos produtores, o advogado da Canaoeste Juliano Bortoloti respondeu aos prin-cipais questionamentos que chegam à associação.

1. A propriedade abaixo de qua-tro módulos fiscais terá obrigação de recompor os 20% de Reserva Legal?

Segundo o Novo Código Florestal e o PRA (Programa de Regularização Ambiental), esta pequena proprieda-de somente deverá informar a vegeta-ção nativa que possuir, sem a necessi-dade de que esta atinja 20% da área.

2. O que é Área Rural Consoli-dada?

É uma área de imóvel rural que tenha sido explorada antes de 22 de julho de 2008, com edificações, ben-feitorias ou atividades agrossilvipas-toris (que integrem lavouras, pecuá-ria e florestas), sendo admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio (terreno que “repousa” entre um plantio e outro).

3. Tenho a obrigação de indicar a minha área de Reserva Legal no Cadastro Ambiental Rural – CAR?

Não, a área de Reserva Legal in-formada no CAR é apenas uma pro-posta. Ela ainda passará por uma aná-lise do órgão ambiental competente. Portanto, ou você pode indicar a área de reserva ou pode aguardar o Progra-ma de Regularização Ambiental para informá-la. Mas, caso sua reserva já esteja averbada na matrícula, você deverá informá-la no CAR.

4. Qual o prazo para adequa-ção ambiental após a inscrição no CAR?

Após realizar a inscrição junto ao CAR, você deverá aderir ao PRA (Pro-grama de Regularização Ambiental), e é neste programa que você será infor-mado sobre quais as medidas neces-sárias para a recuperação do imóvel. Para Reserva Legal, a recuperação é de até 20 anos nos casos necessários.

5. Quais as consequências se eu não inscrever meu imóvel junto ao CAR no prazo determinado por lei?

A propriedade estará irregular perante a legislação ambiental, não terá os benefícios trazidos pela Lei 12.651/2012 e também multa, confor-me resolução 48/2014, além de poder ser usada como justificativa para a recusa de instituições financeiras em financiamentos.

6. Quais as vantagens de inscre-ver meu imóvel junto ao CAR den-tro do prazo?

Por estar a propriedade regulariza-da, você terá vantagens como: Licen-ciamento Ambiental (corte de árvore isolada, intervenção em APP, outorga d’água, etc), créditos bancários faci-litados, facilidade nos procedimentos via cartório, manter ou conquistar certificações.

7. A unidade industrial tem po-deres legais para solicitar o CAR do fornecedor?

Por se tratar de uma relação pri-vada, certamente as unidades indus-triais que são certificadas exigirão do fornecedor de cana que a lavoura

esteja em propriedade regularmente inscrita no CAR.

8. no caso de represas, futura-mente o proprietário terá que re-compor a APP? devo consolidar uma construção próxima a uma re-presa construída?

No caso de represas, a Lei 12.651/2012 diz que a definição da área de preservação permanente será decidi-da no licenciamento ambiental quando a represa for construída. Caso se tratar de uma represa existente há muito tem-po, o PRA (Programa de Regularização Ambiental) é que definirá qual a faixa da área de preservação permanente.

9. Posso realizar uma compen-sação de Reserva Legal em outro Estado?

Há esta possibilidade legal, pois o Novo Código Florestal diz que a compensação deve ser feita por bio-ma e não por Estado. Porém, creio que referida compensação deve ser acordada e regulamentada pelos Es-tados-membros via convênio ou outra forma legal, que ainda não existe.

10. É legal o cartório solicitar memorial descritivo das áreas pro-postas no CAR como Reserva Le-gal, no ato da averbação?

Não. Na minha opinião, consta esta obrigação na lei, ou seja, se o cartório está exigindo, está fazendo sem base legal.

11. O CAR é analisado por CCIR (Certificado de Cadastro do Imóvel Rural) ou por matrícula?

O CAR é analisado por CCIR. En-tão, se o imóvel rural possuir três ma-trículas ou mais, por exemplo, e tiver apenas um CCIR, deverá ser realiza-do um único CAR.

12. Quando termina o prazo para a inscrição?

O prazo se esgota no dia 6 de maio de 2015, podendo ou não ser prorro-gado por até um ano, conforme pre-visto na legislação.

CAr ainda gera dúvidas

RC

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28Notícias Canaoeste

Diretoria da Orplana participa de seminário internacional

A diretoria da Orplana partici-pou do seminário Internacional “Negócios com valor agregado

em Cana, Etanol, Energia e recuperação da capacidade produtiva do solo”, rea-lizado no dia 26 de fevereiro, no hotel Intercontinental, em Cali, Colômbia. Organizado pela Procaña, a principal associação de produtores de cana-de--açúcar do País, o evento reuniu espe-cialistas e abordou temas relacionados a vantagens e desvantagens dos novos negócios do setor sucroenergético, como valor da energia do bagaço, coge-ração, etanol de segunda geração, além da importância dos resíduos da cultura para a manutenção da qualidade e da capacidade produtiva dos solos.

Manoel Ortolan, presidente da Ca-naoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) e Orplana (Organização dos Plantado-res de Cana da Região Centro-Sul do Brasil), e Geraldo Magela, assessor da Orplana, na ocasião, explanaram sobre a metodologia de pagamento para os produtores de cana-de-açúcar brasilei-ros: o Consecana (Conselho dos Pro-dutores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e

Andréia Vital

Evento realizado pela Procaña, associação de fornecedores de cana-de-açúcar colombianos, discutiu o potencial econômico dos produtos da cultura

Álcool do Estado de São Paulo). Criado em 1999, com a finalidade de zelar pelo relacionamento entre o fornecedor de cana e a indústria, o conselho é formado por representantes da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) e da Orplana e conta ainda com uma Câma-ra Técnica (CANATEC), que assessora a diretoria nas questões técnicas e eco-nômicas.

Já o uso da biomassa para fins ener-géticos foi tema da palestra de Marco Ripoli, gerente de Marketing Estraté-gico para Cana-de-Açúcar para toda América Latina na empresa John Dee-re. Ripoli compartilhou dados do setor canavieiro brasileiro, tais como o PIB, exportação, novo mix da gasolina, índi-ce de mecanização do plantio e colhei-ta e distribuição das usinas por Estado no Brasil, destacando quem são os 10 maiores grupos brasileiros e suas moa-gens, entre outros. “Fiz um comparativo do poder calorífico da palha (PC útil de 3607,07 kcal/kg) versus o bagaço (PC útil de 1925,6 kcal/kg), onde a palha se mostra mais vantajosa para geração de energia. Pode-se afirmar que 1 tonelada de palha tem o mesmo em energia que 1.5 barril de petróleo”, afirmou.

Além de Ortolan, Ripoli e Magela, o evento contou com palestra do bra-sileiro Maurício Boscolo, professor do Departamento de Química e Ciências Ambientais, do Instituto de Biociên-cias, Letras e Ciências Exatas (IBIL-CE), da UNESP, em São José do Rio Preto (SP). Na oportunidade, Boscolo falou sobre a segunda geração à base de bagaço da cana e avaliação global da biomassa de cana.

O seminário foi coordenado por Mar-tha M. Betancourt, diretora executiva da Procaña, de Carlos Hernando Molina, presidente do Conselho Procaña, e do ministro do Meio Ambiente e Desenvol-vimento Sustentável da Colômbia, Ga-briel Lopez Vallejo, entre outros.

Palestrantes visitaram fazendas na Colômbia

Manoel Ortolan

Marco Ripoli, gerente de Marketing Estratégico para Cana-de-Açúcar para toda

América Latina na empresa John Deere

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Os participantes visitaram as lavouras e conheceram o controle de matos e plantas daninhas nos carreadores é feito por carneiros

Poema escrito por Carlos Hernando Molina Castro, médico

veterinário zootecnista - Reserva na-tural de El Hatico, sociedade duran

Molina sas - Cali - Colômbia

Fez parte da programação ainda a vi-sita a duas fazendas do Valle de Cauca, principal região canavieira da Colômbia. A reserva natural de El Hatico, da famí-lia Duran Molina, utiliza práticas sus-tentáveis, tais como colheita verde - sem queimadas -, aproveitamento de resíduos como palha, uso correto da água e de fer-tilizantes orgânicos e controle de matos e plantas daninhas em carreadores por carneiros. No local, além das lavouras de cana-de açúcar, há criação de cavalos, bois e carneiros. A outra fazenda visitada pertence a Guido Mauricio López, ex--presidente do Conselho da Procaña, e também utiliza sistemas sustentáveis.

“A participação foi positiva, pois

tivemos a oportunidade de apresen-

tarmos o sistema Consecana bem como aproveitarmos para estreitar o relacionamento entre a Procaña e a Orplana”, disse Ortolan, lembrando que a Colômbia produz, atualmente, 23 milhões de toneladas de cana-de--açúcar, com produtividade de 130 toneladas por hectares e tem média de cinco cortes. “No país, colhe-se cana o ano todo, praticamente não há pa-radas a não ser para manutenção. Lá chove cerca de 900 mm/ano, sendo mais intensamente entre os meses de abril e novembro”, conta Orlolan, res-saltando que os canaviais são irriga-dos por infiltração e a principal região produtora é o Valle do Cauca, onde ocorreram as visitas dos participantes do seminário. RC

yo soy el cultivoque produce azúcarque produce panelaque produce mielque produce alcoholque produce gasque produce energiaque produce papelque fija carbonoque produce mucho más

Mis hojas al respirarfijan abono a la tierray en ese mismo trabajocarbono fijo al suelo

Así con ese trabajomejora mucho el ambientepero si tú no me quemasdebes tenerlo presente

Con el sol de todo el diaque mucho calor nos trajocon el fresco de la nochecompleto yo mi trabajoesos cambios que se danen esa temperaturaes mucho lo que nos sirvenpara aumentar la dulzura

Cultivadores de cañavaloren lo que yo ofrezcoy así verán los serviciosy todo lo que yo presto

Protegiendo el ambientepanela, azúcar y mielmejorando vuestras tierrasabono, alcohol y papel

Quisiera no me quemaranni desecantes ponersin químicos yo produzcoy cumplo con mi deber

La tierra así se protegey el ambiente se mejorasin químicos ni candelacomo pueden ver ahora

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30Notícias Sicoob Cocred

Balancete Mensal - (prazos segregados)Cooperativa De Crédito Dos Produtores Rurais e Empresários do

Interior Paulista - Balancete Mensal (Prazos Segregados) - Fevereiro/2015 - “valores em milhares de reais”

Sertãozinho/SP, 28 de Fevereiro de 2015.

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Uma vitrine de variedades

Com patrocínio da Syngenta e apoio da Copercana, a Canaoeste organizou um Dia de Campo para apresentar 24 cultivares de cana-de-açúcar a produtores de Igarapava e região

igor Savenhago

Reportagem de Capa

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Ajudar na escolha

A divisa dos Estados de São Paulo e Minas Gerais foi o cenário escolhido para a re-

alização do Dia de Campo sobre va-riedades de cana-de-açúcar, promovi-do pela Canaoeste com patrocínio da Syngenta e apoio da Copercana. Às margens do Rio Grande, numa área entre três usinas sucroenergéticas, a Fazenda da Mata, em Igarapava-SP, arrendada pelos irmãos João Manoel e Francisco Eduardo Ribeiro Soares, recebeu, no dia 5 de março, cerca de 60 produtores de cana-de-açúcar, que trocaram informações sobre 24 culti-vares plantados em uma área total de pouco mais de um hectare.

A fazenda faz parte de uma área tradicional na produção de cana no Estado de São Paulo. Mais de cem anos atrás, foi montado, ali perto, o terceiro engenho central do interior paulista – os outros dois foram o de Piracicaba-SP e o do Pontal-SP. De acordo com o produtor Luiz Antônio Maciel, associado da Canaoeste e um dos presentes no evento, a cana se adaptou muito bem à região. “Aqui é próximo de usina, de rio, uma fai-xa de terra privilegiada, muito fértil. Você tem até alguns problemas fitos-sanitários, mas é questão de manejo. Quando bem manejada, a cana vai”.

O manejo foi, aliás, uma das pre-ocupações da Canaoeste no planeja-mento do Dia de Campo, que come-çou a ser pensado em 2013. Naquele ano, foi montado, na própria Fazen-da da Mata, um campo de multipli-cação de mudas. Segundo Gustavo Nogueira, gestor operacional da Ca-naoeste, o objetivo foi uniformizar idade, ambiente de produção e pro-cedência do material.

No dia 13 de março do ano passa-do, os cultivares foram plantados. As variedades, IAC, RB, SP e CTC, de-senvolvidas pelos principais institu-tos de pesquisa em cana-de-açúcar do País, foram cultivadas lado a lado, de forma que os produtores, ao percorre-rem apenas um carreador – como uma grande vitrine –, tivessem contato

com todas elas. “Temos aqui diversas opções, de acordo com o ambiente de produção, solo, época de safra. Uma gama para facilitar a vida do produtor e auxiliá-lo na escola para o plantio comercial dele”, afirma Nogueira.

Durante o crescimento dos cultiva-res, por causa da sanidade das mudas, não houve a necessidade de fazer con-trole aéreo de pragas. E as condições de produção foram as mesmas que já haviam sido adotadas por João Mano-el e Francisco. Além de cederem a área para o experimento, eles ajudaram no plantio e forneceram insumos. Agora, poderão desfrutar dos resultados.

“Estávamos em busca de varie-dades para poder melhorar a nossa produtividade e a dos outros pro-dutores. Com isso, ganhar mercado, produzindo mais e melhor. Com esta

O sindicato, que tem 120 produ-tores de cana associados, de um total de 250 proprietários da região atendi-da, é um forte parceiro da Canaoeste. O presidente, Gustavo Ribeiro Rocha Chavaglia, explica que, a exemplo de João Manoel e Francisco, muitos são arrendatários. Na visão dele, o Dia de Campo é importante porque promove uma integração entre os diversos elos da cadeia produtiva da cana. “Gera in-formação in loco. Você levanta o que realmente está se adaptando melhor, já que na região existe um núcleo grande de solos mais ou menos parecidos. En-tão, esses experimentos que a Canao-este tem proporcionado trazem infor-mações para investimentos futuros”.

parceria, a Canaoeste se propôs a fazer um experimento para analisar quais se sairiam melhor nessa re-gião. Abraçamos a ideia e disponi-bilizamos os recursos necessários. A expectativa, daqui pra frente, é propagar as melhores e passá-las aos produtores”, conta Francisco.

Os irmãos produzem cana em 950 hectares na região. A Fazenda da Mata é uma das sete propriedades sob res-ponsabilidade deles, das quais uma é própria e seis são arrendadas. Rodea-da pelas usinas Junqueira, comandada pela Raízen; Buriti, do Grupo Pedra Agroindustrial; e uma das unidades da Delta Sucroenergia, integra um total de 750 unidades produtoras na área de cobertura do Sindicato Rural de Ituve-rava-SP - que se estende de Igarapava a São Joaquim da Barra-SP e de Pe-dregulho a Miguelópolis-SP.

Ele acredita, ainda, que a troca de experiência contribui para o enfren-tamento da crise que afeta o setor sucroenergético. “A única forma de passar pela crise é não parar de bus-car pesquisa e investir, porque, des-sa maneira, você vai conseguir sair

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Gustavo nogueira Francisco Eduardo Ribeiro Soares

Gustavo Ribeiro Rocha Chavaglia

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na frente. É ir investindo e tentando, toda a cadeia do agronegócio, se juntar para vencer mais essa dificuldade que o Brasil está enfrentando”.

Duas tendas foram montadas na Fa-zenda da Mata para o Dia de Campo. Uma da Syngenta e outra da Canaoeste e da Copercana. Os produtores começaram a chegar às 9 h, quando foram recepcio-nados com um café da manhã. A abertura do evento foi feita por Gustavo Nogueira e por João Francisco Maciel, agrônomo da filial da Canaoeste em Ituverava. Eles agradeceram aos parceiros e destacaram, também, a participação de estudantes da Fafram – Faculdade Dr. Francisco Maeda, mantida pela Fundação Educacional de Ituverava –, que colaborou com o even-to. Os agrônomos André Bosch e Daniela Aragão Santa Rosa, respectivamente das filiais da Canaoeste em Bebedouro-SP e Pontal, ajudaram na organização.

Os participantes receberam um ma-nual de variedades editado pela Cana-oeste e uma tabela para que pudessem identificar e acompanhar as característi-cas de cada um dos 24 cultivares expos-tos. Após ouvirem as explicações sobre os 12 primeiros, pararam para um des-canso, retomando o percurso logo em se-guida, para a segunda metade das ativi-dades, encerrada por volta do meio-dia.

O produtor Rodrigo Moraes gostou do que viu. “Muito importante. Aqui na região, a gente sentia falta desse apoio da Canaoeste. Agora, ela vindo pra vá, trazendo essas variedades, podemos au-mentar a produtividade. É isso que a gen-te precisa, ainda mais se considerar que a variedade de cana é complicada. Você não consegue uma atualização todo ano. A que você planta vai ficar no campo por pelo menos cinco anos. Então, isso tem que ser bem trabalhado”.

A região de Ituverava, que contempla Igarapava, é uma área nova de atuação da Canaoeste. A presença da associação nestas localidades está para completar quatro anos. Um dos desafios é reduzir a escassez de variedades de cana-de-açú-car disponíveis aos agricultores. “É um momento em que o fornecedor de cana precisa realmente, já que o cenário de variedades hoje é fraco, principalmente

João Francisco Maciel Neder Requi Renato Fidélix

Rodrigo Moraes

aqui na nossa região. Esse é um grande evento, importantíssimo”, declara Ne-der Requi, líder de fornecedores de cana da Raízen. “Falamos de uma cultura de ciclo longo, que é a cana. Então, se o produtor errar na escolha da variedade, ele sabe que vai ter que conviver com um problema durante os próximos cin-co anos. Por isso, é fundamental que ele coloque, no momento certo, a variedade certa para determinada área”.

Para Renato Fidélix, gestor de parce-rias e de fornecedores da Usina Buriti, a participação de representantes de unida-des industriais no evento agrega conheci-mento e amplia o contato com os produ-tores. “A Buriti tem cerca de 30% da cana que é de fornecedores, e prestamos toda a assistência a eles, como colheita 100% mecanizada. Buscamos, ainda, sempre estar atentos às novidades do mercado e indicar as melhores variedades”.

Reportagem de Capa

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Nas últimas duas décadas, os prin-cipais institutos de pesquisa em me-lhoramento genético do Brasil lança-ram cerca de 120 novos cultivares de cana-de-açúcar. Alguns ainda estão em fase de testes. Outros, porém, caíram em desuso, por causa de problemas fitossanitários, como facilidade para atrair pragas. Isso faz com que a cana, mesmo sendo cultivada no Brasil des-de o início da colonização portuguesa, na primeira metade do século XVI, es-teja um passo atrás de outras culturas, como soja e milho, no número de va-riedades disponíveis aos agricultores.

Por isso, o agrônomo da Canaoeste em Ituverava, João Francisco Maciel, alerta para a importância de os produ-tores se atualizarem sobre as tecnolo-gias mais recentes, o que permitirá a eles aumentar seu leque de opções e o poder de escolha. “Decidimos fazer o Dia de Campo nessa época porque a cana já está num porte adequado e, também, por ser época de plantio. As-sim, podemos atender bem aos asso-ciados na escolha das variedades, para que eles conheçam as melhores opções disponíveis”.

O produtor Luiz Antônio Maciel concorda. Ele lembra que, mesmo após o término do evento, será possível vi-sitar a Fazenda da Mata e continuar acompanhando o desenvolvimento de cada variedade. “O cara tem que ver, tem que sentir e adaptar a variedade ao seu local de produção. Doença, praga, crescimento vegetativo, tudo começa na variedade. Esse Dia de Campo foi

Luiz Antônio Maciel

Tecnologias à mostra

muito válido porque trouxe um rol de variedades, algumas já conhecidas, outras não, dando a oportunidade de ver, de estar perto. Não vai funcionar só hoje. O cara vai vir visitar, olhar uma, olhar outra, e vai adaptando, até encontrar a melhor para ele”.

Na opinião do engenheiro agrôno-mo de vendas/cana da Syngenta, Caê Alonso Ramos, a carência de varieda-des e de mudas sadias de cana ocor-reu por causa de plantios extensos, nas épocas de grande expansão canavieira. “Isso levou a um plantio, muitas vezes, sem o devido cuidado com a muda. Se aquela muda tinha alguma doença ou praga já instalada, ela se multiplicou”. Segundo ele, para melhorar a sani-dade, o setor sucroenergético parece ter despertado para a necessidade de investimento em pesquisa, que apon-tam para o desenvolvimento de novas tecnologias. “Tanto as multinacionais, como a Syngenta, como os institutos de pesquisa e extensão e associações,

entre elas a Canaoeste, estão enxergan-do que não é só uma vontade do setor melhorar, mas uma necessidade para permitir melhor retorno ao produtor e às usinas”.

Grande parte dos 24 cultivares plantados pela Canaoeste para o Dia de Campo é oferecida pela Syngen-ta por meio do Plene, tecnologia que consiste na oferta de mudas de extre-ma qualidade, controle fitossanitário e pureza varietal. “Essas variedades que trazemos no Plene, que tem todo esse controle, é para que se possa aprovei-tar o potencial produtivo da cana sem os fatores detratores, principalmente pragas e doenças. E esse evento é uma oportunidade excelente de estarmos mais próximos, conversar direto com o produtor sobre as novas tecnologias e o que ele pode conseguir de melhor”.

O experimento em Igarapava foi o primeiro montado pela Canaoeste no Es-tado de São Paulo. Um ensaio no mesmo formato havia sido feito anteriormente em Frutal-MG, onde os resultados mo-tivaram a implantação em outras áreas. “A escolha da variedade certa é um pon-to crucial para determinar a produção. Se tivermos uma produtividade boa, alta, com a escolha de um material que seja pertinente às condições ambientais, isso colabora para o sucesso do produtor”, conclui o gestor operacional da Canao-este, Gustavo Nogueira.

Caê Alonso Ramos

RC

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Queima rural - município não pode legislar sobre o assunto

Prezados leitores, tem-se visto em grande escala a proliferação de leis municipais que proíbem ime-

diatamente, a partir de sua publicação no Diário Oficial Local, o uso controlado do fogo na área rural, seja como méto-do despalhador da cana-de-açúcar para a colheita, seja como medida fitossani-tária eventualmente necessária (elimina-ção de pragas, por exemplo), seja como eventual eliminação de lavouras (citrus).

As razões invariavelmente alegadas pelos legisladores municipais sempre são calcadas na sustentabilidade am-biental. Uma falha clara feita pelos legisladores municipais, porém, é que estes ignoram o fato de que o meio am-biente equilibrado não envolve apenas a flora, fauna e o ar, de forma isolada, mas outros aspectos relevantes e inter-ligados, tal como a inserção do homem neste ambiente, notadamente o homem do campo e os trabalhadores.

Com uma visão mais ampla, o le-gislador federal e o estadual, quando trataram do assunto, produziram legis-lação que preveem eventualmente e sob certas condições o uso do fogo em al-gumas práticas agrícolas, chegando ao ponto de traçar um cronograma de eli-minação gradativo, no caso da cultura da cana-de-açúcar, pensando, sempre, no impacto socioeconômico-tecnológi-co que a eliminação imediata traria ao meio ambiente, aí incluído o homem do campo, o trabalhador rural, a flora, a fauna e o ar, tudo de forma sistêmica, JAMAIS ISOLADA.

Pois bem! No dia 05 de março de 2015, o plenário do STF (Supremo Tribunal Federal), instância máxima de nosso Judiciário, confirmou isso ao decidir, em sede de repercussão geral, ou seja, referida decisão vincula todo o Judiciário, que o município não pode legislar em matéria ambiental de forma a tornar ineficazes leis federais e/ou es-taduais que tratam do mesmo assunto.

Juliano BortolotiAdvogado da Canaoeste

Assuntos Legais

A tese prevalente acampada pelo STF, ao julgar o Recurso Extraordinário n. 586.224, foi que “O município é compe-tente para legislar sobre meio ambiente com a união e o estado no limite do seu interesse local e desde que tal regramen-to seja harmônico com a disciplina esta-belecida pelos demais entes federados”.

Para dar subsídios aos ministros do STF, o tema foi objeto de uma audiên-cia pública realizada no STF, em abril de 2013, tendo sido ouvidas 23 enti-dades, tanto do setor público, privado, como do terceiro setor (ONGs).

Do que ouviu nesta audiência pú-blica, o ministro-relator Fux destacou como pontos relevantes:

1) Existe a eliminação gradativa de tal prática agrícola, já prevista em lei federal e estadual;

2) A maior parte das áreas nas quais ocorre o cultivo é acidentada, impossi-bilitando o manejo das máquinas pela tecnologia atual;

3) A grande parcela do cultivo da cana se dá em minifúndios;

4) Em geral, os trabalhadores têm bai-xa escolaridade, portanto não foram pre-parados para exercerem outra atividade.

Tais aspectos ambientais e sociais foram levados em consideração, assim como o prazo para que os trabalhadores canavieiros sejam recolocados no mer-cado de trabalho, não se justificando ne-nhuma medida que os desempregue de forma abrupta, o que justifica mais uma vez o planejamento para eliminação da queima da cana.

Ainda segundo o ministro Fux, a mera proibição da queima da cana e a conse-quente mecanização da colheita não estão de acordo com os valores constitucionais, tendo em vista que “o evidente aumento no índice de desemprego abrupto trará reflexos econômicos no âmbito nacional interno, no sentido de que haverá menor circulação de riquezas”.

Já no que diz respeito à poluição do ar, Fux ponderou que a queima traz prejuí-zos, porém, de outro lado, ficou demons-trado na referida audiência pública que somente a utilização de máquinas gera impacto negativo ao meio ambiente, pois a decomposição da cana gera gás metano e contribui para o efeito estufa, além do surgimento de ervas daninhas e o conse-quente uso de pesticidas e fungicidas para controlá-las, o que não ocorre quando há a queima da palha da cana.

Em seu voto, Fux baseou-se no que diz o art. 40 do Código Florestal (Lei n. 12.651/2012), que determina a institui-ção de uma política nacional para essa forma de colheita, no Decreto Federal n. 2.661/98, que regula o emprego do fogo em práticas agropecuárias e florestais e estabelece um capítulo específico para disciplinar a forma de mecanização gra-dual do cultivo bem como a legislação estadual existente, concluindo que “op-tar pela constitucionalidade da norma municipal acarretaria a ineficácia do planejamento traçado nacionalmente”.

Dessa forma, o ministro entendeu que as normas federais e a Constitui-ção estadual já exaurem a matéria, não havendo competência residual do município. “A solução do município é contrária ao planejamento federal e não passa pelo controle da sua ra-zoabilidade”, avaliou, ao considerar a

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Mecanização em cursoinconstitucionalidade material da nor-ma questionada.

Segundo a Dra. Ângela Maria da Motta Pacheco, advogada e dileta ami-ga que defendeu a tese na tribuna do STF, da qual comungamos integral-mente, o impacto do precedente esta-belecido pelo STF é enorme, pois se aplica em nível nacional a toda matéria de direito ambiental. “Os municípios devem respeitar a legislação estadual e federal em matéria ambiental, dan-do aos produtores maior segurança jurídica”, destacou a advogada.

Por fim, agiu mais uma vez com o costumeiro acerto nossa maior Corte de Justiça, analisando o caso e aplicando a legislação de forma coerente, integrada e equilibrada, ponderando todos os fatores envolvidos nesta seara, o que significou uma vitória do meio ambiente ecologi-camente equilibrado, pois não afastou a atividade humana nele inserida.

O Estado de São Paulo fechou a safra 2013/2014 com 83,7% das áreas desti-nadas à cultura da cana colhidas com máquinas, sem o uso do fogo. Com a redução, 26,7 milhões de toneladas de poluentes deixaram de ser emitidos, assim como 4,4 milhões de toneladas de GEEs (gases de efeito estufa), algo equivalente à emissão anual de 77,5 mil ônibus movidos a diesel.

Graças ao Programa Etanol Verde, uma vertente do Protocolo Agroam-biental do Setor Sucroenergético, que determina, entre outros aspectos, a antecipação voluntária dos prazos le-gais para o fim da queima controlada nos canaviais paulistas, a cana colhida com o uso do fogo caiu de 27,4% na safra 2012/2013 para 16,3% na safra 2013/2014, o que corresponde a uma área de cerca de 780 mil hectares.

“As signatárias do Protocolo são responsáveis, hoje, por 94% da pro-dução paulista e 48% da produção nacional de etanol. Se considerarmos apenas os canaviais controlados por usinas, a colheita da cana-de-açúcar já é realizada de forma mecanizada em praticamente 100% dessas áreas. É importante ressaltar que os resulta-dos do Protocolo Agroambiental não evidenciam apenas o sucesso de um programa de adesão voluntária para mecanização, mas o comprometimen-to do setor sucroenergético com a ado-ção e desenvolvimento das melhores práticas de sustentabilidade para sua cadeia produtiva”, destacou a advoga-da da UNICA - União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Renata Camargo.

Juliano BortolotiAdvogado RC

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38Destaque I

Abisolo destaca o crescimento do uso de fertilizantes especiais

A busca por um novo patamar de produtividade agrícola vai fazer com que novas tecno-

logias ganhem cada vez mais espaço na agricultura brasileira. Diante desse fato, a Abisolo (Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutri-ção Vegetal) estima que esse mercado cresça de 6 a 8% em 2015. “Mas esse crescimento vai depender muito do cenário, e não só levando em conside-ração as condições macroeconômicas, mas também o cenário ambiental. Se as chuvas ajudarem pode ser que o crescimento seja maior do que isso”, afirmou Gustavo Branco, diretor téc-nico de Fertilizantes Organominerais e Minerais de solo da entidade, lembran-do que, mesmo com as incertezas, os produtores brasileiros vêm investindo fortemente desde 2010.

Branco participou de uma coleti-va de imprensa realizada no dia 19 de fevereiro, em Ribeirão Preto – SP, quando foi apresentado um balanço sobre o setor vem sendo usado cada vez mais nas lavouras brasileiras. “A proposta dos fertilizantes especiais é fazer diferente, é oferecer uma tecno-logia com aumento de referência de uso de nutrientes para que o consumo de fertilizantes acompanhe o patamar de produtividade”, disse na ocasião o executivo, explicando que o desenvol-vimento tecnológico em vários fertili-zantes especiais visa não só ao aumen-to de produtividade, mas também itens como resistência das plantas às condi-ções adversas.

“O segmento de nutrição vegetal exerce uma função tecnológica muito importante para o aumento da produti-vidade agrícola e os índices de utiliza-ção do insumo pela agricultura moder-na e sustentável vêm crescendo em todo

Entidade promove seminário, em abril, sobre segmento de nutrição vegetal, que tem receita anual de R$ 3,5 bi e gera 13 mil empregos diretos

Andréia Vital

o mundo”, relata Gean Matias, diretor técnico de Fertilizantes Orgânicos, Condicionadores de Solo e Substratos para Plantas da Abisolo. Matias expli-cou que são chamados de fertilizantes especiais os minerais, orgânicos, orga-nominerais, condicionadores de solo e os substratos para plantas, sendo que o uso desses fertilizantes especiais pode proporcionar um ganho de produtivida-de da ordem de 10% a 20%, dependen-do da cultura e da tecnologia envolvida.

Embora o Brasil esteja praticamente engatinhando em termos de fertilizan-tes especiais no que se refere a novas tecnologias, o cenário vem mudando, diz Branco, principalmente, depois que a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricul-tura) apontou o País como celeiro do mundo, sendo o principal agente para alimentar os cerca de 9 bilhões de pes-soas, que viverão no planeta, em 2050. “A partir daí o setor apresentou uma taxa de crescimento de 12% ao ano, chamando atenção do mundo, e ga-nhou novas entrantes, principalmente empresas pequenas, com faturamento de R$ 1 milhão e R$ 10 milhões, que representam 70% das empresas do se-tor”, explicou Matias, ressaltando que,

de três anos para cá, as multinacionais também aportaram no ramo.

O objetivo agora é consolidar um banco de dados sobre o segmento que servirá de base para mostrar como os fertilizantes especiais podem contri-buir para aumentar ou melhorar o pa-tamar de produtividade, como também valorizar a indústria de tecnologia em nutrição vegetal. “Além de promover as novas tecnologias sustentáveis in-tegrando toda a cadeia de valores do setor”, ressaltou o diretor técnico.

Uma das iniciativas nesse sentido é o fórum que a Abisolo promove a cada dois anos. A sexta edição do evento acontece nos dias 15 e 16 de abril, no Centro de Eventos Pereira Alvim, em Ribeirão Preto/SP. Com o tema “Ferti-lizantes especiais: um novo patamar de produtividade na agricultura”, o fórum contará com palestras sobre programa de monitoramento e adubação, uso da água, nova lei de fertilizantes, entre outros, e com a 2ª Exposição Nacional e Internacional da Indústria de Tec-nologia em Nutrição Vegetal, com 50 estandes de empresas ligadas à área de nutrição vegetal. A expectativa é que receba 1500 visitantes. RC

José Alberto, Gustavo Branco e Gean Matias

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40Destaque II

Setor precisa no mínimo de 20 anos para se recuperar

Cenários e as perspectivas do seg-mento sucroenergético para a sa-fra atual foram discutidos durante

a IV Reunião Ordinária do GESUCRO (Grupo de Estudos para Gestão Sustentá-vel e Controladoria da Cadeia Sucroener-gética), realizada no dia 24 de fevereiro, em Sertãozinho-SP. O coordenador do grupo, Marcos Françóia, diretor da MBF Agribusiness, deu as boas-vindas no evento, que contou com a participação de empresários, advogados e consultores da agroindústria canavieira.

“O setor precisa de 20 anos no míni-mo para se recuperar do alto endivida-mento que tem hoje”, afirmou o execu-tivo lembrando que, em junho do ano passado, a dívida do segmento girava em torno de R$ 60 bilhões e, agora, já ultrapassa os R$ 77 bilhões. “O fatura-mento do preço que nós temos em um saco de açúcar está muito próximo de R$ 100,00, sendo que 60% do setor está num quadro de endividamento maior do que isso, ou seja, tudo que você gerar de margem vai gastar com custos financei-ros”, desabafou.

De acordo com José Américo Rubia-no, presidente da consultoria Rubiano AS, o setor sucroenergético vive uma crise sem precedentes, visto que há de-manda para todos os produtos que as

Com dívidas de R$ 77 bilhões, agroindústria canavieira busca meios para se fortalecer

Andréia Vital

usinas podem fornecer. Segundo ele, três aspectos estruturais preocupam a cadeia produtiva canavieira e devem re-ceber tratamento emergencial: o eleva-do endividamento, o passivo tributário e a falta de recursos para investimentos.

“Se nós não resolvermos isso, não re-solveremos mais nada, pois são soluções estruturantes e necessárias para que a ca-deia produtiva possa realmente retomar”, alertou, perguntando ao mesmo tempo como é possível se resolver essa questão “em um momento em que o Brasil não está pagando nem água, luz e telefone de algumas de suas embaixadas, ou seja, nós vivemos um momento de muita dificul-dade, onde o Estado brasileiro não tem condições de socorrer o setor privado, mas ele pode junto com o setor privado desenvolver uma política que consiga orientar essa cadeia produtiva no sentido da sua recuperação”, alegou.

Uma solução proposta pelo consul-tor seria a criação de um Refis (Progra-ma de Recuperação Fiscal) específico para o setor, com prazos de carência de um ciclo da cana. “Como há dificuldade de acesso aos recursos, seria constituí-do um fundo de investimento pelo BN-DES (Banco Nacional de Desenvolvi-mento Econômico e Social) que vai ao mercado alavancar recursos”, explicou.

As “Perspectivas Econômicas e de Preços para o Setor Sucroenergético” foram apresentadas por Fabrício Bran-dmart Ferraz, diretor da trading Erida-nia, responsável pela América do Sul, na ocasião. “O rastro de destruição na quebra física e financeira da nossa ma-triz energética, o sucateamento de em-presas, como a Petrobras, é algo que vai demandar muito tempo para se re-cuperar, e talvez, ironicamente, seja o fundo do poço que traga algum alento ao nosso setor através do caminho da energia”, analisou.

Ao dar um panorama dos mercados, o executivo lembrou que as moedas en-fraquecidas contra as altas cotações do dólar estão afetando o poder de compra de importadores de açúcar, tais como a Rússia e a Indonésia. Já a baixa do pre-ço do petróleo está abalando o fluxo de caixa de produtores, como Irã, Iraque, Angola e Nigéria. “A importação na Rússia, em 13/14, foi 60% maior que o ano anterior, os estoques estão elevados o suficiente para satisfazer demandas até a próxima safra”, disse, ressaltando que na Indonésia - um dos principais destinos do açúcar brasileiro - as licen-ças de importação ainda foram não alo-cadas pelo governo e a China continua sendo uma caixa preta, já que o gover-no pode inesperadamente financiar as

Fabrício Brandmart Ferraz, diretor da trading Eridania

José Américo Rubiano, presidente da consultoria Rubiano AS

Marcos Françóia, diretor da MBF

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usinas a juro zero e mudar as regras do jogo a qualquer momento. “Hoje, exis-te no mercado uma supertendência de uma superoferta se transformar em defi-cit. Isso está começando a se configurar, mas nada ainda se confirma”, lembrou.

Embora tenha afirmado que o futuro do setor no Brasil ainda seja uma incóg-nita, as recentes decisões podem pontuar o início de mudanças. “A CIDE (Con-tribuição de Intervenção no Domínio Econômico) não afetará o mix de cana e nem reduzirá a oferta de açúcar. Já o au-mento na mistura de etanol na gasolina, de 25% para 27%, pode gerar mais con-sumo de etanol em 1 bilhão e a redução de ICMS, em Minas Gerais, de 19% para 14%, pode significar um aumento de 700 milhões de litros de consumo”, analisou. Outro fato que pode favorecer o segmen-to no país, principalmente o biocombus-tível nacional, é o câmbio. “Com o dólar alto, a janela de importação de etanol americano fechou”, disse.

“Para reverter a situação do setor no curto prazo serão necessárias deci-sões governamentais muito firmes no sentido de mostrar para a sociedade brasileira o espaço do etanol na matriz energética, aumentarmos o consumo de etanol, pagar um preço justo pelo pro-duto, aproveitar a energia do bagaço de cana pagando um preço compatível com o preço da energia no mercado in-terno brasileiro hoje”, afirmou Manoel Vicente Bertone, ex-secretário de Pro-dução e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, consultor e atual CEO do Benri (Bio-

Manoel Vicente Bertone, ex-secretário de Produção do MAPA

Professor e consultor da MBF Agribusiness, Marcos Túlio Búllio

mass Energy Researds Institute), uma empresa resultante de uma parceria en-tre a DATAGRO e a Fermentec, dedi-cada às atividades agrícolas e indústrias de produtores de cana, açúcar, etanol e bioeletricidade.

Segundo Bertone, o Governo não reconhece as externalidades do setor, que é um forte distribuidor de renda. Enquanto isso, os americanos fizeram um programa de etanol de milho que não é viável e hoje já produzem muito mais do que o Brasil. “Eles tomaram a decisão de ter independência energéti-ca, de incluir o etanol de milho, que é um etanol de comida, portanto, contra as regras de sustentabilidade interna-cional, e transformaram em um progra-ma vitorioso do qual muitas vezes nós nos beneficiamos, porque importamos etanol de milho e usamos em nossos carros. Os americanos estão errados? Nós é que estamos errados e fazendo política inadequada”.

O ex-secretário ainda falou um pou-co sobre as decisões que a presidente Dilma tomou em seu primeiro mandato e a forma como ela está reagindo diante das decisões exigidas neste momento perante a herança maldita implantada em seu Governo. “A gente deixa de acreditar que ela esteja fazendo as coi-sas com a convicção que darão certo”, disse, argumentando que a situação

do setor sucroenergético só melhorará quando mudar a presidência.

“Precisamos de soluções do ponto de vista fiscal e financeiro para alongar a dívida a uma taxa de juros que seja razo-ável com lucratividade do setor e, então, em 10 anos, com muito otimismo, o se-tor começará a se recuperar”, concluiu.

O encontro contou ainda com palestra do professor e consultor da MBF Agri-business, Marcos Túlio Búllio, que ex-planou sobre o papel da controladoria no setor bioenergético, seus conceitos e res-ponsabilidades e a análise de investimen-tos. A próxima reunião da GESUCRO acontece no dia 19 de maio. RC

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42Destaque III

Grupo fitotécnico começa 2015 discutindo plantio mecanizado

Considerado um fator primordial na busca de maior produtivida-de nos canaviais, o plantio foi

o destaque na 1ª Reunião do Grupo Fi-totécnico de Cana IAC deste ano, que aconteceu no dia 10 de março, no Cen-tro de Cana - IAC (Instituto Agronômi-co de Campinas), em Ribeirão Preto--SP. O Grupo, que completa 23 anos em abril, congrega fitotecnistas de usinas e cooperativas, pesquisadores e outros profissionais de empresas de insumos, matéria-prima, máquinas e equipamen-tos, projetos e outros fatores de produ-ção ligados à cultura da cana-de-açúcar.

De acordo com Marcos Guimarães de Andrade Landell, diretor do Centro de Cana do IAC e coordenador do Grupo Fi-totécnico, os temas das reuniões, em 2015, devem girar em torno da cana de três dígi-tos. “A ideia é explorar esses assuntos para podermos aumentar e verticalizar nossa produtividade. Este primeiro tema, que é o plantio, tem tudo a ver com isso, quer di-zer, quem quer ter altas produtividades tem que falar sobre isso, pois o plantio é impor-tante, é o estabelecimento da nova cultura do patrimônio biológico”, ressalta Landell, lembrando que durante o ano serão discuti-dos também temas como nutrição, pragas, patologia e variedades.

Segundo o coordenador, os cases de sucesso escolhidos para a reunião mostram empresas bem consolidadas, com plantios de altíssima qualidade com tecnologia de ponta; outra que não têm acesso a tanta tecnologia de ponta por conta das limitações financeiras da empresa, mas que tem um plantio mui-to bem feito e, um terceiro caso, que é de um grupo que passa por mudanças, saindo de uma condição de um plantio que tinha problemas e conseguiu dar um salto na qualidade.

Para o pesquisador, 2015 ainda será um ano complicado para o setor sucro-

Cases de sucesso, como do Grupo Jalles Machado, Usina Denusa e Grupo Bunge foram mostrados na ocasião

Andréia Vital

energético. “A produtividade não de-verá ser tão boa ficando muito próxi-ma do ano passado em função da seca muito aguda que tivemos durante todo o ano, o que comprometeu a brotação das soqueiras”, disse ele, ressaltando ainda, que o deficit hídrico que ocorreu no final de dezembro e janeiro reduziu o desenvolvimento, principalmente da cana planta, fato que estabilizou possíveis mudanças na produtividade agrícola. “No entanto, acho que vamos ter mais oportunidades do que o ano passado e algumas empresas já vão conseguir os três dígitos em 2015, mas ainda tem bastante água para passar embaixo da ponte. Há muita coisa para resolver, embora os instrumentos para que a gente consiga esses três dígitos já estão chegando na nossa mão, então, provavelmente vamos ter condições, quem sabe em dois anos, de muitas empresas terem essa produtividade”, estimou.

Ao palestrar sobre as estratégias para chegar à produtividade de três dígitos, Landell destacou que é importante ter população nos canaviais diante de uma seca como a que passamos. “Se a gen-te tiver canaviais com boa população, a possibilidade de reação para se ob-ter uma produtividade elevada é muito maior do que no caso de canaviais com baixa população e hoje, infelizmente, isso acontece com vários canaviais no Centro-Sul”, queixou.

Já a questão da fisiologia da brotação da cana-de-açúcar foi abordada pelo dr. Maximiliano Salles Scarpari, do IAC - Centro de Cana, na reunião. De acordo com ele, os principais fatores exógenos (de origem externa) que afetam a brota-ção da cana são: a temperatura, umidade e aeração do solo, entre outros. “Normal-mente temos gemas do ápice com reser-vas em maior concentração de glicose e frutose e isto traz uma maior velocidade na brotação”, explica ele, concluindo que as gemas apicais de variedades precoces apresentam maior quantidade de perfilhos comparada com variedades tardias.

Os desafios e resultados obtidos com a implantação de sistemas de plantios mecanizados foram apresentados, na oportunidade, por Antônio Carlos de Oliveira Jr, gestor de Planejamento Agrícola da Usina Denusa, Karoline Fernandes Rodrigues, gestora de Plane-jamento, Pesquisa e Desenvolvimento em Cana-de-açúcar da Unidade Otávio Lage, do Grupo Jalles Machado; Carlos Daniel Berro Filho, gestor de Desen-volvimento e Felipi Cruz, Gestão Cor-porativo de preparo e plantio, do Grupo Bunge. A reunião ainda contou com a participação de Júlio Afonso Tourinho, gerente regional da Stoller, uma das patrocinadoras do evento, que mostrou as soluções da empresa para maior pro-dutividade do setor sucroenergético. O próximo encontro do Grupo Fitotécnico acontece no dia 14 de abril. RC

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43Destaque IV

Usinas da América e África aprendem a colher cana com tecnologia desenvolvida no Brasil

Cerca de um ano após ter sido lançada, a tecnologia utilizada nas Escolas Móveis de Simu-

lação de Operação em Colhedoras de Cana-de-Açúcar da Case IH, marca da multinacional CNH Industrial e Senai--SP (Serviço Nacional de Aprendizado Industrial), ultrapassou fronteiras e já leva conhecimento para as usinas de Angola, Argentina, Colômbia e EUA. Os equipamentos utilizam recursos de realidade virtual para simular condi-ções de colheita, permitindo assim que os colaboradores das usinas e fornece-dores se profissionalizem junto a ma-quinários modernos, sem danificar os mesmos ou até mesmo a lavoura.

Segundo Edgardo Legar, responsá-vel pelos treinamentos oferecidos pela Case IH, a tecnologia dos simuladores foi criada no Brasil contando com tes-tes realizados em usinas e clientes da multinacional. “O equipamento é exa-tamente idêntico ao das colhedoras de cana da Case IH, então a integração do profissional com o ambiente de trabalho é de fato consumado pela realidade vir-tual”, atesta, argumentando que a mo-dalidade de treinamento reduz custos para o setor sucroenergético, tais como desgaste do equipamento, combustível e tempo de inatividade. Além disso, não depende de condições externas, como clima, por exemplo.

Atualmente, estão na ativa 32 si-muladores entre os nacionais - aqueles utilizados nas carretas escolas do Senai--SP, em clientes, como usinas, empresas e prefeituras - e os que estão no exterior. “Há possibilidade de aumentar este nú-mero, pois há muita procura, principal-mente pelas carretas escolas”, conta o profissional, explicando que as escolas móveis são resultado de uma parceria da multinacional com o Senai-SP para rodar o Estado proporcionando ao alu-no a realização de todas as operações de colheita, manobras e testes dos seus implementos.

O simulador virtual oferece treinamento potencializando à excelência da mão de obra especializada no campo

Andréia Vital

A escola é uma estrutura itinerante montada em um caminhão equipado com sala de aula e três simuladores de colhedoras Case IH. O equipamento conta com 16 módulos de treinamento, contendo instruções básicas até os ní-veis avançados de colheita. O programa tem carga horária de 160 horas, sendo 80 no simulador e 80 horas na prática no campo, e a unidade móvel tem ca-pacidade para atender até 12 alunos por turma, que aprenderão a operar equipa-mentos conforme as normas e os pro-cedimentos técnicos de qualidade, se-gurança, higiene, saúde e preservação ambiental. Até o momento, 100 opera-dores já foram treinados nas escolas iti-nerantes desde que foi lançada em maio do ano passado. Atualmente, 27 estão em treinamento, em uma usina do Gru-po Baldin, em Pirassununga – SP.

A Zilor foi a primeira empresa a utili-zar as carretas escolas da Case/Senai no País. Após a apresentação na Agrishow 2014, o equipamento foi instalado na unidade Quatá, localizada no municí-pio de mesmo nome, no interior de São Paulo. Desde então, 40 colaboradores foram treinados no equipamento. “Há benefícios do uso do simulador em duas frentes: na capacitação, quando os cola-boradores aprenderam de forma segura e otimizando recursos, e na produção, no dia-a-dia das operações, quando pu-deram desempenhar as tarefas de forma mais eficiente e com menor desgaste dos equipamentos. Juntos, esses fatores

contribuem para o aumento da produti-vidade e a qualidade da matéria-prima que chega na usina”, constatou a em-presa através da assessoria de imprensa.

De acordo com Legar, a tecnologia dos simuladores continua sendo desen-volvida e a multinacional, recentemen-te, homologou mais nove módulos de software para incrementar o treinamen-to. “À medida que vamos desenvolven-do o produto, simultaneamente vamos desenvolvendo software. Já temos até o módulo que simula terra, colheita noturna e até colheita com alguma di-ficuldade, seja devido a tombamento da lavoura ou outro problema. O objetivo é fazer com que o operador se habitue a resolver essas dificuldades sem riscos para a máquina e para ele”, explica o especialista, argumentando que a inte-gração do operador com o equipamento é reforçada quando ele vai para as aulas práticas e consegue aplicar tudo que viu no simulador. “O colaborador sai pron-to para operar uma colhedora nas me-lhores condições”, garante.

Edgardo Legar - Case iH

Os treinamentos ultrapassaram fronteiras e levam conhecimento para vários países, como Angola

RC

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44Destaque V

Sorgo biomassa apresenta grande potencial para geração de energia e é alternativa para rotação com a cana-de-açúcar

Indicado como matéria-prima dedicada para bioenergia, o cultivar tem alto

índice de biomassa e consegue atingir até três ciclos de safra por ano

O Palo Alto chega a seis metros de altura com apenas quatro meses de crescimento e tem um alto potencial produtivo.

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Sorgo biomassa apresenta grande potencial para geração de energia e é alternativa para rotação com a cana-de-açúcar

Diante de um iminente apagão energético, devido à seca que afetou hidrelétricas, principais

geradoras de energias no Brasil, a ne-cessidade de aumentar a participação de fontes renováveis no mix da matriz ener-gética do País cresce a cada dia. Recen-temente, as secretarias de Energia e a da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo receberam representantes do setor sucroenergético para debater medidas que incrementem a implanta-ção de processos de cogeração a partir da biomassa de bagaço e palha da cana. Mas o estímulo à utilização de outros materiais, como as biomassas dedicadas, ou seja, não residuais, como o sorgo bio-massa, também tem crescido.

De acordo com a UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), no ano passado foram produzidos 20.815 mil Gigawatts/hora (GWh) de energia elé-trica proveniente da fonte biomassa, 20% acima do realizado em 2013. Essa quantidade seria capaz de abastecer 11 milhões de residências ou equivalente a 52% da energia que será produzida pela usina hidrelétrica de Belo Monte, a partir de 2019. A entidade destaca ainda que, sem o uso da biomassa na matriz elétrica brasileira, o nível de emissões de CO2 na atmosfera seria 24% maior.

“O Brasil começa visualizar esse aproveitamento da biomassa, que pas-sará a ser um produto bastante impor-tante dentro da área agrícola brasileira”, afirma Tatiana Gonsalves, VP Comer-cial da NexSteppe para a América do Sul, ao explicar que o setor de ener-gia no Brasil passa por uma transição, com perspectivas positivas para o uso de biomassa na obtenção de energia. Como para o uso de produção de etanol de segunda geração, com duas plantas já inauguradas e outras duas em cons-trução. “A biomassa pode ser de resí-

Andréia Vital

duo como temos hoje, como a palha e o bagaço da cana e também podemos ter a biomassa dedicada, que é aquela que é produzida com finalidade científica de uma indústria. É a tendência para os próximos anos, então estamos iniciando uma jornada bastante promissora”, de-clara entusiasmada.

Atenta a esta demanda, a NexSteppe, fundada nos Estados Unidos em 2010, aportou no Brasil quase dois anos de-pois, investindo em pesquisa e melho-ramento genético para lançar seus pri-meiros produtos, entre eles, os híbridos de sorgo Palo Alto, biomassa dedicada de alto rendimento e poder calorífico. O Palo Alto é um germoplasma único que apresenta colmos extremamente secos e atinge o ponto de umidade ideal para caldeiras, ainda em pé no campo em sua fase final de ciclo.

Os primeiros ensaios da empresa com a cultura em terras brasileiras se iniciaram no final de 2011 e contaram com parceiros produtores na região de Uberlândia-MG e Rio Verde-GO e com a APTA (Agência Paulista de Tecnolo-gia do Agronegócios), em Ribeirão Pre-to-SP. A NexSteppe foi pioneira em re-gistrar o cultivar de biomassa dedicada no Ministério da Agricultura, no Brasil.

O Palo Alto chega a seis metros de altura com apenas quatro meses de cres-cimento e tem um alto potencial produ-tivo. Concebido para ter níveis baixos de umidade na maturidade, o cultivar reduz significativamente a quantidade de água colhida, reduzindo assim os custos de colheita e transporte, que po-dem chegar a 50 por cento ou mais do custo total de matéria-prima.

“Por possuir poder calorífero pratica-mente igual ao do bagaço de cana com 50% de umidade e por ser desenvolvido

exclusivamente para queima em caldei-ras (praticamente não apresenta açúcar em sua composição), o Palo Alto pode gerar, em média, de 0,33 a 0,5 MW de energia por tonelada de sorgo com a mesma porcentagem de umidade, de-pendendo do desempenho da caldeira”, diz Tatiana.

Conforme explica a diretoria, o sor-go é uma excelente cultura, por nature-za, para resistência seca, e como cultura dedicada ele vem se adaptando. “Em 2013 nós tivemos uma seca bastante severa que afetou diversas culturas e a produção do Palo Alto foi minimamen-te atingida. Então, isso também elege o sorgo biomassa como uma cultura para o futuro que vai aparecer e enfrentar todas essas questões climáticas que a gente vem passando”, alega.

Segundo Tatiana, o custo atual de produção de sorgo biomassa para o agricultor está entre R$ 50 e R$ 65 (esse custo de produção envolve a pro-dução, maquinário e frete da fazenda até a indústria) na safra verão com a produtividade de 35 a 40 toneladas

Tatiana Gonsalves, VP Comercial da NexSteppe para a América do Sul

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Ensaios com o sorgo biomassa ocorreram no IAC / APTA, em

ribeirão Preto-SPOs experimentos iniciais do sorgo

biomassa Palo Alto foram conduzidos na fazenda do IAC (Instituto Agronômico de Campinas), em Ribeirão Preto – SP, pela APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios). “Foram os primei-ros estudos sobre a variedade feitos na instituição e em São Paulo”, revela De-nizart Bolonhezi, pesquisador da APTA. “Naquela ocasião (2011/12), a ideia era identificar entre 150 genótipos os mate-riais que se adaptavam aqui para a nossa região, para São Paulo, e dentre eles esta-va o Palo Alto”, explicou, contando que o projeto foi feito através da Fundag (Fun-dação de Apoio à Pesquisa Agrícola).

Entre as vantagens do sorgo biomas-sa Palo Alto, o pesquisador destaca seus diferenciais, tais como ciclo explosivo de até 140 dias, resistência a estresse hí-drico devido a maior quantidade de ra-ízes finas (dobro em relação ao milho) e possibilidade de ser plantado no mo-mento da entressafra de cana, quando as usinas diminuem suas atividades.

A cultura é propagada por sementes e esta é outra singularidade da varie-dade. “É uma vantagem competitiva do sorgo de maneira geral com a cana, porque hoje para plantar um hectare de cana você precisa de pelo menos de 15 toneladas de muda e, no caso do sorgo, com sete quilos de sementes você insta-la uma lavoura”, compara.

O desafio da pesquisa hoje é en-tender melhor em quais ambientes de produção o sorgo é melhor indicado. “Eu entendo que por razão de custos de transporte, porque de qualquer forma, tanto o sorgo sacarino como o biomassa precisam de transporte até a usina, por-que é um produto que será processado na unidade industrial daquela empresa. “É diferente da soja que vai ser colhida e vai para a cooperativa, o amendoim vai para a cooperativa, que é um par-ceiro da usina. No caso da cana e do sorgo, a relação tem muito a ver com

a distância da usina, então a locação dessas culturas, num raio mais próximo da usina, é interessante para reduzir o custo”, constata.

Para o pesquisador, o produtor de soja no futuro poderia ser fornecedor de biomassa das usinas, instalando uma la-voura de sorgo biomassa, após a soja, e fornecer a matéria-prima para a empre-sa, com custo bem baixo porque pode usar o nitrogênio que a soja vai deixar. “Pode ser uma opção para um produtor ao invés de optar por um milho safrinha, ele poderia plantar um sorgo biomassa e entregar a biomassa na usina da região”.

Bolonhezi alegou ainda que há uma resistência à cultura, mas é normal, tal como na expansão da cana nas regi-ões tradicionais de grãos. “Trocar uma cultura de grãos por cana representava um risco muito grande, porque você vai investir um capital e depois não dá para mudar o jogo no meio do ca-minho. No caso do sorgo, o produtor consegue conciliar a produção de grãos com o cultivo. Já tem toda a estrutura, a semeadora é a mesma, ele vai só ajus-tar a maneira de colheita desse sorgo”, justificou, lembrando que hoje já exis-tem à disposição máquinas para enfar-damento de sorgo e entrega na unidade processadora.

por hectare. Os valores de biomassa comercializados no verão ficam entre R$ 85 e R$ 90/tonelada. Na safrinha, o custo do agricultor está em torno de R$ 65 a R$ 70/ton. No entanto, a indústria oferece uma vantagem para os produ-tores de Palo Alto na safrinha. Assim, os valores pagos nesse período como incentivo aos agricultores está entre R$ 95 e R$ 100,00/ton. “A margem oferecida ao produtor é compatível com as demais culturas do mercado, eventualmente até melhores de acordo com a região, da demanda por biomas-sa, custos com logística (distância até a caldeira) e preço da energia elétrica, tanto as praticadas em leilões quanto no mercado spot”, explica a executiva.

Um dos atrativos da tecnologia para o agricultor é a possiblidade da renda neste caso num prazo mais cur-to diz a profissional, destacando que a cultura está ligada a áreas bastante promissoras como a própria produ-ção de energia elétrica, que tem uma possiblidade de alta nos próximos três anos. “O produtor pode partici-par de plantas novas, ou então você pode abrir novas fronteiras com o sorgo biomassa, você não precisa fi-car preso a fronteiras onde cultiva”, argumentando que como a colheita e transporte do sorgo biomassa acon-tecem em abril, a cultura pode com-pletar a renda daqueles que estariam ociosos aguardando o início da safra de cana, que neste ano irá atrasar. “A tecnologia traz um benefício macro em diversas regiões onde está sendo implantada”, diz ela.

Sorgo alta biomassa em fase de crescimento - vegetação

Denizart Bolonhezi, pesquisador da APTA

Destaque V

Revista Canavieiros - Março de 2015

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IX Workshop de Agroenergia

Ceres desenvolve projeto em parceria com a Canaoeste

“Acho que nos próximos anos, defini-das as regras do setor (como no caso de tabela de preço), o sorgo tem espaço para entrar numa estratégia um pouco mais sustentável das usinas”, concluiu, contan-do que este ano experimentos com outros genótipos acontecerão na instituição.

As boas perspectivas para o sorgo tam-bém são destacadas pelo Gestor marke-ting da Ceres Sementes do Brasil, Ricar-do Reis. “O sorgo alta biomassa tem tido uma atratividade maior hoje, por uma questão técnica. O produto já está pron-

O potencial de matérias-primas para produção de biomassa, barreiras comer-ciais, econômicas, políticas e sanitárias para o avanço do programa energético brasileiro, biocombustíveis e a questão ambiental, entre outros, serão temas da nona edição do Workshop de Agronergia a ser realizado nos dias 27 e 28 de maio. O evento é organizado pelo APTA Regio-nal Centro Leste e pelo Instituto Agro-nômico – IAC e acontece no Centro de Convenções da Cana-de-Açúcar (IAC), em Ribeirão Preto- SP.

Nesta edição, será realizado o “Bio-massa show”, que são visitas a áreas de-monstrativas com diferentes opções de culturas para biomassa e a apresentação de “Nova Cultivar de Algodão Colorido do IAC”, que se configura como uma alternativa de agregação de renda ao pequeno e médio agricultor com possi-bilidade de fornecer óleo para matriz do biodiesel, como também atividades que celebrem o Ano Internacional do Solo. As inscrições devem ser feitas pelo site http://bit.ly/agroenergia_inscricao

to para ser consumido, com a expectativa de custo que o setor precisa para geração de energia, e o sorgo sacarino vem reto-mando espaço nas usinas para produção de etanol, ambos com plantio na área de reforma dos canaviais. O sorgo vem com-plementar e não competir com a cana e as duas matérias-primas são essenciais para a sobrevivência do setor sucroener-gético”, avaliou o executivo em evento realizado em Ribeirão Preto-SP.

A planta também tem sido pes-quisada pela Embrapa, que em 2014

A Ceres Sementes, uma empresa de biotecnologia que desenvolve e comer-cializa sementes de culturas agrícolas, tem feito experimentos com o acompa-nhamento da Canaoeste para o plantio e avaliação dos principais híbridos de sorgo sacarino e de alta biomassa.

Confira entrevista com o engenheiro agrônomo José Geraldo Sousa Junior, ge-rente de desenvolvimento e tecnologia da Ceres Sementes:

Revista Canavieiros - no que consis-te este projeto?

José Geraldo sousa Junior - O pro-jeto consiste na parceria entre a Ceres e a Canaoeste para plantio e avaliação dos principais híbridos de sorgo sacarino e de alta biomassa da linha Blade®, visando ao desenvolvimento e identificação dos melhores produtos para o mercado (Sor-go Sacarino Blade® - produção de etanol e energia elétrica a partir do bagaço, e Sorgo Alta Biomassa Blade® - produção de energia elétrica e calor) e sua adapta-ção nas diversas regiões.

Durante a condução da cultura, são re-alizadas avaliações de resistência à doen-ça, pragas, produtividade e todas análises tecnológicas para caracterização de seu potencial produtivo, seja ele para produ-ção de mais etanol ou mais biomassa.

A condução do campo e avaliação dos produtos foram realizadas por Jorge Hen-rique de Souza, agrônomo da Ceres, com acompanhamento da gestora técnica da

lançou o seu primeiro híbrido de sor-go biomassa, o BRS 716. O cultivar, que já foi registrado no Ministério da Agricultura para comercialização, apresenta alta produtividade, em mé-dia de 120 a 150 toneladas de matéria fresca por hectare. De acordo com o diretor de Pesquisa e Desenvolvi-mento da instituição, Ladislau Martin Neto, os estudos sobre a gramínea fa-zem parte de uma agenda criada para atender às demandas por culturas al-ternativas para a entressafra e para a segunda geração.

Canaoeste, Alessandra Durigan, em áreas de fornecedores de cana e usinas, elevan-do o nível de conhecimento da cultura do sorgo sacarino e alta biomassa oferecidos ao mercado sob a marca Blade®.

Revista Canavieiros - Qual o seu ob-jetivo?

JGsJ - Este projeto está sendo de-senvolvido em parceria com as usinas de cana-de-açúcar e associações de for-necedores, com objetivo de aumentar a rentabilidade do setor sucroenergético e complementar a oferta de matéria-prima ao mercado. A recomendação para o sorgo Blade®, tanto sacarino quanto de alta biomassa, é para o plantio nas áreas de reforma dos canaviais, não competin-

José Geraldo Sousa Junior, gerente de desenvolvimento e tecnologia da Ceres

Revista Canavieiros - Março de 2015

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do com a cana em nenhum momento. O sorgo sacarino Blade® pode ser colhido a partir de março, ou seja, com a antecipa-ção da safra, bem como iniciar ou apenas complementar a oferta de matéria-prima na safra. O sorgo alta biomassa Blade® pode ser colhido a partir de abril, já com a umidade de 50%, ideal para consumo nas caldeiras e geração de energia. Agriculto-res situados no entorno das usinas podem tornar-se fornecedores diretos para ambos os produtos, maximizando sua terra com o plantio de outra cultura na safrinha.

Revista Canavieiros - Ele aconteceu

em qual período?JGsJ - Este trabalho é realizado anu-

almente no período de entressafra da ca-na-de-açúcar, isso é, de novembro a abril.

Revista Canavieiros - Quais foram os resultados conquistados?

JGsJ - Neste particular, os avanços também têm sido representativos. Alguns dados extraídos da última safra ajudam a explicar essa evolução. Por exemplo, a linha de híbridos de sorgo alta biomassa Blade® apresentou produtividade média de 26 a 34 toneladas/ha com 50% de umi-dade, dependendo da regional, chegando a até 47 toneladas por hectare com 50% de umidade (umidade similar ao bagaço de cana utilizado em caldeiras nas usinas e demais empresas consumidoras de bio-massa para geração de calor e energia).

O estudo mostra ainda que o custo to-tal de produção dos híbridos Blade® de Alta Biomassa está situado entre R$ 65 e R$ 85 por tonelada a 50% de umidade entregue na Usina (CIF), considerando distância de 20km.

No tocante aos híbridos Blade® de sorgo sacarino avaliados pela Ceres na safra 13/14, encerrada em abril último, todos registraram saltos de produtividade, a exemplo do que vinha ocorrendo nos anos anteriores. A produção de etanol por hectare plantado atingiu até 3,9 mil litros/ha, e apresentou entrega média de 2,9 aos 3,3 mil litros/ha, dependendo da regional.

O que mais tem estimulado o plan-tio de sorgo sacarino pelas usinas, em resumo, é a possibilidade de essas em-presas estenderem a produção de etanol por mais 60 dias ao ano, basicamente com emprego do mesmo maquinário utilizado no processamento da cana-de--açúcar. Em geral, os híbridos Blade® apresentam crescimento muito rápido, em torno de 4 meses, e boa tolerância a interpéries climáticos.

Revista Canavieiros - Há perspectivas de novos projetos similares serem execu-tados em parceria com a Canaoeste?

JGsJ - Sim. O intuito é de anual-mente levar para Canaoeste materiais pré-comerciais vindos do nosso pro-grama de melhoramento genético para serem testados e validados junto com a equipe Canaoeste.

Revista Canavieiros - Qual a viabi-

lidade técnica da plantação do cultivo de sorgo na região de atuação da Ca-naoeste, na sua opinião?

JGsJ - A Ceres Sementes é uma em-presa focada na cultura, portanto con-siderada Expert em Sorgo. Esse foco nos traz a responsabilidade de oferecer os melhores produtos de acordo com as diversas regiões de cultivo de cana, principalmente no Centro-Sul do país. A fim de avaliar a viabilidade técnica nesta e demais regiões, este tipo de par-ceria é fundamental para afirmar nossa recomendação, bem como a realização de testes em nossa estação experimental onde são desenvolvidas e avaliadas as melhores práticas agronômicas de mane-jo, juntamente com o programa de me-lhoramento, que avalia anualmente mais

SACARINO:

ALTA BIOMASSA

de 2 mil materiais no local, repetindo ex-perimentos em diversas áreas do Brasil.

Assim, como Experts em Sorgo, te-mos recomendações seguras para im-plementação da cultura capazes de tra-zer retorno econômico para o setor nas diversas regiões (Mapa), bem como dar suporte para todos os clientes interessa-dos em seu desenvolvimento.

Revista Canavieiros - O sorgo é uma nova cultura. Quais são as ne-cessidades para a sua produção, como tratos culturais, etc.?

JGsJ - Como Experts em Sorgo, te-mos desenvolvido diversos programas de suporte técnico junto às empresas e agricultores que queiram aderir à cultu-ra. De maneira geral, os tratos culturais são muito parecidos com outras culturas anuais, demandando após o plantio ape-nas uma adubação de cobertura que pode ser feita a lanço ou no suco e duas apli-cações de defensivos, podendo ser reali-zada com qualquer tipo de pulverizador.

É importante destacar que os mesmos equipamentos empregados na colheita, moagem e no processamento da cana--de-açúcar servem ao do sorgo sacarino, sem necessidade de adaptações e foram

Destaque V

Revista Canavieiros - Março de 2015

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testados industrialmente. Para o sorgo alta biomassa, a colheita é feita com forrageira, aumentando a produtividade e trazendo benefícios quanto ao poder calorífico do sorgo, com 1.800 kcal/kg e baixos níveis de impurezas minerais.

Revista Canavieiros - O sorgo tem vantagem competitiva em relação à cana-de-açúcar?

JGsJ - O sorgo sacarino é uma cultu-ra complementar à cana-de-açúcar. Em nenhum momento se pensou no desen-volvimento dos híbridos, tendo em vista a substituição da cana, mas sua comple-mentariedade, principalmente pelo plan-tio ser realizado nas áreas de reforma dos canaviais. Uma projeção da consultoria DATAGRO, divulgada recentemente pela Agência de Notícias CMA, indica que a cultura do sorgo sacarino pode adicionar 5 bilhões de litros de etanol à produção brasileira, que é da ordem 25 bilhões de litros anuais.

O sorgo alta biomassa vem comple-mentar a oferta de biomassa, no caso específico das usinas do setor sucroe-nergético, o bagaço proveniente da pro-dução de açúcar e etanol. Com o sorgo é possível complementar o volume de biomassa visando ao aumento na pro-dução de energia elétrica e calor, produ-to muito bem avaliado pelas empresas que hoje exportam parte da sua energia para o grid da ANEEL, complementan-do sua fonte de renda.

Revista Canavieiros - A Ceres dis-ponibiliza no mercado híbridos de sor-go sacarino e sorgo de alta biomassa da marca Blade® no Brasil. Além des-ses, existem outras variedades?

JGsJ – Recentemente, a Ceres anun-ciou o lançamento de seu primeiro híbri-

do de sorgo silagem, comercializado com a marca Blade® GrandSilo BD1615, destinado à produção de base para ali-mentação de bovinos (corte e leite). O portfólio da empresa, portanto, abrange os seguintes híbridos de alta biomassa Blade®: BD7605, Blade® BD7607 e Blade® CB7520, também os híbridos de sorgo sacarino Blade® BD5404 e uma variedade Embrapa, licenciada com ex-clusividade para a Ceres.

Revista Canavieiros - Quantas unidades aderiram à tecnologia da Ce-res na última safra? E na atual?

JGsJ - Mais de 40 unidades testa-ram os produtos Blade® na última sa-

fra. Para a safra atual, apontamos que a expectativa é que o número seja supe-rior ao ciclo anterior.

Revista Canavieiros - Em 2014, a Ceres foi contemplada com recursos do programa PAiSS, do BnDES e da Finep, para consolidar os avanços da cultura de sorgo e pesquisar varieda-des de cana transgênica e cana ener-gia. Como está este processo? Há no-vidades para os próximos anos?

JGsJ - A Ceres continua com os pro-cessos de desenvolvimento de sorgo e cana transgênica, porém, neste momento, por questões estratégicas, não poderemos dar mais informações a respeito.

ridesa/UFSCar testa novas variedades de cana no Mato Grosso do Sul

Os trabalhos de melhoramento gené-ticos realizados pela Ridesa/UFSCar em Mato Grosso do Sul foram apresentados durante o “1º Seminário Agrícola 2015: Manejo Varietal de Cana-de-açúcar”, organizado pela Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia do Mato Gros-so do Sul) durante o Showtec, evento que aconteceu em Maracajú-MS, entre os dias 21 a 23 de janeiro.

“O desenvolvimento de variedades no Estado acontece desde a época do Planalsucar (Programa Nacional de Me-lhoramento de Cana-de-açúcar). Após a extinção deste órgão, a Ridesa/UFSCar deu continuidade na condução dos traba-lhos, introduzindo no Estado variedades RB para testes e clones para experimen-tação, conjuntamente com o Estado de SP”, explicou Antonio Ribeiro, pesqui-sador do PMGCA (Programa de Melho-ramento Genético de Cana-de-açúcar) da UFSCar, integrante da Ridesa (Rede In-teruniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético da Universida-de Federal de São Carlos). Ribeiro reali-za pesquisas na Estação Experimental de Valparaíso, SP, que pertence a UFSCar e é responsável por acompanhar de perto os estudos com variedades de cana no Mato Grosso do Sul.

Após oito anos de estudos, os melhores materiais genéticos RB entrarão em experimentos no Estado ainda este ano

Andréia Vital

De acordo com o pesquisador, em 2006 foi feita uma parceria com a Usi-na Eldorado, que atualmente pertence a Odebrecht Agroindustrial, para a criação da primeira estação de desen-volvimento de variedades RB dentro do Estado. Foram introduzidos 20 mil seedlings, ou seja, 20 mil novos clo-nes, de diferentes cruzamentos. Após avaliações e seleções nos últimos oito anos, os melhores materiais genéticos (aproximadamente 20 precoces e 25 médios e tardios) entrarão em uma Rede de Experimentos no Estado este ano. “Espera-se, com esse trabalho, o desenvolvimento de possíveis varie-dades RB com origem de seleção no Estado do MS nos próximos anos”, ex-plica Ribeiro.

Na ocasião, o pesquisador apre-sentou quatros clones RB que en-traram no MS em experimentos e que são considerados liberações programadas como variedades. São a RB975952, a RB985476, a RB975242 e a RB975201. “Vale a pena salientar que estes materiais fo-ram desenvolvidos em experimenta-ção no Estado do MS, conjuntamente com o Estado de SP”.

RC

RC

Revista Canavieiros - Março de 2015

50Destaque VI

Agrishow 2015: a feira acontece num momento de cautela e expectativas

A menos de um mês para o iní-cio e com novo presidente, a Agrishow - Feira Internacional

de Tecnologia Agrícola, considerada a principal feira de agronegócio do mun-do, acontece num momento de desa-fios para o setor produtivo. Apesar das incertezas, os organizadores esperam receber visitantes de vários países e movimentar cerca de R$ 2,7 bilhões em negócios.

Em sua 22ª edição, a feira tem no comando o empresário Fábio de Sal-les Meirelles, presidente da Faesp (Fe-deração da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo), em substituição a Maurílio Biagi Filho, que presidiu a feira nos últimos três anos e continua-rá como presidente de honra. Meirelles permanece no cargo de presidente por dois anos e tem pela frente o desafio de manter a posição da feira como uma das mais importantes do agronegócio.

Representantes de entidades organi-zadoras da feira e poder público se reu-niram com a imprensa em Ribeirão Pre-to, no dia 23 de março, para falar sobre as expectativas para a Agrishow 2015.

De acordo com o presidente de honra da Agrishow, a falta de esperança com o Governo e suas medidas tem sido algo ruim, pois ninguém sabe o que e como

O evento será realizado entre os dias 27 de abril e 1ª de maio em Ribeirão Preto-SP e espera receber cerca de 160 mil pessoas

Fernanda Clariano

vai acontecer e esse estado de espírito pode prejudicar a feira este ano. “O que está acontecendo acho que vai ter uma influência nessa Agrishow. Estamos com a esperança muito baixa, sem pers-pectivas, pois o sujeito que tem con-dições de investir não está investindo, está preferindo guardar o dinheiro dele para ver o que vai acontecer”, analisou Biagi Filho durante a coletiva.

Já o presidente da feira se mostrou confiante apesar do momento. “Se não fosse o avanço do nosso desenvolvi-mento agrícola, lamentavelmente es-taríamos sofrendo outros impactos do que vem ocorrendo no mundo” e ainda ressaltou “é possível que a Agrishow deste ano seja melhor que do ano passa-do, mesmo com toda crise que estamos vendo correr o mundo e muito mais”, disse Meirelles que também pontuou o

fato da feira unificar os interesses da produção, do mercado, do consumidor e da indústria. “A Agrishow sempre impulsionou a realização de negócios durante e depois do evento, levantando o ânimo do setor e fomentando novos investimentos”.

O presidente da Abimaq (Associa-ção Brasileira de Máquinas e Equipa-mentos), Carlos Pastoriza, destacou a preocupação da Abimaq e da Anfavea (Associação Nacional dos Fabrican-tes Automotores) com o Moderfrota. O programa oferece taxas de juros de 4,5% ao produtor rural para a aquisi-ção de máquinas agrícolas, mas pode-ria sofrer reajustes nas linhas de crédito para a próxima safra. De acordo com Pastoriza, as entidades enviaram uma carta aos ministérios da Fazenda e da Agricultura pedindo para que não inci-dam alterações no programa, pois isso poderia gerar um quadro desfavorável para novos investimentos.

A prefeita de Ribeirão Preto, Darcy Vera, não esteve presente no evento e foi representada na ocasião por seu se-cretário de Turismo, Tonielson Campos. “A Agrishow é uma feira muito impor-tante, pois movimenta vários segmentos em Ribeirão Preto e, inclusive na região, além de gerar empregos e aumentar a renda da cidade”, disse o secretário.

José Danghesi (diretor da Agrishow), Tanielson Campos (secretário de turismo), Carlos Pastoriza (presidente da ABIMAQ), Fábio Meirelles (presidente da Agrishow), Maurílio Biagi (presidente de honra Agrishow), Francisco Matturro (vice-presidente da ABAG)

Revista Canavieiros - Março de 2015

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Empresas aguardam a feira para lançar novos produtos

A Feira

Como tradicionalmente ocorre, as em-presas que fornecem equipamentos para o agronegócio aproveitam a oportunida-de para lançar os seus produtos. Como no caso da John Deere que lançará dois novos modelos de colhedoras de cana: a CH570 e a CH6709. Já a Dria Implemen-tos Agrícolas levará para a feira um sis-tema que coleta e facilita o transporte da palha de cana-de-açúcar em fardos.

Para Auro Pereira Pardinho, gerente de marketing da DMB, empresa espe-cializada no segmento de máquinas e implementos agrícolas, a participação na feira é uma oportunidade para trocar conhecimentos, apresentar suas tecno-logias e fazer contatos.

A Agrishow 2015 acontece de 27 de abril a 1º de maio. Os ingressos custam R$ 34 com venda somente na bilheteria e pagamen-to em dinheiro ou cartão de débito.

Estudantes pagam meia mediante com-provação. A entrada de menores de 14 anos só será permitida se acompanhados dos pais ou responsáveis.

A feira conta com uma área de 440 mil m². Neste ano, serão expostas 800 marcas nacionais e internacionais. O público espera-do é de 160 mil pessoas de mais de 70 países.

O horário de funcionamento é das 8 às 18 horas. O parque está localizado na Rodo-via Antonio duarte nogueira, km 321, em Ribeirão Preto.

A empresa participa pelo vigésimo primeiro ano na feira e, de acordo com Pardinho, costuma medir o volume de negócios do ano na Agrishow porque os clientes esperam a feira aguardan-do possíveis benefícios, como preços mais competitivos e planos de finan-ciamento mais atrativos dos bancos. A empresa levará para a feira o Adu-bador para Espaçamento Combinado - com três linhas duplo alternado e a Plantadora Automatizada.

“Assim como no ano passado, esta-mos com os “pés no chão”, não sabe-mos e nem tem como falar em volume de negócios. Apesar de sempre irmos para a feira com uma expectativa, te-

Auro Pereira Pardinho, gerente de marketing da DMB

mos um problema sério que é a liquidez do setor e, sem dinheiro, com certeza o produtor irá investir somente o necessá-rio”, disse Pardinho.

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Revista Canavieiros - Março de 2015

52Informações Setoriais

Chuvas de janeiro e previsões climáticas para março a maio de 2015

Quadro 1:- Chuvas observadas durante o mês de fevereiro de 2015.

Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoConsultor

A média das chuvas de fevereiro de 2015 (229mm) ficou próximo da média histórica (216mm), entretanto pouco mais que o do-bro das chuvas do mês de fevereiro de 2014 (104mm). Destacam-se os menores volumes de chuvas na região Olímpia/Severínia. Consul-tando-se os dados do iAC-Ciiagro, o quadrante noroeste do Estado de São Paulo, mostram que a média desta região foi próxima de 150mm.

A média das chuvas de fevereiro de 2015 (229mm) ficou próximo da média histórica (216mm), entre-

tanto pouco mais que o dobro das chuvas do mês de fevereiro de 2014 (104mm). Destacam-se os menores volumes de chuvas na região Olímpia/Severínia. Consultando-se os dados do IAC-Ciia-gro, o quadrante Noroeste do Estado de São Paulo mostra que a média desta re-gião foi próxima de 150mm.

Em face a escassez de chuvas até ja-neiro inclusive, perguntava-se: seria du-radoura? Oportunidade em que a Canao-este recomendou cautela aos produtores

de cana sobre os noticiários a respeito. Agora, em março (dia 16), os meteoro-logistas já afirmam que as chuvas de pri-mavera/verão “vieram tardiamente”. E, pelas atuais previsões, as chuvas para os meses de outono - abril a junho - pode-rão ser próximas ou superiores às médias históricas. Para os meses seguintes (ju-lho a setembro), recomenda-se aguardar os abalizados boletins climatológicos para maior precisão nas informações.

O sistema de processamento de da-dos do Departamento de Climatologia do IAC apresenta problemas em seu sis-tema de processamento de dados e con-

fecção de Mapas. Esta edição ilustrará volumes de chuvas de fevereiro deste ano e do anterior através de mapas ela-borados pela SOMAR Meteorologia, com base nos dados INMET-Instituto Nacional de Meteorologia.

Observando-se os Mapas 1 e 2, estas ilustrações falam por si sobre as signi-ficativas diferenças de chuvas em feve-reiro destes dois anos.

Os artigos mensais de Informações Setoriais-Climatologia contam com o trabalho diário de anotações de chuvas dos Escritórios Regionais e que são con-

Mapa 1- Totais de chuvas durante fevereiro de 2014nos Estados da Região Sudeste.

fevereiro de 2015

Revista Canavieiros - Março de 2015

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Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoConsultor

Mapa 2 Totais de chuvas durante fevereiro de 2015 nos Estados da Região Sudeste e, no detalhe, no Estado de São Paulo.

Mapa 4:- Elaboração Canaoeste do Prognóstico de Consenso entre INMET-

inPE para março a maio de 2015.

Quadro 2:- Chuvas de janeiro e fevereiro de 2013, 2014 e 2015 anotadas pelos Escritórios Regionais

bem como as respectivas médias das chuvas e normais climáticas mensais.

tório NCEP-NOAA, para o período de 07 a 16 de março, que depois de vários meses com aquecimento constante, po-rém fraco e diferenciado, mas sem gerar um típico fenômeno El Niño, a região do Pacífico Leste (próxima à costa oes-te da América do Sul), chamada de 1+2, esfriou neste primeiro trimestre de 2015. Estas variações térmicas da água no Pací-fico Leste são sentidas muito rapidamente na atmosfera do Brasil. Em fevereiro, por exemplo, houve diminuição das chuvas no sul do Rio Grande do Sul, mas foram até generosas do Paraná para cima. De acordo com as simulações da NOAA, a temperatura do Pacífico Leste permane-cerá mais fria que o normal até o fim do outono (meados a final de junho). Combi-nado com um Atlântico também mais frio que o normal, deverá gerar uma estação mais fria que a registrada em 2014; uma vez que as ondas de frio, possivelmente não extremas, deverão chegar mais cedo que o normal neste ano. Diante deste qua-dro, apesar de um outono frio, o inverno 2015 não deverá registrar ondas de frio frequentes e intensas. Com relação às chuvas, prevê-se que, durante o outono, (abril-junho) poderá se menos chuvoso que o normal no Sul, porém mais úmido no Paraná, Sudeste e Centro-Oeste.

A Canaoeste recomenda especial atenção aos produtores de cana que, pelas atuais previsões, não se “fiem” em deixar plantios de cana para final de março e em abril sem que se façam pro-teções fungicidas e fitotônicas.

Estes prognósticos serão revisados nas edições seguintes da Revista Cana-vieiros. Fatos climáticos relevantes serão noticiados em www.canaoeste.com.br e www.revistacanavieros.com.br.

Persistindo dúvidas, consultem téc-nicos próximos ou através do Fale Co-nosco Canaoeste.RC

densados em Viradouro. Estes dados são disponibilizados diariamente no site Ca-naoeste e as suas médias mensais e nor-mais climáticas são apresentadas tam-bém neste artigo (Vide Quadro 2).

OBS:- Normais climáticas (ou mé-dias históricas) correspondem as dos locais enumerados de 1 a 9 e mais a do Centro de Cana IAC - Ribeirão Preto.

Os dados do Quadro 2 mostram, no can-to inferior direito, as expressivas diferenças observadas entre as médias mensais dos

meses de janeiro 2013, comparativamente às críticas de 2014 e as, ainda inferiores, em 2015. As diferenças em Normais Climáti-cas (de 2013 com as demais) se devem às menores chuvas observadas nos meses de janeiro e fevereiro de 2014 e 2015.

Para planejamentos próximo-futu-ros, a Canaoeste resume o prognóstico de consenso entre INMET-Instituto Na-cional de Meteorologia e INPE-Institu-to Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses março a maio de 2015, como descrito abaixo e ilustrado no Mapa 4:

• Nestes meses, as temperaturas ten-dem a serem próximas a acima das res-pectivas normais climáticas para toda Região Centro-Sul do Brasil;

• Pelo consenso climático INMET--INPE, as chuvas poderão ocorrer com iguais probabilidades para as três catego-rias (acima, próxima e abaixo das normais climáticas) em todas as Regiões Centro--Oeste (salvo o extremo Sul do Mato Grosso do Sul) e Sudeste, bem como para o Estado do Paraná. Nos demais estados da Região Sul, as chuvas poderão ficar entre próximas a acima das respectivas médias (até a região litorânea paulista).

• Referenciando-se com o Centro de Cana-IAC, as médias históricas das chu-vas para Ribeirão Preto e municípios próximos são de 170, 70 e 55mm, res-pectivamente, para março, abril e maio.

Convém lembrar que, praticamente, não houve diferenças significativas en-tre este Mapa 4 com os dos três últimos anteriores.

Na edição anterior, foi relatado, pela

SOMAR Meteorologia, que neste verão a soma das chuvas de fevereiro a março po-deria ser inferior às respectivas médias históricas. Para o bem de todos foram melhores que o pre-visto em fevereiro. Em março, até a data de redação deste ar-tigo, caminha para a normalidade, exceto no núcleo São José do Rio Preto-Olím-pia-Bebedouro.

Quanto ao fe-nômeno El Niño, a SOMAR relata, com base em recente rela-

Revista Canavieiros - Março de 2015

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para planta de cana;- Carroceria de ferro de 8 metros

para cana inteira, marca Facchini com cabo de aço e cambão;

- Carroceria de ferro de 8 metros para plantio e transporte de cana inteira marca Galego ano 2008;

- Bomba alta pressão 3”, saída de 2 adaptada com carrinho e motor acopla-do valor R$ 2.000,00;

- Balcões de 5 metros com 20 gave-tas reforçadas de 20X40, fino acaba-mento valor de R$ 2.000,00 cada;

- Balcão de 5 metros com portas de correr em ótimo estado R$ 2.000,00;

- Carreta de 2 rodas R$ 1.500,00;- Rolos compactadores para adaptar

em escalificador (sem uso) R$ 1.000,00;- Barras de aplicar herbicida laran-

jeira R$ 500,00 cada;- Kit quebra-lombo cultivador DMB

sem uso. Tratar com Marcus pelos telefones

(17) 3281-5120 ou (17) 9.8158-1010

VEndE-sE- Gleba de terras sem benfeitorias (30

alqueires), Boas águas, Arrendamento de ca-na com Usina ABENGOA (Piras-sununga). Localizada no município de Tambaú-SP (Fazenda família Sobreira).

Tratar com proprietário em Ribeirão Preto pelos telefones: (16) 3630-2281 ou (16) 3635-5440.

VEndE-sE- Trator Valtra 985 /4x4 com lâmina,

1998, motor Valtra, concha e guincho para Beg – R$ 55.000,00

Tratar com Alex pelos telefones: (16) 9 9997-0166 ou (16) 9 9298-9629.

VEndEM-sE - Tanque Chapa para água com ca-

pacidade 13.000 Litros, seminovo,Cor: laranja, R$ 7.000,00;

- Transformador trifásico de 15 KWA preço R$ 2.400,00;

- Transformador trifásico de 30 KWA preço R$ 2.600,00;

- Elevador de cereais (chupim) elétrico 6 metros comprimento, preço R$ 4.000,00

Tratar com Chico Rodrigues pelos telefones: (16) 9 9247-9056, (16) 3947 – 3725 ou (16)3947 – 4414.

ALuGA-sE- Estrutura de confinamento com

capacidade para 650 cabeças com: 1 vagão forrageiro + 1 carreta 4 rodas + 1 carreta 2 rodas, 1 ensiladeira JF90, 1 trator 292 + 1 trator Ford 5610, 1 mis-turador de ração, 3 silos trincheiras de porte médio, sendo uma grande possibi-lidade de área para produção de silagem com irrigação ao redor de 30 ha, Jabo-ticabal - SP a 2 km da cidade.

Tratar com Luiz Hamilton Montans pelo telefone (16) 9 8125-0184.

VEndEM-sE- Sítio de 9 alqueires, sem mato ou

brejo (100% aproveitável) em Olímpia- SP, a 5 km Usina Cruz Alta, 10 minutos dos Thermas dos Laranjais, 25 min. de Rio Preto, 35 minutos de Barretos, plai-no, na rodovia, sem benfeitorias, mas com energia na propriedade.

- Sítio Arlindo - município de Olímpia, área de12 alqueires, casa de sede, área de churrasco (100 m²), casa de funcionário reformada, muitas frutíferas e árvores ao redor da sede, 4 alqueires de mata nativa de médio/grande porte, terras de “bacuri” (indicador de terras muito férteis). Rede elétrica nova, divisa com fazenda Bacule--rê, distância de 25 Km de Olímpia.

Tratar com David pelo telefone: (17) 98115-6239.

VEndEM-sELIQUIDAÇÃO DE GADO LEITEI-

RO, DAS RAÇAS GIROLANDO EGIR PO LEITEIRO- 15 vacas girolando grande, san-

gue 3/4 e 5/8, com laquitação diária de 25,30 e 40 litros, ambas produtos de in-seminação, segunda e terceira cria;

- 12 novilhas girolando, grande san-gue 3/4 e 5/8, todas de inseminação e prenhes sexado de fêmea;

- 8 bezerras girolando grande sangue 3/4 e 5/8 todas de inseminação;

- 11 vacas GIR PO Leiteiro registra-do, sendo 8 paridas, com laquitação de 15 a 26 litros ao dia a pasto, todas se inseminação, filhas dos melhores touros GIR POdo ranking nacional;

- 3 novilhas GIR PO Leiteiro, pre-nhas de sexado de fêmea de touro GIR PO do ranking nacional;

- 3 novilhas prontas para insemina-ção, filhas de touro GIR PO do ranking-nacional;

- 3 touros GIR PO pronto para cobrir;- 2 tourinhos GIR PO, com 11 meses

de idade.Obs.: Sítio localizado na cidade de

Santo Antônio da Alegria - SP, a 15 anos trabalhando com inseminação.

Tratar com José Gonçalo pelo tele-fone e/ou e-mail (16) 9 9996-7262 – [email protected]

VEndEM-sE - Mudas de seringueira, Clone

RRIM 600, clone com alta produção de lá-tex. Viveiro credenciado no RE-NASEM Nº SP 14225/2013, localizado na Rodovia Vicinal Carlos Deliberto, a 2 Km da rotatória que leva à Usina Moema, município de Orindiúva - SP. Preço: R$ 4,50/muda.

- Fazenda com 48 alqueirões no mu-nicípio de Carneirinho - MG, localiza-da muito próxima da rodovia asfaltada. Ótimo aproveitamento para plantio de cana, seringueira e/ou pastagens. Preço: R$ 60.000,00/alqueirão.

- Imóvel sobradado em Ribeirão Preto - SP, localizado na Av. Plínio de Castro Prado, com salão e WC privati-

Revista Canavieiros - Março de 2015

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vos, sacada, 03 dormitórios, sendo 01 suíte, armários embutidos, banheiro social, sala, sala de jantar, jardim de inverno, cozinha com armários, área de serviço, quarto com estante em alvena-ria, WC, despensa, varanda coberta, ótima área externa.

Excelente ponto comercial. Área construída: 270 m².

Tratar com Marina e Ailton pelos te-lefones: (17) 9 9656 3637 e (16) 9 9134 8033 - Marina

(17) 9 9656 2210 e (16) 9 9117 2210 – Ailton.

VEndE-sE - Destilaria completa com capacidade

para 150.000 litros de etanol hidratado por dia: composta por preparo de cana com picador, nivelador, desfibrador, tur-bina e esteira de 48”; 4 ternos de moen-da 20 x 36 com turbina e 2 planetários TGM; caldeira; destilaria; trocadores de calor; tratamento de caldo e Gerador 2000 KVA, enfim, Destilaria completa a ser realocada. Na última safra obte-ve uma moagem de aproximadamente 350.000 toneladas. Preço a combinar. Localizada no município de Tambaú-SP.

Tratar com Edson pelos telefones e/ou e-mail (19) 9 9381-3391 / 9 9381-3513 / 9 9219-4414

e-mail: [email protected]

VEndEM-sE- Motor de 75CV com bomba KSB

100/6 revisada e sem uso;- Chave de partida ‘’a óleo”;- Transformador de 75 KVA;- Postes duplos T de cimento;- Chaves de alta, para raios, cabo e etc.Tratar com Francisco pelo telefone

(17) 9 8145-5664.

VEndEM-sE ou ARREndAM-sE - Destilaria de Cachaça e álcool,

completa, (10.000 litros de cachaça por dia). Esteira de cana inteira, picador com 22 facas, esteira de cana picada, dois ternos 15x20, esteira de bagaço. Peneira Johnson, cush-cush. Caldeira de 113 m². Máquina a vapor de 220 HP (toca os ternos e o picador). Seis dornas de fermentação de 10.000 litros cada. Destilaria de bandeja/calota A e B de 600 mm de diâmetro com trocador de calor. Dois tonéis de madeira amen-doim com capacidade de 50.000 litros cada. Valor R$ 600.000,00. Estudo troca por imóvel. Localização: Laran-

jal Paulista. Tratar com Adriano pelos contatos: [email protected] ou (15) 9 9705-9901. Veja vídeo em: www.you-tube.com/watch?v=_mzWp3PCavA.

VEndE-sE - Cultivador marca DMB Novo São

Francisco para cana crua e queimada, com haste dupla e com motor hidráuli-co. Acompanha asas para sulcar e mar-cador de banquetas com pistão.

Valor: R$16.000,00.Contatos com proprietário: (16) 9

9609-5158 ou (16) 9 97660328 com Edinelson/Edenilson.

VEndEM-sE

- Ordenhadeira Mecânica completa com 4 unidades, Usinox.

Obs: também funciona quando liga-da no trator;

Tratar com José Augusto pelo tele-fone (16) 9 9996-2647.

VEndEM-sE- Caminhoneta, F-350, 2001;- Caminhoneta, Ranger, 2004;- Trator 275 nº 12 MF, 1991;- Trator 275 nº 13 MF, 1991;- Trator 275 nº 17 MF, 1993;- Trator 275/4 nº19 MF, 2000;- Trator 620/4 nº06 MF, 1994;- Trator 292/4 nº08 MF, 2003;- Trator 1780/4 nº03 Valmet,1990;- Plantadeira nº 22 JM 2670 PD, 2009;- Plantadeira nº 23 JM 2670 PD, 2011;- Plantadeira nº 24 JM 2670 PD, 2010;- Plantadeira nº 43 JM 2980 PD EX, 2002;- Transbordo nº 50 Rinnus, Agromer, 99;- Colhedeira nº47, D Master III,

MIAC, 2011;- Colhedeira nº49, D Master III,

MIAC, 2011;- Colhedeira nº46, D Master III,

MIAC, 2011;- Colhedeira nº45, D Master III,

MIAC, 2005;- Colhedeira nº52, Twin, MIAC, 2013;- Arrancador nº 69, verde e amarelo

OBB, 1999;- Arrancador nº 68, azul e preto,

OBB, 2000;- Arrancador nº 70, verde e laranja,

Santal, 2001;- Arrancador nº 59, AIA BM 4 litros

BM Dumont, 2012;- Pulverizador, Advanced, Jacto, 2003;- Pulverizador, Columbia, Jacto, 1995. Tratar com Adailton pelo telefone

(16) 9 9174-4912.

VEndE-sE Ou ALuGA-sE - Salão medindo 11,00 metros de

frente por 42,00 metros de fundo 462 metros, possui cobertura metálica com 368,10 metros, localizado à Rua Carlos Gomes 1872, Centro, Sertãozinho-SP, preço a combinar.

Tratar com César pelo telefone (16) 9 9197-7086.

VEndEM-sE- Fazenda de cana na região de Fran-

ca-SP, área de 450 alqueires, 330 alquei-res em cana já arrendada para usina, 3 km do asfalto média de 50 a 60 km das usinas Batatais, Buritizal, Cevasa-Car-gil, casa sede, 3 casas de funcionários, 1 curral completo, documentação ok;

Tratar com Miguel pelo telefone (16) 9 9312-1441.

VEndEM-sE- Fazenda em Rancharia -SP, com

400 alqueires, em cana própria, às mar-gens da rodovia, 40 Km da Usina;

- Sítio de 2,7 alqueires, em Cajuru--SP R$ 220.000,00;

- Apartamento em lançamento, pró-ximo a USP, com parcelas a partir de R$ 505,00;

- Casa no condomínio Ipê Amarelo, em Ribeirão Preto, casa nova maravilhosa;

- Apartamento Jardim Botânico, 3 suítes, com armários, imóvel novo, pró-ximo ao Parque Carlos Raya;

- Sala comercial, em Ribeirão Preto, próximo ao Ribeirão Shopping;

- Terreno no condomínio Olhos D’Água em Ribeirão Preto, prolonga-mento da AV: Prof. João Fiusa;

- Casa no Condomínio Quinta do Golfe, em Ribeirão Preto, armários, e toda estrutura de lazer no condomínio.

WWW.SORDIEMPREENDIMEN-TOS.COM.BR

Tratar com Paulo pelos telefones (16) 3911-9970 (16) 9 9290-0243.

VEndE-sE - Trator 292 MF, traçado, 2007.Tratar com Saulo Gomes pelo telefo-

ne (17) 9 9117-0767.

VEndEM-sE - Duas casas, no mesmo terreno,

com três cômodos cada, localizada à Rua Pedro Biagi, 789, em Sertãozinho--SP. Valor: R$ 230.000,00;

- 01 estabelecimento comercial, montado com base para Academia, em

Revista Canavieiros - Março de 2015

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um terreno de 200m², contendo uma casa de laje com dois quartos, sala, co-zinha, copa e banheiro e, ainda, uma sala comercial para escritório. O esta-belecimento fica localizado à Rua. Ân-gelo Pignata, 23, em Sertãozinho-SP. Valor: R$ 230.000,00 ;

- 01 casa de aproximadamente 500m², com seis cômodos e dois salões comer-ciais com banheiro, separado da casa, localizada à Rua. Augusto Zanini, 1056, Sertãozinho-SP. Preço a combinar.

Tratar com João Sacai Sato pelo tele-fone (16) 3610-1634.

VEndE-sE

- Ônibus Mercedes Benz – Of 1318, ano 1994.

Tratar com Marcio José Sarni pelos telefones: (16) 9 9101-5687 (16) 3946-4200 (ramal 141).

VEndEM-sE

- Colheitadeira Case A7700, ano 2009, - 7700, esteira, motor Cummins M11, Autotrac, máquina utilizada na úl-tima safra.Valor: R$ 128.000,00;

- Colheitadeira Case A8800, ano 2011, esteira máquina na colheita de cana funcionando 100%, rolos preen-chidos. Valor: R$ 270.000,00;

- Colheitadeira Case A7700, ano 2007, série 770678, motor Scania, mo-tor novo, máquina revisada e trabalhan-do. Valor: R$ 118.000,00;

- Colheitadeira Case 8800, ano 2010, motor refeito em julho de 2014, máqui-na revisada e pronta para trabalhar. Va-lor: R$ 250.000,00;

-Transbordo de 10 toneladas ano: 2006 e 2007 R$ 20.000,00;

-Transbordode 8,5 toneladas ano 2002, R$ 15.000,00.

Tratar com Marcelo pelos telefones: (16) 9 8104-8104 ou 9 9239-2664.

VEndEM-sE- VW 15180 / 12 tanque-pipa bom-

beiro;- VW 31320 / 12 tanque-pipa bom-

beiro;- VW 15180 / 11 Oficina Móvel;- VW 26260 / 11 Comboio lubrifi-

cante e abastecimento;- VW 31320 / 10 tanque-pipa bom-

beiro;

- A Revista Canavieiros não se responsabiliza pelos anúncios constantes em nosso Classificados, que são de responsabilidade exclusiva de cada anunciante. Cabe ao consumidor assegurar-se de que o negócio é idôneo antes de realizar qualquer transação.- A Revista Canavieiros não realiza intermediação das vendas e compras, trocas ou qualquer tipo de transação feita pelos leitores, tratando-se de serviço exclusivamente de disponibilização de mídia para divulgação. A transação é feita diretamente entre as partes interessadas.

- VW 15180 / 10 Comboio lubrifi-cante e abastecimento;

- VW 15180 / 09 Comboio lubrifi-cante e abastecimento;

- VW 17180 / 08 Munck;- VW 13180 / 09 Comboio lubrifi-

cante e abastecimento;- VW 12140 / 95 Oficina Móvel;- MB 2726 / 09 Betoneira;- MB 1725 / 09 4x4 Comboio abas-

tecimento;- MB 2423k / 04 Basculante;- MB 2423K / 01 tanque-pipa bom-

beiro;- MB 2318 / 94 tanque-pipa bom-

beiro;- MB 2013 / 81 Munck;- MB 1113 / 69 Toco Chassi;- MB 1513 / 76 Toco Chassi;- F.Cargo 1719 / 13 Toco Chassi;- F.Cargo 2628 / 07 Basculante;- F.Cargo 2626 / 05 tanque-pipa

bombeiro;- F 12000 / 95 tanque-pipa bom-

beiro;- F14000 / 90 tanque-pipa bombeiro;- Prancha Facchini 2008 3 eixos;- Hilux SRV 2010 AUT. Diesel;- S10 2007 Executive 4x4 diesel;- Munck Hincol 43.000;- Munck Hincol 4.000;- Munck 640-18;- Tanque Ferro 15.000 litros;- Tanque Ferro 14.000 litros;- Tanque Ferro 8.000 litros;- Tanque Fibra 16.000 litros;- Tanque Fibra 15.000 litros;- Caçamba Basculante Toco;- Caçamba Basculante Truck;- Baú Sider;- Comboio 2.000 litros lubrificante e

abastecimento;- Borracharia Móvel.Tratar com Alexandre pelos telefo-

nes: (16) 39451250 / 9 97669243 Oi / 9 92402323 Claro, whatsApp / 78133866 id 96*81149 Nextel.

VEndEM-sE- Grade niveladora de arrasto com 42

discos de 18 polegadas R$ 2.500,00;- Bazuca com capacidade de 6.000

Kg R$ 4.000,00;- Pá carregadeira, modelo 938 GII,

ano 2006 série 0938 GERTB em bom estado de conservação. R$ 150.000,00;

- Conjunto de irrigação completo com Ferti-Irrigação, filtro de areia e gotejador Uniram Flex 2,31 x 0,70m com +\- 30 mil metros, sem uso R$ 52.000,00;

- Trator modelo BH 205, gabina-do completo com ar-condicionado e hiflow, ano 2010 com 4.241,3 horas de uso R$ 120.000,00;

- Trator modelo BH 205, gabina-do completo com ar - condicionado e hiflow, ano 2010 com 5.356,1 horas de uso R$ 120.000,00.

Tratar com FURTUNATO pelos te-lefones (16) 3242-8540 – 9 9703-3491 [email protected] Prazo a combinar.

VEndEM-sE

- L200, traçada, cor branca, ano 2006, com ar-condicionado.

Tratar com Raul pelo telefone (34) 9972-3073.

VEndEM-sE - Cultivador e sulcador de cana

DMB, com marcador de pistão comple-to para cana crua e queimada, ano 2004;

- Grade aradora Civemasa, 16x34 es-paçamento 360mm (seminova);

- Grade Niveladora 20x20 de arrasto e transporte no hidráulico;

- TratorValmet 88, ano 82 ótimo es-tado;

- Roçadeira da marca Camak 1.90, ano 2001;

- Arado 3 bacias, reversível marca Santa Isabel;

- Carpideira de 5 linhas;- Gradearadora mecânica, 16x26 es-

paçamento 230mm com transporte de pneus marcaTatu.

Tratar com Waldemar pelos telefones: (16) 3042-2008/ 9 9253-6989 / (16) 9 8186-9035 (Tim) / 9 9739-6005 (Vivo).

COMPRA-sE - Área que seja própria para o

plantio de cana, em torno de 20 al-queires, pode estar arrendada ou em cana própria ou pasto, que seja pró-xima a Usina.

Tratar com José Antônio pelo telefo-ne: (16) 9 91425362 ou 16 34917144 à noite.

Revista Canavieiros - Março de 2015

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Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português.

...e naquele silêncio entre corpos encaixados lançou a pergunta fatal: Qual o meu melhor sentimento? O nu. - Renata Carone Sborgia

Livro: Trechos Tecidos com Palavras... Sentimentos...Afins... Sem Fim... Madras Editora

Cultivando a Língua Portuguesa

1) Maria sempre está envolvida com trabalhos “beneficientes”.Maria precisa também se envolver com a Língua Portuguesa!

O correto é: beneficentes.Alguns exemplos:Correto - Anseio Errado - AnceioCorreto - Cabeleireiro Errado - CabeleleiroCorreto - Empecilho Errado - ImpecilhoCorreto - Iogurte Errado - IorguteCorreto - Sobrancelha Errado - Sombrancelha

2) Ela é “pão-dura”!Não é verdade com a escrita incorreta!

O correto: pão-duro (usar o hífen e no plural: pães-duros)Regra fácil: duro concorda com a palavra pão.

3) A casa é “germinada”? Com certeza não! O correto é: geminada

4) Regra fácil: A casa vem “coladinha” em outra. A casa é geminada.

A palavra vem de gêmeos.O que germina é semente.

Biblioteca “General Álvaro Tavares Carmo”

Análisis de Caña de Azúcar

“O presente manual é um guia para a rea-lização de análises de cana-de-açúcar e, em particular, para determinar a qualidade dos sucos ou extratos da mesma.

Neste documento se apresentam funda-mentalmente duas técnicas, uma que utiliza o suco primário (primeira extração, prensa hidráulica ou moinho experimental) e outra que se leva a cabo mediante uma extração via líquido, denominada análise direta.”

(Trecho extraído e traduzido do prólogo do livro)

Referência:AGUILAR, J. E. L. Análisis de caña de

azúcar: fundamentos y procedimientos de laboratorio. Santiago de Cali: Editorial

Catorse, 2014.

Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem

procurar a Biblioteca da [email protected]

www.facebook.com/BibliotecaCanaoesteFone: (16) 3524-2453

Rua Frederico Ozanan, nº842 Sertãozinho-SP

Renata Sborgia

Coluna mensal* Advogada, Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de

vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.

PARA VOCÊ PENSAR:

Se viramos? Se viramos menina, namorada, mãe, amante, ficante... Se viramos artistas, escritoras, pintoras, narradoras de histórias, protagonistas, vítimas, vilãs... Se viramos nos caminhos andados no ora com passos bem dados no ora tropeçados...Se viramos santas, doidas, onças, gatas... Se viramos a mesa, o jogo, um soco, a página da vida...Se viramos profissionais, guerreiras do dia a dia, na saúde, tristeza, doença e alegria... Se viramos??? Viramos sim a nossa vida do avesso, as outras, os amores, sabores, dissabores... Sempre viramos pela nossa essência fatal de mulher seja o qualquer que vier. Onde está este tal instinto feminino??? No DNA. Vira??? Se vira sempre. Meu amigo o instinto é feminino, marcado com carinho, querido, sentido e amado... e se vira... Sim: vira e gira.

RENATA CARONE SBORGIA— publicada eprotegido pela Lei dos Direitos Autorais 9.610/98

Revista Canavieiros - Março de 2015

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IV sIMPósIO TRABALHIsTA sIndICAL – CEIsE BR E GEHAI

data: 10 de abril de 2015Horário: a partir das 8hLocal: Auditório Centro Empresarial Zanini, av. Marginal

João Olézio Marques, 3563 – Sertãozinho – SP.

2ª REunIãO 2015 - GRuPO FITOTÉCnICO dE CAnA – IAC (InsTITuTO AGROnôMICO dE CAMPInAs)

data: 14 de abril de 2015Horário: a partir das 13h Local: Centro de Convenções da Cana do IAC - Rodovia

Antônio Duarte Nogueira – km 321 (Anel Viário Contorno Sul), Ribeirão Preto – SP.

EnCOnTRO dE COnFInAMEnTO dA sCOT COnsuLTORIA

data: 15/04/2015 e 16/04/2015Cidade: Ribeirão Preto/SPLocalização do Evento: Centro de Convenções Ribeirão

Pretosite: www.encontroconfinamento.com.brTelefone: (17) 3343 5111E-mail: [email protected]

VI FóRuM E EXPOsIçãO ABIsOLOdata: 15 e 16 de abril de 2015Horário: A partir das 8h Local: Centro de Eventos Pereira Alvin – Av. Maurílio

Biagi, 1.800 – Ribeirão Preto/SPMais informações: www.forumabisolo.com.br

1ª REunIãO CAnAPLAn 2015data: 24 de abril de 2015Local: Centro de Convenções da Cana do IAC - Rodovia

Antônio Duarte Nogueira – km 321 (Anel Viário Contorno Sul), Ribeirão Preto – SP.

EventosAGRIsHOW 2015 – 22ª FEIRA InTERnACIOnAL

dE TECnOLOGIA AGRíCOLA EM AçãO data: 27 de abril a 01º de maio de 2015Horário: das 8h às 18hLocal: Rodovia Antônio Duarte Nogueira, Km 321 - Ri-

beirão Preto (SP)Ingressos: Venda na bilheteria - www.agrishow.com.br

WORksHOP GRATuITO sOBRE RECOnHECIMEnTO dE AnIMAIs PEçOnHEnTOs nOs CAnAVIAIs

data: 29.04.2015Horário: das 9h às 17h Local: Museu Biológico – Instituto Butantan - Av. Dr. Vi-

tal Brasil, 1500 Butantan – SPInscrições: [email protected]

CuRsO OnLInE: COnTROLE EsTRATÉGICO dO CARRAPATO BOVInO - RhIPICEPhALUS

(BOOPhILUS) MICROPLUSEmpresa Promotora: AgripointTipo de Evento: Curso online ou à distânciadata: 20/04/2015 a 01/06/2015site para aula: www.agripoint.com.brTelefone: (19) 3432 2199E-mail: [email protected]

VII sIMPósIO TECnOLOGIA dE PROduçãO dE CAnA-dE-AçúCAR

data: de 15 a 17 de JulhoInscrições: Até o dia 24 de MarçoLocal: Teatro UNIMEP – Campus TaquaralEndereço: Rodovia SP-308Mais informações: www.simposiodecana.comFone: (019) 3417-2138E-mail: [email protected]

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