Upload
carlos-andre-rabello-silva
View
5.790
Download
2
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Apostila de disciplina sobre Gestão de Produto. Autor: Carlos André Rabello Silva, M.Eng
Citation preview
Gestão de
Produto
Professor Carlos André Rabello Silva, MSc
v. 1.0
Junho de 2004
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
1
SUMÁRIO
1. Definição de Produto ............................................................................................2
2. O Papel do Gerente de Produto...........................................................................2
3. Produtos para o Mercado Doméstico..................................................................4
4. Produtos para o Mercado Corporativo...............................................................6
5. Posicionamento......................................................................................................8
6. Diferenciação do Produto.....................................................................................9
7. O Ciclo de Vida do Produto ...............................................................................11
8. Decisões de Mix de Produto ...............................................................................15
9. Planejando Novos Produtos ...............................................................................18
10. Tipos de Organização para o Desenvolvimento de Novos Produtos ............19
11. O Processo de Desenvolvimento de Novos Produtos .....................................20
12. Identificação do Produto: Políticas e Estratégias de Marcas.......................24
13. Embalagem ........................................................................................................30
APÊNDICE – Ferramentas Matemáticas no Auxílio às Tomadas de Decisõesem Gestão de Produto .........................................................................33
BIBLIOGRAFIA.....................................................................................................43
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
2
1. Definição de Produto
Produto representa o conjunto de atributos físicos (design, funções, etc), intangíveis
(atendimento, assistência, garantia, etc) e identidade (marca, rótulo, imagem, etc)
desenvolvidos para satisfazer e exceder as necessidades e desejos dos compradores. Esta visão
ampla de produto ultrapassa os limites do conceito dos atributos físicos, tangíveis e
funcionais. É um conceito sobre o produto total que inclui embalagem, marca, logotipia e
serviços ao consumidor que adicionam e agregam valor ao objeto principal de venda e que
servem como um “meio” para que as empresas atendam as exigências de seu público-alvo
conforme ilustrado na figura 1 abaixo.
Figura 1 – O conceito amplo de produto
2. O Papel do Gerente de Produto
Também chamado de Brand Manager, o gerente de produto é o indivíduo que possui a
responsabilidade e a missão de determinar os objetivos e as estratégias de marketing para
ofertas individuais e linhas de produto. Este profissional poderia ser comparado a um
“tradutor”, onde desenvolve o papel de canal de comunicação entre a linguagem utilizada
pelos departamentos técnicos e operacionais com aquela utilizada pelo mercado,
Físico Intangível
Identidade
EmpresaCliente,Público-
alvoConceito eDesenvolvimento
Oferta
Necessidades,desejos e demandas
Idéia eespecificações
PRODUTO
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
3
“orquestrando” as forças do meio ambiente, utilizando adequadamente as forças internas da
empresa e adequando produtos e serviços através da força do marketing.
Figura 2 – O Papel do Gerente de Produto
O Gerente de Produto tem a tarefa de influenciar o nível, o momento e a composição da
demanda de maneira a ajudar a organização a atingir seus objetivos, ou seja, administrar o
equilíbrio entre a produção e oferta da empresa com a demanda do mercado. Ele deve analisar
o mercado continuamente para desenvolver o adequado posicionamento de seus produtos ou
serviços, implementando a política de preços, treinando e dando suporte à força de vendas e
promovendo uma comunicação mais efetiva junto aos diversos públicos consumidores através
de diferentes vias de distribuição. Na atividade do desenvolvimento de novos produtos, o
brand manager tem a incumbência pela criação de idéias de novos produtos, assim como pela
recomendação para melhoria das ofertas atuais. A força estratégica de uma organização acaba
muitas vezes sendo centrada em sua capacidade administrativa mais do que na qualidade de
seus produtos ou serviços. E esse torna-se o grande diferencial, capaz de promover vantagens
competitivas realmente duráveis.
Linguagem do Mercado– Depto. Vendas– Depto de SAC e/ou Suporte– Pesquisa de mercado– Especialistas– Clientes
Linguagem Técnica– Engenharia– Produção– Financeiro– Logística– Compras
TraduçãoGerente de Produto
Idéia, conceito, desenvolvimento, posicionamento e comercialização deProdutos:• Atendimento e superação das expectativas do cliente e do mercado• Viabilidade financeira• Viabilidade operacional
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
4
3. Produtos para o Mercado Doméstico
A maneira como uma empresa oferece e vende um produto depende para qual perfil de
comprador ele é dirigido. A estratégia de produto voltado para o mercado doméstico (usuário
final e doméstico) difere completamente daquela feita para o mercado corporativo (comprador
industrial e/ou comercial). A classificação de produto abaixo sugerida é baseada, então, em
duas variáveis: (1) tipo de mercado e (2) tipo de comportamento de tal mercado para com o
produto. Para o mercado doméstico as seguintes classificações são sugeridas:
Produtos de Conveniência: bens e serviços que o cliente deseja comprar freqüentemente,
imediatamente e com o mínimo de esforço. O marketing é focado em marca, baixo preço,
muita propaganda de massa e distribuição e grandes redes varejistas e lojistas.
Produtos de Compra: bens e serviços comprados apenas após o cliente ter feito
comparações com outros concorrentes de fatores como preço, qualidade, estilo, características
técnicas, etc. São geralmente mais caros do que os produtos de conveniência e o consumidor
pouco sabe sobre os mesmos. O marketing é focado nos atributos físicos e técnicos, assim
como em serviços de garantia e suporte, preço, design e ponto de venda.
Produtos de Especialidades: bens e serviços com características únicas que fazem com
que os clientes os valorizem e despendam grande esforço para adquiri-los. O foco de
marketing é dirigido em imagem de status à marca, em preço alto, poucos e selecionados
pontos de venda e em personalização do produto.
Produtos Despercebidos: produtos intangíveis ou serviços que o cliente não reconhece
sua necessidade de imediato ou por conta própria.
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
5
Este sistema de classificação permite que marketing obtenha informações adicionais no
planejamento de estratégias de marketing. Como o comportamento de compra do consumidor
difere para cada tipo de produto, assim que um bem ou serviço é classificado como um
produto de conveniência, por exemplo, insights são criados na mente do profissional de
marketing sobre como agir em relação a desenvolvimento de marca, promoção, preço e
métodos de distribuição. O Quadro 1 resume o impacto deste sistema de classificação de
produtos de consumo doméstico no planejamento de um marketing mix eficaz.
FATOR PRODUTOS DECONVENIÊNCIA
PRODUTOS DECOMPRA
PRODUTOS DEESPECIALIDADES
PRODUTOSDESPERCEBIDOS
Exemplos Leite, pão,refrigerante, salãode beleza, gráficaexpress
Roupa, TV, DVD,computador,móveis, sapatos,oficina de carro
Jóias, relógios deouro, carros de luxo,roupas de grife
Segura de vida,serviço funerário,cursos etreinamentos
Fatores do Cliente
Tempo envolvido nacompra
Freqüência dacompra
Importância do Ponto
ComparaçãoPreço/Qualidade
Muito pequeno
Freqüente
Crítico
Pequena
Considerável
Pouco freqüente
Importante
Considerável
Extensivo
Raro
Pouco importante
Muito pequena
Médio
Pouco/Raro
Pouco importante
Considerável
Fatores do Marketing Mix
Preço
Promoção
Tamanho do Canal
Número de revendas
Imagem do ponto
Baixo
Propaganda epromoção de massa
Grande
Muitos
Pouco importante
Relativamente alto
Propaganda e vendapessoal
Relativamente Peq.
Poucos
Muito importante
Alto
Propaganda e vendapessoal
Muito pequeno
Muito pequeno
Muito importante
Relativo /Alto
Propaganda e vendapessoal
Pequeno
Pequeno
Importante
Quadro 1 – Sistema de Classificação de Produtos Doméstico no planejamento de um marketing mixFonte: adaptado de Boone e Kurtz (1995, pg.370)
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
6
4. Produtos para o Mercado Corporativo
Produtos corporativos – também chamados de produtos industriais ou organizacionais –
são consumidos por outras empresas que ou irão utilizá-los para transformação ou
simplesmente revendê-los. Eles podem ser subdivididos da seguinte forma:
Instalações: itens de capital que servem como infra-estrutura básica para a operação do
negócio do comprador. Geralmente são bens com longo tempo de vida útil e envolvem
transações com altos níveis de investimentos, o que faz com que o processo de compra passe
por várias etapas e pessoas nas tomadas de decisões.
Acessórios: itens de capital com custo e tempo de vida menores do que os itens de
instalações. Qualidade e serviços são critérios importantíssimos nesta classe de produto, além
da importância do trabalho de revenda e assistência dos distribuidores.
Componentes: enquanto itens de instalações e acessórios são usados na produção,
componentes são produtos acabados de um fabricante que se tornam parte de um produto final
de outro. São produtos padronizados comprados com maior freqüência, e com grande uso de
venda direta e intermediação de distribuidores e revendedores para compradores menores.
Matéria-prima: produtos naturais e agropecuários ainda no seu estado bruto utilizados na
produção e transformação de produtos finais. Compradores têm suas decisões baseadas na
capacidade do produtor de garantir o atendimento às exigências relativas à qualidade,
quantidade e entrega.
Suprimentos: itens não pertencentes ao produto final do comprador, mas necessários ao
dia a dia da operação da empresa. Também chamados de produtos MRO (manutenção, reparo
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
7
e operação). Envolvem compras regulares e através de revendedores próximos. Itens
padronizados e com concorrência de preço acirrada.
Serviços Corporativos: produtos intangíveis contratados para facilitar seus processos
produtivos e operacionais. A decisão da empresa sobre a terceirização ou manutenção de
recursos internos para tal necessidade de serviço depende diretamente da freqüência desta
carência e o grau de especialização necessária. Preço também é um fator de decisão na
compra de um serviço corporativo.
O Quadro 2 resume o impacto desta classificação no marketing mix.
FATOR INSTALAÇÕES ACESSÓRIOS COMPONENTES MATÉRIA-PRIMA
SUPRIMENTOS SERVIÇOS
Exemplos Fábricas, salas deescritório,equipamentospesados eservidores
Ferramentas,caminhões,mesas, grandesfuradeiras, etc.
Processadores paraPC, amortecedorespara carro,cabeçote de DVD,etc.
Ovos, Algodão,soja, couro, aço,ferro, bauxita,farinha, etc.
Papel para fax eimpressora,canetas,grampeadores, etc
Agência depropaganda,limpeza,recrutamento
Fatores do Cliente
Tempo envolvidona compra
Freqüência dacompra
ComparaçãoPreço/Qualidade
Extensivo
Raro
Qualidadeimportante
Menos Extensivo
Mais freqüente
Preço equalidadeImportante
Menos Extensivo
Freqüente
Qualidadeimportante
Relativo
Pouco Freqüente
Qualidadeimportante
Pequeno
Freqüente
Preço importante
Relativo
Relativo
Relativo
Fatores do Marketing Mix
Preço
Promoção
Tamanho doCanal
Alto
Venda pessoal
Muito pequeno
Relativamentealto
Propaganda evenda pessoal
RelativamentePequeno
Baixo para alto
Venda pessoal
Pequeno
Baixo para alto
Venda pessoal
Pequeno
Baixo
Propaganda pelofabricante
Grande
Relativo
Relativo
Relativo
Quadro 2 – Sistema de Classificação de Produtos Corporativos no planejamento de um marketing mixFonte: adaptado de Boone e Kurtz (1995, pg.374)
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
8
5. Posicionamento
Após escolher a melhor estratégia de marketing para atingir o segmento de mercado
escolhido, uma companhia precisa decidir sobre com posicionar seu produto neste nicho.
Posicionamento significa desenvolver uma estratégia de marketing de produto direcionada a
um segmento de mercado específico e definido para atingir uma certa “posição” na mente do
comprador em potencial. A principal função do posicionamento é distinguir os bens e serviços
da empresa em relação à competição, bem como criar uma estratégia promocional que
comunique a posição desejada. Possíveis estratégias de posicionamento de produto são
sugeridas abaixo:
1. Pelo Atributo – “ Kolynos deixa os dentes mais brancos”
2. Pelo Preço/Qualidade – “O Big é mais barato com as melhores marcas”
3. Pelos Competidores - “ Avis é a número 2, por isso nos esforçamos mais”
4. Pela Aplicação – “SBP é contra os insetos (...) contra os insetos”
5. Pelo Usuário do Produto – “ Ecosport: para você que gosta de aventura”
6. Pela Classe de Produto – “ Kellogg´s é o seu alimento matinal”
Qualquer que seja a estratégia escolhida, o objetivo primário é enfatizar as vantagens
únicas do produto e diferenciá-lo da competição.
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
9
6. Diferenciação de Produto
Qualquer empresa busca por maneiras específicas de se diferenciar no mercado onde atua,
desenvolvendo um conjunto de diferenças significativas para distinguir a sua oferta daquelas
de seus concorrentes. Esta diferenciação pode ser alcançada através dos produtos, serviços,
recursos humanos, canal de vendas e/ou imagem perante o mercado. Vamos discutir aqui as
possibilidades de diferenciação pelo produto.
A distinção de produtos ocorre em níveis diferentes com alguns tipos de bens com maiores
possibilidades do que os outros. Produtos alimentícios como feijão e leite, por exemplo,
oferecem poucas variações e se torna difícil para os fabricantes se diferenciarem pelo produto.
Já automóveis e softwares de gestão são capazes de alta diferenciação. As diferenciações de
produto mais conhecidas estão listadas abaixo:
Diferenciação pelas Características: são aspectos que complementam a função básica do
produto. Ex: a partir de uma aparelho básico de telefone celular, os fabricantes passaram a
acrescentar diversas outras funcionalidades que satisfazem outros desejos dos usuários e
agregam valor ao público que as solicitaram. As empresas devem decidir se oferecem
características sob medida a um custo maior ou se padronizam para baixar os custos. No
Quadro abaixo, a funcionalidade de music player é a que oferece maior satisfação ao cliente
por real de custo para a empresa (4:1). Porém, nas outras, a empresa pode optar por ganhar no
volume de vendas, por exemplo.
Figura 3 – Indicador da Eficácia de Valor para o Consumidor
CARACTERÍSTICA CUSTO PARA A EMPRESA
(1)
VALOR PARA O CONSUMIDOR
(2)
EFICÁCIA PARA O CONSUMIDOR
(3 = 2 : 1)
Tela Colorida 50,00R$ 100,00R$ 2Music Player 100,00R$ 400,00R$ 4Câmera Fotográfica 150,00R$ 400,00R$ 3
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
10
Diferenciação pelo Desempenho: níveis (baixo, médio, alto e superior) pelos quais as
características básicas do produto operam. Há uma correlação comprovada entre qualidade e
rentabilidade do produto, onde o alto desempenho propicia a cobrança de preços maiores,
favorece as compras por repetição, fidelidade do cliente e propaganda boca a boca positiva.
Além disso, os custos para oferecer maior qualidade relativa (comparado à concorrência e à
exigência do consumidor) não são muito maiores do que os custos daqueles produtos que
oferecem nível inferior de desempenho.
Diferenciação pela Conformidade: os compradores (principalmente os corporativos)
exigem produtos que atendam e estejam em conformidade com suas especificações, além
daquelas que são prometidas pelo próprio fabricante.
Diferenciação pela Durabilidade: é a mensuração do tempo de duração previsto para o
produto sob condições naturais e/ou intensas. Esta exigência também é relativa, já que para o
mercado de produtos de inovações constantes como o de computadores e videogames, a
dinâmica das mudanças tecnológicas e os modismos são o que prevalecem nas decisões de
compra.
Diferenciação pela Confiabilidade: é uma medida de probabilidade de que um produto
não apresentará defeitos dentro de um período de tempo específico. Normalmente os
compradores estão dispostos a pagar um preço maior pelos produtos que não apresentam
históricos de defeitos de campo e longo tempo de conserto.
Diferenciação pela Facilidade de Conserto: é uma medida que indica a rapidez e a
atenção de um fabricante em relação a eventuais defeitos ou mau funcionamento de um
produto, além do que, os produtos desenvolvidos a serem fáceis de serem consertados obtém a
preferência dos compradores. Ex: automóveis produzidos com peças padronizadas (Celta) e
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
11
softwares onde o próprio consumidor pode consertar o produto com pouco ou nenhum
desperdício de tempo e dinheiro (suporte da Microsoft via Web ou 0800).
Diferenciação pelo Estilo: a forma como o comprador vê e sente o produto, com a
vantagem de criar distinção para o produto e para o próprio comprador no meio social onde
vive, tornando-os difíceis de serem copiados. Ex: os carros da Jaguar, Ferrari e Audi. A
embalagem representa uma arma do estilo, principalmente em produtos alimentícios,
cosméticos e eletrodomésticos (discutiremos sobre embalagem mais adiante).
Diferenciação pelo Design: a integração e totalidade de características que afetam a
aparência e funções de um produto em termos das exigências dos consumidores. Diferente do
estilo, o design leva em consideração todas as formas de diferenciação apresentadas acima,
onde um produto deve ser tanto de fácil produção e distribuição (ponto de vista da empresa),
quanto agradável de ser visto e de fácil instalação, uso, conserto e descarte. Ex: a Tupperware
desenvolve e anuncia potes plásticos de fácil lacre e acomodação, assim como de eficácia na
manutenção da frescura dos alimentos.
7. O Ciclo de Vida do Produto
Produtos de sucesso geralmente passam por um ciclo de quatro estágios durante o seu
tempo de vida de mercado: introdução, crescimento, maturidade e declínio. Vale ressaltar que
este conceito se aplica a produtos ou categorias de produto de uma indústria, e não a marcas
individuais.
• Introdução: fase inicial no mercado em que o produto é novo para o consumidor
trazendo novas características e funcionalidades dentro de sua categoria, onde o
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
12
objetivo primordial de marketing é estimular demanda para este novo “ entrante”. É
comum neste estágio a empresa despender gastos e investimentos pesados em
propaganda, promoção, desenvolvimento e pesquisa.
• Crescimento: estágio de início de volume de vendas, lucratividade e retorno sobre
investimentos, onde novos cliente fazem suas primeiras compras e consumidores
iniciais partem para a compra repetida. Muitas empresas (seguidoras) evitam os riscos
e preferem entrar no mercado com uma categoria de produto nesta fase ao invés do
estágio introdutório.
• Maturidade: nesta fase o crescimento das vendas e dos lucros atingem um limite no
seu progresso já que um grande número de competidores entrou no mercado iniciando
uma “guerra” de preços e diminuindo as diferenças entre os produtos. É a primeira
vez, no ciclo de vida do produto, que a oferta supera a demanda.
• Declínio: estágio onde inovações, categorias de produtos substitutos e mudança de
preferências dos consumidores geram um declínio absoluto nas vendas, nos lucros e a
indústria começa, conseqüentemente, a reduzir sua produção e venda dos produtos
nesta fase, assim como ocorreu com o comércio de discos de vinil em detrimento da
rápida entrada e aceitação dos Compact Discs (CDs) no mercado de música.
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
13
Figura 4 – Estágios no Ciclo de Vida do Produto
Sabendo que as vendas e lucros obedecem, na maioria dos casos, uma linha de progressão
no ciclo de vida do produto e que a ênfase promocional se move, tipicamente, da informação
do produto durante os primeiros estágios para promoções de vendas agressivas nas útlimas
fases, marketing pode se focar em maximizar os resultados em cada estágio através de
esforços e ações apropriadas. Elas devem ser planejadas para estimular demanda no estágio
introdutório e, na seqüência, para cultivar demanda seletiva durante a fase de crescimento. A
segmentação de mercado e o Marketing de Relacionamento são os mais adequados no estágio
de maturidade, enquanto a fase de declínio requer esforços para retornar à criação de demanda
primária.
7.1. Estendendo o Ciclo de Vida do Produto
Um dos objetivos e desafios de marketing é tomar ações que prolonguem o ciclo de vida
do produto o máximo possível. E isto pode se tornar viável se feito a tempo ainda no estágio
de maturidade. A partir daí, marketing pode estender o tempo de vida do produto
NovosCompradores
Novos +Compradoresem Retenção
Compradoresem Retenção
Computadores“Sem-fio”
Introdução Crescimento Maturidade Declínio
TEMPO
VENDASE
LUCRO
Lucro
Vendas
Carros “ Flex”Telefone Celular
Disquete
ClientesPerdidos
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
14
indefinidamente com estratégias desenvolvidas para (1) aumentar a necessidade da freqüência
de uso pelo consumidor, (2) identificar e explorar novos nichos de mercado para o mesmo
produto, (3) encontrar novos usos e aplicações para o mesmo produto e (4) inovar e
implementar mudanças físicas como embalagem, rótulo, marca e/ou qualidade do produto.
Figura 5 – Overlap de Ciclos de Vida entre Produtos A e BFonte: baseado em compilação de bibliografia
Figura 6 – Extensão do Ciclo de Vida do ProdutoFonte: baseado em compilação de bibliografia
VENDASE
LUCRO
Introdução Crescimento Maturidade Declínio
TEMPO
Produto A
Produto B
Overlap
VENDASE
LUCRO
Introdução Crescimento Maturidade Declínio
TEMPO
Produto A
- Inovações- Novos usos- Novos nichos- Aumento dafreqüência
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
15
8. Decisões de Mix de Produto
Mix de Produto significa a variedade de tipos, divisões ou classificações de linhas de
produtos, ofertas e/ou unidades de negócios de uma organização. Os dois componentes
primários de um mix de produto são as linhas de produto – série de produtos relacionados –
e ofertas individuais – formam e representam a linha de produto.
Figura 7 – Mix de Produto da PepsiCoFonte: adaptado de Boone e Kurtz (1995, pg. 394)
A Figura 7 demonstra, através do exemplo da PepsiCo, que o Mix de Produto é mensurado
em termos de Largura, Comprimento e Profundidade. A largura da variedade se refere ao
número de ofertas que a empresa possui no seu portifolio (refrigerantes, salgadinhos e
restaurantes); Comprimento representa o número de produtos dentro do mix (4 para
refrigerantes com Pepsi-Cola, Pepsi-Diet, Pepsi-Twist e Mountain Dew); Profundidade
significa a variação de cada linha de produto (3 ofertas individuais para a linha de Doritos
com Nacho, Salsa e Tradicional).
RefrigerantesPepsi-ColaPepsi DietPepsi TwistMountain Dew
Mix de Produto
Lin
ha d
e Pr
odut
o
RestaurantesPizza HutTaco BellKFC Corp
SalgadinhosLay´sCee-tosDoritos
NachoSalsaTradicional
Oferta Indiviual
<Largura>
<Com
prim
ento
>
<Profundidade>
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
16
8.1. Análise do Mix de Produto Atual
Uma empresa inicia o seu planejamento de produto através de uma avaliação inicial do seu
mix existente. Isto é feito analisando a oferta atual e a variedade de marcas dentro de cada
linha. Marketing procura por brechas no mix que podem ser preenchidas com novos produtos
ou com mudanças e inovações nas ofertas atuais. Foi quando a PepsiCo, por exemplo,
acrescentou as linhas Diet em seu portifolio de refrigerantes, preenchendo o “vazio” que
existia na sua oferta para consumidores preocupados com quantidade de calorias, açúcar e
cafeína. Um importante racional nesta avaliação é determinar as possibilidades da extensão e
da linha e evitar prováveis efeitos de canibalização entre produtos.
Extensão da Linha: Novos produtos que possuem características próximas com os atuais
da mesma linha, mas apelam para nichos de mercados diferentes.
Figura 8 – Análise da Extensão da Linha na ParmalatFonte: baseado em compilação da bibliografia
Canibalização: Introdução de nova linha de produtos que roubará vendas de outra oferta
na mesma linha de produto. Ex: no mix de produtos da GM atual, o modelo modernizado do
Biscoitos Leite Longa Vida MassasCereaisParmalat
Parmalat IntegralParmalat Semi-DesnatadoParmalatDesnatadoParmalat DietalatParmalat LightParmalat LactoseReduzidaAlimba Semi-desnatadoAlimba Desnatado
Cereal de Milhocom ChocolateChoco BolCereal de Aveiac/marshmallowsCorn Flakes
E x t e n s ã o
Extensão
Biscoito de Leite comRecheio de ChocolateVitaminadoBiscoito de Leite comCoco VitaminadoRecheado VitaminadoMorangoWafer Morango/ WaferChocolatePalitos de ChocolateCoberto de ChocolateBiscoito Água e Sal MariaVitaminadoBiscoito MaizenaVitaminado
SpaghettiSpaghettiniFettuccineCavatappiFarfalleFusilliPenneRigateRigatoni
Derivadosde Tomate
Polpa deTomateMolho deTomateTomate sempele empedaços
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
17
Corsa “roubou”, durante um certo tempo, vendas do modelo Astra. O esforço de marketing
deve ser lançar novos produtos similares que gerem demanda e receitas adicionais à
companhia.
8.2. A Importância das Linhas de Produto
Há, basicamente, quatro motivos que são vistos como benefícios para uma empresa
desenvolver uma completa variedade de linhas produtos, ao invés de se concentrar apenas em
uma oferta individual:
Desejo de Crescer: lançar sempre novos produtos para aproveitar todo o potencial de
recursos e mercado para aumentar sua participação, faturamento e lucro, bem como
compensar variações sazonais nas vendas de suas ofertas atuais.
Otimização do Uso dos Recursos da Empresa: “rateando” os custos da operação – fábrica
e logística – através de uma série de produtos, uma organização é capaz de reduzir o custo
unitário médio de produção e marketing de cada linha.
Aumento da Importância da Companhia no Mercado: o mercado – consumidores e canais
de distribuição – tendem a valorizar mais uma empresa com um variedade de linhas de
produto do que aquelas com apenas uma oferta individual.
Exploração do Ciclo de Vida do Produto: novos produtos asseguram que uma companhia
não se torne vítima da obsolescência de produtos que se encontram nos estágios de
maturidade e declínio do ciclo de vida e, assim, continuem a prosperar.
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
18
9. Planejando Novos Produtos
O esforço de desenvolvimento do produto requer um trabalho de planejamento
considerável e avançado. Novos produtos representam o sangue da vida de qualquer negócio e
um fluxo permanente de novos lançamentos deve existir para a sobrevivência de uma
organização. Alguns novos produtos podem envolver grandes inovações tecnológicas, já
outras não passam de simples extensão da linha. Uma pesquisa recente revelou que apenas 10
por cento das introduções de novos produtos são verdadeiramente novos produtos.
A estratégia de uma empresa para o desenvolvimento de novos produtos varia de acordo
com o mix atual e até onde as ofertas correntes atendem os objetivos gerais de marketing,
assim como pela forma que é afetada pelo posicionamento dos seus produtos no mercado. Há
quatro alternativas de estratégias de desenvolvimento:
Penetração de Mercado: estratégia que procura aumentar as vendas dos produtos atuais
em mercados já existentes, através de modificação no produto, melhoramento da qualidade ou
da promoção de novas utilidades para o mesmo – estratégia de posicionamento. Ex:
promoção do tênis utilizado como roupa social.
Desenvolvimento de Mercado: estratégia direcionada a encontrar novos mercados para
produtos existentes – estratégia de segmentação de mercado. Ex: McDonald´s expandindo
seus produtos de fast-food para os mercados asiáticos.
Desenvolvimento de Produto: estratégia de introdução de novos produtos em mercados
já estabelecidos e amadurecidos. Ex: celulares com câmera fotográfica no mercado de
telefonia móvel.
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
19
Diversificação de Produto: estratégia voltada ao desenvolvimento de novos produtos
para novos mercados. Ex: aquisição da britânica Jaguar pela americana Ford com o objetivo
de iniciar presença no mercado de carros luxuosos, sem mudar a identidade de sua linha atual.
Figura 9 – Alternativas de Estratégias de Desenvolvimento de ProdutoFonte: adaptado de Boone e Kurtz (1995, pg. 399)
10. Tipos de Organização para o Desenvolvimento de Novos Produtos
O estímulo e a coordenação para o desenvolvimento de novos produtos requer uma
estrutura organizacional eficaz. As formas de organização e funções mais utilizadas são os
comitês de novos produtos, departamentos de novos produtos, gerentes de produto e times de
produto. Estes modelos são apresentados e resumidos no Quadro 4 abaixo.
ENTIDADES/FUNÇÕES DESCRIÇÃO
Comitês de Novos Produtos Composto de representantes da alta administração de diversas áreasparticipando apenas do processo de avaliação e aprovação. Forma lenta econservativa de tomada de decisão.
Departamentos de Novos Produtos Grupo formalmente separado para novos lançamentos, responsáveis portodas as fases como filtragem de idéias, conceito, especificações e testes.O chefe do departamento possui autoridade significativa e se reporta
Penetração de Mercado
Estratégia: Investir + recursosem modificação do produto,melhoria da qualidade ou novosmeios de promoção aumentarvendas no mercado atual
Desenvolvimento de Produto
Estratégia:Introdução de novos produtos em mercados jáestabelecidos
Desenvolvimento deMercado
Estratégia: concentrar esforços para encontrar novos mercadospara produtos atuais
Diversificação de Produto
Estratégia: Desenvolver novos produtos para novos mercados
Produto Antigo Produto Novo
Mercado Antigo
Mercado Novo
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
20
diretamente à alta administração.
Gerentes de Produto Também chamado de Brand Manager, são os indivíduos responsáveisem determinar os objetivos e estratégias de marketing para linhas deproduto e/ou ofertas individuais. Dão atenção individual e especial paracada produto e podem utilizar a força de vendas, departamento depesquisa e comunicação para suportá-lo em atividades como definição depreço, programas promocionais e vendas, assim como para seuenvolvimento nos trabalhos de desenvolvimento, criação de novas idéiase recomendações para melhorias nos produtos atuais.
Times de Produto Grupo multidisciplinar, com especialistas de diversas áreas da empresareunidos para desenvolver novos produtos. Geralmente são lideradospelo gerente de produto e possuem autoridade necessária para ambos,planejamento e implementação dos cursos de ação. Apesar do tempo devida do grupo ser flexível, ele pode durar mais do que um ano,dependendo da longevidade e potencial comercial do produto.
Quadro 4 – Estruturas Organizacionais para o Desenvolvimento de Novos ProdutosFonte: baseado em Boone e Kurtz (1995, pg.400)
Figura 10 – Organização por Time de Produto: Caso Dell
11. O Processo de Desenvolvimento de Novos Produtos
O desenvolvimento de novos produtos representa uma atividade cara, demorada e
arriscada. Além disso, são necessárias dezenas de novas idéias para que apenas 20 por cento
Financeiro
Engenharia
Serviços
MateriaisCompras
MARCOM
Logística
Gerentede
Produto
Exemplo de Time de ProdutoCaso Dell: Center of Competence (CoC)
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
21
delas, aproximadamente, resultem num projeto de sucesso, sem falar que metade dos recursos
investidos em inovações de produtos são gastos com produtos fracassados. Vários motivos
podem ser citados para estes números alarmantes como análise de mercado inadequada, falta
de orientação mercadológica, fraca filtragem de idéias e avaliação de projeto, defeitos de
engenharia e esforços de lançamento insuficientes.
Porém, um gerenciamento efetivo de cada etapa do processo de desenvolvimento aumenta,
significativamente, as probabilidades do sucesso de um produto no mercado. E como, na
maioria dos setores da economia, as mudanças tecnológicas e do comportamento do
consumidor estão cada mais rápidos, o método mais recomendado é chamado de Abordagem
Paralela. Este conceito, introduzido pela primeira vez pela marinha americana na construção
de mísseis e submarinos, utiliza times de produto, conforme visto acima, com indivíduos de
diferentes departamentos envolvidos com o processo de desenvolvimento, desde a geração de
idéias até a fase final de comercialização. Este método – denominados de PERT (Program
Evaluation and Review Technique) e CPM (Critical Path Method) pela US Navy – reduz o
tempo necessário para o lançamento de novos produtos devido ao trabalho conjunto e paralelo
de todas as áreas durante todas as etapas, ao invés do trabalho onde cada departamento se
envolve em apenas uma fase do projeto. As etapas do processo de desenvolvimento de novos
produtos podem ser divididas em:
1. Geração de Idéias – existem várias fontes de idéias motivadoras para o
desenvolvimento de novos produtos como a força de vendas, consumidores,
colaboradores, especialistas em pesquisa e desenvolvimento, produtos concorrentes,
fornecedores, revendedores ou até mesmo inventores independentes. De todos estes, o
feedback dos clientes é, sem dúvidas, o gerador de idéias mais importante.
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
22
2. Triagem – etapa que envolve a separação das idéias com potencial daquelas que não
vão de encontro com os objetivos da organização. São usados checklists para verificar
fatores como peculiaridades exclusivas do produto, disponibilidade de matéria-prima,
compatibilidade com padrões das ofertas atuais, unidades fabris e capacidades
existentes.
3. Análise de Negócio – processo de avaliação das forças competitivas, potencial de
mercado e crescimento do novo produto. Após isso, decisões devem ser tomadas sobre
a compatibilidade do produto proposto com os recursos da companhia, como por
exemplo, o suporte financeiro necessário para ações de promoção, produção e canais
de distribuição. Uma atividade importante deste estágio é o teste de conceito, um
projeto de pesquisa de mercado que procura mensurar as atitudes e percepções em
relação a uma idéia de produto antes do seu desenvolvimento, como pesquisas de
grupo focal e entrevistas dentro da loja. Os estágios de triagem e análise de negócio
são extremamente importantes porque (1) definem o público-alvo e suas necessidades
e desejos e (2) determinam as exigências técnicas e financeiras do produto. Diversos
estudos indicam que as empresas que gastam mais tempo e dinheiro nas atividades
pré-desenvolvimento usufruem de taxas maiores de sucesso de produto, redução de
erros e tempo gasto no desenvolvimento.
4. Desenvolvimento – processo de conversão da idéia de um produto no produto físico
em si, onde a engenharia transforma o conceito original ainda no “papel” num produto,
e marketing, por sua vez, fornece feedback do cliente a respeito de suas reações ao
design, embalagem, cor ou qualquer outra característica física. Muitas mudanças
podem se fazer necessárias antes do protótipo original ser convertido num produto
final. Neste fase, várias empresas utilizam softwares de simulação em 3D para reduzir
o número de protótipos necessários e agilizar o processo de desenvolvimento.
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
23
5. Teste de Mercado – Primeiro estágio onde o produto será testado e utilizado num
ambiente real. É o processo de seleção de uma área geográfica ou população
representativa de um mercado-alvo (amostra) utilizada para testar a funcionalidade do
novo produto, assim como a sua respectiva campanha de marketing. As operadoras de
telefonia fixa no Brasil utilizaram em demasia este método para testar a aceitação do
mercado à nova tecnologia digital de transmissão de voz e dados. A cidade e
população de Sorocaba foram escolhidas para o teste de funcionalidade e preço.
Muitas empresas dispensam esta etapa por verem algumas desvantagens como o alto
custo e tempo envolvidos, além de informar os competidores sobre suas estratégias de
produto antecipadamente. Estas empresas têm as alternativas de (1) utilização de
softwares de simulação de transformação física e projeção de vendas e (2) iniciar as
vendas do novo produto em apenas uma localidade como teste antes de expandir para
outras regiões e mercados.
6. Comercialização – etapa final onde todos os programas de marketing devem ser
estabelecidos e colocados em ação como utilização e treinamento da força de vendas e
parceiros do canal de distribuição, definição da política de preços, estratégia de
distribuição, além de divulgação e promoção maciças para o público consumidor.
Qualquer que seja a estratégia escolhida, o objetivo primário é enfatizar as vantagens
únicas do produto e diferenciá-lo da competição.
11.1. Decisão de Eliminação de Produto
Para se evitar desperdícios, o gerente de produto pode cortar linhas de produto com
resultados fracos, assim como eliminar produtos marginais. Este tipo de avaliação é
freqüentemente feito durante o final da fase de maturidade e início do estágio de declínio do
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
24
ciclo de vida do produto. As empresas geralmente decidem pela eliminação de uma oferta
motivadas pelos seguintes fatores: (1) fracasso no desempenho financeiro, (2)
incompatibilidade com o portifolio e estratégia de produto, (3) dificuldades de fornecimento
de matéria-prima, entre outros.
Há também os casos em que companhias decidem manter produtos não lucrativos com o
intuito de prover uma completa linha de bens a seus clientes. Os supermercados, por exemplo,
perdem dinheiro com itens de baixo valor agregado como sal e arroz, porém os mantém para
continuar atendendo a todas as necessidades de seus consumidores. A Figura 11 ilustra o
processo de decisão sobre o desenvolvimento ou eliminação de uma idéia ou produto.
Figura 11 – Processo de Decisão para o Desenvolvimento de Novos ProdutosFonte: adaptado de Kotler (1998, pg. 280)
12. Identificação do Produto: Políticas e Estratégias de Marcas
Organizações identificam seus produtos com nomes, símbolos e embalagens distintas.
Quase todo produto que é distinguível de um outro contem um meio de identificação para o
comprador, assim como o McDonald´s utiliza os grandes arcos dourados para mostrar sua
existência no mercado como uma grande rede de fast-food. Segundo Kotler, marca é um
nome, termo, sinal, símbolo ou combinação dos mesmos, que tem o propósito de identificar
bens ou serviços de uma determinada empresa ou grupo de organizações, e de diferenciá-los
Geração deIdéias
Idéias doAmbienteexterno einternoVale a penalevar a diante?
Triagem
Valores,objetivos,estratégias eobjetivos erecursos daempresa.Vai deencontro?
Análise deNegócio
Análise demercado ecustos. Testede Conceito.Este produtoterá demanda eserá lucrativo?
Desenvolv.do ProdutoEngenharia,especificações,aceitação docliente eembalagem. Oproduto éviávelcomercial etecnicamente?
Teste deMercado
Produção,propaganda epúblico-alvolimitados.As primeirasvendasatenderam osobjetivos?
Comercial.
Início deinvestimentosem produção eampladivulgação epromoção.As vendasestãosatisfazendo?
Sim Sim Sim Sim Sim
Eliminar Produto ou Idéia
Não Não Não Não Não Não
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
25
dos concorrentes. O Quadro 5 apresenta os principais conceitos a respeito de marcas e suas
terminologias.
Uma marca deve ser criada com o intuito de remeter sua simbologia e tipologia a
significados como atributos, valores, cultura, personalidade e os usuários dos respectivos
produtos e também da própria empresa.
Quadro 5 – Marcas e suas TerminologiasFonte: compilação da bibliografia
12.1. Características de Marcas Efetivas
Uma boa marca, tanto nominal quanto seu símbolo, deve ter as seguintes características:
1. Indicar os benefícios funcionais oferecidos pelo produto (Ex: Coca-Cola oferece
sensação refrescante e sabor; Volvo significa segurança; Gatorade repõe os fluidos
orgânicos).
• Marca Nominal - A parte de uma marca que pode ser expressa em palavras. (ex:Nescafé, Yopa, Passatempo)
• Símbolo de Marca - A parte de uma marca que não pode ser expressa empalavras. (ex: os arcos dourados do McDonald’s)
• Marca Registrada - Marca que tem status legal por ter sido registrada no governofederal. (Ex: Nestlé)
• Marca de Serviço - Marca para um serviço que tem status legal por ser registradano governo federal.
• Marca Comercial - Nome legal sob o qual uma empresa opera. (ex: Nestlé)• Extensão de Marca - Prática de usar uma marca existente para um novo produto.
(ex: Cherry Coke)• Marca da Família -Uso da mesma marca nominal para toda uma linha de
produtos. (ex: Gillete Series)• Licenciamento de Marca - permissão que uma empresa concede a outra pelo uso
de sua marca mediante pagamento de taxas contratuais ou royalties (ex: marcaWalt Disney para fabricantes de roupas, cadernos, etc)
• Marca - Nome, termo, design, símbolo ou qualquer outra característica queidentifique o bem ou serviço de um vendedor como distinto dos bens ouserviços de outros vendedores.
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
26
2. Indicar os benefícios emocionais oferecidos pelo produto (Ex: avançada por comprar
roupas da GAP; competente por usar o Microsoft Office; sofisticada por usar um
perfume Ralph Lauren).
3. Precisa ser positiva, distintiva e fácil de falar e lembrar (Ex: Nike, Omo, Coca-Cola,
IBM, GE, Ford, etc).
4. O nome deve ser coerente com a imagem do produto ou da organização.
5. Precisa estar registrada e permitida legalmente.
6. O nome deve ter uma tradução fácil e que não seja ofensiva em outros idiomas
Figura 12 – Marcas eficientesFonte: compilação da bibliografia
Em alguns casos, um produto individual acaba se tornando tão famoso por sua marca que
seu nome passa a ser considerado como genérico para aquela categoria. Pode-se citar alguns
exemplos mais conhecidos como coca para refrigerantes, xerox como verbo para cópias,
rollerblade para skates in-line ou morey boogie para bodyboard. Todos estes nomes são, na
verdade, marcas de produtos muito conhecidos que acabaram se tornando, aos olhos do
público consumidor, a identificação genérica para estas classes de produtos.
12.2. O Valor de uma Marca
Também conhecido como Brand Equity, o valor de uma marca se refere ao valor agregado
que um certo nome ou símbolo de marca adiciona ao respectivo produto. Ele garante uma
vantagem competitiva para a empresa, pois os consumidores são mais dispostos a comprar um
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
27
bem ou serviço que leva consigo uma marca conhecida e respeitada. Uma marca com valor
serve como a essência da imagem de um produto e, sua aparição, se torna uma propaganda
adicional para a empresa. Ex: o símbolo da concha dourada da Shell na beira da estrada
chama a atenção dos motoristas.
Marcas com valor também representam vantagem financeira. Empresas fortes,
consolidadas e reconhecidas podem, pela força da marca, cobrar preço de mercado geralmente
um pouco acima da concorrência aumentando sua margem, além de aumentar o volume de
vendas.
Os fatores competitivos pelos quais o valor de marca se baseia são (1) lealdade dos
clientes à marca, (2) conhecimento do nome no mercado, (3) a qualidade percebida de seus
produtos, (4) associações que fazem de atributos à marca e (5) outros ativos como patentes,
marca registrada, relações com os canais, etc. O impacto destes fatores ao brand equity é
demonstrado na Figura 13.
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
28
Figura 13 – Fatores Determinantes do Valor da Marca
Em algumas economias do mundo, a marca representa a maior proporção do valor de
mercado de uma empresa, além de seus ativos correntes e permanentes, como ilustra a Figura
14. Neste tipo de avaliação financeira são consideradas variáveis como:
• Liderança;
• Internacionalização;
• Tradição;
• Mercado;
• Adaptabilidade;
• Suporte;
• Proteção Legal.
BRAND EQUITY
NomeSímbolo
QUALIDADE PERCEBIDAQUALIDADE PERCEBIDA
ASSOCIAÇÕES DA MARCAASSOCIAÇÕES DA MARCA
OUTROS ATIVOSOUTROS ATIVOSDA EMPRESADA EMPRESA
CONHECIMENTO CONHECIMENTO DO MARCADO MARCA
LEALDADE A MARCALEALDADE A MARCACustos de MarketingCustos de MarketingAlavancagem comercialAlavancagem comercialtempo para responder aos clientestempo para responder aos clientescriação de conhecimentocriação de conhecimento
Marca familiar Marca familiar simpáticasimpáticasinal de substânciasinal de substânciacompromentimentocompromentimentomarca a ser consideradamarca a ser considerada
Razão de compraRazão de compraDiferenciação / posiçãoDiferenciação / posiçãoPreçoPreçoInteresse do canalInteresse do canal
Diferenciação / posiçãoDiferenciação / posiçãorazão de comprarazão de compracriar atitudes e sentimentoscriar atitudes e sentimentospositivospositivosextensõesextensões
Patentes, trademarks,Patentes, trademarks,relacionamento com orelacionamento com ocanal, etccanal, etc
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
29
Figura 14 – Impacto do Brand Equity no Valor de Mercado de um Empresa
12.3. Lealdade à Marca
Marcas variam em termos de familiaridade e aceitação do público. A lealdade a uma
marca pode ser medida através de três estágios resumidos no Quadro 6 abaixo: (1)
reconhecimento, (2) preferência e (3) insistência.
Reconhecimento de MarcaEstágio de aceitação da marca na qual o consumidor sabe da existência de uma marca, mas não possui nenhuma
preferência por esta em comparação com outras. As estratégias mais conhecidas para alcançar este primeiroestágio é gastar com muita propaganda, oferta de amostras grátis e campanhas de descontos.
Preferência de MarcaEstágio de aceitação da marca na qual o consumidor selecionará uma marca em relação a outras ofertas baseado
em experiências anteriores com a mesma.
Insistência de MarcaEstágio de aceitação da marca na qual o consumidor não aceitará qualquer outra alternativa a não ser a sua marca
preferida e irá buscá-la extensiva e insistentemente.
Quadro 6 – Estágios de Lealdade à MarcaFonte: adaptado de Boone e Kurtz (1995, pg. 412)
12.4. Marcas Próprias x Marcas de Fabricantes
Apesar da maioria das marcas mencionadas e exemplificadas nesta apostila se referirem
aos fabricantes dos respectivos produtos - também conhecidas como marcas de fabricantes -
Faturamento eAtivos
BrandEquity
Valor deMercado
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
30
muitos revendedores, supermercadistas e varejistas em geral também colocam sua marcas
próprias em produtos que eles vendem, porém não os fabricam. Exemplos mais conhecidos
são as redes Angeloni (arroz Super A), Big Shop e farmácias PanVel que disponibilizam
diversas linhas de produtos com marcas próprias.
A prática de marcas próprias não pára de crescer. Estimativas indicam que elas já
roubaram cerca de 45 por cento do mercado das marcas dos fabricantes nos últimos dez anos.
Este crescimento é atribuído ao fato de que elas permitem aos varejistas manter controle sobre
a imagem, nível de qualidade e preços dos produtos vendidos. É uma forma deles ganharem
força competitiva contra os fornecedores, lembrando que produtos com marcas próprias são
vendidos a um preço de prateleira, geralmente, 35 por cento menor do que os outros de
marcas de fabricantes.
13. Embalagem
Assim como uma marca, a embalagem de um produto pode influenciar a decisão de
compra de um consumidor. Com isso, ela também deve ser incluída como parte da estratégia
de produto de uma organização.
Cada vez mais, as empresas têm utilizado ferramentas e métodos científicos nos processos
de criação e decisão sobre embalagem. Softwares gráficos de manipulação e simulação de
imagens passam a substituir os experimentos com modelos físicos e desenhos, através criação
de figuras tridimensionais de embalagens em milhares de cores, formas e tipologias. Além
disso, alguns deles têm a capacidade de simular o impacto visual do que os compradores
vêem quando andam pelos corredores das lojas.
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
31
As empresas também fazem uso de pesquisa de marketing para avaliar as embalagens
atuais e testar alternativas de novos designs. A Kellogg´s, por exemplo, testou sua embalagem
de cereal Nutri-Grain, em paralelo ao teste do produto em si.
Uma embalagem deve atender, basicamente, a três propriedades:
1. Proteção contra quebra, estrago e roubo: um bem físico é manipulado diversas
vezes nos processos de logística e venda e, por isso, sua embalagem deve ser
desenvolvida para suportar situações que o proteja contra riscos de quebra, da mesma
forma que, deve ser apta a agüentar fatores de temperatura que possam estragar
produtos alimentícios durante certo período de tempo. Outra funcionalidade
importante é prover segurança contra roubos de consumidores e funcionários. Ex:
muitas embalagens de produtos de porte pequeno vêm com placas de cartolina por trás
para dificultar que sejam colocados em bolsos e casacos.
2. Assistência no Marketing do Produto: embalagem prova ser uma forma eficaz de
promover e diferenciar produtos em meio a número cada vez maior de concorrentes,
com estudos demonstrando que cada vez mais os compradores estão tomando suas
decisões de consumo no local de compra, bem como a redução do tempo gasto durante
cada “viagem”. A embalagem também pode contribuir para a imagem de uma
companhia com o compromisso da mesma com a proteção ambiental através da
escolha de materiais recicláveis (caixinhas do McDonald´s). As possibilidades de
reutilização (copos de requeijão) e conveniência do usuário (frascos de desinfetantes
com bico torto) também são fatores considerados no desenvolvimento de embalagens.
3. Eficiência no Custo: a inovação tecnológica (novas técnicas de impressão) e
materiais mais econômicos devem ser pesquisados e usados no desenvolvimento de
embalagens para contribuir com a redução do custo total do produto.
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
32
Figura 15 – Embalagens
13.1. Rotulagem
O rótulo desempenha as funções promocionais e informativas da embalagem e, por isso,
precisa ser visto como uma parte integral da mesma. É a parte descritiva da embalagem de um
produto, listando (1) o nome ou símbolo da marca, (2) o nome e endereço do
fabricante/distribuidor, (3) o tamanho, peso e composição do produto e (4) recomendações de
uso.
Alguns órgãos governamentais definem, regulamentam, autorizam e fiscalizam as regras
para o uso dos rótulos e embalagens, bem como das marcas e selos. A ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas) é responsável pelas normas e exigências dos rótulos e
embalagens, o Inmetro pela definições de metragem e peso dos produtos. Já o Ministério da
Saúde fiscaliza, para os produtos alimentícios, a composição e exigências de conservação dos
mesmos.
Há também programas para as empresas ecologicamente
corretas. O projeto Selo Verde da ABNT certifica e autoriza
organizações (ISO14020/21/24:1999) ambientalmente
licenciadas a utilizar o selo verde nos seus rótulos como
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
33
marketing para o público consumidor consciente (veja o logo do selo verde ao lado).
Os códigos UPCs (Universal Product Code) também representam outra parte importante
de um rótulo ou de uma embalagem, introduzidos em 1974 como um método de redução de
despesas na indústria supermercadista. Eles são códigos numérios lidos por sistemas de
scanners óticos que, por sua vez, reconhecem cada ítem e imprimem seu preço no
comprovante de compra ou fiscal. Apesar de exigir investimentos iniciais em equipamentos e
aplicativos, os UPCs permitem ambos, redução de despesas e erros do trabalho manual de
registro de preços e a eficácia do controle de inventário. Além disso, este sistema de códigos
serve como poderosa ferramenta de pesquisa de marketing de produto, pois traduzem toda
movimentação de ítens em eficientes relatórios de mix, demanda e desempenho financeiro de
ofertas e marcas.
APÊNDICE – Ferramentas Matemáticas no Auxílio às Tomadas de
Decisões em Gestão de Produto
Método 1 – Análise da Árvore de Decisão: modelo útil para tomadas de decisão de
produto num ambiente de mercado incerto. Esta técnica quantitativa ajuda a identificar
alternativas de ação, designando estimativas probabilísticas para lucros ou vendas associadas
com cada uma, e indicando o curso de ação com o melhor potencial de lucratividade e vendas.
O gerente de produto deve estimar as chances (%) da ocorrência de cada alternativa e o
impacto financeiro (lucro ou perda) para cada uma delas.
Ex: o gerente de produto de uma fábrica de automóveis estima que há 60% de chance da
Comissão de Defesa do Consumidor do Governo Federal exigir dos fabricantes a inclusão de
ítens adicionais de segurança como ítens de série para o próximo ano. O lucro unitário de cada
automóvel para o fabricante é de R$200. Se estes forem incluídos agora, adicionarão R$100
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
34
para o custo de cada veículo produzido. Por outro lado, se eles não forem incluídos agora e a
nova exigência entrar em vigor, o custo unitário para adicionar os ítens de segurança ao
produto final será de R$150, além do que esta alternativa pode gerar atrasos logísticos entre a
fábrica e as revendas, reduzindo a previsão de vendas para o próximo ano de 500.000 para
400.000 unidades. Qual a decisão sobre a inclusão ou não dos novos ítens de segurança?
Segundo a “Árvore de Decisão” acima, a alternativa de “não” implementar as novas
exigências de segurança representa o curso de ação com melhores resultados financeiros para
a companhia.
Método 2 – Avaliação de Alternativas: técnica quantitativa de avaliação e escolha de
alternativas em decisões de estratégias de produto, variando da seleção de design de
embalagem a escolhas do nome de uma marca. No exemplo abaixo, uma equipe de produto de
um fabricante de eletroeletrônicos quer ampliar sua linha de câmeras digitais com mais uma
opção e avalia cinco idéias/projetos de produto, de acordo com cinco variáveis de análise,
dando notas de 1 a 5 (que representam de péssimo a excelente em cada fator). No primeiro
quadro a equipe pode considerar que todos elementos são importantes e decidem escolher o
Produto B pois é o que apresenta maior somatório.
Decisão Ações Possíveis Possíveis Resultados
Novas exigências em vigor 30.000.000,00R$
20.000.000,00R$ 50.000.000,00R$
Adicionamos os ítens de segurança agora?
Novas exigências em vigor 12.000.000,00R$
40.000.000,00R$ 52.000.000,00R$
Resultados Financeiros Esperados
0,6 x 500.000 x $100 =
0,4 x 500.000 x $100 =
0,6 x 400.000 x $50 =
0,4 x 500.000 x $200 =
Sim
Não
Nenhuma exigência
Nenhuma exigência
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
35
Já na segunda avaliação, ela decide dar um peso de importância diferente para cada fator.
Neste caso, o Produto E demonstra ser a melhor opção.
Método 3 – Análise de Tendência (Previsão de Vendas): técnica quantitativa de previsão
que lança dados históricos de vendas, participação de mercado ou ganhos numa equação para
estimar períodos futuros; muito usada para previsões de curto prazo durante períodos de
crescimento estável:
Yc = a + bx, onde
Yc = quantidade de unidades vendidas, participação de mercado ou ganhos para um
período de tempo previsto,
a = quantidade de unidades vendidas, participação de mercado ou ganhos estimados no
período de tempo quando x = 0,
A B C D E
Série de Alternativas Lucratividade
Tempo de Produção Compatibilidade Adaptabilidade
Margem no Varejo Total
Produto A 2 2 3 4 2 13Produto B 3 2 5 5 5 20Produto C 3 3 3 3 3 15Produto D 4 3 4 3 3 17Produto E 5 5 2 2 5 19
Critérios de Avaliação: Fatores de Decisão
A B C D EPeso 0,3 0,3 0,1 0,1 0,2 1,0
Série de Alternativas Lucratividade
Tempo de Produção Compatibilidade Adaptabilidade
Margem no Varejo Total
Produto A 0,6 0,6 0,3 0,4 0,4 2,3Produto B 0,9 0,6 0,5 0,5 1 3,5Produto C 0,9 0,9 0,3 0,3 0,6 3,0Produto D 1,2 0,9 0,4 0,3 0,6 3,4Produto E 1,5 1,5 0,2 0,2 1 4,4
Critérios de Avaliação Ponderada: Fatores de Decisão
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
36
b = desvio da tendência, ou seja, a mudança média em unidades vendidas, participação de
mercado ou ganhos para cada período de tempo específico,
x = período de tempo (um ano, por exemplo) usado quando as previsões são feitas.
O gerente deve obter as estimativas de a e b através das duas equações abaixo:
a = Σ Y e b = ΣxY n Σx²
Veja o exemplo abaixo:
Jogando os números nas fórmulas temos:
a = 1.762 = 195.8 e b = 1.674 = 27.9 9 60
Com isso, a previsão de vendas para o próximo ano (ano 10), Yc = 195.8 + 27.9(5) =
335,3 unidades, onde o 5 que substitui x é relativo ao valor de x no ano 10, contando a partir
do ano 5 que é 0.
Método 4 – ROI (Retorno sobre os Investimentos): técnica quantitativa de avaliação do
uso mais apropriado dos recursos financeiros e humanos limitados da empresa quando o
gerente de produto se depara com diversas alternativas de produtos para oferecer ao seu
público-alvo. Veja a fórmula abaixo:
n Período
de Tempo
y Vendas ($) x xY x²
1 100 -4 -400 162 112 -3 -336 93 130 -2 -260 44 160 -1 -160 15 205 0 0 06 210 1 210 17 240 2 480 48 280 3 840 99 325 4 1300 16
1.762R$ 1.674 60
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
37
ROI = Lucro Líquido (Lucratividade) x Receita de Vendas (Rotatividade do Inv) Receita de Vendas Investimento
Ex: Há a proposta de um novo produto para o qual a companhia projeta uma necessidade
de investimento de R$400.000. A área de produto espera alcançar um faturamento total de
R$900.000 em vendas com uma expectativa de lucro de R$70.000 por três anos de vida deste
produto. O retorno sobre o investimento deste produto é calculado da seguinte forma:
ROI = 70.000 x 900.000 ⇒ 0,08 x 2,25 ⇒ 18% 900.000 400.000
Esta é uma conta simples, porém a avaliação do retorno sobre o investimento também
deve levar em conta outras variáveis internas (ex: impacto da depreciação sobre o lucro,
tempo gasto com período de desenvolvimento, etc) e externas (condições econômicas,
variação de demanda, etc).
Método 5 – Markup e Margem: Markup é a quantia ($) adicionada ao custo de um ítem
para determinar seu preço de venda. Margem é o retorno ou lucro (%) adquirido com o
respectivo markup sobre o preço de venda ou sobre o custo do produto. Ela pode ser calculada
das seguintes formas:
Margem (%) no Preço de Venda = Quantia ($) Adicionda ao Custo (Markup) Preço de Venda
Margem (%) no Custo = Quantia ($) Adicionda ao Custo (Markup) Custo
Ex: Um certo produto com um custo unitário de R$0,75 e um preço de venda de R$1,15
terá um Markup de R$0,40. Com isso, os dois conceitos de margens serão calculados das
seguintes formas:
Margem (%) no Preço de Venda = 0,40 = 0,35 ou 35% 1,15
Margem (%) no Custo = 0,40 = 0,53 ou 53% 0,75
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
38
As duas diferentes formas de margem também podem ser convertidas de um conceito para
o outro (margem no custo para a margem no preço e vice-versa) quando apenas uma delas é
sabida, utilizando as seguintes fórmulas:
Margem (%) no Preço de Venda = Margem (%) no Custo . 1 + Margem (%) no Custo
Margem (%) no Custo = Margem (%) no Preço de Venda . 1 - Margem (%) no Preço de Venda
Utilizando os dados do exemplo anterior temos:
Margem (%) no Preço de Venda = 0,53 = 0,53 = 0,35 ou 35% 1 + 0,53 1,53
Margem (%) no Custo = 0,35 = 0,35 = 0,53 ou 53% 1 - 0,35 0,65
Método 6 – Markdown e Desconto: Markdown é a quantia ($) pela qual uma empresa
reduz o preço original de um produto. Desconto é o percentual da redução sobre o preço de
venda original de um produto. Eles podem ser calculados das seguintes formas:
Desconto (%) sobre o Preço de Venda = Quantia ($) Reduzida do Preço (Markdown) Novo Preço de Venda
Aproveitando os dados do exemplo anterior, vamos supor que, por força da concorrência,
a empresa precisou reduzir o preço original do produto de R$1,15 para R$0,99. Com isso,
pode-se anunciar ao público uma oferta de desconto de 16%, conforme o resultado da fórmula
abaixo:
Desconto (%) sobre o Preço de Venda = 0,16 = 0,16 ou 16% 0,99
Método 7 – Determinação de Preço: para determinar o preço de venda quando apenas o
custo e a margem desejada são conhecidos, a seguinte fórmula é usada:
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
39
Preço de Venda = Custo do Produto ($) . 1 - Margem (%) no Preço de Venda
No exemplo acima, o preço de R$ 1,15 poderia ter sido calculado da seguinte forma:
Preço de Venda = 0,75 = 0,75 = 1,15 1 - 0,35 0,65
Na economia brasileira, com os conhecidos impostos e respectivas deduções sobre o preço
de venda, a fórmula ficaria da seguinte maneira:
Modelo para ComércioPreço de Venda = Custo do Produto ($) .
(1 – Margem) (1 – (ICMS + Cofins + PIS + ...))
Modelo para Indústria (com IPI – Imposto Sobre Produtos Industrializados)Preço de Venda = Custo do Produto ($) .
(1 – Margem) (1 – (ICMS + Cofins + PIS + IPI...)) 1 + IPI
Método 8 – Breakeven Analysis ou Ponto de Equilíbrio: técnica de definição de preço
utilizada para determinar o número de unidades de um determinado produto que devem ser
vendidas por um determinado preço com o objetivo de gerar receita o suficiente para cobrir
todos os custos, ou seja, é o ponto onde a receita total equaliza com os custos totais do
produto (custos variáveis + custos fixos).
Breakeven = Custos Fixos Totais . Margem de contribuição unitária para Custos Fixos
Ex: Uma empresa quer saber quantas unidades de um produto precisa vender para chegar
no ponto de equilíbrio de cobrir todos os custos da empresa. Ela já sabe que o custo variável
unitário é de R$ 60,00 e o produto terá um preço de venda de R$ 120,00. Com isso, ela quer
saber quantas unidades serão necessárias para cobrir um custo fixo de fábrica de R$90.000,00,
com uma margem de contribuição de R$ 60,00 (Preço – Custo Variável Unitário). O ponto de
equilíbrio em termos de unidades é encontrado através da fórmula acima:
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
40
Breakeven (em unidades) = R$ 90.000 = 1.500 unidades R$ 60
O Ponto de Equilíbrio financeiro ($) é encontrado através da seguinte fórmula:
Breakeven Financeiro (em $) = Custo Fixo Total . 1 – (Custo Variável Unitário.)
Preço
Utilizando os dados do exemplo anterior, a receita necessária para atingir o ponto de
equilíbrio é:
Breakeven Financeiro (em $) = R$ 90.000 . = R$ 90.000 = R$ 180.000 1 – (R$ 60 ) 0,5
R$ 120
A partir do momento que todos os custos forem cobertos, cada unidade do produto que for
vendida a mais do que o ponto de equilíbrio, sua respectiva margem unitária de contribuição
passa a ser uma margem unitária de lucro.
Em muitos casos, gerentes de produto utilizam a fórmula de ponto de equilíbrio para
incluir o nível de lucratividade desejada, conforme abaixo:
Breakeven (+ Lucro Alvo) = Custos Fixos Totais + Lucro Alvo . Margem de contribuição unitária para Custos Fixos
Ou seja, se no exemplo acima, a empresa deseja alcançar uma lucratividade financeira de
150.000, o ponto de equilíbrio pode ser calculado da seguinte forma
Breakeven (+ Lucro Alvo) = R$ 90.000 + R$150.000 . = R$ 240.000 = 4.000 unid. R$ 60 R$ 60
Se o lucro alvo for expresso em porcentagem sobre as vendas (margem %), ele pode ser
incluído como custo variável, ou seja, na fórmula, o lucro desejado vai diminuir a margem
unitária de contribuição. Caso no exemplo acima, a empresa determinasse um desejo de obter
10 por cento de retorno sobre as vendas, qual seria o ponto de equilíbrio:
Breakeven (+ Lucro Alvo) = R$ 90.000 . = R$ 90.000 = 1.875 unid. R$ 60 – (10% sobre a Venda) R$ 48
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
41
Método 9 – Análise Modificada de Ponto de Equilíbrio: método que combina o
conceito tradicional de ponto de equilíbrio com uma avaliação da demanda e lucro finais da
aplicação de diferentes preços no mercado (conceito de elasticidade). O quadro abaixo
exemplifica o impacto da aplicação de diferentes preços no mercado sobre o volume de
vendas esperado (demanda), a receita, o lucro/prejuízo e os custos totais, considerando R$
40.000 como custo fixo e um custo variável unitário de R$ 5. Obs: os dados sobre o volume
de vendas esperado são obtidos através de pesquisa mercadológica.
Percebe-se pelo exemplo acima que um grande volume de vendas não necessariamente
representa lucratividade, como na opção de preço de R$ 10 que gera a maior demanda com
prejuízo para a companhia. Esta análise é uma excelente ferramenta para forçar o gerente de
produto a considerar se o consumidor está disposto a comprar o número de unidades exigidas
para atingir o ponto de equilíbrio e qual ou quais das alternativas de preço geram volume com
maior potencial de lucro – no exemplo acima, o gerente pode optar entre as opções de R$ 17,
R$ 15 ou R$ 12, dependendo de outros objetivos estratégicos da empresa.
Método 10 – Elasticidade de Preço da Demanda: medida da resposta dos compradores
(em demanda gerada) a uma mudança em preço. É a porcentagem de variação da demanda de
um produto dividida pela porcentagem da mudança do preço correspondente. Exemplo: Um
Preço (R$)Demanda /
Volume Receita TotalTotal Custos
Fixos
Total Custos Variáveis ($5/unid.)
Custos Totais
20R$ 500 10.000R$ 40.000R$ 2.500R$ 42.500R$ 2667 (32.500)R$ 17R$ 4000 68.000R$ 40.000R$ 20.000R$ 60.000R$ 3333 8.000R$ 15R$ 5000 75.000R$ 40.000R$ 25.000R$ 65.000R$ 4000 10.000R$ 12R$ 6000 72.000R$ 40.000R$ 30.000R$ 70.000R$ 5714 2.000R$ 10R$ 7000 70.000R$ 40.000R$ 35.000R$ 75.000R$ 8000 (5.000)R$
Ponto de Equilíbrio
(unid.)
Lucro / Prejuízo
Total
CustosAnálise Modificada de Ponto de Equilíbrio
RECEITAS
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
42
aumento de 10 por cento no preço do refrigerante que resulta numa redução de 5 por cento na
demanda, gera uma elasticidade do preço desta bebida de 0.5. Quando a elasticidade da
demanda é superior a 1, diz-se que a demanda é elástica e inelástica se for inferior a 1. Os
fatores determinantes da elasticidade são: (a) disponibilidade de produtos substitutos ou
complementares no setor, (2) se o produto é um bem necessário ou supérfluo, (3) situação
econômica do mercado da região e (4) o quanto o produto representa no orçamento do
comprador.
Gestão de Produto
Transcendência Consultoria Prof. Carlos André Rabello Silva, MScTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73
43
BIBLIOGRAFIA
BONOMA, T. V., SHAPIRO, B. Sucesso e Marketing Industrial: a obtenção de lucros atravésda racionalização do mercado. São Paulo, Makron Books, 2000.
BRAGA, R. S. Marketing de Produtos Industriais. São Paulo: Atlas,1992.
GRACIOSO, Francisco. Planejamento Estratégico orientado para o mercado. São Paulo,Atlas, 1996.
GURGEL, F. C. A . Administração do Produto. São Paulo: Atlas, 1996.
HARTLEY, Robert F. Erros de Marketing e Sucessos. 8ª Edição, São Paulo, Manole, 2001.
KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 5ª Edição, São Paulo, Editora Atlas, 1998.
KURTZ, Kenny; BOONE, Louis. Contemporary Marketing: 8ª edição, Fort Worth, FL, USA,The Dryden Press, 1995.
LEDUC, R. Marketing: como lançar um produto novo. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura,1973.
MARTINS, Petrônio; LAUGENI, Fernando. Administração da Produção: São Paulo, EditoraSaraiva, 1999.
MOREIRA, J. C. T. Marketing industrial. São Paulo: Atlas, 1989.
PORTER, Michael E. Estratégia Competitiva. 7a. ed. Rio de Janeiro: Campus,1986.
PORTER, Michel E. Vantagem Competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1996.
SANTOS, Neri dos. Inteligência Competitiva. Florianópolis, Apostila, pg 04-74, 2000.
SILVA, Carlos André R. Gestão de Produto. Florianópolis, Apostila, 2004.
SILVA, Carlos André R. Introdução ao Marketing. Florianópolis, Apostila, pg 116-141, 2004.
SIQUEIRA, A . C. B. de. Marketing Industrial. fundamentos para a ação business tobusiness. São Paulo: Pioneira, 1980.