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Bianca Carro Gonzaga R.A 4213292 GESTÃO DO FLUXO DE CAIXA Aplicada ao Microempreendedor Individual

Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

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Este trabalho foi desenvolvido a partir da concepção de que a gestão do fluxo de caixa é uma ferramenta de fundamental importância para a sobrevivência e desenvolvimento da empresa, inclusive do microempreendedor individual. Ainda que dispensado da contabilidade formal, este empresário necessita do controle de suas movimentações. O fluxo de caixa evidencia toda a circulação de dinheiro na empresa sendo, portanto, um instrumento não só aplicável mas também indispensável ao processo de tomada de decisão.

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Bianca Carro Gonzaga

R.A 4213292

GESTÃO DO FLUXO DE CAIXAAplicada ao Microempreendedor Individual

SÃO PAULO2012

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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

Bianca Carro Gonzaga

GESTÃO DO FLUXO DE CAIXAA Importância desta Ferramenta para o Microempreendedor

Individual

Trabalho de Estágio Supervisionado, apresentado para a conclusão do curso de Ciências Contábeis da FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas, sob a orientação do Profº Elias Pereira.

SÃO PAULO2012

Page 3: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

A meus familiares, em especial à

Rita Carro, minha mãe, e Maria

Salete Mikniunas, avó, por

serem a razão da minha vida e

por me motivarem a lutar por

algo melhor, sempre.

Page 4: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

Agradecimentos

Agradeço inicialmente e acima de tudo a Deus, pois ele é a força que me

permite estar aqui. Agradeço também a meus familiares, pelos conselhos, pelo

carinho, apoio e principalmente por formarem a estrutura que me possibilita

“matar os leões de cada dia”.

Meus sinceros agradecimentos também a meu noivo, Eidil, pela cumplicidade,

paciência e apoio em todos os momentos.

E por fim, porém não menos importante, agradeço a meus amigos, professores

e a todas as pessoas que desta trajetória comigo partilhou. Muito do que

aprendi devo à troca de conhecimentos que nos permitimos ter.

Muito obrigada!

Page 5: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

"A humanidade não se divide em heróis e tiranos. As suas paixões, boas e más, foram-lhe dadas pela sociedade, não pela natureza."

(Charles Chaplin)

Page 6: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

RESUMO

Este trabalho foi desenvolvido a partir da concepção de que a gestão do fluxo

de caixa é uma ferramenta de fundamental importância para a sobrevivência e

desenvolvimento da empresa, inclusive do microempreendedor individual.

Ainda que dispensado da contabilidade formal, este empresário necessita do

controle de suas movimentações. O fluxo de caixa evidencia toda a circulação

de dinheiro na empresa sendo, portanto, um instrumento não só aplicável mas

também indispensável ao processo de tomada de decisão.

Visando primeiramente comprovar a concepção acima, e ainda, tornar este

trabalho um guia informativo para o microempresário, procurou-se analisar, a

título de estudo de caso, como é feito o controle financeiro em uma

microempresa prestadora de serviços no ramo de funilaria e pintura de

veículos, e demonstrar como uma boa gestão do fluxo de caixa, dentro do

aplicável, pode trazer melhorias ao desempenho da empresa. Essa verificação

está devidamente apoiada pela fundamentação teórica que sustenta o

presente trabalho em todo o seu decorrer.

Buscando também contribuir para o desempenho financeiro da referida

empresa, a autora deste trabalho sugeriu ainda uma Demonstração de

Evolução das Receitas, para apoiar as decisões tomadas com base no Fluxo

de Caixa. Ponderando todos os aspectos abordados no trabalho, pode-se

concluir que o fluxo de caixa é um importante instrumento de gestão financeira

que auxilia o empresário a controlar com eficácia todos as operações

financeiras realizadas pela empresa, sendo também um instrumento que apoia

a tomada de decisões a curto prazo, principalmente as que envolvem questões

de capital de giro e investimento. O fluxo de caixa também cumpre seu papel

ao orientar o empresário a planejar e controlar de forma mais apropriada os

recursos financeiros da empresa.

Palavras-chave: Fluxo de caixa; Controle gerencial; Microempreendedor

individual; Tomada de decisão.

Page 7: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

ABSTRACT

This work was developed under the concept that the management of cash flow

is a crucial tool for business survival and development of the individual micro

entrepreneur too. Although exempt from formal accounts, these entrepreneurs

need to manage their financial movements. The cash flow shows all movements

of money in the company and is a tool applicable and essential in decisions

making.

In order to prove the concept above and make this work an informative guide to

the business owner, sought to analyze, as a case study, how is the financial

control in a small business (service provider - industry bodywork and painting of

vehicles), and also how a good cash flow management, within the applicable,

may contributes to business performance. This analysis is fully supported by the

theoretical foundation that supports the objective of this work throughout its

course.

Seeking also contribute to the financial performance of this company, the author

of this work also suggested a Statement of Changes in Revenues to support the

decisions made based on cash flow. Considering all aspects covered in this

work, it can be concluded that cash flow is an important financial management

tool that helps the entrepreneur to effectively manage all financial operations

carried out by the company and is also a tool that supports decision making in a

short-term, especially those involves working capital and investment issues.

Cash flow also helps the entrepreneur to plan and control properly the

company's financial resources.

Keywords: Cash Flow; Managerial Control; Individual micro entrepreneur;

Decision Making.

Page 8: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DAS: Documento de Arrecadação do Simples Nacional

DFC: Demonstração do Fluxo de Caixa

MEI: Microempreendedor Individual

ROI: Return on Investment (Retorno sobre Investimentos)

IBRACON: Instituto dos Auditores Independentes do Brasil

SIMPLES: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das

Microempresas e Empresas de Pequeno Porte

Page 9: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

LISTA DE TABELAS, GRÁFICOS E FIGURAS

FIGURA I: Modelo de Demonstração dos Fluxos de Caixa elaborada pelo

método Indireto – Anexo II da NPC 20/1999 do Ibracon.

FIGURA II: Modelo de Demonstração dos Fluxos de Caixa elaborada pelo

método Direto - Anexo I da NPC 20/1999 do Ibracon

FIGURA III: Conciliação do Resultado do Exercício

FIGURA IV: Método Direto vs. Método Indireto

TABELA I: Limites proporcionais de faturamento para enquadramento ao

MEI

ANEXO I: Lista das atividades que podem se enquadrar ao MEI

ANEXO II: Base legal MEI (atualizada em Janeiro/2012)

ANEXO III: Tabela de custos MEI

ANEXO IV: Relatório Mensal de Receitas Brutas

Page 10: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

1. INTRODUÇÃO

Sobreviver ao cenário globalizado cada vez mais competitivo vem sendo

um grande desafio para os microempreendedores individuais (MEI) no contexto

geral do mercado, principalmente no que diz respeito aos aspectos financeiros.

O que ocorre, no geral, é que esses empresários envidam maiores esforços

para a atividade operacional em si, dando menos ou até mesmo nenhuma

ênfase à gestão financeira.

O microempreendedor individual é aquela pessoa que trabalha por conta

própria (trabalhador informal) e decidiu legalizar sua situação com o governo,

tornando-se um pequeno empresário. Esse trabalhador pode ter renda anual

máxima de sessenta mil reais (R$ 60.000,00), não pode ser sócio de outra

empresa, mas pode ter um empregado, recebendo um salário mínimo ou o piso

da categoria pertinente. Geralmente são empreendimentos de bairro que

comercializam produtos ou serviços para pessoas que moram ao entorno,

competem com outros pequenos empreendimentos existentes na área, e

administram suas finanças através da experiência que acumularam durante o

tempo de gestão.

Devido a essas características identifica-se certa dificuldade em

implementar técnicas de administração financeira neste tipo de empresa, visto

que este empresário ainda não possui dimensão da importância da aplicação

dessas técnicas e conceitos na empresa e do quanto a adequada gestão do

fluxo de caixa poderá contribuir para o crescimento da mesma.

O objetivo básico do fluxo de caixa é projetar as disponibilidades

financeiras da empresa, produzindo informações necessárias à programação

da captação de recursos financeiros, otimização das aplicações de sobras de

caixa, gerenciamento das contas a pagar e de contas a receber, avaliação do

impacto de variações de custos e preços, entre outras decisões importantes.

O fluxo de caixa é uma ferramenta de fundamental importância para a

boa administração e avaliação das organizações. A sua adoção possibilita uma

gestão dos recursos financeiros que representam sérias ameaças à

continuidade das organizações. A boa utilização da ferramenta fluxo de caixa

Page 11: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

também possibilita o conhecimento do grau de independência financeira das

organizações, com base na avaliação do seu potencial para geração de

recursos no futuro visando saldar seus compromissos e pagar a remuneração

dos seus empreendedores.

Logo, estudantes e professores insistem em colocar seus estudos de

casos em grandes empresas do Brasil e do exterior, pois há um entendimento

em comum de que estas empresas possuem estruturas organizacionais que

proporcionam a aplicabilidade da Ciência. Entretanto, com um pouco mais de

observação e criatividade, além de um acompanhamento do fluxo diário das

atividades da empresa, é possível identificar estruturas em empreendimentos

pequenos, que estão dentro da realidade em que estamos inseridos.

Reconhecendo a importância de micro e pequenos empreendimentos

para a economia do país no que tange à geração de trabalho, renda, circulação

de mercadorias e desenvolvimento da qualidade de vida, este trabalho

pretende então contribuir com os microempreendedores individuais, fazendo-os

enxergar que é possível valer-se de ferramentas gerenciais como um facilitador

e suporte para tomada de decisões fundamentais ao crescimento e

desenvolvimento dos negócios.

1.1 Contextualização

Sabemos que o MEI é dispensado da contabilidade formal. Contudo

manter um controle das entradas e saídas de recursos é a organização mínima

necessária para o gerenciamento do negócio e o ponto de partida para o

crescimento e desenvolvimento do mesmo. Buscar ferramentas que traduzam

de forma clara a situação financeira da empresa e que possibilite ao

empresário antever problemas a tempo de minimizar seus efeitos ou solucioná-

los, é fundamental para a sustentação da empresa.

Neste contexto, este estudo está focado na administração do Fluxo de

Caixa como ferramenta facilitadora da gestão financeira do MEI, principalmente

no que diz respeito à análise da viabilidade, relevância e resultados obtidos

após a implementação deste processo. É também pretensão deste trabalho

ser um guia para que estes empresários não só entendam a importância da

Page 12: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

gestão de caixa para a continuidade e expansão dos negócios, mas que

também os auxilie no processo de implantação desta ferramenta tão

fundamental.

1.2 Situação Problema

Com o dinamismo da economia em constante mutação e mercado

competitivo, a informação passou de importante para imprescindível a qualquer

empreendimento, independente de seu porte. O fluxo de caixa, como

ferramenta de gestão, fornece à empresa o acesso a informações atualizadas,

com projeção futura e de fácil compreensão, auxiliando no fluxo de informações

a respeito dos recursos financeiros da empresa e no processo de tomada de

decisão.

Devido ao porte do MEI coloca-se em questão a aplicabilidade da gestão

financeira, e também, a relevância da execução deste controle. Sendo a

estrutura funcional do empreendimento limitada a duas pessoas, muito

provavelmente focadas inteiramente em desenvolver o trabalho objeto da

empresa, identifica-se uma dificuldade em enquadrar a correta administração

de recursos no fluxo diário de atividades. Outro problema está atrelado à

correta execução desta gestão, uma vez que em muitos casos, esses

empresários possuem apenas o conhecimento técnico em torno do trabalho em

que se propõe a executar, não se importando tanto com a adequada

administração dos recursos.

1.3 Questão a ser respondida

Como adaptar o gerenciamento do Fluxo de Caixa à realidade do MEI,

auxiliando-o na previsão de necessidades ou sobras de caixa em dado

período?

1.4 Hipótese

Se o Fluxo de Caixa é uma ferramenta de controle financeiro que visa

diminuir os riscos na gestão, então o microempreendedor individual que utiliza

Page 13: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

essa ferramenta deve apresentar maior controle na necessidade ou sobra dos

recursos.

Uma vez que a este tipo de empreendimento requer-se apenas o

controle das entradas e saídas de recursos, a gestão do Fluxo de Caixa torna-

se útil a este objetivo, auxiliando não só no controle das movimentações

financeiras, mas também gerando informações mais completas e dinâmicas,

fundamentais ao desempenho do empreendimento.

Para isto, é necessário antes que seja feito um trabalho de

conscientização e treinamento do empresário, para que este saiba utilizar

corretamente a ferramenta de acordo com as necessidades da empresa e

saiba também interpretar as informações geradas por este controle.

1.5 Metodologia

Este trabalho constitui-se em dois marcos que se complementam entre si:

a) pesquisa bibliográfica visando o embasamento teórico. Neste aspecto

considera-se também a análise de estudos semelhantes já realizados:

resultados alcançados, posicionamento dos autores em relação ao

tema, etc.;

b) estudo de caso: “consiste na coleta direta de informações no local em

que acontecem os fenômenos; é o que se realiza fora do laboratório, no

próprio terreno das ocorrências” (SILVA, 2003, p.63). No caso

concreto, este estudo será aplicado a uma oficina de funilaria e pintura

de veículos, enquadrada ao regime do Micro empreendedor Individual.

1.6 Variáveis

Dentre as muitas variáveis que afetam o fluxo de caixa, vale citar

algumas das quais notamos afetar substancialmente o caixa do tipo de

empreendimento estudado (atividades do MEI - prestador de serviços de

funilaria e pintura), que são: o número de serviços prestados, demanda de

serviços, custo fixo e custo variável dos materiais utilizados, o custo do dinheiro

Page 14: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

e o preço de venda, requisitos das seguradoras dos veículos, sazonalidade,

etc.

1.7 Resultados Esperados

Ao final dos estudos pretende-se evidenciar a importância da gestão do

fluxo de caixa para o MEI e como esta ferramenta pode agregar em termos de

desenvolvimento e sustentação dos negócios, quando bem adaptada às

necessidades e estrutura da empresa.

Especificamente, estão dentre os objetivos:

Observar a gestão e análise do fluxo de caixa como ferramenta

para auxiliar o empresário a obter maior eficiência na

administração de seus recursos financeiros;

A função do fluxo de caixa na tomada de decisões;

Elaborar o fluxo de caixa de um microempreendimento de forma a

ilustrar sua aplicabilidade na administração dos recursos

financeiros do MEI.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Fluxos de Caixa – Conceituação

Conceitua-se o fluxo de caixa como um instrumento que relaciona os

ingressos e saídas (desembolsos) de recursos monetários no âmbito de uma

empresa em determinado intervalo de tempo. A partir da elaboração do fluxo

de caixa é possível prognosticar eventuais excedentes ou escassez de caixa,

determinando-se medidas saneadoras a serem tomadas. (ASSAF NETO e

TIBÚRCIO SILVA, 1997, p.35).

Em síntese, por fluxo de caixa pode-se compreender, conforme (Gentil,

2007) “[...] o movimento de todas as entradas e saídas de recursos financeiros

Page 15: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

do caixa, ou seja, das origens de caixa (fatores que aumentam o caixa da

empresa) e das aplicações de caixa (reduzem o caixa da empresa) [...] ”

De forma análoga Pizzolato (2000, p.106) define o fluxo de caixa como

uma caixa d´água contendo medidores de vazão de entrada e saída. O volume

de água final é igual ao volume inicial mais a vazão de entrada menos a vazão

de saída. Complementa ainda dizendo que “a Demonstração do Fluxo de Caixa

especifica as origens do fluxo de entrada e os diversos destinos do fluxo de

saída”.

Para Zdanowicz (2000, p.33) o fluxo de caixa é o instrumento que

permite demonstrar as operações financeiras que serão realizadas pela

empresa, facilitando a análise e a decisão, de comprometer os recursos

financeiros, de relacionar o uso das linhas de créditos menos onerosas, de

determinar o quanto a organização dispõe de capitais próprios, bem como

utilizar as disponibilidades da melhor forma possível.

Iudicibus e Marion (1999, p.218) afirmam que a demonstração do fluxo

de caixa “demonstra a origem e aplicação de todo o dinheiro que transitou pelo

caixa em um determinado período e o resultado desse fluxo” sendo que caixa

engloba as contas caixa e bancos, evidenciando as entradas e saídas de

valores monetários no decorrer das operações que ocorrem ao longo do tempo

nas organizações.

Thiesen (2000, p.10), por sua vez, complementa explicando que a

Demonstração do Fluxo de Caixa “permite mostrar, de forma direta ou mesmo

indireta, as mudanças que tiveram reflexo no caixa, suas origens e aplicações”.

E Iudicibus e Marion (1999) afirmam ainda que esta demonstração ainda

é utilizada apenas para fins de controle interno, e refere-se somente aos

recursos em dinheiro, ou seja, todos os recursos e aplicações da empresa que

tiveram reflexos diretamente no caixa.

2.2 Objetivo do Fluxo de Caixa e sua Importância

As informações sobre os fluxos de caixa objetivam proporcionar aos

usuários das demonstrações financeiras uma base para avaliar a capacidade

Page 16: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

da empresa em gerar caixa e equivalente de caixa, bem como projetar os

períodos de maiores necessidades ou excessos de caixa, conforme o caso.

O Fluxo de caixa tem por objetivo básico a projeção das entradas e

saídas de recursos financeiros para determinado período, visando prognosticar

a necessidade de captar empréstimo ou aplicar excedentes de caixa nas

operações mais rentáveis para a empresa (MARQUES et AL., 2009). De

acordo com Braga e Marques (2001, citado por Bressan e Cruz), a partir da

DFC, podem ser extraídos diversos indicadores de desempenho que permitem

relacionar fluxos gerados ou consumidos a um item específico. Os mesmos

afirmam ainda que por meio de tais indicadores, é possível avaliar a suficiência

e eficiência do negócio, bem como a capacidade de pagamento ou nível de

rentabilidade do empreendimento.

Segundo Sá, vê-se que o interesse pelo estudo sistemático do fluxo de

caixa é recente, o que justifica a literatura limitada sobre o assunto e o uso

limitado da utilização desta ferramenta pelos empresários. Ele menciona ainda

a obra de Ademar F. Campos, Demonstrações dos Fluxos de Caixa (Atlas,

1999), onde foram citados vários autores que vinham alertando para a

importância do fluxo de caixa e para o perigo que representa basear o

processo decisório apenas nas demonstrações contábeis. Transcrevo abaixo

alguns trechos do livro:

“O fluxo de caixa é a espinha dorsal da empresa. Sem ele não se saberá

quando haverá recursos suficientes para sustentar as operações ou quando

haverá necessidade de financiamento bancários. Empresas que necessitem

continuamente de empréstimos de última hora poderão se deparar com

dificuldades de encontrar bancos que as financiem” (Gitman, 1997:586).

“Como entender a lógica de um administrador ou investidor que utiliza,

no processo de decisão inicial sobre investimentos, técnicas sofisticadas de

avaliação, aplicando conceitos como valor atual líquido, taxa interna de retorno,

índice de lucratividade e, depois, nas fases de operação e controle, passa a

medir o desempenho dos investimentos com base em lucros contábeis e taxas

históricas tipo “ROI”? Figurativamente, seria o mesmo que esse administrador

Page 17: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

ou investidor estivesse comparando laranjas com maçãs e, pior, pesando as

laranjas e contando as maçãs” (Falcini, 1992:38).

“Do mesmo modo que vimos, durante a primeira metade do século, a

demonstração de resultados substituir o balanço patrimonial em ordem de

importância, hoje em dia, o que observamos , é uma diminuição da ênfase

daquela demonstração em favor de uma demonstração do fluxo de caixa ou

fluxo de fundos. Cada um de nós vê o futuro de modo diferente, mas acredito

que, no que diz respeito à história da contabilidade, os próximos 25 anos serão

vistos como a fase crepuscular do lucro contábil como medida de desempenho”

(Solomons, 1961:31).

“A necessidade de se desenvolver demonstrações de fluxo de caixa

decorre do aumento da complexidade das atividades operacionais, o que

provoca grandes disparidades entre o período no qual os lançamentos de

receitas e despesas são apresentados e o período em que os correspondentes

fluxos de caixa realmente ocorrem. Tal complexidade pode provocar uma maior

oscilação no fluxo de caixa. Fatores externos, tais como a inflação ou

mudanças no cenário econômico, afetam mais rapidamente os fluxos de caixa

do que qualquer lucro contábil” (Hendriksen, 1982:109).

“Está implícito que, mais cedo ou mais tarde, no longo prazo, lucro e

caixa serão iguais. O grande economista Lord Keynes, discutindo o assunto

teria dito: ‘Sim, mas no longo prazo poderemos estar todos mortos’” (King,

1994:17).

“Os balanços expressam apenas as opiniões dos auditores, não os

fatos. Dinheiro é fato. Caixa é fato. Não se produz caixa com artifícios

contábeis. Os investidores devem olhar para as empresas como olham os

banqueiros. O que importa é o caixa. Se uma empresa reporta lucros elevados,

mas não está gerando caixa, ela pode não estar gerando lucro algum. É

preciso ter em mente que o que quebra uma empresa não é a falta de lucro; as

empresas quebram por falta de caixa” (Smith, 1994:42).

“É possível que uma empresa apresente lucro líquido e um bom retorno

sobre investimentos e, ainda assim, vá a falência. O péssimo fluxo de caixa é o

que acaba com a maioria das empresas que fracassam” (Goldratt e Cox,

1990:45).

Page 18: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

“Se você possuir (recursos) suficientes, então o fluxo de caixa não é

importante. Mas se você não os possuir, nada é mais importante. É uma

questão de sobrevivência. Fique acima da linha e tudo bem. Fique abaixo e

você está morto” (Goldratt e Cox, 1990:45, 46).

“Há muito tempo que uma empresa pode operar sem lucros por muitos

anos, desde que possua um fluxo de caixa adequado. O oposto não é verdade.

De fato, um aperto na liquidez costuma ser mais prejudicial do que um aperto

nos lucros”. (Drucker, 1992:174).

“Aí está um dos problemas no reino do (Grupo) Itamarati. Seus negócios

não geram caixa. Nem mesmo uma série de prejuízos é tão nociva para uma

empresa quanto a falta de fluxo de caixa, diz um banqueiro paulista. E os

negócios do Olacyr (de Moraes) são vulneráveis neste ponto” (Exame,

1996:37).

“Muitas vezes nós medimos tudo e não entendemos nada. As três coisas

mais importantes a medir em um negócio são: a satisfação dos clientes, a

satisfação dos empregados e o fluxo de caixa” (Jack Welch – Exame, 1993:32).

2.3 Principais características do Fluxo de Caixa

Sendo o fluxo de caixa fundamental para o gerenciamento e

planejamento de entrada e saída de recursos da empresa, é importante que

suas características sejam conhecidas, pois elas fornecem uma visão

consolidada das informações disponíveis e da forma em que as informações

relacionam-se. As principais características são:

Relaciona cronologicamente os recebimentos e pagamentos de forma

analítica ou sintética;

O período de análise de fluxo é o usuário quem define;

Trabalha com valores previstos e realizados;

É elaborado geralmente em base diária, com um período de cobertura

de um mês corrido;

Utiliza o método direto para obtenção dos dados, onde eles são

desvinculados dos números gerados pela contabilidade. Esses dados

Page 19: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

são obtidos a partir de estimativas de entradas e saídas de caixa

oriundas, principalmente, das áreas de contas a receber, vendas,

contas a pagar, compras e contratos;

Não se confunde com orçamento de caixa, que é um instrumento de

acompanhamento e controle de metas elaborado usualmente em base

anual e vinculado às projeções de resultado para o mesmo período;

É distinto do demonstrativo contábil denominado Fluxo de Caixa. Este

informa o que aconteceu em termos de movimentação acumulada de

caixa (geralmente ao longo de um ano) no exercício a que se referem

às demonstrações contábeis;

Retrata a efetiva situação de caixa da empresa, já que seus números

representam disponibilidades bancárias, numerário ou aplicações

financeiras de resgate imediato.

2.4 Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC)

No Brasil, em consonância com o processo de convergência da

contabilidade aos padrões internacionais, a Demonstração do Fluxo de Caixa

(DFC) passou a ser um relatório obrigatório para todas as sociedades de

capital aberto ou com patrimônio líquido superior a R$ 2.000.000,00 (dois

milhões de reais), à partir de 01.01.2008 por força da Lei 11.638/2007. Além

disto, a Deliberação CVM 547/2008 aprovou o Pronunciamento Técnico CPC 03,

que trata da referida demonstração.

Tal evidência, assumida pela demonstração, justifica uma reflexão,

ainda que apenas indicativa, da sua importância enquanto instrumento de

gestão, contribuindo no processo de tomada de decisão.

De acordo com Iudícibus, Martins e Gelbcke (2003, p.32) a DFC pode

ser definida como uma peça contábil que “visa mostrar como ocorreram as

movimentações de disponibilidades em um dado período de tempo”. Conceitos

Page 20: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

este que estão em harmonia com aquilo que Sá e Sá (1983, p.190) escrevem a

respeito do assunto, onde definem o Fluxo de Caixa da seguinte forma:

Fluxo de Caixa – Fluxo da liquidez, ou seja, o curso que no tempo traça o confronto entre recursos de recebimentos e os desembolsos por pagamentos. Forma dinâmica de conhecer o comportamento da liquidez ou capacidade de dispor de dinheiro para fazer frente às necessidades financeiras.

Procedimento técnico de acompanhamento entre encaixes e desencaixes obtendo-se o valor líquido entre tais confrontos em períodos sucessivos [...].

Em outras palavras, pode-se dizer que a Demonstração do Fluxo de

Caixa é o reflexo do comportamento do caixa em dado período. Através deste

demonstrativo relata-se o impacto das atividades da empresa no

comportamento do caixa, tendo por objetivo auxiliar os interessados na tomada

de decisão, através de sua essência informativa.

2.4.1 Componentes da Demonstração de Fluxo de Caixa

O fluxo de caixa compreende a movimentação das contas que

representam as disponibilidades imediatas da empresa, ou seja, Caixa,

Depósitos Bancários à Vista, Numerários em Trânsito e Aplicações de Liquidez

Imediata.

De acordo com a NPC 20/1999 referindo-se ao caixa ou equivalente de

caixa afirma que “na movimentação dos recursos financeiros, incluem-se não

somente saldos de moeda em caixa ou depósitos em conta bancária, mas,

também, outros tipos de contas que possuem as mesmas características de

liquidez e de disponibilidade imediata. Como equivalentes de caixa, devem ser

consideradas as aplicações financeiras com característica de liquidez

imediata”.

Visando aumentar a capacidade informativa dessa demonstração muitos

países, inclusive o Brasil (mediante aplicação do CPC 03 – Demonstração dos

Fluxos de Caixa – Item 7), estão acatando o modelo apresentado pelo

Page 21: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

Financial Accounting Standards Board – FASB, que segmenta a demonstração

em três grandes áreas:

I - Atividades Operacionais;

II - Atividades de Investimento;

III - Atividades de Financiamento.

Sendo que:

As Atividades Operacionais são as principais atividades geradoras de

receita da entidade e outras atividades diferentes das de investimento e

de financiamento.

As Atividades de Investimento são as referentes à aquisição e à venda

de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos

equivalentes de caixa.

As Atividades de Financiamento são aquelas que resultam em mudanças

no tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento da

entidade, não classificadas como atividade operacional.

2.4.2 A importância da DFC na análise gerencial

Com referência ao tema proposto neste trabalho, buscou-se analisar a

utilidade e importância da DFC como instrumento de gestão, cuja

fundamentação encontra-se em um artigo publicado pela Revista de Ciências

Gerenciais, Vol. XII, Nº 14, Ano 2008, p.167-177.

A DFC é útil em vários aspectos e para diversos usuários das

demonstrações contábeis. Isso significa dizer, resumidamente, que esta

demonstração é capaz de fornecer informações relevantes, principalmente se

analisada e interpretada em conjunto com as demais demonstrações contábeis.

Segundo Iudícibus, Martins e Gelbcke (2003, p.398, citado por Spadin):

Page 22: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

As informações da DFC, principalmente quando analisadas em conjunto com as demais demonstrações financeiras, podem permitir que investidores, credores e outros usuários avaliem:

a) A capacidade da empresa em gerar futuros fluxos líquidos positivos de caixa;

b) A capacidade de a empresa honrar seus compromissos, pagar dividendos e retornar empréstimos obtidos;

c) A liquidez, solvência e flexibilidade financeira da empresa;d) A taxa de conversão de lucros em caixa;e) A performance operacional de diferentes empresas, por eliminar os

efeitos de distintos tratamentos contábeis para as mesmas transações e eventos;

f) O grau de precisão das estimativas passadas de fluxos de caixa;g) Os efeitos, sobre a posição financeira da empresa, das transações

de investimentos e de financiamento, etc.

A atividade financeira de uma empresa requer acompanhamento

permanente de seus resultados, de maneira a avaliar seu desempenho, bem

como proceder aos ajustes e correções necessários.

Na administração financeira, o fluxo de caixa é um dos principais

instrumentos de controle gerencial, sendo considerado por Matarazzo (2003),

como imprescindível na atividade empresarial e mesmo para pessoas físicas

que se dedicam a algum negócio. Por meio desse instrumento de controle

gerencial é possível avaliar se a empresa é autossuficiente no financiamento

do seu giro, bem como prever sua capacidade de expansão com recursos

próprios.

O controle gerencial é um dos elementos do processo de estratégia das

empresas, mais especificamente, representa um dos mecanismos

administrativos que contribuem para a implementação de estratégias

(MINTZBERG et al, 2006). Assim, pode ser entendido como o processo de

guiar as empresas em direção a padrões viáveis de atividade em um ambiente

caracterizado por mudanças. A partir dessa concepção, o controle gerencial

cumpre um papel empresarial de possibilitar que gestores influenciem o

comportamento de outros membros da empresa na direção de estratégias

adotadas (BERRY, BROADBENT e OTLEY, 2005); (ANTHONY e

GOVINDARAJAN, 2002).

Page 23: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

Dessa forma, o fluxo de caixa apresenta-se como um dos instrumentos

mais eficazes na gestão financeira das empresas, permitindo ao administrador

planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros para

um determinado período, influenciando o processo de tomada de decisão.

Pode-se afirmar então que ao refletir informações relevantes sobre a

situação financeira da empresa, a Demonstração do Fluxo de Caixa constitui-

se em uma importante ferramenta de gestão. Além disto, pode-se concluir

também que, como instrumento de gestão, esta não aplica-se apenas às

empresas constituídas como Sociedades Anônimas, mas a todas

organizações.

O próprio CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis (2008, 15) fez

constar em seu pronunciamento básico, emitido em sintonia com as Normas

Internacionais de Contabilidade, a importância atribuída às informações

referentes à capacidade da empresa em gerar caixa e equivalente de caixa. O

referido CPC afirma que:

As decisões econômicas que são tomadas pelos usuários das demonstrações contábeis requerem uma avaliação da capacidade que a entidade tem para gerar caixa e equivalente de caixa, e da época e grau de certeza dessa geração. Em última análise, essa capacidade determina, por exemplo, se a entidade poderá pagar seus empregados e fornecedores, os juros e amortizações dos seus empréstimos e fazer distribuições de lucros a seus acionistas.

Diante do exposto, segundo Spadin, é razoável afirmar que a

Demonstração dos Fluxos de Caixa reveste-se de importância e utilidade como

ferramenta para análise e tomada de decisão, reconhecida internacionalmente.

Ferreira (2003, p.27, citado por Spadin) salienta que:

[...] os gestores necessitam de informações que lhes dêem suporte em todas as etapas da gestão empresarial, seja no planejamento, na execução das atividades ou na avaliação do desempenho dos administradores e na análise do resultado.

Page 24: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

Ou seja, para que possam tomar decisões assertivas é fundamental que

os administradores estejam embasados em informações claras e completas

para conhecerem o comportamento da empresa. Desta forma, poderão

escolher as alternativas que forneçam sustentabilidade e colaborem com o

desenvolvimento da empresa.

A Demonstração do Fluxo de Caixa é um instrumento válido para esse

processo devido seu poder de informação. Ainda segundo Ferreira (2003, p.30,

citado por Spadin):

[...] a relevância da DFC está em seu poder informacional, visto que permite às organizações, sejam elas industriais, comerciais ou de serviços, terem mais poder em sua capacidade de cumprir com suas obrigações financeiras, vez que propicia um melhor planejamento por parte da empresa em relação às disponibilidades de caixa, de forma que não ocorram excessos ou insuficiências de fundos.

Contudo pode-se dizer que a DFC é sim capaz de fornecer informações

relevantes e cumpre seu papel no controle gerencial. Entretanto, é importante

ressaltar que o uso isolado desta demonstração não é adequado para uma

correta compreensão da realidade da empresa, isto devido às limitações que

ela possui.

Segundo Iudícibus e Marion (2002, p. 224, citado por Spadin):

A DFC deve ser adotada visando atender ao interesse dos usuários pelo conhecimento do fluxo de caixa das empresas e por ser compreendida mais facilmente, principalmente pelos usuários menos afeitos à Contabilidade. Por outro lado, a DOAR não deve ser submetida, apesar de sua reconhecida complexidade, pois satisfaz àqueles usuários que podem usufruir da sua superioridade informativa ou mesmo pelo ganho proporcionado pela análise conjunta.

Em suma, nenhuma demonstração contábil, por mais útil que seja,

deve ser analisada isoladamente se existe a intenção de uma real dimensão

da situação da empresa. E não só isso, a contabilidade gerencial, segundo

Padoveze, vai além de simples técnicas de contabilidade, ela integra as

Page 25: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

demais áreas como Contabilidade Financeira, Contabilidade de Custos e

Administração Financeira. Padoveze defende a contabilidade gerencial como

um instrumento da administração que somente existirá se houver uma ação

prévia que a torne concreta. Então, a partir das demonstrações contábeis a

contabilidade gerencial cria corpo e, em conjunto com outros fatores, formam

ferramentas necessárias para uma completa análise sobre a situação da

organização.

2.4.3 Métodos de elaboração da DFC

Conforme estabelece o item 11 da NPC 20/1999, a Demonstração dos

Fluxos de Caixa para um determinado período ou exercício deve apresentar o

Fluxo de Caixa oriundo ou aplicado nas atividades operacionais, de

investimentos e de financiamentos, e o seu efeito líquido sobre os saldos de

caixa, conciliando seus saldos no início do período ou exercício.

Existem dois métodos que podem ser adotados para a estruturação da DFC:

Indireto e Direto.

Método Indireto

Por este método, também denominado Método da Reconciliação, os

recursos derivados das atividades operacionais são demonstrados a partir do

Lucro Líquido do Exercício, ajustado pela adição das despesas e exclusão das

receitas consideradas na apuração do resultado e que não afetam o Caixa da

empresa, isto é, que não representam saídas ou entradas de dinheiro, bem

como pela exclusão das receitas realizadas no exercício e recebidas no

exercício anterior e pela adição das receitas recebidas antecipadamente que

não foram consideradas na apuração do resultado, porém interferiram no caixa

da empresa. Excluem-se também os Resultados obtidos nas transações de

bens do Ativo não circulante, uma vez que as baixas referentes a esses bens

devem ser indicadas pelos valores brutos entre as atividades de investimentos.

Page 26: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

Para melhor entendimento, segue modelo apresentado elaborado pelo

método Direto:

Figura I – Anexo II da NPC 20/1999 do Ibracon

Companhia:Deonstração dos Fluxos de Caxa (Metodo Indireto)Exercício findo em:

DESCRIÇÃO X1 X21. Fluxos de caixa das atividades operacionaisResultado do exercício/períodoAjustes para conciliar o resultado às disponibilidades geradas pelas atividades operacionaisDepreciação e amortizaçãoResultado na venda de ativos permanentesEquivalência patrimonialRecebimento de lucros e dividendos de subsidiáriasVariações nos ativos e passivos(Aumento) Redução em contas a receber(Aumento) Redução nos estoquesAumento (Redução) em fornecedoresAumento (Redução) em contas a pagar e provisõesAumento (Redução) no imposto de renda e contribuição socialDisponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades operacionais

2. Fluxos de caixa das atividades de investimentosCompras de imobilizadoAquisição de ações/cotasRecebimentos por vendas de ativos permanentesDisponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de investimentos

3. Fluxos de caixa das atividades de financiamentosIntegralização de capitalPagamentos de lucros dividendosEmpréstimos tomadosPagamentos de empréstimos/debênturesJ uros recebidos de empréstimosJ uros pagos por empréstimosDisponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de financiamentos

4. Aumento (Redução) nas disponibilidades (1+/ -2+/ -3)5. Disponbilidades no início do período6. Disponibilidades no final do período (4+/ -5)

Método Direto

Pelo método direto, os recursos derivados das operações são indicados a

partir dos recebimentos e pagamentos decorrentes das operações normais,

efetuados durante o período.

Page 27: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

Ao contrário da DFC elaborada pelo método indireto, cuja compreensão

depende antes do entendimento da DOAR (Demonstração das Origens e

Aplicações de Recursos) devido sua semelhança, como bem observa Silva,

Santos e Ogawa (1993), no método direto o entendimento torna-se mais fácil

mesmo para quem não tem conhecimento da DOAR, visto que neste caso a

DFC baseia-se diretamente nas entradas e saídas de Caixa.

Para melhor entendimento, segue modelo apresentado elaborado pelo método

Direto:

Companhia:Deonstração dos Fluxos de Caxa (Metodo Direto)Exercício findo em:

DESCRIÇÃO X1 X2FLUXOS DE CAIXA ORIGINADOS DE:

1. Atividades OperaconaisValores recebidos de clientes(- ) Valores pagos a fornecedores e empregados(- ) Imposto de renda e contribuição social pagos(- ) Pagamentos de contingênciasRecebimentos por reembolso de segurosRecebimentos de lucros e dividendos de subsidiáriasOutros recebimentos (pagamentos) líquidosDisponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades operacionais

2. Atividades de Investimentos(- ) Compras de imobilizado(- ) Aquisição de ações/cotasRecebimentos por vendas de ativos permanentesJ uros recebidos de contratos de mútuosDisponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de investimentos

3. Atividades de FinanciamentosIntegralização de capitalPagamentos de lucros e dividendosJ uros recebidos de empréstimosJ uros pagos por empréstimosEmpréstimos tomadosPagamentos de empréstimos/debênturesDisponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de financiamentos

4. Aumento (Redução) nas disponibilidades (1+/ -2+/ -3)5. Disponibilidades - no início do período6. Disponibilidades - no final do período (4+/ -5)

FIGURA II - Anexo I da NPC 20/1999 do Ibracon

A NPC 20/1999 estabelece ainda que, quando a entidade optar pela

divulgação da DFC Direta, deverá divulgar adicionalmente a conciliação do

Page 28: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

Resultado do Exercício com valor das Disponibilidades Líquidas geradas ou

utilizadas nas atividades operacionais, cuja conciliação nada mais é do que a

primeira parte da DFC Indireta, conforme exemplificado no quadro a seguir:

Conciliação do Resultado do Exercício

Resultado do exercício/período XAjustes para conciliar o resultado com o valor das disponibilidades geradas (aplicadas)Depreciação e amortização XResultado na venda de ativos permanentes XEquivalência patrimonial XVariações nos ativos e passivos(Aumento) Redução em contas a receber (X)(Aumento) Redução nos estoques XAumento nas despesas antecipadas (X)Aumento (Redução) em fornecedores e contas a pagar (X)Aumento (Redução) na provisão para devedores duvidosos XAumento (Redução) na provisão para férias XAumento (Redução) na provisão para contingências X

Total dos ajustes X

Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades operacionais X

FIGURA III – Conciliação do resultado do exercício

2.4.3.1 Comparativo entre o método Direto e Indireto

O método direto demonstra os recebimentos e pagamentos derivados

das atividades operacionais da empresa em vez do lucro líquido ajustado.

Como se verifica, a demonstração pelo método direto facilita ao usuário

avaliar a solvência da empresa, pois evidencia toda a movimentação dos

recursos financeiros, as origens dos recursos de caixa e onde eles foram

aplicados.

Já o método indireto é aquele no qual os recursos provenientes das

atividades operacionais são demonstrados a partir do lucro líquido, ajustado

pelos itens considerados nas contas de resultado que não afetam o caixa da

empresa. Observa-se que a demonstração pelo método indireto é semelhante

a DOAR, principalmente pela sua parte inicial, exigindo do usuário maior

conhecimento em contabilidade.

Page 29: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

Ambos os métodos apresentados seguem a estrutura tradicional da

demonstração do fluxo de caixa, que tem como objetivo principal mostrar

apenas as entradas e saídas de recursos financeiros. Basicamente

demonstram os seguintes itens:

1. Entradas2. Saídas3. Diferença (a – b)4. Saldo Inicial5. Saldo Final (c + d)

Veja a seguir a representação gráfica desta visão comparativa:

Entradas Operaconais

Menos

SaídasOperaconais

Lucro Líquido

Menos

Ajustes

Igual

Geração Internade Caixa

Igual

Fluxo Operacional

Mais / Menos

Geração Não Operacional de Caixa

Igual

Variação Disponível

Método Direto Método Direto

Page 30: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

FIGURA IV: Método Direto vs. Método Indireto

2.4.4 Como elaborar a DFC

Osni Moura Ribeiro em seu livro Estrutura e Análise de Balanço (2009,

p.100), expôs um “roteiro” para a elaboração desta demonstração, o qual

transcrevo na íntegra a seguir:

Para elaborar qualquer uma das demonstrações financeiras (contábeis) como o Balanço Patrimonial, a DRE, a DLPA, a DMPL ou a DFC, o contabilista extrai dados dos registros contábeis da empresa.

Há demonstrações que são mais simples de ser elaboradas, como é o caso do Balanço Patrimonial, da DLPA e da DMPL, que são elaboradas a partir dos saldos das contas extraídos diretamente do livro razão, sem maiores complicações. Para se elaborar, porém, a DFC, dependendo da complexidade das operações que ocorreram durante o exercício, será necessário preparar mapas ou outros demonstrativos para facilitar o agrupamento de dados a serem indicados nesse demonstrativo contábil.

É evidente que o contabilista, tendo à sua disposição todos os registros contábeis realizados durante o exercício social, não encontrará dificuldades na confecção desses relatórios contábeis.

Especificamente sobre a DFC, o autor descreve as possíveis fontes de

dados, os ajustes necessários e a disposição das informações neste

demonstrativo:

Especificamente em relação à elaboração da DFC, seja pelo Método Direto ou Indireto, os dados são coletados dos Balanços dos exercícios atual e anterior e da DRE do exercício atual, além de consultas em fichas de Razão de algumas contas.

Tanto na DFC Direta quanto na Indireta, as informações apresentadas no grupo das atividades de investimentos e de financiamentos são as mesmas. O que muda é a forma de apresentar a origem e o destino do dinheiro em decorrência das atividades operacionais.

Na DFC Indireta, parte-se do Resultado do Exercício, ajustando-o pela eliminação dos resultados não financeiros e pela adição ou exclusão das variações ocorridas nos grupos de contas do Ativo Circulante, exceto as Disponibilidades, e do Passivo Circulante.

Portanto, adiciona-se o Resultado do Exercício (quando corresponder a lucro) as despesas não financeiras (as mais comuns: Depreciação e Amortização) e subtraem-se as receitas não financeiras (as mais comuns: Receitas de Participações Societárias contabilizadas pelo MEP). Em seguida, são informadas na DFC as

Page 31: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

variações para mais ou para menos ocorridas em todos os grupos de contas do Ativo Circulante (exceto das Disponibilidades) e do Passivo Circulante, chegando-se, assim, ao resultado gerado ou consumido pelas atividades operacionais. O cuidado a ser tomado refere-se a não inclusão, nos cálculos, dos valores dos Juros sobre o Capital próprio, bem como dos dividendos calculados com base no resultado final, uma vez que correspondem a Destinações do resultado que não foram pagas no exercício findo.

Na DFC direta, o resultado das atividades operacionais é demonstrado em função dos recebimentos e dos pagamentos ocorridos durante o exercício. Neste caso, é apresentado inicialmente o total dos valores recebidos de clientes, bem como o total dos valores pagos a fornecedores e empregados. Em seguida, são evidenciados os pagamentos feitos a titulo de Imposto de Renda e Contribuição Social, os pagamentos de contingências, os recebimentos por reembolso de seguros, os recebimentos decorrentes de Lucros e dividendos de subsidiárias, para, finalmente, ser informado o valor líquido decorrente do confronto entre os demais recebimentos e pagamentos ocorridos no período e não incluídos ns itens anteriores.

2.5. Microempreendedor Individual

2.5.1 Características gerais

De acordo com o § 1º da Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, às

margens do art. 966 da Lei nº 10.406/02 do Código Civil, empreendedor

individual é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como

pequeno empresário. Para ser um empreendedor individual, é necessário

faturar no máximo até R$ 60.000,00 por ano, não ter participação em outra

empresa como sócio ou titular e exercer atividades enquadradas em uma das

categorias listadas no ANEXO I. Além disto, ao microempreendedor individual

é permitido ter um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o

piso da categoria.

A Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, criou condições especiais para

que o trabalhador conhecido como informal possa se tornar um Empreendedor

Individual legalizado.

Page 32: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

Entre as vantagens oferecidas por essa lei está o registro no Cadastro

Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), o que facilitará a abertura de conta

bancária, o pedido de empréstimos e a emissão de notas fiscais.

Além disso, o Empreendedor Individual será enquadrado no Simples

Nacional e ficará isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, COFINS,

IPI e CSLL).

Pagará apenas o valor fixo mensal (vide anexo III) que será destinado à

Previdência Social e ao ICMS ou ao ISS, conforme o caso. Essas quantias

serão atualizadas anualmente, de acordo com o salário mínimo.

Com essas contribuições, o Microempreendedor Individual terá acesso a

benefícios como auxílio maternidade, auxílio doença, aposentadoria, entre

outros.

Em suma, o empreendedor individual só será enquadrado se ele

observar os itens a seguir:

a) Não estiver impedido pelo que trata a Lei Complementar 123/06;

b) Optar obrigatoriamente pelo SIMPLES Nacional (conforme artigos da lei

123/06);

c) Obtiver faturamento anual não superior a R$ 60.000,00 ou o limite

proporcional exibido na tabela a seguir:

Tempo de Atividade

(meses)

Limite proporcional (R$)

12 60.000,00

11 55.000,00

10 50.000,00

9 45.000,00

8 40.000,00

7 35.000,00

Page 33: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

6 30.000,00

5 25.000,00

4 20.000,00

3 15.000,00

2 10.000,00

1 5.000,00

TABELA I: Limites proporcionais de faturamento para enquadramento ao MEI em Fevereiro/2012

2.5.2 Controle Financeiro

A Lei complementar 128/08 isentou o microempreendedor individual da

escrituração contábil. Entretanto, é necessário que haja a guarda dos

documentos fiscais emitidos em suas operações por no mínimo 5 anos, esses

anexados ao relatório de prestação de serviços e vendas mensal (vide anexo

IV) onde deve ser identificado o total de serviços prestados ou vendas com ou

sem nota fiscal.

Quando a documentação fiscal, o microempreendedor individual está

dispensado da emissão da nota fiscal quando o seu cliente for pessoa física,

tanto para prestação de serviços quanto vendas. Porém, a emissão deste

documento torna-se obrigatória quando o cliente for Pessoa Jurídica.

A este empreendedor é exigido a Declaração anual do

microempreendedor individual, cujo prazo limite de entrega é o último dia útil de

Janeiro do ano seguinte ao exercício, e deve ser apresentada a Secretaria da

Receita Federal por meio da Declaração do Simples Nacional. Esta declaração

Page 34: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

pode ser encontrada para preenchimento no portal da internet MEI

(http://www.portaldoempreendedor.gov.br).

2.5.3 Dados Estatísticos

De acordo com o relatório estatístico emitido pela Receita Federal

(Simples Nacional), no que tange ao número de optantes pelo MEI, segregado

inclusive por estado, no período de 01 de Julho de 2009 a 30 de Junho de

2011, houve um aumento expressivo neste número no período. O estado de

São Paulo é a unidade de federação com maior representatividade nesse

montante, com 21,84% do total geral.

Veja a seguir a representação gráfica desta evolução no país (Gráfico I) e

um comparativo entre São Paulo e demais estados (Gráfico II):

Gráfico I

Fonte: Gráfico elaborado com base nos números divulgados pela Receita Federal/Estatística Simples Nacional

Page 35: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

Gráfico II

2009 2010 2011 -

200,000 400,000 600,000 800,000

1,000,000 1,200,000 1,400,000 1,600,000

14,557 145,375

438,046

34,561

599,968

1,433,130

Empresas enquadradas no MEISão Paulo x Outros Estados

SP Outros

Fonte: Gráfico elaborado com base nos números divulgados pela Receita Federal/Estatística Simples Nacional

Em uma breve análise é possível visualizar o aumento significativo no

número de empresários que, até então atuavam na informalidade,

beneficiaram-se com esse novo regime de empresa, atraídos pela

desburocratização, menor custo e inúmeros benefícios oferecidos. Este projeto

é um grande salto do país rumo ao desenvolvimento, já que ao se legalizar,

este empresário passa a sentir a necessidade de melhores controles internos e

adoção de ferramentas de gestão que impulsionem o crescimento dos

negócios para sobreviver ao mercado competitivo dos dias atuais.

Page 36: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

Nota: As principais fontes de pesquisas para a elaboração deste capítulo foram o portal do MEI

na internet < http://www.portaldoempreendedor.gov.br > e o livro Micro Empreendedor

Individual de RUTHES (2009).

3. CASO EXEMPLO

3.1 Caracterização da Empresa

Este estágio está sendo realizada em uma oficina, prestadora de

serviços de funilaria e pintura de veículos, devidamente enquadrada no MEI,

cuja identificação resumida consta no quadro a seguir:

Razão Social: Antonio Ferreira Gonzaga

Nome Fantasia: Funilaria e Pintura Toninho

CNPJ: 12.414.099/0001-57

Telefones: (11) 2528-4922 / (11) 9815-0360

Endereço: Rua Giestas, 816 – Vila Bela – São Paulo/SP

O empreendimento existe há aproximadamente 20 anos, porém só saiu

da informalidade em Agosto de 2010, quando a criação do MEI e seus

benefícios difundiram-se no país.

Trata-se de uma pequena oficina familiar, com capacidade para 3 carros

e um escritório para execução das atividades administrativas. Não há

Page 37: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

funcionário contratado em regime CLT, os serviços são executados pelo

próprio empreendedor e, havendo demanda excessiva, há a prestação de

serviços de demais profissionais autônomos.

O porte da empresa por si só justifica a estrutura funcional, simplificada,

abaixo representada:

FIGURA V: Organograma institucional

O empreendedor, na qualidade de supervisor deste estágio, conta ainda

com as orientações da contadora Rosangela Claro da Silva Carro - CRC SP-

223106/O-0, independente de qualquer vínculo empregatício, auxiliando-o

dentro do cabível a zelar pelo bom desempenho desta função.

3.2 Área de estágio

O estágio vem sendo desenvolvido na área administrativo-financeira da

empresa, efetuando a implementação da gestão do fluxo de caixa e demais

rotinas que colaboram com a organização e controle dos processos.

Inicialmente, busquei acompanhar de perto a rotina na empresa,

entender o funcionamento do negócio (desempenho no mercado), conhecer o

perfil dos clientes, fornecedores e a demanda dos serviços prestados. Neste

exercício de observação foi possível coletar as seguintes informações sobre a

atividade operacional, financeira e os fatores externos que influenciam neste

tipo de negócio.

Empreendedor Individual

Estagiário

Contador / Consultor

Page 38: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

Entendendo o funcionamento do negócio:

A oficina oferece diversificada cadeia de serviços, dentro de suas

limitações, buscando atender a demanda de clientes. Neste sentido, busquei

relacionar em documento específico os tipos de serviços prestados seguido de

uma breve descrição, para melhor entendimento dos interessados (vide anexo

V).

Reconhecendo a importância em conhecer o mercado em que a empresa atua,

efetuei uma breve pesquisa de mercado para avaliar a demanda desse tipo de

serviço.

Nicho de mercado

De acordo com informações divulgadas pelo DETRAN-SP

(Departamento de Trânsito do Estado de São Paulo), a frota de veículos na

cidade de São Paulo ultrapassou os 7 milhões em Janeiro 2012, atingindo

7.207.165.

O automóvel é o veículo mais comum: corresponde a cerca de 73% do

total da frota da cidade. O segundo lugar fica com as motocicletas, triciclos e

quadriciclos, com 889.164 unidades (12% dos veículos da capital paulista). Os

718.450 micro-ônibus, camionetas, caminhonetes e utilitários ficam em terceiro

lugar, totalizando 10% da frota paulista.

Em um ano, o incremento na frota foi de 233.270 veículos, o que

corresponde a pouco mais de 3,2%, já que, no mesmo período do ano

passado, a frota da capital paulista era de 6.953.958, segundo dados do

DETRAN-SP.

A capital representa um total de 31% da frota de todo o Estado de São Paulo,

composta por 21.890.207 veículos.

Page 39: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

Assim, os serviços de funilaria e pintura são requisitados principalmente

nas grandes cidades, onde o trânsito caótico eleva o índice de ocorrências,

toques, amassados e batidos na lataria, apresentando uma demanda favorável

a este nicho de mercado.

Sabe-se que a demanda é favorável a este tipo de negócio, mas alguns

pontos precisaram ser revistos para que o empreendimento atingisse uma

participação relevante neste marcado, ao ponto de obter receita suficiente para

suprir seus custos de serviços prestados e, ainda, trazer retorno ao

empreendedor que depende exclusivamente deste negócio para suas

necessidades pessoais.

Planejamento do fluxo das informações

O objetivo deste trabalho, como apresentado inicialmente, é implementar

na empresa a gestão do fluxo de caixa e, a partir daí, ter-se melhor

monitoramento e disposição de informações importantes para a tomada de

decisão. Contudo, ao decorrer do estágio, notou-se uma carência muito grande

de organização nos quesitos não operacionais (ou seja, nas atividades não

diretamente ligadas à execução dos serviços propriamente ditos).

Verificou-se que não havia uma separação dos bens da empresa e

pessoais, ferindo gravemente o princípio da entidade (Res. CFC nº 750/93),

além disto, a empresa não dispunha de um banco de dados com informações

de seus clientes e fornecedores, nem mesmo um histórico confiável de suas

movimentações financeiras (uma vez que o empresário reconheceu incorrer

em, falhas no momento do registro das entradas e saídas de caixa, por lapso e

falta da devida orientação), o que dificultou bastante o entendimento do

desempenho financeiro da mesma, uma vez que sem este histórico seria difícil

medir as deficiências de caixa e sazonalidade, por exemplo.

Entendo as principais necessidades da empresa e reconhecendo serem

essas impeditivas ao efetivo gerenciamento do fluxo de caixa, tomei algumas

providencias para que se estabelecesse uma rotina favorável à coleta de dados

necessários ao controle das atividades operacionais e recursos financeiros.

Page 40: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

Diante da estrutura funcional enxuta, buscou-se trabalhar em rotinas

simplificadas, para que o empreendedor pudesse executá-las sem demandar

muito de seu tempo e, acima de tudo, procurei expor a este as vantagens e

benefícios que estas rotinas trariam à sua empresa e a necessidade de mantê-

las, desta forma pretende-se evitar a descontinuidade dos trabalhos.

Esta etapa consistiu então na elaboração de formulários que serviriam

como base de dados para futura obtenção de informações. São eles:

a) Ficha cadastral de clientes (anexo VI – item a): esta ficha tem como

objetivo obter informações cruciais dos clientes, propiciando facilidade

no contato, registro do histórico e base de consulta para o caso de

retorno do mesmo;

b) Ficha de orçamentos (anexo VI – item b): estas informações auxiliam

na projeção de fluxo de caixa futuro, uma vez que os serviços orçados

têm grande potencial para realização;

c) Mapa de recebimentos (anexo VI – item c): constitui a base para a

elaboração do fluxo de caixa. Este formulário foi estruturado para o

preenchimento das receitas na data em que ela se constituiu para que

ao final do mês seja consolidada em fluxo de caixa mensal;

d) Mapa de despesas (anexo VI – item d): constitui a contrapartida das

informações a serem também inclusas no fluxo de caixa, apresentando

assim a movimentação do caixa;

e) Fluxo de Caixa (anexo VI – item e): formulário de base mensal onde

serão preenchidas as movimentações realizadas no caixa. Neste mesmo

documento são fixados os valores previstos para cada mês, tendo-se

assim um quadro comparativo entre o orçado e o realizado.

Os formulários foram elaborados em Excel para preenchimento eletrônico

ou via impressa, conforme necessidade. Além disto, por disposição do

SEBRAE existe uma ferramenta bastante adequada ao MEI. Trata-se de um

software livre, chamado ‘AcompanEI’, desenvolvido para o input de entradas e

saídas de caixa e estruturado para geração de relatórios que auxiliam na

gestão. A partir desta ferramenta é possível gerar os seguintes relatórios:

Page 41: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

1. Relatório mensal de receitas brutas;

2. Relatório de despesas;

3. Resumo financeiro;

4. Declaração anual de recebimentos

Este software está disponível para download no site do SEBRAE,

gratuitamente, através do link a seguir:

http://www.sebrae.com.br/uf/distrito-federal/sebrae-online/acompanhei

Assim o empresário dispõe de recursos informatizados que se

complementam entre si, compondo um pacote de informações fundamentais à

organização, controle financeiro e suporte para as decisões do dia-a-dia.

Desta forma, é possível ter uma melhor dimensão sobre o funcionamento

das atividades operacionais e financeiras da empresa, tendo uma base segura

para a gestão do fluxo de caixa.

Projeção do fluxo de caixa a curto prazo

Para projetar o fluxo de caixa da empresa foi necessário considerar alguns

fatores relevantes, tais como:

Serviços previstos para os próximos dias/meses, com base no Controle

de orçamento que, a esta altura, já entrou em uso há aproximadamente

4 meses, e com base na estimativa de receitas para cada época do ano

feita pelo empresário, que fundamenta a projeção na experiência que

possui do negócio;

Levantamento de créditos a receber de clientes;

Compras e condições oferecidas pelos fornecedores. Aqui considera-se

as compras já realizadas à prazo, cujo vencimento e valor já são

conhecidos somados aos custos com os materiais atrelados aos

serviços previstos no item anterior;

Total das despesas, baseando-se no histórico desta categoria,

considerando-se possíveis variações para mais ou menos devido a fatos

relevantes no período;

Page 42: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

Fatores externos que possam influenciar a demanda dos serviços

(condições de mercado, concorrência, sazonalidade, etc.);

A periodicidade da elaboração do fluxo de caixa, levando em

consideração o porte da empresa, segmento, fluxo da movimentação

financeira, entre outros.

Após o estudo destes fatores, iniciou-se a elaboração da projeção do fluxo

de caixa, contando aqui com o suporte técnico da contadora Rosangela Claro,

e ainda, com o empresário Antonio Ferreira Gonzaga que possui conhecimento

do negócio em si, importante para garantir a confiabilidade das informações.

Levando em consideração o porte da empresa e, principalmente, a pouca

movimentação em caixa, optou-se pela base mensal de fluxo de caixa e

tentamos, assim, projetar o fluxo de caixa para os próximos 3 meses - período

mínimo sugerido por Zdanowicz, (1995) para a projeção ideal do fluxo de caixa.

Alguns levantamentos adicionais e cruciais foram efetuados:

As entradas de recursos ocorrem em 2 momentos: 50%

antecipadamente e o restante no momento da entrega do veículo já

pronto. De acordo com o empreendedor o período máximo para a

conclusão de serviços classificados, segundo ele, pesados (como a

reconstrução de um veículo bastante danificado) é de 30 dias. A

demanda deste tipo de serviço é pequena, no geral a oficina recebe

veículos pata pequenos reparos e soldas, cujo prazo para entrega é de

3 dias a 1 semana.

Com os fornecedores o fluxo é favorável ao empreendedor, uma vez que

este possui prazo de até 30 dias para o pagamento, sendo exigido

apenas 10% como entrada. Esse ponto favorece o fluxo de caixa, pois a

folga entre o recebimento dos clientes e o pagamento aos fornecedores

é consideravelmente grande (dependendo do serviço);

A oficina possui algumas despesas fixas, ou seja, despesas não

necessariamente vinculadas aos serviços prestados e que são

fundamentais para o funcionamento da mesma. São essas: água, luz,

telefone e internet. O valor desta despesa não são muito elevado, mas

Page 43: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

afeta o caixa negativamente e devem ser controlados para que não

excedam às receitas;

Segundo o empresário os períodos de maior demanda na oficina

ocorrem nos meses de Junho, Agosto, Outubro, Novembro e Dezembro.

A esta época do ano espera-se obter receitas suficientes para suprir as

despesas da empresa e as necessidades pessoais durante o ano inteiro.

Antes do controle do fluxo de caixa o empresário deparava-se com

grandes dificuldades para atender a essa necessidade,

acompanharemos a partir daqui as mudanças positivas após a iniciação

da gestão de caixa. Diante das informações coletadas elaborei, em

Dezembro/2011, a projeção para os meses de janeiro/2012 a

março/2012. Vale ressaltar que a esta altura já temos o histórico do

desempenho do caixa nos períodos de agosto a dezembro/2011, o que

auxiliou bastante as projeções futuras (olhando para o passado para

compreender o futuro).

Veja a posição em 31/12/2012:

Saldo inicial: R$ 10.750,13

Sendo o início de ano um período complicado para o negócio, não

espera-se um crescimento n o nível de caixa. Por isso a estratégia é

poupar, fazer retenção de gastos e ir em busca de captar novos

clientes para evitar a escassez de caixa, pois ainda assim deseja-se

um incremento pelo menos 5% no caixa;

Page 44: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

Espera-se para os próximos períodos uma diminuição nas despesas

em pelo menos 20%, visando minimizar a diminuição relevante nas

receitas, cuja previsão para os próximos meses é de 40%.

Figura VI: Fluxo de Caixa Projetado

Apesar de estimar-se diminuição nas receitas, principalmente em

Janeiro quando o mercado está desacelerado devido aos gastos de fim de ano,

a estratégia de redução das despesas, dentro do cabível, auxiliará em um

aumento de 5% no caixa, conforme desejado pelo empreendedor.

Ao longo do tempo as informações foram sendo atualizadas

completando-se assim o quadro do fluxo de caixa realizado.

Realizado Realizado Realizado Realizado Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado

SALDO INICIAL 7.689,60 11.450,80 11.202,07 10.402,55 10.402,55 10.575,13 10.688,28 10.943,23

Receitas de serviços prestados (à vista) 5.350,00 500,00 - 1.250,00 870,00 522,00 - 696,00 - 783,00 - E com emissão de NF 5.020,00 500,00 - 1.100,00 870,00 522,00 696,00 783,00 N sem emissão de NF 330,00 150,00 T Receitas de serviços prestados (à prazo) - R com emissão de NFA sem emissão de NFD Outras receitas - A operações bancáriaS outras

Total das entradas 5.350,00 500,00 - 1.250,00 870,00 522,00 - 696,00 - 783,00 -

Despesas com serviços e G&AContribuição MEI 32,25 32,25 32,25 32,25 32,25 32,25 32,25 32,25 Juros e multa

S Fornecedores 137,25 312,48 488,27 743,01 276,17 156,60 208,80 234,90 A Água 82,30 52,00 37,00 85,90 56,00 44,80 35,84 35,84 Í Luz 117,00 87,00 68,00 72,00 69,00 55,20 44,16 44,16 D Telefone e internet 90,00 90,00 90,00 90,00 90,00 90,00 90,00 90,00 A Combustível 10,00 40,00 84,00 50,00 30,00 30,00 10,00 S Compra de equipamentos

Material de escritório 50,00 Mão de obra 1.070,00 100,00 - 250,00 174,00 - - - - - - Outras despesas 35,00

Total das saídas 1.588,80 748,73 799,52 1.323,16 697,42 408,85 - 441,05 - 447,15 - Resultado operacional 3.761,20 248,73- 799,52- 73,16- 172,58 113,15 - 254,95 - 335,85 -

SALDO FINAL 11.450,80 11.202,07 10.402,55 10.329,39 10.575,13 10.688,28 - 10.943,23 - 11.279,08 -

jan/12 fev/12 mar/12

Fluxo de Caixa (Mensal)nov/11ago/11 set/11 out/11 dez/11

Page 45: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

Veja a seguir a posição do caixa em 31/03/2012:

Figura VI: Fluxo de Caixa Projetado x Realizado

Observa-se uma variação de 20% para menos nas despesas com

fornecedores, luz e água, trazendo um efeito positivo uma vez que se

conseguiu reduzir esses valores mais do que o planejado. Nota-se também que

para os demais itens não houve grandes variações, e que ao final o fluxo de

caixa apresentou um aumento de 5% em relação à Dezembro, conforme

previsto.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da gestão do fluxo de caixa as melhorias na empresa foram

notórias, com destaque maior à capacidade de prever as deficiências de caixa

em determinados períodos e planejar medidas para minimização dos impactos.

Com medidas simples e que não demandam muito tempo a empresa passou a

ter a capacidade de coletar informações relevantes, dispô-las de maneira

Realizado Realizado Realizado Realizado Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado

SALDO INICIAL 7.689,60 11.450,80 11.202,07 10.402,55 10.402,55 10.575,13 10.575,13 10.688,28 10.640,18 10.943,23 10.940,43

Receitas de serviços prestados (à vista) 5.350,00 500,00 - 1.250,00 870,00 522,00 419,00 -20% 696,00 745,00 7% 783,00 760,00 -3%E com emissão de NF 5.020,00 500,00 - 1.100,00 870,00 522,00 419,00 -20% 696,00 745,00 7% 783,00 760,00 -3%N sem emissão de NF 330,00 150,00 T Receitas de serviços prestados (à prazo) - R com emissão de NFA sem emissão de NFD Outras receitas - A operações bancáriaS outras

Total das entradas 5.350,00 500,00 - 1.250,00 870,00 522,00 419,00 -20% 696,00 745,00 7% 783,00 760,00 -3%

Despesas com serviços e G&AContribuição MEI 32,25 32,25 32,25 32,25 32,25 32,25 32,25 0% 32,25 32,25 0% 32,25 32,25 0%Juros e multa

S Fornecedores 137,25 312,48 488,27 743,01 276,17 156,60 125,70 -20% 208,80 223,50 7% 234,90 228,00 -3%A Água 82,30 52,00 37,00 85,90 56,00 44,80 35,84 -20% 35,84 28,67 -20% 35,84 28,67 -20%Í Luz 117,00 87,00 68,00 72,00 69,00 55,20 44,16 -20% 44,16 35,33 -20% 44,16 35,33 -20%D Telefone e internet 90,00 90,00 90,00 90,00 90,00 90,00 90,00 0% 90,00 90,00 0% 90,00 90,00 0%A Combustível 10,00 40,00 84,00 50,00 30,00 26,00 -13% 30,00 35,00 17% 10,00 30,00 200%S Compra de equipamentos

Material de escritório 50,00 Mão de obra 1.070,00 100,00 - 250,00 174,00 - - - - - 152,00 Outras despesas 35,00

Total das saídas 1.588,80 748,73 799,52 1.323,16 697,42 408,85 353,95 -13% 441,05 444,75 1% 447,15 596,25 33%Resultado operacional 3.761,20 248,73- 799,52- 73,16- 172,58 113,15 65,05 -43% 254,95 300,25 18% 335,85 163,75 -51%

SALDO FINAL 11.450,80 11.202,07 10.402,55 10.329,39 10.575,13 10.688,28 10.640,18 0% 10.943,23 10.940,43 0% 11.279,08 11.104,18 -2%

Var (%)

jan/12 fev/12 mar/12

Fluxo de Caixa (Mensal)nov/11 Var

(%)Var (%)

ago/11 set/11 out/11 dez/11

Page 46: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

coerente e eficaz, além de possuir base de dados suficiente para gerar as

informações que o empreendedor necessita para suas decisões.

O empresário, ao observar melhorias concretas, conscientizou-se da

importância e necessidade de ter em mãos o controle das movimentações

financeiras, de respeitar o princípio da entidade e gerenciar seus fluxos de

caixa e acompanhar de perto as oscilações em seu caixa. Entendeu que é

possível sobreviver e ainda obter um acréscimo de caixa mesmo diante de um

cenário de diminuição de receitas, e que isso só é possível com um controle do

fluxo de caixa e projeções confiáveis que se aproximam da realidade da

empresa.

O país encontra-se em situação favorável às e microempresas,

possibilitando a estas a inserção no mercado de forma legalizada com

diminuição da burocracia e, ao menos no caso do MEI, com carga tributária

cabível à realidade do empreendedor.

Hoje é possível dizer que o mercado está aberto às pequenas e

microempresas, que representam grande percentual de participação de

empresas ativas no país, portanto se houver maior atenção por parte dessas a

seus fluxos de caixa, aumenta-se consideravelmente suas chances de

sobreviver ao cenário competitivo no Brasil, e até no mundo, e crescer

gradativamente.

Considerando todos os aspectos estudados ao longo deste trabalho, e

ainda, o resultado positivo observado no caso exemplo não há dúvidas quanto

a necessidade, importância e relevância da gestão do fluxo de caixa também

para os micro empreendedores individuais e, ao vivenciar na prática o processo

de implementação desta ferramenta, foi possível ter plena certeza de sua

aplicabilidade e usabilidade, desde que se envida esforços e principalmente o

senso crítico embasado em relevante fundamentação teórica.

Page 47: Gestão do fluxo de caixa aplicado ao Microempreendedor individual

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