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DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO GESTÃO DE PESSOAS OS PROFISSIONAIS LIBERAIS E O EMPREENDEDORISMO: COMO FERRAMENTAS DE GESTÃO PODEM AJUDAR NA CARREIRA PROFISSIONAL. LUIZ FERNANDO ANSELMO

OS PROFISSIONAIS LIBERAIS E O EMPREENDEDORISMO: COMO FERRAMENTAS DE GESTÃO PODEM AJUDAR NA CARREIRA PROFISSIONAL

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DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO

GESTÃO DE PESSOAS

OS PROFISSIONAIS LIBERAIS E O EMPREENDEDORISMO:

COMO FERRAMENTAS DE GESTÃO PODEM AJUDAR NA

CARREIRA PROFISSIONAL.

LUIZ FERNANDO ANSELMO

RESUMO

Nos dias atuais, o conhecimento em Empreendedorismo é indispensável para qual-quer atividade profissional. Com a concorrência cada vez mais acirrada em todas as profissões, torna-se necessário o conhecimento e a informação sobre como diferen-ciar-se. Seja qual for a profissão exercida pelo profissional, o conhecimento na área administrativa traz uma visão “de negócio” para a atividade, adquirindo novas com-petências e, portanto, diferenciando-o no mercado de trabalho. Pretende-se através deste artigo verificar a oportunidade de oferecer um curso de Empreendedorismo para profissionais liberais, e, como adicional, o serviço de consultoria empresarial especializada neste público-alvo.

Palavras-chave: Empreendedorismo, Profissionais Liberais, Consultoria.

ABSTRACT

Nowadays, knowledge in Entrepreneurship is essential for any professional activity. With the increasingly fierce competition in all professions, it is necessary knowledge and information on how to differentiate themselves. Whatever the profession pursued by the professional knowledge in administration brings a vision "business" for the acti-vity, acquiring new skills and thus differentiating it in the labor market. It is intended through this article verify the opportunity to offer an Entrepreneurship course for pro-fessionals, and as additional, the business advisory service specializing in this target audience. Key Words: Entrepreneurship, Liberal Professionals, Consulting.

1. INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, o conhecimento em Empreendedorismo é indispensável para

qualquer atividade profissional. Com a concorrência cada vez mais acirrada em todas

as profissões, torna-se necessário o conhecimento e a informação sobre como dife-

renciar-se.

Apesar disso, muitos cursos técnicos e/ou superiores não apresentam em sua

grade curricular a disciplina de Empreendedorismo ou tema correlato. Quando profis-

sionais liberais (médicos, dentistas, advogados, psicólogos, fisioterapeutas, enge-

nheiros, arquitetos, nutricionistas, entre outros) iniciam sua atividade profissional, en-

contram dificuldades por que não detêm os conhecimentos que são relacionados a

atividade empreendedora.

Seja qual for a profissão exercida pelo profissional, o conhecimento na área

administrativa traz uma visão “de negócio” para a atividade, adquirindo novas com-

petências e, portanto, diferenciando-o no mercado de trabalho.

Avaliar como os profissionais liberais utilizam as ferramentas gerenciais e ad-

ministrativas necessárias ao desenvolvimento da sua própria atividade é o objetivo

geral deste artigo. Os objetivos específicos são: (1) pesquisar se os profissionais li-

berais da cidade de Rolândia conhecem e utilizam as ferramentas de gestão e em-

preendedorismo e (2) apontar um método de trabalho para a formação destes profis-

sionais liberais.

Para tanto, utilizaremos duas metodologias: (1) pesquisa descritiva e quantita-

tiva, com coleta de dados através de aplicação de questionário com questões fecha-

das, e (2) pesquisa qualitativa com perguntas semiestruturadas, com objetivo de

aprofundar-se no tema.

Pretende-se através deste artigo verificar a oportunidade de oferecer um curso

de Empreendedorismo para profissionais liberais, e, como adicional, o serviço de con-

sultoria empresarial especializada neste público-alvo.

2. MUDANÇA DE PARADIGMA: AS TRÊS ONDAS DE TOFFLER

Nos dias atuais, as pessoas têm dificuldade em analisar o nosso momento his-

tórico, por que ficamos muito condicionados a pensar apenas no nosso dia-a-dia.

Toffler (1984) analisa como a riqueza da sociedade é identificada em períodos

com características bem definidas. Para isso, Toffler definiu a sociedade em três on-

das:

Sociedade Agrícola – primeira onda

Sociedade Industrial – segunda onda

Sociedade do Conhecimento – terceira onda

A primeira onda surge quando o homem deixa de ser nômade e passa a cultivar

a terra para garantir a sua sobrevivência. Esta fase apresenta algumas características:

A economia era fundamentada no trabalho manual, na força dos animais

e em fontes de energia renováveis;

A produção era feita em pequena escala, artesanalmente, e o excedente

era comercializado na própria região.

A segunda onda começa com o início do capitalismo e a industrialização. O

local de trabalho passa a ser diferente do local de moradia, e numa distinção de gê-

neros, o homem trabalhando fora e a mulher em casa. As principais características da

segunda onda são:

Padronização: a produção em massa baseia-se em produtos feitos em

linha de produção, sempre iguais, gerando redução de custo para as indústrias;

Especialização: o trabalho deve ser feito sempre de forma a otimizar a

produção, feito de maneira repetitiva. Para isso, quanto mais especializado for

o operário, melhor;

Centralização: as decisões passam a ser tomadas somente pelos níveis

hierárquicos mais altos, fazendo com que os operários apenas obedeçam or-

dens.

A terceira onda inicia-se a partir do surgimento do computador, por volta de

1950. Na sociedade do conhecimento, a geração de riqueza deixa de acontecer pelas

máquinas e passa a ser gerada pela criatividade e pelo trabalho intelectual. Como

características dessa terceira onda podemos citar:

A internet, que passa a disponibilizar informação e conhecimento para

qualquer indivíduo que a ela tenha acesso.

3. DEFINIÇÃO DE SERVIÇO

De acordo com o Dicionário Aurélio serviço é “a atividade econômica de que

não resulta produto tangível (p.ex.: transporte urbano; atividades de médicos, advo-

gados, professores; administração pública) em contraste com a produção de merca-

dorias.”

4. IMPORTÂNCIA DOS SERVIÇOS NA ECONOMIA BRASILEIRA

Segundo a Pesquisa Nacional de Serviços, realizada pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), para o ano de 2011, apresentou um total de 1 081 012

empresas, com receita operacional líquida de R$ 1 004,3 bilhões e R$ 591,6 bilhões

de valor adicionado. O número de pessoas ocupadas foi de 11 398 mil, totalizando R$

202,7 bilhões pagos em salários, retiradas e outras remunerações.

Em 2011, dois segmentos se destacaram em relação ao número de empresas

pertencentes ao âmbito da PAS: serviços profissionais, administrativos e complemen-

tares (340 032 ou 31,5% do total) e os serviços prestados principalmente às famílias

(339 354 ou 31,4%), conforme o Gráfico 1. Em termos de geração de receita, as em-

presas de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio foram responsá-

veis pela maior parcela da receita advinda do setor de serviços (R$ 288,4 bilhões ou

28,5%).

Outras atividades significativas em termos de arrecadação de receita foram os

serviços profissionais, administrativos e complementares (R$ 268,3 bilhões ou 26,5%)

e os serviços de informação e comunicação (R$ 259,4 bilhões ou 25,6%) que, soma-

dos, representaram 80,6% da receita operacional líquida total dos serviços.

5. PROFISSIONAIS LIBERAIS

A definição de profissional liberal mais aceita é apresentada pela Confedera-

ção Nacional das Profissões Liberais (CNPL), que em seu Artigo 1º destaca que “é

aquele legalmente habilitado à prestação de serviços de natureza técnico-científica

de cunho profissional com a liberdade de execução que lhe é assegurada pelos prin-

cípios normativos de sua profissão, independentemente de vínculo da prestação de

serviço”.

As profissões regulamentadas que a CNPL representa hoje são: administra-

dores, advogados, auditores, arquitetos, assistentes sociais, atuários, bibliotecários,

biomédicos, biólogos, contabilistas, corretores de imóveis, economistas, enfermeiros,

engenheiros, estatísticos, farmacêuticos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais,

geógrafos, museólogos, fonoaudiólogos, geólogos, médicos, médicos veterinários,

nutricionistas, odontologistas, psicólogos, químicos, relações públicas, sociólogos,

técnicos agrícolas, técnicos industriais, técnicos em turismo, tradutores e intérpretes

e zootecnistas. Todas essas profissões exigem diploma de nível universitário ou téc-

nico (nível médio).

Porém não são todas as atividades profissionais que apresentam em seus cur-

sos técnicos ou superiores os conhecimentos específicos em gestão e empreendedo-

rismo.

Quando estes profissionais entram no mercado de trabalho para exercer a pro-

fissão escolhida, encontram dificuldades, pois falta conhecimento sobre como gerir

sua atividade profissional de forma empreendedora.

6.1 Empreendedorismo e o empreendedor

Existem muitas definições para o empreendedorismo. Uma das mais aceitas foi

apresentada por Hisrich (2009) “empreendedorismo é o processo de criar algo dife-

rente e com valor, dedicando tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos

financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes re-

compensas da satisfação econômica e pessoal”.

Criar algo diferente e com valor significa que muitas vezes será necessário que

o profissional liberal fuja do convencional, principalmente quando sua profissão é

muito técnica. Por exemplo, um dentista deve, obrigatoriamente, saber oferecer uma

solução para o cliente, e não apenas fazer a parte técnica.

Dedicar tempo e o esforço necessários decorre da necessidade de que muitas

vezes o profissional liberal precisa estar à frente de seu negócio, sendo aquele que

abre pela manhã e que fecha a tarde seu escritório ou qualquer outro tipo de estabe-

lecimento, permanecendo em tempo integral dedicado a ele. O profissional liberal que

deseja ser um empreendedor deve dar o exemplo.

Assumir riscos faz parte do empreendedorismo, principalmente quando se ini-

cia uma nova atividade. Risco financeiro se dá pelo fato de que muitos profissionais

liberais têm sua atividade de forma autônoma, sem um empregador que lhe garanta

um salário. Risco psicológico por que ele pode ter dúvidas quanto a empreender na

sua atividade, porém é necessário ter força mental para prosperar. E risco social, pois

ele interfere na sociedade com a sua atividade.

O empreendedor possui muitas definições. Segundo Dornelas (2012) é aquele

que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assu-

mindo riscos calculados.

Mas, para ser empreendedor, segundo o SEBRAE, é necessário um perfil com

as seguintes características:

Criatividade: aceitar os desafios e buscar soluções viáveis para o equa-

cionamento dos problemas;

Liderança: inspirar confiança, motivar, delegar responsabilidades, for-

mar equipe, criar um clima de moral elevado, saber compartilhar ideias, ouvir,

aceitar opiniões, elogiar e criticar as pessoas;

Perseverança: manter-se firme em seus propósitos, sem deixar de en-

xergar os limites da sua possibilidade, buscando metas viáveis até mesmo em

situações adversas;

Vontade de trabalhar: dedicar-se plenamente e de forma entusiasmada

ao seu negócio;

Automotivação: encontrar a realização pessoal no trabalho e seus re-

sultados;

Formação permanente: buscar constantemente informações sobre o

mercado e atualização profissional sobre novas técnicas gerenciais;

Organização: compreender as relações internas para ordenar o pro-

cesso produtivo e administrativo de forma lógica e racional, entender as alte-

rações ocorridas no meio ambiente externo de forma a estruturar a empresa

para melhor lidar com essas mudanças;

Senso crítico: antecipar-se aos problemas principais, analisando-os fri-

amente.

Porém, não basta ao empreendedor ter perfil. Também é necessário possuir

algumas habilidades, segundo Dornelas (2012):

Técnicas: envolve saber escrever, ouvir as pessoas e captar informa-

ções, ser um bom orador, ser organizado, saber liderar e trabalhar em equipe

e know-how técnico em sua área de atuação;

Gerenciais: incluem as áreas envolvidas na criação e gerenciamento da

empresa como marketing, administração, finanças, operacional, produção, to-

mada de decisão, controle das ações da empresa e ser um bom negociador;

Características pessoais: ser disciplinado, assumir riscos, ser inovador,

ser orientado a mudanças, ser persistente e ser um líder visionário.

Segundo Falconi (2009) a vitória de uma organização ou indivíduo é algo de-

sejado por todos e, quando acontece, é fonte de alegria e satisfação. Porém, as pes-

soas falham em alcançar seus objetivos.

Falconi (2009) relata que falhamos porque:

a) Não colocamos as metas certas (ou não definimos nossos problemas

da forma correta);

b) Não fazemos bons planos de ação, seja porque desconhecemos os

métodos de análise, seja porque não temos acesso às informações necessá-

rias (falta conhecimento técnico);

c) Não executamos completamente, e a tempo, os Planos de Ação;

d) Podem ocorrer circunstancias fora do nosso controle.

Segundo Falconi (2009), existem duas responsabilidades básicas de um ge-

rente:

a) Garantir que os processos que apoiam suas operações sejam estáveis

e confiáveis.

b) Levantar, priorizar e resolver os problemas de sua área de responsabi-

lidade.

Diante do estudo exposto passamos à pesquisa descritiva e quantitativa com

coleta de dados através de aplicação de questões fechadas, e à pesquisa qualitativa

com perguntas semiestruturadas, com objetivo de aprofundar-se na questão do em-

preendedorismo entre os profissionais liberais da cidade de Rolândia.

6. METODOLOGIA

O presente artigo teve como base entrevistas estruturadas com profissionais

liberais. A entrevista foi composta de apenas 7 perguntas, porém muitos dos entre-

vistados acabaram fazendo relatos sobre o seu dia-a-dia, o que colaborou com o

objetivo geral deste artigo.

Foram entrevistados 24 profissionais liberais, sendo 6 fisioterapeutas, 5 psicó-

logos, 5 advogados, 2 dentistas, 1 médico, 2 engenheiros, 1 arquiteta e 2 contabilis-

tas. A idade média foi de 37,8 anos, o que demonstra que já são profissionais expe-

rientes na sua área de atuação.

7. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA

A primeira pergunta está relacionada ao tempo de formação do profissional. A

maior parte dos entrevistados, 54% deles, tem mais de 5 anos de formados, o que

indicaria uma maior facilidade na atuação de mercado.

Gráfico 1

8%

13%

25%

54%

Você está formado(a) há quanto tempo?

Até 1 ano De 1 a 3 anos de 3 a 5 anos mais de 5 anos

Porém não é isso que muitos indicaram durante as entrevistas. Muitos deles

relataram que esse tempo de experiência profissional não é fator determinante para

melhores resultados na carreira profissional.

O médico que foi entrevistado, por exemplo, relatou não possuir nenhum co-

nhecimento na gestão de seu consultório. A responsabilidade recai sobre a secretá-

ria, que fica encarregada da agenda do profissional, da parte financeira do consultó-

rio, do contato com escritório de contabilidade, entre outras atribuições. Este profis-

sional confessou que “fica na mão do contador”, pois sabe que o mesmo envia docu-

mentos a serem pagos, que julga o médico, estarem todos certos.

Apenas dois entrevistados, 8% da amostra, tem até 1 ano de formados. Ques-

tionados sobre o que fazer quanto ao futuro profissional, um deles relatou ainda não

saber exatamente como atuar na sua área de formação, o Direito. A outra profissional,

uma fisioterapeuta trabalha numa clínica da sua área de formação, relatou ainda não

possui condição de atuar por conta própria.

A segunda pergunta da pesquisa, relacionada às dificuldades que o profissio-

nal encontra, mas respostas ficaram bem distribuídas. A maioria das respostas, 37%

está relacionada a “promover/divulgar minha atividade profissional”. Isso deve-se a

dois fatores, que os entrevistados definiram: primeiro, seus cursos de graduação não

oferecem ferramentas para divulgar sua atividade. Muitos dos profissionais entrevis-

tados estão em áreas em que a formação é muito técnica e específica, não ofere-

cendo conhecimento necessário para gerir sua atividade profissional como um negó-

cio.

O segundo fator, está relacionado a muitos profissionais, principalmente advo-

gados, não terem em seus códigos de ética permissão para divulgar sua atividade,

ou seja, fazer propaganda. Isso inibe o profissional de Direito a buscar alternativas

para a divulgação da sua atividade, conforme o que o Manual do Advogado em Início

de Carreira permite.

Como o Estatuto da OAB veda a divulgação da advocacia em conjunto com qualquer outra atividade e coíbe práticas tendentes à captação de clientes, a publicidade é meramente informativa. Isto é, destinada a informar os serviços profissionais do advogado ou da sociedade de advogados, dados sobre iden-tificação pessoal e curricular do advogado ou da equipe de profissionais, nú-mero da inscrição do advogado e do registro da sociedade, áreas de atuação, qualificação do advogado, indicação de associação e instituições culturais ou científicas de que faça parte o advogado ou a sociedade, bem como os dados referentes ao endereço, telefone, home page, e-mail, horário de atendimento ao público e idiomas falados.

A segunda resposta com maior incidência, 21%, é “recrutar/selecionar funcio-

nários”. Isso nos leva a crer a dificuldade destes profissionais nesta área.

De acordo com o relato de um entrevistado que é fisioterapeuta, encontra-se

dificuldade em contratar secretária que atenda a necessidade específica da sua ati-

vidade. Pois, segundo ele, não basta atender bem os pacientes, mas conhecer sobre

planos de saúde, auxiliar nos controles financeiros do consultório/clínica, entre outras

atribuições.

Gráfico 2

A terceira pergunta está relacionada a possibilidade de um curso de capacita-

ção nas áreas citadas na pergunta anterior. Haviam apenas duas possibilidades de

respostas, sim ou não. 87% dos entrevistados responderam que têm interesse em

fazer um curso melhorar seus conhecimentos em gestão empresarial.

Isso demonstra que existe espaço, junto ao público alvo, para oferecer uma

qualificação do qual a maioria dos profissionais liberais não dispõe. Os profissionais

liberais entrevistados disseram desconhecer alguma empresa que ofereça tal possi-

bilidade de cursos nessa área, de forma a atender essa necessidade.

Acreditamos que isso aconteça por que a maioria pessoas possui pouco tempo

para fazer um curso, mesmo que seja de curta duração. Por isso, cursos presenciais

tem a necessidade do deslocamento, o que pode inibir algumas pessoas.

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%

1

Para o exercício de sua atividade profissional, quais as maiores dificuldades que você encontra?

e) Vender meus serviços (Técnicas de Venda) d) Controles Financeiros

c) Promover/divulgar minha atividade profissional b) Recrutar/selecionar funcionários

a) Iniciar minha atividade profissional

Gráfico 3

Isso demonstra que existe espaço, junto ao público alvo, para oferecer uma

qualificação do qual a maioria dos profissionais liberais não dispõe. Os profissionais

liberais entrevistados disseram desconhecer alguma empresa que ofereça tal possi-

bilidade de cursos nessa área, de forma a atender essa necessidade.

Com isso, pode-se iniciar, após este trabalho, a divulgação de um curso para

estes profissionais.

A próxima pergunta refere-se a como deve ser desenvolvida a didática do

curso, se presencial, à distância, ou de maneira conjunta. Nessa questão, as respos-

tas ficaram bem distribuídas, entre todas elas.

A maior quantidade de respostas foi a que aceitava o curso presencial, com

atividades via internet, com 54%. A segunda mais respondida, foi somente presencial,

com 29% das respostas. Em terceiro, com 17% ficou com a resposta somente inter-

net.

Entendemos que isso aconteça por que a maioria pessoas possui pouco tempo

para fazer um curso, mesmo que seja de curta duração. Por isso, cursos presenciais

tem a necessidade do deslocamento, o que pode inibir algumas pessoas.

Acreditamos que um curso totalmente on-line não foi aceito por que a maioria

das pessoas ainda têm dificuldade com as novas tecnologias. Isso faz com que um

pequeno grupo tenha respondido “somente internet”.

Se houvesse um curso de capacitação em uma ou mais áreas acima citadas, você se interessaria?

Sim Não

Gráfico 4

Um curso presencial e com atividades pela internet pode ser interessante, pois

atende a duas necessidades: o aprendizado com instrutor e o atendimento, que pode

ser, como forma de tira-dúvidas, posterior a parte presencial.

Esse modelo possibilita a continuidade do aprendizado, que pode ser disponi-

bilizado após a conclusão dos cursos. Com isso, pode-se também manter contato

com os profissionais, de forma a cultivar um relacionamento de longo prazo com os

mesmos.

A próxima questão é uma pergunta sobre a disponibilidade de tempo para fa-

zer o curso. Aqui o que gostaríamos de saber é quanto tempo por dia os entrevista-

dos teriam disponível. Na atualidade, muitas profissões não permitem que o profissi-

onal ausente-se do seu escritório/consultório por um tempo muito longo.

Gráfico 5

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

a)      Curso presencial b)      Curso via internet c)      Curso presencial, comatividades via internet

Na sua opinião, qual a melhor maneira para atender suas necessidades?

6%

82%

8%4%

Quantas horas do seu dia você estaria disposto(a) a dedicar a uma capacitação que atendesse suas necessidades?

a)      Até 1 hora por dia b)      Até duas horas por dia

c)       Até três horas por dia d)      Mais de três horas por dia

O item que teve quase 82% das respostas foi “até duas horas por dia”. Essa

opção leva a crer que muitos dos entrevistados não possuem tempo disponível para

atividades fora do trabalho, porém apenas uma hora pode ser pouco, assim como

acima de duas horas pode vir a atrapalhar a rotina.

A sexta pergunta faz referência à quantidade de dias disponíveis para o curso.

Houve um grande equilíbrio nas respostas, com uma divisão bem interessante das

respostas.

O maior número de respostas foi para “até dois dias”, com 42% dos entrevis-

tados. Nossa opinião é que essa resposta, juntamente com a mais votada da per-

gunta anterior, dá uma boa base do que podemos oferecer a esse público.

Gráfico 6

Atualmente, por conta da falta de disponibilidade de tempo que a maioria das

pessoas, um curso bem curto, de dois dias, com até duas horas de duração cada um,

poderia muito bem ser oferecido ao público alvo deste artigo.

A última pergunta do questionário realizado, talvez seja a mais importante, le-

vando-se em consideração o objetivo deste artigo. A questão está relacionada à pres-

tação de serviço de consultoria para os profissionais que responderam, se estariam

dispostos a contratar esse tipo de serviço, principalmente após fazerem o curso de

capacitação.

21%

42%

37%

Uma capacitação, voltada para sua atividade profissional e com foco específico para sua necessidade, seria mais

interessante:

a)      Se fosse ministrada num único dia; b)      Em dois dias c)       Em três dias

Do total de participantes, 63% deles disseram “sim” para a pergunta. Isso nos

indica a possibilidade de oferecer um serviço para profissionais liberais, àqueles que

querem ter um maior conhecimento sobre como gerenciar sua atividade profissional.

Gráfico 7

Após a capacitação você teria interesse em contratar um serviço de consultoria/assessoria para auxiliar na

implantação dos conhecimentos adquiridos no curso?

Sim Não

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com o que foi apresentado na pesquisa de campo, chegamos a con-

clusão que o objetivo deste artigo foi atingido. Muitos profissionais liberais não pos-

suem o conhecimento sobre empreendedorismo e as suas ferramentas para um me-

lhor gerenciamento da sua atividade profissional. O que nos leva a crer que seja pos-

sível apresentar a esse público uma qualificação, que o prepare para os desafios da

sua carreira, já que muitos cursos superiores ou técnicos não oferecem esse tipo de

formação.

Para um aprofundamento deste assunto, seria interessante uma abordagem

que avaliasse de forma mais específica, quais as necessidades de cada área. Por

exemplo, qual a maior carência de um advogado na hora de administrar seu escritório.

Levando-se em consideração que esse público não tem sido atendido no que

se refere a empreendedorismo, uma consultoria nessa área também pode ser bem

sucedida.

Muitos profissionais, daqueles que responderam o questionário, disseram estar

interessados em algum auxílio nessa área, o que uma prestação de serviço de um

consultor poderá ajudar bastante.

REFERÊNCIAS

BIZZOTTO, Carlos Eduardo Negrão. Plano de negócios para empreendimentos inovadores. São Paulo: Atlas, 2008

CORRÊA, Henrique L. Gestão de serviços: lucratividade por meio de operações e satisfação dos clientes. São Paulo: Atlas, 2012.

DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando ideias em ne-gócios. Rio de Janeiro: Elsevier,2012.

FALCONI, Vicente. O verdadeiro poder. Nova Lima: INDG, 2009.

HISRICH, Robert D. Empreendedorismo. Porto Alegre: Bookman, 2009.

http://www.cnpl.org.br/novoportal/index.php/a-cnpl acessado em 12/05/2014.

http://www.fenaci.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=79&Ite-mid=70 acessado em 12/05/2014

http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/Conhe%C3%A7a-o-perfil-ne-cess%C3%A1rio-ao-empreendedor acessado em 26/05/2014.

MELLO, C. H., COSTA NETO, P. L., TURRIONI, J.B., SILVA, C.E.S. Gestão do pro-cesso de desenvolvimento de serviços. São Paulo: Atlas, 2010.

ANEXO

Questionário de Campo Formação:_____________________________________ Idade: _______ Sexo: ___

1) Você está formado(a) há quanto tempo?

a) Até 1 ano

b) De 1 a 3 anos

c) De 3 a 5 anos

d) 5 anos ou mais

2) Para o exercício de sua atividade profissional, quais as maiores dificuldades que

você encontra?

a) Iniciar minha atividade profissional

b) Recrutar/selecionar funcionários

c) Promover/divulgar minha atividade profissional

d) Controles Financeiros

e) Vender meus serviços (Técnicas de Venda)

3) Se houvesse um curso de capacitação em uma ou mais áreas acima citadas, você

se interessaria?

a) Sim

b) Não

4) Na sua opinião, qual a melhor maneira para atender suas necessidades?

a) Curso presencial

b) Curso via internet

c) Curso presencial, com atividades via internet

5) Quantas horas do seu dia você estaria disposto(a) a dedicar a uma capacitação

que atendesse suas necessidades?

a) Até 1 hora por dia

b) Até duas horas por dia

c) Até três horas por dia

d) Mais de três horas por dia

6) Uma capacitação, voltada para sua atividade profissional e com foco específico

para sua necessidade, seria mais interessante:

a) Se fosse ministrada num único dia;

b) Em dois dias

c) Em três dias

7) Após a capacitação você teria interesse em contratar um serviço de consultoria/as-

sessoria para auxiliar na implantação dos conhecimentos adquiridos no curso?

a) Sim

b) Não