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S REDS E O SER A REDE E O SER Kelly Kiyumi e Rita Wu

A rede e o ser

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S REDS E O SERA REDE E O SER

Kelly Kiyumi e Rita Wu

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| explorando o conceito da(s) rede(s)| smart city| sentient city| too much smart city| (i)mobilidade| questionamentos

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Diante das transformações sociais, tecnológicas, econômicas e culturais, temos o surgimento de um novo tipo de organização social, que o Castells chama de sociedade em rede.

Com a passagem da comunicação de massa tradicional par um sistema em redes horizontais de comunicação baseadas na internet e da comunicação sem fio, temos uma multiplicidade de padrões de comunicação na base de uma transformação cultural, a medida que a virtualidade se torna uma dimensão essencial da nossa realidade. Essa nova estrutura social, sociedade em rede, se dá em todas as dimensões fundamentais da organização e das práticas sociais.

S REDS E O SERA REDE

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"Segundo FOUCAULT (1994), ao contrário do que possa parecer, a nossa época é obcecada pelo espaço: vivemos a época do simultâneo, da justaposição, do próximo e do longínquo.

[...] Se a experiência do ciberespaço está destinada a nos transformar verdadeiramente, não é porque ela vai substituir a realidade por uma realidade cibernética, uma realidade simulada, mas porque o ciberespaço coloca em prática e potencializa o processo de heterotopia descrito por ele. "

PARENTE (2007 p.103)

S REDS E O SERA REDE

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Se pensarmos em uma nova teoria urbana, baseada na distinção ente os espaços dos lugares e os espaços dos fluxos, devemos partir que o espaço não é uma realidade tangível, e sim um conceito baseado na experiência. O espaço social se distingui do espaço da física, astrofísica e mecânica quântica. Essa nova espacialidade que temos hoje é o que o Castells chama de espaço de fluxos, que seria o suporte material de práticas sociais simultâneas comunicadas à distância, o que envolve a produção, transmissão e processamento de fluxos de informação. Estamos, portanto, diante de uma nova arquitetura espacial constituídas de redes globais que conectam grandes regiões metropolitanas e suas áreas de influência.

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Ecologias de Interação (VASSÃO)

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"As informações circulam, mobilizando toda a rede de intermediários que se estende do centro à periferia, e, ao fazê-lo, criam uma espécie de tensão que mantém a rede coesa. A tensão é um dos parâmetros da rede, ao lado do fluxo, da velocidade e da intensidade."

PARENTE (2007 p.103)

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"But the more that they involve mobile and embedded systems, and the more that they develop unique aggregations in particular places, the more digital architectures become part of a physical structure. This is true both in terms of objects and experiences. When operations are collected locally distinct, relatively persistent, and bodily memorable ways, the activity takes on aspects of archtecture."

McCULLOUGH (2005 p.154)

SMART CITY

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Camadas invisíveis de tecnologia“As commercial interest and law enforcement agencies begin to implement urban infrastructures imbued with the capacity to remember, correlate and anticipade, we find ourselves on the cusp of a near-future city capable of reflexively monitoring its environment and our behavior within it, becoming an active in the organization of everyday life.”

SHEPARD (2011, p. 10)

SENTIENT CITY

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“Looking beyond the paradigm of personal computing, which placed the computer in the foreground of our attention, research in ubiquitous computing projected a world where computers would disappear into the background, displaced to the periphery of our awareness.Enabled by tiny, inexpensive microprocessors and low-power wireless sensor networks, processing was to become ambient. No longer solely ‘virtua’, human interaction with an through computers in this near-future world would more socially integrated and spatially contingent as everyday objects and spaces became linked through networked computing.”

SHEPARD (2011, p. 18)

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“One drives to particular locations defined strictly by their street addresses rather than by spatial landmarks. A trendy restaurant or club can be found in the middle of nowhere, among the miles of completely unremarkable buildings. The whole city feels like a set of particular points suspended in a vacuum, similar to a bookmark file of Web pages.”

MANOVICH (1995) The Aesthetics of Virtual Worlds: Report from Los Angeles

CTHEORY (November, 1995) retrieved from manovich.net/TEXT/virt-space.html

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Navigating online spaces Navigating The City of Los Angeles

THE INTERNET BACKBONEthe principal data routes between large, strategically interconnected computer networks and core routers on the Internet.

THE INTERNET BACKBONEthe principal data routes between large, strategically interconnected computer networks and core routers on the Internet.

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“Manovich embraces the experience of how real and virtual space become meshed together; technology introduces new ways of reading and navigating the environment.”

RATTI (2012, p. 220)

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mapeamentos mapas que apresentam diversas camadas de significados e mapas que possibilitam a interação social.

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Watch Dogs - We are data

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Foursquare check-ins show the pulse of New York City

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Durante um ano analisamos e mapeamos todos os check-ins. Cada ponto representa um único check-in e as linhas retas representam check-ins sequenciais. Podemos ver a força dos dados de check-ins, as cidades do

mundo todo pulsam com atividades a cada hora de cada dia.

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Lars Spuybroek, D-Tower, 1998-2001 | Doetinchem, Holanda

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"A ciência não se aplica a partir das idéias de seus gênios. A ciência replica-se, como o social, mas para que isso ocorra é preciso investimentos enormes"

PARENTE (2007 p.104)

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“Quando medimos as informações em bits e bauds, quando somos assinantes de um banco de dados, quando, para agir e pensar, nos conectamos a uma rede de comunicação, é mais difícil continuar vendo o pensamento científico como um espírito flutuando sobre as águas. Hoje a razão, que nada tem de natural, se assemelha muito mais a uma rede de comunicação, uma rede de telemática do que às idéias platônicas”.

LATOUR (2004 apud PARENTE, 2007 p.104)

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projetando cidadesprojetos de cidades que apresentam um modelo diferente de cidades integradas com a tecnologia.

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Amphibious ArchitectureConcebido pelo arquiteto David Benjamin e pela artista Natalie

Jeremijenko, Amphibious Architecture imagina uma cidade dinâmica,

participativa na qual a arquitetura estática é substituída por um ambiente

construído cinético e responsivo.O sistema permite um diálogo entre os

seres humanos, peixes e seu ambiente compartilhado, a partir de dados. Instalado no East River e do

Bronx River, duas redes de tubos interativos contêm sensores

submarinos e luzes acima. Através de mensagem de texto, os participantes podem se corresponder com peixe e

receber dados em tempo real sobre a qualidade da água em resposta.

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Panasonic - Fujisawa Sustainable Smart Town

Antigo parque fabril da Panasonic, com 19 hectares (o equivalente a 24 estádios do morumbi), agora abrigar uma cidade totalmente sustentável erguida ao custo de R$ 1,3 bi.

As casas terão painés solares no telhado e a arquitetura potencializará a luz do sol e a ventilação. As ruas privilegiarão pedestres e ciclistas. Não haverá postos de abastecimento, ao invés disso tomadas especiais para carros elétricos.

A Panasonic já comercializa PanaHomes por R$1mi cada.

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"Essas características das redes podem ser aplicadas aos organismos, às tecnologias, aos dispositivos, mas também à subjetividade. Somos uma rede de redes (multiplicidade), cada rede remetendo a outras redes de natureza diversa (heterogênese) em um processo autoreferente (autopoiesis)"

PARENTE (2007 p.104)

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instrumentalizando o corpoprojetos que integram as pessoas ao contexto da cidade através da informação que eles compartilham.

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Sensoree LAB - GER Mood Sweater

A roupa interpreta as emoções do usuário e mostra instantâneamente em um display de leds

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MIT SenseABLE City Lab - Beach Fashionsense

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"Fuse Natural" aproveita a capacidade de plantas em absorver carbono para criar uma cidade no qual uma rede de dispositivos funcionam tanto como saídas de energia elétrica e como um recurso compartilhado que compensa o CO2 gerado na produção de eletricidade.Estes fusíveis naturais permitem que apenas uma quantidade limitada de energia seja gasta com base na quantidade de CO2 que pode ser absorvida pelas plantas

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que crescem no sistema, tornando-as "disjuntores naturais". Nessa rede as plantas são capazes de compartilhar sua capacidade de absorção e tirar proveito do carbono do sistema, uma vez que nem todos os fusíveis naturais estarão em uso a todo momento . Se as pessoas

cooperam em gasto de energia as plantas prosperam ( e todo mundo pode usar mais energia ) . Do contrário a rede começa a matar as plantas , diminuindo assim a capacidade de energia elétrica da rede.

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Electronic Devices That Dissolve In Your Body

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Proteus Digital Health Tatuagem eletrônica

http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/06/03/pilulas-e-tatuagem-eletronica-podem-substituir-senhas-em-breve-diz-especialista.htm

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"Out of all the potentials our moment might give rise to, and all the modes in wich we might choose to use networked information technology in our cities, the narrative of the smart city as it is currently being articulated and advanced to us represents some of the least interesting and the most problematic"

GREENFIELD (2013)

TOO MUCH SMART CITY

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Autor de "Everyware (2006)", Greenfield continua com seus estudo a respeito da computação ubíqua e a interação com a cidade. Assumindo o ponto de vista de que uma cidade não pode ser inteligente, ele analisa alguns projetos já instalados por grandes empresas (como a Cisco e a IBM) em grandes cidades.

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“Para estar à altura desta tarefa urbanística é preciso enfrentar, ou pelo menos identificar, um problema filosófico fundamenta: é possível a eliminação do espaço enquanto fomos corpos?

Pedimos ao mundo externo que se dissolva num mundo virtual, enquanto continuamos a ser o lugar do nosso corpo, alguns milhares de moléculas que nos compõe e que têm determinada forma espacial. Como podemos fazer conviver o lugar que somos com a eliminação externa de todos os lugares? Problema essencial. Poderíamos fazer ficção científica inteligente à maneira de Philip K. Dick: assim que conseguisse transmitir-me a mim mesmo como fax ou como um e-mail, o problema ficaria resolvido.

Se pudéssemos tratar o nosso corpo como uma informação entre outras, o problema ficaria resolvido, dado que agora dominamos a informação, somos capazes de manipular e transmitir. Mas não é o que está a acontecer? Porventura, a ciência médica não está a tratar o corpo como um conjunto de informações? Muita gente fala de biopolítica, de um tratamento da vida baseado em perspectivas e aparatos técnico-políticos. E isso, longe de ser ficção científica já é realidade; esta perspectiva está nos fatos: técnica e politicamente o nosso corpo já é tratado como um conjunto de informações.”

CACCIARI (2010, p. 46-7)

CORPO

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“Mas infelizmente, o espaço vinga-se desta vontade de ubiquidade! Vinga-se de duas maneiras: antes de mais, no sentido de já não nos movermos nas cidades, por problemas de trânsito (sim, todos os dias somos obrigados a descobrir que ainda somos corpos e que nos movimentamos com meios que ainda são corpos que não podem se compenetrar: a ilusão de que mediante as tecnologias informáticas as nossas exigências de movimento físico seriam reduzidas está substancialmente a revelar-se pura ideologia, pois quanto mais cresce a velocidade de informação, mais aumente, parece, o desejo de movimento físico e de ubiquidade). O espaço vinga-se, então, imobilizando-nos nas cidades. Mas vinga-se, também, de outra maneira: as arquiteturas que se fazem por todo o lado contrastam radicalmente este desejo de movimento e de ‘espiritualização’ resultando, amiúde, num peso monumental único. Constroem-se corpo muito rígidos, que estorvam, monovalentes. A arquitetura tem uma aspiração, paradoxal e patética, devido ao simbolismo do edifício. (...) A linguagem arquitetônica, independente da qualidade deste ou daquele arquiteto, quando intervém à escala urbana, fá-lo com uma filosofia que contradiz totalmente esta tendência para a mobilização universal.”

CACCIARI (2010, p. 48-9)

(I)MOBILIDADE

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Too Smart Bench

Too Smart Trashcan

Too Smart Sign

GREENFIELD - Too Much Smart City 2011

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Aplicativo de navegação que propõe uma rota alternativa baseada nos locais de partida e chegada e no tempo para realizar essa rota.

Durante o percurso propõe desafios e pequenos desvios, para que o usuário faça sempre uma rota diferente e encontre algo inusitado.

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Julian Oliver - The Artvertiser

Artvertiser é um software que substitui propagandas por peças de arte em tempo real.

Funciona com um algorítmo que é treinado para reconhecer peças publicitárias. A partir do reconhecimento ele facilmente troca as propagandas por imagens ou vídeos para quem estiver usando o equipamento.

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Julian Oliver - Artvertiser

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> Como a infraestrutura tecnológica vai reorientar as cidades e transformar a nossa forma de transitar por elas?> Se nós instrumentalizarmos o mundo a nossa volta, quais as profundas mudanças que sofrerá a forma do ambiente construído e a nossa existência nele?> Será a “Sentient City” uma versão do século XXI da cidade fantasma, no qual as interações e as trocas serão automatizadas por algoritmos?> Como ficará o ecossistema urbano com a atuação simultânea de humanos e não-humanos?> Se as infraestruturas estão se tornando capazes de “sentir” as condições com as quais operam, como também “percebendo” padrões e dados dessas condições, como podemos ter certeza sobre as suas respostas operacionais? > Se o significado dos espaços públicos é a produção espacial e material dos seus usos, que novos tipos de atividade poderiam surgir nesses espaços, e para quais fins?

QUESTIONAMENTOS

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Referências BibliográficasCASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. A Era da Informação: economia, sociedade e cultura. Volume I. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

CACCIARI, Massimo. A Cidade. Barcelona: Editorial Gustavo Gili: 2010.

GREENFIELD, A. Against The Smart City. Do Projects: New York, 13th October 2013

IBM Smarter City Visualizado em:16 de Novembro de 2012. Disponível em: <http://www.ibm.com/smarterplanet/us/en/smarter_cities/overview/>

MIT SenseABLE City Guide to Rio de Janeiro Disponível em: <http://senseable.mit.edu/papers/pdf/2011_Senseable_City_Guide_Rio.pdf>

McCULLOUGH, M. Designing interactions. In Digital Ground. Architecture, Pervasive Computing, and Environmental Knowing. Cambridge, MA; London, England: The MIT Press, 2005. p.146‐168.

Panasonic Fujisawa Sustainable Smart Town Visualizado em 15 de Novembro de 2013. Disponível em: <http://panasonic.net/es/fujisawasst/>

PARENTE, A. Rede e subjetividade na filosofia francesa contemporânea. Revista Eletrônica de Comunicação Informação e Inovação emSaúde. Rio de Janeiro, v.1, n.1, p.101-105, jan.-jun., 2007

Offenhuber, Dietmar, and Carlo Ratti. "Reading the City—Reconsidering Kevin Lynch’s Notion of Legibility in the Digital Age." The Digital Turn, in Design in the Era of Interactive Technologies, ed. Zane Berzina, Barbara Junge, Wim Westerveld, and Carola Zwick. Zürich: Park Books (2012). NBR 6023

SHEPARD, M. Sentient City. Cambridge, Massachusetts: The MIT Press, 2011.

SHEPPARD, M. Too Much Smart City. Visualizado em 16 de Novembro de 2013. Disponível em: <http://www.sentientcity.net/exhibit/?p=59>

Vassão, C. Ecologias de Interação. Visualizado em 15 de novembro de 2013. Disponível em: <http://caiovassao.com.br/2008/09/24/ecologias-de-interacao-2/>