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brasil Inspiração Técnica Design de ponta 22 “Se você não souber o que o seu es- túdio pode oferecer, imagine o cliente” _ Daniel Neves Aqui tem_ Colletivo Visorama Diversões Eletrônicas Jasper Goodail Dimaquina Nitrocorpz Scrawl Collective Binho Ribeiro Vasava Pablo Loco Christopher Kenworthy Kleber Design Ltd Átila Meireles Josh Vanover Steve Harrington % mais computerarts.com.br Ano2 Junho 2009 R$ 14,90 31 páginas de técnica Photoshop Explore texturas e efeitos Illustrator Estampas para cam- isetas After Effects Aprenda a criar efeitos cinematográficos Graffiti A arte do muros do underground faz sucesso no mainstream Como montar um Estúdio Saiba o momento certo de se arriscar e como agregar talentos ao seu sonho COM O MELHOR DA 3D WORLD

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Inspiração Técnica Design de ponta

22“Se você não souber o que o seu es-túdio pode oferecer, imagine o cliente” _ Daniel Neves

Aqui tem_ Colletivo Visorama DiversõesEletrônicas Jasper Goodail DimaquinaNitrocorpz Scrawl Collective Binho RibeiroVasava Pablo Loco Christopher KenworthyKleber Design Ltd Átila Meireles JoshVanover Steve Harrington % maiscomputerarts.com.brAno2 Junho 2009R$ 14,90

31 páginas de técnica

Photoshop Explore texturas e efeitosIllustrator Estampas para cam-isetas

After Effects Aprenda a criar efeitos cinematográficos

Graffiti A arte do muros do underground faz sucesso no mainstream

Como montar um

EstúdioSaiba o momento certo de se arriscar e como agregar talentos ao seu sonho

COM O MELHOR

DA 3D WORLD

Destaques

Técnica

Entrevista

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Jasper GoodballA entrevisa do mês da Computer Arts

Como montar um estúdioConheça designers que uniram suas forças e encontratam o sucesso

PerfilA história do estúdio espanhol Vasava

Como se estabelecer fisicamenteSaiba como ecolher o espaço ideal para o seu estúdio

Aproveite os errosJosh Vanover mostra como con-sertar seus erros no photoshop

Seções

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34

52

98

Mail

Portfólio

Notícias

Entrevista

Perfil

Design Clássico

Objetos de Design

Computer Arts Brasil

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8468Design gráfico para camisetasJared Nickerson cria estampas no illustrator

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BriefingA criação do site da banda AC/DC pela Kleber Design Ltd

76Virando a páginaStewart Hamilton Arrandale mostra como configurar revistas digitais no flash

80

Workshop de inspiraçãoSteve Harrington faz arte com o photoshop e uma impressora seri-gráfica

A nova In-Content Edit-ingConheça a ferra-menta de adminis-tração de conteúdo online com Sam Hampton-Smith

Tratamento de peleBruno Lozich mostra técnicas de retoque de pele no Photoshop

90Explore e combine novas texturasMescle texturas e obtenha efeitos com Átila Meireles

Mais rápido que uma balaCrie efeitos de cinema sem usar a tela verde com Christopher Ken-worthy

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Monte o seu próprio estúdio

Não importa qual é o seu objetivo. Ter um estúdio é mais fácil do que você imagina

Além de ser seu próprio chefe, como trabalham os freelancers, montar um estúdio também significa coordenar uma equipe por meio da sua visão criativa ou reunir-se com um grupo de artistas para chegar na melhor solução para um projeto. Infelizmente ninguém vive só de ideias. Ter um estúdio também significa se tornar um empresário, resolver questões legais, analisar contratos e saber o que é fluxo de caixa, por exemplo. Para Daniel Neves, sócio do estúdio carioca Dimaquina, ter seu próprio estú-dio é ser criativo não apenas no design, mas em outros modelos como gestão, estratégia, planejamento e atendimento. “Principalmente porque, no início, a sua estrutura começa pequena. Para competir com estúdio consagrados e grandes é preciso criar um diferencial nesses modelos”, explica.”O design não basta. Quem não está disposto a passar por isso, é melhor pensar duas vezes antes de se aventurar.”Antes de pensar que montar um estúdio é um bicho de sete cabeças, tenha em mente que toda e qualquer empresa precisa começar do zero.

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Quem você conhece

Três ingredientes são indispensáveis para se montar um estúdio: contatos, contatos e...contatos. A sua rede de amigos, familiares, colegas e conhecidos será crucial para a promoção do estúdio e a prospecção de clien-tes. “O recurso mais útil que tivemos quando começamos o Smallforam os contatos que adquirimos das agências em que trabalhamos, tanto de clientes como de outros colegas”, conta David Hitner, do estúdio Small. Rob Corradi, fundador do Preloaded, tem a mesma opinião. “Abrimos o estúdio em 4 de ja-neiro de 2000. Administramos o negócio pelos primeiros seis meses como um grupo de freelanc-ers. Usávamos nossos contatos para fazer trabalhos individuais, juntávamos a grana e dividíamos tudo até conseguirmos pagar as contas”. Damon Mangos, diretos de criação do Delete, sabe da importância de se tomor uma atitude antes que seja tarde quando se trata de impressionar seus primeiros clientes. Cause uma boa impressão, e a chance de vê-los novamente - e ganhar novos con-tatos - é muito grande.

“Para estabelecer relações importantes quando se está começando, é importante fazer um primeiro trabalho excepcional, Desse modo você constrói uma nova rede de contatos - a de clientes - que permitirá a transformação de um simples grupo de freelancers em uma empresa”, explica Damon

Estratégias de negócios

Mesmo em um ramo intuitivo com a criação, a chave de estabalecer o sucesso é planejamento. “Meses antes de fundarmos o estúdio colocávamos no papel tudo que precisávamos para

nos organizar, quais seriam nossas metas e que tipo de problemas poderiam aparec-

er, além de como evitá-los”, lembra-se Sofia Lace, cofundadora do Enjoythis. Paula Bensos, sócia-diretora do Form, nunca se arrependeu de gastar um bom tempo na formu-lação de um plano de negócios antes de montar o estúdio: “Pode parecer algo muito entediante, mas ajuda você a focar no motivo pelo qual está fazendo isso e quais serão os próximos passo” explica a designer, “Se o estúdio é formado por mais de duas pessoas, o plano de negócio pe o melhor modo de assegurar que todos irão pensar na mesma caoisa, Você ficaria admirado em ver quantos designer que montam estúdios veem que não era bem aquilo que queiam depois de uns seis meses de trabalho”. Daniel Neves aconselha pensar no lado do cliente na hora de formular uma estratégia. “Se você não souber o que o seu estúdio pode oferecer, imagine o cliente”, pondera. “Ter contatos é importante, mas o diferencial é muita dedicação e saber que só talento

“Fazíamos projetos indivi-

duais, juntávamos a grana e dividía-mos tudo entre a equipe”. Rob Corradi,

Preloaded.

01 Identidade que o estúdio Dimaquina fez para o restaurante japonês Popfish. “O design é uma das etapas, não e única”. acredita Daniel Neves.

Como montar um estúdio

Capa

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Espaço para crescer

O seu estúdio pode funcionar em qualquer lugar, até no seu próprio quarto. Mas se você

mora em um condomínio, provavelmente a conven-ção não permite que sejam constituídas empresas, já que a sua finalidade é estritamente residencial. E, convenhamos, isso é bem pouco profissional, principalmente do ponto de vista dos clientes. Mais uma vez, vale a pena conversar com seus contatos e descobrir se alguém tem espaço para sublocar ou seja dividir um aluguel. A equipe do estúdio goiano Nitrocorpz passou maus bocados em seu primeiro espaço comercial. “Começamos em um modesto sotão, sufocante pela falta de ventilação e com instalações elétricas de arrepiar os cabelos de qualquer eletrecista”, conta Marck, um dos sócios. “Atualmente estamos em uma sala que apresenta um bom custo-benefício. Ela passou por algumas reformas, tem gahado mui-ta personalidade, mas está próxima de esgotar seu benefício enquanto espaço, devido ao aumento da demana pelo qual o Nitrocorpz está passando”. Assim que definir o espaço ideal para o seu es-túdio, seja sempre cauteloso na hora de assinar qualquer coisa - você pode acabar tendo que pagar muito mais do que imaginou ou ficar preso a um acordo por mais tempo do que o necessário. Con-tratos flexíveis e de curta duração são sempre a melhor opção [saiba mais sobre como encontrar o espaço de trabalho ideal na reportagem da página 58].

Uma das estapas mais importantes do plane-jamento do estúdio é a escolha do nome da empresa.”Você pode sempre mudar seu estilo, advogado, contador,etc, a qualquer hora, mas não pode fazer o mes-mo com o nome do estúdio”, explica Mickey Stretton, cofundador do AllOfUs. “Casa um de nós teve ideias queforam rejeitadas ou reformuladas até chegarmos em ‘AllOfUs’. Pareceu o nome correto porque era uma ex-pressão que usávamos muito, além de ser uma boa descrição do precesso que queríamos explorar” É preciso ter mais uma coisas em mente quando se escolhe o nome do estúdio: tenha certeza absoluta de que ninguém o tem. Descubra isso no site do Departamento Nacional de Regis-to do Comércio (http://www.dnrc.gov.br).

Entenda do negócio

Recorrer a serviços profissionais é outro ponto im-portantíssimo para se montar um estúdio. Contrate um contador e um advogado que poderão informar a você sobre toda a burocracia envolvida em ter-mos de impostos e deveres legais na hora de abrir uma empresa e também de mantêla. Agora, se você não conhece nenhum contador e/ou advogado, não hesite em pedir uma indicação de seus contatos. “Antes de contratar qualquer servi-ço desse tipo, marque uma reunião com eles e fale sobre o seu negócio”, aconselha Damon Mangos. Além disso, saiba que serviços desse tipo não são baratos e o seu preço deve estar incluso no capital inicial da empresa.

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02 Com um começo humilde em 2000, o Preloaded agora possui mais de 20 funcionários. Entre seus cliente estão a Cadbury, para a qua eles fizeram um game interativo.

03 O SEA se descreve com design gráfico puro e simples’. O estúdio criou identidades visuais para clientes como Beyon, o bar OQO e a gráfica K2.

“Você pode mudar estilo,

advogado e contador a qualquer hora, mas não pode fazer o mes-mo com o nome do estúdio”. Mickey Stret-

ton, AllOfUs.

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A equipe do Dimaquina possui uma estrutura diferente do comum, que pode ser uma solução para estúdios com designers que moram longe ou que não tem dinheiro para bancar uma estrutura. Daniel Neves mora no Rio de Janeiro e Nako Antonio Pedro, seus sócios, moram em Lon-dres, na Inglaterra, além de traba-lhar no departamente de design na Nokia. “Comunicar-se online dificulta um pouco, mas não inviabiliza. O que muda também é a necessidade de cada um compreender as suas responsabilidades. Não tem nin-guém olhando para saber se você está produzindo de fato, então essa cobrança precisa vir de cada um”, explica Daniel. Em uma era digital como a de hoje, o escritório físico não será a primei-ra visão do cliente sobre o seu estúdio. Geralmente a primeira impressão é causada durante a visita dele ao seu site. “O escritório serve para mostrar estabilidade e passar confiança”, acredita Geoff Devereux, cofundador de Delete.

Melancia no pescoço já! Se um estúdio de design é criado e ninguém fica sabendo, é como se ele não existisse - o que acaba acontecendo com muitos nessa situação. Isso não é desculpa para dar uma festa extravagante e gastar metade do capital inicial da empresa no bar. Use da boa vontade dos seus contatos e peça que eles divulguem o trabalho de vocês em redes sociais e para os próprios clientes - já que a palavra deles já tem valor no mercado. Jornalistas especializados - como os da Compu-

06 A flexibilidade foi muito impor-tante para o sucesso do AllOfUs. Trabalhos de web design para clientes consagrados como a BBC foram suas maiores conquistas.

07 Cenas do vídeo feito pelo Nitrocorpz para o redesign do canal Infinito. Para Marck, um dos sócios do esúdio, a concretização do projeto é a fase mais bacana do trabalho.

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04-05 O trio do Dimaquina foi responsável pelo desenvolvimento de marca, embalagem e manual para o i9 Hidrotônico da Coca-Cola.

ter Arts - estão constantemente procurando por novidades. Sendo assim, escreva um e-mail para a redação das publicações de que gosta falando sobre o seu trabalho, o seu diferencial e quem são os profissionais que formam a equipe. Depois de conseguir uma nota na seção de notícias, muito em breve a mesma ou outras publicações podem contatar o seu estúdio e marcar uma entrevista. Quando menos espera, você já está na mídia. Use uma abordagem parecida com os clientes. Quando Paula Benson e Paul West lançaram o Form, no começo da década de 1990, não havia a vantagem do e-mail. “Tivemos que usar o telefone e selecionar coisas interessantes para imprimir e enviar pelo correio”, lembra-se Paula. “Nossos pri-meiros dias no Form eram compostos basicamente de reuniões, bate pernas, visitas e conversas”. Aestratégia de autopromoção do Nitrocorpz foi

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11 Capa de CD feita pelo estúdio Dimaquina para a World Up. ONG de hip hop de Nova York, EUA

08 O Form foi originalmente concebido parar criar visuais para a indústria fonográfica. Hoje, entre seus trabalhos mais significativos, estão capas para a banda Everything But The Girl e, mais recentemente, para a Girls Aloud.

12 O Small possui a posição invejável de ser o estúdio de design gráfico oficial do Design Council. Essas páginas fazem parte do Design Council Review 2004/05.

10 O estúdio Small cuida de todo o mate-rial visual da estilista Margaret Howell. Es-ses são os convites do desfile da coleção Outono Inverno de 2007

09 O albúm de estreia de Mark Ronson teve sua arte criada pelo Village Green, formado por Seb Marling e Jonathon Cooke, que descreveram o seu estúdio como “ um espaço de ideias”

13 Abertura do programa Notí-cias MTV, criada pelo estúdio de Goiânia Nitrocorpz

Como montar um estúdio

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executar vários trabalhos de repercussão em alguns nichis sem se preocupar com remunera-ção. Em seguida, o site bilíngue do estúdio foi colocado no ar”. “Depois começamos a parti-cipar de listas de discussão, blogs e portais. Assim vieram os projetos internacionais, depois os nacionais, as palestras e tudo mais”, conta Marck. “Hoje atualizamos o site, selecionamos projetos, temos um portfólio offline, visitamos agências, abrimos espaço na agenda para pro-jetos e prospectamos”, completa. Fluxo de caixa, plano de negócios, prospec-ção, tudo vai parecer muito chato se você não estiver fazendo o que realmente quer da vida. “Os administradores que nos desculpem, mas, antes de qualquer coisa, é preciso ter uma dose de otimismo, fé no que se faz e esforço”, acredita Marck. “Sem esforço a perspectiva que o otimismo oferece se esvai; sem o otimis-mo jogamos a toalha cedo demais e, sem fé, a atenção aos detalhes vira prisão”, filosofa o designer. Com dotes de filósofo ou não, se o que você deseja é realmente montar um estúdio, vá em frente. Seja positivo e não se preocupe. Caso algo dê errado, procure aprender com o erro e siga em frente.

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Guy Marshall e David Hitner(-da esq. para a dir.) do Small cuidam da direção de arte de identidades, editoriais, emba-lagem e exibições

A equipe do enjoythis: (da esq. para a dir.) Fraser Hobbs, Sofia Lace e Ben Franken, que mon-taram o estúdio em 2008

Bryan Edmondson, da SEA, uma consultoria multidiscipli-nar especializada em identida-de e desenvolvimento.

SmallO estúdio Small tem apenas cinco anos, mas já conseguiu uma ótima reputação graças ao rebran-ding do London Institute e da University of the Arts de Londres. Depois do seu primeiro ano, o Small se tornou o estúdio ofocial do Design Council [organi-zação criada para promover o design na Inglaterra] e da grife da estilista Margaret Howell. “A Small é uma empresa simples”, explica David Hitner, que cofundou o estúdio com o sócio Guy Marshall. “Isso significa que podemos trabalhar mais perto dos clientes e, em troca, esperamos que nossos clientes não sintam que estão pagando por coisas das quais não terão benefícios. Não queremos ser grandes”.www.estudiosmall.com

enjoythisOs três fundadores do estúdio londrino enjoythis - Sofia Lace, Ben Franken e Fraser Hobbs - vieram da agência Glue. Com menos de um ano de vida, o portfólio do trio inclui trabalhos para a Le Deun Lu-minaires e para o site liveroom.tv. “Sempre disse-mos que queríamos manter o enjoythis pequeno, já que queríamos ser uma espécie de butique de web design em que cada site é cuidadosamente fabrica-do”, explica Sofia. “Acho que, sendo pequenos, po-demos dar mais de nós mesmos em casa projeto e ter uma relação mais próxima com nossos clientes”

www.enjoysthis.co.ukSEABryan Edmondson abriu a SEA em janeiro de 1997 com o sócio John Simpson. “Na época não havia coisas como hipotecas, tínhamos fluxo de caixa baixo para gerenciar, mas nos certificamos de que poderíamos viver de quatro a seis meses em caso de fracasso total”, conta Bryan. Hoje a empresa cria designs para a loja de decoração Beyon e o estilista Matthew Williamson, entre outros. “Gosto da ideia de conhecer todos aqui” conta Bryan sobre a sua força de trabalho, composta por apenas 10 pessoas. “Isso não signi-gica que os projetos se-jam pequenos. Você não precisa de um número grande de pessoas, a não ser nas festas.”

01 O trabalho da Small para a estilista Margaret Howell inclui esse convite para a coleção de Primavera/Verão de 2007.

02-03 O portfólio do enjoythis inclui trabalhos para a Le Deun Luminaires

04 O site de música Liveroom.tv foi feito pela equipe do enjoythis

05 SEA criou indentidades visuais para uma série de clientes renomados, inclu-indo a loja de decoração Beyon

Grandes timesPequenos esúdios que fazem muito barulho

Como montar um estúdio

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Daniel Neves forma o estúdio Dimáquina com os sócios Nako e Antonio Pedro. Criado em 2005, o Dimaquina já trabalhou para clien-tes como Mulstishow e Dazed & Confuzed. www.dimaquina.com

Mark uniu suas forças com Rhawbert, Greyner e Claudio para formar o estúdio Nitrocor-pz em 2003. COm seis anos de vida, a equipe já realizou traba-lhos para burton Snowboards, Rip Curl, Computer Arts e MTV. www.nitrocorpz.com

Nitrocorpz

Marck enumera dez passos essenciais na criação de um estúdio

01 Visualize a empresa que deseja abrir e faça dessa mentalização um exercício constante;

02 Adquira experiência em outras empresas;

03 Cerque-se dos bons. Conseguir diferenciar um profissional bom de um bom profissional fará diferença no portfólio de qualquer empresa;

04 Adote uma metodologia. Elas não são camisas de força, mas processos que dão maior controle sobre a atividade em que você atua;

05 Comunique-se. Sem comunicação não há em-presa que fique muito tempo de pé;

06 Seja proativo. Disseram-nos que a diferença entre um idiota e um otimista é que enquanto o idiota coloca prazo curto para as coisas acontece-rem, o otimista faz investimentos pensando tam-bém na aposentadoria;

07 Tome decisões. Na teoria isso parece fácil, mas, na prática algumas variáveis mudam o cenário constantemente. Ainda assim, tomar uma decisão é melhor que fazer coisa alguma;

08 Simplifique os procedimentos. Sempre que puder revisar uma rotina complexa para simplificá-la, não pense duas vezes;

09+10 Faça um exercício antropológico. O publicitário Leandro Ogalha aconselha fazermos um exercício de estranhamento, experimente viver a rotina de outros grupos, de outros luga-res. Ele recomenda ir ao show de uma boyband, tomar cerveja em boteco de favela, ler revista de ufologia, assistir a programas evangélicos, pas-sar férias numa triba indígena e por aí vai. Você enxergará novos mundos e suas decisões serão diferentes. Sua mente conseguirá ir muito além do lugar-comum.

Dimaquina

Daniel Neves enumera dez passos essenciais na criação de um estúdio.

01 Tenha convicção de que está na hora de se-guir um caminho próprio e que você cuidará do seu patrimônio daqui pra frente;

02 Determine um segmento em que queira se posicionar e atuar. O cliente precisa visualizar o que se estúdio pode oferecer;

03 Tenha metas e aspirações definidas, mesmo que elas mudem futuramente;

04 Pense alto, mas direcione um foco. Imagine onde seu estúdio estará em cinco ano e verá que não precisa de tanto tempo assim para atingir suas metas;

05 Tenha projetos suficientes para formar um portfólio sólido e de qualidade que represente bem o seu estúdio;

06 Abra uma empresa como pessoa jurídica para fins burocráticos. A maioria dos clientes exige nota fiscal;

07 Tenha alguém responsável pela parte finan-ceira como contabilidade e outros processos bu-rocráticos. Não perca seu tempo com funções que não exijam criatividade;

08 Procure conhecer as outras etapas de um projeto de design. O atendimento ao cliente é tão importante quanto a entrega do trabalho;

09 Coloque no papel e faça um plano ne ne-gócios. Faça uma análise de custos antes de sair alugando uma sala;

10 Lembre-se de que a responsabilidade agora é toda sua e é seu patrimônio que está em jogo. Sua vida de funcionário esperando resposta ficou para trás. Agora quem decide é você.

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amente, livre do com-putador. Para Nicholas Hardy, da Factory 311, que nasceu como um estúdio de grafiteiros, a arte urbana possui a habilidade de chocar e inpira. !Não há nada mais poderoso do que ver algo sendo criado espontaneamente, es-

pecialmente quando o material utilizado é uma lata de spray”. O poder da arte urbana é evidenciado por Peter Kennard, cujos trabalhos já foram exibidos em mudeus respeitados com o londrino Victoria & Al-bert. “Parece que aarte urbana está se destacando porque as pessoas querem falar de situações do cotidiano, aém de vender objetos. É o que o capita-lismo faz: qualquer coisa que tenha energia política ou social está comprada e vendida pelo sistema. O que prova issa é a venda de arte urbana em gale-rias de arte urbana”. Contudo, continua Peter, a invasão da arte urbana no mundo da arte clássica e da publicidade é uma coisa boa. “Já que a maioria dos artistas urbanos nunca pisou em uma faculdade de artes, há uma energia natural correndo pelas veias deles.” Para Binho Ribeiro, a atenção das grandes empresas

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Muros pintados

Para agências de publi-cidade e grandes mar-cas como MTV, Nike, Reebok e Xbob, o apelo que a arte urbana - e principalmente o graffiti - possui entre os jovens é mais do que óbvio. “Marcas como a MTV e a Nike são jovens, então para elas é natural uti-lizar imagens que reflitam essa juventude”, acre-dita Richard Blackshaw, do Scrawl Collective. Com artistas como o já lendário Banksy, Binho Ribeiro, Speto e D*Face ganhando a atenção da mídia, a explosão de campanhas publicitárias com a estética do graffiti e eventos como o Street Art Awards e a exposição Graffiti Fine Art, o underground está oficialmente na moda. Enquanto muitos batem palmas para esse avanço, a maioria dos artistas urbanos continua desenhan-do, pintando e grafitando com ou sem a atenção da mídia. “O mercado está se voltando cada vez mais para a street art, mas o que mais cresce é a quantidade de artistas urbanos que pinta nas ruas, sem ganhar dinheiro com isso”, afirma o paulistano Binho Ribeiro. Muito do apelo da arte urbana está na sua nature-za temporária, na emoção de se criar espontane-

Street art, arte urbana, graffiti - não importa como você chama, as grandes marcas estão de olho nessa vertendePor: Nick Spence (Londres) e Nathalie Folco (São Paulo)

Design de murosEspecial

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Scrawl Collective

Como ser respeitado por grandes marcas

com relação à arte urbana tem dois lados. “É bom no sentido do apoio que o artista consegue para concretizar projetos que antes eram muito fecha-dos, não só no design, mas realizando palestras, debates e exposições. Hoje, jovens talentos podem usufruir disso”, explica o artista. Transformar um talento bruto em um profissio-nal que compreende um briefing não é uma tare-fa para qualquer um. Alguns artistas urbanos se preocupam em não receber a mesma quantidade de dinheiro qu eestúdios de design. “Não éramos levados a sério no início. Chegar a um orçamento condizente foi sempre difícil”, conta Nicholas Hardy. O coletivo de artistas urbanos Monorex foi forma-do especificamente para que seus membros não fossem tratados desse modo. “É a melhor solução em alguns casos”, acredita o fundador, Terry Guy,

O Scrawl Collective foir formado em 1999 por Richard Blackshaw, Mr Jago, Will Barras e Steff Plaetz. Com uma lista de clientes que inclui Sony, Nike, Puma e Levi’s, o coletivo tornou-se um estú-dio de design especializado em arte urbana. “fazemos trabalhos individuais e também em conjunto”, explica Mr Jago, cujo portfólio inclui a pintura de uma pista de skate para o XBox da Microsoft. “É claro que somos usados, ou a nos-sa arte é usada, para vender o produto, mas não tenho problema com isso”, afirma. Richard e Jago acreditam que o fato de a arte ur-bana estar sendo sugada por clientes corporativos e se tornando uma parte da mídio é um desen-volvimento inevitável, mas que costuma ajudar o artista, como Jago descobriu no começo de sua carreira: “Você percebe que o que o cliente queria na verdade era outra pessoas que custaria mui-

to mais do que você, mas ele não tinha tanto dinheiro”. O equilíbrio no Scrawl Collective, para Jago e Richard, é criado pelos trabalhos que eles produzem com gosto. “É suficiente pagarem 2 mil mangos para colocar o seu nome em algo do qual você não tem orgulho?”, pergunta Ja-go.”A resposta depende de você.

02-03 A Microsoft aproveitou as habilidade - e a reputação - do grafiteiro Slick para lançar versões personalizadas do Zune, seu tocador de música que compete com o IPod

A grife urbana Addict é um dos clientes que se beneficiou do estilo de Mr Jago

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