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1/ 66 DOSSIÊ DE TOMBAMENTO IMAGEM DE NOSSA SENHORA DO CARMO - BEM MÓVEL - QUADRO III EXERCÍCIO 2008 ANO 2007 MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA / MG

- BEM MÓVEL - Portal da Prefeitura de Uberlândia · A origem da imagem é ... A transferência do restante da família se deu em ... José Teófilo Carneiro, Honório Marra da Silva;

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DOSSIÊ DE TOMBAMENTO

IMAGEM DE

NOSSA SENHORA DO CARMO

- BEM MÓVEL -QUADRO III

EXERCÍCIO 2008 ANO 2007MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA / MG

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ÍNDICEPÁGINA

INTRODUÇÃO ____________________________________________________________________________________________5

CONTEXTUALIZAÇÃO _______________________________________________________________________________ 6

INFORME HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA __________________________________7

INFORME HISTÓRICO DA CAPELA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO____________12

HISTÓRICO DO BEM __________________________________________________________________________________15

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ______________________________________________________________17

DESCRIÇÃO DETALHADA DO BEM ______________________________________________________________18

DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA ______________________________________________________________20

IPAC ________________________________________________________________________________________________________34

LAUDO TÉCNICO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DO BEM ____________________________44

DIRETRIZES PARA CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DO BEM _____________________53

PARECER TÉCNICO SOBRE O TOMBAMENTO _______________________________________________55

PARECER DO CONSELHO SOBRE O TOMBAMENTO ______________________________________56

ATA DO COMPHAC APROVANDO O TOMBAMENTO PROVISÓRIO__________________57

NOTIFICAÇÃO AO PROPRIETÁRIO ______________________________________________________________59

RECIBO DE NOTIFICAÇÃO _________________________________________________________________________60

APROVAÇÃO PELO CONSELHO __________________________________________________________________61

DECRETO DE TOMBAMENTO FEITO PELO EXECUTIVO _________________________________63

INSCRIÇÃO NO LIVRO DE TOMBO ______________________________________________________________64

PUBLICAÇÃO DO ATO DO TOMBAMENTO ___________________________________________________65

FICHA TÉCNICA _______________________________________________________________________________________66

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INTRODUÇÃOIMAGEM DE NOSSA SENHORA DO CARMO

Coordenação EditorialGisele Pinto de Vasconcelos CostaAgradecimentosNossos agradecimentos a todos que nos apoiaram com depoimentos e sugestõescolaborando para a elaboração deste trabalho. Em especial,a Creusa Resende, RicardoLuiz Nasser, e à equipe de funcionários da Prefeitura Municipal de Uberlândia.

DOSSIÊ DE TOMBAMENTO E LAUDO

DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA / MG

O Dossiê em questão apresenta um conjunto de informações sobre Uberlândia, municípiolocalizado no Triângulo Mineiro, banhado pelos Rios Uberabinha, Dourado, e pela Represa deItumbiara. As informações foram organizadas e sistematizadas em forma de Dossiê deTombamento de Bem Móvel, de acordo com a nova resolução 01/2005 do Conselho Curadordo IEPHA-MG, para o exercício de 2008.

A Prefeitura Municipal de Uberlândia, órgão máximo do poder executivo local, preocupada emzelar por sua memória e herança cultural, torna-se parceira da PAGINAR Arquitetura, Urbanis-mo e Paisagismo Ltda., para promover ações visando à preservação de seu patrimônio.

Assim, cabe a nós a responsabilidade por sua preservação. Para que possamos cumprir essatarefa em toda sua extensão, é importante que as ações sejam concebidas de forma abrangentee sistêmica, configurando uma política de patrimônio cultural clara e acessível às comunida-des.

Este Dossiê constitui um esforço nesse sentido. Concebido de maneira a esclarecer a importân-cia da imagem de Nossa Senhora do Carmo para o município e sua comunidade, a presentepesquisa foi dividida em itens que abrangem: contextualização; histórico do município; históricodo local onde o bem se encontra; histórico do bem; descrição detalhada do bem; documenta-ção fotográfica; IPAC; laudo técnico do estado atual de conservação do bem; além dos docu-mentos necessários para viabilizar seu tombamento municipal.

O presente trabalho foi realizado em conjunto pelas equipes da PAGINAR Arquitetura, Urba-nismo e Paisagismo Ltda., e do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Arqueológico,Artístico e Cultural de Uberlândia (COMPHAC), sob a coordenação da Arquiteta Gisele Pintode Vasconcelos Costa.

Para facilitar sua compreensão, apresenta-se em formato A4, com textos e imagens em volumeúnico.

Dessa forma, esperamos tornar público seus valores, história e sua riqueza exemplar.

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CONTEXTUALIZAÇÃOIMAGEM DE NOSSA SENHORA DO CARMO

DOSSIÊ DE TOMBAMENTO E LAUDO

DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA / MG

A região antes habitada pelos valentes índios da tribo dos Caiapós, também conhecida comoSertão da Farinha Podre, constituiu a partir de 31 de agosto de 1888, o município atualmentechamado de Uberlândia.

Localizado na região do Triângulo Mineiro, a 550 km da capital Belo Horizonte, Uberlândiapertence à Bacia do Rio Paranaíba, sendo banhada pelos Rios Uberabinha, Dourado, e pelaRepresa de Itumbiara.

A história do municípo, está intimamente ligada às de Goiás e São Paulo, por ter se constituídonum primeiro momento, como um verdadeiro corredor de passagem para os bandeirantes quedemandavam em busca de riquezas minerais, e pela instalação da Prelazia de Goiás, em 1746.

No entanto, somente no início do século XIX, se deu a fixação dos primeiros colonizadoreslocais, e se abriu a estrada definitiva, que passou a fazer a ligação entre o núcleo inicial estabe-lecido na faixa litorânea, e o interior do grande sertão brasileiro.

As primeiras terras foram adquiridas em forma de concessão de sesmarias, tornando-se gran-des fazendas na região, como a São Francisco, Letreiro, Sobradinho, Monjolinho, e Bebedou-ro, primeiras a se estabelecerem no local.

A construção das primitivas capelas, deu origem aos povoados, conhecidos hoje como grandescidades do Triângulo Mineiro. A primeira delas, consagrada a Nossa Senhora do Carmo eMártir São Pedro, construída entre 1846 e 1853, possivelmente abrigou a imagem de NossaSenhora do Carmo, fruto dos estudos do presente Dossiê.

A origem da imagem é desconhecida, embora haja rumores não confirmados, que ela tenhavindo de Portugal. De fato, após a demolição da Matriz de Nossa Senhora do Carmo e de SãoPedro, em 1943, a imagem foi levada para a Capela de Nossa Senhora do Rosário, emMiraporanga, distrito de Uberlândia. De lá, voltou à cidade em 2001, para ser restaurada e nãomais retornou.

Atualmente, encontra-se na Cúria Diocesana de Uberlândia, aos cuidados do Bispo Dom JoséAlberto Moura.

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HISTÓRICO DO MUNICÍPIO UBERLÂNDIA

DOSSIÊ DE TOMBAMENTO E LAUDO

DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA / MG

A região onde hoje se situa o município de Uberlândia se estabeleceu no século XIX, em umafaixa de terras compreendidas entre os Rios Grande e Paranaíba, enquanto rota de passagem debandeirantes, com destino às zonas mineradoras já estabelecidas na região Centro Oeste.

Conhecida como “Sertão da Farinha Podre”1 em referência aos alimentos a base de farinha demandioca enterrados pelos índios Caiapós - antigos habitantes locais, que eram encontradosapodrecidos pelos bandeirantes que por lá passavam, a região permaneceu por várias décadascomo ponto de apoio aos núcleos migratórios regionais do Centro Oeste.

Inicialmente, o povoamento do chamado Trinângulo Mineiro, se deu de forma irregular. Existiadesde 1740, uma importante atividade mineradora em um lugarejo conhecido como Desembo-que, próximo ao Rio Araguari, que atraía expressivo número de exploradores. Com a escassezde metais nessa região, acelerou-se o declínio do povoado ali estabelecido, deflagrando umaincipiente produção agrícola em diferentes arraiais próximos ao local.

Assim, alteraram-se as configurações geográficas da região, sendo constituídos vários outrospovoados e entre eles o primeiro arraial, chamado de São Pedro de Uberabinha.

O arraial acima citado teve suas origens em fazendas criadas a partir da concessão de sesmariaspela Coroa Portuguesa, e deu origem a atual cidade de Uberlândia. Entre os pioneiros que asadquiriram, estava João Pereira da Rocha, natural de Alto Paraopeba, fundador da FazendaSão Francisco, em 1821.

Vários outros sesmeiros receberam terras para cultivo na região, entretanto, somente com achegada dos irmãos Carrijo em 1827, o povoamento efetivo culminaria em desenvolvimento defato.

Naturais de Santana do Jacaré, Estado de Minas Gerais, foram para a região por insistência domais velho dos quarto irmãos, Luiz Alves Carrijo, entusiasmado com as notícias dos atos debravura por parte do então Sargento-mor, Antônio Eustáquio da Silva e Oliveira.

__________________1. Aspas da autora.

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Chegando à região, Luiz Alves Carrijo adquiriu terras na Freguesia de Campo Belo, hoje CampinaGrande, posteriormente permutadas pela Fazenda do Rio das Velhas, Freguesia de Santo Antôniode Oberaba. Após a escolha definitiva do local para sua fixação, teve de finalmente convencer osirmãos a se mudarem, tendo gastado para isso três longos anos já que, naquela época, a região eraconsiderada inóspita e selvagem.

A transferência do restante da família se deu em 1835, quanto adentraram o território juntamentecom sua comitiva, guarnecida de escravos e animais domésticos.

Coube a Felisberto Alves Carrijo, a grande constribuição da família em relação à formação doprimeiro núcleo urbano local. Tendo adquirido na partilha, terras onde estava instalada a Fazendada Tenda, denominação associada à tenda de ferreiro instalada por ele na propriedade, fez convergirpara o local uma população cada vez maior, em torno de sua autoridade natural e convicçõesreligiosas plenas.

Em 1842, Felisberto foi nomeado administrador das obras da capela, que há muito queria erigir,sendo autorizado pela Prelazia, em 1846. O deferimento da solicitação efetivou-se na mesmadata. A partir daí, tiveram de constituir o patrimônio da capela. Para tal, foram nomeados doisprocuradores, Felisberto Alves Carrijo e Francisco Alves Pereira, que negociaram a compra dasterras em nome de toda a população.

A capela foi inaugurada em 1853, e ficava às margens da confluência do Ribeirão São Pedro como Rio Uberabinha. A primeira missa foi celebrada pelo Padre Antônio Martins, vigário da aldeia deSantana do Rio das Velhas. Já em 1858, a capela foi elevada à Matriz, tendo sido ampliado seuespaço físico entre 1858 e 1876, quando foram sepultados em seu interior os corpos de Felisbertoe Francisco Alves Carrijo.

Paralelamente, o arraial continuou a se desenvolver e, em 1852 foi criado o Distrito de Paz, sendoque em 1857, o mesmo foi elevado à Freguesia.

Segundo estudos feitos por Teixeira,2 mesmo nesse contexto primitivo era possível perceber umavocação comercial, que mais tarde seria marcante na história do município. As relações iniciaisresumiam-se à compra e venda de artigos de primeira necessidade, mas a criação de armazénsnuma área denominada Largo do Comércio, já indicava a importância da atividade.

Fato que corrobora a tese mencionada, diz respeito ao processo de elevação do Distrito à Vila. Aoenviar requerimento ao governador da Província de Minas Gerais, o Deputado Augusto César,anexou documentos arrolando os estabelecimentos comerciais já existentes no Distrito, além deoutras melhorias verificadas no perímetro urbano, sugerindo assim, ser o comércio fator relevantepara o desenvolvimento da região.

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2. TEIXEIRA, Tito. Bandeirantes e Pioneiros do Brasil Central. Uberlândia: Uberlândia Gráfica, 1970, v.1. p. 30.

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O Distrito foi elevado à categoria de Vila em 07 de junho de 1888, tendo logo em seguida,conquistado o título de Município, em 31 de agosto do mesmo ano. A emancipação se deu em 07de março de 1892, com a instalação da primeira Câmara Municipal constituída pelos seguintesmembros: Presidente e Agente Executivo: Augusto César Ferreira e Souza; Vice-Presidente: Pe.Pio Dantas Barbosa; Vereadores gerais: Arlindo Teixeira, José Inácio Rodrigues, Manoel Alvesdos Santos, Antônio Alves Pereira, José Joaquim Coelho, José Teófilo Carneiro, Honório Marra daSilva; Conselheiro: Joaquim Carrejo Peixoto da Cunha; Vereadores especiais pelos distritos: Joséde Lelles França e Antônio Maximiano Ferreira Pinto.

Mesmo após a emancipação, Uberabinha ainda não havia conquistado o progresso almejado econtinuava sendo uma das menores cidades da região. A inauguração da Estrada de Ferro Mogiana,em 1895, representou um incentivo a seu desenvolvimento, facilitando a comunicação com grandescentros urbanos, como Campinas e São Paulo, entretanto, também não serviu para alavancar odesenvolvimento contínuo como se esperava.

As perspectivas começaram se modificar com a encomenda feita pelo Prefeito Alexandre Marques(1908-1911), de um plano de expansão urbanística para o município. Elaborado pelo engenheiroMellor Ferreira Amado, o plano consistia em ampliar o perímetro urbano a partir do antigo núcleoda cidade, ligando-o à nova Estação Ferroviária. Foram construídas cinco largas avenidasarborizadas, dispostas paralelamente, entrecortadas por oito vias transversais, com uma grandepraça no quarteirão central, atual Praça Tubal Vilela.

É nesse contexto que surge a denominação de “cidade nova”, passando a designar a área urbanaque sugeria novas possibilidades de crescimento futuro ao município, fazendo com que a cidadecomeçasse a se destacar no cenário regional.

A implantação do serviço de iluminação elétrica em 1909, é um fato que se destaca para exemplificaras modificações ocorridas após a implantação do plano de expansão urbanística. A construção deuma ponte na região, fez com que se pudesse avançar em termos de infra-estrutura edesenvolvimento urbano.

Nos anos 10 e 20 do século passado, começou a se firmar o carater identitário do município. Aimagem do antigo arraial subordinado a Uberaba, começava e ser substituída através de jogospolitícos que forjavam o progresso local.

No final da década de 1910, foram construídos o Colégio Estadual de Uberlândia e o Paço Municipal,atual Museu Municipal, referências importantes que refletem os ideais de progresso incutidosdesde aquela época. Outro fato a se destacar é a alteração definitiva do nome do município paraUberlândia, ocorrida em 19 de outubro de 1929.

Também em 1920, foi feita a primeira remodelação da chamada Praça da República, que atéentão havia sido negligenciada pelo plano de expansão urbanística, demonstrando a emergênciados valores culturais que promoveram as transformações no espaço urbano local.

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Na década de 1940, houve um período de crescimento com a instalação de algumas fábricas ea diversificação do comércio e do setor de serviços, acarretando novas transformações noespaço urbano. Em 1944, foi inaugurado o edifício do Mercado Municipal. A presença deprofissionais com formação específica em arquitetura e engenharia, como João Jorge Coury,primeiro arquiteto a se fixar na cidade em 1940, constituiu um marco na história da arquiteturalocal, a partir da introdução de idéias modernistas, intensificadas na década de 1950, com aatuação de outros arquitetos, a maioria, discípulos do prórpio Coury.

Os anos 1950 foram de crescimento econômico e social em Uberlândia. Após quatro décadasda elaboração do primeiro plano urbanístico municipal, foi encomendado um novo projeto,tendo em vista o acelarado desenvolvimento da cidade, e a constituição de novos espaços comoa formação de periferias, cortiços e conjuntos habitacionais, carentes de infra-estrutura.

O foco do novo plano era a remodelação do espaço urbano. As propostas abrangiam questõesde tráfego, urbanização, zoneamento e arborização, entretanto, não foram previstas iniciativasrelativas ao parcelamento do solo e à produção de novas moradias.

Na década de 1960, a construção da nova capital, Brasília, beneficiou o crescimento da cidade,por se posicionar no caminho em direção a São Paulo. Após a inauguração da nova capital, aeconomia de Uberlândia atraiu um grande fluxo migratório advindo de outras regiões. O municípioentão, finalmente se consolidou como pólo de desenvolvimento regional.

Os anos 1970 viram a população do município duplicar em número de habitantes. A década de1980, evidenciou o carater comercial da cidade, principalmente no setores atacadista e varejista,ambos bastante diversificados.

A década de 1990, trouxe mais um plano de estruturação urbana para o município, elaborado pelaequipe do arquiteto Jaime Lerner, e iniciando as discussões em torno do Plano Diretor do município,aprovado em meio a várias polêmicas, em 1984.

Atualmente, Uberlândia conta com uma população de 585.262 mil habitantes, de acordo comdados preliminares do censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),em 2005.

O município tem área de 4117,31 km2. Apresenta altitude máxima de 930m no Córrego Cachoeirinha,e mínima de 622m, na Foz do Rio Uberabinha. A temperatura anual varia em torno de 21,9 ºC, comíndice pluviométrico anual de 1589,4mm. O relevo é 30% plano, e 70% ondulado. Pertence àBacia do Rio Paranaíba, e tem como principais Rios o Uberabinha, o Dourado e a Represa deItumbiara.

Uberlândia está a 550 km da Capital Belo Horizonte, com acesso pelas rodovias BR-262 e BR-452. Além dessas, também servem ao município a BR-365, BR-050 e BR-497. Os municípioslimítrofes são: Araguari, Tupaciguara, Monte Alegre de Minas, Prata, Veríssimo, Uberaba eIndianápolis.

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A rede ferroviária estabelecida, liga o município às cidades de Belo Horizonte (877), Rio deJaneiro (1.229), São Paulo (826), Brasília (488) e Vitória (1.583). Há um aeroporto administra-do pela Prefeitura Municipal, com pista de asfalto de 1950m de comprimento, por 45m delargura, e dois aeroportos privados localizados em Fazendas da região.

As principais atividades econômicas desenvolvidas no município estão relacionadas ao setor deserviços, comércio de mercadorias, indústrias diversas, e ao setor agropecuário, de extraçãovegetal e pesca, respectivamente, de acordo com a classificação de ocupação da populaçãopor setor. A arrecadação municipal se dá em primeiro lugar com o setor de serviços, seguidospela indústria e pelo setor agropecuário.

Os principais gêneros cultivados no município são soja, milho e laranja. Também há plantaçãode algodão, arroz, banana, cana-de-açúcar, café, feijão, mandioca, tomate e coco-da-bahia.Quanto à pecuária, os maiores números giram em torno da criação de galináceos, suínos, bovi-nos, e equinos em maior grau, e ovinos, caprinos, coelhos, muares, asininos e bubalinos emmenor grau.

A rede de ensino estabelecida no município conta com ensino infantil, fundamental e médio,ensino profissionalizante e ensino superior diversificado, através da Universidade Federal deUberlândia e das Faculdades Integradas do Triângulo.

O município é atendido pela concessionária de telefonia CTBC, possui 13 emissoras de rádio e4 jornais. A energia elétrica é fornecida pela CEMIG, e os serviços relativos à água e esgoto sãode responsabilidade da Prefeitura Municipal.

Uberlândia possui um Distrito Industrial operante, administrado pela Companhia de Desenvolvi-mento de Minas Gerais (CODEMIG). A rede hoteleira conta com 61 estabelecimentos. Há 11hospitais.

Entre os atrativos naturais estão as Cachoeiras da Sucupira, o Reservatório da Usina de Mirandae os Parques, do Sabiá e Siquerolli. Há um estádio de futebol - João Havelange, um MuseuMunicipal, uma Casa de Cultura e várias Igrejas, entre elas a do Espírito Santo do Cerrado,projetada pela arquiteta Lina Bo Bardi.

Uberlândia mantém um rico calendário de eventos permanentes durante o ano inteiro, e cultivatradições como a Folia de Reis e a Congada, através de inúmeros grupos folclóricos. O Festivalde Dança do Triângulo tornou-se famoso em todo o Brasil, alcançando grande expressividade,contudo, não é mais realizado.

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HISTÓRICO DA CAPELAINFORME HISTÓRICO SOBRE A CAPELA DE N. S. DO ROSÁRIO

DOSSIÊ DE TOMBAMENTO E LAUDO

DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA / MG

A imagem de Nossa Senhora do Carmo, objeto de estudo do presente Dossiê, é procedente daCapela de Nossa Senhora do Rosário, localizada em Miraporanga, distrito do município deUberlândia.

O distrito de Miraporanga foi formado no século XIX, quando bandeirantes adentraram asterras daquela região, indo em direção aos atuais Estados de Goiás e Mato Grosso, explorandoas margens dos Rios Grande e Paranaíba, e deixando em seu rastro, pequenas Colônias povo-adas.

Uma dessas Colônias, denominada Santa Maria, formou-se quando uma das bandeirasdirecionada a Santa Rita dos Impossíveis, atual Itumbiara - GO, transpôs o Ribeirão da Estiva,estabelecendo-se no local.

O povoado de Santa Maria foi se desenvolvendo paulatinamente, de modo a atender as neces-sidades locais da época, por estar situado à margem da Estrada Real iniciada pelos bandeiran-tes, sendo caminho certo para todos os exploradores que queriam chegar à Goiás ou ao MatoGrosso.

Em 09 de agosto de 1864, pela lei nº 1198, foi criado o Distrito de Paz de Santa Maria, perten-cente à antiga Freguesia de Monte Alegre, pelo Vice-presidente Bacharel Fidelis de AndradeBotelho.

A partir de 1880, o comércio de Santa Maria passou a ser considerado o mais importante daregião. Várias casas comerciais se destacavam como estabelecimentos de primeira classe, entreeles, as firmas Ângelo Zócoli; José Ribeiro Guimarães; Onofre Ferreira e João Rodrigues daSilva.

Nessa época a sede do Distrito já dispunha de três igrejas, nas quais eram realizadas festasreligiosas assitidas por romarias de devotos, vindos de todos os lados. O responsável era oPadre Angelo Tardio Bruno, vigário de Monte Alegre.

Santa Maria foi desmembrada de Monte Alegre e Prata, ao mesmo tempo que São Pedro deUberabinha foi desmembrada do termo de Uberaba, pelo decreto nº 51, de 07 de junho de1888, chegando a Vila e Freguesia de Uberabinha, anexada à Santa Maria.

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O declínio das atividades que mantinham o prestígio do local se deu com a retirada da linhatelegráfica de Goiás, que foi transferida para São Pedro de Uberabinha, atual Uberlândia - MG,em 1899, e com a consequente construção de outras estradas em demanda à Santa Rita dosImpossíveis, atual Itumbiara - GO.

O antigo Distrito de Santa Maria, atual Miraporanga, faz divisa com os atuais municípios deUberaba, Prata, Monte Alegre e Uberlândia, obedecendo ainda, à antiga divisão. É região prin-cipalmente constituída por fazendas, entre elas a do Cabaçal, Capão da Caça, Estiva,Douradinho, Tijuco, Água Limpa, Barra, Harmonia, Panga, Cocal e muitas outras que com otempo foram subdidividas.

A Capela de Nossa Senhora do Rosário começou a ser erguida em 1850, sob a orientação doPadre Antônio Dias de Gouveia. Figura irriquieta, proprietário de enormes fazendas, muito dadoà política, foi vítima de um atentado à tiros, dentro da própria Igreja do Rosário, saindo, contu-do, ileso.

Após o atentado, desgostoso, abandonou a paróquia e se retirou para uma de suas fazendas. Aconstrução da Capela foi então finalizada em 1852, pelo lendário Padre Jerônimo GonçalvesMacedo, conhecido como taumaturgo do sertão.

A capela do Distrito de Santa Maria, foi a 15ª a ser construída na região do Sertão da FarinhaPodre, é a única remanescente da fixação dos primeiros colonos na região. Foi construída emterreno de Jerônimo Sales da Cunha, cuja filha chamada Maria, em cumprimento de um voto,fez doação do terreno, e pediu autorização ao Bispado de Goiás, para erigir seu patrimônio eerguê-lo naquele local.

É uma construção em estilo colonial primitivo, sendo menos elaborada que as construções emestilo colonial. Seu sistema construtivo é o mesmo adotado nos primeiros tempos de coloniza-ção, tanto para programas civis, quanto para religiosos.

Desenvolve-se em partido retangular, quase quadrado. Apresenta nave, capela-mor, corredo-res laterais e sacristia. Sua fachada é de composição simples, formada por um corpo central,ladeado por dois outros mais baixos, cobertos em meia-água, obedecendo ao eixo de simetriamarcado pela porta principal, e por uma pequena janela localizada acima dela.

Estruturada em madeira, foi assentada diretamente no chão, sem alicerce aparente, apoiada embaldrames, esteios e frechais. O telhado é em duas águas, coberto por telhas curvas, terminandoem beiral cujo cachorro é escondido por um forro de madeira.

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As paredes externas são grossas, em adobe, revestidas e caiadas; as internas, talvez em pau-a-pique, são mais finas, com um trecho de tabique atrás do altar.

Nas quatro fachadas os principais elementos decorativos, são os próprios elementos em madeirautilizados na construção. Quanto à ornamentação, há somente o altar-mor, cercado por balaustra-das de madeira nas laterais.

Ressalta-se contudo, que o altar-mor encontrado, é posterior à data de construção da capela, nãosendo portanto, original. Foi transportado para lá em função da destruição de outra capela local.

Além de servir à comunidade local, a Capela do Rosário de Miraporanga, presenciou um episódioilustre na época da Guerra do Paraguai (1864 – 1870).

Em 1865, reuniram-se em Uberaba as duas colunas que seguiriam para a Guerra: a Coluna Minei-ra, saída da antiga Vila Rica, Capital da Província, atual Ouro Preto, e a Coluna Paulista, saída deSão Paulo. Seguindo pela estrada de Ferro Mogiana, no dia 08 de setembro, atingiram SantaMaria, e assistiram ali, a uma missa na Capela.

A passagem da tropa foi resgistrada pelo futuro Visconde de Taunay, 2º Tenente do Corpo deEngenharia, o qual fez referência ao local, o descrevendo da seguinte forma: “Santa Maria é umpovoado minúsculo, com algumas casas caiadas e cobertas de telhas, num largo onde há umaigrejinha muito modesta, mas não de todo deselegante em suas linhas gerais”.

A Capela foi tombada pelo município através da lei nº 1650, de 14 de outubro de 1968, e foirestaurada entre 1985 e 1986, justamente por sua importância histórica e por seu estilo arquitetônicoincomum, já que a maioria das edificações construídas no mesmo período apresentam plantas emforma de cruz latina, sendo raros exemplares como esse.

As principais causas de degradação detectadas à época da restauração, estavam relacionadas àinfiltrações de águas pluviais pela cobertura; deterioração da estrutura autônoma de madeira; eação de insetos xilófagos e morcegos no local.

Para que os trabalhos fossem feitos, foi firmado um convênio entre a Prefeitura Municipal, e oDepartamento de Estudos Sociais da Universidade Federal de Uberlândia. As obras foram acom-panhadas por técnicos do antigo SPHAN, atual IPHAN e pelo IEPHA.

Antigamente, a Capela apresentava três denominaçãoes correspondentes às imagens que abriga-va: Nossa Senhora do Carmo, Santa Maria Maior ou Nossa Senhora das Neves, e Nossa Senhorado Rosário.

Em 30 de julho de 1986, antes de a obra de restauração ser entregue à comunidade, através doConselho Comunitário local, os moradores decidiram em votação qual o nome definitivo utilizado,sendo escolhido o de Nossa Senhora do Rosário, com o qual é conhecida desde então.

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HISTÓRICO DO BEMINFORME HISTÓRICO SOBRE A IMAGEM DE N. S. DO CARMO

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A imagem de Nossa Senhora do Carmo, procedente da Capela de Nossa Senhora do Rosário,de Miraporanga, distrito de Uberlândia, é uma imagem em madeira policromada, possivelmentedo século XIX. Em 2001, passou por uma primeira intervenção de conservação e restauração,que alterou irreversivelmente suas características originais, através da remoção quase total desua policromia, além da supressão de materiais presentes em sua técnica construtiva, comotecido encontrado em sua mão direita, e em sua base. Um ano depois, em 2002, foi novamenteencaminhada para tratamento de conservação e restauro, dessa vez para o Instituto Estadual doPatrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA-MG). Após o último tratamento rea-lizado, foi recolhida ao prédio da Cúria Diocesana de Uberlândia, sob a responsabilidade doBispo Dom José Alberto Moura.

Segundo Ricardo Luiz Nasser, historiador da Catedral de Santa Terezinha, responsável pelaguarda e conservação do acervo da dita Catedral, a imagem teria vindo de Portugal , tendo sidodoada por uma tal Francisca [...].

Inicialmente, teria ficado aproxidamadamente durante 5 anos em uma choupana, até que fosseconstruída a primeira Capela que a pudesse abrigar.

Em 30 de junho de1846, atendendo à solicitações feitas pelo povo, o Visitador Ordinário daPrelazia de Uberaba, despachou favoravelmente uma provisão para a construção da primeiracapela na localidade.

O local escolhido ficava entre dois córregos, denominados São Pedro e Itajubá, e foi doado àIgreja, através dos procuradores Felisberto Alves Carrijo e Francisco Alves Pereira, sendoconsagrada a capela, à Nossa Senhora do Carmo e Mártir São Pedro, passando a Freguesia ase chamar, Nossa Senhora do Carmo de São Pedro de Uberabinha.

A capela primitiva foi construída em adobe e barro, entre 1846 e 1853. A primeira missa reali-zada no local, se deu em decorrência do falecimento de Maria Eufrásia de Jesus, esposa deAntônio Alves Carrijo, celebrada pelo Padre Antônio Martins, vigário de Santana do Rio dasVelhas.

O arraial que havia sido elevado a Distrito de Paz, pela lei nº 602, de 21 de maio de 1852, foielevado à Paróquia, pela lei nº 831, de 11 de julho de 1857. Logo em seguida, a capela passouà Matriz, sob a denominação de Matriz de Nossa Senhora do Carmo e de São Sebastião.

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Com o desenvolvimento da Paróquia e o cresecente aumento da população, a Matriz tornou-sepequena para atender aos devotos e, entre 1862 e 1863, a edificação foi ampliada.

Em 1865, a Matriz passou por novas modificações, recebendo a conformação final que guarda-ria até a sua demolição em 1943, pelo Prefeito Vasconcelos Costa (1943-1945), para constru-ção da primeira rodoviária do município.

Segundo o que se pode apurar, durante essa última modificação, a imagem de Nossa Senhorado Carmo teria permanecido na Capela do Rosário, primeiramente construída na Praça DoutorDuarte, em 1876, posteriomente transferida, para a Praça Rui Barbosa, atual Praça do Rosário,em 1891.

Após a demolição da Matriz de Nossa Senhora do Carmo e de São Pedro, em 1943, a imagemteria ido para o distrito de Miraporanga, de onde voltou ao município de Uberlândia, em 2001,para ser restaurada.

A hipótese de qua a imagem de Nossa Senhora do Carmo, teria vindo inicialmente para Uberlândia,é corroborada também, pelo Bispo Dom José Alberto Moura.

De fato, não se pode negar que Nossa Senhora do Carmo, tendo dado nome à antiga Fregue-sia, não fosse encontrada entre as primeiras imagens que chegaram ao local. Entretanto, há outraimagem com a mesma denominação, porém com características distintas da apresentada aqui,que possivelmente também poderia ocupar o lugar da padroeira do município, anteriormente.

Outro aspecto a ser observado, diz respeito a uma imagem de Nossa Senhora do Rosário, comcaracterísticas estilísticas muito semelhantes à imagem de Nossa Senhora do Carmo, excluindo-se os aspectos originais extirpados pela intervenção inadequada, realizada em 2001.

Caso as duas imagens tenham a mesma origem, há que se considerar a data de construção daprimeira Capela de Nossa Senhora do Rosário, em 1876, como possível para a chegada dasduas imagens ao local.

Como não foi possível ter acesso à imagem de Nossa Senhora do Rosário, para tornar asreferências mais nítidas, através de exames organolépticos e estudos comparativos iniciais, alémdos permitidos pela imagem obtida em fonte secundária, quaisquer conclusões a respeito dasdúvidas sucitadas aqui, será precipitada.

Ademais, a imagem de Nossa Senhora do Carmo encontra-se irreversivelmente alterada emseus aspectos estéticos e históricos, devido à realização de intervenções anteriores inadequa-das, citadas anteriomente, sendo necessários estudos mais complexos e profundos, como arealização de testes e exames laboratoriais, caso haja interesse em se investigar a hipótese aci-ma.

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BIBLIOGRAFIA

CUNHA, Antônio Afonso da. Monsenhor. Nossos pais nos contaram: história da igreja emUberlândia, 1818 – 1989. Uberlândia, Universidade Federal de Uberlândia, 1989. 552p.

UBERLÂNDIA. Prefeitura, Secretaria Municipal de Cultura. Miraporanga e sua Capela NossaSenhora do Rosário. In: Estilos & Projetos, maio/junho/1996. p. 09-16.

UBERLÂNDIA. Prefeitura, Secretaria Municipal de Cultura. Dossiê de Tombamento UberlândiaClube, Uberlândia, 2005. 124p.

UBERLÂNDIA. Prefeitura, Secretaria Municipal de Cultura. Pasta de documentação referenteao distrito de Miraporanga, Uberlândia, 2007.

www.almg.gov.br. Acessado em 27 de março de 2007.

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DESCRIÇÃO DETALHADAIMAGEM DE NOSSA SENHORA DO CARMO

DOSSIÊ DE TOMBAMENTO E LAUDO

DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA / MG

A imagem de Nossa Senhora do Carmo procedente da Capela de Nossa Senhora do Rosário,do distrito de Miraporanga, município de Uberlândia - MG, está atualmente localizada no prédioda Cúria Diocesana de Uberlândia, sob a responsabilidade do Bispo Dom José Alberto Moura.É uma imagem em madeira policromada, possivelmente do século XIX. Apresenta como atribu-tos o hábito carmelita, e dois bentinhos, segurados por ela e pelo Menino Jesus. Ressalta-se queao longo do tempo, perderam-se o resplendor, antes utilizado por Nossa Senhora, e uma coroa,da mesma forma, utilizada pelo Menino.

A invocação à Nossa Senhora do Carmo é muito remota. Padroeira da Ordem Carmelita, éinvocada como advogada das almas do purgatório. A Ordem foi fundada por São Simão Stock,no século XII. Pregava devoção à Virgem Maria, e seu lema era Ora et labora, reza e trabalha.O símbolo da Ordem é o Monte Carmelo, representado por uma cruz sobre um monte, e trêsestrelas. O atributos são o hábito carmelita e o escapulário, que quase sempre aparece pendu-rado sobre a mão direita estendida, numa clara referência ao recebimento do mesmo, por parteda Virgem Maria, simbolizando as indulgências de que os fiéis seriam merecedores.

Em Minas Gerais, Nossa Senhora do Carmo é também padroeira das Ordens TerceirasCarmelitas, fundadas no século XVIII, desde quando se difundiu seu culto e sua devoção.Normalmente, aparece em pé, segurando o Menino Jesus, e oferecendo o escapulário a SãoSimão Stock, ou aos fiéis que lhe são devotos. Em outras representações, pode aparecer como Menino, sustentando cada um dos dois, um bentinho nas mãos.

A imagem de Nossa Senhora do Carmo em questão, é uma figura feminina, jovem, em posiçãofrontal. Cabeça levemente inclinada à direita. Cabelos longos, estriados e ondulados, partidosao meio, caindo à altura dos ombros. Rosto redondo. Orelhas totalmente encobertas. Testaestreita, sem sulcos. Sobrancelhas finas, curvas. Olhos de vidro, amendoados, voltados parabaixo. Nariz mediano, afilado, levemente arrebitado, narinas com sulcos. Boca pequena, fecha-da, lábios finos. Queixo redondo, levemente pontiagudo. Pescoço longo, grosso.

Colo encoberto. Tronco esguio. Braço direito estendido ao lado, e à frente da imagem; o es-querdo flexionado, segura o Menino Jesus rente ao tronco. Mão esquerda semi-aberta, dedosgrossos, alongados e flexionados, o indicador e o polegar unidos em posição de segurar obentinho; mão direita aberta, segurando o Menino, dedos grossos, alongados, levementeflexionados, apresentando o indicador, médio e anelar, semi-unidos; unhas arredondadas, leve-mente marcadas.

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Pernas afastadas. Pés calçados, posicionados a 45º; o direito atrás, ao lado do tronco, e oesquerdo, à frente.

A imagem encontra-se sobre peanha retangular, quase quadrada, com as quatro arestas arre-dondadas. Base octogonal, fruto de intervenção anterior, apresenta grampos metálicos e pre-gos.

O Menino é uma figura masculina, párvulo, em posição frontal. Cabeça inclinada à direita, leve-mente para baixo, apresentando orifício para colocação de coroa ou resplendor. Cabelos cur-tos, cacheados, com entradas em ambos os lados, e um pequeno topete ao centro. Rostoredondo. Orelhas encobertas, não aparentes. Testa alta, larga, sem sulcos. Sobrancelhas finas,levemente curvas. Olhos de vidro, rasgados. Nariz pequeno, afilado e arrebitado, com narinasaparentes. Boca semi-aberta, lábios finos, sem definição de dentes ou língua. Queixo redondo,levemente saliente. Pescoço curto, grosso, semi-aparente do lado direito, encoberto pelo movi-mento da cabeça.

Colo curto. Tronco mediano. Braço direito estendido à frente, e esquerdo flexionado. Mãodireita semi-aberta, dedos flexionados, curtos e grossos, o indicador unido ao polegar em posi-ção de segurar o bentinho; mão esquerda aberta, posta sobre o peito, dedos curtos, grossos;unhas arredondadas, levemente delineadas.

Pernas curtas, grossas, ambas flexionadas. Pés descalços, à mostra: o esquerdo acima do direi-to. Dedos longos, grossos, unhas ligeiramente definidas.

Nossa Senhora veste hábito carmelita, com túnica e escapulário marrons, e aplicação de barradodourado, nas bordas das mangas, e no escapulário. Apresenta pouca movimentação, a não serpelas parcas pregas que se formam na barra da túnica. As mangas são alongadas, em forma de“U”, com algumas pregas horizontais e diagonais, localizadas no braço direito. Por cima datúnica aparecem uma capa, presa por uma fivela dourada na altura do peito, e um véu, ambosbrancos com detalhes dourados nas barras. A capa apresenta ainda, aplicações de flores doura-das, logo acima do barrado liso e dourado. Também é pouco movimentada, apresentando so-mente algumas pregas verticais e diagonais. O véu, da mesma forma, possui pouco movimento,expressado por pregas verticais, visíveis tanto pela frente da imagem, logo acima da cabeça,quanto pelo verso.

O Menino veste túnica branca, com gola e detalhes dourados, na barra das mangas e da própriatúnica. O movimento do panejamento se resume a seu posicionamento, ou seja, nas áreas deflexão, como braços e pernas, o panejamento se mostra levemente movimentado, apresentandopregas, diagonais e verticais.

A carnação das duas figuras é rosada, e ambos os olhos de vidro, são marrons. O cabelo deNossa Senhora é castanho claro e, o do Menino, louro escuro.

Os bentinhos encontrados com as imagens, ficam guardados em um envelope de papel. O deNossa Senhora parece ser original, o do Menino, no entanto, certamente foi substituído.

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DOSSIÊ DE TOMBAMENTO E LAUDO

DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA / MG

DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICAIMAGEM DE NOSSA SENHORA DO CARMO

Foto 01 - Matriz de Nossa Senhora do Carmo de São Pedro deUberabinha. Construída entre 1846-1853, ampliada em 1863,modificada em 1865, e demolida em 1943. Praça da Matriz,atual Cícero Macedo.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 02 - Matriz de Nossa Senhora do Carmo e de São Pedro.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

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Foto 03 - Fachada frontal da Capela de Nossa Senhora do Rosário,distrito de Miraporanga, onde a imagem de Nossa Senhora do Carmopermaneceu, entre 1943 e 2001.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 04 - Vista do interior da Capela de Nossa Senhora do Rosário,em Miraporanga. Ressalta-se que os altares de madeira encontra-dos no local, não são originais da edificação, tendo sido para látransferidos, após a derrubada de outra capela na localidade.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

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Foto 05 - Vista frontal da imagem de Nossa Senhorado Carmo.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 06 - Vista do verso da imagem de NossaSenhora do CarmoMunicípio de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

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Foto 07 - Vista da lateral direita da imagem de NossaSenhora do Carmo.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 08 - Vista lateral esquerda da imagem de NossaSenhora do Carmo.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

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Foto 09 - Ampliação do rosto da imagem de Nossa Se-nhora do Carmo: véu branco com barrado dourado epregas verticais; cabelos longos, estriados, castanhos;sobrancelhas finas, curvas; olhos de vidro marrons;nariz afilado; boca fechada; pescoço longo; colo enco-berto.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 10 - Detalhe do perfil esquerdo da imagem de Nos-sa Senhora do Carmo e de parte posterior da figura doMenino: véu e manto brancos, com barrado dourado;cabelo longo - túnica branca com gola dourada e cabeloscurtos e encaracolados.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 11 - Detalhe das pregas verticais e do barrado dou-rado, presentes no véu da imagem.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 12 - Detalhe do alto da cabeça da imagem, semorifício aparente para colocação de resplendor ou co-roa.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

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Foto 13 - Detalhe da movimentação contida dopanejamento da imagem, apresentando pouca pre-gas verticais e diagonais na capa.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 14 - Detalhe da posição dos dedos da mão direita daimagem, que segura o bentinho.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 15 - Detalhe da mão direita da imagem, vista poroutro ângulo. Notam-se ainda, as pregas diagonais apa-rentes na capa.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 16 - Detalhe da mão direita da imagem, vista decima: dedos grossos e alongados. Barrado dourado naborda da túnica marrom.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

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Foto 17 - Detalhe da posição da mão esquerda queampara o Menino, e da movimentação do panejamentodo mesmo, em função de sua postura corporal. Vê-seainda, o desenho da manga da túnica de Nossa Senho-ra, em forma de “U”.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 18 - Detalhes da imagem vista acima, sob outroângulo diferente.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 19 - Detalhe da mão esquerda da imagem, e dotratamento estético dado ao panejamento.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

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Foto 20 - Detalhe da fivela dourada, que prende a capana altura do peito da imagem.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 22 - Detalhe do barrado da capa da imagem, comdesenhos dourados.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 21 - Detalhe de parte da túnica e escaulário mar-rons, com barrado dourado, e de parte da capa branca.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

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Foto 24 - Detalhe do barrado da capa e túnica daimagem, e de parte da peanha e da base.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 23 - Detalhe das pregas ao final da túnica daimagem, da movimentação de parte da capa, e dotratamento estético dado às mesmas. Nota-se ain-da, a peanha em verde, e a base que foi substituídaem uma das intervençãoes anteriores.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 25 - Detalhe acima visto por outro ângulo.Vê-se ainda, o pé direito da imagem, calçado.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 26 - Ampliação de parte da imagem, mostran-do o trabalho de reintegração e apresentação esté-tica, realizado em uma das intervenções anterio-res.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

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Foto 27 - Detalhe da área onde se localiza ainscrição no verso da imagem.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 28 - Ampliação da área acima, onde selocaliza a inscrição no verso da imagem.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 29 - Nova base da imagem, substituída em2001, em intervenções anteriores: apresenta 4parafusos, e vários grampos e pregos metálicos.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

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Foto 30 - Menino Jesus amparado pelo braçoesquerdo de Nossa Senhora.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 31 - Detalhes do rosto e de parte do tronco doMenino: cabelos cacheados com entradas lateraise topete central, louro escuro; rosto redondo; tes-ta alta e larga; sobrancelhas finas; olhos de vidromarrons; nariz pequeno, afilado; boca semi-aber-ta; queixo redondo, saliente; pescoço curto, leve-mente encoberto pela movimentação da cabeça;posição dos braços e das mãos, apresentando de-dos grossos, curtos e unhas delineadas.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 32 - Perfil esquerdo da imagem do Menino:cabelos cacheados, entrada lateral esquerda; pes-coço curto.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 33 - Detalhe do orifício encontrado na parteposterior da cabeça do Menino, possivelmente paracolocação de resplendor ou coroa.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

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Foto 34 - Detalhe do panejamento do Menino:pouca movimentação, a não ser nas áreas deflexão, nos braços e pernas.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 35 - Detalhe do tratamento estético dado aopanejamento do Menino: túnica branca, com golae detalhes dourados nas barras. Vê-se ainda, aposição das mãos, a esquerda sobre o peito, e adireita estendida para segurar o bentinho; de-dos curtos, grossos, unhas delineadas.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 36 - Detalhe da posição dos pés do Menino e damovimentação final de sua túnica: pés à mostra, oesquerdo sobre o direito, apresentando dedos lon-gos, grossos, com unhas arredondadas marcadas.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

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Foto 37 - Detalhe da posição dos dedos damão direita que segura o bentinho: dedossemi-unidos.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 38 - Bentinho, possivelmente original, per-tencente à Nossa Senhora. Quando da época daanálise da peça, para feitura do Laudo do Estado deConservação, ambos os bentinhos encontravam-seguardados em um envelope de papel, separados daimagem.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 39 - Bentinho pertencente ao Menino Jesus.Certamente o original de perdeu, sendo então, subs-tituído por este.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

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Foto 40 - Imagem de Nossa Senhora do Rosário,retirada de fonte secundária. A imagem está loca-lizada na Capela do Rosário, Praça do Rosário, emUberlândia. É uma referência importante para es-tudos mais profundos a respeito da imagem deNossa Senhora do Carmo. À primeira vista, as duasimagens apresentam características semelhantes,em termos de talha e fatura.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 41 - Vista geral frontal da imagem de Nos-sa Senhora do Carmo, a título de comparaçãocom a de Nossa Senhora do Rosário, acima.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

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4. Propriedade/Direito de Propriedade: Eclesiástica – Cúria Diocesana de Uberlândia 6. Responsável: Dom José Alberto Moura

5. Endereço: Rua Francisco Sales, 790, Bairro Osvaldo, Uberlândia - MG

7. Designação: Imagem de Nossa Senhora do Carmo 8. Localização específica: Sala do Bispo, Cúria Diocesana de Ubelândia 9. Espécie: Imaginária

10. Época: Século XIX 11. Autoria: S/R

12. Origem: Portugal, possivelmente 13. Procedência: Capela de Nossa Senhora do Rosário, distrito de Miraporanga

14. Material/Técnica: Madeira/Olhos de vidro/Policromia

15. Marcas/Inscrições/Legendas: Há no verso da imagem, dentro de uma pequena moldura dourada, que simula a asa de um anjo, a seguinte inscrição: A [...] / Artes / Religiosas / [OLOT].

16. Documentação Fotográfica:

17. Descrição: Imagem representando Nossa Senhora do Carmo. Posição frontal. Cabeça inclinada à direita. Cabelos longos, estriados. Rosto redondo. Testa estreita. Sobrancelhas finas, curvas. Olhos de vidro, voltados para baixo. Nariz mediano, afilado, narinas com sulcos. Boca pequena, fechada, lábios finos. Queixo redondo, pontiagudo. Pescoço longo, grosso. Colo encoberto. Tronco esguio. Braço direito estendido; esquerdo flexionado, segura o Menino Jesus. Mão esquerda semi-aberta, dedos grossos, alongados e flexionados, o indicador e o polegar unidos em posição de segurar o bentinho; mão direita aberta, segura o Menino, dedos grossos, alongados, unhas marcadas. Pernas afastadas. Pés calçados, posicionados a 45º. Peanha retangular, arestas arredondadas. Base octogonal, não original. Menino em posição frontal. Cabeça inclinada à direita, para baixo, apresentando orifício para colocação de coroa ou resplendor. Cabelos curtos, cacheados, entradas em ambos os lados, e pequeno topete ao centro. Rosto redondo. Testa alta, larga. Sobrancelhas finas. Olhos de vidro. Nariz pequeno, afilado, narinas aparentes. Boca semi-aberta, lábios finos, sem definição de dentes ou língua. Queixo redondo, levemente saliente. Pescoço curto, grosso.

IPAC BEM MÓVEL – BM –IMAGEM DE NOSSA SENHORA DO CARMO

INVENTÁRIO DE PROTEÇÃODO ACERVO CULTURALBENS MÓVEIS E BENS INTEGRADOS

PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA

IPACMG

n°01/2008Município deUberlândia

Minas Gerais / Brasil

1. Município: Uberlândia/MG 2. Distrito: Sede3. Acervo: Capela de Nossa Senhora do Rosário

Foto 01 – Imagem deNossa Senhora doCarmo - FrenteMunicípio deUberlândia/MG - SedeData: março de 2007

Foto 02 – Imagem deNossa Senhora doCarmo - VersoMunicípio deUberlândia/MG - SedeData: março de 2007

35/66Colo curto. Tronco mediano. Braço direito estendido à frente, e esquerdo flexionado. Mão direita semi-aberta, dedos flexionados, curtos e grossos, o indicador unido ao polegar em posição de segurar o bentinho; mão esquerda aberta, posta sobre o peito, dedos curtos, grossos; unhas delineadas. Pernas curtas, grossas, flexionadas. Pés descalços, à mostra: o esquerdo acima do direito. Dedos longos, grossos, unhas definidas. Nossa Senhora veste hábito carmelita, com túnica e escapulário marrons, e aplicação de barrado dourado, nas bordas das mangas, e no escapulário. Apresenta pouca movimentação. Por cima da túnica,capa presa por fivela dourada na altura do peito, e véu, ambos brancos com detalhes dourados nas barras. A capa apresenta ainda, aplicações de flores douradas. Também é pouco movimentada. O véu, possui pregas verticais. O Menino veste túnica branca, com gola e detalhes dourados, na barra das mangas e da própria túnica. O panejamento apresenta pregas, diagonais e verticais. A carnação das duas figuras é rosada. Ambos os olhos de vidro, são marrons. O cabelo de Nossa Senhora é castanho claro e, o do Menino, louro escuro. Os bentinhos ficam guardados. O de Nossa Senhora parece ser original, o do Menino, foi substituído.

18. Condições de segurança: Boas

19. Proteção legal existente: Inventário

20. Dimensões: Altura – 71cm Largura – 29cm Profundidade – 20cm

21. Estado de Conservação: ( ) Excelente (X) Bom ( ) Regular ( ) Péssimo

22. Análise do Estado de Conservação: A imagem encontra-se em bom estado de conservação, apesar de ter perdido suas caracaerísticas originais relativas à policromia, por intervenções inadequadas anteriores.

23. Intervenções/Responsável - Data: A imagem passou por dois tratamentos de conservação e restauração. O primeiro, sob responsabilidade de Maria Aparecida de Oliveira Simões, CPF 273.632.796-91 (vide anexo 1), em 2001, foi extremamente danoso e prejudicial à peça, alterando irreversivelmente suas características históricas e estéticas originais: a policromia foi removida, restando apenas resquícios do original; a base foi substituída por outra, que apresenta grampos e pregos metálicos visíveis, e oxidados; e elementos característicos da técnica construtiva da imagem, como tecidos, barras de ferro, e adesivos originais utilizados, foram simplesmente eliminados, evidenciando o total despreraro da pessoa envolvida. Não há relatório que indique os critérios adotados, metodologia e materiais empregados, nem documentação fotográfica suficiente, que ilustre os procedimentos pelos quais a imagem tenha passado. O segundo tratamento, sob responsabilidade de Vânia Rosa Parreira, data de 2002, quando a imagem chegou ao IEPHA-MG, para ser estudada e recuperada. De acordo com o relatório de restauração (vide anexo 2), o tratamento consistiu em limpeza superficial; testes de solubilidade; imunização; remoção de materiais inadequados; consolidação e complementação do suporte; remoção do restante da repintura; confecção de partes faltantes; nivelamento; reintegração e apresentação estética da policromia; camada de proteção; e documentação fotográfica. 24. Características Técnicas: A imagem de Nossa Senhora do Carmo em questão, supostamente, apresenta 5 blocos: um bloco principal – cabeça, tronco, dois braços, mão esquerda, Menino, pernas, pés, peanha; um bloco secundário – rosto de Nossa Senhora, para colocação dos olhos de vidro; um bloco secundário – rosto do Menino, para colocação de olhos de vidro; mão direita de Nossa Senhora; base nova, substituída em intervenção anterior. Diz-se supostamente, porque somente foram realizadas análises e exames organolépticos a olho nu. Para se confirmar a quantidade de blocos envolvida na construção da peça, seriam necessários exames especiais, como o utilização de microscópio ótico e raios-X, pelo menos.

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26. Características Iconográficas: Nossa Senhora do Carmo é padroeira da Ordem Carmelita,e das Ordens Terceiras, fundadas em Minas Gerais, no século XVIII. Veste hábito e escapulárioda Ordem, marrons, com capa e véu, brancos. É invocada como advogada das almas do purgatório.Normalmente, aparece em pé, segurando o Menino Jesus, e entregando o escapulário a devotos,ou à São Simão Stock. Pode vir ainda, junto ao Menino, ambos segurando um bentinho.

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27. Dados Históricos: A imagem de Nossa Senhora do Carmo teria vindo de Portugal, nosegundo quartel do século XIX, e permanecido em Uberlândia até 1943, quando a Matriz deNossa Senhora do Carmo e de São Pedro, foi demolida. A partir daí, teria sido levada para aCapela de Nossa Senhora do Rosário, em Miraporanga, distrito de Uberlândia, de onde retornouao município, em 2001, para ser restaurada._________________________________________________________________________________

28. Referências bibliográficas:CUNHA, Maria José Assunção da. Iconografia Cristã. Ouro Preto: UFOP/IAC, 1993._________________________________________________________________________________

29. Informações complementares: As duas figuras que compõem a imagem, ou seja, NossaSenhora e o Menino Jesus, apresentavam originalmente, coroa ou respelendor em metal. Contudo,não se sabe quando foram perdidos._______________________________________________________________________

Fotógrafa: Gabriella Vieira MoyleFotografia digital - imagens gravadas em CD, disponíveis no arquivo fotográfico da PAGINARArquitetura, Urbanismo e Paisagismo Ltda., e da Prefeitura Municipal de Uberlândia. Diretório– Dossiê / Subdiretório – Nossa Senhora do Carmo / Subdiretório – IMG / Arquivos.jpg

A imagem possui ainda, olhos de vidro, como se apresentou no corpo do presente Dossiê, e o Menino, possui orifício possivelmente para colocação de resplendor ou coroa. Segundo as pesquisas de campo, Nossa Senhora também deveria apresentar orifício semelhante, localizado entretanto, em suas costas, no verso da imagem, também para colocação de coroa ou resplendor. Contudo, em função das intevenções realizadas, não há como se certificar sobre tal fato, a não ser que se recorra a exames especiais, como citado anterormente. Os exames organolépticos revelam a existência de uma área de complementação do suporte, nas costas da imagem, que poderia indicar inicialmente, a posição de um orifício no local, porém, não são suficientes para que se possa concluir nada sobre o assunto.

25. Características Estilísticas: Uma das consequências das ações danosas pelas quais a peça passou em intervenções inadequadas, leia-se 2001, é a falta de evidências relativas ao estilo, ditadas pela policromia da imagem que se perdeu, dificultando sua datação e seu enquadramento em um estilo claro, definido. No entanto, de acordo com a forma, a imagem apresenta pouca movimentação escultórica. Aparentemente, é uma imagem do século XIX, com feições suaves e torções pesadas.

37/6630. Ficha Técnica:

Levantamento:Gabriella Vieira Moyle Data: março/2007Historiadora e Conservadora/Restauradora

Elaboração:Gabriella Vieira Moyle Data: março/2007Historiadora e Conservadora/Restauradora

Revisão:Gisele Pinto de Vasconcelos Costa Data: março/2007Arquiteta e Urbanista

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Anexo 1:Documento referente ao tratamento de conservação e restauração pelo qual a imagem de Nos-sa Senhora do Carmo passou, em 2001.

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Anexo 2:Documentação referente ao tratamento de conservação e restauração pelo qual a imagem deNossa Senhora do Carmo passou, em 2002.

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LAUDO TÉCNICO DO ESTADO DE

CONSERVAÇÃO

LAUDOSMG Uberlândia

Minas Gerais / Brasil

BEM MÓVEL – BM – NOSSA SENHORA DO CARMO

RESPONSÁVEL PELO LAUDO TÉCNICO: Gabriella Vieira Moyle IDENTIDADE: MG-8.036.267/SSP/MG ESPECIALIZAÇÃO EM: Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis – Cecor/EBA/UFMG COORDENAÇÃO: Gisele Pinto de Vasconcelos Costa – Arquiteta - CREA: 51887/D NOME DO BEM TOMBADO: Nossa Senhora do Carmo LOCALIZAÇÃO: Cúria Diocesana de Uberlândia, Rua Francisco Sales, 790, Bairro Osvaldo DATA DO LAUDO: 05 de março de 2007 BEM TOMBADO EM: BEM INSCRITO NO LIVRO DE TOMBO: ___ de ___________ de ____ DOSSIÊ ENVIADO AO IEPHA EM: Dossiê enviado ao IEPHA/MG, em abril de 2007, para o exercício de 2008 HÁ OBRA DE RESTAURAÇÃO EM ANDAMENTO? Sim Não HÁ PROJETO APROVADO POR LEI DE INCENTIVO À CULTURA? Sim Não EM CASO POSITIVO: Lei Federal Lei Estadual Outra

ELEMENTOS ESTRUTURAIS

SIM

NÃO

APRESENTA PRO BLEM AS 50% 100%

Ataque de insetos --- --- X Perdas --- --- X Furos (pregos, cravos etc.) 2% --- --- Apodrecimentos causa dos por um idade --- --- X Rach aduras , lascas, fissuras, frestas --- --- X

SU P O R T E

SIM

N Ã O

A P R E S E N T A P R O B LE M A S 5 0% 1 00 %

Su j id a d e s sup e r fic iais e a d er ida s - -- --- X A ta qu e d e in se tos --- --- X Pe r d a s d e p a rte s (e le m e n tos em r e le vo) --- --- X A po d re c im e n tos c a u sa d os po r u m id ad e 2% --- --- R a c h a du ra s , la sc a s, fi ssu r a s, fr es ta s --- --- X Q ue im a du ra s --- --- X D es pr e n dim en to d e fr a g m e n tos --- --- X

PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA BEM MÓVEL TOMBADO PELO MUNICÍPIO

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C A M A D A P IC T Ó R IC A

S IM

N Ã O

A P R E S E N T A P R O B L E M A S 5 0% 1 0 0%

S u jid a d e s - -- --- X D e sc o la m e n tos - -- --- X P e r da s - -- --- X C ra q u elê s - -- --- X M a n c h a s (c a us a da s p or u m id a de , c e ra s e tc . ) - -- --- X O x id a çõ e s , e sc ur e c im e n tos 2% --- -- - A b ra sõe s - -- --- X R e p in tur a s - -- --- X V e rn iz ox ida d o - -- -- - X

ESTADO DE CONSERVAÇÃO EXISTÊNCIA DE INSTALAÇÕES DE

SEGURANÇA NO PRÉDIO BOM REGULAR RUIM,

NECESSITANDO INTERVENÇÃO

INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTO DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO

SIM NÃO X --- ---

SISTEMA DE SEGURANÇA SIM NÃO X --- ---

C O N C L U S Ã O E S T A D O D E C O N S E R V A Ç Ã O

1 0 0 % B E M C U L T U R A L

B O M R E G U L A R R U I M

N E C E S S IT A N D O D E

IN T E R V E N Ç Õ E S

I M A G E M D E N O S S A S E N H O R A D O C A R M O

1 0 0 % - - - - - -

FOTOGRAFIAS: imagens digitais disponíveis nos arquivos eletrônicos da PAGINARArquitetura, Urbanismo e Paisagismo Ltda. (ICMS 2008\Uberlândia\Laudos\IMG) e nos Arquivoseletrônicos da Prefeitura Municipal de UberlândiaFOTÓGRAFA: Gabriella Vieira MoyleDATA: março de 2007

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Foto 01 - Imagem de Nossa Senhora do Carmo, após asintervenções inadequadas, realizadas em 2001, queresultaram em sua descaracterização, através da re-moção quase total de sua policromia. Nota-se que aimagem está sem o bloco correspondente à mão direi-ta. Há resquícios de policromia em tom vermelho, emsua túnica.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 02 - Vista da base da imagem antes da subs-tituição, em 2001, apresentando adesivo especi-ficado como resina de cartilagem de peixe combreu (vide anexo 1).Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

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Foto 03 - Vista geral frontal da imagem de Nossa Senhora doCarmo, após o segundo tratamento de conservação e restaura-ção, em 2002 (vide anexo 2), com a policromia reconstituída portécnicas de reintegração e apresentação estética.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 04 - Vista geral do verso da imagem de Nossa Senhora doCarmo, após a segunda intervenção de conservação e restauro,realizada em 2002 (vide anexo 2), apresentando a reconstituiçãodo suporte e da policromia removida anteriormente.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 05 - Vista frontal da base da imagem, substi-tuída em intervenção anterior, apresentando 4 pa-rafusos e grampos metálicos oxidados.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

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Foto 06 - Vista da embalagem, feita possivelmentepara transporte da imagem, após a segunda inter-venção de conservação e restauração, que vinhasendo utilizada como forma de acondicionamentoaté a data de realização do Laudo do Estado de Con-servação da peça.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 07 - Vista de dentro da caixa utilizada paraacondicionamento da imagem: espumas no fundo,nas laterais, e plástico bolha para acomodar a peça.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 08 - Marcação indicando a posição corretapara se manusear a embalagem.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 09 - Estado de conservação da embalagem nadata de realização do Laudo do Estado de Conser-vação da peça: umidecimento da madeira; início deapodrecimento do forro e laterais da caixa; forma-ção de bolores no interior e exterior da embala-gem; presença de excrementos de insetos xilófagos.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

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Foto 10 - Detalhe do rosto da imagem de NossaSenhora do Carmo, mostrando a reconstituição dapolicromia, removida em intervenção inadequadaanterior.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 11 - Detalhe da reconstituição da policromiado véu e da capa da imagem. Aqui observa-se umárea de consolidação do suporte, que pode origi-nalmente, ter sido utilizada para possível coloca-ção de resplendor ou coroa.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 12 - Detalhes do tratamento estético dado àpolicromia: tracejado em parte do escapulário, eapresentação estética em outras áreas correspon-dentes ao panejamento.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 13 - Reintegração da policromia do cabelo doMenino, e de parte do panejamento das duas figu-ras.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

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Foto 14 - Reintegração da policromia da capa, tú-nica, escapulário, e peanha da imagem. Observam-se resquícios de policromia original, em tom ver-melho e marrom.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 15 - Detalhe de uma área explicitada acima.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 16 - Reintegração da policromia: parte da capa,parte da manga da túnica, e carnação da mão es-querda de Nossa Senhora; parte da túnica e áreasde carnação, nas mãos e pés do Menino.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

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Foto 17 - Vista da base substituída em intervençãoanterior, apresentando grampos metálicos oxida-dos.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 18 - Ampliação de um dos cantos da base, apre-sentando grampos metálicos oxidados.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 19 - Detalhe da base, apresentando prego oxi-dado no suporte.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 20 - Ampliação de um área da base, onde apa-recem grampos metálicos oxidados, e parafusos.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

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Foto 21 - Sinalização indicando a presença de ex-tintor de incêndio a base de água, localizado noprédio da Cúria Diocesana de Uberlândia, próximoao local onde está guardada a imagem de NossaSenhora do Carmo.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 22 - extintor de incêndio encontrado no próxi-mo ao local de guarda da imagem.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

Foto 23 - Corredor onde está localizado o extintoracima.Município de Uberlândia/MG - Distrito SedeData: Março/2007

54/66Dever-se-á tomar cuidado com o local onde o bem se apóia, para se evitar quaisquer acidentes como quedas que possam vir a causar danos irreversíveis à peça. A limpeza do local deverá ser feita a partir do conhecimento dos materiais que compõem o piso, devendo-se evitar o uso de quaisquer produtos químicos, panos molhados e vassouras. Deve-se consultar um técnico ou especialista que indicará a melhor forma de se realizar a limpeza local, lembrando-se que se recomenda o uso de trinchas macias, aspiradores de pó e panos secos em geral. INTERVENÇÕES VISANDO À CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DO BEM Somente dever-se-ão tomar iniciativas relativas a intervenções de Conservação e Restauração do bem, pessoas capacitadas, técnicos ou especialistas, aptos a avaliar todos os agentes envolvidos nos processos de degradação vigentes identificando suas causas e conseqüências.

Como mencionado no presente Dossiê, a imagem de Santo Antônio de Pádua apresenta-se bem conservada, acondicionada em uma vitrine de vidro e madeira, apesar de ter passado por intervenções anteriores.

MANUSEIO E EXPOSIÇÃO

Como o bem em questão apresenta-se conservado, não é necessário que se reduza ou se restrinja seu manuseio e exposição. Entretanto, devem ser tomadas medidas preventivas justamente para se evitar quaisquer degradações ou danos irreparáveis.

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DIRETRIZESIMAGEM DE NOSSA SENHORA DO CARMO

DOSSIÊ DE TOMBAMENTO E LAUDO

DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA / MG

Após análises históricas, técnicas, estilísticas, das condições de guarda, segurança e acondicionamento do bem, e ainda, levando-se em conta seu estado de conservação atual, traçaram-se algumas diretrizes de intervenção com vistas a prolongar sua vida útil, bem como, garantir condições adequadas de guarda, acondicionamento, manuseio e segurança, compatíveis com sua importância enquanto bem móvel cultural integrante do patrimônio local. PROTEÇÃO O Local de guarda da imagem deverá ser munido de extintores de incêndio de tipo e quantidades especificadas de acordo com as recomendações gerais do Corpo de Bombeiros Municipal, devendo-se inclusive, os responsáveis solicitarem revisão das condições gerais de segurança locais e das instalações elétricas do prédio. Os extintores deverão ser adequados aos tipos de materiais envolvidos em possíveis sinistros e receber manutenção constante. Dever-se-á elaborar um sistema de combate à incêndio, adequado às dimensões da edificação, e planejar rotas de fuga livres e sem obstáculos. Produtos inflamáveis devem ser retirados das proximidades da peça bem como fontes de calor. A imagem não deverá permanecer na caixa onde estava acondicionada na data da feitura do Laudo do Estado de Conservação. Motivo: a caixa onde a imagem se encotrava, tinha única e exclusiva função de protegê-la durante o transporte efetuado no trecho Belo Horizonte-Uberlândia, época de sua devolução, a partir de sua segunda intervenção de conservação e restauração. A limpeza do local deverá ser feita sem a utilização de quaisquer produtos químicos, panos molhados e vassouras. Deve-se consultar um técnico ou especialista que indicará a melhor forma de se realizar a limpeza local, lembrando-se que se recomenda o uso de trinchas macias, aspiradores de pó e panos secos em geral.

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FICHA TÉCNICA

LEVANTAMENTOAnderson Henrique Ferreira

Diretor de Memória e Patrimônio HistóricoPrefeitura Municipal de Uberlândia

Gabriella Vieira MoyleHistoriadora e Conservadora Restauradora

ELABORAÇÃOGabriella Vieira Moyle

Historiadora e Conservadora Restauradora

REVISÃOGisele Pinto de Vasconcelos Costa

Arquiteta e Urbanista - CREA 51887/D

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PUBLICAÇÃO DO ATO DO TOMBAMENTOIMAGEM DE NOSSA SENHORA DO CARMO

DOSSIÊ DE TOMBAMENTO E LAUDO

DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA / MG

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INSCRIÇÃO NO LIVRO DE TOMBOIMAGEM DE NOSSA SENHORA DO CARMO

DOSSIÊ DE TOMBAMENTO E LAUDO

DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA / MG

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DECRETO DE TOMBAMENTO FEITO PELO EXECUTIVOIMAGEM DE NOSSA SENHORA DO CARMO

DOSSIÊ DE TOMBAMENTO E LAUDO

DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA / MG

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DOSSIÊ DE TOMBAMENTO E LAUDO

DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA / MG

ATA DA REUNIÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DEPATRIMÔNIO HISTÓRICO, ARQUEOLÓGICO, ARTÍSTICO E

CULTURAL DE UBERLÂNDIA - COMPHAC -SOBRE O TOMBAMENTO DEFINITIVO DA IMAGEM DE

NOSSA SENHORA DO CARMO

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RECIBO DE NOTIFICAÇÃOIMAGEM DE NOSSA SENHORA DO CARMO

DOSSIÊ DE TOMBAMENTO E LAUDO

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NOTIFICAÇÃO AO PROPRIETÁRIOIMAGEM DE NOSSA SENHORA DO CARMO

DOSSIÊ DE TOMBAMENTO E LAUDO

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DOSSIÊ DE TOMBAMENTO E LAUDO

DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA / MG

ATA DA REUNIÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DOPATRIMÔNIO HISTÓRICO, ARQUEOLÓGICO, ARTÍSTICO

E CULTURAL DE UBERLÂNDIA - COMPHAC -SOBRE O TOMBAMENTO PROVISÓRIO DAIMAGEM DE NOSSA SENHORA DO CARMO

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DOSSIÊ DE TOMBAMENTO E LAUDO

DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA / MG

PARECER DO CONSELHO SOBRE O TOMBAMENTOIMAGEM DE NOSSA SENHORA DO CARMO

Convencidos da importância da Imagem de Nossa Senhora do Carmo para o município de

Uberlândia e sua comunidade, vimos por meio desta ratificar as informações apresentadas pelo

presente Dossiê e recomendar seu Tombamento Municipal.

Entendemos que o bem em questão representa parte de nossa herança cultural, tornando vivas

nossa memória e vivências culturais.

Dessa forma, reafirmamos sua importância enquanto documento histórico e estético impregnado

de valores. Sua preservação é, ao mesmo tempo, motivo de orgulho e motivação para nossa

comunidade.

Eliane Aparecida dos Santos

Presidente do Conselho Municipal dePatrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Cultural de Uberlândia

Uberlândia/MG – 07 de Março de 2007

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PARECER TÉCNICO SOBRE O TOMBAMENTOIMAGEM DE NOSSA SENHORA DO CARMO

A imagem de Nossa Senhora do Carmo em questão, proveniente da Capela de Nossa Senhora do

Rosário, localizada no distrito de Miraporanga, município de Uberlândia – MG, encontra-se

atualmente sob guarda do Bispo Diocesano de Uberlândia, Dom José Alberto Moura.

É uma imagem em madeira policromada, possivelmente do século XIX, de origem portuguesa,

tendo sido doada à primeira Capela de Nossa Senhora do Carmo e Mártir São Sebastião, no 2º

quartel do século XIX.

Nos últimos anos passou por intervenções inadequadas de conservação e restauro, que alteraram

completamente suas características originais, dificultando sobremaneira sua identificação estilística

e datação histórica.

Dessa forma, seu tombamento como bem móvel se faz premente, para que assim possa ser

preservada no restante de sua integridade física e de seus aspectos estéticos e históricos.

Gabriella Vieira Moyle

Historiadora Especialista em Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis

Belo Horizonte, 07 de março de 2007.

DOSSIÊ DE TOMBAMENTO E LAUDO

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