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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

Edição outubro/2008

Gerência de Comunicação

Ana Paula Costa

Transcrição:

Else Albuquerque

Copidesque:

Adriana Santos

Revisão:

Ana Paula Costa e Marcelo Ferreira

Capa e Diagramação:

Luciano Buchacra

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Introdução

O Pai, na sua soberania, estabeleceu um lugar que prefigurava a habitação de Deus com os ho-mens, na pessoa de Jesus Cristo. O termo “Taberná-culo” significa “habitação”, designando um palácio ou templo. Todos os detalhes foram cuidadosamen-te especificados, desde a construção e tudo que lhe dizia respeito, indo até as pessoas que seriam em-pregadas no serviço de Deus.

Tudo o que havia no Tabernáculo e no Antigo Testamento, podemos dizer que são figuras da re-alidade do presente. Assim, o Antigo Testamento insere-se no Novo e vice-versa. Um complementa o outro. O tabernáculo representa a figura do homem em sua totalidade: corpo, alma e espírito. É que no

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tabernáculo havia o Átrio, o Lugar Santo e o Santo dos Santos. É uma figura da própria divindade tam-bém: o Filho, o Pai e o Espírito Santo. Ele é um espe-lho onde podemos ver a nossa imagem refletida e a do próprio Deus.

Outro ponto a ser abordado nesta Série Mensa-gens é o chamado de Deus para sermos sacerdotes. Esta é uma realidade a ser vivenciada por todo cren-te. Temos uma posição privilegiada como povo em e por meio de Cristo Jesus. Mas será que estamos de fato sendo sacerdotes do Senhor? Que haja sobre nós o Espírito de revelação das Escrituras. Que cada um possa ser edificado, consolado, exortado, salvo, transformado pelo poder da Palavra viva de Deus. Em nome de Jesus. Amém!

Boa leitura!

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Parte 1

Como luzeIros no

mundo: o poder de um testemunho

Amada ovelha, a fim de que possa entender o que Deus tem a lhe dizer, leia com atenção os se-guintes textos da Palavra de Deus:

“Farás também um candelabro de ouro puro; de ouro batido se fará este candelabro; o seu pedestal, a sua hástea, os seus cálices, as suas maçanetas e as suas flores formarão com ele uma só peça. Seis hásteas sairão dos seus lados: três de um lado e três do outro. Numa hástea, haverá três cálices com formato de amêndoas, uma ma-çaneta e uma flor; e três cálices, com formato de amên-

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doas na outra hástea, uma maçaneta e uma flor; assim serão as seis hásteas que saem do candelabro. Mas no candelabro mesmo haverá quatro cálices com formato de amêndoas, com suas maçanetas e com suas flores. Haverá uma maçaneta sob duas hásteas que saem dele; e ainda mais uma maçaneta sob duas outras hásteas que saem dele; e ainda mais uma maçaneta sob duas outras hastes que saem dele; e ainda mais uma maçane-ta sob duas outras hásteas que saem dele; assim se fará com as seis hásteas que saem do candelabro. As suas maçanetas e a suas hásteas serão do mesmo; tudo será de uma só peça, obra batida de ouro puro. Também lhe fará sete lâmpadas, as quais se acenderão para alumiar defronte dele. As suas espevitadeiras e os seus apagado-res serão de ouro puro. De um talento de ouro puro se fará o candelabro como com todos estes utensílios. Vê, pois, que tudo faças segundo o modelo que te foi mos-trado no monte.” (Êxodo 25.31-40).

“Arão queimará sobre ele incenso aromático; cada manhã, quando preparar as lâmpadas, o queimará. Quando, ao crepúsculo da tarde, acender as lâmpa-das, o queimará; será incenso contínuo perante o Se-nhor, pelas vossas gerações.” (Êxodo 30.7-8).

“Ordena aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveira, batido, para o candelabro, para que haja lâmpada acesa continuamente.” (Levítico 24.2).

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Minha intenção aqui não é me ater a todos os de-talhes que dizem respeito ao tabernáculo e a tudo que nele havia e o significado de cada item, porque para isso seria necessário um estudo mais aprofundado. Mas, para que realmente possa compreender o que Deus tem a fa-lar com você, vale apenas nos atermos a alguns aspectos muito interessantes. Então vamos lá. Acompanhe-me.

De antemão, é bom que se diga que Deus é um Deus que ordena, e as suas ordens não são para se-rem questionadas, mas para serem obedecidas, ainda que nem sempre as entendamos na sua totalidade, na sua extensão. E o crente é aquele que obedece. Mui-tos não são crentes não pelo fato de não crerem, mas por não quererem obedecer. E a base da vida cristã é basicamente obediência. O Senhor, por meio da sua Palavra, enfatiza que se de fato o amamos, devemos guardar os seus mandamentos (João 14.21). E Jesus acrescenta ainda que os seus mandamentos não são pesados, difíceis, porque, quando estamos num re-lacionamento de amor com o Senhor, o nosso único propósito em vida é querer agradar a Deus.

Pois bem! Uma das coisas interessantes que pode-mos perceber é que, quando Deus dera a Moisés a plan-ta da construção do tabernáculo, havia nela o pátio exte-rior com todos os utensílios e uma cabana que devia ser muito bem preparada. Era a “tenda da habitação”. Dentro desta tenda, o tabernáculo propriamente dito, haveria um lugar chamado Santo e outro denominado Santo

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dos Santos. No tabernáculo, dia e noite, deveria haver luz. Será que Deus precisava de luz? Será que Ele precisava de iluminação? Claro que não! A luz não era para Ele, porque Ele é a luz. A luz era um testemunho. Do lado de fora do Tabernáculo, à noite, quando as trevas cobrissem a Terra, todos poderiam perceber que o local estava iluminado. Durante o dia, mesmo com o sol a pique, as lâmpadas permaneceriam acesas, porque não era uma questão de estar em trevas ou com luz, mas da realidade, que era uma só: a lâmpada devia brilhar constante e incessante-mente. E de fato, tudo fora construído como Deus havia ordenado.

Dentre os inúmeros utensílios que deveriam constar como acréscimo e item do tabernáculo estava o candelabro, que deveria ser feito de ouro puro e como uma peça única, inteiriça. Não haveria soldas ou remendos. O candelabro, nas Escrituras, representa a Igreja, que brilha nas trevas e deve ser “sem remendos”. E a ordem dada para esse cande-labro era para que ele permanecesse aceso a todo o instante. O candelabro de ouro tinha uma haste central e, desta haste, saíam três outras, do lado di-reito e do esquerdo, e formavam sete lâmpadas. A parte de cima era como se fosse um copo pequeno e, todas as manhãs, dentro do copo, era colocado azeite puro batido. Nas Escrituras, o azeite é um símbolo do Espírito Santo. Havia um pavio que era aceso e, à medida que o fogo queimava e o azeite

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ia diminuindo, ao entardecer, o sacerdote tirava o pavio que estava queimado. Isso era feito com um instrumento, também de ouro: a espevitadeira. Ha-via uma caixa de ouro puro onde era colocado o pavio queimado. O pavio queimado não era jogado fora. Tudo era de ouro. O ouro fala da divindade, da pureza, da perfeição e da vida.

“Também lhe farás sete lâmpadas, as quais se acen-derão para alumiar defronte dele.” (Verso 37). O cande-labro deveria iluminar defronte da Arca do Concerto. Havia a realidade da presença do Senhor. E este é um fato que precisa nos impactar: não somos simples-mente seguidores do Senhor. Precisamos viver a rea-lidade da presença do Senhor, a vida dele em nossa própria vida. Curioso o que Jesus dissera certa vez: “Vos sois a luz do mundo.” (Mateus 5.14).

Paulo também afirmara quando escrevera aos co-ríntios: “Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo todos morreram.” (Veja 2 Coríntios 5.14). Parafraseando esse verso, po-demos assim dizer, fazendo nossas as palavras do apóstolo Paulo: “Pois o amor de Cristo me constrange, julgando eu isto: um morreu por mim, logo eu morri”.

Há uma missão específica para cada um de nós. Quando o Senhor iniciou o seu ministério, Ele dis-se que veio como a luz do mundo. Por isso nos vê no candelabro, nos vê como a luz. O candelabro se acenderá para alumiar defronte dele. Quando

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alumiamos defronte dele, alumiamos defronte do mundo. Diante da “Haste Central”, que é Jesus, brilhamos, pois Ele mesmo afirmara: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alu-mia a todos os que se encontram na casa. Assim bri-lhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” (Mateus 5.14, 15, 16).

Dentre os muitos testemunhos que já ouvi, um que me impressionou muito sobre este aspecto foi o que ouvi de um irmão que morou na Europa. Ele conheceu um senhor idoso, um homem muito rico, crente, que amava a Jesus com todo o coração. Para ilustrar esta his-tória, vamos chamar o nosso protagonista de “José”.

Durante a Segunda Guerra, quando os judeus estavam sendo perseguidos, dizimados, levados para os campos de concentração, José escondeu em sua casa um grupo de judeus. Não era pelo fato de serem judeus, mas pelo fato de serem seres hu-manos, criaturas de Deus e que estavam sendo per-seguidos e mortos. O amor de Cristo constrangia José. Durante um ano e meio, ele escondeu esses judeus. Alimentava-os, guardava-os e os protegia. Fazia não por obrigação, mas por uma expressão de amor. Depois de um ano e meio, um vizinho o delatou (denunciou). Vieram os nazistas, levaram

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os judeus para um campo de concentração e José foi preso, não por um crime, mas porque estava se-guindo o “modelo do monte”.

Era Natal de 1944 e o comandante manda chamar José em sua sala. Ele era um homem forte, com muita saúde, mas devido aos maus tratos, o seu estado físi-co já não era mais o mesmo. Era triste de se ver. José estava magro, esquelético, maltratado pela crueldade humana. Na sala do comandante havia uma mesa lin-da. Havia uma farta ceia de Natal, com as iguarias mais gostosas. Num gesto de pura falta de amor e compai-xão, aquele comandante se voltou para o irmão José que estava aprisionado e disse: “Você está vendo está bela mesa, não é mesmo? Pois saiba que a deliciosa co-mida foi mandada para você, mas você não vai comer dela; eu é que vou comê-la. Quero que saiba também que todos os dias, a sua esposa manda comida para você, mas sou eu que a como”.

Diante daquela autoridade estava aquele irmão magro e faminto. Apesar das duras e irônicas pala-vras, José, com olhos fitos no comandante, afirma: “Minha esposa é uma excelente cozinheira. O senhor tem bom gosto. Deus o abençoe”. O comandante não entendeu nada e disse: “Este homem está doido”. Dentro de pouco tempo, a guerra acabou e José foi solto. A Alemanha estava destruída e José era construtor, um engenheiro. Em pouco, tempo, com o trabalho de suas mãos, prosperou e conseguiu se

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erguer na vida novamente. Numa noite, José en-controu com duas pessoas, dois ladrões roubando madeira. Havia uma miséria muito grande naquele país. Os dois ladrões que estavam roubando ma-deira de uma pilha foram ajudados por José. Ele perguntou aos ladrões: “O que vocês querem fazer?” Os ladrões responderam: “Nós vamos fazer uma casa”. José, então, disse: “A madeira que vocês estão pegando não é muito boa; peguem desta pilha, pois estas sim, são mais adequadas para a obra que vocês querem realizar”. José, então, ajudou os ladrões a carregar as madeiras. Os ladrões se admiraram com aquela atitude e perguntaram: “Você é ladrão? Como entende tanto assim de madeira?” José respondeu: “Não, eu não sou ladrão”. Eles, inculcados com José, lhe fizeram mais uma pergunta: “Mas se você não é ladrão, o que você faz?” José então esclarece aos la-drões: “Eu sou o dono desta madeireira”. Imaginem o susto daqueles dois homens. Eles tentaram correr, mas José disse a eles: “Não precisam fugir; eu não vou fazer nada com vocês. Levem a madeira”. Naque-la noite, José não apenas deu as madeiras para os ladrões, mas por meio daquela atitude, ele falou de Jesus para os dois homens que estavam perdidos, no pecado. José não compactuou com o crime, mas enxergou uma oportunidade de transmitir o ver-dadeiro amor às duas criaturas que estavam sendo escravizadas pelo diabo. Os dois homens confessa-

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ram Jesus como único e suficiente Salvador de suas vidas. Aqueles dois que outrora eram ladrões, foram transformados para resplandecerem a luz. Um foi consagrado a pastor e o outro, a diácono. Uma triste história que teve um lindo final feliz. Sabe por quê? Porque José seguiu o “modelo do monte”.

Anos se passaram e José teve notícias de que aquele comandante, do início da história, estava vivo. Então no-vamente, na época do Natal, José pediu à esposa para fazer uma ceia com as mais deliciosas iguarias, tudo com muita fartura. E lá foi José com a bela e farta ceia à procu-ra do comandante. Só que o comandante não era mais comandante. Aquela autoridade orgulhosa e prepoten-te se transformara em um homem derrotado, miserável, cabisbaixo. Mas à sua porta estava José, recuperado de todo sofrimento passado naquele campo de concentra-ção. Um de frente para o outro. José pediu um pouco da atenção daquele homem, que não o reconheceu.

Prontamente, o comandante o recebeu em sua casa e o convidou para entrar. Inicialmente, José perguntou àquele homem: “O senhor se lembra do Natal de 1944?” Imediatamente, o comandante se recordou do episó-dio. “Pois bem, eu estou aqui. Naquela ocasião, o senhor me disse que gostava muito da comida da minha esposa, por isso pedi a ela que fizesse uma ceia semelhante para o senhor. Receba o nosso presente”. O homem não estava entendendo nada, porque, geralmente, o modelo que o mundo apresenta é o de “olho por olho, dente por dente”.

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Ódio com ódio, tapa com tapa. Mas José não escolheu seguir o modelo que o mundo apresenta. Ele escolheu seguir o “modelo do monte”. O comandante, atordoado, sem entender nada, perguntou: “Por que você está fazen-do isto?” José respondeu: “Por causa do amor. É a vida de Jesus na minha vida”. Aquele homem entendeu a res-posta e caiu de joelhos chorando. Ele fez a decisão das decisões: confessou a Jesus Cristo como Senhor e Sal-vador. José proclamou o amor de Deus pelo mundo, seguindo o exemplo de Cristo, de amar e servir aos outros.

O brilho não é, muitas vezes, aquilo que as pesso-as imaginam. “Para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” Não é uma questão apenas de escutar, mas de ver, contemplar. José assumiu esta verdade. Muitas vezes, no campo de concentração, as marteladas, o ouro batido, ao in-vés de produzir ódio ou uma atitude de revolta, o fez ser mais e mais semelhante a Jesus Cristo. “Para que faça tudo segundo o modelo que existe no monte.”

A origem de todos os nossos conflitos, em todas as áreas, é somente uma: a falta de seguirmos o modelo. Você pode dizer: “Mas ninguém consegue imitar a vida do Senhor!” A vida de Cristo não é apenas uma imita-ção. É a vida dele em nossa vida. No “modelo do monte”, o candelabro tinha de ser uma peça só. Por isso é que a Escritura nos diz que “aquele que se une ao Senhor é um com Ele”. No momento em que você faz a decisão

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de ficar ao lado de Cristo, você passa a ser um com Ele, um com a Igreja dele. Não pode existir, como que uma deformidade dos dias atuais, crente sem igreja. A pes-soa tem de estar ligada a uma expressão local, à Igreja do Senhor, ao Corpo do Senhor. Caso contrário, é uma caricatura, e não a realidade.

É preciso ter o entendimento de que a vida do Senhor implantada em nossa vida é para glorificar o Pai. Não é para o mundo ser glorificado, mas para que o mundo o glorifique. Para que os incrédulos o glorifiquem. Para que aqueles que ainda não co-nhecem o Senhor o glorifiquem.

O MOdelO a ser seguidOA Palavra relata que tudo deveria ser feito “se-

gundo o modelo que te foi mostrado no monte” – no caso, a Moisés. Uma vez que havia toda uma razão de ser para cada item do tabernáculo, com signifi-cação de uma realidade espiritual profunda, havia sentido de fato para que tudo fosse feito “segundo o modelo” revelado no monte. Nós também temos um modelo no monte, o monte Calvário. O nosso modelo é o modelo do Calvário. Quando contem-plamos o Calvário onde Deus entregou o seu Filho, a nossa vida e as nossas atitudes precisam ser seme-lhantes ao projeto que nos foi revelado no monte. Dentro do contexto que temos agora do Novo Tes-tamento, o nosso monte é o monte Calvário.

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O candelabro, como já dito, fora feito de uma só peça. E essa peça era de ouro batido, toque por toque, martelada por martelada. Totalmente artesanal. Não foi fundido em forma. A nossa vida precisa, também, do bater direto da Palavra, que é o martelo. À medi-da que a Palavra vai batendo, diz as Escrituras, vamos sendo transformados de glória em glória à sua própria imagem (2 Coríntios 3.18). Quando Jesus morreu, Ele não apenas morreu por nós, mas como nós. Esta ver-dade precisa dominar a nossa vida. Gostamos muito de priorizar as verdades espirituais porque nunca va-mos encontrar alguém com óleo sobre a cabeça com um pavio aceso, mas é interessante que Jesus disse: “Vós sois a luz do mundo.”

Mas, que luz? Que brilho é este? Como você é luz para o mundo? Aqui o Senhor faz um paralelo dizendo que luz e boas obras são sinônimas, como está escri-to no verso 16: “Assim brilhe também a vossa luz dian-te dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” Vejam o quê? Brilho, fumaça? Não! Vejam as vossas boas obras. Em outras palavras, para que vejam a nossa vida, nossas atitudes, nosso comportamento e venham glorificar o nosso Pai que está nos céus.

A única maneira de, realmente, produzirmos es-sas boas obras é quando o nosso coração caminha segundo o “modelo do monte”, segundo o modelo do Calvário. Ninguém pode produzir estas boas obras

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se ele não estiver copiando o modelo do Calvário, e o modelo do Calvário é o modelo da obediência in-condicional, o modelo da obediência incondicional à vontade do Pai, quando o coração diz não à vontade própria e sim à vontade do Senhor. Jesus ainda frisa: “[...] Para que os homens vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.”

Onde está a fOnte da luz?O texto ainda prossegue. “Ordena aos filhos de Is-

rael que te tragam azeite puro de oliveira, batido, para o candelabro, para que haja lâmpada acesa continu-amente.” (Levítico 24.2). As lâmpadas tinham que ser cheias de azeite. Nada podia substituí-lo, pois o Senhor ordenara que assim fosse.

O azeite é o Espírito Santo. Podemos até não en-xergar o candelabro. Podemos olhar para as paredes do templo e não ver figura alguma, mas o tabernáculo está presente. O candelabro, igualmente, assim como a arca e a mesa (para os pães da proposição) estavam presentes. A arca era um dos utensílios do tabernácu-lo, e nela estavam as tábuas da lei ou do Testemunho (que continham os mandamentos de Deus). Os pães da proposição, também chamado de pão da presen-ça, eram os pães que eram colocados na presença de Deus. Mas, acima de tudo, estava o azeite.

A ordem do Senhor é: “Enchei-vos do Espírito.” (Efé-sios 5.18). Essa já é uma maneira de você brilhar: sendo

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cheio do Espírito. Todas as manhãs, o sacerdote tinha que encher as lâmpadas com o azeite porque o brilho tinha de ser contínuo durante todo o dia e durante a noite. O Senhor já providenciou os meios e recur-sos para que possamos brilhar. A obra do Calvário, a obra que Jesus realizou, a vinda do Espírito Santo, foi o testemunho de que Jesus foi glorificado. Ele enviou o Espírito para estar conosco sempre e “para que haja lâmpada acesa continuamente”.

Deus está restaurando a sua Igreja, e a restau-ração não é somente no sentido de emoções, mas é no sentido de vida, de caráter, de atitude. É você, marido, amando a sua esposa; é você, esposa, sen-do submissa ao seu marido; são vocês, filhos, sen-do obedientes. É ter um lar segundo o modelo do Calvário. É a Igreja caminhando num único sentido. São todos vivendo em unidade, entendendo que não se trata de egocentrismo, mas do privilégio de dizer: “Senhor, a tua vontade é soberana. Ela é boa, agradável e perfeita para mim, e eu me deleito em tua vontade, seja a que preço for”.

Imagino que aquele irmão no campo de con-centração, o José, deixou a sua boa casa, a esposa e os filhos, para seguir o “modelo do monte”. Qual foi a atitude dele? Semelhante à de Paulo e Silas, que fizeram a opção de seguir o modelo do Calvário. Es-tavam na prisão de Filipos e mesmo em meio às tor-turas, adoraram a Deus. Não que fossem masoquis-

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tas. Eles eram cristãos e por isso sabiam que Deus estava no controle de tudo e reconheciam que uma alma vale muito mais do que todo o Universo.

Imaginem também aqueles ex-ladrões, e agora talvez pastor ou diácono?! Quantos, na celebração da Ceia do Senhor, receberam de suas mãos o pão e o vinho? Já pensou que coisa linda receber o pão e o vinho das mãos de alguém para o qual você bri-lhou com a sua atitude, com a sua vida?!

Mas ainda há mais. Diz o texto: “Arão queimará so-bre ele o incenso aromático; cada manhã, quando pre-parar as lâmpadas, o queimará. Quando, ao crepúsculo da tarde, acender as lâmpadas, o queimará; será incenso contínuo perante o Senhor, pelas vossas gerações.” (Êxo-do 30.7-8). No livro de Apocalipse é dito que o incenso são nossas orações diante do Senhor. O Novo Testa-mento diz: “Orai sem cessar.” (1 Tessalonicenses 5.17). Não significa que temos de andar pelas ruas de olhos fechados a todo instante, orando. O orar sem cessar aqui é o seu relacionamento com Jesus, a sua vida em comunhão com o Senhor. Essa é também uma forma de orar, de falar com Deus, em que você o obedece e o reconhece como Senhor da sua vida.

O sacerdote não tinha que apenas encher as lâm-padas com azeite novo, a cada manhã, mas havia, ao entardecer, o momento em que ele devia tomar a espevitadeira e tirar o pavio queimado. Quando a lâmpada estava acesa, o mourão, ou seja, o pavio, ia

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queimando e tinha que ser tirado. Mas como já disse, não era para ser jogado fora. Era guardado em uma caixa de ouro. E assim é com a nossa vida. À medida que brilhamos, executamos as boas obras, testemu-nhamos, Deus retira o que já queimou, já passou, para que sempre tenhamos um testemunho novo. E to-dos os nossos atos de testemunhos ficam guardados diante do Senhor, na caixa de ouro. A Palavra diz que as nossas obras nos seguem. Quanto mais você tiver brilhado aqui, mais você brilhará lá, porque lá teremos galardões diferentes. O galardão de um irmão que deu um testemunho de vida diante do Senhor será muito maior do que daquele que foi salvo, como que pelo fogo, mas sem ter dado testemunho de seus atos ainda em vida (visto que fora salvo “na última hora”) ou de um crente carnal, que não tivera vida intensa e profunda com Deus.

Primeiro ponto: Deus guarda, em caixa de ouro, o seu testemunho. O mourão queimado é guardado por Deus. Segundo ponto: Deus guarda algo que nós, ge-ralmente, jogamos fora. Davi afirmara no Salmo 56.8: “Contaste os meus passos quando sofri perseguições; re-colhestes as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas inscritas no teu livro?” Muitas vezes, pelo fato de você viver piamente em Cristo Jesus, você é perseguido. A Palavra diz que “aqueles que querem viver piamente em Cristo Jesus sofrerão perseguições” (2 Timóteo 3.12). Po-demos substituir a palavra perseguição por sofrimen-

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to. Não pense que Deus, quando viu o seu sofrimento, estava ausente, não. Conforme a Palavra nos revela, “contaste os meus passos” e “recolheste as minhas lágri-mas no teu odre”.

Em momento de perseguição, ninguém sorri de alegria, mas o que há é um choro de tristeza. Mas podemos ser consolados pela Palavra, quando ela nos afirma que o Senhor Deus tem um odre, onde Ele recolhe as lágrimas dos que choram. Quando você sofre por causa do seu relacionamento com Ele, quando você sofre pela sua fé, quando você so-fre pelo seu testemunho, não pense que Deus está ausente; muito pelo contrário. Há um odre onde o Senhor guarda as suas lágrimas. Você esquece, mas Deus não se esquece. Deus não esquece e nem é in-diferente às lágrimas dos seus filhos. Muitas vezes, na intercessão, você sofre. Quantas vezes você se quebra diante do Senhor, geme e chora de dor na alma, e pode até ser que quando tudo passa, você venha a se esquecer. Mas Deus não se esquece.

O profeta Malaquias fala de um memorial, um livro de memórias em que são registrados nossos atos em Cristo. “Então, os que temiam ao Senhor falavam uns aos outros; o Senhor atentava e ouvia; havia um memorial escrito diante dele para os que temem ao Senhor e para os que se lembram do seu nome.” (Malaquias 3.16). Nós nos esquecemos, muitas vezes, daquilo que ouvimos em uma pregação, daquilo que alguém nos diz, mas

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é interessante que o nosso testemunho fica registrado em um livro de memórias. A única coisa que Deus apa-ga e que nem Ele se lembra mais são os nossos pecados confessados. Ele diz: “Também de nenhum modo me lem-brarei dos seus pecados.” (Hebreus 10.17). Porém, quando você dá um copo de água a alguém, com alegria e em nome de Jesus, isto é registrado no livro de memórias. Se você tomar o livro das suas memórias e procurar os seus pecados, suas mazelas, suas mentiras, suas quedas, suas faltas, você não encontrará absolutamente nada, porque a voz do Calvário continua bradando: “Pai, perdoa-lhes.” A justiça foi satisfeita apenas pelo perdão do Senhor, e o “sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (1 João 1.7).

Numa caixa de ouro, as nossas obras são guarda-das – as nossas obras a favor de Cristo. No odre, as nos-sas lágrimas são recolhidas. Num livro, Deus tem guar-dado o nosso testemunho. E aí pergunto: como está a sua caixa de ouro? Há muitos mourões? Há muitos bons testemunhos? A caixa já está cheia? Como está o seu odre, o seu livro, o seu testemunho? São páginas e páginas em branco, ou há o testemunho da vida, da glória e da graça do Senhor Jesus?

O MOdelO é O MOnte, O PróPriO senhOrÀ medida que o mourão ia sendo queimado, ti-

nha que ser retirado e colocado na caixa de ouro, onde era guardado. Paulo caminhava assim. Ele di-

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zia: “Uma coisa eu faço: esqueço das coisas que para trás ficam [...]” (Filipenses 3.13b). Eu não quero vi-ver do brilho de ontem, do testemunho de ontem. Esquecendo-me das coisas que para trás ficam, eu prossigo, porque sei que tem mais à frente. Sei que tem mais pavio, e por isso prossigo, caminho.

Não podemos esgotar a vida do Senhor, porque todos os filhos de Deus são iguais. No candelabro, o espaço destinado ao azeite não era despropor-cional. Todos os copos eram do mesmo tamanho e todos continham a mesma quantidade de azeite. Não pense que no Reino de Deus haja despropor-ção. Todos os filhos de Deus são amados por Ele do mesmo modo e todos têm a mesma capacidade de brilhar. Quando eram acesas as sete lâmpadas do candelabro, nenhuma brilhava mais que a outra. Havia harmonia. Contudo, para que houvesse esse brilho, era necessário que cada copo estivesse cheio do azeite. Para que brilhemos sempre, é necessário que o azeite jamais falte em nossas vidas.

Lembra-se da parábola que Jesus contou das dez virgens (Mateus 25), das cinco prudentes e das cinco néscias? Todas as dez eram virgens, eram pu-ras, mas apenas cinco tinham o azeite nas lâmpa-das e nas botijas, e as outras tinham azeite apenas nas lâmpadas. As dez virgens são uma metáfora da Igreja. O azeite é uma referência à unção, ao Espírito Santo. O noivo é claramente uma referência a Jesus

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Cristo. Na parábola, somos informados de que o noi-vo ainda não havia chegado para buscar as virgens para si. Visto que cinco delas julgaram que ele não viria tão cedo ou que talvez nem viesse, não se pre-pararam. As outras cinco foram prudentes, porque tinham a consciência de que o noivo sim viria, mais cedo ou mais tarde. E quando houve o anúncio de que esse noivo estava vindo, as despreparadas se desesperaram e as prudentes se deleitaram na co-munhão com o noivo.

O nosso Noivo, Jesus, está por vir. Nós somos sua Noiva, já que somos a Igreja de Cristo. Talvez você esteja pensando com seus botões: “É verdade! Preci-so mesmo colocar a minha vida em ordem com Deus; preciso acertar; mas um dia, quem sabe, quando a hora chegar, eu farei isso”. E essa hora nunca chega. E quando chegar, pode ser tarde demais.

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Parte 2

Como saCerdotes

no tabernáCulo de nossa vIda

Amada ovelha, Deus tem um sonho, e o sonho de Deus é que você seja como um sacerdote. Você é um sacerdote? As pessoas dizem que o hábito faz o monge, mas não me refiro apenas a um estereótipo, ao jeito de falar e vestir, ainda que isso tenha suas proporções e significações. Refiro-me ao testemu-nho de vida. O desejo do coração Deus é um só: que seus filhos sejam sacerdotes, servos. Você pode to-mar posse desta verdade como pode negligenciá-la, mas aos olhos de Deus “vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, o povo de propriedade

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exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua mara-vilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia” (1 Pedro 2.9-10).

Quero destacar esta expressão: “sacerdócio real”. Será que você é um sacerdote? Quero apenas “soprar a poeira” da realidade de quem você é: você é um sa-cerdote. Nós temos sido escolhidos por Deus com um único propósito. Deus tem nos dado privilégios tão extraordinários e responsabilidades que vão muito além daquelas que temos para cumprir no nosso dia a dia. Quem sabe você vai às reuniões da igreja, louva ao Senhor, ouve a Palavra, mas, quando sai dali, suas ati-tudes, seus modos, voltam a ser como os de sempre. Parece que há duas pessoas em um só corpo, duas personalidades. Uma “pré-culto” e a outra “pós-culto”.

Querido, algo que você não pode jamais esque-cer é de quem você é em Jesus Cristo. Isso precisa fi-car registrado no seu espírito. Quem sabe você tem tentado apagar essa marca! Saiba que o Senhor quer reavivar esta realidade, a realidade de que você é um sacerdote. Você não pode ir à igreja apenas para recolher bênçãos. Sim, Deus tem bênçãos para dar e você pode recolhê-las, mas recolher bênçãos não pode ser o motivo que move o seu coração. Você precisa deixar o seu coração cheio da compreensão

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de que você é um sacerdote. Somos sacerdotes do Deus altíssimo. Pode parecer estranho reconhecer sua esposa como uma sacerdotisa, ou o seu marido como um sacerdote, mas cada crente no Senhor é um sacerdote.

Desde o livro de Gênesis, pode-se perceber que cada indivíduo oferecia a Deus o seu sacrifício; ele servia como sacerdote. Podemos exemplificar com Caim e Abel. Encontramos a menção dos dois se aproximando e colocando sobre o altar o sacrifício. Como eles tinham aprendido isto? Provavelmente porque vira alguém assim fazendo ou foram instru-ídos a tal prática. E eles, com certeza, aprenderam com seus pais. E de quem os pais haviam aprendido que eles eram sacerdotes? Do próprio Senhor. Esta é a realidade. Algo que teria que ser repassado: a compreensão de um povo sacerdotal.

Quando a descendência de Abraão foi para o Egito e, antes do povo sair do cativeiro, havia uma compreensão do sacerdócio. Na Páscoa, o chefe da casa tinha a compreensão do sacerdócio. Foi o chefe da casa, o homem, que tomou o cabrito ou a ovelha e o(a) sacrificou, tomando do sangue e aspergindo nas portas, fazendo o serviço sacerdotal. Eram, por-tanto, sacerdotes. Havia esta compreensão, de uma maneira muito forte, de que cada um era um sacer-dote. Quando nós perdemos esta compreensão as coisas ficam muito difíceis.

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É interessante notar que quando o povo saiu do Egito, logo depois de três meses de jornada, depois de atravessar o Mar Vermelho, já no deserto do Si-nai, houve um momento quando o coração de Deus se abriu. “Todo o monte Sinai fumegava, porque o Se-nhor descera sobre ele em fogo; a sua fumaça subiu como fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia grandemente. E o sonido da trombeta ia aumentando cada vez mais; Moisés falava, e Deus lhe respondia no trovão.” (Êxodo 19.18-19). Ali no Sinai Deus estaria se revelando, formando a nação, trazendo a lei e o sacerdócio.

Veja ainda o que diz o texto: “Todo o povo pre-senciou os trovões, e os relâmpagos, e o canglor da trombeta, e o monte fumegante; e o povo, observan-do se estremeceu e ficou de longe.” (capítulo 20, o verso 18). Apenas três dias antes, Deus havia feito uma promessa, que era uma promessa do seu pró-prio coração, aquilo que era a vontade do Senhor: “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel.” (Êxodo 19, versos 5 e 6). O desejo de Deus, a riqueza dele, o tesouro de Deus, era um só: Deus queria que seu povo fosse um povo sacerdo-tal, aonde cada um pudesse se achegar a Ele, sem

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intermediário algum, sem nenhuma dificuldade, sem nenhum obstáculo. Que cada um pudesse ofe-recer o sacrifício de louvor e adoração, que cada um pudesse se abrir diante do Senhor.

O desejo do coração de Deus foi explícito. O Se-nhor disse de uma forma bem clara para que não houvesse dúvidas: “Vós me sereis um reino de sacer-dotes e nação santa.” Mas quando o povo viu o Sinai fumegar, quando viu a manifestação da glória de Deus sobre o Sinai, disse a Moisés: “Não, você deve ficar como intercessor entre nós e Deus, Deus falará com você e então você falará conosco”. Mas a vonta-de inicial de Deus não foi esta. A vontade de Deus era que Ele pudesse falar com cada um e cada um pudesse ter uma comunhão plena, absoluta e real com Ele. Mas o povo abdicou deste privilégio.

Encontramos no Antigo Testamento todo o sis-tema sacerdotal. Entre o povo de Israel, Deus tomou uma tribo, a tribo de Levi, e desta tribo, Ele tomou uma família, a família de Arão, para que esta fosse uma família sacerdotal. Mas, infelizmente, os sa-cerdotes foram falhos em muitos aspectos. Aquilo que deveria ser profundo e de grande significado, passou a ser apenas uma religião, um dogmatismo frio, uma obediência apenas legalista, a ponto do Senhor ter se indignado. “De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? – diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de

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animais cevados e não me agrado do sangue de novi-lhos, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecer perante mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis a pisar nos meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as festas da Lua Nova e os sábados e a convocação das assembléias; não posso suportar a iniqüidade, nem mesmo a reunião solene. As vossas Luas Novas e as vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer. Por isto, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicai as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem, atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas.” (Isaías 1.11-17).

O que houve é que esta compreensão, que deveria ser algo puramente espiritual, passou a ser algo me-cânico, religião pura. Nossa fé não é resultado de uma religião. Ela é um relacionamento com o Senhor, e um relacionamento que deve ser profundo. O povo de Israel fora escolhido pelo Senhor para ser uma nação sacerdotal. Mas não foi isso que aconteceu. “Portanto, eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será en-tregue a um povo que lhes produza os respectivos frutos.” (Mateus 21.43). Israel, que seria uma nação sacerdotal,

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se fechou em um dogmatismo terrível. Diz ainda a Pa-lavra que Jesus “veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome” (João 1.11-12). E mais: “Eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será dado a uma nação que dê os seus frutos.” (Mateus 21.43). Que nação é esta? Os coreanos, os americanos, os ingleses ou os brasileiros? Nenhuma delas. É o reino espiritual, o Isra-el espiritual de Deus. Todos aqueles que vieram para os braços do Senhor, que o receberam como Senhor e Salvador, passaram a fazer parte desta nação, desse Reino. Somos a nação de Deus. Agora, o alvo e o pro-pósito do Senhor é que esta nação cumpra o ideal do Pai: que seja uma nação sacerdotal. E sacerdócio aqui é serviço em prol do Reino.

Querido, você é tão sacerdote quanto eu. Você é sacerdote diante do Senhor. Sacerdote é aquele que apresenta o sacrifício ao Senhor. Talvez se pergunte: “Que sacrifícios vamos apresentar se não temos mais sacrifícios de bodes, de carneiros ou de ovelhas?” Es-ses sacrifícios são espirituais. Nosso louvor é um sacrifício. Nossa oração é igualmente um sacrifício, porque quando oramos, temos autoridade para en-trarmos no Santo dos Santos. Não por nossas virtu-des pessoais, mas por meio do sangue de Jesus, que nos outorgou autoridade para ali chegarmos e nos colocarmos no altar do Senhor.

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Quando você compreende essa realidade de que é um sacerdote, você não participa do culto apenas para recolher bênçãos, mas para ser uma bênção. A compreensão de ser sacerdote traz um altíssimo grau de identidade, porque você tem a compreensão, bem forte, de que é um sacerdote. Qual a finalidade de sermos sacerdotes? Nós so-mos chamados com o mesmo propósito que Israel foi chamado como nação, para ministrar diante de Deus em oração, em adoração; para ministrar uns aos outros, pela demonstração do poder e da bon-dade de sermos um instrumento por meio do qual a vontade de Deus pode e deve ser feita, aqui na Terra como no céu.

Você é um sacerdote chamado para ser um re-presentante de Deus. Quando você se veste desta revelação e deixa o seu coração se impregnar dessa verdade, tudo passa ser diferente, tudo ganha senti-do. Se você entender esta verdade, pode ter a certe-za de que a sua vida nunca mais será a mesma. Você foi chamado para ser sacerdote do Eterno, do Infini-to, do Deus Onipotente, como os sacerdotes do An-tigo Testamento. Hoje, todos são sacerdotes. Você foi chamado para oferecer sacrifícios diários ao Se-nhor. Você foi chamado para trazer a mensagem de reconciliação para o mundo. Você é um sacerdote chamado para levar os desesperados, aqueles com o coração partido, à presença do Senhor.

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Você é um sacerdote, você possui uma chamada divina. Há um propósito para a sua vida. Você tem obrigações sagradas, você tem privilégios extraor-dinários. Não siga o exemplo daqueles que negli-genciam o propósito de Deus para as suas vidas. Siga Aquele que o chamou para ser sacerdote. Viva em sua casa como um sacerdote. Esposo, seja um sacerdote em casa. Esposa, seja uma sacerdotisa em sua casa. Filho, seja também um sacerdote.

O povo de Israel negligenciou o seu chamamen-to, mas nós, como Igreja, afirmamos o nosso cha-mamento: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, o povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericór-dia, mas, agora, alcançastes misericórdia.” (1 Pedro 2.9-10).

Diz ainda o texto: “E os levitas, dados a Arão e a seus filhos, dentre os filhos de Israel, entreguei-os para fazerem o serviço dos filhos de Israel na tenda da con-gregação e para fazerem expiação por eles, para que não haja praga entre o povo de Israel, chegando-se os filhos de Israel ao santuário.” (Números 8.19).

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ConClusão

Amado leitor, amada ovelha, minha oração é que Deus tenha tocado profundamente seu cora-ção. Por mais importante que seja cada detalhe e item esboçado acerca do tabernáculo, o que tem de ficar claro para cada um de nós é que hoje servimos a um tabernáculo que é espiritual. Todo o Antigo Testamento é a sombra do Novo Testamento, e hoje, mais que nunca, precisamos dessa compreensão de que o tabernáculo é nosso coração, nossa casa, nos-sa igreja e o contexto em que vivemos. Precisamos brilhar num mundo em trevas, para que a pessoas sejam conduzidas a Cristo. Precisamos estar cheios do óleo do Espírito a todo instante. E, finalmente, precisamos ser sacerdotes onde estamos. Quando

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assim fazemos, como foram inúmeras as vezes em que a glória do Pai se manifestara no tabernáculo, assim será conosco hoje – seremos tomados pela glória, pelo poder e pela visitação da nuvem de Deus.

Sejamos então luz e sacerdotes. Essa é minha oração e meu desejo. Deus abençoe!

Em Cristo, com amor,

Pr. Márcio Valadão

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