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/ número 10 / 2008
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EDITORIAL
REVISTA-PORTFÓLIO DA AMPLA EDITADA PELA EQUIPE DE CRIAÇÃO
EDIÇÃO 10 – ANO 2007/2008
PROJETO GRÁFICO E DIREÇÃO DE ARTE: MOOZ (WWW.MOOZ.COM.BR)
REDAÇÃO: AGUINALDO VIRIATO, ANDRE MUHLE, JULIANA LISBOA, MANUEL CAVALCANTI,
MÁRCIA LIRA E KLEBER DE BRITO
GESTÃO DE CONTEÚDO: MAPPA IDÉIAS E NEGÓCIOS (WWW.MAPPA.ETC.BR)
PRODUÇÃO GRÁFICA: WASHINGTON FREIRE
REVISÃO CONFORME O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: CONSULTEXTO
(WWW.CONSULTEXTO.COM.BR)
COLABORARAM NESTA EDIÇÃO: ALBINO SERRA, ALEXANDRE FERRER, ALUISIO FERRER, CHICO
BARROS, DANIEL DA HORA, ELMO CÂNDIDO, IVANILDO SAMPAIO, JOÃO CARLOS PAES MENDONÇA,
JORGE DU PEIXE, JUSTINO PASSOS, LUCIANA LINS, MAX LEVAY, OLIVIA EDMUNDSON, RAFAEL
ALMEIDA, RICARDO “GORDO” CARVALHO, ROGER SAKAMOTO, SEVERINO QUEIROZ, SONIA LOPES
E VALENTINA TRAJANO
PRESIDENTE: SEVERINO QUEIROZ
DIRETORIA-EXECUTIVA: SEVERINO QUEIROZ FILHO, VICE-PRESIDENTE / ANA CRISTINA QUEIROZ,
DIRETORA-ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA / AGUINALDO VIRIATO, DIRETOR DE OPERAÇÕES /
NILSON SAMICO, DIRETOR DE MÍDIA / MANUEL CAVALCANTI, DIRETOR DE CRIAÇÃO
FOTOLITO E IMPRESSÃO: GRÁFICA SANTA MARTA (WWW.GRAFICASANTAMARTA.COM.BR)
A REVISTA DA AMPLA TAMBÉM PODE SER LIDA NO SITE WWW.REVISTADAAMPLA.COM.BR
O E-MAIL DA REVISTA É [email protected]
O TELEFAX DA AMPLA É (81) 3227.8700
O ENDEREÇO É RUA JOSÉ BONIFÁCIO, 100, TORRE – RECIFE – PE
CEP: 50710-000
O SITE DA AMPLA É WWW.AMPLA.COM.BR
O TELEFAX DA AMPLA VITÓRIA/ES É (27) 3325.2597
O ENDEREÇO É AV. NOSSA SENHORA DA PENHA, 1495, SL. 602
ED. CORPORATE CENTER – TORRE A, SANTA LÚCIA - VITÓRIA - ES
CEP: 29045-401
EXPEDIENTECapa: Ilustração retirada de
um anúncio para a campanha
institucional da Pitú em 2007.
(Ilustrador: Humberto
Montenegro)
Nem tudo o que cabe no papel cabe numa publicação impressa. As ideias que surgem a cada edição da Revista-Portfólio
da Ampla são muitas. Não caberiam todas num único número. Ainda mais quando estamos pensando no número 10.
Este exemplar é histórico. É fruto de dez anos de um trabalho contínuo, sempre em busca do aperfeiçoamento. Muitas
ideias surgiram e sumiram pra produzir cada uma das páginas desta publicação desde que ela foi lançada, em 1998.
Muita coisa ficou de fora. A realização de um projeto como este é um teste de resistência. O que fica impresso é
resultado de discussões, análises, aprovações, questionamentos. As pautas que sobrevivem seguem o princípio de
Darwin: vencem aquelas que conseguirem se adaptar às necessidades pela pertinência, qualidade e viabilidade de
realização. E aqui estão os exemplos desse processo materializados na entrevista com João Carlos Paes Mendonça, do
Grupo JCPM, e Albino Serra, da Claro, ou nas reportagens especiais sobre os 70 anos da Pitú e os 13 anos de relação
entre a Ferreira Costa e a Ampla. Os personagens dessas pautas são a confirmação de que tudo passa por essa prova
de sobrevivência. São pessoas e marcas que sobressaíram no seu ramo, apesar de todos os obstáculos. E hoje podemos
conferir tudo nesta revista, que também é resultado de uma ideia vencedora.
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ILUSTRAÇÃO DA MOOZ
/ número 10 / 2008
NESTE NÚMERO
/ número 10 / 2008
COLAGEM DA MOOZ
PERFIL João Carlos Paes Mendonça
SHORT LIST Curtas sobre 2007 e 2008
MAKING OF Por dentro do filme da Vitarella
AUTORES Andre Muhle
COMEMORAÇÃO Pitú faz 70 anos de mania
PORTFÓLIO A pauta da Ampla estava cheia em 2007 e 2008
AMPLA ESPÍRITO SANTO Conheça mais sobre a vida capixaba
AMPLA PONTO Depoimentos sobre os 5 anos da Ampla Ponto
PORTFÓLIO AMPLA PONTO Muito trabalho pra mostrar
COMEMORAÇÃO Ampla faz arte na Ferreira Costa
SAC Albino Serra responde
360 GRAUS Acompanhe a Ampla em uma viagem à China
RESPONSABILIDADE SOCIAL Tudo sobre a campanha de construção da biblioteca Josué de Castro
DESAFIO Fotógrafos mostram o que é uma comemoração
ESPECIAL Publicitários contam suas vidas paralelas
GALERIA A arteria de Jorge Du Peixe
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PERF
IL
“NA ÉPOCA DE JACK WELCH, ME IDENTIFIQUEI MAIS COM SEU ESTILO.”
JOÃO CARLOS PAES MENDONÇA,
presidente do Grupo JCPM.
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João é filho de um comerciante sergipano, dono de um mercadinho, com quem aprendeu a trabalhar
desde cedo. A história do nosso entrevistado começa assim. Terminasse por aqui, seria apenas
mais um pequeno empreendedor tocando o seu negócio. Mas esse João foi mais obstinado. O
mercadinho fundado por seu pai virou uma das maiores redes varejistas do Brasil, e sua vocação
como administrador permitiu criar o maior grupo de comunicação de Pernambuco. Seu sobrenome é
Paes Mendonça, e isso diz muito sobre quem estamos falando. Nascido em Serra do Machado, filho
de Pedro Paes Mendonça, sua família tem tradição na história do comércio e da política de Sergipe.
Personalidade respeitada entre os maiores empresários brasileiros, João Carlos Paes Mendonça
está presente na vida de quem frequenta shoppings, lê jornais, assiste TV, ouve rádio, acessa a
internet. Enfim, quem mora em algumas cidades da Região Nordeste tem essa relação diária com
os empreendimentos do Grupo que leva as iniciais do seu nome. O fato de ser sergipano e com
forte atuação no Estado de Pernambuco motivou um slogan que hoje é parte da assinatura do
JCPM: “Orgulho de ser nordestino”. Inicialmente, era usado nas campanhas publicitárias da sua rede
de supermercados, o Bompreço, para fazer frente à chegada de uma concorrente internacional, o
Carrefour. Parece que deu certo. O Bompreço e seu hipermercado, o Hiper Bompreço, se posicionaram
como marcas líderes na Região. Tanto que foram adquiridas pelo maior grupo varejista do mundo,
o Wal-Mart, em 2004, depois que Paes Mendonça as vendeu para os holandeses da Royal Ahold.
“Embora tenha sido uma atitude muito pensada e firme, foi duro despedir-me da equipe que me
acompanhou durante anos e ajudou a construir o Grupo”, revela Paes Mendonça. Num dos prédios
mais novos e modernos do Recife – com uma visão privilegiada da Praia do Pina –, está instalada
a sede do JCPM, de onde ele administra atualmente os negócios do Grupo. O setor imobiliário é o
mais recente deles. Mas foi com o Jornal do Commercio, que começou a sua entrada no segmento
de Comunicação. O tradicional jornal pernambucano – que passava por grandes dificuldades – foi
revitalizado depois de ter sido comprado pelo ex-dono do Bompreço, em 1987. O JC passou a ser
líder em circulação no Norte e Nordeste e ajudou a fortalecer outros veículos do chamado Sistema
Jornal do Commercio: a TV Jornal, que retransmite o SBT, além de ter uma forte produção local; a
Rádio Jornal e a JC/CBN, fora outras rádios no interior de Pernambuco; e o JC Online e Mobile, que
coloca o Grupo na linha de frente entre as empresas de comunicação que não querem perder o bonde
nesses novos tempos de tecnologia e conteúdo digital. Mas essa tendência de criar vários braços a
partir de um único negócio não é de hoje. Paes Mendonça, quando era unicamente empresário do
mercado de varejo, criou o HiperCard, um cartão de crédito que depois foi vendido para o Unibanco
e virou nacional. A concorrida agremiação carnavalesca Bloco da Parceria, a série de seminários do
Encontro Cliente e Bompreço e o programa de fidelização Bomclube são outros exemplos de ideias
criadas para estimular o relacionamento entre a rede de supermercados e seus consumidores. Entre
uma viagem e outra, fazendo visitas aos seus vários empreendimentos espalhados pelo Nordeste –
algumas vezes surpreendendo diretores e funcionários ao entrar de surpresa nas reuniões de equipe,
segundo pessoas ligadas ao empresário –, Paes Mendonça concedeu esta entrevista. Aqui ele fala
um pouco da sua trajetória, das decisões que precisou tomar, de como as empresas do Grupo hoje
trabalham para manter a liderança na Região e de continuar tendo orgulho de ser nordestino.
É MAIS FÁCIL ATRAIR O CONSUMIDOR PARA UM ShOPPING OU PARA UM SUPERMERCADO?
São características e equipamentos distintos. Nos supermercados, atende-se às necessidades básicas
do cliente – como alimentação, higiene, limpeza – e complementa-se com outros desejos de consumo.
Já os shoppings são instrumentos de atendimento ao consumidor, que é levado até ali pelo conforto,
pela segurança e pelo glamour do mix de lojas, que vão da mais simples à mais sofisticada marca.
O BOMPREÇO GANhOU NOTORIEDADE COMO UM PODEROSO EMPREENDIMENTO NO
SEGMENTO DE VAREJO. EM QUE MOMENTO VOCê DECIDIU QUE ERA hORA DE VENDê-LO?
PESOU MAIS O VALOR DA PROPOSTA, A SOBREVIVêNCIA DA MARCA OU A SUA SATURAÇÃO
COM O NEGÓCIO?
O Grupo estava numa situação muito boa, com perspectivas de novas expansões, portanto num
estágio que todo empresário sonha. Mas algo dentro de mim remetia para uma tomada de posição que
significasse mudanças do foco empresarial. Como bom cristão, acredito que nada ocorre por acaso e
que esta iniciativa estava ligada a uma mão divina. Pensei bastante e comuniquei esse desejo à minha
mulher e aos meus irmãos, que me deram irrestrito apoio. O processo transcorreu tranquilamente.
Passei o controle acionário para a Royal Ahold, que já era nosso sócio na época.
hOJE, AS AQUISIÇõES SÃO UMA CONSTANTE NO MUNDO DOS NEGÓCIOS. MUITA GENTE
JÁ ABRE SUA EMPRESA PENSANDO EM QUANDO VAI VENDê-LA. VOCê ESPERAVA OU
PENSAVA NESSA POSSIBILIDADE? E, COMO CONSELhO, QUAL É A hORA CERTA PARA ISSO
ACONTECER?
Não havia, na época, essa psicose de comprar e vender empresa. Hoje a gente tem de reconhecer
que, com a globalização e o avanço tecnológico, o mundo mudou. Comprar e vender fazem parte das
regras do jogo. A hora certa se apresenta de acordo com as circunstâncias e oportunidades.
O CLIENTE TEM SEMPRE RAZÃO?
Nem sempre tem razão, mas precisamos esclarecer suas dúvidas e reclamações com respeito,
consideração e transparência. Quando o cliente estiver com a razão, o melhor é reconhecer o erro,
pedir desculpas e surpreendê-lo, indo além de suas expectativas.
SENDO DONO DE UM SISTEMA DE COMUNICAÇÃO QUE CONGREGA UM CANAL DE TELEVISÃO,
EMISSORAS DE RÁDIO E UM JORNAL IMPRESSO, COMO Vê O CRESCIMENTO DAS MíDIAS
ALTERNATIVAS ANTE AS MíDIAS DE MASSA?
As novas mídias ampliam espaços, multiplicam oportunidades e criam novos conceitos na forma de
fazer publicidade. Já estamos, inclusive, trabalhando nessa linha com o JC OnLine e com o JC Mobile.
Essa realidade fará com que as denominadas mídias de massa se aprimorem, cada vez mais, em busca
de garantir seu mercado.
VOCê JÁ FOI SONDADO PARA ENTRAR NA POLíTICA TEMPOS ATRÁS. CONTE SUA VERSÃO
DESSA hISTÓRIA.
Isso ocorreu há alguns anos. Recebi o convite do então governador Jarbas Vasconcelos e, apesar de
me deixar lisonjeado, expliquei que a política partidária nunca esteve nos meus planos. Ele me pediu
para pensar melhor e dar a resposta após alguns dias. Na época, comentei apenas com minha mulher,
e, após o prazo estipulado, minha decisão foi a mesma. Nunca falei disso com ninguém, mas o próprio
governador revelou o fato ao jornalista Magno Martins.
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NORDESTINO, COM ORGULHO. ENTREVISTA FEITA POR E-MAIL COM PERGUNTAS FORMULADAS PELA JORNALISTA MÁRCIA LIRA, POR SONIA LOPES, PELA EQUIPE DA AMPLA E PELA MAPPA IDÉIAS E NEGÓCIO | FOTOS JC IMAGEM
“QUANDO O CLIENTE ESTIVER COM A
RAZÃO, O MELHOR É RECONHECER O ERRO,
PEDIR DESCULPAS E SURPREENDÊ-LO
INDO ALÉM DE SUAS EXPECTATIVAS.”
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Seu Pedro e Dona Maria eram católicos praticantes como quase toda a
pequena comunidade do vilarejo, e, tendo o primeiro filho homem nascido
no exato dia 24 de junho, consagrado a São João, era determinante que
fosse batizado com esse nome. João, porém, parecia muito pouco para
tanta alegria, e, de consenso, decidiu-se que, no batizado, acrescentar-se-
ia Carlos ao prenome. E assim foi feito, pela vontade dos pais, a sagração
do padre e as bênçãos de Deus. A história de João Carlos começa na Serra
do Machado, naquele lugarejo tão pequeno onde, quando ele nasceu,
nem “reclame” de Coca-Cola tinha chegado. Mas, como está escrito,
“O caminho se faz caminhando”. E quem quiser ter ideia dessa longa
caminhada, feita com arrojo, determinação e coragem, que leia a biografia
escrita pelo jornalista Mário Hélio: o título é João Carlos Paes Mendonça
– Vida, Idéias e Negócios, lançado pela Editora Ática no ano da graça de
2004. No livro, se conta quase tudo de João Carlos e muito mais: se fala
das muitas vidas desse sergipano que descobriu que ser nordestino dá
orgulho; revelam-se as faces do empresário, do cidadão, do pai, do avô;
mostra-se principalmente o homem que, na sua integridade, sempre se
colocou acima das grandezas e das misérias do mundo. Fui apresentado
ao empresário João Carlos Paes Mendonça quando já estava trabalhando
numa empresa dele, ou numa empresa que, por força das circunstâncias,
seria metade dele: essa mesma que hoje atende pelo nome de Sistema
Jornal do Commercio de Comunicação. A conversa foi rápida e direta,
não mais do que cinco minutos – ele me dispensou e foi, como convinha,
cuidar dos muitos problemas das várias outras empresas que então
compunham o antigo Grupo Bompreço. Eu voltei à Rua do Imperador
para tentar editar um jornal que não tinha equipe, nem equipamentos,
nem credibilidade, nem circulação – éramos meia dúzia de malucos com
uma profissão de fé: esse jornal não pode fechar. Isso já tem mais de
20 anos. Hoje, o mundo é outro, o País pouco tem a ver com o Brasil
de 1987, o Grupo Bompreço desapareceu e deu lugar ao Grupo JCPM,
e o SJCC orgulha-se da posição que seus veículos ocupam no mercado.
Creio que João Carlos também não seja o mesmo: deixou uma lenda e
o exemplo na história do comércio varejista do País, tornou-se marco
e referência no portfólio do empreendedorismo nacional, é requisitado
para dar palestras ao mundo acadêmico, onde jovens universitários
bebem na fonte a realidade de quem fez. Eu também tenho orgulho de
ser nordestino, pernambucano e sertanejo. Tenho orgulho de trabalhar
sob a liderança e a inspiração de João Carlos, muitas vezes luz e porto
para os seus companheiros de jornada, que, instigados por ele, medem
sempre a dimensão do desafio – mas avançam!
Ivanildo Sampaio é diretor de Redação do Jornal do Commercio.
hOJE, FALA-SE MUITO EM INOVAÇÃO ATÉ EM DETRIMENTO DO CONCEITO DE gestão.
ADMINISTRADORES COMO JACk WELCh (EX-GE) SÃO VISTOS COMO ULTRAPASSADOS
QUANDO POSTOS AO LADO DE INOVADORES COMO STEVE JOBS (APPLE) OU OS JOVENS
EMPREENDEDORES DO VALE DO SILíCIO. VOCê CONCORDA COM ESSA DISTINÇÃO? E SEU
ESTILO, VOCê SE IDENTIFICARIA MAIS COM QUAL DOS DOIS MODOS DE PENSAR OU ATUAR?
O brasileiro é muito criativo, tem a sua maneira de gerenciar e nem sempre precisa estar ligado a
um único modelo de administração. É bem verdade que todos os nomes citados deram substancial
contribuição para o desenvolvimento de modelos de gestão em grandes empresas. Jack Welch
inovou no top da gerência empresarial, descobrindo capacidades empreendedoras na busca de nichos
mercadológicos, reduzindo custos e favorecendo sua inserção num mercado altamente competitivo.
Steve Jobs, principal rival de Bill Gates, é um emulador da criatividade eletrônica e favoreceu o
aprimoramento de novos procedimentos numa área altamente em expansão. Já o pessoal do Vale
do Silício, como os jovens empreendedores Larry Page e Sergey Brin, através de um planejamento
corporativo estratégico, tornaram o Google a grande empresa que é hoje em todo o mundo. Na época
de Jack Welch, me identifiquei mais com seu estilo.
NOS BASTIDORES, A CONVERSA É QUE VOCê CONCEDE AMPLOS PODERES AOS SEUS
AUXILIARES, MAS QUE, NO FINAL, QUEM DECIDE “ISSO, AQUILO E ALGO MAIS” É MESMO
JOÃO CARLOS PAES MENDONÇA. ISSO É CONVERSA OU COMANDO CENTRALIZADO É A
ChAVE DO SUCESSO?
Nossos executivos têm facilidade em executar suas tarefas porque seguem fielmente a filosofia e
a missão do Grupo, expressas de maneira muito clara. Sempre contei com auxiliares competentes,
corretos, atuantes, em quem confiamos. Acreditamos também que, por melhores que sejam as ideias
de um empresário, elas devem ser compartilhadas com os companheiros de trabalho, discutidas e
analisadas. Mas há ocasiões em que as decisões devem ser tomadas pelo principal líder, então não
vacilo e sou pragmático.
ABíLIO DINIZ, ANTôNIO ERMíRIO DE MORAES E OUTROS EMPRESÁRIOS BEM-SUCEDIDOS,
COMO VOCê, hOJE PODERIAM TER UMA VIDA MENOS ATRIBULADA NO DIA-A-DIA DOS
NEGÓCIOS. APESAR DISSO, TODOS CONTINUAM NA OPERAÇÃO, NO CONTROLE OU MESMO
NA CRIAÇÃO DE NOVOS PROJETOS EMPRESARIAIS. O QUE MOTIVA ALGUÉM A NÃO PARAR O
RITMO OU QUANDO É hORA DE FAZER ISSO?
Paixão pelo que faz. No que se refere a mim, sou movido pelo mesmo sentimento e procuro realizar
com dedicação e entusiasmo tudo aquilo a que me proponho fazer. Quanto aos demais, o tempo dirá
a cada um a hora de parar.
TEM ALGUMA COISA QUE VOCê GOSTE DE FAZER TANTO QUANTO TRABALhAR?
Gosto de, no inverno nordestino, passar os fins de semana nas serras de Pernambuco. O verão, na
praia, ao lado de bons amigos, além de viajar, ler e ouvir música. Sim, também gosto de assistir, pela
televisão, a uma partida de futebol do Náutico.
TEM ALGUM GURU QUE VOCê SEGUE, Lê OU GOSTA DE OUVIR? SEJA BRASILEIRO, SEJA
ESTRANGEIRO, ALGUM JÁ DEIXOU VOCê IMPRESSIONADO OU FEZ VOCê TOMAR ALGUM
TIPO DE DECISÃO EM RAZÃO DOS CONSELhOS?
Cada autor tem sempre uma contribuição a dar. Gosto de ler Peter Drucker, John Noblist, Alvin
Tofler, Michael Porter e biografias de homens que contribuíram para melhorar o bem-estar social.
Na área empresarial, recebi inestimável assessoria do americano Michael O’Connor, grande consultor
da área de Varejo. Meu tio, Mamede Paes Mendonça, e meu amigo, Antônio Andrade, deram-me
sábios conselhos. No entanto, Seu Pedro, meu pai, foi quem mais me inspirou e apoiou nas grandes
decisões.
PARA FINALIZAR, O QUE DÁ MAIS ORGULhO EM SER NORDESTINO?
É fazer parte de um povo bravo, lutador, que supera dificuldades e convive com as adversidades e os
preconceitos. Ser nordestino é ter orgulho de suas origens e acreditar no potencial da Região.
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LUZ E PORTO
“HÁ OCASIÕES EM QUE AS DECISÕES DEVEM SER
TOMADAS PELO PRINCIPAL LÍDER, ENTÃO NÃO VACILO E
SOU PRAGMÁTICO.”
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MEDICINA É MAIS FÁCIL
Estagiar na Ampla é um aprendizado cada vez
mais disputado. Este ano, foram 464 estudantes
inscritos para concorrer a seis vagas. São 77,3
universitários por vaga, mais que o dobro da
concorrência do curso de Medicina. A temporada
na agência é de seis meses e pode ser renovada
por mais seis.
ESTANTE ChEIA
A Ampla preencheu a estante de prêmios em
2007. Só no Colunistas Propaganda, o maior
e mais tradicional do País, foram dezenove
medalhas e dois Grandes Prêmios, sendo uma
medalha no Colunistas Brasil. A Ampla já foi
considerada cinco vezes Agência do Ano na
história do Prêmio. A agência também se
destacou com peças premiadas no Festival
Internacional do Rio e no Prêmio Meio &
Mensagem. Um filme foi selecionado para a
Revista Pasta do Clube de Criação de São Paulo.
A vitrine está repleta, mas o espaço para os
próximos está garantido.
CRIATIVANDO
Imagine juntar todos os amplianos num espaço
verde para participar de atividades lúdicas.
O evento Criativando realizou essa façanha
na região de Aldeia e rendeu muitas histórias
para contar. Os integrantes de todos os
departamentos ficaram juntos desde o café-da-
-manhã até o fim do dia, com direito a cerveja.
O objetivo do evento foi alcançado: explorar o
pensar e o agir de forma criativa, integrar a equipe
e fortalecer a confiança entre os departamentos.
Devido ao sucesso, o Criativando deve ter uma
segunda edição.
LOUCOS POR FUTEBOL
Há cerca de um ano, dois publicitários decidiram
criar um blog como extensão das conversas
diárias sobre futebol. Foi quando surgiu o Só
na Canela (www.sonacanela.blogspot.com). O
torcedor do Santa Cruz Humberto Montenegro
e o fã do Sport Igor Gazatti, ambos da Ampla,
convidaram um terceiro publicitário para opinar
sobre o Náutico e democratizar o espaço
com representantes dos três principais times
pernambucanos. O bom humor é a tônica dos
comentários, dos vídeos e das fotos do blog,
que recebe cerca de 1.400 visitas por mês. “Tudo
com um olhar nada imparcial”, frisa Humberto.
RE-ELEIÇõES
Uma vez por mês, representantes das agências
de publicidade de Pernambuco se reúnem
para discutir e solucionar o negócio que é
a publicidade. O Fórum de Propaganda do
Sinapro-PE e da Abap-PE começou em 2003,
mesmo ano em que Queiroz Filho, nosso vice-
presidente, foi eleito presidente para o Capítulo
PE. Eleito pela segunda vez, em 2005, e pela
terceira vez, em 2007, ele estará à frente da
entidade até 2009. O desafio também vale para
Aguinaldo Viriato, o presidente da Ampla Ponto,
escolhido para mais dois anos de presidência do
Capítulo Nordeste da Associação de Marketing
Promocional (Ampro). Viriato comandou a
criação do Capítulo em 2005.
O JUMENTO
No dia em que Deus resolveu criar o mundo, as
coisas não saíram como planejado. Então Ele
mandou o jumento Limoeiro para consertar a
humanidade. Pelo menos foi o que aconteceu
no curta de animação de onze minutos O
Jumento Santo e A Cidade que se Acabou
Antes de Começar. O roteiro é do publicitário
Andre Muhle, junto com o cineasta Léo Falcão,
e a animação e a fotografia do curta, dirigido
por Léo D e William Paiva, contou com a
contribuição de Sebba Cavalcante, da Ampla
Ponto. Logo na estreia, o filme abocanhou
Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Vídeo e
Prêmio da Crítica, no Cine PE 2007. O curta foi
escolhido ainda para exibição no Anima Mundi
2008. Para conferir, basta procurá-lo no YouTube
(www.youtube.com).
LOUCOS POR FUTEBOL II
A fama de que criação e atendimento vivem
brigando não é verdade. Pelo menos, às
segundas-feiras. Toda segunda, das 21h às
22h30, no Clube Português, os publicitários do
Recife se reúnem pra jogar a pelada organizada
pelo redator Pedro Lazera. Hoje, já são 25
publicitários inscritos. Dentre eles, 8 da própria
Ampla.
OS CLIENTES EM PRIMEIRO LUGAR
Os clientes da Ampla não saem da cabeça e do
carrinho dos consumidores. Pela décima vez,
Pitú foi a marca mais lembrada entre todas as
categorias do JC Recall de Marcas. Vale lembrar
que o prêmio tem dez anos. Já a Cream Cracker
Vitarella foi apontada, segundo pesquisa, como
a mais vendida do Brasil. Para a Ampla, essas
duas conquistas também são grandes prêmios.
COLUNISTAS N/NE
Não foram só as campanhas publicitárias da
Ampla e as ações promocionais da Ampla Ponto
que brilharam no Prêmio Colunistas N/NE 2007.
Manuel Cavalcanti, diretor de Criação, foi eleito o
Profissional de Propaganda do Ano; e Aguinaldo
Viriato, diretor de Atendimento, o Publicitário de
Marketing Promocional. É Ampla e Ampla Ponto
juntas até na hora de ganhar prêmio.
LOS DOS AMIGOS
Andre Muhle e Milton Raposo, da Ampla,
foram os grandes vencedores da Maratona
Jóvenes Creativos do Festival Iberoamericano
de Publicidade - Fiap 2008, que aconteceu em
Buenos Aires. A dupla teve 24 horas para fazer
um anúncio para o jornal Clarín que estimulasse
a leitura em geral. Pela primeira vez, o Brasil
venceu a competição, que, este ano, contou
com a participação de duplas de 11 países. Entre
eles, Espanha, Estados Unidos, Argentina, Chile,
Colômbia e Uruguai.
PRETO NO BRANCO
A black music comanda a noite no Magia
Negra, uma festa que agita os sábados do bar
Mangá e que tem, no comando da pick-up, o
publicitário da Ampla Justino Passos. O DJ
explora as diversas vertentes da black music, ora
resgatando clássicos e raridades da soul music,
ora tocando sucessos atuais de R&B. Pelo visto,
Justino não foge à regra de que publicitário
adora trabalhar de madrugada. Mesmo que não
seja na agência.
REVISTA
Agora é a própria Revista-Portfólio da Ampla
que está sob os holofotes. A edição número
9, que comemorou os 30 anos da agência, foi
selecionada para o Salão Pernambuco Design
2008, na categoria Projeto Editorial. De encher
os olhos, a criatividade da equipe da Ampla e
da Mooz – que ainda classificou outros nove
trabalhos – merece o feito e os parabéns.
Esse é o evento de design mais importante
de Pernambuco e pode ser conferido em
www.pedesign2008.com.br.
SHORT LISTJUNhOAmpla faz campanha para São João da Capitá, e
o evento bate o seu recorde de público. Ampla
Ponto faz ação promocional para a Natura no São
João de Caruaru e de Campina Grande.
JULhOAmpla coloca no ar a campanha de revisão para
a Fiat. Ampla Ponto cria e produz material para o
lançamento dos sabores Fresh Cajá e Graviola.
AGOSTOAmpla é a agência com mais clientes premiados
na Pesquisa Marcas que eu Gosto, do DP. Ampla
Ponto cria e operacionaliza o estande da Pitú na
Abad.
SETEMBROAmpla tem o maior número de clientes vencedores
no JC Recall de Marcas, do JC. Ampla Ponto
desenvolve ações para a Coral no Festival Pinte o
Sete, da Ferreira Costa.
OUTUBROA Ampla inova no formato do catálogo
dos tradicionais cartões de Natal do Imip,
transformando-o em um lindo enfeite pra
pendurar na árvore. Ampla Ponto faz ações de
captação de clientes para o Cartão Extra.
NOVEMBROAmpla desenvolve campanha de arrecadação de
vidros para a restauração do Hospital Pedro II do
Imip. Ampla Ponto cria a Onda Laranja – ação
promocional para a Queiroz Galvão.
DEZEMBRO Ampla e Ampla Ponto, juntas, comemoram o ano de
2007 em uma animada festa de confraternização.
JANEIROAmpla lança a campanha em prol da construção
da biblioteca do Centro Josué de Castro. Ampla
Ponto cria ação educativa para a Celpe nas praias.
FEVEREIROAmpla lança a campanha para o Mundo de
Liquidação do Shopping Recife. Ampla Ponto
realiza a ação promocional Verão de Todas as
Cores para a Coral.
MARÇOAmpla lança a campanha institucional Pensando
em Você para a Vitarella. Ampla Ponto realiza o
Bossa Conference, um encontro internacional de
tecnologia do Instituto Nokia.
ABRILAmpla conquista a conta do Supermercado Arco-
-Íris. Ampla Ponto realiza sessões de filmes em
lançamento para clientes do Rapidão Cometa em
onze praças do N/NE.
MAIOAmpla lança sua primeira série de filmes que
misturam animação com imagens reais para o
Shopping Recife. Ampla Ponto produz estande
para a Queiroz Galvão Slim no IV Feirão de Imóveis
da Caixa Econômica.
JUNhOAmpla comemora o título de Nilson Samico como
Mídia do Ano no 1o Prêmio Profissionais de Mídia
da revista Propaganda. Ampla Ponto promove
o almoço da Queiroz Galvão para corretores do
mercado imobiliário local.
CALENDÁRIO
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2008
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PENSANDOEM VOCÊ
MAK
ING
OF
VITARELLA
hAJA PACIêNCIA E TALENTO
Se é um filme publicitário brasileiro com crianças em cenas cativantes, é bem provável que tenha o
nome do diretor Ricardo “Gordo” Carvalho por trás. No comercial da Vitarella, a ideia era mostrar a
relação entre mãe e filha em várias fases da vida, desde o nascimento. Para marcar a passagem do
tempo, uma pesquisa de caracterização precisou ser realizada.
“Para dar fidelidade à sequência das idades, pesquisamos em filmes e estabelecemos as décadas
que iríamos trabalhar”, conta Carvalho. “A escolha da atriz nos ajudou bastante”. O fato de precisar
selecionar um casting cuja aparência física ajudaria a contar a história foi um dos desafios da produção
da campanha. Outra dificuldade, para o diretor, foi conseguir imprimir emoção nos filmes “apesar do
pouco tempo de realização e de duração”.
As crianças são um capítulo à parte. Admirado pelo talento profissional com os pequenos na
publicidade, o diretor costuma dizer que as crianças são indirigíveis. “O segredo é ter muita paciência
e uma boa dose de backup no set de filmagens”, revela precavido.
Com essa experiência, aliada ao roteiro e aos profissionais da Margarida Flores e Filmes, o diretor
conseguiu extrair belas imagens da atuação das atrizes adultas e mirins nas filmagens ocorridas em
São Paulo para a campanha da Vitarella. Para ele, o casamento entre cenas e música é o que mais
pesa no emocional do filme.
Márcia Lira
FOTOS DO ARQUIVO DA AMPLA
Elenco com a equipe
de filmagem.
/ número 10 / 2008
/ número 10 / 2008
PARINDO UM FILME
Fazer um filme emotivo é sempre um grande desafio. A começar
pela difícil tarefa de apresentar o roteiro e convencer as pessoas
de que aquela sua ideia ali, mal escrita no papel, será capaz de
emocionar alguém. É preciso estar muito seguro em relação aos
recursos de que você dispõe, para que a sua ideia seja executada
da melhor forma possível. Em compensação, com os elementos
certos, qualquer ideia, por mais simples que possa parecer,
é capaz de se tornar um filme memorável, que pode ser visto
repetidas vezes sem que você se canse de vê-lo. E assim foi com o
filme da Vitarella. A empresa está completando 15 anos de muito
sucesso. O momento perfeito para fazer o seu primeiro grande
filme institucional. Trabalhando a personalidade da marca, líder no
segmento de massas, bolachas e biscoitos.
Como se sabe, o público que tem a decisão de compra sobre esses
produtos é essencialmente feminino. Mães, em sua maioria. E para
elas não há nada mais importante no mundo do que a família.
A coincidência é que eu tinha acabado de me tornar pai pela
primeira vez. E de uma menina. A relação da minha mulher com
minha filha sempre foi algo fascinante pra mim. Com todo esse
clima de emoção que preenchia meus dias, não foi difícil chegar ao
roteiro. A ideia era simples: a relação de cumplicidade entre mãe e
filha em várias etapas da vida, da infância até a adolescência. Para
dar mais sensibilidade ao filme, era preciso uma trilha especial.
No caso, uma música: Pensando em você, de Paulinho Moska.
Era tudo o que a gente queria dizer naquele momento. Roteiro
na mão, tínhamos outro grande desafio: encontrar um diretor e
uma produtora capazes de pôr tudo isso em prática. Chamamos
Ricardo “Gordo” Carvalho, considerado um dos melhores diretores
de crianças do Brasil, e a produtora Margarida Flores e Filmes,
uma das maiores e mais premiadas do País.
Foram mais de dois meses de pré-produção e dois longos dias de
filmagem. Mas o resultado compensou. O filme ficou redondo,
com emoção na medida certa. E, para isso, contou bastante com
a incrível sensibilidade do diretor, o casting perfeito da produtora
e uma música que parecia ter sido feita para o comercial. Se ia
funcionar com o público-alvo? Fizemos o primeiro teste na própria
agência. E a sensação de ver as meninas do atendimento com os
olhos cheios de lágrima ao término da apresentação do filme só
não foi mais emocionante do que a de ser pai pela primeira vez.
Manuel Cavalcanti é diretor de Criação da Ampla.
FABIANA STEFANI e MANUEL
CAVALCANTI, da Ampla, com
GORDO, diretor de cena.
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“O ÚNICO CULPADO POR
TUDO ISSOSÓ PODIA SER EU MESMO.”
TEXTO DE ANDRE MUhLE | ILUSTRAÇõES DE hUMBERTO MONTENEGRO
HUMBERTO MONTENEGRO
Diretor de Arte da Ampla e
ilustrador, “Betinho” tem
algumas de suas ilustrações
publicadas em diversos trabalhos,
como os cartões de Natal do Imip
e a própria revista da Ampla.
ANDRE MUHLE
Redator da Ampla e escritor
nas horas vagas, divide, com
mais outros dois redatores
publicitários, a autoria do
blog www.elessabemdemais.
blogspot.com.
Foi ainda criança que comecei a gostar de ser só.
Lembro-me da minha mãe comentando com as amigas:
“Olha que lindo o hipopótamo que ele fez com garrafas de iogurte”.
E completava: “E fez sozinho, viu?”.
Daí em diante, tive a impressão de que reconhecimento
era aquilo que acontecia quando a gente fazia alguma coisa
sem a ajuda de ninguém.
Um coro de tenores, por exemplo, nunca faria o mesmo
sucesso que o Luciano Pavarotti.
A professora me perguntava “O que você quer ser quando crescer?”.
Imediatamente eu respondia “Quero ser só”.
Já prestou atenção em comercial de whisky?
Tem sempre um cara só, típico executivo de Wall Street,
num apartamento com paredes de vidro.
Por quê? Porque é chique ser só.
Imagina um comercial de whisky com um cara de 40 anos sentado
com toda a sua família na mesa de jantar, comendo o suflê de frango
que sua esposa aprendeu a fazer no programa da Ana Maria Braga.
Impossível. Não rola.
Aos 20 anos, realizei um sonho. Fui morar só.
No início, veio o processo de adaptação.
Entrava em casa reclamando:
“Esqueceram a luz acesa”.
“Tomaram minha Fanta Uva”.
“Deixaram meu chinelo pelo avesso”.
E só então me dava conta.
O único culpado por tudo isso só podia ser eu mesmo.
E nesse mesmo instante minha irritação sumia pelos ares.
É como disse o Erasmo, não o da Jovem Guarda, o de Roterdã:
“Aquele que conhece a arte de viver consigo próprio ignora o aborrecimento”.
Morar só é descobrir o prazer das pequenas coisas.
Que o gás da cozinha leva uns cinco anos para acabar.
Que o telefone sempre é pra você.
Que você pode cortar as unhas sem se preocupar pra onde elas vão.
Que as porções para duas pessoas, na realidade, só servem para uma.
E que uma panela de pressão não faz falta na vida de ninguém.
Tenho certeza de que a Branca de Neve era mais feliz
antes de conhecer o príncipe e os anões.
O dia inteiro falando sozinha no meio das árvores.
Tem coisa melhor do que falar sozinho?
Tem coisa melhor do que ser sozinho?
Não sei por que essa mania de procurar
ainda mais vidas em outros planetas.
Já não bastam as que a gente tem aqui?
Sinceramente.
E se por um acaso você se sentir triste por estar só?
Simples, compra um peixe.
Agora, por favor, compra só um.
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PITÚ: MANIA DO BRASIL HÁ 70 ANOS
A caipirinha nem existia quando surgiu a Pitú, há 70 anos. De 1938 para cá,
muita coisa mudou: a modesta fábrica de vinagre e bebidas à base de maracujá
e jenipapo, que engarrafava aguardente, tornou-se uma das maiores produtoras
de cachaça do País. Hoje, a marca é a mais consumida no Nordeste, além de ser
a segunda mais vendida em todo o Brasil. A Pitú ainda foi a primeira cachaça a
ser exportada, fazendo a alegria da Alemanha. De braços dados desde 1976 com
a grande família que é a empresa, a Ampla comemora junto o sucesso do seu
primeiro cliente.
No corredor da sede, localizada na cidade de Vitória de Santo Antão, interior de
Pernambuco, está emoldurada numa placa a primeira fatura que foi emitida pela
Ampla, em nome da Pitú – um presente recente da agência. “O relacionamento
começou quando eu ainda trabalhava na extinta Abaeté Propaganda. Ao decidir
criar a Ampla, a empresa de Elmo Cândido e Aluisio Ferrer foi uma das três que me
acompanharam”, conta o presidente da Ampla, Severino Queiroz. “Hoje a Pitú não
é só uma conta da Ampla. São nossos amigos, e temos famílias que se entendem
e se entrelaçam.”
No início dessa parceria, na década de 70, a cachaça ainda tinha uma imagem
pejorativa, associada apenas à classe C. “As pessoas tinham vergonha de tomar
aguardente, e nós resolvemos mudar esse conceito”, lembra Queiroz. O trabalho
começou com os festivais, que eram realizados em bairros pobres, onde havia
atrações e distribuição de cachaça. “Trouxemos esses eventos para os grandes
clubes do Recife, como Náutico, Internacional, Clube Português, e eles foram muito
bem aceitos. A Pitú começou a se socializar. E hoje a garrafa enfeita os bares e
serve como cartão de visita de muitas salas”, comemora o fundador da Ampla.
Muitos trabalhos, vários premiados, marcaram a contribuição da Ampla para o
sucesso da empresa septuagenária. “Pura ou na batida, Pitú é a melhor pedida”
foi um dos slogans da agência inspirados na aguardente. A sacada incentivou o
consumo com frutas, formando a batida, de onde nasceu, mais tarde, a famosa
caipirinha – “Hum... Que beleza! Quem é?”, “É Pitú, o aperitivo do Brasil”. O diálogo
fazia parte de uma campanha de sucesso veiculada no rádio e que se tornou
comum na boca do povo.
Severino Queiroz ressalta que a Pitú foi uma
das poucas empresas do Estado que nunca
deixou de anunciar na mídia um ano sequer.
Por quê? “A publicidade é a alma do negócio!”,
quem responde é o diretor Elmo Cândido. “Às
vezes, a mídia vende até algo que não presta
ao consumidor. Então, o que tem qualidade
não pode deixar de ser divulgado”, arremata.
Além da divulgação e da qualidade, mais dois
elementos são essenciais para o sucesso da
empresa onde convivem quatro gerações de
famílias, entre avôs, pais, filhos e netos. “O
segredo é amizade e amor”, revela, taxativo, o
também diretor Aluisio Ferrer.
TEXTO DE MÁRCIA LIRA | FOTOS DO ARQUIVO DA AMPLA
Série de anúncios produzidos pela Ampla para os 70 anos da Pitú.
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VOCÊ jÁ fOI AO ESPíRITO SANTO?
TEXTO DE kLEBER DE BRITO | ILUSTRAÇõES DA MOOZ
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“Embora estejamos caminhando irrevogavelmente em direção ao
caos que já se instalou nas grandes cidades, ainda tem muita coisa
chata que não chegou por aqui. Tipo enfrentar uma fila gigantesca
para sentar em um bom restaurante, sair de casa com 2 horas de
antecedência para achar estacionamento e ainda pagar 10 reais
para o flanelinha ou disputar a tapa um lugar na praia. Enfim,
ainda existe uma certa ‘tranquilidade’ pairando pelo ar que, valha-
-me Deus, continuará por muitos anos respirável.”
SILVIA ZANOTTI GOBBO – Redatora
“Uma das maiores belezas do Espírito Santo é o nosso Convento
de Nossa Senhora da Penha, a padroeira do Estado. Ele foi erguido
em cima de uma grande pedra, dando uma vista maravilhosa para
toda a cidade e para o mar. Além dessa vista, podemos contemplar
também, na sua subida, uma mata com muita energia positiva e
belos animais. É o melhor lugar pra quem busca paz interior e
tranquilidade.”
CLARISSA BARROS – Mídia
“Aqui por essas bandas, discute-se muito sobre uma tal de
identidade capixaba. Alguns até argumentam que o Espírito
Santo não tem cultura própria. Desculpem-me, mas isso é uma
tremenda bobagem. Ora, se o povo brasileiro é reconhecido como
uma grande mistura, e isso lhe dá características próprias, com o
capixaba não é diferente. Embora existam influências mineiras,
baianas e cariocas, o capixaba é um povo singular, mas com
características plurais. Assim como o sabor da moqueca.”
FABRICIO FERRAZ - Produtor Gráfico
“Os familiares dos proprietários rurais recepcionam os turistas
e mostram o seu trabalho, tornando o ambiente intimista e
acolhedor. Pode ser um sítio de morangos, onde você experimenta
de tudo do morango: licores, doces e geleias. Em outro, tem os
melhores queijos, iogurtes, ou ainda tomates secos, cachaças
e vinhos feitos ali na hora, além do famoso socol, que é um
embutido típico da região. Algumas propriedades oferecem ainda
o serviço de hospedagem. Pena que as agências de turismo ainda
não façam pacotes para divulgar a região. Pensando melhor, ainda
bem.”
CARLA CARVALHO – Diretora de Arte
“Para mim, o melhor do Espírito Santo é a soma de vários
ingredientes. Junte uma das nossas maravilhosas praias com a
casquinha de siri, que dá diversão na certa. Some gente bonita e
moqueca capixaba, que você vai ter papo pra uma tarde inteira.
Reúna a família e misture sururu, camarão, caranguejo, bacalhau e
palmito, que sai a tradicional torta capixaba.”
SILVANA RIBEIRO – Atendimento
Em 2004, a Ampla abriu uma agência em Vitória, no Espírito Santo. Desde então, não parou de conhecer o que esse
Estado tem de melhor. Seja na propaganda, seja no turismo, seja na cultura local. Para saber um pouco mais o que a
região oferece, convidamos a equipe da Ampla-ES para ser nossa guia. Como boa anfitriã que é, as dicas certamente
serão um convite para quem nunca foi até lá.
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2007
AMPLA PONTO
5 ANOSNo calor da interação, do contato com o consumidor, o tempo passa rápido. Já faz cinco anos que a Ampla Ponto
entrou no mercado, oferecendo uma alternativa para a consolidação da marca dos clientes através do marketing
promocional. Ao longo dessa trajetória, foram se acumulando talentos: a empresa nasceu do esforço de três
profissionais, e hoje a equipe acumula mais de trinta. A Revista-Portfólio da Ampla convidou alguns deles a falarem
dos principais momentos de cada um desses anos.
2005
2008
2006FERNANDO SILVA
Gerente de Criação
Entrei numa empresa nova com uma equipe afinada e no meio de uma reforma. Meu primeiro job foi uma concorrência da GE
para executivos da América Latina, que aconteceria no Rio de Janeiro. Um trabalho árduo que durou semanas. Depois de aprovado
internamente, no dia que antecedia a viagem, tarde da noite, esperávamos as cópias saírem, e faltou energia na agência. O atendimento
pegou o DVD e imprimiu o projeto no Rio de Janeiro, um dia antes da apresentação. O momento que eu mais lembro é, no trânsito, o
celular tocando e o atendimento, aos berros, informando que ganhamos a concorrência. Veio aquela sensação de dever cumprido e, a
partir desse dia, me senti 100% da equipe.
MARIANA DA MATA
Gerente de Negócios
Neste ano, foi produzido inteiramente pela nossa equipe o
Promozoom, seminário de Marketing Promocional, desde as
inscrições e o contato com os palestrantes até a decoração
do espaço. O evento reuniu mais de oitocentos profissionais e
estudantes da área e foi importante para o Nordeste, trazendo
pela primeira vez grandes nomes do assunto, como Gui Bamberg,
Regina Blessa, Yacoff Sarkovas e João de Simoni. Para mim, o
trabalho em promoção é muito dinâmico e sedutor. Tudo acontece
ao vivo, e você presencia a reação do público-alvo. Todo esse clima
faz com que o dia-a-dia da agência seja muito divertido.
MARCOS BAPTISTA
Gerente-geral
O primeiro grande projeto que coordenei foi o da comemoração dos 350 anos da
presença judaica nas Américas, do Arquivo Histórico Judaico de Pernambuco. O
principal produto era uma exposição sobre o tema em Nova York. A mostra seria
aberta a três dias do terceiro aniversário do 11 de Setembro. No dia anterior, algo
emocionante aconteceu. Estávamos finalizando tudo até sermos surpreendidos
com a ordem para evacuar o edifício. Imaginávamos alguma ameaça de bomba.
Finalmente descobrimos: um edifício vizinho estava querendo desmoronar. Mas
eis que, num passe de mágica, chega a notícia de que o prédio estava liberado e
que podíamos retornar. No dia seguinte, a exposição foi aberta numa cerimônia
emocionante que nos encheu de orgulho e da inigualável sensação de dever
cumprido.
DANIELA KOURY
Gerente de Negócios
Foi um ano de consolidação das relações com vários clientes.
Alguns jobs que marcaram foram o Bossa Conference, evento
internacional para o Instituto Nokia de Tecnologia que reuniu
gente de todo o mundo; um estande da Pitú na Abad Recife, com
o tema Mercados Públicos; um show do pianista Vitor Araújo para
os funcionários de obra da Queiroz Galvão. Também tenho boas
e fortes recordações da convenção da GE no Club Med Itaparica
(BA), pois foi um trabalho em que respeitamos todas as etapas
ideais para um bom planejamento com o desafio de surpreender
e inovar. Hoje, trabalho onde os profissionais são respeitados por
sua competência e por seu compromisso em fazer bem mais do
que simplesmente o possível.
AGUINALDO VIRIATO
Presidente
Fazer promoção e eventos é estar ali, no
limite do risco. Risco calculado, é claro. Mas
haja adrenalina para trabalhar de cara com o
consumidor, fazendo as coisas acontecerem
de maneira interativa. Marketing Promocional
é assim. O produto da agência se mostra ao
vivo. A gente tem neura por detalhe, planeja
tudo, prevê o imprevisto. Neste ano, vamos
apresentar novidades que, aqui pra nós, vão
agitar o mercado. Novos serviços, estratégia
ousada, inovação, mudanças. É isso aí: 2008
vai dar o que falar. Não é precipitação. É
confiança numa equipe talentosa, na experiência
que acumulamos nesses cinco anos e no
compromisso que a Ampla Ponto tem de não se
acomodar nunca.
2003
FERNANDO AMARAL
Gerente de Operações e Produção
Começamos com apenas três pessoas, e, portanto, nossa vida era
uma loucura. Mas nunca esqueço o companheirismo, a vontade
de acertar, a garra que tínhamos para fazer um pouco de tudo.
Foi um ano de gente grande, em que lutamos muito para chegar
aonde chegamos. As ações que fizemos para a Ala, no São João,
marcaram porque abordávamos um público muito humilde e
carente. A alegria das pessoas em nos ver era contagiante. Fizemos
essa ação em quatro estados simultaneamente: Pernambuco,
Bahia, Ceará e Paraíba.
2004
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TEXTO DE MÁRCIA LIRA | FOTOS DE IVALDO BEZERRA
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PORT
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01. GE - CONVENÇÃO DE VENDAS - BAHIA 02. NEOENERGIA - INTEGRAÇÃO - CONVENÇÃO DE VENDAS
03. CLARO - FÉRIAS DE VERÃO 04. CLARO - DIA DAS MÃES 05. PITÚ - ABAD 06. RAPIDÃO COMETA -
INAUGURAÇÃO DO NOVO TERMINAL FORTALEZA 07. TINTAS CORAL - FESTIVAL PINTE O SETE, DE FERREIRA COSTA
08. SHOPPING RECIFE - PROMOÇÃO DE NATAL 09. FEIRA MÚSICA BRASIL - MONTAGEM DO EVENTO 10. QUEIROZ
GALVÃO - SHOWROOM ESPAÇO SPLENDID 11. NATURA HUMOR - SÃO JOÃO - PERNAMBUCO E PARAÍBA 12. KRAFT
- FRESH CAJÁ E GRAVIOLA - MATERIAL DE PONTO-DE-VENDA
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A Ferreira Costa costuma anunciar que tem mais de 40 mil produtos. Mas,
dependendo da sua criatividade, esse “mais” pode significar o dobro, o triplo ou a
quantidade que a sua imaginação permitir. Para comemorar os 13 anos de parceria
entre a Ampla e a Ferreira Costa, a equipe da agência foi testar sua criatividade. A
missão era levar os redatores e diretores de arte para um tour pelos 11 mil m2 da
Ferreira Costa Recife e tentar descobrir novas utilidades para os produtos à venda
ou juntar diferentes itens básicos que resultassem em peças de decoração e arte
inusitadas. Todo mundo se envolveu e colocou a cabeça pra funcionar, mostrando
que a Ferreira Costa tem muito mais do que a gente imagina.
COM
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MESA DE CARRETEL
FIOS DE MACARRÃO
PORTA-LÁPIS
DE PASSA-FIO
BANQUINHO DE PNEU
ESTOJO ESCORREDOR
DE PRATOS
DIVERSIDADE COM CRIATIVIDADE A fERREIRA COSTA DÁ
OS PRODUTOS, E A AMPLA DÁ AS IDEIAS
/ número 10 / 2008
PORTA-COPOS
DE AZULEJO
AQUECIMENTO
GLOBAL
ESTERILIZADOR
DE TOALHAS
ADEGA DE
LUMINÁRIA
JOGO AMERICANO
DE CARPETE
ADEGA DE SAPATOS
FLOR DE CHUVEIRO
O VASO
CAPITÃO CAVERNA
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ALBINO SERRA TEXTO DE MÁRCIA LIRA | FOTO DE DIVULGAÇÃO
SAC
Muitos brasileiros nem têm carteira de identidade, mas não abrem
mão de um telefone celular. Hoje, o País contabiliza cerca de 128
milhões de aparelhos ativos. Desses, uma fatia de nada menos
do que 31 milhões é só da operadora Claro. Há mais de dez anos,
a dedicação do engenheiro eletrônico especializado em gestão
Albino Serra ajudou a empresa a consolidar esses números. O
pai de Cecília e Pedro e marido de Yone matou a curiosidade da
Revista-Portfólio da Ampla e respondeu uma série de perguntas
para a seção SAC, sobre comunicação, consumo e outros dilemas
desses tempos em que ninguém sai mais de casa sem um celular
na mão.
QUAL É O SEU APARELhO CELULAR ATUALMENTE?
Um Nokia N95. É um aparelho 3G que permite fazer
videochamada, receber e enviar e-mails, além de possuir câmera
de 5 megapixels.
QUE SOM TOCA NAS SUAS ChAMADAS?
I still haven’t found what I’m looking for (U2).
INTERNET: LIBERDADE OU CONTROLE?
A internet é mais uma forma de interação entre as pessoas.
Acredito que o bom senso deve nortear o seu uso. No caso das
crianças e dos adolescentes, cabe aos pais orientá-los e prepará-los
para aproveitar o que a rede tem de bom e evitar os seus riscos.
QUEM VOCê COLOCARIA PARA FICAR INCOMUNICÁVEL?
Ninguém. Acredito que a comunicação bem utilizada tem o poder
de melhorar cada um de nós.
DE QUEM VOCê GOSTARIA DE TER O NÚMERO DO CELULAR?
Não diria ter o celular, pois é algo muito pessoal. Mas gostaria
muito de conversar com o Carlos Ghosn (brasileiro, presidente
mundial da Renault/Nissan).
ONDE UM CELULAR NUNCA DEVERIA TOCAR?
Em qualquer lugar onde cause transtorno aos que estão em
sua volta.
QUAIS AS CORES DO FUTEBOL PARA VOCê?
Vermelho e branco.
UM LUGAR PARA FUGIR DO ESTRESSE, PRA FICAR SEM
CELULAR POR UMA SEMANA?
Como sou extremamente urbano, consigo relaxar sem a
necessidade de me isolar.
VINIL, CD OU MP3?
MP3.
QUE PROBLEMA NO BRASIL PRECISA SER RESOLVIDO
PRIMEIRO?
A educação. Ela é a base para o crescimento sustentável de
qualquer país. Uma nação que investe em educação reduz o
problema da violência, pois cria oportunidades para a população,
além de amenizar as despesas com a saúde, pois estabelece
condições para uma medicina preventiva.
UM COMERCIAL INESQUECíVEL?
Mastercard, “Os melhores momentos da vida não têm preço”.
BRINQUEDO DA INFâNCIA?
Bola de gude.
UM TELEFONEMA QUE VOCê NUNCA DEU?
Procuro não ligar para o celular de pessoas com as quais não
tenho um relacionamento de amizade ou trabalho.
UM TELEFONEMA INESQUECíVEL?
Quando a minha esposa estava grávida do meu primeiro filho,
recebi uma ligação por engano de uma criança que falou do outro
lado da linha a palavra pai. Fiquei bastante emocionado.
“QUANDO A MINHA ESPOSA ESTAVA GRÁVIDA DO MEU PRIMEIRO FILHO, RECEBI UMA LIGAÇÃO POR ENGANO DE UMA CRIANÇA QUE FALOU DO OUTRO LADO DA LINHA A PALAVRA PAI. FIQUEI BASTANTE EMOCIONADO.”/
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Albino Serra, diretor da
Claro na Região NE.
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A missão empresarial da Fecomércio-PE foi um marco nas relações com a China.
Iniciativa ousada, principalmente por envolver mundos tão contrastantes,
reuniões e eventos em cidades diferentes, a barreira da língua e a participação de
empresários, autoridades e políticos num grupo de quase 150 pessoas. Merece
destaque a participação ativa do governador Eduardo Campos e do senador Jarbas
Vasconcelos. Nesse cenário, a Ampla e a Ampla Ponto marcaram presença como as
únicas agências a integrar o grupo, que durante cerca de quinze dias conheceu de
perto a realidade chinesa.
Eu já havia visitado, anos atrás, o Japão e a Coreia e, por mais que eu tenha visto,
lido e conversado anteriormente sobre a “revolução” econômica e sociopolítica
que se opera na China, jamais imaginei a intensidade, a velocidade e a extensão
das mudanças que conheci pessoalmente. É algo realmente impressionante. Ao
comparar nossos dois mundos, o que mais me chama a atenção é a nossa (brasileira)
deficiência crônica em planejar. A base do processo de crescimento do novo mundo
chinês está assentada justamente num planejamento centralizado, na disciplina e
em políticas atraentes para absorver o capital internacional de investimento para
produzir, gerar emprego e renda e fortalecer a exportação, entre outros. Dessa
forma, eles conseguiram ser pragmáticos na conceituação e na operação de um
modelo que alia a competitividade econômica capitalista ao centralismo autoritário
comunista. Coisa de chinês. Mas sei que isso não combina facilmente com
democracia. E disso não abrimos mão. Sob nenhum pretexto.
Até quando eles vão continuar dando certo? Bem, não faltam desafios a serem
vencidos. Economicamente, pela necessidade de transformar mais de um bilhão
de pessoas em consumidores, mesmo num mercado que vem crescendo a taxas
estratosféricas há pelo menos dez anos. Socialmente, pelo enorme risco de não
ser possível inserir essa massa enorme de pessoas na velocidade necessária para
manter o equilíbrio social e político do modelo vigente.
Mas não fui à China pensando no curto prazo. Fui tão longe no firme propósito de
enxergar essa nova fronteira, de estabelecer contatos e abrir horizontes e portas
para a Ampla e a Ampla Ponto junto às empresas e aos empresários, brasileiros e
chineses, que desejam trabalhar em Pernambuco e na região. Na volta, reunimos
a nossa equipe, clientes, amigos e parceiros do nosso negócio para compartilhar
com eles as descobertas, possibilidades e as muitas inquietações que vivenciei
na Ásia. Com o apoio da TGI e de Francisco Cunha, que também viajou à China,
promovemos três encontros na Ampla para discutir e analisar o que vimos, ouvimos
e sentimos naquele país. Chamamos esses eventos de Made in China – Impressões
de uma Viagem. Depois disso, participei, como convidado, de palestras e mesas-
-redondas para falar sobre a China. O interesse sobre tudo o que acontece por lá
é crescente. Aconselho a todos viverem essa experiência diferenciada. Pessoal ou
empresarialmente, não tenho dúvidas em afirmar: conhecer a China é inesquecível.
Vale a pena!
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GRA
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MADE IN CHINATEXTO DE AGUINALDO VIRIATO | FOTOS DO ARQUIVO DA AMPLA E DE OLIVIA EDMUNDSON
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A BIBLIOTECADE jOSUÉ DE CASTRO
“Josué de Castro: morre um cidadão do Mundo.” Assim o prestigiado jornal francês Le Monde
anunciou, em setembro de 1973, a perda do pioneiro dos estudos da fome no Brasil. Reconhecido
internacionalmente, o recifense Josué de Castro começou a carreira como médico, mas também foi
escritor, geógrafo, deputado federal por duas vezes, embaixador da Organização das Nações Unidas
(ONU), sempre lutando contra as injustiças sociais, até o fim da vida.
Na comemoração do centenário do seu nascimento, em 2008, o Brasil não conta mais com a
atuação do intelectual, que acreditava “SÓ HAVER UM TIPO DE VERDADEIRO DESENVOLVIMENTO:
O DESENVOLVIMENTO HUMANO”, mas pode usufruir do seu legado na batalha cada vez mais atual
contra a fome. É no centro da cidade do Recife, ao lado da Igreja São Gonçalo, que se encontram os
11 mil volumes deixados de herança pelo pesquisador.
São livros lidos e escritos por ele, publicações e correspondências com pessoas de todo o mundo,
entre outros documentos, reunidos no Centro Josué de Castro. A entidade sem fins lucrativos foi
fundada há 28 anos com o objetivo de resgatar o trabalho do pesquisador e atualizá-lo. Como parte
desse projeto, o instituto começou a construir uma biblioteca no local para disponibilizar o acervo ao
público, mas as obras foram paralisadas por falta de verbas.
“Por enquanto, não temos condições de atender a população. O espaço é pequeno, então só alguns
pesquisadores têm acesso, inclusive muitos estrangeiros chegam interessados no trabalho de Josué”,
conta o sociólogo e um dos fundadores do Centro, José Arlindo. Para ajudar na arrecadação dos
recursos necessários, um total de R$ 700 mil, a Ampla foi um dos primeiros parceiros e criou uma
campanha publicitária para TV, rádio, outdoors, revistas e jornais.
“São peças mostrando quem foi Josué de Castro e a importância dele para Pernambuco e para o
mundo. Sem qualquer ganho, a Ampla procura mostrar que esse é um projeto que depende da
participação da sociedade”, salienta o diretor de operações da agência, Aguinaldo Viriato.
O mais valioso no acervo, para José Arlindo, são os documentos pessoais doados pela família do autor
de Geografia da Fome e por colecionadores. “Essa não é uma biblioteca do Centro Josué de Castro,
mas da cidade do Recife. Quando estiver pronta, será referência para pesquisas sociais”, avalia. O
espaço terá auditório e mais dois andares além do térreo.
Serviço:
Centro Josué de Castro
Rua São Gonçalo, 118, Boa Vista - Recife-PE
Telefone: (81) 3423.2800
www.josuedecastro.org.br
TEXTO DE MANUEL CAVALCANTI | FOTO DO ARQUIVO DO CENTRO JOSUÉ DE CASTRO
RESP
ON
SABI
LIDA
DE
SOCI
AL
“A FOME É UM FENôMENO GEOGRAFICAMENTE UNIVERSAL, A CUJA
AÇÃO NEFASTA NENHUM CONTINENTE ESCAPA.
TODA A TERRA DOS HOMENS FOI, ATÉ HOJE, A
TERRA DA FOME.”
Série de anúncios produzidos pela Ampla.
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DES
AFIO
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Não é duelo, embate, oposição. Mesmo que a ideia seja oposta.
Ou apenas diferente. Convidamos dois fotógrafos para revelarem
olhares sobre o mesmo tema: comemoração. A conferir, as visões
de Chico Barros e Max Levay.
MAX LEVAY
Max Levay, 30 anos, redator de carreira
e amante da fotografia. Especializou-se
em fotografia publicitária, colecionando
prêmios por todo o País.
Telefone: (81) 9138.1502 / 3325.5326
www.levayphotos.com.br
CHICO BARROS
Chico Barros, 44 anos, é um premiado
fotógrafo publicitário e tem muito o
que comemorar em 2008. Em outubro,
nasce José, o seu primeiro rebento.
Telefone: (81) 9936.5383 / 3221.3507
www.saladefoto.com.br
“COMEMORAÇÃO”
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VIDAS PARALELASTEXTO DE kLEBER DE BRITO
ESPE
CIAL
DANIEL DA HORA, PUBLICITÁRIO E ARTISTA
PLÁSTICO. Professor e coordenador da Inata,
agência-escola da Aeso, e consultor em propaganda.
É artista plástico nas horas vagas.
Daniel: Há cerca de 8 ou 9 anos.
Rafa: Desde 2005.
Roger: Acho que desde o final de 2003, quando comprei minha
primeira câmera digital. Antes eu fotografava de uma maneira
diferente, mesmo porque a dificuldade em transportar a máquina
era grande. Hoje carrego a digital para todos os lugares que vou.
Lu Lins: Componho desde uns 15 anos e toco por aí, com banda,
desde uns 22 anos.
Justino: Iniciei em 1998, mas desde criança fiquei responsável
por escolher as músicas das festinhas. Com uns 15 anos, ia aos
domingos no Clube Internacional e ficava ajudando a rebobinar as
fitas cassete da equipe de som só pra viver aquele ambiente.
Se você é movido por paixão, não há dinheiro que pague o prazer de fazer aquilo de que você gosta. E muitos
realmente não recebem por isso. Ou recebem muito pouco. Como nem todo mundo trabalha fazendo o que ama
de verdade, ter projetos ou atividades paralelas pode ser uma alternativa. Mesmo que seja de graça. Conheça aqui
diferentes publicitários que optaram por ter essa vida dupla: dividem sua carreira com um outro “trabalho”, ao qual
dedicam a mesma atenção que um profissional dedicaria, mas com o desprendimento e o prazer de um amador.
1. DESDE QUANDO VOCê TEM ESSA ATIVIDADE PARALELA?
Daniel: Sim.
Rafa: Às vezes, em pequenos trabalhos.
Roger: Não.
Lu Lins: Pouco. Já cheguei a tirar de R$ 200 a R$ 2.000 reais em
um show. É uma atividade muito instável, como você pode ver.
Mas, desde que comecei a tocar, a última coisa que penso é no
dinheiro. Toco de graça em festas de amigos, topo fazer shows
em apartamentos, gravo meus discos e distribuo de graça, mesmo
alguns deles estando à venda em alguns sites. Por enquanto,
prefiro encarar dessa forma: o que vier é lucro.
Justino: Muito pouco, mas, às vezes, vem um extra em boa hora.
4. VOCê GANhA DINhEIRO COM ESSA ATIVIDADE?
Daniel: Não me vejo longe da publicidade.
Rafa: Sim, sem dúvida.
Roger: Sim. É uma coisa que me dá cada vez mais prazer. E que,
quanto mais aprendo, mais me parece sem limites criativos.
Lu Lins: Hum, música pra mim sempre foi bem mais prazerosa
que minha profissão, justamente por ser uma atividade
descompromissada e, de certa forma, “irresponsável”. Talvez, se virar
a minha “primeira opção”, deixe de ser tão leve e despreocupada
como é. Se eu pudesse sobreviver de música, eu largaria, sim. Só
que, sendo uma capricorniana que precisa se sustentar em São
Paulo, que é uma cidade cara, e ainda dar uma ajuda financeira
para a família que está longe, eu só largaria se pudesse ganhar
tanto ou mais dinheiro quanto na minha profissão. E isso eu
acho difícil acontecer, ainda mais nesse momento de grandes
mudanças no mercado fonográfico, com o meio digital invertendo
todo o processo de produção e distribuição. Ninguém sabe ainda
como vai ficar, mas, se eu tivesse uma boa oportunidade, acho
que largaria, sim (no mínimo, essa experiência me acrescentaria
bastante depois, caso eu quisesse voltar ao ramo da publicidade).
Justino: Não, mas me dedicaria muito mais à discotecagem.
3. SE PUDESSE VIVER DESSA OUTRA ATIVIDADE, LARGARIA
A PUBLICIDADE?
Daniel: A atividade artística, já na infância e adolescência.
Rafa: Publicitária.
Roger: A atividade publicitária. Mas a vontade de fotografar veio
antes.
Lu Lins: A outra veio primeiro como hobby (compor escondidinha,
no meu quarto). Mas, como atividade mesmo, quem veio primeiro
foi a publicidade. Meu primeiro show com banda só rolou quando
eu já estava trabalhando em agência.
Justino: De forma profissional, a publicidade, que iniciei em 1991.
2. QUEM VEIO PRIMEIRO: A ATIVIDADE PUBLICITÁRIA OU
ESSA OUTRA?
ROGER SAKAMOTO, PUBLICITÁRIO, DIRETOR DE
ARTE E FOTÓGRAFO. Trabalhou na AlmapBBDO,
Carillo Pastore Euro RSCG e atualmente está na
LewLara TBWA. É fotógrafo nas horas vagas.
“TODOS OS CHEFES QUE EU TIVE
SABIAM E SEMPRE ME INCENTIVARAM.”
LU LINS
“TODAS AS FORMAS QUE TE LEVAM A EXPOR SUAS OPINIÕES E SENTIMENTOS, SUA VISÃO SOBRE AS PESSOAS E O MUNDO TE AJUDAM A MELHORAR, COMO PESSOA E COMO PROFISSIONAL.”ROGER SAKAMOTO/
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FOTO: DIVULGAÇÃO
FOTO: ROGER SAKAMOTO
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VIDAS PARALELAS
Daniel: É um trabalho que não estabeleço muito tempo fixo
para ele. Quando sinto necessidade ou quando a inspiração vem,
normalmente dedico umas 3 ou 4 horas.
Rafa: 2 a 3 horas
Roger: Não há uma constante, mas posso calcular uma média de
2 horas por dia.
Lu Lins: Ah, sempre que sobra um tempinho. Pode ser meia
horinha antes de dormir, pode ser um fim de semana inteiro.
Pode até ser no meio do expediente, como já aconteceu várias
vezes comigo: vem uma ideia de música, eu escrevo a letra no
Word, fico cantarolando e pronto. Coloco no cantinho e continuo
trabalhando, torcendo pra lembrar da melodia quando chegar
em casa. Ultimamente, por causa da quantidade cada vez maior
de shows, tenho dedicado cada vez mais tempo a ensaios com
os meninos da banda (no mínimo, 3 horas por semana ou por
quinzena). Tô tentando organizar todo o processo, para não ficar
assim solto como era no começo, senão a gente se perde.
Justino: Não tenho essa conta, mas todos os dias eu me dedico
algum tempo à música, até porque divido meu apartamento com
um amigo músico e outro técnico de som. Então, na minha casa,
se respira música, além de sempre ter a presença de vários amigos
músicos.
Daniel: Como dono de agência, sempre conseguia compatibilizar,
sem muito problema, as duas atividades. Hoje em dia, como
consultor, também.
Rafa: Não sabe.
Roger: Não. Acho que ele não vê como uma coisa tão séria,
mesmo porque comecei a encarar como sério há pouco tempo.
Lu Lins: Todos os chefes que eu tive sabiam e sempre me
incentivaram. Quando trabalhei na W/Brasil, o Washington
e o Rodrigo Leão viviam me apresentando para produtores e
cantores, sempre me empolgando para desenvolver mais e melhor
as minhas gravações, que eram caseiras e toscas (ainda são,
hehe). O Eugênio é outro que parece gostar das músicas. Além
de cantarolar de vez em quando algumas, um dia desses ficou
me incentivando a divulgar minhas composições em programas de
TV e se ofereceu até para conseguir umas entrevistas para mim,
mas eu ainda ando muito insegura e com vergonha de fazer essas
coisas. Em alguns meses, essa vergonha vai ter que sumir, pois
tô para lançar um disco limpinho, por uma gravadora de verdade,
gravado num estúdio fantástico e, provavelmente, vou ter que
perder a frescura de divulgar minhas composições, caso apareçam
oportunidades.
Justino: Sabe e incentiva bastante. Já toquei até num aniversário
dele, e olhe que foi profissionalmente. Recebi cachê.
5. QUANTAS hORAS POR DIA VOCê SE DEDICA A ESSA
ATIVIDADE?
7. SEU ChEFE SABE QUE VOCê TEM ESSA ATIVIDADE
PARALELA? SE SABE, ELE INCENTIVA?
Daniel: Não atrapalha em nada e ajuda bastante no exercício da
criatividade.
Rafa: Ajuda porque você começa a ter mais referências sobre o
ser humano. O lado que atrapalha diria que é apenas o tempo que
você tem de se dedicar a ela.
Roger: Acho que todas as formas que te levam a expor suas
opiniões e sentimentos, sua visão sobre as pessoas e o mundo te
ajudam a melhorar, como pessoa e como profissional.
Lu Lins: Ajuda porque me impede de ficar doida. Música é a minha
válvula de escape emocional e racional. Tudo o que a publicidade
bloqueia porque é objetiva demais eu jogo pra minha música, que é
totalmente subjetiva e um tanto autobiográfica. Ela ajuda porque
me deixa mais leve e feliz e também, no caso de jingles, facilita
a minha comunicação com produtoras, na definição de trilhas,
etc. No que atrapalha? Hum, acho que não atrapalha em nada.
Ah, só atrapalha quando tem show no meio da semana e eu vou
trabalhar no dia seguinte com uma leve ressaquinha e cansaço, só
isso. Mas a alegria de encontrar os amigos e passar boa parte da
noite cantarolando é tanta que, no fundo, isso nem atrapalha, vou
trabalhar mais sorridente ainda.
Justino: Acho que não atrapalha nem ajuda. Separo as duas
atividades.
Daniel: Nas artes plásticas, minha grande referência é Abelardo
da Hora, apesar de fazer um trabalho completamente diferente.
Gosto muito também de outros modernistas, como Matisse e
Mondrian. Gosto também de Pollock, de Warhol e Keith Haring.
Na propaganda, gosto muito dos trabalhos de Saul Bass e de
Marcello Serpa.
Rafa: Na dramaturgia, Selton Mello, Emile Hirsch, Johnny Depp.
Na publicidade, Marcello Serpa, Tomás Lorente.
Roger: Cartier-Bresson, Guido Mocafico, François-Marie Barnier,
Steve Bloom, National Geographic e fotos jornalísticas.
Lu Lins: Minhas referências para compor são toda a minha vida,
real e imaginária. Isso inclui desde referências sonoras (Velvet
Underground, Cat Power, Belle and Sebastian, Beat Happening,
Cartola, Nara Leão, Mutantes) até as referências cotidianas
e extraterrestres, como formigas, Super Nintendo, memórias
da infância, minha vó, mudanças, espirais, amores platônicos,
ufologia, física, Truffaut, Dostoiévski e afins.
Justino: Na arte da discotecagem, Cut Chemist, DJ Shadow e DJ
Nu Mark, esses seriam os gringos. DJ Marcos (o DJ de Céu) e DJ
Henrique (DJ das matinês da Micus Discotheque, em Olinda, o
primeiro DJ que vi tocar). Na publicidade, Ricardo Rique. Achava
que estava completo profissionalmente até trabalhar com ele.
Aprendi muito.
6. NO QUE ELA AJUDA E NO QUE ELA ATRAPALhA NA SUA
PROFISSÃO DE PUBLICITÁRIO?
8. QUEM SÃO SUAS REFERêNCIAS NESSA ATIVIDADE E QUEM
SÃO NA PUBLICIDADE?
RAFA ALMEIDA, PUBLICITÁRIO, DIRETOR DE ARTE E
ATOR. Trabalhou na Carillo Pastore Euro RSCG, Y&R e
Duda. É ator nas horas vagas.
LU LINS, PUBLICITÁRIA, REDATORA, TOCA E CANTA
NUMA BANDA. Trabalhou na Ampla, W/Brasil, Z+ e
atualmente está na Mohallen Meirelles. É cantora e
compositora da banda Lulina e os Causadores nas
horas vagas.
JUSTINO PASSOS, PUBLICITÁRIO E DJ. Assistente
de Arte, trabalhou na Rique Gusmão & Azevedo e
atualmente está na Ampla. Nas horas vagas, é DJ.
“ACHO QUE NÃO ATRAPALHA NEM
AJUDA. SEPARO AS DUAS ATIVIDADES.”
JUSTINO PASSOS
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FOTO: DANIELA HASSE
FOTO: DIVULGAÇÃOFOTO
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RED BULL MUSIC ACADEMY (2008)
Pôster de divulgação do evento Red
Bull Music Academy.
BRASILINTIME (2007)
Pôster de divulgação
da première do filme
Brasilintime do selo
Mochilla (Los Angeles).
SONANTES (2008)
Projeto gráfico do CD
do coletivo Sonantes.
Rascunho de
ilustração para o
pôster Brasilintime.
IARA RENNÓ (2008)
Projeto gráfico do CD da artista paulista
Iara Rennó (Macunaíma Ópera Tupi).
MOMBOJÓ (2006)
Projeto gráfico do CD do grupo
pernambucano Mombojó (Homem-espuma).
NAÇÃO ZUMBI (2007)
Projeto gráfico do CD do grupo
pernambucano Nação Zumbi (Fome de Tudo).
NAÇÃO ZUMBI (2005)
Ilustração feita para o projeto
gráfico do CD Futura, do grupo
pernambucano Nação Zumbi.
GAL
ERIA“LADO B” TEXTO DE kLEBER DE BRITO | ILUSTRAÇõES DE JORGE DU PEIXE E VALENTINA TRAJANO
Se você conhecia o talento de Jorge Du Peixe apenas por ouvir os discos do
Nação Zumbi, preste mais atenção antes de tirá-los da embalagem. As capas de
Afrociberdelia e CSNZ são resultados do trabalho gráfico do vocalista, compositor
e parceiro de Chico Science. Du Peixe começou a fazer desenhos muito cedo,
rabiscando personagens de quadrinhos e da TV. Na década de 80, ainda sem
computador, fazia cartazes de festas que rolavam no Recife. Em parceria com a
esposa, Valentina, criou a empresa Arteria Design para criação de capas de CDs,
cartazes, marcas e cenários. Muitos discos da cena musical pernambucana foram
ilustrados pela dupla. Hoje, ele está ampliando seu trabalho para artistas de todo
o Brasil e do mundo, incluindo peças para a Red Bull Music Academy, o pôster de
divulgação do DVD Brasilintime (produzido nos EUA) e de novos músicos como
o Sonantes, Iara Rennó e Almaz.
Site em construção.
CONTATO: [email protected]
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SEM TÍTULO (2006)
Ilustração feita em
caneta hidrográfica
sobre papel.
TEXTO DE kLEBER DE BRITO | ILUSTRAÇõES DE JORGE DU PEIXE E VALENTINA TRAJANO