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Tel 61 3312 6000 Este texto pode ser reproduzido por qualquer meio, desde que seja citada a fonte. PROSPECÇÃO PARA SAFRA 2009/10 Conab – Companhia Nacional de Abastecimento SGAS Quadra 901, Bloco 901, Bloco A, Lote 69 70390-010 Brasília-DF www.conab.gov.br 1 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB DIRETORIA DE POLÍTICA AGRÍCOLA E INFORMAÇÕES - DIPAI SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO DA OFERTA - SUGOF ESTUDOS DE PROSPECÇÃO DE MERCADO SAFRA 2009/2010 BRASÍLIA (DF), SETEMBRO DE 2009

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COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB DIRETORIA DE POLÍTICA AGRÍCOLA E INFORMAÇÕES - DIPAI SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO DA OFERTA - SUGOF

ESTUDOS DE PROSPECÇÃO DE MERCADO

SAFRA 2009/2010

BRASÍLIA (DF), SETEMBRO DE 2009

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APRESENTAÇÃO

Neste início do plantio da safra 2009/2010, a queda das cotações da maioria das commodities agrícolas no mercado internacional pressionam de forma negativa os preços internos. Além disso, o Real valorizado reduz a competitividade das exportações brasileiras dos produtos de origem agropecuária, agravando sobremaneira a perda de renda dos produtores. Como fator positivo destaca-se a queda dos preços dos insumos, principalmente dos fertilizantes.

Nesse ambiente, foi elaborado o Estudo de Prospecção para a Safra 2009/2010, que tem o objetivo de apresentar as perspectivas da próxima safra, sendo mais uma fonte de subsidio ao produtor no processo decisório do plantio, ao governo e agentes de mercado. Análises de mercado, de volatilidade dos preços internos e externos e dos quadros de suprimento e uso dos produtos, possibilitaram o desenvolvimento de cenários e as perspectivas de desempenho da produção e dos preços, acerca dos seguintes produtos: algodão, arroz, café, feijão, leite, mandioca e derivados, milho, soja e trigo.

Para elaboração dos estudos, os técnicos da Conab foram subsidiados pelo “II Encontro Técnico de Política Agrícola”, realizado pela Companhia, em agosto de 2008, quando foram discutidos temas que permitiram a avaliação do potencial do impacto da crise agrícola, os fatores críticos da agricultura, e os mecanismos de incentivos para elevar a produção nacional, assegurando, assim, o suprimento de alimentos ao mercado interno e as oportunidades externas.

Contudo, não se pode deixar de considerar que o estudo prospectivo tem suas limitações. A produção agropecuária é bastante influenciada pelas condições da natureza, ou seja, esta depende, significativamente da disponibilidade de água, da fertilidade do solo, do clima predominante e de suas variações, além do risco de influências externas sobre os preços.

Finalmente, há de se ressaltar que não podem ser esquecidos os movimentos especulativos com as commodities agropecuárias em razão da sazonalidade da produção. O fluxo de bens, não sendo continuo ao longo do ano, cria uma dicotomia entre a oferta efetiva concentrada em um período curto de tempo e a demanda contínua durante o ano. Isso exige que se realize o carregamento dos estoques e, conseqüentemente, planos de comercialização e de formação de estoques reguladores.

Silvio Isopo Porto

Diretoria de Logística e Gestão Empresarial Diretor

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SUMÁRIO

Ítens Produtos Página 1 Algodão 4 2 Arroz 13 3 Café 19 4 Cana-de-Açúcar 27 5 Feijão 31 6 Leite 37 7 Mandioca e Derivados 49 8 Milho 59 9 Soja 66

10 Sorgo 72

11 Trigo 78

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ALGODÃO

Djalma Fernandes de Aquino 1 – PANORAMA INTERNACIONAL 1.1 – MERCADO E SUPRIMENTO

Depois de atingir um volume recorde de 26.718 mil toneladas na safra 2006/07, a produção mundial de algodão em pluma decresceu sistematicamente, totalizando 23.368 mil toneladas na safra 2008/09. Para os anos safra 2009/10 e 2010/11, a previsão é de que o movimento de declínio deverá continuar conforme pode ser observado no Quadro I. Neste cenário está sendo projetada pelo International Cotton Advisory Committee - ICAC, redução na produção da China, de 8.025 mil toneladas na safra 2008/09 para 7.470 mil toneladas, respectivamente, nos anos safra 2009/10 em 2010/11. Já na Índia, poderá ocorrer ligeiro acréscimo, passando de 4.930 para 5.340, na safra 09/10 e 5.180 toneladas na 2010/11, haja vista a melhora no emprego de novas tecnologias, resultando em maiores níveis de produtividade.

Alguns acontecimentos importantes ocorridos na economia mundial nos

últimos três anos são apontados como os principais fatores que provocaram mudanças de rumo na cultura do algodão, a saber:

a) - mudança na política energética dos Estados Unidos nos últimos anos, que passou a priorizar outras culturas em detrimento do algodão que se mostrou menos atrativo (custo de produção mais elevado) em relação à soja, trigo e principalmente o milho que veio a ser utilizado com maior intensidade na produção de etanol;

Setembro/09

DISCRIMINAÇÃO 2006/07 2007/08 2008/09 (1) 2009/10 (2) 2010/11(2)EST. INICIAL 12,306 12,707 12,132 12,371 12,030 PRODUÇÃO 26,718 26,035 23,368 23,250 22,980 IMPORTAÇÃO 8,142 8,316 6,460 6,800 7,040 OFERTA TOTAL 47,166 47,058 41,960 42,421 42,050 CONSUMO 26,360 26,385 23,093 23,590 23,930 EXPORTAÇÃO 8,104 8,358 6,496 6,800 7,040 PERDAS (0,005) 0,183 - 0,001 - ESTOQUE FINAL 12,707 12,132 12,371 12,030 11,080 Fonte: ICAC. Elaboração: CONAB (1) Estimativa (2) Projeção ÁREA PLANTADA NA SAFRA 2008/09 = 30.724 MIL HECTARESESTIMATIVA DE ÁREA PLANTADA N A SAFRA 2009/10 = 30.329 MIL HECTARES

SUPRIMENTO MUNDIAL DE ALGODÃO EM PLUMA SAFRA 2006/07 A 2009/2011 (Em Milhões t)

Quadro - I

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b) - pouca disponibilidade de terras agricultáveis no mundo vem

despertando a consciência mundial para a necessária racionalização do uso da terra visando cada vez mais a produção de gêneros alimentícios e

c) - forte retração do crescimento econômico no mundo provocado pela crise financeira deflagrada em setembro/ 2008 que fizeram com que os principais mercados consumidores se tornassem menos demandantes de matéria-prima -, esta situação acabou provocando a manutenção e em determinados períodos, até ligeiro aumento dos estoques de passagem (em que pese o declínio na produção) - além de forte retração dos preços que saíram de um patamar de US$ 75/80,00 cents/lb, no primeiro semestre de 2008 para os atuais níveis de US$ 60/65,00 cents/lb.

Vale salientar que a projeção de declínio no consumo do algodão, considerando o período de 2006/07 a 2010/11 (menos 9,2%) utilizado pela indústria têxtil mundial é menor que a contração na produção (menos 14,0%) em idêntico período. Ressalta-se que dentre as maiores nações consumidores de pluma no mundo, a única que deverá apresentar um leve crescimento na demanda é a índia, cujo parque têxtil no ano safra 2006/07 utilizou 3.908 mil toneladas. Segundo projeções do ICAC, este país, em 2010/11, poderá consumir cerca de 4.200 mil toneladas.

Com base no cenário acima descrito, o ICAC, em setembro/09 projetou um preço médio para a safra 2009/10 de US$ 63,00 cents/lb, enquanto que na Bolsa de Nova Iorque os contratos futuros negociados na semana de 24 a 28/08/2009, para vencimento em junho/2011 apresentavam melhor nível de cotação, US$ 68,14 cents/lb (Gráfico I), mas mesmo assim, inferior à média histórica de US$ 72,00/75,00 cents/lb. Outro importante indicador que exerce forte influência na formação dos preços nos mercados físico e futuro é a relação Estoque Final Versus Consumo que nos últimos três anos

GRÁFICO IALGODÃO EM PLUMA - EVOLUÇÃO DOS PREÇOS INTERNACIONAIS

MERCADO DISPONÍVEL E FUTURO - 2006 a 2011

30,0033,0036,0039,0042,0045,0048,0051,0054,0057,0060,0063,0066,0069,0072,0075,0078,0081,0084,00

JUN

JUL

AG

OSE

TO

UT

NO

VD

EZja

n/07

FEV

MA

RA

BR

MA

IJU

NJU

LA

GO

SET

OU

TN

OV

DEZ

jan/

08FE

VM

AR

AB

RM

AI

JUN

JUL

AG

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n/09

FEV

MA

RA

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MA

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SET

OU

TN

OV

DEZ

jan/

10FE

VM

AR

AB

RM

AI

JUN

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AG

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UT

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FEV

MA

RA

BR

MA

IJU

N

US$

cen

ts/L

b

IND-A N.Y N.Y (futuro)ICAC (futuro) Linear (IND-A) Linear (N.Y)

FONTES : COTTON OUTLOOK BOLSA N.Y. ICACELAB : CONAB

PREÇO FUTURO

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permaneceram extremamente elevados para a safra 2009/10. As projeções apontam para algo em torno de 54,0% e 46,30%, para o período subsequente. O ideal para o mercado seria uma relação que atingisse o patamar de 33,0%, algo equivalente a no máximo quatro meses de consumo. 1.2 – Cenário de Longo Prazo - 2008/09 a 2018/19

Trabalhando na ótica de um cenário de longo prazo, ou seja, até 2018/19, o

FAPRI - Food and Agricultural Policy Research Institute projeta para a safra 2009/10 redução de 1,62% na área a ser plantada e, a partir da safra 2012/13, índices de crescimento inferior a 1%. Quanto a produção a estimativa ao longo dos próximos 10 anos é de incremento médio anual em torno de 2,4%. Após a queda ocorrida nos últimos anos, o FAPRI diferentemente do ICAC, indica que o início da recuperação ocorrerá a partir da safra 2009/10, com volume de produção equivalente a 24.189 mil toneladas e atingindo 29.807 mil toneladas em 2018/19. Além do incremento na área, o acréscimo da produção virá através da aplicação de novas tecnologias no processo produtivo que resultará em aumentos de produtividade, conforme pode ser constatado no Quadro II.

Citada entidade projeta incremento médio anual no uso da matéria-prima, ao longo da próxima década, de 1,94%, inferior, portanto á produção. Tal fato irá implicar em aumento nos estoques de passagem cuja média estimada no período é de 1,02% ao ano. Quanto à relação Estoque Final Versus Consumo, em que pese continuar muito elevada, os números apontam para uma leve e progressiva redução, porém sob o ponto de vista da formação dos preços de mercado a tendência é de que prossiga pressionado na próxima década, pois, diante deste cenário projetado é praticamente impossível pensar em melhoria expressiva de preços. O aumento de rentabilidade da cultura poderá vir através da redução dos custos de produção e do emprego de novas tecnologias que permitam a obtenção de melhores níveis de produtividade.

ANO SAFRA 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16 16/17 17/18 18/19

AREA - ( Em Mil ha) 31.089 30.586 31.276 31.749 31.941 32.099 32.292 32.535 32.758 33.016 33.268Incremento % -1,62 2,26 1,51 0,60 0,50 0,60 0,75 0,69 0,79 0,76

PRODUTIVIDADE - Kg/ha 768 791 803 815 827 838 850 861 873 884 896Incremento % 2,92 1,57 1,50 1,43 1,39 1,34 1,35 1,32 1,35 1,31

PRODUÇÃO - (Em Mil ton.) 23.890 24.189 25.122 25.885 26.415 26.915 27.439 28.019 28.584 29.198 29.807Incremento % 1,25 3,86 3,04 2,05 1,89 1,95 2,11 2,02 2,15 2,09

CONSUMO - (Em Mil ton.) 24.750 25.154 25.569 26.061 26.599 27.134 27.675 28.233 28.808 29.403 30.006Incremento % 1,63 1,65 1,93 2,06 2,01 1,99 2,01 2,04 2,06 2,05

ESTOQUE FINAL - (Em Mil ton.) 13.151 12.631 12.629 12.897 13.157 13.383 13.591 13.822 14.043 14.282 14.528Incremento % -3,96 -0,02 2,12 2,02 1,71 1,56 1,70 1,60 1,70 1,72PERDAS 444 444 444 444 444 444 444 444 444 444 444

RELAÇÃO % EST. X CONS. 53,14 50,21 49,39 49,49 49,47 49,32 49,11 48,96 48,75 48,58 48,42Fonte FAPRI - Food and Agricultural Policy Research Institute/ Abril/2009Elaboração: Conab

Quadro - I I ESTIMATIVA DE ÁREA, PRODUTIVIDADE, PRODUÇÃO E SUPRIMENTO MUNDIAL DE ALGODÃO

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2- PANORAMA NACIONAL 2.1 – Mercado e Produção

Quando foi iniciado o plantio da safra de algodão 2008/09, em novembro/09, o mundo estava mergulhado em uma das piores crises financeira das últimas décadas e em função deste fato grande parte dos cotonicultores brasileiros refizeram seus planejamentos, redimensionado o volume de área a ser plantada e cultivando em seu lugar outras culturas supostamente mais rentáveis tais como, soja e milho, já que os preços da pluma no mercado internacional atingiram níveis extremamente baixos, saindo de um patamar de US$ 78,00 cents/lb (mar/08) para algo em torno de US$ 42,00 cents/lb, no mês de novembro.

Paralelamente, a demanda pela matéria-prima, por parte das indústrias têxteis localizadas no Hemisfério Norte entrou em um processo de forte desaquecimento, ressalta-se que no Brasil esse fenômeno também se fez sentir, porém, em menor escala. A partir destas sinalizações os cotonicultores brasileiros optaram por reduzir de forma significativa o cultivo do algodão no país. Em termos percentuais o recuo foi de aproximadamente 21,78% saindo de 1.077,4 mil hectares cultivados na safra 2007/08, para os atuais 842,9 mil hectares, cuja colheita já se encontra praticamente concluída. Consequentemente, a produção de pluma, que na safra passada totalizou de 1.602,2 mil toneladas, na atual temporada deverá somar não mais que 1.194,0 mil toneladas, caracterizando, assim, em termos percentuais, uma retração de 25,5%.

2..2 – Cenário de Curto Prazo para a Safra - 2009/10

Os custos de produção do algodão estimados pela Conab, para o plantio da safra 2009/10 deverão apresentar recuo médio de 11,83% em relação à safra anterior, conforme pode ser observado no Quadro III.

LOCALIDADES/Ufs. JUL/08 (A) JUL/09(B) Var % C/ABarrreiras - BA 4.671,65 4.194,40 (10,22)Rio Verde - GO 4.293,98 3.617,68 (15,75)Chapadão. Sul - MS 5.450,63 4.532,99 (16,84)Campo. Novo Parecis - MT 5.027,69 4.867,38 (3,19)Rondonópolis - MT 5.871,44 5.018,42 (14,53)Sorriso - MT 4.913,13 4.420,98 (10,02)MÉDIA 5.038,09 4.441,98 (11,83)Fonte/Elab: Conab

ALGODÃO - CUSTO VARIÁVEL PRODUÇÃO DA SAFRA 2008/09 ESTIMATIVA PARA A SAFRA 2009/10

Quadro III

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Na composição do custo variável de produção os itens mais representativos são os fertilizantes, defensivos e operações envolvendo máquinas, juros e seguro, com participações em torno de 28%, 35% 8%, 4% e 3%, respectivamente, totalizando cerca de 78,%.

Nas despesas com o custeio das lavouras os preços dos fertilizantes, defensivos e sementes apresentaram recuo em relação ao ano anterior de aproximadamente 23,0%, 2,53% e 10,31%. No de pós - colheita o seguro da produção apresentou retração de 10,95%. No quesito despesa financeira, a redução do juro observada foi da ordem 38,82%.

Mesmo sendo beneficiado com retração nos custos de produção, pesa contra os cotonicultores a questão cambial; Nos últimos anos a desvalorização do dólar frente ao real acabou por anular a aparente vantagem obtida a partir da valorização dos preços do produto no mercado internacional, no período de janeiro/07 a agosto/08, conforme demonstrado no Gráfico 1.1. Sintetizando, concluí-se que a melhora dos preços do produto no mercado externo não se refletiu como era esperado no mercado brasileiro; em última análise, no incremento da renda dos cotonicultores. A partir de setembro a situação agravou-se haja vista a eminente queda nas cotações da commoditie no mundo voltando a apresentar ligeira recuperação em março/08.

Quanto ao mercado nacional, os preços ao longo dos últimos três anos mantiveram-se pressionados devido ao aumento da produção nos últimos anos e pela cotação do produto no mercado internacional, ou seja, mantiveram-se quase sempre abaixo da linha do mínimo estabelecido pelo Governo Federal, conforme pode ser observado no Gráfico II.

Por conta dos fatos acima relatados é que os produtores de algodão

provavelmente mais uma vez irão decidir pela redução de área a ser cultivada na próxima safra. No momento, as informações que circulam no mercado é de que a retração da área

24,00

26,00

28,00

30,00

32,00

34,00

36,00

38,00

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42,00

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46,00

48,00

50,00

52,00

54,00

56,00

58,00

60,00

R$/

AR

RO

BA

IND-ESALQ 43,99

42,49

43,79

43,03

42,84

42,62

44,29

46,48

47,72

45,26

44,11

42,37

38,43

37,96

38,55

39,57

39,34

39,44

41,60

45,50

45,87

47,33

45,18

42,82

42,09

42,45

40,25

40,29

40,60

38,71

37,37

38,81

38,34

37,24

37,08

41,51

39,88

38,99

38,75

P. MÍNIMO 44,60

44,60

44,60

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44,60

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44,60

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44,60

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44,60

44,60

44,60

44,60

JUN

JULAGO

SET

OUT

NOV

DEZ

JAN/07

FEV

MAR

ABR

MAIJUN

JULAGO

SET

OUT

NOV

DEZ

JAN/08

FEV

MAR

ABR

MAIJUN

JULAGO

SET

OUT

NOV

DEZ

JAN/09

FEV

MAR

ABR

MAIJUN

JULAGO

GRÁFICO I I ALGODAO - JUNHO/2006 A AGOSTO/2009 EVOLUÇÃO DOS PREÇOS INTERNOS

FONTES: CONAB/ESALQ ELAB: CONAB

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deverá ser de aproximadamente -4%, totalizando cerca de 811,0 mil hectares e não será maior devido aos seguintes fatores:

a) - bons resultados obtidos com a aplicação da nova tecnologia de plantio do “algodão adensado”, testada e aprovada na corrente safra em diversos Estados, entre eles Mato Grosso que cultivou cerca de 5.000 hectares, Goiás 1.000 e Minas Gerais 500, no total foram cerca de 7.000 hectares, cuja produtividade obtida foi de aproximadamente 300@/ha de algodão em caroço a um custo inferior em cerca de US$ 500/ha em relação ao das lavouras tradicionais. Torna-se oportuno salientar que, o novo sistema exige menos investimento em tecnologia e em máquinas especiais para a colheita;

b) - Comercialização antecipada de uma considerável parcela (cerca de 23,8%) da produção ora estimada para a safra 2009/10 que deverá totalizar em torno de 1.230,4 mil toneladas (portanto, ligeiramente superior tendo em vista que na projeção foi considerada a mesma produtividade da safra passada), já está comprometida, pois os registros de contratos em bolsa efetuados até agosto/09, totaliza 293,0 mil toneladas, das quais 243,0 mil são para exportação e 50,0 mil para o mercado doméstico.

Em substituição à cultura do algodão os produtores irão semear soja cujos custos de produção para a safra 2009/10 também apresentaram redução de 13,20% no Mato Grosso e 20,7% em Goiás, quando comparados aos valores desembolsados na temporada anterior. Um exercício de análise de substituição de culturas foi elaborado tomando como referência o Estado do Mato Grosso, para tanto, utilizou-se como parâmetro os custos variáveis de produção elaborados pela Conab em julho/09 e os valores de paridade de exportação FOB-MT, calculados a partir dos preços futuros do algodão (US$ 64,30 cents/lb) e da soja (970,00 cents/buhel) negociados, respectivamente, nas Bolsas de Nova Iorque e Chicago nos EUA, na semana de 24 a 28/08/09, com vencimentos previstos para setembro (algodão) e outubro/2010 (soja). O resultado, conforme pode ser observado no Quadro IV, apontou para uma margem de rentabilidade positiva em favor da soja em 42,7%, ao passo que a rentabilidade de algodão mostra-se negativa em cerca de 11,1%.

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2.3 – Análise do Quadro de Oferta e Demanda Os números consubstanciados no Quadro V já contemplam as novas tendências da produção de algodão para a próxima safra. Para tanto foi projetado um volume de produção equivalente a 1.230,4 mil toneladas. Esse montante, somado aos aos estoques finais de 2009, cerca de 293,6 mil toneladas, mais importação de 50,0 mil t, irá compor a oferta total de pluma para algo em torno de 1574,0 mil toneladas, montante este suficiente para atender a demanda total interna de consumo, inicialmente estimado em 1.000,0 mil toneladas, portanto, ligeiramente superior ao ano de 2009, haja vista as previsões de crescimento da economia. Também está contemplado neste montante a previsão de exportação de 300,0 mil t. Quanto aos estoques de passagem, inicialmente a avaliação é de que devem reduzir cerca de 6,7%, passando de 293,6 para 274,0 mil toneladas, quantidade esta equivalente a 2,5 meses de consumo, caracterizando uma situação de ligeira escassez do produto que poderá ser minimizada via incremento de mais importações se a demanda assim exigir.

Com relação ao quesito consumo, vale enfatizar que a projeção de redução para o corrente exercício está embasada na menor demanda da matéria por parte das indústrias de fiação que também foram afetadas pela crise financeira mundial. Também deve ser levado em consideração que todo o segmento da industria têxtil e de confecção do Brasil nos últimos anos vem sofrendo uma forte concorrência de produtos importados (fios, tecidos, confecções) de diversos países, notadamente da China. Quanto ao ano de 2010, trabalha-se com projeção de crescimento do consumo de 3,1%, haja vista as previsões de crescimento da economia em 2010.

I T E N S Unidade ALGODÃO SOJA1 - Produtividade/ha @ ou sc 60kh 100 50

2 - Preço Futuro FOB - MT R$/unidade 33,53 34,25

3 - Receita - produção (1*2) R$/ha 3.353,00 1.712,50

4 - Receita - caroço R$/ha 596,25 -

5 - Receita Bruta (3+4) R$/ha 3.949,25 1.712,50

6 - Custo Variável Médio R$/ha 4.441,98 1.200,14

7 - Rentabilidade (5-6) R$/ha (492,73) 512,36

8 - Rentabilidade (7/2) @ ou sc 60kg/ha (4,93) 10,25

7 - Rentabilidade (5/6) % -11,1% 42,7%Fonte/Elab: ConabQuantos ha de soja pelo custo de 1 ha de algodão 3,70Receita da área de soja 6.338,00

ANÁLISE DE SUBSTITUIÇÃO DE CULTURAS - MATO GROSSO ALGODÃO VERSUS SOJA

Quadro - IV

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2.4 – Cenário de Longo Prazo - 2008/09 a 2018/19

Em relação ao Brasil, o FAPRI - Food and Agricultural Policy Research Institute prevê para o ano safra 2009/10, redução na área a ser plantada e consequentemente na produção. A partir da safra seguinte, até a 2018/19, a entidade mostra-se otimista com o Brasil uma vez que projeta aumentos progressivos na produção, saindo de um patamar de 1.189,0 mil toneladas no ano safra 2009/10 para 2.391,0 mil toneladas em 2009/18, ou seja, em termos percentuais incremento de 101%. A projeção do aumento da produção obviamente se justifica via incremento da área e da produtividade, (ver Quadro VI), sendo que neste último quesito o Brasil ocupa lugar de destaque já que é o 2º colocado ficando atrás, apenas, da Austrália.

Quanto as previsões de consumo, os números relativos ao crescimento são modestos. O mesmo porém não pode ser dito em relação às previsões de exportação, tanto que, para o ano safra 2013/14, o FAPRI projeta que o Brasil deverá exportar 714;0 mil toneladas e, em 2018/19 1.276;0 mil tonelada, caracterizando, desta forma, ao longo da década um incremento de 235%.

Setembro/2009

DISCRIMINAÇÃO 2006 2007 2008 (1) 2009 (2) CENÁRIO - 2010 (3)O F E R T A 1.482,5 1.811,5 2.032,4 1.698,6 1.574,0Estoque Inicial 363,1 190,7 396,5 484,6 293,6Producão 1.037,8 1.524,0 1.602,2 1.194,0 1.230,4- Centro/Sul 702,8 1.044,4 1.062,2 788,0 758,6- Norte/Nordeste 335,0 479,6 540,0 406,0 471,8Importacões 81,6 96,8 33,7 20,0 50,0D E M A N D A 1.291,8 1.415,0 1.547,8 1.405,0 1.300,0Consumo Interno 987,3 995,6 1.014,9 970,0 1.000,0Exportacões 304,5 419,4 532,9 435,0 300,0Estoque Final 190,7 396,5 484,6 293,6 274,0Meses de Consumo 1,8 3,4 3,8 2,5 2,5Fonte: CONAB/ SECEX/SRF-MF/ SINDITEXTIL-ABIT/COOPERATIVAS/ICACELABORAÇÃO:CONAB(1) preliminar (2) estimativa (3) ProjeçãoDespesa com Importação 100,6 123,7 54,8 28,7 71,8Receita com Exportação 338,2 506,8 696,0 563,1 388,3

Quadro - V SUPRIMENTO DE ALGODÃO EM PLUMA - BRASIL

( 2006 a 2010 - Em mil t )

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2.5 - Reflexos no mercado e no abastecimento No Brasil da economia estabilizada, o real vai se firmando como moeda forte e permanecendo valorizada, não existindo perspectivas de mudanças expressivas, haja vista tratar-se de uma política macroeconômica. Somadas ao fator cambial, as grandes diferenças existentes entre o custo de produção e o valor de comercialização estão fazendo com que os produtores cada vez mais trabalhem no sentido de buscar maior eficiência na condução da lavoura produzindo mais com menos custo mas enquanto não encontram o ponto de equilíbrio, estão comercializando menos produto no mercado futuro e ao mesmo tempo migrando para outras culturas mais rentáveis, notadamente a soja. A partir das intervenções realizadas pelo Governo Federal, os contratos de exportação vêm sendo honrados e a credibilidade do produto brasileiro no mercado internacional sendo mantida. No corrente exercício (agosto e setembro) foram realizados três leilões objetivando auxiliar os cotonicultores na comercialização de 792 mil toneladas de pluma, retirando o produto da zona de produção e direcionando para as regiões de consumo. Em que pese os números de oferta e demanda indicarem para este ano e o próximo, uma situação não muito tranquilizadora, a probabilidade de uma eventual elevação dos preços da matéria-prima no mercado interno ainda assim parece pouco provável vez que a formação dos preços internos são fortemente influenciados pela paridade de importação, cujos indicativos futuros sinalizam para valores inferiores ao preço mínimo. 3 – ANÁLISES PROSPECTIVAS

Pelas previsões do International Cotton Advisory Committee - ICAC Departamento de Agricultura dos Estados Unidos - USDA haverá um volume de produção mundial

ANO SAFRA 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16 16/17 17/18 18/19

AREA - ( Em Mil ha) 883 788 862 955 1.047 1.125 1.199 1.271 1.341 1.410 1.479incremento % -10,80 9,35 10,90 9,61 7,40 6,60 6,02 5,47 5,17 4,89

PRODUTIVIDADE - Kg/ha 1.427 1.509 1.521 1.533 1.545 1.557 1.569 1.581 1.593 1.605 1.617incremento % 5,75 0,80 0,79 0,78 0,78 0,77 0,76 0,76 0,75 0,75

PRODUÇÃO - (Em Mil ton.) 1.260 1.189 1.310 1.465 1.618 1.751 1.881 2.010 2.136 2.263 2.391incremento % -5,68 10,22 11,77 10,47 8,23 7,42 6,83 6,27 5,96 5,68

CONSUMO - (Em Mil ton.) 956 936 943 953 970 985 1.001 1.017 1.034 1.050 1.068incremento % -2,10 0,72 1,11 1,75 1,59 1,56 1,66 1,62 1,63 1,64

EXPORTAÇÃO - (Em mil ton.) 469 381 376 472 590 714 832 944 1.056 1.166 1.276incremento % -18,74 -1,35 25,40 25,19 21,00 16,45 13,51 11,78 10,44 9,47Fonte FAPRI - Food and Agricultural Policy Research Institute/ Abril/2009Elaboração: Conab

QUADRO IV - BRASIL - ESTIMATIVA DE ÁREA, PRODUTIVIDADE, PRODUÇÃO E EXPORTAÇÃO

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de algodão inferior à demanda, caracterizando um quadro de menor oferta de produto e de uma leve retração nos estoques de passagem ( continuando mesmo assim em patamar elevado) nos próximos dois anos safra. Segundo a publicação do ICAC de 01/09/2009, o preço médio de comercialização

da pluma projetado para a safra 2009/10, US$ 63,00 cents/libra-peso será superior em cerca de 2,9% ao valor médio verificado na safra 2008/09 (índice A de Liverpool), haja visto a previsão de menor produção com leve aumento do consumo e ligeira redução dos estoques mundiais de passagem. Nesse sentido, os indicativos de preços futuros da bolsa de Nova Iorque também são positivos, embora menos otimista pois apontam para valores superiores aos verificados na atualidade no mercado internacional. O cenário dos preços internos (abaixo do preço mínimo) e as perspectivas de

apenas leve incremento dos preços futuros no mercado internacional, para a próxima temporada, aliados a outros fatores conjunturais internos constitui um panorama que não motiva os cotonicultores do Brasil, por isto, a tendência natural é de que área plantada com algodão na safra 2009/10 tende a decrescer. A retomada do crescimento da produção do algodão no país num primeiro

momento somente se confirmará mediante a mudança de parâmetros significativos nos seguintes fatores considerados básicos, a saber: a) retomada da valorização do dólar frente ao real, b) aumentos mais expressivos dos preços internacionais via crescimento do consumo e redução dos estoques de passagem, c) maior retração dos custos de produção notadamente dos preços dos insumos e fertilizantes e d) retirada dos subsídios concedidos pelo Governo Americano a seus produtores.

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ARROZ

Regina Célia G. Santos

1 – Oferta e Demanda Internacional

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), no relatório

World Markets and Trade, de setembro de 2009, estima que a produção mundial de arroz beneficiado atingirá 433,5 milhões de toneladas no ano safra 2009/10. O consumo foi projetado em 437,9 milhões de toneladas, resultando num déficit de 4,4 milhões de toneladas. Assim, os estoques finais deverão ser da ordem de 84,8 milhões de toneladas, correspondente a 19,37% do consumo previsto. O nível de produção projetado está inferior ao de consumo o que causa diminuição do estoque de passagem, com decréscimo de 5,26% entre os anos 2008/09 e 2009/10. O volume do estoque final global tem se estabilizado ao redor de 80 milhões de toneladas, nas últimas quatro safras. (Quadro 1.1)

Na safra 2008/09, a produção mundial de arroz foi de 444,6 milhões de toneladas, das quais 215 milhões de toneladas foram produzidas pelo Leste Asiático. Os países produtores são: A China com 90% do total, o Japão com 5%, a Coréia do Sul com 3%, Coréia do Norte com 1,3% e Taiwan com 0,8%. Na China, nas últimas 5 safras (2004/05 a 2008/09) houve um incremento de 7,18% na produção.

A produção no Mercosul atingiu, na safra 2007/08, 14,8 milhões de toneladas, das quais 81,75% foram produzidas no Brasil. Para a safra 2009/10, estimativas do USDA indicam uma produção de 15,9 milhões de toneladas. Os excedentes exportáveis vêm crescendo ano a ano, exceção feita a 2001/02, quando houve forte frustração de safra. 1.2 - Preços internacionais

Atualmente, os preços internacionais estão estáveis mas operando em patamares maiores dos últimos cinco anos. Esta elevação correlaciona-se fortemente com a redução dos estoques mundiais. Os preços estão em US$ 530.00 na Tailândia para arroz beneficiado 100%B e US$ 550.00 nos EUA para arroz beneficiado 5%. Os preços do arroz beneficiado na Argentina e no Uruguai estão em US$ 500.00/tonelada FOB e US$ 510.00/tonelada FOB, respectivamente.

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Fonte: USDA (*) Estimativa (**)Previsão

- Oferta e Demanda Nacional

O décimo primeiro levantamento de safra, divulgado pela Conab, em agosto de 2009 indic

climáticas em todo o ciclo da cultura, aliado à boa tecnologia adotada.

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a uma produção nacional de arroz, para a safra 2008/2009 de 12,6 milhões de toneladas, 4,7% superior à colhida da safra passada, resultado das boas condições

SAFRA EVENTOS CHINA ÍNDIA INDONÉSIA BANGLADESH VIETNÃ TAILÂNDIA EUA MUNDO1-Estoque inicial 43.915,0 10.800,0 4.018,0 889,0 1.025,0 1.706,0 761,0 82.122,02-Produção 125.363,0 83.130,0 34.830,0 25.600,0 22.716,0 17.360,0 7.462,0 401.756,03-Importação 609,0 0,0 500,0 785,0 320,0 0,0 419,0 28.931,04-Suprimento total (1+2+3) 169.887,0 93.930,0 39.348,0 27.274,0 24.061,0 19.066,0 8.642,0 512.809,05-Consumo 130.300,0 80.861,0 35.850,0 26.900,0 17.595,0 9.480,0 3.934,0 409.425,06-Exportação 656,0 4.687,0 0,0 0,0 5.174,0 7.274,0 3.863,0 28.931,07-Demanda total (5+6) 130.956,0 85.548,0 35.850,0 26.900,0 22.769,0 16.754,0 7.797,0 438.356,08-Estoque final (4-7) 38.931,0 8.500,0 3.448,0 374,0 1.292,0 2.312,0 1.211,0 73.390,09- Relação estoque X consu 29,88 10,51 9,62 1,39 7,34 24,39 30,78 17,931-Estoque inicial 38.931,0 8.500,0 3.448,0 374,0 1.292,0 2.312,0 1.211,0 73.390,02-Produção 126.414,0 91.790,0 34.959,0 28.758,0 22.772,0 18.200,0 7.105,0 418.421,03-Importação 654,0 0,0 539,0 531,0 350,0 0,0 633,0 29.120,04-Suprimento total (1+2+3) 165.999,0 100.290,0 38.946,0 29.663,0 24.414,0 20.512,0 8.949,0 520.931,05-Consumo 128.000,0 85.088,0 35.739,0 29.000,0 18.392,0 9.544,0 3.828,0 415.821,06-Exportação 1.216,0 4.537,0 0,0 0,0 4.705,0 7.376,0 3.307,0 29.120,07-Demanda total (5+6) 129.216,0 89.625,0 35.739,0 29.000,0 23.097,0 16.920,0 7.135,0 444.941,08-Estoque final (4-7) 36.783,0 10.520,0 3.207,0 663,0 1.317,0 3.594,0 1.371,0 75.990,09- Relação estoque X consu 28,74 12,36 8,97 2,29 7,16 37,66 35,82 18,271-Estoque inicial 36.783,0 10.520,0 3.207,0 663,0 1.317,0 3.594,0 1.371,0 75.990,02-Produção 127.200,0 93.350,0 35.300,0 29.000,0 22.922,0 18.250,0 6.267,0 420.674,03-Importação 472,0 0,0 2.000,0 1.570,0 450,0 0,0 695,0 31.844,04-Suprimento total (1+2+3) 164.455,0 103.870,0 40.507,0 31.233,0 24.689,0 21.844,0 8.333,0 528.508,05-Consumo 127.200,0 86.700,0 35.900,0 29.764,0 18.775,0 9.780,0 4.102,0 421.561,06-Exportação 1.340,0 6.301,0 0,0 0,0 4.522,0 9.557,0 3.029,0 31.844,07-Demanda total (5+6) 128.540,0 93.001,0 35.900,0 29.764,0 23.297,0 19.337,0 7.131,0 453.405,08-Estoque final (4-7) 35.915,0 11.430,0 4.607,0 1.469,0 1.392,0 2.510,0 1.266,0 75.103,09- Relação estoque X consu 28,24 13,18 12,83 4,94 7,41 25,66 30,86 17,821-Estoque inicial 35.915,0 11.430,0 4.607,0 1.469,0 1.392,0 2.510,0 1.266,0 75.103,02-Produção 129.850,0 96.690,0 37.000,0 28.800,0 24.375,0 19.300,0 6.344,0 433.393,03-Importação 295,0 0,0 350,0 1.658,0 300,0 0,0 651,0 29.637,04-Suprimento total (1+2+3) 166.060,0 108.120,0 41.957,0 31.927,0 26.067,0 21.810,0 8.261,0 538.133,05-Consumo 127.450,0 90.466,0 36.350,0 30.747,0 19.400,0 9.600,0 4.078,0 428.198,06-Exportação 969,0 3.383,0 0,0 0,0 4.649,0 10.011,0 3.273,0 29.637,07-Demanda total (5+6) 128.419,0 93.849,0 36.350,0 30.747,0 24.049,0 19.611,0 7.351,0 457.835,08-Estoque final (4-7) 37.641,0 13.000,0 5.607,0 1.180,0 2.018,0 2.207,0 942,0 80.298,09- Relação estoque X consu 29,53 14,37 15,43 3,84 10,40 22,99 23,10 18,751-Estoque inicial 37.641,0 13.000,0 5.607,0 1.180,0 2.018,0 2.207,0 942,0 80.298,02-Produção 134.330,0 99.150,0 38.300,0 31.000,0 23.706,0 19.400,0 6.515,0 444.583,03-Importação 330,0 0,0 800,0 500,0 500,0 0,0 700,0 28.202,04-Suprimento total (1+2+3) 172.301,0 112.150,0 44.707,0 32.680,0 26.224,0 21.607,0 8.157,0 553.083,05-Consumo 129.300,0 93.150,0 37.647,0 31.000,0 19.150,0 10.292,0 4.083,0 435.832,06-Exportação 800,0 2.000,0 0,0 0,0 5.700,0 8.500,0 3.100,0 28.202,07-Demanda total (5+6) 130.100,0 95.150,0 37.647,0 31.000,0 24.850,0 18.792,0 7.183,0 464.034,08-Estoque final (4-7) 42.201,0 17.000,0 6.600,0 1.680,0 1.374,0 3.115,0 974,0 89.319,09- Relação estoque X consu 32,64 18,25 17,53 5,42 7,17 30,27 23,86 20,491-Estoque inicial 42.201,0 17.000,0 6.600,0 1.680,0 1.374,0 3.115,0 974,0 89.319,02-Produção 135.100,0 84.000,0 37.600,0 31.000,0 23.795,0 20.000,0 6.970,0 433.514,03-Importação 350,0 0,0 800,0 500,0 500,0 0,0 735,0 29.220,04-Suprimento total (1+2+3) 177.651,0 101.000,0 45.000,0 33.180,0 25.669,0 23.115,0 8.679,0 552.053,05-Consumo 131.850,0 89.500,0 37.693,0 31.800,0 19.150,0 9.600,0 4.137,0 437.977,06-Exportação 1.300,0 1.500,0 0,0 0,0 5.000,0 10.000,0 3.050,0 29.220,07-Demanda total (5+6) 133.150,0 91.000,0 37.693,0 31.800,0 24.150,0 19.600,0 7.187,0 467.197,08-Estoque final (4-7) 44.501,0 10.000,0 6.807,0 1.380,0 1.519,0 3.523,0 1.404,0 84.856,09- Relação estoque X consu 33,75 11,17 18,06 4,34 7,93 36,70 33,94 19,37

Quadro 1.1 - Balanço de Oferta e Demanda Mundial de Arroz Beneficiado - em mil toneladas

2004

/05

2005

/06

2009

/10(

**)

Mai

-09/

Mar

-10

2006

/07

2007

/08

2008

/09(

*)

Mai

-08/

Mar

-09

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A colheita está finalizada nas principais regiões produtoras do País, registrando bons índices de produtividade média em comparação à safra 2007/2008. No Rio Grande d

14.515,7 mil

.1 – Preços

o inicio do ano de 2009 o mercado de arroz iniciou uma fraqueza no ferencial de preços, reflexo da entrada da nova safra. A tendência no comportamento

baixista das

o Sul a média de produtividade atingiu 7.150kg/ha, 3,6% acima da média registrada no ciclo anterior. Em Santa Catarina, apesar das adversidades climáticas as lavouras obtiveram em média 6.950 Kg/ha, o que é considerado recorde em toda a série histórica. Na região Centro-Oeste, embora as precipitações pluviométricas tenham ocorrido de forma irregular, mais precisamente nos meses de novembro e dezembro de 2008, a colheita transcorreu normalmente, mostrando bom desempenho em produtividade. Na região Nordeste (sul do Maranhão e sul do Piauí), a colheita está finalizada, apresentando perdas em produtividade motivada por fatores climáticos. A área total do País foi de 2,9 milhões de hectares, incremento de 1,2% em relação ao ciclo passado que foi de 2,87 milhões de hectares, com destaque para as regiões Centro-Oeste e Sul do País, que obtiveram ganhos da ordem de 13,6% e 2,5%, respectivamente.

O Quadro 2 ilustra a situação da oferta e da demanda de arroz em casca no Brasil. Observa-se, para o ano safra 2008/09, que a oferta total está projetada em

toneladas, resultado de uma produção de 12.634,4 mil toneladas de importações da ordem de 800 mil toneladas e de um estoque de passagem de 965,7 mil toneladas. A demanda, por outro lado, está prevista em 13.550 mil toneladas – exportações estimadas em 600 mil toneladas e consumo em 12.950 mil toneladas. Com estes valores, o estoque final está calculado em 965,7 mil toneladas, suficiente para atender 1 mês de consumo.

2

Nre

cotações, naquele momento, era considerada sazonal, pois a retomada de alta ocorreria em meados de maio. Isso não aconteceu e a saca de 50 quilos, chegou a ser comercializada em maio a pouco menos de R$ 25,00, abaixo do preço mínimo que é de R$ 25,80.

Quadro 2 - Quadro de Suprimento Brasileiro de Arroz em Casca - em mil toneladas

SAFRAESTOQUE

INICIAL PRODUÇÃO IMPORTAÇÃO SUPRIMENTO CONSUMOEXPORTAÇÃO ESTOQUE

FINAL

2001/02 2.111,9 10.776,1 737,3 13.625,3 12.000,0 47,6 1.577,7

2002/03 1.577,7 10.517,1 1.601,6 13.696,4 12.250,0 23,5 1.422,9

2003/04 1.422,9 12.960,4 1.097,3 15.480,6 12.660,0 92,2 2.728,4

2004/05 2.728,4 13.355,2 728,2 16.811,8 12.900,0 379,7 3.532,1

2005/06 3.532,1 11.971,7 827,8 16.331,6 13.000,0 452,3 2.879,3

2006/07 2.879,3 11.315,9 1.069,6 15.264,8 13.100,0 313,0 1.851,8

2007/08 (*) 2.021,7 12.059,6 589,9 14.671,2 12.800,0 789,9 1.081,3

2008/09 (**) 1.081,3 12.634,4 800,0 14.515,7 12.950,0 600,0 965,7Fonte: Conab (*) Previsão (**) Estimativa

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A queda de preços no mercado interno deve-se, em grande parte, ao comportamento cambial. A boa oferta doméstica e a possibilidade de importação, dada a apreciação d

e opção. As regras foram expressas na Portaria interministeri

leilões promovidos pela Companhia N

assim, uma participação cada vez maior neste restrito e exigente mercado. Os resultados c

exportado fo

ais ajustada à demanda, com um volume de estoque de assagem bem menor, a liberação de recursos para operações de formação de estoques

públicos já n

falta de terras apropriadas à cultura e situadas próximas de

a moeda nacional em relação ao dólar, faz com que se retarde e minimize o processo de recuperação dos preços.

A Conab, no acompanhamento dessa evolução baixista de preço, iniciou no dia 14.04.09 os leilões de contrato d

al nº 502 (Ministérios da Agricultura e Fazenda), que especifica para o arroz longo fino em casca, o preço de exercício de R$ 30,35 a saca de 50 quilos, com vencimento em 1 de outubro. Com os mecanismos de opção oferecidos pelo governo, em outubro próximo haverá garantia de venda da saca a R$ 30, 35.

Podem participar produtores e cooperativas dos Estado do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Esse tipo de contrato, adquirido em

acional de Abastecimento (Conab), garante a comercialização da colheita do produtor que tem a opção de vender ao governo, caso o preço de mercado esteja abaixo do estabelecido no contrato. Com preços em elevação, o sufoco do mercado do arroz tomou novo fôlego depois das medidas de incentivo anunciadas pelo governo federal. O preço médio, para mês de setembro, da saca de 50 quilos ficou cotada em R$ 27,00.

O arroz brasileiro segue marcando presença no mercado internacional e garantindo,

omerciais neste último mês foram bastante positivos para a balança comercial. Em abril as exportações dobraram de volume em relação ao que foi importado.

Além do aumento do volume de exportações houve também um incremento na participação do cereal de valor agregado. Entre março e abril 70% do volume

i de arroz beneficiado (grão inteiro), enquanto que as vendas do cereal quebrado representaram aproximadamente 26%. 3- Análise Prospectiva

A oferta mp

o momento da colheita e preços internacionais estáveis e elevados, fazem crer que em 2010 os preços devem se estabelecer em patamares próximos aos que estão sendo observados em 2009. (Quadro 3).

A lavoura de arroz vem crescendo em produtividade, embora a expansão da área esteja encontrando dificuldades pela

mananciais suscetíveis a tomadas de água ou derivações para utilização na irrigação, uma vez que a maior parcela da produção vem do arroz irrigado. A safra 2009/10 está na fase inicial de implantação. Na região Centro Sul, teve início a semeadura que deverá se estender até o mês de novembro.

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Quadro 3 - Quadro de Suprimento Brasileiro de Arroz em Casca - em mil toneladas

SAFRAESTOQUE

INICIAL PRODUÇÃO IMPORTAÇÃO SUPRIMENTO CONSUMOEXPORTAÇÃO ESTOQUE

FINAL

2001/02 2.111,9 10.776,1 737,3 13.625,3 12.000,0 47,6 1.577,7

2002/03 1.577,7 10.517,1 1.601,6 13.696,4 12.250,0 23,5 1.422,9

2003/04 1.422,9 12.960,4 1.097,3 15.480,6 12.660,0 92,2 2.728,4

2004/05 2.728,4 13.355,2 728,2 16.811,8 12.900,0 379,7 3.532,1

2005/06 3.532,1 11.971,7 827,8 16.331,6 13.000,0 452,3 2.879,3

2006/07 2.879,3 11.315,9 1.069,6 15.264,8 13.100,0 313,0 1.851,8

2007/08 2.021,7 12.059,6 589,9 14.671,2 12.800,0 789,9 1.081,3

2008/09 (*) 1.081,3 12.634,4 800,0 14.515,7 12.950,0 600,0 965,7

2009/10 (**) 965,7 12.205,0 900,0 14.070,7 12.950,0 500,0 620,7Fonte: Conab (*) Previsão (**) Estimativa

Não há indícios de alteração de área plantada, mas um fato que poderá

influenciar na produção é o El Niño. A Agência Nacional e Atmosférica dos Estados Unidos – Noaa – prevê que com chegada do fenômeno climático há possibilidade de provocar seca no Nordeste brasileiro e na região amazônica e enchentes no Sul do país entre o fim deste ano e o começo de 2010. Em função de tais influências climáticas, a produção estimada para a próxima safra é de 12,2 milhões de toneladas.

Com referência ao comércio exterior do arroz, por muito tempo o Brasil foi considerado importador líquido de arroz, situação que vem se revertendo nos últimos anos. Nesta safra o país está obtendo bons números de exportação e tendo a oportunidade de se consolidar vendendo produto de boa qualidade.

No ano comercial 2008/2009, os bons preços no mercado externo abriram a possibilidade de exportação, e o país exportou volume recorde, 789,9 mil toneladas, sendo 60,8% de arroz beneficiado branco polido. A despeito de se esperar uma safra maior para este ano, é fundamental que os canais de comercialização conquistados nos últimos anos continuem sendo abastecidos, pois as exportações permitem escoar os excedentes, garantir vias alternativas de comercialização e gerar divisas para o país. (Quadro 3.1)

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om relação ao apoio à comercialização deste produto, é importante ressaltar que

IMPORTAÇÃO

03/2009 a 02/2010(*) 41.728.480 142.468.764 236.204.804 1.095.150 421.497.197mar/09 5.360.310 22.542.233 46.651.426 0 74.553.969abr/09 7.183.550 22.508.974 36.338.935 401.310 66.432.769mai/09 6.678.250 25.450.170 41.639.102 120.540 73.888.062jun/09 9.295.560 22.156.375 28.557.756 305.760 60.315.451jul/09 6.109.550 29.353.478 36.356.534 0 71.819.562

ago/09 7.101.260 20.457.533 46.661.050 267.540 74.487.384

EXPORTAÇÃO

03/2009 a 02/2010(*) 29.921.956 16.938.586 334.932.062 178.100.594 559.893.198mar/09 41.540 3.698.656 64.063.085 2.721.902 70.525.183abr/09 0 3.559.083 73.644.425 48.802.799 126.006.306mai/09 0 3.082.281 22.570.258 33.231.892 58.884.431jun/09 0 2.383.075 48.126.493 26.135.758 76.645.326jul/09 15.000.240 2.966.540 86.840.010 48.099.148 152.905.938

ago/09 14.880.176 1.248.952 39.687.791 19.109.096 74.926.014

Fonte: MDIC - AliceWeb - (*) AGOSTO de 2009

Quebrado (3)

Desbramado (1) Branco (2) Quebrado (3) Total Base CascaAno comercial Casca

Desbramado (1) Branco (2) Total Base Casca

3.1 - Impotação e Exportação de Arroz em Casca e Beneficiado, em quilogramas

Ano comercial Casca

C a atuação do Governo Federal, por meio da Conab, tem sido eficiente em

dois momentos, quais sejam, quando o produtor colhe sua safra e encontra o mercado sobre-ofertado e, quando se ressente da falta de matéria-prima para movimentar o parque industrial.

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PROSPECÇÃO PARA SAFRA 2009/10

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20

CAFÉ

Jorge Queiroz

. MERCADO INTERNACIONAL

Segundo o USDA, a produção mundial de café deverá atingir no ano 009/2010, um total de 127,4 milhões de sacas. Entretanto, a OIC (Organização

Interna

ilhões de sacas – totalmente divergente da expectativa da OIC que está

acas. Segundo aquele órgão do Governo americano, os “estoques relativos aos países

1

2cional do Café), afirma que essa produção alcançaria 128,8 milhões de sacas, ou

seja, uma diferença de 1,10% de previsão entre os dois Organismos. Dentro dessa expectativa a produção brasileira estaria representando 30,6% (em relação à projeção do USDA) da produção mundial. Para o próximo ano - 2010/2011 – a safra mundial poderia alcançar algo próximo de 131,0 milhões de sacas (projeção feita com base nos dados do USDA). Com relação ao consumo mundial, o USDA está estimando para 2009/2010, 121,06 mprognosticando algo próximo de 130,0 milhões de sacas, o que equivale a uma substantiva diferença de 7,39%. Levando-se em consideração que a OIC prevê um incremento anual desse consumo, da ordem de 2,0%, seria compatível se estimar um consumo mundial de café para 2010/2011, da ordem de 123,48 milhões de sacas (na projeção do USDA), e de 132,6 milhões de sacas (na previsão da OIC).

Tabela 1

Os

USDA está prevendo ainda um estoque final para 2009/2010 de 35,29 milhões de

importadores estão em níveis estáveis, com média de 22 milhões de sacas nos últimos 07 anos”. Já com relação aos países produtores registrou-se uma queda de sete milhões de sacas entre 2003/2004 e 2009/2010, passando de 20,0 milhões para 13,0 milhões de sacas.

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USDA está prevendo ainda um estoque final para 2009/2010 de 35,29

milhões de s

elaborar uma análise de tendência para 2010/2011, chegaríamos, então, aos

. MERCADO INTERNO

.1. Análise do Comportamento da Produção, Preço e Custo

A perspectiva de produção para esta safra, de 2009/2010, é, segundo a

s pomares de café (com destaque para as plantações de café aráb

Oacas. Segundo aquele órgão do Governo americano, os “estoques relativos

aos países importadores estão em níveis estáveis, com média de 22 milhões de sacas nos últimos 07 anos”. Já com relação aos países produtores registrou-se uma queda de sete milhões de sacas entre 2003/2004 e 2009/2010, passando de 20,0 milhões para 13,0 milhões de sacas.

Ao seseguintes números: estoque inicial: 35,293 milhões de sacas; produção:

131,00 milhões de sacas; importação: 91,0 milhões de sacas; exportação: 101,0 milhões de sacas; consumo: 123,48 milhões de sacas e estoque final: 32,81 milhões de sacas. 2

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2 terceira estimativa de safra, elaborada pela Conab (e divulgada em setembro/2009), de 39,00 milhões de sacas de 60 kg.

Neste ano de 2009, oica) estão sofrendo os efeitos de um fenômeno conhecido como bienalidade

negativa, fenômeno este que provoca na planta, um estresse fisiológico que compromete a sua capacidade produtiva. Nos últimos anos em que ocorreram essas safras de bienalidade negativa, presenciou-se reduções que oscilaram em torno de 20%, isto quando comparado com o volume produzido numa safra cheia.

Gráfico 1

EVOLUÇÃO DO PREÇO DO ARÁB a 2009 PAGO AO PRODUTOR(PREÇO SACA 60Kg EM REAL E DÓLAR)

25,00

75,00

125,00

175,00

225,00

275,00

325,00

jan/

96

mai

/96

set/9

6

jan/

97

mai

/97

set/9

7

jan/

98

mai

/98

set/9

8

jan/

99

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/99

set/9

9

jan/

00

mai

/00

set/0

0

jan/

01

mai

/01

set/0

1

jan/

02

mai

/02

set/0

2

jan/

03

mai

/03

set/0

3

jan/

04

mai

/04

set/0

4

jan/

05

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/05

set/0

5

jan/

06

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/06

set/0

6

jan/

07

mai

/07

set/0

7

jan/

08

mai

/08

set/0

8

jan/

09

mai

/09

ICA NO PERÍODO 1996

R$ US$ Média anual R$ Média anual US$

R$ 246,10

R$ 255,62

R$ 250,42

R$ 243,49

Dif 2006 a 2009 3,87%

R$ 241,6712/99

US$ 113,15

US$ 116,97 US$ 125,23

US$ 139,35 R$ 100,10 06/0 Dif 2006 a 2009

3 38%US$ 34 03

2

R$ 336,77 03/05

FONTE: COOPARAÍSO

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A produção de café arábica representa cerca de 75% da produção nacional. Os cafeiculto

, no mesmo período – ou seja, nos últimos quatro anos -, o custo variáv

fé arábica, tipo 6, bebida

odutor, e, por

ima safra. As

judicar os ganhos dos

Em função desse rol de dificuldades que foi mencionado acima, estima-se

res desse tipo de grão estão concentrados, na sua grande maioria, nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná. O atual momento não tem sido propício para os produtores de arábica. Conforme pode ser constatado no gráfico a seguir, os preços desse tipo de café, nos últimos 4 anos, tiveram um incremento inexpressivo. Num comparativo entre a média das cotações praticadas no ano de 2006, com a média dos preços relativos aos sete primeiros meses de 2009, conclui-se que houve um pequeno avanço, de apenas 3,87%.

Por outro ladoel de produção de uma saca, por exemplo, registrou um incremento de

48,38%. No caso do custo operacional essa variação alcançou 50,14% e num comparativo com o custo total, esse diferencial atingiu 45,68%. O preço médio de 2009 (no mercado físico) do cadura, se encontra 2,32% abaixo do preço mínimo atual, que é de R$ 261,69. Esse descompasso tem afetado bastante a rentabilidade do prconseguinte, a sua performance. Evidentemente que esse será um dos fatores que acabará contribuindo negativamente para o resultado da próxima safra. Certamente que muitos desses produtores terão dificuldades em realizar os tratos culturais adequados, na época propícia e isso resultará numa possível redução da produtividade. Outros fatores deverão influenciar no tamanho da próxdespesas relacionadas à mão-de-obra – que em geral gira entre 35% a 50% do custo de produção de uma saca - foi outro item que teve um crescimento bem representativo. Essas elevações de preços têm sido sentidas de uma forma mais intensa por parte de uma parcela dos produtores brasileiros - os pequenos e os médios -, que na verdade representam cerca de 80% dos cafeicultores nacionais. Além de ter um peso considerável na composição do custo de uma saca de café, a mão-de-obra está começando a ficar escassa. Muitos desses trabalhadores estão sendo aproveitados em outras culturas concorrentes, como é o caso, por exemplo, da cana-de-açúcar. Um outro fator que está contribuindo para preprodutores, está relacionado às chuvas que neste ano se precipitaram de uma forma mais intensa, nas principais regiões produtoras de café, exatamente nos meses em que estava se intensificando a colheita. Com isso a qualidade do produto apurado deverá ficar, pelo menos, parcialmente comprometida, redundando em preços menores para esse cafeicultor. que a produtividade apurada por esses agricultores deverá sofrer uma redução, isso, tendo como referência um ano de safra cheia, uma vez que o ano-safra 2010/2011 será, também, um período de carga plena. Não seria nada improvável que viesse a ocorrer uma redução em torno de 4%, na produtividade média nacional, nos pomares de arábica. Levando-se em consideração que no último ano de bienalidade positiva (ou seja, de safra cheia) a produtividade apurada – relativa ao café arábica - foi de 21,44 sacas por hectare (quarta e última estimativa da Conab para a safra de 2008), poderíamos prever para o próximo ano uma rentabilidade média nacional de 20,58 sacas por hectare.

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se refere à área plantada de café arábica, a Conab está prevendo – na sua terce

produção de arábica de

r ocorrido uma

Gráfico 2

No queira estimativa – para este ano (2009/2010), um total de 1.772.950 hectares,

sendo 203.891 hectares (ou 11,50%), de área em formação e 1.569.059 hectares (ou 88,50%), de área em produção. Para o próximo ano – 2010/2011 - acredita-se que não ocorrerá uma diminuição da área plantada de 2009/2010 e, portanto, se trabalharia com os mesmos números que foram levantados naquela ocasião. Multiplicando-se, então, a área plantada em1.569.059 hectares, pela expectativa de produtividade média nacional (relativa ao café arábica) para o próximo ano – 20,58 sacas por hectare -, se chegaria a um volume de 32.291.234 sacas de café arábica, para a próxima safra – de 2010/2011. Com relação ao café conilon supõe-se que, apesar de teredução na média mensal dos preços praticados nos últimos meses, a produção desse tipo de café deverá apresentar um incremento para a próxima safra – 2010/2011.

EVOLUÇÃO DO PREÇO DO CONILON NO PERÍODO DE 2004 A 2009(em R$)

227,66

180,09

MÉDIA/08218,38

MÉDIA/07202,46

Este texto pode ser reproduzido por qualquer meio, desde que seja citada a fonte. Página 23 de 86

MÉDIA/09204,31

MÉDIA/06 178,32

140

150

160

170

180

190

200

210

220

230

jan/

04

mai

/04

set/0

4

jan/

05

mai

/05

set/0

5

jan/

06

mai

/06

set/0

6

jan/

07

mai

/07

set/0

7

jan/

08

mai

/08

set/0

8

jan/

09

mai

/09

FONTE: CEPEA/ESALQ/BM&F e Boletin do Café - Centro do Comércio do Café do Rio de Janeiro

A média dos preços para esse tipo de grão, referente ao ano de 2009, se

ilon para a próxima

encontra 30,49% acima do atual preço mínimo, que é de R$ 156,57. Com isso, é de se supor que a área plantada de consafra deverá ter um incremento médio de 6%, passando dos atuais 565.351 hectares (projeção da terceira estimativa da Conab, para a safra de 2009) - sendo 31.861 hectares (ou 5,63%), em formação e 533.490 hectares (ou 94,36%), em produção, para um total de 599.272 hectares em 2010/2011. Acredita-se, ainda, que a área em formação terá um incremento percentual maior do que a área em produção. A expectativa seria o de um incremento de 10% para a área em formação que ocuparia um total de 35.047 hectares, e de um aumento de 5,76% para a área em produção, que alcançaria, portanto, um total de 564.225 hectares.

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relativamente favorável, lhe permitindo proporcionar um tratamento

20,0 sacas por hectare, supõe-se que

o de produção de café conilon – 11.735.880

relação à previsão do ano anterior, que era de 17,5 milhões de

Tendo em vista que os produtores de conilon tiveram, no ano de 2009, uma margem de ganhoadequado às suas plantas, é de se prever que produtividade média nacional desse tipo de café deverá ter um incremento da ordem de 4%. Levando-se em consideração que essa produtividade média nacional alcançará, neste ano de 2009, algo em torno depara a próxima safra essa produtividade deverá atingir 20,80 sacas por hectare. Com isso se alcançaria uma expectativa de produção de café conilon, para o próximo exercício, da ordem de 11.735.880 de sacas por hectare. Somando-se agora a expectativa de produção de café arábica de 32.291.234 milhões de sacas, com a projeçãde sacas, teríamos uma expectativa de produção para a safra 2010/2011, um total de 44.027.114 de sacas. Com relação ao consumo doméstico, conjectura-se que deverá ocorrer um incremento de 3%, emsacas. Portanto, o consumo interno, relativo ao ano-safra 2010/2011, deverá alcançar 18,025 milhões de sacas.

Gráfico 3

CONSUMO INTERNO DE CAFÉ

8,2 8,5 8,9 9,1 9,310,1

11,0 11,512,2 12,7 13,2 13,5 13,8 14,2

15,015,6 16,0 16,5 17,0

18,017,5

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0

20,0

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010*

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Total, incluindo solúvelFONTE: ABIC

(EM MILHÕES DE SACAS DE 60KG)

+119,51%

(*) previsão

(*)

Ainda sobre esse assunto – consumo interno – constatou-se que a crise econômica-financeira que se abateu sobre várias economias mundiais, praticamente não

atingiu esse segmento aqui no Brasil. Novas cafeterias – cada vez mais sofisticadas - continuam a ser instaladas nas grandes metrópoles e cidades de porte médio. O consumo de cafés especiais e gourmets, é cada vez mais incentivado pelos meios de comunicação, pelas grandes redes varejistas e pela própria ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café, através de uma sistemática campanha de marketing.

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2.2. Exportação e o Comportamento Cambial

25

No que se refere às exportações, o Brasil continua a apresentar um exportado. No primeiro trimestre deste

no (2009) as exportações totais de café – incluindo os verdes, o solúvel e o torrado -, tingiram 7,34 milhões de sacas, o que significou um incremento de 9,22%, em relação ao

2% no volume exportado, em relação a

crescimento significativo com relação ao volumeaaprimeiro trimestre de 2008, onde foram exportadas 6,72 milhões de sacas. No segundo trimestre ocorreu um incremento ainda maior. Nos meses de abril, maio e junho de 2009, as exportações alcançaram o volume de 7,39 milhões de sacas, o que representou um expressivo acréscimo de 19,20%, em relação ao que foi exportado no mesmo período de 2008. Anualizadas – de agosto de 2008 a julho de 2009 -, as exportações já alcançaram 31.454.682 sacas, o que significa um aumento de 15,41% em relação ao mesmo período anterior. É importante lembrar que grande parte desses embarques ocorreram no auge da segunda maior crise financeira mundial – momento em que várias linhas de financiamento foram suspensas, inviabilizando uma parte substantiva do comércio internacional -, o que torna esses números ainda mais expressivos. Entretanto, paradoxalmente, quando se observa os números relacionados às receitas provenientes dessas exportações, nos deparamos com uma situação totalmente diversa daquela referente à apuração dos volumes exportados. Enquanto que no primeiro trimestre/2009 houve um incremento de 9,2idêntico período do ano anterior, quando se observa os dados referentes às receitas, constata-se um decréscimo de 7,55%. Os números relativos às exportações do segundo trimestre/2009, indicam a ocorrência de um incremento ainda mais significativo do volume exportado - 19,2% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Constata-se, no entanto, que as receitas tiveram um recuo de 4% no mesmo período.

Tabela 2 COMPARATIVO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CAFÉ 2008 X 2009

(EM VOLUME)2008 X 2009

2008/2009 2007/2008 2008/2009 2007/2008 2008/2009 2007/2008 2008/2009 2007/2008

Agosto 2.018.325 2.069.063 -2,45% 278.503 277.073 0,52% 12.852 15.946 -19,40% 2.309.680 2.362.082 -2,22%

Setembro 2.646.763 1.986.249 33,25% 299.953 231.357 29,65% 15.867 12.158 30,51% 2.962.583 2.229.764 32,87%

Outubro 2.968.957 2.465.895 20,40% 245.830 294.320 -16,48% 7.358 17.116 -57,01% 3.222.145 2.777.331 16,02%

Novembro 2.856.685 2.354.779 21,31% 218.877 278.850 -21,51% 3.292 15.807 -79,17% 3.078.854 2.649.436 16,21%

Dezembro 2.728.594 2.003.600 36,18% 219.007 262.340 -16,52% 4.145 9.679 -57,17% 2.951.746 2.275.619 29,71%

Sub-Total 13.219.324 10.879.586 21,51% 1.262.170 1.343.940 -6,08% 43.514 70.706 -38,46% 14.525.008 12.294.232 18,14%

Janeiro 2.088.117 1.842.306 13,34% 191.880 296.227 -35,23% 2.757 8.588 -67,90% 2.282.754 2.147.121 6,32%

Fevereiro 2.287.600 2.025.571 12,94% 206.917 280.410 -26,21% 3.411 13.368 -74,48% 2.497.928 2.319.349 7,70%

Março 2.301.717 1.961.386 17,35% 243.967 284.353 -14,20% 17.711 11.880 49,08% 2.563.395 2.257.619 13,54%

Sub-Total 6.677.434 5.829.263 14,55% 642.764 860.990 -25,35% 23.879 33.836 -29,43% 7.344.077 6.724.089 9,22%

Abril 2.319.400 1.999.292 16,01% 229.450 286.000 -19,77% 3.411 11.821 -71,14% 2.552.261 2.297.113 11,11%

Maio 2.029.533 1.657.559 22,44% 208.650 279.977 -25,48% 12.138 13.745 -11,69% 2.250.321 1.951.281 15,33%

Junho 2.338.350 1.663.056 40,61% 232.353 270.790 -14,19% 16.422 16.997 -3,38% 2.587.125 1.950.843 32,62%

Sub-Total 6.687.283 5.319.907 25,70% 670.453 836.767 -19,88% 31.971 42.562 -24,88% 7.389.708 6.199.236 19,20%

Semestre 13.364.717 11.149.170 19,87% 1.313.217 1.697.757 -22,65% 55.851 76.399 -26,90% 14.733.785 12.923.325 14,01%

Julho 1.934.117 1.746.856 10,72% 245.787 278.460 -11,73% 15.986 12.158 31,48% 2.195.889 2.037.474 7,78%

TOTAL 28.518.158 23.775.612 19,95% 2.821.174 3.320.156 -15,03% 115.350 159.262 -27,57% 31.454.682 27.255.031 15,41%

VAR %

(sacas de 60 kg

L

)

Fonte: MIDIC/SECEX

MÊS CAFÉ VERDE VAR % CAFÉ SOLÚVE VAR % CAFÉ TORRADO VAR % TOTAL

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Suspeita-se que pelo menos parte dessas sacas exportadas podem estar

sendo dirigidas para a formação de estoques, em alguns países – e não destinadas diretamente para o consumo. Tal posicionamento poderia caracterizar uma estratégia, objetivando aproveitar o atual momento de cotações reduzidas no mercado interno. Estima-se que as exportações totais – de verde, solúvel e torrado -, para o próximo ano-safra de 2010/2011, deverão atingir o volume de 30,0 milhões de sacas, um pouco abaixo do que deverá ser exportado neste ano-safra de 2009/2010 – 32,0 milhões de sacas. Essa redução deverá ocorrer em função da tendência de desvalorização do dólar. A moeda norte-americana nos últimos oito meses já sofreu uma retração de quase 20%. E tudo leva a crer que o real irá se valorizar ainda um pouco mais. Muitos investidores continuam a dirigir parte substantivas dos seus portfólios de investimento para o Brasil. O país hoje é considerado um dos quatro principais destinos do capital estrangeiro. Por mais que o Banco Central tenha se esforçado até aqui para tentar equilibrar a entrada desse fluxo maciço de divisas, se posicionando na ponta de compra, o resultado prático é que o real continua na sua rota de valorização. No primeiro trimestre de 2010 o dólar deverá estar cotado a R$1,60.

Gráfico 4

1,60

1,80

2,00

2,20

2,40

2,60

2,80

3,00

3,20

mai/04 set/04 jan/05 mai/05 set/05 jan/06 mai/06 set/06 jan/07 mai/07 set/07 jan/08 mai/08 set/08 jan/09 mai/09

VALOR DO DÓLAR

3,13

1,84

(-41,21%)

Fonte: Banco Central

Desvalorização do dólar de Maio/04 a Agosto/09

-19,25

2.3. Oferta e Demanda Nacional O quadro de oferta e demanda, discriminado na “Tabela 3”, sugere que para o próximo ano, as cotações dos cafés – arábica e conilon - deverão se deslocar para um patamar superior, tendo em vista a escassez prevista, registrada na coluna “estoque privado 2010/2011”, de 1,21 milhão de sacas. Certamente o mercado deverá trabalhar numa faixa muito estreita entre a oferta e a demanda.

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Tabela 3

3- Análise Prospectiva

Com relação ao panorama internacional a expectativa para o ano

2010/2011, é de que venhamos a ter um mercado relativamente equilibrado, chegando-se a um estoque final de 32,8 milhões de sacas, que seria suficiente para atender a cerca de três meses de consumo mundial.

Já com relação ao mercado interno, a previsão é de que a oferta ficará muito justa frente à demanda. A produtividade dos cafezais de arábica sofrerá uma redução de 4%, o que resultará numa safra de 44,027 milhões de sacas. Deduzindo da oferta total, o consumo doméstico e as exportações, sobraria um estoque final de 1,21 milhão de sacas, quantidade insuficiente para atender adequadamente a demanda.

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CANA-DE-AÇÚCAR

Wellington Silva Teixeira

1. Panorama Internacional

A produção mundial de açúcar sofreu forte redução na última safra devido a problemas climáticos que acometeram os canaviais dos principais países produtores. De acordo com os números da Organização Mundial do Açúcar – ISO, a produção mundial atingiu 154,23 milhões de toneladas, enquanto que o consumo gira em torno de 164,59 milhões de toneladas.

A ISO estima, para o ciclo 2009/10, uma produção de 159,04 milhões de toneladas, volume 3,12% superior à safra anterior, porém ainda insuficiente para alcançar o consumo previsto em 167,45 milhões de toneladas. Haverá, portanto, duas safras consecutivas em déficit entre a oferta e a demanda mundial de açúcar, reduzindo, portanto, os estoques finais, e conseqüentemente mexendo e mexer com o cenário de preços.

A redução na produção indiana trouxe forte impacto para o setor açucareiro, já que aquele país passou de exportador para importador de açúcar. As lavouras da Índia foram afetadas por problemas climáticos, além disso, parte das áreas ocupadas com cana-de-açúcar foram desviadas para o plantio de outras culturas, já que o açúcar não apresentava preços atrativos.

As cotações do açúcar na bolsa de Nova Iorque espelham claramente essa conjuntura. O valor médio de ¢$ 23,41/libra-peso praticado na primeira semana de setembro de 2009 acumula valorização de 85,35%, quando comparado ao mesmo período do ano passado.

A busca mundial por energias renováveis continua em pauta dada a necessidade de substituição de parte da energia fóssil, não renovável, por fontes de energia que reduzem os impactos ao meio ambiente. Apesar de vários países já estarem com programas de adição de álcool à gasolina, a demanda mundial permanece ainda tímida. A crise financeira mundial que teve início a partir do segundo semestre de 2009, afetou fortemente o consumo de combustíveis, principalmente, dos Estados Unidos, o que reduziu as importações de etanol e arrefeceu o mercado mundial de biocombustíveis.

2. Panorama Nacional

O Brasil tem larga experiência na produção de açúcar e etanol, com participação de pouco mais de 40% do mercado mundial de açúcar. A produção sempre

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foi voltada para a exportação, já que consumimos 1/3 de todo o açúcar produzido. As exportações têm como destino diversos países, porém, a Rússia sempre se destacou como o nosso maior comprador. Hoje a Índia aparece com uma forte demanda devido a sua quebra de safra, o que motivou mudanças de rumo na produção brasileira de açúcar.

De acordo com o 2° Levantamento de safra, realizado pela Conab, em setembro de 2009, o Brasil produzirá cerca de 629,0 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, registrando aumento de 10,0% em relação à safra anterior. Deste total, 45% serão destinadas para produção de açúcar, enquanto que o restante (55%) será para a produção de etanol. A despeito do mix de produção ser ainda favorável ao álcool, quando se compara com o ano passado, cerca de 60% da cana foram utilizadas no fabrico de álcool.

Portanto, nota-se, de acordo com o Gráfico I, que em função das condições de mercado o setor voltou-se para a produção de açúcar, com o objetivo de atender o mercado mundial , que se encontra deficitário.

Ainda de acordo com o Gráfico I, a produção de açúcar na safra atual

deverá atingir 36,7 milhões de toneladas, volume 16,1% superior ao produzido na safra 2008/09. Já a produção de álcool terá crescimento tímido em relação à safra anterior. Para a safra atual estão estimados 27,8 bilhões de litros, contra 26,7 bilhões de litros na safra anterior.

O consumo interno de açúcar não apresenta crescimento expressivo, apenas cresce a uma taxa próxima à taxa de crescimento da população brasileira, pouco menos de 2% ao ano. Já o mercado mundial apresenta tendência de crescimento do consumo em países em desenvolvimento, ao contrário do que acontece nos países já desenvolvidos.

Ao observar a evolução das exportações brasileiras de açúcar nos últimos anos, verifica-se que a quantidade exportada teve ligeiro aumento na safra atual em

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relação à safra anterior, porém, caso os embarques de açúcar com destino ao mercado externo continuem no ritmo atual, a safra 2009/10 deverá fechar em março de 2010 com quantidade exportada de 26,0 milhões de toneladas, volume 25% superior à safra anterior. Nota-se, de acordo com o Gráfico II, que em termos absolutos esta é a maior variação entre duas safras consecutivas.

No caso do álcool, o pilar do consumo tem sido o mercado interno desde

2003, quando foram lançados os veículos flex-fuel. Hoje, 1/3 (6 milhões de unidades) da frota de veículos no Brasil possui tecnologia que permite ao consumidor optar pelo uso de gasolina e/ou álcool. As vendas de carros flex-fuel representam cerca de 90% do total de veículos leves vendidos mensalmente.

Por outro lado, as exportações de etanol que apresentaram um bom ritmo de crescimento nos últimos anos deverão despencar na safra atual sob os efeitos da crise financeira mundial. Na Safra 2008/09 foram exportados 4,9 bilhões de litros de álcool, sendo que mais de 50% com destino aos Estados Unidos, sem considerar, ainda, o que vai para aquele país via países do Caribe. No entanto, os Estados Unidos reduziram drasticamente suas importações junto aos demais países importadores, o que irá contribuir para que uma quantidade adicional de quase um bilhão de litros permaneça no mercado doméstico, já que a expectativa é de que as exportações na safra atual não ultrapassem o volume de 4,0 bilhões de litros.

3. Perspectivas

Existem três fatores básicos de incentivo ao crescimento da produção brasileira de cana-de-açúcar, açúcar e álcool na safra 2010/11. O primeiro é o déficit entre a produção e o consumo mundial de açúcar; o segundo é a expectativa de retomada de crescimento da economia dos principais países importadores de etanol; e finalmente, o

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latente mercado doméstico de etanol, onde 90% das vendas de veículos leves são de carros que podem utilizar o etanol como combustível.

Caso o aumento do volume moído na próxima safra seja o mesmo verificado na safra atual, ou seja, algo em torno de 10,0% teria-se para 2010/11 quantidade adicional de 63 milhões de toneladas, totalizando 691,0 milhões de toneladas a serem colhidas.

Considerando o mesmo mix de produção da safra atual, seriam 311,3 milhões de toneladas para a produção de açúcar e 379,7 milhões de toneladas para produção de álcool, o que resultaria em 40,8 milhões de toneladas de açúcar e 30,4 bilhões de litros de álcool.

O cenário que se vislumbra é de um mercado praticamente garantido para o açúcar e caso tal premissa se confirme, certamente os preços poderão continuar remuneradores, a exemplo do que está acontecendo atualmente, onde se verificam preços acima de ¢$ 20,00/libra-peso.

No caso do álcool, se a economia mundial retomar o seu crescimento, as portas do mercado externo poderão se abrir, o que deixará o Brasil em uma condição favorável, já que é um dos poucos países que detêm tecnologia e áreas disponíveis para a produção de biocombustíveis.

A expansão da produção brasileira de cana-de-açúcar está nos Estados do Centro-Sul, e, principalmente, nas áreas de pastagens degradadas. Devido às condições climáticas e de relevo favoráveis, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul são os principais Estados onde as indústrias estão se instalando junto com seus canaviais.

A despeito das boas perspectivas para a próxima safra, não se pode deixar de comentar, as dificuldades enfrentadas pelo setor sucroalcooleiro depois de passar por duas safras consecutivas onde os preços recebidos pelo açúcar e álcool não foram suficientes para cobrir os custos de produção. Muitos canaviais ficaram comprometidos devido à falta de recursos para execução dos tratos culturais, o que reduziu a produtividade em muitas lavouras. Além disso, a dificuldade de acesso a crédito impediu, também, investimentos em expansão e renovação de canaviais.

Finalmente, espera-se para a próxima safra da cana-de-açúcar um forte incremento na produção, tanto da matéria-prima, quanto de seus derivados com o objetivo de atender à latente demanda externa do açúcar e interna do álcool, que também tem um mercado externo potencial, ainda em desenvolvimento.

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FEIJÃO

João Figueiredo Ruas

1. PANORAMA INTERNACIONAL 1.1 Produção Mundial

A pouca importância comercial do produto, no âmbito mundial, aliada à falta de real conhecimento do seu mercado, e ao pequeno consumo entre os países do primeiro mundo, limita a expansão do comércio internacional, tornando-o de pouca expressão, uma vez que quase todos os países produtores são também grandes consumidores, e desta feita, pequeno é o excedente exportável, fato que gera um comércio internacional bastante restrito.

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008*Africa 2.552 2.910 2.930 2.943 2.653 2.864 2.954 2.889 2.889Américas 6.631 5.918 7.687 7.410 6.364 6.618 7.690 7.508 7.508Ásia 7.602 8.413 8.118 9.821 8.204 7.983 8.261 8.507 8.507Europa 504 584 590 451 507 477 410 348 348Oceania 58 50 39 52 58 53 36 30 30Mundo 17.347 17.876 19.363 20.676 17.786 17.994 19.351 19.282 19.282*Dados estimadosFonte: FAO / Conab

Produção Mundial - por continenteMil Toneladas

1.2 Produção No Mercosul Nos últimos quatro anos, a produção média de feijão em países que

compõem o MERCOSUL ficou em cerca de 3.869,2 mil toneladas, com o Brasil sendo o principal produtor, com 3.458,6 toneladas anuais, seguido da Argentina, com 329,2 toneladas, Paraguai, com 75,3 toneladas, e Uruguai, com 3,4 toneladas.

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009*Argentina 297,2 263,0 278,1 215,6 151,3 169,3 322,8 328,2 336,8 336,8Brasil 3.038,2 2.453,4 3.064,2 3.302,0 2.978,3 3.045,5 3.471,2 3.339,7 3.520,9 3.502,7Paraguai 36,6 52,7 54,0 65,0 65,2 67,0 70,0 78,0 78,0 78,0Uruguai 3,2 3,3 3,4 3,4 3,4 3,5 3,4 3,5 3,5 3,5Total 3.375 2.772 3.400 3.586 3.198 3.285 3.867 3.749 3.939 3.921*Dados estimadosFonte: FAO / Conab

Produção de Feijão no MercosulMil Toneladas

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2. Panorama Nacional

Nos últimos quatro anos, a área média cultivada no Brasil ficou em 4,2

milhões de hectares, e a produção média em torno de 3,4 milhões de toneladas. A produção de feijão-cores representa cerca de 63% do volume produzido,

a de feijão-preto, 18%, e a de macaçar, 19%. O feijão carioca está distribuído de forma uniforme nas três safras anuais. O feijão-preto concentra-se no Sul do País e cerca de 67% de sua produção é oriunda da 1ª safra. A variedade caupi é cultivada na Região Nordeste e no Estado do Mato Grosso, concentrando-se na 2ª safra, à exceção do Estado da Bahia.

Estimativa da Produção por Tipo 2008/2009 (mil t)

Classe 1ª Safra 2ª Safra 3ª Safra TotalCarioca 869,9 745,4 730 2.340,5Preto 392 168,2 25,5 585,7Caupi 96,7 453,6 21,4 571,7Total 1.358,6 1.367,2 776,9 3.502,7Fonte: Conab

Calendário de Colheita: 1ª Safra: colheita de novembro a abril – concentração Região Sul, MG, SP, GO, PI e BA. 2ª safra – colheita de abril a junho – concentração Região NE, PR, MT, RO e GO. 3ª safra – Colheita de agosto a outubro – concentração em MG, SP, GO, BA, PE, AL.

2.1 Retrospectiva da Safra e do Mercado - 2008/2009

Após a divulgação de uma safra recorde no primeiro plantio da temporada

2008/09, estimulada, principalmente, pelo reajuste de 65,2% no preço mínimo, as cotações começaram a despencar a partir do mês de outubro/08, período de entressafra

do produto, ficando abaixo do mínimo oficial. Mesmo com a queda na produção da 2ª safra, ocasionada por adversidades climáticas – estiagem no Sul do país e excesso de chuva no Nordeste, bem como na 3ª safra, pelo menor plantio, a oferta continuou suficiente para atender ao abastecimento dos mercados consumidores, em função da fraca demanda.

Preocupado com esta situação, o governo passou a intervir no mercado por meio dos seus instrumentos de comercialização. Nos meses de abril a junho de 2009 realizou leilões de PEP e PEPRO, permitindo o escoamento de aproximadamente 60,0 mil

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toneladas, e adquiriu até o momento, cerca de 151,0 , mil t do produto dos pequenos produtores rurais, sendo 116,0 mil t via AGF e 35,0 mil toneladas por meio do PAA. As maiores demandas foram dos Estados do Sul, sendo: Paraná (79,0 mil toneladas), Santa Catarina (44,0 mil toneladas) e Rio Grande do Sul (3,1 mil toneladas). O estoque governamental tem por objetivo principal garantir o preço mínimo e sustentar a renda do agricultor. Este produto, em parte, será utilizado para atender aos programas sociais do Governo.

A intervenção do governo federal com a definição do preço mínimo e das linhas de aquisição e escoamento teve efeito positivo, trazendo uma certa estabilidade ao setor. Embora o valor praticado esteja abaixo do mínimo oficial que é de R$ 80,00 a saca, ainda se encontra acima do custo variável de produção, e os produtores estariam enfrentando uma situação mais grave se essas medidas não tivessem sido adotadas.

Doravante, o mercado passará a contar com uma menor oferta, mas os atuais níveis de estoques descartam, por enquanto, o aquecimento do produto.

2.2 Suprimento

O quadro de suprimento evidencia queda constante no consumo per capita

brasileiro, que saiu de 27 kg/hab/ano na década de 1970, para 18 kg atualmente. Tal fato se deve ao processo de urbanização que acentuou a mudança de hábitos alimentares da população brasileira, substituindo o tradicional arroz com feijão, por massas e alimentos de preparo rápido, assim como a maior participação da mulher no mercado de trabalho.

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maior parte é de feijão-preto, e de origem da Argentina e da China.

O consumo aparente, no período 2007/08 e 2008/09, está em torno de 3,6 milhões de toneladas, e as importações na ordem de 140,0 mil toneladas anuais, onde a

ANO - ESTOQUE PRODUÇÃO CONSUMO SAFRA INICIAL NACIONAL APARENTE

2000/01 254,8 2.587,1 129,8 2.971,7 2.880,0 2,3 89,4

2001/02 89,4 2.983,0 82,2 3.154,6 3.050,0 16,1 88,5

2002/03 88,5 3.205,0 103,1 3.396,6 3.150,0 2,7 243,9

2003/04 243,9 2.978,3 78,9 3.301,1 3.150,0 2,0 149,1

2004/05 149,1 3.045,5 100,4 3.295,0 3.200,0 2,1 92,9

2005/06 92,9 3.471,2 69,8 3.633,9 3.450,0 7,7 176,2

2006/07 176,2 3.339,7 96,0 3.611,9 3.500,0 30,5 81,4

2007/08 81,4 3.520,9 209,7 3.812,0 3.650,0 2,0 160,0

2008/09 (*) 160,0 3.502,7 70,0 3.732,7 3.650,0 2,0 80,7(*) dados estimadosFONTE: CONAB, SECEX

Cores, Preto e CaupiQuadro de Suprimento Brasil

Em 1.000 t.

IMPORTAÇÃO SUPRIMENTO EXPORTAÇÃO ESTOQUE DE PASSAGEM

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2.3 Abastecimento Nacional O quadro se apresenta bastante favorável quanto à oferta, em virtude da

fraca demanda. O mercado está sendo abastecido com a produção oriunda da 2ª e 3ª safras, e uma pequena parcela de produto importado.

A colheita da 3ª e última safra começou em julho, e o volume a ser produzido complementará o abastecimento interno, até o mês de outubro. A partir de novembro terá início a colheita da 1ª safra – 2009/2010, no Sul do País. 3 – Análise Prospectiva

3.1 - Preços e Tendências

A trajetória de queda dos preços segue desde outubro/08, coincidindo,

agora, com o período de plantio da 1ª safra, e desestimulando grande número de produtores que devem optar por outros cultivos.

Essa atitude de precaução dos produtores deve-se a elevada quantidade de produto de baixa qualidade no mercado, e ao baixo consumo, que poderão influir negativamente na recuperação dos preços no curto prazo.

O mercado segue com uma oferta menor, mas a fraca demanda e os atuais níveis de estoques descartam, por enquanto, o aquecimento do produto.

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Assim, para a temporada 2009/2010, diante do atual quadro de difícil

comercialização por parte dos produtores, a perspectiva para o plantio da safra das águas é de redução na área a ser cultivada. A Secretaria de Agricultura do Estado do Paraná estimou, na sua primeira intenção de plantio, uma redução de 8% no cultivo.

Como exercício trabalhou-se com um declínio de 3,7%, levando-se em consideração:

- Regiões Norte e Nordeste - manutenção da área; - Região Sul – redução de 6,6 em função dos baixos preços recebidos

pelos produtores, principalmente para o feijão-preto que sofre forte concorrência do produto importado da Argentina, China e Bolívia; e,

- Reduções nos Estados de Goiás (10,6%), São Paulo (8,5%) e Minas Gerais (2,3%).

Para o plantio da 2ª safra, trabalhou-se da seguinte forma: - Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste - manutenção da

área. As duas primeiras regiões normalmente cultivam a área histórica, não se prendendo muito ao comportamento do mercado. As duas últimas, por sua vez, não vêm apresentando alterações significativas no plantio.

- Região Sul - decréscimo de 8,5%, tendo em vista o expressivo incremento no plantio da safrinha nos Estados do Paraná e Santa Catarina, agregando cerca de 70 mil ha em relação a 2008. Como consequência, essa Região foi bastante prejudicada na comercialização.

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Em nível nacional, a queda ficou estabelecida em 1,4% em relação à safra

anterior. Quanto à 3ª safra e última safra, cultivada a partir de maio, é prematuro

qualquer prognóstico, sendo mais aconselhável à manutenção da superfície cultivada nesta temporada.

Adotando a produtividade média verificada nas últimas cinco safras, eliminando as atípicas, e caso não ocorram problemas de ordem climática, o resultado será uma safra em torno 3.476,4 mil toneladas, volume inferior apenas as duas últimas safras, que foram as maiores observadas.

Cabe esclarecer que, tal situação está condicionada às condições extremamente favoráveis, o que dificilmente ocorre numa temporada de feijão por ser uma cultura considerada de alto risco.

Área Mil ha

Produtividade Kg/ha

Produção Mil ton

Área Mil ha

Produtividade Kg/ha

Produção Mil ton

Feijão 1ª 1438,8 938,0 1349,8 1385,6 941,3 1304,3Feijão 2ª 1976,5 698,0 1380,0 1948,8 728,3 1419,3Feijão 3ª 765,7 1010,0 772,9 765,7 983,2 752,8Total 4181,0 2646,0 3502,7 4100,1 2652,8 3476,4

Safra 2008/2009 Safra 2009/2010 Safras

Fonte: Conab

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LEITE

Maria Helena Fagundes 1. Introdução

A seguir são apresentados alguns aspectos do setor lácteo, no país e no mercado mundial, no que se refere a produção, comércio e preços, com o objetivo de apresentar informações que auxiliem o setor a vislumbrar a situação de mercado para a safra 2009/10.

A safra 2009/10 de grãos, fibras e produção pecuária deverá ainda ser marcada pela recessão econômica mundial que, de acordo com as projeções do Fundo Monetário Internacional em seu relatório de julho/2009, deverá ser de - 1,4 % em 2009 (+ 2,5% em 2010). Essa taxa só não será menor devido às políticas econômicas e financeiras implementadas pelos governos e pelo crescimento esperado nos países emergentes de + 5,4% em 2009 (+ 6,5% em 2010) na Índia e de + 7,5% em 2009 (+ 8,5% em 2010) na China.

A Rússia deverá experimentar recessão de - 6,5% em 2009 (+ 1,5% em 2010), principalmente devido a redução dos preços do petróleo. O Brasil deverá reduzir o seu crescimento em - 1,3% em 2009 (+ 2,5% em 2010).

Enquanto o Produto Interno Bruto do grupo de países emergentes e em desenvolvimento deverá crescer + 1,5% em 2009 (+ 4,7% em 2010), os países desenvolvidos deverão experimentar redução de - 3,8% em 2009 (+ 0,6% em 2010).

A retomada da desvalorização do dólar frente às principais moedas nacionais a partir de janeiro de 2009, entre outros fatores, fez com que os preços das commodities agrícolas e do petróleo voltassem a se recuperar.

A partir de maio, de acordo com informações da Food and Agriculture Organization (FAO), cereais e oleaginosas apresentaram redução de preços devido à comercialização das safras brasileira e argentina. As commodities lácteas e as carnes apresentaram recuperação firme de preços internacionais desde fevereiro e o açúcar, desde janeiro.

União Européia e Estados Unidos retomaram os subsídios às exportações de lácteos no primeiro semestre, mas foram a Austrália e a Nova Zelândia os países que mais aumentaram suas exportações entre janeiro e maio.

Os preços mínimos do leite para a safra 2009/10 foram reajustados em quinze por cento, e são a base de valor para a contratação de Empréstimos do Governo Federal (sem Opção de Venda).

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2. Mercado internacional

39

produção.

e acordo com dados da FAO, estima-se um recuo da participação da UE

(27) nas exportações mundiais de 24,1% em 2007 para 22,1% em 2009.

2.1 Principais países produtores De acordo com as informações do United States Department of

Agriculture/Foreign Agricultural Service (USDA/FAS), a produção de leite de países selecionados, os quais devem representar, de acordo com a Food and Agriculture Organization (FAO), 63,2% da produção mundial em 2009, evoluiu a uma taxa de + 2,1% aa entre 2004 e 2008, sendo que, nos principais países/blocos exportadores essa taxa foi: União Européia (+ 0,1 % aa), Nova Zelândia (+ 0,2% aa), Austrália (- 2,2% aa); Estados Unidos (+ 2,7% aa) e Argentina (+ 2,2% aa) (Tabela 1).

Espera-se um crescimento da produção do total dos países selecionados de + 1,2% em 2009, devendo alcançar 441,6 milhões de t. Em todos os países verifica-se uma redução expressiva nos preços pagos ao produtor além de condições climáticas adversas na Oceania, o que deverá manter a taxa de crescimento da produção mundial em 2009 e 2010 abaixo do seu patamar histórico de 2,1% aa verificada entre 2004 e 2008.

A taxa de crescimento da produção na China vem diminuindo, tendo sido de + 12,9% aa entre 2004 e 2008 (tendência inferior a verificada entre 2003 e 2007 de + 19,0% aa). Espera-se um aumento da produção desse país de + 5,3% em 2009, bastante inferior à média do período anterior, devendo alcançar 38,6 milhões de t.

Entre 2004 e 2008, a UE (27) manteve sua produção relativamente estável (aumento anual médio de + 0,1% aa). Em 2009, a sua produção, responsável por 31,8% da produção mundial média no período 2004 - 2008, deverá manter-se aproximadamente a mesma do ano anterior, alcançando 134,3 milhões de t, devido aos preços baixos pagos ao produtor e à redução da demanda interna, apesar do aumento das quotas de

D

Prod. Part.média no média na 2009/ 2008/ 2004-08período prod.(%) 08 07 % aa

% (p) % (f)UE (27) 133.969 134.672 132.206 132.604 134.346 134.300 133.559 31,8% 0,0% 1,3% 0,1%

Estados Unidos 77.488 80.255 82.455 84.211 86.179 85.366 82.118 19,6% -0,9%

-3,2%-6,5% -7,7% -5,3%

-3,7% -2,2%-0,2%

-0,2% -1,0%

2,3% 2,7%Índia 37.500 37.520 41.000 42.890 44.100 45.140 40.602 9,7% 2,4% 2,8% 4,1%China 22.606 27.534 31.934 35.252 36.700 38.630 30.805 7,3% 5,3% 4,1% 12,9%

Rússia 32.000 32.000 31.100 32.200 32.500 32.830 31.960 7,6% 1,0% 0,9% 0,4%Brasil 24.226 25.358 26.211 26.970 29.667 31.151 26.486 6,3% 5,0% 10,0% 5,2%

N Zelândia ² 15.000 14.500 15.200 15.640 15.141 16.400 15.096 3,6% 8,3% 0,2%Ucrânia 13.787 13.423 12.890 11.997 11.070 10.350 12.633 3,0%México 9.874 9.855 10.051 10.657 10.814 11.030 10.250 2,4% 2,0% 1,5% 2,3%

Argentina 9.250 9.500 10.200 9.550 10.100 10.400 9.720 2,3% 3,0% 5,8% 2,2%Austrália³ 10.377 10.429 10.395 9.870 9.500 9.785 10.114 2,4% 3,0%Canadá 7.905 7.806 8.041 8.212 8.270 8.250 8.047 1,9% 0,7% 1,1%Japão 8.329 8.285 8.137 8.007 7.990 8.010 8.150 1,9% 0,3%TOTAL 402.311 411.137 419.820 428.060 436.377 441.642 419.541 100,0% 1,2% 1,9% 2,1%

Fonte: IBGE/dez 2008 (p/o Brasil), USDA/FAS (dez 2008) (p/demais países). ¹ 2008 (estimativa), 2009 (previsão). Para o Brasil considerou-se 1 litro = 1,032 kg.² Ano/safra encerrando em 31/maio do ano apresentado.

³ Ano/safra encerrando em 30/junho do ano apresentado.

2008 (p) 2009 (f)2004 2005 2006 2007

MHF/set 09

2004-08

Tx.cresc.

País/Bloco

Tabela 1 Leite : Produção mundial (países selecionados) 2004 a 2009 ¹

Em 1000 t

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008 e espera-se uma redução de - 0,9% em 2009, devendo alcançar 85,3 milhões de t. Essa diminuição no crescimento deve-se à redução dos preços dos derivados lácteos, à redução dos preços pagos ao produtor em 2009, ao aumento do custo das rações, ocasionando queda de rentabilidade, e à redução de 1% no rebanho. A diminuição do rebanho causará também uma menor produção nos próximos anos.

A participação dos Estados Unidos no mercado internacional de lácteos vem aumentando nos últimos três anos, prevendo-se que alcance 9,6% do total em 2009, mesmo com reduções expressivas nas exportações de manteiga (- 76,0%) e leite em pó desnatado (- 49,0%).

A produção de leite na Austrália deverá recuperar-se em 2008/09 (julho a junho) após seis anos de sucessivas reduções, prevendo-se um crescimento de + 3,0%, devendo alcançar 9,7 milhões de t. As chuvas recuperaram as pastagens, permanecendo, no entanto, problemas na disponibilidade de rebanho e água para irrigação.

Nos Estados Unidos, a produção aumentou + 2,3% em 2

A Nova Zelândia encerrou a estação 2007/08 (junho a maio) com uma redução de - 3,2% na produção, esperando-se, para 2008/09, uma excelente recuperação, de + 8,3%, devendo alcançar 16,4 milhões de t. A perspectiva de produção para 2010 na Oceania irá depender das condições climáticas, principalmente no que se refere ao El Niño e La Niña e o impacto nas reservas de água para irrigação.

O Brasil, sexto maior produtor mundial, tem aumentado sua produção de leite a um ritmo de + 5,2% aa no período 2004 a 2008, estimando-se haver alcançado 29,6 milhões de t em 2008, quando apresentou uma taxa de crescimento de + 10,0% em relação ao ano anterior.

Em 2009, a produção deverá aumentar + 5,0%, podendo alcançar o quantitativo de 31,1 milhões de toneladas. Para 2010, a produção deverá manter crescimento no nível histórico de + 5,0%.

De acordo com as projeções do Food and Agriculture Policy Research G r á f ic o 1 M u n d o : P r o d u ç ã o h i s t ó r i c a e e s t im a d a d e c o m m o d i t i e s l á c t e a s m a n t e ig a , q u e i jo ,

l e i t e e m p ó d e s n a t a d o e i n t e g r a l , 2 0 0 2 a 2 0 1 8 - E m m i l tF o n te : F A P R I .

M H F s e t 2 0 0 9 .

Este texto pode ser reproduzido por qualquer meio, desde que seja citada a fonte. Página 40 de 86

0

2 .0 0 0

4 .0 0 0

6 .0 0 0

8 .0 0 0

1 0 .0 0 0

1 2 .0 0 0

1 4 .0 0 0

1 6 .0 0 0

1 8 .0 0 0

2 0 .0 0 0

2 0 0 2 2 0 0 4 2 0 0 6 2 0 0 8 2 0 1 0 2 0 1 2 2 0 1 4 2 0 1 6 2 0 1 8

Mil

t

M a n t e ig a Q u e i jo P a r t . e m 2 0 0 9 :Q u e i j o : 4 9 , 3 %

M a n t e i g a : 2 6 ,7 %L P D e s n a t a d o : 1 0 , 7 %

L P I n t e g r a l : 1 3 , 2 %

L e i t e e m p ó d e s n a t a d o L e i t e e m p ó i n t e g r a l

P e r s p e c t i v a s p / 2 0 1 8 ( b a s e 2 0 0 9 ) :

Q u e i jo : + 1 6 ,5 % ( + 1 , 7 % a a ) * 1 8 ,2 m i lh õ e s t

M a n t . : + 2 1 ,8 % ( + 2 ,2 % a a ) * 1 0 ,3 m i lh õ e s t

L P I n t . : + 1 8 , 9 % ( + 1 , 9 % a a ) * 4 , 9 m i l h õ e s t

L P D e s n . : + 1 5 , 3 % ( + 1 , 6 % a a ) * 3 , 9 m i l h õ e s t

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Institute (FAPRI), entre as commodities lácteas, espera-se um maior crescimento da produção de mcre(+

2.2A

propa(T

inares da SAGPyA indicam um aumento da produção de leite na Argentibildados do USDA, estima-se que a produção alcançando 10,5 bilhões de litros, impulsionada pela redução no preço das rações porém restringida pelos impostos à exportação, pelas medidas de controle de preços e pelos efeitos da recessão econômica mundial. Para 2010, estima-se um crescimento da produção de + 3,0%.

O Uruguai deverá aumentar a sua produção em + 3,0% em 2009, devendo alcançar 1,8 bilhão de litros. Em 2010, estima-se a mesma taxa de crescimento, de + 3,0%.

O Brasil, país maior produtor do bloco, aumentou a sua produção total de leite em + 10,0% em 2008, alcançando 28,7 bilhões de litros. Em 2009, o Brasil deverá aumentar a sua produção em + 5,0%, alcançando 30,1 bilhões de litros. Para 2010, a estimativa é de um acréscimo de + 5,0% na produção.

As informações da FAO para a produção de leite no Paraguai indicam que a produção cresceu + 0,8% em 2007.

Em 2009, o crescimento da produção do Mercosul deverá situar-se em + 4,4%, semelhante à taxa histórica média do período 2004 – 2008, devido à redução nos

anteiga no período 2009 a 2018, de + 21,8%. A seguir, o maior scimento na produção deverá ser de leite em pó integral (+ 18,9%); seguido de queijo 16,5%); e leite em pó desnatado (+ 15,4%) (Gráfico1).

Mercosul

região do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) aumentou a sua dução a uma taxa de + 4,3% aa no período 2004 – 2008, quando a produção do bloco

ssou de 34,5 bilhões de litros para 40,9 bilhões de litros (estimativa para o último ano) abela 2).

Informações prelim

na, em 2008, de + 5,1% em relação ao ano anterior, alcançando 10,0 hões de litros, o mesmo nível da produção de 2006. Para 2009, de acordo com os

da Argentina deverá crescer + 3,0%,

Ano 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2010/09 2009/08 2008/07 2004-08

Tabela 2 Mercosul - Leite: Produção total

Em milhões de litros2004 a 2010 (est.)

Variação (%)

(p) (f) (f) % % % % aaArgentina ¹ 9.169

P

M

FAO (Paraguai, em t).

Font

(p) d¹ Previsão de crescimento da pro

9.493 10.162 9.527 10.010 10.310 10.620 3,0% 3,0% 5,1% 2,2%Uruguai 1.592 1.674 1.741 1.650 1.799 1.853 1.908 3,0% 3,0% 9,0% 3,1%araguai 362 372 372 376 376 376 376 0,0% 0,0% 0,0% 0,9%Brasil 23.475 24.572 25.398 26.134 28.747 30.185 31.694 5,0% 5,0% 10,0% 5,2%ercosul 34.598 36.111 37.673 37.687 40.931 42.723 44.597 4,4% 4,4% 8,6% 4,3%

MHF/set 2009e: IBGE/nov e dez 2008 (Brasil), SAGPyA/Mecon e USDA (Argentina), MGAP/DIEA/OPYPA (Uruguai) e

ados preliminares, (f) dados estimados.dução em 2008 e 2009 de acordo com o USDA.

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preços pagos ao produtor relativamente aos praticados no segundo semestre de 2007 e primeiro semestre de 2008, à possível continuidade de condições climáticas adversas e às condições da economia mundial. Estima-se para o bloco um crescimento igual à taxa média histórica de + 4,4% em 2010, alcançando 44,5 bilhões de litros.

2.3 Preços internacionais De acordo com as projeções do FAPRI, os preços médios anuais internacionais das commodities lácteas, após os aumentos verificados em 2007 e 2008, retornaram os patamares históricos anteriores a 2006. Em 2010 espera-se ainda uma pequena redução nesses preços, com a recuperação prevista apenas para 2011 (Gráfico 2).

constitui-se em uma força que deverá, ceteris paribus, aumentar os preços internacionais das commodities lácteas. Os subsídios à exportação na UE(27) e nos Estados Unidos, conseqüência da formação de estoques de intervenção, constituem-se, alternativamente, em pressão baixista de preços para as commodities lácteas (Gráfico 3).

G r á f i c o 2 P r e ç o s i n t e r n a c i o n a i s : Q u e i j o , m a n t e i g a , l e i t e e m p ó i n t e g r a l e d e s n a t a d o , F O B N o r t e d a E u r o p a , 2 0 0 2 a 2 0 1 8 - U S $ / t

2 . 0 0 0

4 . 0 0 0

2002

2004

2006

2008

2010

2012

2014

2016

2018

F o n t e : F A P R I . M H F / s e t 0 9

Q u e i j o

5 . 0 0 0

6 . 0 0 0

Este texto pode ser reproduzido por qualquer meio, desde que seja citada a fonte. Página 42 de 86

O processo de valorização das principais moedas nacionais frente ao dólar, interrompido apenas no segundo semestre de 2008, foi retomado em dezembro/2008 e

0

1 . 0 0 0

3 . 0 0 0

US$

/t

M a n t e i g aL P D e s n a t a d o L P I n t e g r a l

2 0 0 9

P r e ç o s m é d i o s e m 2 0 0 9 ( e s t . ) :Q u e i j o : U S $ 2 . 4 8 0 / tM a n t . : U S $ 2 . 1 4 1 / t

L P D e s n a t a d o : U S $ 2 . 1 0 3 / tL P I n t e g r a l : U S $ 2 . 1 0 1 / t

P e r s p e c t i v a s p /2 0 1 8 ( b a s e 2 0 0 9 ) :

Q u e i j o : + 2 5 , 8 % ( + 2 , 6 % a a ) * U S $ 3 . 1 2 1 / t

( + 2 , 7 % a a ) * U S $ 2 . 6 7 1 / t

M a n t . : + 7 , 0 % ( + 0 , 8 % a a ) * U S $ 2 . 2 9 2 / t

L P D e s n a t . : + 2 2 , 3 % ( + 2 , 3 % a a ) * U S $ 2 . 5 7 2 / t

L P I n t e g r a l : + 2 7 , 1 %

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o tal pro entam uma grande

s comercializadas (Gráfico 4).

009, a aderência entre os dois preços interrompe-se

nido (10,1%); Austrália (20,25); Nova Zelândia (13,7%); Suiça (5,4%); México (9,3%); Chile (16,4%). Os países do Sudeste Asiático também valorizaram suas moedas no mesmo

Apesar da pequena proporção das exportações e importações lácteas n

G rá f ic o 3 T a x a d e C â m b io e p re ç o s in te rn a c io n a is d o le ite e m p ó in te g ra l, F O B O c e a n ia e F O B N o r te d a E u ro p a , ja n /2 0 0 2 a a g o /2 0 0 9 - E m U S $ /t e R $ /U S $

F o n te : F A P R I. M H F s e t 0 9 .

0

4 .0 0 0

6 .0 0 0

0 ,5 0

1 ,5 0

3 ,0 0

1 .0 0 0

1 ,0 0

2 .0 0 0

3 .0 0 0US$

/t

2 ,0 0

2 ,5 0

R$/

US$

5 .0 0 03 ,5 0

4 ,0 0

jan/02 mai se

t

jan/03 mai se

t

jan/04 mai se

t

jan/05 mai se

t

jan/06 mai se

t

jan/07 mai se

t

jan/08 mai se

t

jan/09 mai

0 ,0 0

F O B O c e a n iaF O B N o r te d a E u ro p aT x . c â m b io R $ /U S $ d e z 2 0 0 8

to duzido pelo país, os preços pagos ao produtor apressensibilidade aos preços internacionais quando comparados com a evolução do índice FAO de preços internacionais, formado pelos preços das principais commodities transacionadas internacionalmente, ponderados pelas quantidade

A partir de janeiro/2parcialmente devido à excessiva valorização, relativamente ao que ocorre com as demais moedas nacionais, do real frente ao dólar.

Entre janeiro e julho de 2009, as principais moedas nacionais se valorizaram frente ao dólar: Euro (7,3%); Índia (3,5%); Brasil (18,7%); Canadá (10,3%); Reino U

G ráfico 4 Brasil: Preços pagos ao produtor (m édia nacional) e Índice FAO de preços internacionais de com m odities lácteas, jan/2002 a

ago/2009 - Em US$/l e Índice (base 2002 - 04 = 100)

0,0000

0,0500

0,1000

0,1500

0,2000

0,2500

0,3000

0,3500

0,4000

0,4500

0,5000

2002

/jan

mai set

2003

/jan

mai set

2004

/jan

mai set

2005

/jan

mai set

2006

/jan

mai set

2007

/jan

mai set

2008

/jan

mai set

2009

/jan

mai set

Fonte: CEPEA e FAO. MHF/set 09.

US$

/l

0

50

100

150

200

250

300

Índi

ce

dez/2008US$/lÍndice FAO

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período. Entre os países desenvolvidos, apenas o Japão desvalorizou a sua moeda em 9,9%.

A China desvalorizou a sua moeda em 0,1%; a Rússia em 2,6%; a Argentina em 7,7%; e o Uruguai em 2,3%.

Os principais players no comércio internacional (com exceção do Japão) valorizaram as suas moedas.

1,6 bilhões de litros, um acréscimo de + 5,0% na comparação com o ano anterior.

Entre 2003 e 2008, as exportações evoluíram de 173,4 milhões de litros equivalente leite para 1,0 bilhão de litros equivalente leite, um aumento de + 527,6%, a uma taxa média anual de + 44,4% aa.

3. Mercado nacional 3.1 Produção: quadro de oferta e demanda A Tabela 3 apresenta o quadro de oferta e demanda de leite entre 2003 e

2010, sendo estimativas as informações para os três últimos anos. A produção nacional de leite cresceu a uma taxa média anual de + 5,3% aa

entre 2003 e 2008, quando evoluiu de 22,2 bilhões de litros para 28,7 bilhões de litros (estimativa para o último ano).

Em 2008 a produção sob inspeção aumentou + 7,8%, havendo alcançado 19,2 bilhões de litros. Para esse mesmo ano, estima-se que a produção total deva ter alcançado 28,7 bilhões de litros, um acréscimo de + 10,0% comparativamente ao ano anterior.

Em 2009, estima-se um crescimento da produção a uma taxa mais próxima à taxa média de crescimento verificada nos últimos cinco anos, de + 5,0%, podendo alcançar 30,1 bilhões de litros. A produção para 2010 está estimada em 3

ConsumoAno Total ar. Total Var. Sob insp./ Total Var. Xs/Prod. Total Var. Ms./Prod. interno totalV

% % total (%) % Insp. % % Insp. % aparente Litros/hab. Var.%2003 22.254 - 13.627 - 61,2% 173,4 - 1,3% 554,0 - 4,1% 22.635 126,5 -2004 23.475 ,5% 14.503 6,4% 61,8% 385,0 122,1% 2,7% 350,0 -36,8% 2,4% 23.440 129,1 2,1%200

55 24.572 74, % 16.284 12,3% 66,3% 527,0 36,9% 3,2% 442,0 26,3% 2,7% 24.487 132,9 3,0%

2006 25.398 ,43 %

Este texto pode ser reproduzido por qualquer meio, desde que seja citada a fonte. Página 44 de 86

16.670 2,4% 65,6% 528,0 0,2% 3,2% 556,0 25,8% 3,3% 25.426 136,1 2,4%2007 26.134 9% 17.889 7,3% 68,4% 686,0 29,9% 3,8% 390,0 -29,9% 2,2% 25.838 136,5 0,2%2008 * 28.747 0% 19.285 7,8% 67,1% 1.088,0 58,6% 5,6% 474,0 21,5% 2,5% 28.133 146,6 7,4%2009 * 30.185 5,0% 20.249 5,0% 67,1% 924,8 -15,0% 4,6% 568,8 20,0% 2,8% 29.829 153,5 4,7%2010

2,10,

* 31.694 5,0% 21.262 5,0% 67,1% 1.202,2 30,0% 5,7% 466,4 -18,0% 2,2% 30.958 157,5 2,6%Fonte: IBGE, MDIC/Alice, OCB/CBCL, CNA, Leite Brasil e Embrapa Gado de Leite.

* Estimativas para a produção total de 2008, 2009 e 2010 sob inspeção de 2009 e 2010.

** População residente em 1º de julho (Fonte: IBGE).

Nota: A partir de 2007, os dados de comércio exterior incluem leite modificado e doce de leite.

Em milhões de litros

ExportaçõesProdução talper capita **

Importações Consumo Produção sob inspeção

MHF/set 2009

Tabela 3 Brasil: Quadro de oferta e demanda de leite in natura (equivalente)2003 a 2010 (est)

to

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45

No mesmo período, as importações se reduziram em - 14,4 %, a uma taxa média anual de - 3,1% aa, revelando a crescente auto-suficiência do país na produção de leite e o ajuste do setor às condições da economia.

Estima-se que o consumo per capita nacional de equivalente leite tenha aumentado + 3,0% aa entre 2003 e 2008, evoluindo de 126,5 litros/per capita/ano para 146,6 litros/per capita/ano, ainda bastante inferior ao consumo, por exemplo, na Argentina, de 190,0 litros/per capita/ano ou do Uruguai de 219,0 litros/per capita/ano. O consumo per capita nacional poderá alcançar 153,5 litros/ano em 2009 e 157,5 litros/per capita/ano em 2010.

s

e a

s exportações brasileiras de lácteos têm perdido competitividade devido ao movimento d

ocasionou expressivo revés na tendência exportadora

No que se refere aos derivados lácteos, as projeções do FAPRI indicam que a produção nacional de leite em pó integral deverá alcançar 815 mil t em 2018 (664 mil t em 2010), a de queijo deverá alcançar 938 mil t em 2018 (674 mil t em 2010); a de leite em pó desnatado 257 mil t (168 mil t em 2010); e a de manteiga 128 mil t (97 mil t em 2010) (Gráfico 4).

De acordo com o FAPRI estima-se que as exportações nacionais líquida(exportações menos importações) de leite em pó integral alcançarão 171 mil t em 2018 (95mil t em 2010); as de queijo alcançarão 65,8 mil t em 2018 (27,2 mil t em 2010); as de leitem pó desnatado alcançarão 50,1 mil t em 2018 (15 mil t em 2010); e as de manteigalcançarão 36 mil t em 2018 (13 mil t em 2010) (Gráfico 5).

Ae excessiva valorização do real frente ao dólar. Em agosto, o preço do litro

de leite pago ao produtor, média nacional, situou-se em US$ 0,42/l. A perda de competitividade

do setor verificada nos últimos dois anos.

G r á f i c o 4 B r a s i l : P r o d u ç ã o h i s t ó r i c a e e s t i m a d a d e c o m m o d i t i e s l á c t e a s l e i t e e m p ó i n t e g r a l , d e s n a t a d o , m a n t e i g a e q u e i j o ,

2 0 0 2 a 2 0 1 8 - E m m i l t

F o n t e : F A P R I .M H F / s e t 0 9

Este texto pode ser reproduzido por qualquer meio, desde que seja citada a fonte. Página 45 de 86

01 0 02 0 03 0 04 0 05 0 06 0 07 0 08 0 09 0 0

1 . 0 0 0

2002

2004

2006

2008

2010

2012

2014

2016

2018

Mil

t

L P I n t e g r a l L P D e s n a t a d oM a n t e i g a Q u e i j o

P e r s p e c t i v a s p / 2 0 1 8( b a s e 2 0 0 9 ) :

Q u e i j o : + 3 9 , 1 % ( + 3 , 7 % a a ) * 9 3 8 m i l t

L P I n t e g r a l : + 2 6 , 5 % ( + 2 , 6 % a a ) * 8 1 5 m i l t

L P D e s n a t a d o : + 6 0 , 7 % ( + 5 , 4 % a a ) * 2 5 7 m i l t

M a n t e i g a : + 3 5 , 4 % ( + 3 , 4 % a a ) * 1 2 8 m i l t

2 0 0 9

L P I + 8 , 4 % a a

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46

,2% e as importações aumentaram 22,9%, relativamente ao mesmo p S$

do, egral (42,8 mil t), sendo 74,8% com origem na Argentina e

25,2% com origem no Uruguai. via adotado medidas de defesa comercial contra

importações edidas anti-dumping para os produtos oriundos da União Européia e Novafevereiro de 2012. Naquela época, foram também firmados compromissos de preços com a Argentina e

es excessivas de leite em pó com o

o

Entre janeiro e agosto, as exportações nacionais de lácteos (NCMs 0401 a 0406), em valores, diminuíram 65

eríodo do ano anterior, reduzindo o saldo comercial de um superávit de U169,9 milhões em 2008 para um déficit de US$ 66,7 milhões em 2009. Do total importa49,7% foram de leite em pó int

Em 2001, o país hasubsidiadas na origem, com a aplicação de m

Zelândia, que permanecem em vigor até

Uruguai, rompidos em abril de 2008. Em julho/2009, com o objetivo de frear as importaçõrigem na Argentina, foi acordado um compromisso de quantidades e preços

com aquele país. Nesse momento, estuda-se um acordo de quantidades e preços com

G r á f i c o 5 B rp r i n c i

- 1 0 0

- 5 0

1

1 5 0

a s i l : E x p o r t a ç õ e s l í q u i d a s , h i s t ó r i c a s e e s t i m a d a s , d a s p a i s c o m m o d i t i e s l á c t e a s , 2 0 0 2 a 2 0 1 8 - E m m i l t

2 0 0

F o n t e : F A P R I . M H F / s e t 0 9 .

M a n t e i g aQ u e i j o 2 0 0 9L P D e s n a t a d oL P I n t e g r a l

0

5 0

0 0

Mil

t

M a n t e i g a - 8 - 4 0 0 0 2 3 1 1 , 2 1 3 1 6 1 9 , 9 2 3 , 1 2 6 , 1 2 9 3 1 , 5 3 3 , 8 3 6Q u e i jo - 9 - 3 2 4 - 1 4 3 8 , 9 3 2 7 , 2 2 9 , 7 2 3 , 5 3 0 , 1 3 9 , 7 4 8 , 5 5 5 , 1 6 0 , 9 6 5 , 8L P D e s n a t a d o - 1 6 - 4 - 2 - 2 - 5 0 - 5 1 1 , 9 1 5 2 1 , 7 3 4 , 4 4 0 , 6 4 5 , 4 4 9 , 3 5 0 , 9 5 1 , 2 5 0 , 1L P I n t e g r a l - 7 1 - 3 0 - 5 1 - 1 4 2 3 5 5 9 5 9 5 1 0 4 1 1 9 1 3 1 1 4 1 1 5 2 1 6 1 1 6 7 1 7 1

2 0 02

2 0 03

2 0 04

2 0 05

2 0 06

2 0 07

2 0 08

2 0 09

2 0 10

2 0 11

2 0 12

2 0 13

2 0 14

2 0 15

2 0 16

2 0 17

2 0 18

Uruguai (Gráfico 6).

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G ráfico 6 L ác teo s: B alan ça co m erc ia l (N C M s 0401 a 0406 ), F on te : M D IC /M A P A .M H F /se t 09

-100 ,0

Sald

o

1 996 a 2009 (ag o ) - E m U S $ m ilh õ es

300,0

400 ,0

500 ,0

600 ,0Ex

ps. e

Imps

.

0 ,0100 ,0200 ,0300 ,0400 ,0

D ire itos anti-du m pin g e

co m prom isso s de p reços

2009 /08 a té ag o :X 's : - 65 ,2%M s: + 22 ,9%

0,0

100 ,0

200 ,0

-600 ,0-500 ,0-400 ,0-300 ,0-200 ,0

E xportaçõ

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 20082008 (a té

2009 (a té

ag o ) ago )

es 19 ,3 9 ,4 8 ,1 7 ,5 13 ,4 25 ,0 40 ,3 48 ,5 95 ,4 130 , 138 , 273 , 509 , 312 , 108 ,Im po rtaçõ es 514 , 454 , 508 , 440 , 373 , 178 , 247 , 112 , 83 ,9 121 , 154 , 150 , 211 , 143 , 175 ,S a ldo -495 , -445 , -500 , -432 , -359 , -153 , -207 , -63 ,8 11 ,5 8 ,9 -16 ,2 122 , 297 , 169 , -66 ,7

47

GP-M, ba

dutor apresentaram recuperação

a comparação com o mesmo mês do ano anterior e - 7,5% (- 10,3% em termos reais) na comparação com a média recebida no período janeiro a agosto.

Com a entrada da safra em julho, espera-se para os próximos meses uma estabilidade e, possivelmente, uma continuidade de recuperação de preços, devido à necessidade de adequar os preços aos custos de produção e ao controle das

3.2 Preços pagos ao produtor e quantidades adquiridas pelos laticínios O Gráfico 7 apresenta os preços nominais, reais (corrigidos pelo I

se ago/2009) e as quantidades produzidas de leite sob inspeção no Brasil entre janeiro/2002 e julho/2009.

A partir de dezembro/2008, os preços pagos ao prodevido ao início da entressafra. Em agosto o preço pago ao produtor situou-

se em R$ 0,7743/l, + 8,8% (+ 9,6% em termos reais) n

G r á f ic o 7 B r a s i l : P r e ç o s p a g o s a o p r o d u t o r n o m in a i s e r e a is e q u a n t id a d e d e le i t e s o b in s p e ç ã o ( e s t . C E P E A p /c i n c o ú l t i m o s m e s e s ) , j a n /2 0 0 2 a

a g o /2 0 0 9 - E m R $ / l e R $ / l ( IG P - M b a s e a g o 0 9 ) e m i l l i t r o s

0 ,0 0 0

0 ,1 0 0 0

0 ,2 0 0 0

0 ,3 0 0 0

0 ,4 0 0 0

0 ,5 0 0 0

0 ,6 0 0 0

0 ,7 0 0 0

0 ,8 0 0 0

0 ,9 0 0 0

1 ,0 0 0 0

2002

/jan

mai set

2003

/jan

mai set

2004

/jan

mai set

2005

/jan

mai set

2006

/jan

mai set

2007

/jan

mai set

2008

/jan

mai set

2009

/jan

mai set

F o n t e : C E P E A e IB G E . M H F / s e t 0 9 .

R$/

l

0

2 0 0 .0 0 0

4 0 0 .0 0 0

6 0 0 .0 0 0

8 0 0 .0 0 0

1 .0 0 0 .0 0 0

1 .2 0 0 .0 0 0

1 .4 0 0 .0 0 0

1 .6 0 0 .0 0 0

1 .8 0 0 .0 0 0

2 .0 0 0 .0 0 0

Mil

litro

s

C a p t a ç ã o ju l 0 9 / ju l 0 8 : - 1 ,1 %ja n a ju l 0 9 / ja n a ju l 0 8 : - 1 ,0 %

P r e ç o a g o /0 9 : R $ 0 ,7 7 4 3 / la g o 0 9 /a g o /0 8 : + 8 ,8 %

P r e ç o s n o m i n a is ja n a ju l 0 9 / ja n a ju l 0 8 : - 7 ,5 %P r e ç o s r e a isL e i t e s o b in s p e ç ã oL in e a r ( L e i t e s o b in s p e ç ã o )

0

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importações.

rá de recuperação da economia mundial, principalmente dos países e

io, em volume, na comparação com o mesmo perío

relativamente ao mesmo período do ano anterior, nas quantidades exportadas: de + 12,01% para o leite em pó integral; de + 10,62% para a manteiga; de + 1,28% para o leite em pó desnatado; e de + 1,38% para o soro em pó; enquanto o queijo apresentou redução de comércio de - 3,77%.

O aumento de comércio foi maior nas commodities com origem na Austrália e Nova Zelândia: de + 92,37% no leite em pó desnatado com origem na Austrália e de + 63,74% naquele com origem na Nova Zelândia, no mesmo período. A recuperação dos preços internacionais apresenta-se contínua e firme desde o início do ano.

No cenário interno, o Brasil encontra dificuldades de retomar as suas exportações devido à extrema valorização da moeda nacional, que retira competitividade do produto nacional no mercado externo.

Apesar de não se vislumbrar uma pressão de demanda por matéria-prima nos próximos meses, pois o setor perdeu parte da demanda externa, e apesar da entrada da safra, o controle das importações e o contínuo aumento dos preços internacionais das

everá influenciar positivamente os preços pagos ao produtor. Os preços dos derivados lácteos, principalmente do leite UHT, leite em pó

integral e leite condensado, serão influenciados tanto pelos preços pagos ao produtor quanto pelos preços internacionais, principalmente daqueles produtos com maior participação no mercado externo.

A disputa por margens na cadeia de valor deverá ser administrada pelo mercado, devendo o elo mais fraco dos produtores dispor de instrumentos tais como o CONSELEITE, contratos e outros, que têm como objetivo preservar o equilíbrio dentro da cadeia produtiva. Alternativamente, será necessário garantir subsídios à indústria, evitando que sejam repassados os aumentos da matéria-prima para o consumidor, mantendo sob controle a inflação e o preço da cesta básica.

Os programas governamentais PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e PGPAF (Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar) são destinados à compra de leite em pó e seguro de preços da pequena produção familiar, respectivamente.

Por outro lado, a perda de parte da demanda externa sinaliza uma redução das taxas de crescimento da produção relativamente ao ano anterior.

3. Perspectivas O ano de 2010 semergentes e em desenvolvimento, que estiveram menos vinculados à crise

financeira iniciada nos Estados Unidos em meados de 2007. Em 2009, apesar da estimativa do FMI de redução do comércio mundial em -

12,2%, em volume, o setor lácteo apresentou expressiva alta do comércio internacional de leite em pó integral e manteiga entre janeiro e ma

do do ano anterior. De acordo com o relatório do CLAL, de julho/2009, os quatro principais

exportadores (Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e UE-27) apresentaram aumento,

commodities lácteas d

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Os preços mínimos para a safra 2009/10 experimentaram aumento em torno de 15% e são a base de valor para a concessão de Empréstimos do Governo Federal, sem Opção de Venda, a taxas preferenciais de 6,75% aa.

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50

1 – PANORA

raiz de mandioca tem sido crescente, sendo previstas para 2008 (

MANDIOCA E DERIVADOS

Cláudio Luiz da silva Chicherchio

MA INTERNACIONAL

Apesar da forte retração no preço, média de US$ 285,00/t em junho e julho/09, a produção mundial de

conforme Quadro I abaixo), pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), 238,5 milhões de toneladas, em 2007 - 228,13 milhões, em 2006 - 222,55 milhões e em 2005 - 207,43 milhões de toneladas, associadas a ganhos em produtividade e de expansão da área plantada, especialmente nos países pobres e em desenvolvimento.

Q u a d r o I - P r o d u ç ã o M u n d ia l d e M a n d io c a

2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8

M il T o n e la d a s

M u n d o 2 0 7 4 3 7 2 2 2 5 5 9 2 2 8 1 3 8 2 3 8 4 5 0

Á f r ic a 1 1 4 6 0 2 1 1 8 0 7 8 1 1 7 8 8 8 1 2 4 0 0 0

N ig é r ia 4 1 5 6 5 4 5 7 2 1 4 5 7 5 0 4 9 0 0 0

RC

e p ú b lic a d o o n g o

1 4 9 7 4 1 4 9 8 9 1 5 0 0 0 1 5 3 0 0

G a n a 9 5 6 7 9 6 3 8 9 6 5 0 1 0 3 0 0

A n g o la 8 6 0 6 8 8 1 0 8 8 0 0 9 0 0 0

M o ç a m b iq u e 6 5 0 0 7 5 0 0 7 3 5 0 7 7 5 0

T a n z â n ia 7 0 0 0 6 5 0 0 6 6 0 0 7 0 0 0

U g a n d a 5 5 7 6 4 9 2 6 4 4 5 6 4 0 0 0

A m é r ic a L a t in a

B r a s il 2 5 8 7 2 2 6 6 3 9 2 7 3 1 3 2 6 3 0 0

P a r a g u a i 4 7 8 5 4 8 0 0 5 1 0 0 5 3 0 0

C 2 0 0 0o lô m b ia 2 0 5 0 2 1 0 0 2 2 0 0

Á s ia 5 5 9 1 7 6 7 1 9 0 7 0 7 4 5 7 6 6 5 0

T a ilâ n d ia 1 6 9 3 8 2 2 5 8 4 2 5 3 4 8 2 9 1 5 0

I n d o n é s ia 1 9 3 2 1 1 9 9 2 8 1 9 6 1 0 2 0 0 0 0

V ie tn a m 6 6 4 6 7 7 1 4 8 9 0 0 1 0 0 0 0

Í n d ia 5 8 5 5 7 6 2 0 7 6 0 0 7 7 0 0

C h in a c o n t in e n ta l 4 0 0 0 4 3 0 0 4 3 5 0 4 5 0 0

C a m b o ja 5 3 6 2 1 8 2 2 0 0 0 2 1 0 0

F il ip in a s 1 6 7 8 1 7 5 7 1 8 2 9 2 0 0 0

* P r o je ç ã o

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que a cultura da mandioca adquira papel de destaque na produção de etanol, de plásticos biodegradáveis, além de novos usos no setor têxtil, cosmético e alimentício (humano e animal).

Na Tailândia se encontram as maiores plantas industriais para a produção e fécula, setor que vem ganhando destaque no Vietnã, com crescimento e modernização xpressiva para a fabricação de produtos com maior valor agregado, tais como amidos odificados, glucose e maltose.

– PANORAMA NACIONAL

Em 2008 o Brasil ficou em terceiro lugar como produtor mundial de raiz de andioca, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da AO, sendo ainda, de acordo com dados liberados pelo IBGE relativos a 2007, a quarta ultura mais produzida no país, com 26, 541 milhões de toneladas, cedendo apenas para cana-de-açúcar, soja e milho e a sexta em área plantada e colhida, após soja, milho, ana-de-açúcar, feijão e arroz. A mandioca é cultivada nas 27 Unidades Federativas, odendo-se dizer que na região Centro-Sul predomina o processo dustrializado/mecanizado e no Norte/Nordeste a produção é, em sua maioria, artesanal.

A previsão de produção, realizada pelo Levantamento Sistemático da rodução Agrícola – LSPA/ IBGE, para agosto/09, é de 26,323 milhões de toneladas, o ue corresponde a uma elevação de 0,33% em relação a 2008. Nesse contexto, houve dução da produção nas regiões Nordeste (8,42%) e Centro-Oeste (16,21%) e aumento

o Norte (6,10%), Sudeste (2,17%) e Sul (13,0%), motivados ora pelo excesso de chuva, ra demasiada seca (SC e RS); à pressão exercida pela expansão do cultivo de cana-de-çúcar, destacadamente nos Estados de SP, PR e MS e ainda à elevação dos custos de rodução, principalmente com gastos de mão-de-obra na região Nordeste e com rrendamento de áreas nas regiões Centro e Sul e ainda pelos bons preços alcançados m determinadas épocas do ano.

O Pará, maior Estado produtor, é responsável por 4,96 milhões de toneladas e raiz, ou seja, 18,77% da produção nacional. Na seqüência vem Bahia, com produção stimada em 4,22 milhões de toneladas, equivalente a 15,97% da produção brasileira e o araná com 4,07 milhões de toneladas, equivalente a 15,40% do total nacional que é 6,42 milhões de toneladas.

No Gráfico I, verificamos que a produção nacional de raiz de mandioca é astante sazonal. Os preços do produto são decisivos e exercem influência direta sobre a ferta. Em épocas de preços baixos ocorre diminuição de área plantada com consequente dução da produção. No momento seguinte, uma natural inversão de comportamento por

O ganho de produtividade é atribuído às mais variadas pesquisas que têm como meta o desenvolvimento dessa cultura1. Também existe grande interesse dos países por fontes energéticas renováveis, fazendo com

dem

2

mFcacpin Pqrenoapae deP2 bore

No Brasil, pesquisas desenvolvidas pela Embrapa e MAPA buscam estratégias para biofortificação com ferro,

nco e pró-vitamina A de alimentos básicos na dieta brasileira como mandioca, arroz, feijão, batata-doce e feijão caupi, ém de zoneamentos agrícolas por UF/municípios. Novas técnicas para plantio, etc.

1 zial

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parte dos produtores e do me s e recuperação da área na afra seguinte.

ue a é pulv todo o erivados, arinha e a orna-se o

ara fins ração de s , utiliza-se como referência o comportamento do mercado e índices técnicos da

ária (Embra Instituto Brasileiro rafia e Estatística .

entar - PLC 22/07 – que previa a obrigatoriedade de

Conforme ex trabalho o pelo Ce Avançados 06.09, a p de fécula 8

esceu 3,7%, torno de 565.115 t, ver figura abaixo. Naquele ano, a de da oferta atéria-prima e os preços atrativos foram fatores

para a es acima foi o dos ao Se leiro e res s

com a As o o de Mand bam.

rcado, via elevação dos preços

Tendo em vista q produção erizada em o país,

mapeamento da produção dos d como a f fécula, t um desafipara os segmentos dessa cadeia. Atualmente, p de elabo políticapúblicasFAO, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu pa) e dode Geog (IBGE) No intuito de promover o consumo interno da mandioca, foi proposto em 2008 o Projeto de Lei Complemadição de derivados da mandioca à farinha de trigo, porém, apesar da aprovação pela Comissão de Assuntos Econômicos – CAE do Senado Federal, não obteve sucesso perante o Chefe do executivo. Pretende-se, conforme apresentado na última Reunião da Câmara Setorial do produto (em 14.07.09), o retorno das ações nesse sentido. posto no divulgad ntro de Estudos em Economia Aplicada – Cepea/Esalq-SP, em 03. rodução em 200reagiu e cr algo emestabilida de mpreponderantes para esse crescimento. O trabalho timativa realizadcom base em relatórios e questionários encaminha tor Fecu pondidono período de janeiro a abril deste ano, pelo Cepea, em parceria sociaçãBrasileira dos Produtores de Amid ioca – A

1 6 ,0 0

1 8 ,0 0

2 0 ,0 0

2 2 ,0 0

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1989

1991

1993

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1997

1999

2001

2003

2005

2007

2009

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T o n Á re a (h á )*2 0 0 9 = P ro je ç ã o - F o n te : IB G EE la b o r : C o n a b

G R Á F IC O I - H IS T Ó R IC O D A P R O D U Ç Ã O D E R A IZ D E M A N D IO C A X Á R E A P L A N T A D A N O B R A S IL

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m sido destacado pela imprensa que os produtores

as áreas pode se estender por mais tempo visto que o clima

149,65/t, enquanto em agosto/09 registrou R$ 132,60/t. Registrando-se que no período de 10 a 28.08.09, os preços reagiram motivados, conforme agentes do mercado, a pouca oferta do produto devido condições climáticas. O mercado e o comportamento dos preços a reg

localidades.

Com base na capacidade total instalada em 2008, que foi de 18.155 t/dia, e utilizando-se um rendimento médio de amido das raízes na proporção de 25%, o estudo estimou que poderia produzir diariamente 4.538 t de fécula, a qual, multiplicada pelo número de dias a serem trabalhados no ano, em média de 260, a média nacional poderia alcançar 1,18 milhão de toneladas, que seria 68% maior que a máxima atingida em 2002 (667 mil t). O Paraná, em 2008, foi o maior processador nacional de fécula, registrando 353,4 mil t, representando 62% da produção total brasileira. 2.1 - Preço Raiz de Mandioca No Estado do Paraná, a cotação média anual verificada em 2008 foi de R$ 165,00/t, enquanto em agosto/09, registrou R$ 135,90/t. Contudo, é de se frisar que no período de 10 a 28.08.09, os preços reagiram, sendo associados, pelos agentes do mercado, a menor oferta do produto e assim, ocorrência de disputa entre farinheiras e fecularias pela matéria-prima. Também, de acordo, com a Seab/Deral, já foram colhidos 65% da área plantada, porém teparanaenses de mandioca, para melhorar a produtividade do ciclo da raiz, decidiram podar as ramas e que isto atrasaria em até cinco meses a completa oferta do produto.

Na região Centro-Sul a maior parte da produção de raízes é de dois ciclos, em função de a produtividade ser superior e a maior rentabilidade em relação aos custos de produção. A colheita nessseco registrado nas primeiras semanas do mês de agosto dificultou o arranquio. Quanto à colheita da raiz de um ciclo, esta pode se estender até dezembro, dependendo da concentração de amido. No Estado do Pará, a cotação média anual verificada em 2008 foi de R$

n ião Norte não segue a mesma tendência da Centro-Sul e Nordeste, visto que a oferta de mandioca e derivados destina-se basicamente ao atendimento regional, praticamente inexistindo a entrada de produto oriundo de outras

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m agosto/09 registrou R$ 186,60/t. Lembramos, por oportuno, que no eríodo de 10 a 28.08.09, os preços desaqueceram, em função da maior oferta do roduto.

rinh

rdestinos

No Estado do Pará, verifica-se sazonalidade nos preços da farinha, pois em de R$ 63,16/sc, em agosto registrou R$ 55,23/sc, e já

este ano, apesar da média de janeiro 2009 ter subido para R$ 71,80/sc, em agosto a édia foi de R$ 57,29/sc de 50 kg.

No Estado da Bahia, a cotação média verificada em 2008 foi de R$ 189,60/t, enquanto que epp

O Gráfico II, acima, apresenta o comportamento dos preços da raiz de

mandioca nos principais Estados produtores: Pará, Bahia e Paraná. Fa a

Quanto ao mercado de farinha, observou-se que no Estado do Paraná o preço variou de R$ 21,12/sc, em agosto de 2006, para os atuais R$ 33,00/sc (média agosto/09), um incremento da ordem de 56,25%. Nas últimas semanas registrou-se baixa oferta de matéria-prima, em função das chuvas no estado, havendo disputas entre fecularias e farinheiras locais e pouca demanda, visto que os compradores noestão se abastecendo na Bahia e Pernambuco.

No Estado da Bahia, de julho 2007 a julho 2008 os preços apresentam um processo de recuperação, algo em torno de 119,35%, porém a partir de agosto/08 os preços não se estabilizaram, apontando para uma média neste mês de agosto/09 de R$ 44,12/SC, ou seja, decréscimo de 23,44%. Considerando que a colheita na maior parte dos Estados da região Nordeste ocorre de junho a dezembro, os preços da farinha de mandioca deverão apresentar um leve declínio, em função da elevação da oferta. janeiro 2008 o preço médio era nm

GRÁFICO II -EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DA RAIZ DE MANDIOCA PAGOS AO PRODUTORMaio/2008 A Ago/2009

50

100

150

200

250

ma jun8

jul/08

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set/0

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8

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jun/09jul/0

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BA MS PA PR P.M/N/NO P.M/Sul/SE/CO

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No gráfico III observa-se o comportamento dos preços da farinha de andioca (recebidos pelo produtor) nos Estados da Bahia, Pará e Paraná, no período de gosto de 2005 a agosto de 2009.

écula

O comércio de fécula alcança algo em torno de 85% do total das de derivados da mandioca. Na Ásia a mandioca possui notoriedade

omo matéria-prima agroindustrial (produção de amido, chips e pellets para alimentação

ma

F

exportações mundiaiscanimal). Em 2007 a Tailândia exportou 1,47 milhões de toneladas de fécula de mandioca, em 2008 1,27 milhões de t e em 2009, até o final de junho, 594,5 milhões de t, conforme registros disponibilizados pela Thai Tapioca Starch Association (TTSA). Quanto à evolução nacional de exportações de mandioca e derivados, consultamos a base de dados da Secretaria de Comércio Exterior – Secex/Mdic, sendo que em 2007 o Brasil exportou 12,87 mil toneladas; em 2008 9,31 mil toneladas de fécula, e em 2009, até julho 6,24 mil t. Tal retração deve-se aos preços mais competitivos no mercado externo e aos mais favoráveis no mercado interno. As exportações brasileiras são pouco expressivas e o comportamento das safras em outros países pouco tem afetado a safra interna, exceto pela perspectiva de conquistar fatias no mercado externo, já que a Europa é um mercado potencial para a fécula brasileira. O Brasil já se fez presente, mas sua participação hoje é insignificante, representando pouco mais de 0,024% em 2009 (6.424 mil t) do que o previsto para a atual produção.

Quanto às importações, o Brasil internalizou 13,06 mil toneladas de fécula de mandioca em 2007; em 2008 9,91 mil t e em 2009, até julho foram importadas apenas 35 toneladas de fécula. Tal desaceleração nas importações deve-se aos picos negativos de preços observados no primeiro semestre deste ano no mercado interno, o que tornou os preços mais atrativos.

0 ,0 0

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P A R Á B A H IA P .M . (N -N E ) P A R A N Á P .M . (C E N T R O -S U L )F o n te : C e p e a e C o n a bE la b o ra ç ã o : C o n a b

G rá fic o II I - E V O L U Ç Ã O P Ç O S M É D IO S N O M IN A IS R E C E B ID O S P E L O P R O D U T O R - F A R IN H A D E M A N D IO C A

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,35/kg. Até julho de 2009 a média de preços da fécula de mandioca exportada pelo Brasil foi U$S 560,00/tonelada, ou U$S 0,56/kg. Esse preço é 21,12% inferior ao obtido no ano passado e 115,38% superior ao obtido na Tailândia no mesmo período (jan a julho/09), que foi U$S 263,43/tonelada ou U$S 0,26/kg (FOB Bangkok).

alg mas regiões e chuvas noutras) e o equilíbrio na

2009 o

Em 2008 a média de preços da fécula de mandioca exportada pelo Brasil foi U$S 710,00/tonelada, ou seja, U$S 0,71/kg. Esse valor foi 97,83% superior à média de preços de exportação da Tailândia (FOB Bangkok), calculada em U$S 358,88/tonelada, ou U$S 0

Acima, no Gráfico IV, vemos o comportamento dos preços da fécula de mandioca (Fob Fecularia) no Estado do Paraná, no período de agosto de 2005 a agosto

Desde abril de 2007 agentes da cadeia produtiva da mandioca acompanham o comportamento dos preços do amido de milho, mandioca e derivados do trigo. Tais cotações, além dos fatores climáticos (seca em u

oferta, influenciaram os preços do amido de mandioca, causando impacto na sua comercialização no primeiro semestre de 2009. 3 - ATUAÇÃO GOVERNAMENTAL

Conforme pode ser observado no Gráfico V, abaixo, de 2003 a Governo Federal adquiriu, por meio de operações realizadas pelo Programa PAA, pelo sistema de Compra Direta, o montante de 47.348 toneladas de farinha de mandioca, assim distribuídas: em 2003, 52 t; em 2004, 5.063 t; em 2005, 12.406 t; em 2006, 17.393

150,00

550,00

950,00

ago/05 ago/06 ago/07 ago/08 ago/09

VALO

R E

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PREÇOS (FOB FEC) PREÇO MÍNIMOFonte: Cepea/EsalqElaboração: Conab

R$ 796,50

Gráfico IV- PREÇOS DA FÉCULA DE MANDIOCA (FOB FECULARIA) NA REGIÃO CENTRO-SULAGO/05 A AGO/09

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oque público de fécula, por meio de AGF realizada no Paraná (1.541 t), e estoques de farinha de mandioca pelo PAA, estimado em 6.612 t, distribuídas em onze Unidades da federação: AL (820 t), BA (7,4t), ES (23t), MG (15t), MS (1.434t), PB (71 t), PE (2,677t), PI (740t), PR (61t), RN (7,4t) e SP (753t).

do os ajustes verificados

t; em 2007, 5.329 t; em 2008, 1.692 t e em 2009, 5.413 t, transferindo, assim, renda aos produtores rurais e suas cooperativas, vez que dispensou o uso de atravessadores.

Atualmente existe est

No âmbito do Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar-PGPAF, até agosto deste ano não ocorreu pagamento de bônus aos produtores de raiz de mandioca, pois o preço de mercado, em todas as Unidades da federação produtivas, está superior ao preço de referência

Ainda no campo das políticas públicas, merece destaque os reajustes nos preços mínimos da raiz de mandioca e derivados (exceto fécula Centro-Sul), definidos para a safra 2009/10 e 2010, que foram bem aceitos pelo setor produtivo, o que contribuirá, sem dúvida, para o aumento das áreas cultivadas. Esta medida constitui uma importante contribuição para o setor e atinge todos os elos da cadeia produtiva em nível de produtor rural e/ou sua cooperativa. Abaixo, tabela constannos preços mínimos que irão vigorar a partir de janeiro de 2010 e seus respectivos ajustes.

Centro-Sul 98,85 110,82 12,11 23,68 25,67 8,40 0,69 0,69 0,00Norte-Nordeste 106,12 117,35 10,58 26,83 28,67 6,86 0,74 0,86 16,22Fonte e elaboração:Conab

Safra 2009/10

Variação %

Variação %

Safra 2008/09

Safra 2008/09

Safra 2008/09

Safra 2009/10

Safra 2009/10

Variação %

Tabela 1 - PREÇOS MÍNIMOS PARA RAIZ DE MANDIOCA E DERIVADOS

Região

Raiz de Mandioca Farinha de Mandioca (R$/tonelada) (R$/tonelada) Fécula (R$/Tonelada)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

fonte: Conab

Mil t

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Gráfico V - Aquisição de Farinha de Mandioca - PAA

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vigir a partir de neiro e 20 .

o mercado internacional, como principais perspectivas destacam-se a demanda por alimentação animal e a parceria Brasil, África e União Européia na área de bioenergia, com a utilização da mandioca como matéria-prima para produção de etanol no país africano e posterior venda no mercado europeu, enquanto que na Tailândia faz-se previsão de que haverá decréscimo de quase 8%, caindo a estimativa de safra para 27,75 milhões de toneladas em função da migração para a cana-de-açúcar, conforme anunciado pela Abam em 02.09.09. Destes, 2,5 milhões t serão utilizados para produzir etanol e o restante na fabricação de chips para exportação e ingrediente de petfoods (alimentos para animais domésticos). Segundo a Thai Tapioca Trade Association a queda na produção irá diminuir o crescimento da indústria por falta de matéria-prima. Fatores associados a insetos, falta de chuvas, redução de produtividade e fluxo de mandioca de países vizinhos contribuem para a queda anunciada na produção. No Brasil, em 2009, segundo o IBGE em seu levantamento realizado em agosto/09, a produção brasileira está estimada em 26,423 mil toneladas, 0,33% maior que a registrada em 2008, ocorrendo elevação da área plantada nos estados do Pará (3,485%), Acre (69,40%) e Paraná (22,48%), e diminuição de área em outras, como por exemplo no Maranhão (- 27,14%), Bahia (- 3,079%),Ceará (-26,09%), Minas gerais (-2,66%), Mato Grosso do sul (- 19,04%) e Goiás (- 27,71%), esse equilíbrio será determinante para a estabilidade da oferta do produto na safra 2009/10. Diante disso, estima-se uma ligeira elevação nos preços para o último trimestre de 2009, em função do histórico aquecimento da demanda. Além disso, projeta-se pelos Agentes de Mercado a

anutenção d

aiz e obtém 30 t de fécula. Com isso, ncia do Paraná, vez que o Amazonas adquire, em média, 100 t de

anutenção da área plantada e da produção, ra estimada

significativa de área plantada devido à elevação nos custos de produção (mão-de-obra,

4 – ANÁLISE PROSPECTIVA E RESULTADOS ESPERADOS Para formulação desta análise prospectiva de oferta e demanda de mandioca e derivados, para o período de 2009/10, considerou-se como base de referência o histórico de produção, o acompanhamento do mercado já mencionado nas páginas anteriores e os ajustes concedidos aos preços mínimos que irãoja d 10

N

m as cotações em níveis acima dos Preços Mínimos ao longo de 2010, visto que o setor industrial vem em recuperação, o que demandará maior procura pela matéria-prima.

Para 2010 há perspectiva de aumento de área e produção no Pará e Amazonas, associado não só na melhoria de preços recebidos pelos produtores, como também pelo aumento da capacidade de esmagamento da mandioca, pois se tem notícias de que a Fecularia da Amazônia S.A., única da região norte, pretende processar até 2011 cerca de 200 t dia, hoje processa 80 t de rdiminuirá a dependêfécula daquele estado por ano.

Na Bahia, a perspectiva é a de mo em 4,22 milhões de toneladas, pois se por um lado houve melhoria nos preços recebidos pelos produtores, as condições climáticas não têm sido muito favoráveis à cultura, com alternâncias de falta ou excesso de chuva. Na região Centro-Sul a perspectiva é a de que deve haver redução

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tos o Preço Mínim

de até 10% da área, índice considerado pela Conab como alto, pois na análise financeira do custo de produção apurou-se que houve elevação da margem líquida de R$ 6,22/t para R$ 11,80/t. No Estado de São Paulo foi projetada manutenção de área, uma vez que em nossa avaliação apurou-se ganho, porém ainda negativo, ou seja, de – R$ 76,96/t para – NR$ 49,21/t, visto que nesta época do ano o preço de mercado está em baixa, em função do excesso de oferta da raiz. No Estado do Paraná apuramos uma rentabilidade de R$ 37,76/t, quando projetados o PM que entrará em vigor em jan/10 e o atual preço de mercado, enquanto que ao PM em vigor ao valor da elaboração da planilha, apontava para R$ 23,96/t. Tendo em vista o ciclo da cultura que é de 12 a 18 meses, foi projetada uma elevação nacional de 2% de área a ser colhida, ou seja 1914,7 mil ha, resultando na oferta em torno de 26,9 milhões de toneladas de raiz na safra 2009/10, alicerçados, também, no recente Projeto de Lei (PL nº 5.332/09) que exige a obrigatoriedade de adição de farinha, de raspa ou de fécula de mandioca ao trigo, bem como concede benefícios fiscais aos produtores de farinha de mandioca e de trigo misturada.

arrendamentos e defensivos) e a concorrência por área com os grãos, em que pese termos detectado aumento na margem líquida ao projetarmos na planilha de cus

o (PM) que vigirá a partir de Janeiro/10 e o Preço de Mercado (Pme) apurado na semana de 24 a 28.08.09, respectivamente R$110,82/t e R$ 194,20/t.

No Estado do Mato Grosso do Sul agentes de mercado sinalizam redução

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MILHO

Thomé Luiz Freire Guth

1. PANORAMA INTERNACIONAL O último relatório divulgado, em 11 de setembro de 2009, pelo USDA revela uma expectativa de supersafra norte-americana e, conseqüentemente, um aumento na

or 41,44% (projeção da afra 2009/2010) da produção mundial.

produção mundial, já que o Estados Unidos são responsáveis ps

Esta estimativa faz com que os estoques finais permaneçam altos, em torno dos 139 milhões de toneladas de grãos, o que gera uma expectativa de oferta alta no mercado internacional e, provavelmente, poderá manter os preços, nas principais bolsas,pressionados para baixo.

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dia, como o representado no qüinqüênio de 00/04 e com muita variaçã

Que a expectativa da produção dos EUA estimada

pelo USDA se confirme, ou seja, não haja nenhuma interferência de ordem climática que afete consideravelmente o desenvolvimento das lavouras norte-americanas;

Que não haja necessidade de aumento, acima do que prevê, da destinação do milho para fabricação do etanol, seja pelo aumento do petróleo, seja pelo aumento da porcentagem do uso de etanol na mistura com a gasolina, como se discute no Estado da Califórnia, por exemplo;

Este cenário pode ser explicado pelo gráfico de sazonalidade dos preços,

onde se observa que em momentos de estoques mundiais altos tendem a ter pouca variação acima ou abaixo da mé

o tanto abaixo como acima da média, ao longo do ano, conforme ilustra a curva do qüinqüênio de 04/08. Não coincidentemente, havia estoques finais mais altos nos anos de 2000 a 2004, e mais baixos de 2004 a 2008.

Portanto, não se prevê grandes variações nas cotações, acreditando-se que estas devam se manter nos patamares de US$ 3,00/bushel (118,00 US$/tonelada), não se chegando à US$ 4,00/bushel (157,47 US$/tonelada) como aconteceu na safra de 2008/2009, onde fatores como a crise de alimentos e a incertezas da crise econômica mundial tiveram um peso importantíssimo no comportamento das cotações da CBOT.

anto, alguns fatores devem ser levados em consideração para que No entesta situação, bem menos otimista, se confirme:

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Que a demanda pelo produto não aumente além do previsto, por parte de países como Japão, Coréia doSul e México, responsáveis, atualmente, por mais de40% da importação, decidindo importar mais produto

s como Argentina e Brasil, por diminuição de área plantada ou quebra de safra dos respectivos países, pode, também, influenciar na conjuntura internacional para a safra 2009/2010. Além disto, caso confirme-se quebra na safra da China, em função da seca que atinge as lavouras chinesas, pode provocar uma reação nos preços nas bolsas internacionais, já que este país representa 20,15% da produção mundial. 2. PANORAMA NACIONAL

O que ocorre em uma safra anterior influencia a posterior. Apesar das quebras significativas da safra 2008/09 na Argentina, até então o 2º maior exportador do grão, onde se imaginava, inicialmente, que o país iria ocupar este espaço, e em estados importantes como Paraná e Rio Grande do Sul, o preço internacional em queda e a esval

ento do grão, principalmente, do Estado do Mato Grosso.

do que se estima, ou caso a China aumente sua demanda por proteína animal a base de frango ou suíno.

A redução na produção estimada de paíse

d orização do dólar em relação ao real não permitiram que a expectativa de exportação fosse atingida.

O que permitiu uma projeção de exportação em 6,88 milhões de toneladas de milho na safra 2008/09, pouco superior que ao que se realizou na safra 2007/08, foram os leilões de PEP, que possibilitaram o escoam

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O milho, por se tratar de uma commodity, tem influência do mercado internacional e o Brasil, como um tomador de preços, sente, diretamente, o efeito em seu mercado exportador e, sendo um dos players do mercado, uma dependência deste segmento de comercialização na redução dos seus estoques finais.

Projeta-se, então, para 2009/10, em virtude da conjuntura atual (preços internos e internacionais baixos, dólar desvalorizado, alto estoques armazenados), uma redução na área plantada no País, em torno de 6 a 8% em relação à safra 2008/09, mas não necessariamente reflete-se me queda de produção, uma vez que a safra anterior teve uma significativa queda, devido a fatores climáticos.

Por isso, se estimou uma produção em 51,0 milhões de toneladas, bem como uma exportação, acreditando-se em uma oportunidade, pela possibilidade de quebra de safra da China e redução da área plantada na Argentina, em 8 milhões de toneladas, 1,0 milhão de toneladas a menos do que o USDA prevê para a exportação brasileira, considerando que houve um crescimento no setor exportador de milho brasileiro nos últimos 3 anos. Neste cenário, projeta-se um estoque final de 8,0 milhões

e toneladas. V

Contudo, mesmo com a redução na produção de 58,6 para 50,1 milhões de

toneladas, segundo informações do 12º Levantamento de Safra da Conab, e um possível aumento no consumo em torno de 1,0 milhão de toneladas, há uma previsão de estoque final de 10,34 milhões de toneladas, 2º maior em 10 anos, o que evidencia a importância deste mercado exportador para a cadeia produtiva do milho no Brasil

dale salientar que a estimativa de redução de área plantada para a

produção de milho 1ª safra pode ser explicada, também, pelo comportamento dos preços recebidos pelo produtor durante a safra 2008/09 que sofreram com uma expressiva queda, se mantendo em patamares baixos, conseqüentemente, diminuído a rentabilidade da atividade. Situação oposta a ocorrida na safra 2006/07.

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comparada à do milho, inclusive por que a primeira possui ma liquidez maior que a da segunda.

O efeito da variação da rentabilidade tem afetado diretamente no comportamento do produtor no que tange ao seu planejamento de plantio. Tomando como exemplo o Estado do Paraná, principal produtor de milho 1ª safra, ao analisar os preços médios recebidos pelo produtor observados e comparando-se com os custos variáveis, operacionais e custeio, em uma série de 10 anos, verificamos safras em que esta atividade ficou abaixo do custo variável, como na safra 2005/06.

Tomando por base, a mesma série, quando analisa-se a evolução da área

plantada do milho 1ª safra, verifica-se que na safra seguinte a uma significativa redução da rentabilidade, há uma tendência de redução na área plantada. Isto, também, deve-se a influencia da rentabilidade sojau

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Neste caso, confirmando-se a tendência de redução de área mas mantendo

ou tendo um pequeno aumento na produção do milho 1ª safra, em função da estimativa de produtividade mais alta que na safra anterior, juntamente com um estoque inicial alto e uma conjuntura internacional pessimista à curto prazo, não se imagina recuperação nos preços, neste início da safra 2009/10.

Vale salientar que, para a produção do milho na safra 2009/10, há uma nova variável que deverá ser contabilizada no processo produtivo: o aumento de plantio de híbridos de milho transgênico. Esta tecnologia iniciou-se modestamente na 1ª safra, em alguns estados, ganhou força na 2ª safra e, em função da redução nas aplicações de inseticidas, levando o produtor a crer em uma diminuição do custo, mesmo com a semente variando entre R$ 80,00 a 100,00 a mais que um híbrido convencional, além da praticidade oferecida pela tecnologia, deverá ter um considerável aumento na área plantada com esta tecnologia, principalmente, a com resistência à lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda).

Dependendo de como se comportarem os preços durante à 1ª safra e o mercado internacional, bem como à expectativa de atingir o mercado de exportação, poderá haver um efeito, também, do plantio da 2ª safra, onde deverá ser mantida, inicialmente, a área plantada na 2ª safra anterior. 3. CONCLUSÃO

Acredita-se que havendo uma diminuição da área plantada da safra de verão, em função do cenário ao qual o milho se encontra, uma vez que o produtor tende a optar pela soja, devido à sua maior rentabilidade, no momento, e a exportação atinja os

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níveis dentro do estimado, os preços internos poderão ter possibilidade de recuperação, equilibrando a oferta e a demanda e, com isso, reduzir os estoques nacionais.

Se esta situação se configurar, poderá aumentar a rentabilidade da cultura. Entretanto, deve se prestar atenção no comportamento da safrinha que, pelo volume produzido, já se considera uma segunda safra, tendo influência, inclusive, no mercado internacional.

Nesta conjuntura, é necessário, também, que o setor produtivo do milho no Brasil, esteja atento a explorar nichos de mercado, como a comercialização de milho não transgênico a mercados internacionais que buscam esta oportunidade, como União Européia e Japão.

Além disso, nota-se que cada vez mais o Brasil necessita, de forma urgente e bem planejada, aprimorar seu setor de logística para exportação, no intuito se tornar mais competitivo no mercado internacional e passar de acompanhador para definidor de preços de mercado de milho.

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SOJA

Nilva Claro Costa

1. Introdução

Neste artigo constam informações sobre suprimento – balanço de oferta e demanda -, mundial e brasileira, cotações e preços internacionais e nacionais, rentabilidade comparativa e comercialização, visando mostrar e projetar o ambiente econômico em que deverá ocorrer a comercialização da safra 2009/10, sinalizando para a cadeia, em especial aos produtores, perspectivas e cenários para o produto, durante a próxima temporada.

- Panorama Internacional

lo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA, no mês de agosto/09, indicam um aumento de 15% na produção mundial, o equivalente a 32 milhões de toneladas (quadro 1). A atual projeção considera as condições climáticas favoráveis, para a safra americana, sinalizando que a produção americana na safra 2009/10 deve situar-se em torno de 87,0 milhões de toneladas, o que representa um aumento de mais de 6,0 milhões de toneladas. Note-se que o USDA pressupõe boas safras para o Brasil e Argentina.

Em relação ao consumo mundial, há indicativo de continuidade na taxa de crescimento, aproximadamente de 5% (9,7 milhões de t), totalizando 231,34 milhões de toneladas. A China deve aumentar o seu consumo em 2,1 milhões de toneladas, permanecendo em 23% a sua participação no consumo mundial.

Considerando uma expectativa de aumento na oferta mundial na ordem de 32,0 milhões de t, é esperado uma recomposição dos níveis dos estoques (finais) mundiais passando dos atuais 41,0 milhões de t para 50,3 milhões de t, mas, ainda, inferior à média dos últimos 05 (cinco) anos que é de 51,5 milhões de t.

2

O quadro de Oferta e Demanda Mundial indica crescimento significativo na oferta de soja para a temporada 2009/10, em consequência das expectativas de boas safras nos principais Países produtores (EUA, Brasil e Argentina).

Para a temporada 2009/10 as projeções realizadas pe

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.1 – Evo

es médias dos contratos futuros, março/2010, na Bolsa de C

2 lução dos Preços O gráfico a seguir mostra a evolução das cotações da soja no mercado internacional, desde 1995. Para a safra 2009/10, embora os preços apresentem queda em relação à temporada anterior, a tendência para as cotações de soja ainda é de preços médios bem superiores à média histórica das últimas 15 safras (desde a safra 1994/95), conforme projeção, a partir das cotaçõ

hicago, na penúltima semana de agosto/09, quando mercado já tinha absorvido os efeitos do relatório do USDA.

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estimativa realizada pela Conab, para a safra de 2008/09, levantamento do mês de se

ssagem deve ser um dos menores dos últimos anos, representando uma redução

para a temporada 2009/10 em torno de 61,7 milhões de t. Este resultado foi construído a partir de contatos com o setor da cadeia produtiva, considerando as atuais condições de mercado para o milho e algodão (que devem ceder área para a soja), uma produtividade média de 2.730 kg/ha e um incremento de 4% na área a ser plantada com soja.

3.2 – Comercialização

Em conseqüência da quebra das safras dos principais países produtores (Estados Unidos, Brasil e Argentina) que, juntos, participam com mais de 80% da produção mundial, a comercialização da safra, 2008/09, transcorreu sem maiores transtornos, com os produtores aproveitando os picos de preços no mercado internacional para fechar negócios e ampliar a sua margem de rentabilidade.

Para a safra 2009/10, levantamento realizado pela Conab junto aos diversos segmentos da cadeia produtiva, indica que a comercialização segue mais lenta que no ano anterior, sinalizando que os produtores encontram-se cautelosos frente ao novo cenário que se vislumbra. No Estado do Mato Grosso, principal produtor, até a

3 - PANORAMA NACIONAL 3.1 - Oferta e Demanda

Atembro/09, indica uma produção de 57,1 milhões de t, o que representa uma

redução de 5,0% em relação à safra anterior. Diante da redução da safra brasileira e do aumento das exportações, o nível

dos estoques de pa de 45 % em relação à safra anterior (quadro abaixo).

A Conab ainda não realizou o primeiro levantamento de intenção de plantio de soja para a próxima safra, mas estimativas preliminares indicam uma safra nacional,

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última semana de agosto tinha sido comercializada 18% da safra, frente aos 28% do ano anterior.

Quanto às exportações de grãos, embora o volume físico tenha aumentado em relação ao ano anterior, observa-se uma queda de 9,0% no preço mexportado, no primeiro semestre de 2009 (quadro abaixo).

do internacional demonstrada no início da comercialização da safra 2008/09, esses patamares não chegavam a comprometer a rentabilidade da lavoura, já que os mesmos situavam-se acima dos níveis médios históricos.

Entretanto, a partir do mês de abril/09 os preços iniciaram uma escalada ascendente em função de um conjunto de fatores favoráveis que resultaram numa melhoria na rentabilidade do produtor brasileiro no curso da comercialização da safra 2008/09, conforme quadro abaixo.

édio do produto

No que pese esta trajetória, o complexo soja aumentou sua participação, no primeiro semestre/2009, na balança do agronegócio (quadro abaixo).

3.3 – Rentabilidade Apesar da vulnerabilidade dos preços no merca

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ilho, além de apresentar maior liquidez na comercialização pela transparência na rmação dos preços e por integrar uma cadeia produtiva consolidada constituída de

Com base nos dados da Conab comparando a rentabilidade da safra 2008/09 de soja e milho, primeira safra, no MT, quadros a seguir, a soja apresentou maior vantagem comparativa, o que explica a expectativa de aumento da área de soja frente ao mfograndes grupos econômicos.

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fra 2009/10 ores, é o único que tem possibilidade

ente a produção de soja, apesar dos entraves logísticos, infra-tentável que, no curto prazo, podem limitar este potencial. No

que se refere

global. Esta posição vem exigindo esforços adicionais do

entar em função das expectativas de boas safras nos 03 (três) principais países produtores. As expectativas de aumento do consumo mundial, junto com a recomposição nos níveis dos estoques mundiais, devem mitigar os efeitos negativos nos preços. As cotações internacionais do grão devem situar-se em torno de US$ 9,00/bushel - US$ 354.3/t (base Chicago). A demanda interna por biodiesel tende a aumentar, em função da definição da política pública de busca de fontes alternativas de energia o que inclui o aumento gradual o consumo de biodiesel, onde a soja constitui-se a principal fonte. Gradualmente vai se desenhando um quadro de maior normalidade de oferta do crédito, indicando que o pior momento já passou.

A comercialização da safra 2009/10 segue lenta comparativamente aos anos anteriores. No Estado do Mato Grosso, segundo levantamento do IMEA, até a última semana de agosto/09 foram comercializados 18% da produção, frente aos 26% de igual período do ano anterior.

A melhor capitalização relativa dos produtores nas últimas safras indica maior capacidade de acesso ao crédito e adoção de tecnologias mais apropriadas.

4 – Análise Prospectiva - SaO Brasil, dos principais países produt

de aumentar significativamestrutura e produção sus

à produção sustentável, a União Européia questionou, em período recente, o modo de produção da soja brasileira, sob a alegação de práticas de desmatamento, o que estaria contribuindo para o aquecimento

país no campo comercial e diplomático, tanto no sentido de desconstruir esse discurso, quanto de formar um posicionamento pró-ativo a respeito do tema.

Para a próxima safra, a oferta mundial deve aum

Com base nos fundamentos e pressupostos apresentados, estima-se que deverá ocorrer aumento na área plantada com soja na safra 2009/10. A produção, ora estimada pela Conab, caso as condições climáticas sejam favoráveis, deve situar-se em torno de 61,7 milhões de toneladas.

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n Augusto da Silva Teixeirense

1. Estimativa de Produção

O incremento da produção de sorgo, nesta última década, é atribuído aos

seguintes fatores: a) características nutricionais que causaram o acirramento da procura por este produto, para composição da ração animal; b) aumento do poder aquisitivo de grande parte da população brasileira, motivado por políticas governamentais que melhoraram a distribuição de renda entre as pessoas; c) aumento do consumo per capita de proteína animal, especialmente carnes (aves, suínos e bovinos), provocando, desta maneira, aumento na demanda por rações balanceadas; d) tecnológicos - desenvolvimento de novos híbridos adaptados e maior oferta de sementes; e) vocação por plantio de safrinha, que proporcionou receita extra aos agricultores, adoção e expansão do plantio direto, inclusão do sorgo na rotação de cultura, sendo este provedor de palhada e

A área de sorgo cultivada no Brasil, safra de 2007/08, foi estimada pela Conab em 844,2 mil ha, correspondendo a um aumento de 19,8% em comparação à safra do ano anterior. Já a produção, que no ano passado equivaleu a 1.497,1 mil toneladas, para esta safra alcançará 1.991,7 mil toneladas. Houve ganho de 11% na produtividade, chegando a 2.359 kg/ha. Pode-se atribuir ao incremento de área e, conseqüentemente de produção, basicamente a dois fatores: o primeiro está ligado às condições climatológicas que em grande parte das principais regiões produtoras foram consideradas boas, uma vez que as chuvas ocorreram regularmente quando do desenvolvimento vegetativo das lavouras. O segundo fator está relacionado a decisão do produtor que durante o período de escolha do plantio da safrinha, optou por este cereal, em virtude dos preços internos apresentarem sinais de plena recuperação. Há de se ressaltar que a demanda internacional também incrementou, substancialmente, as exportações, tornando seus preços mais competitivos. Só na safra passada foram exportadas mais de 225 mil

Pa

s. Portando, dentro do que o mercado sinaliza. O

SORGO

Marde

; f) melhoria da infra-estrutura de transporte e recepção de armazenamento de grãos.

toneladas. ra a safra 2008/09, espera-se que a área a ser semeada tenha crescimento

equivalente à média dos últimos dez anos, ou seja, 9,2%, passando a ser de 921,7 mil ha. Com crescimento de produtividade média de 2,7% ou 2.422,7 kg/ha a produção alcançaria 2,045 milhões de tonelada

cenário atual poderá ser modificado, em função das variáveis que estão sujeitas às commodities, de um modo geral. A área destinada ao cultivo de sorgo será melhor definida a partir de janeiro do ano seguinte, uma vez que cerca de 85% deste produto se cultiva na safrinha.

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O sorgo pode ser considerado como a cultura da vez já que as potencialidades nutricionais desta cultura são cada vez mais conhecidas entre os segmentos a ela interrelacionados, especialmente no que se refere aos seus diversificados usos, tanto para ração animal, quanto na alimentação humana.

Por outro lado, uma vez consolidadas as expectativas para exportação de milho, que neste ano está estimada em torno de 9,5 milhões de toneladas, acredita-se que os produtores de sorgo tenham novas janelas de oportunidades, vez que o mercado interno demandará por mais insumos para alimentação animal, diminuindo, desta forma, a pressão sobre o consumo de milho, oportunizando, assim, que este cereal seja liberado para o incremento das exportações.

2. Estimativa de Consumo

Ao se fazer a estimativa prospectiva do sorgo, para o ano de 2009, será prudente tomar como base o comportamento dos segmentos demandantes por ração animal e seus principais consumidores diretos. Espera-se crescimento dos consumidores diretos, em patamares iguais ao deste ano, em comparação ao ano passado. Neste sentido, o rebanho de suínos poderá alcançar crescimento na ordem de 3,0%, saindo de 38 para 39,3 milhões de cabeças. A avicultura de corte deverá crescer 8%, passando de 5,5 para 5,9 milhões de cabeças. O rebanho de bovinos passa de 186 para 187,8 milhões de cabeças, podendo atingir crescimento de 1,0%.

Gráfico ISorgo - Brasil Evolução da Área, Produção e Produtividade

Em mil/ha/ ton/kg/ha

0

500

1997/08 1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09

1000

1500

2000

2500

3000

área produção Produtividade

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rasil, no ano de 2008, deverá alcançar 194 milhões de o de 2,0%, em relação ao ano de 2007.

Tu

Ob

. Perspectivas Mundial Caso a produção mundial de sorgo se mantenha na mesma tendência do

xercício passado, provavelmente alcançará 62,1 milhões de toneladas em 2009, ou

A população do Bhabitantes, significando crescimento médi

do indica no cenário apresentado, que a demanda por sorgo no Brasil se tornará acirrada, haja vista a consolidação cada vez mais desse produto no mercado. O consumo médio anual de ração nacional, estimado em 1.850 milhão de toneladas, para o próximo ano, se baseia em indicadores globais econômicos. Neste aspecto, observa-se que a oferta está bem ajustada à demanda. Assim, supõe-se verdadeiras as assertivas previcionistas de que haverá sustentabilidade desta estimativa, uma vez que se projeta um crescimento harmônico no mercado nacional, que vislumbre novas aberturas comerciais para o sorgo.

servando a Tabela I a seguir, nota-se que a cultura do sorgo tem potencial para atender a demanda interna, bem como para exportar o excedente da produção.

Caso as condições climáticas, mais os avanços de tecnologias, a crescente demanda populacional para consumir proteína animal carnes de (frango, bovina e suína), e também a melhoria de renda dos trabalhadores se mantenham com as tendências que ora se vislumbra, pode-se afirmar que este produto apresenta, para o futuro, um cenário bastante promissor.

3

eseja, crescimento médio de 8,9%.

Em 1.000 toneladas

SAFRA ESTOQUEINICIAL PRODUÇÃO IMPOR-

TAÇÃOSUPRI-MENTO CONSUMO EXPOR-

TAÇÃOESTOQUE

FINAL

Relação %. Est.Final Consumo

2001/02

2004/05

,0 2.400,2 1.800,0 50,0 550,2 30,572008/09 (*) 550,2 2.045,0 8,0 2.603,2 1.850,0 70,0 683,2 36,93

FONTE: Conab - Produção; SECEX - Importação e Exportação; e Sindirações - Consumo set/08laboração: CONAB/SUGOF/GEOLE/mt

*) Estimativa

BALANÇO DE OFERTA E DEMANDA

57,0 798,2 4,1 859,3 676,3 10,1 172,8 25,562002/03 172,8 1.696,7 0,5 1.870,0 1.090,0 302,4 477,6 43,812003/04 477,6 2.014,1 9,2 2.500,8 1.490,0 133,3 877,6 58,90

877,6 1.568,0 92,0 2.537,5 1.543,0 23,6 970,9 62,922005/06 970,9 1.543,0 2,7 2.516,6 1.643,2 0,9 872,5 53,102006/07 872,5 1.497,1 2,2 2.371,8 1.745,9 225,4 400,5 22,94

2007/08 (*) 400,5 1.991,7 8

E(

BRASIL - SORGO

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Neste contexto, o consumo deste produto no ano de 2009, poderá ser de 62,1 ilhões de toneladas, inferior ao consumo deste ano em 2,0% e, superior ao ano de

2007, em 8,9%. Para o próximo exercício, tam sequelas de instabilidade nos

mercados financeiros, causadas pela crise no crédito hipotecário de alto risco nos Estados Unidos, a economia brasileira, de acordo com informações governamentais, deverá alcançar patamar de crescimento entre 5,0% e 6,0%. Já a tendência econômica mundial, segundo o FMI, é de que no ano que vem a economia globalizada terá crescimento em torno de 3,5%.

O mundo dos negócios tem seus olhos voltados para a economia dos países mergente

mundiais de grãos e detém vasto potencial de áreas agricultáveis disponíveis para se pr

m

embora exis

e s, por excelência grandes consumidores, especialmente a China que, após implementar um regime misto de economia socialista/capitalista, alavancou espetacular crescimento econômico, projetando para o futuro, segundo informações do mercado, crescimento ao ano entre 8,0% e 10,0%. Já a Índia, faz estimativas para crescer entre 6,5% e 7,0% ao ano. Nesse aspecto, há de se considerar a mega população desses países, onde se concentram 2,3 bilhões de habitantes (34,8% da população mundial estimada em 6,6 bilhões de habitantes), demandantes por alimentos, sem considerar que os recursos naturais naqueles países estarão praticamente se esgotando para atender tal demanda.

Conclui-se, portanto, que esse é um cenário ideal e o momento é ímpar para que o Brasil incremente seus negócios com tais países, já que é um dos maiores produtores

oduzir.

Ano-Safra Estoque Inicial

Pro-dução

Impor-tação

Suprimento Total Consumo Expor-

taçãoDemanda

TotalEstoque

Final

Relação % Est.Final/ Consumo

2002/03 0,0 56,7 5,9 62,6 53,7 5,9 59,6 3,2 6,02003/04 3,2 58,3 6,2 67,7 57,5 6,2 63,7 4,0 6,92004/05 4,0 57,6 5,4 66,9 58,0 5,4 63,4 3,6 6,12005/06 3,6 58,4 5,5 67,4 58,2 5,5 63,7 3,8 6,5

2006/07(*) 3,8 57,0 5,8 66,5 57,2 5,8 63,0 3,5 6,22007/08(*) 3,5 63,4 8,5 75,4 63,5 8,5 72,0 3,4 5,42008/09(*) 3,4 62,1 4,9 70,4 61,5 4,9 66,3 4,0 6,5

set/08Fonte: USDA - United States Departament of Agricultura(*) Estimativa

Em milhões de toneladas

Tabela IISORGO

QUADRO DE SURPIMENTO MUNDIAL

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TRIGO Paulo Magno Rabelo

1 - Mercado Internacional

1.1 – Suprimento

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos estimou, em setembro de 2009, a safra mundial 2009/10 em 663,7 milhões de toneladas, contra 682,3 milhões em 2008/09. O decréscimo de 2,7% na produção foi insuficiente para equilibrar a oferta e a demanda no mundo, pois o consumo cresceu apenas 1,62%, estimado em 646,1 milhões de toneladas, gerando um superávit de 10,3 milhões de toneladas e elevando, assim, o estoque de passagem para 186,6 milhões de toneladas. Esse estoque é superior em 52,2% e 10,4% aos de 2007/08 e 2008/09, respectivamente. O relativo estoque/consumo que decrescia ano após ano até 2007/08, passou de 19,9% para 26,6%

em 2008/09 e 28,9% em 2009/10.

O intercâmbio comercial mundial desse produto deverá alcançar 121,1

milhões de toneladas, 14,2% abaixo do constatado em 2008/09. Fato explicado pela maior disponibilidade interna dos importadores e, também, pela crise financeira mundial que se iniciou no segundo semestre de 2008. (*) Economista da Companhia Nacional de Abastecimento

Gráfico 1 - Evolução da Área, Produção, Consumo e Estoque Mundial

663,7626

682,3

34,6 26,6

700

800

900

1 199

5/

199

6/

199

7/

199

8/

199

9/

200

0/

200

1/

200

2/

200

3/

200

4/

200

5/

200

6/

200

7/

200

8/

200

9/

nela

es

30

60

70

l (E

o)

186,

6

191,

3

209,

5

122,

6

169,

0

212,2

226,7227,9 231,6209,6

225,4

22,419,9

0

100

200

300

198

6/87

198

7/88

198

8/89

198

9/90

199

0/91

199

1/92

199

2/93

199

3/94

994/

95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

Milh

ões

de to

0

10

20

Perc

entu

a

524

589

523

610

554596 611

646,1616

636

28,937,4 35,9400

500

600

das

e de

hec

tar

40

50

stoq

ue/C

onsu

m

Estoque Área Produção Consumo Estoque/Consumo

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7 milhões de hectares em 2009/10, o que repres

ia e Ucrânia. E

talizando 19,0 milhões de toneladas a menos.

1997 até o primeiro semestre de 2006, foi de US$135/t para o produto FOB origem na Argentina e de US$143/t para o produto americano no Golfo do México. A partir de 2007 houve um acentuado incremento das cotações do trigo alcançando US$500 no Golfo e US$372 na Argentina, em março de 2008. A partir dessa posição ocorre uma reversão da tendência altista e as cotações caem aceleradamente para US$228 no Golfo e US$175 por tonelada na Argentina, no mês de dezembro de 2008, acompanhando as quedas registradas nos preços das commodities, entre elas, o petróleo. A evolução dos preços de exportação do cereal pode ser vista no gráfico abaixo:

Segundo o USDA, a área cultivada com trigo no mundo evoluiu de 212,2 milhões de hectares em 2006/07, chegando a 226,

enta um acréscimo de 6,8% ou 14,5 milhões hectares em apenas quatro anos. Estima-se recuo na produção de trigo Soft na União Européia, Rúss

ntre os produtores de trigo Hard haverá decréscimo nos Estados Unidos, Canadá e Argentina. Esse último, é o maior fornecedor ao Brasil e seu volume de safra será equivalente ao produzido em 2008/09.

Entre os principais exportadores apenas a Austrália deverá ter acréscimo dos volumes exportados, devendo ocorrer diminuição nos EUA, UE, Rússia, Canadá, Ucrânia e Argentina, da ordem de 20,0 milhões toneladas.

Entre os países que importarão trigo em menor quantidade figura o Egito, Irã e Marrocos entre outros, to

1.2 – Preços Externos

As perspectivas de preços não são favoráveis aos produtores para o ano safra 2009/2010, mas beneficia, sobremaneira, os consumidores que terão preços mais acessíveis dos derivados dessa matéria-prima alimentar.

Os preços médios de exportação no mercado internacional, no período de

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2 - Mercad

m risco a produção estadual. O retorno à normalidade do clima será

2.2 – Suprimento e uso

O volume de trigo em grão disponível para o consumo em 2008/09 foi de 13,3 milhões de toneladas. O estoque de entrada foi de 1,67 milhão de toneladas equivalente a dois meses de consumo industrial. As importações no ano safra até 31 de julho de 2009 foram de 5,67 milhões de toneladas. Agregando-se a produção de 6,01

ilhões de toneladas, tem-se a disponibilidade de trigo em grão no mercado interno, acima de 13 milhões de toneladas, que explica os altos estoques de passagem.

elo lado do consumo, houve um significativo aumento da moagem industrial passando de 8,6 para 9,6 milhões de toneladas. A Abitrigo também trabalha

o Nacional

2.1 – Produção

A estimativa de safra da Conab realizada em agosto e divulgada em setembro prevê uma produção de 5,85 milhões de toneladas. Entretanto, o regime excessivo de chuvas no Paraná prejudicou as lavouras, principalmente da região norte, que foram atingidas pela “brusone” e “giberela” na fase entre o espigamento e o enchimento de grãos. Essa anormalidade climática ameaça persistir, dificultando o manejo da lavoura e colocando e

fundamental para se ter uma produção de boa qualidade. O tamanho dos danos na lavoura somente poderá ser aferido no

levantamento de safra a ser realizado em setembro corrente. Por enquanto, os volumes de produção estão próximos aos valores de 2008/09, ou seja, perto de 6,0 milhões de toneladas. O Estado do Paraná, principal região produtora brasileira, terá um acréscimo de 5,0%, para cerca de 3,3 milhões de toneladas. O Rio Grande do Sul deverá colher 1,76 milhão de toneladas, inferior à safra passada em 14,3%. A área de plantio brasileira apresentou um declínio de 0,4% e o rendimento nacional deve ser de 2,48 toneladas por hectare.

m

P

Safra 08/09 Safra 09/10 VAR. % Safra 08/09 Safra 09/10 VAR. % Safra 08/09 Safra 09/10 VAR. %(a) (b) (b/a) (c) (d) (d/c) (e) (f) (f/e)

CENTRO-OESTEMT

REGIÃO/UFÁREA (Em mil ha) PRODUTIVIDADE (Em kg/ha) PRODUÇÃO (Em mil t)

Tabel 1 - COMPARATIVO DE ÁREA, PRODUTIVIDADE E PRODUÇÃO DE TRIGO

SAFRAS 2008/09 e 2009/10

68,2 67,5 (1,0) 2.449 2.799 14,3 167,0 188,9 13,1 - - - - - - - - -

MS 46,2 42,4 (8,2) 1.462 1.665 13,9 67,5 70,6 4,6 GO 19,1 22,6 18,3 4.413 4.611 4,5 84,3 104,2 23,6 DF 2,9 2,5 (13,8) 5.246 5.650 7,7 15,2 14,1 (7,2)

SUDESTE 99,9 81,6 (18,3) 2.654 2.725 2,7 265,1 222,4 (16,1) MG 20,3 20,3 - 4.709 4.709 - 95,6 95,6 - ES - - - - - - - RJ - - - - - - - SP 79,6 61,3 (23,0) 2.130 2.068 (2,9) 169,5 126,8 (25,2)

SUL 2.255,2 2.265,0 0,4 2.476 2.404 (2,9) 5.583,5 5.444,0 (2,5) PR 1.152,3 1.259,5 9,3 2.778 2.668 (4,0) 3.201,1 3.360,3 5,0 SC 122,6 123,2 0,5 2.641 2.590 (1,9) 323,8 319,1 (1,5) RS 980,3 882,3 (10,0) 2.100 2.000 (4,8) 2.058,6 1.764,6 (14,3)

CENTRO-SUL 2.423,3 2.414,1 (0,4) 2.482 2.425 (2,3) 6.015,6 5.855,3 (2,7) BRASIL 2.423,3 2.414,1 (0,4) 2.482 2.425 (2,3) 6.015,6 5.855,3 (2,7) FONTE: CONAB - Levantamento: Set/2009

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com essa es ativa de moagem, que pela super oferta de trigo no mundo a baixos preços, câmbio favorável às im ao mesmo tempo em que se colheu

ternamente uma safra de 6,0 milhões de toneladas. O aumento da moagem resultou em que, somada à import

ais, os preços internos, prejudicando a comercialização do trigo em grão produzido no

tações de grãos de 4,7 milhões de 0 mil toneladas de farinha equivalente em grão, em 2009/10. As

exportações de grãos poderão alcançar 600 mil toneladas, contra 746,7 mil toneladas em 2007/08 e

tim se explica portações,

inmais oferta de farinha no mercado interno,m

ada deprimiu, ainda

Brasil. Em setembro de 2009, prevê-se impor

toneladas e de 80

351,4 mil toneladas em 2008/09, favorecidas pelas intervenções governamentais no mercado com instrumento de equalização, como o PEP. Nesse período, o consumo total brasileiro deverá ser de 10,6 milhões de toneladas. Esse acréscimo será motivado basicamente pela repetição do grande volume produzido em 2008/09 e pelo aumento do uso do produto para ração de animais devido ao excesso de chuvas na lavoura. Estima-se que o trigo destinado a moagem industrial se manterá em 9,6 milhões de toneladas. Dessa forma, o estoque de passagem deverá ser menor passando de 2,4 para 1,8 milhão de toneladas.

ESTOQUE PRODU- IMPOR- SUPRI- EXPOR- ESTOQUE

SAFRA INICIAL ÇÃO TAÇÃO MENTO TAÇÃO MOAGEM RAÇÃO SEMENTES TOTAL FINAL

(01 AGO) GRÃOS GRÃOS INDUSTRIAL ANIMAL (1) (2) (31 JUL)

2003/04 971,8 6.073,5 5.373,8 12.419,0 1.373,3 8.840,0 413,0 361,0 9.614,0 1.431,7

2004/05 1.431,7 5.845,9 4.971,2 12.248,9 3,5 9.150,0 473,0 360,0 9.983,0 2.262,4

2005/06 2.262,4 4.873,1 5.844,2 12.979,7 784,9 9.384,0 450,0 350,0 10.184,0 2.010,8

2006/07 2.010,8 2.233,7 7.164,1 11.408,6 19,7 8.840,0 461,0 270,0 9.571,0 1.817,9

2007/08 1.817,9 4.097,1 5.926,4 11.841,4 746,7 8.640,0 500,0 278,0 9.418,0 1.676,7

2008/09 1.676,7 6.015,6 5.676,4 13.368,7 351,4 9.600,0 600,0 363,0 10.563,0 2.454,3

2009/10 (3) 2.454,3 5.855,5 4.700,0 13.009,8 600,0 9.600,0 650,0 352,0 10.602,0 1.807,8

Fonte: CONAB 07/09/2009(1) Sementes: 150 kg/ha.- (2) Inclui trigo para ração e para sementes.- (3) Estimativa

Tabela 2 - SUPRIMENTO E USO DE TRIGO EM GRÃO NO BRASILAno safra: agosto-julho (mil toneladas)

CONSUMO

A Argentina é o principal provedor de trigo para do mercado brasileiro devido

a proximidade geográfica e pelo fato de integrar o Mercosul, condição que lhe garante vantagem de ordem fiscal em relação a outros países fornecedores. No caso do trigo, a Tarifa Externa Comum acordada é de 10%.

o objetivo de garantir o abastecimento do ercado interno e conter a escalada inflacionária. Finalmente, o País teve seu suprimento

utores argentinos, que

Ocorre que o fornecimento de trigo argentino ao Brasil foi praticamente interrompido, desde o final do ano passado, devido a uma conjugação de fatores. Em primeiro lugar, porque a produção Argentina vem sofrendo quebras por razões climáticas e em segundo lugar, porque o governo argentino decidiu reter os embarques de trigo – elevando os impostos de exportação -, com mprejudicado por conta do “lockout” praticado pelos prod

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por questões políticas e econômicas, tem causado séri

olocar o trigo em grão na lista de exceção e

rança do PIS-Cofins, incidentes sobre o trigo, farinha de trigo e o pão e a suspensão da cobrança da

te para a renovação da Marinha Mercante (AFRMM), incidente sobre o transporte marítimo internaci

sem sucesso, sendo mantida a alíquota de 10%, pois foi constatado que as medi

paralisaram, por meses, a movimentação de produtos agrícolas – trigo inclusive -, em protesto contra a política de retenciones praticada por Buenos Aires.

Em conseqüência, o envio de trigo pela Argentina ao Brasil, tem sofrido alguns entraves, vez que esse país não vem liberando, em tempo hábil, o referido produto, prejudicando, desta forma, a indústria moageira nacional. Esse país tem privilegiado exportações com maior valor agregado, taxando os grãos em 28% e a farinha em 10%. A dificuldade de fornecimento,

os transtornos ao setor, pela incerteza da oferta contínua necessária ao bom funcionamento da indústria brasileira.

Essa situação levou o governo brasileiro a cm 2008, reduzindo a alíquota de 10% para zero até o dia 31 de agosto de

2008. Outras medidas emergenciais foram acatadas: a isenção da cob

taxa de Adicional de Freonal do trigo, até 31 de dezembro de 2008.

Em 2009 o setor industrial tritícola, capitaneado pela Abitrigo, tentou novamente colocar o trigo na lista de exceção, dessa vez

das fiscais anteriores não renderam os resultados esperados, como a redução do preço do pão francês.

Para a safra atual, em função de nova produção semelhante a do ano safra 2008/09, estima-se redução das importações do grão em torno de 1,0 milhão de toneladas, como também, pequeno decréscimo nas importações de farinha. O volume de farinha importada pelo Brasil foi de 725 mil toneladas em 2007/08, enquanto no período 2001 a 2004, situava-se em torno de 250 mil toneladas.

2.3 – Preços Internos

Gráfico 3 - Evolução dos Preços ao Produtor no Paraná e Rio Grande do Sul

27,0

2 (A

go)

19,47

41,52 (Mai)

36,90

11,60

16,73

29,4033,40

27,98 25,9

0 (D

ez)

21,9

6 (A

go)

17,93

32,2

6

32,96

11,14

15,12

21,23 22,3

9

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Jan/

2000 Mar

Mai Ju

lSe

tN

ovJa

n/20

01 Mar

Mai Ju

lSe

tN

ovJa

n/20

02 Mar

Mai Ju

lSe

tN

ovJa

n/20

03 Mar

Mai Ju

lSe

tN

ovJa

n/20

04 Mar

Mai Ju

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tN

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n/20

05 Mar

Mai Ju

lSe

tN

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n/20

06 Mar

Mai Ju

lSe

tN

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n/20

07 Mar

Mai Ju

lSe

tN

ovJa

n/20

08 Mar

Mai Ju

lSe

tN

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n/20

09 Mar

Mai Ju

l

R$/

60 k

g

Rio Grande do Sul

Paraná

Fonte: ConabElaboração: Conab.Dipai.Sugof

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pagos aos produtores de trigo, nos Estados do Paraná e Rio

semestre de 2006, até maio de 2008, foi de 113%.

.1 – Preços Mínimos

Para o exercício de 2009/2010, foi proposto um reajuste diferenciado sobre os preços vigentes em 2008/09, privilegiando o trigo de qualidade para panificação (pão francês), ampliação para três o número de Classes, conforme a tabela 3.

3, de

Os preçosGrande do Sul, noo aumento anterior à crise, a partir do segundo

início do ano 2000 até 2003, tiveram um acréscimo de 218%, enquanto

A primeira escalada de preços internos ocorreu devido as sucessivas quebras da safra mundial, quando o relativo estoque/consumo caiu de 35,9% para 22,7%, em 2003/04. Entre 2006 e 2008, segunda escalada de preços no Brasil, novamente houve baixa produção mundial, enquanto o consumo manteve-se em níveis elevados trazendo os estoques de passagem para 115,2 milhões de toneladas, o mais baixo de todos os anos, e a relação estoque/consumo para 18,5%.

A recente baixa advinda com a emergência da crise, a partir de maio de 2008, até dezembro de 2008, contabilizou um recuo de 37,6%, para R$25,90 no Paraná e de 30,6% no Rio Grande do Sul, para R$22,39 por saca de 60 quilos. O preço de agosto de R$27,02 no Paraná acha-se 4,3% acima de dezembro e 1,9% abaixo no Rio Grande do Sul. Nesses Estados as cotações vigentes encontram-se aquém dos preços mínimos oficiais para o trigo Pão Tipo 1 que é de R$31,80 e de R$29,22 para o trigo Pão Tipo 2 (Tabela 3). O gráfico 3 mostra a evolução de preços a partir do ano 2000.

3

Os novos preços mínimos foram definidos com o objetivo de dar sustentação à política de promoção à triticultura nacional através da melhoria da qualidade do trigo buscando alcançar uma produção de 7,0 milhões de toneladas na safra de 2012/1

R$/60 kg R$/t R$/60 kg R$/t R$/60 kg R$/t1 78,00 26,46 441,00 31,80 530,00 33,30 555,00

2 (*) 75,00 24,66 411,00 29,22 487,00 30,60 510,003 70,00 21,33 355,50 25,07 417,83 25,07 417,83

Centro-Oeste 1 78,00 29,76 496,00 35,64 594,00 37,32 622,0075,00 27,60 460,00 32,70 545,00 34,26 571,00

Bahia 3 70,00 23,99 399,83 28,19 469,83 28,19 469,83(*) Preço Míni

Sul

Melhorador/Durum

Tabela 3 - Preços Mínimos de Trigo para a Safra 2009/10

Regiões Tipo PHBrando Pão

Sudeste 2 (*)

mo BásicoNota: PH - Peso do hectolitro (mínimo)

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acordo com o Protocolo de Intenções elaborado e assinado pelos agentes da cadeia produtiva do trigo.

Com o acirramento da crise financeira internacional, a supersafra mundial e a nova e abundante safra brasileira, repetindo a do período anterior, os preços do cereal declinaram para níveis abaixo dos preços oficiais, situação que vai exigir do poder público, novas intervenções, dessa vez, em escala superior à de 2008/09, tendo em vista

cumulaçãa a

de R$480,00/t, beneficiando 1,65 milhão de toneladas, ou 27,5% da safra colhida.

A avaliação da intervenção sob a ótica dos instrumentos teve como destaque o Contrato de Opção que absorveu 40,7% dos recursos sendo exercido pelos produtores 385,2 mil toneladas, 23,3% da produção beneficiada. A grande procura pelo Contrato de Opção se explica pela perspectiva alimentada pelos produtores de maiores preços no futuro. A insuficiência de armazéns impediu que o volume exercido fosse maior, pois a demanda pelo instrumento no Rio Grande do Sul ultrapassou 1,0 milhão de toneladas. Através do PEP, cuja demanda foi de 34,3% dos recursos, foi possível promover o escoamento para as regiões Norte e Nordeste, além do mercado externo, de 1,0 milhão de toneladas. A espera por melhores preços e também a falta de espaço armazenador fez com que a AGF se reduzisse a 15,5% do total da produção sob intervenção e a 24,9% dos recursos (Tabela 4).

o de estoques com a safra atual.

2.5 – Intervenção Governamental

A superoferta global de trigo em 2008/09 deprimiu os preços em escala mundial, simultaneamente a uma safra interna de 6,0 milhões de toneladas, equivalente a 62% da demanda de trigo para moagem, em um ambiente de crise econômica internacional. Essa situação exigiu intervenção do Governo Federal buscando viabilizar a comercialização e minimizar os prejuízos aos produtores.

Foi necessário o aporte de R$507,1 milhões, 17,6% do valor estimado para a produção nacional, com base no preço mínimo

Tabela 4 - Trigo: Intervenção Governamental na safra 2008/09

Es

29.500 74.424.285 234.297.572 46,20Santa Cat

tados AGF PEP C. Opção TOTAL PART. %Mato Grosso do Sul 4.275.702 - 7.375.896 11.651.598 2,30Minas Gerais - - 1.067.310 1.067.310 0,21Paraná 59.306.690 38.578.600 108.291.897 206.177.187 40,66Rio Grande do Sul 24.343.787 135.5

arina 4.392.000 - 4.879.710 9.271.710 1,83São Paulo 34.136.345 - 10.513.800 44.650.145 8,80TOTAL (R$) 126.454.524 174.108.100 206.552.898 507.115.522 100,00PARTICIPAÇÃO % 24,9 34,3 40,7 100,0 -TOTAL (t) 257.431 1.013.200 385.254 1.655.885 -PARTICIPAÇÃO % 15,5 61,2 23,3 100,0 -Fonte: Conab

Posição: 02/09/2009

PROSPECÇÃO PARA SAFRA 2009/10

3 – Análises Prospectivas

3.1 - Produç

o plantio deu lugar ao excesso de precipitações justamente n

– Minas Gerais, São P

ia histórica é de 53 mm e já se regist

o no Rio Grande do Sul onde a ir de outubro. O tamanho do dano à cultura será conhecido no mento de safra a ser realizado no mês de setembro corrente pela

Conab.

3.2 – Preços e Suprimento

Nem mesmo duas safras consecutivas de baixa produção na Argentina, maior fornecedor de trigo ao Brasil, estão se mostrando capazes de destravar a comercialização de trigo no mercado interno. Soma-se ao problema argentino as prováveis e significativas reduções em quantidade e qualidade da produção nacional.

Os preços no Brasil são balizados de fora para dentro e mesmo com quebra de safra sendo prevista internamente eles podem cair, como vem acontecendo no Brasil, nos Estados Unidos e em países produtores. O excesso de oferta global de trigo associado a uma abundante disponibilidade no mercado interno e a valorização do real frente ao dólar deprecia, ainda mais, os preços internos.

O balanço de oferta e demanda brasileiro mostra que o estoque de passagem em 31 de julho (safra 2009/10) foi de 2,4 milhões de toneladas equivalentes a três meses de consumo industrial. Esse volume pode parecer elevado, mas desse total, 725 mil toneladas eram de produto do governo, atualmente reduzido para 654 mil

ão

O início da colheita no Brasil ocorre no mês de julho na região Sudeste e Centro-Oeste, à exceção de Mato Grosso do Sul. A partir de agosto a colheita tem início na região Sul finalizando em novembro. A falta de chuvas retardou o plantio em todas as zonas de produção e, em conseqüência, o início dos trabalhos de colheita.

A falta de chuvas para o momento em que a lavoura evoluía para o estágio de colheita. A falta de

chuva em abril dificultou o escalonamento da semeadura e muitos produtores plantaram o trigo tardiamente, em maio, na mesma época. Como de junho a agosto as chuvas foram acima das médias históricas, as lavouras no Norte e Oeste do Paraná foram atingidas pelos fungos “brusone” e “giberela”, justamente na fase entre o espigamento e o início do enchimento dos grãos, considerada uma das fases mais críticas para a definição da produtividade. A doença também atingiu as lavouras do Sudeste e Centro-Oeste

aulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. Segundo dados do instituto Agronômico do Paraná, em junho, choveu 108

milímetros, sendo que a média histórica é de 89 mm. Em julho, cuja média histórica é de 64 mm, choveu 244 mm, quase três vezes mais. Em agosto a méd

ra precipitações até o dia 25, de 80 mm. O Brasil preparava-se para colher este ano uma de suas melhores safras.

Pelo segundo ano consecutivo, as previsões apontavam para cerca de 6 milhões de toneladas. Entretanto, é de se esperar significativa redução no rendimento da cultura e na qualidade, em todos os estados produtores, até mesmcolheita se dará a partdécimo segundo levanta

PROSPECÇÃO PARA SAFRA 2009/10

toneladas. As

r alcançado o “fundo do poço”.

As cotações em Kansas são indicativos para o mercado argentino, que tem

nessa bolsa seu referencial de preços. Como esse País terá pouco trigo para ser comercializado com o Brasil, e a produção brasileira será reduzida em quantidade e ualidade, será possível ocorrer um descolamento dos preços do país vizinho com as

cotações de Kansas.

e ente, a produção também poderá sofrer

iminuição caso não se mantenham estímulos suficientes para reverter o quadro de desânimo que se abateu sobre o produtor nacional, devido ao excesso de chuvas

sim, o estoque privado efetivo foi de 1,7 milhão de toneladas, próximo a dois meses de consumo que é considerado normal para o trigo.

A baixa de preços na Bolsa de Kansas, para o trigo Hard Red Winter, da sinais de te

Em maio os contratos para setembro estavam sendo negociados a US$259,00 e a US$280,00 por tonelada, para dezembro de 2009. A diferença entre os dois preços extremos era de 8,1%. De maio de 2009 para agosto as cotações declinaram cerca de 18,6% e a nova posição dos contratos futuros passou para US$210,00 em setembro de 2009 e a US$240,00 por tonelada para dezembro, ficando a diferença entre eles em 14,3%.

Ao preço futuro do mês de junho de 2010 de US$226,00/t esse produto chegará em São Paulo a R$581,00, que equivale a R$474,00 na região Norte do Paraná, ao câmbio de R$1,95, ainda abaixo do preço mínimo atual. Isso significa que enquanto perdurar os sinais negativos da crise contemporânea sobre os preços vai ser necessário o uso de instrumentos de equalização na comercialização (Gráfico 4).

Gráfico 4 - Preços Futuro FOB Golfo Estimativas de Maio e Agosto de 2009 (*)

210

24014,3%226

8,1%

228219

-18,6%

GOLFO

100

150

200

250

350

Set/0

8

Out

Nov Dez

jan/

09 Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set/2

009

Dez

/200

9

Mar

/201

0

Mai

/201

0

Jul/2

010

Set/2

010

Dez

/201

0

US$

/Ton

elad

a

259

280309

269 271PREÇOS FOB

300

Fob Golfo (Agosto)

q

Quanto a safra mundial 2010/11, pode-se antever novo recuo tendo em vista o desequilíbrio entre a oferta e a demanda, os baixos preços no mercado internacional aos altos estoques disponíveis. Internamd

Fob Golfo (Maio)

Fonte: SagpyaElaboração: Conab.Dipai.Sugof

(*) Mantido o valor do Prêmio Futuro em US$20,00/t

PROSPECÇÃO PARA SAFRA 2009/10

provocado pelo fenômeno El Niño. É preciso que se preserve a produção brasileira, pois nova escalada de consumidor brasileiro.

preços poderá acontecer em 2011, com reflexos danosos para o

Brasília, setembro de 2009