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D E C R E T O 2.379/2016 Dispõe sobre a destinação e rateio de honorários em consonância com os artigos 22 e 23 da Lei n° 8.906/94 e § 19 do artigo 85 da Lei n° 13.105/2013 - Código de Processo Civil, nos processos que envolvam a Fazenda Pública municipal da Administração Direta e Indireta e dá outras providências. O PREFEITO MUNICIPAL DE TRIUNFO, Estado do Rio Grande do Sul, no uso de suas atribuições legais, conferidas pelo artigo 143, inciso VI, da Lei Orgânica do Município, e Considerando que os honorários advocatícios pertencem ao advogado, conforme prevê os artigos 22 e 23 da Lei n° 8.906/94 e § 19 do artigo 85 da Lei n° 13.105/2013 - Código de Processo Civil, sendo devido a todos os advogados, públicos ou privados, sendo nula qualquer disposição, cláusula, regulamento ou convenção individual ou coletiva que retire do advogado o direito ao recebimento dos honorários de sucumbência; Considerando que o art. 85, § 19, do NCPC, tem por objetivo corrigir uma injustiça que vinha sendo cometida contra os advogados públicos; Considerando que a advocacia é atividade de alta relevância social, reconhecida expressamente pelo art. 133, da Constituição Federal como indispensável à administração da justiça e, portanto, um múnus público que é exercido em benefício da coletividade e da ordem social; Considerando que os honorários de sucumbência serão pagos única e exclusivamente pela parte sucumbente, não constituindo quaisquer encargos ao tesouro municipal, bem como não integram a

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D E C R E T O Nº 2.379/2016

Dispõe sobre a destinação e rateio de honorários em consonância com os artigos 22 e 23 da Lei n° 8.906/94 e § 19 do artigo 85 da Lei n° 13.105/2013 - Código de Processo Civil, nos processos que envolvam a Fazenda Pública municipal da Administração Direta e Indireta e dá outras providências.

O PREFEITO MUNICIPAL DE TRIUNFO, Estado do Rio Grande do Sul, no uso de suas atribuições legais, conferidas pelo artigo 143, inciso VI, da Lei Orgânica do Município, e

Considerando que os honorários advocatícios pertencem ao advogado, conforme prevê os artigos 22 e 23 da Lei n° 8.906/94 e § 19 do artigo 85 da Lei n° 13.105/2013 - Código de Processo Civil, sendo devido a todos os advogados, públicos ou privados, sendo nula qualquer disposição, cláusula, regulamento ou convenção individual ou coletiva que retire do advogado o direito ao recebimento dos honorários de sucumbência;

Considerando que o art. 85, § 19, do NCPC, tem por objetivo corrigir uma injustiça que vinha sendo cometida contra os advogados públicos;

Considerando que a advocacia é atividade de alta relevância social, reconhecida expressamente pelo art. 133, da Constituição Federal como indispensável à administração da justiça e, portanto, um múnus público que é exercido em benefício da coletividade e da ordem social;

Considerando que os honorários de sucumbência serão pagos única e exclusivamente pela parte sucumbente, não constituindo quaisquer encargos ao tesouro municipal, bem como não integram a remuneração paga pela fazenda pública aos servidores integrantes dos cargos de Advogado do Município;

Considerando que dita norma possui natureza cogente, face à indisponibilidade da expressão “perceberão”, assumindo caráter obrigatório, daí a necessidade de atendimento ao novo Código de Processo Civil pátrio, regulamentando o percebimento da verba honorária, em caráter permanente.

Considerando a não regulamentação pelo Poder Legislativo, dada através do arquivamento do Projeto de Lei nº 053/2016, em duas oportunidades, sendo o primeiro na data de 22 de novembro de 2016, e o segundo através da Convocação Extraordinária ocorrida na data de 29 de dezembro de 2016;

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Considerando que passou a viger em 18 de março de 2016, a Lei Federal n° 13.105/2015 (Novo Código de Processo Civil), assegurando a natureza alimentar dos honorários advocatícios constituindo direito dos “advogados públicos a percepção dos honorários de sucumbência”, ou seja: os honorários sucumbenciais de ações em que o Município de Triunfo é vencedor devem ser distribuídos entre os referidos profissionais;

D E C R E T A :

Art. 1° Os valores fixados a título de honorários de sucumbência em feitos judiciais em que vencedora a Administração Direta e Autárquica, bem como os honorários decorrentes de créditos inscritos em dívida ativa ajuizada, de natureza tributária ou não tributária, da Administração Direta e Autárquica, parcelados ou não, serão devidos e destinados aos ocupantes do cargo de advogado do quadro efetivo do município, regidos pelo Regime Jurídico Único, nos termos da Lei Municipal n° 779/92.

§ 1° Os honorários previstos no caput do art. 1°, são verbas de natureza privada, não constituem encargos ao Tesouro Municipal, sendo pagos exclusivamente pela parte sucumbente ou devedora.

§ 2° Os honorários constituem verba variável, não incorporável, nem computável para cálculo de qualquer vantagem remuneratória.

§ 3° Os honorários serão partilhados entre os advogados pertencentes ao quadro efetivo do município, na forma que dispuser o Estatuto da Associação dos Advogados Estatutários do Município de Triunfo.

Art. 2° O advogado inativo ou respectivo pensionista fará jus à participação no rateio de honorários por cinco (05) anos, após a publicação da Portaria de aposentação ou concessão de pensão, findos os quais o direito lhe será cessado.

Art. 3° Considera-se também em efetivo exercício, o Advogado ativo que estiver em gozo de licença prêmio ou quaisquer licenças previstas no art. 114, da Lei nº 779, de 1992, ou nas hipóteses de afastamento previstas no art. 117 do mesmo dispositivo legal, com exceção dos incisos II e III.

Art. 4° Os valores relativos à verba advocatícia serão sacados preferencialmente pelo Advogado atuante no processo e transferidos automaticamente para a conta bancária criada e gerida pela Associação dos Advogados Estatutários do Município de Triunfo, exclusivamente para os fins desta lei.

§ 1° O Advogado atuante no processo deverá requerer que os honorários advocatícios sejam objeto de alvará apartado, bem como que sejam creditados na conta da Associação dos Advogados Estatutários do Município de Triunfo.

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§ 2° Nos processos em que o alvará for expedido de forma automatizada na conta do Município de Triunfo, o Advogado que atuar na ação fica responsável por requerer à Secretaria Municipal da Fazenda a imediata transferência dos valores relativos aos honorários advocatícios para a conta da Associação dos Advogados Estatutários do Município de Triunfo, comunicando ao Comitê Gestor dos Honorários acerca de tal pedido.

Art. 5° Fica a Secretaria da Fazenda do Município de Triunfo, a teor do que dispõe o art. 85, § 19, do NCPC, obrigada a proceder ao levantamento de todos os valores que ingressaram em contas do Município, à título de honorários advocatícios, desde a data de 18 de março de 2016, no prazo de 10 dias a contar da publicação deste decreto, transferindo para a conta da Associação dos Advogados Estatutários do Município de Triunfo.

Art. 6° A Associação dos Advogados Estatutários do Município de Triunfo escolherá, a cada biênio, em Assembleia Geral, 03(três) advogados efetivos para compor o Comitê Gestor dos Honorários, responsável pela fiscalização da arrecadação dos honorários, gestão financeira dos valores e sua distribuição entre o conjunto de Advogados efetivos do Município.

§ 1° Os advogados que compõem o Comitê Gestor dos Honorários poderão ser destituídos a qualquer tempo, por voto da maioria absoluta dos associados, devendo, no ato de destituição, ser aprovada a composição do novo Comitê Gestor dos Honorários.

§ 2° Deverão ser prestadas contas ao Comitê Gestor dos Honorários, a cada levantamento de alvará e repasse de valores relativamente aos honorários advocatícios para a conta da Associação dos Advogados Estatutários do Município de Triunfo criada para este fim.

Art. 7° Dos valores mensalmente arrecadados, a Associação rateará até o quinto dia útil do mês subsequente, mediante transferência bancária para a conta dos Advogados ou pensionistas, o montante de 90% (noventa por cento) do valor amealhado no curso do mês, destinando 10% (dez por cento) ao custeio operacional de gestão, contratação de assessoria contábil e demais gastos correlatos à administração dos créditos oriundos deste decreto.

§ 1° Eventuais custos operacionais decorrentes de transferências bancárias para conta de advogado beneficiado no rateio, serão custeados pelo respectivo beneficiário.

§ 2° Na gestão financeira deverá ser observada a aplicação dos valores em investimento que conjugue critérios de melhor rentabilidade e baixo risco, em instituição financeira oficial.

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§ 3° É obrigação do Comitê Gestor de Honorários a prestação de contas semestral dos recebimentos, rateio das verbas honorárias e despesas de gestão, registrando e conferindo publicidade a todos os seus atos.

Art. 8° Não entrarão no rateio dos honorários advocatícios:I - aqueles em licença para tratar de interesses particulares;II - aqueles em licença para atividade política;III - aqueles em afastamento para exercer mandato eletivo;IV - aqueles cedidos ou requisitados para entidade ou órgão estranho à Procuradoria Geral do Município.

Art. 9º Os advogados nomeados para o cargo efetivo de advogado ou aqueles cedidos que retornarem a PGM, só participarão do rateio dos honorários advocatícios, após um ano de efetivo exercício na Procuradoria Geral do Município, na forma que o Estatuto da Associação dos Advogados Estatutários do Município de Triunfo dispuser.

Art. 10 Ao final do exercício financeiro, eventuais saldos existentes, tais como os destinados ao custeio operacional de gestão não utilizados, serão rateados entre os advogados a que alude este decreto, na forma que dispuser o Estatuto da Associação dos Advogados Estatutários do Município de Triunfo.

Parágrafo Único  Para os fins deste decreto, o exercício financeiro coincide com o ano civil.

Art. 11 Este Decreto entrará em vigor a partir de sua publicação, com efeitos retroativos a 18 de março de 2016.

Gabinete do Prefeito Municipal de Triunfo, em 29 de dezembro de 2016.

Mauro Fornari Poeta Prefeito Municipal

Registre-se e publique-se:

Sergio Antonio OdoriziSecretário Municipal de Administração

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