Upload
buithuan
View
213
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
' 0 ESTADO DA ARTE EM '" INTEGRA(;AO LAVOURA E
PEcuARIA
Paulo C. de F. Carvalho 1; Ibanor Anghinoni2; Anibal de Moraes3
; Carlos R. Trein2; Jotio P. C. Flores2; Carla T. C. Cepik2; Renato Levien2; Martlia T. Lopes l
; Carolina Baggio1;
Claudete R. Lang3; Reuben M. SUlC41
; Adelino Pelissari3•
Introdu~ao
A integra~ao da lavoura com a pecuaria (ILP) como conceito tecnol6gico e tao antiga quanta a domestica~ao dos animais e das plantas. Varios paises a utilizam, sendo que a combina~ao de atividades pode ser tao distinta quanta a diversidade dos sistemas de produ~ao existentes. Tomando a Asia como exemplo, a integra~ao lavoura-pecuaria em pequenas propriedades e o sistema que tende a ser dominante e e utilizado diferentemente dos modelos de integra~ao conhecidos no BrasiL Alguns exemplos de sistemas de integra~ao cultura anual-animal incluem arroz, trigo, gado, ovelhas e cabras na India, arroz, cabras, patos e peixes na Indonesia; arroz, bUfalos, porcos, galinhas, patos e peixes nas Filipinas; arroz, vegetais, porcos, patos e peixes na Tailandia e, no Vietna, 0 uso de vegetais, cabras, porcos, patos e peixes (Devendra & Thomas, 2002). Percebe-se, com isso, a diversidade potencial do sistema, podendo ser utilizado dediferentes maneiras nas diferentes partes do mundo.
No Brasil, a ILP sempre foi bastante utilizada, em particular na abertura de fronteiras agricolas. 0 sistema Barreirao e urn exemplo disto. 0 que e novo, em termos de Brasil, e a aplica~ao desses conceitos de ILP em sistemas de plantio di-
I Depto. de Plantas Forrageiras e Agrometeorologia - UFRGS; 2 Depto. de Solos - UFRGS; 3Depto. de Fitotecnia e Fitossanitarismo - UFPR; 41Dept. of Horticulture & Crop Science - Ohio S . University.
reto (SPD). Embora haja muitos paradigm as a respeito da entrada de animais em areas de SPD (Moraes et al., 2002), observa-se forte crescimento na ad09ao da tecnologia de integra9ao, particularmente no centro-suI do pais, com particularidades distintas de cada regiao. No Cerrado 0 enfoque da integra9ao esta na rota9ao de culturas, recupera9ao dos solos e de pastagens degradadas. J a no suI do Brasil 0 enfoque tern sido tambem na rota9ao e diversifica9ao, mas principalmente como alternativa de renda e utiliza9ao da terra nos periodos inter-Iavouras de verao. Em que pese os diferentes enfoques, as benesses da ILP tern sido associadas invariavelmente a redu9ao de custos, aumento da eficiencia do uso da terra, melhoria dos atributos fisicos e quimicos do solo, redu-9ao de pragas e doen9as, aumento de liquidez e de renda.
o objetivo deste trabalho e apresentar como a ILP po de ajudar 0 produtor rural por meio da diversifica9ao e rota9ao de atividades, e como as referidas benesses da ILP se produzem no sistema. Enfoque maior sera concentrado no contexto dos sistemas de produ9ao do suI do Brasil, e 0 estado da arte da ILP em areas de SPD, sem a pretensao de exaurir 0 assunto, mas procurando trazer os ultimos resultados no tema.
2. Por que fazer ILP no Rio Grande do Sui?
o Rio Grande do SuI possui uma area cultivada anualmente, com soja (Glycine max), de aproximadamente 3,0 milhoes de hectares. A de milho (Zea mays) e estimada em 1,5 a 1,8 milhoes de hectares e a de arroz (Oryza sativa) em torno de 600 mil ha com plantio anual (Cassol, 2003) . Nos ultimos anos, a area semeada com trigo (Triticum aestivum), aveia branca (Avena sativa), cevada (Hordeum vulgare), triticale (X triticosecale Witt.) e centeio (Secale cereale) tern sido de, aproximadamente 1,0 milhao de hectares, ou seja, 18% da area cultivada no verao com soja, milho e arroz. 0 restante da area, 4,4 milhoes de ha, fica praticamente sem rend a durante 0 inverno, tanto com areas de solo descoberto como com areas servindo apenas como culturas de cobertura, quase sempre por plantas forrageiras, no exato perfodo em que falta alimento para toda a pecuaria gaucha baseada em pasta gens naturais ou cul-
tivadas de ciclo estival. Nao ha justificativas, no contexto economico e social que vivemos atualmente, para que essas areas nao produzam riqueza e empregos ao longo de todo ano.
a plantio de coberturas de solo ou a alternativa de culturas de alto risco economico, como os cereais de inverno, deveria levar 0 agricultor a buscar alternativas economicas durante este periodo. A formac;ao de pastagens hibernais de azevem e aveia toma vi/ivel a terminac;ao de bovinos, durante a entressafra, e surge como alternativa para melhorar os indices zootecnicos da pecuaria gaucha como: aumento da natalidade, reduc;ao da mortalidade, reduc;ao da idade de abate e do primeiro acasalamento e aumento do desfrute. Tudo isso sem comprometer a necessidade de palha para 0 SPD, observados os ajustes de lotac;ao necessarios, e podendo incrementar a rentabilidade num periodo em que, muitas vezes, nada se produz.
Apesar dos elevados ganhos obtidos pelos produtores com a cultura da soja, como ocorrido na safra 2002/03, e comum a ocorrencia de deficit hidrico, no verao, que com pro mete a produc;ao e a sustentabilidade da propriedade. As safras 20031 2004 e 2004/2005 atestam a elevada probabilidade de frustra<;ao nas lavouras de verao. Vma analise de mais longo prazo, comparativa a outras regi6es do pais, atesta ser este urn problema particular nos estados do suI do Brasil (Figura 1) .
. ;oo$""';;;;d;;ii~"".-d.--·---~~--·· .'-.".' ... -.ww .•.•. • .•. • .••. ·m .••.•.• ~-__ ""'"4
2~Q~ (-,,,,., Bra.1I 'I'" 24.,lI<Ib .. 140.69 R' .. 0,711.&11
t-a-~oo-' ~~~~ .. "'~"""" "" """""" ''''''~'---------------''
a~1>O
::: t'-~"-;''':'' '~''''~'-;' ~~~~~~~t~~~E.~~~~~ SC9 ... 1 ~, ......., ......... ...,...,............,""
.,.fs.~ ,-I>"" ,<ttllit ,~+.~ .;-"" .,;,.~~ic .... ~~ ........ ,fi. ...... ~ \~ .... ." .. ... ~,.~ ... rft~ .. ~~~ 'fftfJ"
l ___ ._._._ .. _. __ .~ ___ . I I
.. .. J Figura 1. Euoluqao do rendimento de soja no Brasil e em alguns estados brasileiros (Arias, 2004).
Enquanto 0 avan~o na produtividade da soja no Mato Grosso e de 61 kgfha por ano, a do Rio Grande do SuI e de 22,9 kg/ ha por ano. E nao e somente isso. Se for observada a variabilidade da produ~ao nos mesmos estados referidos, conclui-se que a alternancia entre safras boas e ruins no Rio Grande do SuI e historica e comum. Isto exemplifica a constata~ao de que, apos uma boa safra, mais iminente estara a proxima frustra~ao! Como e possivel ter urn tipo de negocio assim?
A diversifica~ao das atividades de uma propriedade, adicionando uma atividade que gere renda, no periodo de inverno, e fundamental para assegurar uma eficiente, produtiva e estavel agricultura no futuro. E nesse contexto em que se situa a integra~ao lavoura-pecuaria, porque se entende que lavoura e pecuaria, praticadas de forma isolada, podem ser sustentaveis em determinado momento, mas nao se perpetuam no tempo, uma vez que sao atividades cfclicas, onde ora 0
lavoureiro tern melhores retornos, ora a situa~ao se inverte e privilegia 0 pecuarista.
2. Integrando lavoura e pecmiria
AB propriedades agricolas, em geral, necessitam de alternativas de rotar;;ao que possam intensificar 0 uso da terra, aumentar a sustentabilidade dos sistemas de produr;;ao e melhorar a renda. A pesquisa no Brasil vern ganhando espar;;o neste tema. Mais especificamente, no SuI do Brasil, a pesquisa na integrar;;ao lavoura-pecuaria desenvolveu-se dentro de duas realidades distintas descritas por Moraes et al. (2002):
a) Em regiao tipicamente agricola: Neste caso a pecuaria entraria como uma opr;;ao de diversificar;;ao e possibilitaria a utilizar;;ao na alimentar;;ao animal de plantas de cobertura e/ou pastagens anuais em rotar;;ao com cultivos anuais de graos .
b) Em regiao tipicamente de pecuaria: Neste caso a agricultura entra como uma opr;;ao para 0 estabelecimento ou reforma de pastagens . A utilizar;;ao da agricultura no processo de recuperar;;ao da capacidade produtiva das areas destinadas as pastagens possibilita controle de invasoras e ador;;ao de fertilizar;;ao de uma forma mais facil, alem da diversificar;;ao da renda das propriedades.
Dentre as tematicas de pesquisa de interesse relevante esta 0 estabelecimento de urn nivel 6timo de biomassa que garanta cobertura de solo e nao comprometa 0 desenvolvimento da lavoura. Em sistemas integrados isto nao e tarefa facil e, dependendo do interesse, esse nivel pode ser diferenteo Pensando-se apenas no controle da erosao, a existencia de 4.000 kg/ha de residuos, correspondendo a 65% de cobertura do solo, reduziu a erosao em 90 a 95%, em solo com 7,5% de declive (Lopes et aI., 1987). Por outro lado, se 0 interesse e manter ou aumentar 0 teor de carbono do solo no SPD, seria necessaria uma taxa de aporte de residuos entre 10 e 12 Mg de MS/ha por ana (Bayer, 1996).
Alem disso, quando se considera a produr;;ao animal, a complexidade aumenta, uma vez que a biomass a aerea define 0
ganho por animal e 0 ganho por area, por afetar a ingestao de forragem e oportunizar ao animal a possibilidade de selecio-
nar sua dieta. 0 nivel 6timo de biomassa, para a prodw;ao animal (individual e por area), tambem tern seus pontos 6timos, os quais, muito provavelmente, serao diferentes entre si e dos pontos 6timos para cobertura do solo e rendimento de graos.
A conseqi.H~ncia dessas particularidades da ILP em SPD e que a taxa de lota~ao animal utilizada no sistema e determinante tanto da produ~ao pecuaria quanta agricola (Figura 2).
++
l jlik +. ,
• ++ - ." " ' ~ .
........ ~
. y
..........
Figura 2. RepresentaC;iio esquematica do modelo conceitual de pesquisa da integraC;iio lauoura,pecuaria em sistema de plantio direto. 0 modelo se aplica a rotac;oes Upicas com lauouras anuais de ueriio, exemplificado com soja.
t Como pode ser observado, a taxa de Iota ao tern papel central em condi~6es de ILP por que afeta indiretamente a quantidade de biomassa presente ao longo do ciclo da pastagem e que sera transferida para 0 ciclo de lavoura. Portanto, as pesquisas dos efeitos da intensidade de pastejo sobre 0
sistema sao da maior relevancia, e tern pautado boa parte
das investiga«;oes no tern a na reglao suI do Brasil (e.g., Lustosa, 1998; Moraes et al. 2002; Cassol, 2003; Flores, 2004).
A seguir, faz-se urn balan«;o dos resultados de pesquisa ate 0 momento, propondo-se a descri«;ao dos resultados em ILP nas diferentes regioes do suI do Brasil.
2.1 Integrando lavoura e pecuaria em regioes tipicamente agrtcolas no Sul do Brasil.
Na regiao SuI do Pais a integra«;ao lavoura-pecuaria e praticada ha decadas, classicamente representada pelas rota«;oes da lavoura de arroz irrigado com a pastagem no Rio Grande do SuI e pelas rota«;oes das lavouras de milho e soja com pastagens de inverno nos Planaltos do Rio Grande do SuI ao Parana.
2.1.1. Integra~iio pastagem com arroz irrigado.
No Rio Grande de SuI destaca-se a integra«;ao envolvendo pastagem com a cultura do arroz irrigado, onde existem cerca de cinco milhoes de hectares de varzeas potencialmente utilizaveis sob este sistema. Anualmente, aproximadamente urn milhao de hectares sao ocupados pela lavoura orizicola; a area restante, geralmente revestida pela pastagem nativa, e utilizada para alimentar os rebanhos bovino e ovino. Este tempo em que a area e pastejada e conhecido como "pousio" ou "descanso", 0 qual pode variar entre tres ou quatro anos na maior parte das situa«;oes, dependendo do modo de uso da terra, do sistema de parceria ou arrendamento, da fertilidade do solo, etc. Nas ultimas duas decadas observa-se uma tendencia de reduzir os anos de "pousio", intensificando assim a explora«;ao do solo, principalmente nas terras arrendadas, manejo que provoca importantes altera«;oes negativas tanto na estrutura fisica quanto na fertilidade dos solos e, em consequencia, na composi«;ao, produ«;ao e qualidade da pastagem nativa existente nas varzeas (Saibro & Silva, 1999). A atual situa«;ao da integra«;ao da lavoura arrozeira com a pecuaria de corte e precaria, podendo afirmar-se que os baixos indices
de produtividade animal obtidos nas condic;oes do binomio arroz x pastagem sao semelhantes aos exibidos no sistema tradicional, extensivo, de produc;ao animal baseado na pastagem nativa (Saibro & Silva, 1999). Ah~m disso, conforme Reis (1998), a pecmiria leiteira inserida no sistema arroz x pastagem tambem apresenta fraco desempenho produtivo. Acompanhando este desequilibrio tecno16gico, onde na lavoura de arroz utiliza-se de alta tecnologia em contraste com a pecuaria, tambem a pesquisa envolvendo a pecuaria neste sistema de produc;ao e quase nula. Destaque-se 0 trabalho de avaliac;ao de especies forrageiras desenvolvido sobre 0 planossolo Pelotas, realizado ao longo de varias decadas, cujos resultados foram relatados por muitos pesquisadores atuando inicialmente no Ministerio da Agricultura, depois EMBRAP ACPATB, hoje EMBRAPA-CPACT e na UFPEL (Maia, 1986; Reis, 1990; Reis, 1998).
Urn trabalho desenvolvido pelo Departamento de Plantas Forrageiras e Agrometeorologia sobre uma U nidade de Observac;ao (U.O.) da EMATERI Viamao, na propriedade denominada "Fazenda dos Touros" avaliou, pela primeira vez, urn ciclo completo do sistema de rotac;ao arroz x pastagem. Formado por tres periodos de pastagens cultivadas de estac;ao fria e uma safra de arroz, ao longo de tres anos, teve por objetivo estudar 0 efeito de urn pacote de tecnologias agronomicas disponiveis, aplicado a urn sistema real de produc;ao (Saibro & Silva, 1999). A base te6rica desta pesquisa consistiu em avaliar 0 incremento tecno16gico provocado pela remoc;ao de fatores limitantes relevantes sobre 0 aumento da produtividade e da sustentabilidade do sistema fisico de produc;ao. A reduzida drenagem do solo, tanto interna quanta superficial, e a baixa fertilidade do solo foram identificados como fatores limitantes primarios. 0 emprego de uma tecnica de manejo adequada ao potencial produtivo das pastagens e 0 uso de animais jovens, com potencial de resposta aos meIhoramentos proporcionados pelo novo sistema, foram tambern importantes instrumentos para uma correta avaliac;ao dos efeitos provocados no sistema convencional. Os resultados medios do desempenho animal em quatro estac;oes ou
epocas de pastejo, no periodo inverno-primavera de 1996 ate inverno de 1998, para cada uma das pastagens estudadas, revelou ganhos medios diarios da ordem de 0,78; 0,66; 0,72 e 0,8 kg/cabec;a/dia, respectivamente para os tratamentos azevem + 90 kg de N/ha; azevem + trevo vesiculoso; azevem + trevo branco + cornichao e azevem + trevo ball. Os ganhos de peso vivo por hectare acumulados durante 0 periodo foram de 1091 ; 870 ; 907 e 505 kg, respectivamente para os mesmos tratamentos. 0 menor rendimento observado no trevo ball (Trifolium nigrescens) deveu-se ao fato de que sua avaliac;ao nao tenha ocorrido no primeiro ana (Saibro & Silva, 1999).
o azevem anual confirmou as suas caracteristicas de excelente adaptac;ao, altos rendimentos e qualidade da forragem, quando bern nutrido e adubado com razoavel dose anual (80-100kg/ha) de nitrogenio, sendo uma especie confiavel para uso no sistema. As leguminosas mostraram que sao plantas mais exigentes e necessitam melhores condic;6es de fertilidade e manejo. Os valores da produc;ao da lavoura de arroz (Tabela 1) na sequencia as diferentes opc;6es de pastagens demonstram diferenc;as de ate 25% entre as diferentes pastagens utilizadas no periodo de pousio, mostrando a necessidade de estudo destas rotac;6es.
Tabela 1. Rendimento de arroz (grao com 13% de umidade) em areas de po usia utilizadas com pastagens de estaCao fria durante tres anos (1996-1998), Fazenda dos Touros, Capivari do Sul, RS (Saibro & Silva, 1999).
Pastagem previa
Azevem + 90 kg/ha de nitrog~n io
Azevem + trevo ves iculoso cv. Yuchi
Azevem + travo branco + comichao
Azevem + trevo bali
Rendimento do arroz
(kg/hal
6172
5820
6027
7286
Uma serie de estudos recentes tambem tern sido produzida pela equipe de pesquisadores da UFSM. Porem, 0 efeito de praticas de manejo no ciclo da pastagem sob 0 rendimento subsequente da lavoura nao tern sido abordado. A pastagem tern sido usada de forma "acoplada" a urn sistema voltado a
prodw;ao de arroz, tanto em pesquisa quanta em nivel de sis· c
tema de prodw;ao, 0 que faz com que 0 termo integra~ao teo 1
nha mais significado semfmtico que efetivo.
2.1.2. Integra~ao na regiao dos Planaltos do Rio Grande do SuI ao Parana.
As regioes tipicamente agricolas na regiao dos Planaltos do RS ao PR normalmente contam com boa infra-estrutura e as propriedades tern normalmente mao de obra mais qualificada e sao melhor gerenciadas. A pecuaria entra como uma opc;ao de diversificac;ao destas propriedades, possibilitando uma renda adicional pela utilizac;ao na alimentac;ao animal de plantas de cobertura e/ou pastagens anuais em rotac;ao com cultivos anuais de graos. As forrageiras anuais utilizadas variam de acordo com a regiao considerada. Na regiao SuI do Pais se utiliza principalmente 0 azevem e aveia preta. J a em regioes mais tropicais normalmente se utiliza 0 milheto, sorgo, em combinac;ao ou nao, na mesma propriedade, com areas menores de pastagens perenes de verao (visando manter os animais na propriedade 0 ana todo e tam bern aproveitar areas com menor aptidao agricola).
o Rio Grande do SuI e Parana destacam-se como grandes produtores de graos e pela avanc;ada tecnologia utilizada em suas areas agricolas. Contudo, nos ultimos anos, devido a baixa rentabilidade da explorac;ao de cereais de inverno e a ausencia de outras alternativas, a maior parte das areas agricultaveis tern sido destinada, nesta epoca, para 0 plantio de especies exclusivamente protetoras de solo ou, entao, deixadas em pousio. Teoricamente, os sistemas de produc;ao agricola poderiam ser beneficiados por alternativas economic as de rotac;ao de culturas que fossem capazes de contribuir com uma melhoria na utilizac;ao dos investimentos, e que buscassem intensificar 0 usa da terra e desenvolver sistemas de produc;ao mais estaveis. Ilustraremos esta possibilidade atrayes de experimentos conduzidos no Parana e no Rio Grande do SuI, em areas de explorac;ao voltada a produc;ao de soja e milho em sistema de plantio direto, onde a presenc;a de animais e frequentemente temida.
No municipio de Guarapuava-PR foi avaliada a resposta
das lavouras de soja e milho em sucessao a pastagem de inverno. Nao se observou diferenr;a significativa, tanto para as produr;6es de soja como para as de milho, quando cultivadas sobre areas pastejadas. Em condir;6es de diferentes ofertas de forragem, que geraram residuos diferenciados, e em 10-cais que sofreram efeito de diferentes intensidades de pastejo, desde a mais intensa (nas areas pr6ximas dos cochos) a menos intensa (areas de circular;ao normal dos animais), a produr;ao de soja e milho nao foi afetada negativamente pela presenr;a do animal no cicio de inverno (Figuras 3 e 4) . A oferta de forragem de 15 kg de materia seca para cad a 100 kg do peso vivo (15% PV) favoreceu a produr;ao de milho, decrescendo para as demais ofertas, embora estas diferenr;as nao sejam estatisticamente significativas.
10,0
8,4
8,0
~ ~ 6,0
§ 4,0
" C
~ .. 2,0
0,0
SOJA M ILHO
CULTURA
Figura 3. Produr;ao de soja e milho eultivados sobre resfduos de pastagens eonsoreiadas de inverno, manejadas em eondir;oes de diferentes ofertas de materia seea. Campo 12 - FAPA. Entre Rios - Guarapuava - PRo (Lustosa, 1998).
Nos locais de concentrar;ao (Figura 4), a produr;ao de soja foi igual a area nao pastejada (T). Esta comparar;ao e importante uma vez que nos locais de concentrar;ao 0 solo apresentava a superficie extremamente compactada, que dificultava a entrada do trado calador ate uma profundidade de 10 cm. 0 uso de semeadeira de plantio direto com facao rompeu bern esta cam ada e as sementes conseguiram germinar e as plantulas desenvolveram-se bern. Para os locais de concentrar;ao houve algum comprometimento das caracteristicas fi-
sicas do solo, entretanto, nestas areas encontrou-se maim p disponibilidade de nutrientes, devido a maior deposic;ao de Il
urina e fezes. E interessante observar que os locais de con· ~ centrac;ao representam apenas 1% a 3% da area total do ~ potreiro. Este resultado contradiz 0 conceito de que animais, 1
em areas de lavoura, compactam e podem reduzir a produc;ao c
das culturas.
IIDIL~~~ &1TI 10,0
~ 8,0
~ 6,0
0
<S 4,0 :> 0
~ 2,0
0,0
SOJA MIUIO
CULTURA
Figura 4. Produr;ao de soja e milho em funr;ao dos locais amostrados (LC - local de concentrar;ao; AP - area de pastejo e T - testemunha - sem pastejo), ap6s rotar;ao com pastagens consorciadas de inuerno. Campo 12 -FAPA. Entre RiosGuarapuaua - PRo (Lustosa, 1998).
o milho nas areas de pastejo (AP) teve uma produc;ao de 917 kg a mais do que na area nao pastejada e 516 kg a mais do que nos locais de concentrac;ao dos animais (LC). Esta diferenc;a indicou uma tendencia que necessita de confirmac;ao pela pesquisa. A maior produc;ao na AP po de ser devida a uma cobertura maior do solo pel as leguminosas protegendo o solo da perda de umidade e tambem condicionando menor variac;ao de temperatura de solo, alem de maior reciclagem de nutrientes pelas fezes e urina dos animais e, principalmente, do N atraves das leguminosas. Com 0 milho podemos constatar que a produc;ao nos LC foi maior que nas areas nao pastejadas. Desta forma, isto reforc;a a hip6tese de que para os LC , mesmo havendo comprometimento das caracteristicas fisicas do solo, por outro lado, ocorre uma compensac;ao quimica neste local comparado com a testemunha. Outro fator que po de explicar a menor produc;ao das areas nao
pastejadas, e a imobiliza~ao de nutrientes na palhada, diminuindo a veloeidade de reciclagem para 0 solo. Trabalhos de pesquisa vern sendo feitos no sentido de melhor entender 0
sineronismo entre a libera~ao dos nutrientes no proeesso de mineraliza~ao da palha com as exigeneias nutricionais das eulturas.
Na regiao do Plan alto Medio do RS vern sendo avaliado, desde 2001, urn experimento com 0 objetivo de definir 0 nivel eritieo de biomassa que deve permaneeer sobre 0 solo ap6s a retirada dos animais do pasta (Cassol, 2003 ; Flores, 2004, Aguinaga et aI., 2004 e Terra Lopes, dados nao publieados). A varia~ao na biomassa foi eriada em fun~ao de diferentes alturas em que 0 pasta de aveia+azevem foi manejado durante 0
periodo de inverno (10 em, 20em, 30em e 40 em), sendo apresentado os dados medios de quatro anos sueessivos de manejo da pastagem na eondi~ao anteriormente deserita (Figura 5).
Oesempenho animal em pastagem de Inverno em sistema de ILP (media de 4 anos)
.2 1.20 T"···-······-----······ .. ······ .. ·· .1..,n.······· .. ···· .. ······.::2::=. .................. 1.,Il7 ............ , ~ :::- 1,00 +--O',81>----E3 .2 E 0,80 :g 0i:: 0,60 E .. .2 ~ 0,40 c: - 0 ,20 ~ 0,00 +--""""'""'--r---"'=
10 20 30
Altura de maneJo do pasto (em)
40
Figura 5. Ganho de peso media diario (kg / animal) em pastagem de dveia + azevem submetida a diferentes alturas de manejo (medias de quatro anos dos resultados de Cassol, 2003; Aguinaga et ai., 2004 e Terra Lopes, dados nao publicadosJ. Tupancireta -RS.
Vma earga animal da ordem de 1400 kg de PVlha foi necessaria para manter a pastagem a 10 em de altura, enquanto que eargas de 990, 570 e 300 kg de PVlha foram empregadas para manter 0 pasta a 20, 30 e 40 em de altura, respeetivamente . Portanto, diferentes intensidades de pastejo foram empregadas. Estes diferentes tipos de eondu~ao da pastagem ocasionaram diferentes biomassas no momento do plantio da soja (diferentes niveis de palhada) e 0 seu impaeto sobre a
prodU(;ao animal e 0 rendimento da soja foi avaliado. o ganho de peso vivo por hectare (kg ha·
1) e fun~ao do
ganho medio diario e do numero de animais por hectare suportado pela pastagem. Como 0 ganho medio diario variou
-1 -1 pouco entre os tratamentos (0,85 a 1,15 kg animal dia), as diferen~as observadas no ganho de peso por hectare (Figura 6) devem-se essencialmente it maior carga utilizada no tratamento de menor altura em rela~ao ao tratamento de maior altura.
Desempenho animal em pastagem de inverno em sistema de ILP (media de 4 anos)
~ 600T··········1;2S···· ································ ............................... ........................................ ,
o "' 500 ~ ~ 400 .g <'!!. 300 o a! 200 "E .;g 100 .. (!) 0
10 20 30 40
Altura de manejo do pasto (em)
Figura 6. Ganho de peso (kg) por hectare em pastagem de aveia + azevem sub metida a diferentes alturas de manejo (medias de quatro anos dos resultados de Cassol, 2003; Aguinaga et al., 2004 e Terra Lopes, dados nao publicados). Tupancireta - RS.
Um aspecto interessante e muito relevante para a sustentabilidade da ILP e 0 fato de que a varia~ao do rendimento animal ao longo dos anos e muito pequena, compara it varia~ao que ocorre nos rendimentos das lavouras de verao. Isto ocorre porque a produ~ao de forragem no inverno acontece num periodo em que as condi~6es climaticas sao muito mais previsiveis e pouco susceptiveis a varia~ao, aliadas ao carater de rebrote e de crescimento das plantas forrageiras. Os ganhos de peso individuais variaram, em quatro anos, apenas 26, 21, 11 e 11 %, respectivamente para os tratamentos de 10,20,30 e 40 cm de altura do pasta (Figura 7).
Desempenho animal em pastagem de in verno em !>istema de ILP (4 cielos de p3!>t3gem)
10 20 30 40
Alima lie lIlallej(l do 11.1S10 {elll)
Desempenho animal em pastagem de inverno em sistema de ILP (4 eiclos de pastagem)
10 20 30 40
Allura de lIlilllejo (Ill pasto I,cm)
1:ll2001
0 2002
l1li200]
.2004
Figura 7. Desempenho animal em pastagem de aveia + azevem submetida a diferentes alturas de manejo (quatro anos dos resultados de Cassol, 2003; Aguinaga et al., 2004 e Terra Lopes, dados nao publicados). Tupancireta - RS.
Se do ponto de vista da maxima efieieneia teeniea, para a produtividade animal, fosse observado tao somente 0 desempenho por hectare, a melhor altura de manejo da pastagem teria sido de 10 em. Entretanto, 0 sueesso da integra9ao lavoura-peeuaria depende de resultados mais complexos, e em nivel sistemieo. Um primeiro ponto importante diz respeito a termina98.0 dos animais e possibilidade de remunera98.0 elevada e rapida da peeuaria. Como pode se observar na Figura 8, sao os animais eonduzidos no manejo a 30 cm que tem nao somente um bom peso de carca9a, mas um grau de term ina9aO muito pr6ximo do desejavel.
170 ,------'or.------, 2,9 ,-------------.-- .. ----.--------. >; .,TT. --------------- .. ---- ---, 165 2,7
160,8 160 2,33 2,33
2,5
2,3 2,25
155 2,1
150 1,.
145 1,7
140 1,5 <,---, 'r----, I,---- l,--
10 20 30 40 10 20 30 "0
Altura da pastagem (em) Altura da pafilagem (em)
Figura 8. Caracteristicas da carcat;a de novilhos submetidos a diferentes altu ras de manejo (Aguinaga et al., 2004).
Estas carcar;;as encontram 6timo mercado e remunerar;;ao, sendo classificadas como novilhos superprecoces. Os resultados sao referentes ao ano de 2003, de animais de aproximadamente 14 meses, e com dietas exclusivas de pastagem, entrando com peso em torno de 210 kg no inicio de julho. Para urn sistema de integrar;;ao esses resultados sao de uma importancia vital, pois significam a possibilidade de terminar animais desmamados com urn unico ciclo de pastagem, sem a necessidade de planejamento de urn ciclo de pastagem de veriio, cuja necessidade competiria com a pr6pria lavoura de veriio.
o segundo ponto importante diz respeito ao imp acto das diferentes intensidades de pastejo sobre a lavoura de soja. Em que pese 0 maior ganho por area, 0 tratamento manejado a 10 cm apresentou a menor massa de forragem (1813, 2868, 3967 e 4670 kg de MS, respectivamente para os tratamentos crescentes em altura). Consequentemente, apresentou a menor quantidade de residuo sobre a superficie do solo, residuo este que serve de cobertura para a cultura da soja. 0 efeito dos diferentes manejos no periodo de inverno sobre a produtividade da soja nos ciclos 2001/2002 (ano seco - la nina) e 2002/2003 (ano umido - el nino) e observado na Figura 9.
12 r--------------------, 4
IIIIIIIiiIIII Popula~ao de plantas 10 - Rendimento de graDS
E '" 8 ~ ro 0.6 6 'r!, ~ 4 a. &.
2
o 10 20 30
Tratamento
o 40 SP
16 r-----------------, 5 _ Popula<;Ao de plantas
14 _ Rendimento de graos
";E12
'" 19 10 c: ro 0. 8 6
~ 6 "S a. &. 4
2
o 10 20 30
Tratamento 40 SP
4 jg
'" ::;;:
3 :g ,~
'" Q) "0
2 .9 c: Q)
.s 1 ~
&
o
Figura 9. Efeito de diferentes alturas de manejo da pastagem no inuerno sobre 0
rendimento de soja na lauoura em sucessao (SP== testemunha sem pastejo). Dados de 2001/2002 acima, e 2002/2003 abaixo (Cassol, 2003; Flores, 2004).
Nota-se que as altas intensidades de pastejo tern impacto negativo sobre a produ~ao de soja em anos secos, mas nao em anos com abundancia de chuvas, e que a produtividade da lavoura esta diretamente relacionada ao stand de plantas. Alem disso, como se po de verificar, nao e 0 animal em si 0
problema, mas a carga que empregamos no uso das pastagens. Areas excluidas do pastejo nao produziram mais soja que as areas conduzidas com baixa intensidade de pastejo. Neste caso, a produ~ao animal significa urn acrescimo direto de rentabilidade. Isto demonstra, de forma inequivoca, que
somente ter forrageiras para produzir palha nao e 0 melhol neg6cio e que, independentemente do ano, areas com inten sidades de pastejo leve sempre produzem 0 equivalente ell! soja a areas sem pastejo. d~
Quando se avalia a margem bruta dos diferentes siste tr mas, 0 pior resultado e 0 sistema onde a aveia e 0 azevem sal di utilizados somente como fonte de palha para 0 SPD. QuaJ.IT. quer uso com pastejo no periodo do inverno significa uma d receita adicional ao sistema, e como resultado do rendimen Sl
to animal por unidade de area expresso na Figura 6, a maiO! c margem bruta do sistema e obtido na condur;ao da pastagem d a 10 cm (Figura 10). Z
., ! 2000 '0 .g tV 1500 .,.s=
~ ~ 1000 E CIl
r:> 500 ., == o
10 20 30 40 SIP
Tratamentos
Figura 10. Margem bruta da pecuaria e da soja em fum;tio de diferentes alturas de manejo de uma pastagem de aveia + azevem (Carvalho et al., 2003).
Ainda que a melhor margem seja obtida na combinar;ao de soja com pastagem conduzida a 10 cm, trata-se de um sistema que opera no limite da sustentabilidade economica e ambiental, po is as caracteristicas do solo, a infestar;ao por plantas daninhas e as caracteristicas das carcar;as produzidas nesse sistema nao 0 recomendam a longo prazo. Neste sentido, a combinar;ao de lavoura de soja com engorda de novilhos em pastos conduzidos em torno de 20 cm de altura combinam elevados rendimentos de ambos os produtos e contempIa a sustentabilidade da produr;ao a Iongo prazo.
1 ,
2.2. Opr;oes de forrageiras e sistemas de ILP
Fica evidente que, em condit;oes de solo com boa fertilidade e com pastagens de boa qualidade como aveia, azevem e trevo branco, bern manejados, e possivel obter-se elevado rendimento animal. Todavia considerando a necessidade de se manter uma boa cobertura de palha para 0 posterior cultivo das lavouras em rotat;ao permanece ainda questionamentos sobre qual seria a quantidade de palha minima que seria necessaria para 0 born funcionamento do sistema em plantio direto . 0 experimento iniciado por Cassol (2003) tenta trazer informat;6es para elucidar esta import ante questao, e as informat;6es referentes aos primeiros dois anos indicam haver baixa relat;ao entre a mass a de forragem e 0 rendimento da soja. Na pratica, tem-se recomendado fazer a retirada dos animais entre 2 e 3 semanas anteriormente ao plantio da lavoura, 0 que seria suficiente para promover uma 6tima condic;ao de cobertura para dessecat;ao, uma vez que este periodo normalmente esta associado a epoca de grande acumulo de massa pela pastagem de azevem. No entanto, informat;6es recentes de urn estudo no Parana indicaram nao haver diferent;as na produt;ao da soja quando se difere a pastagem com 30, 20, 10 ou 0 dias antes do plantio. 0 desafio, portanto, em sistemas integrados, e encontrar urn nivel intermediario de biomass a que beneficie tanto a cultura de verao instalada no sistema de semeadura direta, quanta a produt;ao animal no periodo de pastejo, de forma a garantir uma alta produtividade do sistema.
Dentre as limitat;oes ainda existentes, quanta a difusao do sistema, uma duvida frequente e sobre 0 que fazer com os animais no periodo de verao, no caso em que os mesmos nao sejam terminados durante 0 periodo de inverno. Para isto, 0
estudo de especies forrageiras perenes e anuais de verao , semeadas em parte da propriedade e com uso intensivo de tecnologia, e de extrema importancia. Nesta proposta, a pastagem de verao deveria, obrigatoriamente, competir em rentabilidade com as lavouras de verao e permitir a manutenc;ao dos animais na propriedade 0 restante do ano. Em divers as
unidades de valida~ao foram obtidas produ~6es superiores I a 1000 kg de PVlha utilizando-se diferentes especies e cultiva l! res (Momba~a, Sorgo forrageiro, estrelas, Tifton 85, Tanzanil ~ + Arachis pintoi , Brizantao, etc.), provando que pastagens d( alto potencial em areas de elevada fertilidade apresentan ~ produtividades competitivas a lavouras de soja e milho. J ' Figura 11 apresenta uma proposta para um sistema de ILl I com pastagens perenes de verao em rota~ao com soja nun modelo tipico para 0 Planalto Medio do RS.
Pastagem de veriio (150 dlas) : 15 ha
r .,0,";,,,,,, .4::O)(g
t 'V;'o;""" .;.;v;"g
?li l<gN l 116 kil Nl 01 02 04 07 08 09 10 11 12
I I I I I I I I
dtferlmento
1,;CIl::lm<l;s 1.:.l'l.:r:ltl1:l;s 100kll ;W''':,l
4(~k(j 1 5·:m'J'5 ."oNt
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
I I I I I I I I I I I I I I y y
colhdal plantio plantio soJ.
Pastagem de Inverno (150 dlas)lsoJa : 45 ha
Figura 11. Diagrama de representa~tio de um sistema de ILP para cultura da soja em rota~tio com pastagens perenes de vertio.
o sistema preve uma rela~ao de superficie verao/inverno compativel com as produ~6es de forragem respectivas das forrageiras de verao e de inverno propostas. Ele se inicia com a aquisi~ao de animais no outono (0 ideal sao terneiros que tenham peso entre 170-180 kg) e as pastagens de verao servindo como "deposito" inicial enquanto aguarda-se 0 momento propicio para a entrada dos animais nas areas de inverno. No periodo de inverno os animais devem crescer a um ritmo de 1 kg/dia, retornando as pastagens de verao no inicio do ciclo da soja. Os animais sao comercializados entre janeiro e mar~o , com pesos estimados proximos a 430 kg. As taxas de lota~ao empregadas na simula~ao, as rela~6es de superficie,
a a previsao de desempenho animal, enfim, todos os parametros :to utilizados foram obtidos em nivel de pesquisa e em unidades ia demonstrativas do Rio Grande do SuI e Parana. Ie Normalmente, como cobertura de inverno, no suI do BraII sil, tern sido utilizadas gramineas como as aveias pretas A (Avena strigosa) e brancas (Avena sativa) e 0 azevem (Lolium p multiflorum). Estas especies proporcionam diferentes perion dos de utiliza~ao em fun~ao da velocidade de estabelecimen-
to e ciclo de vida. 0 azevem embora sendo mais lento na sua forma~ao, permite uma utiliza~ao mais prolong ada em rela~ao as aveias. Este conhecimento e importante para se adequar 0 ciclo da graminea de inverno com 0 ciclo da cultura de verao. Por exemplo, antecedendo a lavoura de milho, que deve ser semeada mais cedo em rela~ao a soja, a op~ao mais 16gica seria de utilizar as aveias que apresentam urn ciclo mais curto em rela~ao ao azevem. 0 contrario se pass a com rela~ao a soja, sendo muito mais vantajosa a op~ao pelo azevem, que permite pastejo ate meados ou fins de outubro. Alem do mais, ap6s a saida dos animais, 0 azevem ainda pode garantir a forma~ao de sementes antes de sua desseca~ao, estando assim assegurado seu retorno no ano seguinte, com redu~ao de gastos na aquisi~ao de sementes. A Figura 12 apresenta uma proposta para urn sistema de ILP com enfoque em pastagens de inverno como op~ao de renda em rota~ao com soja num modelo tipico para 0 Planalto Medio do RS e com comercializa~ao de carca~as de novilhos superprecoces.
01 02
4(1()~2 ! ti·2$·2~
03
y colheltal plantio
06 07 08 09
Pastagem de Inverno (150 dlas)/soja : 45 ha
~4n ~ni mais :~ml:-.g
10
y plantlo SOJ8
12
Figura 12. Diagrama de representar;ao de um sistema de ILP para cultura da soja em rotar;ao com pastagens perenes de verao.
Como pode ser observado, e 0 mesmo sistema de base do modelo com pastagem de verao, mas onde osanimais sao comercializados no inicio do ciclo da soja, aproveitando nichos de comercializa~ao de carca~as mais leves, pr6ximas a 170 kg, e classificadas como novilhos superprecoces, a exemplo do que se atesta na Figura 8. A vantagem desse sistema, no caso de acesso a comercializa~ao de sse tipo de produto, e quando nao se quer ocupar superficie de verao com pastagens perenes, utilizando-se outras culturas para a rota~ao de verao.
Como na integra~ao lavoura-pecmiria a pastagem e cultivada em condi~6es de solos corrigidos, aproveitando 0 residual das aduba~6es feitas na lavoura, tem-se neste caso uma ampla oportunidade de se trabalhar com leguminosas de inverno, que sao especies pouco presentes nas propriedades, normalmente mais exigentes quanta a fertilidade do solo. Trabalhos desenvolvidos pela UFPR (Pelissari et al.,1997; Castro Junior,1998, Lustosa, 1998), demonstram a viabilidade do uso de leguminosas perenes de inverno associadas a gramineas anuais de inverno nos sistemas de integra~ao lavoura-pecmiria. Por meio do manejo adequado com herbicidas e possivel a pereniza~ao dos trevos branco (Trifolium repens), vermelho (T. pratense) e cornichao (Lotus corniculatus), sem causar problemas de competi~ao as lavouras de verao. A presen~a destas leguminosas traz uma serie de vantagens como a redu~ao do uso do nitrogenio no sistema, melhoria da qualidade da dieta dos animais em pastejo no inverno, melhor cobertura do solo e redu~ao de custos na alimenta~ao.
2.3. A presenra do animal no sistema plantio direto.
Urn estudo elaborado em 1995 pela Cooperativa Agraria de Entre Rios, Guarapuava - PR e por pesquisadores da UFPR, constatou que 0 principal entrave para a ado~ao do sistema de integra~ao lavoura-pecuaria seria uma possivel compacta~ao do solo devido ao pisoteio animal (Moraes et aI., 2002). Na opiniao dos produtores, 0 estudo do efeito da entrada dos animais nas areas agricolas e sua possivel a~ao
compactadora deveria ser prioridade, uma vez que, em areas compactadas, have ria comprometimento ao desenvolvimento da lavoura de verao, conduzida no sistema de semeadura direta.
Com a utiliza«;;ao do plantio direto nas propriedades agricolas, cria-se a necessidade de promover uma boa cobertura do solo no periodo de outono/inverno e parte da primavera. As gramineas utilizadas com esta finalidade (aveias e/ou azevem) sao excelentes forrageiras capazes de suportar a atividade pecuaria durante estas esta«;;6es do ano, as quais representam 0 periodo mais critico para a pecuaria praticada no suI do Brasil.
Esta regiao possui solos e clima propicios para 0 desenvolvimento deste sistema integrado, alem de agricultores com suficiente infra-estrutura para superar os desafios da nova tecnica. Entretanto, sempre surgem duvidas a respeito de como se comporta 0 sistema quando utilizado por longo tempo (Eltz et al. 1989). Estas duvidas ficam ainda mais fortes quando se associa a atividade animal em areas agricolas cultivadas dentro do sistema plantio direto. Acredita-se que a entrada de animais em areas de lavoura cause compacta«;;ao ou outra altera«;;ao que possa comprometer 0 rendimento das culturas em sucessao a pastagem. Alem disso, sao relativamente raros no Brasil, experimentos de longa dura«;;ao que permit am avaliar os efeitos de diferentes formas de preparo sobre as propriedades fisicas e quimicas do solo (Eltz et aI., 1989). 0 conhecimento destas altera«;;6es em condi«;;6es especificas de solo e clima e import ante no entendimento da potencialidade dos sistemas de manejo em rela«;;ao a produtividade de culturas e ado«;;ao de praticas no sentido de contornar possiveis limita«;;6es advindas da sua utiliza«;;ao (Bayer & Mielniczuk, 1997).
Do ponto de vista das propriedades quimicas do solo, assim como ocorre no sistema de plantio direto, 0 pastejo pode causar uma melhoria na fertilidade do solo devido ao acumulo de materia organica, altera«;;ao na reciclagem de nutrientes, melhoria na eficiencia do uso de fertilizantes e capacidade diferenciada de absor«;;ao de nutrientes (Lustosa,1998).
Assmann (2001) avaliou 0 efeito das diferentes doses de ni· trogenio aplicadas sobre a pastagem de inverno, com e sern trevo associado, sobre a resposta na cultura do milho. 0 reo sultado permitiu concluir que e possivel dispensar a aduba· ~ao nitrogenada no milho quando a pastagem de inverno que . antecedeu a lavoura foi bern adubada com N. Tambem Bona Filho (2002), avaliando 0 mesmo sistema com a cultura do feijoeiro concluiu que no sistema de integra~ao lavoura - pe· cWlria, e viavel a aplica~ao de altas doses de nitrogenio ex· clusivamente na pastagem, nao requerendo, portanto, sua a aplica~ao na cultura sucessora.
No que diz respeito aos atributos quimicos, a presen~a de animais em sistema de plantio direto, onde a aplica~ao de calcario tern que ser superficial, traz uma dinamica diferente aquela observada em areas nao pastejadas (Figura 13).
EO ' .. w Q
~ 5 '"" :::> ... 0
'" ""
" ,)
2' ~
·S .f)
:. .:5
10:) .'\)
H .:;
1~ .D
1? :5
:;~ ,O
nQ
(l
~ ~~ C:~
~>J ';;'" 1>J .:,,~
:S ?-->~
·SP~~ _. :5
Figura 13. Calcio do solo 22 meses ap6s a aplicaI;ao de calcario em areas sem pastejo ou com diferentes alturas de manejo da pastagem no inuerno sob sistema de integrar;ao lavoura·pecuaria em plantio direto (Flores, dados nao publica· dos).
Para explicar a maior descida de Ca trocavel nas areas pastejadas em rela~ao as nao pastejadas, lan~a-se mao da hip6tese, ja levantada por Cassol (2003) e Flores (2004). Acredita-se que compostos organicos de baixo peso molecular, presentes nos residuos de origem animal, sobretudo nas fe-
t- zes, estejam funcionando como carreadores desse cation para n camadas mais profundas, de modo semelhante ao observado l- para os residuos vegetais. t- Com rela~ao ao impacto dos animais nas propriedades fie sicas do solo, numa condi~ao de solo argiloso do municipio de a Guarapuava - PR, classificado como uma associa~ao Latossolo o Bruno alico + Cambissolo alico, e trabalhando com diferen!- tes niveis de oferta de forragem de azevem, aveia, trevo branco c- e trevo vermelho, Moraes & Lustosa (1997) avaliaram a dena sidade do solo em tres momentos distintos. Esses autores
encontraram, no nivel mais baixo de oferta de forragem (5%) e que e mais suscetivel a compacta~ao, valores de densidade e de 1,01, 1,08 e 1,04 g cm-3 ap6s dois meses de pastejo, ap6s a e saida dos animais e quando 0 milho estava na fase de enchi-
mento de graos, respectivamente. Isso demonstra que, alem dos valores de densidade serem baixos, os possiveis efeitos negativos do pisoteio for am rapidamente revertidos ap6s 0
cultivo da lavoura de verao no sistema de semeadura direta. o pisoteio animal teve pequeno efeito sobre as caracte
risticas fisicas do solo, avaliadas no estadio feno16gico "5" (pendoamento) do milho (Silva et aI., 2000), em Podz61ico Vermelho-Amarelo com textura superficial franca. A analise de densidade e porosidade do solo demonstrou que a semeadura direta e 0 preparo conveneional, aplieados ap6s 0 pastejo para implanta~ao da eultura do milho, tiveram efeitos mais pronunciados sobre as variaveis eitadas do que 0 manejo dos animais durante 0 inverno/primavera. Nesse trabalho, os autores mantiveram urn residuo de materia seca de aveia + azevem em torno de 1.000 kg de MS ha-1 durante todo 0 periodo de pastejo. Alem disso, as avalia~6es foram efetuadas quatro meses ap6s 0 termino do pastejo (pendoamento do milho) eorroborando os resultados eneontrados por Moraes & Lustosa (1997) que, na fase de enehimento de graos de milho, tambem nao verificaram efeitos negativos do pisoteio sobre a densidade do solo, demonstrando a capacidade de reeupera~ao do solo durante 0 ciclo da lavoura de verao.
Avaliando a camada de 0-10 em, em urn solo franco siltoso do Rio Grande do SuI, Boeni et aI. (1995) tambem nao encon-
traram efeito do pisoteio animal, em pastejo com lota~ao con tinua de junho a outubro sobre pastagem de aveia + azevem, no sentido de alterar 0 estado de compacta~ao do solo com parando com uma situa~ao anterior ao pastejo.
Salton et al. (2002) confirmam a necessidade de se inte· grar produ~ao de graos com produ~ao de forragens e que e bastante usual 0 cultivo de especies para pastejo direto pOI bovinos na entressafra, porem ressaltam que 0 pisoteio do! animais pode causar altera~6es em atributos fisicos do solo. Trabalhando com lota~ao rotacionada entre junho a agosto e utilizando urn lote de 15 novilhos com peso medio de 250 kg, esses autores encontraram eleva~ao na densidade do solo, na cam ada de 0-5 cm, em cerca de 60% da area de aveia, num ~ Latossolo Vermelho distroferrico tipico, muito argiloso. o
~ E questionavel 0 fato dos animais causarem prejuizos nas '
caracteristicas fisicas do solo pelo efeito do pisoteio, pois 0 ani· mal em si nao compacta 0 solo. Tudo depende da taxa de lota~ao empregada, da densidade animal no caso de 10ta9ao rotacionada, e da massa de forragem existente na pastagem, a qual se interpoe entre 0 casco do animal e a superficie do solo. Se a lota~ao utilizada e moderada, em geral, acontece urn adensamento do solo, fato este que nao compromete 0 desenvolvimento vegetal, pois a macro e micro porosidade nao e afetada. Compacta~ao pode ocorrer em elevadas intensidades de pastejo, e ai sim hli urn comprometimento ao crescimento das plantas. Tambem e inquestionavel a a~ao regeneradora que a pr6pria pastagem exerce no sentido de reverter este processo. Enquanto somente tenha havido compacta~ao nas pastagens conduzidas a 10 cm de altura, medido no final do ciclo da pastagem e ocorrendo somente na camada superficial, ao final do ciclo da soja subseqiiente uma nova amostragem demonstrou a total reversao das propriedades fisicas do solo, no caso urn Latossolo Vermelho Distroferrico tipico (Cassol, 2003). Ap6s quatro anos de aplica~ao dos tratamentos de diferentes intensidades de pastejo, (Cepik et aI., 2005) avaliaram 0 esfor~o de tra~ao decorrente da a~ao do animal por meio de estensometros instalados nas hastes sulcadoras da semeadora (Figura 14).
i 1400
S 1200
~ 1000 0
800 'tl 0 'iii' 600 c ., E 400 -8 E 200 a :a: 0
10 20 30 40 SP
Resistencia do solo a penetra~ao (kPa)
Figura 14, Resistencia do solo d penetra~ao (kPa) aualiada na profundidade de 0-12 em ap6s 0 quarto ciclo de pastagem em areas sem pastejo ou com diferentes alturas de manejo da pastagem no inuerno sob sistema de integra~ao lauourapeeuciria em plantio direto (adaptado de Cepik et al. , 2005 - no prelo) , Tupaneireta - RS,
Verifica-se que as pastagens conduzidas sem pastejo ou em pastejo bastante leve (40 cm) foram as que apresentaram menores valores de resistencia a penetra~ao, Isto significa que a lota~ao respectiva, ou seja, 1 novilho/ha, mantem 0 solo em condi~6es praticamente identicas as areas sem pastejo. Alem disso, apesar das condi~6es de umidade do solo afetarem a resistencia do solo a penetra~ao, a referencia para a ocorrencia de prejuizo ao crescimento das plantas seria quando da observancia de valores acima de 2000 kPa, limite este que sequer foi atingido mesmo no tratamento de maior intensidade de pastejo (10 cm).
Urn outro paradigma do uso de animais em areas de ILP diz respeito ao metodo de pastejo a ser empregado. Tal como ocorre em sistemas de produ~ao animal a pasto, a polemica sobre qual 0 melhor metodo de pastejo, lota~ao continua ou rotacionada, tambem existe fomentada por aqueles que tern interesse em comercializar uma determinada ideia. A exemplo do que ja foi amplamente divulgado por pesquisas das institui~6es mais renomadas do mundo, ou seja, de que nao ha maiores diferen~as nos metodos quando ofertas de forragem adequadas sao empregadas, 0 mesmo se observa quando
o enfoque se volta para 0 efeito dos metodos de pastejo sobrl al a cultura subsequente num sistema de ILP (Figura 15). gi
g€ co 1600 d( .e Cl dE ... -; 1200
dl .0'
'" GI 800 t~ "C
£ 3. c: GI
400 E E =c fl c: GI 0:: 0 Ie
C2,5 R2,5 C5,0 R5,0 Test. a a
Figura 15. Rendimento de soja em resposta a diferentes metodos e intensidadel r de pastejo. As letras C e R indicam os metodos de lotar;ao contfnua (C) I V
rotacionada (R), enquanto os numeros referem-se a intensidades de pastejo re I presentadas por ofertas de forragem 2,5 ou 5,0 vezes maior que 0 potencial dl consumo dos animais. A area sem pastejo e indicada por "test." (Lunardi, 2005- ~
nao publicado). Arroio dos Ratos-RS. ~
I
Mais uma vez, areaS sem pastejo nao produzem mais do I que areas que sao pastejadas no inverno. No exemplo especifi· ( co, onde a integra<;ao e feita com produ<;ao de eordeiros, todas as combina<;6es de metodos e intensidades de pastejo produzi· 1
ram mais do que as areas testemunhas sem pastejo. Alem dis· so, eonclui-se que 0 metodo de pastejo empregado no inverno poueo afeta 0 rendimento da soja, ao eontrario da oferta de forragem. Intensidades de pastejo mais pesadas afetaram ne· gativamente 0 rendimento da soja quando eomparados a in· tensidades de pastejo leves, onde se of ere cia cinco vezes mais forragem que a capacidade de eonsumo dos animais. Por se tratar da safra 2003/2004, os baixos rendimentos em todos os tratamentos refletem 0 forte deficit hid rico oeorrido.
3. Urn caso de estudo: irnpacto da ILP na regHio do Arenito Caiua - PR
o testemunho deste projeto liderado pela UFPR, IAPAR, UEM e com participa<;ao de outras institui<;6es, dentre elas a UFRGS, impressiona pela rapidez como esta teenologia pode
alterar as condi~6es s6cio-economicas de uma regHio. A regiao do Arenito Caiua e composta por 91 municipios, abrangendo a regiao Noroeste e parte do Norte e Oeste do Estado do Parana, com uma area de 3.510.800 ha, tambem se estendendo para Sao Paulo e Mato Grosso do SuI. No Parana 59 % da regiao (2.074.295 ha), sao utilizados atualmente com pastagens, que servem de alimento a urn rebanho bovino de 3.502.116 cabe~as, representando 43 % do rebanho total do Estado. Esta regiao no pass ado era coberto por uma densa floresta tropical e foi colonizada na decada de cinqtienta em lotes agricolas que acompanham 0 declive do terreno, entre as estradas construidas no topo das pendentes as baixadas adjacentes a rede de drenagem (toposeqtiencias). Nesse pedodo houve progressiva transforma~ao do uso do solo, atrayes da erradica~ao dos cafeeiros e forma~ao de pastagens. Entretanto, 0 mau manejo dos solos e das pastagens da regiao tern trazido serios problemas. A erosao, as mas condi~6es das pastagens e a falta de corre~ao atraves da calagem e nao reposi~ao dos nutrientes pela aduba~ao, tern levado a uma baixa lota~ao de animais por area e com isso a queda na produ~ao de carne e leite. A integra~ao lavoura-pecuaria foi apresentada como proposta de tecnologia de recupera~ao das pastagens degradadas, e unidades de observa~ao foram implantad as na regiao.
A partir das informa~6es geradas por este projeto nos ultimos cinco anos, alguns paradigmas tern sido quebrados, e talvez isto tenha representado urn dos maiores exitos da proposta:
• Urn paradigm a fortemente estabelecido no passado era de que a produ~ao animal em pastejo era menos rentavel que a agricultura e que a aduba~ao de pastagens era pouco viavel economicamente. Com 0 desenvolvimento do projeto e a instala~ao de unidades demonstrativas, utilizando-se alta tecnologia, mostrou-se que a aduba~ao de pastagens e viavel e que a produ~ao animal em pastejo pode resultar em altc retorno fmanceiro, inclusive muito superior ao observado em areas agricolas. Urn desdobramento ja observado em rela~ac a esta modifica~ao conceitual e uma maior utiliza~ao de ferti· lizantes em pastagens, inclusive em areas de limitada apti,
dao agricola. • Outro paradigma era em relat;;ao a impossibilidade dl S
utilizat;;ao de forrageiras de inverno na regiao, pois se conside c rava que as precipitat;;oes no periodo de inverno serian C
limitantes ao cultivo da aveia. Isto decorreu de trabalhos rea 11 lizados no passado em condit;;oes de plantio convencional ondl o estoque de agua no solo e rapidamente perdido. Na nova pro posta que assume 0 plantio direto como fundamental ao mane jo do solo do Arenito observa-se menores perdas de agua ll( ,
solo em funt;;ao da cobertura morta, e com isto assegura-se uma ' economia de agua que permite urn born desenvolvimento d! Aveia. Os dados experimentais e areas monitoradas em pro priedades particulares, nos ultimos anos, demonstraram sel altamente viavel 0 uso da aveia em pastejo no periodo de in verno, desde que satisfatoriamente manejado.
• 0 trabalho mostrou que 0 Noroeste do Parana tern con· dit;;oes edafoclimaticas excepcionais para a produt;;ao animal em pastejo e que altos desempenhos animais podem ser obti· dos a pasto, tanto para leite quanta para corte.
• Uma das mais importantes virtudes do projeto foi 0 de comprovar 0 grande potencial de uso de culturas agricolas nos solos do Arenito Caiua, antes considerado impr6prio e ate proibitivo para esta atividade. Este conceito tambem tern uma razao hist6rica por considerar resultados obtidos com uma agricultura praticada no modelo convencional que a al· tamente degradante em solos suscetiveis a erosao como no caso do Arenito Caiua.
o projeto, que foi pioneiro na implantat;;ao de soja no arenito, teve uma grande repercussao inicial. Centenas de visitas de produtores, inumeras notas em jornais e na televi· sao, calculos sobre a possivel rentabilidade do sistema cau· saram impacto. A regiao passava por urn processo de forte empobrecimento, 0 que levou algumas prefeituras e em particular a de Umuarama, a desenvolveram at;;oes no sentido de viabilizar a proposta. A prefeitura de Umuarama iniciou urn program a visando 0 arrendamento de areas de pastagens degradadas para agricultores de outras regioes. Muitos agricultores se deslocaram para 0 arenito do Parana, levando
maquinas, equipamentos e pessoal e iniciou-se assim, 0 que seria posteriormente conhecida como a nova fronteira agricola do Parana. Motivando inclusive a abertura de linhas de Cfl~dito e que 0 lAP AR se envolvesse mais decisivamente na pesquisa nesta regiao e dentro de um novo enfoque. Ate entao, este 6rgao nao trabalhava com soja no arenito e nem com plantio direto. Suas a~6es estavam mais voltadas para a reforma de pastagens em preparo convencional e utilizando-se principalmente dos cultivos de algodao, milho e mandioca ou para 0 estabelecimento de especies perenes, como cafe, frutlferas e reflorestamento.
Ap6s este inicio, a area de soja no arenito expandiu cons ideravelmente, e estima-se que haja atualmente mais de 300.000 ha semeados anualmente e com perspectivas de expansao. Este incremento na area cultivada, capitaneado principalmente por agricultores trazidos de outras regi6es, tem incrementado fortemente a renda regional, porem, com um problema potencialmente grave: a maioria dos plantadores de soja do arenito sao essencialmente agricultores e arrendatarios e nao fazem de fato integra~ao lavoura pecuaria. Dentro desta perspectiva, os tecnicos envolvidos na proposta inicial deste projeto tem feito atividades de difusao, dentre as quais palestras e visitas tecnicas, ressaltando a importancia da integra~ao lavoura-pecuaria para a sustentabilidade do sistema, bem como da necessidade de fertiliza~ao das areas de pastagens visando um maior acumulo de biomassa e um gradual aumento dos teores de materia organica nestes solos.
o trabalho de Moraes et al. (2002) demonstra a possibilidade de se dobrar a receita liquida da propriedade, 0 que de fato esta ocorrendo em algumas propriedades em que 0 sistema preconizado ja esta em fase avan~ada de implementa~ao e na unidade de valida~ao de tecnologia instalada na fazenda experimental da COAMO de Campo Mourao. Alem destas, existem inumeras propriedades, principal mente entre os cooperados da FAPA (Guarapuava) e da COAMO (Campo Mourao), que estao iniciando a produ~ao animal em Sistemas Integrados. Simula~6es feitas indicam ser possivel a produ~ao de leite de forma altamente competitiva neste sistema e
com uma rentabilidade ainda maior do que a observada em pecuaria de corte. Algumas poucas propriedades leiteiras migrando para este sistema ja tern relatado boas produtivi· dades e baixos custos de produ~ao.
Algumas recomenda~6es para reduzir os riscos de POSSl'
veis fracassos no processo de implanta~ao da integra~ao em propriedades com este perfil podem ser consultadas no tra· balho de Moraes et al. (2002).
4. Riscos, dificuldades e beneficios da ILP
Como 0 plantio direto, a rota~ao de cultivos e a explora· ~ao do sistema integra~ao lavourafpecuaria se caracteriza pela exigencia de conhecimentos tecnicos elevados. A ado~ao au nao da tecnologia por parte dos produtores fica vinculada a facilidade de aceita~ao de conversao do sistema produtivo. Observa-se que poucos tecnicos tern forma~ao suficiente para integra rem conhecimentos relacionados as plantas e aos ani· mais, 0 que significa que a assistencia tecnica para esta ativi· dade e limitada.
Dificuldades tam bern ocorrerao para aqueles que desco· nhecem a atividade que irao integrar em seus sistemas de produ~ao. Por exemplo, para que urn agricultor comece a tra· balhar com gada requer-se desde adapta~ao a urn novo tipo de comercializa~ao de produto ate a adapta~ao da mao-de· obra e estrutura da propriedade para se trabalhar com ani· mais. Este deve ser, sem duvida, e urn processo lento e gra· dual. 0 mesmo acontece para aquele que e pecuarista e quer se iniciar na lavoura.
Urn outro ponto a ser ressaltado diz respeito ao impacto no fluxo de caixa da propriedade. Se a longo prazo este fluxo de caixa e afetado de forma positiva, pois varios produtas comercializaveis ficam a disposi~ao do produtor (particularmente a liquidez de se trabalhar com gado), a curto prazo a entrada no sistema de integra~ao pode representar uma imobiliza~ao importante de recursos. Por exemplo, em situa~6es de entrada de pecuaria em areas agrfcolas a quantidade de recurso imobilizado em gado pode facilmente chegar a meta-
de do custo da terra. Portanto, deve-se come~ar com calma. A necessidade de urn planejamento maior, pelo fato de se
integrar diferentes atividades, enquanto possa ser pensado como uma dificuldade, por outro lado trata-se de urn beneficio a propriedade. Entre os beneficios da integra~ao estao a racionaliza~ao e melhor aproveitamento de pessoal e estrutura. Mesmo a produtividade da lavoura po de ser aumentada pel a inclusao da pecuaria no sistema, como foi demonstrado, e vice-versa. 0 resultado e urn aumento da rentabilidade da reserva de valor do sistema e. 0 testemunho de alguns produtores que estao na atividade traz ainda alguns fenomenos interessantes. Destaca-se, entre eles, 0 fato de que a produ~ao da lavoura se tome mais estavel ao longo do tempo. Alem disto, a incidencia de pragas e doen~as e diminuida. Eis ai fortes indicadores de ganhos de sustentabilidade atrayeS da integra~ao lavoura-pecuaria.
5. Considera~oes finais
o impacto regional esta associado ao aumento de renda da propriedade agricola atraves da recupera~ao das areas de pastagens degradadas (Medeiros, 1980), da produ~ao de graos nas areas de rota~ao de cultivos e na intensifica~ao do uso das areas com forrageiras de inverno. Vma ideia do impacto potencial que existe sobre a economia regional pode ser imaginada atraves da simples utiliza~ao com animais dos mais de 2 milhoes de ha de cobertura com forrageiras que existem no RS no periodo de inverno, areas estas que tern com unico objetivo 0 de "produzir palha". Potencialmente ha a possibilidade de produ~ao extra de 400 mil ton de peso vivo/ano no RS. A ILP, alem de produzir riqueza, tambem diminuiria a instabilidade dos agricultores frente as varia~oes climaticas comuns do suI do Brasil. Simula~oes realizadas para a regiao de Sao Borja indicam que agricultores daquela regiao e que nao utilizam integra~ao tern prejuizo com soja com rendimentos inferiores a 20 sacos/ha, enquanto aqueles com integra~ao s6 tem 0 mesmo prejuizo com rendimentos inferiores a 3 sacos/ha.
o sistema de integra~ao lavoura-pecuaria proposto tern
alguns conceitos basicos: 0 plantio direto, a rota~ao de cultivos, 0 usa de insumos e genotipos melhorados, 0 manejo correto das pastagens e a produ~ao animal intensiva em pastejo. Existe, porem, muitas varia~6es possiveis, dependendo do interesse de cada proprietario, podendo ser aplicado para produ~ao de leite ou carne, apenas para engorda ou para cria, recria e engorda e ser utilizado em pequenas ou grandes propriedades.
Dentro do planejamento das propriedades podem-se aproveitar as pastagens perenes pre-existentes, inclusive nativas e ir intensificando 0 sistema gradativamente de acordo com os recurs os disponiveis. A intensifica~ao da utiliza~ao destas areas e a prime ira alternativa a ser considerada para produ~ao forrageira neste periodo e deve ser iniciada por uma avalia~ao da situa~ao atual das pastagens da propriedade e a defini~ao da melhor estrategia para 0 aumento da produtividade. Nao se preconiza esquemas rigidos de rota~ao pasta perene / agricultura. Aspectos como produtividade, invasoras, pragas, doen~as, sulcos, etc., determinam a longevidade do pasta perene. Avalia~6es anuais das areas de pasta gem ajudam a definir 0 quaD sustentavel e 0 sistema.
A integra~ao lavoura pecuaria e mais do que utilizar ocasionalmente uma lavoura para reformar uma area de pastagem, ou ceder uma area a urn parceiro que a cultivara. E antes de tudo urn sistema planejado de utiliza~ao racional do solo, em que participam lavouras e animais, com vantagens para ambos.
6. Bibliografia citada
AGUINAGA, A. A. Q.; CARVALHO, P.C.F.; AGUINAGA, A. J. Q.; et al. Produ~ao de novilhos superprecoces em sistema de integra~ao lavoura-pecuaria: efeito de diferentes alturas de manejo da pastagem de inverno no rendimento e conforma~ao das carca~as. In: 418 REUNIAo ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 2004, Campo Grande. Anais da 418 Reuniao Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia. Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2004. p. 1-5.
ARIAS, C .A.A. Potencial genetico da soja: progressos e limita90es para alta produtividade . In: MOSCARDI, F.; HOFFMANN-CAMPO, C. B.; SARAIVA, O. F . et al. (Org.). VII World Soybean Research Conference, IV International Soybean Processing and Utilization Conference e III Brazilian Soybean Congress. Proceedings ... Londrina-PR, 2004, v. 1, p.1231-1240. ASSMANN, T .S. Rendimento de milho em areas de integra~iio lavoura-pecuaria sob 0 sistema de plantio direto, em presen~a e ausencia de trevo branco, pastejo e nitrogenio. 2001. 80 f. Tese (Doutorado em Agronomia -Produ9ao Vegetal), Setor de Ciencias Agrarias, Universidade Federal do Parana, Curitiba, 2001. BAYER, C. Dinamica da materia organica em sistemas de manejo de solos. 1996. 240f. Tese (Doutorado em Ciencia do Solo) - Programa de P6s-Gradua9ao em Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do SuI, Porto Alegre, 1996. BAYER, C.; MIELNICZUK, J. Caracteristicas quimicas do solo afetadas por metodos de preparo e sistemas de cultura. Revista Brasileira de Ciencia do Solo, Campinas, v.21, p.105-112, 1997. BOENI, M.; BASSANI, H.J; REINERT, D.J. et al. Efeito do pisoteio animal durante 0 pastejo de inverno sobre algumas propriedades fisicas do solo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIENCIA DO SOLO, 25, 1995, Vi90sa. Resumos Expandidos ... Vi90sa (MG): Sociedade Brasileira de Ciencia do Solo, 1995. v.1, p.160-161. CASTRO JUNIOR, T.G. Efeito da aplica~iio de herbicidas em pre-plantio, no estabelecimento de pastagens de veriio e inverno, em semeadura direta. Curitiba, 1998. 87p. Disserta9ao (Mestrado em Agronomia -Produ~ao Vegetal) -Setor de Ciencias Agrarias, Universidade Federal do Parana. 1998. CARVALHO, S .I.C .; VILELA, L.; SPAIN, J.M . et al. Recupera~ao de pastagens degradadas de Brachiaria decumbens cv. Basilik na regiao dos Cerrados. Pasturas Tropicales, v.12, cap.2, p.24-8, 1990.
CARVALHO, P.C .F.; MORAES, A.; ANGHINONI, I. et al. Integra\(ao lavoura-pecmlria: como aumentar a rentabilidade, otimizar 0 uso da terra e minimizar os riscos. IN: PATINO, H. 0.; BERNADA, M. H. G.; MEDEIROS, F. S. (ORG.). II SIMPOSIO DA CARNE BOVINA: INTEGRACAO LAVOURA PECUARIA. Porto Alegre, 2004, v. 1, p . 6-36. CASSOL, L.C . Rela~oes solo-plant a-animal num sistema de integra~ao lavoura-pecuaria em semeadura direta com calcario na superficie. 2003. 143 f. Tese (Doutorado em Ciencia do Solo) - Universidade Federal do Rio Grande do Sui. CENTRO DE INVESTIGACIONES ECONOMICAS (CINVE). 1987. Una dec ada de cambio en la lecheria uruguaya. Montevideo, Uruguay, Ediciones de la Banda Oriental. Estudios Cinve NQ 8 320p. CEPIK, C.T.C. ; TREIN, C.R; LEVIAN, R et ai. Integra\(ao lavoura-pecuaria com diferentes press6es de pastejo: demanda de tra\(ao em semeadura direta com diferentes graus de mobiliza\(ao do solo (submetido). DEVENDRA, C.; THOMAS, D. Smallholder farming systems in Asia . Agricultural Systems, Amsterdan, v.71, p.17-25, 2002. DIRECCION DE INVESTIGACIONES ECONOMICAS AGROPECUARIAS (DIEA). Division Investigaciones 1990. Tecnologia y Produccion en el agro uruguayo. Censo 1986. Montevideo, Uruguay, DIEA-MGAP. 272p. ELTZ, F .L.F .; PEIXOTO, RT.G.; JASTER, F. Efeitos de sistemas de preparo do solo nas propriedades fisicas e quimicas de urn latossolo bruno alico. Revista Brasileira de Ciencia do Solo, Campinas, v. 13, p.259-267, 1989. FLORES, J.P.C. Atributos de solo e rendimento de soja em urn sistema de integra~ao lavoura-pecuaria sob plantio direto com calcario na superficie. 2004. 84 f. Disserta\(ao (Mestrado em Ciencia do Solo) - Universidade Federal do Rio Grande do Sui. LOPES, P.RC.; COGO, N.P.; LEVIEN, R Eficacia relativa de tipo e quantidade de residuos culturais espalhadas uniformemente sobre 0 solo na redu\(ao da erosao hidrica.
Revista Brasileira de Ci(~ncia do Solo, Campinas, v.H, n .1, p.71-75,1987. LUSTOSA, S.B.C. Efeito do pastejo nas propriedades quimicas do solo e no rendimento de soja e milho em rota-rao com pastagem consorciada de inverno no sistema de plantio direto. Curitiba, 1998. 84p. Disserta~ao (Mestrado em Agronomia - Ciencia do Solo) - Setor de Ciencias Agrarias, Universidade Federal do Parana. 1998. MAlA, M. S. Pastagens cultivadas - alternativas para utiliza~ao das varzeas do Rio Grande do SuI. In: Simp6sio sobre Alternativas ao Sistema Tradicional de Utiliza-rao de Varzeas do Rio Grande do SuI, 1. Porto Alegre, 1994. Trabalhos apresentados - PROV ARZEAS/PROFIR, Brasilia, 340 p. p.233-249. 1986. MEDEIROS, RB. Integra~ao pasto-Iavoura na renova\!ao de pastagem. In: SIMP6sIO SOBRE MANEJO DE PASTAGEM, 5°. Piracicaba, 1978. Anais. Piracicaba: FEALQ, p .235-301, 1980. MORAES, A., LUSTOSA, S.B.C. Efeito do animal sobre as caracteristicas do solo e a produ~ao da pastagem. In: Simp6sio sobre avalia-rao de pastagens com animais. UEM, pg 129-149,1997. MORAES, A., PELISSARI, A., ALVES, S.J. et aI. Integra~ao Lavoura-Pecuaria no SuI do Brasil. In: MELLO, N.A., ASSMANN, T.S. (Eds.). I Encontro de integra-rao lavourapecuaria no suI do Brasil. p.3-42. 2002. PASSET R, 1994. A co-gestao do desenvolvimento economico e da biosfera. In: ZANONI, M., RAYNAUT, C. Desenvolvimento e meio ambiente. (Eds) Universidade Federal do Parana. Curitiba. PR P. 15-30. PELISSARI, A.; SILVEIRA, E. 0.; MORAES, A. et al. Persistencia de leguminosas forrageiras de inverno, ap6s a aplica~ao de herbicidas, no estabelecimento de pastagens cultivadas. Anais da 34a REUNIAo ANUAL DA SOCIEDADE BRASILElRA DE ZOOTECNIA, 34, Juiz de Fora. p. 196. 1997. REIS, J.C.L. A pesquisa com plantas forrageiras em terras baixas no sudeste do Rio Grande do SuI - passado, presente e futuro. In: Reuniao do grupo tecnico regional do Cone
SuI em melhoramento e utiliza~iio dos recurs os forrageiros das areas tropical e subtropical, 11. Relatorio ... Lages, EMPASC, 363 p., p.228-271, 1990. REIS, J .C.L. Pastagens em terras baixas. Pelotas: EMBRAPA - CPACT, Circular Tecnica, 7. 34 p. 1998. SAIBRO, J.C., SILVA, J.L.S. Integra~ao sustentavel do sistema arroz x pastagens utilizando misturas forrageiras de esta~ao fria no litoral norte do Rio Grande do SuI. In: IV CicIo de Palestras em Produ~iio e manejo de Bovinos de Corte.p.27-56. 1999. SALTON, J.C.; FABRICIO, A.C.; MACHADO, L.A.Z. et al. Pastoreio da aveia e compacta~ao do solo. Revista Plantio Direto, Passo Fundo, v.69, p.32-34, 2002. SILVA, V.R.; REINERT, D.J .; REICHERT, J.M. Densidade do solo, atributos quimicos e sistema radicular do milho afetados pelo pastejo e manejo do solo. Revista Brasileira de Ciencia do Solo, Vi~osa, v.24, n.1, p.191-199, 2000.