007 Contra o Satanico Dr No Ian Fleming

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    IAN FLEMING

    O SATNICO DR. NO

    Ttulo original: Dr. NOTtulo original em portugus: Terror no Caribe

    TRADUO DE

    JOO CORREIA SA

    BESTSELLER

    Importadora de Livros S. A. So Paulo

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    a capa do livro

    Mais um violento livro da srie "Servio Secreto", de Fleming. Esta pstria dominar o leitor com uma fora irresistvel, que ele mal saber clnto suave, sensual, terrvel!

    Escrito em 1958, Terror no Caribe (Dr. No) foi o sexto livro sobre Jamo primeiro a ser filmado, em 1962, com o ttulo, no Brasil, de O satnico

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    NDICE

    - O BRIDGE INTERROMPIDO

    - A ESCOLHA DAS ARMASI - TAREFA PARA AS FRIASV - COMISSO DE RECEPO

    - FATOS E NMEROSI - O DEDO NO GATILHOII - TRAVESSIA NOTURNA

    III - VNUS ELEGANTEX - POR UM TRIZ- O RASTRO DO DRAGO

    I - VIDA NO CANAVIALII - A COISAIII - GAIOLA DE OURO

    IV - ENCONTRO COM O DR. NOV - A CAIXA DE PANDORAVI - HORAS DE AGONIAVII - O PROLONGADO GRITOVIII - ARENA DE SACRIFCIOIX - UMA CHUVA MORTAL

    X - TRABALHO ESCRAVO

    http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/005.html#a22http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/006.html#a23http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/007.html#a24http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/008.html#a25http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/009.html#a26http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/010.html#a27http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/011.html#a28http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/012.html#a29http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/013.html#a30http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/014.html#a31http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/015.html#a32http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/016.html#a33http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/017.html#a34http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/018.html#a35http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/019.html#a36http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/020.html#a37http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/021.html#a38http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/022.html#a39http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/023.html#a40http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/024.html#a41http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/024.html#a41http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/024.html#a41http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/023.html#a40http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/023.html#a40http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/022.html#a39http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/022.html#a39http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/021.html#a38http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/021.html#a38http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/020.html#a37http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/020.html#a37http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/019.html#a36http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/019.html#a36http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/018.html#a35http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/018.html#a35http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/017.html#a34http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/017.html#a34http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/016.html#a33http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/016.html#a33http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/015.html#a32http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/015.html#a32http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/014.html#a31http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/014.html#a31http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/013.html#a30http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/013.html#a30http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/012.html#a29http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/012.html#a29http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/011.html#a28http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/011.html#a28http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/010.html#a27http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/010.html#a27http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/009.html#a26http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/009.html#a26http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/008.html#a25http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/008.html#a25http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/007.html#a24http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/007.html#a24http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/006.html#a23http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/006.html#a23http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/005.html#a22http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_2/OEBPS/Text/005.html#a22
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    hefe de Jamaica vive com a famlia. Em Jamaica, nenhuma estradar mais bonito final. No extremo oriental da barra superior do T, fica o nmero um da

    e Richmond, uma grande casa de dois andares, com amplas varandas de branco, contornando os dois pavimentos. Da estrada, um camascalhos leva at a sua estrada de pilastras, atravessando amplos heios de quadras de tnis e onde, nesse entardecer, como alis em utras tardes, se podiam ver os irrigadores de gua em ao. Essa ma

    Meca social de Kingston. o Clube da Rainha, que, h cinqenta m orgulhado da freqncia de suas recusas admisso de scios, estrosos efeitos que tais recusas acarretavam aos pretendentes.

    To irredutveis retiros no sobrevivero por muito tempo na modaica. Um dia o Clube da Rainha ter as suas janelas quebradas e sero a cinzas. Por enquanto, porm, um reduto encantador encravadha subtropical bem administrado, com timos empregados, e comna cozinha e a melhor adega em todo o mar das Antilhas.

    Naquela hora do dia, e na maioria das noites do ano, poder-se-iamar os mesmos quatro automveis estacionados na estrada do lado deube. Eram os carros de quatro jogadores que se reuniam pontualmnco horas da tarde, e jogavam "brigde" at a meia-noite. Quase se

    certar o relgio por aqueles carros. Pertenciam, na ordem em que nfileiravam no meio-fio, ao brigadeiro comandante da Fora de Dentilhas, ao mais destacado criminologista de Kingston, e ao prof

    Matemtica da Universidade de Kingston. Em ltimo lugar, na fila,Sunbeam Alpine" preto, do comandante John Strangways, da Marin

    reformado, mas agora ocupando o posto de Oficial do Controle Ras Antilhas ou, menos discretamente, o representante local do ecreto britnico.

    Cerca das seis e quinze o silncio da Estrada de Richmond foiente rompido. Trs mendigos cegos dobraram a esquina da ju

    ncaminharam-se vagarosamente, pela calada, em direo aos quatr

    ram chigros negros chineses homens corpulentos, mas encum seu andar arrastado, com bengalas brancas ferindo o solo. Cami

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    m fila. O primeiro homem, que usava culos azuis e que possivnxergava melhor do que os outros, vinha frente, segurando com auerda uma caneca de folha de encontro ao cabo recurvado da beno direita do segundo homem descansava em seu ombro, e a mo drceiro apoiava-se no ombro do segundo. Os olhos do segundo e doomens estavam fechados. Os trs vestiam-se com farrapos e usavaons de "baseball". No conversavam e nenhum barulho deles partia leves batidas de suas bengalas, enquanto se aproximavam vagaro

    os quatro carros.Os cegos no seriam um espetculo estranho em Kingston, ond

    em encontrar muitas pessoas doentes pelas ruas, mas naquela luxu

    azia causavam impresso desagradvel. Era tambm estranho que toossem negros chineses, pois esta no uma mistura de sanguencontradia.

    Na sala do carteado, a mo queimada pelo sol do comandante Stratendeu-se at o centro do pano verde e recolheu as quatro cartas. O

    m seco estalido quando as cartas se juntaram ao resto da mo de ays. Cem honras disse Strangways e noventa em baixo!ois, olhou para o seu relgio e levantou-se. Voltarei dentro dinutos. A sua vez, Bill. Pea bebida. Para mim, como de costume

    ao trabalho de me "preparar" u'a mo, enquanto eu estiver fora. ubro sempre a coisa.

    Bill Templar, o brigadeiro, deu uma risadinha. Sacudiu uma sihamada que estava ao lado e amontoou as cartas em direo a Stra

    Para o diabo com voc!... Voc sempre deixa esfriar tanto as carts seus parceiros.

    A essa altura Strangways j tinha atravessado a porta. Os trs hcomodaram-se resignadamente em suas cadeiras. Um garo negro es pediram as suas bebidas e um usque com gua para Strangways.

    Havia sempre essa aborrecida interrupo, todas as noites, s seise, em meio ao seu segundo rber. Exatamente a essa hora, ainda

    esse no meio de uma partida, Strangways tinha que ir para seu "esfim de "fazer uma chamada". Era profundamente desagradv

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    trangways era um parceiro imprescindvel no grupo dos quatro, e pous companheiros tinham que aceitar aquela situao. Nunca fora e

    ue "chamada" era aquela, e tambm jamais algum lhe fizera perguribuies de Strangways eram estritamente reservadas e todos aceito. Raramente se ausentava por mais de vinte minutos, e tcit

    ceitava-se que pagasse essa "falta" arcando com a despesa de uma roebida.

    As bebidas chegaram e os trs homens puseram-se a falar de corri

    Na verdade, aquele era o momento mais importante do dia de Stra

    a hora de seu contato radiofnico regulamentar com o poderoso tor situado no teto do edifcio, em Regents Park, onde fica a sede doecreto. Todos os dias, s seis e meia, a menos que ele desse sispera, de que no estaria no ar, o que poderia ocorrer quando tivexecutar alguma tarefa numa das ilhas de seu territrio, ou quando eriamente doente Strangways transmitia o seu relatrio dirio e

    rdens que porventura lhe dessem. Se deixasse de ir para o ar exatamis e trinta, haveria uma segunda chamada para ele, a chamada "ate horas e, finalmente, a chamada "vermelha", s sete e trinta. Depo o seu transmissor continuasse silencioso, era caso de "Emergnc

    erceira Seco, a autoridade controladora de Londres, pr-se-ia uente em campo para saber o que lhe acontecera.

    Mesmo uma chamada "azul" sempre representa algo de desfavorm agente, a menos que as suas "razes por escrito" sejam irrespondorrios das chamadas da estao de Londres so rigorosssimoualquer margem de tolerncia para atrasos, razo pela qual a mnirbao desses horrios, em virtude de uma chamada extra, constituvel incmodo. Strangways jamais sofrer a ignomnia de uma cazul", quanto mais a de uma "vermelha", e tinha a certeza de queaveria de sofr-la. Todas as tardes, exatamente s seis e quinze, dei

    Clube da Rainha, entrava em seu carro, e, por dez minutos l ia ando as faldas das Montanhas Azuis, at chegar sua elegante ca

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    aravilhosa vista para o porto de Kingston. s seis e vinte e cinco va um vestbulo que o conduzia a um escritrio situado nos fundosbria a porta desse escritrio e tornava a fech-la. A Srta. Trubebloassava como sua secretria, mas que, na verdade, vinha logo abaierarquicamente, e pertencera aos quadros do Servio Feminino da eal, como oficial, j devia estar sentada diante dos mostradores disentro de um falso arquivo. Com os fones nos ouvidos j estaria ela primeiro contato, captando o seu sinal de chamada, o WXN,egaciclos. Descansando em seus elegantes joelhos, poder-se-ia v

    m bloco de estengrafa. Strangways se acomodava na outra cadeirado, colocando nos ouvidos o outro par de fones, para, exatamente

    nte e oito, tomar o controle em suas mos e aguardar o sbito rundo do ter, que significaria queWWW, em Londres, logo confirmahamada.

    Era aquela uma rotina de ferro. Alis, Strangways era um homema rotina. Infelizmente, porm, padres inflexveis de conduta potais, se chegam ao conhecimento do inimigo.

    Strangways, um homem alto e magro, com uma venda preta nreito e o tipo de perfil aquilino que se pode associar com a pont

    estrier, atravessou rapidamente o vestbulo de entrada do Clube dabruscamente abriu passagem pelas portas protegidas com mosquitla metlica, para descer pelos trs degraus da escada e ganhar a rua. Naquele momento, no havia muita coisa ocupando a sua mente

    penas uma sensao de prazer sensual que lhe vinha do fresco ar dalembrana da habilidade que lhe permitira a posse daquelas trs cpadas. Havia naturalmente aquele caso, de que se ocupava na ocas

    egcio curioso e complicado, que M empurrara sem cerimnia paele, pelo rdio, duas semanas antes. Mas a coisa estava indo bem. Ucaso, que o levara comunidade chinesa, estava dando bons resultauns aspectos estranhos tinham vindo luz, mas se a coisa desse ceensando Strangways, ao atravessar o caminho de cascalho e ao

    strada de Richmond ele poderia ver-se a braos com algo de verente excitante.

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    Strangways encolheu os ombros. Naturalmente que o fantstico noncretizava no campo de suas atividades. Haveria certamente oluo prosaica que fora dificultada por imaginaes excitadas e pria habitual dos chineses.

    Automaticamente, uma outra parte do crebro de Strangways se eu da presena dos trs cegos, que avanavam lentamente em sua ela calada. Estavam a cerca de vinte metros de distncia, e Strangwulou que os cegos passariam por ele um ou dois segundos antes anasse o carro. Por um sentimento de vergonha, diante de sua ade, e de gratido por ela, Strangways meteu a mo no bolso proma moeda. Tirou-a do bolso. Agora caminhava ao lado dos me

    stranho, eram todos negros chineses! Estranho mesmo! A mo deays avanou para a frente e a moeda tiniu no fundo da caneca. Deus o abenoe, patro! disse o chefe dos cegos.

    benoe! repetiram os outros em coro.A chave do carro estava na mo de Strangways. Fez-se um mom

    lncio, ao cessarem as batidas das bengalas brancas. Mas j era tardAssim que Strangways ultrapassou o ltimo homem, todos os tr

    eia volta. Os ltimos dois tinham-se distanciado um passo, para osm de terem um campo aberto de tiro. Trs revlveres, deselegantee seus silenciadores em forma de salsichas, saltaram de coldres escob trapos. Com disciplinada preciso os trs homens visaram diferens, ao longo da espinha de Strangways um entre as omoplatas,

    urva lombar e um outro na regio pelviana.Os trs rudos secos quase se fundiram num. O corpo de Strangw

    ara a frente. Depois, ficou completamente imvel em meio puvem de poeira que se levantou da calada.

    Eram seis horas e dezessete minutos. Com um rangido de pneoche funerrio escuro, com plumas negras balanando nos quatro cua cobertura, entrou pela Estrada de Richmond e se aproximou do gtava na calada. Os trs homens apenas tiveram tempo de recolher

    e Strangways, quando o coche parou pouco adiante deles. As portaa parte traseira foram abertas, da mesma forma que o caixo simp

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    stava em seu interior. Os trs homens lanaram o corpo de quaneira, pela porta, para dentro do caixo. Em seguida pularam

    eculo, baixaram a tampa do caixo e fecharam as portas do coegros sentaram-se em trs dos quatro primeiros lugares nos caaixo, e calmamente descansaram os bastes ao lado. Amplos papaca negra estavam pendurados nas costas daqueles assentos. Os t

    onagens puseram aqueles palets sobre os andrajos, tiraram os casqbaseball" e, abaixando-se, apanharam, no cho do coche, cartolas useram-nas na cabea.

    O chofer, que tambm era um chins negro, olhou nervosameobre os ombros.

    Vamos, homem! Vamos! disse o assassino mais corpulentoara o mostrador luminoso de seu relgio de pulso. Eram seis horainutos. Apenas trs minutos para fazer o servio. Morte a tempo.

    O coche fez um a solene volta em U e moveu-se em velocidade ma direo da juno, que dobrou a uma velocidade de quarenta e oietros por hora, rumando maciamente pela estrada pavimentada em colinas, com as plumas dolentes a indicarem a natureza fnebre

    arga, com trs homens velando o morto, respeitosos e empertigados sentos, com as mos cruzadas sobre o corao.

    * * WXN chamando WWW... WXN chamando WWW... WXN...

    WXN...O dedo mdio da mo direita de Mary Trueblood feria, suave e e

    ente, a chave. Levantou seu pulso esquerdo. Eram seis e vinte e otava um minuto atrasado. Mary Trueblood sorriu pensando no p

    Sunbeam" aberto e rodando a toda velocidade pela estrada, em sua aquele momento. Logo, num segundo, ela iria ouvir aqueles passos epois a chave na fechadura, e, finalmente, ele estaria sentado ao s

    averia tambm o sorriso de desculpas, ao apanhar ele os seus audDesculpe-me, Mary, o diabo do carro no queria dar a partida." O

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    era de esperar que aqueles idiotas da polcia a essa altura j conhnmero do meu carro. Fizeram-me parar em Haefway Tree.

    rueblood tirou o segundo par de audiofones do gancho e colocou-osadeira dele, a fim de lhe poupar meio segundo.

    "WXN chamando WWW... WXN chamando WWW." Ela sintonizndo o dial quase imperceptivelmente e tentou de novo. Seu relgio is e vinte e nove. Comeou a sentir-se inquieta. Dentro de poucos

    os, Londres chamaria. Cus! Que faria ela? pensou a moa, de se Strangways no chegasse a tempo? Era intil que ela respon

    ondres e fingisse que era ele intil e perigoso. A Segurana Radtaria vigiando o chamado, como vigiava, alis, os chamados de

    ualquer agente. Aqueles instrumentos que mediam as mnimas partdes da "mo" de um operador denunciariam imediatamente que trangways quem operava. Tinham mostrado a Mary Trueblood a floals na sossegada sala da sede; ela tinha observado como os ponteir

    ntes registravam o peso de cada mo, a velocidade de cada grupo deesitao diante de determinada letra. O Encarregado do Controle txplicado tudo quando ela fora destacada para a estao das Carabanos antes como tocaria uma cigarra e o contato seria automaticamrrompido, se outro operador que no o genuno entrasse no ar. Erroteo bsica contra o perigo de algum transmissor do Servio Secm mos inimigas. E se um agente fosse capturado e forado a entrar to com Londres, sob ameaa de tortura, bastaria que ele acrescentasoucas particularidades fora de rotina, e estas revelariam a histriaaptura como se a tivessem narrado em linguagem comum.

    Pronto! J estava comeando! Ela estava percebendo aquela espcuo no ter que significava que Londres ia entrar. Mary Trueblooara o relgio. Seis e trinta. A moa entrou em estado de pnico! Manalmente, ouviam-se passos no "hall". Graas a Deus! Dentro deundo ele estaria a. Ela tinha que proteg-lo! Tomou a resoluo dda de correr o risco e manteve o circuito aberto.

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    "WWW chamando WXN... WWW chamando WXN... Euvindo?... Est-me ouvindo?" Londres estava entrando, claramente,ndo a estao de Jamaica.

    Os passos se aproximavam da porta.Friamente, com plena segurana, ela respondeu Estou ouvind

    aramente... Estou ouvindo alta e claramente... estou ouvindo...Houve uma exploso por trs dela. Alguma coisa foi bater

    rnozelo. Ela olhou para os ps: era a fechadura da porta.Mary Trueblood voltou-se rapidamente na cadeira giratria. Um

    tava no limiar da porta. No era Strangways. Era um enorme meele amarelada e olhos oblquos. Segurava um revlver na mo. A

    va munida de vim grosso cilindro preto.Mary Trueblood abriu a boca para gritar.O homem sorriu. Devagar, amorosamente, ergueu a arma e desfec

    ros que a alcanaram no seio esquerdo e volta dele.A moa caiu molemente pelo lado da cadeira. Os audiofones

    garam de sua cabea dourada para o cho. Por um segundo, se equeno crepitar de Londres soou no quarto. Em seguida, parou. A ciuadro de controle, da Segurana Radiofnica, assinalara que algo al estava ocorrendo com WXN.

    O assassino retirou-se. Voltou pouco depois, carregando uma caixs dizeres "Presto Pire" na etiqueta a cores e um grande saco de aadicional marca "Tate & Lyle". Colocou a caixa no cho e voltou-sorpo. Enfiou a fora o saco por cima da cabea, at os tornozeloscaram de fora. Ele dobrou-os e enfiou-os para dentro. Arrastou o vaco at o vestbulo e voltou novamente para o quarto. Num dos cava aberto o cofre, como lhe tinham dito que estaria, e os livros de tavam na escrivaninha, prontos para o trabalho de decifrao dos sondres. O homem atirou esses livros e todos os papis, do cofre no quarto. Arrancou as cortinas e acrescentou-as ao monte, em cimas ainda duas cadeiras. Abriu a caixa de acendedores "Presto" e t

    unhado deles, que meteu na pilha e acendeu. Foi ento para o vesreparou fogueiras semelhantes em pontos estratgicos. Os papis e

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    e moblia bem secos pegaram fogo rapidamente e as labaredas comember os lambris das paredes. O criminoso dirigiu-se porta da

    briu-a. Podia avistar o coche fnebre atravs da cerca de hibiscosuvia barulho, a no ser o cricrilar dos grilos e o roncar abafado doara baixo e para cima, na estrada, no havia outros sinais de vida. 0ntrou novamente no vestbulo cheio de fumaa e levantou sem esaco, que ps s costas, e saiu, deixando a porta aberta a fim de que ma corrente de ar. Andou rapidamente pela alameda at a rua. A pira do coche estava aberta. Deu o saco aos dois outros homens e

    bserv-los, enquanto eles o punham a fora no caixo, por cima do trangways. Subiu, ento, fechou a porta e sentou-se, pondo a ca

    abea.Quando as primeiras chamas comearam a aparecer nas janelas de cima do bangal, o coche fnebre se ps silenciosamente em movrosseguiu seu caminho na direo da represa Mona. Ali, o caixo bado deslizou para o seu tmulo de cem metros de profundidade. Dxatamente quarenta e cinco minutos, os registros e o pessoal do parabas, do Servio Secreto, estariam totalmente destrudos.

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    II - A ESCOLHA DAS ARMAS

    Trs semanas mais tarde, em Londres, o ms de maro chegaioeiro quanto uma cascavel.

    Desde o raiar da primeira luz do dia primeiro de maro, o granizhuva mesclada de neve, tocados por fortes vendavais, fustigavam a ontinuavam a fustig-la, enquanto os londrinos se arrastavam penoara o trabalho, com as pernas aoitadas pelas barras encharcadas doeveis e os rostos congestionados de frio.

    Era um dia horrvel, e todos o diziam at mesmo M, que raramitia a realidade das condies atmosfricas, mesmo em suas manifais acentuadas. Quando o velho "Rolls" preto, cuja placa no trazia

    mero digno de despertar atenes, parou porta do alto prdio de ark e ele apeou, subindo calada com movimentos rgidos, o ateu-lhe no rosto como uma saraivada de chumbo de caa. Em lugar para dentro do edifcio, deu volta ao carro, at a janela do lado do No precisarei mais do carro, Smith. Pode recolh-lo e vol

    asa. Irei pelo metr, noite. No tempo para se guiar carro. Pior ao tempo dos comboios de guerra!

    O antigo foguista-chefe Smith distendeu a boca num amplo sorst bem. Muito obrigado. E ficou a olhar o vulto aprumado, apes

    de, que passava diante do "Rolls" e cruzava a calada, entrando no pelho era assim mesmo. Sempre pensava primeiro nos subordinadongatou em primeira e deu a sada, procurando ver atravs do pra-bnde escorria a gua. Homens assim no existiam mais, hoje em dia.

    M subiu pelo elevador at o oitavo andar e seguiu pelo corredor re espessa passadeira, at sua sala. Fechou a porta atrs de si, tirou do e o cachecol e pendurou-os atrs da porta. Puxou do bolso umno azul de seda e passou-o rapidamente pelo rosto. Era estranhunca teria feito uma coisa dessas diante dos porteiros ou do ascen

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    hegou escrivaninha, sentou-se e inclinou-se para o aparelho de intcaes. Apertou um boto. Acabo de chegar, srta. Moneypenny. Transmita-me os sinais,

    or, e qualquer coisa mais que a senhorita tenha em mos. Em sande chamar Sir James Molony. Deve estar fazendo suas visitas no

    e St. Mary, agora. Diga ao Chefe de Pessoal que vou avistar-me centro de meia-hora. E mande-me entregar a pasta relativa a Strangw

    M esperou pelo metlico "Sim, senhor" e largou o boto.Recostou-se na cadeira e apanhou o cachimbo. Comeou a ench

    pensativo. No levantou os olhos quando sua secretria entrou clha de papis, nem tomou conhecimento da meia-dzia de "urgent

    ados a lpis vermelho no alto do arquivo de sinais. Se tivessem imptal, teria sido chamado durante a noite.Uma luz amarela piscou no aparelho de intercomunicaes. M ap

    ne preto dentre uma carreira de quatro aparelhos. o senhor, Sir James? Tem cinco minutos disponveis? Seis, para o senhor. Na outra extremidade da linha, o

    eurologista riu-se. O senhor deseja que eu d um atestado de insental a algum ministro de Sua Majestade a Rainha? Hoje, no. M franziu as sobrancelhas, irritado. A velha M

    mpre respeitara os membros do Governo. a respeito daqueomem de quem o senhor tratou. No vamos dizer o nome. Establica. Ouvi dizer que o senhor lhe deu alta ontem. Ele est assumir?

    Houve uma pausa. A voz que respondia era agora profissional, jud Fisicamente, est forte como um touro. A perna sarou complet

    o creio que haja seqela. Sim, ele est perfeitamente bem.Houve nova pausa. S uma coisa, M. Ele ainda est sob forte tenso nervosa. O se

    e muito desses seus homens, sabe? Poderia dar-lhe uma tarefa suaomear? Pelo que o senhor me contou, ele tem passado por uns ped

    ceis nestes ltimos anos.M respondeu um tanto asperamente:

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    para isso que ele pago. Logo saberemos se ele no est ees de trabalhar. No seria o primeiro a ficar imprestvel. Pelo qu

    or me diz, ele est em perfeita forma. No como se tivesse siadeiramente escangalhado, como alguns dos clientes que lhe envieens que passaram realmente pelo torniquete. Bem, naturalmente, se for esse o seu ponto de vista. Mas a do

    tranha. No se pode medir a diferena entre a dor de mulher no parm homem com elicas renais. E, graas a Deus, o corpo parece eais ou menos depressa. Mas esse seu homem sofreu dor verdadeira,

    pensar que pelo fato de no ter havido fraturas... Tem razo, tem razo. Bond cometera um erro e sofrer po

    ele. Fosse como fosse, M no gostava de ouvir advertncias, mesme um dos mais clebres mdicos do mundo, sobre como deveria tragentes. Um tom de crtica soara na voz de Sir James Molony. M pebruptamente:

    J ouviu falar de um homem chamado Steincroln Drteincroln?

    No, quem ? Um mdico americano. Escreveu um livro que meu pessoal d

    gton mandou para a nossa biblioteca. Esse homem fala de quantento o corpo humano pode tolerar. D uma lista dos pedaos do co

    uais um homem comum pode prescindir. Alis, copiei esse trecferncias futuras. Gostaria de ouvir a lista? M remexeu no b

    alet e ps algumas cartas e uns pedaos de papel na escrivaninhente. Separou um dos papis com a mo esquerda, abrindo-o. Nesconcertado com o silncio da outra ponta da linha.

    Al, Sir James! Bem, aqui est: vescula biliar, bao, amdalace, um rim, um pulmo, dois de seus quatro ou cinco litros de sang

    uintos de fgado, a maior parte do estmago, um metro ou um metroe seus dez metros de intestinos e metade do crebro.

    M fez uma pausa. Como o silncio se prolongasse, perguntou:

    Algum comentrio, Sir James?Ouviu-se um grunhido relutante na outra extremidade da linha tele

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    Gostaria de saber porque ele no acrescentou lista um braerna, ou todos os membros. No estou percebendo bem o que o senuerendo provar.

    M deu uma risada seca. No estou querendo provar nada, Sir James. Apenas achei inte

    ta lista. Tudo o que estou querendo dizer que o nosso homem pacapado com poucos estragos, em comparao com esse rol de t

    Mas, prosseguiu M, abrandando um pouco , na verdadeensando em dar-lhe um trabalho mais folgado. Aconteceu qualquer amaica. M olhou para as vidraas por onde escorria gua. Sema cura de repouso do que um verdadeiro trabalho. Dois dos

    gentes, um homem e uma moa, fugiram juntos. Pelo menos, o queosso amigo poderia passar um tempo como agente de inqurito rra ensolarada. Que acha? timo. Eu mesmo no recusaria o emprego, num dia como h

    Mas Sir James Molony estava resolvido a fazer-se compreender clarasistiu com brandura. No pense que esteja querendo interferir. Snhor tem que tratar essa gente como se fossem feitos de borrac

    enso que no h-de querer que rebentem no momento mais inoportuue passou por minhas mos rijo. Poderia afirmar que ele lhe prestauitos servios. Mas o senhor sabe o que Moran disse sobre a coragu livro. No me lembro. Diz ele que a coragem um capital que se reduz com os gasto

    e acordo. O que quero que o senhor compreenda que esse rapaz pa desgastado muito, j desde antes da guerra. No quero dizer que nais reserva ainda no. Mas h um limite. Exatamente. M decidiu que o assunto estava esgotado. H

    a, encontrava-se moleza por toda parte. Por isso que quero mara fora. Umas frias em Jamaica. No se preocupe, Sir James, vauidado com ele. A propsito, o senhor conseguiu descobrir que d

    quela que a mulher russa injetou nele?

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    Recebi a resposta ontem. Sir James Molony estava tambito por ter mudado de assunto. Aquele velho era mesmo duro averia alguma possibilidade de suas palavras terem penetrado atruilo que ele designava de si para consigo por "o crnio duro

    As investigaes nos tomaram trs meses. Foi um rapaz esperto de Medicina Tropical quem acertou. A droga era o veneno fugu . Os japonesam-no para se envenenarem. Provm dos rgos sexuais de um trodonte dos mares no Japo. Pode-se sempre contar com os russsarem alguma coisa de que ningum nunca ouviu falar. Poderiam pente ter empregado o curare. Tem praticamente o mesmo efei

    aralisia do sistema nervoso central. O nome cientfico do fugu tet

    a. uma coisa terrvel e muito rpida. Basta uma injeo, como reu subordinado, e dentro de poucos segundos os msculos motores spiratrios estaro paralisados. No comeo, o sujeito enxerga t

    obro e, logo depois, no consegue mais ficar com os olhos aberguida, no pode mais deglutir. Sua cabea cai e ele incapaz de mguida. Acaba morrendo de paralisia respiratria. Nosso homem teve sorte de escapar. , Foi um milagre. Foi graas quele francs que estava co

    stendeu o rapaz no cho e aplicou-lhe a respirao artificial, como gum afogado. Conseguiu manter os pulmes em funcionamen

    hegada do mdico. Este, felizmente, tinha trabalhado na Amricaiagnosticou presena de curare e aplicou o tratamento correspondei como tirar uma sorte grande: as probabilidades eram de uma em

    o que se acertasse com o tratamento. Por falar nisso, que foi feitoussa?

    M respondeu secamente: Oh! Ela morreu. Bem, muito obrigado, Sir James. E no se p

    om o seu paciente. Vou dar um jeito para que ele tenha um servio lvista.

    M desligou. Seu rosto estava frio e inexpressivo. Puxou para per

    uivo das transmisses radiofnicas. Revolveu-o rapidamente. Gomentrios em alguns dos registros de transmisses. Ocasionalmen

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    No estou de acordo. Nem tampouco a Comisso de Inquritnto, est decidido. A nica questo a resolver o que o senhor hm seu lugar.

    M inclinou-se para o telefone interno. O Armeiro chegou? Mande-o entrar. M tornou a sentar-se. Talvez no saiba disso, 007, mas o major Boothroyd o maio

    o mundo em armas de pequeno calibre. No estaria aqui, se no amos ouvir o seu parecer.

    Abriu-se a porta. Um homem baixo, pouco corpulento, entrou e ca a escrivaninha, permanecendo em p junto cadeira de Bond. Estu os olhos para o rosto do recm-chegado. Vira-o antes, raramen

    mbrava-se dos olhos cinza-claros, muito apertados, que pareciamestanejar. Lanando a Bond um olhar inexpressivo, o homem ficou ontade, olhando para M. Cumprimentou-o num tom de voz neutflexes. Bom dia, Armeiro. Desejava fazer-lhe algumas perguntas. M

    omo que despreocupadamente. Primeiro, que pensa da "Berettalibre 25?

    uma arma para moas.M arqueou ironicamente as sobrancelhas, olhando para Bond. Bo

    m sorriso forado. Deveras? E por que est dizendo isso? No capaz de neutralizar um ataque. Mas fcil de ser m

    m pouco bonitinha demais, tambm, se o senhor compreende o quzer. Agrada s senhoras. Como ficaria, com silenciador? Menos eficaz ainda. No gosto de silenciadores. So pes

    rendem-se s roupas, quando a gente est com pressa. No aconsengum experimentar uma combinao dessas. No, se se quiser

    alho srio.M disse ironicamente a Bond: Tem algo a dizer, 007? Bond

    mbros:

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    No concordo. Utilizei-me da "Beretta" 25 durante quinzunca enguiou e nunca errei o alvo, at agora. No to m, para la. O que acontece que estou habituado a ela e posso apretamente. Tenho-me utilizado de armas maiores, quando se tornou

    o "Colt" 45 de cano comprido, por exemplo. Mas para pequenas dtrabalhos discretos, gosto da "Beretta". Bond fez uma pausa. Parue deveria ceder em algum ponto. Estou de acordo quanto ao sileum estorvo. Mas s vezes preciso us-lo. J vimos o que acontece quando o senhor o faz disse M, rs

    quanto troca de arma, apenas uma questo de treino. O senhor lr sua mo perfeitamente acomodada ao novo revlver. M conse

    m laivo de simpatia passasse em sua voz. Sinto muito, 007. Mas deciso. Fique um instante em p, por favor. Quero que o Armeiro ua conformao.

    Bond ps-se de p e ficou de frente para o outro homem. No havos olhares que trocavam. Os de Bond demonstravam irritao e os doothroyd eram indiferentes, cnicos. Andou volta de Bond. D

    disse ele, e apalpou os trceps e antebraos de Bond. Voltou frenerguntou:

    Posso dar uma olhada na sua pistola?A mo de Bond enfiou-se vagarosamente dentro do palet. Ele est

    Beretta" listada, de cano serrado. Boothroyd examinou a arma e pesua mo. P-la na mesa e perguntou:

    E o seu coldre?Bond despiu o palet e tirou do ombro a correia com o coldre d

    ornou a vestir o palet.Boothroyd deitou um rpido olhar boca do coldre, talvez para v

    se notavam sinais de agarramento, e jogou-o ao lado da pistola, esto de escrnio. Olhou para M.

    Posso fazer coisa melhor declarou ele com o mesmo tipoue recordava a Bond a primeira vez que tinha ido a um alfaiate de lu

    Bond sentou-se novamente. Controlou-se, a fim de no ficar olhaolentemente para o alto. Ao contrrio, fitou fleugmaticamente M.

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    Bem, Armeiro, que recomenda o senhor?O major Boothroyd empregou sua voz de perito: Na verdade, o senhor sabe disse ele com ar modesto a

    zer provas com quase todas as pequenas armas automticas. Cincoaros cada uma, distncia de vinte e cinco metros. Entre todas, eu es"Walther PPPK", de 7,65 milmetros. Est em quarto lugar, aps a os japoneses, a "Tokrev" russa e a "Sauer M-38". Mas gosto da leu gatilho e da extenso de seu cabo, que permite segur-la de uma

    ue, creio, deva ser conveniente para 007. uma verdadeira arma deaturalmente, de calibre 32, ao passo que a "Beretta" de 25; ma

    conselharia nenhuma arma mais leve. E pode-se encontrar muni

    Walther" em qualquer parte do mundo. Isso confere-lhe vantagem svlveres russos e japoneses.M voltou-se para Bond: Tem alguma objeo a fazer? uma boa arma concordou Bond. Um pouco mais vo

    ue a "Beretta". Como sugere o Armeiro que eu deva carreg-la? Coldre de trs correias de Berns Martin respondeu sucinta

    ajor Boothroyd. melhor lev-lo por baixo do cs da cala, pauerda. Mas pode ser posto tambm sob a axila. Couro rijo, de selioldre retm a arma dentro, com uma mola. Faz com que se puxe a araior rapidez do que isso apontou para o coldre que estava sobivaninha. Trs quintos de segundo para balear um homem a sete

    e distncia, o que calculo. Est resolvido, ento. A voz de M tinha um tom definitiv

    uanto a uma arma mais pesada? Existe somente um revlver para isso disse o major Boothr

    assvel. O "Smith & Wesson" (Centennial Airweight). Revlverre 38, sem percussor, de modo que no prende nas roupas. Comptal de seis polegadas e meia, e pesa menos de 400 gramas. Para dim

    eso, s cabem cinco balas no tambor. Mas quando todas forem dis e o major Boothroyd condescendeu em dar um sorriso glacial,

    r morrido. Atira com os cartuchos especiais "S & W". Cartuchorecisos. Com carga normal, a velocidade de boca de 290 met

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    gundo, e a energia de boca de duzentas e sessenta libras. H domprimentos de cano, trs polegadas e meia, cinco polegadas...

    Est bem, est bem! A voz de M fizera-se impaciente. provado sem discusso. Se o senhor diz que a melhor arma, eu aortanto, vo ser a "Walther" e o "Smith & Wesson". Mande um exemada arma para 007. Com coldre e correia. E providencie para que ecite com elas, a partir de hoje. Deve estar em forma dentro de uma ombinado? Ento, muito obrigado, Armeiro. No quero tomar mmpo. Muito obrigado respondeu o major Boothroyd. Deu meia

    iu com passo duro.

    Houve um momento de silncio. M fez girar a poltrona e ficou ndo as vidraas sobre as quais escorria uma cortina de gua. Bond au a oportunidade e relanceou os olhos no relgio. Dez horas. Sexou-se ento na pistola e no coldre que estavam' sobre a mesa. Peua unio de quinze anos com aquele feio pedao de metal. Lembrocasies em que a voz seca daquela arma lhe salvara a vida, e daquue a sua ameaa fora suficiente. Pensou nos dias em que se preparamente para matar, em que desmontava a pistola, lubrificava-a e colalas cuidadosamente no carregador de mola. Em seguida, experimecanismo uma ou duas vezes, descansando os cartuchos no colch

    uma cama de hotel. Depois, a limpeza final com um trapo bem enstola era colocada no pequeno coldre a tiracolo. Fazia uma pausa dpelho, para certificar-se de que nada podia ser percebido. Finalme

    ara o encontro que haveria de terminar em trevas ou em luz. Quantama lhe salvara a vida? Quantas sentenas de morte tinha ela asond sentia-se desarrazoadamente triste. Como era possvel smanho apego por um objeto inanimado e, alm do mais, feio? Pma que, era foroso reconhec-lo, no pertencia mesma classe drmeiro escolhera? Mas ele lhe tinha tal apego e M ia romper esses la

    M fez novamente girar a poltrona e encarou-o.

    Sinto muito, James, disse ele, mas no havia simpatia em Sei que gosta deste pedao de ferro, mas creio que preciso desi

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    unca se deve dar nova oportunidade a uma arma nem tampouomem. No posso correr riscos com os membros da Seo Dois-Zem que estar convenientemente equipados. Compreende isso, no? Ula mais importante que um brao ou uma perna, no seu trabalho.

    Bond sorriu levemente. Bem sei. No vou discutir. Estou apenas triste por me separar d Ento, est bem. Encerremos o assunto. Tenho outras notcia

    nhor. Um trabalho a fazer. Em Jamaica. Trata-se de um problema elo menos, o que parece. J houve investigao de rotina e um relaol lhe far bem, e o senhor poder exercitar-se com suas novas armndo em tartarugas ou quaisquer outros bichos que existam por l

    equenas frias no lhe faro nenhum mal. Gostaria de tratar desse ca Est ainda ressentido comigo por causa do meu ltimo trabaensou Bond. Ele acha que eu no correspondi confiana que tinim. No quer me dar trabalho srio. Quer me experimentar prime

    erto! E disse em voz alta Est parecendo vida de preguionho feito outra coisa seno viver no mole, nestes ltimos tempos.ver que ser feito... Se o senhor mandar...

    Sim respondeu M. Estou mandando.

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    III - TAREFA PARA AS FRIAS

    Escurecia. Fora, o tempo ia piorando cada vez mais. M estendeu ocendeu a lmpada de mesa, protegida por um abajur verde. O centrornou-se semelhante a um lago amarelo e quente no qual o couro

    unha um brilho de sangue.M puxou a pesada pasta para sua frente. Bond notou-a pela prime

    eu sem dificuldade as letras que se lhe apresentavam invertidas. Qito Strangways? Quem seria Trueblood?

    M apertou um boto na mesa. Vou chamar o Chefe do Pessolarmos sobre isso disse ele. Conheo o arcabouo do caso, r que completar, o enchimento. Parece-me que uma historiazin

    uja.O Chefe do Pessoal entrou. Era coronel do corpo de sapadores, q

    esma idade que Bond, mas com as fontes prematuramente grisaonseqncia de trabalhos e responsabilidades sem fim. Sua resistncseu senso de humor que o salvavam de uma depresso nervosa. Eror amigo de Bond, na Sede. Sorriram um para o outro.

    Pegue uma cadeira, Chefe do Pessoal. Encarreguei 007 dtrangways. Temos que deslindar essa embrulhada antes de desigente nova para o posto. Enquanto isso, 007 poder atuar como chef

    ue ele parta dentro de uma semana. O senhor pode tomar as drovidncias junto ao Ministrio das Colnias e ao Governador? E agos recapitular o caso. Dirigiu-se a Bond. Parece-me que o

    onheceu Strangways, 007. Verifiquei que o senhor trabalhou caquele negcio de tesouro, h cerca de cinco anos. Qual era sua ospeito dele? Bom sujeito. Um pouco nervoso. Pensei que ele j tivesse si

    itudo. Cinco anos representam um tempo muito longo nos trpicos

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    M no tomou conhecimento do comentrio. E a sua assessooa Trueblood, Mary Trueblood. Chegou a conhec-la? Nunca a vi. Vejo que ela tem uma boa folha de servio. Foi oficial no

    eminino da Marinha Real antes "de vir para c. Nada contra elaicha Confidencial. Parece bonita, a julgar pelo retrato. Isso pode pente explicar muita coisa. O senhor julgaria que Strangwayulherengo? Talvez fosse replicou Bond cautelosamente, no querend

    ada contra Strangways, mas lembrando-se do quanto este lhe pareceelmente bem apessoado. Mas que lhes aconteceu?

    o que estamos querendo descobrir disse M. Foram-se, sumiram, evaporaram-se. Ambos desapareceram na oite, h coisa de trs semanas. Deixaram o bangal de Strangways rcinzas rdio, cdigos, arquivos. No sobrou nada, a no

    estroos carbonizados. A garota deixou todas as suas coisas. Devepenas com a roupa do corpo. At mesmo o passaporte estava no seuverdade que teria sido fcil para Strangways arrumar dois passapo

    nha muitos formulrios em branco. Era Chefe da Fiscalizao de Ps da ilha. So muitos os avies em que eles poderiam ter embarcadlrida ou a Amrica do Sul, ou qualquer outra ilha do distrito. Anda est verificando as listas de passageiros. No se descobriu ainas eles bem poderiam ter ficado na moita um ou dois dias, escapul

    ois. A moa talvez tenha tingido o cabelo ou coisa parecida. A vos aeroportos no muito rigorosa naquelas paragens, no verdado Pessoal?

    O senhor tem razo. O Chefe do Pessoal parecia alimentar Mas o que no posso compreender aquele contato radiofnicooltou-se para Bond. Veja voc: eles comearam a fazer o contatoa, s dezoito e trinta, hora local. Algum pensam na Seguran

    fnica que foi a moa acusou nosso WWW e de repente saiu

    entamos restabelecer o contato, mas era evidente que algo de anorva acontecendo, e ns interrompemos. No houve resposta ao C

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    zul, nem tampouco ao Vermelho. Portanto, qualquer coisa andava a seguinte, a Terceira Seo mandou para l o agente 258, de Washesse meio tempo, a polcia esteve investigando, e o Governador j tado sua opinio e procurava abafar o caso. Tudo lhe parecia muittrangways j tivera uma ou outra complicao por causa de mulhereu mesmo no posso censur-lo: um posto muito sossegado. Nuito trabalho para encher o tempo. O Governador tirou logo a coais imediata. Naturalmente, a polcia local fez o mesmo. Sexo e brices, s o que eles compreendem. O agente 258 passou uma sem

    e no conseguiu encontrar um nico indcio em contrrio duposies. Ele fez o seu relatrio nesta base e voltou para Wash

    esde ento, a polcia tem andado investigando daqui e dacol, seuita fora e sem chegar a resultado algum. O Chefe do Pessoal ausa. Olhou para M, como que a desculpar-se. Sei que o senhorinado a concordar com o Governador, mas aquele contato radiofcou atravessado na garganta. No consigo ver como pode enquadrquema de um casal em fuga. E os amigos de clube de Strangway

    ue ele estava em seu estado normal. Deixou-os no meio de um rridge era o que ele fazia, sempre que se aproximava a hora misse-lhes que estaria de volta dentro de vinte minutos. Mandou virara todos mais uma vez, como sempre fazia e saiu do clube uinze em ponto, exatamente como de costume. De repente, desaeixou mesmo o carro porta do clube. Ora, por que daria motivo arceiros de jogo se pusessem a procurar por ele, se queria fugir cota? Por que no partiram de manh ou, melhor ainda, tarde da noite

    e terem completado a comunicao por rdio e deixado suas coisaem? Isso, para mim, no tem p nem cabea.

    M grunhiu qualquer coisa ininteligvel. Pessoas... hum... adas... fazem coisas absurdas resmungou ele. Procedem como vezes. E, seja como for, que outra explicao pode haver? No h

    e que eles tivessem sido apanhados a traio nem existem raz

    ue isso acontecesse, ao menos que se saiba. um posto sossegado. mesmas rotinas mensais algum revolucionrio de Cuba pro

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    omiziar-se na ilha, escroques ingleses julgando que poderiam escom Jamaica, s porque fica to longe de Londres. No creio que Stranha tido um s caso importante desde que 007 esteve com ele. DBond. Pelo que o senhor acaba de ouvir, qual sua opinio? Nuito mais para lhe contar.

    Bond foi categrico: No posso de modo algum imaginar queays fosse capaz de largar tudo dessa maneira. Admito que ele tive

    ventura com a garota, embora no acredite que ele misturasse o tom o divertimento. Mas o Servio Secreto era a sua prpria vida. Eria faltado s suas responsabilidades. Posso imagin-lo entregandoocumentos, e a moa tambm, e partindo com ela, depois que o

    vesse mandado para l os seus substitutos. Mas no creio que fossitio deixar tudo no ar dessa maneira. E pelo que o senhor disse denso o mesmo a respeito dela. As mulheres que ocuparam cargos deo Servio Naval Feminino no costumam perder a cabea.

    Obrigado, 007. M estava controlando a voz. Tambmcorreram essas consideraes. Ningum tirou concluses apressadasesado antes todas as possibilidades. Talvez o senhor possa sugeroluo.

    M recostou-se na poltrona e ficou espera de uma resposta. Pachimbo e comeou a ench-lo. Este caso o aborrecia. No gostava mas pessoais, principalmente quando se apresentavam, como essee complicaes. Havia pelo mundo fora uma infinidade de outrasaes, aguardando que lhes dessem ateno. Fora apenas no intuito ond um simulacro de misso, associada a um bom descanso, solvera mand-lo a Jamaica, a fim de encerrar o caso. Ps o cach

    oca e apanhou os fsforos. Ento?Bond no estava disposto a deixar-se desconcertar. Tinha simp

    om Strangways e sentia-se impressionado pelas consideraes do Cessoal.

    Pois bem disse ele. Por exemplo, qual foi o ltimo casotrangways estava trabalhando? Era algo que ele tivesse mencion

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    latrios, ou a Terceira Seo lhe teria dado alguma incumbncia? oisa importante, nos ltimos meses?

    Nada, absolutamente. M foi peremptrio. Tirou o cachioca e apontou-o para o Chefe do Pessoal. No verdade?

    verdade confirmou o Chefe do Pessoal. Apenas aquee negcio de pssaros.

    Ora, aquilo! interveio M, com pouco caso. Uma asneira al do Jardim Zoolgico, ou no sei de quem. O Ministrio das Colnou o caso para ns. Faz mais ou menos seis semanas, no?

    isso mesmo. Mas no foi do Jardim Zoolgico. Foi uma somericana, a Sociedade Audubon. Protege as aves raras contra a ext

    pcie, ou qualquer coisa desse gnero. Apelaram para o nosso embm Washington, e o Ministrio do Exterior passou o abacaxi paratrio das Colnias, que o atirou em nossas mos. Parece que essa gves muito influente nos Estados Unidos. Conseguiram at que ume experincias para bombas atmicas, na costa do Pacfico, fossrido, porque perturbava uns ninhos de aves.

    M fungou. Um diabo de bicho chamado Grua Tussideira. Li qualquer co

    rnais a respeito disso. 0 senhor poderia contar-me mais alguma coisa? insistiu B

    ue queria a Sociedade Audubon que ns fizssemos?M sacudiu impacientemente o cachimbo. Pegou a pasta de Stran

    gou-a diante do Chefe do Pessoal. Diga-lhe tudo, Chefe do Pessoal resmungou, com ar de can

    st tudo aqui.O Chefe do Pessoal pegou na pasta e procurou por entre os ltimo

    entos. Encontrou o que queria e dobrou a pasta ao meio. Fez-se silala enquanto ele corria os olhos por trs folhas datilografadas, as qundo Bond podia ver, traziam o cabealho azul e branco do Ministolnias. Bond mantinha-se imvel, procurando no sentir a impaci

    M prestes a explodir.O Chefe do Pessoal fechou a pasta com um rudo seco, e disse:

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    Bem, essa a histria, tal como ns a transmitimos a Strangwa 20 de janeiro. Ele acusou recebimento, mas, depois disso, no nocou mais nada. O Chefe do Pessoal recostou-se na cadeira.

    ue existe um pssaro chamado esptula rosada. H na pasta um foele, em cores. Parece uma espcie de cegonha cor-de-rosa, com uchatado, muito feio, do qual ele se serve para escavar a lama, em bimento. H alguns anos, essas aves estavam desaparecendo. Pouco uerra, existiam apenas algumas centenas delas em todo o mundo, coas principalmente na Flrida e regies vizinhas. Foi quando algucou a existncia de uma colnia numa ilha chamada Crab Key, entreamaica. territrio britnico uma dependncia de Jamaica. Cos

    tirar guano desta ilha, mas o preo do guano baixou muito e nensava mais as despesas da extrao. Quando as aves foram desessa ilha, havia cerca de cinqenta anos que estava ela inabitadaedade Audubon mandou representantes at l, e acabou arrendaedao da ilha, que serviria de santurio para aquelas aves. Elas se aram e, segundo as mais recentes estimativas, havia cerca de cinco mha. Foi por ocasio da entrada dos Estados Unidos na guerra. O puano tornou a subir e um sujeito esperto teve a idia de comprar a iomear a extrao de guano. Entrou em negociaes com o governaica e comprou a ilha por dez mil libras esterlinas, com a condioterferir com o arrendamento do santurio. Isso foi em 1943. Pois b

    ujeito mandou vir grande nmero de trabalhadores braais a salme e logo auferiu lucros, e continuou ganhando dinheiro com a exp bem pouco tempo. De repente, o preo do guano baixounosamente, e pensa-se que ele deve ter muita dificuldade em c

    espesas. Quem este homem? um chins, ou antes, um mestio de raa chinesa e alem. T

    ome maluco. Doutor No Doutor Julius No. Como "no" em ingls?

    Exatamente. Que se sabe a respeito dele?

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    Nada, a no ser que muito reservado. No foi mais visto, deoncluiu o negcio com o governo jamaicano. E no h comunicaeha. dele, e ele a mantm isolada. Diz que no quer que ningumerturbar as aves que produzem o seu guano, o que parece razovem, essa era a situao at poucos dias antes do Natal, quando um das da Sociedade Audubon, um homem das ilhas Barbados, aparenrio e merecedor de confiana, chegou de canoa costa setentrionaica. Estava passando muito mal. Coberto de queimaduras terrv

    onseqncia das quais morreu poucos dias depois. Antes de morrerma histria sem p nem cabea, sobre o incndio do acampamenorava, por um drago que lanava chamas pela boca. Esse drag

    orto o outro guarda e queimado o acampamento, entrando aos ronanturio das aves, vomitando fogo sobre elas e pondo-as em fugaabe que fim levaram os pssaros. Esse homem, apesar de suasueimaduras, conseguiu escapar at o litoral e roubar um barco, avessia durante a noite. O pobre diabo estava com o esprito visiverturbado. Ficou tudo por isso mesmo, salvo que mandaram um ara a Sociedade Audubon. E seus membros no gostaram da

    Mandaram dois de seus maiorais, num aparelho Beechcraft, de Miame investigarem o caso. H uma pista de pouso na ilha. Aquele chinrou um aparelho anfbio Grumman, para o seu abastecimento...

    M interrompeu acerbamente: Toda essa gente parece ter dinheiro de sobra para jogar fora, c

    ves.Bond e o Chefe do Pessoal trocaram sorrisos. Sabiam dos balda

    ros que M fizera durante anos para convencer o Ministrio da Fae dar um teco-teco destinado ao posto das Carabas. Mas o Beechcraft espatifou-se ao aterrar prosseguiu o C

    essoal morrendo os dois representantes da Sociedade Audubon. Onfureceu o pessoal das aves. Conseguiram que uma corveta do Esqureinamento norte-americano das Carabas fosse fazer uma visita ao

    o. Veja s como poderosa a Sociedade Audubon! Parece que rande grupo de deputados s suas ordens, em Washington. O coman

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    orveta relatou que foram recebidos com a mxima cortesia pelo Doorm foram mantidos afastados do local de explorao do guomandante foi conduzido pista de aterragem e examinou os destreechcraft. Estava reduzido a frangalhos, mas nada aparecia que

    uscitar suspeitas; tentara provavelmente uma aterragem demasiados corpos dos dois passageiros e do piloto tinham sido reverentemealsamados e encerrados em belos caixes, que foram entregues aoanos em cerimnia solene. O comandante ficou muito bem impres

    om a cortesia do Doutor No. Pediu para visitar o acampamento dosa Sociedade Audubon; levaram-no at l e mostraram-lhe o que reoria do Doutor No era que os dois homens tinham enlouquecido

    qncia do calor e do isolamento, ou que pelo menos um deles tuquecido e tinha posto fogo ao acampamento, queimando tambmanheiro. Essa explicao pareceu plausvel ao comandante, depoisto as terras aparentemente esquecidas da Providncia onde aquele

    uos tinham vivido durante dez anos ou mais. Nada mais havia para vi polidamente acompanhado at o navio e partiu. O Chefe do Peu as mos. E s, salvo que o comandante relatou ter avistadom punhado daquelas esptulas rosadas. Quando a Sociedade Audubeu esse relatrio, parece que seus membros ficaram principalmentedos com o desaparecimento das aves, e desde ento eles n

    mofinado, a fim de que procedssemos a um inqurito completo aso. Naturalmente, ningum, no Ministrio das Colnias, nem tampoverno de Jamaica, tomou o menor interesse. Por isso, a maacabou por ser jogada para cima de ns. O Chefe do Pessoal deuros com resignao. E assim foi que aquela pilha de bobagenpontou para a pasta ou pelo menos o essencial de seu contedo ou na cabea de Strangways.

    M deitou a Bond um olhar de enfado. Est vendo o que eu queria dizer, 007? exatamente um dess

    m fundamento que aquelas sociedades de velhas esto sempre leva

    omea-se com a proteo de uma coisa qualquer igrejas, casas hiuadros antigos, aves e acaba-se sempre com encrencas. O pior da

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    que essa espcie de gente fica seriamente preocupada com seus bija l o que for. Envolvem polticos no caso, e parece que dispem

    e montes de dinheiro. S Deus sabe donde lhes vm os recursos. Ouas desocupadas os fornecem, com certeza. E chega-se a um pontogum tem que tomar providncias para sosseg-las, como nesse casez a coisa veio parar conosco, porque o local se encontra em teritnico. Mas tambm propriedade particular. Ningum est dispotrometer oficialmente. Ento, o que esperam que eu faa? Que eu

    m submarino at a ilha? Para fazer o qu? Para descobrir que fim levnhada de cegonhas vermelhas? M fungou com mais fora. Ser, o senhor queria saber qual o caso com que Strangways se ocup

    timos tempos, e esse. M inclinou-se combativamente para a frem mais perguntas a fazer? Tenho um dia muito atarefado frente.Bond no conseguiu disfarar um sorriso. No pde controlar-s

    o magnficas as raras exploses de clera de M! E nada o enfureciaue qualquer coisa que lhe fizesse desperdiar o tempo, as energias eos recursos do Servio Secreto. Bond ergueu-se.

    Pode dar-me essa pasta? pediu ele. Parece-me bastante eue quatro pessoas tenham morrido, de certo modo, por causa dessalvez mais duas: Strangways e a moa Trueblood. Concordo com quarecer ridculo, mas no tenho pista alguma qual me aferrar. I

    Pode ficar com a pasta respondeu M, perdendo a pacincvie-se; e tire logo as frias. Talvez no tenha dado pela coisa, mas paar certa confuso no resto do mundo.

    Bond inclinou-se e apanhou a pasta. Fez tambm meno de pegBeretta", com o coldre.

    No! disse secamente M. Deixe isto aqui. E procure om segurana as duas outras armas, da prxima vez que nos encontr

    Bond cravou os olhos nos de M. Pela primeira vez na vida odiavhefe. Sabia muito bem porque M estava sendo duro e desagradveastigo, adiado at aquela hora, por quase ter sido assassinado em su

    isso.

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    E tambm por sair daquele tempo horroroso e ir para uma regiada. M no podia suportar que os seus subordinados levassem vida ond sentia que, at certo ponto, M lhe dava essa misso suave aumilh-lo. Que velho indigesto!

    Fervendo de raiva, Bond respondeu: Farei o que estiver ao meu alcance. E, dando meia-volta, retiro

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    IV - COMISSO DE RECEPO

    As sessenta e oito toneladas de peso morto do "Super Constellatioaram roncando bem acima do tapete verde e marrom de Cuba. Nais que cento e sessenta quilmetros a vencer, o aparelho iniciou o

    m suave declive em direo a Jamaica.Bond via crescer no horizonte a ilha verde, que parecia o casco

    norme tartaruga, enquanto as guas passavam do azul escuro das ezas do estreito de Cuba ao azul claro e branco do mar raso, prosta. Passaram em seguida sobre a Praia do Norte, sobrevoando otis para milionrios e transpondo as altas montanhas do interior. Ae pequenos proprietrios apareciam, quais dados jogados a esmo, postas e clareiras da mata, e o sol poente transformava em serpentes ds meandros brilhantes dos rios e riachos de correntezas. "Xahamavam-na os ndios arauaques, "A Terra de Morros e de Rios". Oe Bond pulsava com mais fora ao contemplar a beleza de uma dais frteis do mundo.

    O outro lado das montanhas estava mergulhado em sombras roxasavam luzes ao p dos morros e as ruas de Kingston estavam brilhanuminadas, mas, ao longe, o ltimo cais do porto e o aeroporto ainam raios de sol, contra os quais o farol de Port Royal pisc

    icazmente. Agora, o "Constellation" estava descendo numa curvue o levava alm do porto. Houve um ligeiro choque quando as tro trem de aterragem desceram e se fixaram em posio. Ouviu-se ogudo do mecanismo hidrulico, quando as abas dos freios deslizarra da borda traseira das asas. O grande avio virou devagar, dirig

    ovamente para a costa e, durante um momento, o sol poente derrama cabina. Um instante depois, o grande aparelho estava abaixo do n

    Montanhas Azuis e deslizava em direo norte-sul. Viram a fuga rma estrada e de fios telefnicos. Finalmente, o concreto, com

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    curas de derrapagens, estava sob o bojo do aparelho. Houve o suaveuplo da aterragem perfeita e ouviu-se o ronco da hlice girando emverso, enquanto rodavam devagar em direo aos baixos edifcios

    o aeroporto.Os dedos pegajosos dos trpicos afagaram o rosto de Bond qua

    esceu do avio e se encaminhou para as sees de Sade e Imigraue quando chegasse a hora de passar pela Alfndega estaria suacas. Pouco lhe importava. Depois do frio crestante de Londres, o cdo e mole era perfeitamente tolervel.

    O passaporte de Bond dava-o como "Exportador e Importador". Qual sua firma?

    Exportaes Universais. O senhor est aqui a negcios ou a passeio? A passeio. Espero que o senhor aproveite bem a sua estada.O funcionrio preto da Imigrao devolveu-lhe o passapor

    diferena. Muito obrigado.Bond dirigiu-se para a Alfndega. Notou imediatamente um hom

    magro, por trs da grade. Estava usando a mesma camisa azul, velhotada e, provavelmente, as mesmas calas de brim caqui que usavaond o conheceu, cinco anos atrs. Quarrel!Por trs da grade, o velho pescador da ilha Cayman sorriu-lhe

    samente. Ergueu o antebrao esquerdo diante dos olhos, segundo udao dos moradores das ndias Ocidentais. Como vai, capito? exclamou, no auge do contentamento. Muito bem replicou Bond. Espere at que eu retire a ma

    arro? Est a, chefe.O funcionrio da Alfndega que, como a maior parte dos trabalha

    ais, conhecia Quarrel, marcou com giz a mala de Bond, sem abri-laond apanhou-a e passou a grade. Quarrel pegou a mala e estende

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    reita. Bond estreitou a calejada manopla quente e seca, e cravou o ohos cinzento-escuros que revelavam a descendncia de algum solromwell ou de um pirata do tempo de Morgan. Voc est sempre o mesmo, Quarrel disse calorosamente.

    ai a pesca tartaruga? No vai mal, chefe, nem muito bem. Quase o mesmo de sem

    bservou Bond atentamente. O senhor esteve doente, ou o que acoBond ficou surpreso. Estive doente, de fato. Mas h semanas que estou restabelec

    ue pergunta?Quarrel sentiu-se embaraado.

    Sinto muito, chefe disse ele, receoso de ter magoado Bond. em seu rosto algumas rugas de sofrimento que no existiam da out Ora, no foi nada retrucou Bond. Mas creio que me fari

    ns dias de treino com voc. No estou to em forma quanto costuma s ordens, capito.Estavam-se dirigindo para a sada quando foram apanhados de s

    elo estalido seco e o relmpago de uma cmara fotogrfica de imma linda chinesa vestida moda de Jamaica estava abaixando a suaraphic". Aproximou-se deles, dizendo com amabilidade artificial: Muito obrigada, senhores. Sou do "Daily Gleaner". Ela co

    hos por uma lista que tinha na mo. Sr. Bond, no ? Por quantsenhor ficar entre ns, sr. Bond?

    Bond foi pouco corts. Aquilo era mau comeo para a sua misso. Estou em trnsito respondeu secamente. Creio que a s

    oderia ter encontrado no avio pessoas mais interessantes. Oh! Tenho certeza de que seria impossvel, sr. Bond. O senho

    uito importante. Em que hotel est hospedado?"V pro inferno!" pensou Bond, e disse em voz alta: No Hotel Myrtle Bank e comeou a afastar-se. Obrigada, sr. Bond disse a voz argentina. Espero que o s

    Estavam fora. Enquanto se dirigiam para o estacionamentoerguntou:

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    J tinha visto esta moa, no aeroporto? Quarrel refletiu. Creio que no, chefe. Mas o "Gleaner" tem muitas fotgrafas.Bond estava vagamente aborrecido. No havia motivo plausvel p

    imprensa quisesse a sua fotografia. Haviam decorrido cinco anos uas ltimas aventuras' na ilha, e o seu nome nem sequer tinha figurad

    nos jornais.Aproximaram-se do carro. Era um "Sunbeam Alpine" preto

    xaminou-o com ateno e verificou o nmero da placa. Era o ctrangways. Que idia seria essa?

    Onde arranjou esse carro, Quarrel? Disseram-me, no Palcio do Governo, que eu podia peg-lo

    ue era o nico carro disponvel. Por que, chefe? No serve? Oh, um carro magnfico, Quarrel respondeu Bond, conf Vamos andando.

    Bond sentou-se ao lado de Quarrel. A culpa era toda sua. Deveria nado a possibilidade de lhe darem esse carro, o que o denunciaria iente, com segurana, e sua misso, a quem estivesse interessado.

    Estavam rodando pela estrada marginada por cactos, em direontes luzes de Kingston. Em condies normais, ele teria apreciadeleza do cenrio o cricrilar dos grilos, o sopro do ar clido e percu recamado de estrelas, o colar de luzes amareladas que refulgia

    o porto. Mas, no momento, Bond estava amaldioando sua imprevidercebendo claramente aquilo que no deveria ter feito.

    O que ele tinha feito fora mandar uma mensagem ao Governadorrmdio do Ministrio das Colnias. Tinha pedido que mandassemuarrel, nas ilhas Cayman, por um tempo indeterminado, com o saez libras por semana. Quarrel tinha estado com ele por ocasio de suventura em Jamaica. Era um habilssimo trabalhador manual, dotade todas as qualidades de homem do mar prprias dos habitantes daquiplago, e servia de passaporte para penetrar nas camadas mais bopulao de cor, que de outra maneira ficariam fechadas para Bond

    ostavam dele e ele era um esplndido companheiro. Bond sabia quenha importncia vital, se quisesse encontrar alguma pista foss

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    ime, fosse apenas de um escndalo. Bond tinha pedido ainda quassem um quarto no Hotel Montes Azuis, que lhe pusessem um carosio, e que Quarrel o fosse esperar no aeroporto. Quase todas as pas que ele solicitara tinham sido inoportunas, representavam at mero de ttica. Antes de mais nada, Bond deveria ter ido de txi para tabelecido, em seguida, contato com Quarrel. Teria visto o carro, d

    oderia ento ter tido a oportunidade de troc-lo por outro.Da maneira como estavam as coisas pensou Bond era com

    vesse anunciado no "Daily Gleaner" a sua visita e a finalidade desrou. Os piores erros eram aqueles que se cometiam de incio. Eramreparveis, os que faziam entrar com o p esquerdo num caso e da

    imigo as vantagens do primeiro tempo do jogo. Mas haveria realmum inimigo? No estaria ele sendo demasiado cauteloso? Impulsivond voltou-se para trs. A uma centena de metros de distncia avistz fraca de duas lanternas de automvel. A maior parte dos jamaicama guiar com os faris acesos. Bond acomodou-se novamente no asse: Quarrel, ao chegar ao fim das Paliadas, no ponto onde a estra

    urca, esquerda para Kingston e direita para Morant, quero que vopidamente na estrada de Morant, pare imediatamente e apague tzes. Compreendeu? E agora, dispare toda. Est bem, chefe.A voz de Quarrel denotava satisfao. Pisou at tbua no aceler

    equeno automvel emitiu um ronco abafado e saiu disparado pelaranca.

    Estavam agora no fim da reta. O carro derrapou numa curva. Quetros ainda, e eles estariam :ia interseo. Bond olhou para trs. Nnal do outro carro. Tinham chegado ao poste de sinalizao. Quama manobra digna de uma corrida de automveis e mudou subitareo do carro, numa curva fechada. Freou beira da estrada e apzes. Bond voltou-se para trs e esperou. Logo ouviu o rugir de u

    ossante, em plena velocidade. Brilharam fortes faris, procurando o mesmo instante, o carro passou, devorando a distncia, em d

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    ingston. Bond teve tempo de notar que era um grande carro de praano e que ningum ia nele, fora o chofer. Instantes depoisesaparecido.

    A poeira assentou devagar. Ficaram imveis durante uns dez mm trocar palavra. Depois, Bond pediu a Quarrel que fizesse maguisse pela estrada de Kingston. Creio que aquele carro estava interessado em ns, Quarrel d

    Ningum vai trazer um carro de praa vazio do aeroporto at a cma corrida cara. Fique alerta. Ele pode descobrir que ns o ludibrtar nossa espreita. Est bem, chefe respondeu Quarrel, feliz. Era exatament

    po de vida pelo qual estivera esperando, aps ter recebido o reond.Entraram na corrente do trfego de Kingston: nibus, automve

    as de trao animal, burros carregados de cestos, vindos dos morarrinhos de mo dos vendedores de fortes bebidas de cores vivas. Emonfuso do trnsito, era difcil saberem se estavam sendo seguidoram direita e iniciaram a subida dos morros. Vinham muitos carreles, e talvez entre esses estivesse o txi americano. Prosseguiramuinze minutos, at Halfway Tree, e entraram em seguida na estrada pue atravessava a ilha. Avistaram pouco depois o anncio luminoso, sentava uma alta palmeira verde e, embaixo desta, os dizeres:

    Montes Azuis". Entraram pela alameda margeada por ps de primaveA cem metros de distncia, estrada acima, o txi preto fez sinal

    assagem aos carros que lhe vinham atrs, e colocou-se deproveitando-se de uma breve interrupo do trfego, fez uma curvadesceu o morro, dirigindo-se para Kingston.

    O "Hotel Montes Azuis" era uma confortvel hospedaria modaom todas as comodidades modernas. Bond foi recebido com deforque fora recomendado pela King's House. Levaram-no a um bele esquina, com um alpendre de onde se avistava ao longe a curva d

    le tirou com alvio as roupas londrinas, j midas de suor, entrou artimento envidraado do chuveiro e abriu a torneira de gua fria. F

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    jato gelado durante cinco minutos, lavando-se dos ps cabea, a fiover os ltimos vestgios da poeira da cidade. Enfiou depois um "sgodo sedoso e, sentindo com volpia a carcia macia do ar tpid

    uas roupas da mala e tocou a campainha para chamar o camareiro.Bond pediu uma dose dupla de gim tnico. Levou a bebida para

    re e sentou-se, contemplando a vista espetacular. Pensou no quaaravilhoso estar longe da sede, e de Londres, e dos hospitais, e encoi, naquele momento, fazendo o que estava fazendo, e sabendo, cavam a conhecer todos os seus sentidos, que estava de novo metiom caso perigoso.

    Permaneceu sentado por algum tempo, deixando que a beb

    rouxasse a tenso nervosa. Pediu outra dose, e tomou-a logo. Erauinze. Tinha combinado com Quarrel que este o viria buscar s setem jantar juntos. Bond pedira a Quarrel que sugerisse algum restepois de breve hesitao, Quarrel respondera que, sempre quevertir-se um pouco em Kingston, ia a um restaurante da zona po

    hamado "O Barco da Alegria". No de luxo, chefe dissera em tom de desculpa , mas

    omida, boa bebida, boa msica,' e tenho l um bom amigo. o prophamam-no de "Polvo", porque certa vez lutou contra um polvo giga

    Bond sorriu sozinho ao lembrar-se da fala saborosa de Quarrel, trstica das ndias Ocidentais. Foi para o quarto e vestiu uma camise mangas curtas, seu velho tropical azul e uma gravata preta de da. Verificou no espelho se no se poderia notar a "Walther", sob

    or baixo do palet. Desceu e saiu, dirigindo-se para o carro que pera.

    O automvel corria veloz atravs do lusco-fusco rumorejante. Em Kingston e dobraram esquerda, para o lado do porto. Passaram pntes restaurantes e clubes noturnos, onde se ouviam os tons aguadncia sincopada de msicas de calipso. Seguiram por uma rua resue ia acabar num centro comercial da classe pobre, ao qual se segu

    e casebres. De repente, numa curva, surgiu o brilho dourado deinoso, que representava um galo espanhol, encimando um letreiro

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    lia: "O Barco da Alegria". Deixaram o carro no estacionamentoguiu Quarrel, passando por um porto e entrando num jardim onde

    almeiras fora do gramado. Na outra extremidade, era a praia, eraspalhavam-se mesinhas ao p das palmeiras e via-se, no centrequena rea cimentada, reservada s danas, mas deserta no momedo da qual uma pequena orquestra de trs msicos, que trajavam ermelhas bordadas com lantejoulas, estava improvisando variaessica de calipso "Leve-a a Jamaica, de onde bem o rum".

    Metade s das mesas estava ocupada, principalmente por pessoasiam-se alguns marinheiros ingleses e americanos, com suas garoegro imensamente gordo metido num elegante "dinner jacket" bran

    u uma das mesas e veio ao seu encontro. Ol, sr. Q.! H quanto tempo no aparecia por aqui! Uma boara dois?

    Isso mesmo, Polvo. Mais perto da cozinha que da msica.O homenzarro riu-se. Levou-os para perto da praia e instalou-o

    esa retirada, sob uma palmeira que nascera na base do edifstaurante. Bebidas?Bond pediu seu gim tnico e Quarrel uma cerveja. Estudaram o c

    opinaram ambos por lagosta de forno e bife mal passado, com legrra.

    Foram servidas as bebidas. A poucos metros de distncia o mar cieia lisa. O trio de msicos comeou a tocar "Kitch". Acima deles, a

    e palmeira batiam de leve umas nas outras, agitadas pela brisa notuapo, em algum canto do jardim, coaxava como se estivesse rindombrou-se de Londres, que deixara havia to pouco tempo. Gosto daqui, Quarrel disse. Quarrel sentiu-se satisfeito. um bom amigo meu, esse Polvo. Ele sabe de quase tudo o

    ela cidade, e s pedir se o senhor precisar de qualquer informaem das ilhas Cayman. Tnhamos um barco de sociedade. Um belo

    i apanhar ovos de pssaros marinhos em Crab Key. Foi a nadochedo, para pegar mais ovos, e aquele tal de polvo o agarrou. H

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    or aqui, dos pequenos, mas eles so maiores em Crab Key, que elas guas fundas do estreito de Cuba. Meu amigo passou um mau qora com aquele bicho. Rebentou um pulmo, ao se libertar. Ficou coo mar e vendeu-me a sua parte no barco, e depois veio para Kingsti antes da guerra. Agora, ele um ricao, enquanto eu continuo a peuarrel riu-se, divertido com os caprichos da sorte. Crab Key disse Bond. Que espcie de lugar esse?Quarrel atirou-lhe um olhar penetrante. Agora, um lugar azarado, chefe respondeu secamente.

    nio de um chins comprou-o durante a guerra e trouxe operomearam a cavar o estreo das aves. No deixa ningum desemb

    em sair. Ns nos mantemos bem distncia. Por qu? Ele tem uma poro de guardas. E fuzis at fuzis-metralha

    dar. E um avio de reconhecimento. Um amigo meu desembarcunca mais apareceu por aqui. Aquele chins mantm a ilha compleolada. Para ser franco, chefe, Quarrel estava como que a pedir d

    essa Crab Key me assusta.Bond disse pensativamente: Ora veja! Sim, senhor!Serviram o jantar. Enquanto comiam, Bond traou para Quar

    pido esboo do caso Strangways. Quarrel ouviu-o atentamente, ma ou outra pergunta. Mostrou-se especialmente interessado nos pe Crab Key e no que os guardas tinham dito, e como se supunha qucorrido o desastre com o "Beechcraft". Finalmente, ele afastou o praou a boca com as costas da mo. Puxou um cigarro do bolso e acebruou-se na mesa. Chefe, disse em voz baixa , eu no me importaria se foss

    arinhos, ou borboletas, ou abelhas. Se eles estavam em Crab Kquele seu colega foi meter o nariz nos negcios daquela gente, oode apostar todo o seu ordenado como ele seria reduzido a p, ele

    arota. Aquele chins os eliminou, no tenha dvida.

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    Bond fitou atentamente aqueles olhos cinzentos, cheios de vivacteresse. Como pode ter tanta certeza?Quarrel espalmou as mos. A explicao, para ele, era muito simp Esse chins gosta de sossego. Quer que o deixem em paz. Sei

    iminou meu amigo, para que ningum tente chegar perto de Crabm homem poderoso. Mata qualquer um que interfira em seus negci

    Por qu? No sei bem porqu respondeu Quarrel. H gente q

    oisas diferentes neste mundo. E aquilo que querem com bastante ontade, eles alcanam.

    Bond percebeu pelo canto do olho um reflexo de luz. A moa cheroporto estava em p, na sombra, perto "deles. Trajava agora umolante de cetim preto, aberto do lado at o alto da coxa. Tinha umaom dispositivo para "flash" em uma das mos. A outra mo estavando numa bolsa de couro a tiracolo. Essa mo apareceu, seguranmpada. A jovem introduziu em sua boca a base da lmpada, a

    medec-la e melhorar o contato, e preparou-se para coloc-la no sofletor. Apanhe essa pequena disse rapidamente Bond. Com dois

    uarrel estava ao lado dela. Estendeu-lhe a mo. Boa-noite, senhorita disse gentilmente.A jovem sorriu. Deixou que a "Leica" pendesse da fina correia

    ngia o pescoo e apertou a mo de Quarrel. Este f-la rodopiar coailarina. Um instante mais tarde, segurava-lhe uma das mos por ostas, imobilizando-a.

    Ela olhou zangada para Quarrel.Quarrel sorriu para os olhos escuros que brilhavam no rosto amen O chefe quer que voc tome um drinque conosco disse ele

    e consolo. Voltou para a mesa, arrastando a moa. Puxou uma cadep e f-la sentar-se ao seu lado, segurando sempre uma das mos

    s das costas. Ambos estavam sentados muito eretos, como namoravessem discutido.

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    ente duvidosa. Estou certa de que a senhorita no se enquadra nesta , mas no posso realmente compreender porque faz; tanta questoma fotografia minha. Conte-me por qu.

    J disse respondeu ela obstinadamente. meu ofcio.Bond tentou fazer outras perguntas. Ela nem sequer respondeu.O Polvo voltou. Est certo, chefe. Annabel Chung. Uma de suas fotgrafas qu

    am por conta prpria. Disseram-me que ela faz boas fotografias. Ocar satisfeito com ela.

    Sua amabilidade era um pouco irnica. Retrato de estdio! Cama o era o mais provvel.

    Obrigado, disse Bond.O preto retirou-se. Bond dirigiu-se para a moa. Trabalhando por conta prpria... repetiu devagar. Isso ai

    e revela quem quer o meu retrato. Sua fisionomia tornou-se diga, agora! No! retrucou a chinesinha com obstinao. Como queira! Vamos, Quarrel, prossiga!Bond recostou-se na cadeira. Dizia-lhe o instinto que esta era a p

    ucial deste programa de "Tudo ou Nada". Se conseguisse obter a rr-lhe-iam poupadas semanas de andanas.

    O ombro direito de Quarrel comeou a abaixar-se. A jovem prohegar-se a ele, a fim de aliviar a presso, mas ele, com a moantinha-lhe o corpo afastado. O rosto da chinesa esticava-se para uspiu-lhe nos olhos. Quarrel sorriu e aumentou a toro. A chinesinontaps furiosos por baixo da mesa. Sibilava palavras em chins.omeou a gotejar-lhe na testa.

    Diga o que eu quero saber disse Bond com doura e tudor acabado, e ns seremos amigos e tomaremos um drinque juntos.

    Ele estava ficando aborrecido. O brao da jovem devia estar partir-se.

    "Seu...! De repente, a mo esquerda da moa alcanou o ruarrel. Bond no chegou a tempo para impedi-lo. Qualquer coisa b

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    eu-se uma exploso seca. Bond agarrou-lhe o brao e puxou-o pscorria sangue pela face de Quarrel. Tiniram na mesa estilhaos dee metal. Ela esmagara a lmpada do "flash" no rosto de Quarrel. Secertado nos olhos, ele estaria cego.

    Quarrel ergueu a mo livre e apalpou o rosto. Colocou-a diante dviu o sangue. Ah! no havia seno admirao e prazer felinooz. E disse calmamente e Bond:

    No vamos tirar nada dessa pequena, chefe. Ela rija. Quer quuebre o brao?

    Deus me livre! Bond largou o brao que estava seguraeixe-a.

    Ele se sentia descontente consigo mesmo por ter machucado a mnda assim, nada ter conseguido. Mas aprendera algo. Quem quer esse por trs dela segurava seus agentes com guante de ferro.

    Quarrel trouxe para a frente o brao que mantivera nas costas delae segurava o pulso. Abriu-lhe a mo, e fitou-a nos olhos. Os deuis. Voc me marcou, menina. Agora, eu vou marc-la. Lev

    utra mo e apertou, entre o polegar e o indicador, o Monte de Vnuo losango de carne que se estendia na palma da mozinha frgil, abolegar. Comeou a esprem-lo. Bond podia ver as juntas da mo decarem brancas com o esforo. A jovem soltou um grito agudo. Mom o punho a mo de Quarrel e depois o rosto. Quarrel sorriu e aperais fora ainda. De repente, largou-a. A moa ps-se em p e afastesa, com a mo machucada encostada boca. Abaixou a mo e v

    nfurecida: Ele h-de peg-los, seus bastardos! e, com a "Lalanar-se na correia, desapareceu correndo por entre as palmeiras.

    Quarrel riu secamente. Esfregou um guardanapo no rosto, atirho e pegou outro. Disse a Bond:

    O Monte de Vnus dela h-de estar dodo muito tempo aindae ter sarado esse talho que ela me fez! um pedao interessante, nase Monte de Vnus. Quando bem cheio, como o daquela pequen

    apostar que ela boa na cama. O senhor sabia disso? No, respondeu Bond, novidade para mim.

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    Pois coisa certa. Esse pedao da mo o melhor indcio. Nocupe com ela, acrescentou Quarrel, notando a expresso de Bond vai ter uma equimose na mo. Mas que Monte de Vnus bem gorar em cima dessa pequena, qualquer dia, para verificar se minha terto!

    Muito a propsito, a orquestra comeou a tocar "No toque nmate". Quarrel, disse Bond, tempo de voc casar e sossegar.

    sa pequena em paz, seno voc acaba com uma faca entre duas cgora, vamos pedir a conta e sair daqui. So trs da madrugada em Lnde eu estava ainda ontem. Preciso de uma noite bem dormida. V

    ue iniciar meu treino. Creio que vou precisar disso. E tempo tamoc faa um curativo no rosto. Ela escreveu nele o nome e endereoQuarrel grunhiu com expresso de saudade. Disse, com calma sati Que pequena rija! , Pegou um garfo e f-lo tinir contra um cop

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    V - FATOS E NMEROS

    "Ele h de peg-los... Ele h de peg-los... Ele h de peg-loastardos!"

    Essas palavras tiniam ainda no crebro de Bond, no dia seguiuanto estava sentado no alpendre, comendo um delicioso desjejuando, alm dos luxuriantes jardins tropicais, para Kingston, a oito qs de distncia.

    Estava convencido, agora, de que Strangways e a moa tinham sis. Algum tivera necessidade de no permitir que eles se metessem

    egcios, de sorte que os matara e destrura os arquivos atinentes qes estavam a investigar. Essa mesma pessoa sabia, ou supunha, quo Secreto procuraria esclarecer o mistrio do desaparecimento deays. Soubera, fosse como fosse, que Bond tinha sido encarregadrefa. Quisera ter em mos uma fotografia de Bond e saber onde elospedado. Deveria estar mantendo Bond sob vigilncia, a fim de sabnha alguma pista que revelasse a morte de Strangways. Se Bondguisse, ele tambm teria que ser eliminado. Haveria um encontro d

    u uma briga de rua, ou qualquer outra morte que no despertaria sus perguntava Bond a si mesmo qual teria sido a reao daquelao saber do tratamento que ele e Quarrel tinham dispensado moa

    e era to implacvel quanto o supunha' Bond, aquilo seria o bastantetrangways tivesse mandado um relatrio preliminar a Londres, anteorte. Talvez algum tivesse cometido uma indiscrio. O inimigo s

    o em se arriscar. Se tivesse um pouco de bom senso, depois do inom a pequena Chung, ele procuraria sem delongas tomar conta de lvez, tambm de Quarrel.

    Bond acendeu o primeiro cigarro do dia o primeiro "Royal Bletava fumando depois de muitos anos ; e deixou que a fumaa es

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    or entre os dentes com um assobio de satisfao. Esta era sua "aprecimigo". Mas quem seria esse inimigo?

    Ora, havia um s candidato, mas bastante importante, o Dououtor Julius No, o sino-alemo que tinha adquirido Crab Key e tirartuna do guano. Nada existia contra esse indivduo nos arquivos daum pedido de informaes feito ao FBI dos Estados Unidos tinha-do negativo. O caso das esptulas rosadas e as complicaes comedade Audubon no tinham nenhuma significao precisa, salvo, ssera M, que um bando de gente que no tinha o que fazer ficara

    or causa de umas poucas cegonhas vermelhas. Contudo, quatro pesam morrido por causa daquelas cegonhas, e, o que era muito sign

    ara Bond, Quarrel tinha medo do Doutor No e de sua ilha. Isso eente, muito estranho. Os pescadores das ilhas Cayman, e especiuarrel, no se assustavam com facilidade. E por que tinha o Do

    quela mania de isolamento? Por que gastava ele tanto, e se dava a talho, a fim de manter todos afastados de sua ilha de guano? Guanementos de aves marinhas. Quem havia de querer esse material? Qu valor? Bond devia fazer uma visita ao Governador s dez horaitas as exigncias do protocolo, ele procuraria o secretrio para a C

    rocuraria descobrir tudo sobre o guano e Crab Key, e, se fosse pobre o Doutor No. Ouviu duas pancadas porta. Bond levantou-sera Quarrel, com a face esquerda decorada com uma cruz de esparadem poderia ter enfeitado o rosto de algum pirata.

    Bom-dia, chefe. O senhor tinha dito oito e meia. Sim, entre, Quarrel. Temos um dia cheio nossa frente. J

    ualquer coisa? J obrigado, chefe. Peixe salgado e um trago de rum. Arre! disse Bond; coisa forte, logo assim de manh! Refresca muito, respondeu Quarrel, imperturbvel.Sentaram-se no alpendre. Bond ofereceu um cigarro a Quarrel, e

    cendeu um.

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    Hoje disse ele vou passar a maior parte do dia em Kingtalvez no Instituto de Jamaica. No precisarei de voc at amanh , mas precisaria que voc fizesse umas coisas na cidade. Est bem?

    s ordens, chefe, v dizendo. Primeiro, este nosso carro est "manjado". Temos que nos livr

    ao Motta, ou qualquer outra garagem de aluguel, e escolha o maimelhor dos carros, sem chofer, que possa encontrar. Um carro flugue-o por um ms. Est certo? Depois, procure pelas imediaes ois homens que se paream conosco. Um deles dever ser capaz de garro. Compre roupas para eles, semelhantes s nossas, pelo menos dara cima. E o tipo de chapus que ns poderamos usar. Diga que n

    mos que eles levem um carro a Montego amanh de manh, pela escho Rios e Spanish Town. Devero deix-lo na garagem "Levy". To Levy e diga-lhe que o guarde para ns. Compreendeu?

    Quarrel sorriu. O senhor est querendo tapear algum... Acertou. Voc dar dez libras a cada um daqueles homens. D

    u sou um ricao americano e que quero o meu carro levado para Mor gente respeitvel. D a entender que sou um pouco pancada. Elestar aqui s seis e meia, amanh cedo. Voc j estar, ento, com

    arro. D um jeito de eles desempenharem bem o seu papel, e mande"Sunbean", de capota arriada. Ouviu? Est bem, chefe. Que foi feito daquela casa da Praia Norte em que estivemos d

    ez, Beau Desert, no Porto Morgan? Voc sabe se est alugada? No saberia diz-lo, chefe. Fica longe dos lugares freqenta

    ristas, e pedem muito por ela. Bem. V ao Escritrio Granham e veja se pode alug-la por u

    u qualquer outro bangal na mesma zona. No se preocupe com iga que para um ricao americano, Mr. James. Apanhe as chaves,uguel e diga que eu escreverei para confirmar. Posso telefonar-lhes,

    em mais informaes. Bond remexeu no bolso de trs e tirou umao de notas. Deu metade a Quarrel. Aqui esto duzentas libra

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    ue d para tudo. Procure-me, se precisar mais. Voc sabe onde mencontrar.

    Obrigado, chefe disse Quarrel, aturdido pela e