Upload
fernando-falcato
View
660
Download
5
Embed Size (px)
Citation preview
Dicas de construção
Terreno
O primeiro passo para construir uma edificação é a compra do terreno, obviamente se você
não o possui. Existem aspectos relevantes e limitações físicas e legais impostas ao terreno que
vão influenciar diretamente no seu projeto e podem, eventualmente, inviabilizar um
determinado plano que você tem em mente.
Escolha pela Área e Localização.
Na busca pelo terreno ideal para executar a construção, inicialmente pensa-se na localização,
na área e no preço, devendo-se tomar alguns cuidados já nessa escolha.
A área deve ser adequada ao que se deseja construir. Um lote de 350 m2, por exemplo, não se
presta para quem deseja construir, além da casa, uma piscina, uma quadra de esportes ou um
pomar com grande variedade de frutas. Deve-se ter ao menos uma idéia do que se deseja
colocar dentro do lote, fazendo-se um anteprojeto, bem simples, com tudo que se pensa incluir
e suas respectivas áreas aproximadas.
Quanto à localização, atente para os aspectos de distância do Centro, segurança, clima,
proximidade de comércio, escolas e linhas de ônibus.
Atente para as Limitações Físicas
Os aspectos físicos que podem oferecer limitações à construção são a topografia, a qualidade
do solo, eventuais encostas, proximidade de águas, etc. É recomendável que se visite a área.
“Pise” no terreno que você está adquirindo. Se possível leve consigo um engenheiro ou
arquiteto para orientá-lo.
É comum existirem no mercado terrenos baratos que parecem, a princípio, um grande negócio.
Entretanto podem significar elevados custos em fundações e contenções de arrimo, por suas
limitações físicas, transformando aquela “pechincha” num grande peso no seu orçamento.
No caso de loteamento novo, em que não foram concluídas as obras de terraplanagem e
demarcação do loteamento, faça incluir no contrato de compra e venda, além das dimensões e
posicionamento do terreno, a declividade da área a ser adquirida. Verifique, também se não
existe água nas proximidades. Os solos próximos a regiões alagadas, como rios e lagoas, são
de resistência muito baixa ou foram aterrados, resultando em problemas nas fundações da
casa a ser construída. Existe, ainda, o risco das águas subirem em épocas de grande
concentração pluviométrica.
Atente para as Limitações Legais
As limitações legais são as limitações urbanísticas, de higiene e segurança e as limitações
militares.
1
As urbanísticas são preceitos de ordem pública, normalmente exigida pela Prefeitura Municipal,
que protegem a coletividade na sua generalidade. São elas, entre outras, o arruamento, o
alinhamento, o nivelamento (gabarito) e a taxa de ocupação. Em Juiz de Fora as limitações
urbanísticas são normalizadas pela Lei do Uso e Ocupação do Solo (LEI: 6910/86).
As limitações de higiene e segurança são aquelas que visam preservar a saúde dos indivíduos.
As limitações militares se referem a áreas estratégicas de segurança nacional ou bases
militares.
Torna-se necessário, portanto, levar em consideração todos esses aspectos legais desde a
compra do terreno, pois são de caráter limitativo na hora de conceber e aprovar o projeto.
Exemplo muito comum de problema por desconsideração desses aspectos é o caso da compra
de um lote para construção de um pequeno prédio de 4 pavimentos e o gabarito permitido ser
de apenas 6 metros de altura.
Procure, portanto, um profissional para orientá-lo.
Verifique a Documentação
Verifique a documentação do terreno, como o registro no Cartório de Registro de Imóveis, que
é a comprovação de propriedade de quem está lhe vendendo, e as guias pagas do IPTU
(Imposto Predial e Territorial Urbano), para não Ter surpresas desagradáveis. Peça uma
certidão na Prefeitura Municipal para se eximir de responsabilidades.
Por fim consulte o Cartório de Registro de Imóveis para verificar se existe alguma hipoteca ou
qualquer outro impedimento pesando sobre o imóvel. Solicite também Certidões Negativas de
pessoa física ou jurídica, conforme o caso (veja na seção “Dicas” - Documentação Necessária
para Aquisição de Terrenos).
Cuidados com o Posicionamento e as Dimensões Reais
Contrate um topógrafo para verificar as dimensões do lote e o se posicionamento dentro do
loteamento. Existem muitos casos de invasões de vizinhos que representam, no futuro, ações
judiciais que vão transformar seu sonho em pesadelo.
O custo do levantamento topográfico é baixo em relação ao preço do terreno, e compensa os
possíveis aborrecimentos.
Cabe salientar que as medidas de um terreno referem-se sempre a sua projeção no plano
horizontal, quer o mesmo esteja todo em um mesmo nível ou não.
Faça o Registro do Terreno
Fechado o negócio, você é o novo proprietário do terreno, e não há nada mais a fazer senão
começar a pensar na construção... Engano. Você deve providenciar o mais rápido possível o
registro do seu imóvel no Cartório de Registro de Imóveis. Isso vai impedir que o antigo
2
proprietário, de má fé, venda-o novamente para outra pessoa. Somente é dono quem tem o
registro do imóvel em seu nome
Economia
Da escolha do terreno à execução da obra, a construção deve ter um planejamento e uma
organização adequados, de forma a otimizar os seus custos. Cada etapa requer cuidados
específicos, como abaixo tentamos resumir.
Na escolha do terreno
Escolha, de preferência, um terreno plano, pois isso representará muita economia com
obras de terra, fundações e estruturas de concreto, além de reduzir a zero os custos
com contenções de arrimo;
A avaliação da resistência do solo também é muito importante. Para isso contrate uma
empresa de sondagem. Caso o resultado apresente um solo de boa resistência
superficial, e sendo a casa a construir de apenas um pavimento, será possível utilizar
uma fundação tipo baldrame corrido, que consome menos ferragem e utiliza um
concreto mais barato;
Não se precipite em fazer obras de terra como terraplanagens e cortes antes dos
projetos de arquitetura e estrutural estarem prontos e sem a orientação de um
engenheiro, pois você poderá perder dinheiro com serviços desnecessários. O arquiteto
poderá tirar proveito da topografia e dos acidentes naturais do terreno fazendo um
projeto adequado para ele, economizando com redução das obras de terra;
No projeto
É altamente recomendável investir na contratação de um arquiteto ou um engenheiro
civil, de forma a se ter um projeto bem elaborado. Os erros durante a execução que
podem ocorrer pela ausência de projetos representam custos muitas vezes bastante
elevados. Informe também a este profissional o quanto você pretende gastar com a
construção;
Converse com o seu arquiteto o mais francamente possível, fornecendo-lhe todos os
detalhes da sua vida diária, seus hábitos e de seus familiares, de maneira que o projeto
arquitetônico seja bem adaptado ao seu estilo de vida. Projetar cômodos especiais,
como adegas e salas de jogos, somente são viáveis economicamente se foram usados;
de outra forma somente trarão encarecimento à construção;
Revisar o projeto e esclarecer todas as dúvidas até o fim é um bom procedimento. É
muito mais fácil e barato solucionar erros e pedir mudanças na fase do projeto do que
derrubar paredes durante a obra;
3
Não pense que casas térreas são mais baratas que casas com dois ou três pavimentos
pois utilizam fundações menores e estruturas de concreto mais simples. Realmente
existe economia neste item, entretanto, analisando-se dois projetos de mesma área
construída, uma casa de um pavimento e outra de dois, a área de telhado na primeira
será o dobro da segunda casa, e o custo do m2 de telhado é um dos mais caros na
construção. Além disso, a quantidade de sapatas pode dobrar.
Evite recortes no telhado, pois isso representa elevação de custos de material e mão de
obra;
Procure concentrar banheiros e cozinha numa mesma área pois isso permite otimizar o
uso da tubulação hidráulica necessária;
Um projeto cheio de recortes encarece a estrutura, dificulta a execução dos serviços,
requer mais material e representa mais área de revestimento e pintura;
Esquadrias são elementos caros na construção. Utilize com parcimônia portas e janelas
ao projetar sua casa. Às vezes você pode utilizar apenas uma abertura em vez projetar
uma porta. Ou elementos vazados em vez de janelas.
No Planejamento
Planeje o início da obra, se possível, para o final do período das chuvas. Executar
fundações e serviços externos em períodos chuvosos prejudica sobremaneira o
andamento dos trabalhos, encarecendo a mão de obra.
Depois que o projeto estiver completamente definido, é necessário um planejamento da
obra. Elaborada em conjunto com o profissional responsável pela obra, uma planilha
pode registrar a ordem de execução dos serviços, duração e custo de cada fase da
obra, evitando-se gastos com mão-de-obra e/ou materiais não necessários no
momento;
Fluxo de caixa deve ser controlado para não correr o risco de parar a obra por falta de
dinheiro (obra “de igreja”, demorada, é sempre mais cara). Anotar na planilha todos os
gastos e sempre guardar recibos e notas fiscais, pois eles serão úteis para declaração
do Imposto de Renda e para enfrentar eventuais problemas legais;
Mesmo que os materiais de acabamento ainda não tenham sido escolhidos, devem ser
anotadas na planilha especificações dadas por quem fez o projeto, como tamanho,
espessura, tonalidade, classe de abrasão e nível de absorção de água das cerâmicas, o
mesmo valendo para outros itens, como madeira e carpete, poupando tempo na hora
de pesquisar e comprar.
Na contratação de mão-de-obra
4
Dar preferência a profissionais conhecidos ou indicados por amigos ou parentes; se
possível, é bom ver um trabalho pronto;
Os operários podem ser escolhidos por você ou pelo seu arquiteto ou engenheiro.
Tendo mais de uma equipe confiável você deve pedir o orçamento de ambas para
decidir. Em todo caso não se esqueça que a supervisão do engenheiro civil ou do
arquiteto é indispensável para a qualidade da obra e para evitar aborrecimentos e
custos;
Determinar uma forma de pagamento baseada na produção, estabelecendo assim que
o pagamento da mão-de-obra ficará condicionado ao cumprimento de determinadas
etapas e prazos.
Na compra de materiais
Fazer cotações de materiais pedindo orçamentos em diversas casa de materiais de
construção. Pesquisar também em lojas de materiais de demolição e cemitérios de
azulejos. Neles é possível encontrar muita coisa em bom estado e por um bom preço.
Mas preste atenção para não ser enganado; em algumas casas de material de
demolição costumam cobrar mais caro que mercadoria nova;
Fazer a pesquisa levando em conta os parâmetros estabelecidos pelo profissional que
elaborou o projeto, tentando achar a melhor relação entre qualidade e preço (não
esquecendo que, além do custo de construção, há também um de manutenção, ou seja,
materiais de baixa qualidade só são economia a curto prazo, e em pouco tempo a obra
começará a apresentar problemas);
Às vezes, é possível fechar um pacote para a compra de uma grande quantidade de
materiais numa única loja e, assim, negociar um desconto ou o pagamento a prazo. A
pechincha é regra básica. Às vezes é possível fazer combinando com vizinhos que
estejam construindo perto de você, e fazendo pedidos maiores;
Se optar por comprar materiais de acabamento com antecedência não deixe de
considerar uma margem de aproximadamente 10% de sobras para cobrir quebras e
consertos futuros.
Na estocagem de materiais
Observar o prazo de validade de materiais como o cimento. Não deve ser armazenada
muita quantidade nem com muita antecedência (a planilha ajuda essa programação);
O material deve estar protegido da chuva, vento e outras intempéries. A madeira e o
cimento, por exemplo, devem estar cobertos e protegidos de umidade, em local
ventilado. Evite deixar materiais em caixas de papelão ao relento.
5
Na execução da obra
Exija organização no canteiro de obras. Bagunça, entulhos em demasia, ferramentas e
materiais espalhados, tábuas com pregos, etc. são sinônimos de desperdícios,
acidentes e custos.
A execução da obra deve ser acompanhada diariamente pelo engenheiro ou arquiteto
contratado para esse fim. Qualquer erro na execução dos serviços pode resultar em ter
que demolir e construir novamente;
O projeto deve ser seguido à risca. Qualquer alteração deverá ser comunicada ao
engenheiro da obra, que verificará as implicações em outros elementos do projeto. Por
exemplo, o deslocamento de um tubo pode ocasionar a sua passagem por uma viga,
ocorrência não prevista no projeto estrutural
Documentação
Ao pretender adquirir um terreno, deve-se exigir a certidão de propriedade do imóvel,
atualizada, para saber se a situação está regular. Nesse documento, requerido no Cartório de
Registro de Imóvel, levanta-se o histórico do terreno ao longo dos anos (se foi vendido,
arrendado ou hipotecado). Já do proprietário e de seu cônjuge, se for o caso, é importante
solicitar certidões de ações dos distribuidores cíveis, protesto, execuções fiscais e de ações
federais. Tudo isso pode ser obtido no fórum ou, dependendo da região, no cartório local.
Esses documentos indicam se há ações contra o proprietário que possam comprometer o bem
a ser vendido ou que envolvam o imóvel.
Se o vendedor for pessoa jurídica, deve-se ainda requerer a Certidão Negativa de Débitos
(CND) do INSS. O carnê do IPTU, no qual constam as metragens do terreno e seu valor venal,
entre outros dados, também precisa ser exigido. Para se certificar de que não há nenhum
débito pendente, o comprador pode também pedir à prefeitura a Certidão Negativa de Débitos
Municipais, que mostra se existem outras taxas devidas ao município, referentes ao terreno.
Por fim, se o proprietário constar como solteiro na certidão de propriedade deve-se verificar se
casou. Nesse caso, além das certidões em nome de seu cônjuge, há necessidade de se fazer
averbação do casamento perante o Cartório de Registro de Imóveis, exibindo-se a respectiva
certidão. Mesmo que o proprietário declare continuar solteiro, vale à pena averiguar se ele
mantém uma situação de concubinato. Nesse caso, o companheiro também precisa concordar
com a venda.
Aspectos legais
A construção de uma edificação exige que sejam considerados e atendidos diversos aspectos,
principalmente os de caráter legal, que têm início já na escolha do lote.
6
A legislação é muito ampla, e varia de um local para outro, motivo pelo qual se recomenda,
para todos os casos, a contratação de um profissional (arquiteto ou engenheiro). Entretanto, é
bom saber o que ela envolve.
A primeira questão refere-se às cláusulas contratuais do loteamento, que procuram uniformizar
o bairro e, muitas vezes, são até mais severas que o Código de Edificações do município. Elas
podem definir, por exemplo, o número de pavimentos, a taxa de ocupação (percentual, em
relação à área total do terreno, ocupada pela projeção da construção sobre o terreno), o
coeficiente de aproveitamento (índice que estabelece a relação entre o total de área construída
e a área do terreno) e a adoção de recuos maiores que os previstos em lei.
Se o lote pretendido está no litoral, em região de mananciais (junto às represas ou bacias
hidrográficas) ou em área de floresta nativa, as exigências legais se multiplicam. No caso do
litoral, muitas faixas de terra são bens permanentes da Marinha Brasileira; paga-se o preço de
mercado do lote, mais uma taxa à Marinha para ocupá-lo e ainda é preciso cumprir as
exigências para sua ocupação. Geralmente, não se constrói ao longo de uma faixa de 30m,
contados a partir da maré alta; nela, só são permitidos equipamentos de lazer e jardins, desde
que não comprometam a paisagem.
Em área de proteção aos mananciais, o problema está mais na taxa de ocupação e no
coeficiente de aproveitamento, visando prejudicar o menos possível a vegetação nativa.
Árvores centenárias não podem ser derrubadas; muitas vezes, elas são identificadas pelo
diâmetro do seu tronco, e precisam estar indicadas no levantamento planialtimétrico.
No caso das matas naturais, por maior que seja o terreno, a taxa de ocupação e o coeficiente
de aproveitamento serão bastante pequenos, para que a construção da edificação não
caracterize um desmatamento. Ao visitar o loteamento, deve-se verificar se o mesmo está em
região protegida por lei especial.
Principalmente em cidades grandes, não é incomum estar tramitando, nas esferas municipal,
estadual ou mesmo federal, projetos que impliquem, futuramente, na desapropriação parcial ou
total de áreas - e, conseqüentemente, na sua desvalorização, pois esse procedimento não
respeita os valores de mercado.
Ao pensar em comprar um terreno urbano, é necessário conferir se há, no bairro, algum projeto
de porte, como uma alça viária, a duplicação de uma avenida, a construção de prédio público
ou até a urbanização de uma praça, o que poderá levar parte do lote.
O profissional pode identificar a classificação do lote quanto à sua localização, o que a
legislação de zoneamento permite construir e se há projetos para alteração do uso do solo nas
imediações.
7
Uma vez resolvidos os prováveis problemas que envolvem a compra, é preciso definir o
profissional responsável pelo projeto. O custo do projeto é pessoal, embora o Instituto de
Arquitetos do Brasil (IAB) possua uma tabela de honorários que serve de parâmetro para os
profissionais. A escolha de um profissional que já atue na cidade é uma boa alternativa, tendo
em vista que ele, com certeza, já devem estar cadastrado junto à respectiva prefeitura.
Os procedimentos legais e burocráticos junto à prefeitura devem ser cumpridos pelo arquiteto
ou pelo proprietário, ou por terceiros, com a devida procuração legal. Os documentos exigidos
normalmente são:
O título de propriedade do imóvel, devidamente registrado (escritura);
Cópia das folhas 1 e 2 da notificação/recibo do IPTU;
Memorial descritivo, especificando os materiais a serem utilizados, em duas vias
(assinadas pelo autor do projeto e pelo proprietário);
Peças gráficas (plantas, implantação, cortes, fachada principal, tabela de iluminação e
ventilação com carimbo próprio da prefeitura, assinadas pelo autor do projeto, pelo
responsável pela obra e pelo proprietário);
Levantamento planialtimétrico em duas vias (elaborado por profissional habilitado ou
pelo próprio arquiteto);
Vias da taxa recolhida para o CREA, com base no valor cobrado pelo arquiteto e na
metragem quadrada, sem a qual a prefeitura não libera o Alvará de Construção;
Cópia do recibo atualizado dos profissionais envolvidos e cadastrado na prefeitura;
Cópia da carteira do CREA dos profissionais;
Comprovante de pagamento das taxas e emolumentos exigidos pela prefeitura (que
variam de cidade para cidade) referentes ao andamento do processo a ser instaurado.
Caso o setor municipal responsável pela liberação do Alvará de Construção encontre alguma
irregularidade, emitirá um Comunique-se, ou seja, um comunicado oficial do problema
encontrado e um prazo para que este seja sanado; deve-se ficar atento aos prazos do
Comunique-se, para que as pendências sejam resolvidas em tempo hábil.
As prefeituras, via de regra, exigem que o canteiro construído na obra seja cercado por
tapumes, dão um prazo para seu cumprimento e cobram uma taxa para sua execução
(embutida nos comprovantes exigidos antes da aprovação do projeto).
Todos os profissionais que trabalharão na obra (à exceção dos autônomos) precisam ser
registrados de acordo com as normas no Ministério do Trabalho, pagando a Guia de
8
Recolhimento da Previdência Social. Em um quadro de avisos, em local visível, estarão os
nomes dos empregados, horários de entrada e saída e horário de funcionamento da obra.
Na obra ficará uma cópia da planta aprovada e o Alvará de Construção. De acordo com a
legislação, deve haver um banheiro, mesmo que os empregados não durmam no alojamento. A
obra ainda deverá ter ligação de água e luz e a placa do autor do projeto e do responsável
técnico em lugar visível: se um fiscal do CREA não a localizar, pode multar o profissional com
base em lei federal. Dependendo da situação do terreno, são estipulados horários para carga e
descarga, da entrega do material de construção aos bota-foras de terra. A legislação é
específica demais, mas os horários usados visam evitar que a construção incomode a
vizinhança.
A fiscalização de obras, na verdade, não existe para aterrorizar os proprietários, mas para
impedir que a legislação seja ferida. Quando algum tipo de irregularidade é encontrado - a
construção não confere com a planta aprovada, foram feitas alterações no projeto original, há
desrespeito às leis trabalhistas -, o fiscal deve emitir uma Notificação ao proprietário ou
profissional responsável pela obra. A exemplo do Comunique-se, a Notificação não é uma
penalidade em si, mas um documento legal, com prazo para que o proprietário ou o profissional
apresente a solução do problema. Quando a irregularidade é muito grave, pondo em risco a
integridade física dos pedestres ou casas vizinhas ou sendo obra clandestina, o fiscal tem
poderes para embargar (paralisar) a obra.
Uma vez embargada, é dado um prazo para regularizar (ou justificar) a irregularidade que
gerou o embargo, pagando uma taxa correspondente às adotadas na religação de água ou luz
quando interrompidas por falta de pagamento.
Concluída a obra, visitada os guichês que comandam os aspectos legais da construção e
cumpridas todas as obrigações técnicas e legais, é emitido o mais almejado dos documentos
para quem constrói: o Habite-se. Sem ele, não é possível ocupar o imóvel; com ele, acaba a
interferência municipal sobre a construção.
Limites
Não são raros os problemas de demarcação de divisas entre terras, desde pequenos lotes
retangulares até grandes propriedades rurais, e que normalmente acabam resultando em
ações judiciais.
Ao adquirir uma porção de terra a primeira atitude dos vizinhos é conhecer as divisas de suas
propriedades, e, não as achando claras e devidamente assinaladas no terreno, ocorre-lhes
fazer a demarcação de seus verdadeiros domínios. Surge, daí, a primeira obrigação de
vizinhança: a demarcação dos prédios confrontantes.
O Código Civil assim dispõe sobre a demarcação de terras ou prédios:
9
Art. 569 - Todo proprietário pode obrigar seu confinante a proceder com ele à demarcação
entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar os marcos destruídos ou
arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas.
Art. 570 - No caso de confusão, os limites, em falta de outro meio, se determinarão de
conformidade com a posse; e, não se achando ela provada, o terreno contestado se repartirá
proporcionalmente entre os prédios ou, não sendo possível a divisão cômoda, se adjudicará a
um deles, mediante indenização ao proprietário prejudicado.
Art. 571 - Do intervalo, muro, vala, cerca, ou qualquer outra obra divisória ente dois prédios têm
direito a usar um comum os proprietários confinantes, presumindo-se, até prova em contrário,
pertencer a ambos.
Observa-se nestes dispositivos que a lei civil reconhece aos proprietários o direito de delimitar
seus prédios, fixando-lhes as divisas em conformidade com os títulos de domínio. Entenda-se,
pois, que esse direito de demarcar é atribuído a todo proprietário, ou seja, a qualquer
proprietário, seja ele detentor da propriedade plena, da propriedade limitada ou resolúvel, ou da
nua-propriedade.
Para o exercício desse direito, o essencial é que os limites entre as propriedades estejam
confundidos por nunca terem sido fixados ou por já haverem desaparecido. No primeiro caso
estabelecem-se as divisas. No segundo, aviventam-se os rumos antigos. O estabelecimento
dos limites ou a renovação dos marcos são feitos por meio de ação demarcatória, prevista e
regulada pelos ARTS. 946 a 981 do Código de Processo civil, sendo esta ação imprescritível,
isto é, subsiste enquanto subsistir o direito de propriedade sobre os prédios demarcados.
Manda o Código Civil (art. 570) que, na falta de outro meio, em caso de confusão de limites, se
partam proporcionalmente as terras contestadas, entre os demandantes, segundo a posse. A
falta de outro meio refere-se à inexistência de títulos de propriedades que estabeleçam o
posicionamento claro da divisa. É procedimento comum essa divisão ser efetuada ao meio,
tendo em vista a dificuldade de estabelecer-se uma proporcionalidade principalmente em
divisas que não sejam em linha reta. Se não for possível a divisão justa da área, adjudica-se a
um dos confrontantes e indeniza-se o outro da metade do valor.
A última regra enunciada para a demarcação é a de que o intervalo entre os prédios
confinantes bem como os tapumes divisórios presumem-se comuns aos vizinhos e por eles
podem ser utilizados conjuntamente.
Aprovação
Após a elaboração dos projetos pelos profissionais competentes passaremos à parte
burocrática do processo de aprovação. Este procedimento evitará problemas com fiscalização
e multas indesejáveis.
10
1º PASSO
De posse dos projetos e das ART preenchidas e quitadas no banco, é necessário a
apresentação de ambos ao CREA.
2º PASSO
É necessário também que se faça a matricula da obra no INSS. Adquirindo nas papelarias o
formulário, preencha-o e leve até o INSS.
3º PASSO
Isso feito se junta a 3 cópias dos projetos, carimbados pelo CREA, 1 cópia da matricula do
INSS, 1 cópia da escritura e apresente-os ao Setor de Protocolo da Prefeitura.
4º PASSO
Após quinze dias úteis o projeto deverá ser liberado pela Prefeitura juntamente com o
"ALVARÁ DE CONSTRUÇÃO". A validade do alvará é de 2 anos e o prazo para inicio da obra
é de 6 meses.
5º PASSO
Após concluir a obra, solicite na Prefeitura a "CTO" (Certificado de Término de Obra). A seguir
a "QUITAÇÃO NO INSS" e posteriormente o "HABITE-SE" na Prefeitura.
Projeto
De posse do terreno, e legalmente registrado, é hora de pensar no projeto. É hora de por no
papel os seus planos, mas ... Por onde começar? Será econômico gastar dinheiro com
Arquitetos e Engenheiros, se é tão fácil traçar as paredes num papel e dar para um empreiteiro
construir?
Nem pense nisso! Como diz a sabedoria popular “o barato sai caro”, e em construção esse
ditado se aplica literalmente. Fazer economia no projeto é a maior ingenuidade que você
poderia cometer.
O preço do projeto representa, aproximadamente, 5% do custo total da obra. Construir sem
projeto pode significar ter que demolir e reconstruir algumas partes da casa ou refazer alguns
serviços podendo chegar a prejuízos de cifras totalmente imprevisíveis, além da perda da
qualidade da sua construção.
Resultado: custos altos, tempo perdido, aborrecimentos etc.
O Projeto de Arquitetura
Quando se fala no projeto da casa ou do prédio, na verdade está-se falando num conjunto de
projetos que incluem os Projetos Arquitetônico, Estrutural, Elétrico, Hidrosanitário, de Telefonia,
11
de Ar condicionado, e outros que devam complementar esse conjunto em função do que se
deseja construir.
Nos casos comuns de residências e pequenas construções residenciais e comerciais os cinco
primeiros projetos, acima relacionados, atendem perfeitamente.
O primeiro projeto, que vai servir de base para a feitura dos demais, é o Projeto Arquitetônico.
Normalmente elaborado por um arquiteto, o Projeto de Arquitetura é a materialização de uma
idéia, aliada a aspectos técnicos tais como funcionalidade, conforto, estética, salubridade e
segurança, além de outros aspectos legais. É a interface entre a idéia e a realidade do que se
deseja construir.
Nele estão representados os cômodos com suas divisões, dimensões e áreas, as peças
sanitárias dos banheiros e áreas de serviço, a disposição do mobiliário, tudo isso em planta
(horizontal) e em cortes (vertical). Incluem-se também nesse projeto a locação do terreno, o
detalhamento do telhado e as fachadas.
O Projeto Arquitetônico deve ser aprovado no órgão competente da Prefeitura Municipal,
podendo o custo dessa aprovação estar ou não incluído nos serviços do arquiteto, devendo ser
combinado antes.
Projetos Complementares
Aprovado o Projeto de Arquitetura passa-se à feitura dos demais projetos complementares, que
devem ser elaborados por engenheiros civis e eletricistas. Estes deverão, ainda, atender
rigorosamente ao Projeto Arquitetônico em todos os seus detalhes e especificações.
O Projeto Estrutural, também chamado de Cálculo Estrutural é o dimensionamento das
estruturas, geralmente de concreto armado, que vão sustentar a edificação, transmitindo as
suas cargas ao terreno. Elaborado por um engenheiro civil, esse projeto é de fundamental
importância, pois é o responsável pela segurança do prédio contra rachaduras (trincas) e
desabamentos. Uma estrutura com lajes, vigas, pilares e fundações super dimensionados
representa custos altos e não significa obrigatoriamente segurança. É preciso que haja um
perfeito equilíbrio entre o concreto e o aço dentro dos elementos estruturais para que as peças
sejam consideradas seguras e, conseqüentemente, toda a obra. Uma estrutural mal
dimensionada pode, até, não cair, mas trazer problemas como trincas que são, na maioria das
vezes, de solução muito difícil e cara.
Para elaboração do Projeto Estrutural será necessário, além do Projeto Arquitetônico, o Laudo
de Sondagem. Esse documento, detalhadamente confeccionado por empresas especialistas
em sondagens, apresenta o perfil do solo abaixo do nível zero, ou seja, com todos os tipos de
camadas de solos e suas respectivas resistências à compressão. Este laudo é necessário para
o dimensionamento adequado das fundações. Sem ele o engenheiro projetista de estruturas
12
deverá prever, por medida de segurança, resistências do solo inferiores, aumentando
conseqüentemente as bases das fundações. Em construções de mais de dois pavimentos o
Laudo de Sondagem é indispensável.
O Projeto de Instalações Elétricas deve ser elaborado por um engenheiro eletricista e vem a
ser o dimensionamento das cargas elétricas, fios, eletrodutos, disjuntores e vários outros
elementos com seus respectivos detalhamentos. É um projeto muito importante, pois uma
instalação mal dimensionada e mal executada, apesar do emprego de material de 1ª qualidade,
pode acabar gerando grandes despesas futuras e até acidentes de grandes proporções como
incêndios.
O Projeto de Instalações Hidrosanitárias pode ser feito por um engenheiro civil ou por um
arquiteto e é o responsável pelo bom dimensionamento das tubulações de águas e esgotos
sanitários e pluviais. Promove economia, conforto e higiene. Casos comuns de pouca pressão
de água em chuveiros e mal cheiro em ralos são oriundos da falta de um bom Projeto
Hidrosanitário.
A construção
Quem contratar?
Importantíssima é a decisão de quem contratar para executar a obra.
Existem muitas opções de profissionais para você entregar a responsabilidade de construir a
sua casa: construtoras, empreiteiras, engenheiros civis, arquitetos, mestres de obras, e até
mesmo profissionais de construção como pedreiros experientes. Independentemente do
profissional uma coisa deve ser lembrada ao se tomar a decisão: a construção que você vai
iniciar será o maior ou um dos maiores bens que integrarão o seu patrimônio, sendo, portanto
incabível o descuido com a sua qualidade.
Na compra de um eletrodoméstico, por exemplo, é preciso atentar para o fabricante, que, por
sua experiência e tradição, garante a marca do produto. Quando se trata de uma marca
desconhecida, procuramos alguém que já o tenha utilizado e que possa atestar por sua
qualidade, rendimento e durabilidade. Se por acaso nos aventuramos num produto mais
barato, sem qualquer referência, estamos sujeitos a adquirir um grande “abacaxi”, que, além de
não funcionar adequadamente resultará em custos altos em consertos e manutenção.
Da mesma forma é recomendável ter referências sobre o construtor que vai executar o seu
empreendimento. Procure optar por uma empresa de engenharia, uma construtora ou
empreiteira de construção. Isso lhe dará maiores garantias pela personalidade jurídica do
contratado e tranqüilidade quanto aos aspectos legais dos operários que trabalharão na obra.
Caso opte por fazer apenas com mestres de obras ou pedreiros, contrate a assistência técnica
de um engenheiro ou arquiteto, que lhe garanta a qualidade do que vai ser construído. Nesse
13
caso você terá a seu encargo a compra dos materiais para atender o andamento da obra, se
isso, obviamente não for incluído no contrato com o esse profissional. Entre outras pequenas
obrigações legais estará sob sua responsabilidade o pagamento dos operários e do seu INSS.
Existe também a possibilidade de acertar as constas com o INSS no final da obra.
Tipo de Lastros
Denomina-se lastro a camada de concreto “magro” (sem armadura) que se emprega sobre o
terreno, normalmente no subsolo ou primeiro pavimento das edificações, preenchendo os
espaços entre as cintas ou os baldrames. É muito utilizado na prática porque promove uma
economia à obra uma vez que, nos casos comuns, não há a necessidade de utilização de
armaduras, como nas lajes, pois descarregam seus esforços diretamente sobre o solo.
Em alguns projetos estruturais, porém, não é apresentado a espessura ou o tipo de lastro a ser
utilizado, ficando a cargo do executor o seu dimensionamento.
A espessura e o tipo do lastro dependem dos valores das sobrecargas a que estarão sujeitos,
de maneira que se submetidos a cargas grandes, como aglomerações de pessoas e
movimentos de empilhadeiras ou veículos pesados, o lastro deve ser de concreto armado
apoiado diretamente sobre o terreno ou sobre estacas, devendo ser consultado o calculista
nesse caso.
Nos casos mais comuns, recomenda-se que a espessura mínima dos lastros deva ser:
a) Residências, quintais, instalações rurais e calçadas 7cm
b) Salas com concentração de pessoas ou mercadorias, como lojas, depósitos,
restaurantes, escolas, bibliotecas 10 cm
c) Garagens, oficinas, passagens de carros 12 a 15 cm
Umidade do solo
Muitas vezes negligenciada durante a construção, a impermeabilização dos baldrames ou
cintas é extremamente importante, de maneira a proteger a alvenaria contra a umidade
ascendente por capilaridade proveniente do solo. A água do solo atinge o baldrame e sobe
pela alvenaria, atingindo-a até a altura de 1 metro. Quanto mais próxima esteja a cinta ou
baldrame dos terrenos úmidos, a alvenaria torna-se mais susceptível ao ataque da água.
Essa patologia manifesta-se com a destruição do revestimento e da pintura da parede,
surgindo empolamentos que se decompõem com leve pressão das mãos.
Um dos procedimentos profilático que garante a integridade da alvenaria e seu revestimento
compreende na aplicação de uma camada de tinta betuminosa na superfície do baldrame,
descendo pelas suas laterais em aproximadamente 15 cm, de forma a criar uma barreira à
água proveniente do solo.
14
Antes de iniciar a alvenaria, deve-se verificar se não existem falhas na impermeabilização,
provocadas principalmente pelo transporte de materiais e passagem de pessoas, queda de
ferramentas, tijolos, etc. ou passagem de tubulações.
Recomenda-se ainda a utilização de argamassa de cimento e areia 1:4, com aditivo
impermeabilizante, no assentamento das 4 primeiras fiadas das alvejarias das paredes
externas.
Água para massa
Em obras de pequeno porte, principalmente residências onde não existe a presença de um
engenheiro, costuma-se exagerar na quantidade de água de amassamento, ou seja, a água
usada no preparo do concreto e que lhe confere plasticidade. O uso indiscriminado desse
componente do concreto pode provocar reduções significativas na sua resistência e
impermeabilidade. De nada adiante um projeto estrutural bem elaborado se o concreto não
obtiver a resistência prevista.
A água é um elemento indispensável ao concreto visto que o cimento, quando hidratado,
provoca uma reação exotérmica (emite calor) que resulta no seu endurecimento. Entretanto
quando existe na massa do concreto mais água do que o cimento necessita para endurecer,
este excesso não é absorvido na reação e “sobra” água no concreto, na forma de bolhas
minúsculas. Essas bolhas vão acabar se transformando em vazios e canalículos, depois da
perda da água por evaporação, que são os responsáveis pela redução de resistência e
impermeabilidade do concreto.
Por isso é preciso cuidado com a água no concreto, devendo ser respeitada a quantidade
estabelecida no projeto para o traço que se deseja utilizar e conseqüentemente para a
resistência que se deseja obter.
Caso você não seja um engenheiro ou um técnico conhecedor do assunto, não altere a
quantidade sem consultar um profissional.
Concreto
Normalmente ignorado em diversas obras, inclusive grandes empreendimentos executados por
construtoras de renome, o cobrimento do concreto é um elemento de grande responsabilidade
pela saúde das estruturas de concreto armado. O descuido rotineiro com esse item de extrema
importância tem resultado ultimamente em diversas obras de recuperação estrutural que,
quase sempre, envolvem altas somas em dinheiro.
O concreto, se bem executado, tem por natureza, como uma de suas vantagens protegerem as
armaduras da corrosão. Essa proteção baseia-se no impedimento da formação de células
eletroquímicas, através da proteção física e proteção química.
15
Um bom cobrimento das armaduras, com concreto de alta compacidade, sem ninhos e com um
perfeito equilíbrio entre seus elementos e homogeneidade garante, por impermeabilidade, a
proteção do aço ao ataque de agentes agressivos externos. Esses agentes podem estar
contidos na atmosfera, em águas residuais, águas do mar, águas industriais, dejetos orgânicos,
etc.
Outra função do cobrimento é a proteção química das armaduras. Em ambiente altamente
alcalino, é formada uma capa ou película protetora de caráter passivo na superfície do aço. O
cobrimento protege essa capa protetora contra danos mecânicos e, ao mesmo tempo mantém
a sua estabilidade.
Recomenda-se, por isso, que o engenheiro projetista especifique adequadamente o cobrimento
do concreto armado para o tipo de utilização da estrutura, em concordância com norma
brasileira vigente, e que este seja respeitado durante a execução.
Dosagem
Princípios Básicos do Concreto Dosado em Central
1. Concreto Dosado em Central: Benefícios da Opção
Na hora de se construir surge uma grande dúvida: devo utilizar o concreto dosado em central
ou "virar" esse concreto na própria obra?
Optar pelo concreto dosado em central proporciona diversas vantagens que são facilmente
observadas, entre as quais destacamos:
Eliminação das perdas de areia, brita e cimento. Racionalização do número de
operários da obra, com conseqüente diminuição dos encargos sociais e trabalhistas.
Maior agilidade e produtividade da equipe de trabalho. Garantia da qualidade do
concreto graças ao rígido controle adotado pelas centrais dosadoras. Redução no
controle de suprimentos, materiais e equipamentos, bem como eliminação das áreas de
estoque, com melhor aproveitamento do canteiro de obras. Redução do custo total da
obra.
2. Preparação e Cuidados para o Recebimento do Concreto
Na obra, o trajeto a ser percorrido pelo caminhão betoneira até o ponto de descarga do
concreto deve estar limpo e ser realizado em terreno firme, evitando, assim, o atolamento e as
manobras difíceis que podem atrasar a concretagem em andamento.
A circulação dos caminhões deve ser facilitada, de modo que o caminhão seguinte não impeça
a saída do caminhão vazio.
A descarga do concreto deve ocorrer no menor prazo possível; quando for lançado por meio de
bombeamento ou quando grande número de caminhões estiver circulando, deve-se prever um
16
local próximo a concretagem para que os caminhões possam aguardar o momento do
descarregamento.
Deve-se verificar se a obra dispõe de vibradores suficientes, se os acessos e os equipamentos
para o transporte de concreto estão em bom estado - guinchos, carrinhos etc. - e se a equipe
operacional está dimensionada para o volume e o prazo de concretagem previsto.
3. Fôrmas, Armaduras e Escoramento
Antes de solicitar o concreto, confira as medidas e a posição das formas, verificando se suas
dimensões estão dentro das tolerâncias previstas no projeto. Certifique-se de que estão limpas
e de que suas juntas estejam vedadas para evitar a fuga da pasta. As formas e o travamento
deverão apresentar rigidez suficiente para resistir a esforços que ocorrem durante o processo
de concretagem.
Quanto às formas absorventes, é preciso molhá-las até a saturação antes de aplicar o
concreto.
Quando necessitar de desmoldantes, estes devem ser de qualidade tal, que não sejam
prejudiciais ao concreto e devem ser aplicados antes da colocação da armadura.
As armaduras devem estar posicionadas de acordo com as especificações do projeto,
obedecendo à linearidade e distância entre barras, com espaçadores que garantam os
cobrimentos mínimos estabelecidos e ainda garantir que, mesmo em locais de grande
concentração, sejam envolvidas pelo concreto.
O escoramento deve ser dimensionado de forma a suportar o peso das formas, ferragens e do
concreto a ser aplicado, bem como das cargas que venham a ocorrer durante a concretagem -
movimentação de pessoal, transporte do concreto etc. - e ainda impedir deformações que
venham a alterar as dimensões da peça recém concretada.
4. Aditivos para o Concreto
Os aditivos para o concreto permitem melhorar o seu desempenho.
O aditivo plastificante torna o concreto mais trabalhável, facilitando seu adensamento, sendo
aconselhável sua utilização em peças esbeltas de difícil concretagem. Proporciona ainda
melhor acabamento na superfície concretado.
O aditivo retardador permite aumentar o período de manuseio do concreto, retardando o seu
endurecimento e possibilitando seu fornecimento em locais distantes da central dosadora, ou
em concretagens demoradas.
Pode-se ainda utilizar um aditivo plastificante e retardador, combinando as duas características
descritas acima.
17
O aditivo impermeabilizante é indicado para caixas d'água, lajes impermeabilizadas, locais com
infiltrações etc., melhorando a proteção contra a passagem de água.
5. Pedido e Programação do Concreto
Para solicitar os serviços de uma central dosadora de concreto deve-se ter em mãos todos os
dados necessários, tais como:
Indicações precisas da localização da obra. O volume calculado medindo-se as formas.
A resistência característica do concreto à compressão (fck) que consta do projeto
estrutural, ou seu consumo de cimento - quantidade de cimento por m³ de concreto,
quando necessário. O tamanho do agregado graúdo a ser utilizado, pedras 1ou 2, em
função das dimensões da peça e distância entre armaduras. O abatimento (slump test)
adequado ao tipo de peça a ser concretada.
A programação deve incluir também o volume por caminhão a ser entregue, bem como o
intervalo de entrega entre caminhões, dimensionado em função da capacidade de aplicação do
concreto, pela equipe da obra.
A programação deve ser feita com antecedência, de modo a evitar atrasos, especificando
horário de início da concretagem e intervalo de fornecimento.
6. Recebimento do Concreto
Com a chegada do caminhão na obra, antes do descarregamento, deve-se verificar todas as
características especificadas no pedido e conseqüentemente no documento de entrega do
concreto, que deve conter informações como:
Volume do concreto; abatimento (slump test); resistência característica do concreto à
compressão (fck) ou o consumo de cimento; aditivo, quando utilizado.
Antes da descarga do caminhão deve-se avaliar se a quantidade de água existente no concreto
está compatível com as especificações, não havendo falta ou excesso de água. A falta de água
dificulta a aplicação do concreto, criando "nichos" de concretagem, e o excesso de água,
embora facilite sua aplicação, diminui consideravelmente sua resistência. Esta avaliação é feita
por meio de um ensaio simples, denominado ensaio de abatimento do concreto (slump test).
As regras para a reposição de água perdida por evaporação são especificadas pela norma
técnica brasileira NBR 7212-Execução de concreto dosado em central-Procedimento. De uma
forma geral, a adição de água permitida não deve ultrapassar a medida do abatimento
solicitada pela obra e especificada no documento de entrega do concreto.
7. Ensaio de Abatimento (Slump Test)
18
A simplicidade do ensaio de abatimento (slump test) o consagrou como o principal controle de
recebimento do concreto na obra e, para que ele cumpra este importante papel, é preciso
executá-lo corretamente, como a seguir:
colete a amostra de concreto depois de descarregar 0,5 m³ de concreto do caminhão e em
volume aproximado de 30 litros; coloque o cone sobre a placa metálica bem nivelada e apóie
seus pés sobre as abas inferiores do cone; preencha o cone em 3 camadas iguais e aplique 25
golpes uniformemente distribuídos em cada camada; adense a camada junto à base, de forma
que a haste de socamento penetre em toda a espessura. No adensamento-das camadas
restantes, a haste deve penetrar até ser atingida a camada inferior adjacente; após a
compactação da última camada, retire o excesso de concreto e alise a superfície com uma
régua metálica; retire o cone içando-o com cuidado na direção vertical; coloque a haste sobre o
cone invertido e meça a distância entre a parte inferior da haste e o ponto médio do concreto,
expressando o resultado em milímetros.
8. Amostragem do Concreto
Depois do concreto ser aceito por meio do ensaio de abatimento (slump test), deve-se coletar
uma amostra que seja representativa do concreto para o ensaio de resistência.
A retirada de amostras do concreto deve seguir as especificações constantes nas normas
brasileiras.
Não é permitido tirar amostras tanto no princípio quanto no final da descarga da betoneira. A
amostra deve ser colhida no terço médio da mistura.
A amostra deve ser coletada cortando o fluxo de descarga do concreto, utilizando-se para isso
um recipiente ou "carrinho de mão" e, em seguida, remexida para assegurar sua uniformidade.
Retira-se uma quantidade suficiente, 50% maior que o volume necessário, e nunca menor que
30 litros.
A moldagem é descrita a seguir:
Preencha os moldes em quatro camadas iguais e sucessivas, aplicando 30 golpes em
cada camada, distribuídos uniformemente. A última conterá um excesso de concreto;
retire-o com régua metálica;
Deixe os corpos-de-prova nos moldes, sem sofrer perturbações e em temperatura
ambiente por 24 horas;
Após este período devem-se identificar os corpos-de-prova e transferi-los para o
laboratório, onde serão rompidos para atestar sua resistência.
9. Transporte do Concreto
19
Compreende o transporte do concreto desde o caminhão betoneira até o destino final (formas),
e pode ser feito de dois modos, como descritos a seguir:
Convencional
O concreto é transportado até as formas por meio de carrinhos de mão, giricas, caçambas,
calhas, gruas, correias transportadoras etc.
Bombeável
Neste caso é utilizado um equipamento denominado "bomba de concreto", que transporta o
concreto através de uma tubulação metálica desde o caminhão betoneira até a peça a ser
concretada, vencendo grandes alturas ou grandes distâncias horizontais.
A bomba de concreto tem capacidade de lançar volumes elevados de concreto em curto
espaço de tempo. Enquanto no transporte convencional se atingem 4 a 7 m³ de concreto por
hora, com a bomba de concreto se alcançam produções de 35 a 45 m³ por hora.
A utilização de bombas de concreto permite racionalizar mão-de-obra e, ainda, sendo o
concreto bombeado mais plástico, necessitará de menor energia de vibração.
Isso se traduz em menores custos para a obra, menor quantidade de equipamentos e grande
produtividade.
10. Cuidados na Aplicação
Uma boa concretagem deve garantir que o concreto chegue à fôrma coesa, que preencha
todos os seus cantos e armadura e seja adequadamente vibrado.
Este objetivo será atingido se forem observados os seguintes cuidados:
Procurar o menor percurso possível para o concreto; no lançamento convencional, as
rampas não devem ter inclinação excessiva e os acessos deverão ser planos, de modo
a evitar a segregação decorrente do transporte do concreto até a forma; preencher
uniformemente a forma, evitando o lançamento em pontos concentrados que possam
causar deformações; não lançar o concreto de altura superior a três metros, nem jogá-lo
a grande distância com pá para evitar a separação da brita. Quando a altura for muito
elevada deve-se utilizar anteparos ou funil; preencher as formas em camadas de, no
máximo, 50 cm para se obter um adensamento adequado.
11. Adensamento do Concreto
Uma boa concretagem deve garantir que o concreto chegue à fôrma coesa, que preencha
todos os seus cantos e armadura e seja adequadamente vibrado.
Este objetivo será atingido se forem observados os seguintes cuidados:
20
Procurar o menor percurso possível para o concreto; no lançamento convencional, as
rampas não devem ter inclinação excessiva e os acessos devera ser planos, de modo a
evitar a segregação decorrente do transporte do concreto até a forma; preencher
uniformemente a forma, evitando o lançamento em pontos concentrados que possam
causar deformações; não lançar o concreto de altura superior a três metros, nem jogá-lo
a grande distância com pá para evitar a separação da brita. Quando a altura for muito
elevada deve-se utilizar anteparos ou funil; preencher as formas em camadas de, no
máximo, 50 cm para se obter um adensamento adequado.
12. Juntas de Concretagem
Se, por algum motivo, a concretagem tiver que ser interrompida, deve-se planejar o local onde
ocorrerá a interrupção da mesma.
O concreto novo possui pouca aderência ao já endurecido. Para que haja uma perfeita
aderência entre a superfície já concretada (concreto endurecido) e aquela a ser concretada,
cuja ligação chamou de junta de concretagem, devemos observar alguns procedimentos:
Deve-se remover toda a nata de cimento (parte vitrificada), por jateamento de abrasivo
ou por apicoamento,com posterior lavagem, de modo a deixar aparente a brita, para
que haja uma melhor aderência com o concreto a ser lançado; é necessária a
interposição de uma camada de argamassa com as mesmas características da que
compõe o concreto; as juntas de concretagem devem garantir a resistência aos
esforços que podem agir na superfície da junta; deve-se prever a interrupção da
concretagem em pontos que facilitem a retomada da concretagem da peça, para que
não haja a formação de "nichos" de concretagem, evitando a descontinuidade na
vizinhança daquele ponto.
13. Cura do Concreto
Após o endurecimento do concreto, este continua a ganhar resistência, mas para que isto
ocorra deve-se iniciar o último, mas não o menos importante, procedimento da fase de
concretagem de uma peça de concreto: a cura.
A evaporação prematura da água pode provocar fissuras na superfície do concreto e, ainda,
reduzir em até 30% sua resistência.
Podemos então afirmar que quanto mais perfeita e demorada for a cura do concreto tanto
melhores serão suas características finais.
Destacamos, abaixo, os métodos mais recomendados para a cura do concreto:
Molhar continuamente a superficie do concreto, logo após o endurecimento, durante os
7 primeiros dias; manter uma lâmina d'água sobre a peça concretada, sendo este
21
método limitado a lajes, pisos ou pavimentos; manter a peça umedecida por meio de
uma camada de areia úmida, serragem, sacos de aniagem ou tecido de algodão; utilizar
membranas de cura, que são produtos químicos aplicados na superficie do concreto
que evitam a evaporação precoce da água; deixar o concreto nas fôrmas, mantendo-as
molhadas.
14. Retirada de Fôrmas e Escoramentos
As formas e os escoramentos só poderão ser retirados quando o concreto resistir com
segurança e sem sofrer deformações, ao seu peso próprio e às cargas atuantes.
De uma forma geral, quando se tratar de concreto convencional, sem a utilização de cimento
de alta resistência inicial, deve-se respeitar os seguintes prazos para a retirada das formas e
escoramentos:
Face lateral da forma: 3 dias faces inferiores, mantendo-se os pontaletes bem
encunhados e convenientemente espaçados: 14 dias faces inferiores, sem pontaletes:
21 dias
Os apoios devem ser retirados gradualmente, de modo que a peça entre em carga
progressivamente e de forma uniforme.
Devem-se retirar as formas com cuidado, sem choques ou a utilização de ferramentas que
danifiquem a superficie do concreto.
15. Resistência do Concreto
Uma vez obedecidas todas as práticas recomendadas neste manual, temos que saber se a
resistência especificada em projeto pelo calculista foi atingida. No ensaio de ruptura por
compressão, os corpos-de-prova que foram moldados na obra são submetidos a um
carregamento uniforme, em prensas especiais, até seu rompimento.
Após a ruptura dos corpos-de-prova, e de posse dos resultados dos ensaios, é realizado o
"controle estatístico da resistência do concreto", para certificar a aceitação da estrutura
concretada sob o ponto de vista estrutural.
Este controle é de suma importância como testemunho da segurança da estrutura que será
futuramente utilizada.
Ao se adquirir o concreto dosado em central, a empresa concreteira garante a qualidade do
concreto, segundo as rígidas exigências das normas técnicas brasileiras. Isto é conseguido não
só pela garantia da resistência do concreto, mas também por outros procedimentos que são
descritos no próximo item.
16. Controle da Qualidade do Concreto
22
Além do controle da resistência do concreto à compressão, como uma das formas de controle
da qualidade, as empresas concreteiras realizam uma série de outros ensaios de qualidade
nos materiais que serão utilizados na elaboração do concreto - agregados (pedra e areia),
cimento, água e aditivos.
Hoje as concreteiras possuem laboratórios sofisticados de controle de qualidade, e os ensaios
são realizados conforme exigências das normas técnicas brasileiras.
O trabalho específico desenvolvido pelas centrais dosadoras, operadas por pessoal técnico
especializado, permite o controle de todos os materiais utilizados na dosagem bem como as
propriedades exigidas pelo projeto e de acordo com as normas técnicas vigentes.
17. Concreto Impermeável
Uma das propriedades desejadas do concreto impermeável é, obviamente, que ele resista à
penetração da água, como por exemplo em caixas d'água, lajes, piscinas, etc.
O caminho para se obter um concreto impermeável começa em um projeto adequado, que
evite o fissuramento do concreto quando este estiver sendo solicitado.
O concreto a ser empregado também deve ser cuidadosamente elaborado, devendo ser bem
argamassado, com um consumo adequado de cimento (mínimo de 350 kg/m³ ), procurando
empregar britas menores (brita o ou brita 1, no máximo). O uso de aditivos é recomendável. O
concreto deve ser ainda fácil de trabalhar, de modo a ocupar toda a fôrma sem impedimentos.
O adensamento adequado também contribui para se obter um concreto impermeável, devendo
ser executado com vibradores de imersão (não utilize barras de aço para vibrar o concreto).
A cura também deve ser criteriosa, pois irá impedir que o concreto fissure por retração,
recomendando-se seu início logo que o concreto comece a endurecer e sua continuidade por
pelo menos 7 dias.
18. Concreto Aparente
Quando o concreto for utilizado como material de acabamento, ou seja, sem revestimento,
alguns cuidados devem ser observados.
Para se obter acabamento liso deve-se empregar fôrmas de madeira plastificadas ou
metálicas, já que estes tipos de fôrma proporcionam menor concentração de bolhas de ar junto
à superfície.
Os desmoldantes facilitam a retirada das fôrmas depois que o concreto endureceu, evitando
que o concreto "cole" à fôrma. Estes não devem reagir com o cimento, nem causar manchas na
superficie do concreto. A camada de desmoldante deve ser uniforme, evitando-se
concentração em pontos isolados da fôrma que causam descolamento de pequenas placas da
superfície do concreto onde o desmoldante está em excesso.
23
O emprego de óleo mineral, virgem ou recuperado, pode provocar enferrujamento de fôrmas
metálicas.
Outros cuidados dizem respeito à vibração adequada do concreto e a evitar que a armadura
fique próxima da superficie. O uso de aditivos plastificantes é altamente recomendável neste
caso.
O concreto a ser utilizado deve conter uma quantidade adequada de argamassa.
O concreto do tipo bombeável pode ser utilizado para o concreto aparente.
Prejudicial
O concreto é um produto composto por cimento, areia, brita, água e aditivos.
A chamada pasta do concreto ou da argamassa é a mistura de cimento e água.
Embora elemento necessário, a água pode ser um grande inimigo do concreto se utilizada
indevidamente. Existem dois pontos que devem ser analisados: a quantidade e a qualidade da
água empregada.
A água tem fundamental importância no concreto, visto que o cimento, quando hidratado, sofre
uma reação química exotérmica (emite calor) que resulta no seu endurecimento. Entretanto
quando existe na massa do concreto mais água do que o cimento necessita para endurecer,
este excesso não é absorvido na reação e “sobra” água no concreto.
Quando o concreto ainda se encontra na fase plástica, concreto fresco, uma parte desse
excedente de água migra do interior para a superfície da massa do concreto, formando
canalículos no seu interior. Depois de endurecido e da perda de toda a água de amassamento
por evaporação, o concreto apresenta vazios no formato de bolhas e canalículos, que são os
responsáveis pela redução de resistência e impermeabilidade do concreto.
Abaixo apresentamos o resultado de ensaios feitos pelos professores Paulo Helene e Paulo
Terzian, ambos pesquisadores da IPT/USP, em que foram comparadas diversas amostras de
mesmo traço, variando apenas a relação água/cimento, onde pode-se observar a grande
influência desse fator na resistência no concreto ou da argamassa.
24
O fator água/cimento (a/c) é a relação entre o peso da água e do cimento empregados na
mistura.
Tipo e classe
do cimento
Fator a/c(kg/kg)
Resist. média à compressão em MPa para idade de
3 dias 7 dias 28 dias 91 dias
CP32 0,380,480,580,680,78
23,116,712,08,76,3
31,123,818,113,810,6
42,234,327,922,718,4
49,841,835,029,324,6
AF32 0,380,480,580,680,78
20,714,29,76,64,5
30,722,817,012,69,4
50,239,831,625,119,9
61,550,942,235,029,0
Por isso deve ser respeitado o fator água/cimento estabelecido no projeto para o traço que se
deseja utilizar e consequentemente para a resistência que se deseja obter.
Quanto à qualidade da água empregada, esta é de fundamental importância principalmente no
concreto armado, onde a presença de cloretos pode provocar corrosões importantes das
armaduras.
Além da água de amassamento o problema da utilização de águas não potáveis também se
torna grave na cura dos concreto, devido à sua constante renovação.
Existe um dito popular no meio da construção civil, de que "a água boa para o concreto é
aquela que se pode beber". Embora com um certo rigor esse cuidado pode e deve ser tomado
quando não se dispõe de uma análise química da água a ser empregada.
De acordo com a NBR-6118, a água a ser empregada no preparo do concreto deverá ser
isenta de teores prejudiciais de substâncias estranhas, presumindo- se satisfatórias as águas
potáveis e as que possuam pH entre 5,8 e 8,0 e respeitam os seguintes limites máximos:
matéria orgânica· (expressa em oxigênio consumido ) . 3 mg/1
resíduo sólido· 500 mg/1
sulfatos (· expresso em íons SO4 ) 300 mg/1
cloretos (· expressos em íons C1- ) 500 mg/1
açúcar· 5 mg/1
Os limites acima incluem as substâncias trazidas ao concreto pelos agregados.
25
No caso de não ser atendido qualquer dos limites, a água só poderá ser utilizada se obedecer
a recomendações e limites decorrentes de estudos prévios em laboratório nacional idôneo.
Trincas no gesso
É bastante comum a ocorrência de trincas ou fissuras em forros de gesso mal executados e, na
grande maioria dos casos, essa patologia é oriunda das tensões no material provocadas pela
dilatação e retração térmica.
Essas movimentações exigem que sejam previstas juntas de dilatação que, quando bem
posicionadas, viabilizam as acomodações do material, o gesso.
Basicamente são dois os tipos de juntas que devem ser empregadas. Para forros de pequenas
dimensões, onde a maior delas seja menor que 6 metros, pode-se utilizar apenas a junta de
dessolidarização, posicionada em todo o perímetro entre o forro e as paredes ou estruturas
com as quais se limita.
Nos demais casos, em que se tenha uma das dimensões maiores que 6 metros, além das
juntas de dessolidarização, devem-se prever juntas intermediárias dividindo o forro em painéis
de maneira a permitir um afastamento máximo de 6 metros entre as juntas, em cada dimensão.
Vergas
Para prevenir o aparecimento das indesejáveis trincas nos cantos inferiores dos vão nas
alvenarias devem-se utilizar vergas também na parte inferior dessas aberturas.
As movimentações higrotérmicas da alvenaria e da estrutura, as acomodações do solo e as
deflexões dos componentes estruturais introduzem tensões nas paredes de fechamento,
provocando o surgimento dessas fissuras, que geralmente aparecem depois de pronta,
revestidas e pintadas.
Deve-se utilizar, portanto, como medida preventiva, além da verga normalmente usada na
parte superior do vão, uma verga na parte inferior, com pequena armadura, ultrapassando o
vão de 30 cm a 40 cm para cada lado. Como alternativa, principalmente nos casos de alvenaria
aparente, recomenda-se empregar três barras de 6.0 mm nas duas primeiras juntas
imediatamente abaixo do vão, executando-se estas juntas com argamassa de cimento e areia.
Pintura
Geralmente não se dá a devida importância ao preparo das superfícies que serão pintadas nas
edificações comuns, descuido este que pode resultar em surpresas que invariavelmente
condenam todo o serviço de pintura.
Alguns cuidados, portanto, devem ser tomados com a base que receberá a pintura, sem o que
não será suficiente a aplicação de massa e tinta adequadas e o emprego de mão de obra
qualificada.
26
A superfície não poderá apresentar partes soltas ou crostas de qualquer natureza, devendo ser
eliminadas com espátula.
Depois de aplicado o revestimento sobre a alvenaria este permanece úmido por vários dias,
dependendo da umidade do ar e da velocidade dos ventos locais. Por isso devem-se aguardar
no mínimo quatro semanas (caso geral) para o início da pintura.
Se houver umidade no revestimento proveniente de outras fontes como vazamentos e
infiltrações recomendam-se identificar a causa e corrigir o problema, esperando até que a base
esteja completamente seca.
Caso existam manchas de gordura, óleo ou graxas estas deve ser eliminado com uma solução
de detergente e água, depois enxaguadas e deixadas para secar totalmente.
O mofo também deve ser eliminado, empregando-se para isso água sanitária diluída em duas
partes de água. Depois enxaguar e esperar secar.
Caso exista pó sobre a superfície este deve ser completamente removido com escova ou outro
equipamento eficiente. Cuidado com o pó remanescente do lixamento da massa plástica de
pintura.
Existindo caiação antiga e desejando-se aplicar pinturas com látex, acrílico ou similar, deve-se
retirar toda a cal existente com escova de aço e depois escova de pelo.
Impermeabilização
É preciso atentar para o fato de que é um engano pensar que azulejos e cerâmicas garantem a
proteção da parede ou do piso contra infiltração de água.
Em prédios ou residência com dois ou mais andares deve-se prever uma proteção adequada
de pisos e paredes em contato direto com a água, de forma a impedir a infiltração para os
pavimentos inferiores ou ambientes contíguos, como é o caso de banheiros, cozinhas,
chuveiros, lavanderias, etc.
Nos casos comuns recomenda-se utilizar, nos pisos e paredes, argamassa de revestimento
traço 1:3 (cimento e areia) com aditivo impermeabilizante. Pode-se ainda, visando uma melhor
impermeabilização da laje, ou nos casos mais graves como sanitários e chuveiros públicos, em
clubes, saunas, etc. utilizar tinta betuminosa ou feltro asfáltico aplicado diretamente sobre a
laje, antes do contrapiso. Esse material deve ser empregado nas juntas de encontro da laje
com tubulações e ralos que dela se sobressaem, como descidas de vasos sanitários e caixas
sifonadas, subindo-se com esse material pelas paredes dessas tubulações.
Aditivos
Os aditivos plastificantes são compostos orgânicos que, quando aplicados ao concreto ou
argamassas, revestem os grãos de cimento e provocam, por meio de cargas elétricas, repulsão
27
entre esses grãos. Essa repulsão promove um melhor “escorregamento” entre os grãos, ou
seja, permite obter uma mesma fluidez com menor quantidade de água.
A água é um elemento indispensável às reações químicas necessárias ao endurecimento do
concreto. Entretanto a quantidade de água suficiente para permitir essas reações é bem menor
que a necessária para conferir ao concreto uma plasticidade adequada à sua utilização,
resultando num excesso de água que sobra dentro da sua massa. Depois que se evapora toda
essa água excedente, não utilizada nas reações, o espaço que estava sendo ocupado por ela,
dentro da massa do concreto, transforma-se em bolhas e canalículos minúsculos.
A redução da água de amassamento proporcionada com a utilização de aditivos plastificantes
traz um grande benefício ao concreto, pois ela é a responsável por sua maior porosidade e
conseqüentemente menor resistência.
Muito utilizados atualmente, principalmente na composição de concreto estrutural, os aditivos
plastificantes já são considerado por muitos autores como um de seus ingredientes básicos
além do cimento, dos agregados e da água.
Esses aditivos são indicados em todas as situações em que se deseje obter um concreto de
melhor qualidade, maior durabilidade, e onde atmosferas agressivas, tais como a presença de
cloretos, exijam um concreto de menor porosidade, que venha a proteger de forma mais
eficiente as armaduras. Por isso são muito utilizados também nos serviços de recuperação e
reforço estrutural sobretudo por conferir maior plasticidade, resistência e impermeabilidade aos
grautes e micro concretos.
Dentre os benefícios proporcionados pelos aditivos plastificantes podemos destacar:
Poder atingir valores de abatimento elevados para os traços usuais, com isso auxiliar a
concretagem de peças com grande concentração de ferros ou outras situações em que
seja necessário um concreto mais fluido sem que seja prejudicada a sua resistência.
Obter um concreto de melhor qualidade se comparado a um concreto de mesma
plasticidade sem aditivo. A redução da quantidade de água (redução do fator
água/cimento) acarreta várias vantagens como maior resistência mecânica, menor
permeabilidade, menor retração e maior expectativa de durabilidade.
Reduzir o consumo de cimento e conseqüentemente o custo do concreto. Poder utilizar
um traço de concreto mais fraco para uma mesma resistência mecânica.
Permitir uma estrutura mais leve, com peças mais esbeltas, pela elevação da
resistência do concreto, e também com isso uma diminuição das fundações.
28
Obtenção de estruturas de concreto com pouca ou nenhuma falha de concretagem, as
chamadas “bicheiras”, devido à plasticidade obtida, sendo muito utilizado nas estruturas
em concreto aparente.
Como fator negativo podemos citar o retardamento da pega do concreto, que normalmente
ocorre com a utilização de aditivos plastificantes.
É recomendável também uma avaliação custo x desempenho e um rigoroso acompanhamento
da dosagem no canteiro de obras, sem o qual a utilização do aditivo não deve ser indicada.
Além dos aditivos plastificantes existem ainda os aditivos super plastificantes, utilizados com a
mesma finalidade, e que apresentam efeitos bem mais pronunciados que os primeiros.
Portas
Se a porta for de madeira de lei, pode ficar sem acabamento, ao natural, bastando lixar
e aplicar cera de carnaúba e, posteriormente, lustra-móveis para conservação; ainda
neste caso, é conveniente aplicar um produto selante (base para os acabamentos,
atuando como impermeabilizante), que veda os poros da madeira, ajudando a proteger
contra intempéries.
Uma alternativa para o acabamento é a aplicação de verniz, fosco ou brilhante.
Para colorir, as tintas do tipo látex acrílico são uma ótima opção, pois filtram os raios
ultravioletas. Há ainda a possibilidade de usar verniz com pigmento à base de anilina
diluída.
A aplicação de laca confere à madeira um aspecto plastificado ou até marmorizado,
dependendo do tipo de trabalho.
Num efeito diferenciado, a madeira clareada ou escurecida é fácil de obter. Para
clarear, emprega-se ácido muriático, cloro ou água oxigenada. Betume misturado a um
produto selante, extrato de nogueira ou cera de carnaúba escurecem o material. Em
qualquer um dos processos, o produto deve ser aplicado com suavidade e de maneira
uniforme, a não ser que o desejado seja o efeito manchado. Nesse caso, a aplicação é
feita com pincéis ou estopa.
Outra opção de acabamento é revestir com laminado melamínico, de fácil manutenção.
Para a colocação de vidros, devem-se preferir os temperados.
Portas em madeira de boa qualidade dificilmente irão apresentar problemas com cupins,
pois, além de sua própria resistência natural, é provável que tenham passado por
tratamentos preventivos. Se apesar disso a peça for atacada por esses insetos, a saída
é a aplicação de inseticidas com pincel ou por injeção.
29
Janelas
As janelas são consideradas componente das edificações, embora elas, em si, sejam um
sistema de partes fixas e móveis, constituído por diversos componentes que se encaixam ou se
ajustam para permitir o seu funcionamento. Elas são projetadas com as seguintes finalidades:
1- controlar a iluminação ambiente;
2- promover uma ventilação adequada;
3- impedir a penetração de águas pluviais e ventos;
4- isolar o ambiente do ruído externo;
5- oferecer segurança contra entrada de pessoas estranhas e animais;
6- oferecer conforto na sua utilização e no seu manuseio.
1- Controlar a Iluminação Ambiente:
As janelas com panos de vedação transparentes ou translúcidos devem proporcionar ao
ambiente uma iluminação adequada às atividades dos ocupantes.
Devem ser dimensionados os vão das janelas na razão de 1/8 da área do piso para
compartimentos de utilização transitória, quais sejam vestíbulos, salas de entrada, de espera,
cozinhas, instalações sanitárias, depósitos, e outros de destinação semelhante. Nos
compartimentos de permanência prolongada como quartos, salas, lojas, gabinetes de trabalho,
escritórios, consultórios, copas e salas de jantar, a área dos vãos deve ser de 1/6 da área do
piso.
2- Promover ventilação adequada:
Não é aconselhável que as janelas confiram estanqueidade total ao ar, a menos em situações
de interesse específico. A vazão do ar através da janela deve sempre existir, de forma a
permitir uma troca de ar que, no mínimo, garanta condições de salubridade ao ambiente. Essa
vazão, entretanto, não deve permitir perdas excessivas de calor no período do inverno, de ar
refrigerado em ambientes condicionados artificialmente, ou ventos excessivos direcionados de
fora para dentro que provoquem desconforto aos usuários.
As janelas devem permitir ventilação de pelo menos a metade da sua área total. Prefira as
básculas, máximo-ar, às janelas de correr.
3- Impedir a penetração de águas pluviais:
As janelas, embora devam permitir penetração controlada de ar, não devem permitir a
penetração de águas pluviais. Todos os dispositivos devem ser projetados e construídos de
forma a garantir estanqueidade à água.
30
Devem existir proteções na fachada, tais como beirais, pingadeiras, ressaltos e outros detalhes
construtivos que evitem os excessos de águas de chuva que se formam na superfície das
fachadas e se projetam sobre as janelas.
No caso de basculante estes não devem ter folgas muito grandes nas suas partes móveis, e
devem ter pingadeiras horizontais e verticais, com dimensões de forma a cobrir bem a peça
adjacente. A parte inferior não deve ser móvel, para fixação da alavanca de manejo.
Nos basculantes em cantoneira de ferro as cantoneiras de montagem terão seus cantos
internos bem recortados, não contendo restos de solda ou tinta que venham a impedir seu total
fechamento. Os grampos de fixação serão em rabo de andorinha, chumbados na alvenaria
com argamassa de cimento e areia traço 1:3, sendo no mínimo em número de dois em cada
lado da esquadria, espaçados aproximadamente 60 cm.
Nos caixilhos de correr as folhas móveis deve ter nas laterais e na parte superior boa
superposição dentro dos rebaixos dos montantes e sobre as folhas fixas. Os trilhos rebaixados
terão dispositivos para esgotar a água com facilidade.
Nas janelas tipo guilhotina, os rebaixos em volta do montante que servem como guias e
encaixe das folhas, devem ser bastante profundos (no mínimo 15 mm) e ter pouca folga para
as folhas, para impedir a penetração de chuva com o vento. A superposição da folha externa
sobre a interna deve ser bastante grande e com pouca folga entre elas.
No caso dos peitoris de massa o revestimento deve sempre passar por baixo da janela, nunca
deixando uma junta entre esta e o peitoril.
Os peitoris terão uma boa inclinação para fora. Os peitoris em pedra devem ficar salientes em
relação ao revestimento externo, com pingadeira eficiente.
Em todos os tipos de janelas as folhas ou caixilhos devem ser milimetricamente esquadrejados
de forma a permitir o seu perfeito funcionamento.
4- Isolar o ambiente de ruído externo
Independentemente do seu tipo, as janelas devem representar uma barreira à penetração de
ruídos gerados no exterior do edifício.
Este item está ligado ao projeto total da esquadria e ao seu fabrico. Se bem ajustada, com
todas as partes se encaixando perfeitamente, além de vidros bem dimensionados para os vão,
a janela tende a promover um bom isolamento ao ruído externo.
Em casos especiais, onde o nível de ruídos externos é extremamente elevado, poderão ser
projetadas de modo a oferecer alto grau de isolação acústica, mediante a adoção de vidros
duplos, caxetas e outros dispositivos especiais.
5- Oferecer segurança
31
Nos basculantes os vão da partes móveis não devem ter largura superior a 15 cm de forma a
impedir a entrada de pessoas.
Nas janelas de correr deve-se prever, além do puxador com fechadura, um dispositivo para
cadeado.
As venezianas das janelas de madeira não devem ter largura superior a 40 ou 50 cm. Se
necessário devem ser divididas com um montante central.
6- Oferecer conforto na sua utilização e no seu manuseio
As janelas, durante sua vida útil, serão operadas a fim de conferir aos usuários as condições
mais favoráveis de conforto para as atividades a serem realizadas no aposento. O manuseio
das folhas móveis deve ser de grande facilidade, requerendo o mínimo de esforço do operador.
É necessário um ajuste perfeito entre as peças e devem existir folgas mínimas, apenas as
necessárias ao seu bom funcionamento.
De acordo com o tipo de janela, suas folhas podem sofrer esforços inadequados devido às
condições normais ou anormais de funcionamento. Por isso devem ser projetas e construídas
de forma a suportarem esforços sem se deformaram de maneira permanente, prejudicando seu
funcionamento, nem permitirem a deterioração de alguns de seus componentes ou quebra de
vidros.
Assim como no caso do isolamento ao ruído externo, a esquadria bem projeta e fabricadas
tendem a oferecer conforto na sua utilização.
Piscina
As piscinas podem ter diversos formatos e serem construídas enterradas ou elevadas. A
estrutura (tanque) deve estar baseada em projeto construtivo realizado por profissional
responsável e deve ser executada de acordo com as normas indicadas pela NBR ABNT 9818.
Dependendo das dimensões da piscina e da solicitação da base, é recomendável elaborar um
projeto de impermeabilização, a ser executado por empresa e profissional do ramo.
Normalmente são realizados dois tipos de impermeabilizações:
Rígida: revestimento com argamassa de areia, cimento Portland e aditivo
impermeabilizante. A sua impermeabilidade depende diretamente do tipo de traço
utilizado, do emprego de uma areia (recomenda-se que seja lavada) de granulométrica
entre 0 a 3 mm, isenta de substâncias orgânicas e materiais argilosos, e da adição de
um aditivo impermeabilizante.
32
O traço será de 1:3 para pressões de até 20m de coluna de água e de 1:2 para pressões
superiores. A espessura mínima da argamassa será de 3 cm, com a aplicação feita em
camadas sucessivas de 1 cm.
Flexível: sugere-se que sua execução seja feita de acordo com as duas etapas abaixo:
a) Aplicar primer asfáltico, com asfalto puro diluído em um veículo derivado do petróleo.
Deve ser evitado o uso da emulsão asfáltica, pois a existência de cargas sobre este
material poderá prejudicar o seu desempenho. Após a aplicação do primer, esperar um
tempo mínimo de 8 horas para iniciar a etapa seguinte.
b) Pode-se aplicar manta asfáltica com filme de polietileno do lado interno e areia do lado
externo. Se for utilizada manta asfáltica com polietileno dos dois lados, é recomendável
queimar o lado externo com maçarico e pulverizar areia fina e seca para maior
aderência e proteção. Cuidar para que haja perfeita aderência entre as mantas, usando,
no mínimo, 10 cm de sobreposição entre elas. Pode-se também utilizar mantas que já
vêm com uma face chapiscada com areia.
Antes de executar o revestimento, deve ser feito teste de estanqueidade do tanque.
Para a execução da camada de regularização e proteção mecânica, recomenda-se traço 1:4 ou
1:5 de volume, com cimento e areia média, aplicada sobre a impermeabilização rígida ou
flexível com a finalidade de proteção mecânica e regularização para receber o revestimento de
pastilhas de porcelana. Recomenda-se o uso de chapisco aditivado sobre a impermeabilização
para obtenção de aderência adequada, com planeza nas paredes e fundo da piscina. Este, por
sua vez, deve ter caimento de 0,5 a 1% para os ralos.
A espessura da camada de regularização, nas paredes, deve seguir a norma NBR 7200 ou
NBR 13755 e NBR 13753, não ultrapassando 2,5cm.
O revestimento em pastilhas de porcelana deve ser executado após 14 dias, pelo menos, da
aplicação da camada de regularização. Deve ser iniciado pelas paredes e finalizado pelo piso.
Em piscinas com formato retangulares, o alinhamento das juntas das paredes e piso valoriza o
revestimento final.
Deve-se, inicialmente, marcar o local da aplicação com linhas verticais e horizontais para
manter o prumo e o nível. Marcar na parede a altura e a largura de uma placa de pastilha.
Nivelar e aprumar, guiando-se pelas linhas, da esquerda para a direita e de cima para baixo.
Com o lado liso da desempenadeira metálica, espalhar uma camada de argamassa colante
sobre a camada de regularização; em seguida, com o lado denteado da desempenadeira
metálica, fazer sulcos com aproximadamente 5mm de espessura.
33
Caso a argamassa colante escolhida seja do tipo que também pode ser utilizada para
rejuntamento, ele deve ser feito antes da aplicação das pastilhas. Não utilizar material de
rejuntamento que já começou a endurecer.
As placas devem ser aplicadas sobre a argamassa estendida, fazendo pressão com as mãos e
batendo levemente com um martelo de borracha.
A remoção do papel e da cola requer a preparação de uma solução removedora utilizando-se
250gr de soda cáustica em escamas para 5 litros de água. Molhar com bastante água limpa o
papel das placas de pastilhas já aplicadas, passar a solução de soda no papel com a broxa
voltada para baixo, esfregando levemente, e aguardar 5 minutos. Retirar o papel com o auxílio
da ponta da colher. Para retirar o excesso de cola da superfície, utilizar uma broxa úmida e
logo após lavar a placa com bastante água e o auxílio de uma esponja.
Com o auxílio de um rodo ou de uma desempenadeira de borracha, completar o rejuntamento
em toda a superfície pastilhada. As juntas poderão ser frisadas ou palitadas, se necessário.
Após aproximadamente 15 minutos do término do rejuntamento, retirar o excesso do material
com uma esponja úmida de água. Após a secagem, fazer o acabamento com estopa seca.
Sete dias depois de completado o processo, a piscina pode ser cheia.
Azulejos
No assentamento de azulejos deve-se tomar vários cuidados de forma a prevenir
deslocamento de peças, trincas e outras manifestações patológicas.
Antes de iniciar o revestimento:
Conclua o embutimento de todas as tubulações passantes dentro da alvenaria, tais
como eletrodutos, tubos de águas e esgotos, tubos de gás e as caixas de passagem de
tubulações elétricas como interruptores, tomadas e pontos telefônicos;
Faça testes de carga das tubulações de águas e esgotos;
Proceda a fixação de contramarcos de janelas e marcos de portas;
Conclua o revestimento do teto;
Verifique se não existem outras origens de umidade, e se houver, corrija
antecipadamente.
Remova poeiras, materiais soltos, gorduras, bolores, e outros que possam prejudicar a
aderência do revestimento. Materiais soltos e poeiras podem ser retiradas com escovas
de pelo ou de aço, espátulas ou lavagem com água. Gorduras e bolores devem ser
removidos com soluções bem diluídas de detergentes, ácido muriático ou água
sanitária, e depois lavar em abundância;
34
Camada de regularização:
Aplicar chapisco com traço em volume variando entre 1:3 e 1:4 (cimento e areia);
Aguardar 14 dias para o total endurecimento do chapisco;
Executar a camada de regularização sobre a base umedecida com argamassa mista de
cimento, cal e areia, traço em volume na proporção de 1/3, aglomerante e agregado.
Por exemplo, utilize os traços 1:1: 6, 1:1, 5:7, 5 ou 1:2: 9. Em paredes externas e
piscinas usar o traço mais rico em cimento, 1:1: 6;
A camada de regularização não deve ter espessura superior a 1,5 cm. Caso haja
necessidade de aumentar a espessura, execute em camadas. Argamassas com
espessuras superiores a 2,5 cm devem ser armadas com tela deployer ou tela de
galinheiro.
Antes de iniciar o assentamento:
Verifique se a quantidade de azulejos é suficiente para o revestimento de toda a área.
Calcule a área das paredes e adicione mais 10%: 5% por conta dos recortes e 5% de
reserva para possíveis reparos futuros.
Analise a disposição das peças nas paredes, de forma a posicionais peças cortadas nos
locais menos visíveis;
Faça a submersão das peças em água durante 10 minutos antes da sua aplicação.
Assentamento com argamassa tradicional:
Utilize argamassa de cimento, cal hidratada e areia com traço em volume que pode ser
1:0,5:4, 1:1:5, ou 1:2:7,5;
Umedecer a base antes da aplicação das peças;
O assentamento deve ser feito de baixo para cima, respeitando a cota do nível acabada
do piso;
Recobrir todo o verso da peça cerâmica com uma camada de argamassa de
aproximadamente 1,5 cm;
Colocar a peça em contato com a parede e pressionar para que o excesso de
argamassa saia pelas bordas da peça;
Utilizar valores mínimos de juntas de assentamento conforme tabela abaixo, de forma a
permitir variações térmicas dimensionais nas peças;
Verificar sempre o alinhamento horizontal, vertical e o nivelamento das peças, utilizando
linha de régua de aço, prumo de face e nível/prumo de bolha;
35
Assentamento com argamassa colante:
No preparo da argamassa a quantidade de água deve ser a indicada pelo fabricante;
Depois de preparada a argamassa deve ficar em repouso por 20 ou 30 minutos,
obedecendo a recomendação do fabricante;
O prazo máximo para sua utilização é de 2,5 horas, não sendo permitidas adições de
água durante esse período;
Aplicar a argamassa sobre a superfície com o lado liso da desempenadeira, apertando
a sobre a base;
Empregar a desempenadeira com o lado dentado formando cordões, retirando-se o
excesso de argamassa;
Não aplicar de uma só vez em superfícies maiores que 25m cm2 de área, de forma a
evitar que seja ultrapassado o período de 2,5hs, e a formação de uma película sobre os
cordões ou a secura completa;
O assentamento deve ser feito, preferencialmente, de baixo para cima, respeitando a
cota do nível acabado do piso;
Utilizar valores mínimos de juntas de assentamento conforme tabela já apresentada
para o assentamento com argamassa tradicional;
Na colocação das peças aplicar um leve movimento de rotação ou de translação de
forma a haver uma melhor acomodação, submetendo-as a uma pressão adequada,
permitindo que o excesso de argamassa possa fluir para fora;
Durante o assentamento deve-se verificar regularmente se o tempo de abertura da
argamassa não expirou, exercendo-se com a ponta dos dedos uma leve pressão sobre
os cordões da argamassa colante. Caso haja transferência de argamassa para os
dedos significa que o assentamento pode continuar. Mas se aponta dos dedos
apresentar-se limpa é sinal de que o tempo expirou, o deve-se aplicar nova argamassa
colante.
Planejamento
Planejando
O planejamento é uma das partes mais importantes da construção ou da reforma, porque nele,
é que se define disposição de cômodos, tamanho, claridade, funcionalidade, etc. É uma parte
que precisa ser olhada com muita atenção, porque é muito mais fácil mudar o projeto do que
mudar as paredes de lugar depois de prontas.
Numa construção:
36
*É muito importante que haja um profissional competente e credenciado para fazer o projeto e
acompanhamento da obra, porque assim evitam-se aborrecimentos futuros com o CREA e com
a prefeitura local, além de ser muito mais seguro.
*Na confecção do projeto, procure participar, não deixe de colocar suas opiniões, afinal, a casa
(ou apto) será seu e um projeto mal feito, depois de pronto e aprovado pela prefeitura, não
pode ser mudado, e pode gerar muita dor de cabeça e insatisfação.
*Antes de entrar com o pedido de aprovação na prefeitura, é muito importante que se tenha
uma idéia do tamanho dos cômodos, porque numa planta, esse tamanho é muito ilusório. Uma
sugestão é que se procure um local aberto e grande (de preferência o local ou lote a ser usado)
para que utilizando um instrumento de medida (trena, metro, etc.) marque-se no chão com um
giz ou pedaços de tijolo o tamanho dos cômodos para que se pelo menos se tenha uma idéia
do espaço.
*Outro problema freqüente que ocorre após a conclusão da obra é a insatisfação do(a)
proprietário(a) com a posição de alguma pilastra. Por isso é importante a visualização do
espaço com a disposição das pilastras, porque em muitos casos, quando a insatisfação é
observada antes da execução da obra, a pilastra pode ser mudada de lugar. Caso não possa
ser mudada, existem hoje inúmeras formas de se decorar uma pilastra e que pode até ficar
mais bonito que um local sem pilastras.
Planejamento - Agilizar
Para agilizar sua obra, existem alguns elementos que contribuem. Muitas pessoas dizem que
podem ser métodos relativamente caros, mas com certeza eles agilizarão a obra e também
contribuirão e muito na qualidade da construção ou reforma.
*Um dos principais métodos para que a obra seja concluída com grande agilidade, sem dúvida
nenhuma é o planejamento. Depois do projeto já pronto (inclusive na reforma), você já pode ter
uma lista completa de materiais que serão utilizados. Os materiais de maior valor (tábua
corrida, cerâmica, tijolos, telhas, portas, janelas, madeiras para telhado, portais, rodapés, etc.)
devem ser comprados anteriormente para que no decorrer da obra o gasto seja quase que
exclusivo com cimento, areia, brita e mão de obra. Tendo todo o material em mãos fica mais
ágil e com certeza sem desculpas por parte da mão por ficar ocioso durante o trabalho.
*Quando comprar cimento, areia e brita, tendo lugar disponível, é de grande valia que se
compre em grande quantidade. Para areia e brita não precisa de muito cuidado em estocar,
mas o cimento é desejável que haja um local seco e coberto para que não endureça.
*Ferramentas de boa qualidade são essenciais. Quando uma ferramenta é ruim, ela se quebra
fácil fazendo com que quem a está usando pare de fazer o serviço para consertá-la. Para que
37
também não haja problemas maiores mesmo se a ferramenta for boa, devem-se ter sempre
ferramentas reservas, assim a obra mantém um ritmo e esse ritmo que não pode ser quebrado.
*Quando a obra for de grande ou médio porte é aconselhável a compra de cordas e roldanas
para o transporte de materiais. O aluguel de uma betoneira é de grande importância, pois faz
uma grande quantidade de massa num tempo mais curto assim você não perde tempo com o
funcionário com enxada na mão. Um ajudante gasta quase meia hora para formar a mesma
massa que na betoneira levaria 5 min. e com qualidade superior.
*O contrato de prestação de serviço é sem dúvidas a medida de agilizar sua obra. Nele você
estipula o tempo em que o serviço deve se feito e fiscaliza a qualidade na qual o serviço esta
sendo executado. No contrato também existe a possibilidade de se estipular uma multa por
atraso. Assim o funcionário realiza um serviço de boa qualidade e com um tempo reduzido.
Planejamento - Armazenar
De acordo com o planejamento da obra, os materiais adquiridos com antecedência devem ser
estocados, mas certos tipos de materiais merecem algum tipo de cuidado especial. Esses
cuidados são importantes no que se refere ao máximo aproveitamento da capacidade do
material de embelezar o ambiente.
Tábuas Corridas
Essas madeiras tem que ser compradas com um mínimo de três a quatro meses de
antecedência pois elas precisam secar e enquanto ocorrem a secagem você precisamente
pode reparar que a madeira se contrai no tamanho e no comprimento. Na compra de tábua na
hora do assentamento o construtor corre o risco de que a tábua venha a se contrair após o
assentamento aparecendo gretas entre uma tábua e outra. O armazenamento deve ser feito
em lugar seco e coberto, e devem ficar lá de três a quatro meses para que possam secar e
contrair-se.
Tijolos
Os tijolos não precisam de grandes cuidados. Podem perfeitamente ficar no tempo. Para
melhor aproveitamento do material aconselhamos que todo o lote de tijolos ou blocos seja
coberto para que se conservem secos, pois o assentamento fica mais fácil e o transporte corre
menos riscos de quebras.
Cerâmicas e Pedras
A compra de cerâmicas deve ser feitas com antecedência. Após a compra verifique na caixa ou
com o próprio vendedor a respeito da estocagem do material, caso não tenha restrições
procure um lugar onde você possa estocá-las sem que necessite de pilhas muito altas, pois o
material pode vir quebrar caso haja um desequilíbrio da pilha. Antes do assentamento da
38
cerâmica verifique com o vendedor ou com a fornecedora o tempo necessário que precise ficar
submersa em água, medida necessária para que a cerâmica tenha a dilatação e umidade
certa.
Madeira para telhado
A madeira para telhado deve ser estocada em lugares secos e de forma que possam ficar
empilhadas em números baixos e sempre na horizontal para não empenarem. Aconselhamos
como medida de precaução colocar todo material de madeira a ser usado no telhado para
secar ao sol. Após bem secas a madeira já pode ser usada, pois a dilatação necessária que iria
obter com o tempo já fora concluída assim você não corre o risco da dilatação quebrar telhas e
até mesmo entortar o telhado.
Portas e Janelas
Na compra de portas e janelas de madeira procure sempre material de boa referência. Estoque
sempre em locais seguros contra ladrões e da chuva. A sugestão para estocar materiais de
madeira é sempre procurar onde possam ficar na horizontal ou na vertical e sem peso em cima
para conservar todo material do empeno. É de grande valia que você compre onde o próprio
vendedor estoque o material até o dia de uso.
Portas e Janelas de Aço:
Geralmente são protegidas com materiais anti-corrossivo, mas para não arriscar seria prudente
guardá-las em local coberto. Muito cuidado ao manusear porque um tombo pode empená-las.
Não se esqueça da pintura porque é fundamental.
Telhas
As telhas não precisam de muitos cuidados de armazenamento. Podem perfeitamente ficar no
tempo, afinal, a vida útil inteira delas será no tempo. Mas muito cuidado ao manuseá-las
porque são muito frágeis. Ao estocá-las verifique se as pilhas verticais estão bem seguras.
Tubos de PVC
É aconselhável que tubos de PVC não fiquem no tempo, pois o sol, o sereno e a umidade
podem ressecá-los, fazendo-o rachar e inutilizando-o. Por isso deve-se conservá-los em local
coberto, protegido do sol. Aconselhamos que sejam estocados em pilhas horizontais de forma
que os tubos possam ficar deitados e retos.
Fios e Cabos
Os fios e cabos devem ser conservados de preferência em uma caixa que esteja em local seco
e coberto. Deixar os fios em local aberto ou no tempo, pode rachar a proteção que é
geralmente de plástico ou borracha, e um fio sem proteção, nunca é uma boa idéia. O condutor
39
elétrico perde parte do isolamento quando sua camada de plástico ou borracha externa
resseca.
Cimento
Os sacos de cimento devem ser mantidos longe da umidade, devem ficar em local seco e
coberto. O contato da umidade com o cimento por certo tempo faz com que o cimento
endureça, inutilizando-o permanentemente.
Areia e Brita
A única restrição, é que não se deve deixar areia ou brita no tempo por um longo período de
tempo (alguns meses). O vento, além de poder espalhar a areia, traz consigo uma poeira que
contém vários agentes e vários tipos de sementes. Com isso podem brotar vários tipos de
ervas, tanto na areia quanto na brita. E lembrem-se que areia e brita são proibidos quando
estocados no passeio ou na rua.
Planejamento - Mão de obra
Um dos aspectos mais polêmicos para quem esta construindo ou reformando é quanto à mão
de obra. Existem várias controvérsias entre contratantes e contratados, tais como valores,
qualidade de serviços, tempo de execução e até problemas na justiça do trabalho.
*Caso você esteja construindo, seu profissional responsável é um engenheiro ou arquiteto.
Procure dados sobre ele ou ela, tais como registro no CREA regional, se já teve algum
problema com sua profissão e quais são eles se existirem. Procure saber de projetos
realizados pelo respectivo profissional, e se possível vá ao local para conhecer. Pergunte às
pessoas que lá vivem ou que construíram o local como é a atuação do profissional durante a
obra, se visita regularmente o canteiro e se durante o desenvolvimento do projeto ele ou ela
soube apontar as melhores soluções sem deixar dúvidas.
*Já no caso de uma reforma, na qual o responsável seria o mestre de obras, o melhor modo de
se contratar um profissional competente é uma indicação. Se ele fez um serviço para uma
pessoa próxima a você e foi indicado, deve ser porque o serviço dele é bom. Mesmo assim, vá
ao locar que a pessoa indicou, para avaliar o serviço, saber se foi bem feito, e se não houve
nenhum problema após algum tempo.
*Nas construções, o valor da mão de obra contratada, é negociado geralmente entre o
engenheiro e os pedreiros e serventes. Mas para a pessoa que está apenas reformando, a
melhor maneira de conseguir um bom preço aliado a um serviço rápido e de boa qualidade é
propor um contrato por empreitada. O contrato consiste em um preço fixo para um determinado
período de tempo. Por exemplo: eu quero construir um quarto em minha casa e um pedreiro
quer me cobrar R$500,00 pelo serviço. Eu aceito o preço, mas ele terá que assinar um contrato
que ele garante a entrega do quarto em um mês, ou então ele receberá apenas R$450,00.
40
*A segurança de quem esta trabalhando em sua obra é de vital importância para você. Procure
sempre comprar para que eles usem luvas de construção, exija deles que estejam sempre de
botas, e não de chinelos e se eles forem expostos a uma área com perigo de desabamento ou
de passagem de material, seria prudente que eles usassem capacetes também. E sempre que
eles assinarem um recibo de pagamento é interessante que conste também o material por eles
recebido. Mas se você não quer ter mais essa despesa, negocie e coloque por conta dele o
equipamento de segurança, mas sempre constando no contrato que é responsabilidade do
contratado, e não do contratante.
*Para você não se assustar na hora de ouvir um orçamento, existem revistas especializadas
que todos os meses trazem os preços de mão de obra atuais. Pode ser que você ache o preço
caro ou barato, mas serve como uma base segura de negociação.
*É muito importante que você fique atento(a) a estes detalhes. A classe de mão de obra da
construção civil, é a que tem o maior índice de ações na justiça do trabalho. Mas se você se
prevenir fazendo um contrato bem feito (com equipamentos de segurança inclusos), ou
fornecer os equipamentos de segurança e tiver uma base sólida para provar da onde foi tirado
os valores do contrato, certamente você não terá problema algum.
*Geralmente, os pedreiros são divididos em duas classes (salvo as exceções): os de alvenaria
e os de acabamento. Os de alvenaria são muito bons no quesito assentar tijolos, em fazer
arremates, fazer armação de telhados, assentarem telhas, assentar e bater lajes, em rebocar
paredes, etc. Mas no que se referem a acabamento, eles são muito grosseiros, não tem
intimidade com os materiais, cortam errado, quebram ao transportar, o assentamento fica torto;
resumindo, um serviço mal feito.
Já os profissionais de acabamento são exatamente o contrário, enquanto são muito bons em
assentamentos de tudo no que se refere a acabamento, têm delicadeza ao manusear
cerâmicas, pedras, tábuas, etc.; no que se refere a assentar tijolos, são ruins, as paredes
podem ficar tortas, não sabe muito bem as medidas cimento, areia e água.
*É também importante ter uma parte elétrica boa em sua casa, é muito desagradável quando
você liga o chuveiro e a lâmpada da sala fica fraca, principalmente quando se tem visitas. Uma
instalação mal feita pode reduzir a vida útil de lâmpadas que podem queimar até em algumas
semanas. Nas tomadas, a tensão pode tanto queimar alguns aparelhos, como pode ser
insuficiente para que eles funcionem. O ideal seria um projeto elétrico feito por um engenheiro
eletricista, mas como pode ser muito caro, um técnico em eletricidade pode fazer um serviço de
boa qualidade. Mas aí vem aquela velha história, procure indicações, veja serviços já
executados e peça informações.
*Na parte hidráulica, no que se refere à instalação de tubos de PVC, tem que se prestar muita
atenção. Os tubos têm que ser de boa qualidade, mas de boa qualidade mesmo tem que ser o
41
bombeiro hidráulico. Não existe nada mais desagradável do que em uma casa nova ou semi-
nova, as paredes mofadas ou com infiltrações, com a tinta formando balões de ar ou água.
Você pode evitar isto.
Planejamento - Economizando
No decorrer da obra, vários detalhes contribuem para que em média 30% dos materiais
perfeitamente utilizáveis vão para o lixo. Em algumas obras, até 70% dos materiais vão para o
lixo, mas já em outras, uma parcela muito pouco significativa que é jogada fora. Preste
bastante atenção nestes detalhes, eles podem parecer bobos, mas no final com certeza aliviam
o bolso.
*É muito normal que durante a montagem de uma forma de madeira, ou no assentamento de
uma porta ou de uma janela que o funcionário responsável use pregos. Mas cada prego que é
entortado, ou que espirra caindo um pouco longe, não é mais utilizado. O funcionário
simplesmente pega um prego novo na embalagem. Se no final do dia, um funcionário for
designado para catar e desentortar os pregos não utilizados, com certeza vai haver uma
diminuição significativa na compra de pregos.
*Geralmente quando se está fazendo um pilar, faz-se a armação com vergalhões. As sobras do
vergalhão, que não serão mais reaproveitadas devem ser jogadas dentro das armações
quando estiverem sendo cheias de concreto. Essa atitude, além de fortalecer a viga, evita o
desperdício e diminui as chances de pessoas se machucarem no canteiro de obras.
*Quando se está preparando a massa (cimento, areia e água), os funcionários, geralmente
transportam a areia em latas ou em carrinhos de mão. No transporte dessa areia, se perde
muito pelo caminho, a lata pode estar furada, ou o carrinho tomba ,sempre alguma coisa
acontece. Se o monte de areia estiver perto do local onde for preparada a massa, a perda será
mínima. Ou se algum funcionário passar a varrer, peneirar e devolver ao monte, a economia
também será enorme. Para uma obra de 300m², no final, a economia pode chegar a 6 m³ de
areia no final da obra.
*Outro problema muito comum, acontece na hora em que uma parede está sendo rebocada.
Muitos pedreiros, ao assentar tijolos, não fazem o serviço bem feito, e as paredes, na maioria
das vezes, ficam tortas. Mas uma parede para ser pintada ou mesmo que está sendo
preparada para receber cerâmica ou pedras têm que ser totalmente reta. Para isso, o
funcionário nivela a parede com uma camada mais grossa de massa. Imagine uma obra de
300m² com 1 cm a mais de massa em cada parede, seria uma quantidade absurda. Fique
atento, e exija que o funcionário verifique o nível durante o assentamento.
*Geralmente, quando o funcionário vai preparar a massa, ele costuma transportar o cimento na
mesma lata que a água. No final do dia, quando aquela água seca, o cimento endurece e
42
forma-se uma grossa camada dentro da lata. Essa atitude inutiliza a lata e também consome
uma parte significativa de cimento. A atitude a ser adotada é exigir que o transporte da água e
do cimento seja feito em recipientes diferentes, um para a água e outro para a areia.
Planejamento - Construir barato
FAÇA UM PROJETO
Mais da metade das casas no Brasil é levantado sem planejamento. "Sem um projeto, é
comum a pessoa construir uma parede ou até uma sala, depois perceber que deu errado, e ter
que derrubar. É um desperdício muito grande. Para não gastar à toa, o melhor é chamar um
arquiteto ou engenheiro que planejará tudo. Um projeto de até 70 metros quadrados custa
cerca de R$ 400,00. Se você não tem esse dinheiro, procure a prefeitura de sua cidade. As
prefeituras têm projetos de casas para fornecer gratuitamente.
CONFIRA A ORIENTAÇÃO DO SOL
A iluminação é uma das coisas mais importantes em uma casa. Por isso, antes de construir,
verifique a orientação do sol. A face norte é que recebe luz a maior parte do dia. É nessa
direção que geralmente se colocam os quartos. Se você prefere o sol de manhã, aponte-os
para o leste. Os cômodos virados para o oeste receberão sol só à tarde. Já os que ficarem
para o sul terão pouca iluminação.
ECONOMIZE TUBULAÇÃO
Na hora de fazer a planta, o ideal é que o banheiro, cozinha e área de serviço estejam
próximas. Assim, o gasto com a tubulação fica menor. "Lembre-se de não colocar a porta do
banheiro muito próxima da cozinha, por causa dos cheiros".
USE MATERIAIS LOCAIS
Quando for comprar madeiras, prefira as que são comuns em sua região, pois custam mais
barato. Procure saber também se há olarias onde você mora. Comprar tijolos ou telhas direto
da fábrica pode significar uma grande economia.
BATA PERNAS PELO MENOR PREÇO
Todo mundo está cansado de saber, mas pesquisar preços é fundamental. De uma loja de
material para outra, a diferença de preço chega a 60%. Portanto, bata pernas.
REDUZA O TEMPO DA OBRA
"As obras em geral atrasam por falta de dinheiro ou por causa das chuvas". Como pedreiros e
outros contratados recebem por semana, quanto mais tempo a obra demora, mais se paga. Por
43
isso, o melhor é ter todo o material ou dinheiro para comprar antes da obra começar e evitar a
época de chuvas. Você pode tentar um financiamento para o material (veja o quadro abaixo).
PREFIRA TIJOLOS DE BARRO
Muitos pedreiros gostam de construir usando blocos de concreto. Com eles, é mais rápido
levantar as paredes. Mas esses blocos esquentam muito. Para que sua casa não vire um forno,
escolha tijolos de barro.
DÊ UM CHEGA PARA LÁ NA UMIDADE
Quando começar a construção, impermeabilize a fundação e as três primeiras camadas de
tijolo. Para isso, misture ao concreto ou argamassa um produto impermeabilizante, como o
Vedacit. "Assim você impede que a umidade do terreno suba pelas paredes". Segundo ela, um
pacote de impermeabilizante com 20 quilos, que serve para uma casa de 70 metros quadrados,
custa entre R$ 20 e R$ 30.
OPTE POR JANELAS GRANDES
As janelas prontas, tipo Sasazaki, são mais baratas. Mas, por serem pequenas, não deixam a
iluminação nem o ar entrarem direito. Com elas, a casa acaba ficando pouco iluminada, mal
ventilada e você vai gastar mais com luz elétrica e ventiladores.
USE UM TELHADO AREJADO
Telhas de cerâmica são mais caras que as do tipo Eternit. Mas a casa fica muito mais arejada
com elas. As telhas de amianto transformam a casa em uma sauna. Outra boa dica é fazer um
beiral (prolongamento do telhado) de cerca de 1,20 m. Isso deixa o ambiente mais fresco
porque ajuda a fazer sombra na casa.
PISO BONITO E BARATO
Lembra do vermelhão? É aquele cimento colorido que se usava como piso antigamente. Pois o
vermelhão virou moda de novo e agora tem novas cores: amarelo, marrom, preto e azul. Fácil
de aplicar (basta misturar ao cimento do contra piso e aplainar), ele é bem mais barato. Sai, em
média, R$ 3,50 por metro quadrado. Um piso tipo lajota custa R$ 6,00 o metro.
CUIDADO COM AS ETAPAS
Muita gente constrói em etapas. Faz uma parte, se muda, e depois, quando sobra um
dinheirinho, amplia a construção. Se for o seu caso, na primeira etapa, construa todos os
cômodos já do tamanho que eles devem ser. É melhor e mais barato construir novos cômodos
do que tentar aumentar uma sala ou um quarto.
ATENÇÃO COM AS EDÍCULAS
44
Muita gente constrói edículas e depois quer ampliá-las. Não há como aumentar em edícula. O
que se faz são remendos, que nunca ficam bons. Segundo ela, isso acontece porque a edícula
é construída nos fundos do terreno. Se for construída no meio ou na parte da frente do terreno,
sobra espaço na porção de trás para a ampliação.
Materiais - Desperdício
Gastar mais do que o orçamento inicial de uma reforma ou construção é praticamente regra no
Brasil. Desperdício de material, então, é outra constante. Para você não ter surpresas
desagradáveis durante ou ao final de uma obra, é recomendável solicitar ao profissional
responsável um orçamento detalhado, constando todos os materiais que serão utilizados e
suas quantidades calculadas item por item.
A falta de formação técnica de profissionais da área, como pedreiros e encanadores, faz com
que se cometam erros freqüentes de cálculo. Isso porque a “prática” ou o “olhômetro” nem
sempre funcionam. Além disso, há outras questões que influenciam no rendimento dos
materiais. A qualidade do produto, o cuidado no manuseio e no armazenamento são os fatores
mais importantes.
Entretanto, segundo ele, o contexto da obra também deve ser levado em consideração: o
período do ano, as condições climáticas do local, a declividade do solo, os equipamentos que
serão usados e até a quantidade de mão-de-obra. O cômodo onde será feita a reforma também
pode influenciar na quantidade necessária de materiais. “Banheiros, por exemplo, costumam
gastar muito mais argamassa que os dormitórios”.
Pensando em todas estas variáveis, consultamos profissionais qualificados e fornecedores de
produtos do setor que explicaram como calcular a quantidade média dos materiais de
construção mais usados.
Aplique a fórmula e não corra risco
Uma pesquisa sobre redução do desperdício de materiais nos canteiros de obras, feita pelo
Instituto Brasileiro de Tecnologia e Qualidade na Construção Civil (ITQC) e mais 15
universidades nacionais, desenvolveu esta fórmula para calcular o índice de consumo médio
de todos os materiais de construção. “Tendo em vista a porcentagem de perdas de cada um, o
cálculo pode definir a quantidade de todos os tipos de produtos”. Acompanhe:
Sendo:
IC= ICT (1 + %)
IC = Índice de Consumo, ou seja, a quantidade de material que deve ser comprada
ICT = Índice de Consumo Teórico, ou a quantidade de material que cabe exatamente no local
onde será utilizado (prevendo aí a metragem das peças e dos rejuntes)
45
% - Perdas = porcentagem das perdas do material calculado.
Abaixo, a tabela com os dados resumidos dos materiais estudados na pesquisa:
Material Perdas médias (%) Perdas máximas (%)
Blocos e tijolos 13 48
Tubos de PVC 15 56
Placas cerâmicas 14 50
Gesso 30 120
Um exemplo:
Para calcular quantas placas cerâmicas de 19 cm x 39 cm, com 1 cm de rejunte, são
necessárias para cobrir uma superfície (piso ou parede) de 10 m², primeiro é preciso calcular o
ICT (índice de consumo teórico). Assim:
Atenção: não se esqueça de transformar todas as medidas em metros e somar o rejunte na
hora de definir a área da placa. Com o resultado desse cálculo em mãos, é hora de descobrir o
consumo real do produto, ou seja, o IC (índice de consumo). Para isso, verifiquem na tabela de
materiais as perdas médias. Em seguida, aplique a fórmula:
Resultado: para cobrir uma área de 10 m², com revestimentos cerâmicos de 19 cm x 39 cm,
você vai precisar comprar 143 placas.
Materiais – Estocagem
Não espere a casa ficar pronta para descobrir que as paredes estão tortas, que você comprou
mais areia do que o necessário ou que o cimento estragou por contato com a umidade. As
primeiras fases da construção são decisivas para evitar o problema.
Especialistas alertam que é preciso estar atento, logo no início da obra, se a mão-de-obra está
executando os serviços de acordo com o que foi estipulado no projeto. O manuseio, o preparo
e o armazenamento dos materiais também influenciam, e muito, no aumento do consumo.
Segundo pesquisa realizada pela Escola de Engenharia da USP, os tijolos têm índice de perda
de 9%, em média. Entretanto, esse número pode chegar a 48%, dependendo da qualidade do
material e da competência da mão-de-obra.
As argamassas também disparam na frente, quando o assunto é esbanjamento. De acordo
com a mesma pesquisa, elas são consideradas o item mais desperdiçado durante a obra. Este
tipo de material é muito usado na fase de acabamento para encobrir os erros das etapas
anteriores - principalmente os defeitos de prumo e as paredes fora de esquadro. Mas, como
não é possível reverter os prejuízos na fase de acabamento, a única alternativa para evitar o
desperdício é racionalizar a construção. Veja como:
46
Exija um projeto bem feito
Uma construção tem início na fase de projeto. Ou seja, se tudo não for muito bem planejado,
aumentam as possibilidades de erros e, conseqüentemente, de desperdícios durante a obra.
Por isso, é fundamental contratar um arquiteto e definir, junto com o profissional, que tipo de
espaços você quer construir, qual a metragem desejada e o resultado que espera. Além de um
planejamento detalhado, outro ponto importante é compatibilizar as medidas dos espaços com
as dimensões dos materiais que serão aplicados na construção. Blocos ou tijolos de 40 cm de
comprimento, por exemplo, serão otimizados se usados em paredes que tenham medidas
múltiplas de 40. Caso contrário, será inevitável quebrar as peças para fazer ajustes.
Faça um orçamento detalhado
Todos os materiais devem ser especificados e suas quantidades calculadas antes do início da
obra - item por item. Se você não puder contar com o suporte técnico de um arquiteto ou
engenheiro para fazer esse trabalho, consulte os indicadores de consumo de material por área
construída, oferecidos pelos jornais.
Contrate mão-de-obra qualificada
Se você preferir se responsabilizar pela contratação da mão-de-obra, em vez de deixar isso
nas mãos de um arquiteto ou engenheiro, fique atento. Um serviço de má qualidade pode gerar
consumo excessivo de material e, em alguns casos, ter que ser refeito. Por isso, peça
referências, converse com pessoas que já passaram por essa experiência e, antes de se
decidir, visite uma obra feita pelo profissional indicado. Procure também registrar em contrato
tudo o que foi combinado verbalmente. E, se possível, inclua uma cláusula em que o
profissional se responsabilize pelo desperdício de material. Nesse caso, todos os itens devem
estar especificados e as quantidades previamente calculadas.
Prefira produtos de boa qualidade
Materiais de construção de baixa qualidade são responsáveis por grande parte do desperdício
em uma obra. Para se certificar de bons produtos, use o bom senso. Observe e compare, ainda
no depósito, as condições de cada um dos materiais que você vai comprar. Blocos e tijolos de
baixa qualidade, por exemplo, têm os cantos lascados e quebram com facilidade.
Fiscalize o recebimento de materiais
Verifique se o material de construção que está sendo entregue na obra corresponde
exatamente ao que foi pedido. Confira o tipo, a marca, a quantidade e a qualidade dos
produtos. Assim como você escolhe o arquiteto, escolha o fornecedor. Não compre só pelo
menor preço. Procure a melhor relação custo-benefício do mercado e lembre-se: só compre a
quantidade necessária para cada etapa da obra. Faça também uma comparação entre o
consumo de material previsto no orçamento e o que está sendo efetivamente gasto.
47
Tenha cuidado na hora de armazenar
O cimento, por exemplo, deve ser estocado na embalagem original, em local fechado, e em
pilhas de, no máximo, 10 sacos. Já a areia deve ser armazenada em um cercado de madeira,
de preferência coberta por um plástico ou lona, e em local sem declividade – isso evita que ela
escoe junto com a água das chuvas.
Outro problema é a umidade. O cimento e a cal, de um modo geral, estragam e empedram
quando em contato direto com o chão. Justamente por isso, o melhor é estocá-los sobre
estrado de madeira, em locais fechados. Esses procedimentos evitam perdas, danos ou
extravio de materiais.
Evite o vaivém de materiais
Transportar materiais de construção de um lado para outro da obra aumentam as estatísticas
do desperdício. O melhor a fazer é armazená-los próximos aos locais onde serão utilizados.
Uma dica: não carregar blocos e tijolos em carrinhos de mão que tenham as quinas
arredondadas. O material pode quebrar em contato com as junções das laterais desse tipo de
carrinho.
Tijolo ou bloco
O mercado oferece opções de tijolos e blocos feitos com diferentes matérias-primas e
tamanhos. Divididos em duas categorias – estruturais ou de vedação –, eles são, em grande
parte, responsáveis pela qualidade da construção e pelos gastos gerados na obra. Por isso,
para fazer a escolha certa, o melhor é seguir o conselho de arquitetos e engenheiros: antes de
decidir, avalie a relação custo-benefício. De um lado da balança coloque o preço e o
rendimento do material. Do outro, sua qualidade.
Calcule o preço final do metro quadrado
Esta é outra dica importante. O custo do metro quadrado de alvenaria acabada deve orientar a
escolha. Embora o preço do milheiro de um produto possa custar mais do que outro, você deve
ficar atento ao rendimento: mil blocos custam mais do que mil tijolos comuns, mas, em
compensação, eles rendem mais. Além disso, os produtos que têm precisão dimensional levam
menos tempo para serem assentados e ainda economizam reboco. Já um tijolo mais barato,
por exemplo, pode apresentar variações de medidas que acabam resultando em gastos com
correções de prumo e mão-de-obra. Portanto, pense bem antes de escolher e lembre-se:
quanto melhor a qualidade do material, menor o desperdício. Confira as opções!
Tijolo comum
Proporciona conforto térmico e acústico para a casa, mas, por outro lado, é necessário um
grande número de tijolos para se construir um metro quadrado de parede. Por isso, os gastos
com argamassa e mão-de-obra são maiores. Outra característica desse tipo de material é a
48
falta de perfeição dimensional das peças. Ou seja, por mais habilidoso que seja o pedreiro a
alvenaria pode ficar irregular.
Tijolo Baiano
Só pode ser usado como vedação porque não suporta cargas estruturais. É o tipo de tijolo mais
barato do mercado, mas tem altos índices de quebras e produz muito entulho no canteiro de
obras. Por isso, os especialistas recomendam que sejam comprados 30% de peças a mais do
que o necessário. Além disso, assim como o tijolo comum, o baiano também não tem precisão
dimensional. Ou seja, requer mais gasto com material de reboco e mão-de-obra,
principalmente na etapa de nivelamento das paredes. Mas, se comparado ao tijolo comum e ao
bloco de concreto, tem desempenho térmico superior.
Tijolo de Solo-cimento
Ele é feito de uma mistura de terra e cimento prensados. Também conhecido como tijolo
ecológico, seu processo de fabricação não exige queima em forno à lenha e, por isso, não polui
o ar e ainda evita desmatamentos. Para o assentamento, em vez de argamassa comum, é
usada uma cola especial vendida pelos fabricantes do tijolo. Outro diferencial é que seus dois
furos internos permitem embutir a rede hidráulica e elétrica, dispensando o recorte das
paredes. Além disso, o sistema é modular e produz uma alvenaria uniforme, dispensando o uso
excessivo de material para o reboco.
Bloco Cerâmico
Com ele, a obra ganha rapidez e economia. Segundo engenheiros e arquitetos, o bloco
cerâmico gera uma economia de 30% no custo final da construção. Isto porque demanda
menos tempo de assentamento (por ser grande), acelerando a construção das paredes. Outra
vantagem é que esse tipo de material dispensa a etapa de recorte das paredes, pois as
instalações elétricas e hidráulicas podem ser embutidas durante a execução da alvenaria. Por
outro lado, as construções feitas com blocos cerâmicos estruturais não podem ser reformadas.
Bloco de Concreto
Se comparado ao tijolo comum ou ao de solo-cimento, o bloco de concreto rende mais porque
a mão-de-obra executa a alvenaria mais rapidamente. É o mais resistente de todos e o
desperdício causado pelas quebras do material é muito inferior ao tijolo baiano. Além disso, é
preciso menos argamassa de assentamento e camadas mais finas de reboco, principalmente
nas paredes internas. Mas, entre todas as opções, é o que oferece menor conforto térmico.
Nas paredes externas, é bom optar por pintura acrílica para aumentar a proteção contra a
umidade.
49