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01 Projeto de Arquitetura

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Apostila de Projeto de Arquitetura

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O PULO DO GATO ARQUITETURA & URBANISMO

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01 – Projeto de Arquitetura

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O Pulo do Gato, Arquitetura e Urbanismo Para concursos.

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610, de 19.2.1998.

É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, bem como a produção de apostilas, sem

autorização prévia, por escrito, de Geraldo dos Santos Pedro.

Direitos exclusivos de Geraldo dos Santos Pedro.

Arq. Geraldo dos Santos Pedro

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Rua Filinto de Almeida, 109 / 102 – Cosme Velho

CEP: 22241-170 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil

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INDICE

Definindo .........................................................................................................................................................7 Parâmetros de análise do edifício ..........................................................................................................7

O PROJETO ...................................................................................................................................................9

O Uso dos edifícios ................................................................................................................................9 O Sítio...................................................................................................................................................12

PROCESSO DO PROJETO DE ARQUITETURA ........................................................................................13

PARTIDO..............................................................................................................................................17 Sistema Construtivo .............................................................................................................................17 Implantação ..........................................................................................................................................18 Orientação ............................................................................................................................................18 Setorização de usos .............................................................................................................................19 Coordenação modular: .........................................................................................................................19 Racionalização de fluxos:.....................................................................................................................19

NÍVES DE PROJETO ...................................................................................................................................20

Projeto Básico.......................................................................................................................................20 Projeto Executivo..................................................................................................................................20 Projetos Complementares ....................................................................................................................20

DOCUMENTOS COMPLEMENTARES AO PROJETO ...............................................................................22

Caderno de Especificações..................................................................................................................22 Caderno de Encargos...........................................................................................................................22

ETAPAS DO PROJETO DE ARQUITETURA ..............................................................................................23

Estudo Preliminar .................................................................................................................................23 Anteprojeto ...........................................................................................................................................23 Projeto Final..........................................................................................................................................23

TIPOS DE PROJETO DE ARQUITETURA ..................................................................................................24

Projeto Para Construção ......................................................................................................................24 Projeto Legal.........................................................................................................................................24 Projeto para Revisão ............................................................................................................................24 Projeto para Reforma ...........................................................................................................................24 Projeto (ou programa) de Manutenção predial.....................................................................................25 Princípios gerais do projeto de manutenção ........................................................................................25 Projeto de Restauração........................................................................................................................28 Projeto para Ocupação - Layout ou Humanização ..............................................................................28 Avaliação Pós-Ocupação (APO) ..........................................................................................................28

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PROJETO DE ARQUITETURA

Definindo

espaço pode ser concebido de duas maneiras, a dizer: o espaço fechado - o edifício; e o espaço aberto – a paisagem Natural ou construída pelo homem. Por espaço fechado entendemos o espaço cercado por elementos físicos tais como paredes e coberturas – separado do ambiente externo este tipo de espaço pode ser dividido e subdividido em compartimentos. Por espaço aberto entendemos

tudo que está fora do ambiente fechado do edifício.

Parâmetros de análise do edifício

De uma forma ampla podemos entender o edifício, o principal objeto do projeto de arquitetura, como

um produto constituído por elementos definidos e articulados em conformidade com princípios e técnicas consagradas pela prática e pelo aprimoramento tecnológico; um conjunto de sistemas que interagem e formam um objeto com uma função específica na vida do homem – a habitação, o trabalho, o lazer, o comércio, etc - a partir de suas vivências, suas necessidades cotidianas de natureza social profissional e econômica, bem como de sua percepção estética.

Fazem parte deste conjunto de sistemas:

A estrutura portante: o sistema estrutural, ou seja, os elementos que o mantém de pé como as paredes, os pilares e as vigas;

O esquema distributivo: a maneira como o edifício se constitui no espaço. Em blocos horizontais articulados em sistema de árvore, e apenas um bloco vertical interligado pela circulação vertical, etc;

Os mecanismos de acesso, que são seus eixos de circulação e demais possibilidades de comunicação interna e externa;

Os níveis: pavimentos planos em que se baseiam os compartimentos do edifício;

Compartimento: as unidades de ocupação e uso em que subdivide o edifício;

Vedações verticais: os limites físicos entre os compartimentos;

Aberturas: passagens de ar e de luz entre os ambientes internos e externos.

Equipamentos acessórios: dispositivos que garantem a iluminação, o abastecimento de água, os dispositivos de comunicação e processamento de informação, etc.

Do ponto de vista estético, o edifício é dominado por uma certa “linguagem arquitetônica”! que envolve o reconhecimento de uma composição a partir de relações formais, entre seus elementos e o todo, de acordo com o partido – a intenção plástica - compondo, uma unidade estética. São elementos da composição arquitetônica, segundo Bruno Zevi:

Forma

Dimensão

Textura

Cor

Luz e Sombra

OOOO

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Tais elementos usam os seguintes artifícios como instrumento de composição daqueles elementos:

Proporção

Ritmo

Repetição

Contraste e harmonia

Além da linguagem arquitetônica, a produção de arquitetura envolve outros aspectos tais como:

Do ponto de vista técnico e econômico

Custos da produção

Adequação ao meio ambiente

Adequação de materiais

Adequação de processos

Do ponto de vista funcional:

Confiabilidade

Desempenho com relação à acessibilidade

Segurança na utilização

Facilidade de utilização

Ambientação funcional

Facilidade de manutenção

Durabilidade

Resistência

Precisão

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O PROJETO O instrumento de que dispõe o arquiteto para viabilizar a concepção do espaço é o Projeto.

Conforme a NBR 13.531 (ABNT, 1995), a elaboração de projeto de edificação consiste na “determinação e representação prévias dos atributos funcionais, formais e técnicos de elementos de edificação a construir, a pré-fabricar, a montar, a ampliar, etc., abrangendo os ambientes exteriores e interiores e os projetos de elementos da edificação e das instalações prediais”.

O projeto de arquitetura é um conjunto de informações precisas relativas ao que foi idealizado pelo arquiteto, principalmente no que tange a orientação na condução de sua execução no espaço físico real. Trata-se, portanto, do produto gráfico de uma série de procedimentos metodológicos, desenvolvidos em uma linguagem técnica – o desenho técnico – segundo elementos que lhes são determinantes e condicionantes.

Por elementos determinantes entendemos: o uso, e o sítio. a seguir vamos analisar cada um destes conceitos básicos do projeto.

O Uso dos edifícios

Consiste na atividade que o edifício irá abrigar. Em outras palavras, o uso é a resposta da pergunta

“para que serve este espaço?” Para venda de produtos? Então temos um espaço de uso comercial. Para moradia de uma família? Então temos o espaço de uso residencial unifamiliar. Para a residência de várias Famílias? Então temos o espaço de uso residencial multifamiliar. Cada município, através de seu código de obras, tem seus próprios critérios para definir os usos. Desta forma não há precisamente uma regra geral para classificação das edificações segundo o uso. O critério que mostramos a seguir serve tão somente como um exemplo para a orientação. Tipos de uso segundo atividades:

Uso Residencial: edificações destinadas à moradia. Subdividem-se em: unifamiliares e multifamiliáres.

Unifamiliar é a edificação destinada à moradia em caráter permanente que abriga somente uma unidade habitacional por lote de terreno, tais como:

Casas isoladas;

Casas justapostas ou Geminadas.

Multifamiliar é a edificação destinada à moradia em caráter permanente abrigando mais de uma unidade habitacional por lote, tais como prédios de apartamentos;

É importante registrar que embora aqui o uso residencial esteja vinculado ao conceito de permanência - de forma que não se deva entender como residenciais atividades como a de hotelaria, pensionato e asilos para idosos -, em muitos códigos não há essa distinção de forma que a prestação de serviços de hospedaria e a internação de pacientes possam se consideradas a mesma coisa. Nos casos dos apart-hotéis que realmente se situa em um meio termo entre o uso residencial e o de serviços, na existência desses dois tipos de classificação no código de obras, sugerimos optar pela classificação como residencial. No caso um residencial com ofertas de serviços.

Comercial e Serviços: as edificações destinadas à comercialização de mercadorias ou prestação de serviços administrativos, pessoais ou de alimentação, tais como:

Venda de mercadorias em geral;

Venda de bens e serviços;

Instituições financeiras;

Escritórios administrativos, técnicos, consultório ou administração pública;

Manufatura em escala artesanal;

Tratamento estético ou instituto de beleza, casas de banho, sauna e similares;

consertos de natureza artesanal;

padarias, restaurantes, bares, lanchonetes e similares.

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Prestação de Serviços de Saúde: as edificações destinadas à prestação de serviços de assistência à saúde em geral, inclusive veterinária tais como:

clínica médica, odontológica, radiológica o de recuperação física ou mental;

ambulatório;

prontos-socorros;

postos de saúde ou puericultura;

hospitais ou casa de saúde;

bancos de sangue ou similares;

laboratórios de análises.

Prestação de serviços de educação: as edificações destinadas à prestação de serviços de educação e ensino em geral, tais como:

creches, berçários e pré-escolas;

ensino de 1º e 2º graus;

cursos supletivos ou preparatórios;

ensino técnico profissionalizante;

ensino superior ou pós- graduação;

cursos livres;

cursos especiais.

Serviços de Hospedagem: as edificações destinadas a serviços de hospedagem ou moradia, de caráter transitório ou não, com prestação de serviços, tais como:

hotéis, apart-hotéis, pensão, hospedaria;

motéis, drive-in e similares.

asilos, orfanatos, albergues e similares.

Serviços Automotivos: as edificações destinadas à prestação de serviços de guarda, abastecimento, limpeza, manutenção ou reparo, com ou sem comercialização de produtos, tais como:

estacionamentos ou edifícios garagem;

abastecimento, lavagem ou serviços;

oficinas automotivas, funilaria e pintura;

venda de acessórios

concessionárias de veículos

garagens de caminhões e ônibus;

gás engarrafado;

lubrificante, graxas, resinas e gomas;

depósitos de materiais e equipamentos.

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Industriais: as edificações destinadas à produção e manufatura de bens, extração, beneficiamento, reparos, desdobramento, transformação, manufatura ou guarda de matérias-primas ou mercadorias de origem mineral, vegetal ou animal, incluindo, dentre outros, os tipos:

Pedreiras ou Areais de Alimentos

Serrarias, Marcenarias e Serralherias Gráficas e Topográficas

Tecelagens e Confecções Químicos e Farmacêuticos

Matadouros e Frigoríficos de Aparelhos Elétricos

de Veículos de Estocagem

Terminal particular de Carga Desmanche e /ou Ferro-Velho

Máquinas Gelo

materiais de construção

Locais de Reunião: aqueles destinados a abrigar eventos geradores de público, incluindo, dentre outros, os tipos:

cinemas, auditórios, teatros, salas de concerto;

templos religiosos;

salões de festas ou danças;

ginásios poli-esportivos;

casa de "shows" e espetáculos;

associações e sindicatos;

casas de jogos e diversões eletrônicas.

Locais para Prática de Esportes: aqueles destinados à prática de atividades físicas ou lazer, incluindo, dentre outros, os tipos:

clubes esportivos ou recreativos;

academias de natação, ginástica ou dança;

recintos para competições, jogos e lazer;

parques.

Serviços de caráter especial: aquelas que, por sua especificidade, devam ser analisadas, considerando todas as variantes de seus usos, incluindo, dentre outros, os tipos:

delegacias e casas de detenção;

quartéis;

terminais de carga ou passageiros;

velórios, cemitérios e crematórios;

centros de pesquisa;

centrais de distribuição de mercadorias;

“Shopping centers”;

Museu e bibliotecas.

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O Sítio

Consiste no terreno em que o projeto será edificado. O lote urbano é a conformação do sítio em

suas dimensões de largura e profundidade. Segundo o NB1279, lote é parte de um loteamento. Um loteamento é uma área parcelada segundo padrões técnicos de forma a possuir circulação entre lotes e áreas não edificantes. Relaciona-se ao sítio:

As condições Ambientais

As Condições logísticas

As Condições econômicas

Legislação urbana

Condições Ambientais Por condições ambientais nos referimos ao clima, ao relevo e aos aspectos que podem ser afetados

com a execução do projeto tais como os mananciais hídricos, a flora e a fauna, e a paisagem de um modo geral, seja ela natural - as vistas de uma montanha, o espelho de água de um lago - ou urbana – paisagem edificada em seu entorno incluindo os históricos, onde, por exemplo, haja interesse de preservação.

As condições Logísticas Diz respeito às condições de acesso a recursos ambientais, materiais e técnico no local – o sítio -

em que se deseja realizar o projeto. Esse aspecto é fundamental ao projeto de arquitetura. No Brasil, somente os grandes centros possuem uma boa condição logística enquanto em locais distantes essas condições são mais precárias.

Materiais de construção

Acessibilidade

Maquinas e equipamentos

Água

Energia elétrica

Mão–de-obra qualificada

Mão de obra sem qualificação;

As condições Econômicas A execução de projetos de arquitetura muitas vezes envolve o consumo de grandes recursos de

capital. Daí, este ser um dos principais condicionantes da criação de um projeto de arquitetura. Se o edifício a ser construído é um bem econômico, e enquanto tal, a disposição dos recursos que irão viabilizar sua construção é um investimento econômico, a percepção do lucro – que é uma variante que se coloca principalmente à medida que a possibilidade de venda do imóvel envolva valores maiores que os disponibilizados na sua construção – se torna um dos objetivos da construção1. Neste sentido a necessidade de economia de recursos, economia material energética se impõe como um valor construtivo.

1 Daí existir o conceito de habitação de interesse social. Ela diz respeito sobretudo à cidadania; ao direito à habitação. Neste caso, o valor da habitação tem um significado mais social do que efetivamente econômico.

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Condições dadas pela Legislação Urbana Trata-se das leis e normas técnicas que regem a construção civil na esfera do município do estado e

da União. Abaixo, as principais leis e normas a elaboração de um projeto de arquitetura deve obedecer:

Normas Técnicas relativas ao desempenho da edificação, regulamentos e leis aplicáveis visando a aprovação dos projetos:

Regulamentação municipal, estadual ou federal, em especial as exigências da legislação sanitária estadual, além de tomar como parâmetro o estabelecido no Código de Obras e Edificações do município2, Corpo de Bombeiros e ABNT, no que se referir a questões não explicitadas neste manual;

NBR 9050/94 Acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências, a edificação, espaço, mobiliário e equipamento urbano;

Diretrizes municipais específicas quando for o caso.

PROCESSO DO PROJETO DE ARQUITETURA

Por instrumentos do projeto de arquitetura chamamos os modelos de estudo que, a partir dos elementos determinantes e condicionantes, auxiliam a elaboração do projeto. São eles: o programa, o fluxograma; estudo de viabilidades; estudo da demanda por áreas; plano de massas e volume e o partido.

A seguir examinaremos cada um desses itens.

Levantamento cadastral Diz respeito à identificação das informações condicionantes e determinantes do projeto tais como a

área física disponível – sua conformação espaciais em termos de declividade, dimensões, condições de acesso, legislação aplicável, etc.

O levantamento cadastral deve ser realizado através de uma pesquisa em duas frentes. Uma, corresponde ao inventário da documentação existente que possa ser relevante ao projeto: mapas aerofotogramétricos da prefeitura; plantas de loteamento aprovadas na prefeitura anteriormente; projetos legais aprovados, levantamentos topográficos já realizados, fotos antigas do locaL, etc.

Outra frente do levantamento corresponde ao desenho “as built” a partir de desenhos existentes - que então estarão sendo atualizados - ou de novos desenhos realizados “in loco” pelo projetista.

O produto do levantamento é sempre um documento com as informações necessárias ao desenvolvimento do projeto. Dependendo do tipo de levantamento este documento pode se constituir na forma de planilhas com gráficos, textos descritivos estatísticos, jogos de plantas de arquitetura, painéis com fotos, etc.

Programa de Necessidades O programa consiste na sistematização do conjunto de necessidades funcionais e sociais que

caracterizam o edifício. Como vimos até agora, os edifícios são determinados pela existência de clientes e arquitetos, e condicionados por seu uso bem como pelas condições do sítio onde serão edificados. O programa de necessidades portanto, tratadas condições necessárias ao desenvolvimento das atividades dos usuários da edificação que, adequadamente consideradas, definem e originam a proposição para o empreendimento a ser realizado.

2 A principal destas leis é o código municipal de obras. Como veremos à frente, neste estudo. O código de obras estabelece parâmetros construtivos tais como o número de pavimentos que o edifício deve ter, a páreas que pode ocupar no terreno, os afastamentos das divisas, os equipamentos de que devem dispor, áreas mínimas, os compartimentos necessários aos programas de edifícios onde ocorrem as atividades. Estabelece ainda os usos que os edifícios podem ou não podem ter nas zonas por ele definidas.

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O Programa de Necessidades deve conter a listagem de todos os ambientes - os compartimentos - necessários ao desenvolvimento dessas atividades. Por exemplo, o programa para residência unifamiliar abaixo:

Copa

Área de serviços

Sala Íntima

Quarto

Suíte

Banheiro social

Hall de entrada

Sala de estar

Sala de jantar

Lavabo

Cozinha

Ele é feito sobre a necessidade colocada pelo uso que terá a edificação para uma família constituída por um casal de pais e um filho de cinco anos.

Uma família maior necessitaria de mais quartos. Uma família menor, de menos quartos. Uma família que valoriza a realização de eventos sociais na própria residência necessita de salas maiores. Uma que não valoriza, pode usar salas menores. Assim podemos dizer que cada família em especial, necessita de um tipo de casa, por conseguinte, cada casa, de um tipo de programa.

Da mesma forma que cada tipo de atividade demanda um tipo de programa. Programas esses que podem variar ainda em função do tamanho de cada cliente, sejam eles empresas, clubes famílias etc.

A elaboração do programa é o ponto de partida para o desenvolvimento do projeto. Uma das dificuldades de se projetar um edifício está em justamente não se conhecer bem o programa que necessita o cliente, pois, para o desenvolvimento de um programa é necessária a familiaridade com o objeto e nem sempre o arquiteto esta em dia com todos os programas. Para tanto é necessária a realização de pesquisas que auxiliem a esse tipo de trabalho, ou do uso de fontes técnicas tais como manuais, normas específicas de cada área. Exemplo, Critérios para elaboração de programas de arquitetura para Estabelecimentos de Saúde, Critérios para elaboração de projetos de edifícios para instalações educacionais de 1.

Fluxograma de atividades A comunicação a partir de uma relação de proximidades entre as “unidades” do espaço projetado,

de forma que, este funcione segundo uma expectativa de uso; Exemplo de fluxograma:

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Estudo de viabilidades É a averiguação do que pode ser construído tendo em vista o atendimento ao programa - com

relação à necessidade espacial de cada um dos ambientes – e ao que prescreve a legislação da área em questão. Tal estudo visa estimar o potencial construtivo do sítio em relação ao projeto que para ele se pretende em termos de vantagens ou desvantagens técnicas, estéticas ou econômicas. Por exemplo, a construção de um edifício residencial em um determinado terreno. O estudo de viabilidades pode fornecer o número de apartamentos que se pode construir permitindo que os empreendedores saibam se a construção é economicamente viável ou não. Assim o estudo de viabilidades envolve os seguintes estudos:

Estudo da área necessária ao projeto;

Estudo da área disponível;

Plano de massas e volumes.

Estudo da área necessária ao projeto Consiste no levantamento das áreas necessárias ao funcionamento de cada um dos

compartimentos. Esse dimensionamento é feito a partir de pequenos croquis. Neles o arquiteto estuda, a partir de croquis por ele elaborado - ou mesmo por documentos de referência - o funcionamento de cada ambiente e define um valor suficiente para a sua área. Abaixo, a título de exemplo, a definição das áreas necessárias para a criação de um apartamento com um quarto e uma suíte para um padrão de baixa classe média.

Potencial do terreno Trata-se do estudo do potencial que o terreno oferece dadas às condições da legislação.

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Plano de Massas e Volumes O Plano, de Massas e Volumes corresponde a uma composição plástica do fluxograma onde cada

compartimento possui uma área mais ou menos proporcional. Trata-se do ponto de partida para o desenvolvimento das idéias cujo produto final será a planta de arquitetura. Como mostramos no exemplo a seguir que simula, a partir de três estágios, o desenvolvimento da planta de um apartamento.

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PARTIDO

Partido Arquitetônico constitui-se do conjunto de elementos que caracterizam a edificação, em

relação a seus aspectos estéticos, utilitários e funcionais. Em outras palavras, corresponde a intenção plástica do arquiteto. Essa intenção é resultante da articulação do plano de massas com uma técnica construtiva, o estilo e o conjunto das decisões físico-espaciais tomadas pelo arquiteto. O partido arquitetônico adotado no projeto deverá:

Contemplar os dispositivos necessários ao funcionamento do edifício;

Contemplar a uma certa “flexibilização” dos espaços de forma a atender a possíveis alterações seja de demanda ao longo do tempo, seja de aprimoramento do programa (aumento do número de ambientes, localização de paredes etc.).

A estética resultante do partido deverá ser uma função decorrente da coerência conceitual do projeto;

Contemplar uma distribuição equilibrada dos espaços necessários ao desempenho das funções definidas no programa de projeto;

Contemplar as possíveis formas de implantação para atendimento das condicionantes físicas previstas no programa de projeto;

Contemplar a unidade do projeto, considerando todos os sistemas de utilidades e

Buscar soluções de custo compatíveis com a faixa de renda da população a que se destina, tanto para a construção do edifício como para sua manutenção.

Concepção do Partido A criação do projeto de arquitetura no nível do partido envolve o controle de alguns aspectos

técnicos fundamentais às condições de conforto, habitabilidade, segurança, durabilidade, economia e facilidade de manutenção. A seguir os parâmetros condicionantes da concepção do partido de arquitetura.

Sistema Construtivo Dá-se o nome de Sistema Construtivo ao conjunto de materiais, técnicas, componentes e elementos

empregados na construção. Podemos classificar os sistemas construtivos em:

Sistemas Construtivos Abertos são aqueles desenvolvidos a partir de um elenco de elementos e componentes da construção (paredes, lajes, coberturas, janelas, portas) os quais podem ser combinados em diferentes soluções arquitetônicas em que se variam a quantidade, dimensões e disposição dos diversos cômodos.

Sistemas Construtivos Convencionais São sistemas em que seus principais elementos (paredes, lajes e coberturas) são executados no canteiro de obras e utilizam-se de técnicas e materiais construtivos convencionais, como tijolos, concreto, madeira, telhas cerâmicas e telhas de fibrocimento.

Sistemas Construtivos Fechados são aqueles desenvolvidos a partir de um projeto arquitetônico único, que lhe serve de modelo. Os sistemas fechados não permitem variações na disposição e nas dimensões dos cômodos, das janelas, das portas ou de qualquer componente da moradia. Podem ser:

Sistemas Construtivos Racionalizados São sistemas onde um ou mais elementos que compõem a obra são industrializados, isto é vêem pronto de fábrica, mas que no entanto têm como característica predominante o uso de materiais e modo de execução convencional.

Sistemas Construtivos Industrializados São sistemas totalmente fabricados fora do canteiro e ali transportados para montagem e acabamento final. No Brasil existem poucos sistemas construtivos industrializados além das tradicionais casas de madeira.

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Os edifícios são compostos, em linhas gerais, pela infra-estrutura (os alicerces ou fundações), pela estrutura (paredes estruturais ou pilares e vigas) e pela cobertura (estrutura e revestimentos externo e interno).

Implantação Consiste na localização do edifício dentro do sítio: pode ser no centro, junto às laterais – colado na

divisa –, nos fundo, ou na testada do terreno. A Implantação do edifício é uma prerrogativa do arquiteto no processo de criação de seu projeto. Esta prerrogativa, contudo, deve ser orientada em função da legislação urbana. Como veremos no capítulo “Código de Obras”, a legislação estabelece vários critérios para quase todos os aspectos do projeto de arquitetura. A implantação do edifício no lote é um dos aspectos mais importantes e por isso mesmo um dos que mais têm definidos critérios.

Edifício em

centro de terreno

Edifício colado em

uma das divisas laterais

Edifício colado nas

divisas laterais

Orientação Consiste no posicionamento do corpo do edifício em relação aos pontos cardeais da Terra como

podemos ver na figura.

Um dos aspectos que a Orientação mais influencia no edifício é o Clima. O posicionamento do edifício e suas fachadas em relação ao movimento do sol e o sentido dos ventos pode ser um aspecto essencial na qualidade do ambiente que se quer criar. Veremos esta questão no capítulo sobre conforto nas construções.

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Setorização de usos A setorização consiste no agrupamento de atividades de forma a subdividir o espaço em segmentos

tendo em vista sua funcionalidade. Exemplo: no projeto de uma casa pode se desenvolver uma planta setorizada em torno das seguintes atividades:

Social: sala de estar, varanda, sala de jantar, lavabo...

Doméstica: copa, cozinha, área de serviço...

Íntima: quartos, banheiro da suíte.

Recreativa: piscina, quadra de esportes.

As vantagens da setorização: tornam a planta e o uso da edificação mais funcional no momento da ocupação. Facilita também a legibilidade do projeto por parte do usuário.

Coordenação modular:

Segundo a NBR5706 coordenação modular é “a técnica que permite relacionar as medidas de projeto com as medidas modulares por meio de um reticulado espacial modular de referência”. Em outras palavras, consiste em projetar usando um padrão dimensional repetitivo chamado módulo. Trata-se, a exemplo da setorização, de uma decisão de projeto no momento da criação do partido, no início da elaboração da planta de arquitetura.

Os módulos são posicionados em relação a um eixo ou a um eixo principal articulado a um ou mais eixos secundários paralelos, perpendiculares em ângulos abertos ou fechados. A sucessão de vários eixos compõe o reticulado, também chamado “malha”, ou “grelha” modular. O módulo para a construção coordenada modularmente é: 12,50m.

Racionalização de fluxos: Organização espacial de forma a minimizar o tamanho dos percursos entre as unidades do projeto

tendo em vista sua respectiva função.

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NÍVES DE PROJETO

Projeto Básico

Segundo a NBR 13.531, “projeto básico é o conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução”, devendo conter os seguintes elementos:

Desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar todos os seus elementos construtivos com clareza;

Soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem;

Identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a execução;

Informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;

Subsídios para a montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso;

O orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados.

Projeto Executivo

“É o conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra”. Neste caso, tem-se em vista os aspectos gráficos da forma mais detalhada possível de forma a permitir a execução do projeto reproduzindo-o em seus detalhes. Um projeto executivo está completo quando reúne todos os projetos executivos específicos de cada um dos subsistemas que o compões tais como:

Projeto executivo de Arquitetura

Projeto executivo de instalações;

Projeto executivo de instalações mecânicas

Projetos Complementares

São os projetos complementares ao projeto de arquitetura. Uma vez que o projeto de arquitetura propriamente dita se restringe à conformação e posicionamento das paredes, pisos, coberturas, seus respectivos revestimentos e ainda os elementos de vedação do espaço e suas condições de ambientação e de abastecimento.

Os projetos de instalações dizem respeito aos elementos físicos específicos que permitem o cumprimento da ambientação e de abastecimento do edifício nas condições dadas pelo projeto. Assim, são projetos de instalações:

Instalações Hidro-sanitárias:

Água fria

Água quente

Esgoto Sanitário

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Instalações de Águas Pluviais

Instalações de Gás

Instalações Elétricas

Instalações de Comunicação

Telefônicas

De Televisão

Dados

Instalações Mecânicas

Elevadores

Bombas de abastecimento

Instalações de Proteção contra Incêndio

Instalações de Proteção contra Roubo

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DOCUMENTOS COMPLEMENTARES AO PROJETO

Caderno de Especificações

Trata-se de um documento complementar das informações do projeto. Tem como objetivo descrever e definir na forma de texto, as condições técnicas a serem atendidas pelos elementos constituintes da obra, de forma que possa permitir a compra de materiais de construção ou a execução do serviço por terceiros, exatamente como foi idealizado pelo projetista, sem que haja dúvida. Seu nível de aprofundamento deve ser compatível com o projeto de que trata e sua organização é articulada na seqüência dos itens gerais para os itens específicos.

Quando relativo aos materiais de construção, um caderno de especificações deve conter:

O setor do edifício a que descreve

O nome exato do material (não sua marca), peça ou aparelho

As características gerais de desempenho.

Descrição de modelo, tamanho, cor, padrão de acabamento, etc

As quantidades de cada elemento

Quando relativo a serviços um caderno de especificações deve conter:

O nome exato do serviço.

A delimitação da área que irá cobrir.

Descrição do padrão de acabamento

Caderno de Encargos Em uma licitação para execução de uma obra de engenharia e arquitetura, é importante estar

definido o papel de cada um dos integrantes do processo construtivo - em especial os papéis do agente contratante e do agente contratado. O caderno de encargos é o documento responsável pela definição exata das atribuições de cada um destes agentes, no processo de execução da obra.

O Caderno de Encargos contem os elementos da edificação, bem como as informações e instruções complementares necessárias à execução dos serviços objeto do contrato, como:

Descrição e abrangência dos serviços objeto da Licitação, localização e plano ou programa de suporte do empreendimento;

Plantas cadastrais dos sistemas e componentes pertinentes ao objeto da Licitação;

Prazo e cronograma de execução dos serviços, total e parcial, incluindo etapas ou metas previamente estabelecidas pelo Contratante;

Definição do modelo de Garantia de Qualidade a ser adotado para os serviços, fornecimentos e produtos pertinentes ao objeto da Licitação;

Informações, normas e disposições específicas do Contratante;

Relação das Práticas de Projeto, Construção e Manutenção de Edifícios Públicos Federais aplicáveis aos serviços objeto da Licitação;

Informações específicas sobre os serviços e obras objeto da Licitação e disposições complementares do Contratante.

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ETAPAS DO PROJETO DE ARQUITETURA

Após o Estudo de Viabilidades – que ainda não se trata de um projeto no sentido amplo do termo, mas uma série de estudos cujo objetivo e dar-lhe substância e conteúdo. Introdução a ele -, e a tomada à decisão de se realizar o projeto de arquitetura, inicia-se o processo de projeto que é composto por três etapas seqüenciais em ordem crescente de complexidade.

Estudo Preliminar Estudo técnico, baseado em dados levantados e programa de uso. Visa a análise e escolha da

solução que melhor atendam aos objetivos propostos, sob os aspectos legais, técnicos, econômicos e ambientais do empreendimento. Corresponde a primeiro conjunto de propostas projetuais e tem como marco a escolha do partido. O estudo preliminar é direcionado a um eventual cliente leigo e visa a exposição de idéias projetuais. Por isso sua escala é em geral pequena (1:200) e o desenho tem características mais ilustrativas do que técnicas contando com grande apoio de texto também ilustrativo.

Anteprojeto Como já afirmamos anteriormente, Projeto Básico é o conjunto de elementos e informações

necessárias e suficientes, com nível de precisão adequado para caracterizar a intervenção. Corresponde ao aprimoramento do estudo preliminar em termos de complexidade. É direcionado a outros profissionais - que terão a incumbência de analisar e aprovar, como no caso dos técnicos da prefeitura, ou desenvolver projetos complementares como projetos de instalações elétricas e hidráulicas – e visa a definição dos parâmetros técnicos em termos de dimensões e escolha de materiais, necessários a execução da obra. Desta forma, o anteprojeto, que equivale ao projeto básico, deve demonstrar a viabilidade técnica da edificação a partir do Programa de necessidades e do Estudo preliminar desenvolvido anteriormente, possibilitar a avaliação do custo dos serviços e obras, bem como permitir a definição dos métodos construtivos e prazos de excussão do empreendimento. Serão solucionadas as interferências entre os sistemas e componentes da edificação.

Projeto Final Definição de todos os detalhes construtivos ou executivos, necessários e suficientes à execução do

sistema proposto. Corresponde ao aprimoramento do anteprojeto. É direcionado aos profissionais que irão executar o projeto na obra, sendo por isso extremamente detalhado e especificado. E incorpora todos os projetos complementares .

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TIPOS DE PROJETO DE ARQUITETURA

Projeto Para Construção

Consiste no desenho de um edifício que ainda não existe tendo em vista a sua construção. Como veremos ao longo desta apostila, o projeto de construção além da metodologia de seu processo de criação e desenvolvimento – os níveis de detalhamento tais como estudo preliminar, anteprojeto e projeto executivo-, segue a um conjunto de normas técnicas, e legais, bem como a uma série de parâmetros estéticos e culturais que o constituem e lhe dão integridade.

Em outras palavras, o projeto para construção está submetido a critérios de segurança (prevenção de colapso estrutural, riscos de incêndio, choques elétricos), habitabilidade (estanqueidade à água, conforto térmico e acústico, níveis de iluminamento, dimensões mínimas e organização funcional dos espaços), higiene e saúde (riscos de ferimentos, proliferação de microorganismos), durabilidade (vida útil requerida para a habitação e suas partes, custos de manutenção) e adequação ambiental (utilização racional de insumos, redução de poluentes). às condições de acessibilidades.

As principais leis que o regem são as leis municipais relativas ao uso ao parcelamento do solo e aos parâmetros construtivos estabelecidos pelo código de obras sob as diretrizes traçadas pelo plano diretor que estabelece a política de expansão urbana da cidade em que o edifício será erguido. Leis Estaduais e federais também regem o projeto de construção principalmente no que se relaciona à preservação do patrimônio histórico e à proteção ao meio ambiente.

Projeto Legal É o projeto com as informações necessárias à avaliação do cumprimento dos aspectos técnicos

estabelecidos por instrumentos como o código de obras, normas técnicas e demais leis que regulam a construção nos âmbitos municipal, estadual e federal.

O projeto legal mais comum é aquele direcionado a aprovação da construção pela prefeitura, tendo em vista ser o município, segundo a constituição, a instância responsável pela fiscalização da construção. Do ponto de vista técnico e executivo, tais projetos são exatamente os mesmos projetos que serão utilizados para construção, reforma ou manutenção. Do ponto de vista da representação, no entanto, o projeto legal se diferencia dos outros. Ele visa atender aos padrões de representação da instituição da instituição que irá avaliar e proceder à aprovação ou não. Tais padrões, em geral, dizem respeito aos desenhos que deverão ser representados - plantas, cortes, vistas, etc -, os quadros informativos tais como Quadro de Áreas - com informações relativas a ATE (Área Total Edificada), a Área Total do Terreno e assim por diante -, o Quadro de Legendas com o significado dos símbolos, Os formatos da prancha de desenho e suas respectivas dobras, bem como, o carimbo com o nome do autor do projeto, o proprietário e o responsável técnico além da data e da localidade em que o projeto foi desenvolvido.

Dependendo do tamanho do edifício a ser construído, o projeto legal não se restringe ao desenho para construção dos elementos definitivos do edifício, mas a um conjunto de elementos móveis fundamentais à sua construção tais como os tapumes, o barracão de obras, as instalações sanitárias e domésticas para os trabalhadores da obra. Estas instalações demandam licenciamento pa a execução da obra.

Projeto para Revisão Ou levantamento do existente, o “As built”, consiste no desenho do edifício tão qual está construído.

Tem em vista obter-se as informações concretas fieis à realidade física e não projetual do edifício. O desenvolvimento do “as built” tem em vista futuras intervenções. Assim, constitui-se de um documento a ser arquivado relativo à memória do edifício.

Projeto para Reforma Consiste na alteração de um edifício existente, acrescendo ou não área, mudando ou não o seu uso.

Deve atender aos mesmos parâmetros técnicos legais do projeto de construção, ou seja, está submetido a critérios de segurança (prevenção de colapso estrutural, riscos de incêndio, choques elétricos), habitabilidade (estanqueidade à água, conforto térmico e acústico, níveis de iluminamento, dimensões mínimas e organização funcional dos espaços), higiene e saúde (riscos de ferimentos, proliferação de

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microorganismos), durabilidade (vida útil requerida para a habitação e suas partes, custos de manutenção) e adequação ambiental (utilização racional de insumos, redução de poluentes). às condições de acessibilidades, sendo também necessário a sua aprovação e licenciamento junto aos órgãos de fiscalização municipal, estadual e se for o caso, federal. Considerando que ao ser construído ele tenha se concretizado próximo ao limite dos parâmetros constritivos estabelecidos pela legislação, esse aspecto é fundamental no desenvolvimento de um projeto de reforma pois, um acréscimo de área de construção pode acarretar em uma infração que o impeça de receber a licença para a construção.

Por exemplo, um edifício que possui o número máximo de pavimentos permitido em uma determinada região da cidade não pode ter um projeto de reforma que lhe acrescente mais um pavimento sob o ônus de estar transgredindo a lei. Da mesma forma os compartimentos internos não podem ter áreas inferiores as áreas mínimas e assim por diante. Caso não estivesse no limite e fosse possível a construção de mais um pavimento, o cálculo estrutural do novo pavimento deve considerar não somente este, mas, o edifício como um todo sob pena de sobrecarregar a antiga estrutura.

No jogo de plantas em que se compõe deverão estar indicadas as áreas acrescidas, as paredes demolidas (convencionalmente em amarelo) e construídas (convencionalmente em vermelho).

Finalmente é importante enfatizar que reforma não é restauro. Se por um acaso o edifício a ser objeto de uma reforma tem valor patrimonial na cultura e na memória coletivas sendo assim protegido por alguma esfera do poder público municipal, estadual ou federal, fica proibido reformar. Tais edifícios, por lei, devem ser restaurados. Isso implica em critérios de intervenção mais específicos e cautelosos, diferentes dos critérios voltados para a reforma.

Projeto (ou programa) de Manutenção predial

Manutenção predial é o processo de revisão dos equipamentos e instalações prediais tendo em vista a prevenção e a correção de danos do sistema. Seu objetivo é evitar que ocorram danos. e que, em ocorrendo, que esses danos não se agravem gerando danos ainda maiores a edificação o que causa transtornos aos seus usuários , além de deseconomias - gastos financeiros - que poderiam ser evitados. Considerando que certos sistemas e equipamentos onde a segurança e o funcionamento preciso são essenciais, os serviços de inspeção e vistorias programados pelo projeto de manutenção preventiva devem ser realizados, independentemente da ocorrência de defeitos.

Podemos classificar três tipos de ação de manutenção:

Ação preventiva: aquela realizada através de visitas periódicas às instalações por técnico responsáveis que aplicam testes padrões para aferir o bom funcionamento de peças de risco – peças que costumam dar defeito

Ação corretiva: aquela realizada em instalações que apresentam problemas tais como lâmpadas queimadas.

Ação emergencial: aquela cuja falência no funcionamento Poe em risco o andamento imediato das atividades desenvolvidas no edifício. .

Princípios gerais do projeto de manutenção Peças e elementos construtivos que já demonstram fadiga ou imperfeições, devem ser substituídos

antes do problema se agravar, evitando-se assim custos maiores. Exemplificando: a troca de um reparo de torneira que já começa a pingar é mais barato que um vazamento noturno que pode ocorrer quando essa peça chegar ao seu limite.

Inicialmente, os serviços de limpeza predial devem ser realizados regularmente em todas as dependências do edifício. Todos os componentes construtivos (internos ou externos) necessitam de conservação, mesmo que em periodicidades diferentes.

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Para iniciar um trabalho sistemático de manutenção programada, deve-se analisar criteriosamente a função do edifício, determinando todos os sistemas que o compõem: estrutura, paredes, cobertura, pisos, instalações elétricas, instalações hidráulicas, telefonia e informática, caixilharia e outros sistemas e equipamentos. A partir daí, é necessário recolher-se o maior número possível de informações a respeito desse sistema, seja suas características técnicas, época de sua instalação, histórico de serviços de manutenção eventualmente efetuados, necessidades técnicas de manutenção, especificadas pelo construtor ou fabricante do componente e outros dados relevantes. É importante manter-se contratos de manutenção com as empresas fornecedoras de equipamentos mais sofisticados: elevadores, ar condicionado, geradores, dentre outros.

Em seguida, determinar claramente as funções de todas as suas partes. Essas partes devem ser relacionadas e estudadas separadamente a partir de suas características construtivas, tipo de uso, situação atual, necessidade de intervenção imediata ou reforma geral.

A partir da montagem de um quadro onde todos esses elementos estejam dispostos e organizados, é possível organizar os trabalhos de forma sistemática, determinando-se assim a periodicidade de cada inspeção e os custos globais dos serviços.

A seguir, esquematiza-se uma tabela referencial para a organização desses serviços.

SISTEMA

SERVIÇO PERIODICIDADE

1 – Estrutura

1. Fundações 2. Pilares 3. Vigas 4. Lajes

Inspeção e verificação de possíveis fissuras, trincas, rachaduras, ferragem aparente, desníveis, carbonatação

Semestral

2. – Cobertura 1. Vigamento 2. Telhado 3. impermeabilização 4. Calhas e Condutores 5. Outros elementos

Inspeção e verificação Limpeza Inspeção, Limpeza e reparos Inspeção, Limpeza e reparos Inspeção, Limpeza e reparos

Semestral Bimensal Trimestral Mensal Variável

3 – Paredes

1. Revestimentos 2. Blocos ou tijolos a

vista 3. Placas

Inspeção, Limpeza e reparos Inspeção, Limpeza e reparos Inspeção, Limpeza e reparos

Semestral

4 – Esquadrias

1. Caixilhos de alumínio 2. Caixilhos de Ferro 3. Caixilhos de madeira 4. Portas 5. Vidros

Inspeção e Limpeza Limpeza e/ou pintura Pintura e/ou reparos Pintura Limpeza e/ou substituição

Anual Anual Semestral Anual Anual

5 – Hidráulica 1. Entrada 2. Sistema de Caixas

d'água 3. Ramais de

abastecimento 4. Torneiras 5. Registros 6. Válvulas 7. Outros equipamentos

Inspeção Inspeção e Limpeza Inspeção Inspeção e troca de reparos Inspeção e troca de reparos Inspeção e troca de reparos

Semestral

6 – Elétrica 1. Quadro de entrada 2. Circuitos 3. Tomadas 4. Interruptores 5. Sistema de iluminação 6. Luminárias 7. Lâmpadas

Inspeção /Troca de Fusíveis Inspeção e reparos Inspeção e troca Inspeção e troca Inspeção / verificação Inspeção/Limpeza/Reposição Inspeção/Reposição

Bimensal Trimestral Semestral Semestral Semestral Bimensal Mensal

7. – Pisos

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1. Revestimentos 2. Juntas 3. Rodapés 4. Pisos elevados 5. Pisos externos

Limpeza/Verificação/Reparos Inspeção Verificação Verificação Limpeza/Verificação/Reparos

Bimensal Trimestral Semestral Semestral Bimensal

8 – Revestimentos 1. Externos 2. Internos 3. Especiais 4. Forros

Limpeza e/ou Pintura Limpeza e/ou Pintura Limpeza e/ou Pintura Limpeza/Pintura/Reparos

Semestral Anual Anual Anual

9 – Pintura 1. Interna 2. Externa

Retoques/Pintura Retoques/Pintura

Anual Bi-anual

10 – Paisagismo

Jardins internos Jardins externos Elementos paisagísticos Vasos e floreiras Outros equipamentos

Limpeza, remoção de resíduos, podas Limpeza, consertos

Mensal

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Projeto de Restauração

Consiste no desenho de conjunto de operações destinadas a restabelecer a unidade da edificação, relativa à concepção original ou de intervenções significativas na sua história. O restauro deve ser baseado em análises e levantamentos inquestionáveis e a execução permitir a distinção entre o original e a intervenção.

Projeto para Ocupação - Layout ou Humanização Consiste em um projeto de locação de moveis e equipamentos em um determinado espaço. É típico

dos projetos de arquitetura de interiores.

Avaliação Pós-Ocupação (APO) Consiste em uma série de métodos e técnicas que diagnosticam fatores positivos e negativos do

ambiente no decorrer do uso, a partir da análise de fatores socioeconômicos, de infra-estrutura e superestrutura urbanas dos sistemas construtivos, conforto ambiental, conservação de energia, fatores estéticos, funcionais e comportamentais, levando em consideração o ponto de vista dos próprios avaliadores, projetistas e clientes, e também dos usuários. Neste estudo é considerado fundamental o atendimento das necessidades ou o nível de satisfação dos usuários, sem minimizar a importância da avaliação de desempenho físico ou “clássica”. Nesse sentido tem grande validade “ecológica”, pois faz análises, diagnósticos e recomendações a partir dos objetos de uso, in loco, na escala e tempo reais.

Esquema APO

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BIBLIOGRAFIA

1. Ching, Francis D.K., Dicionário Visual de Arquitetura - Editora Martins Fontes São Paulo, 2000

2. Gurgel, Miriam, Projetando Espaços: Guia de Arquitetura de Interiores para Áreas Residenciais

editora SENAC,São Paulo 2005

3. Lemos, Carlos A C. O Que é Arquitetura. Editora Brasiliense: Coleção Primeiros Passos São

Paulo 1995.

4. NBR 13.531 - Elaboração de projetos de edificações Associação Brasileira de Normas Técnicas

1995

5. Neufert, Ernst, A Arte de Projetar em Arquitetura – Editora GG 35o. Edição, São Paulo 2000;

6. Silva, Elvan. Uma introdução ao Projeto Arquitetônico. 1a. Edição: 1984. Ed. da Universidade,

UFRGS

7. Zevi, Bruno Saber Ver a Arquitetura, Martins Fontes, São Paulo, 6ª edição, 2000

Para complementar o seu estudo, consulte na pasta Biblioteca de Arquitetura da Apostila a subpasta

“Projeto de Arquitetura”

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QUESTÕES

1. Qual o principal instrumento utilizado para a criação do espaço em arquitetura? a. O Projeto de arquitetura. b. A perspectiva; c. O layout d. O estudo de viabilidade.

2. Qual das afirmativas abaixo está correta?

a. Projeto de Arquitetura é o produto de uma série de procedimentos metodológicos, desenvolvidos em uma linguagem técnica – o desenho de arquitetura –. a partir da “simulação do espaço no plano abstrato”, e em função das atividades para o qual ele esta sendo criado.

b. Programa é a intenção plástica resultante da articulação do plano de massas com uma técnica construtiva que corresponda às expectativas determinadas pelos aspectos físicos – como o tipo de solo, sobre o qual se construirá; logísticos - a disponibilidade de materiais e de mão-de-obra para efetuar a obra de construção no terreno; climáticos – vento, frio, calor que incidem sobre o local; econômica e financeira – os recursos que se dispõe; legais – os parâmetros técnicos e construtivos estabelecidos pela legislação, etc.

c. O desenho de arquitetura visa estimar se o que se propõe para o terreno é possível, e em sendo possível, quais as vantagens e desvantagens de se efetivar o espaço a ser criado naquele terreno.

d. Estudo Preliminar é o estudo da implantação do canteiro de obras.

3. São informações necessárias ao tipo de espaço que se quer projetar: a. O uso que o espaço terá, uma vez construído. b. As características do solo. c. As características do clima do local. d. Todas as anteriores.

4. No que consiste respectivamente o uso e o sítio num projeto de arquitetura?

a. Na atividade que a edificação abrigará e no local em que será construída. b. No plano de massas. c. Na articulação que viabilizará a formação do programa. d. Nenhuma das respostas anteriores.

5. São tipos de projeto de e seu respectivo uso exceto...

a. Projeto para construção de residência multifamiliar. b. Projeto de reforma de edificação sem acréscimo em edifício comercial. c. Projeto de restauro de e via pública d. Projeto de implantação de tecnologia construtiva em empresa construtora

6. São consideradas habitações multifamiliares.

a. Edifícios de apartamentos em geral; b. Pensionatos; c. Conventos, mosteiros e internatos; d. Hotéis, Motéis e hospedarias.

7. Fornecer informações para a compatibilização dos projetos complementares com o projeto de arquitetura é um

dos objetivos da seguinte etapa do projeto arquitetônico: a. estudo preliminar; b. anteprojeto; c. projeto legal; d. projeto executivo;

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8. O acesso a recursos como materiais de construção, maquinas e equipamentos, água, fontes de energia, mão-

de-obra qualificada ou não, envolve a que aspecto relacionado ao sítio. Legislação Urbana; Constância de chuvas e força dos ventos; Logística; Condições econômicas.

9. Quais classificações de uso melhor se adeqüam para os edifícios que abrigam respectivamente uma loja de

produtos veterinários, um hotel e um curso de informática. a. Comercial, residencial multifamiliar e serviços educacionais. b. Comercial Prestação de serviços hoteleiros e comerciais; c. Comercial Prestação de serviços hoteleiros e serviços educacionais; d. Prestação de serviços de saúde, prestação de serviços hoteleiros e prestação de serviços

educacionais.

10. Consiste na localização do edifício dentro do sítio: pode ser no centro, junto às laterais – colado na divisa –, nos fundo, ou na testada do terreno.

a. Orientação; b. Setorização c. Racionalização de Fluxos d. Implantação

11. Consiste no posicionamento do edifício em relação aos pontos cardeais da Terra.

a. Setorização b. Implantação c. Orientação d. Racionalização de Fluxos.

12. A propósito das afirmações abaixo, assinale a alternativa correta: I. Programa é a lista com o nome dos ambientes – ou compartimentos - necessários à composição de

um edifício.

II. A setorização consiste no procedimento de agrupar os compartimentos do programa em torno de atividades às quais estes compartimentos se relacionam. Isso pode ser feito em função das afinidades de demanda por recursos necessários a estes compartimentos, em função de suas características ambientais ou ainda por conta da necessidade de viabilizar um eixo de circulação entre eles.

III. Racionalização de fluxos consiste na organização espacial de forma a minimizar o tamanho dos percursos entre as unidades do projeto tendo em vista sua respectiva função.

IV. Coordenação Modular. Esta consiste na determinação de um padrão modular fixo comum a todos os projetos de forma a economizar e dinamizar os recursos. Este padrão tem o valor de 12,50m.

a. Somente a I e a III estão corretas correta. b. Somente a II e a IV estão corretas. c. Somente I II, e III estão corretas. d. Todas estão corretas

13. No que consiste um projeto do tipo “as built?”.

a. Trata-se de um levantamento da edificação existente após a execução da obra; b. Trata-se de uma reforma do existente; c. Trata-se de um restauro do que deixou de existir; d. Trata-se da locação de moveis e equipamentos em planta.

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14. No que consiste um projeto do tipo Layout?

a. Trata-se de uma revisão do existente; b. Trata-se de uma reforma do existente; c. Trata-se de um restauro do que deixou de existir; d. Trata-se da locação de moveis e equipamentos em planta.

15. Qual etapa do projeto é destinada a leigos sendo seu desenho e textos expositivos mais ilustrativo do que

técnico? a. O Plano de massas b. O Estudo preliminar. c. O Anteprojeto. d. O Projeto Executivo

16. Cite as escalas usadas respectivamente no estudo preliminar, no anteprojeto, no projeto executivo:

a. 1:200; 1:100; 1:50. b. 1:100; 1:100; 1:50. c. 1:200; 1:100; 1:100. d. depende de cada projeto.

17. Modulação do projeto consiste em:

a. Desenvolvimento do projeto utilizando o metro como unidade de medida. b. No agrupamento dos segmentos do espaço criado em função da proximidade de uso e função; c. No desenvolvimento do projeto sobre uma “malha” regular onde o programa se abdique a uma

estrutura previamente elaborada. d. Todas as respostas acima estão corretas.

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Gabarito das questões de Projeto de Arquitetura

QUESTÃO OPÇÃO

01 A

02 A

03 D

04 A

05 D

06 A

07 B

08 C

09 C

10 D

11 C

12 D

13 A

14 D

15 B

16 A

17 C