Upload
pepe-pita
View
133
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Escola Superior Enfermagem Porto
Curso de Licenciatura em Enfermagem
Ano lectivo 2009/2010
ParentalidadeParentalidadeSaúde Materna e ObstetríciaSaúde Materna e Obstetrícia
Gravidez – definição e respostas fisiológicas à gravidez
Desenvolvimento fetal – principais etapas do
Gravidez – definição e respostas fisiológicas à gravidez
Desenvolvimento fetal – principais etapas do
Conteúdos
Gravidez
desenvolvimento fetal
Vigilância da gravidez
Actividades desenvolvidas nas consultas durante a
gravidez – avaliação inicial e actividades de diagnóstico.
desenvolvimento fetal
Vigilância da gravidez
Actividades desenvolvidas nas consultas durante a
gravidez – avaliação inicial e actividades de diagnóstico.
Condição de desenvolver e alimentar um feto no corpo.
Corresponde ao período entre a concepção e o trabalho de parto.
O início da gravidez é indicado pela cessação dos períodos menstruais.
Tem a duração de aproximadamente 40 semanas (1).(ICN, 2002, 2006)
GravidezGravidez
A gravidez é um processo saudável, mas implica alterações rápidas
e inevitáveis nas funções corporais.
(1) Tem duração de 266/280 dias (40 semanas) | 9 meses do calendário | 10 meses lunares (cada mês lunar=28 dias)
Ao longo deste período o corpo da mãe experimenta
alterações fisiológicas: respostas fisiológicas adaptativas
do corpo às necessidades crescentes do feto quanto à
nutrição, protecção contra lesões e espaço para crescer.
Gravidez – efeitos colaterais
Gravidez
(Raffensperger et al., 2002)
Resposta fisiológica
↑ peso do útero de 70gr para 1200gr.
↑ do volume de 10 ml para 2-10 litros.
A partir das 12 semanas é palpável no abdómen - ↑ da sínfese púbica; perda centro de gravidade à medida que o útero cresce.
↑ da vascularização e hipertrofia das glândulas do
Sinal de Chadwick (1) e sinal de Godell (2) ; secreção vaginal abundante, espessa,
Aspectos a valorizar
Gravidez
Sistema reprodutor
hipertrofia das glândulas do colo do útero.
secreção vaginal abundante, espessa, esbranquiçada e ácida (pH 3,5-6); forma-se o rolhão mucoso que evita a contaminação do útero por bactérias ou outras substância..
↑ da vascularização e congestão da vagina.
Mucosa vaginal mais flexível; ↑ secreções brancas e ácidas.
Crescimento dos ductos| lóbulos| alvéolos mamários (durante os 3
primeiros meses).
As glândulas de Montgomery ↑ de tamanho↑ tamanho e ↑ da sensibilidade das mamasVeias superficiais mais salientes.
(1) Cor azul púrpura da vagina devido ao aumento da vascularização;(2) Amolecimento do colo devido ao aumento da vascularização;
Resposta fisiológica
↑ 10% volume cardíaco
↑ 50% volume plasmático (de 600 a 1250 ml)
↓ albumina plasmática total (de 4,0-4,5gr/dl
para 3,0-3,5gr/dl)
Anemia fisiológica por hemodiluição.
Paredes vasculares ficam mais permeáveis.
↑ FC (10-15 bat./min).
Aspectos a valorizar
Sistema cardiovascular
Gravidez
↑ filtração renal; ↑ transporte de O2; ↑ fluxo
cardíaco
↑ volume de eritrócitos é < 33% do ↑ do
volume plasmático; acelera-se a produção de
eritrócitos
↓ resistência periférica total (a circulação
uteroplacentar é um sistema de baixa
resistência)
↑ fluxo sangue superficial
Suplemento ferro permite que se amplie ao máximo o volume de eritrócitos.
Pode ocorrer estase sanguínea nas extremidades inferiores;
Dilatação vascular da mucosa nasal pode produzir epistaxis; ↑ fluxo de sangue nas mãos pode produzir eritema.
Resposta fisiológica
PA (1) altera-se (↓) na primeira metade da gravidez, depois
normaliza.
↓ PA sistólica e diastólica na primeira metade da gravidez – 5 a 10 mmHg.
NOTA: a PA na artéria umeral (2) varia de acordo com a posição da gestante:Qualquer ↑ de 30 mmHg na PA
Aspectos a valorizar
Sistema cardiovascular
Gravidez
acordo com a posição da gestante:
- é mais elevada em posição sentada;
- é intermédia em posição dorsal
- é mais baixa em posição lateral
(Raffensperger et al., 2002)
(1) A pressão arterial é a pressão exercida pelo sangue contra a superfície interna das artérias. A força original vem do batimento cardíaco. A pressão arterial varia a cada instante, seguindo um comportamento cíclico.
(2) A artéria umeral é possível de identificar na sua passagem na face interna da diáfise do úmero. A este nível a artéria passa na transição dos músculos anteriores (bicípete braquial e braquial anterior) e os músculos posteriores (tricípite braquial).
Qualquer ↑ de 30 mmHg na PA
é um dado anormal.
Resposta fisiológica
O diafragma eleva-se 4 cm e o diâmetro transverso do tórax ↑ 2 cm
Expiração torna-se mais difícil; FR ↑ 2 movimentos respiratórios/minuto; a respiração profunda ↑ eficiência da troca de gases.
Aspectos a valorizar
Gravidez
Sistema respiratório
de gases.
Por efeito do estrogénio há ↓ da resistência pulmonar ao ↑ a
flexibilidade do tecido conectivo e por efeito da progesterona há
relaxamento do músculo liso
Pode ocorrer dispneia por ↓ da concentração de CO2
Resposta fisiológica
O aumento do útero comprime a
bexiga e os ureteres; por efeito do
estrogénio há ↑ da retenção de
↓ capacidade vesical → ↑ frequência urinária
↑ relaxamento vesical → ↑ volume
Aspectos a valorizar
Gravidez
Sistema urinário
água (total de 6 a 8 litros no final da
gravidez distribuídos entre mãe|
feto| placenta| liquido amniótico) e
↑ do tamanho do rim por efeito da
progesterona.
residual → ↑ risco de infecção urinária
Gravidez
Sistema urinário
Resposta fisiológica
O aumento do útero comprime a bexiga e os ureteres; por efeito do estrogénio há ↑ da retenção de água (total de 6 a
8 litros no final da gravidez distribuídos entre mãe| feto| placenta| liquido
↓ capacidade vesical → ↑ frequência urinária
↑ relaxamento vesical → ↑ volume residual → ↑ risco de infecção urinária
Aspectos a valorizar
Gravidez
Sistema urinário
amniótico) e ↑ do tamanho do rim por efeito da progesterona.
↑ excreção de folatos, glicose, lactose, aminoácidos, vitamina B12 e ácido ascórbico.
↑ nutrientes na urina → favorece a proliferação de bactérias → ↑ risco de infecção urinária
↑ risco de infecção urinária e da frequência urinária
↑ a proporção de nutrientes na urina
Dilatação dos rins e uretra (+ acentuada do lado direito devido à pressão
exercida pelo útero
A posição corporal afecta a irrigação sanguínea e função
renal.
Quando a grávida se levanta há diminuição de:
- fluxo sanguíneo renal e filtração glomerular por acumulação de sangue na pelve e pernas;
- volume e secreção de urina
Resposta fisiológica Aspectos a valorizar
Gravidez
Sistema urinário
- volume e secreção de urina
- ↑ acumulação de água durante o dia o que produz edema postural
Quando a grávida se deita:
- ↑ a filtração renal com nictúria
- ↑ a excreção de água e sal.
Resposta fisiológica
↑ tamanho do útero � > pressão sobre estômago e intestino
Pode causar pirose
↑ pressão sanguínea na zona infra-uterina Pode causar hemorróides, varizes
↓ tonus e motilidade do tubo digestivo e Pode causar esofagite de refluxo,
Aspectos a valorizar
Gravidez
Sistema digestivo
↓ tonus e motilidade do tubo digestivo e ↓ do tempo de esvaziamento gástrico;
↑ absorção de água no cólon
Pode causar esofagite de refluxo, náuseas, obstipação
Pode ocorrer supressão do fluxo biliar;
↓ secreção gástrica do ácido clorídrico e
pepsina, (após o 1º trimestre)
Pode causar prurido devido ao ↑ de retenção de sais biliares
Há maior aderência das fibras de colagénio por acção do estrogénio
Pode causar gengivorragias e epúlides
↑ produção de saliva Pode causar ptialismo
Resposta fisiológica
A gravidez tem influência no metabolismo dos hidratos de carbono. A principal fonte energética do cérebro e a unidade fetoplacentar é a glicose.
Durante a gravidez ↓ as concentrações plasmáticas de glicose em jejum; as concentrações plasmáticas de insulina alteram-se no final do 2º trimestre.
Aspectos a valorizar
Gravidez
Consumo de nutrientes
e a unidade fetoplacentar é a glicose. alteram-se no final do 2º trimestre.
O metabolismo dos lípidos faz com que se acumulem reservas de
gordura durante os períodos de crescimento fetal e lactação.
Acumula-se 3,5 kg de gordura excedente até à semana 30 de gestação.
O feto consome proteínas para crescer.
Possivelmente não se acumulam proteínas durante a gravidez. Se a gestante não ingerir em quantidade suficiente a massa muscular pode constituir a reserva de proteínas.
Resposta fisiológica
As articulações relaxam por acção da relaxina.
A mobilidade e flexibilidade das articulações sacroilíaca, sacrococcígea e púbica ↑.
↑ o peso do útero com o ↑ do seu Pode haver dor no ligamento redondo.
Aspectos a valorizar
Gravidez
Sistema musculoesquelético
tamanho.
Ocorrem mudanças posturais. Há alteração no centro de gravidade; dorsalgias; a inclinação para trás para compensar o peso do útero e o seu conteúdo pode provocar lordose e distensão dorsal.
As gestantes podem sentir dor e adormecimento das extremidades superiores devido à inclinação dos ombros e do tórax para a frente.
Resposta fisiológica
Acção dos estrogénios provoca
aumento da pigmentação da
pele (↑ hormona estimulante de
Cloasma facial; linha negra.
Genitais mais escuros; aréola mais
escura.
Aspectos a valorizar
Sistema tegumentar
Gravidez
pele (↑ hormona estimulante de
melanócitos da hipófise).
↑ actividade das glândulas
sebáceas e sudoríparas
escura.
↑ suor
�↓ pCO2 alveolar e arterial na mãe; hiperventilação.
�
� Náuseas, pirose, esofagite de refluxo, ↓ absorção das gorduras.
� Cloasma, aréola mais escura, linha negra.
� Edema, ↑ volume plasmático (anemia fisiológica).� Eritema palmar,
angiomas. � Maior susceptibilidade a infecções.
Efeitos colaterais - síntese
Gravidez
� Crescimento e hipersensibilidade mamária.
� Lordose, dorsalgia.
� Instabilidade emocional. Alterações da libido.
infecções.
� Sensação de > calor. ↑perspiração.
� Atraso no esvaziamento gástrico com reabsorção de água no intestino, o que pode originar obstipação e hemorróides.
� Estase urinária, > risco de infecção das vias urinárias.
� ↑ 3,5 kg de gordura corporal.
Processo de vida normal e progressivo, no ventre da mulher para dar origem a
um novo indivíduo, de acordo com a idade aproximada e os estádios de
crescimento e desenvolvimento, desde a concepção, através do
desenvolvimento embrionário e período fetal, até ao nascimento.
(ICN, 2002, 2006)
Desenvolvimento fetal
A gravidez divide-se em 3 trimestres:
1º trimestre 1-13 semanas 2º trimestre 14-27 semanas 3º trimestre 28-40 semanas
Vigilância da gravidez
abortamento parto
Vigilância da gravidez
� Identificar as alterações corporais que correspondam a
alterações fisiológicas normais e as que correspondem
a sinais de complicações;
Vigilância da gravidez - Objectivos
a sinais de complicações;
� Identificar precocemente sinais de complicações;
� Identificar precocemente os factores de risco;
� Vigiar o crescimento e desenvolvimento fetal;
� Promover a saúde da mãe, feto e família.
1ª consulta: inicio da gravidez (logo que possível)
Esquema de consultas
Vigilância da gravidez
restantes consultas: de 4/4 semanas até às 36 semanas
de 2/2 semanas até ao parto
� Confirmação do diagnóstico da gravidez;
S
Sinais de presunção
Sinais de probabilidade
Sinais de certeza
� Interrupção da menstruação;� Náuseas e vómitos;� Polaquiúria (micção frequente);� Hipersensibilidade mamária;
1ª consulta
Vigilância da gravidez
Sinais de presunção
Sinais de probabilidade
Sinais de certeza
� Fadiga e sonolência.
Sinais de probabilidade� ↑ tamanho do abdómen;� Sinal de Hegar;�Sinal de Chadwick (tonalidade púrpura da vagina e colo do útero);� Percepção de movimentos fetais.
Sinais de certeza
� Batimentos fetais;� Movimentos fetais;� Diagnóstico ecográfico e analítico (pesquisa de βHCG na urina/sangue);
1ª consulta
� Recolher informação – avaliação inicial
• Dados demográficos: idade | morada | …
• História actual: peso | grupo sanguíneo e factor Rh | medicação em uso |
hábitos – tabaco, álcool, cafeína, outros | alergias | imunização | doenças |
• Dados demográficos: idade | morada | …
• História actual: peso | grupo sanguíneo e factor Rh | medicação em uso |
hábitos – tabaco, álcool, cafeína, outros | alergias | imunização | doenças |
Vigilância da gravidez
doenças na família
• História ocupacional: profissão | escolaridade | riscos para a saúde |
situação financeira | padrão de exercício físico
• História ginecológica: ciclo menstrual | contracepção | interacção sexual
(libido, dispareunia, …)
• História obstétrica: abortos (espontâneos/terapêuticos) | partos (termo/pré-
termo) | lugar onde ocorreu o parto | tipo de parto | duração do trabalho de
parto | complicações do parto/recém-nascido/puerpério | idade dos filhos |
doenças na família
• História ocupacional: profissão | escolaridade | riscos para a saúde |
situação financeira | padrão de exercício físico
• História ginecológica: ciclo menstrual | contracepção | interacção sexual
(libido, dispareunia, …)
• História obstétrica: abortos (espontâneos/terapêuticos) | partos (termo/pré-
termo) | lugar onde ocorreu o parto | tipo de parto | duração do trabalho de
parto | complicações do parto/recém-nascido/puerpério | idade dos filhos |
� Recolher informação – avaliação inicial (cont.)
• História do pai da criança: idade | condição de saúde | hábitos | grupo de
sangue e factor Rh | ocupação | doenças na família | atitude face à gravidez
• História do pai da criança: idade | condição de saúde | hábitos | grupo de
sangue e factor Rh | ocupação | doenças na família | atitude face à gravidez
Vigilância da gravidez
•Motivo da consulta: descrever o motivo
• Gravidez actual: medicações | tabaco | álcool | exposição a riscos ambientais
| gravidez desejada/planeada | DUM |
• Exame físico:
•Motivo da consulta: descrever o motivo
• Gravidez actual: medicações | tabaco | álcool | exposição a riscos ambientais
| gravidez desejada/planeada | DUM |
• Exame físico:
Alterações corporais a valorizar no exame físico geral
Cabeça e pescoço ↑ vascularização nasal → Epistaxis
Cloasma → Preocupações estéticas
Épulides (hipertrofia gengiva) → Gengivas sangrantes, dificuldade em comer e conservar os alimentos limpos na boca
Ptialismo (salivação excessiva)
Náuseas e vómitos
Vigilância da gravidez
Tórax ↑ circunferência da parede torácica → Hiperventilação | Dispneia
Mamas ↑ tamanho das mamas, erecção dos mamilos, escurecimento das aréolas, secreção de colostro → Hipersensibilidade mamária
Abdómen ↑ tamanho do útero: elevação do útero da pelve a partir das 12/13 semanas
Estrias da gravidez | linha negra → Preocupações estéticas
Alterações corporais a valorizar no exame físico geral
Dorso Acentuação da curvatura lombar → Dorsalgias
Pélvis ↑ fluxo vaginal branco → Leucorreia> risco de infecção urinária; ↓ tonus vesical → ↑ urgência urinária | polaquiúriapolaquiúria
Extremidades Eritema palmar → Mãos com pruridoPressão sobre a circulação venosa das pernas → Varizes | edema
Consultas subsequentes
� Dar continuidade à recolha de informação
• Rever anamnese e completar as informações
• Calcular a idade gestacional
• Controlo do esquema de vacinação
• Rever anamnese e completar as informações
• Calcular a idade gestacional
• Controlo do esquema de vacinação
� Recolher informação – exame físico
Vigilância da gravidez
• Determinar o peso – avaliar o aumento ponderal
• Calcular a idade gestacional
• Determinar PA
• Inspeccionar pele e das mucosas
• Examinar abdómen | membros inferiores | mamas
• Pesquisar edemas
• Medir altura uterina
• Auscultar RCF
• Identificar situação e apresentação
• …
• Determinar o peso – avaliar o aumento ponderal
• Calcular a idade gestacional
• Determinar PA
• Inspeccionar pele e das mucosas
• Examinar abdómen | membros inferiores | mamas
• Pesquisar edemas
• Medir altura uterina
• Auscultar RCF
• Identificar situação e apresentação
• …
� Recolher informação – exame físico
Actividades de diagnóstico, a realizar durante a consulta
� Cálculo da idade gestacional;
� Cálculo da data provável do parto;
� Avaliação do estado nutricional;
Vigilância da gravidez
� Avaliação do estado nutricional;
� Determinação do peso materno;
� Controlo da pressão arterial;
� Verificação da presença de edema;
� Medida da altura uterina/crescimento fetal;
� Auscultação dos batimentos cardíacos fetais;
Actividades de diagnóstico: Calcular idade gestacional (todas as consultas)
Quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida
� contar o número de semanas a partir do 1º dia da última menstruação
Vigilância da gravidez
até a data da consulta.
� uso de disco - instrução no verso do disco.
DUMDUM
DATA ACTUALDATA ACTUAL
x Semanas y diasx Semanas y dias
Actividades de diagnóstico: Calcular data provável de parto (DPP) (1ª consulta)
Regra de Nägele 1º - Identificar 1º dia da última menstruação (DUM);
2º - ao dia da DUM somar 7;
3º - ao mês da DUM subtrair 3 meses (ou somar 9 meses).(Calcular a data provável de parto)
Vigilância da gravidez
dia 03+ 7 = mês 02 – 3 = 1110
Exemplo DUM – 11 de Setembro 2001.
dia 11+ 7 = 18 mês 9 – 3 = 6
DPP – 18 de Junho 2002.
Outro exemplo
DPP: 10 de Novembro 2009
DUM – 03 de Fevereiro 2009.
Actividades de diagnóstico: Avaliar estado nutricional/ ganho de peso
Objectivos
– identificar as gestantes com ganho de peso menor ou excessivo para a
Vigilância da gravidez
idade gestacional, em função do estado nutricional prévio;
• Caracterizar o padrão de comer e beber;
• Na 1ª consulta: avaliação do estado nutricional através da medida
Actividades de diagnóstico: Avaliar estado nutricional/ ganho de peso
Vigilância da gravidez
• Na 1ª consulta: avaliação do estado nutricional através da medida
inicial de peso/altura – calcular o Índice de Massa Corporal (IMC);
As medidas antropométricas proporcionam informação a curto e a longo
prazo sobre o estado nutricional da mulher. A altura e o peso da mulher
devem ser determinados na primeira consulta pré-natal.
1ªs semanas - 680 g
20ª semana – 4 kg
30ª semana – 8-9 kg
↑ peso esperado
Vigilância da gravidez
30ª semana – 8-9 kg
40ª semana – 12-13 kg
Semanas de gravidez
Peso anterior à gravidez
Ganho médio de peso é de 9-13/14 kg
Feto _____________________3,5 kg
Placenta e membranas ____680 g
LA ______________________ 900 g
Útero ___________________ 1,100 kg
Mama __________________ 1 kg
Vigilância da gravidez
Mama __________________ 1 kg
↑ volume sanguíneo _____ de 1,300 a 1, 800 kg
Líquido e gordura extra vascular _ 1,800 a 4 kg
Índice de Massa Corporal (IMC) = Peso / Altura
IMC CLASSIFICAÇÃO
< 19.8 Baixo peso
19.8 – 26.0 Normal
26.0 – 29.0 Alto peso
> 29.0 Obeso
Vigilância da gravidez
> 29.0 Obeso
IMC (antes da gestação)
Aumento de peso durante a gestação (kg)
Baixo 12.5-18
Normal 11.5-16
Alto 7-11.5
Ganho de peso durante a gestação de acordo com a classificação do IMC antes da gravidez
Actividades de diagnóstico: Avaliar estado nutricional/ ganho de peso
� Pesar a gestante: com o mínimo de roupa possível, em pé sobre a
balança – colocada a zero
� Registar o peso no Boletim de Saúde de Grávida
Vigilância da gravidez
Actividades de diagnóstico: Avaliar tensão arterial (TA)
Objectivos
– Detectar precocemente situação de hipertensão que se constituam em
risco materno e perinatal.
Vigilância da gravidez
risco materno e perinatal.
Considera-se hipertensão arterial quando:
– O aumento de 30mmHg, ou mais, na pressão sistólica (máxima) e/ou de 15
mmHg, ou mais, na pressão diastólica (mínima), em relação aos níveis
tensionais previamente conhecidos.
– A observação de níveis tensionais iguais ou superiores a 140mmHg de
pressão sistólica e iguais ou superiores a 90mmHg de pressão diastólica.
Considera-se hipertensão arterial quando:
– O aumento de 30mmHg, ou mais, na pressão sistólica (máxima) e/ou de 15
mmHg, ou mais, na pressão diastólica (mínima), em relação aos níveis
tensionais previamente conhecidos.
– A observação de níveis tensionais iguais ou superiores a 140mmHg de
pressão sistólica e iguais ou superiores a 90mmHg de pressão diastólica.
Actividades de diagnóstico: Avaliar tensão arterial (TA)
Vigilância da gravidez
Actividades de diagnóstico: Avaliar edema
Objectivos
– Detectar precocemente a presença e características de edema.
� Edema ausente (-)
Vigilância da gravidez
� Edema ausente (-)
� Edema do tornozelo [sem hipertensão ou aumento súbito de peso] (-)
»»» Verificar se edema é posicional, associado ao final do dia,
temperatura ou tipo de calçado.
� Edema generalizado (++): face, tronco e membros; pode manifestar-se ao
acordar, podendo ser acompanhado, ou não, de hipertensão ou aumento
súbito de peso
»»» Gestante de risco
Actividades de diagnóstico: Avaliar altura uterina
Objectivos
– Comparar a medida da altura do útero (cm) com a idade gestacional do
feto (semanas) para apreciar o crescimento fetal.
Vigilância da gravidez
feto (semanas) para apreciar o crescimento fetal.
Nota: a idade gestacional necessita estar correcta.
Actividades de diagnóstico: Avaliar altura uterina
Sínfese púbica
Parte mais alta do abdómenA altura uterina é determinada
pela medição da distância que vai desde a sínfise púbica até
à parte mais alta do útero
Vigilância da gravidez
Sínfese púbica
Material:
� fita métrica não elástica, masflexível;
NOTA: Antes de medir a alturauterina deve-se solicitar que acliente esvazie a bexiga, pois abexiga cheia pode alterar amedida da AU até 3 cm.
Procedimento: Avaliar altura uterina
� Posicionar a gestante em decúbito dorsal, com o abdómen
descoberto.
� Delimitar a borda superior da sínfise púbica e o fundo
uterino.
�
Vigilância da gravidez
� Fixar a extremidade inicial (0 cm) da fita métrica na borda
superior da sínfise púbica.
� Fazer deslizar a mão sobre a fita através do abdómen, ao
longo da linha média, até ao fundo do útero
� Proceder à leitura quando a borda cubital da mão atingir o
fundo uterino.
� Anotar a medida, em centímetros a curva da altura uterina.
Procedimento: Avaliar altura uterina
Vigilância da gravidez
Actividades de diagnóstico: Avaliar altura uterina
A partir das 20 semanas, em média, a medida em
cm corresponde à idade gestacional em semanas.
Vigilância da gravidez
cm corresponde à idade gestacional em semanas.
Se ↑ => gravidez múltipla | hidrâmnios| macrossomia fetal
Se ↓ => apresentação anormal | restrição do crescimento
fetal | oligoâmnios
Actividades de diagnóstico: Auscultar batimentos cardíacos fetais (BCF)
Objectivos
– Avaliar a presença, ritmo, frequência e a normalidade dos batimentos
cardíaco fetais.
Vigilância da gravidez
cardíaco fetais.
É considerada normal a frequência cardíaca fetal entre
120 a 160 batimentos por minuto.
Procedimento: Auscultar batimentos cardíacos fetais (BCF)
10-12 semanas: com estetoscópio ultra som Doppler (1)
Vigilância da gravidez
> 20 semanas: com estetoscópio de Pinard
(1) O efeito Doppler é uma característica observada nas ondas quando emitidas ou reflectidas por um objecto que está em movimento com relação ao observador. Foi-lhe atribuído esse nome em homenagem a Johann Christian Andreas Doppler, que o descreveu teoricamente pela primeira vez em 1842.
Foco (1) - em torno da linha média da região supra púbica
Procedimento: Auscultar batimentos cardíacos fetais (BCF)
Vigilância da gravidez
(1) - local onde melhor se escutam os batimentos cardíacos fetais.
Actividades de diagnóstico: Palpar abdómen – Manobras de Leopold
Objectivos
– Identificar a posição do feto e distinguir as partes fetais.
Vigilância da gravidez
Inclui 4 manobras:
1ª - Identifica a apresentação
2ª - Identifica a posição
3ª - Identifica a parte da apresentação
4ª - Identifica a parte da apresentação
Procedimento: Palpar abdómen – 1ª Manobra de Leopold
Identifica a apresentação: Esta manobra identifica a parte do
corpo do feto que se encontra junto do colo do útero.
As + frequentes são as apresentações cefálica e pélvica.
11
As + frequentes são as apresentações cefálica e pélvica.
Procedimento: Iniciar a palpação pelo fundo do útero.
se cabeça: palpa-se uma massa dura, lisa, arredondada,
móvel;
Procedimento: Palpar abdómen – 1ª Manobra de Leopold
móvel;
se pélvis: palpa-se uma massa mole, irregular, redonda,
menos móvel.
Identifica a posição: Esta manobra identifica as relações entre uma parte do corpo do feto e a pélvis materna.
Procedimento: Palpar abdómen – 2ª Manobra de Leopold
22
Procedimento: Palpar abdómen – 2ª Manobra de Leopold
Procedimento: Colocar as mãos de cada lado do
abdómen, segurar o útero com uma mão e palpar o lado
oposto procurando o dorso fetal.
se dorso: percebe-se massa firme, lisa, convexa e
resistente;
se membros (braços e pernas): palpam-se massas
pequenas, irregulares e que podem mexer-se.
Procedimento: Palpar abdómen – 3ª Manobra de Leopold
Identifica a parte da apresentação: Esta manobra identifica a parte + inferior
do feto, isto é, a que está mais próxima do canal de parto. Corresponde à
identificação da parte fetal que se pode tocar aquando do exame vaginal.
33
identificação da parte fetal que se pode tocar aquando do exame vaginal.
Procedimento: Palpar abdómen – 3ª Manobra de Leopold
Procedimento: Colocar as pontas dos três primeiros dedos e o
polegar de uma mão de cada lado do abdómen, imediatamente
acima da sínfese púbica, pedindo à gestante para inspirar
profundamente e expirar todo o ar. À medida que vai expelindo o ar profundamente e expirar todo o ar. À medida que vai expelindo o ar
os dedos contornam a parte da apresentação.
Procedimento: Palpar abdómen – 4ª Manobra de Leopold
Identifica a maior proeminência cefálica: Esta manobra identifica a maior
proeminência cefálica palpada sobre o estreito superior pélvico.
44
Quando a cabeça está flectida(atitude de flexão) a face anterior dofeto forma a proeminência cefálica.
Quando a cabeça está em extensão(atitude de extensão) a proeminênciacefálica corresponde ao occipital.
Procedimento: Palpar abdómen – 4ª Manobra de Leopold
Procedimento: Posicionar-se do lado superior do corpo da Procedimento: Posicionar-se do lado superior do corpo da
gestante, e mover os dedos dos lados do abdómen em direcção à
pélvis, até que os dedos de uma das mães encontrem uma
proeminência óssea, que corresponde à proeminência cefálica.
Actividades de diagnóstico: Exame vaginal
Objectivos
– Observação dos órgãos genitais externos;
– Exame com espéculo vaginal;
Vigilância da gravidez
espéculo
– Toque vaginal
Actividades de diagnóstico: Avaliar bem-estar fetal
• 1º trimestre: auscultação dos batimentos cardíacos fetais | ecografia
• 2º e 3º trimestres: auscultação dos batimentos cardíacos fetais | medição da • 2º e 3º trimestres:
altura do fundo do útero | movimentos fetais | monitorização cardiotocográfica |
ecografia
Actividades de diagnóstico: Avaliar bem-estar fetal, com cardiotocógrafo
Usado durante o período pré-natal para
avaliar o bem-estar fetal – o traçado
Vigilância da gravidez
Critério de bem-estar fetal: 2 acelerações da FCF ↑ 15 batimentos/minuto,
com duração de 15 segundos
demonstra a resposta cardíaca fetal aos
movimentos do próprio feto.
Vigilância da gravidez
Ecografia – transvaginal e abdominal
1º trimestre: idade gestacional | gravidez múltipla | crescimento fetal | diagnóstico de anomalias congénitas | …
Vigilância da gravidez
http://www.youtube.com/watch?v=aCXxbv9_2N0&eurl=
2º trimestre: idade gestacional | gravidez múltipla | crescimento fetal | diagnóstico de anomalias congénitas | localização da placenta | …
Ecografia – transvaginal e abdominal
Vigilância da gravidez
placenta | …
3º trimestre: crescimento fetal | estimativa do peso ao nascer | posição fetal | bem-estar fetal | …
Exames laboratoriais de rotina
Análises ao sangue e urina
Grupo sanguíneo e Rh | Taxa de hemoglobina e hematócrito | Glicemia em
Vigilância da gravidez
jejum | Rubéola | Toxoplasmose | CMV | Sífilis (VDRL) | HIV | Hepatite B |
Ácido úrico e creatinémia | …
O’ Sullivan / PTGO (prova oral de tolerância à glicose se valores anormais)
Exames auxiliares de diagnóstico
Rastreio de anomalias congénitas
Rastreio do 1º ou 2º trimestres: Ecografia (TN) + rastreio bioquímico
Vigilância da gravidez
Diagnóstico: Amniocentese (anomalias cromossómicas)
Boletim de Saúde da Grávida é o registo
individualizado das informações sobre a gravidez: é
um pequeno livro verde, destinado a registar todos os
dados relativos à saúde da grávida e do feto.
Vigilância da gravidez
Para que serve?
O BSG deve conter toda a informação relevante, como história familiar e
antecedentes pessoais e o acompanhamento até ao nascimento, incluindo os
registo das consultas e dos exames efectuados. Deste modo, fica assegurada
a circulação da informação clínica e a articulação entre os cuidados de saúde
primários e os hospitalares.
Vigilância da gravidez
BOBAK, I.; LOWDERMILK, D. & JENSEN, M. – Enfermagem na maternidade. 4ª ed. Loures:
Lusociência, 1999.
LOWDERMILK, D.; PERRY, SHANNON, E. & BOBAK, I. - O cuidado em Enfermagem Materna. 5ª
ed.Porto Alegre: Artemed, 2002.
Referências BibliográficasReferências Bibliográficas
RAFFENSPERGER, E. - Manual de la Enfermaría. Barcelona: Océano, 2002.
CONSELHO INTERNACIONAL DE ENFERMEIROS – Classificação Internacional para a Prática de
Enfermagem CIPE/ICNP:versão beta2. Lisboa: Associação Portuguesa de Enfermeiros, 2002.
CONSELHO INTERNACIONAL DE ENFERMEIROS – Classificação Internacional para a Prática de
Enfermagem CIPE versão 1.0. Lisboa: Ordem dos Enfermeiros, 2006.
2008/09
ParentalidadeParentalidade
Próxima aula
Autocuidado durante a gravidez:
Gestão dos efeitos colaterais da gravidez
Adopção de comportamentos saudáveis
Próxima aula