031 Industop Peticao Inicial Pedido de Recuperacao Judicial (1)

Brazilio Bacellar Neto

Rodrigo Shirai

Patrícia Oliveira Dittrich

Luiz Marcelo de Souza Rocha

Mariana Gonçalves Altomani

Jean Saulo Ismar

Juciara Santoro Pereira

Bruna Patricia dos Santos

Fábio Chemin Gadens

Sérgio Luiz Piloto Wyatt

Acadêmica Tassiane Padilha Rangel

Acadêmico Erik Koubik Junior

Acadêmica Marcella Vasconcellos Bacellar

Acadêmico Luiz Augusto da Silva Corrêa

Acadêmico Thiago Jamcoski dos Santos

Acadêmico Willian Fagundes Neves

Acadêmica Magda Cristina Moura Santos

Acadêmica Liane Aparecida Borges

Acadêmica Aline Pereira Falcão

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_____________________________________________________________________________________________________________________ Rua Marechal Hermes, 272 - Centro Cívico - Curitiba - Paraná - CEP 80.530-230 - Fone (41) 3352-8363 – Fax (41) 3352-0167

[email protected] www.braziliobacellar.com.br 1/11

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE CAMPINA GRANDE DO SUL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA – PARANÁ DISTRIBUIÇÃO COM URGÊNCIA PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA G:\Comercial\Recuperação\Recuperação Judicial\Empresas\Industop\Industop - Pedido de RJ.doc

INDUSTOP ALIMENTOS LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 04.652.062/0001-39, com sede na Rodovia do Caqui, (Rod. PR 506), nº 2.179, Área Industrial, Campina Grande do Sul, estado do Paraná, CEP 83.430-000, neste ato por seus bastante procuradores, advogados assinados (mandato incluso – doc. 1), com escritório profissional no endereço abaixo impresso, onde recebem intimações e notificações, vem a presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 51 e seguintes da Lei nº 11.101/2005 e demais dispositivos aplicáveis, ajuizar o presente pedido de

RECUPERAÇÃO JUDICIAL COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

consoante as razões a seguir aduzidas:

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1. HISTÓRICO DOS FATOS A Autora é empresa paranaense do ramo da

fabricação de massas, biscoitos e salgadinhos, ou seja, da fabricação de produtos alimentícios, tendo a unidade produtiva em Campina Grande do Sul – PR em regular funcionamento, empregando diversas pessoas, gerando tributos e contribuindo decisivamente para o desenvolvimento local.

Após alguns anos de crescimento a empresa passou

a enfrentar uma certa estagnação de mercado, sendo certo que sofreu duro golpe em seu fluxo de caixa quando ocorreram alguns eventos de inadimplência (especialmente distribuidores), prejudicando pois sua saúde financeira.

À partir desse momento, a empresa teve que

recorrer com mais força às instituições financeiras contratando variadas linhas de crédito para saldar compromissos.

O estrangulamento das linhas de crédito um pouco

mais acessíveis, forçou a empresa muitas vezes a tomar recursos demasiadamente onerosos como aqueles decorrentes do uso do chamado “cheque especial”, com taxas muitas vezes superiores à 10% (dez por cento) ao mês.

Ao longo do tempo, a pressão sobre o fluxo de caixa

levou a empresa por diversas vezes a ter que efetuar o pagamento de seus compromissos perante o Cartório de Protestos, o que por si só revela a demasia de custos financeiros que a Industop vem suportando.

Apesar disso, e já era de se presumir, infelizmente a

empresa não tem conseguido resgatar (pagar) os últimos títulos enviados a protesto o que acarretou na efetivação desses protestos.

Em assim sendo, a informação desses protestos foi

disponibilizada junto aos órgão de proteção ao crédito (ex. Serasa, SPC etc.), o que tornou ainda mais difícil a operação da empresa, pois as linhas de créditos, mesmo caras, foram cortadas junto aos fornecedores e instituições financeiras.

Ademais, a empresa paga mensalmente valores

elevados para o arrendamento do parque industrial, que não é seu. Tudo isso somado, vem tornando insustentável a

operação da empresa sem que haja uma folga em seu fluxo de caixa. A recuperação judicial da empresa, acredita-se, vai

dar esse fôlego necessário, mormente porque assim se pretende alongar o

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passivo, aliado a algumas ações possíveis no sentido de ampliar o espectro de atuação e o faturamento da empresa, como por exemplo a realização de atividades de industrialização sob encomenda, otimizando-se os períodos de ociosidade que a empresa atualmente dispõe. Aliás, nesse sentido, já estão avançadas as negociações com alguns parceiros, os quais somente efetivarão a contratação após apresentar-se um cenário favorável e sem riscos, pois para que isso ocorra esses parceiros tem que enviar matéria prima, embalagens etc. de sua propriedade os quais, diante da atual situação da Industop, sofrem o risco de eventual penhora ou arresto, por exemplo.

Com efeito, o passivo da Autora que está sujeito à

Recuperação Judicial é de R$ 3.625.830,13 (três milhões, seiscentos e vinte e cinco mil, oitocentos e trinta reais e treze centavos) conforme Relação de Credores (doc. 2) e demais balancetes elaborados para este fim (docs. 3 a 6).

Pelo quê, não havendo outro meio no qual a

empresa possa se socorrer é que se impõe o presente pedido de Recuperação Judicial, vez que a empresa possui capacidade de alavancar-se da situação em que se encontra, manter os postos de trabalho e arcar com o passivo acumulado.

2. PREAMBULARMENTE – COMPETÊNCIA TERRITORIAL DA COMARCA DE CAMPINA GRANDE DO SUL – PR

O d. Juizo da Comarca de Campina Grande do Sul –

PR é competente para conhecer e julgar a presente demanda. Nos termos do art. 3º da Lei de Falências e

Recuperações – LFR (Lei nº 11.101/2005) é competente para deferir a Recuperação Judicial o local do principal estabelecimento do devedor.

Destarte, como a empresa postulante tem sua

unidade produtiva nesta Comarca, é perante o mesmo que deve tramitar a presente ação. Registre-se que a empresa não possui outras unidades nem mesmo filiais.

3. DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL Com efeito, nos termos do art. 47 a Recuperação

Judicial que ora se busca, preconiza que:

“Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico financeira do devedor, a fim de permitir a

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manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da emrpesa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.”

Já o art. 48 do mesmo diploma legal estabelece as

seguintes condições em que aquele que busca o favor legal deve se enquadrar:

“Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; III – não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.”

A Autora atende a todos os incisos apontados

acima. Outrossim, igualmente estão sendo atendidos todos

os requisitos discriminados no art. 51, da LRF:

“Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com: I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-financeira; II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: a) balanço patrimonial; b) demonstração de resultados acumulados; c) demonstração do resultado desde o último exercício social; d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção; III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente; IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento; V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores; VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor; VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos

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de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras; VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naqueles onde possui filial; IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados.”

i) EXPOSIÇÃO DAS CAUSAS CONCRETAS DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL DO DEVEDOR E DAS RAZÕES DA CRISE ECONÔMICO-FINANCEIRA

As causas que trouxeram a empresa à atual situação

se encontam delineadas no tópico 1, ao qual se reporta por amor à brevidade. O fato é que com o apoio do Poder Judiciário, a

empresa poderá blindar-se contra abuso de credores individuais, reestruturando o seu passivo de forma justa e igualitária de modo que conseguirá adimplir com todos os seus compromissos dentro do prazo razoável e, além disso, manter-se operante no mercado, preservando sua atividade, os empregos gerados, a arrecadação de tributos e a sua função social no segmento em que está inserida.

ii) DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS RELATIVAS AOS 3 (TRÊS) ÚLTIMOS EXERCÍCIOS SOCIAIS E AS LEVANTADAS ESPECIALMENTE PARA INSTRUIR O PEDIDO

A empresa apresenta as Demosntrações Contábeis

dos exercícios de 2009, 2010 e 2011 (docs. 4/6), além daquele especialmente levantado para a propositura do presente pedido (vide doc. 3).

iii) R ELAÇÃO NOMINAL COMPLETA DOS CREDORES Apresenta a relação completa de seus credores, na

forma exigida no inciso iii, do art. 51, da Lei de Regência (doc. 2).

iv) A RELAÇÃO INTEGRAL DOS EMPREGADOS Traz aos autos a relação completa de seus

empregados, atuantes na unidade da empresa Autora (doc. 7).

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v) CERTIDÃO DE REGULARIDADE DO DEVEDOR NO REGISTRO PÚBLICO DE EMPRESAS, O ATO CONSTITUTIVO ATUALIZADO E AS ATAS DE NOMEAÇÃO DOS ATUAIS ADMINISTRADORES

São apresentadas a Certidão Simplificada expedida

pela Junta Comercial do Paraná (doc. 8), e a última alteração do Contrato Social com a devida indicação de seus administradores (doc. 9).

vi) A RELAÇÃO DOS BENS PARTICULARES DOS SÓCIOS

Os sócios da Autora são o Sr. André Ricardo Nardin

e o Sr. Etelvino Nardin, sendo que somente o primeiro possui patrimônio próprio e que ora apresenta sua relação de bens particulares (doc. 10).

O administrador da Autora é o sócio André Ricardo

Nardin, cuja relação de bens está em anexo (doc. 10).

vii) O S EXTRATOS ATUALIZADOS DAS CONTAS BANCÁRIAS DO DEVEDOR E DE SUAS APLICAÇÕES FINANCEIRAS

São ora colacionados somente os extratos das

contas bancárias (doc. 11) da Autora, vez que a mesma não possui aplicações financeiras.

viii) C ERTIDÃO DO CARTÓRIO DE PROTESTOS SITUADO NA COMARCA DO DOMICÍLIO

Para cumprimento do presente requisito, a devedora

junta a certidão do Tabelionato de Protesto de Títulos de Campina Grande do Sul – PR (doc. 12).

ix) A RELAÇÃO , SUBSCRITA PELO DEVEDOR, DE TODAS AS AÇÕES JUDICIAIS EM QUE ESTE FIGURE COMO PARTE, INCLUSIVE AS DE

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NATUREZA TRABALHISTA , COM A ESTIMATIVA DOS RESPECTIVOS VALORES DEMANDADOS

Finalmente, apresenta relatório discriminado de

todas as demandas judiciais em que as empresas figuram como parte (doc. 13).

4. DA SUSPENSÃO DAS AÇÕES E EXECUÇÕES EM FACE DA DEVEDORA E DOS COOBRIGADOS (FIANÇA E AVAL)

Como conseqüência do processamento da

Recuperação Judicial, o art. 6º, caput e §4º, da LRF impõe a suspensão do trâmite de todas as ações e execuções em face da empresa devedora:

“Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. (...) § 4o Na recuperação judicial, a suspensão de que trata o caput deste artigo em hipótese nenhuma excederá o prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias contado do deferimento do processamento da recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial.”

A suspensão determinada pela lei de regência é

pacífica nos Tribunais estaduais, os quais entendem a suspensão como medida essencial para o fiel cumprimento do princípio da preservação da empresa.

O Tribunal de Justiça de São Paulo assim se

manifestou:

“Execução por título extrajudicial - Ação proposta entre pedido de recuperação judicial da executada e deferimento do processamento - Crédito sujeito à recuperação judicial - Suspensão do processo de execução por prazo superior a 180 dias - Aplicação dos princípios da preservação da empresa (art. 47 da Lei n. 11.101/05) e da par conditio creditorum? Orientação do STJ nesse sentido - Suspensão da execução até realização da Assembléia Geral de Credores e deliberação sobre o plano de recuperação judicial - Agravo de instrumento provido para esse fim1.”

1 TJSP – AgIn 990093496739 – Rel. Des. Ricardo Negrão, 19ª Câmara de Direito Privado, D.J.: 27/04/2010.

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E ainda recentemente o Tribunal de Justiça do Paraná:

“PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. ARTIGO 6º, PARÁGRAFO 4º DA LEI 11.101/2005. SUSPENSÃO DAS EXECUÇÕES. PRAZO DE 180 DIAS. IMPOSSIBILIDADE DE PRORROGAÇÃO DE OFÍCIO. Embora a jurisprudência mitigue o rigor da norma contida no artigo 6º, § 4º da lei 11.101/05, que estabelece o prazo improrrogável de 180 dias para a suspensão das execuções contra a sociedade em recuperação, tal mitigação deve ser excepcional e depende de demonstração de condições extraordinárias, não podendo ser determinada de ofício pelo magistrado. Agravo de Instrumento provido2.”

Logo, agindo desta forma, privilegiou-se o princípio

da preservação da empresa, mantendo-se, pois, os empregos e a geração de tributos e riquezas, assim como o interesse coletivo dos credores.

5. DO PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

A Requerente busca a antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional para que se evite o corte de energia elétrica (COPEL) e da telefonia móvel (TIM) viabilizando o prosseguimento das atividades da empresa.

Conforme preceitua o art. 47, da Lei 11.101/05, a Recuperação Judicial visa precipuamente permitir que empresas em situação de crise, tal qual se observa com a Requerente, possam lograr superar os momentos da crise econômico-financeira.

“Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.”

Para tanto, estabelece-se que a empresa em

Recuperação Judicial possa dar continuidade em sua fonte produtiva, e assim, possa manter os empregos dos trabalhadores, efetue a arrecadação de impostos e auxilie a região em seu desenvolvimento socioeconômico.

Neste sentido, para dar continuidade nas atividades

da empresa, essencial que a mesma utilize energia elétrica e esteja disponibilizada rede de telefonia.

2 TJPR – AgIn 743746-9 – Rel. Des. Jucimar Novochadlo, 15ª Câmara Cível, D.J.: 23/03/2011.

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Ocorre, Excelência, que tanto para energia elétrica, disponibilizada pela COPEL, quanto a rede de telefonia móvel da Requerente, disponibilizada pela TIM, encontram-se em atraso, conforme pode ser observado na Relação de Credores (doc. 2), créditos estes notoriamente sujeitos à Recuperação Judicial, porquanto quirografários.

A exemplo da necessidade da manutenção da

atividade, a COPEL informou à Requerente que na segunda-feira após o almoço efetuará o corte no fornecimento da energia elétrica , caso a empresa não efetue o pagamento de duas parcelas em atraso. Ocorre, excelência, que a empresa requer na presente data sua Recuperação Judicial, sendo certo que os montantes cobrados pela COPEL fazem parte da relação de créditos sujeitos ao referido procedimento judicial, e portanto, urge-se a necessidade de se frear referido ato de corte de energia elétrica, vez que impedirá a empresa de manter-se em atividade.

Muito embora a Requerente reconheça os valores

devidos, também é certo que o deferimento do processamento da Recuperação Judicial gerará como efeito a suspensão da exigibilidade destes créditos, os quais passarão a incorporar o passivo tratado no Plano de Recuperação Judicial, e, portanto, pelos valores atrasados, as empresas COPEL e TIM não poderão cortar seus respectivos serviços.

Adicionalmente, Excelência, a Requerente informa

que, a faturas dos meses posteriores ao deferimento do pedido de Recuperação Judicial, por estarem fora da relação do crédito arrolado, estes serão adimplidos nos seus respectivos vencimentos.

Portanto, Excelência, necessário expedir ofícios aos

dois agentes, COPEL e TIM, em caráter de urgência, para que não efetuem cortes no fornecimento do serviço para a Requerente por obrigações contraídas até a presente data.

Destaque-se que a Requerente atende perfeitamente os requisitos legais previstos nos incisos do art. 48, da Lei n.º 11.101/2005 que autorizam o processamento e deferimento do presente pedido de recuperação judicial. Assim, a concessão da tutela jurisdicional não apenas viabilizará a pretensão principal do feito, mas também estará homenageando o princípio da preservação da empresa (art. 47, da Lei n.º 11.101/2005), com a manutenção de diversos empregos diretos e indiretos, e, com isso, enaltecendo o aspecto social da demanda.

5.1. DA VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES Com espeque no cenário fático acima desenhado, não pairam dúvidas quanto à viabilidade da recuperação judicial, porém tal

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pretensão restará obstada e frustrada em razão da iminente e bem provável corte dos serviços de energia elétrica pela COPEL e da telefonia móvel pela TIM. Isto porque, certamente, os equipamentos não poderão funcionar sem a energia elétrica e a comunicação da empresa com seus vendedores e contatos por meio da telefonia móvel também estará comprometida, fulminando qualquer possibilidade de fazer prosperar a pretensão que se busca com a presente ação de recuperação judicial. Tudo isso em nome do princípio da preservação da empresa consagrado pelo art. 47, da Lei n.º 11.101/2005. Não é inoportuno lembrar que a recuperação da empresa somente poderá ser viável, dentro de condições razoáveis para os credores, com a operação da unidade industrial. Desta feita, inegável é a presença, in casu, do fundado receio de dano irreparável ou de difícil re paração (inciso I, art. 273, CPC) a ser experimentada pela autora na hipóte se de ocorrer o corte de energia elétrica pela COPEL e/ou da telefonia mó vel pela TIM.

Assim, a verossimilhança das alegações repousa no fato onde a empresa poderá parar suas atividades caso seja cortada a energia elétrica pela COPEL e/ou não terá mais a mobilidade de comunicação com seus representantes caso a TIM corte o serviço de telefonia móvel.

5.2. DA AUSÊNCIA DE PERIGO DE IRREVERSIBILIDADE DO PROVIMENTO ANTECIPADO

Primeiramente, imperioso mencionar que a

suspensão do corte dos serviços anteriormente relatados, em hipótese alguma causará qualquer prejuízo aos credores, acima nominados, que, como é cediço, apresentam seu crédito incluído na relação de credores da recuperação judicial, razão pela qual não há que se falar em periculum in mora inverso ou irreversibilidade do provimento antecipado (§2.º, art. 273, CPC).

Feita tal ressalva, frise-se que, diante dos fatos

acima relatados, não pairam dúvidas quanto à existência da verossimilhança das alegações, do fundado receio de dano e de difícil reparação, requisitos bastante e suficientes para autorizar, inaudita altera parte, a concessão da tutela jurisdicional antecipada para que se determine à COPEL e à TIM que se abstenham de cortar os serviços de energia elétr ica e de telefonia móvel, respectivamente , viabilizando, por corolário, o processamento e o deferimento do presente pedido de recuperação judicial na forma do art. 47 e seguintes, da Lei n.º 11.101/2005.

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6. DO REQUERIMENTO FINAL Ante o exposto e do mais que Vossa Excelência

emprestará aos autos requer:

i) seja deferido o processamento da Recuperação Judicial da Autora;

ii) com o processamento na forma da alínea anterior, nos termos do art. 52, da LRF seja nomeado administrador judicial;

iii) seja determinada a dispensa da apresentação de certidões negativas para o exercício das atividades da devedora;

iv) seja determinada a suspensão de todas as ações e execuções, judiciais e extrajudiciais movidas em face da Autora e dos devedores solidários;

v) seja concedida antecipação de tutela para determinar a expedição ofícios à COPEL e à TIM, em caráter de urgência, informando do deferimento do processamento da Recuperação Judicial da Requerente e consequentemente não poderem proceder a qualquer desligamento ou corte no fornecimento de serviços por débitos contraídos até o deferimento do processamento do presente pedido; e

vi) ressalva-se que eventuais documentos faltantes serão juntados oportunamente.

Dá-se à causa para efeitos de alçada o valor de R$

3.625.830,13 (três milhões, seiscentos e vinte e cinco mil, oitocentos e trinta reais e treze centavos).

Nestes termos. Pede deferimento. De Curitiba para Campina Grande do Sul, 11 de

maio de 2012.

Brazilio Bacellar Neto Rodrigo Shirai

OAB/PR 7.425 OAB/PR 25.781

Sérgio Luiz Piloto Wyatt Luiz Marcelo de Souza Rocha OAB/PR 36.342 OAB/PR 34.549

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