9
MACIEIRA Pedrado Embora se verifique um atraso na maturação das pseudotecas, as chuvas ocorridas estão a favorecer o seu desenvolvimento. O Instituto de Meteorologia prevê a ocorrência de tempo instável a partir do dia 24 de Março. Por isso, recomendamos a realização de tratamento à medida que o seu pomar for atingindo o estado fenológico C3 – D (ver figura 1). Opte por um produto de acção preventiva. Fig. 1 - Estado fenológico C3 - abrolhamento e D - aparecimento das pontas verdes Em anexo segue a lista de substâncias activas homologadas para o pedrado da macieira. Caso tenha aplicado óleo de Verão recentemente não deve utilizar, neste tratamento, as seguintes substâncias activas: captana, dodina e enxofre, por risco de fitotoxicidade. PESSEGUEIRO Lepra do pessegueiro Devido à instabilidade do tempo continuamos a recomendar a protecção da cultura, segundo as indicações da circular anterior. VIHA Traça da uva (Apenas confusão sexual) Se aplica o método da confusão sexual, para a traça da uva, está na altura de colocar os difusores. ão é necessário efectuar qualquer tratamento insecticida. A Equipa Técnica da EADão 03/12 Viseu, 21 de Março de 2012

03/12 Viseu, 21 de Março de 2012 - DRAP C · A distribuição geográfica conhecida de E. similaris resume-se ... Os adultos são uns pequenos coleópteros negros e ovais com um

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Page 1: 03/12 Viseu, 21 de Março de 2012 - DRAP C · A distribuição geográfica conhecida de E. similaris resume-se ... Os adultos são uns pequenos coleópteros negros e ovais com um

MACIEIRA

Pedrado

Embora se verifique um atraso na maturação das

pseudotecas, as chuvas ocorridas estão a

favorecer o seu desenvolvimento. O Instituto de

Meteorologia prevê a ocorrência de tempo

instável a partir do dia 24 de Março. Por isso,

recomendamos a realização de tratamento à

medida que o seu pomar for atingindo o estado

fenológico C3 – D (ver figura 1). Opte por um

produto de acção preventiva.

Fig. 1 - Estado fenológico C3 - abrolhamento

e

D - aparecimento das pontas verdes

Em anexo segue a lista de substâncias activas

homologadas para o pedrado da macieira. Caso

tenha aplicado óleo de Verão recentemente não

deve utilizar, neste tratamento, as seguintes

substâncias activas: captana, dodina e enxofre,

por risco de fitotoxicidade.

PESSEGUEIRO

Lepra do pessegueiro

Devido à instabilidade do tempo continuamos a

recomendar a protecção da cultura, segundo as

indicações da circular anterior.

VI�HA

Traça da uva (Apenas confusão sexual)

Se aplica o método da confusão sexual, para a traça da

uva, está na altura de colocar os difusores. �ão é

necessário efectuar qualquer tratamento

insecticida.

A Equipa Técnica da EADão

03/12 Viseu, 21 de Março de 2012

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ATENÇÃO SENHOR VITICULTOR

-----------------------

Período de Candidaturas ao Regime de Apoio à Reconversão e

Reestruturação da Vinha

- Campanha 2012/2013 -

Despacho n.º 1722/2012, de 6 de Fevereiro

A Portaria n.º 1144/2008, de 10 de Outubro, republicada pela Portaria n.º 495 -

A/2010, de 13 de Julho, e alterada pela Portaria n.º 281/2011, de 17 de Outubro,

estabelece, para o continente, as normas complementares de execução do regime

de apoio à reestruturação e reconversão das vinhas.

Nos termos do disposto no n.º 2 do artigo 11.º e no artigo 12.º, o prazo para

receção das candidaturas para as campanhas seguintes a 2010 -2011 bem como o

prazo de decisão são definidos por despacho do membro do Governo responsável

pelas áreas da agricultura, do desenvolvimento rural e das pescas.

Considerando que esta medida tem tido grande recetividade junto do sector,

justifica -se que os prazos sejam ajustados à realidade, criando condições aos

viticultores para uma melhor execução da medida.

Assim, nos termos do n.º 2 do artigo 11.º e do artigo 12.º da Portaria n.º

1144/2008, de 10 de Outubro, republicada pela Portaria n.º 495 -A/2010, de 13 de

Julho, e alterada pela Portaria n.º 281/2011, de 17 de Outubro, e no uso das

competências que me foram delegadas pela Ministra da Agricultura, do Mar, do

Ambiente e do Ordenamento do Território através do Despacho n.º 12412/2011,

publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 181, de 20 de Setembro de 2011,

determino:

1 — A receção de candidaturas, para a campanha de 2012 -

2013, inicia -se na data de entrada em vigor do presente

despacho e termina a 30 de Abril de 2012.

2 — As candidaturas apresentadas para a campanha de 2012 -

2013 são decididas até 31 de Agosto de 2012.

3 — O presente despacho entra em vigor no dia seguinte ao da sua

publicação (7 de Fevereiro de 2012).

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1

Direcção de Serviços de Agricultura e Pescas

Divisão de Protecção e Qualidade da Produção Estação de Avisos do Dão / 2012

FUNGICIDAS HOMOLOGADOS PARA O PEDRADO DA MACIEIRA E PEREIRA

Substância activa

Modo de acção

Protecção Integrada

Intervalo de Segurança

IS (dias) Produtos comerciais

bitertanol 1 Sistémico, com

acção preventiva e curativa

Máximo 4 aplicações

21

BAYCOR S

bitertanol 1 + dodina

Sistémico, com acção preventiva e

curativa

Máximo 2 aplicações

21

BAYCOR PLUS

boscalide + piraclostrobina 3

Sistémico, com acção preventiva e

curativa

Máximo 2 aplicações

7 BELLIS *

captana 2 Contacto, com acção

preventiva Sim

21

MERPAN 80 WG · CAPTANA SELECTIS ·

CAPTANA SAPEC DF · CAPTANA SAPEC 83 ·

CAPTAN · MALVIN 83 WP · MERPAN 480 SC · PERCAPTA

captana + trifloxistrobina 3

Sistémico, com acção preventiva e

curativa

Máximo 2 aplicações

21 FLINT PLUS

ciprodinil 3 Sistémico com acção preventiva e curativa

Máximo 2 aplicações

Aplicar até ao fim

da floração CHORUS 50 WG

cresoxime-metilo 3

Sistémico com acção predominantemente preventiva e também

curativa

Máximo 3 aplicações

28 STROBY WG

difenoconazol 1 Sistémico com acção preventiva e curativa

Máximo 4 aplicações

14 SCORE 250 EC

ditianão Contacto com acção

preventiva e erradicante

Sim 21 DELAN SC · DELAN 70 WG

FADO WG · FADO · PROTECTOR · DICTUM

dodina Contacto com acção preventiva e curativa

Sim 14

DODIVAL (a) · SYLLIT 65 WP · SYLLIT 400 SC

enxofre 4 Contacto, com acção preventiva e curativa

Sim - Vários

fenebuconazol 1 Sistémico com acção preventiva e curativa

Máximo 2 aplicações

28

INDAR 5 EW

fluquincozanol + pirimetanil 1

Sistémico com acção preventiva e curativa

Máximo 2 aplicações

56 VISION

folpete Contacto com acção

preventiva Sim 21

FOLPETIS WG · FOLPAN 80 WDG · BELPRON F-50 ·

FOLPAN 50 WP AZUL · FOLPEC 50 · FOLPEC 50 AZUL ·

FOLPAN 500 SC

mancozebe Contacto com acção

preventiva

Máximo 2 aplicações

consecutivas

28

CAIMAN WP · MANCOZAN · MANFIL 80 WP ·

NUTHANE · PENNCOZEB 80 · DITHANE M-45 · FUNGÉNE

· MANCOZEBE SAPEC · MANCOZEBE SELECTIS ·

MANGAZEB · MANZENE · MANCOZEB 80 VALLÉS ·

NUFOSEBE 80 WP · DITHANE NEOTEC · MANFIL 75 WG ·

PENNCOZEB DG · STEP 75 WG · NUFOSEBE 75 DG ·

FUNGITANE (b) · FUNGITANE AZUL (b)

mancozebe + tebuconazol 1

Sistémico com acção preventiva e curativa

Máximo 2 aplicações

consecutivas

28

FOX MZ · TEBUTOP MZ

metirame Contacto com acção

preventiva

Máximo 2 aplicações

consecutivas

28

POLYRAM DF

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2

Direcção de Serviços de Agricultura e Pescas

Divisão de Protecção e Qualidade da Produção Estação de Avisos do Dão / 2012

propinebe Contacto com acção

preventiva

Máximo 2 aplicações

consecutivas

28

ANTRACOL

tebuconazol 1 Sistémico com acção preventiva e curativa

Máximo 4 aplicações

consecutivas

21

FOX WG ADVANCE · LIBERO TOP · MYSTIC 25 WG

· TEBUTOP · ORIUS 20 EW · FRUTOP 25 EW · FEZAN

tetraconazol 1 Sistémico com acção preventiva e curativa

Não 7 DOMARK

tiofanato-metilo 4, 5 Sistémico com acção preventiva e curativa

Máximo 1 aplicação

14 TOCSIN WG

tirame 6 Contacto com acção

preventiva

Máximo 2 aplicações

consecutivas 35

THIANOSAN · FERNIDE WG · FERNIDE WP · POMARSOL

ULTRA D · TM 80 · TIDORA G ·

URAME 80WG

trifloxistrobina 3

Sistémico com acção predominantemente

preventiva mas também curativa

Máximo 3 aplicações

consecutivas 14 CONSIST · FLINT

zirame Contacto, com acção

preventiva

Sim Máximo 2 aplicações

28 THIONIC WG · ZICO · ZIDORA AG

Fonte: site oficial da DGADR consultado a 15/02/2012 e actualização de Dezembro de 2011 dos produtos fitofarmacêuticos aconselhados em Protecção Integrada

A CONSULTA DESTA LISTA NÃO DISPENSA A LEITURA DO RÓTULO DAS EMBALAGENS

1) Efectuar no máximo 4 aplicações anuais, no conjunto das doenças visadas, com este produto ou outro do mesmo grupo (DMI);

2) Não utilizar em macieiras das cultivares do grupo ‘Delicious’ nem da ‘Wine sap’ ou outras susceptíveis;

3) Número máximo de 3 tratamentos por cultura e no conjunto das finalidades com este ou outro fungicida com o mesmo modo

de acção;

4) Tratamento destinado ao combate do pedrado e oídio;

5) Máximo 1 aplicação;

6) Não efectuar mais de 4 aplicações após o fim da floração;

* Homologado só para a cultura da pereira

a) Em esgotamento de existências até 30/05/2012

b) Em esgotamento de existências até 31/12/2012

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PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS AUTORIZADOS PARA COMBATE DE

BATATA EM AGRICULTURA CONVENCIONAL E EM PROTECÇÃO INTEGRADA.

Substância ativa

Form.

Concentração

(g s.a. / hl) Dia

acetamiprida ℗

(4) (13) SG 3-5

bifentrina ℗

(5) (14) EC 4-5

tiaclopride ℗

(1) (13) SC

150 ml pc/ha (12)

21

℗ Permitido temporariamente. Só são permitidas, por substância ativa e por finalidade, no máximo duas aplicações por ciclo cultural, quando aplicável.

(*) Consultar lista de cancelamento de uso para produtos comerciais disponível no site da DGADR www.dgad

PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS AUTORIZADOS PARA COMBATE DE EM AGRICULTURA CONVENCIONAL E EM PROTECÇÃO INTEGRADA.

INSETICIDAS E ACARICIDAS

IS Dias

Nome comercial

Classif.

Nº de aplicaçõ

es

Epitrix similaris

7 EPIK SG N

Máximo duas

aplicações

(4) Tratar ao aparecimento da praga.

(13) Para os produtos fitofarmacêuticos com base em substâncias ativas do grupo dos neonicotinóidesduas aplicações, por ciclo cultural e para o total das finalidaaplicável.

7 TALSTAR (*) Xn; N

Máximo uma

aplicações

(5) Efetuar o tratamento aos primeiros sinais de ataque da praga, efetuando no máximo uma aplicação por campanha

(14) Para produtos fitofarmacêuticos com base em substâncias ativas do grupo dos piretróidesaplicações, por finalidade e por ciclo cultural, quando aplicável

21 CALYPSO Xn; N

Máximo duas

aplicações

(1) Aplicar no início da infestação e repetir se necessário.

(12) oude água, para um volume de calda de 500L/ha.

(13) Para os produtos fitofarmacêuticos com base em substâncias ativas do grupo dos neonicotinóides, só são permitidas duas aplicações, por ciclo cultural e para o total das finalidaaplicável.

Permitido temporariamente. Só são permitidas, por substância ativa e por finalidade, no máximo duas aplicações por ciclo

Consultar lista de cancelamento de uso para produtos comerciais disponível no site da DGADR www.dgad

PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS AUTORIZADOS PARA COMBATE DE Epitrix EM EM AGRICULTURA CONVENCIONAL E EM PROTECÇÃO INTEGRADA..

Condições de utilização

(4) Tratar ao aparecimento da praga.

(13) Para os produtos fitofarmacêuticos com base em substâncias ativas do grupo dos neonicotinóides, só são permitidas duas aplicações, por ciclo cultural e para o total das finalidades, quando aplicável.

(5) Efetuar o tratamento aos primeiros sinais de ataque da praga, efetuando no máximo uma aplicação por campanha

(14) Para produtos fitofarmacêuticos com base em substâncias ativas do grupo dos

iretróides, só são permitidas duas aplicações, por finalidade e por ciclo cultural, quando aplicável.

Aplicar no início da infestação e repetir se necessário.

(12) ou seja 30 ml de Calypso/100 L de água, para um volume de calda de 500L/ha.

(13) Para os produtos fitofarmacêuticos com base em substâncias ativas do grupo dos neonicotinóides, só são permitidas duas aplicações, por ciclo cultural e para o total das finalidades, quando aplicável.

Permitido temporariamente. Só são permitidas, por substância ativa e por finalidade, no máximo duas aplicações por ciclo

Consultar lista de cancelamento de uso para produtos comerciais disponível no site da DGADR www.dgadr.pt

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Epitrix similaris Gentner, é um pequeno coleóptero crisomelídeo pertencente à sub-

família das álticas, ou “pulguinhas”, cujas larvas causam estragos nos tubérculos de

batateira, roendo galerias superficiais sinuosas com uma aparência muito característica.

É uma espécie exótica de origem norte-americana que foi identificada pela primeira vez

em Portugal em 2008, pensando-se que terá sido introduzida acidentalmente em 2004,

na região do Porto.

Epitrix similaris tem uma morfologia e uma biologia muito semelhantes à de outras

espécies americanas do género Epitrix que atacam a batateira nos EUA e no Canadá,

nomeadamente E. tuberis, E. subcrinita e E. cucumeris. Esta última espécie foi também

identificada em Portugal Continental, em 2008. Contudo, o seu contributo para os

estragos observados em batata no País não foi ainda elucidado.E. similaris sobre folha de batateira

1- Origem e distribuição geográficaEpitrix similaris é uma espécie originária dos EUA, onde foi descrita

em 1944, a partir de material colhido em batateira na região da

Califórnia (EUA).

A distribuição geográfica conhecida de E. similaris resume-se à

Califórnia (EUA), a Portugal Continental (zonas do Porto, Vale do

Mondego, Vale do Tejo, Oeste) e ao sul da Galiza (Espanha).

Contudo, foram referidos estragos típicos de epitrix também no

interior do País (Covilhã e Chaves). A espécie E. cucumeris tem

uma distribuição mais vasta no continente americano, encontrando-

se também estabelecida nos Açores, desde há três décadas, onde

até à data não foi associada a estragos em tubérculos.

2- BiologiaO insecto hiberna no estado adulto, normalmente

em refúgios situados fora da plantação de batata em

que se desenvolveu, nas fendas do solo, sob folhas

ou outros resíduos da cultura, em sebes ou em

margens não cultivadas. No início da Primavera, os

adultos hibernantes saem dos abrigos e retomam a

alimentação nas plantas solanáceas que estiverem

disponíveis, migrando para as batateiras depois da

emergência destas. Após o acasalamento e um

curto período de pré-oviposição, as fêmeas iniciam

a postura dos ovos no solo, junto dos caules da

batateira, de uma forma escalonada no tempo.

Depois da eclosão dos ovos, as larvas deslocam-se

para a zona radicular da batateira, onde completam

o seu desenvolvimento roendo raízes e a superfície

dos tubérculos. Terminada a fase larvar, as larvas

abandonam os tubérculos e transformam-se em

pupas, no solo. Das pupas emergem os adultos de

Verão, que dão início a uma nova geração de

insectos. O ciclo completo dura cerca de 6

semanas.Devido à grande longevidade dos adultos e ao escalonamento das posturas, o período de emergência dos adultos de

Verão pode ser longo e originar uma sobreposição desta geração com a geração hibernante.

Ciclo de vida de E. similaris em batateira

Epitrix similaris

Epitrix cucumeris

F. Q

uiri

no

C. B

oavi

da

Distribuição de E. similaris e E. cucumeris em Portugal em 2008

UIPP- BT / 04

BoletimTécnico

Pág. 1

Epitrix em Batateira – Epitrix similaris Gentner

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3- MorfologiaOs adultos são uns pequenos coleópteros negros e ovais com um comprimento de

cerca de 2 mm. Observados à lupa binocular, podem revelar uma tonalidade

levemente acastanhada na parte posterior dos élitros. Estes são percorridos

longitudinalmente por fileiras de pêlos brancos muito curtos e fileiras de impressões

punctiformes. As antenas são filiformes, com 11 segmentos e, tal como as patas, são

um pouco mais claras que o resto do corpo. Os fémures das patas posteriores são

dilatados e sobressaem para os lados dos élitros. Os machos são geralmente

menores que as fêmeas. Os ovos são esbranquiçados, lisos e alongados. As larvas,

esbranquiçadas e finas, têm uma pequena cabeça castanha e patas curtas junto à

mesma. Embora no final do desenvolvimento, possam atingir 5 mm de comprimento,

são difíceis de observar por fugirem rapidamente dos tubérculos desenterrados. As

pupas são esbranquiçadas e difíceis de detectar devido ao seu pequeno tamanho e

localização no solo.

É de salientar que dada a grande semelhança morfológica existente entre os adultos

das espécies E. similaris e E. cucumeris, a identificação específica é tarefa de um

especialista, por se basear na observação microscópica de caracteres morfológicos

internos que requerem a dissecção dos insectos adultos.Adulto de E. similaris e detalhe da pontuação e pubescência elitral

4- HospedeirosPara além da batateira, E. similaris foi encontrado em Portugal noutras

plantas da família das solanáceas, tanto cultivadas como Solanum

melongena (beringela) e Solanum jasminoides, como espontâneas,

Solanum nigrum (erva-moira) e Datura stramonium (figueira do inferno).

A emergência dos adultos da geração de

Verão começa em Maio-Junho. Ao longo do

Verão, e possivelmente devido à diminuição

de batateiras para se reproduzirem, uma

proporção crescente dos adultos de E.

similaris refugia-se nos abrigos de

hibernação. Em Portugal foram observados

adultos activos até ao mês de Outubro, em

beringela e figueira-do-inferno, o que

poderá apontar para a existência de mais

do que duas gerações anuais. Os factores

do meio que contribuem para limitar o

desenvolvimento populacional da espécie

ainda são pouco conhecidos. Um factor

importante de mortalidade para os adultos

hibernantes parece ser o encharcamento

invernal do solo. Relativamente aos

inimigos naturais de E. similaris, em

Portugal foram observados adultos presos

em teias de aranha, no final do Verão. Dinâmica populacional de E. similaris em cultura de Primavera

núm

ero

de

adultos

C. B

oavi

da

Ataque de E. similaris em erva-moira

C. B

oavi

da

Epitrix em batateira – Epitrix similaris Gentner

5- Dinâmica populacionalEm Portugal encontram-se adultos activos desde Março. A colonização das batateiras por estes adultos que sobreviveram durante

o Inverno (geração hibernante) começa cedo, logo após a emergência, iniciando-se geralmente por focos localizados nas

bordaduras do campo. Contudo, no caso de uma plantação muito atacada pela praga no ano precedente, podem ocorrer

igualmente focos no interior da mesma, com origem em locais onde os adultos tenham hibernado, nomeadamente resíduos de

batatas “secundeiras” ou de infestantes.

Pág. 2

Page 8: 03/12 Viseu, 21 de Março de 2012 - DRAP C · A distribuição geográfica conhecida de E. similaris resume-se ... Os adultos são uns pequenos coleópteros negros e ovais com um

6- Estragos e importância económicaOs adultos roem numerosos orifícios pequenos e redondos nas

folhas (“crivado”). Estes estragos normalmente não afectam o

desenvolvimento da planta nem a formação dos tubérculos. As

larvas, pelo contrário, podem causar danos importantes, roendo

raízes e a superfície dos tubérculos, que fica marcada por sulcos

estreitos e sinuosos. Nalguns casos, as mordeduras são pontuais,

prolongando-se para o interior do tubérculo numa curta galeria

escura, ou numa cunha, com poucos milímetros de profundidade.

Embora estes estragos sejam geralmente removíveis pelo descasque

da batata, podem ser mais profundos, aumentando os desperdícios

de polpa, dificultando o processamento industrial dos tubérculos,

provocando a rejeição por parte do consumidor e causando prejuízos

económicos aos produtores. Não há registo de queixas de alterações

ao nível do sabor dos tubérculos. No Canadá considera-se o nível de

5% de tubérculos atacados por uma espécie próxima desta (E.

tuberis) como aceitável, sem incorrer na desvalorização da produção.

As colheitas temporãs são normalmente menos afectadas por

escaparem à multiplicação populacional que ocorre ao longo da

safra.

7- Meios de controloA estratégia mais indicada para controlar as populações de E. similaris é preventiva e assenta na utilização de medidas

culturais, que diminuem as populações do insecto de ano para ano.

Com os procedimentos culturais, designadamente a rotação da batateira com culturas não solanáceas, a eliminação

das “batatas-filhas” e a remoção dos resíduos da batateira e das infestantes no final da cultura, criam-se condições

desfavoráveis à sobrevivência e multiplicação dos insectos na parcela cultivada e nas zonas adjacentes. Foi demonstrado

no Canadá que as populações da espécie E. tuberis são significativamente maiores nos campos de batata que se

sucedem a culturas de batata, do que nos campos em que as culturas de batateira são espaçadas entre si no tempo, em

rotação com culturas não solanáceas. Foi igualmente observado que pequenas populações da mesma espécie podem

manter-se activas numa parcela depois da colheita, quando são deixadas batatas esquecidas e pilhas de resíduos da

cultura, que vão germinar e fornecer alimento ao insecto, para além de abrigos para hibernação. Quando viável, o cultivo

de variedades temporãs de batata pode ser utilizado como um recurso para minimizar estragos, por permitir adiantar a

colheita e, deste modo, fugir à exposição dos tubérculos às populações mais densas do insecto.

Quando as medidas culturais se revelem insuficientes, ou não sejam possíveis de realizar, e perante a presença de

grandes populações, o recurso a tratamentos com produtos insecticidas, repelentes ou fago-inibidores pode ter que ser

considerado.

O tratamento visa os adultos da geração hibernante e respectivas posturas. Para ser mais eficaz, deverá ser realizado no

início da colonização das batateiras pelos insectos. Numa parcela com rotação de culturas adequada será, na maior parte

das vezes, suficiente tratar apenas as primeiras linhas de uma ou mais bordaduras. Os produtos com base em

substâncias activas piretróides e neonicotinóides são eficazes. Os produtos organofosforados, apesar de também serem

eficazes, têm uma persistência de acção menor que os produtos anteriores e são ecotóxicos. Em agricultura biológica

podem usar-se insecticidas com base em azadiractina que também têm acção fago-inibidora.

Exemplo de utilização de plantação-armadilha

Locais de

hibernação

Cultura da

batateira

Batateiras-armadilha

Outra hipótese de controlo possível consiste

em plantar numa faixa exterior da parcela uma

segunda variedade de batata, mais temporã

que, emergindo mais cedo do que a cultura,

funcionará como uma armadilha, atraindo os

adultos ao saírem dos refúgios de hibernação.

Aí poderão ser facilmente eliminados com um

tratamento localizado, reduzindo-se assim o

ataque na cultura propriamente dita e a

necessidade de tratar áreas mais extensas da

parcela.

José Júlio Correia

C. Boavida

Epitrix em batateira – Epitrix similaris Gentner

Pág. 3

Estragos na parte subterrânea e na parte aérea da planta

Page 9: 03/12 Viseu, 21 de Março de 2012 - DRAP C · A distribuição geográfica conhecida de E. similaris resume-se ... Os adultos são uns pequenos coleópteros negros e ovais com um

Nos EUA, a espécie E. tuberis revelou ser uma praga com tendência para desenvolver resistência a insecticidas. Para reduzir a

pressão de selecção e contrariar o aparecimento de resistência deve aplicar-se insecticida apenas com base na presença da praga

ou num historial conhecido de pressão da praga num local. No caso de ser necessário realizar mais do que um tratamento durante

o período cultural, é imperativo alternar insecticidas com diferentes modos de acção e nunca tratar a mesma geração do insecto

mais do que uma vez com produtos dotados do mesmo modo de acção.

Comparação do efeito da época de tratamento na dinâmica populacional de E. similaris em cultura de Primavera

8- MonitorizaçãoA monitorização da parcela para detectar a presença de adultos permite fundamentar a necessidade de tratar, ou não. O primeiro

sinal da presença dos adultos de E. similaris é o aparecimento de um crivado miudinho nas folhas das batateiras e das infestantes

das bordaduras. A observação atenta da folhagem revela a presença dos coleópteros, que podem fugir rapidamente, quando

incomodados, dando um salto vigoroso. Como a colonização pelos adultos da geração hibernante tem início nas bordaduras, a

monitorização deverá começar nestas, a partir da emergência da batateira, para detectar perfurações e adultos. Semanalmente,

observa-se cuidadosamente a folhagem das batateiras das primeiras filas e cabeceiras das bordaduras, em 4-5 locais por

bordadura, e mais tarde, quando as plantas atingem cerca de 30 cm de altura também em 4 locais suplementares no centro da

parcela. Em cada um destes locais, observam-se 10 plantas seguidas numa linha, durante cerca de 5 segundos cada. No Canadá,

quando as batateiras atingem cerca de 30 cm de altura, a monitorização passa a ser feita com um saco de batimento. O nível

económico de ataque não foi ainda estabelecido em Portugal, pelo que se recomenda tratar ao aparecimento do insecto, mas

apenas as bordaduras atacadas. De facto, no Canadá, em campos com rotações e limpeza bem executadas, a monitorização é

feita só nas linhas das bordaduras, numa faixa de 15-20 metros de largura. Se o nível económico de ataque (n.e.a.) for atingido o

tratamento é então realizado, exclusivamente nesta faixa.

Autor: Conceição Boavida - INRB,IP Março / 2010.

Agradecimentos: a José Júlio Correia (Cooperativa Agrícola de Coimbra) e a Rita Teixeira (INRB.I.P.), pela cedência de fotografias.

Bibliografia: Ambrosino, M. (2008). Flea Beetle Pest Management for Organic Potatoes. EM 8947 – January, Extension Service, Oregon State

University. :: Boavida C. e Germain J.-F. (2009. Identification and pest status of two exotic flea beetle species newly introduced in Portugal: Epitrix

similaris Gentner and Epitrix cucumeris (Harris). Bulletin OEPP/EPPO Bulletin 39: 501-508. :: Cranshaw, W.S. (2008). Flea Beetles. Quick facts…

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Epitrix em batateira – Epitrix similaris Gentner

Pág. 4

Inicio da colonização por E. similarisPlantas com mais de 30 cm de altura

Exemplo do procedimento para realizar a monitorização ( grupos de 10 plantas)

Dinâmica da população não tratadaDinâmica da população tratada n

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tempotempo