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Disciplinarum Scientia. Série: Ciências da Saúde, Santa Maria, v. 21, n. 2, p. 31-48, 2020.Recebido em: 19.02.2020. Aprovado em: 04.06.2020.
ISSN 2177-3335
USO DE ANTI-INFLAMATÓRIOS EM ATLETAS E SOLUÇÕESRELACIONADAS A DIETOTERAPIA E FITOTERAPIA: UMA REVISÃO1
USE OF ANTI-INFLAMMATORIES FOR ATHLETES AND SOLUTIONSRELATED TO DIETOTHERAPY AND PHYTOTHETARY: A REVIEW
Bruno César Thomazi Freitas Pezzini2, Gabriela Maestri2,Geneci Santos de Jesus Reis2 e Giovana Vechi3
RESUMO
Devido ao seu efeito analgésico, antipirético e anti-inflamatório, muitos atletas fazem o uso de anti-inflamató-rios, sendo os mais utilizados os do tipo não-esteroidais (AINEs), para o tratamento da dor aguda proveniente da inflamação. Os efeitos colaterais são bastante comuns no caso dos AINEs (dispepsia, náuseas, vômitos, lesões gastrointestinais e reações cutâneas), sendo o uso de alimentos com potencial anti-inflamatório e an-tioxidante uma alternativa menos agressiva aos medicamentos e em geral, sem efeitos adversos. Visto que o consumo de anti-inflamatórios e a automedicação em atletas deve ser desencorajado por profissionais da saúde, o objetivo desta revisão foi analisar o uso de medicamentos anti-inflamatórios na prática esportiva e revisar alternativas de tratamento não medicamentoso no processo inflamatório. Nutrientes e fitoterápicos como cur-cumina, hesperidina, alcaçuz, espinheira-santa, pequi, cereja azeda, ômega 3, resveratrol, chá verde, licopeno, quercetina e gengibre, tem sido amplamente estudados devido a sua atividade anti-inflamatória. Desta forma, conclui-se que estes alimentos e compostos bioativos podem ser uma alternativa para o controle da inflamação causada pelo exercício físico.
Palavras-chave: Alimentos funcionais; Exercício físico; Inflamação.
ABSTRACT
Due to its analgesic, antipyretic and anti-inflammatory effect, many athletes make the use of anti-inflammatory drugs, the most used being non-steroidal (NSAIs) for the treatment of acute pain induced by inflammation. Side effects are quite common in the case of NSAIs (dyspepsia, nausea, vomiting, gastrointestinal lesions, skin reactions), and the use of foods with anti-inflammatory potential and antioxidant is a less aggressive alternative to medications, without adverseeffects. Since the use of anti-inflammatory drugs and self-medication in athletes should be discouraged by health professionals, the aim of this review was to analyze the use of anti-inflammatory drugs in sports practice and to review non-drug treatment alternatives in the inflammatory process. Nutrients and bioactive compounds such as curcumin, hesperidine, licorice, blackhead, pequi, sour cherry, omega 3, resveratrol, green tea, lycopene, quercetin and ginger, has been widely studied due to its anti-inflammatory activity. Thus, it is concluded that these functional foods and bioactive compounds may be an alternative to control inflammation caused by physical exercise.
Keywords: Exercise; Functional foods; Inflammation.
1 Trabalho de Conclusão de Estágio.2 Acadêmicos do Curso de Nutrição - Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected].
3 Orientadora e Professora - Curso de Nutrição - Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI. E-mail: [email protected]
DOI: doi.org/10.37777/dscs.v21n2-004
Disciplinarum Scientia. Série: Ciências da Saúde, Santa Maria, v. 21, n. 2, p. 31-48, 2020.32
INTRODUÇÃO
O esforço físico decorrente da prática esportiva desencadeia danos musculares em atletas, po-
dendo levar a desgastes do organismo como o aumento da inflamação. Os atletas apresentam aumento
dos indicadores de lesões musculares e marcadores inflamatórios logo após o esforço físico extenuante,
o que ilustra o efeito agudo sobre a estrutura muscular (PUGGINA et al., 2016).
O exercício físico extenuante é acompanhado também pela produção de radicais livres, devido
a oxidação celular, desencadeando um desequilíbrio entre o ataque oxidativo e o sistema de defesa
antioxidante, ocasionando uma lesão acompanhada por um processo inflamatório ao nível das fibras
musculares, geralmente causada por excesso de treino (overtraining) ou por recuperação inadequada.
Este quadro conduz a uma redução da função muscular associado a fadiga, redução da força, altera-
ções histológicas evidentes e dores musculares, além da perda do rendimento esportivo (ANDRADE;
MARREIRO, 2011; PANKANIN, 2018).
Em decorrência deste processo, muitos atletas utilizam medicamentos anti-inflamatórios e
relaxantes musculares a fim de tratar lesões decorrentes do esforço físico. No Brasil, os anti-infla-
matórios como: Paracetamol, AAS, Dipirona Diclofenaco, Ibuprofeno, Nimesulida são encontrados
facilmente em farmácias podendo ser adquiridos sem prescrição médica (SILVA et al., 2016).
Os anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs) constituem uma das classes de fármacos
mais consumidas no mundo. Possuem efeitos analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios que
são utilizados no tratamento da dor aguda proveniente da inflamação. Seus efeitos ocorrem através
da redução da enzima ciclooxigenase (COX), resultando na diminuição dos precursores de pros-
taglandinas e tromboxanos (SILVA et al., 2016). Os efeitos colaterais mais comuns são: dispepsia,
náuseas, vômitos, lesões gastrointestinais, reações cutâneas, insuficiência renal reversível, entre
outros (GOMES et al., 2019; LARINI, 2008).
O uso de alimentos com potencial anti-inflamatório e antioxidante traz benefícios na recu-
peração de atletas e vem sendo estudado como uma alternativa não medicamentosa, pois são menos
agressivos e em geral, não apresentam efeitos colaterais (PANAHI et al., 2014). Uma alimentação
equilibrada e direcionada é de grande relevância na prática esportiva, podendo prevenir ou até mesmo
tratar lesões. De acordo com Andrade e Marreiro (2011), alguns alimentos apresentam capacidade de
atuarem de forma eficaz no controle da inflamação, por meio da redução das citocinas pró-inflamató-
rias ou no auxílio da defesa antioxidante.
Diante do exposto, objetiva-se com este trabalho analisar o uso de medicamentos na prática
esportiva e demonstrar alternativas de tratamento não medicamentoso no processo inflamatório.
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MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho foi uma revisão criteriosa da literatura a partir de artigos científicos nacio-
nais e internacionais, todos indexados entre os anos de 2000 e 2019, priorizando os artigos mais atuais
que tratassem sobre o assunto, além de livros e capítulos sobre o tema. Foram utilizadas as bases de
dados Pubmed, Google Acadêmico e Scielo para a busca das referências citadas. As palavras-chave
utilizadas foram: anti-inflamatórios, prostaglandinas, esporte, atletas, exercício físico, inflamação,
AINEs e COX-2 nos idiomas inglês, português e espanhol. Foram incluídos artigos originais e de
revisão bibliográfica.
DESENVOLVIMENTO ANTI-INFLAMATÓRIOS
Os principais anti-inflamatórios utilizados por atletas são os anti-inflamatórios não-esteroi-
dais (AINEs) e os esteroidais. Os AINEs estão entre os compostos mais consumidos na terapêutica
e como automedicação, mesmo que nenhum seja considerado ideal no controle dos sinais e sintomas
que ocorrem nos processos inflamatórios, principalmente aos relacionados com as articulações
(LARINI, 2008). Entre os mais utilizados estão o Ácido Acetilsalicílico (AAS), Paracetamol, Dipirona,
Diclofenaco, Ibuprofeno e a Nimesulida (SILVA et al., 2019).
Os AINEs são medicamentos com ação anti-inflamatória, antitérmica, analgésica e antitrombótica,
que atuam inibindo a ciclooxigenase1 (COX1) e ciclooxigenase2 (COX2). Em inflamações, a COX2 tem
a função de sintetizar prostaglandinas com ação pró-inflamatória que ativam nociceptores que aumentam
a sensação de dor e a COX1 sintetiza prostaglandinas com função de proteção tecidual (CORREA;
BARONI; CADORE, 2010). Nesse sentido, os AINEs atuam inibindo a cascata do ácido araquidônico, de
maneira seletiva ou não, impedindo a formação de prostaglandinas (BURUKOGLU et al., 2016).
Este mecanismo gera diminuição da sensibilização das terminações nervosas nociceptivas e
mediadores inflamatórios como a bradicinina e serotonina e provável alívio da cefaleia, motivado por
redução da vasodilatação. O efeito antipirético acontece a partir da diminuição de prostaglandinas
produzidas em resposta ao pirógeno inflamatório, a interleucina-1, que é responsável pela elevação do
ponto de ajuste hipotalâmico para o controle da temperatura da febre (LARINI, 2008).
O uso de AINEs apresenta efeitos adversos como lesões na mucosa gastrointestinal. No estô-
mago, em pH ácido, eles atravessam a mucosa por ação do pH citoplasmático próximo a neutralidade,
se ionizam e, impossibilitados de saírem do interior celular, se acumulam e provocam retrodifusão de
íons H+ para o lúmen, ocasionando edema e hemorragia na região (GOMES et al., 2019). Os efeitos
colaterais mais importantes resultam do bloqueio da produção de prostaglandinas no estômago.
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Essas prostaglandinas atuam como agentes citoprotetores da mucosa, inibindo a secreção ácida pelo
estômago, aumentando o fluxo sanguíneo local e a secreção de muco protetor. Sendo que o tratamento
em longo prazo pode ocasionar erosões e úlceras gástricas e duodenais (OLIVEIRA et al., 2019).
Nesse sentido, os AINEs possuem a capacidade de interagir com a camada de muco e com a
bicamada fosfolipídica do trato gastrointestinal, tornando o revestimento da mucosa menos hidrofóbi-
co e mais exposto a agentes agressores como os ácidos e as pepsinas presentes no estômago e a bílis
no intestino delgado, além de dissociar a cadeia de fosforilação oxidativa mitocondrial, conduzindo
uma série de eventos que provocam a depleção de adenosina trifosfato (ATP) e a perda de integridade
das junções intercelulares do trato gastrointestinal, aumentando a permeabilidade da mucosa, au-
mentando crescimento de bactérias gram negativas e dificultando a digestão e absorção de nutrientes,
consequentemente alterando o estado nutricional dos indivíduos (VILELA, 2019).
Os anti-inflamatórios esteroidais derivam do colesterol a partir da sintetização do córtex
supra-renal, também denominados de hormônios adrenocortioides, adrenocorticosteroides ou
simplesmente corticosteroides. Essas substâncias são liberadas na circulação, exercendo efeitos
importantes sobre o metabolismo intermediário (glicocorticoides) e na retenção de sal (mineralo-
corticóides), enquanto outros possuem atividade androgênica ou estrogênica. Sendo os principais
glicocorticóides anti-inflamatórios são a beclometasona, budenosida, flunisolida e a fluticasona
(LUCAS et al., 2019).
A corticotropina e os esteroides que tem atividade glicocorticoide são utilizados no tratamento
de numerosos distúrbios inflamatórios e alérgicos. Os glicocorticoides sintéticos produzem efeitos
anti-inflamatórios por meio da inibição da ação enzimática da fosforilase A2, que impede a liberação
do ácido araquidônico e por consequência a formação das prostaglandinas, de tromboxanos e leuco-
trienos (SILVA et al., 2019; LARINI, 2008).
Os principais efeitos adversos da utilização de anti-inflamatórios esteroidais incluem sua ação
hormonal, pois podem gerar a chamada síndrome de Cushing iatrogênica (por causas exógenas) e
complicações como úlceras pépticas, miopatia, tontura e candidíase orofaríngea (SILVA et al., 2019;
LARINI, 2008).
Desta forma Corrigan e Kaslauskas (2003), descreveram que o consumo desenfreado de AI-
NEs por atletas eram por lesões decorrentes por demanda especifica do esporte em questão, insufi-
ciência do período requerido para a recuperação da lesão com uso repetitivo da área anatômica lesada,
condições biomecânicas impróprias, atletas com lesões de menor extensão que não alteram sua carga
de treinamento e fazem uso crônico da droga.
Como efeitos adversos em atletas podemos destacar o estudo realizado por Mcanulty e cola-
boradores (2007) que investigaram a ação do ibuprofeno nos indicadores de estresse oxidativo onde
foi demonstrado significativo aumento de concentração de indicadores de estresse oxidativo no plas-
ma e urina dos atletas pós competição.
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A partir do exposto, Silva e colaboradores (2016) avaliaram o padrão de consumo de medicamen-
tos de 71 (100%) atletas universitários, sendo que 38 atletas (53,5%) referiram utilizar medicamentos para
tratamento de gripes e resfriados, 37 (52,1%) por dores musculares e 25 (35,2%) por presença de inflama-
ções. Dentre os atletas, 35 (49,3%) afirmaram se automedicar para tratar os sintomas citados. Entre os prin-
cipais medicamentos utilizados destacam-se os AINEs, analgésicos, relaxantes musculares e antigripais.
Rose e colaboradores (2006) avaliaram 234 atletas de 25 esportes diferentes e observaram que
44% dos atletas informaram no controle de dopping a utilização de medicamentos até três dias antes
da competição, sendo 58 (36,9%) atletas referindo o uso de AINEs, 37 (23,6%) analgésicos, 10 (6,4%)
antibióticos, 7 (4,5%) antigripais e 45 (26,8%) outros medicamentos. Os autores concluíram que há
uso exacerbado de anti-inflamatórios e analgésicos em várias modalidades desportivas, causando
preocupação em termos de controle de sintomas de atletas em competição.
Correa e colaboradores (2013), também analisaram 12 atletas de força que realizaram o treino
após a ingestão de ibuprofeno com o objetivo de verificar a melhora do desempenho no treino de for-
ça, porém não foram verificadas diferenças no desempenho do grupo que ingeriu o anti-inflamatório
do grupo placebo. A inibição da síntese de prostaglandinas tem repercussão negativa sobre a síntese
proteica induzida por sessão de treino de força.
Para o processo de hipertrofia após a sessão de treinamento, faz-se necessário a produção de espé-
cies reativas de oxigênio (EROs), para que ocorra a indução da resposta adaptativa ao treinamento e o uso
de fármacos que desempenham a função anti-inflamatória pode trazer prejuízos quando ingeridos perto do
horário de treinamento, diferente de alimentos com antioxidantes não isolados, que trazem benefícios ao
atleta (SILVA; CHAVES, 2015). Os AINEs utilizados como forma de supressão da dor muscular, acabam
por prejudicar a regeneração da lesão de origem da atividade esportiva de alta intensidade, já que podem
ocorrer efeitos adversos na rigidez e contração muscular e na sua regeneração (XAVES et al., 2017).
PROBLEMAS GERADOS PELO USO DE ANTI-INFLAMATÓRIOS: ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS
AINEs, como o ácido acetil salicílico (AAS) por exemplo, funcionam através da inibição
irreversível das enzimas ciclooxigenase 1 e 2 (COX-1 e COX-2) que desempenham papel na geração
da inflamação, porém, com inibição da COX-1, a síntese de prostaglandinas gástricas que funcionam
como citoprotetores da mucosa estomacal é impedida, levando a produção de maior quantidade de
secreção ácida e diminuição do fluxo sanguíneo na mucosa, causando úlceras gástricas ou duodenais
(GILMAN; GOODMAN, 2010; BRENOL et al., 2000).
Funções fisiológicas importantes são atribuídas à COX-1 através da síntese de prostanóides,
como a manutenção da homeostase, proteção da mucosa gástrica e agregação plaquetária, que
acabam por serem inibidas devido ao uso de AINEs (MORO et al., 2019). Reações comuns ao uso
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indiscriminado de AINEs incluem hipersensibilidade, dependência física e psíquica, encobrimento
dos sintomas e agravamento de doenças de base (OLIVEIRA; PELÓGIA, 2011).
Devido aos danos causados pelos AINES no epitélio intestinal, o mesmo tem comprometida
a função de barreira contra substâncias nocivas, implicando em dificuldade na permeabilidade intes-
tinal tendo como consequência a disbiose (KERCKHOFFS, 2010). Tal desequilíbrio entre bactérias
protetoras e agressoras ocasiona vulnerabilidade a diversas enfermidades e deficiência do sistema
imunológico com aumento de microorganismos patogênicos e inflamações, levando o atleta ao ciclo
vicioso de uso de anti-inflamatórios (CHANG; LIN, 2016).
Alterações na microbiota intestinal também tem sido associada às características do estado
nutricional como eutrofia e obesidade, sendo que o excesso de peso é um grande responsável pela
colonização com bactérias maléficas (MILLION; LAGIER; YAHAV; PAUL, 2013).
DANOS HEPÁTICOS
Doses elevadas de AINEs podem acarretar em danos hepáticos. Um exemplo prático é o uso
de doses acima de 4g/dia de paracetamol que levam o fármaco a um processo oxidativo que libera o
n-acetil-p-benzoquinonamina, um metabólito tóxico que causa lesão hepática irreversível (BUSHEL
et al., 2007; HE, 2011).
Problemas hepáticos têm sido relatados em diversos países relacionados ao uso de nimesulida,
associando o mesmo a alterações no funcionamento das mitocôndrias que podem levar a morte celu-
lar hepática, por meio de apoptose (ARAÚJO, 2012).
Como consequência de doença hepática crônica, pode-se citar a má absorção intestinal de gor-
duras, hipoglicemia com resistência insulínica, esteatose e hipertrigliceridemia, além de níveis ele-
vados de alguns aminoácidos que trazem agravantes neurológicos (MAIO; DICHI; BURINI, 2000).
Deve-se observar as doses diárias máximas recomendadas na bula do medicamento, como por
exemplo no caso do paracetamol cuja prescrição não deve ultrapassar 325mg simultaneamente com outros
fármacos que também possuam paracetamol em sua fórmula (BRAYNER; SILVA; ALMEIDA, 2018).
O uso indiscriminado de AINEs por atletas com o objetivo de tratar lesões ou como suposto
ajudante na recuperação e desemprenho é pratica bastante comum, sendo pouco o conhecimento des-
tes a respeito das doses recomendadas e dos efeitos colaterais (O’CONNOR et al., 2018; RUDGARD;
HIRSCH; COX, 2018).
NUTRIENTES E FITOTERÁPICOS PARA DOR E INFLAMAÇÃO: CURCUMINA
A curcumina é um pigmento fenólico de cor amarela presente na cúrcuma (Curcuma longa L.), es-
pécie pertencente à família da Zingiberaceae. Este composto é inibidor de diversas vias pró-inflamatórias,
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como por exemplo, NF-Kβ e TNF-α. Os estímulos extracelulares que ativam a cascata de formação do
NF-κB dependem da presença de espécies reativas de oxigênio, que são decorrentes de lesões e processos
inflamatórios (SUETH-SANTIAGO et al., 2015; GRASSO et al., 2017).
Uma pesquisa realizada por Takahashi e colaboradores (2014) com dez homens praticantes de
exercício físico suplementados com curcumina via oral (90 mg) ou placebo, 2 horas antes do exercício
ou imediatamente após este, mostrou que a suplementação de curcumina, ingerida antes do exercí-
cio, reduziu os marcadores de estresse oxidativo, porém quando consumida após o exercício, não se
mostrou eficaz.
Drobnic e colaboradores (2014) avaliaram se a curcumina poderia diminuir os danos do es-
tresse oxidativo e inflamação relacionados à lesão muscular aguda causada pelo exercício contínuo
intenso. Homens jovens receberam 200 mg de curcumina ou do placebo 1x ao dia. A suplementação
foi administrada 48 horas antes de um teste de corrida em declive e permaneceu por 24 horas após o
teste (4 dias no total). O grupo da curcumina relatou sentir menos dor nos membros inferiores, porém,
essa diferença não apresentou significância estatística. Os marcadores de dano muscular e inflamação
tenderam a ser menores no grupo curcumina, mas diferenças significativas foram observadas apenas
para a interleucina-8 duas horas após o exercício.
LICOPENO
O licopeno é um carotenoide de caráter lipossolúvel e está presente nos alimentos de colo-
ração avermelhada e alaranjada, como melancia, mamão, pitanga, goiaba, uva e tomate. O tomate é
o vegetal que apresenta maiores concentrações deste nutriente. Sua ação está relacionada a redução
da resposta inflamatória e da expressão gênica das enzimas COX-2 e iNOS, e pela diminuição da
translocação do fator de transcrição NF-κB do citoplasma para o núcleo (SHAMI; MOREIRA, 2004;
MORITZ; TRAMONTE, 2006; NWAICHI; CHUKU; OYIBO, 2015).
O sumo de tomate vermelho, tem sido utilizado por vários atletas profissionais na melhoria da
recuperação a nível desportivo por possuir grande biodisponibilidade deste nutriente (cerca de 150 mg
de licopeno por litro) (SHAMI; MOREIRA, 2004; PREEDY, 2008).
Tsitsimpikou e colaboradores (2013) avaliaram quinze atletas treinados com níveis basais ele-
vados de lactato desidrogenase (LDH) e creatina fosfoquinase (CPK) detectada durante a avaliação
bioquímica de rotina. A amostra foi composta por dois grupos: Grupo tratado que substituiu sua
bebida usual de suplementação de carboidratos, consumida regularmente durante e após as sessões
de exercício por suco de tomate, referente a 100g de tomate e Grupo controle que foram instruídos a
continuar o consumo da bebida. Os resultados mostraram redução significativa dos níveis de LDH e
CPK, retornando aos níveis quase normais no grupo suplementado com suco de tomate. Ao mesmo
tempo, a homocisteína e a proteína C reativa também foram atenuadas.
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HESPERIDINA
O flavonoide hesperidina é encontrado em frutas cítricas como laranja e limão, em maiores
quantidades na casca. Silva e colaboradores (2019) demonstraram atividade reparadora de lesões gás-
tricas na mucosa já ulcerada, efeito favorecido pela redução dos danos oxidativos da mucosa, devido
à redução da migração de neutrófilos e ao fortalecimento da barreira de proteção.
Como protetor gástrico, podemos citar o uso combinado do carotenoide licopeno com a
hesperidina já citada anteriormente, sendo o primeiro encontrado em diversas frutas e legumes,
especialmente no tomate, cuja biodisponibilidade é aumentada através do aquecimento. O efei-
to sinérgico de uma combinação de carotenoide e flavonoide foi relatado devido à sua atividade
antioxidante que elimina espécies reativas de oxigênio (EROs) e evita a peroxidação lipídica da
membrana (JAIN; KATTI, 2015).
Em concordância, Garg e colaboradores (2001) constataram em seus estudos que a hespe-
ridina possui importantes efeitos anti-inflamatórios e analgésicos. Seu uso pode ser indicado como
anti-inflamatório principalmente em pessoas com hipersensibilidade aos AINEs convencionais.
CEREJA AZEDA
Fonte de polifenóis e antocianinas, que auxiliam na diminuição das dores em atletas e aumen-
tam a recuperação muscular, por reduzir marcadores de estresse oxidativo e inflamação. Para atletas
de modalidades de resistência é recomendado o consumo da cereja azeda, pois se trata de um anti-in-
flamatório natural, sem efeitos colaterais à saúde (VITALE; HUEGLIN; BROAD, 2017).
Bell e colaboradores (2014) examinaram o impacto do concentrado de cereja azeda nos índi-
ces fisiológicos de estresse oxidativo, inflamação e danos musculares ao longo de três dias simulados
de corrida de bicicleta. A amostra foi composta por ciclistas treinados que tomaram 30 mL do suple-
mento duas vezes ao dia, durante sete dias consecutivos. Os resultados mostram que tanto o estresse
oxidativo quanto as respostas inflamatórias foram reduzidas com a suplementação. Os autores suge-
rem que a cereja azeda pode ser eficaz no combate às cascatas oxidativas e inflamatórias pós-exercí-
cio contribuindo para a ruptura celular.
ÔMEGA 3
Os ácidos graxos (AG) Ômega-3 são tipos de gorduras essenciais ao organismo, pois não são
sintetizados endogenamente nos seres humanos, devido à carência de enzimas dessaturases. São
divididos em ácidos alfa-linolênico (ALA), ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosaexaenóico
(DHA) (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2012; MARTIN et al., 2006).
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A ingestão de ácidos graxos ômega-3 diminui citocinas pró-inflamatórias além de melhorar
a utilização de substratos energéticos e imunidade (LOPEZ-GARCIA et al., 2004; GARÓFOLO;
PETRILLI, 2006). No exercício físico, promove diminuição na percepção da dor muscular sendo uma
alternativa segura para praticantes de atividade física. As principais fontes alimentares são peixes de
águas frias, como cavala, sardinha, salmão, arenque, chia, linhaça e nozes (SANTO et al., 2007).
Garcia e colaboradores (2010), verificaram que ratos suplementados com ômega-3 que reali-
zaram natação, tiveram menos alterações histológicas induzidas pelo exercício. Os autores sugerem
um efeito protetor da suplementação além da manutenção da homeostase do sistema muscular e o
equilíbrio do sistema oxidante, controlando as respostas inflamatórias, prevenindo lesões no mús-
culo esquelético.
Em concordância, Atashk e colaboradores (2013) objetivaram avaliar o efeito da suplementação
de ácidos graxos ômega-3 na dieta sobre os níveis de estresse oxidativo, dano muscular e marcadores
inflamatórios após o exercício resistido agudo em atletas jovens, em um delineamento duplo-cego ran-
domizado. A amostra foi composta por vinte indivíduos divididos em grupos iguais que receberam 3000
mg/dia durante sete dias e foram submetidos a exercícios físicos extenuantes. Os autores concluíram que
uma única sessão de exercício intenso leva produção de estresse oxidativo e aumento dos índices de PCR
e dano celular em jovens atletas, mas a suplementação de ômega-3 de curto prazo (uma semana) pode
melhorar o aumento nesses marcadores, podendo ser uma estratégia eficaz de atenuar o dano oxidativo
induzido pelo exercício e inflamação no período pós-exercício.
RESVERATROL
O resveratrol é um polifenolantioxidante encontrado em muitas plantas, como uvas, nozes e
frutas silvestres. Esse composto está relacionado com a diminuição nos níveis de marcadores infla-
matórios principalmente do NF-kB, AP-1 e Nrf2, o que leva à redução de citocinas inflamatórias. Seu
mecanismo se dá através da modulação da atividade de várias proteínas e fatores de transcrição, os
quais estão envolvidos em vias metabólicas relacionadas à síntese de citocinas, quimiocinas e molé-
culas de adesão (SOUSA; PEREIRA, 2013).
O resveratrol pode atuar na prevenção de várias doenças, través da ativação do SIRT1, bene-
ficiando o controle metabólico anormal, inflamação e defeitos do ciclo celular. Atua também na desa-
cetilação de histonas e proteínas não-histonas, incluindo fatores de transcrição. Essa via sensibiliza o
metabolismo, sobrevivência celular, resistência ao estresse oxidativo e imunidade (CHEN et al., 2015;
BERMAN et al., 2017).
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CHÁ VERDE
O chá verde é obtido a partir da folha da planta Camelliasinensis, é rico em polifenóis per-
tencentes ao grupo dos flavonoides, mais especificamente as catequinas, como a epicatequina, a epi-
catequinagalato (ECG) e a epigalocatequina 3 galato (EGCG), que é a mais abundante. O chá verde
apresenta cerca de 4.000 compostos bioativos e aproximadamente um terço desses compostos são
polifenóis que são considerados os responsáveis pelos efeitos benéficos gerados como: os fatores an-
ti-inflamatórios, antioxidantes, anticancerígenos, entre outros. (NAMITA; MUKESH; VIJAY, 2012).
Haramizu e colaboradores (2013) demonstraram efeitos positivos da ingestão a longo prazo de ca-
tequinas do chá verde em ratos, atenuando os danos musculares induzidos pela corrida em declive,
suprimindo a inflamação e acelerando a recuperação das fibras musculares.
Eichenberge e colaboradores (2010) examinaram os efeitos do consumo de três semanas de
suplementação com extrato de chá verde (159 mg/dia de catequinas totais) no metabolismo e desem-
penho durante o ciclismo em atletas de endurance. Observou-se uma diminuição significativa da
proteína C reativa (PCR), um marcador de inflamação que foi significativamente reduzido (p = 0,045)
após a suplementação em comparação ao placebo.
QUERCETINA
A quercetina representa cerca de 95% do total dos flavonoides ingeridos na dieta humana.
A cebola, maçã e brócolis são as fontes majoritárias da quercetina. A quercetina possui a capacidade
de inibição das proteínas ERK e JNK e suas formas fosforiladas. Em macrófagos, a quercetina supri-
me a transcrição do TNF-α por meio da diminuição da fosforilação e da ativação da JNK/SAPK, ao
mesmo tempo que bloqueia a síntese de TNF-α por meio da inibição da fosforilação da ERK1/2, redu-
zem a resposta inflamatória por meio da redução da expressão gênica das enzimas COX-2 e iNOS, e
pela diminuição da translocação do fator de transcrição NF-κB (BASTOS; ROGERO; ARÊA, 2009).
GENGIBRE (GINGEROL)
O gengibre é um tempero popular originário dos rizomas da planta Zingiberofficinale. Este
rizoma tem sido utilizado como estratégia para o tratamento de diversas doenças, especialmente em
culturas não ocidentais. A atividade anti-inflamatória do gengibre está relacionada com a capacidade
de modular o linfócito T, diminuindo a eosinofilia, a quantidade de mastócitos, a liberação de IL-4
e a resposta Th2. Também pode levar a redução dos níveis de COX-2. Os componentes presentes
no gengibre agem sobre o efeito de ativação do lipopolissacarídeo em macrófagos, levando a um
efeito imunomodulador e anti-inflamatório. A principal via de sinalização envolvida é a do fator de
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transcrição de citocinas pró-inflamatórias NFkB, com participação das MAP quinases e ativação de
transcrição Nrf2, relacionado a expressão de enzimas envolvidas nas defesas antioxidantes (VIEIRA
et al., 2014; WILSON et al., 2015).
Zehsaz e colaboradores (2014) investigaram o efeito do gengibre nas concentrações plasmáticas
de interleucina-1β (IL-1β), interleucina-6 (IL-6) e fator de necrose tumoral-α (TNF-α). A amostra foi
composta de 28 corredores de alto nível de resistência, divididos em dois grupos (controle e expe-
rimental). Eles realizaram o mesmo volume semanal de treinamento por 12 semanas. O grupo que
recebeu cápsulas de 500 mg de gengibre em pó (três vezes ao dia durante o segundo período de 6
semanas) mostrou reduções significativas nas concentrações plasmáticas de IL-1β, IL-6 e TNF-α em
relação aos grupos controle.
Wilson e colaboradores (2015) evidenciaram que o gengibre pode atuar como um anti-infla-
matório, reduzindo a ação da enzima ciclo-oxigenase-2 (COX-2), citosinas pró-inflamatórias e da
síntese de leucotrienos e prostaglandinas.
CONCLUSÃO
Pode-se concluir que atletas se automedicam com frequência, utilizando anti-inflamatórios
com o objetivo de diminuir a dor e melhorar lesões ocasionadas pela prática esportiva. Um fator
agravante é a livre comercialização de alguns anti-inflamatórios e o uso indiscriminado de AINEs
que desencadeia distúrbios sérios de saúde, principalmente dispepsias, problemas renais e problemas
hepáticos, além de afetar negativamente a síntese proteica e consequentemente, o processo de hiper-
trofia e prejudicar a regeneração dos tecidos lesionados.
Os alimentos funcionais e plantas medicinais ricos em compostos bioativos podem atuar na
prevenção e tratamento das dores e inflamações. Entre os alimentos e nutrientes mais estudados com
potencial anti-inflamatório estão: cúrcuma, hesperidina, licopeno, alcaçuz, espinheira santa, o pequi,
a cereja azeda, o ômega 3, resveratrol o chá verde, a quercetina e o gengibre. A utilização destes pode
ser uma estratégia para a diminuição de dores e inflamações provocadas pelo exercício extenuante e
uma resposta para a diminuição da administração de anti-inflamatórios que desencadeiam diversos
problemas à saúde.
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