Upload
jmsf2014
View
14
Download
4
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Contabilidade
Citation preview
Gastos com o pessoal
ISCAL – CONTABILIDADE FINANCEIRA (Ano lectivo 2014/2015)
LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO
Docentes:Prof. Paulo Costa
Prof. Pedro Flores
Prof. Pedro Pinheiro
Prof. Tânia Jesus
Prof. Vera Pinto
2
Os gastos relacionados com os recursos humanos de uma entidade são:
1. Remunerações fixas e/ou variáveis recebidas pelos trabalhadores vinculados à
entidade por contrato individual de trabalho;
2. Remunerações fixas e/ou variáveis atribuídas aos órgãos sociais da empresa;
3. Contribuições para a segurança social;
4. Seguros obrigatórios e facultativos efectuados a favor do pessoal;
5. Gastos de carácter social;
6. Formação profissional;
7. Indemnização por despedimento;
8. Atribuição de benefícios de reforma.
Gastos com o pessoal
3
o Contabilisticamente são de considerar gastos com pessoal os relativos aos
órgãos estatutários e ao pessoal vinculado à entidade (trabalhadores
dependentes).
o Os honorários pagos a trabalhadores independentes são considerados
serviços externos (ex: Técnico Oficial de Contas, advogado).
o Os rendimentos do trabalho dependente estão, de um modo geral, sujeitos
às seguintes contribuições e impostos:
Contribuição para a Segurança Social
IRS
Quotas para Sindicato (se o trabalhador for sindicalizado)
Gastos com o pessoal
4
o Contribuições para a Segurança Social
• Sobre cada funcionário, atendendo ao montante total dos abonos a que incidirá o
segurança social (base tributável), incidirão as seguintes taxas:
Contribuições, impostos e outros encargos inerentes aos gastos
com o pessoal
Fonte: Segurança Social
Entidade
empregadoraTrabalhador Global
Entidades com fins lucrativos 23,75% 11,00% 34,75%
Taxa contributiva
• A entrega das declarações de remunerações tem que ser realizada até ao
dia 10 do mês seguinte ao qual se refere, utilizando para isso e de forma
obrigatória o suporte eletrónico.
• O prazo de pagamento das contribuições/quotizações é do dia 10 até
ao dia 20 do mês seguinte àquele a que dizem respeito as
remunerações.
5
Contribuições, impostos e outros encargos inerentes aos gastos
com o pessoal
Taxa de Segurança
social aplicável
Base de incidência
Desconto da
Segurança Social
6
o Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS)
• A cada funcionário, atendendo ao montante total dos abonos incidirá o IRS, de
acordo com a sua situação fiscal (estado civil, nº de dependentes e nº de titulares)
no momento, sendo determinada a taxa de IRS de retenção na fonte, através das
tabelas fiscais em vigor.
• As entidades empregadoras estão obrigadas a deduzir o imposto no momento do
seu pagamento ou colocação à disposição dos respectivos titulares e proceder à sua
entrega até ao dia 20 do mês seguinte àquele em que foi deduzido (art.º 98º a 101º
CIRS)
Contribuições, impostos e outros encargos inerentes aos gastos
com o pessoal
Taxa de retenção na fonte de IRS*
Base Tributável
Desconto do IRS
7
Processamento do recibo de remunerações
Montante
dos
abonos
Montante
dos
descontos
Montante líquido a pagar ao funcionário
Exemplo de um
recibo
de
remuneração
8
o 1ª fase: processamento das remunerações dentro do mês a que
respeitam;
o 2ª fase: processamento dos encargos sobre remunerações (parte
respeitante à entidade patronal) dentro do mês a que respeitem;
o 3ª fase: pagamento das remunerações líquidas ao pessoal, dos
impostos e contribuições ao Estado e de quaisquer outras retenções
efectuadas.
Processamento e pagamento dos gastos com o pessoal
9
Gastos com o pessoal
10
1ª Fase: Processamento das remunerações
Conta Débito Crédito
Processamento das
remunerações
631 Valor ilíquido
632 Valor ilíquido
2421 IRS retido
245Seg. Social do
beneficiário
278xOutros descontos
(ex: sindicatos)
2311Vencimento
líquido
2312Vencimento
líquido
• IRS retido: conforme taxas definidas na tabela
• Segurança Social: 11% * Vencimento bruto
11
2ª Fase: Processamento dos encargos sociais
(da entidade patronal)
Conta Débito Crédito
Processamento dos encargos
sociais
6351
Segurança social
a cargo da
entidade
6352
Segurança social
a cargo da
entidade
245
Segurança social
a cargo da
entidade
12
3ª Fase: Pagamento das remunerações
Conta Débito Crédito
Pagamento Remunerações
2311/2312Vencimento
líquido
11/12Vencimento
líquido
13
Outros gastos com o pessoalAdiantamentos por conta de remunerações
Conta Débito Crédito
Pela concessão do adiantamento
2321/
2322
Valor do
adiantamento
11/12Valor do
adiantamento
Conta Débito Crédito
No processamento das
remunerações (reduzindo o valor
a pagar ao trabalhador)
2311/
2312
Valor do
adiantamento
2321/
2322
Valor do
adiantamento
14
Outros gastos com o pessoalSeguro de acidentes de trabalho e doenças profissionais
Conta Débito Crédito
Aviso-Recibo da seguradora
636 Valor do seguro
11/12 Valor do seguro
15
Periodização dos gastos com o pessoal
o No que respeita aos benefícios correntes dos empregados, existe um
desfasamento temporal entre as datas do seu processamento e da
atribuição ao período a que respeita no caso dos denominados “encargos
com férias”, pois o seu processamento ocorre no período N+1, mas o gasto
é relativo ao período N.
o O mesmo acontece com o subsídio de Natal.
o Há assim a necessidade de se proceder à sua periodização económica.
16
Previsão, em 31/12/N, dos encargos com férias a reconhecer como
gasto do próprio período (base anual)
o A estimativa das férias, subsídio de férias e respectivos encargos sociais
deve ser determinada e registada como um gasto no período a que
respeitam, tendo em conta as remunerações que previsivelmente serão
pagas no período em que o direito se vence.
o Por exemplo:
• (A) – Previsão, em 31/12/N:
Conta Débito Crédito
Previsão dos encargos com
férias a levar a gasto
do próprio período (mês
de férias, subsídio de férias
e encargos sociais)
631 X
632 X
635 X
2722 X
17
• (B) Processamento no ano seguinte (N+1):
Conta Débito Crédito
Processamento dos encargos
sobre férias referentes ao
trabalho prestado no ano
anterior
2722 X
2421 X
245 X
23x X
o Se valor real > valor previsto para encargos com férias, a diferença é gasto do
período: 63 ou 6881
o Se valor real < valor previsto para encargos com férias, a diferença é
rendimento do período: 63 ou 7881
Previsão, em 31/12/N, dos encargos com férias a reconhecer como
gasto do próprio período
18
• (C) Pagamento no ano seguinte
Conta Débito Crédito
Pagamento (N+1)23x X
12 X
Previsão, em 31/12/N, dos encargos com férias a reconhecer como
gasto do próprio período
19
Registo dos gastos por duodécimos: férias, subsídio de
férias e subsídio de Natal
o Existem outros desfasamentos na contabilização dos benefícios dos
empregados: por exemplo, o subsídio de Natal, que surge como um direito
dos empregados por cada mês de prestação de serviços, só é processado
no fim do ano (em regra nos meses de Novembro e Dezembro) e muitas
entidades reconhecem-no como um gasto nesses meses.
o Tal facto provoca distorções no conhecimento da formação dos resultados,
pois ao longo de 11 meses não são reconhecidos quaisquer gastos,
enquanto que o mês de processamento incorpora o gasto relativo ao ano
completo.
o Com a finalidade de eliminar estes desfasamentos, e como forma de
melhorar a informação financeira para a gestão, o reconhecimento destes
benefícios dos empregados podem ser efectuados numa base mensal.
20
Conta Débito Crédito
Duodécimos
631 X
632 X
635 X
2722 X
o Duodécimos de férias, subsídio de férias e Natal: (vencimento bruto x 3) /12
o Encargos Segurança Social: [(vencimento bruto * taxas) x 3 /12]
Registo dos gastos por duodécimos: férias, subsídio de
férias e subsídio de Natal
21
FCT e FGCT
Fundo de Compensação do Trabalho (FCT) e
Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho (FGCT)
Enquadramento da Lei nº. 70/2013, de 30 de Agosto
o Aplica-se aos contratos de trabalho celebrados após 01/10/2013;
o São fundos de adesão individual e obrigatória por parte da entidade
empregadora, através de contribuições mensais;
o O FCT assegura o recebimento de até 50% do valor da compensação
devida em caso de cessação de contrato de trabalho;
o O valor da entrega mensal das entidades empregadoras corresponde a
1% relativamente à retribuição base e diuturnidades por cada
trabalhador abrangido, sendo repartido do seguinte modo:
- 0,075% para o FGCT;
- 0,925% para o FCT ou Mecanismo Equivalente (ME).
22
FCT e FGCT
Sobretaxa Extraordinária de IRS
o Em 2015, a sobretaxa extraordinária sobre o IRS mantém-se em 3,5%, tal
como em 2013 e 2014. Todos os meses, os trabalhadores do sector público e
privado terão o seu salário mensal reduzido em 3,5%.
o Cálculo da sobretaxa
1. Retirar ao salário bruto as contribuições para o IRS e para a Segurança
Social.
2. Ao valor que restar, retirar um salário mínimo nacional (505,00€).
3. A sobretaxa de 3,5% é aplicada sobre o valor final depois destas contas.
23
Honorários
o Correspondem a remunerações atribuídas a trabalhadores independentes,
resultantes de serviços prestados. Tais trabalhadores estão obrigados à
emissão de um Recibo Verde electrónico (Factura-Recibo).
o Para rendimentos anuais inferiores a 10.000 euros poderá optar por não
fazer retenção na fonte;
o Para rendimentos ilíquidos superiores a 10.000 euros, é obrigatório
liquidar o IVA;
o Para quem optar por um regime de contabilidade organizada, é
obrigatório liquidar o IVA.
Conta Débito Crédito
Factura-Recibo
6224 Valor dos honorários
2432 IVA
2422 IRS
12 Valor líquido
Bibliografia
ALMEIDA, Rui, DIAS, Ana I., ALBUQUERQUE, Fábio, CARVALHO, Fernando, PINHEIRO, Pedro, (2010) - “SNC EXPLICADO –
2ª EDIÇÃO”, ATF Edições Técnicas, Lisboa.
ALMEIDA, Rui, ALMEIDA, Mª do Céu, DIAS, Ana I., ALBUQUERQUE, Fábio, CARVALHO, Fernando, PINHEIRO, Pedro, (2010)
“SNC CASOS PRÁTICOS E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS”, ATF Edições Técnicas, Lisboa.
BORGES, António, RODRIGUES, Azevedo e RODRIGUES, Rogério, (2010) “ELEMENTOS DE CONTABILIDADE GERAL”, 25ª
Edição, Áreas Editora, Lisboa.
SILVA, Eusébio Pires da, SILVA, José Luís Miguel da, JESUS, Tânia Alves de, SILVA, Ana Cristina Pires da, (2011) “SNC -
CONTABILIDADE FINANCEIRA – CASOS PRÁTICOS - TOMO I (Contabilidade das empresas individuais)”, Rei dos Livros,
Lisboa.
SILVA, Eusébio Pires da e SILVA, Ana Cristina Pires da, (2010) “SNC – MANUAL DE CONTABILIDADE”, Rei dos Livros, Lisboa.
Sistema de Normalização Contabilística (SNC).
24