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XX 76 04/05/2012 * Casa terapêuca está irregular - p. 01 * Projeto de lei barra planos de expansão da CSN em Minas - p.07 * Comissão aprova eleição direta para procurador - p.20

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XX 76 04/05/2012

* Casa terapêutica está irregular - p. 01

* Projeto de lei barra planos de expansão da CSN em Minas - p.07

* Comissão aprova eleição direta para procurador - p.20

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o tempo - p. 06 - 04.05.2012 Jornal da manhã - mG - conamp 04.05.2012

MP promove curso para combater a improbidade

administrativaTermina hoje o módulo Uberaba do curso de

Instrumentalização do Combate à Improbidade Administrativa, voltado a promotores, servidores e estagiários do Ministério Público. O curso acon-tece no edifício Francisco Palmério, onde funcio-na o Núcleo de Prática Jurídica da Uniube, e está sendo ministrado pelo promotor do Ministério Público do Rio de Janeiro, Emerson Garcia.

Segundo o procurador-geral adjunto admi-nistrativo do Estado, Carlos André Mariani Bit-tencourt, esse curso faz parte de uma programa-ção do centro de estudos do Ministério Público de Minas Gerais e tem como objetivo trazer aprimo-ramento funcional aos participantes. “O Ministé-rio Público tem cerca de mil promotores no Esta-do e improbidade administrativa está relacionada à corrupção, e a aplicação da lei demanda uma série de questionamentos e dúvidas”, afirma.

No Brasil, é comum pessoas aceitarem e pra-ticarem pequenas transgressões, como furar fila e utilizar contatos para conseguir benefícios – o “jeitinho brasileiro”. Ou seja, a população convi-ve com corrupção o tempo todo. Por isso, para o procurador este assunto também é de interesse da sociedade e deve ser debatido. “Em razão justa-mente de corrupção e desvios de recursos públi-cos é que áreas mais carentes vêm penando, em saúde, educação e saneamento básico. Coibindo esse tipo de conduta é que os recursos vão aflo-rar como investimento nas áreas prioritárias. É necessário então que a sociedade acompanhe o esforço do Ministério Público, preservando seu poder de investigação. O que, aliás, é objeto de proposta de emenda constitucional que questiona esse poder, tentando suprimi-lo, o que seria um desastre para a população brasileira. Como fica-remos se o Ministério Público não puder inves-tigar casos de improbidade e corrupção?”, frisa Bittencourt.

Para evitar prescrição de penas e impuni-dade, o procurador destaca que cada dia mais o Ministério Público têm procurado se equipar para acelerar os processos. “E essa evolução vai ser sentida pelo povo mineiro nos próximos anos com a conclusão do trabalho de estruturação, com criação de regionais, etc. Com relação ao Judiciário, são realidades a lentidão e a sobrecar-ga, mas têm sido uma preocupação especial do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Porque uma Justiça que não anda não é Justiça. Um exemplo de celeridade hoje é a da Justiça Eleitoral”, com-pleta.

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hoJe em dIa - p. 05 - 04.05.2012cenárIo polítIco

Bruno Freitas

O primeiro contato entre atleticanos e a arena do Horto modernizada foi de amor à primeira vis-ta. Para quem optou em assistir à partida contra o Goiás no polêmico setor 3 das arquibancadas, no entanto, o jogo inicial do clube parceiro da conces-sionária Arena Independência acabou com gosti-nho de decepção. Apontado como um dos maiores problemas da construção do novo estádio, a visibi-lidade comprometida nas arquibancadas superiores – em 6 mil assentos (ou 24% da capacidade) – por causa da instalação de guarda-corpos de ferro in-comodou a maioria dos torcedores, que tiveram de assistir toda a partida de pé. E mesmo com o setor lotado, a reclamação foi geral.

Acompanhado do filho, uma amiga e o filho da amiga, o empresário Daniel Ávila, de 36 anos, foi surpreendido pelo comportamento da torcida. Embora tivesse conhecimento do problema de visi-bilidade, ele não conhecia os setores do novo Inde-pendência. “Subi para ter uma visão privilegiada. As grades acabaram não sendo o grande vilão do setor, mas sim as pessoas, que insistiram em as-sistir ao jogo de pé”, reclama ele, que, para con-seguir assistir a inútil vitória do time do coração por 2 a 1, teve que apelar para uma postura ainda mais inesperada: assistir de pé sobre a cadeira em que sentou. Arrependido, Ávila diz que irá optar por outra arquibancada da arena para a assistir à próxima partida. “Não imaginei que a visão ficasse tão ruim aqui. Prefiro pagar mais para conseguir ver todos os lances”.

A opinião é compartilhada pelo instrutor Denil-son Rocha, 38. Depois de adquirir o ingresso de um cambista, a R$ 50, ele só conseguiu acompanhar a partida debruçado na grade de uma das escadas de acesso. “Comprei de última hora, não tive como es-colher, e ainda encontrei as arquibancadas comple-tamente lotadas. Assistir de pé é muito incômodo. Padrão internacional é isso aqui?”, ironizou.

Para o funcionário público Rodrigo Borges, de 32 anos, que também esperava encontrar as res-trições de visibilidade dos guarda-corpos, o ponto cego não foi tão ruim quanto imaginava. “Sabia do problema, mas não tinha conhecimento do quanto isso prejudicava”, disse. Em vez de se levantar na frente dos torcedores que estavam sentados degraus acima, a solução encontrada por ele foi inclinar o corpo para frente. “Na verdade o ponto cego, para quem vê das arquibancadas, abrange a lateral e a linha de fundo do campo. Resumo: não achei o lu-gar bacana e acho que não vale a pena pagar menos para não ver nada”.

SolUÇão FUtUra Enquanto o problema não é resolvido, ingres-

sos para o setor são vendidos com 50% da desconto e informação de visibilidade parcial. Soluções para a substituição dos guarda-corpos de ferro vêm sido estudadas pela Secretaria de Estado Extraordinário da Copa (Secopa) e Arena Independência e serão apresentadas ao Ministério Público em 6 de julho. O MP terá 30 dias para analisar as opções e emitir um parecer.

copa do BraSIl

Jeitinho contra o ponto cego

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TJ determina afastamento de prefeito

caratinga

Prefeito é afastado por participar de mensalão

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Gustavo WerneckDois lados do patrimônio cultural de Minas: preservação

do acervo das igrejas e mais conhecimento para os estudantes da área de conservação-restauração. Para unir essas duas pon-tas, quase sempre carentes de recursos, foi assinado, ontem, um termo de cooperação técnica e científica entre o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) e a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fun-dep), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Um dos frutos da parceria, que contempla uma ampla agenda de trabalho é restaurar na Escola de Belas-Artes (EBA)/UFMG 21 peças sacras de igrejas de Sabará, na Grande BH, Couto de Magalhães de Minas, no Vale do Jequitinhonha, Serro e Conceição do Mato Dentro, na Região Central.

As peças (20 imagens e uma tarja de retábulo) foram en-tregues no câmpus da Pampulha pela gerente de Elementos Artísticos do Iepha, Ana Panisset, ao diretor da EBA, Luiz Souza. Ana explicou que, a custo zero, as comunidades te-rão seu patrimônio restaurado com a qualidade garantida pelo Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Mó-veis (Cecor/UFMG), uma referência internacional. Além da seleção, recolhimento e devolução do acervo aos locais de ori-gem, o Iepha vai fazer o acompanhamento do serviço. “Essa ação entra como um braço do Programa de Restauração de Acervos do instituto, que este ano incluirá mais 19 peças”, informou a gerente.

Durante a entrega, Ana destacou a satisfação dos estudan-tes do curso de conservação-restauração e também dos pro-fessores que vão trabalhar com as peças. “Serão várias fren-tes de trabalho em cooperação. Além de peças sacras, vamos restaurar pinturas e gravuras e capacitar recursos humanos. Ganham as comunidades, com a recuperação do acervo, e os estudantes, com a possibilidade de ter esse material para estu-dos e trabalho durante o curso. A motivação do intercâmbio é trazer o conhecimento e a pesquisa acadêmica para o âmbito da aplicação prática”, disse a gerente. Anualmente, serão se-lecionadas de 15 a 20 obras, dependendo do tamanho e estado de conservação. “Há uma curiosidade: uma delas será recu-perada, como trabalho de conclusão de curso, pela aluna Flo-rence Costa, que é também estagiária no ateliê de restauração do Iepha”.

O professor Luiz Souza lembrou que há 30 anos a EBA mantém o seu curso de conservação-restauração e ressaltou a formação de parcerias com instituições como Iepha e Ins-tituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “Agora, é como se transformássemos o ateliê num ‘hospital das clínicas’, recebendo novos clientes. Com esse convênio, nossos alunos terão material para treinamento, pois as peças serão catalogadas, vão passar pelo processo de raios x, enfim, receberão todos os cuidados do restauro”, afirmou. Souza dis-se ainda que o material está bem degradado e vai buscar os recursos financeiros para a empreitada.

capacItaÇão de proFISSIonaISDe acordo com o Iepha, outra frente de trabalho conjun-

to se refere à capacitação do corpo técnico que atua na con-servação e restauração do patrimônio mineiro, por meio de entidades governamentais ou empresas privadas. Estão pre-vistos seminários, palestras, workshops e eventos diversos, envolvendo técnicos do Iepha, acadêmicos da UFMG e pro-fissionais do mercado. Além disso, o convênio também prevê a oferta de estágio supervisionado no Iepha para os alunos da EBA e desenvolvimento de diversos projetos de pesquisa e publicações em conjunto.

Pelo termo de cooperação, será montado um grupo de pesquisa que funcionará como uma comissão para discutir os parâmetros de conservação e restauração, baseado em referên-cias internacionais e naquelas atualmente adotadas pelas duas instituições, a fim de unificar os procedimentos. E mais: será lançado um laboratório móvel de análises científicas para o diagnóstico do patrimônio mineiro. Fruto de um esforço con-junto entre UFMG, Iepha, Iphan e Ministério Público esta-dual, a unidade móvel percorrerá as mais diversas regiões do estado avaliando o estado de conservação de bens culturais.

Além das 21 obras, mais 19 peças sacras também en-tram em restauro ainda este ano pelo Programa Restauração de Acervos, do Iepha: cinco imagens da Igreja Matriz de São José, de Belmiro Braga, na Zona da Mata, serão recuperadas com verbas destinadas ao programa pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Difusos de Minas Gerais (Cedif), no valor de R$ 50 mil. Outras 14 imagens, de nove municípios, serão recuperadas com investimento de R$ 350 mil do progra-ma estadual Minas Patrimônio Vivo.

acerVo contempladoIgreja de Santo Antônio, distrito de Santo Antônio do

Norte, em Conceição do Mato Dentro (Região Central):Imagens de São Francisco Xavier, São Benedito, Santa

Efigênia, São João Batista, Santa Rita e Nossa Senhora da Conceição

Igreja Matriz de São Gonçalo, distrito de São Gonçalo do Rio das Pedras, no Serro (Região Central):

Imagens de São Francisco de Assis, Nossa Senhora dos Prazeres, Santo Antônio de Pádua, São Sebastião e São José de Botas

Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres, distrito de Milho Verde, no Serro (Região Central):

Imagens de São Gonçalo e Santa MestraCapela de Nossa Senhora do Rosário, distrito de Cuiabá,

em Sabará (Grande BH):Imagens de Santo Antônio, Nossa Senhora das Dores,

São Sebastião, São José de Botas, Nossa Senhora do Rosário, Divino Espírito Santo e Sagrado Coração de Jesus

Igreja de Bom Jesus do Matozinhos, em Couto de Maga-lhães de Minas (Vale do Jequitinhonha):

Tarja de retábulo (elemento artístico integrado)FONTE: IEPHA/MG

eStado de mInaS - p. 25 - 04.05.2012 peÇaS SacraS

Parceria de fé e ensino Recuperação de imagens de cinco igrejas por meio de convênio entre Iepha e Escola de Belas-Artes da UFMG une preservação do patrimônio e capacitação de estudantes

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o tempo - p. 06 - 04.05.2012 Bicho

CPI recebe apoio da polícia

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eStado de mInaS - p. 23 - 04.05.2012 JUStIÇaEstudante que dirigiu na contramão e causou acidente que matou empresário em BH é condenado em primeira instância a pagar indenização e pensão à família da vítima

Uma vida por R$ 450 mil

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Delicadas relações familiares em jogo. Anos e anos de distância e ressentimento. Outros tantos de debate ju-dicial e um desfecho que promete revolucionar os bas-tidores do direito de família em todo o país. A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de condenar um pai a indenizar a filha em R$ 200 mil por danos morais resultantes de abandono afetivo pode mudar os rumos desse tipo de ação em Minas. A previsão de juristas é de que o episódio, envolvendo personagens paulistas, leve muitos filhos mineiros que se sentem desampara-dos a procurar a Justiça para que, mesmo tendo pensão alimentícia, possam ter a reparação financeira por não receberem cuidados e amor. Isso faria multiplicar o nú-mero de processos dessa natureza, que hoje representam menos de 1% de todas as ações que chegam às varas de família de todo o estado. Em Belo Horizonte, onde o percentual é o mesmo, aproximadamente 50 pedidos são protocolados por ano no Fórum Lafayette. De todos os casos, apenas oito chegaram a ser analisados pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG); somente um chegou ao STJ, e ainda assim foi negado.

“As ações de dano moral vão aumentar muito e é até possível que haja uma mudança de entendimento com base nesse posicionamento da ministra Nancy Andrighi (do STJ). Mas, ainda assim, vou examinar cada caso concretamente”, afirma o juiz da 1ª Vara de Família do Fórum Lafayette, Newton Teixeira Carvalho. O magis-trado recebeu com reservas a decisão da instância su-perior. “Abre precedentes para muitos casos, mas pode fechar as portas da reconciliação pelo diálogo. É uma decisão desagregadora”, afirma, criticando o que con-sidera uma tentativa de dar caráter monetário ao direito da família. “Afeto não tem preço: se constrói no dia a dia e não pode ser imposto por meio financeiro.” Em quase 100% dos casos, acrescenta, as ações são contra homens, que se separam e abandonam os filhos, ou que são casados e têm filhos fora da relação conjugal.

Já na avaliação do presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família (Ibdfam), o advogado Rodrigo da Cunha Pereira, os filhos devem acionar a Justiça como forma de questionar o pai pelo abandono. “As pessoas não devem mover processos pensando em ganhar di-nheiro, mas sim como forma de marcar uma posição. É muito mais para fazer uma pergunta pública do que para ter um benefício financeiro. A atitude tem efeito pedagógico para o pai, que vai responder pelo descum-

primento do seu dever com o filho”, afirma.Para ele, o afeto tem valor jurídico e sua negação

deve ser punida. No entanto, Rodrigo da Cunha destaca que os ministros do STJ ainda vão precisar se entender quanto a seus posicionamentos. “Existem duas turmas que fazem esse tipo de julgamento, mas que têm enten-dimentos contrários. Vão precisar entrar em um consen-so para que se forne jurisprudência”, disse.

O presidente do Ibdfam foi defensor no caso em que o gerente de projetos Alexandre Batista Fortes, hoje com 31 anos, pediu indenização por danos morais decorrentes de abandono afetivo. Na época, Alexandre tinha 19 anos e, segundo ele, havia perdido o contato com o pai. O caso foi o primeiro no Brasil a ser reco-nhecido em segunda instância. Ironicamente, foi barra-do no próprio STJ. O advogado João Bosco Kumaira, que defendeu o pai, sustentou não haver situação de abandono. “Meu cliente viajava muito e só precisou se afastar quando foi transferido no trabalho para fora do país”, afirma.dIVISão

A iniciativa de tentar na Justiça uma indenização pela ausência de afeto não é consenso nem mesmo entre filhos que se ressentem da ausência. Pessoas como a universitária Bárbara Vilaça, de 22 anos, aprenderam a conviver sem a figura paterna. O tempo parou da última vez em que ela se encontrou com o pai em um restau-rante em Belo Horizonte. A jovem não se lembra do nome do lugar, nem do dia exato, mas nunca esqueceu o sentimento de frustração. Os dois não se viam havia anos, apesar de morarem no mesmo bairro. “Só o cum-primentei e fui embora. Ele continuou sentado à mesa, nem se levantou”, conta a estudante da Universidade Federal de Ouro Preto.

Bárbara diz que o pai e a mãe não chegaram a se ca-sar. O homem conviveu com a filha até por volta dos 10 anos, mas depois se afastou, sem explicações. “Tenho mágoa dele, mas não entraria na Justiça cobrando afeto. Não sinto falta da figura de um pai e sei tomar conta da minha vida sozinha”, diz. Mas o ressentimento deixou marcas: mais do que outras jovens, Bárbara aprendeu a redobrar o cuidado nas relações amorosas. “Primeiro, eu nunca ficaria grávida. Depois, em uma situação des-sas, acho que é preciso arrancar a pensão de qualquer jeito, pois ninguém faz filho sozinho e não é certo uma criança crescer sem pai”, resume, amargurada.

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Valquíria Lopes e Sandra Kiefer

Ele esteve perto de ver reconhecida pelo Superior Tribunal de Justi-ça (STJ) ação judicial movida contra o pai. Mas hoje, depois que os ma-gistrados decidiram pela condenação em caso semelhante em São Paulo, o gerente de projetos Alexandre Batista Fortes, de 31 anos, desistiu de novo processo. “Já consegui superar um pouco essa história e sei que não tenho mais chances de ter o pai que queria. Acredito que ele se sentiu ferido e, como não penso no lado financeiro da ação, não pretendo voltar à Justiça. O que buscava era uma resposta pelo abandono e isso eu sei que ele não vai dar”, desabafa.

A relação entre Alexandre e o pai, o engenheiro Vicente Fortes, foi quebrada quando o menino tinha 7 anos. “Fui um filho planejado pelos dois. Não foi por acaso. Mas depois eles se separaram e ele se casou no-vamente. Quando teve uma filha, nosso contato acabou”, disse. Ele afirma que até os 19 anos tentou contato com o pai. “Supliquei pelo amor dele. Mandei cartas, liguei e o esperei em momentos importantes, como em mi-nha formatura no colégio. Ele me via como um carnê: a pensão nunca foi o problema, mas não me dava o carinho que eu queria receber”, afirma.

Alexandre diz ter ficado feliz com a nova decisão do STJ. “Concluo

que meu caso não foi em vão. Ele pode levantar o olhar para essa res-ponsabilidade que o pai deve ter com o filho, que não se resume ao lado financeiro. O lado afetivo é muito importante”, alega.aBandono

Há 40 anos, a assistente de pessoal Deise de Oliveira, de Santa Luzia, foi abandonada pelo pai no dia do seu aniversário de 6 anos. O bolinho já estava preparado, ela e os cinco irmãos estavam ansiosos para cantar os parabéns. Mas o pai discutiu com a mãe, saiu de casa e nunca mais voltou. Não deu assistência financeira nem emocional para a família. Décadas depois, a história se repete com a filha de Deise, de 6. Depois de três anos, o casal se separou seis meses após o nascimento da menina. O pai concordou em registrar o bebê, mas fez questão de declarar em ata que não queria contato com Daniele.

Orientada pela advogada Rosa Werneck, Deise entrou em acordo com o ex-companheiro, devolvendo os valores gastos na construção da casa, abatidos no pagamento da pensão da filha. “Não vou deixar ocorrer com minha filha o que aconteceu com a minha família. Foi muito sacrifi-cante para meus irmãos e para minha mãe. Se esse tipo de decisão existis-se antes, processaria meu pai. Hoje não adianta mais batalhar, porque ele está doente e em situação pior do que a nossa”, conclui.

Desistência com sabor de amargura e revolta

LUCAS SIMÕESUma mulher foi detida na tarde de ontem, depois de obrigar a filha,

de apenas 3 anos, a beber meia garrafa de pimenta, no bairro Floramar, na região de Norte de Belo Horizonte. De acordo com a Polícia Militar, Cátia Alves Rosa, 42, se irritou com o choro da menina e fez a criança ingerir cerca de 75 ml de molho de pimenta como forma de castigo.

A mãe foi denunciada pela própria irmã, Denise Alves, 44, que mora ao lado da casa da suspeita e acionou a PM, após ter sido avisada pelos vizinhos da crueldade. Segundo o cabo José Guanhães, do 13º Batalhão de Polícia Militar, a suspeita foi detida em flagrante e assumiu que obrigou a filha a beber o molho de pimenta por estar “fora de si”. “Ela disse que fi-cou muito irritada, não pensou na hora de agir e acabou fazendo besteira”, informou o cabo. A garrafa com a pimenta também foi apreendida. Ainda segundo a PM, familiares disseram que a suspeita faz uso de remédios controlados e cuida da filha com a ajuda de alguns parentes que dividem o mesmo lote que ela.

A criança foi socorrida pelos militares cerca de 15 minutos depois de ter ingerido o conteúdo. Ela foi encaminhada para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do bairro Primeiro de Maio, também na região Norte. A unidade de saúde informou que a menina sofreu queimaduras leves no estômago, mas foi medicada e passa bem. Até o início da noite de ontem, a criança ainda permanecia em observação na UPA e não havia previsão de alta.

liberadaA mãe da criança foi encaminhada à Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente. Segundo a Polícia Civil, a mulher estava bastante agitada na delegacia, mas acabou confessando o ato em depoimento. Apesar disso, a suspeita foi liberada após assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), já que a criança não sofreu danos graves. Ela vai responder por crime de maus-tratos. A delegada Andréa das Graças Magalhães vai investigar o caso e deverá acionar o Conselho Tutelar da região para acompanhar a criança e o comportamento da mãe.

o tempo - on lIne - 04.05.2012 castigo

Mãe faz filha de 3 anos tomar meia garrafa de pimenta

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Um dos criminosos mais procurados de Minas foi preso pela Polícia Civil em Alvinópolis, na região Cen-tral do Estado, anteontem. Wagner Luiz da Silva, 31, conhecido como Fumaça, é suspeito de comandar o tráfico de drogas no bairro Goiânia, na região Noroeste da capital, e investigado por, pelo menos, sete homicí-dios.

Fumaça integrava a lista da Secretaria de Estado de Defesa Social dos 12 criminosos mais perigosos do Estado. Ele é acusado de, no ano passado, matar com vários tiros uma jovem de 23 anos que teria recusado um envolvimento amoroso proposto por ele durante uma festa no bairro Goiânia. Uma adolescente de 17

anos que acompanhava a jovem foi atingida pelos tiros e também morreu.

De acordo com a polícia, o traficante estava viven-do há três meses em Alvinópolis usando o nome falso de Severino. Mesmo morando fora da capital, Fumaça continuava recebendo ajuda de comparsas do tráfico para se manter.

denúncIa O criminoso foi identificado após uma denúncia

anônima, que revelou seu endereço e a descrição de uma moto que ele usava na cidade. Os policiais teriam recebido 18 ligações de informantes.

o tempo - on lIne - 04.05.2012 Bairro Goiânia

Assassino da lista dos mais procurados é capturado

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BraSIl econômIco - Sp - p. 09 - 04.05.2012

BrasíliaA Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara

aprovou, ontem, proposta que altera a forma de escolha dos procuradores gerais de Justiça dos Estados e Distrito Fede-ral. Atualmente, cada Ministério Público (MP) estadual for-ma uma lista tríplice, mas cabe ao governador escolher qual dos três será escolhido procurador geral.

Com a mudança, os integrantes do ministérios públicos elegerão o procurador geral, que deverá ter seu nome apro-vado também pelo Legislativo estadual. A proposta vai ser

analisada agora por uma comissão especial na Câmara.Recentemente, por exemplo, o governador de São Pau-

lo, Geraldo Alckmin, escolheu como chefe do MP do seu Estado Márcio Elias Rosa. Ele foi apenas o segundo nome mais bem votado da lista.

Na justificativa da proposta, os autores alertam para o perigo que a atual forma de escolha traz para a independên-cia dos ministérios públicos estaduais em relação aos exe-cutivos. A proposta não vale, entretanto, para o Tribunal de Contas da União.

o tempo - on lIne - 04.05.2012 ministério público

Comissão aprova eleição direta para procurador

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É preciso não esculhambar uma boa novidade já em sua estreia

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Tiago Severino - Professor do Institu-to Federal de Educação, Ciência e Tecno-logia do Sul de Minas Gerais (Ifsul)

Minas é conhecida pela beleza do pa-trimônio histórico. Esculturas e prédios de Ouro Preto, Diamantina, Sabará e outras cidades do período colonial dão fama ao estado. Mas, do mesmo jeito que a culi-nária local não vive só do pão de queijo, a arte não conta apenas com o barroco. Em cada região, há obras do art déco. O estilo, importante para o design e a arquitetura, surgiu por volta de 1925, na França. Nele, predominam as linhas retas ou circulares estilizadas, imagens florais e referências à figura feminina e culturas antigas.

De acordo com Telma de Barros Cor-reia, autora de Art déco e indústria, o estilo recebeu influências do cubismo, futurismo e expressionismo. Segundo ela, o aspecto inovador da arquitetura déco é a simplifi-cação do traço geométrico dos elementos decorativos. O seu uso marcou o cenário brasileiro entre 1930 e 1940. Projetos em déco foram realizados em casas, bibliote-cas, teatros, prédios residenciais e fábri-cas.

Segundo Telma, são encontrados ele-mentos de déco na Companhia Industrial São Roberto, em Gouveia, na vila operá-ria da Fiação e Tecelagem João Lombar-di, em São João del-Rei, e na Companhia Renascença Industrial, em Belo Horizon-te. Sobre a capital do estado, o professor Leonardo Barci Castriota, no texto Ra-phaello Berti: tradição e racionalidade na arquitetura, comenta sobre o trabalho do italiano que viveu na cidade entre 1929 e 1972 e produziu cerca de 500 projetos arquitetônicos. O Cine Metrópole, o Cine Santa Tereza e a Santa Casa de Misericór-dia são alguns dos prédios que levam a assinatura dele.

O interior do estado também possui marcas desse estilo. Em Passos, no Sudo-

este de Minas, há uma dezena de prédios em art déco. A cidade surgiu em 1850, mas, como outras localidades da região, se desenvolveu a partir do início do século 20. O antigo prédio do Fórum, atualmente Casa da Cultura, é um exemplo de déco local. São dois pavimentos com a fachada marcada por arranjos em torno de portas e janelas. Tudo levemente decorado com elementos florais. O que chama atenção é a simplicidade de cada contorno, ao mes-mo tempo que ele apresenta uma certa im-ponência em seu tamanho.

No entanto, o abandono de alguns prédios públicos no estado ameaça o pa-trimônio histórico. Muitas dessas obras estão fora dos grandes circuitos turísticos de Minas. Porém, a importância histórica do art déco para a arquitetura exigiria um maior cuidado por parte do poder públi-co. É necessário entender esse estilo como parte do patrimônio mineiro. Aliado a isso, o conceito de patrimônio precisa superar a idéia primária de que tudo faz parte de um grande catálogo histórico. Patrimônio é, antes de qualquer coisa, uma herança que deve ser observada por um corte transdis-ciplinar, que abrange conteúdos de estéti-ca, história e sociologia política.

Jean-Pierre Babelon e Andre Chastel, em La notion de patrimoine, indica a ori-gem da palavra. Segundo os autores, parte do sentido atribuído a patrimônio vem da valorização do sagrado na religião. O cris-tianismo incorpora a idéia de sacralidade aos objetos que simbolizam mártires e a prática de milagres. Para Babelon e Chas-tel, a veneração funda o patrimônio.

De acordo com a Unesco, selecionar e salvar da perda da degradação material e fragmentos da história artística e arqui-tetônica significa preservar uma ponte de contato com o passado. Tombar, designar legalmente prédios, quadros e esculturas são formas de dar uma personalidade jurí-dica a esses bens.

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Art déco, patrimônio mineiro

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