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Brasília 2013 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE MEIO AMBIENTE Caderno 4 Temas Internacionais II Câmara dos Deputados Série Legislação

04 - Temas Internacionais II

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temas em meio ambiente

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  • LEGISLAO BRASILEIRA SOBRE MEIO AM

    BIENTE Caderno 4 Temas Internacionais II

    2013Br

    aslia

    2013

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    LEGISLAO BRASILEIRA SOBRE

    MEIO AMBIENTECaderno 4

    Temas Internacionais II

    Cmara dosDeputados

    Srie Legislao

    A srie Legislao rene textos legais sobre temas especficos, com o objetivo de facilitar o acesso da

    sociedade s normas em vigor no Brasil.

    Por meio de publicaes como esta, a Cmara dos Deputados cumpre a misso de favorecer a prtica da

    cidadania e a consolidao da democracia no pas.

    Conhea outros ttulos da Edies Cmara no portal da Cmara dos Deputados:

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  • LEGISLAO BRASILEIRA SOBRE

    MEIO AMBIENTECaderno 4

    Temas Internacionais II

  • Mesa da Cmara dos Deputados54 Legislatura 2011-2015 3 Sesso Legislativa

    PresidenteHenrique Eduardo Alves1 Vice-PresidenteAndr Vargas2 Vice-PresidenteFbio Faria1 SecretrioMrcio Bittar2 SecretrioSimo Sessim3 SecretrioMaurcio Quintella Lessa4 SecretrioBiffi

    Suplentes de Secretrio

    1 SuplenteGonzaga Patriota2 SuplenteWolney Queiroz3 SuplenteVitor Penido4 SuplenteTakayama

    Diretor-GeralSrgio Sampaio Contreiras de AlmeidaSecretrio-Geral da MesaMozart Vianna de Paiva

  • Cmara dos Deputados

    LEGISLAO BRASILEIRA SOBRE MEIO AMBIENTE

    Caderno 4 Temas Internacionais II

    Organizao e texto: Roseli Senna Ganem

    Atualizada em 10/9/2013.

    Centro de Documentao e InformaoEdies Cmara

    Braslia 2013

  • CMARA DOS DEPUTADOSDiretoria LegislativaDiretor: Afrsio Vieira Lima Filho Consultoria LegislativaDiretor: Luiz Henrique Cascelli de AzevedoCentro de Documentao e InformaoDiretor: Adolfo C. A. R. FurtadoCoordenao Edies CmaraDiretor: Daniel Ventura TeixeiraCoordenao de Estudos LegislativosDiretora: Lda Maria Louzada Melgao

    Projeto grfico de capa e miolo: Patrcia WeissDiagramao: Janaina CoeFoto da capa: Igor Goncharenko FotoliaReviso e pesquisa: Seo de Reviso e Indexao

    Cmara dos DeputadosCentro de Documentao e Informao Cedi

    Coordenao Edies Cmara CoediAnexo II Praa dos Trs Poderes

    Braslia (DF) CEP 70160-900Telefone: (61) 3216-5809; fax: (61) 3216-5810

    [email protected]

    SRIELegislao

    n. 105

    Dados Internacionais de Catalogao-na-publicao (CIP)Coordenao de Biblioteca. Seo de Catalogao.

    Legislao brasileira sobre meio ambiente / organizao: Roseli Senna Ganem [recurso eletrnico]. Braslia : Cmara dos Deputados, Edies Cmara, 2013.7 v. (Srie legislao ; n. 105)

    Legislao atualizada em 10/9/2013.v. 1. Fundamentos constitucionais e legais / Suely Mara Vaz Guimares de Arajo v. 2.

    Instrumentos da poltica nacional do meio ambiente / Maurcio Mercadante e Maurcio Boratto Viana v. 3. Temas internacionais I / Ilidia da Asceno Garrido Martins Juras v. 4. Temas internacionais II / Roseli Senna Ganem v. 5. Recursos hdricos / Maurcio Boratto Viana v. 6. Qualidade ambiental / Ilidia da Asceno Garrido Martins Juras e Roseli Senna Ganem v. 7. Desenvolvimento urbano e regional / Roseli Senna Ganem e Vernica Maria Miranda Brasileiro.

    ISBN 978-85-402-0137-8 (obra completa)

    1. Meio ambiente, legislao, Brasil. I. Ganem, Roseli Senna, org. II. Srie.

    CDU 504(81)(094)

    ISBN 978-85-402-0136-1 (brochura) ISBN 978-85-402-0137-8 (e-book)ISBN 978-85-402-0138-5 (caderno 1)ISBN 978-85-402-0139-2 (caderno 2)ISBN 978-85-402-0140-8 (caderno 3)ISBN 978-85-402-0141-5 (caderno 4)ISBN 978-85-402-0142-2 (caderno 5)ISBN 978-85-402-0143-9 (caderno 6)ISBN 978-85-402-0144-6 (caderno 7)

  • SUMRIO

    Apresentao .......................................................................................................................................21Prefcio .................................................................................................................................................23Introduo ............................................................................................................................................27

    CADERNO 1 FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS E LEGAIS

    Meio AMbiente e Constituio FederAl ..........................................33Suely Mara Vaz Guimares de Arajo

    Referncias ................................................................................................................ 40Sugestes de leitura ................................................................................................ 41

    CONSTITUIO FEDERAL ........................................................................................ 43

    os FundAMentos legAis dA PoltiCA nACionAl do Meio AMbiente ..............................................................................................................57Suely Mara Vaz Guimares de Arajo

    Comentrios iniciais ............................................................................................... 59A Lei da Poltica Nacional do Meio Ambiente .................................................. 59A Lei de Crimes Ambientais ................................................................................. 62A Lei do Fundo Nacional do Meio Ambiente .................................................... 64A lei complementar sobre cooperao em poltica ambiental ...................... 64Referncias ................................................................................................................ 66Sugestes de leitura ................................................................................................ 66

    LEI COMPLEMENTAR N 140, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2011Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do pargrafo nico do art. 23 da Constituio Federal, para a cooperao entre a Unio, os estados, o Distrito Federal e os municpios nas aes administrativas decorrentes do exerccio da competncia comum relativas proteo das paisagens naturais notveis, proteo do meio ambiente, ao combate poluio em qualquer de suas formas e preservao das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei n 6.938, de 31 de agosto de 1981. .................................................................................................................................................67

    LEI N 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981Dispe sobre a Poltica Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulao e aplicao, e d outras providncias. .....................................................................79

  • LEI N 7.797, DE 10 DE JULHO DE 1989Cria o Fundo Nacional de Meio Ambiente e d outras providncias. .................................109

    LEI N 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998Dispe sobre as sanes penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e d outras providncias. ................................................................111

    DECRETO N 99.274, DE 6 DE JUNHO DE 1990Regulamenta a Lei n 6.902, de 27 de abril de 1981, e a Lei n 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispem, respectivamente sobre a criao de estaes ecolgicas e reas de proteo ambiental e sobre a Poltica Nacional do Meio Ambiente, e d outras providncias. ........................................................................................................................133

    DECRETO N 6.514, DE 22 DE JULHO DE 2008Dispe sobre as infraes e sanes administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal para apurao destas infraes, e d outras providncias. .....................................................................................................................................153

    legislAo CoMPleMentAr ....................................................................199

    CADERNO 2 INSTRUMENTOS DA POLTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

    ZoneAMento eColgiCo-eConMiCo ..............................................233Maurcio Mercadante

    Referncia ............................................................................................................... 239Sugestes de leitura ..............................................................................................240

    DECRETO DE 28 DE DEZEMBRO DE 2001Dispe sobre a Comisso Coordenadora do Zoneamento Ecolgico-Econmico do Territrio Nacional e o Grupo de Trabalho Permanente para a Execuo do Zoneamento Ecolgico-Econmico, institui o Grupo de Trabalho Permanente para a Execuo do Zoneamento Ecolgico-Econmico, denominado de Consrcio ZEE-Brasil, e d outras providncias. .........................................................................................241

    DECRETO N 4.297, DE 10 DE JULHO DE 2002Regulamenta o art. 9, inciso II, da Lei n 6.938, de 31 de agosto de 1981, estabelecendo critrios para o Zoneamento Ecolgico-Econmico do Brasil (ZEE), e d outras providncias. ................................................................................................................246

    DECRETO N 7.378, DE 1 DE DEZEMBRO DE 2010Aprova o Macrozoneamento Ecolgico-Econmico da Amaznia Legal (MacroZEE da Amaznia Legal), altera o Decreto n 4.297, de 10 de julho de 2002, e d outras providncias. .....................................................................................................................................255

  • liCenCiAMento AMbientAl .....................................................................261Maurcio Boratto Viana

    Referncias .............................................................................................................. 274RESOLUO CONAMA N 001, DE 23 DE JANEIRO DE 1986Dispe sobre critrios bsicos e diretrizes gerais para o Relatrio de Impacto Ambiental (Rima). ...........................................................................................................................277

    RESOLUO CONAMA N 009, DE 3 DE DEZEMBRO DE 1987Dispe sobre a realizao de audincias pblicas no processo de licenciamento ambiental. ..........................................................................................................................................283

    RESOLUO CONAMA N 237, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1997Dispe sobre a reviso e complementao dos procedimentos e critrios utilizados para o licenciamento ambiental. ..................................................................................................285

    exerCCio dA CidAdAniA AMbientAl .................................................299Maurcio Boratto Viana

    Referncias ..............................................................................................................308LEI N 4.717, DE 29 DE JUNHO DE 1965Regula a ao popular. ....................................................................................................................309

    LEI N 7.347, DE 24 DE JULHO DE 1985Disciplina a ao civil pblica de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico (vetado) e d outras providncias. .....................................................318

    LEI N 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999Dispe sobre a educao ambiental, institui a Poltica Nacional de Educao Ambiental e d outras providncias. ...........................................................................................324

    LEI N 10.650, DE 16 DE ABRIL DE 2003Dispe sobre o acesso pblico aos dados e informaes existentes nos rgos e entidades integrantes do Sisnama. ...............................................................................................331

    DECRETO N 4.281, DE 25 DE JUNHO DE 2002Regulamenta a Lei n 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a Poltica Nacional de Educao Ambiental, e d outras providncias. ..................................................................334

    CADERNO 3 TEMAS INTERNACIONAIS I

    MudAnA globAl do CliMA ....................................................................359Ilidia da Asceno Garrido Martins Juras

    Referncias ..............................................................................................................366Sugestes de leitura .............................................................................................. 367

  • CONVENO-QUADRO DAS NAES UNIDAS SOBRE MUDANA DO CLIMA ...................................................................................................................... 369DECRETO LEGISLATIVO N 1, DE 3 DE FEVEREIRO DE 1994Aprova o texto do Conveno-Quadro das Naes Unidas sobre Mudana do Clima, adotada em Nova Iorque, em 9 de maio de 1992. ........................................................399

    DECRETO N 2.652, DE 1 DE JULHO DE 1998Promulga a Conveno-Quadro das Naes Unidas sobre Mudana do Clima, assinada em Nova York, em 9 de maio de 1992. ....................................................................... 400

    LEI N 12.114, DE 9 DE DEZEMBRO DE 2009Cria o Fundo Nacional sobre Mudana do Clima, altera os arts. 6 e 50 da Lei n 9.478, de 6 de agosto de 1997, e d outras providncias. ....................................................401

    LEI N 12.187, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2009Institui a Poltica Nacional sobre Mudana do Clima (PNMC) e d outras providncias. .................................................................................................................................... 406

    DECRETO N 6.527, DE 1 DE AGOSTO DE 2008Dispe sobre o estabelecimento do Fundo Amaznia pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES). .....................................................................413

    DECRETO N 7.390, DE 9 DE DEZEMBRO DE 2010Regulamenta os arts. 6, 11 e 12 da Lei n 12.187, de 29 de dezembro de 2009, que institui a Poltica Nacional sobre Mudana do Clima (PNMC), e d outras providncias. .....................................................................................................................................417

    eCossisteMAs Costeiros e MArinhos ...............................................427Ilidia da Asceno Garrido Martins Juras

    Sugestes de leitura .............................................................................................. 435TRATADO DA ANTRTIDA .................................................................................... 437DECRETO LEGISLATIVO N 56, DE 29 DE JUNHO DE 1975Aprova o texto do Tratado da Antrtida, assinado em Washington, a 1 de dezembro de 1959, e a adeso do Brasil ao referido ato jurdico internacional. ................................... 445

    DECRETO N 75.963, DE 11 DE JULHO DE 1975Promulga o Tratado da Antrtida. . ............................................................................................. 446

    CONVENO SOBRE A CONSERVAO DOS RECURSOS VIVOS MARINHOS ANTRTICOS ......................................................................................447DECRETO LEGISLATIVO N 33, DE 5 DE DEZEMBRO DE 1985Aprova o texto da Conveno sobre a Conservao dos Recursos Vivos Marinhos Antrticos, concluda em Camberra, em 20 de maio de 1980. ............................................. 466

    DECRETO N 93.935, DE 15 DE JANEIRO DE 1987Promulga a Conveno sobre a Conservao dos Recursos Vivos Marinhos Antrticos ..........................................................................................................................................467

  • LEI N 7.661, DE 16 DE MAIO DE 1988Institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro e d outras providncias. ............468

    LEI N 8.617, DE 4 DE JANEIRO DE 1993Dispe sobre o mar territorial, a zona contgua, a zona econmica exclusiva e a plataforma continental brasileiros, e d outras providncias. ...............................................472

    DECRETO N 94.401, DE 3 DE JUNHO DE 1987Aprova a Poltica Nacional para Assuntos Antrticos. ...........................................................476

    DECRETO N 1.265, DE 11 DE OUTUBRO DE 1994Aprova a Poltica Martima Nacional (PMN). ...........................................................................481

    DECRETO N 5.300, DE 7 DE DEZEMBRO DE 2004Regulamenta a Lei n 7.661, de 16 de maio de 1988, que institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC), dispe sobre regras de uso e ocupao da zona costeira e estabelece critrios de gesto da orla martima, e d outras providncias. .....499

    DECRETO N 5.377, DE 23 DE FEVEREIRO DE 2005Aprova a Poltica Nacional para os Recursos do Mar (PNRM). ............................................521

    CADERNO 4 TEMAS INTERNACIONAIS II

    biodiversidAde ..............................................................................................549Roseli Senna Ganem

    Unidades de conservao .................................................................................... 557Proteo de biomas ............................................................................................... 559Gesto de florestas pblicas ............................................................................... 561Proteo da vegetao nativa em terras privadas ........................................... 562Fauna ....................................................................................................................... 563Cavidades subterrneas ....................................................................................... 565Patrimnio gentico e biotecnologia ................................................................ 566Instrumentos econmicos .................................................................................. 567Referncias .............................................................................................................. 568

    CONVENO SOBRE ZONAS MIDAS DE IMPORTNCIA INTERNACIONAL ESPECIALMENTE COMO HABITAT DE AVES AQUTICAS ....................................................................................................... 571DECRETO LEGISLATIVO N 33, DE 1992Aprova o texto da Conveno sobre Zonas midas de Importncia Internacional, especialmente como Habitat de Aves Aquticas, concluda em Ramsar, Ir, a 2 de fevereiro de 1971. .............................................................................................................................579

  • DECRETO N 1.905, DE 16 DE MAIO DE 1996Promulga a Conveno sobre Zonas midas de Importncia Internacional, especialmente como Habitat de Aves Aquticas, conhecida como Conveno de Ramsar, de 2 de fevereiro de 1971. ...............................................................................................580

    CONVENO SOBRE DIVERSIDADE BIOLGICA ......................................... 581DECRETO LEGISLATIVO N 2, DE 1994Aprova o texto da Conveno sobre Diversidade Biolgica, assinada durante a Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada na cidade do Rio de Janeiro, no perodo de 5 a 14 de junho de 1992. ...................................615

    DECRETO N 2.519, DE 16 DE MARO DE 1998Promulga a Conveno sobre Diversidade Biolgica, assinada no Rio de Janeiro, em 5 de junho de 1992. .......................................................................................................................... 616

    LEI N 5.197, DE 3 DE JANEIRO DE 1967Dispe sobre a proteo fauna e d outras providncias. .................................................... 617

    LEI N 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000Regulamenta o art. 225, 1, incisos I, II, III e VII da Constituio Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza e d outras providncias. .....................................................................................................................................625

    LEI N 10.519, DE 17 DE JULHO DE 2002Dispe sobre a promoo e a fiscalizao da defesa sanitria animal quando da realizao de rodeio e d outras providncias. ......................................................................... 648

    LEI N 11.105, DE 24 DE MARO DE 2005Regulamenta os incisos II, IV e V do 1 do art. 225 da Constituio Federal, estabelece normas de segurana e mecanismos de fiscalizao de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados (OGM) e seus derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurana (CNBS), reestrutura a Comisso Tcnica Nacional de Biossegurana (CTNBio), dispe sobre a Poltica Nacional de Biossegurana (PNB), revoga a Lei n 8.974, de 5 de janeiro de 1995, e a Medida Provisria n 2.191-9, de 23 de agosto de 2001, e os arts. 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 16 da Lei n 10.814, de 15 de dezembro de 2003, e d outras providncias. ..................................650

    LEI N 11.284, DE 2 DE MARO DE 2006Dispe sobre a gesto de florestas pblicas para a produo sustentvel; institui, na estrutura do Ministrio do Meio Ambiente, o Servio Florestal Brasileiro (SFB); cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF); altera as Leis n 10.683, de 28 de maio de 2003; 5.868, de 12 de dezembro de 1972; 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; 4.771, de 15 de setembro de 1965; 6.938, de 31 de agosto de 1981; e 6.015, de 31 de dezembro de 1973; e d outras providncias. ............................................................670

    LEI N 11.428, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2006Dispe sobre a utilizao e proteo da vegetao nativa do Bioma Mata Atlntica, e d outras providncias. ................................................................................................................712

  • LEI N 11.460, DE 21 DE MARO DE 2007Dispe sobre o plantio de organismos geneticamente modificados em unidades de conservao; acrescenta dispositivos Lei n 9.985, de 18 de julho de 2000, e Lei n 11.105, de 24 de maro de 2005; revoga dispositivo da Lei n 10.814, de 15 de dezembro de 2003; e d outras providncias. ............................................................................728

    LEI N 11.794, DE 8 DE OUTUBRO DE 2008Regulamenta o inciso VII do 1 do art. 225 da Constituio Federal, estabelecendo procedimentos para o uso cientfico de animais; revoga a Lei n 6.638, de 8 de maio de 1979; e d outras providncias. ...............................................................................................730

    LEI N 11.828, DE 20 DE NOVEMBRO DE 2008Dispe sobre medidas tributrias aplicveis s doaes em espcie recebidas por instituies financeiras pblicas controladas pela Unio e destinadas a aes de preveno, monitoramento e combate ao desmatamento e de promoo da conservao e do uso sustentvel das florestas brasileiras. ...................................................739

    LEI N 11.959, DE 29 DE JUNHO DE 2009Dispe sobre a Poltica Nacional de Desenvolvimento Sustentvel da Aquicultura e da Pesca, regula as atividades pesqueiras, revoga a Lei n 7.679, de 23 de novembro de 1988, e dispositivos do Decreto-Lei n 221, de 28 de fevereiro de 1967, e d outras providncias. .................................................................................................................... 741

    LEI N 12.512, DE 14 DE OUTUBRO DE 2011Institui o Programa de Apoio Conservao Ambiental e o Programa de Fomento s Atividades Produtivas Rurais; altera as Leis n 10.696, de 2 de julho de 2003, 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e 11.326, de 24 de julho de 2006. .......................................755

    LEI N 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012Dispe sobre a proteo da vegetao nativa; altera as Leis n 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis n 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisria n 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e d outras providncias. .....767

    LEI N 12.805, DE 29 DE ABRIL DE 2013Institui a Poltica Nacional de Integrao Lavoura-Pecuria-Floresta e altera a Lei n 8.171, de 17 de janeiro de 1991. ..................................................................818LEI N 12.854, DE 26 DE AGOSTO DE 2013Fomenta e incentiva aes que promovam a recuperao florestal e a implantao de sistemas agroflorestais em reas rurais desapropriadas e em reas degradadas, nos casos que especifica. ................................................................................................................822

    MEDIDA PROVISRIA N 2.186-16, DE 23 DE AGOSTO DE 2001Regulamenta o inciso II do 1 e o 4 do art. 225 da Constituio, os arts. 1, 8, alnea j; 10, alnea c; 15 e 16, alneas 3 e 4 da Conveno sobre Diversidade Biolgica, dispe sobre o acesso ao patrimnio gentico, a proteo e o acesso ao conhecimento tradicional associado, a repartio de benefcios e o acesso tecnologia e transferncia de tecnologia para sua conservao e utilizao, e d outras providncias. ........................................................................................................................824

  • DECRETO N 99.556, DE 1 DE OUTUBRO DE 1990Dispe sobre a proteo das cavidades naturais subterrneas existentes no territrio nacional, e d outras providncias. ..............................................................................................842

    DECRETO N 4.340, DE 22 DE AGOSTO DE 2002Regulamenta artigos da Lei n 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza (Snuc), e d outras providncias. .....................................................................................................................................847

    DECRETO N 5.459, DE 7 DE JUNHO DE 2005Regulamenta o art. 30 da Medida Provisria n 2.186-16, de 23 de agosto de 2001, disciplinando as sanes aplicveis s condutas e atividades lesivas ao patrimnio gentico ou ao conhecimento tradicional associado e d outras providncias. ................860

    DECRETO N 5.591, DE 22 DE NOVEMBRO DE 2005Regulamenta dispositivos da Lei n 11.105, de 24 de maro de 2005, que regulamenta os incisos II, IV e V do 1 do art. 225 da Constituio, e d outras providncias. .........870

    DECRETO N 5.746, DE 5 DE ABRIL DE 2006Regulamenta o art. 21 da Lei n 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza. ............................................. 900

    DECRETO N 5.758, DE 13 DE ABRIL DE 2006Institui o Plano Estratgico Nacional de reas Protegidas (PNAP), seus princpios, diretrizes, objetivos e estratgias, e d outras providncias. .................................................913

    DECRETO N 5.795, DE 5 DE JUNHO DE 2006Dispe sobre a composio e o funcionamento da Comisso de Gesto de Florestas Pblicas, e d outras providncias. ..............................................................................................941

    DECRETO N 6.063, DE 20 DE MARO DE 2007Regulamenta, no mbito federal, dispositivos da Lei n 11.284, de 2 de maro de 2006, que dispe sobre a gesto de florestas pblicas para a produo sustentvel, e d outras providncias. .................................................................................................................. 944

    DECRETO N 6.565, DE 15 DE SETEMBRO DE 2008Dispe sobre medidas tributrias aplicveis s doaes em espcie recebidas por instituies financeiras pblicas controladas pela Unio e destinadas a aes de preveno, monitoramento e combate ao desmatamento e de promoo da conservao e do uso sustentvel das florestas brasileiras. ...................................................963

    DECRETO N 6.660, DE 21 DE NOVEMBRO DE 2008Regulamenta dispositivos da Lei n 11.428, de 22 de dezembro de 2006, que dispe sobre a utilizao e proteo da vegetao nativa do Bioma Mata Atlntica. ....................967

    DECRETO N 7.830, DE 17 DE OUTUBRO DE 2012Dispe sobre o Sistema de Cadastro Ambiental Rural, o Cadastro Ambiental Rural, estabelece normas de carter geral aos Programas de Regularizao Ambiental, de que trata a Lei n 12.651, de 25 de maio de 2012, e d outras providncias. ......................991

  • RESOLUO CONAMA N 388, DE 23 DE FEVEREIRO DE 2007Dispe sobre a convalidao das resolues que definem a vegetao primria e secundria nos estgios inicial, mdio e avanado de regenerao da Mata Atlntica para fins do disposto no art. 4, 1 da Lei n 11.428, de 22 de dezembro de 2006. .......1001

    RESOLUO CMN N 3.545, DE 29 DE FEVEREIRO DE 2008Altera o MCR 2-1 para estabelecer exigncia de documentao comprobatria de regularidade ambiental e outras condicionantes, para fins de financiamento agropecurio no Bioma Amaznia. .......................................................................................... 1004

    CADERNO 5 RECURSOS HDRICOS

    reCursos hdriCos ....................................................................................1027Maurcio Boratto Viana

    Referncias ............................................................................................................1038LEI N 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997Institui a Poltica Nacional de Recursos Hdricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hdricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituio Federal, e altera o art. 1 da Lei n 8.001, de 13 de maro de 1990, que modificou a Lei n 7.990, de 28 de dezembro de 1989. ..........................................................1039

    LEI N 9.984, DE 17 DE JULHO DE 2000Dispe sobre a criao da Agncia Nacional de guas (ANA), entidade federal de implementao da Poltica Nacional de Recursos Hdricos e de coordenao do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hdricos, e d outras providncias. .................................................................................................................................. 1056

    LEI N 10.881, DE 9 DE JUNHO DE 2004Dispe sobre os contratos de gesto entre a Agncia Nacional de guas e entidades delegatrias das funes de agncias de guas relativas gesto de recursos hdricos de domnio da Unio e d outras providncias. ......................................................................1070

    LEI N 12.334, DE 20 DE SETEMBRO DE 2010Estabelece a Poltica Nacional de Segurana de Barragens destinadas acumulao de gua para quaisquer usos, disposio final ou temporria de rejeitos e acumulao de resduos industriais, cria o Sistema Nacional de Informaes sobre Segurana de Barragens e altera a redao do art. 35 da Lei n 9.433, de 8 de janeiro de 1997, e do art. 4 da Lei n 9.984, de 17 de julho de 2000. ...............................................1074

    DECRETO N 4.613, DE 11 DE MARO DE 2003Regulamenta o Conselho Nacional de Recursos Hdricos, e d outras providncias. ... 1084

    RESOLUO CONAMA N 006, DE 16 DE SETEMBRO DE 1987Dispe sobre o licenciamento ambiental de obras do setor de gerao de energia eltrica. ............................................................................................................................................ 1090

  • RESOLUO CONAMA N 005, DE 15 DE JUNHO DE 1988Dispe sobre o licenciamento ambiental de obras de saneamento. ...................................1095

    RESOLUO CONAMA N 274, DE 29 DE NOVEMBRO DE 2000Define os critrios de balneabilidade em guas brasileiras. .................................................1097

    RESOLUO CONAMA N 279, DE 27 DE JUNHO DE 2001Estabelece procedimentos para o licenciamento ambiental simplificado de empreendimentos eltricos com pequeno potencial de impacto ambiental. ...................1102

    RESOLUO CONAMA N 284, DE 30 DE AGOSTO DE 2001Dispe sobre o licenciamento de empreendimentos de irrigao. .....................................1109

    RESOLUO CONAMA N 357, DE 17 DE MARO DE 2005Dispe sobre a classificao dos corpos de gua e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condies e padres de lanamento de efluentes, e d outras providncias. ...........................................................................................1115

    RESOLUO CONAMA N 396, DE 3 DE ABRIL DE 2008Dispe sobre a classificao e diretrizes ambientais para o enquadramento das guas subterrneas e d outras providncias. .........................................................................1151

    RESOLUO CONAMA N 398, DE 11 DE JUNHO DE 2008Dispe sobre o contedo mnimo do plano de emergncia individual para incidentes de poluio por leo em guas sob jurisdio nacional, originados em portos organizados, instalaes porturias, terminais, dutos, sondas terrestres, plataformas e suas instalaes de apoio, refinarias, estaleiros, marinas, clubes nuticos e instalaes similares, e orienta a sua elaborao. ...............................................1169

    RESOLUO CONAMA N 413, DE 26 DE JUNHO DE 2009Dispe sobre o licenciamento ambiental da aquicultura, e d outras providncias. .....1198

    RESOLUO CNRH N 5, DE 10 DE ABRIL DE 2000Estabelece diretrizes para a formao e funcionamento dos comits de bacia hidrogrfica. ................................................................................................................................... 1220

    RESOLUO CNRH N 13, DE 25 DE SETEMBRO DE 2000Estabelece diretrizes para a implementao do Sistema Nacional de Informaes sobre Recursos Hdricos. ............................................................................................................ 1227

    RESOLUO CNRH N 15, DE 11 DE JANEIRO DE 2001Estabelece diretrizes gerais para a gesto de guas subterrneas. .................................... 1229

    RESOLUO CNRH N 16, DE 8 DE MAIO DE 2001Estabelece critrios gerais para a outorga de direito de uso de recursos hdricos. ........ 1233

    RESOLUO CNRH N 32, DE 15 DE OUTUBRO DE 2003Institui a Diviso Hidrogrfica Nacional. ............................................................................... 1242

    RESOLUO CNRH N 48, DE 21 DE MARO DE 2005Estabelece critrios gerais para a cobrana pelo uso dos recursos hdricos. .................. 1245

  • RESOLUO CNRH N 58, DE 30 DE JANEIRO DE 2006Aprova o Plano Nacional de Recursos Hdricos e d outras providncias. ......................1251

    RESOLUO CNRH N 129, DE 29 DE JUNHO DE 2011Estabelece diretrizes gerais para a definio de vazes mnimas remanescentes. ........ 1254

    RESOLUO CNRH N 140, DE 21 DE MARO 2012Estabelece critrios gerais para outorga de lanamento de efluentes com fins de diluio em corpos de gua superficiais. ................................................................................. 1257

    RESOLUO CNRH N 145, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012Estabelece diretrizes para a elaborao de Planos de Recursos Hdricos de Bacias Hidrogrficas e d outras providncias. ...................................................................................1262

    CADERNO 6 QUALIDADE AMBIENTAL

    Poluio e QuAlidAde AMbientAl ...................................................1289Ilidia da Asceno Garrido Martins Juras

    Referncias ............................................................................................................1300Sugestes de leitura ............................................................................................1300

    DECRETO-LEI N 1.413, DE 14 DE AGOSTO DE 1975Dispe sobre o controle da poluio do meio ambiente provocada por atividades industriais. .......................................................................................................................................1301

    LEI N 6.803, DE 2 DE JULHO DE 1980Dispe sobre as diretrizes bsicas para o zoneamento industrial nas reas crticas de poluio, e d outras providncias. ..................................................................................... 1303

    LEI N 7.802, DE 11 DE JULHO DE 1989Dispe sobre a pesquisa, a experimentao, a produo, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercializao, a propaganda comercial, a utilizao, a importao, a exportao, o destino final dos resduos e embalagens, o registro, a classificao, o controle, a inspeo e a fiscalizao de agrotxicos, seus componentes e afins, e d outras providncias. ..................................................................... 1308

    LEI N 8.723, DE 28 DE OUTUBRO DE 1993Dispe sobre a reduo de emisso de poluentes por veculos automotores e d outras providncias. ......................................................................................................................1318

    LEI N 9.966, DE 28 DE ABRIL DE 2000Dispe sobre a preveno, o controle e a fiscalizao da poluio causada por lanamento de leo e outras substncias nocivas ou perigosas em guas sob jurisdio nacional e d outras providncias. ........................................................................ 1324

  • LEI N 11.445, DE 5 DE JANEIRO DE 2007Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento bsico; altera as Leis n 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei n 6.528, de 11 de maio de 1978; e d outras providncias. ..............................................................................................................1339

    LEI N 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010Institui a Poltica Nacional de Resduos Slidos; altera a Lei n 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e d outras providncias. ........................................................................... 1364

    DECRETO N 76.389, DE 3 DE OUTUBRO DE 1975Dispe sobre as medidas de preveno e controle da poluio industrial, de que trata o Decreto-Lei n 1.413, de 14 de agosto de 1975, e d outras providncias. ...........1393

    RESOLUO CONAMA N 18, DE 6 DE MAIO DE 1986Dispe sobre a criao do Programa de Controle de Poluio do Ar por Veculos Automotores (Proconve). ............................................................................................................ 1397

    RESOLUO CONAMA N 005, DE 15 DE JUNHO DE 1989Dispe sobre o Programa Nacional de Controle da Poluio do Ar (Pronar). .................1415

    RESOLUO CONAMA N 297, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2002Estabelece os limites para emisses de gases poluentes por ciclomotores, motociclos e veculos similares novos. ...........................................................................................................1421

    gesto de desAstres .................................................................................1435Roseli Senna Ganem

    Referncias ............................................................................................................ 1453LEI N 12.340, DE 1 DE DEZEMBRO DE 2010Dispe sobre as transferncias de recursos da Unio aos rgos e entidades dos estados, Distrito Federal e municpios para a execuo de aes de resposta e recuperao nas reas atingidas por desastre, e sobre o Fundo Especial para Calamidades Pblicas; e d outras providncias. ...................................................................1455

    LEI N 12.608, DE 10 DE ABRIL DE 2012Institui a Poltica Nacional de Proteo e Defesa Civil (PNPDEC); dispe sobre o Sistema Nacional de Proteo e Defesa Civil (Sinpdec) e o Conselho Nacional de Proteo e Defesa Civil (Conpdec); autoriza a criao de sistema de informaes e monitoramento de desastres; altera as Leis n 12.340, de 1 de dezembro de 2010, 10.257, de 10 de julho de 2001, 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.239, de 4 de outubro de 1991, e 9.394, de 20 de dezembro de 1996; e d outras providncias. ...........1462

    DECRETO N 7.257, DE 4 DE AGOSTO DE 2010Regulamenta a Medida Provisria n 494, de 2 de julho de 2010, para dispor sobre o Sistema Nacional de Defesa Civil (Sindec), sobre o reconhecimento de situao de emergncia e estado de calamidade pblica, sobre as transferncias de recursos para aes de socorro, assistncia s vtimas, restabelecimento de servios essenciais e reconstruo nas reas atingidas por desastre, e d outras providncias. ........................1478

  • CADERNO 7 DESENVOLVIMENTO URBANO E REGIONAL

    AMbiente urbAno .......................................................................................1511Roseli Senna Ganem

    Referncias ............................................................................................................ 1527LEI N 6.766, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1979Dispe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e d outras providncias. .........................1529

    LEI N 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituio Federal, estabelece diretrizes gerais da poltica urbana e d outras providncias. .......................................................................... 1550

    LEI N 11.977, DE 7 DE JULHO DE 2009Dispe sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) e a regularizao fundiria de assentamentos localizados em reas urbanas; altera o Decreto-Lei n 3.365, de 21 de junho de 1941, as Leis n 4.380, de 21 de agosto de 1964; 6.015, de 31 de dezembro de 1973; 8.036, de 11 de maio de 1990; e 10.257, de 10 de julho de 2001, e a Medida Provisria n 2.197-43, de 24 de agosto de 2001; e d outras providncias. ...............1572

    DECRETO N 7.499, DE 16 DE JUNHO DE 2011Regulamenta dispositivos da Lei n 11.977, de 7 de julho de 2009, que dispe sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida, e d outras providncias. ...................................... 1614

    desenvolviMento regionAl ...............................................................1627Vernica Maria Miranda Brasileiro

    DECRETO-LEI N 288, DE 28 DE FEVEREIRO DE 1967Altera as disposies da Lei n 3.173, de 6 de junho de 1957, e regula a Zona Franca de Manaus. ......................................................................................................................................1637

    DECRETO-LEI N 356, DE 15 DE AGOSTO DE 1968Estende Benefcios do Decreto-Lei n 288, de 28 de fevereiro de 1967, a reas da Amaznia Ocidental e d outras providncias. ......................................................................1651

    DECRETO-LEI N 1.435, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1975Altera a redao dos artigos 7 do Decreto-Lei n 288, de 28 de fevereiro de 1967, e 2 do Decreto-Lei n 356, de 15 de agosto de 1968, e d outras providncias. .................1654

    LEI COMPLEMENTAR N 94, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998Autoriza o Poder Executivo a criar a Regio Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride) e instituir o Programa Especial de Desenvolvimento do Entorno do Distrito Federal, e d outras providncias. ...................................................1658

  • LEI COMPLEMENTAR N 124, DE 3 DE JANEIRO DE 2007Institui, na forma do art. 43 da Constituio Federal, a Superintendncia do Desenvolvimento da Amaznia (Sudam); estabelece sua composio, natureza jurdica, objetivos, rea de competncia e instrumentos de ao; dispe sobre o Fundo de Desenvolvimento da Amaznia (FDA); altera a Medida Provisria n 2.157-5, de 24 de agosto de 2001; revoga a Lei Complementar n 67, de 13 de junho de 1991; e d outras providncias. ................................................................................. 1660

    LEI COMPLEMENTAR N 125, DE 3 DE JANEIRO DE 2007Institui, na forma do art. 43 da Constituio Federal, a Superintendncia do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene); estabelece sua composio, natureza jurdica, objetivos, reas de atuao, instrumentos de ao; altera a Lei n 7.827, de 27 de setembro de 1989, e a Medida Provisria n 2.156-5, de 24 de agosto de 2001; revoga a Lei Complementar n 66, de 12 de junho de 1991; e d outras providncias. ..1669

    LEI COMPLEMENTAR N 129, DE 8 DE JANEIRO DE 2009Institui, na forma do art. 43 da Constituio Federal, a Superintendncia do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), estabelece sua misso institucional, natureza jurdica, objetivos, rea de atuao, instrumentos de ao, altera a Lei n 7.827, de 27 de setembro de 1989, e d outras providncias. ...........................................1683

    LEI N 6.634, DE 2 DE MAIO DE 1979Dispe sobre a faixa de fronteira, altera o Decreto-Lei n 1.135, de 3 de dezembro de 1970, e d outras providncias. ...................................................................................................1696

    LEI N 7.827, DE 27 DE SETEMBRO DE 1989Regulamenta o art. 159, inciso I, alnea c, da Constituio Federal, institui o Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), e d outras providncias. .....................................................................1700

    LEI N 7.965, DE 22 DE DEZEMBRO DE 1989Cria rea de Livre Comrcio no municpio de Tabatinga, no estado do Amazonas, e d outras providncias. ..............................................................................................................1713

    LEI N 8.167, DE 16 DE JANEIRO DE 1991Altera a legislao do imposto sobre a renda relativa a incentivos fiscais, estabelece novas condies operacionais dos fundos de investimentos regionais e d outras providncias. ...................................................................................................................................1717

    LEI N 8.210, DE 19 DE JULHO DE 1991Cria a rea de Livre Comrcio de Guajar-Mirim, no estado de Rondnia, e d outras providncias. ......................................................................................................................1731

    LEI N 8.256, DE 25 DE NOVEMBRO DE 1991Cria reas de livre comrcio nos municpios de Boa Vista e Bonfim, no estado de Roraima e d outras providncias. .............................................................................................1735

  • LEI N 8.387, DE 30 DE DEZEMBRO DE 1991D nova redao ao 1 do art. 3 aos arts. 7 e 9 do Decreto-Lei n 288, de 28 de fevereiro de 1967, ao caput do art. 37 do Decreto-Lei n 1.455, de 7 de abril de 1976 e ao art. 10 da Lei n 2.145, de 29 de dezembro de 1953, e d outras providncias. ........1740

    LEI N 8.857, DE 8 DE MARO DE 1994Autoriza a criao de reas de livre comrcio nos municpios de Brasileia e Cruzeiro do Sul, no estado do Acre, e d outras providncias. .............................................................1741

    LEI N 9.808, DE 20 DE JULHO DE 1999Define diretrizes e incentivos fiscais para o desenvolvimento regional e d outras providncias. ...................................................................................................................................1745

    LEI N 10.177, DE 12 DE JANEIRO DE 2001Dispe sobre as operaes com recursos dos fundos constitucionais de financiamento do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste, de que trata a Lei n 7.827, de 27 de setembro de 1989, e d outras providncias. ...........................................................1753

    LEI N 11.508, DE 20 DE JULHO DE 2007Dispe sobre o regime tributrio, cambial e administrativo das Zonas de Processamento de Exportao, e d outras providncias. ....................................................1763

    MEDIDA PROVISRIA N 2.156-5, DE 24 DE AGOSTO DE 2001Cria a Agncia de Desenvolvimento do Nordeste (Adene), extingue a Superintendncia do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), e d outras providncias. ...................................................................................................................................1775

    MEDIDA PROVISRIA N 2.157-5, DE 24 DE AGOSTO DE 2001Cria a Agncia de Desenvolvimento da Amaznia (ADA), extingue a Superintendncia do Desenvolvimento da Amaznia (Sudam), e d outras providncias. ............................. 1781

    MEDIDA PROVISRIA N 2.199-14, DE 24 DE AGOSTO DE 2001Altera a legislao do imposto sobre a renda no que se refere aos incentivos fiscais de iseno e de reduo, define diretrizes para os incentivos fiscais de aplicao de parcela do imposto sobre a renda nos fundos de investimentos regionais, e d outras providncias. .................................................................................................................. 1787

    DECRETO N 4.212, DE 26 DE ABRIL DE 2002Define os setores da economia prioritrios para o desenvolvimento regional, nas reas de atuao da extinta Sudam, e d outras providncias. ............................................1799

    DECRETO N 4.213, DE 26 DE ABRIL DE 2002Define os setores da economia prioritrios para o desenvolvimento regional, nas reas de atuao da extinta Sudene, e d outras providncias. ...........................................1802

  • BIODIVERSIDADERoseli Senna Ganem501

    501 Biloga, mestre em Ecologia, doutora em Gesto Ambiental pelo Centro de Desenvolvimento Ambiental, da Universidade de Braslia. Consultora legislativa da rea XI (Meio Ambiente e Direito Ambiental, Organizao Territorial, Desenvolvimento Urbano e Regional) da Cmara dos Deputados. Contato: .

  • Legislao Brasileira sobre Meio AmbienteCaderno 4 Temas Internacionais II 551

    O termo biodiversidade ou diversidade biolgica abrange a imensa va-riedade de formas de vida existentes na Terra, incluindo seus diversos n-veis de organizao, como genes, espcies e ecossistemas. Conforme define a Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza (Lei do Snuc), aprovada em 2000, a biodiversidade a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo os ecossistemas terrestres, de gua doce e marinhos e os complexos ecolgicos de que fazem parte. A bio-diversidade compreende a diversidade dentro de espcies, entre espcies e de ecossistemas (Lei n 9.985, de 18 de julho de 2000, art. 2, III). Assim, podemos estudar a biodiversidade presente em uma gota d'gua ou em um lago ou rio; na floresta ou no campo; em um continente ou no oceano; e em muitos outros sistemas, em variadas escalas.So conhecidas cerca de 1,7 milho de espcies, mas esse nmero est mui-to aqum da quantidade efetivamente existente no mundo. A cada ano, cerca de 13.000 novas espcies so descritas (LEWINSOH, 2001). Inten-sificar as pesquisas de identificao da biodiversidade do planeta constitui um grande desafio para a cincia, tendo em vista que os levantamentos so demorados, no existe um catlogo geral e muitos habitat esto ameaados de extino pelas atividades humanas, cujo potencial destrutivo possui al-cance global, com a emisso de gases de efeito estufa, o desmatamento dos biomas tropicais e a degradao dos oceanos.Sabe-se que a vida surgiu na Terra h cerca de 3,5 bilhes de anos e que a perda de espcies e o surgimento de outras um fenmeno natural ao longo do processo evolutivo. Os registros fsseis e os estudos paleontolgicos evi-denciam que houve pelo menos cinco grandes crises de extino de formas de vida502.Atualmente, estamos vivendo a sexta grande crise de biodiversidade, desta vez provocada pelas aes humanas. A gravidade dessa crise levou apro-vao da Conveno sobre Diversidade Biolgica pela Organizao das Na-es Unidas, na Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente e

    502 As cinco primeiras crises de extino de biodiversidade ocorreram no Ordoviciano, h 440 milhes de anos; no Devoniano, h 345 milhes de anos; no Permiano, h 250 milhes de anos; no Trissico, h 180 milhes de anos, e a ltima, no Cretceo/Tercirio, h 65 milhes de anos. Esta a mais conhecida, porque teria acarretado a extino dos dinossauros (DOBSON, 1998). Estima-se que teriam desaparecido, em cada uma das crises, em torno de 12% das famlias existentes. No Permiano, a devastao teria sido a mais grave, com a eliminao de cerca de 52% das famlias de animais marinhos (RAUP, 1997; WILSON, 1994; WARD, 1994).

  • SrieLegislao552

    Desenvolvimento (CNUMAD), conhecida como Cpula da Terra, Rio-92 ou Eco-92.O Panorama Global da Biodiversidade 3, diagnstico publicado pelo Secre-tariado da Conveno sobre Diversidade Biolgica em 2010, inclui, entre as indicaes dessa crise, o declnio das populaes503 e a ameaa de ex-tino de espcies; a queda na abundncia de vertebrados, sobretudo nas regies tropicais e entre as espcies de gua doce; extensas perdas de habi-tat, principalmente florestas tropicais, manguezais, zonas midas de gua doce, habitat de gelo marinho, recifes de coral, bancos de algas marinhas e bancos recifais de moluscos; a fragmentao de florestas e a degradao de rios e outros ecossistemas; a reduo dos estoques pesqueiros; e a perda de diversidade gentica entre as espcies usadas nas atividades agropecurias. A poluio, a introduo de espcies exticas, as alteraes climticas e a fragmentao de habitat so as principais ameaas atuais biodiversidade.A perda acelerada de espcies e ecossistemas imprime um sentido de ur-gncia na implantao de aes que visam assegurar a conservao dos biomas, ecossistemas, espcies e genes. Conservar a biodiversidade fun-damental para a humanidade, pois a natureza prov servios essenciais, como a conservao da gua, a manuteno do clima, a fixao de carbono, a conservao do solo, o controle de predadores, a polinizao de plantas e a disperso de sementes. Os ecossistemas, particularmente os tropicais, ajudam a manter o teor de oxignio na atmosfera, regulam a temperatura, a precipitao, a umidade e os ventos. Os fatores climticos globais so me-diados e dependentes da manuteno dos ecossistemas tropicais nativos.A natureza fonte de recursos materiais (vegetais, animais e minerais) usados para finalidades diversas econmicas, recreativas, culturais, cientficas, psicolgicas e espirituais. Os recursos naturais servem de fonte de energia e de matrias-primas para o desenvolvimento industrial, especialmente para as indstrias alimentar, qumica, farmacutica e cos-mtica. Mais recentemente, a capacidade de manipulao de materiais genticos e a bioprospeco tornaram-se importantes ferramentas de ex-plorao da biodiversidade para fins de desenvolvimento tecnolgico. A biodiversidade ainda componente importante da identidade cultural de

    503 Populao o conjunto de indivduos de uma mesma espcie que habita uma determinada rea e mantm intercmbio de informao gentica (ACADEMIA DE CINCIAS DO ESTADO DE SO PAULO, 1987).

  • Legislao Brasileira sobre Meio AmbienteCaderno 4 Temas Internacionais II 553

    muitas populaes locais e a base do ecoturismo e do turismo rural (ALCAMO et al., 2005; CAVALCANTI, 2006; MILLER, 1997).As aes de conservao tm, tambm, um fundamento tico da espcie humana para com as demais, tendo em vista o valor intrnseco da vida e de cada uma das espcies viventes (LEOPOLD, 1949). Os humanos, como apenas uma das espcies do planeta, no tm o direito de destruir as outras formas de vida. Temos o dever tico de permitir que a evoluo orgnica mantenha o seu curso e que a diversidade biolgica permanea exuberante (CMARA, 2001).Em vista desses pressupostos, cientistas, polticos, governantes e membros da sociedade civil tm envidado esforos no desenvolvimento e implanta-o de uma poltica de conservao da biodiversidade. Proteger parcelas representativas da biodiversidade uma tarefa bastante complexa, e seus idealizadores e executores valem-se da biologia da conservao, ramo da ecologia que estuda a crise atual da biodiversidade, os efeitos das atividades humanas sobre as espcies e ecossistemas e as estratgias para conserv-las.Consoante a biologia da conservao, uma boa estratgia de conservao requer a gesto de uma rede extensa e interconectada de reas que repre-sentem as diversas ecorregies, tendo em vista que a biodiversidade dis-tribui-se de forma desigual entre biomas e dentro de um mesmo bioma. Dificilmente uma nica reserva proteger todas as formas de vida de uma regio. Alm disso, a biodiversidade extinta em uma rea no poder ser compensada pela manuteno de outra com condies ecolgicas distin-tas. A manuteno da biodiversidade de uma dada regio requer, assim, a implantao de reas complementares no que diz respeito representativi-dade do conjunto.Dada a inviabilidade de manter extensas reas totalmente desabitadas, a conservao abrange regimes de preservao e de uso sustentvel dos habitat. A preservao a proteo absoluta contra quaisquer usos diretos (caa, coleta, manejo, agricultura, pecuria, minerao etc.). Nas reas preservadas, admitem-se apenas usos indiretos dos recursos naturais, quais sejam: contemplao, lazer e recreao, educao ambiental e pesquisa cientfica. Parques nacionais, estaes ecolgicas e reas de preservao permanente incluem-se nessa estratgia.

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    As reas destinadas ao uso sustentvel visam conservao da diversidade biolgica, mas admitem a prtica de atividades extrativistas, manejo agroflo-restal ou outras, desde que mantidos os ecossistemas em seu estado natural e respeitada a sua capacidade de suporte. Reservas extrativistas e reservas legais so reas destinadas conservao por meio do uso sustentvel.No conceito de conservao da biodiversidade, incluem-se, ainda, a recu-perao e a restaurao de reas degradadas. A primeira a restituio de um ecossistema ou de uma populao silvestre degradada a uma condio no degradada, que pode ser diferente de sua condio original (Lei do Snuc, art. 2, XIII). Restaurao a restituio de um ecossistema ou de uma populao silvestre degradada o mais prximo possvel da sua condi-o original (Lei do Snuc, art. 2, XIV).Uma rede de reas destinadas conservao da biodiversidade deve ser constituda por reas pblicas e privadas sob diferentes tipos de gesto, formando um conjunto extenso o suficiente para ser representativo e abri-gar populaes em condies de viabilidade de reproduo e manuteno a longo prazo. Alm disso, considerando-se que os ecossistemas no so uni-dades estanques na paisagem, mas que, pelo contrrio, mantm interaes constantes com as unidades vizinhas, uma boa estratgia de conservao deve adotar uma perspectiva integradora de manejo biorregional.O manejo biorregional deve abranger regies extensas e biologicamente viveis, estruturando-se em zonas-ncleo selvagens, ligadas entre si por corredores de vegetao natural, recuperada ou restaurada, ficando ambos (zonas-ncleo e corredores) imersos em uma matriz de usos e padres di-versos de posse da terra (MILLER, 1997). O manejo biorregional leva em conta o contexto socioeconmico em que as reas destinadas conserva-o da biodiversidade se inserem. Essa abordagem integradora permite o fluxo gnico de populaes da fauna e da flora por meio de ligaes en-tre habitat (IBAMA, 2001; PRADO et al., 2003; RAMBALDI; OLIVEIRA, 2003), possibilitando maiores garantias de conservao a longo prazo.Todos esses aspectos tm sido intensamente debatidos nas ltimas dca-das, em prol de uma poltica de conservao da biodiversidade capaz de estancar a perda acelerada de espcies e ecossistemas e garantir a sua pro-teo para as futuras geraes. A conservao regida internacionalmente pela Conveno sobre a Biodiversidade Biolgica (CDB), ratificada no Brasil

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    pelo Decreto Legislativo n 2, de 3 de fevereiro de 1994. A CDB foi aprovada no mbito da Eco-92.A CDB afirma o princpio da soberania dos Estados para o uso de seus recursos biolgicos, mas determina que promovam a conservao desses recursos. So estabelecidas trs estratgias principais de proteo da natu-reza: a conservao, a utilizao sustentvel e a repartio justa e equitativa dos benefcios derivados do uso dos recursos genticos.A conservao a manuteno dos componentes da diversidade biolgica todas as espcies, seu patrimnio gentico e os ecossistemas de que fazem parte. A conservao pode ser in situ, abrangendo a conservao de ecos-sistemas e a recuperao de populaes viveis de espcies em seus meios naturais e, no caso de espcies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde se tenham desenvolvido. A conservao ex situ a conservao de compo-nentes da diversidade biolgica fora de seus habitat naturais, em bancos de germoplasma, jardins zoolgicos, jardins botnicos etc.A utilizao sustentvel compreende o uso dos componentes da diversidade biolgica de modo e em ritmo que no levem diminuio da biodiversi-dade em longo prazo. Entre outras aes, devem ser adotadas medidas para promover as prticas tradicionais sustentveis e apoiar as populaes locais na elaborao e aplicao de medidas corretivas em reas onde a diversida-de biolgica tenha sido reduzida.A repartio justa e equitativa dos benefcios derivados do uso dos recur-sos genticos significa o compartilhamento dos resultados da pesquisa e do desenvolvimento de recursos genticos, bem como dos benefcios de-rivados de seu uso comercial com a Parte contratante provedora desses recursos. Assim, o desenvolvimento e a explorao comercial de medica-mentos desenvolvidos a partir de recursos genticos d ensejo a que o pas de onde tais recursos foram obtidos participe dos benefcios econmicos decorrentes dessa explorao. Tal medida visa proteger os pases detento-res de biodiversidade, bem como as comunidades tradicionais que possuem conhecimento acumulado durante dcadas ou sculos sobre o uso dos componentes da flora e da fauna. Os conhecimentos tradicionais so um atalho para as pesquisas de bioprospeco. Segundo a CDB, o acesso aos recursos genticos pertence aos governos nacionais, est sujeito legislao

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    nacional e depende de consentimento prvio fundamentado da Parte con-tratante provedora desses recursos.No obstante a vigncia da CDB, o panorama global quanto conserva-o da biodiversidade no muito animador. Tentando reverter a crise, em 2010, os pases signatrios da Conveno sobre Diversidade Biolgica apro-varam o Plano Estratgico 2011-2020, durante a Conferncia das Partes (COP) 10, realizada em Nagoya, no Japo. Esse plano contm vinte metas globais, conhecidas como Metas de Aichi. Entre elas, destacam-se a redu-o da taxa de perda de todos os habitat nativos em pelo menos metade e, na medida do possvel, levando-a a perto de zero; a conservao de pelo menos 17% de reas terrestres e de guas continentais e de 10% de reas marinhas e costeiras por meio de sistemas de reas protegidas; e a recu-perao de pelo menos 15% dos ecossistemas degradados (WEIGAND JR; SILVA; SILVA, 2011).O Brasil tem grande papel no cumprimento dessas metas, por ser o pas mais biodiverso do planeta, abrigando entre 10% e 20% das espcies e 30% das florestas tropicais do mundo (LEWINSOHN, 2006). Por conseguinte, boa parte da perda global de biodiversidade ocorre em nosso territrio, ten-do em vista que nossos biomas foram e continuam a ser fortemente impac-tados pela ao humana. O Ministrio do Meio Ambiente (MMA) revela que a perda de cobertura vegetal nativa atinge em torno de 12,5% da Ama-znia, 15% do Pantanal, 49% do Cerrado, 45% da Caatinga, 76% da Mata Atlntica e 54% dos Pampas (ROSA, 2007; BRASIL, 2009; BRASIL, 2010).A pior situao a da Mata Atlntica, pois o bioma foi reduzido a pequenos arquiplagos de fragmentos florestais. Mas outro bioma brasileiro muito ame-aado o Cerrado, cuja taxa mdia de desmatamento atingiu 14.179 km/ano entre 2002 e 2008 (BRASIL, 2009). Cerrado e Mata Atlntica so biomas con-siderados hot spots, pois, alm do alto grau de ameaa, possuem alto grau de en-demismos, isto , tm inmeras espcies que no so encontradas em nenhum outro bioma (MITTERMEIER et al., 1999). Requerem, portanto, polticas espe-cficas urgentes de conservao.O Brasil possui um importante conjunto de normas de proteo biodiver-sidade. A Constituio Federal, em seu art. 23, VII, explicita que compete Unio, aos estados, ao Distrito Federal e aos municpios preservar as flo-restas, a fauna e a flora. Unio, estados e Distrito Federal tambm dividem

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    a competncia para legislar sobre florestas, caa, pesca, fauna, conserva-o da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais (art. 24, VI).Alm disso, a Carta Magna garante o direito propriedade (art. 5, XXII), mas exige que a propriedade atenda sua funo social (art. 5, XXIII). A propriedade cumpre a funo social quando, na rea rural, entre outras exigncias, nela se realiza a utilizao adequada dos recursos naturais dis-ponveis e preservao do meio ambiente (art. 186, II). Na rea urbana, a funo social da propriedade definida por meio do plano diretor (art. 182, 2). Essas disposies constitucionais embasam as limitaes administra-tivas institudas na legislao, tendo em vista a manuteno e a recuperao da cobertura vegetal nativa.No plano infraconstitucional, h inmeras leis voltadas para a conservao da diversidade biolgica, que abrangem unidades de conservao, proteo de biomas, gesto de florestas pblicas, proteo da vegetao nativa em ter-ras privadas, fauna, cavidades subterrneas, biotecnologia e instrumentos econmicos para a conservao. As principais leis sero descritas a seguir.

    unidAdes de ConservAoA Lei n 9.985, de 18 de julho de 2000, a Lei do Snuc, regulamenta o art. 225, 1, incisos I, II, III e VII da Constituio Federal, que especificam incum-bncias do poder pblico a serem cumpridas para assegurar o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, sobre o qual dispe o caput do art. 225 da Carta Magna. O inciso III desse artigo, especialmente, inclui entre essas incumbncias definir, em todas as unidades da federao, espaos territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alterao e a supresso permitidas somente atravs de lei, vedada qualquer utilizao que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteo.A Lei do Snuc disciplina a criao, a implantao e a manuteno de uma rede de unidades de conservao, que podem ser pblicas ou privadas, de proteo integral (Parque Nacional, Estao Ecolgica, Reserva Biolgica, Monumento Natural e Refgio de Vida Silvestre) ou de uso sustentvel (rea de Proteo Ambiental APA, rea de Relevante Interesse Ecolgico Arie, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentvel e Reserva Particular do Patrimnio Natural).

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    Ressalte-se que as unidades de conservao podem ser criadas por lei ou decreto, mas somente podem ser extintas por lei, em obedincia Constituio Federal, no art. 225, 1, III, acima transcrito. Essa medida visa impedir a reduo de rea ou mesmo a extino de unidades de conservao por medida unilateral do Poder Executivo, a exemplo do que ocorreu no passado com os Parques Nacionais de Paulo Afonso e Sete Quedas, extintos para dar lugar a empreendimentos hidreltricos.At o presente, foram criadas 1.606 unidades de conservao de proteo integral e de uso sustentvel pelas trs esferas da federao (Tabela 1). A soma total das unidades de conservao brasileiras equivale a 17,6% do ter-ritrio nacional.

    Tabela 1. Unidades de conservao criadas no Brasil

    TIPO

    ESFERATOTAL

    Federal Estadual Municipal

    N rea (km2) Nrea (km2) N

    rea (km2) N

    rea (km2)

    Proteo integral 139 363.397 294 157.599 58 189 491 521.185

    Uso sustentvel 747 392.277 364 595.721 47 6.012 1.158 994.010

    TOTAL 886 755.673 658 753.320 105 6.201 1.649 1.515.195

    Fonte: Disponvel em: . Acesso em: 13 nov. 2012.

    A lei prev instrumentos integradores das unidades entre si e com o meio circundante, por meio de zonas de amortecimento, corredores ecolgicos e mosaicos. A zona de amortecimento constitui uma faixa no entorno de uma unidade de conservao, onde as atividades humanas esto sujeitas a normas e restries especficas, com o propsito de minimizar os impac-tos negativos sobre a unidade. O corredor ecolgico abrange pores de ecossistemas naturais ou seminaturais que ligam unidades de conservao, para possibilitar o fluxo de genes e o movimento da biota entre as unidades. O mosaico a gesto integrada de um conjunto de unidades de conserva-o de categorias diferentes ou no, prximas, justapostas ou sobrepostas, e outras reas protegidas, pblicas ou privadas, de forma a compatibilizar a presena da biodiversidade, a valorizao da sociodiversidade e o desenvol-vimento sustentvel no contexto regional.

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    O Decreto n 5.758, de 13 de abril de 2006, que institui o Plano Estratgico Nacional de reas Protegidas (PNAP), define como reas protegidas as uni-dades de conservao, as terras indgenas e as terras de quilombo.A Lei do Snuc foi regulamentada pelo Decreto n 4.340, de 22 de agosto de 2002. Especificamente em relao s Reservas Particulares do Patrimnio Natural (RPPN), aplica-se o Decreto n 5.746, 5 de abril de 2006.A Lei n 11.460, de 21 de maro de 2007, altera a Lei do Snuc e veda a pes-quisa e o cultivo de organismos geneticamente modificados nas terras in-dgenas e reas de unidades de conservao, exceto nas reas de Proteo Ambiental.

    Proteo de bioMAsA Lei n 11.428, de 22 de dezembro de 2006, conhecida como Lei da Mata Atlntica, um importante marco de proteo do bioma mais ameaado do Brasil e um dos hot spots do planeta. A lei inclui no bioma as seguintes for-mas de vegetao, conforme classificao estipulada pelo Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatstica (IBGE): Floresta Ombrfila Densa; Floresta Ombrfila Mista, tambm denominada de Mata de Araucrias; Floresta Ombrfila Aberta; Floresta Estacional Semidecidual; e Floresta Estacional Decidual, bem como manguezais, vegetaes de restingas, campos de alti-tude, brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste.As normas de proteo dessas formaes vegetais so definidas na lei de acordo com o estgio de sucesso ecolgica: primria e secundria. Enten-de-se por vegetao primria a mata virgem ou onde a ao humana causou pouca alterao em suas caractersticas originais. Florestas secundrias abrangem as reas onde houve corte raso ou supresso parcial da vegeta-o, que se encontra em processo de regenerao natural, a qual pode estar em estgio avanado, mdio e inicial. A Resoluo do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) n 388, de 23 de fevereiro de 2007, convalidou diversas resolues anteriores desse colegiado, que estabelecem os parme-tros para anlise dos estgios de sucesso da Mata Atlntica.Em linhas gerais, a Lei da Mata Atlntica veda o corte, a supresso e a explorao da vegetao primria e secundria em estgio avanado de regenerao, que somente podem ser autorizados em carter excepcional. Na vegetao secundria em estgio mdio de regenerao, o corte, a

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    supresso e a explorao podem ser autorizados em carter excepcional ou quando necessrios ao pequeno produtor rural e populaes tradicionais para o exerccio de atividades ou usos agrossilvopastoris imprescindveis sua subsistncia. Nas reas com vegetao secundria em estgio inicial de regenerao, no h restries especficas para corte, supresso e explorao da Mata Atlntica, que podem ser autorizados pelo rgo estadual competente, exceto nos estados em que a vegetao primria e secundria remanescente do bioma for inferior a 5% da rea original.A Lei n 11.428/2006 foi regulamentada pelo Decreto n 6.660, de 21 de novembro de 2008.At o presente, a Mata Atlntica o nico bioma que possui lei especfica com normas de uso do solo. Mas os demais biomas tambm precisam de normas prprias que levem em conta suas caractersticas regionais pecu-liares em relao aos ecossistemas e ao meio social. E no somente a Ama-znia, o Pantanal e a Zona Costeira, mencionados na Constituio Federal, mas tambm o Cerrado, a Caatinga e os Pampas. De fato, todos os biomas tm biodiversidade prpria que precisa ser protegida.Ressalte-se que o Pantanal e outras reas midas contam com as medidas de proteo estabelecidas na Conveno sobre Zonas midas de Importn-cia Internacional, especialmente conhecidas como habitat de aves aquti-cas, aprovada em Ramsar, Ir, em 22 de junho de 1982. A Conveno de Ramsar foi ratificada pelo Decreto Legislativo n 33, 16 de junho de 1992.Segundo essa conveno, cabe s Partes contratantes elaborar a Lista de Zonas midas de Importncia Internacional, bem como elaborar e execu-tar planos para promover a conservao e a explorao racional das zonas midas includas na lista. As Partes devem, tambm, conservar todas as zonas midas e as aves aquticas, mesmo as que no faam parte da lista. A anulao ou restrio aos limites de uma zona mida da lista dever levar criao de novas reservas naturais para as aves aquticas, na mesma regio ou em outra equivalente ao habitat anterior, ou a outra medida compen-satria. As Partes devem, ainda, incentivar a pesquisa e o intercmbio de dados e publicaes, empreender esforos para aumentar a populao das aves aquticas e formar pessoal competente para estudo, gesto e proteo das zonas midas.

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    gesto de FlorestAs PbliCAsA Lei n 11.284, de 2 de maro de 2006, dispe sobre a gesto de flores-tas pblicas para a produo sustentvel, a qual abrange a gesto direta do poder pblico em florestas nacionais, estaduais e municipais (unidades de conservao institudas nos termos da Lei do Snuc); a destinao de flo-restas pblicas s comunidades locais; e a concesso florestal. A concesso florestal a modalidade empresarial de explorao realizada em florestas pblicas situadas ou no em florestas nacionais, estaduais e municipais. Em qualquer situao, a explorao deve dar-se por meio do manejo florestal sustentvel, que tem por objeto a extrao de mltiplos produtos, madeirei-ros e no madeireiros, e respeitar a capacidade de suporte do ecossistema.A Lei n 11.284/2006 tambm criou o Servio Florestal Brasileiro (SFB), no mbito do Ministrio do Meio Ambiente, responsvel pela gesto das florestas pblicas. Entre outras atribuies, o SFB elabora a proposta de Plano Anual de Outorga Florestal (Paof) e mantm o Cadastro Nacional de Florestas Pblicas. O Paof descreve todas as florestas pblicas a serem submetidas a concesso no ano em que vigorar. O Cadastro Nacional de Florestas Pblicas deve conter as unidades de manejo de floresta pblica, com permetro georreferenciado, passveis de serem submetidas a conces-so florestal.A lei criou, ainda, a Comisso de Gesto de Florestas Pblicas, rgo con-sultivo federal no mbito do Ministrio do Meio Ambiente. A composio e o funcionamento da comisso so definidos no Decreto n 5.795, de 5 de junho de 2006.A primeira concesso florestal entrou em operao em setembro de 2010, para explorao de unidades de manejo na Floresta Nacional de Jamari, no estado de Rondnia504. Em 2011, havia 286 milhes de hectares de florestas pblicas federais e estaduais cadastradas, 93% dos quais situados na Ama-znia. Mas nem todas as reas cadastradas so passveis de concesso, pois 35% situam-se em terras indgenas, 23% abrangem terras arrecadadas pela Unio e pelos estados e ainda no destinadas, 21% esto em unidades de conservao federais, 6% so reas de uso comunitrio e 15% so florestas pblicas estaduais destinadas. O Paof 2012 elegeu 4,4 milhes de hectares

    504 Disponvel em: . Acesso em 15 abr. 2012.

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    passveis de concesso florestal, situados em dez florestas nacionais, nos estados do Acre, Par e Rondnia505.A Lei n 11.284/2006 foi regulamentada pelo Decreto n 6.063, de 20 de maro de 2007.

    Proteo dA vegetAo nAtivA eM terrAs PrivAdAsA Lei n 12.651, de 25 de maio de 2012, revogou o Cdigo Florestal (Lei n 4.771/1965), que institua normas de proteo da vegetao nativa no mbito da propriedade, em especial as reas de preservao permanente (APP) e a reserva legal. A Lei n 12.651/2012 resultou de um longo e confli-tuoso processo de tramitao no Congresso Nacional e foi alterada pela Lei n 12.727, de 17 de outubro de 2012.A nova lei mantm os instrumentos de APP e reserva legal. Assim, as APPs constituem reas ecologicamente frgeis, a serem preservadas para prote-o da fauna, da flora e dos recursos hdricos e tambm para a segurana das populaes. A reserva legal constitui porcentagem da propriedade a ser mantida com cobertura vegetal nativa, tendo em vista o uso sustentvel. Contrariamente APP, a reserva legal pode ter uso econmico. A APP e a reserva legal so restries administrativas ao direito de propriedade am-paradas na Constituio Federal, em seus arts. 5, XXIII; 170, III; e 186, II.Entretanto, a Lei n 12.651/2012 regularizou as atividades econmicas reali-zadas em APP at 22 de julho de 2008, reduzindo a faixa de vegetao a ser recuperada pelo proprietrio. Alm disso, permite que a recomposio de re-serva legal desmatada at 22 de julho de 2008 possa ser realizada com o plan-tio de espcies exticas intercaladas com nativas, em at 50% da propriedade.Alm disso, destacam-se as seguintes disposies da Lei n 12.651/2012: estabelecimento de reas verdes urbanas pelo poder pblico municipal;manuteno da carcinicultura e de salinas em reas de apicuns e salgados

    na Zona Costeira; instituio do Cadastro Ambiental Rural (CAR) no mbito do Sistema

    Nacional de Informao sobre Meio Ambiente (Sinima), que constituir registro pblico eletrnico nacional de todos os imveis rurais, para

    505 Disponvel em: . Acesso em 15 abr. 2012.

  • Legislao Brasileira sobre Meio AmbienteCaderno 4 Temas Internacionais II 563

    controle, monitoramento, planejamento ambiental e econmico e combate ao desmatamento, bem como dos Programas de Regularizao Ambiental, a serem institudos no mbito da Unio, dos estados e do Distrito Federal. O Decreto n 7.830, de 17 de outubro de 2012, regulamenta o CAR e define normas gerais sobre os Programas de Regularizao Ambiental;

    instituio de normas sobre explorao de florestas nativas e formaes sucessoras;

    definio de normas sobre a Cota de Reserva Ambiental (CRA), ttulo nominativo representativo de rea com vegetao nativa, existente ou em processo de recuperao (art. 44); e

    instituio do Programa de Apoio e Incentivo Preservao e Recupera-o do Meio Ambiente.

    Sobre a recuperao florestal, a Lei n 12.854, de 26 de agosto de 2013, determina que o governo federal fomente essa atividade em reas de assen-tamento rural desapropriadas pelo poder pblico ou em reas degradadas que estejam em posse de agricultores familiares assentados, em especial, de comunidades quilombolas e indgenas. J a Lei n 12.805, de 29 de abril de 2013, institui a Poltica Nacional de Integrao Lavoura-Pecuria-Floresta, que tem, entre seus objetivos, os de mitigar o desmatamento e promover a recuperao de reas de pastagens degradadas.O Decreto n 6.514, de 22 de julho de 2008, tipificou a no averbao da reserva legal como infrao contra a flora e definiu o prazo de 11 de dezem-bro de 2009 para que os proprietrios rurais regularizassem suas proprie-dades. Esse prazo sofreu sucessivas prorrogaes, a ltima sendo para 11 de junho de 2012506. Entretanto, conforme a Lei n 12.651/2012, a averbao da reserva legal deixou de ser obrigatria, substituda pelo registro do imvel no CAR. Ainda em 29 de fevereiro de 2008, o Conselho Monetrio Nacio-nal, por meio da Resoluo n 3.545, determinou que os bancos pblicos e privados que operam com crdito rural exijam documento comprobatrio de regularidade ambiental dos agricultores situados na regio amaznica.

    FAunANo que diz respeito fauna, vrias leis regulam a matria. Segundo a Lei n 5.197, 3 de janeiro de 1967, conhecida como Lei da Fauna, os animais

    506 Cf. Decreto n 6.514, de 22-7-2008, no Caderno 2 desta publicao.

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    de quaisquer espcies da fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais so propriedades do Estado, sendo proibida sua utili-zao, perseguio, destruio, caa ou apanha. A lei probe a caa profis-sional, mas, se peculiaridades regionais comportarem o exerccio da caa, a permisso pode ser estabelecida em ato do Poder Executivo federal. Com-pete ao rgo pblico federal publicar e atualizar anualmente a relao das espcies cuja utilizao, perseguio, caa ou apanha permitida. Cabe ao poder pblico estimular a construo de criadouros de animais silvestres para fins econmicos e industriais. A lei tambm probe a introduo de espcie extica sem parecer tcnico oficial favorvel e sem licena.A Lei n 11.959, de 29 de junho de 2009, dispe sobre a Poltica Nacional de Desenvolvimento Sustentvel da Aquicultura e da Pesca. Compete ao poder pblico estabelecer os regimes de acesso, a captura total permissvel, o esforo de pesca sustentvel, os perodos de defeso, as temporadas de pes-ca, os tamanhos de captura, as reas interditadas ou de reservas, as artes, os aparelhos, os mtodos e os sistemas de pesca e cultivo, a capacidade de suporte dos ambientes, as necessrias aes de monitoramento, controle e fiscalizao da atividade e a proteo de indivduos em processo de repro-duo ou recomposio de estoques. A atividade de pesca depende de auto-rizao do rgo competente. A pesca pode ser comercial (artesanal ou in-dustrial) e no comercial (cientfica, amadora e de subsistncia). A lei prev a possibilidade de proibio transitria, peridica ou permanente da pesca, nas situaes que especifica. A lei tambm dispe sobre a aquicultura, que classificada em comercial, cientfica ou demonstrativa, de recomposio ambiental, familiar e ornamental.O Brasil ainda no dispe de uma lei de bem-estar animal. Entretanto, a Lei n 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 (Lei de Crimes Ambientais), possui um captulo inteiro dedicado definio dos crimes contra a fauna, entre os quais se inclui a prtica de abuso, maus-tratos, ferimento ou mutilao de animais silvestres, domsticos ou domesticados, nativos ou exticos.507

    H, tambm, normas pontuais, como a Lei n 10.519, de 17 de julho de 2002, relativa defesa sanitria animal em rodeios, segundo a qual esses eventos devem ter, obrigatoriamente, mdico veterinrio habilitado, responsvel pela boa condio fsica e sanitria dos animais, e devem garantir o trans-

    507 O inteiro teor da Lei n 9.605, de 12-2-1998, consta do Caderno 1 desta publicao.

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    porte dos animais em veculos apropriados e infraestrutura que garanta a integridade fsica deles durante sua chegada, acomodao e alimentao. Os apetrechos tcnicos utilizados nas montarias, bem como as caracters-ticas do arreamento, no podem causar injrias ou ferimentos aos animais.A Lei n 11.794, 8 de outubro de 2008, trata do uso cientfico de animais ver-tebrados. Ela restringe a utilizao de animais em atividades educacionais a estabelecimentos de ensino superior e de educao profissional tcnica de nvel mdio da rea biomdica, os quais devem ser credenciados junto ao Conselho Nacional de Controle de Experimentao Animal (Concea).

    CAvidAdes subterrneAsAs cavidades naturais subterrneas ou cavernas so bens da Unio, conforme o art. 20, X, da Constituio Federal508, e constituem ecossistemas peculiares, devido ausncia de luz e de verde vegetal, ricos em espcies endmicas.A proteo das cavidades naturais subterrneas regida pelo Decreto n 99.556, de 1 de outubro de 1990, o qual foi profundamente alterado pelo Decreto n 6.640, de 7 de novembro de 2008. Na verso original do decreto, a utilizao das cavidades naturais subterrneas e de sua rea de influncia somente poderia ocorrer dentro de condies que assegurassem sua inte-gridade fsica.A verso atual do decreto institui um sistema de classificao das cavernas que tem sido muito criticado pela comunidade espeleolgica. Esse sistema divide as cavernas conforme seu grau de relevncia em mximo, alto, m-dio ou baixo, determinado pela anlise de atributos ecolgicos, biolgicos, geolgicos, hidrolgicos, paleontolgicos, cnicos, histrico-culturais e so-cioeconmicos, avaliados sob enfoque regional e local (art. 2).Conforme o art. 3, a cavidade natural subterrnea com grau de relevncia mximo e sua rea de influncia no podem ser objeto de impactos nega-tivos irreversveis. Mas as cavernas que vierem a ser classificadas como de relevncia alta, mdia ou baixa podero ser objeto de impactos negativos irreversveis, mediante licenciamento ambiental (art. 4). Medidas com-pensatrias so previstas para impactos irreversveis nas cavidades com grau de relevncia alta e mdia. No caso de empreendimento que ocasione

    508 Cf. art. 20 da Constituio Federal, no Caderno 1 desta publicao.

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    impacto negativo irreversvel em cavidade natural subterrnea com grau de relevncia baixo, o empreendedor no estar obrigado a adotar medidas e aes para assegurar a preservao de outras cavidades naturais subterr-neas (art. 4, 5).As recentes alteraes promovidas no Decreto n 99.556/1990 modificaram completamente os princpios que norteiam a poltica de conservao de cavernas, as quais eram muito restritivas, na verso original do decreto, e passaram a muito pouco protetivas, na verso atual.

    PAtriMnio gentiCo e bioteCnologiAA Medida Provisria (MP) n 2.186-16, de 23 de agosto de 2001, regula o acesso aos recursos genticos para fins de pesquisa cientfica, desenvolvi-mento tecnolgico ou bioprospeco509; o acesso ao conhecimento tradi-cional associado ao patrimnio gentico, relevante conservao da di-versidade biolgica; a repartio justa e equitativa dos benefcios derivados da explorao de componente do patrimnio gentico e do conhecimento tradicional associado; e o acesso e a transferncia de tecnologia para a con-servao e a utilizao da diversidade biolgica.Assim, o uso de recursos genticos e de conhecimento tradicional associa-do para pesquisa cientfica, bioprospeco e desenvolvimento tecnolgico depende de autorizao do Conselho de Gesto do Patrimnio Gentico, criado pela MP no mbito do Ministrio do Meio Ambiente. A autorizao para pessoas fsicas sem vnculo institucional, bem como a instituies estrangeiras no associadas a instituies nacionais. O acesso ao patrimnio gentico e ao conhecimento tradicional associado com perspectiva de uso comercial depende de assinatura de Contrato de Utilizao do Patrimnio Gentico e de Repartio de Benefcios, o qual visa assegurar os direitos de participao nos benefcios ao proprietrio da rea, comunidade indgena, quilombola ou outra comunidade tradicional local. Esse contrato tambm depende de anuncia prvia do Conselho de Gesto do Patrimnio Gentico.O Decreto n 5.459, de 7 de junho de 2005, regulamenta o art. 30 da Medida Provisria n 2.186-16/2001, disciplinando as sanes aplicveis s condu-

    509 Atividade exploratria que visa identificar componente do patrimnio gentico e informao sobre conhecimento tradicional associado, com potencial de uso comercial (MP 2.186-16, de 23-8-2001, art. 7, VII).

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    tas e atividades lesivas ao patrimnio gentico ou ao conhecimento tradi-cional associado e d outras providncias.A Lei n 11.105, de 24 de maro de 2005, trata da segurana e da fiscali-zao de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados (OGM) e seus derivados. OGM o organismo cujo material gentico o cido desoxirribonucleico (ADN) ou o cido ribonucleico (ARN) tenha sido modificado por qualquer tcnica de engenharia gentica. A lei veda a clonagem humana, bem como a engenharia gentica em clula germinal, zigoto e embrio humanos. A Lei n 11.105/2005 tambm criou a Comisso Tcnica Nacional de Biossegurana (CTNBio), qual compete, entre outras atribuies, emitir deciso tcnica, caso a caso, sobre a biossegurana de OGMs e seus derivados, em atividades de pesquisa e de uso comercial. A Lei n 11.105/2005 foi regulamentada pelo Decreto n 5.591, de 22 de no-vembro de 2005.

    instruMentos eConMiCosA Lei n 11.828, de 20 de novembro de 2008, suspende a incidncia da Contribuio para o PIS/Pasep e da Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), no caso de doaes em espcie recebidas por instituies financeiras pblicas controladas pela Unio e destinadas a aes de preveno, monitoramento e combate ao desmatamento, inclusi-ve programas de remunerao por servios ambientais, e de promoo da conservao e do uso sustentvel dos biomas brasileiros.A Lei n 12.512, de 14 de outubro de 2011, institui o Programa de Apoio Conservao Ambiental, sob a responsabilidade do Ministrio do Meio Ambiente. O programa visa transferncia de recursos financeiros a fa-mlias em situao de extrema pobreza que desenvolvam atividades de conservao de recursos naturais no meio rural. Os procedimentos para a verificao da existncia de recursos naturais nas reas selecionadas so remetidos ao Poder Executivo. Os repasses s famlias so trimestrais, no valor de R$ 300,00, por um prazo de at dois anos, prorrogveis.O Decreto n 6.565, de 15 de setembro de 2008, suspende a incidncia da contribuio para o PIS/Pasep e da Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre doaes em espcie recebidas por insti-tuies financeiras pblicas controladas pela Unio, destinadas a aes de

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    preveno, monitoramento e combate ao desmatamento e de promoo da conservao e do uso sustentvel das florestas.O Brasil ainda no possui uma poltica de pagamento por servios ambien-tais, mas tramitam na Cmara dos Deputados diversas proposies sobre a matria, apensadas ao Projeto de Lei n 792/2007.

    ***Verifica-se, portanto, que o Brasil possui uma extensa legislao relacionada biodiversidade, o que se justifica tendo em vista o tamanho e a importncia do patrimnio biolgico nacional. preciso dar celeridade implantao dessas normas, para conter o desmatamento a que nossos biomas tm sido submetidos desde a poca da colonizao, e ainda difundir uma cultura de proteo da flora e da fauna e a compreenso de sua importncia para o desenvolvimento e o bem-estar da populao.

    reFernCiAsACADEMIA DE CINCIAS DO ESTADO DE SO PAULO. Glossrio de ecologia. So Paulo: Aciesp, 1987.ALCAMO, Joseph et al. Ecosystems and human well-being. Millennium Ecosy