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ANO XXIII Nº 263 • Maio 2016 Publicação mensal 2.00 Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 44145 Dortmund Tel.: 0231-83 90 289 Telefax 0231- 8390351 • E Mail: [email protected] www. portugalpost.de K 25853 PUB PUB Tel.068 41 - 99 35 719 [email protected] Mobil: 0176 - 36929064 Termine u. Vereinbarung www.fimoba-hyp.de PORTUGAL POST NESTA EDIÇÃO n COMUNIDADE n DETIDOS n REFUGIADOS n LIVROS n INFORMAÇÃO SOCIAL Entrevista || Embaixador de Portugal em Berlim “A IMAGEM DE PORTUGAL NESTE PAÍS MUITO DEVE À NOSSA COMUNIDADE” Primeira entrevista que o novo Embaixador de Portugal, João Mira Gomes, concede ao PP. Págs. 12 e 13 Veja nesta edição: medidas de apoio à família e natalidade. Licença parental (Elternzeit), subsídio parental (Elterngeld), subsídio parental extra (Elterngeld Plus) P.16 Embaixada quer saber quem são os “Rostos da Comunidade” P.8 Mais de 1.700 portugueses pre- sos no estrangeiro, 413 deporta- dos P.4 Portugueses na Alemanha solidá- rios e preocupados com crise dos refugiados P.7 Ilustradora alemã retrata Lisboa em livro e alerta para riscos P.5 Um livro que homenagea os portugueses que emigra- ram nos anos 60 para a Alemanha. Uma viagem às raí- zes do milionésimo trabalhador estrangeiro a chegar à Alemanha, Armando Rodrigues de Sá Oxalá Editora Preço: € 14.90 Encomendas ao PORTUGAL POST “A Vida numa Mala” MANIFESTO Preocupados com o défice de visibilidade dos portugueses na Alemanha, quatro personalidades decidiram, após alguns meses de reflexão e discus- são, lançar através do jornal PORTUGAL POST um manifesto cujo objectivo é, apara além de promover a discussão sobre muitos e variados temas, ape- lar à congregação das figuras mais destacadas da comunidade com vista à criação de um grupo que promova um maior protagonismo dos portugue- ses residentes neste país. Quatro portugueses lançam manifesto para promover visibilidade da comunidade portuguesa na Alemanha P. 9 Manuel Campos Mário dos Santos Mário Botas Alfredo Stoffel Maria de Lurdes Sousa: “A CGD tem sido muitas vezes o porto de abrigo das poupanças de sucessi- vas gerações de portugue- ses” P.10 20 anos Caixa Geral de Depósitos na Alemanha

05 Edic a o 16 Druck PORTUGAL POST Feb 09€¦ · zum gültigen Bezugspreis, wenn es nicht drei Wochen vor Ablauf schriftlich geku ̈ndigt wird. Tel.: 0231 - 83 90 289 Fax: 0231 -

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ANO XXIII • Nº 263 • Maio 2016 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351 • E Mail: [email protected] • www. portugalpost.de • K 25853

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PORTUGAL POST› NESTA EDIÇÃO

n COMUNIDADE

n DETIDOS

n REFUGIADOS

n LIVROS

n INFORMAÇÃO SOCIAL

Entrevista || Embaixador de Portugal em Berlim

“A IMAGEM DE PORTUGAL NESTE PAÍS MUITO DEVE À NOSSA COMUNIDADE”Primeira entrevista que o novo Embaixador de Portugal, João Mira Gomes, concede ao PP. Págs. 12 e 13

Veja nesta edição: medidas de apoio à família e natalidade. Licença parental (Elternzeit), subsídio parental (Elterngeld), subsídio parental extra (Elterngeld Plus) P.16

Embaixada quer saber quem sãoos “Rostos da Comunidade” P.8

Mais de 1.700 portugueses pre-sos no estrangeiro, 413 deporta-dos P.4

Portugueses na Alemanha solidá-rios e preocupados com crise dosrefugiados P.7

Ilustradora alemã retrata Lisboaem livro e alerta para riscos P.5

Um livro que homenagea os portugueses que emigra-ram nos anos 60 para a Alemanha. Uma viagem às raí-zes do milionésimo trabalhador estrangeiro a chegarà Alemanha, Armando Rodrigues de SáOxalá EditoraPreço: € 14.90Encomendas ao PORTUGAL POST

“A Vida numa Mala”

MANIFESTO

Preocupados com o défice de visibilidade dos portugueses na Alemanha,quatro personalidades decidiram, após alguns meses de reflexão e discus-são, lançar através do jornal PORTUGAL POST um manifesto cujo objectivoé, apara além de promover a discussão sobre muitos e variados temas, ape-lar à congregação das figuras mais destacadas da comunidade com vista àcriação de um grupo que promova um maior protagonismo dos portugue-ses residentes neste país.

Quatro portugueses lançam manifesto parapromover visibilidade da comunidade portuguesa na Alemanha P. 9

Manuel Campos Mário dos Santos

Mário Botas Alfredo Stoffel

Maria de Lurdes Sousa:“A CGD tem sido muitasvezes o porto de abrigodas poupanças de sucessi-vas gerações de portugue-ses” P.10

20 anos Caixa Geral deDepósitos na Alemanha

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PORTUGAL POST Nº 263 • Maio 20162PORTUGAL POSTAgraciado com a Medalha da Liberdade

e Democracia da Assembleia da RepúblicaFundado em 1993

Director: Mário dos Santos

Redação, Colaboradores e ColunistasAna Cristina Silva: LisboaAntónio Justo: KasselAntónio Horta: GelsenkirchenCarlos Gonçalves: LisboaCristina Dangerfield-Vogt: BerlimCristina Krippahl: BonaDe minimis: ColóniaFernando A. Ribeiro: EstugardaGlória de Sousa: BonaHelena Ferro de Gouveia: BonaJoão Ferreira: SingenJoaquim Nunes: OffenbachJoaquim Peito: HanôverJosé Luís Peixoto: LisboaLuísa Costa Hölzl: MuniqueManuel Campos: FrankfurtMarco Bertolaso: ColóniaMaria do Rosário Loures: NurembergaMiguel Szymanski: FrankfurtPaulo Pisco: LisboaTeresa Soares: Nuremberga

Direcção portugalpost.de: Eliesa SchulteAssuntos Sociais: Abilio FerreiraConsultório Jurídico:Catarina Tavares, AdvogadaSusana Tão, AdvogadaMichaela Azevedo dos Santos, AdvogadaTraduções: Barbara Böer Alves e Silvia Lima

Impressão: Portugal Post VerlagRedacção, Assinaturas PublicidadeBurgholzstr. 43 • 44145 DortmundTel.: (0231) 83 90 289 • Fax: (0231) 83 90 351www.portugalpost.deEMail: [email protected]/portugalpostverlag

ISSN 0340-3718 Propriedade: Portugal Post VerlagRegisto Comercial: HRA 13654

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PORTUGAL POST, Burgholzstr. 43 • 44145 DortmundGläubiger-Identifikationsnummer DE10ZZZ00000721760 Mandatsreferenz WIRD SEPARAT MITGETEILT

SEPA-Lastschriftmandat: Ich ermächtige die Portugal Post, Zahlun-gen von meinem Konto mittels Lastschrift einzuziehen. Zugleichweise ich mein Kreditinstitut an, die von der Portugal Post auf meinKonto gezogenen Lastschriften einzulösen.Hinweis: Ich kann innerhalb von acht Wochen, beginnend mit demBelastungsdatum, die Erstattung des belasteten Betrages verlangen.Es gelten dabei die mit meinem Kreditinstitut vereinbarten Bedin-gungen.

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D E _ _ | _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ ____ ______ _____ _IBAN

____________________________________Datum, Ort und

Unterschrift

Die Mandatsreferenz wird separat mitgeteilt.

Adira já!

ala-se muito daquilo que se dizser a inevitabilidade da substitui-ção dos jornais em papel pelo di-gital. Esse processo está já averificar-se com a mudança de al-

guns jornais para a internet, acompanhandoassim vontade de muitos leitores e, em boaparte, das exigências do mercado de publi-cidade.

É sabido, que por via da massificação dainformação não paga e que abunda na inter-net, as tiragens dos jornais tendem a ser umproblema para as empresas proprietárias dejornais. A causa: se os leitores “fogem” parainternet, as tiragens diminuem e, logo, a pu-blicidade também. Sem publicidade, não hájornal que resista ao impacto dos custos daprodução de jornais em papel.

Este problema pode não ser uma ques-tão para os jornais com nichos específicosde leitores. Neste leque, estão os jornais di-

rigidos a grupos alvo como por exemplo ascomunidades nos diversos países.

Sem jornais, ou melhor, sem informaçãoque chegue às mãos e às casas dos leitoresportugueses no estrangeiro, as respectivascomunidades veem-se privadas de um im-portante pilar de coesão e do acesso à infor-mação bastante específica que nenhumoutro meio de comunicação se interessa emdivulgar.

O facto dos jornais das comunidadesserem profundos conhecedores da reali-dade das comunidades a quem são dirigi-dos, dá-lhes uma importância que muitodificilmente pode ser substituída por outrosmeios.

Por isso, e não apenas por isso, o POR-TUGAL POST, tal como os restantes jornaisdas comunidades, tem uma função insubs-tituível a que as redes sociais e a invasão deuma informação não filtrada veiculada pela

internet não podem substituir.Na Alemanha, o PORTUGAL POST é,

como se sabe, o único jornal que a comu-nidade dispõe. É também o único jornalportuguês cuja circulação cobre todo o ter-ritório da Alemanha.

Há 23 anos que é assim. O jornal PORTUGAL POST, para além

da sua função de informar, é também umgestor de muitas sensibilidades, de impul-sos vindos de quem julgar ter poder parainfluenciar o destino do jornal.

Não falo de influências políticas. Tam-bém não me refiro àqueles que contestama linha editorial do jornal, mas sim a algunsque julgam ter “a faca e o queijo na mão”para fazer soçobrar o jornal e com isso jul-garem que podem ter o destino deste meiode comunicação nas suas mãos.

O tempo do “Manda quem pode. Obe-dece quem deve”, já passou.

Contra ventos e marés e pescadores deáguas turvas

F

EditorialPor Mário dos Santos

Director

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PORTUGAL POST Nº 263 • Maio 2016 3

Joaquim Nunes

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Faz um ano que foi inauguradaaqui para a nossa região a “antenaconsular”: utilizando as instalaçõesdas comunidades católicas (vulgar-mente conhecidas pelo nome de“missões”), o Consulado atendeaqui (concretamente Mainz e Of-fenbach) as portugueses e portu-gueses e todos os que necessitamdos serviços consulares, pou-pando-lhes uma deslocação a Stutt-gart, o “nosso” consulado depoisda encerramento do ConsuladoGeral de Portugal em Frankfurt.

Aliás essa sombra paira desde oprincípio sobre estas antenas con-sulares, como também já antessobre as “permanências” (uma ouduas vezes ao mês).

E uma coisa “assombrada” é

algo que não deixa de levantarquestões. Depois de todas as res-postas evidentes, ficam sempre per-guntas sem resposta, suspeitas porbanir, cheiro a conspiração, mano-bras de bastidores.

É assim que de há uns quatroanos a esta parte posso seguir demuito de perto o trabalho do con-sulado, no sentido de aproximaçãoe de serviço aos cidadãos. Procu-rando vir ao encontro para que o“distante” se torne próximo. Me-tendo conversa com os utentes queaguardam a sua vez, nos dias emque as funcionárias atendem aquinas instalações da comunidade ca-tólica onde trabalho (Offenbach),costumo perguntar onde vivem naAlemanha, de onde vêm. Não para“meter conversa”, ao jeito de quempergunta as horas sabendo bemque horas são, mas para realmenteavaliar o raio de audição destas “an-tenas”, destes serviços. E, muitasvezes, a resposta é acompanhadade um comentário resignado deste

teor: “É um bocado longe, masbem mais longe seria de tivesse deir a Stuttgart!”

Não vou entrar na polémica desaber se estas “antenas consulares”são ou não mais que um alibi euma tentativa de consolar todos osque lamentam o encerramento doConsulado na cidade de Frankfurt,ou de fazer calar os protestos con-tra a decisão claramente errada deencerrar o Consulado. Para já, rea-firmo o que sempre digo: o serviçopúblico deve estar o mais próximopossível do público a quem pre-tende servir.

Para merecer esse nome de“serviço”. E foi para ajudar a queeste serviço público esteja próximodos que dele necessitam que nãohesitámos em pôr à disposição o es-paço, as nossas instalações.

Sei que um consulado seria me-lhor, estando em condições deprestar a totalidade de serviços.Também estou convencido que Por-tugal, apesar de toda a poupança,

devia ter dinheiro para pagar arenda que mais não fosse de um“escritório consular”, onde deforma continuada e permanente osportugueses pudessem ir tratar dosseus assuntos. Não são os títulosque contam.

Não precisamos de serviços“honorários”, mas de serviços reais.O mais importante (qualquer queseja a modalidade em que issoaconteça!) é que as portuguesas eportugueses na emigração sintamque têm os serviços do Estado aoseu serviço !

“O povo é quem mais ordena!”,cantava o poeta da revolução. Nãosei se assim é... mas o Estado existepara servir o Povo e não o contrá-rio.

Celebramos este ano os 40 anosda Constituição Portuguesa, saídada revolução de Abril. Votada a 2 deAbril 1976, entrou em vigor no dia25 de Abril 1976. Dá gosto ler e ve-rificar como as conquistas funda-mentais da revolução passaram a

texto constitucional. A afirmaçãoincondicional da dignidade igualde todos, as liberdades fundamen-tais dos cidadãos, a democraciacomo regime... Sobre os emigran-tes a constituição escrevia (e as re-visões não o alteraram): “Oscidadãos portugueses que se en-contrem ou residam no estran-geiro gozam da protecção doEstado para o exercício dos direi-tos e estão sujeitos aos deveres quenão sejam incompatíveis com a au-sência do país” (art. 14).

Estou a escrever estas linhasem dia de 25 de Abril, que (nestacomunidade) lembramos todos osanos. Na emigração, talvez maisainda que em Portugal, é fácil dei-xar cair no esquecimento essa dataque mudou a nossa história re-cente.

Referindo ao 25 de Abril, diziaeu há dias a um jovem: tu não lem-bras do 25 de Abril, porque aindanão eras nascido... Mas nascestenum país livre, graças a ele!

Antenas consulares: melhor do que nada

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PORTUGAL POST Nº 263 • Maio 2016NOTÍCIAS4

Mais de 1.700 portugueses estavamdetidos no estrangeiro, no ano pas-sado, tendo sido deportados 413cidadãos, principalmente do Ca-nadá e do Reino Unido, revela oRelatório de Segurança In-terna (RASI).

De acordo com os dadosdo RASI, entregue na Assem-bleia da República, 1.776 cida-dãos portugueses estavampresos em países estrangeirosa 31 de Dezembro de 2015,sendo que este valor podenão reflectir o número total,já que a informação diz ape-nas respeito aos detidos que se qui-seram dar a conhecer aos serviçosconsulares.

Este número representa um au-mento de 118 casos, relativamentea 2014.

Relativamente aos países, 580portugueses estavam detidos emEspanha, 245 na França, 236 noReino Unido e 167 no Brasil.

Por outro lado, há registo de413 cidadãos portugueses queforam deportados dos países ondetinham sido detidos, a maior parte

do Canadá (146) e do Reino Unido(106).

O relatório dá destaque aosportugueses deportados dos Esta-dos Unidos e do Canadá, reve-

lando que, no caso dos 25 cidadãosnacionais deportados dos EstadosUnidos, a maior parte provem daárea de jurisdição do Consulado dePortugal em New Bedford e o prin-cipal motivo teve a ver com a exis-tência de antecedentes criminais,seguida da prática de crime de per-manência ilegal.

Dos 25 expulsos dos EstadosUnidos, dez foram deportados paraa Região Autónoma dos Açores.

No que diz respeito ao Canadá,a maior parte dos 146 cidadãos ex-

pulsos eram oriundos da área dejurisdição do Consulado de Portu-gal em Toronto, sendo “essencial-mente, naturais da RegiãoAutónoma dos Açores”.

As principais razões paraa expulsão prenderam-secom existência de anteceden-tes criminais e crime de per-manência ilegal.

Em relação aos outros242 portugueses expulsos,106 vieram do Reino Unido,62 de Espanha, 23 de França,nove da Holanda, oito da Bél-gica, seis da Alemanha, qua-

tro da Dinamarca, quatro doLuxemburgo e um do Chipre.

Houve também quatro doEquador, quatro do Peru, dois doBrasil, um da Argentina, um deCabo Verde, um da Bolívia e umda Venezuela.

O RASI 2015, hoje entregue noparlamento, indica que a crimina-lidade geral aumentou 1,3 porcento, no ano passado, face a2014, mas que a criminalidade vio-lenta e grave diminuiu 0,6 porcento.

Mais de 1.700 portugueses presos no estrangeiro, 413 deportados

As remessas dos emigrantes portu-gueses no estrangeiro caíram para213,9 milhões de euros em Feve-reiro deste ano, o que representauma quebra de 18,5% face aos262,4 milhões de euros envia-dos em Fevereiro de2015.

De acordocom os dadosdo Banco dePortugal, jádisponível nosite estatísticodo regulador,as verbas envia-das pelos trabalha-dores estrangeirosem Portugal caíram 2,4%em Fevereiro deste ano face ao pe-ríodo homólogo de 2015, tendopassado de 39,3 milhões para 38,3milhões de euros.

Olhando apenas para os PaísesAfricanos de Língua Oficial Portu-

guesa (PALOP), verifica-se a manu-tenção da tendência de reduçãono envio de verbas dos portugue-ses para Portugal, ao passo que asremessas enviadas pelos estrangei-

ros a trabalhar em Portugal au-mentaram.

Assim, os portu-gueses nos PALOP

enviaram 19,8milhões deeuros em feve-reiro, o que re-presenta uma

descida de 9,8%face ao mesmo

mês de 2015,quando tinham en-

viado mais de 22 milhõespara o seu país de origem.

Os estrangeiros em Portugal,por seu lado, enviaram 4,2 mi-lhões de euros, o que, face aos 3,6milhões enviados em Fevereiro de2015, indica uma subida de 15,1%.

Remessas dos emigrantescaem 18,5% em Fevereiropara 214 milhões de euros

O PCP alertou para a falta de infor-mação que dificultou o exercíciodo voto por emigrantes portugue-ses, questionando o ministro dosNegócios Estrangeiros sobre quemedidas pretende adoptar para ga-rantir que seja prestada informa-ção em tempo útil.

Numa pergunta entregue na As-sembleia da República e dirigidaao ministro Augusto Santos Silva, adeputada comunista Carla Cruz re-lata ter conhecimento de casos de“insuficiente resposta” das embai-xadas e consulados a pedidos deportugueses no estrangeiro relati-vamente a actos eleitorais.

“Nas últimas eleições para aeleição do Presidente da República,foram pedidos esclarecimentosquanto aos procedimentos de exer-cício de voto antecipado ao consu-lado-geral de Portugal em Londresque não obtiveram qualquer res-posta atempada.

Ao mesmo tempo foram feitastentativas telefónicas que igual-mente não surtiram efeito”, referea deputada do PCP.

Num dos casos, exemplifica,

um cidadão recebeu uma respostaàs solicitações no dia 21 de Ja-neiro, depois de ultrapassado oprazo de exercício do voto anteci-pado, informando do local da vo-tação e dos contactos doconsulado respectivo.

“A falta de informação dos con-sulados, embaixadas e mesmo doPortal das Comunidades Portugue-sas levou a que cidadãos portugue-ses se tivessem dirigido a locaiserrados para votar e fora do prazo(no caso do voto antecipado), quese encontrassem indevidamenteinscritos ou com documentaçãoem falta”, acrescenta o PCP.

Os deputados comunistas que-rem saber se o ministro tem co-nhecimento destas situações e quemedidas tenciona tomar para queseja disponibilizada nas embaixa-das e nos consulados, “conformeimperativo legal, a informação ne-cessária prestada em tempo útil, atodos os cidadãos portuguesesque residam ou trabalhem no es-trangeiro de forma a que, que-rendo, possam exercer o seudireito de voto”.

PCP questiona Governo sobre dificuldades de voto por emigrantes

A polícia alemã procura indíciosque a possam conduzir ao autor doassassinato de uma cidadã portu-guesa de 43 anos, cujo cadáverapareceu desmembrado num canalem Leipzig.

O torso foi encontrado no pas-sado dia 21 dentro de água por umtranseunte. Alertada a polícia en-viou mergulhadores para o localque recuperaram, nesse mesmo dia,uma perna do cadáver. Apenas nosdias a seguir, os elementos da polí-cia conseguiram encontrar osrestantes membros, sendo identifi-cados, através de perícias forenses,como pertencendo a Lídia MariaCruz, uma portuguesa que residiahá vários anos na cidade mas semmorada fixa.

A polícia não têm dúvidas deque se tratou de um homicídio eestá a pedir ajuda para encontrartestemunhas que possam ter estadocom a portuguesa nas suas últimassemanas de vida.

As autoridades chegaram a or-denar o esvaziamento parcial docanal para permitir à polícia fazerbuscas no seu leito.

Citado pelo jornal Bild, o com-panheiro de Maria Cruz, Toni M.,igualmente de nacionalidade por-tuguesa, afirmou que o casal tinhachegado a Leipzig há cinco anospara procurar emprego e que viua mulher pela última vez a 9 deAbril, num bar que frequentavamcomo se fosse a sua segunda casa,chamado “Brincadeira”.

Sem mostrar interesse com umjogo de futebol que estava a passarna televisão, Maria terá dito aocompanheiro que ia a outro bar eque voltaria mais tarde.

Toni M. disse ao Bild que nãoficou, nos primeiros dias, preocu-pado por nunca mais a ter voltadoa ver: “Era frequente estarmos umou dois dias sem nos ver.”

Foto: Polizei Leipzig

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Cadáver desmembrado de portuguesa encontrado em Leipzig

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PORTUGAL POST Nº 263 • Maio 2016 NOTÍCIAS 5

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A ilustradora alemã Alexandra Klo-bouk, que lança na quinta-feira umroteiro de Lisboa, considera que oturismo está a afectar a cidade eteme que os moradores abando-nem bairros históricos como Al-fama, transformando-os em locaisde atracção como “jardins zoológi-cos”.

Falando à agência Lusa a propó-sito do lançamento do livro ilus-trado bilingue (português ealemão) ‘Lissabon im Land amRand/Lisboa num país sempre àbeira’, Alexandra Klobouk diztemer que a capital portuguesa setransforme numa “cidade limpa eperfeita”, sem traços históricos esem moradores.

“Quando há crises [financeiras],as pessoas com dinheiro são os tu-ristas, pelo que é totalmente com-preensível” que haja casas e lojasdedicadas ao sector, mas “tenho asensação de que a renovação de Al-

fama a torna num jardim zooló-gico”, só com atracções, defende aautora.

“Eu quero vir cá para ver as bar-bearias e as livrarias antigas, queroir a Alfama e poder encontrar o Zée a Maria”, insiste, pedindo equilí-brio.

Apontando o caso da barbeariaCampos, que fechou temporaria-mente no Chiado para o edifícioonde se encontra ser reabilitado eacolher um restaurante de ‘fastfood’, a artista vinca que os turistasprocuram a cidade “porque Lisboaé especial e não para frequentar ca-deias de hotéis e de restaurantes”.

No livro, Alexandra Klobouk es-creve que a cidade “está a transfor-mar-se” devido ao turismo.

A exemplificá-lo, estão ilustra-ções satíricas sobre o que era Al-fama em 2011 e em 2014. Se noprimeiro ano havia casas degrada-das e mercearias de bairro, recen-

temente estes espaços deram ori-gem a edifícios reabilitados paraalugar a turistas e a lojas de ‘souve-nirs’, junto às quais passam os mi-nicarros turísticos tuk tuk.

Outro dos desenhos evidenciaa passagem de elétricos -cheios deturistas - por locais como Campo

de Ourique, Basílica da Estrela,Praça Luís de Camões, Portas doSol, Sé e Graça.

Alexandra Klobouk visitou pelaprimeira vez Lisboa em 2010, jun-tamente com o namorado, quandoambos terminaram a universidade.

Um ano depois, optaram por

viver na capital portuguesa, que ou-viram ser descrita como a “cidademais bonita do mundo”.

Apesar de ter voltado à Alema-nha em 2012, a ilustradora decidiuretratar a sua experiência em Lis-boa neste livro, que possibilita uma“caminhada pela cidade” guiadapelas suas vivências.

“Cada coisa está ligada à outra.Começo por explicar como é queaqui chego e depois falo sobre aspastelarias, o café, os bairros, ofado e a comida”, indica à Lusa,contando que, quando esteve na ci-dade, morou na Graça e alugou umestúdio para trabalhar em Alfama.

Sobre os seus locais favoritos,não hesita em afirmar que “são osmiradouros”.

Antes desta obra, AlexandraKlobouk já tinha feito um roteirosemelhante sobre Istambul (Tur-quia), cidade onde estudou du-rante oito meses.

Ilustradora alemã retrata Lisboa em livro e alerta para riscos

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PORTUGAL POST Nº 263 • Maio 2016COMUNIDADE6

A PALAVRA AO LEITOR

Será como o poema de Camões,“Mudam-se os tempos, mudam-se asvontades”?

Será que é desta, que nós, emi-grantes, ou, como alguns dirão, nãoresidentes, vamos começar a ser re-conhecidos pelos Órgãos da Sobe-rania portuguesa como sempre odeveríamos ter sido, como portu-gueses legítimos?

Depois da última legislaturacom políticas para a emigração de-magogas e populistas a que as co-munidades estiveram sujeitas,encabeçadas por um Secretário deEstado, parcial, que menosprezouas comunidades da europa em favo-recimento das comunidades foradela, não fosse esse, o círculo elei-toral pelo qual foi eleito como De-putado nas últimas quatrolegislaturas, políticas essas, que le-

varam ao agravamento que todosconhecemos nas estruturas consula-res e na rede do ensino do portu-guês no estrangeiro.

Um Secretário de Estado quenunca aprendeu a ouvir e, muitomenos, a respeitar os representantesda comunidade; um Secretário deEstado arrogante e prepotente; umSecretário de Estado que misturouo cargo de governante com o de di-rigente partidário e andou a distri-buir medalhas e títulos honoríficosno fim de mandato; um Secretáriode Estado que foi informado atem-padamente sobre irregularidadesem duas listas concorrentes ao CCP– Norte da Alemanha e foi coni-vente com essas irregularidades;um Secretário de Estado que achavaque, 5 representações consulares naAlemanha, num raio de 655 km,

não eram necessárias, mas que jáachava normal que, nos EstadosUnidos, houvesse 5 representaçõesconsulares num raio de 347 km.

E como se um Secretário de Es-tado destes já não fosse o sufi-ciente, tivemos também nosúltimos anos, um Presidente da Re-pública, que, além do – “saúdo ascomunidades da diáspora”, cumpri-mento feito há cinco anos na As-sembleia da República no discursode tomava posse quando iniciava osegundo mandato – raramente sedeverá ter lembrado das comunida-des da diáspora. A não ser para criare/ou patrocinar o Conselho da Diás-pora Portuguesa. Um conselho quepraticamente ninguém conhece eque tem por finalidade reunir 300portugueses influentes por todo omundo, onde a Alemanha, se faz re-

presentar com 5 conselheiros.Conselho este, fundado em 26

dezembro de 2012, numa altura emque no Conselho das ComunidadesPortuguesas – conselho legitima-mente eleito pela comunidade – ba-talhava contra a constante falta deverbas e que metiam em causa o seufuncionamento.

Torna-se, pois, imperativo quealguém venha explicar à comuni-dade em geral, o que é o conselho,para que serve e, não menos impor-tante, quanto é que custa aos cofresdo Estado, se for caso disso.

Não sei se “os tempos muda-ram”, mas, pelos sinais que os Ór-gãos da Soberania Portuguesa jáderam, quero acreditar que, “muda-ram as vontades”.

Não me recordo de alguma vezter existido uma vontade conver-

gente do Presidente da República,do Presidente da Assembleia e doPrimeiro- Ministro, em participa-rem nos festejos do 10 de junhojunto da emigração.

Saúdo também a forma como oatual Secretário de Estado se temdirigido às comunidades. Ao con-trário do seu antecessor, tem mos-trado respeito pelos representantesda diáspora, todos eles, mostrandouma abertura total para ouvir osproblemas da boca de quem os co-nhece no dia-a-dia.

Acabo, citando Martin LutherKing;

“Hoje é sempre o dia certo, defazer as coisas certas, da maneiracerta. Depois será tarde.”

Fernando GenroNeuss

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

A Oxalá Editora, uma editora voca-cionada para a divulgação dos au-tores da diáspora, sediada naAlemanha, tem no seu catálogo au-toras bem conhecidas da comuni-dade, nomeadamente HelenaFerro Gouveia e Cristina Danger-field-Vogt.

Os seus livros tem merecido aatenção das entidades oficiais pro-motoras da cultura portuguesa naAlemanha, nomeadamente a Em-baixada e o Instituto Camões eforam, ou serão igualmente, apre-sentado em Portugal.

O livro de crónicas de HelenaFerro Gouveia, “A Domadora de Ca-maleões”, foi apresentado no dia21 de Abril na embaixada portu-guesa em Berlim por HelenaAraújo. As crónicas deste livro que,já vai na segunda edição, abrangemuma diversidade de temas, inci-dindo em particular na experiênciada autora por vários países no de-curso da sua actividade enquantojornalista e também algumas cróni-cas sobre ser mãe de uma adoles-cente. O livro “A Domadora deLeões” tem agendado apresenta-ções em Lisboa para o dia 2 Maiona Livraria Ferin e no dia 4 nohotel The Late Birds. Na livrariaFerin a apresentação estará a cargode José Riço Direitinho e no hotel

Late Birds o livro será apresentadopor Rui Zink.

Cristina Dangerfield-Vogt eSvenja Länder no seu livro “A vidanuma mala” procuraram eviden-ciar os sentimentos comuns atodos aqueles que foram obriga-dos, por diversos motivos, a emi-grar.

A viagem de Armando de Sáaté à Alemanha em 1964 e a suahistória é o ponto de partida paraa divulgação de outras histórias daemigração portuguesa, mais anti-gas e mais recentes, e também paraa exploração da emigração turcaou para a análise da situação actualdos refugiados da Síria. Assim,através das histórias de vida de emi-grantes de vários países, as autorasprocuraram construir uma visãoabrangente do que é ser emigrante.

O livro “A vida numa Mala” foiapresentado no dia 8 de Abril noEspaço Camões, em Berlim. Estive-ram presentes o Embaixador dePortugal, João Mira Gomes, o De-putado Paulo Pisco, Mónica Lisboa(Ministra Conselheira), Patrícia Se-verino (Conselheira Cultural),Maria de Lurdes Sousa, represen-tante da Caixa Geral de Depósitose bastante público. As autoras Cris-tina Dangerfield-Vogt e Svenja Län-der, viajaram de seguida para

Portugal onde apresentaram o seulivro no dia 16 de Abril no espaçoMira no Porto. Aí após uma con-versa sobre as questões de imigra-ção e identidade, seguiu-se umconcerto da cantora turca GizemTugçe Öden, e chá e lokum ofere-cidos pela Associação de AmizadeLuso-Turca / Porto.

O livro de Cristina Dangerfield-Vogt e Svenja Länder foi também

apresentado no dia 19 de Abril noGoethe Institut pelo deputadoPaulo Pisco e por Reinhard Nau-mann, da Fundação FriedrichEbert.

O primeiro livro editado pelaOxalá Editora, “Crónicas d‘ Agri-pina”, da autora de Minimis já seencontra esgotado. Na primeira se-mana de Maio vai sair pela mesmaeditora o livro intitulado “Cami-

nhada- Um Alemão em Portugal”do autor Eberhard Fedtke

Estão ainda agendados até aoinício do Verão a edição da pri-meira antologia dos Poetas da Diás-pora e a reedição de um livro deAna Cristina Silva, A mulher Trans-parente, sobre violência domés-tica, cujos direitos de autorrevertem a favor da APAV (Associa-ção Portuguesa de Apoio à Vitima).

Apresentação dos primeiros livros da Oxalá Editora

Aspecto da apresentação do livro “A vida numa mala” em Berlim. Foto: Herbert Schlemmer

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PORTUGAL POST Nº 263 • Maio 2016 COMUNIDADE 7

Distribuir refeições, seleccionarvestuário, organizar actividadesdesportivas ou até decorar bolosde aniversário são algumas das ta-refas que Inês Thomas de Almeida,tal como muitos voluntários emBerlim, faz semanalmente numcampo de acolhimento a refugia-dos na capital alemã.

“Uma vez perguntámos a ummiúdo o que é que ele queria deprenda de aniversário. Ele disseque o sonho dele era ter um bolode chocolate. O miúdo ia fazer 13anos e fez-se um bolo enorme”,contou a portuguesa à agênciaLusa em Berlim.

Inês de Almeida referiu que oempenho da sociedade civil na ca-pital alemã “tem sido fundamentalpara acolher os refugiados e lidarcom este problema”, lamentandoalguns casos de radicalismo e esca-lada de violência contra os migran-tes na Alemanha.

“A rejeição vem do medo que aspessoas têm do outro, da pessoaque é diferente. Todo este movi-mento enorme que existe na Ale-manha trata-se de superar osmedos do outro”, referiu a portu-guesa que vive em Berlim há maisde dez anos, concluindo que “de-vemos é ajudar”.

Vânia Batalha também consi-dera fundamental o trabalho dosvoluntários no acolhimento dos re-

fugiados, referindo que “temos demostrar-lhes que podem ser inte-grados, que podem viver nesta so-ciedade. Nós queremos quegostem da nossa cultura e donosso país”.

A voluntária portuguesa acres-centou que evoluiu “gigantesca-mente por estar a viver a realidadedos refugiados”, garantindo queleva para casa “uma vontade muitogrande de tentar minimizar ao má-ximo o trauma que estas pessoastrazem”.

A crise dos refugiados tem le-vado vários portugueses a fazer vo-luntariado nos campos derececção aos migrantes, mas al-guns membros da comunidadeportuguesa na Alemanha receiamque a entrada de milhares de re-querentes de asilo resulte em faltade emprego e insegurança.

José Loureiro, conselheiro dasComunidades Portuguesas na Ale-manha, referiu que a crise dos re-fugiados é um assunto “muitodelicado” para a comunidade por-

tuguesa em Estugarda, acrescen-tado que “as pessoas pensam queo seu posto de trabalho estará emcausa e receiam pela segurançacivil”.

O conselheiro disse que algunsportugueses “transmitem a ideiade que os refugiados são pessoascomplicadas, conflituosas e indi-gentes”, mencionando que “sen-tem que os refugiados têm umaposição privilegiada em relação aeles, que já trabalham aqui há lar-gos anos”.

Alfredo Stoffel, conselheiro dasComunidades Portuguesas pelocírculo norte da Alemanha, disseque “o receio da população portu-guesa não é diferente do receio dapopulação alemã”, complemen-tando que a desunião das princi-pais forças políticas alemãs temfomentado o crescimento de “par-tidos xenófobos como o AfD [Alter-nativa para a Alemanha] e o NPD[Partido Nacional Democrático daAlemanha], que com uma conversamuito fácil atingem o medo daspessoas”.

Stoffel assinalou que o dis-curso nacionalista contra os refu-giados na Alemanha assemelha-seàs críticas que se verificaram relati-vamente à vaga de jovens profissio-nais provenientes do sul daEuropa “que vieram destabilizaramalgumas regiões, porque erammão-de-obra mais barata e as pes-soas tinham medo que viessemtirar trabalho”.

De acordo com dados do Ser-viço Federal para as Migrações eRefugiado, mais de um milhão derequerentes de asilo registaram-sena Alemanha em 2015, e cerca de150 mil nos meses de Janeiro e Fe-vereiro de 2016. A maioria dos mi-grantes é proveniente da Síria,Afeganistão, Iraque, Albânia e Ko-sovo.Sara Rocha

Portugueses na Alemanha solidários epreocupados com crise dos refugiados

AP

Durante a assembleia-geral do Conselho das Comunidades Portuguesas(CCP) que decorreu em Lisboa de 26 de Abril a 28 de Abril e em que par-ticiparam os conselheiros eleitos pela Alemanha, Alfredo Stoffel, José Lou-reiro, Nelson de Campos e António Machado, foi eleito o conselhopermanente do CCP. Para presidente deste Conselho Permanente foieleito Flávio Martins Diretor da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro ePresidente da Direção da Casa de Viseu. Alfredo Stoffel, conselheiro pelaAlemanha, foi eleito presidente do Conselho Regional da Europa do CCP.No decorrer deste encontro, os conselheiros foram recebidos pelo Pre-sidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo Primeiro-Ministro,António Costa.

Na foto, podem ser identificados os conselheiros das comunidadespela Alemanha com o Primeiro-Ministro, António Costa. FOTO:AF

Os membros da Alemanha do Conselhodas Comunidades Portuguesas e o Primeiro-Ministro António Costa

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PORTUGAL POST Nº 263 • Maio 2016COMUNIDADE8

O rancho folclórico “Corações doMinho” de Hagen organizou nopassado dia 6 de Abril um grandefestival de folclore no âmbito dascomemorações do seu 15° Aniver-sário.

Para se juntar à festa, os “Cora-ções do Minho“ convidaram dezGrupos portugueses de várias re-giões da Alemanha bem como daFrança e Luxemburgo.

O grupo voltou a realizar maisuma grande festival fazendo, lem-brar o tempo em que nos habituoua assistir a bom folclore e a reunirmuitas centenas de portuguesesnum ambiente popular e de agra-dável convívio.

A surpresa da noite foi o grupode folclore “ Cancioneiro doMinho” vindo do Luxemburgo que,apesar de ter uma curta existênciade dois anos deixou o publico pas-mado com a sua actuação. Estegrupo primou pela inovação sem,no entanto, deturpar as raízes tra-

dicionais do folclore.Os responsáveis deste grupo

merecerem um aplauso especial.Estão de parabéns os elemen-

tos e o ensaiador.Cabe também dar os parabéns

“Corações do Minho eV. Hagen” comemorou o 15° Aniversário

aos organizadores da festa e subli-nhar o esforço de os “Corações doMinho” que conseguiram pôr depé uma festa bonita e genuina-mente portuguesa.António Horta

As bolsas asppa+ pretendemapoiar financeiramente pessoas denacionalidade portuguesa quequeira realizar um projecto na Ale-manha, por um período de 1 a 3meses, em colaboração um mentorportuguês aqui residente. O bol-seiro estará deste modo sob a tu-toria desse mentor, que seránecessariamente alguém já inte-grado no mercado de trabalho ale-mão. O mentor vê assim aoportunidade do seu trabalho serreconhecido pela comunidadeportuguesa na Alemanha e em Por-tugal, e o bolseiro de ter uma ex-periência laboral na Alemanha.

O principal objectivo destas

bolsas é o fortalecimento da posi-ção e influência da comunidadeportuguesa com grau académico aresidir na Alemanha no mercadode trabalho alemão e português,através da criação de pontes profis-sionais entre os dois países. Estasbolsas têm um valor mensal entre800 a 1000 euros, dependendodos valores dos patrocínios anga-riados.

No primeiro ano de implemen-tação deste projecto, são possíveiscandidaturas para duas bolsas, fi-nanciadas por duas instituiçõesque têm apoiado a ASPPA desde oinício:• Bolsa asppa+Gulbenkian: Bolsa

com a duração de 3 meses finan-ciada pela Fundação Calouste Gul-benkian.• Bolsa asppa+Caixa: Bolsa com aduração de 1 mês financiada pelaCaixa Geral de Depósitos.

Neste momento estão abertasas candidaturas à posição de men-tor. Os interessados deverão apre-sentar um projecto à ASPPA quevise o acolhimento de um bolseiro,e enviar para o [email protected] até 4 de Maio de2016.

Para mais informações consul-tar o regulamento das bolsasasppa+ ou visitar o website:www.asppa.de

Asppa atribui bolsas a quemqueira realizar um projecto naAlemanha

A Embaixada de Portugal diz terem mãos um projecto que temcomo intenção iniciar um processode levantamento dos portuguesesresidentes na Alemanha a que dá onome de “rostos da comunidade”.

No fundo, tal como nos expli-cou um diplomata da embaixada,trata-se de identificar quem équem na comunidade e, com isso,colocar em rede personalidadesque exercem actividades nos maisdiversos sectores: artistas, escrito-res, sindicalistas, jornalistas, profis-sões liberais, advogados, médicos,autarcas, políticos, assistentes so-ciais, etc. Na verdade, um levanta-mento exaustivo com semelhanteobjectivo nunca foi realizado ape-sar de o próprio jornal PortugalPost por várias vezes ter chamado

a atenção para a importância deuma recolha de dados.

Segundo a embaixada, este le-vantamento será feito em colabo-ração com os consulados emobilizar os conselheiros eleitosda Conselho das ComunidadesPortuguesas, da Coordenação deEnsino, grupos de reflexão paraparticiparem nesta iniciativa.

Já em fase de finalização, o Por-tugal Post irá lançar ainda duranteeste mês um Directório Empresa-rial que reunirá mais de um milharde empresas de portugueses e deluso-alemães. Com este projecto,ainda que apenas virado para asempresas, o jornal está já a daruma importante contribuição parao levantamento que se pretendefazer.

Embaixada quer saberquem são os “Rostosda Comunidade”

O 36°. Congresso Nacional doPSD elegeu o presidente da suasecção na Alemanha, Artur Amo-rim, para membro do Conselho Na-cional do PSD. Em declarações aoPortugal Post, o líder do PSD-Ale-manha viu na sua indigitação o re-conhecimento da dinâmica queconseguiu instalar no núcleo doPSD-Alemanha. Artur Amorim afir-mou ainda que o seu partido é oúnico que possui elementos dascomunidades no Parlamento e nosseus órgãos dirigentes nacionais.

O líder do PSD-Alemanha reve-lou-nos também que subscreveu aproposta temática - ComunidadesPortuguesas - um desafio para Por-tugal - onde se articulam cincoáreas primordiais de intervençãopolítica: o alargamento dos direi-tos cívicos e políticos da Comuni-dade, a reforma da legislaçãoeleitoral, o apoio ao Conselho dasComunidades Portuguesas e aaposta no investimento das Comu-nidades em Portugal.

“Para o PSD, as ComunidadesPortuguesas são um pilar funda-mental da política nacional, frisa odirigente, que acrescenta aindaque o partido social-democrata

deve lutar “caso venham a ser apre-sentadas propostas para a revisãodo número de deputados da As-sembleia da República, para que sepondere o aumento do número dedeputados eleitos pelos círculos daEmigração. Os milhões de portu-gueses que residem no estrangeiromerecem uma representação par-lamentar que traduza a sua real im-portância para as decisões do País”.

“Devemos trabalhar para quese alcance uma verdadeira igual-dade de direitos entre todos osportugueses”, pode-se ler no textoda proposta social-democrata paraas Comunidades Portuguesas,subscrita por Artur Amorim. “Nomundo global em que vivemos, opaís não pode deixar de fora da for-mulação das políticas nacionais,estes cidadãos que, em algum mo-mento das suas vidas sentiram,pelas mais diversas razões, a neces-sidade de procurar no estrangeiroum novo rumo para o seu futuro.Estes portugueses têm de sentirque Portugal conta realmente comeles e quem governa tem de ter emconsideração as suas necessidadese os seus anseios “.FA.Ribeiro

Artur Amorim entra para o Conselho Nacional do PSD

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PORTUGAL POST Nº 263 • Maio 2016 COMUNIDADE 9

À hora do fecho de redacção doPortugal Post, dia 29 de Abril, o Se-cretário de Estado das Comunida-des Portuguesas, José LuísCarneiro, chega à Alemanha paraparticipar durante dois dias numainiciativa em Hanôver que envolvealunos e professores da rede deensino do Português na Alemanha.

A iniciativa que se dá pelonome de “Lusitaniádas”, tem a par-ticipação de alunos portuguesesresidentes em Hanover, Brauns-chweig, Wolfsburg, Einbeck, Bre-men, Bremenhaven, Nordhorn,Osnabrück, entre outras cidades.

Fonte da embaixada informouo PP que a iniciativa partiu de trêsprofessores da Baixa Saxónia, Car-los Correia, Teresa Barreiros eMarta Andrade. Nas “Lusitaniádas”os jovens participaram em diversasactividades desportivas e culturais,cujo objectivo foi o convívio e ocontacto com a língua portuguesaao longo do do dia.

As “Lusitaniádas” decorremna escola Humboldtschule em Ha-nôver onde no dia 30 acontece umpassatempo denominado “SuperTalentos”, no qual os alunos irãoapresentar as suas aptidões e talen-tos artísticos.

O Secretário de Estado estarátambém em Osnabrück onde con-tactará com a comunidade local evisitará a sede do Centro Portu-guês onde está instalada a antenaconsular.

Secretário de Estado das Comunidades voltou à Alemanha

ANÁLISE1. A Comunidade Portuguesana Alemanha (CPA) conta jácom mais de 50 anos de pre-sença neste país, tem cerca de130.000 pessoas e vai na suaterceira geração.

2. Ela encontra-se distribuídapor todo o território federal,mas concentrada em peque-nos grupos nas várias cidadese regiões, com deficitária co-bertura “oficial”.

3. A sua característica inicial de“mão-de-obra” barata e sobre-tudo desqualificada mudou,sendo enriquecida por novasvagas de jovens profissional eintelectualmente qualificados.

4. As suas estruturas de su-

porte – por ex. associações,centros, caritas, missões católi-cas, consulados – retrocederam,perderam influência, diluíram-se ou desapareceram.

5. Os seus elementos integran-tes, nomeadamente os seus va-lores, as suas características epotencialidades carecem aindahoje de visibilidade; a comuni-dade portuguesa é pouco no-tada na sociedade alemã e quaseausente nas suas estruturas po-lítico-sociais, salvo honrosas ex-cepções, pouco conhecidas.

6. Isso se deve ao desinteresseda própria CPA, que privilegia o“bairrismo” local, o desinteressepela política e pela cultura, re-forçando o seu isolamento, ouconcentrando-se em pequenos

grupos de interesses, por umlado, mas também à falta deapoio e incremento das estrutu-ras oficiais portuguesas, sujeitasa mudanças cíclicas de pessoal,o que dificulta a durabilidade econtinuidade da sua acção.

7. Ao contrário de outras comu-nidades, não temos “rostos” co-nhecidos, com presençaassegurada e respeitada na so-ciedade alemã, faltam-nos espa-ços de diálogo e iniciativa.

QUEM SOMOS1. Somos um grupo de reflexãolivre, não mandatado, mas em-penhado na visibilidade, valori-zação e reconhecimento danossa CPA.

2. Estamos abertos a novos ele-

mentos, interessados nos mes-mos objectivos.

3. Assim, propomos o alarga-mento deste grupo, enrique-cendo-o com elementosconhecidos na Alemanha e co-nhecedores da Comunidade.

O QUE QUEREMOS1. O grupo de reflexão elaboroujá um “Memorando sobre aCPA”, que pretende colocar àdisposição do público, que nãoé exaustivo e precisa de ser en-riquecido com novos elementose novas ideias.

2. Queremos aprofundar a aná-lise da situação da CPA, elaborare melhorar as propostas neces-sárias e os caminhos a percorrerpara valorizar e desenvolver os

valores pessoais, culturais, po-líticos, sociais e económicosda Comunidade e dar visibili-dade à CPA.

3. Para isso, queremos debru-çar-nos sobre três sectorescentrais: a) domínio econó-mico e empresarial; b) dinâmi-cas culturais e de ensino; c)actividade e apoio social, ela-borando a partir daí as neces-sárias propostas concretas deacção.22.04.2016

Grupo de reflexão livreMário dos Santos, Dortmund,Manuel Campos, Frankfurt.Alfredo Stoffel, Hamburgo.Mário Botas, Estugarda

ManifestoDAR VISIBILIDADE À COMUNIDADE PORTUGUESA NA ALEMANHA

Preocupados com o défice de visibilidade dos portugueses na Alemanha, quatro personalidades decidiram, após alguns meses de reflexão e discussão, lançar através dojornal PORTUGAL POST um manifesto cujo objectivo é, apara além de promover a discussão sobre muitos e variados temas, apelar à congregação das figuras mais destacadasda comunidade com vista à criação de um grupo que promova um maior protagonismo dos portugueses residentes neste país.

Os novos membros do Conse-lho das Comunidades Portuguesas(CCP) reunira-se nos dias 26 e 27de Abril,em Lisboa, para tomarposse e eleger as estruturas que in-tegram aquele órgão.

A cerimónia de abertura foi pre-sidida pelo ministro dos NegóciosEstrangeiros, Augusto Santos Silva,e a sessão plenária pelo secretáriode Estado das Comunidades Portu-guesas, José Luís Carneiro, queacompanhou os trabalhos.

O Conselho das ComunidadesPortuguesas tem 65 membros con-firmados, sendo que nos 50 círcu-los eleitorais existentes seriapossível eleger até 80 membros.

O Brasil é o país que elegeumais conselheiros, 13 no total, já aFrança escolheu 10 conselheiros,os Estados Unidos sete, e a Vene-zuela seis. Os círculos eleitorais naAlemanha, África do Sul e Suíça ele-geram, cada um, quatro conselhei-ros

O CCP tem um Conselho Per-manente presidido por um dosconselheiros, eleito entre os seuspares, além de comissões temáticas.

A entidade é o órgão consultivodo Governo para as políticas relati-vas às comunidades portuguesasno estrangeiro.

Compete-lhe, em geral, emitirpareceres, produzir informações eformular propostas e recomenda-ções sobre as matérias que respei-tem aos portugueses residentes no

estrangeiro e ao desenvolvimentoda presença portuguesa nomundo.

A última reunião do CCP comtodos os conselheiros aconteceuem 2008, quando houve a eleiçãopara o órgão. Depois dessa eleição,devido à reestruturação do Conse-lho, só houve mais um sufrágio,em 2015, mas que deveria ter ocor-rido em 2012. Outra reunião doplenário esteve prevista para 2010,mas foi adiada por falta de verbas.

Membros do Conselho das ComunidadesPortuguesas tomaram posse em Lisboa

Os conselheiros eleitos pela Alemanha: (da esq.) José Loureiro, Alfredo Stoffel, NelsonCampos e António Machado. Foto: AS

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PORTUGAL POST Nº 263 • Maio 2016ENTREVISTA10

20 anos Caixa Geral de Depósitos na Alemanha

A CGD cumpre este ano 20 anosde presença na Alemanha comEscritório de Representação.Que balanço faz o banco destasduas décadas de actividade naAlemanha?Com 140 anos de história, a CGD

tem hoje a maior presença internacio-nal do sector financeiro português.

Os 20 anos de presença na Alema-nha são a confirmação de que a Caixacontinua a acompanhar as geraçõesque emigram e as empresas portugue-sas que exportam e internacionalizamos seus negócios .

Quando a Caixa abriu o escritóriona Alemanha ainda não vivíamos a rea-lidade da moeda única, e as remessasdos emigrantes representavam umaimportante fonte de divisas. Entre-tanto essa realidade mudou: ao longodestes 20 anos, assistimos ao aprofun-dar da integração europeia, com todosos desafios que se colocaram ao nívelda competitividade dos países periféri-cos, mas, simultaneamente, com asoportunidades criadas pela livre circu-lação de pessoas e pelo desenvolvi-mento das competências dos jovensportugueses, cujo mercado de traba-lho deixou de ser o nacional e passoua ser o europeu.

A Caixa, como pilar de confiança,tem sido muitas vezes o porto deabrigo das poupanças de sucessivas ge-rações de portugueses que procura-ram noutros países a sua realizaçãopessoal e profissional, mas que conti-nuam a investir em Portugal, pois a Pá-tria será sempre o ponto de partida ede retorno.

A presença da Caixa na Alema-nha ao longo destes 20 anosimplicou também o acompa-nhamento da evolução da co-munidade e o ajustamento dobanco à realidade ao mercado,ou seja, à realidade dos portu-gueses. O que mudou no vossotrabalho para acompanhar asrespostas às novas necessida-des?Os últimos 20 anos foram particu-

larmente exigentes para com o sectorfinanceiro europeu e, nesse contexto,a Caixa tem sabido liderar os proces-

sos de mudança e modernização nabanca portuguesa.

Actualmente, os consumidorestêm acesso a meios informáticos e asistemas com toda a portabilidade, deque são exemplo as diferentes apps eos smartphones, e cada vez são maio-res os níveis de exigência que os nos-sos clientes nos colocam desimplificação e desmaterialização dasoperações, procurando uma maior ra-pidez, mas mantendo a segurança aque a Caixa os habituou.

Na Alemanha, a dispersão da co-

munidade portuguesa por diferentesEstados exige que tenhamos evoluídopara modelos de serviços que conju-gam a presença física (escritório comdelegados comerciais) e, simultanea-mente, com o serviço CaixaDireta on-line e uma linha telefónica deatendimento personalizado, disponí-vel 24 horas por dia. Para ter acesso aeste serviço basta ter contrato Caixa-direta e estar registado como resi-dente na Alemanha. O Caixadireta éum serviço de banca electrónica semcustos para o cliente. Na Alemanha, onúmero telefónico desta linha é 00800 351 351 00.

Enquanto banco público, de

que forma promovem a proxi-midade junto das comunidades,nomeadamente a da Alemanha?A Caixa procura oferecer a melhor

cobertura da Banca portuguesa juntoda comunidade Portuguesa na Alema-nha.

Após estudos sobre a distribuiçãogeográfica da comunidade portuguesano território alemão e sobre a evolu-ção da nova emigração, implementá-mos um modelo de serviço com a sededo Escritório em Berlim e delegadoscomerciais que prestam atendimentotodas as semanas em Estugarda, Muni-que, Frankfurt, Colónia e Hamburgo e,por marcação, noutras cidades comimportante presença de portugueses,como Cuxhaven, Osnabrück, Münster,Bona, Dortmund e Düsseldorf.

Em simultâneo, procuramos estarpresentes nos eventos mais significati-

vos para a comunidade: nos festejosdo 10 de Junho, nas diferentes festase arraiais portugueses que ocorrempor toda a Alemanha e noutras mani-festações de cariz cultural que agregamos portugueses. O nosso objectivo éque os nossos clientes conheçam anossa equipa e saibam onde nospodem encontrar sempre que preci-sem.

Em 1996 a CGD iniciou a sua ac-tividade em Bona com um Es-critório de Representação. Hojeestá em Berlim. E porquê Ber-lim?A mudança da sede do Escritório

de representação da Caixa de Bona

para Berlim ocorreu em 2000, há 16anos, no contexto da pós-reunificaçãoalemã quando Berlim foi escolhidapara nova sede do governo federal, eacompanhou a mudança da Embai-xada de Portugal na Alemanha.

A Alemanha, enquanto “motor” daeconomia europeia, tem um lugarcentral como parceiro económico dePortugal e constitui um importantedestino das nossas exportações. Destaforma, em Berlim estamos sempre emcontacto com as missões portuguesasque visitam a Alemanha, promovendoo nosso papel como parceiro da co-munidade portuguesa e das empresasexportadoras. Paralelamente, temosverificado nos últimos anos o cresci-mento de uma nova emigração portu-guesa em Berlim, que pretendemosapoiar com os nossos serviços. Muitosjovens estão colocados profissional-

mente nas novas indústrias , startups ,empresas de software - na “nova eco-nomia” em que Berlim lidera, a par deLondres, o panorama europeu.

Para além da actividade bancá-ria, a CGD apoiou ao longo dos20 anos inúmeras actividadesculturais, sociais e outras daComunidade. Que objectivos perseguemquando apoiam iniciativas dacomunidade?A Caixa reconhece que o envolvi-

mento com a comunidade é um dospilares que mais identifica a sua actua-ção e este tem sido um compromissoassumido ao mais alto nível de gestão.

Nessa medida, nestes 20 anos depresença na Alemanha, a CGD temapoiado diversas iniciativas de caráctercultural e social da comunidade por-tuguesa de que poderei dar exemplossem ser exaustiva.

Desde logo, temos vindo a apoiaras comemorações do 10 de Junho, Diade Camões de Portugal e das Comuni-dades Portuguesas, que a Embaixadade Portugal e os Consulados na Alema-nha têm organizado anualmentecomo ponto de reunião da essêncialusa e da diáspora.

A edição dos livros “Portuguesesem Hamburgo “ (Susane Mueller eLuis Pacheco) em 2014 , “Pontes porConstruir (Luísa Coelho) em 2015 e “A vida numa Mala “ (Cristina Danger-field-Voigt e Svenja Länder ) da OxaláEditora já em 2016, contaram com onosso apoio por tratarem temáticas deinteresse para a Comunidade portu-guesa .

Ao longo dos anos temos vindo aapoiar algumas das mais participadasfestas sócio-recreativas da Comuni-dade (Hamburgo, Düsseldorf , Estu-garda, Weilheim Teck, Paderborn,Hagen, Berlim, etc …) e outros even-tos de cariz cultural como a mostra decinema português em Berlim “ CINE-MAGOSTO”.

Por último, destaco a nossa parce-ria com a ASPPA (Associação Pós Gra-duados Portugueses na Alemanha):,através da concessão da BOLSAasppa+ CAIXA tornará possível a umportuguês ter acesso, durante um mês,a um projecto profissional na Alema-nha com um mentor português.

A Caixa associou-se a esta expe-riência de intercâmbio empresarial eprofissional com o financiamento dabolsa ao novo colaborador. O objec-tivo passa por integrá-lo numa em-presa na Alemanha.

As candidaturas podem ser feitasatravés do site da ASPPA e envolvem,além do próprio bolseiro, o seu men-tor e a empresa de acolhimento como apoio de mentor português.

Com esta iniciativa pretende criar-se pontes entre os dois países, permi-tindo, por um lado, que um licenciadoresidente em Portugal possa conhecero mercado de trabalho alemão e, poroutro lado, que se reforce o orgulhoda comunidade portuguesa face à di-vulgação de casos de sucesso da Diás-pora, personificados pelos mentorescolocados nas empresas alemãs ondedecorrerá o trabalho dos Bolseiros,

Mário dos Santos

Maria de Lurdes Sousa: “A CGD tem sido muitas vezes o porto de abrigo das poupanças de sucessivas gerações de portugueses”Os 20 anos de presença da Caixa Geral de Depósitosna Alemanha foi o motivo para uma pequena con-versa com a actual responsável pelo Escritório de Re-presentação em Berlim deste banco público, Mariade Lurdes Sousa.

A equipa da CGD do Escritório de Representação em Berlim. (da esq.) Tiago Pinto Pais, Maria de Lurdes Sousa e Miguel Raposo.Ainda Carlos Pereira, delegado comercial em Estugarda (canto inferior direito) e Jorge Ferreira em Colónia (no canto inferior esquerdo)

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PORTUGAL POST Nº 263 • Maio 2016 COMUNIDADE 11

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É oportuna a publicação destaobra. Tendo como pano de fundoo pré-texto de homenagear o mi-lionésimo Gastarbeiter a chegar àAlemanha (que por escolha políticaé deliberadamente português,como lembram as autoras) e atra-vés dele todos os outros migrantes,Cristina Dangerfield-Vogt e SvenjaLänder, as autoras de A vida numamala (OxaláEditora, 2016), dei-xam-nos uma série de indícios poronde podemos viajar.

Com uma estrutura aberta emque saltitam no tempo, por entreos anos 60 do século passado até àatualidade, e no espaço, do Atlân-tico ao Bósforo com paragem juntoao Sena, desvendam vidas e laçosde povos que têm destinos comunse ocupam os mesmos lugares, masnunca se encontram.

Com vozes narrativas duplas ealternadas, monólogos e diálogosíntimos - a que a distância tempo-ral confere algum humor - letras demúsicas sem som, textos poéticosde qualidade desigual e segredosroubados a diários secretos, escri-tos em língua de gentes que só co-

nhecemos dos livros de estórias,mostram como os povos são vários,as gerações são diferentes e os tem-pos são outros.

Revelam como este herói esco-lhido, Armando Rodrigues de Sá, é,finalmente, um anti-herói – umemigrante português na Alemanhaque nunca falou alemão, passou amaior parte da sua vida em Portu-

gal, nunca mandou vir a família enunca se integrou. Um erro de cas-ting. Era um homem com qualida-des - refere o testemunho de todosos que com ele privaram - a quemofereceram uma motorizada nova.Possivelmente para que nunca seesquecesse que tinha de regressar.O que ele cumpriu escrupulosa-mente. Um Gastarbeiter bem com-

portado.As nostálgicas fotos a preto e

branco de personagens sorridentese bem com a vida esbarram, algu-mas vezes, com as narrações de es-tilo neo-realista que invocam tudoo que as imagens não mostram.Um cenário por detrás de umoutro cenário. Quem conta umconto, acrescenta-lhe um ponto. É

isto a ficcionalização da História,claro. O relato a posteriori do quedeve ter acontecido. Vemos Ar-mando, impecável na fatiota nova eengomada, posar na foto de sorrisoincrédulo diante da sua motorizadaabsolutamente primorosa. UmaZündap - dizemos com ar enten-dido. No entanto, a narração, oumelhor a ficção, informa-nos comgrande detalhe que chegaram à pla-taforma 11 da estação de Colónia-Deutz “…homens de fatosamarrotados, olhos receosos (…)muitos chapéus …”. Ficamos estu-pefactos. Em que acreditar? No quevemos, no que lemos ou no quesentimos? Para resolver este trilemavai ter de ler o livro. Não se vai ar-repender.

É pena que as autoras não te-nham optado pelo registo do novoacordo ortográfico. Encontramo-nos perante um livro que apenaspublicado, do ponto de vista grá-fico, já está envelhecido. E nenhumlivro, que tantos trabalhos dá paraelaborar e publicar, merece uma talmaldade.Luísa Coelho

Uma leitura de A vida numa mala

A motorizada e o ramo de cravos brancos

Armando Rodrigues de Sá fotografado à chegada na estação de Köln-Deutz, em 1964. Foto: A. Koch

Foram publicados recentementeos resultados do prestigiado Con-curso Internacional de Vinhos “Mun-dus Vini Primavera 2016”,organizado pela editora alemã espe-cializada em vinhos e bebidas alcoó-licas “Meininger Verlag GmbH”.

Concorreram nesta edição 5000vinhos de 149 regiões vitivinícolas. Ojúri, composto por 160 especialistasinternacionais, provou todos os vi-nhos conforme o regulamento da“Organisation Internationale de laVigne et du Vin (OIV )” e premiou2063 vinhos com medalhas.

Com 258 medalhas, entre asquais nove medalhas de “GrandeOuro”, 144 de Ouro e 105 de Prata,Portugal ocupou pela primeira vezna história do concurso o 3º lugar noranking dos melhores países partici-pantes.

Os países com o maior númerode medalhas foram: Itália (496), Es-panha (469), Portugal (258), Alema-nha (226) e França (191).

Vinhos portugueses ganham 58 medalhas noConcurso Internacional de Vinhos „Mundus ViniPrimavera 2016“ na Alemanha

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PORTUGAL POST Nº 263 • Maio 2016ENTREVISTA12

Senhor Embaixador, nos con-tactos que já teve comos portugueses encontrouuma comunidade atenta, par-ticipativa e integrada social,cultural e politicamente oumais, por assim dizer, pas-siva e preocupada consigoprópria?Os contactos com a Comuni-

dade Portuguesa têm ocupadouma parte importante da minhaagenda nestes primeiros seis mesesna Alemanha. Tanto nas minhas vi-sitas às diversas áreas consulares,como na recente deslocação do Se-nhor Secretário de Estado das Co-munidades Portuguesas tenhoencontrado cidadãs e cidadãos por-tugueses bem integrados e activosem áreas diversas da sociedadealemã. Por outro lado, tambémtenho constatado a diversidade etá-ria e a distinta inserção profissio-nal, neste particular fruto da novavaga de emigração portuguesa.Aliás, a este propósito, o mais re-cente censo populacional levado acabo pelas autoridades alemãsmostra que a Comunidade Portu-guesa atingiu o valor mais elevadode sempre na Alemanha, com 133929 nacionais registados a31.12.2015.

De todos os portuguesescom quem já contactouquem (ou o que) lhe merece,para já, um sublinhado espe-cial?Seria injusto estar a destacar

um Português ou uma Portuguesaem especial, até porque só co-nheço uma pequena parte da Co-munidade na Alemanha. Mas, detodos os contactos que já tive e detodas as visitas que já realizei, sem-pre senti um enorme orgulho emser o representante diplomático dePortugal na Alemanha.

Também não tenho dúvidasque a imagem de Portugal nestepaís muito deve à nossa Comuni-dade e ao percurso pessoal e pro-fissional de todos e de cada umdos Portugueses que aqui resideme trabalham. Como também essaimagem beneficia dos nossos em-presários que aqui investem, dosnossos jovens que aqui estudamou trabalham, dos nossos artistasque aqui se dão a conhecer, dosnossos profissionais nas mais varia-das áreas e da forma hospitaleiracomo acolhemos os nossos amigosalemães quando visitam Portugal.

Tanto quanto sabemos, temtido contactos com alguns

membros destacados da co-munidade em que lhe são co-locadas questões que

interessam e preocupam a ge-neralidade da Comunidade,tais como ensino, serviçosconsulares, etc. Que res-posta tem para as preocupa-ções manifestadas pelacomunidade?A Embaixada e os postos con-

sulares na Alemanha – a SecçãoConsular em Berlim e os Consula-

dos-Gerais de Portugal em Ham-burgo, Düsseldorf e em Estugarda– estão atentos às preocupaçõesmanifestadas pela Comunidade.Em particular, todos temos procu-rado encontrar respostas adequa-das embora nem sempre as ideais.No caso concreto da rede consular,a modalidade das permanênciasconsulares têm sido uma forma deir ao encontro das necessidadesdos elementos da Comunidade. OEnsino do Português é outra áreaà qual estamos muito atentos paraprocurar inverter a tendência da di-minuição gradual do número dealunos dos cursos ministradospelo Instituto Camões. Neste casoparticular, lançámos um conjuntode acções dirigidas às autoridadesalemãs para obter uma maior valo-rização e reconhecimento do es-tudo da Língua Portuguesaenquanto língua de herança.

Existem portugueses quegostariam de sentir umaaproximação e colaboraçãoentre as entidades diplo-máticas porque julgam quepodem contribuir não ape-nas para a projecção da co-munidade como para osinteresses mais gerais de Por-

tugal neste país. Falo, porexemplo, da ASPPA, de algu-mas iniciativas sediadas emBerlim, de grupos de refle-xão, dos conselheiros, dasassociações dos empresários,dos portugueses eleitos....Como aproveitar o potencialda comunidade para projec-tar interesses do país?A Comunidade Portuguesa na

Alemanha tem um enorme poten-cial. Para isso é preciso ter um re-trato tão actualizado quantopossível sobre a composição dessamesma Comunidade. Por essarazão, a Embaixada, em conjuntocom os Consulados-Gerais e tam-bém com outros actores, como osConselheiros das Comunidades,lançou um projecto denominado“Rostos da Comunidade” com o ob-jectivo de identificar precisamenteaqueles que são os novos rostos daComunidade e de, em conjuntocom os, que já são nossos conheci-dos, alargar as redes de contactos,e de influência, de Portugal na Ale-manha.

O seu antecessor fez questão

“A imagem de Portugalneste país muito deve ànossa Comunidade”Esta é a primeira entrevista que o novo Embaixador de Portugal concede ao nosso jornal. Tendoiniciado as suas funções há cerca de seis meses, o Embaixador João Mira Gomes debruça-se, aindaque de forma concisa, sobre aspectos que interessam a todos. Com esta entrevista fica-se a sabero pensamento do actual Embaixador face a um conjunto de questõe relevantes para a comunidade.Cabe, portanto, ao leitor avaliar as intenções do nosso principal diplomata na Alemanha

Estamos a ultimar oscontactos para o pro-grama das comemo-rações do Dia dePortugal, sendo queirá privilegiar a cul-tura aliada ao talentoe à juventude e aindaà promoção do tu-rismo de Portugal.

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PORTUGAL POST Nº 263 • Maio 2016 ENTREVISTA 13

Entrevista || Embaixador de Portugal em Berlim, João Mira Gomes

de descentralizar as celebra-ções do Dia de Portugal poráreas consulares através degrandes eventos populares.Pretende dar continuidade aestas iniciativas ou será en-contrado um novo figurinopara as celebrações do 10 deJunho?As comemorações do Dia de

Portugal em Düsseldorf, Ham-burgo e Estugarda foram grandesêxitos de promoção da imagem dePortugal. Este ano iremos regressara Berlim, optando por um modelomais adaptado às característicasdesta cidade. Estamos a ultimar oscontactos para o programa das co-memorações do Dia de Portugal,sendo que irá privilegiar a culturaaliada ao talento e à juventude eainda à promoção do turismo dePortugal. Em 2017 iremos de novodescentralizar e, eventualmente,procurar localidades na Alemanhapara além daquelas que já acolhe-ram o Dia de Portugal em anos an-teriores.

A área de Frankfurt já teveum Consulado-Geral, umVice-Consulado e, mais re-centemente, um CônsulHonorário, entretanto exo-nerado. São sabidas as aspiraçõesdos portugueses residentesnaquela importante regiãoem, pelo menos, ver anun-

ciado um Consulado Hono-rário que represente o país.Será que a comunidade vaiver essa aspiração concreti-zada?E para quando a nomeação

de um novo Cônsul Honorá-rio em Munique? A rede consular na Alemanha

e as respectivas áreas de jurisdiçãosão matéria em avaliação, emboranum contexto de restrições orça-mentais. Todos nós gostaríamosde reforçar o número de postosconsulares na Alemanha, designa-damente através da reabertura do

Consulado-Geral em Frankfurt,mas devemos estar conscientesdos compromissos assumidos porPortugal em matéria de reduçãodo défice público e que implicamum controle muito apertado sobre

a despesa. No imediato, a priori-dade será para o reforço dosmeios humanos e informáticosnos Consulados-Gerais, com umaatenção especial para o caso de Es-tugarda, para uma ligeira expan-são das permanências consularese para uma avaliação muito cui-dada sobre a questão da represen-tação consular em Munique

através da figura de um CônsulHonorário.

Que planos de viagens e decontactos com a comuni-dade tem para os próximos

tempos?Nos próximos meses irei pros-

seguir o meu plano de visitas aosdiferentes Estados Federados daAlemanha, com destaque para aBaixa-Saxónia, a Renânia-Palati-nado, a Baviera e Bremen.

Que mensagem gostaria dedeixar aos portugueses naAlemanha?10. No início das minhas fun-

ções tive a oportunidade de dirigiruma mensagem à Comunidadeatravés das páginas do PortugalPost. Seis meses volvidos, ao leressa mensagem, revejo-me emtudo o que na ocasião procureitransmitir. Gostaria, porém, deaproveitar esta entrevista para rea-firmar que nós na Embaixada, etambém nos Consulados-Gerais,pretendemos reforçar a relação deproximidade com a nossa Comuni-dade. Acredito que essa será a me-lhor fórmula para promoverPortugal na Alemanha.Mário dos Santos

“No imediato, a prioridade será para o reforço dosmeios humanos e informáticos nos Consulados-Ge-rais, com uma atenção especial para o caso de Estu-garda, para uma ligeira expansão das permanênciasconsulares e para uma avaliação muito cuidada sobrea questão da representação consular em Muniqueatravés da figura de um Cônsul Honorário”.

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PORTUGAL POST Nº 263 • Maio 2016CRÓNICA14

Ana Cristina Silva

CRÓNICAS D’ AGRIPINAPor: de minimis

árias vezes ao longo dodia, digo para os meus bo-tões: tens de parar comestas leituras de faits di-

vers no facebook. São lixo mental,pedaços de informação avulsa semqualquer interesse, muitas delasmentira e quando não são men-tira, são produto do tédio domundo moderno. Se não leio aMaria nem a TV Guia, se não fo-lheio a Hola! não me deleito como mundo VIP, nem aqui nem aí,como é que gasto parte dos meusneurónios a ler estes posts, estasmensagens histéricas e vazias,estes grandes títulos dramáticos,fotografias de acne juvenil e depés sujos nos bancos do avião,chusmas de clichés, faço estedeve-e-haver permanente masacabo sempre por ir lá ter, coscu-vilhar quem faz anos, onde estãode férias, qual é o pôr do sol maisbonito, quais as celebridades -que-eram-bebés- muito-feios-e-se-transformaram-em-sex-symbols-es-

pampanantes-ou-vice-versa, quaisos malefícios do McDonalds, es-voaço sobre os perigos escondidosdas dietas miraculosas, folheio his-tórias desconchavadas que rezammais ou menos assim “esta mulherfoi a uma casa de banho numa es-tação de gasolina e não imaginas oque encontrou!” e tu vais e clicasporque a curiosidade matou ogato e o que encontras na janelavirtual é um relato mal paridosobre pouca higiene num restau-rante na Florida ou sobre um ata-que de formigas desvairadas emSurrey ou então sobre um manetaque ficou bloqueado na WC emMelbourne, nas versões mais hardcore, esbarras sempre com o hor-ror do bebé abandonado na flo-resta ou da criança desnutrida emChampagne e zangas-te, porquenão paras tu de clicar, mas logo techama a atenção outro título , tipo“porque não devemos rir duranteo dia” e os teus olhos não queremler mas lêem, mais um chorrilho

de asneiras, muitas vezes escritasnum português tão sofrível quenão caberia dentro das novas re-gras do AO, sobre os músculos dorosto e a ligação entre o riso, asrugas e a exposição ao sol, masnesse campo, até podes dar as car-tas que quiseres, pois primo, nãotens sol por aqui e, secundo,quando te ris, ris em casa, que épara não dares nas vistas e nãoacharem que não andas bem, poisse o mundo está tão doido, tãosem norte, tão sem valores(zzzzzzzzzz…..!), que motivo hás-de ter tu para rir, dir-te-ão, mas éque tu amas a vida e a diversidadehumana e quanto mais desnortea-das as pessoas, mais tu tens moti-vos para rir, o absurdo fascina-te ese pudesses passavas o dia a apa-nhar momentos do dito, mascomo tens de trabalhar e pagar arenda como toda a gente, vais-teacomodando ao ritmo diário dadisciplina do trabalhador porconta de outrem, aprendes lenta-

mente a fazer as caretas que deves,não vão descobrir que nos teusmomentos livres te ris e gozas,que há poucos prazeres iguais navida, o riso é a grande arma hu-mana da lucidez, há que rir e con-seguir apanhar a nuvem de humorque passa mesmo nos momentosmais negros e mais insólitos, aindaesta semana aprendi mais um afo-rismo do meu país de acolhi-mento, que traduzido mais oumenos livremente, dá uma coisado género “como um golo de águanuma curva” (wie ein schluck Was-ser in der Kurve) para descrever oestado de letargia dominical queafecta tanto por estas bandas, emque o sujeito(a) literalmente se es-poja no sofá, enrola-se em cober-tores e vê filmes, muitos filmes, oumuita televisão, porque está frio,está vento, está cinzento e nãotem pachorra para ir por aí correra assustar criancinhas e animais deestimação e por isso, fica em casa,o corpo meio dobrado e mole – lá

está, como um golo de água – des-lizando numa curva – neste caso,o sofá Ektorp do IKEA – e quandote levantas para pelo menos dize-res que foste dar uma volta, vaisem passo estugado e empreende-dor até à esquina, começa a cairuma bátega de água como se nãohouvesse amanhã e resignas-te,corres para casa outra vez. Comojá leste os jornais todos do dia, pa-paste dois filmes e um livro, fizesteo almoço, aspiraste, arrumaste pa-péis, tomaste o teu Kaffee &Kuche, ligaste para Portugal –onde não te atendem, está tudo narua, a conversar, passear ou a al-moçar ao sol – dormiste a sesta,enfim, percorreste todos os passosque podias do dia, só te resta… elá vais tu facebookear. Esbarrascom a frase do dia: “sabias que65% a 85% dos gatos brancos comolhos azuis são completamentesurdos?”. Aceita, em paz, sem dornem revelia: o facebook é o passa-tempo do século.

Sabias que 65% a 85% dos gatos brancoscom olhos azuis são completamente surdos?

V

pesar do meu público-alvo enquanto autora nãoser as crianças nem os jo-vens, tenho dois livros no

plano nacional de leitura - a DamaNegra da Ilha dos Escravos e CartasVermelhas - e sou às vezes convi-dada para ir a escolas falar dosmeus livros e de literatura emgeral, nomeadamente a alunos do11º e 12º ano de escolaridade. Souprofessora e não me é difícil captara atenção desses jovens duranteuma ou duas horas. Entre o encan-tamento das personagens dos li-vros e os insondáveis mistérios quefazem um escritor passar horas so-zinho de frente a um computador,consegue-se facilmente uns mo-mentos de agradável conversa comos alunos. Ultimamente, no en-tanto, tenho saído desses encon-

tros com a sensação que é precisomuito mais para formar leitores esobretudo criar neles o prazer daleitura.

No seu célebre livro, “ comoum romance” Daniel Pennac alertapara o facto do verbo ler não supor-tar o imperativo, partilhando essecarácter espontâneo com o verboamar ou sonhar. “É evidente”, es-creve o autor, “ que se pode sem-pre tentar. Vejamos: “ama-me!”,“Sonha!” Lê!, “Lê, já te disse, or-deno-te que leias!” Vem esta refe-rência a propósito da forma comofrequentemente a literatura é abor-dada nas escolas onde o enredo dolivro e a exploração da históriaacaba por subordinada à análise deaspectos formais como as caracte-rísticas da narrativa; o tipo depersonagens, etc… sem que separtilhe com os jovens o prazer e amagia das histórias. Vários investi-gadores na área da literatura infan-til e juvenil reafirmam nos seustrabalhos, na linha do que DanielPennac diz, a importância do pra-

zer na leitura e a necessidade de en-tretenimento numa fase inicial, namedida que ler é um acto voluntá-rio e exige por parte dos jovens acapacidade de estar atento duranteperíodos prolongados de tempo.A concentração e o esforço que aleitura requer implica a apostanuma dimensão lúdica que nos pa-

rece não ser suficientemente valo-rizada nas escolas. Não é por acasoque cerca de 75% dos alunos do 7º.8º e 9º ano referem que não lêemnem gostam de ler. Em certa me-dida, a escola acaba muitas vezespor ter um papel negativo na for-mação dos leitores, pela imposiçãode leituras, fichas de trabalho, tes-tes, composições, resumos, etc. Eo resultado vê-se na forma comoDaniel Pennac descreve o compor-tamento leitor de jovens perante li-vros de leitura obrigatória: “ Cátemos o adolescente fechado noseu quarto diante de um livro quenão lê. O seu desejo de estar longedali coloca entre ele e as páginasabertas uma cortina que desfoca aspalavras.”

O hábito de ler é adquiridomais facilmente em famílias quetem o hábito de ler histórias àscrianças, ou quando essas tiverama sorte de “tropeçar” num profes-sor ou em alguma outra pessoaque as contagiou com o seu pró-prio o gosto, o vício e o hábito da

leitura. Da mesma forma que a lei-tura de histórias a crianças peque-nas faz bem, cria momentos deintimidade entre pais e filhos,alarga horizontes e vocabulário, de-fendo que esses momentos de lei-tura conjunta podem acontecerigualmente na escola, mesmo comjovens podendo sensibilizar osadolescentes para os aspectos maisinteressantes da história.

Estas considerações tornam-seainda mais pertinentes para os jo-vens luso-descendentes em que oportuguês acaba muitas vezes pornão ser a língua não materna. A lei-tura conjunta e a discussão do livropode ser um instrumento funda-mental para que os jovens ganhemmaior fluência com língua e te-nham contacto com autores clássi-cos, mas também contemporâneosda literatura portuguesa. É destaforma que as bibliotecas que exis-tem por vezes nas associaçõespodem deixar de ser apenas umacolecção de livros para darem ori-gem a comunidades de leitores.

“Ama-me!”, “Sonha!” Lê!, “Lê, já te disse, ordeno-te que leias!”

A

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PORTUGAL POST Nº 263 • Maio 2016 15

Malas FeitasMiguel Syzmanski

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a realidade, acabei deconhecer o diplomata ede lhe apertar a mãopela primeira vez cinco

minutos antes em frente ao café,no meio do parque verdejante doCampo Mártires da Pátria, ladeadopela velha faculdade de Medicina,o Goethe Institut, a Embaixada daAlemanha e, do lado mais pobre,casas com roupa pendurada asecar nas janelas como bandeiri-nhas num velho navio.

Depois de uma breve hesitação,aceitara dias antes o convite do di-plomata da Embaixada da Alema-nha para irmos almoçar. O motivoque referiu para me convidar, no e-mail que enviou para a redacçãodo diário sedeado em Berlim, des-

pertou a minha curiosidade. Que-ria “agradecer-me pessoalmente”por uma crónica que publicarauma semana antes no diário ale-mão TAZ, onde duas vezes por mêspublico pequenos textos sob o ti-tulo “Zu Hause bei Fremden” (EmCasa com Estranhos). Sugeriu o res-taurante por SMS e eu confirmei.

Fizemos um brinde. O diplo-mata, robusto e compacto, comcara de quem nasceu no campo efoi para a cidade, sorri um sorrisode quem também sabe o que é so-frer, sem se perceber se por doresda alma ou do corpo. À noite canta-se Fado no “Cantinho da Amizade,leio num cartaz afixado na parede.Na minha última crónica para oTAZ tinha escrito sobre uma confe-rência em Lisboa no início deMarço com o ministro de Estadopara a Europa do governo Merkel,um senhor de nome Michael Rothpertencente ao SPD.

O ministro alemão, 45 anos deidade e desde os 28 deputado doBundestag, viera a Lisboa para “dia-logar com jovens portugueses”,como dizia o comunicado de im-prensa do evento. Eu, como jorna-

lista e correspondente na capitalportuguesa, tinha sido previamentecontactado pela organização (umthink tank de Berlim ligado ausAuswärtiges Amt, o ministério dosNegócios Estrangeiros de Berlim)para sugerir nomes de participan-tes nos workshops e na conferênciacom o ministro. Como há dias emque ainda acordo a acreditar na hu-manidade em geral, e na políticapor arrasto, momentos de ingenui-dade, achaques felizmente passa-geiros, fiquei feliz por alguém nogoverno de Berlim querer conhe-cer e dialogar com jovens portugue-ses. Sugeri nomes de pessoas comprojecção pública, com ideias pró-prias, de todos os quadrantes, semligações a partidos ou sindicatos.Não deveria ter ficado tão admi-rado como fiquei com o baixíssimonível da intervenção do ministro.

A apresentação dos “workshops” fora feita imediatamenteantes do discurso do ministro porjovens que falavam e apresentavamas sua ideias inócuas como alunosdo ensino secundário com receiode decepcionar o professor.

O diálogo entre os jovens por-

tugueses e o ministro alemão foinulo. Todo o evento “Diálogosobre a Europa” entre o jovem mi-nistro, velho como uma raposa, eos jovens do país do Sul da Europaem crise não passou de uma cari-cata operação de marketing, vazia,sem substância, espírito ou con-teúdo além de frases feitas decalca-das de outros discursos.

Quando o ministro acrescentoualgumas banalidades sobre a crisedos refugiados na Europa, repetiuvárias vezes que o assunto exigiauma mais célere “solução final” (nocontexto entendia-se que se referia-se à decisão dos processos deasilo). Ainda lhe dei desconto: afalar em inglês poderia estar-lhe aescapar a conotação nazi do termo“final solution”/ “Endlösung”, quena actualidade não cai particular-mente bem no discurso de um mi-nistro de Berlim.

Próximo do final do evento,ainda ao ministro gesticulava de pécomo um guarda sinaleiro, passou-me repentinamente o ataque de in-genuidade. Tal era o vazio deconteúdo, de diálogo e de empatiaque se fez luz e fique curado do

meu episódio de credulidade. Todaaquela encenação fora meticulosa-mente organizada e financiada paraaquele político de carreira poderpublicar no site do ministério e nosjornais meia dúzia de fotografiasem pose “ministro dialoga com jo-vens da Europa do Sul”.

Deixei passar três semanas atéescrever sobre a risível prestaçãodo ministro em Lisboa na minhacrónica no TAZ, que desencadeouo almoço com o diplomata . “Todaa gente na Embaixada” teria concor-dado comigo, diz-me ele, que o mi-nistro só viera a a Lisboa ( já tinhaido a Atenas, brevemente irá a Ma-drid) para conseguir alguns cro-mos coloridos para o seu álbum devaidades, tal como eu escrevera,disse-me ainda durante os aperiti-vos. Saí do almoço com a sensaçãode dever cumprido.

A vida é assim, às vezes acredi-tamos que no mundo existemesmo um “Cantinho da Amizade”.Mas como a terra não é plana,temos sempre que admitir a hipó-tese, de o almoço ter sido marcadopor ordem do ministro para preen-cher os brancos na minha “ficha”.

“O Cantinho da Amizade”

N

Estamos sentados os dois,um à frente do outro comovelhos amigos, a começar oalmoço no restaurante deuma rua castiça de Lisboa,entre nós só uma pequenamesa de toalha colorida, doispratos, azeitonas e um jarrode vinho tinto.

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PORTUGAL POST Nº 263 • Maio 201616

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Áreas de ActuaçãoDireito de TrabalhoDireito das SociedadesDireito de famíliaDireito de sucessões

Cooperacão:Fátima Dias Pinto, PortoSandra Gomes Pinto, Lisboa

Perguntasfrequentes

Na edição do PP de outubro de2015 foi abordada ao de leve a fle-xibilização da licença e da presta-ção parental na modalidade“prestação parental extra (Eltern-geld Plus), aplicável a pais cujos fi-lhos tenham nascido a partir de 1de julho de 2015. Convém agoraexplicitar mais profundamente asmedidas em vigor neste âmbitodesde janeiro de 2007, com as alte-rações introduzidas desde então.

Regime jurídicoEsta matéria encontra-se regula-mentadas na lei federal sobre aprestação e a licença parentais“Bundeselterngeld- und Elternzeit-gesetz, (BEEG)”, de 5 de dezembrode 2006, modificada pela últimavez em 27 de janeiro de 2015. Asmedidas visam facilitar ao pai ou àmãe a decisão de interromper oude reduzir temporariamente a suaatividade remunerada para pode-rem dedicar mais tempo aos filhos.

O que é a prestação parental básica?Trata-se de um subsídio atribuído àmãe e ao pai se ficarem em casa acuidar dos filhos durante os primei-

ros 14 meses a seguir ao nasci-mento e, por esse motivo, nãoexercem qualquer atividade remu-nerada ou trabalham apenas atempo parcial, não ultrapassando30 horas semanais. Na sua forma clássica, a duraçãomáxima da prestação é de 12meses se for unicamente a mãe ouo pai a cuidar do filho. Se ambosos progenitores tomarem essaopção, um deles beneficiará destaprestação durante 12 meses, nomáximo, e o outro durante 2meses, no mínimo. Ou seja, a pres-tação pode ser concedida duranteos 14 meses a seguir ao nasci-mento. Os pais podem repartir entre elesos 14 meses disponíveis, como me-lhor entenderem.Este período de 14 meses aplica-setambém às famílias monoparentais.

Pressupostos para atribuiçãoA atribuição da prestação parentalé independente da circunstânciade o pai ou a mãe requerentesterem trabalhado ou não no pe-ríodo anterior ao parto. Pode seratribuída a funcionários públicos,a trabalhadores por conta de ou-

trem, a trabalhadores por contaprópria, a desempregados, a donasde casa ou a homens que se ocu-pem das tarefas domésticas.Têm direito à prestação parental(básica e extra) as mães e os paisque

* cuidem e eduquem os filhosapós o nascimento;* não trabalhem mais de 30horas por semana (para efeitodesta lei, uma atividade profis-sional durante mais de 30horas por semana é conside-rada trabalho a tempo inteiro enão confere direito ao subsídioparental);* vivam com os seus filhos nomesmo agregado familiar e* tenham o domicílio ou a resi-dência permanente na Alema-nha.

Além dos progenitores (naturais eadotivos) podem beneficiar destaprestação, em casos excecionais, fa-miliares em terceiro grau, taiscomo avós ou irmãos.

Montante do subsídio parentalO valor da compensação financeirado vencimento perdido (nas moda-lidades básica e extra) rege-se pelaremuneração mensal líquida dispo-nível auferida antes do parto porquem cuida do filho. Este mon-tante não é idêntico ao valor lí-quido constante das folhas desalário. Para trabalhadores por conta pró-pria, baseia-se nos rendimentos au-feridos pelo beneficiário no anoanterior ao nascimento da criança. O montante desse apoio financeiroestatal encontra-se escalonado daseguinte forma:

* 65% do salário líquido se estefor de 1240 euros ou superior.* 66% do salário líquido se estefor de 1220 euros.* 67% do salário líquido se os

salários estiverem compreendi-dos entre 1000 e 1200 euros * Para remunerações inferioresa 1.000 euros, a percentagemvai aumentando gradualmenteentre 67% e 100%.

A importância mínima é de 300, amáxima é de 1.800 euros por mês.Quem não estava a trabalhar antesdo parto recebe o valor mínimo de300 euros.

Subsídio parental extra – „Elterngeld Plus “Esta modalidade do subsídio pa-rental destina-se mais a progenito-res de filhos nascidos a partir de 1de julho de 2015 e que pretendemcombinar a licença parental comtrabalho a tempo parcial. Trabalho a tempo parcial significa,neste âmbito, que só podem traba-lhar até 30 horas por semana.Nesse caso, além do salário aufe-rido pelo trabalho a tempo parcial,têm direito adicionalmente à pres-tação parental extra, da qualpodem beneficiar durante 2 anos. O valor do subsídio é calculado damesma forma que o subsídio pa-rental básico. No entanto, nãopode ultrapassar a metade da pres-tação a que os pais teriam direitose não trabalhassem a tempo par-cial após o nascimento da criança.Em contrapartida, é pago duranteo dobro do tempo. Desta forma,um mês de subsídio parental bá-sico equivale a 2 meses de subsídio

parental extra.

Bonificação e outras caraterísti-cas da prestação parental plusOs progenitores que optem portrabalhar ao mesmo tempo, entre25 e 30 horas semanais, durante 4meses seguidos, receberão umabonificação individual (Partners-chaftsbonus), que consiste em 4meses adicionais da prestação pa-rental plus. Deste modo, o períodototal da concessão deste benefíciopode chegar aos 28 meses.Outra caraterística introduzidacom a modalidade “plus” é a pos-sibilidade de os pais poderem tirar2 dos 3 anos de licença parentalmais tarde quando os filhos tive-rem entre 3 e 8 anos de idade. Per-mite-lhes acompanhar maisintensivamente os filhos nas oca-siões em que mais necessitem,como por exemplo, na altura de in-gressarem na escola.

Licença parental – condições daconcessãoPodem usufruir da licença paren-tal, também conhecida por fériaspara educação (Erziehungsurlaub),as mães e os pais que se encontremnuma relação laboral. É um direitoconsagrado na lei. A pretensão nãopode ser recusada pelo emprega-dor. O trabalhador que pretenda gozar

Medidas de apoio à família e natalidade. Licença parental (Elternzeit), subsídio parental (Elterngeld), subsídio parental extra (Elterngeld Plus)

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PORTUGAL POST Nº 263 • Maio 2016 17

Rechtsanwälte Ferreira & Lang Michaela Ferreira dos SantosWilhelmstr. 22, 53111 BonnTel. (0049)-228-94747180Fax (0049)-228-94744684e-Mail: [email protected]

Michaela Ferreirados Santos

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Informação Jurídica

uma licença parental tem obriga-ção de informar a entidadepatronal com determinada antece-dência. Deve fazê-lo, por escrito,observando o prazo de 7 semanasantes do início da licença. Destaforma, se a mãe pretender tirar alicença logo a seguir ao períodode proteção na maternidade (8 se-manas após o parto), deve fazê-lodurante a 1.ª semana a seguir aonascimento do bebé. Se o pai qui-ser beneficiar da licença logo a se-guir ao nascimento da criança,deve informar o empregador 7 se-manas antes da data prevista parao parto.Os pais podem dividir entre eles operíodo de licença, podem traba-lhar até 30 horas por semana oupodem simplesmente ficar emcasa durante o respetivo períododa licença, sem receber qualquerremuneração da entidade patro-nal. Terminada a licença podemregressar ao emprego. As alterações ultimamente intro-

duzidas permitem maior flexibili-dade da licença parental. Há quedistinguir estas duas situações:

* Filhos nascidos até 30 dejunho de 2015: o pai ou a mãepodem repartir a licença de 3anos por dois períodos. Não énecessário o consentimento daentidade patronal até a criançacompletar 3 anos de idade. Seo empregador estiver deacordo, pais e mães podemprescindir de 12 meses de li-cença nos 3 anos iniciais e usu-fruir desse período mais tarde,até a criança completar 8 anosde idade. * Filhos nascidos a partir de 1de julho de 2015: os paispodem repartir a licença por 3períodos. Além disso, podemoptar por tirar até 2 anos da li-cença entre o 3.º e o 8.º anosde vida da criança. Para tal, nãoé necessário o consentimentoda entidade patronal. No en-tanto, devem comunicar essa

intenção ao empregador com13 semanas de antecedência. Oempregador só pode recusaralegando razões urgentes deordem operacional.

Ferramentas online úteis Antes de requerer o subsídio pa-rental os pais devem ponderar du-rante quantos meses tencionamsuspender por completo a ativi-

dade laboral após o nascimento.Esse será o período de atribuiçãode subsídio parental normal. Osmesses em que passam a trabalhara tempo parcial no primeiro anoapós o nascimento corresponde-rão ao período de atribuição desubsídio parental extra.A legislação permite aos beneficiá-rios combinar entre “Elterngeld”,“Elterngeld Plus” e “Partnerschafts-bonus”. Informações pormenoriza-

das estão disponíveis no portalwww.familien-wegweiser.de. Alipode recorrer-se à ajuda de algu-mas ferramentas. Um planeadordo subsídio parental (Elterngeld-planer) permite, por exemplo, cal-cular o montante do subsídioparental extra em combinaçãocom o subsídio parental clássico.Outra das ferramentas online é umsimulador do cálculo do subsídioa atribuir (Elterngeldrechner).

Medidas de apoio à família e natalidade. Licença parental (Elternzeit), subsídio parental (Elterngeld), subsídio parental extra (Elterngeld Plus)

No dia 4 de julho de 2012 foi apro-vado, pelo Parlamento Europeu e peloConselho, o Regulamento (UE) n.º650/2012, relativo à competência, à leiaplicável, ao reconhecimento e execu-ção das decisões, à aceitação e execu-ção de atos autênticos em matéria desucessões, e ainda à criação de um Cer-tificado Sucessório Europeu. O pre-sente regulamento diz respeito àmatéria de sucessões das pessoas fale-cidas a partir de 17 de agosto de 2015(inclusive) salvaguardando, no en-tanto, a validade das disposições pormorte ou escolha de lei feita pelo fale-cido, nomeadamente por via de testa-mento, se feitas antes dessa data.

Assim, em termos de aplicaçãotemporal e disposições transitórias, im-portará sublinhar que este regula-mento decidiu igualmentesalvaguardar a validade de atos suces-

sórios praticados em momento ante-rior ao dia 17 de agosto de 2015,desde que respeitadas as condiçõesprevistas no mesmo.

ÂMBITO DE APLICAÇÃO DO REGULAMENTO

Regra geralO Regulamento introduz, como únicofator de conexão, a lei da última resi-dência habitual do falecido, com vistaa designar tanto o foro competentepara decidir da integralidade da suces-são, como a lei aplicável a uma suces-são. Tomando em consideração o acima re-ferido, em termos de competência in-ternacional, deverá atender-se àsseguintes disposições legais do citadoregulamento: Art. 4.º “São competentes para decidirdo conjunto da sucessão os órgãos ju-risdicionais do Estado-Membro emque o falecido tinha a sua residênciahabitual no momento do óbito”, bemcomo o Art. 5.º (Acordo de eleição deforo), artigo 6.º (declaração de incom-petência no caso de uma escolha delei) e artigo 22.º (escolha de lei).

No que concerne à lei aplicável, porsua vez, deverá considerar-se o n.º 1,do artigo 21.º, o qual determina que:“Salvo disposição em contrário do pre-sente regulamento, a lei aplicável aoconjunto da sucessão é a lei do Estadoonde o falecido tinha residência habi-tual no momento do óbito”. Acresce, ainda, que segundo o artigo20.º do mencionado Regulamento: “É aplicável a lei designada pelo pre-sente regulamento, mesmo que nãoseja a lei de um Estado-Membro”.

Escolha da Lei Como acima referido, a regra geral de-finida pelo regulamento é a da resi-dência habitual do falecido à data doóbito, salvo se a pessoa tiver escolhidoa lei de que é nacional para regulartoda a sua sucessão. Quanto à escolhada lei aplicável, diz-nos o n.º 1, do ar-tigo 22.º, do regulamento que: “Uma pessoa pode escolher como leipara regular toda a sua sucessão a leido Estado de que é nacional no mo-mento em que faz a escolha ou no mo-mento do óbito. Uma pessoa comnacionalidade múltipla pode escolhera lei de qualquer dos Estados de que

é nacional no momento em que faz aescolha.”Tal disposição testamentária (porexemplo) de um cidadão portugues,residente na Alemanha com bens mó-veis e imóveis na Alemanha e em Por-tugal poderá ser nos seguintes termos: “Que escolho, ao abrigo do Regula-mento n.º 650/2012 do ParlamentoEuropeu e do Conselho, de 4 de julhode 2012, a lei da minha nacionalidade(portuguesa) como a lei aplicável àminha sucessão, bem como escolho acompetência dos tribunais portugue-ses para os mesmos efeitos.”

CONCLUSÃO: PLANEAMENTO SUCESSÓRIO

Em face do acima exposto, reclama-se,nos dias de hoje, por uma cultura deplaneamento sucessório, tomando emconsideração a gama alargada de legis-lação interna e internacional e a livrecirculação de pessoas. Em determinados casos, poderá sercomplexo determinar a residência ha-bitual do falecido por razões profissio-nais ou económicas, tenha ido viverpara o estrangeiro a fim daí trabalhar,

por vezes por um longo período, mastenha mantido uma relação estreita eestável com o seu Estado de origem. Aeste respeito, imagine-se o númerosignificativo de Portugueses que emi-graram para outros Estados-membrosou Estados terceiros. Nestes casos, te-remos de atender em que termos seencontram a trabalhar no estrangeiro,com que frequência regressam a Por-tugal, se dispõem de bens em Portugale no País onde trabalham, se traba-lham no estrangeiro mas investem eadquirem bens em Portugal, etc. Entendemos que está na hora de nãoter receio em abordar a “nossa morte”,organizando com tempo e antecipa-damente a sua sucessão, de forma in-formada e principalmente de modo aevitar situações juridicamente comple-xas e legados conflituosos para os nos-sos herdeiros.

DIREITO DA FAMILIA E SUCESSÕESREGULAMENTO DA UNIÃO EUROPEIA EM MATÉRIA SUCESSÓRIA

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PORTUGAL POST Nº 263 • Maio 2016 SERVIÇO || AOS PAIS E JOVENS 19

Exemplos de perguntas: Como encontro uma vaga de formação na minha profissão desonho?  Como deve ser escrita a minha carta de candidatura?Como posso preparar-me para uma entrevista na empresa eum teste de aptidão? Como devo proceder se tiver problemasdurante a formação? Vou ser integrado no quadro de pessoalda empresa depois de concluir a formação? Que opções de car-reira tenho após a conclusão da formação na minha profissão?Uma estadia no estrangeiro ajuda-me a acumular experiên-cias? e muitas mais perguntas. As suas perguntas serão res-pondidas por profissionais dos serviços de emprego, dascâmaras de comércio e indústria e das câmaras de artes e ofí-cios. Envie-nos as suas perguntas para o endereço de e-mail se-guinte: [email protected]    ou por correio ou fax:0231-8390289

O meu filho está no penúltimo ano da escola secundária e aindanão pensou no que vai fazer a seguir à escola. Qual é o seu con-selho?O seu filho comporta-se como muitos outros jovens que não conse-guem imaginar que, o mais tardar no ano seguinte, terão de tomaruma decisão.Agora ele deve tentar encontrar pelo menos uma direcção aproximadado que gostaria de fazer a seguir à escola. Como muitos outros alunosque saem da escola, o seu filho ainda quer ganhar tempo e tenta porisso adiar uma decisão concreta. No entanto, agora é o momento certo para ele fazer uma marcação naorientação profissional do serviço de emprego (Berufsberatung derAgentur für Arbeit) e se deixar aconselhar. Para o seu filho é muito im-portante encontrar a orientação profissional certa.

Por princípio é sempre melhor a candidatura a um curso superiora seguir à conclusão do nível de aptidão ao ensino superior (Abi-tur)?Não, isso depende sempre do seu objectivo profissional e também depoder aplicar correctamente o seu perfil de desempenho. Aproveitepor isso a consultoria no âmbito de profissões e cursos superiores doserviço de emprego (Berufs- und Studienberatung der Agentur für Ar-beit). O contacto é possível através da sua escola ou pessoalmente noseu serviço de emprego e também telefonicamente para o registo naorientação profissional através do número 0800/4555500 (gratuito).

A seguir à minha conclusão do nível de aptidão ao ensino superior(Abitur) tenho possibilidades de encontrar uma vaga de forma-ção como produtor de cerveja e malte?Em todos os estados federais há muito poucas ofertas de formaçãopara esta profissão. Apresse-se a fazer uma marcação na orientação profissional do serviçode emprego (Berufsberatung der Agentur für Arbeit) responsável porsi, que também o poderá apoiar se houver necessidade de apresentaruma candidatura inter-regional. As empresas esperam notas boas emmatemática, química e física. Considere também possibilidades de for-

mação alternativas, como técnico químico ou técnico de tecnologia ali-mentar.

A minha filha não recebe remuneração de formação durante asua formação escolar. Que apoio pode receber?A sua filha pode requerer prestações escolares nos termos da lei federalalemã para promoção da formação (BAföG) no serviço de promoção daformação (Amt für Ausbildungsförderung) da cidade ou do distrito com-petente para o seu caso. Esta prestação de BAföG não tem de ser reem-bolsada pela sua filha. Para a concessão de BAföG escolar é consideradaa situação financeira da sua filha e também o rendimento dos pais. Asua filha pode informar-se previamente em www.bafoeg-rechner.de.

Que possibilidades de formação complementar tenho a seguir àconclusão da minha formação como mecatrónico de automóveis?Uma possibilidade é candidatar-se numa escola de mestres para a for-mação complementar como mestre de artes e ofícios (Meister im Hand-werk). A formação complementar é possível a tempo parcial ou a tempointeiro. Para o financiamento dos custos poderia requerer prestações para aformação de mestre nos termos da lei federal alemã para promoção daformação (Meister-BAföG). As prestações no âmbito do Meister-BAföG,que normalmente são concedidas como empréstimo, podem ser usadascomo subsídios para as propinas escolares e para a própria subsistên-cia.

Agora ainda encontro uma vaga de formação como técnica co-mercial da indústria (Industriekauffrau)?Em regiões com uma infra-estrutura correspondente já só há vagas deformação profissional, mas já são poucas, porque as empresas grandesjá editaram os processos de candidatura um ano antes do início da for-mação. Alternativamente devia considerar uma formação como técnicade gestão de escritório (Kauffrau für Büromanagement). As pequenase médias empresas actualmente ainda oferecem muitas oportunidadesde formação como técnica de gestão de escritório. Também há empre-sas de artes e ofícios que formam técnicos de gestão de escritório. Paraalém da conclusão do nível de 10.º ano de escolaridade (Mittlerer Schu-labschluss), as empresas também esperam dos candidatos boas notasnas disciplinas principais.      

Que possibilidades de formação contínua tenho a seguir à con-clusão da formação de técnico de gestão de escritório (Kaufmannfür Büromanagement)?Pode realizar uma formação complementar como técnico especializado(Fachkaufmann), como técnico comercial de empresas (kaufmännischerFachwirt) e mais tarde também como gestor de empresas aprovadopelo estado (geprüfter Betriebswirt).

A minha formação como electrotécnico, com duração de três anose meio, pode ser reduzida devido ao meu nível de aptidão ao en-sino superior (Abitur)?Se a empresa de formação estiver de acordo, o tempo de formação podeser reduzido no máximo um ano. Nesse caso a empresa é obrigada atransmitir os conhecimentos e as competências de modo comprimido

no tempo mais curto. Isso pode ser problemático particularmente emprofissões técnicas.Além disso, existe a possibilidade de, após a aprovação no exame in-tercalar com uma nota mínima entre 2 e 2,5, tirar meio ano ao tempode formação. No entanto, também neste caso é preciso assegurar queconsiga passar no exame de formação.Em termos gerais é preciso considerar individualmente o que é con-veniente. Afinal, o importante é ficar aprovado no exame final comaproveitamento, se possível com boas notas.Quem é esperto e obtém boas notas, pode até conseguir uma Bolsade Formação Contínua da Promoção de Talentos do Ministério Federalde Formação e Investigação (Weiterbildungsstipendium der Begab-tenförderung des Bundesministeriums für Bildung und Forschung(BMBF)) de no máx. 6.000 €, num período máximo de três anos, paramedidas de promoção profissional.

Que vantagens tenho se me candidatar a um curso superior dualcom formação profissional integrada?Durante um curso superior dual com formação profissional integradanão teria o encargo financeiro, uma vez que a empresa muitas vezespaga as propinas do curso superior. Teria à disposição um rendimentoregular que se orienta pela remuneração de formação. A seguir ao curso superior espera por si um posto de trabalho seguro,já que normalmente as empresas assumem os estudantes. Uma vezque se tem pouco tempo disponível para estudar, o curso superior dualexige um elevado nível de disciplina devido à sua estrutura compacta.A um curso superior dual precisa de se candidatar um ano antes doinício do curso.

Posso receber um apoio financeiro se a empresa de formação fu-tura se encontrar longe da minha residência?Sim, se uma viagem diária de ida e de regresso para a/da empresa deformação não for admissível para si em termos de tempo, é conve-niente procurar um alojamento na localidade da empresa. Para issopode requerer os custos de alojamento e de viagem de deslocação noâmbito do subsídio de formação profissional (Berufsausbildungsbei-hilfe) na orientação profissional do serviço de emprego (Berufsbera-tung der Agentur für Arbeit). Para o cálculo do subsídio de formaçãoprofissional são consideradas as suas condições de rendimento e asdos seus pais. O montante que pode esperar pode ser calculado pre-viamente em www.babrechner.arbeitsagentur.de.

Eu estou a fazer uma formação profissional como cabeleireira emudei de empresa de formação. Exteriormente o meu caderno de relatório já não estava em boascondições. Também não o preenchi como era de esperar, mas aempresa de formação anterior assinou-o apesar disso. O que meaconselha a fazer por causa do caderno de relatório na empresanova?O preenchimento correcto do caderno de relatório é uma condiçãoprévia para a admissão ao exame. Por isso, durante o resto da formação na empresa nova deve mantersem falta o seu caderno em perfeitas condições, tanto exteriormentecomo em termos de conteúdo.

Em colaboração com o Governo Federal Alemão

Perguntas e respostas sobre formação profissional

Tem interesse numa formação profissional e mais tarde gostaria de fazer carreira na sua pro-fissão? Começou uma formação profissional e não está satisfeito com ela?Entre em contacto connosco se tiver questões sobre o tema “Formação profissional”! Temos gosto em ajudar!Beneficie do nosso apoio em cooperação com a campanha de formação do Governo Federal e

do sector económico. Envie-nos as suas perguntas para o seguinte endereço de e-mail: [email protected] oupor correio para o endereço do jornal ou ainda por fax: 0231/83 90351Pode fazer perguntas de A a Z sobre o tema “Formação profissional”, às quais receberá respostascompetentes.

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PORTUGAL POST Nº 263 • Maio 201620

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Antenas ConsularesEndereços e Hor. de funcionamento

Todas as semanas nos seguintes locais:MünsterOs JovensHammerstr 371- 48153 Münster2ªfeira: 08h30-16h30 -3ªfeira: 08h30 -16h00

OsnabrückCentro PortuguêsBünderstr. 6 - 49084 Osnabrück5ªfeira: 08h30 -15h30- 6ªfeira: 08h30-16h00Atendimento só com marcação prévia0211-1387826 ou 0211-1387822

MainzMissão Católica Portuguesa de Mainz, Hintere Bleiche 53 - 55116 Mainz, 2ª,3ª.4ª feira das 8:30 às 13:30 horas

OffenbachMissão Católica Portuguesa de Offenbach,Marienstr. 38 - 63069 Offenbach, 5ª e 6ª feira das 8:30 às 13:30 horasNão é necessária marcação

Ao serviço do Fado há mais de 15 anosContacto: 0173 - 29 38 194

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Entrevistas a portu-gueses que emigra-ram nos anos 60para a Alemanha;uma viagem às raí-zes do milionésimotrabalhador estran-geiro a chegar àAlemanha, Ar-mando Rodrigues

de Sá e depoimentos e entrevistas a novosemigrantes e a “viajantes” que tinham razõesdiferentes, mas destinos comuns, tudo isto,e muito mais, cabe no livro “A Vida NumaMala” da Autoria de Dangerfield-Vogt e SvenjaLänder recentemente editado pela Oxalá Edi-tora. A vida numa malaNúmero de Páginas: 156Preço: € 14.90

Die Autorin des im letzten Jahr erschienenenwunderbar illustrierten Kochbuchs "Die por-tugiesische Küche" führt in ihrem neuen Buchnach Lissabon, das ihr ans Herz gewachsenist. In 2010 erschien Alexandra Klobouks ersteund bereits sehr erfolgreiche Veröffentlichung»Istanbul, mit scharfe Soße?« als Kulturverfüh-rer zur Hauptstadt am Bosporus. In der Zwis-chenzeit hat sich die Illustratorin bis an dieäußersten Westgrenzen Europas, nach Lissa-bon begeben und auch von dort Erlebnisse,Eindrücke und Kuriositäten mitgebracht. Inihrem neuen Buch sind diese in bekannt char-manter und humorvoller Weise und ganz imSinne der Kulturvermittlung zu Papier ge-bracht.geeignet als Geschenk für Lissabon-Liebhaber, para matar saudades, um einigeBesonderheiten der portugiesischen Sprachezu lernen...

Alexandra KloboukLissabon. Im Land am Rand - Lisboa num país sempre à beira (portugiesisch-deutsch)Preço: € 20.00

A vida numa mala

Lissabon. Im Land am Rand - Lisboa num país sempre à beira

Düsseldorf, Hamburgo, Berlim:Alfredo StoffelEmail: [email protected] MachadoEmail: [email protected]

Estugarda:José LoureiroEmail: [email protected] CamposEmail:[email protected]

Conselheiros das Comunidades Portuguesas na Alemanha

Teatro de Rua1 de Maio – Recklinghausen. Abertura do 70º Ruhrfestspielecom o Teatro Só "Sómente". Local:Stadtgarten Recklinghau-sen. http://www.teatro-so.com/

Fado em Berlim8 de Maio – Berlim- Concerto com o grupo Trio Fado. Local:Spiegelsaal in Clärchens Ballhaus, Spiegelsaal in ClaerchensBallhaus, Auguststr. 24,10117 Berlim. Início: 19h00

Fado em Frankfurt22 de Maio- Berlim – Concerto com o gripo "Fado-Gerações".Local: Das Internationale Theater, Hanauer Landstr. 5-7 (Zoo-Passage), 60314 Frankfurt. Início: 19h00

Apresentação do livro “A vida numa Mala. Armando Ro-drigues de Sá e outras Histórias" por Cristina Dangerfield-Vogt e Svenja Länder24 de Maio - Hamburgo - Centro de Língua Portuguesa, Insti-tuto Camões, Universität Hamburg Institut für RomanistikPhil 771 Von-Melle-Park 6 20146 Hamburg

Women of the World Festival 2016 24 de Maio – Frankfurt – Concerto com Ana Moura. Local:Alte Oper Frankfurt, Großer Saal, Opernplatz, 60313 Frank-furt. Inúcio: 20h00

Ana Moura na Alemanha21 de Maio - Dortmund – Local: Konzerthaus Dortmund,Brückstraße 21, 44135 Dortmund. Início 20h00 22 de Maio - Hamburgo – Local: FABRIK Stiftung Barners-traße 36, 22765 Hamburg. Início: 20h00 28 de Maio – Berlim. Local: Passionskirche, Marheinekeplatz1, 10961 Berlin. Início: 20h00

Fado em Hanôver 26 de Maio – Hanôver – Concerto com Gisela João e grupo.Local: Hannover, Pavillon Hannover. Início: 20h00

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PORTUGAL POST Nº 263 • Maio 2016 VIDAS 21

Palavras cruzadas ||| Por: Paulo Freixinhor

Caros,Vou contar minha história, ou

melhor, uma das muitas históriasnesta minha vida de 50 anos devida, feitos não vai muito tempo.

Em primeiro, devo avisar quesou um homem muito, mas muitosensível no que diz respeito às se-nhoras. Se há homem que com-preende o que vai no âmago dasmulheres, esse homem sou eu. Aminha máxima é: as mulheresdevem ser mais compreendidas doque amadas.

E explico porquê.Tenho ao longo da minha vida

de adulto conhecido muitas mulhe-res. Fui casado 3 vezes e vivi de-baixo do mesmo tecto com setemulheres, mas vivo há alguns anossozinho. Devo confessar quequando era casado, algumas vezes,tinha duas simultaneamente, dis-cretamente, está bem de ver.

Tive o cuidado ou a sorte denão ter filhos, o que me dava liber-dade para os meus devaneios, paraas minha conquistas e tempo paradar atenção às senhoras com quem

eu andava.Mesmo quando casado, oca-

siões houve em que tive de arranjarexplicações para convencer as es-posas que as minhas noites fora decasa se deviam à profissão queexerço.

Mas que profissão exerço eu?Deve ser uma interrogação que ossenhores aí no jornal devem estara fazer neste momento.

Ora bem, sou gerente de umsupermercado aqui no sul da Ale-manha. Gosto do meu trabalho e,contrariamente ao que seria su-posto, respeito muito as senhorasque trabalham comigo ou sob aminha responsabilidade. Em am-biente de trabalho, as minhas con-quistas fazem-se entre as clientes,mas sem querer, juro que elasacontecem por acaso. Quando doupor ela estou nos braços de uma se-nhora que faz, habitualmente, com-pras no supermercado. Todas, ouquase todas, são casadas. A maiorparte não quer iniciar nenhuma re-lação. Muitas vezes acontece quedepois passo por elas no supermer-

cado como se fossem – e são –clientes como todas as outras.Devo, no entanto, sublinhar que asconquistas que faço acontecemfora do ambiente de trabalho e queo meu profissionalismo e as mi-nhas responsabilidades são paramim coisas sagradas.

Mas vamos à minha história.Num dia de Janeiro deste ano

um enorme nevão impediu-me deme deslocar para o trabalho decomboio, como habitualmentefaço. As linhas ficaram soterradasna neve e os habituais passageirostiveram de ficar em casa. O que, nomeu caso, era impensável. A minhapresença no supermercado na-quele dia era imprescindível. Demodo que tive de arranjar uma al-ternativa. Tirei o meu carro da ga-ragem e pus-me ao caminho pelasestradas nacionais em direcção aomeu posto trabalho.

Conduzia devagar. As estradasestavam atulhadas de neve e muitodificilmente se conseguia controlaro carro. Às páginas tantas, ao virarnuma curva, vi um umatomóvel pa-

rado no meio da estrada. Apesar deter accionado os travões não con-segui dominar o meu carro e em-bati contra o carro que seencontrava à minha frente. Prepa-rei-me para o embate, pensandoque o cinto me protegeria comple-tamente, mas o facto é que baticom a cabeça contra a parte lateraldo carro e perdi os sentidos.

Quando recuperei a consciên-cia, encontrava-me num hospitalcom sinais de ter sofrido danosque me ligavam a uma máquinaque não percebi para que servia.No quarto do hospital estava aindaum outro doente que olhava fixa-mente para o tecto e parecia nãose interessar pela minha presença.Premi o botão para chamar a enfer-meira. Queria saber o que tinha ese podia ir para casa porque penseinão ser nada de grave. Disse-me aenfermeira, com todo a gentilezado mundo que só o médico pode-ria dizer o que eu tinha e se pode-ria ir para casa. Esperei pelomédico cerca de duas horas, en-quanto isso a enfermeira, que meolhava com um olhar de mel emuito atrevido, trocava as bisnagasda infusão que estava a levar. Pen-sava, sinceramente, que não tinhanada, ou que seria qualquer coisapassageira.

Recebi, então, a visita de ummédico – um rapaz novo muito se-nhor de si e com o ar de quemsabia o que fazia – e perguntou-mecomo me sentia. Bem, disse-lhe eu.“Pois, vamos ter de o manter por cátrês ou quatro dias até termos as

análises concluídas”. Pedi para es-perar em casa. Afinal, o acidentenão tinha sido nada de espectacu-lar. Fui informado que a minha per-manência ali nada tinha a ver como acidente cujas consequências ti-nham sido irrelevantes, mas quehavia suspeitas de ...., E falou-mede uma coisa muito grave. “Mas sósuspeitas”, disse-me o médico.

A partir desse momento, e du-rante o tempo que passou até serinformado dos resultados, foicomo uma viagem ao terrívelmundo do medo. Por sorte, deram-me uns tranquilizantes e suporteia espera.

Dias depois voltei para casalivre de qualquer maleita. Os resul-tados tinham sido negativos. Eraum homem saudável. Sim, chegueia casa e encontrava-me sereno ehavia em mim uma tranquilidadeque eu até então desconhecia. Viaas coisas de outro modo. Cadacanto de minha casa era um es-paço novo e importante para mim.As minhas coisas eram bocados deternura que comecei a ter portudo, mesmo pelas coisas mais pe-queninas, ínfimas.

Passei também a olhar as mu-lheres de forma diferente. E houveuma mudança em mim que nãosabia como explicar. Decidi entãotirar uns dias de férias para me en-contrar comigo e decidir o quefazer à minha vida.

E o que fiz?Decidi arranjar uma esposa, ter

um filho e aprender a respeitar asmulheres que se cruzavam comigo.

Nunca é tarde para aprender

A Noite Não é Eternade Ana Cristina SilvaPáginas: 200Preço: 22,00 €A noite não é eterna” é um livrosobre a dor de uma mãe e a suaforça, passado na Roménia na épocade Ceausescu, onde a proibição doaborto e a escassez de alimentos le‐vava à proliferação de orfanatoscom terríveis condições. Seguindoas orientações do Presidente para acriação de um exército no qual ossoldados são treinados desde crian‐ças, Paul, um ambicioso funcionáriodo partido, decide levar de casa ofilho de três anos e entregá‐lo aoscuidados do Estado. Encomenda: ver página 18

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HORIZONTAIS: 1 - Distinção. Pequenovaso sem asa, pelo qual se bebe. 2 - Ob-servar secretamente. Luz da Lua. 3 -Aperta com nó. Caixa de madeira, reves-tida de couro cru e com tampa convexa.Mulher celibatária (popular). 4 - Quetem grande extensão no sentido opostoao do comprimento. Possuir. 5 - Grandemassa de água salgada. Feliz, afortu-nado. 6 - Armada Portuguesa (sigla).Deixa só. Érbio (s.q.). 7 - Atrair por cap-tação. Popular (abrev.). 8 - Lista. Espio-lhar. 9 - Altar. Nome feminino. Raiva. 10– Diz em voz alta o que alguém escre-verá. Impedir. 11 - Verbal. Austero.VERTICAIS: 1 - Que não é imaginário.Pechincha (fam.). 2 - Gravura. Gracejar.3 - Limalha. Metal branco e precioso. 4– Recitei. Berro. Alumínio (s.q.). 5 -Ponta de terra que entra pelo mar. Qual-quer compartimento. 6 - Época. Sofri-mento. Prefixo (separação). 7 - Queserve para alguma coisa. Pavimento deuma casa, inferior ao nível da rua. 8 -Centilitro (abrev.). Jornada. Quatro emnumeração romana. 9 - Que não é omesmo. Inflamação do ouvido. 10 - Pro-genitor. Pôr de lado. 11 - Pregador.Pouco frequente.SOLUÇÃO:

HORIZONTAIS: 1 - Realce. Copo. 2 - Espiar. Luar. 3 - Ata. Baú. Tia.4 - Largo. Ter. 5 - Mar. Ditoso. 6 - AP. Isola. Er. 7 - Captar. Pop. 8 -Rol. Catar. 9 - Ara. Ada. Ira. 10 - Dita. Evitar. 11 - Oral. Severo.VERTICAIS: 1 - Real. Achado. 2 - Estampa. Rir. 3 - Apara. Prata. 4- Li. Grito. Al. 5 - Cabo. Sala. 6 - Era. Dor. Des. 7 - Útil. Cave. 8 -Cl. Etapa. IV. 9 - Outro. Otite. 10 - Pai. Separar. 11 - Orador. Raro.

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PORTUGAL POST Nº 263 • Maio 2016 ECONOMIA 23

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O secretário de Estado dasComunidades Portuguesas,José Luís Carneiro, anunciouem Coimbra que o país vaipassar a contar com mais 30municípios com Gabinete deApoio ao Emigrante (GAE),contando actualmente com102 autarquias.

Dos actuais 102 municípioscom GAE, passa a haver “cercade 130”, cujos protocolos serãoassinados, em princípio, “emJulho”, quando “uma grandeparte dos emigrantes” está emPortugal, informou José LuísCarneiro, sublinhando que estesmunicípios serão os primeiros acelebrar o novo protocolo des-tes gabinetes “de nova geração”,que passam a contar a partir “de

hoje” com a Associação Nacio-nal de Municípios Portugueses(ANMP) e Associação Nacionalde Freguesias (Anafre).

O secretário de Estado subli-nhou a importância da integra-ção destas duas associaçõesnestes protocolos dos GAE, quecontarão agora com novas valên-cias e que estarão relacionadoscom a Agência para o Investi-mento e Comércio Externo dePortugal (AICEP), Segurança So-cial e Secretaria dos AssuntosFiscais, entre outras entidades,de forma a aproveitar “o poten-cial imenso” existente.

Assinalando esse mesmo po-tencial, José Luís Carneiro subli-nhou a importância de se dar“uma vida ao Gabinete ao Apoio

do Investidor da Diáspora[GAID]”, criado em 2013 e queestava “inactivo, por falta decondições materiais e huma-nas”.

O objectivo passa por dina-mizar este mesmo gabinete,numa relação com a Secretariade Estado da Internacionaliza-ção, “que, por sua vez, faz a liga-ção com a AICEP, que vai tentarfazer de pivot com o comércio,com a economia e com a indús-tria, em tudo o que tenha a vercom o IAPMEI [Agência para aCompetitividade e Inovação] ecom incentivos à criação e valo-rização de recursos endógenos”.

Nesse sentido, o objectivodo Governo é também integrar“este esforço” na captação de in-

vestimento por parte de emi-grantes com as DLBC (Desenvol-vimento Local de BaseComunitária), que são estrutu-ras “muito vocacionadas paravalorização de recursos endóge-nos”.

Há “portugueses pelomundo que têm as suas peque-nas poupanças e que querem in-vestir no país de origem”, masque “muitas vezes não sabemcomo podem fazer investimen-tos”, constatou o membro doGoverno, que falava durante asessão de abertura do II Encon-tro Nacional dos GabinetesApoio ao Emigrante, que de-corre no Convento São Fran-cisco, em Coimbra.

Os GAE pretendem apoiar os

emigrantes que regressam a Por-tugal, os portugueses que que-rem emigrar e os que aindaestão emigrados.

O presidente da ANMP, Ma-nuel Machado, também pre-sente na sessão, realçou quequalquer autarquia “ganha emter” este gabinete nos seus ser-viços municipais.

A Câmara de Coimbra, lide-rada por Manuel Machado, éuma das autarquias que assinao protocolo de nova geração,passando agora a contar tam-bém com o seu próprio GAE.

O evento contou ainda coma participação do presidente daAnafre, Pedro Cegonho, e do se-cretário de Estado das Autar-quias Locais, Carlos Miguel.

Governo anuncia que mais 30 municípiosvão ter Gabinete de Apoio ao Emigrante

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Última Nº 263 • Maio 2016

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Crónica

José Luís Peixoto

Bens de consumoob as luzes demasiadobrancas dos supermer-cados, aprendem-segrandes lições. Só rara-mente os roteiros turís-

ticos incluem visitas asupermercados, ainda assim, hámuita informação que não se en-contra em monumentos. Para o vi-sitante interessado e atento, ossupermercados são retratos da eco-nomia, da gastronomia, de inúme-ras faces da cultura real, daidentidade de um país.

Nessas prateleiras, estão os pro-dutos tradicionais, consequênciasda história, mas também estáaquela pasta de dentes com umaembalagem amarela e preta, fór-mula química e industrial quetodos os portuguese de certa idaderecordam, publicitada duranteanos na televisão. Ou, mesmo ao

lado, está o restaurador capilarOlex, símbolo de uma época, frasepublicitária lembrada por tantosque, nesse tempo, estavam longede ter falta de cabelo. E é possívelsentir saudades daqueles carrinhosde linhas, daqueles rebuçados paraa tosse ou daqueles algodões paralimpar os dourados e os prateados.

Nos anos oitenta, eu ia à mer-cearia. Com o dinheiro trocado,notas e moedas, pedia o que levavaescrito num papel. O balcão tinhaum tampo de mármore e chegava-me à altura do peito. Enquanto asenhora Dalila procurava o que lhepedia, eu ficava a olhar para osbrinquedos que estavam expostos,se fosse perto do Natal, havia com-boios a pilhas e guarda-chuvas dechocolate; havia fotografias de ge-lados nos meses do verão. Não erahabitual que a conta incluísse essas

extravagâncias, mas olhar para elastambém tinha valor, também me ali-mentava o desejo.

Depois, quando chegaram oshipermercados a Portugal, a minhafamília e eu surpreendíamo-nos

com os preços de tudo, as promo-ções eram loucas e enlouqueciam-nos. Ao longo de corredores, euempurrava carros com pilhas de de-tergente para a roupa, tínhamos deaproveitar a viagem. No parque deestacionamento, só o meu pai, comgrande arte, conseguia encontrarespaço no porta-bagagens paratodas as compras que fazíamos apensar no mês seguinte, pelomenos. Voltávamos para casa comas vozes dos altifalantes a ecoarem-nos na cabeça, alguém precisava deir à caixa número não-sei-quantos,alguém precisava de ir com muitaurgência e repetidamente à caixanúmero não-sei-quantos.

Hoje é tudo igual? Não con-cordo. Uma Coca-Cola com o ró-tulo em alfabeto cirílico, mandarim,árabe ou hindi tem muita diferençade uma Coca-Cola com o rótulo

em inglês, Coke comprada numaloja de conveniência em Manhat-tan. Mesmo que a composição sejaexatamente a mesma, o sabor serátão distinto como o cenário, opreço ou a história que essa bebidapossui naquele lugar, o que repre-senta ali.

Para quem esteja na disposiçãode ver, há museus em toda a parte,tudo pode ser um museu.

Pasta medicinal Couto, a minhamãe ainda prefere essa marca.Atualmente, dá-se a grandes traba-lhos para achá-la, mas vale semprea pena.

Sentiremos saudades de muitascoisas que hoje parecem banais.Nada é suficientemente industriali-zado ou massificado a ponto denão poder ser recordado com nos-talgia. Essa saudade somos nós, éo próprio tempo.

O