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Educao Inclusiva
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Educao Inclusiva
Maria Clarice de Almeida Esteves
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Educao Inclusiva
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DIREO SUPERIORChanceler Joaquim de Oliveira
Reitora Marlene Salgado de Oliveira
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira
Pr-Reitor de Planejamento e Finanas Wellington Salgado de Oliveira
Pr-Reitor de Organizao e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira
Pr-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira
Pr-Reitora Acadmica Jaina dos Santos Mello Ferreira
Pr-Reitor de Extenso Manuel de Souza Esteves
DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTNCIAAssessora Andrea Jardim
FICHA TCNICATexto:Maria Clarice de Almeida Esteves
Reviso Ortogrfica:Marcus Vincius da Silva
Projeto Grfico e Editorao: Eduardo Bordoni, Fabrcio Ramos e Ruan Carlos Vieira Fausto
Superviso de Materiais Instrucionais:Janaina Gonalves de Jesus
Ilustrao:Eduardo Bordoni e Fabrcio Ramos
Capa:Eduardo Bordoni e Fabrcio Ramos
COORDENAO GERAL:
Departamento de Ensino a DistnciaRua Marechal Deodoro 217, Centro, Niteri, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br
Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca Universo Campus Niteri
Bibliotecria: ELIZABETH FRANCO MARTINS CRB 7/4990
Informamos que de nica e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, no se responsabilizando a ASOEC
pelo contedo do texto formulado.
Departamento de Ensino a Distncia - Universidade Salgado de Oliveira
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicao pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma
ou por nenhum meio sem permisso expressa e por escrito da Associao Salgado de Oliveira de Educao e Cultura, mantenedora
da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO).
E79e Esteves, Maria Clarice de Almeida.Educao inclusiva / Maria Clarice de Almeida Esteves ;
reviso de Marcus Vincius da Silva. Niteri, RJ:EAD/UNIVERSO, 2012.
115 p. : il.
1. Educao inclusiva. 2. Educao especial. 3. Inclusoescolar. 4. Educao - Histria - Brasil. I. Silva, Marcus Vinciusda. II. Ttulo.
CDD 371.9
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Informaes sobre a disciplina
Nome da Disciplina: Educao Inclusiva
Carga Horria:45 horas
Crditos:03
Ementa:
Estudo da histria da educao especial no Brasil e as primeiras iniciativas para
construo de propostas para a melhoria da qualidade de ensino para as crianas
com deficincia, com nfase na proposta inclusiva. Reconhecimento quanto
importncia das adaptaes curriculares, busca de melhoria para o ensino, atravs
de novas estratgias e conscientizao educacional para uma educao de
qualidade marcada pela diversidade.
Objetivo:
Reconhecer a importncia da histria da educao especial no Brasil, atravs
de leitura e interpretao de textos, que levaro o leitor a uma melhor
compreenso de temas em diversas etapas, nomenclaturas referentes Educao
especial e seus avanos atravs de documentos legais a partir da LBD 4024/61, at
os tempos atuais. Metodologias que permitem o ensino diversificado para o
Atendimento Educacional Especializado, com as tecnologias assistivas e salas derecursos multifuncionais, os conceitos cientficos bsicos e as discusses que
permeiam o ensino inclusivo na sala de aula do ensino regular desde a educao
Infantil ao Ensino Mdio.
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Contedo Programtico:
Unidade 1 - O Percurso Histrico da Educao Especial No Brasil
Introduo Histria da Educao Especial no Brasil;
Educao Especial: Integrao e Incluso;
Educar na Diversidade, Escola Inclusiva.
Unidade 2 - A Caminho da Incluso
Artigos Especficos da LDB 9394/96, na Questo da Educao Especial;
Documentos mais Atualizados no que se refere Educao Inclusiva;
Papel da Escola e da Importncia do Professor para a Qualidade do Trabalho
Inclusivo.
Unidade 3 A Escola e a Incluso
A Escola o Docente e Uma Proposta Inclusiva;
Reconhecimento, Compreenso das Deficincias e suas Possibilidades de
Crescimento;
O Atendimento Educacional Especializado - Grande Avano na Histria daEducao Especial.
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Referncias:
Bibliografia Bsica:
JANNUZZI, Gilberta de Martino. A Educao do deficiente no Brasil: dos
primrdios ao incio do sculo XXI. So Paulo: Autores associados, 2004.
KASSAR, Mnica de Carvalho Magalhes. Deficincia Mltipla e Educao no
Brasil: Discurso e silncio na histria de sujeitos. Campinas: Autores associados,
1999.
SMITH, Dbora Deutsch. Introduo a Educao Especial: Ensinar em tempos de
incluso./ Traduo: Sandra Moreira de Carvalho. Porto Alegre: Artmed, 2008.
Bibliografia Complementar:
BAFFI, Maria Adelia Teixeira. O planejamento em educao: revisando conceitos
para mudar concepes e prticas. In.: BELLO, Jos Luiz de Paiva. Pedagogia em
Foco, Petrpolis, 2002.
BRASIL. Ministrio da Educao. SEE. Marcos poltico-legais da educao Especial
na perspectiva da educao Inclusiva. Braslia: SEE, 2010
FERNANDES, Eullia. Linguagem e Surdez. Porto Alegre: Artmed, 2003.
WERNECK, Hamilton. A nota prende, a sabedoria liberta. Rio Janeiro: DP&A, 2002.
ZABALA, Antonio. A prtica educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000.
OLIVEIRA, Amauri Aparecido Bssoli de. Fundamentos pedaggicos do
programa segundo tempo: da reflexo a prtica. Maring: Eduem, 2009.
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Palavra da Reitora
Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo,
exigente e necessitado de aprendizagem contnua, a Universidade Salgado de
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO Virtual, que rene os diferentes
segmentos do ensino a distncia na universidade. Nosso programa foi
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experincias do gnero
bem-sucedidas mundialmente.
So inmeras as vantagens de se estudar a distncia e somente por meiodessa modalidade de ensino so sanadas as dificuldades de tempo e espao
presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu prprio
tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se
responsvel pela prpria aprendizagem.
O ensino a distncia complementa os estudos presenciais medida que
permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo
momento ligados por ferramentas de interao presentes na Internet atravs denossa plataforma.
Alm disso, nosso material didtico foi desenvolvido por professores
especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade so
fundamentais para a perfeita compreenso dos contedos.
A UNIVERSO tem uma histria de sucesso no que diz respeito educao a
distncia. Nossa experincia nos remete ao final da dcada de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processode atualizao, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualizao,
graduao ou ps-graduao.
Reafirmando seu compromisso com a excelncia no ensino e compartilhando
as novas tendncias em educao, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distncia proporciona.
Seja bem-vindo UNIVERSO Virtual!
Professora Marlene Salgado de Oliveira
Reitora
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Sumrio
Apresentao da disciplina .................................................................................................... 10
Plano da disciplina .................................................................................................................... 11
Unidade 1 O Percurso Histrico da Educao Especial No Brasil ......................... 13
Unidade 2 A Caminho da Incluso .................................................................................. 45
Unidade 3 A Escola e a Incluso ....................................................................................... 77
Consideraes finais ................................................................................................................. 107
Conhecendo a autora .............................................................................................................. 108
Referncias................................................................................................................................... 109
Anexos ......................................................................................................................................... 113
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Apresentao da Disciplina
Prezado aluno (a)
Seja bem vindo Disciplina educao inclusiva.
Nesta disciplina, voc estudar . a Educao Inclusiva a partir de um breve
histrico sobre a educao das pessoas com deficincia no Brasil, destacando
aspectos legais e normativos que contriburam fortemente para a construo de
uma educao denominada hoje, inclusiva, levando- se em considerao todas asdificuldades enfrentadas pelas famlias envolvidas com a temtica da unidade e as
tentativas de incluso educacional e social.
No podemos deixar de destacar que o movimento mundial pela educao
inclusiva uma ao poltica, cultural, social e pedaggica, desencadeada em
defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e
participando, sem nenhum tipo de discriminao.
A educao inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na
concepo de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferena como valores
indissociveis, e
No podemos deixar de abordar nessa disciplina a importncia de novas
abordagens metodolgicas e estratgias inovador que primam pela construo
coletiva do conhecimento na rede regular de ensino a todo o alun sem
discriminao.
Ressalta-se ainda, que atravs desta disciplina, voc descobrir um mundo
novo, ter a oportunidade de perceber que somos todos pessoas iguais e ao
mesmo tempo diferentes num mundo cheio de diferenas e contradies.
Incluir permitir-se descobrir o mundo a sua volta e relaciona-se com ele
Bons estudos!
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Plano da Disciplina
Apresentaremos um pequeno resumo das unidades, enfatizando seus
objetivos para que voc tenha um panorama daquilo que ir estudar.
Unidade 1 - O Percurso Histrico da Educao Especial No Brasil
Nesta primeira unidade faremos um estudo acerca da histria da educao
Especial com nfase na lei 4024/61.
Objetivo:
Compreender aspectos histricos relevantes na histria da educao Especial
Identificar aspectos legais e normativos da educao especial desde a
elaborao da ldb4024/61 at os dias atuais
Caracterizar e conceituar educao especial, e as nomenclaturas a ela
estabelecida de acordo como tempo histrico
Entender e conceituar educao inclusiva
Unidade 2 - A Caminho da Incluso
Em nossa segunda unidade abordaremos a questo especfica da educao na
perspectiva da incluso
Objetivo :
Identificar aspectos legais e normativos da educao especial desde a
elaborao da ldb 4024/61 at os dias atuais.
Destacar e refletir sobre a lei e a portaria que determinam normas para
utilizao dos sistemas libras e braile.
Perceber a importncia da proposta pedaggica participativa na dinmicaescolar.
Interpretar artigos da lei de diretrizes e bases em vigor 9394/96.
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Unidade 3 A Escola e a Incluso
E para finalizar em nossa ultima unidade estudaremos as estratgias aplicadas
no contexto do Atendimento Educacional Especializado
Objetivo:
Reconhecer a proposta de educao inclusiva como meio mais eficaz para o
atendimento ao aluno com ou sem deficincia.
Identificar direitos e deveres dos alunos com deficincia e, da prpria escola
num processo de conscientizao coletiva.
Conhecer s diferentes deficincias, para melhor atender as especificidades.
Compreender e diferenciar tecnologia assistiva, sala de recursos, comunicao
alternativa e aumentativa.
Bons Estudos
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O Percurso Histrico daEducao Especial no Brasil
A Histria da Educao Especial no Brasil;
Educao Especial: Integrao e Incluso;
Educar na Diversidade, Escola Inclusiva.
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Caro aluno,
A Educao Inclusiva tem ao longo da histria da educao, direta ou
indiretamente mobilizado pessoas e grupos na luta pelos direitos da cidadania das
pessoas com deficincia. Sabemos que este grupo sempre foi muito discriminado
no mundo inteiro , assim como, outra parcela da sociedade: mulheres, ndios,
idosos ou negros. Porm, em todos os grupos especficos, vrias tentativas de
mudana ocorreram ao longo da histria com resultados positivos e negativos.
Neste momento, aprofundaremos nossa pesquisa sobre a Educao das Pessoas
com Necessidades Educacionais Especiais.
Objetivos da Unidade:
Compreender Aspectos Histricos Relevantes na Histria da Educao
Especial;
Identificar Aspectos Legais e normativos da Educao Especial desde a
Elaborao da ldb4024/61, at os Dias Atuais;
Caracterizar e Conceituar a Educao especial, As Nomenclaturas a ela
estabelecidas de acordo como Tempo Histrico;
Entender e Conceituar a Educao Inclusiva.
Plano da Unidade:
A Histria da Educao Especial no Brasil;
Educao Especial: Integrao e Incluso;
Educar na Diversidade, Escola Inclusiva.
Bons estudos!
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A Histria da Educao Especial no Brasil
hora de arregaar as mangas e organizar seus horrios de estudos para
realizao das leituras e atividades das quatro unidades a seguir.
Iniciaremos nossos estudos sobre a Educao Inclusiva a partir de um breve
histrico sobre a educao das pessoas com deficincia no Brasil, destacando na
Unidade I, alguns tpicos do livro A Educao do Deficiente no Brasil, Deficincia
Mltipla e Educao no Brasil, onde as autoras Gilberta de Martino Jannuzzi e
Mnica de Carvalho Kassar, nos incitam a leitura, a busca e a pesquisa, fazendo-nosviajar pela histria da Educao Especial, todas as dificuldades enfrentadas pelas
famlias envolvidas com o grupo em discusso e as tentativas de incluso
educacional e social.
O movimento mundial pela educao inclusiva uma ao poltica, cultural,
social e pedaggica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de
estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminao. A
educao inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na
concepo de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferena como valores
indissociveis, os quais avanam em relao ideia de equidade formal ao
contextualizar as circunstncias histricas da produo da excluso dentro e fora
da escola. (Portaria Ministerial n. 555 - 05 /06/07)
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O nosso objetivo nesta unidade discutir questes da Educao Especial e
Inclusiva no cenrio brasileiro, identificando inmeras questes relacionadas ao
tema.
A princpio vamos destacar o conceito de educao especial como modalidade
da educao escolar que ser oferecida preferencialmente na rede regular de
ensino para portadores de necessidades especiais (LDB 9394/96). Ou seja, lugar de
aprender na escola. Como modalidade da educao, entende-se conjunto de
recursos educacionais e estratgias de apoio que estejam disposio detodos os alunos, oferecendo diferentes alternativas de atendimento
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(BRASIL/SEESP/MEC, 1996). Enquanto modalidade a educao especial tem a
possibilidade de oferecer a todos os alunos indiscriminadamente, todos os
mtodos e estratgias de um currculo flexvel para a diversidade, para atender asnecessidades, favorecendo um maior acesso ao conhecimento.
Conforme Portaria 555 de 05/06/07, verifica-se um reconhecimento de que as
dificuldades enfrentadas nos sistemas de ensino evidenciam a necessidade de
confrontar as prticas discriminatrias e criar alternativas para super-las. Se
entendermos que a escola o espao para o convvio social e construo de
cidadania, torna-se fundamental que a educao inclusiva assuma espao central
no debate acerca da sociedade contempornea e do papel da escola na superao
da lgica da excluso. A partir dos referenciais para a construo de sistemas
educacionais inclusivos, a organizao de escolas e classes especiais passa a ser
repensada, implicando uma mudana estrutural e cultural da escola para que todos
os alunos tenham suas especificidades atendidas.
Registros e fontes seguras da histria da educao, atravs de renomados
autores, Pedagogos e historiadores revelam desde a antiguidade at o sculo XXI, opercurso da histria da Educao Especial. A literatura da Roma Antiga relata que
as crianas com deficincia, nascidas at o princpio da era crist, eram afogadas
por serem consideradas anormais e dbeis. Na Grcia antiga, Plato relata no seu
livro A repblica que as crianas mal constitudas ou deficientes eram sacrificadas
ou escondidas pelo poder pblico, por serem considerados diferentes do normal,
do padro da sociedade, onde beleza, esttica, inteligncia, entre outros fatores
eram relevantes. (IBEDEP, 2007) Estudos Histricos (Pessotti, 1984; Michelet e
Woodill, 1993), relatam a forte crena em determinantes divinos no perodo grego,
apesar de registros atribudos a Hipcrates (460-377 a.C), j indicarem que a
deficincia possua uma causa natural e sua suposta origem divina devido
inexperincia do homem e seu deslumbramento diante de sua particular
caracterstica. (Kassar, 1999, p.2).
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Destacamos nestes estudos, o perodo da Idade Mdia que conviveu com
grandes contradies e ambivalncia em relao s atitudes e sentimentos frente
deficincia. Para o cidado daquela poca, os deficientes mentais, os loucos e
criminosos eram considerados, muitas vezes, possudos pelo demnio, sendo
levados a julgamentos, perseguies e encarceramento. Os padres sociais
eram determinados em um sentido tico, moral e intelectual, sob a forteinfluncia da igreja. Verificamos a influncia da igreja em toda histria da
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humanidade, no s da criana especial. Caso um indivduo no se enquadrasse
aos padres estabelecidos pela sociedade da poca, seriam punidos ou at mesmo
condenados. Aos cegos e surdos eram atribudos dons e poderes sobrenaturais. Nopensamento dos filsofos cristos, a crena tambm oscilava entre culpa e
expiao de pecados e, finalmente, com Santo Toms de Aquino, a deficincia
passa a ser considerada como um fenmeno natural da espcie humana.
Percebe-se que essas contradies apresentadas geravam ambivalncia de
sentimentos e atitudes que iam da rejeio extrema, ou pela sensao de pena,
piedade e comiserao, at a superproteo, por exemplo, o deficiente era
intitulado como ladro gerando esteretipos pela sociedade, a criana com algum
tipo de anomalia era desprezada pela famlia, devido ao medo, ao
desconhecimento e a discriminao da sociedade. Pois ter um filho deficiente era
considerado coisa do demnio, uma espcie de maldio, um filho deficiente
pagamento pelos pecados dos pais, deixando- o largado pelas ruas e cantos
sofrendo maus tratos ou ataques de animais, fazendo com que surgissem assim as
aes de cunho social, religioso, caritativo de proteo e cuidados como: hospitais,
prises e abrigos.
Surge na Frana, sculo XVII, um movimento chamado Iluminismo em defesa
do domnio da razo confrontando ideias religiosas e msticas, cuja filosofia
incorporava doutrinas de igualdade, bondade natural, do ilimitado
aperfeioamento da humanidade, acreditava-se que o homem nasce bom e a
sociedade que o corrompe, transforma-o. Com esse novo movimento chamado
de Iluminismo passa-se a ter uma viso mais humanitria dos deficientes em
funo das ideias questionadoras de alguns pensadores da poca, como por
exemplo: John Locke, Rousseau e Pestalozzi. Se todos fizessem parte de uma
sociedade justa com direitos iguais a todos, a felicidade seria com certeza
encontrada por toda humanidade. (IBEDEP, 2007)
Jannuzzi (2004) destaca que educao das crianas deficientes surgiu
institucionalmente, mas de maneira tmida no conjunto das concretizaes
possveis das ideias liberais que tiveram divulgao no Brasil no fim do sculo XVIIIe comeo do XIX.
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Como afirma kassar:
As classes especiais pblicas vo surgir pautadas na
necessidade cientfica da separao dos alunos normais e anormais,
na pretenso da organizao de salas de aula homogneas, sob a
superviso de organismos de inspeo sanitria que incorporam o
discurso da ortopedia, a partir dos preceitos da racionalidade e
modernidade. (KASSAR, 1999, p. 2).
A separao das crianas consideradas normais ou excepcionais durante
este perodo mostra a permanncia do preconceito, muitas pessoas ainda
excludas do convvio educacional e social. Porm, o que marca tambm, a
maneira como estes mesmos grupos eram tratados. Ao olhar cientfico,
conjuga-se a razo, cultuada desde os sculos anteriores. Nesse momento, razo e
experincia emprica vinculam-se como foras organizadoras do desenvolvimento
social.O prprio movimento iluminista, que pode ser identificado pela valorizaodo uso da razo vinculada experincia, deriva, segundo Hobsbawm (1997:37) do
evidente progresso da produo, do comrcio, da racionalidade econmica e
cientfica.
A educao especial se organizou tradicionalmente como atendimento
educacional especializado substitutivo ao ensino comum, evidenciando diferentes
compreenses, terminologias e modalidades que levaram criao de instituies
especializadas, escolas especiais e classes especiais. Essa organizao,fundamentada no conceito de normalidade/anormalidade, determina formas de
atendimento clnico-teraputicos fortemente ancorados nos testes psicomtricos
que, por meio de diagnsticos, definem as prticas escolares para os alunos com
deficincia. (MEC, 2008)
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A educao de crianas com deficincia tem sido marcada por razes histricas
e culturais do fenmeno, por forte rejeio, discriminao e preconceito.
Estudos realizados por Stobaus e Mosquera (2000) definem o que pode ser
considerado normal, como aquilo que muito semelhante dentro de um grupo ou
para um grupo de pessoas, j o que passvel de ser considerado anormal,
patolgico ou muito diferente, pode variar de um grupo para outro em contextos
diferentes.
Os estudos realizados nos mostram que no Renascimento, com o surgimento
das cincias, as concepes racionais comeavam a buscar explicaes para ascausas das deficincias, as quais foram consideradas do ponto de vista mdico,
como doenas de carter hereditrio, males fsicos ou mentais. O conhecimento a
respeito do desenvolvimento humano e de suas patologias vai sendo
elaborado com base nos preceitos da cincia moderna: observao, descrio
e classificao, de modo que se passa a procurar uma relao direta entre leses
anatmicas e sintomatologia clnica (Ornellas, 1997). Comte comenta este aspecto,
dizendo que jamais se concebeu de maneira to direta e satisfatria a relaofundamental entre a patologia e a fisiologia Entende- se assim a influncia do
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conhecimento biolgico, a busca de explicaes fisiolgicas e anatmicas para a
deficincia mental. Historicamente, a educao de pessoas com deficincia nasceu
de forma solitria, segregada e excludente. Ela surgiu com carter assistencialista eteraputico pela preocupao de religiosos e filantropos na Europa. Mas tarde, nos
Estados Unidos e Canad, surgiram os primeiros programas para prover ateno e
cuidados bsicos de sade, alimentao, moradia e educao dessa parcela da
populao, at ento marginalizada e abandonada pela sociedade. (Kassar, 1999)
Em 1948, atravs da Declarao dos Direitos Humanos, a pessoa com
deficincia ganha mais fora, pois esta vem assegurar o direito de todos
educao pblica, gratuita. A seguir um fragmento desses direitos: A Assembleia
Geral proclama:
A presente Declarao Universal dos Diretos Humanos como o ideal comum a
ser atingido por todos os povos e todas as naes, com o objetivo de que cada
indivduo e cada rgo da sociedade. Tendo sempre em mente esta Declarao, se
esforcem atravs do ensino e da educao, por promover o respeito a esses direitos
e liberdades, pela adoo de medidas progressivas de carter nacional einternacional. Por assegurar o seu reconhecimento e a sua observncia universal e
efetiva, tanto entre os povos dos prprios Estados-Membros, quanto entre os
povos dos territrios sob sua jurisdio. Segundo a declarao, no artigo I, afirma-
se que, Todas as pessoas nascem livres, iguais em dignidade e direitos. So
dotadas de razo e conscincia, devem agir em relao umas s outras com
esprito de fraternidade. Percebemos a grandeza de direitos a cidadania quando
no artigo II da referida declarao, afirma-se que, toda pessoa tem capacidade para
gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declarao, sem distino de
qualquer espcie, seja de raa, cor, sexo, lngua, religio, opinio poltica ou de
outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra
condio. Fala-se em cidadania e no em diferenas, somos todos iguais perante a
lei, conforme complementa o artigo VII: Todos so iguais perante a lei e tm
direito, sem qualquer distino, a igual proteo da lei. Todos tm direito a igual
proteo contra qualquer discriminao que viole a presente Declarao e
contra qualquer incitamento a tal discriminao. Assim, todo cidado passa a
ter conhecimento de seus direitos, pode lutar por justia e igualdade, pois
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qualquer forma de discriminao resulta em violao destes, seja na escola,
no trabalho ou no lazer. Porm, neste mesmo perodo, encontravam-se
inmeras pessoas sem acesso a escola, vivendo muitas vezes na misria. Apessoa com deficincia precisa primeiramente ser aceita socialmente, do
modo como ela realmente , sendo respeitada por suas diferenas, o que
menos necessita do sentimento de pena.Merisse (1997), ao abordar as origens
das instituies de atendimento a crianas pobres ou abandonadas, lembra que
poderamos encontrar a origem remota de todas as atuais instituies mdico-
assistencialistas e educacionais nos abrigos ou asilos. Nestas primeiras instituies,
eram recolhidos todos os tipos de desvalidos: doentes mentais, deficientes oudelinquentes. Entende-se a palavra desvalido, como algum sem importncia, que
em nada ir contribuir para o crescimento da sociedade, ou seja, pessoa incapaz.
Esse fato poderia indicar que a origem do atendimento a pessoa com deficincia
traz algumas caractersticas: a abordagem assistencialista e sua no identidade
especfica. Nota-se a falta de uma poltica realmente voltada para as necessidades
da pessoa com deficincia e sua incluso na sociedade respeitando seus direitos
enquanto cidado. Ao contrrio, pessoas eram resgatadas como coisas e colocadasem um espao reservado sendo cada vez mais segregadas, separadas do convvio
social e includas no mundo dos desvalidos tambm possuidores de alma (por mais
errante que esta pudesse ser).
As primeiras iniciativas para a educao de pessoas com deficincias surgiram
na Frana em 1620, com a tentativa de Jean Paul Bonet de ensinar mudos a falar.
Foram fundadas em Paris as primeiras instituies especializadas na educao de
pessoas com deficincias: a educao de surdos com o abade Charles M. Epp, que
criou o Mtodo dos Sinais para a comunicao com surdos. O Instituto Real dos
Jovens Cegos, em Paris, fundada por Valetin Hauy, em 1784, destinava-se a leitura
ttil pelo sistema de letras em relevo. Mais tarde, em 1834, Louis Braille criou o
sistema de leitura e escrita por caracteres em relevo, denominado sistema braile,
abrindo perspectivas de comunicao, educao e independncia para as pessoas
cegas.
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O Brasil como j afirmamos anteriormente um pas com caractersticas muito
especiais. H uma diversidade de grupos, costumes, crenas e valores to intensos
que no podemos continuar admitindo tanto desrespeito entre as pessoas.Observe, que no perodo ainda do Imprio, pesquisas nos mostram a busca pela
escola que de fato, inclua a todos no convvio social. No Brasil, o atendimento s
pessoas com deficincia teve incio na poca do Imprio, com a criao de duas
instituies: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, atual Instituto
Benjamin Constant IBC, e o Instituto dos Surdos Mudos, em 1857, hoje
denominado Instituto Nacional da Educao dos Surdos INES, ambos no Rio de
Janeiro. J em meados do sculo XX, surgem s associaes de pais de pessoascom deficincia fsica e mental na Europa e Estados Unidos. No Brasil, so criadas as
Pestalozzis e as APAES, destinadas implantao de programas de reabilitao e
educao especial. O Instituto Pestalozzi (1926) fundado no incio do sculo XX,
como instituio especializada no atendimento s pessoas com deficincia mental;
em 1954, fundada a primeira Associao de Pais e Amigos dos Excepcionais
APAE; e, em 1945, criado o primeiro atendimento educacional especializado s
pessoas com superdotao na Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff.
O Imperial Instituto dos meninos cegos, posteriormente
chamado Instituto Benjamim Constant (IBC) (Decreto1. 320 de 24 de
janeiro de 1891 in Dirio Oficial]D.O.] de 18 de dezembro de 1981,
tem sua origem ligada ao cego brasileiro Jos lvares de Azevedo,
que estudara em Paris no Instituto dos jovens cegos, fundado no
sculo XVIII por Valentin Hauy. (JANNUZZI, 2004, p.11).
As primeiras iniciativas para educao de pessoas com deficincia mental
foram do mdico Francs Jean Marc Itard, no sculo XIX, que sistematizou um
mtodo de ensino inspirado na experincia do menino selvagem de Ayeron (sul da
Frana), que consistia na repetio de experincias positivas. A primeira instituio
pblica para educao de crianas com deficincia mental foi residencial, fundada
pelo mdico francs Edward Seguin, que criou um mtodo educacional originado
da neurofisiologia que consistia na utilizao de recursos didticos com cores e
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msica para despertar a motivao e o interesse dessas crianas. (kassar, 1999) Na
segunda metade do sculo XIX e incio do sculo XX, as escolas especiais
proliferaram por toda Europa e Estados Unidos. A educao especial surgiu sob oenfoque mdico e clnico, com o mtodo de ensino para crianas com deficincia
mental, criado pela mdica italiana Maria Montessori, no incio do sculo XX. O
mtodo Montessori, inspirado na rotina diria e na ao funcional,
fundamenta-se na estimulao sensrio-perceptiva e autoaprendizagem.
Emprega rico e variado material didtico como: blocos, cubos e barras em
madeira, objetos variados e coloridos, material de encaixe e seriao, letras
grandes em lixa e outros. O mtodo Montessori foi mundialmente difundido eat hoje utilizado, inclusive no Brasil, na Educao Infantil para crianas sem
qualquer deficincia. Em decorrncia do avano cientfico, as causas e origem das
deficincias foram investigadas e esclarecidas na segunda metade do sculo XX,
rompendo assim com a viso mtica e maniquesta entre o bem e o mal. Embora
esses avanos tenham colaborado para a compreenso da deficincia como
condio humana e expresso da diversidade entre os homens e natureza, os
preconceitos continuam fortes eles oscilam entre a patologizao ora inerente aoindivduo, ora ao ambiente. Assim, a idade contempornea marcada pelo
paradigma da cientificidade, do psicologismo, da valorizao dos testes
quantitativos, do treinamento sensorial e motor.
Educao Especial: Integrao e Incluso
Com o objetivo de apresentar um Brasil sem diferenas, atravs do movimento
mundial de integrao de pessoas com deficincia, que defendiam oportunidades
educacionais e sociais iguais para todos, contribuindo fortemente para a criao
dos servios de educao especial e classes especiais em escolas pblicas no Brasil.
Surge, ento, uma poltica nacional de educao, ancorada na Lei N 4.024/61 (Lei
de Diretrizes e Bases da Educao Nacional LDB), com a recomendao de
integrar no sistema geral de ensino, a educao de excepcionais, como eram
chamadas na poca as pessoas com deficincia, que aponta o direito dos
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excepcionais educao, preferencialmente dentro do sistema geral de ensino.
A seguir um fragmento da referida lei:
LEI N. 4.024, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1961.
Fixa as Diretrizes e Bases da Educao Nacional
TTULO II
Do Direito Educao
Art. 2 A educao direito de todos e ser dada no lar e na escola.
Pargrafo nico. famlia cabe escolher o gnero de educao que deve dar a
seus filhos.
Art. 3 O direito educao assegurado:
I - pela obrigao do poder pblico e pela liberdade de iniciativa particular de
ministrarem o ensino em todos os graus, na forma de lei em vigor;
II - pela obrigao do Estado de fornecer recursos indispensveis para que a
famlia e, na falta desta, os demais membros da sociedade se desobriguem dos
encargos da educao, quando provada insuficincia de meios, de modo que
sejam asseguradas iguais oportunidades a todos.
TTULO X
Da Educao de Excepcionais
Art. 88. A educao de excepcionais deve no que for possvel, enquadrar-se no
sistema geral de educao, a fim de integr-los na comunidade.
Art. 89. Toda iniciativa privada considerada eficiente pelos conselhos estaduais
de educao, e relativa educao de excepcionais, receber dos poderes pblicos
tratamento especial mediante bolsas de estudo, emprstimos e subvenes.
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Observe caro aluno, que os artigos 2 e 3 afirmam o Direito assegurado pelo
Poder Pblico a todo cidado sem diferenas e igual oportunidade. Porm, nos
artigos 88 e 89 que se referem Educao dos excepcionais, surge expresso, no que for possvel, deixando a opo para as escolas das formas
de integrao da criana excepcional, vale lembrar que a pessoa com alguma
deficincia era assim chamada neste perodo, marcando mais uma vez a
caracterstica excludente de educao. Ressalta-se a lei, quando esta trata da
expresso "enquadrar-se no sistema geral de educao", na qual a palavra geral,
implicitamente, aponta a existncia de dois sistemas educacionais - um regular
geral e o outro especial - para atender s peculiaridades do sistema geral.Embora, seja essa a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educao que direciona
normas para a Educao Especial, compreende-se que, para aquele momento
histrico, essa lei contribuiu para criao do senso comum de que existem duas
educaes - uma geral e outra paralela, margem desse sistema. preciso que se
entenda: neste momento histrico, o modelo de integrao, embora ainda
excludente, j traz caractersticas significativas para a histria da educao da
criana com deficincia, pois a LDB passa a mostrar preocupao com a educaodo deficiente. Aos poucos, a expresso excepcional foi dando lugar a novos termos.
IMPORTANTE
Pesquisem quais foram os termos utilizados ao longo da histria da
Educao da criana com deficincia para referir-se a elas
Educar na Diversidade, Escola Inclusiva.
As pesquisas apontam que a institucionalizao da Educao Especial no Brasil
tem pouco mais de trs dcadas. Nesse sentido, afirma-se que partir da dcada de
70, se inicia um processo de centralizao administrativa e coordenao poltica a
partir do governo federal.
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De acordo com a legislao, a Educao Especial aparece pela primeira vez na
LDB 4024/61, afirmando que a educao dos excepcionais, como j mencionamos,
deve no que for possvel, enquadrar-se no sistema geral de educao.
Veremos a seguir, que foi previsto na Lei 5692/71, o tratamento especial para
os alunos que apresentam deficincias fsicas, mentais e os superdotados.
Conforme legislao brasileira, no ano de 1971, surge no Brasil uma nova Lei
de Diretrizes e Bases da Educao Nacional - Lei n 5.692/71 de 11 de agosto, que
altera a LDB de 1961, ao definir tratamento especial para os alunos com
deficincias fsicas, mentais, os que se encontram em atraso considervel quanto idade regular de matrcula e os superdotados. No promove a organizao de um
sistema de ensino capaz de atender s necessidades educacionais especiais e
acaba reforando o encaminhamento dos alunos para as classes e escolas
especiais. Esta lei apresentou, no caso especfico da Educao Especial, apenas um
artigo fazendo referncia s questes aqui tratadas como normativas para
regulamentao. Destaca-se que o artigo 9 desta lei, em relao anterior,
configura um retrocesso pela omisso de alunos com necessidades educativasespeciais, ou o motivo por que cegos e surdos foram includos na categoria de
deficientes fsicos, bem como ao considerar como alunado da educao
especial quele que se encontrar em atraso considervel quanto idade
regular de matrcula. (MEC, 1994) Essa falta de clareza, quanto aos prprios
sujeitos da Educao Especial, ocasionou o inchao das classes especiais, dando o
direito escola de que todo aquele aluno que apresentasse, ou estivesse com
dificuldades de aprendizagem, fosse avaliado e designado a um sistema parte. O
termo "tratamento especial", ao qual a lei se refere, instiga no imaginrio dos
professores a existncia de uma educao de tratamento, de uma pedagogia
teraputica, com mtodos e tcnicas especiais. Diferente da formao dos
cursos de licenciatura (Pedagogia), autorizando aos professores do ensino regular
estigmatizar os educadores especiais como especialistas, em funo de acreditar
serem detentores de uma metodologia de ensino totalmente diferenciada.
Em 1973, o MEC cria o Centro Nacional de Educao Especial CENESP,responsvel pela gerncia da educao especial no Brasil, que, sob a gide
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integracionista, impulsionou aes educacionais voltadas s pessoas com
deficincia e s pessoas com superdotao, mas ainda configuradas por
campanhas assistenciais e iniciativas isoladas do Estado, com o objetivo decentralizar e coordenar as aes de poltica educacional. Este rgo existiu at 1986
e em toda a sua trajetria manteve uma poltica centralizadora que priorizava o
repasse de recursos financeiros para as instituies privadas. Nesse perodo, no se
efetiva uma poltica pblica de acesso universal educao, permanecendo a
concepo de polticas especiais para tratar da educao de alunos com
deficincia. No que se refere aos alunos com superdotao, apesar do acesso ao
ensino regular, no organizado um atendimento especializado que considere assuas singularidades de aprendizagem. Em 1986 criada a CORDE (Coordenadoria
para a integrao da pessoa portadora de deficincia), junto a Presidncia da
Repblica para coordenar assuntos, atividades e medidas referentes ao portador de
deficincia. Extinto o CENESP, criou-se a Secretaria de Educao Especial do MEC.
Em 1989, a CORDE foi transferida para o Ministrio da Ao Social, e a rea de
Educao especial do MEC, tornou-se coordenao, configurando uma reduo do
poder poltico da rea nos dois casos. Em 1993, voltou a existir a Secretaria deEducao Especial (SEESP), no Ministrio da Educao. (MEC, 1994)
A poltica educacional brasileira na dcada de 80 teve como meta a
democratizao mediante a expanso do ensino com oportunidade de acesso das
minorias escola pblica. A educao de crianas com deficincias na escola
comum ganhou fora com o movimento nacional de defesa dos direitos das
pessoas com deficincias, que pregava a passagem do modelo educacional
segregado para integrao de pessoas com deficincias na escola, no trabalho e na
comunidade, tendo em vista a igualdade e justia social. Apesar desse avano
conceitual, necessrio reconhecer a necessidade de articulao das polticas e de
aes prticas efetivas, integradas entre os setores governamentais que
desenvolvem essas polticas, para que as crianas com necessidades educacionais
especiais tenham acesso aos recursos e equipamentos especiais necessrios ao
processo de desenvolvimento/ aprendizagem no mbito da educao infantil e
especial.
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A democratizao do ensino traz consigo o conceito de educao como direito
social, passando do modelo mdico do cuidar, do clnico e teraputico para a
abordagem social e cultural que valoriza a diversidade como forma deaprendizagem, de fortalecimento, de modificao do ambiente escolar e da
comunidade para um mtodo educacional originado da neurofisiologia. O qual
consistia na utilizao de recursos didticos com cores e msica para despertar a
motivao e o interesse dessas crianas para a promoo da aprendizagem. Nesse
enfoque sociolgico, o meio, o ambiente inadequado e a falta de condies
materiais so tambm fatores produtores de limitao e determinantes do fracasso
escolar. Na esfera poltica e da descentralizao do poder, as Diretrizes Nacionaispara a Educao Especial na Educao Bsica, recomendam a colaborao entre a
Unio, Estados e Municpios para que seja efetivamente exercitado no Pas o
debate de ideias e o processo de decises acerca de como devem se estruturar os
sistemas educacionais, quais procedimentos de controle social sero
desenvolvidos (BRASIL, 2001a). Por meio desse mecanismo democrtico, fundado
na poltica de descentralizao das
aes, so criados os conselhosestaduais, municipais e associaes
de defesa dos direitos, integrando
representantes dos diferentes
setores: sade, educao, justia e
ao social, trabalho, transportes e
comunidade, tendo em vista a
formulao de poltica integrada dedesenvolvimento humano.
Portanto, caro aluno, sabemos
da difcil tarefa e do compromisso
da escola, da famlia e de toda
sociedade nesta nova etapa da
Educao. primordial que todas
as aes e objetivos, apontem paraa Integrao da Pessoa Portadora
de Deficincia, como o documento
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assim exige e que sejam bem planejadas e estruturadas, para que seus direitos
sejam respeitados. preciso desenvolver um trabalho consciente e responsvel
quando se levanta a bandeira da integrao de pessoas que historicamente forame ainda so excludas da sociedade, praticamente em todos os segmentos. Neste
sentido fica claro a urgncia dos educadores e pesquisadores ligados
principalmente educao, juntar esforos para pesquisar e discutir esta temtica,
em todos os nveis e modalidades de ensino. Embora haja avanos na esfera
conceitual, as representaes mticas, os preconceitos e esteretipos acerca das
pessoas com deficincia construda culturalmente determinam e expressam nossas
atitudes, aes consciente ou inconscientemente no contexto familiar, escolar oucomunitrio. Essas barreiras atitudinais so, por vezes, evidenciadas pelos
mecanismos de negao das possibilidades dessas pessoas, fortemente firmados
no conceito de limitao e incapacidade, ainda marcantes em nosso meio. Esse o
grande desafio que a educao inclusiva se prope a romper.
Caractersticas e fatos mencionados demonstram que a Educao Especial tem
se apresentado um "status" secundrio das polticas pblicas e a descontinuidade
de polticas pblicas, marcam sua trajetria.
Todavia, destaca-se que a partir da dcada de 90, as discusses referentes
educao das pessoas com necessidades especiais tomam outro rumo, uma
dimenso maior, nota-se que existe um novo olhar para a Educao Especial.
A Educao Especial e a Constituio de 1988
A nossa Constituio Federal elegeu como fundamentos da Repblica, a
cidadania e a dignidade da pessoa humana (art. 1, inc. II e III), como um dos seus
objetivos fundamentais a promoo do bem de todos, sem preconceitos de
origem, raa, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminao (art. 3,
inc. IV). Garante ainda expressamente o direito igualdade (art. 5), e trata, nos
artigos 205 e seguintes, do direito de TODOS educao. Esse direito deve visar o
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua
qualificao para o trabalho (art. 205). Alm disso, elege como um dos princpios
para o ensino, a igualdade de condies de acesso e permanncia na escola (art.
206, inc. I), acrescentando que o dever do Estado com a educao ser efetivado
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mediante a garantia de acesso aos nveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da
criao artstica, segundo a capacidade de cada um (art. 208, V). Entende-se,
portanto, que a Constituio d a garantia a todo cidado brasileiro do direito educao e ao acesso e permanncia na escola. Assim, toda Instituio de ensino,
assim reconhecida pelos rgos oficiais como tal, deve atender aos princpios
constitucionais, no podendo excluir nenhuma pessoa em razo de sua origem,
raa, sexo, cor, idade, deficincia ou ausncia dela. E expressa no artigo208:
Atendimento educacional especializado aos portadores de deficincia,
preferencialmente na rede regular de ensino.
Verifica-se que palavra preferencialmente constante da Constituio Federal,
refere-se a atendimento educacional especializado, ou seja, aquilo que
necessariamente diferente no ensino escolar para melhor atender s
especificidades dos alunos com deficincia. Isto inclui, principalmente,
instrumentos necessrios eliminao das barreiras que as pessoas com
deficincia tm para relacionar-se com o ambiente externo. O atendimento
educacional especializado deve estar disponvel em todos os nveis de ensino
escolar, de preferncia nas escolas comuns da rede regular. A escola o ambiente
mais adequado para se garantir o relacionamento dos alunos com seus pares de
mesma idade cronolgica, para a estimulao de todo o tipo de interao que
possa beneficiar seu desenvolvimento cognitivo, motor e afetivo, pois, assim
percebemos a real e significativa da palavra aprendizagem. Esse atendimento no
substitui a escola. Diferente de outros cursos livres, o atendimento educacional
especializado to importante que garantido pela Constituio Federal.
Ao definir educao, a Constituio, no admite o oferecimento de Ensino
Fundamental em local que no seja escola (art. 206, inc. I) prevendo requisitos
bsicos que essa escola deve observar (art. 205 e seguintes) a seguir, este mesmo
documento, admite que o atendimento educacional especializado seja tambm
oferecido fora da rede regular de ensino, em outros estabelecimentos, j que,
como referimos, seria um complemento e no um substitutivo da escolarizao
ministrada na rede regular para todos os alunos.
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Documento importante a ser citado nesta unidade em estudo o Estatuto da
Criana e do Adolescente ECA, Lei n 8.069/90, que estabelece no artigo 2,
pargrafo 1, A criana e o adolescente portadores de deficincias receberoatendimento especializado. O artigo 5 vai reforar o primeiro afirmando:
Nenhuma criana ou adolescente ser objeto de qualquer forma de negligncia,
discriminao, violncia, crueldade e opresso, punido na forma da lei a qualquer
atentado, por ao ou omisso, aos seus direitos fundamentais. Portanto verifica-
se na dcada de 90 um grande avano no que se refere ao atendimento
especializado. O artigo 55 determina que os pais ou responsveis tm a obrigao
de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. Fatoimportantssimo ao reforar que a responsabilidade com a matrcula do
responsvel, no isentando claro o compromisso do governo com sua
responsabilidade em oferecer meios adequados para o atendimento especializado.
Poltica de Incluso: Implicaes e Contradies
A matriz da poltica educacional de incluso a Declarao Mundial de
educao para todos, resultado da Conferncia de Educao para Todos, realizadaem Jomtien, na Tailndia,em 1990, e o Plano decenal de educao para todos
(BRASIL, 1993). A Declarao mundial de educao para todos prope uma
educao destinada a satisfazer as necessidades bsicas de aprendizagem, o
desenvolvimento pleno das potencialidades humanas, a melhoria da qualidade de
vida, do conhecimento e a participao do cidado na transformao cultural de
sua comunidade (Declarao de Educao para Todos, art. 1).
Nesse sentido, o Plano decenal de educao para todos (BRASIL, 1993) e asdiretrizes, estratgias e orientaes para a educao de crianas com necessidades
educacionais especiais em creches e pr-escolas orientam a criao de programas
de interveno precoce em escolas, instituies especializadas pblicas ou
privadas. Estabelecendo convnios, parcerias com as reas de sade e assistncia
social, para avaliao, identificao das necessidades especficas, apoio,
adaptaes, complementaes ou suplementaes que se fizerem necessrias,
tendo em vista o desenvolvimento das potencialidades e o processo deaprendizagem dessas crianas. Os focos da poltica pblica integrada devem ser: o
desenvolvimento humano, a equidade das oportunidades educativas
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e a participao de todos. Enfatizando o eixo da humanizao, do
desenvolvimento integral e do processo de aprendizagem, o acesso ao mundo da
cultura e do conhecimento no pode ser desfocado de uma poltica de educaoinfantil que se diz democrtica.
Na luta pela construo de um Sistema educacional inclusivo, o Brasil
acompanha a proposta da Declarao Mundial de Educao para todos, firmada
em Jomtiem, na Tailndia, em 1990 e ao mostrar consonncia com os postulados
produzidos em Salamanca, na Espanha em 1994, na Conferncia Mundial sobre
Necessidades Educacionais Especiais: acesso e Qualidade. Traz importante
modificao nos objetivos e formas de atendimento na educao especial. A meta
incluir todas as crianas, inclusive as que tm deficincias graves ou dificuldades
de aprendizagem, no ensino regular (BRASIL, 1994, pp. 17 e 18).
Apresentamos um pequeno fragmento da Declarao de Salamanca:
Declarao de Salamanca
Sobre Princpios, Poltica e Prticas na rea das Necessidades Educativas
Especiais.
A Conferncia Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais,
representando noventa e dois pases e vinte e cinco organizaes internacionais,
reunidos em Salamanca, Espanha, de 7 a 10 de Junho de 1994, reafirmam o
compromisso em prol da Educao para Todos, reconhecendo a necessidade e aurgncia de garantir a educao para as crianas, jovens e adultos com
necessidades educativas especiais no quadro do sistema regular de educao.
Acreditamos e proclamamos que: cada criana tem o direito fundamental
educao e deve ter a oportunidade de conseguir e manter um nvel aceitvel de
aprendizagem; cada criana tem caractersticas, interesses, capacidades e
necessidades de aprendizagem que lhe so prprias; as crianas e jovens com
necessidades educativas especiais devem ter acesso s escolas regulares, quedevem se adequar elas atravs de uma pedagogia centrada na criana, capaz de ir
ao encontro destas necessidades,
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Em 1994, a Declarao de Salamanca proclama que as escolas regulares com
orientao inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes
discriminatrias e que alunos com necessidades educacionais especiais devem teracesso escola regular, tendo como princpio orientador que as escolas deveriam
acomodar todas as crianas independentemente de suas condies fsicas,
intelectuais, sociais, emocionais, lingsticas ou outras (BRASIL, 2006, p.330).
O conceito de necessidades educacionais especiais, que passa a ser
amplamente disseminado a partir dessa Declarao, ressalta a interao das
caractersticas individuais dos alunos com o ambiente educacional e social. No
entanto, mesmo com uma perspectiva conceitual que aponte para a organizao
de sistemas educacionais inclusivos, que garanta o acesso de todos os alunos e os
apoios necessrios para sua participao e aprendizagem, as polticas implantadas
pelos sistemas e ensino no alcanaram esse objetivo.
Na perspectiva da educao inclusiva, a educao especial passa a integrar a
proposta pedaggica da escola regular, promovendo o atendimento s
necessidades educacionais especiais de alunos com deficincia, transtornos globaisde desenvolvimento e altas habilidades/superdotao. Nestes casos e outros, que
implicam em transtornos funcionais especficos, a educao especial atua de forma
articulada com o ensino comum, orientando para o atendimento s necessidades
educacionais especiais desses alunos.
Em 1994, publicada a Poltica Nacional de Educao Especial, orientando o
processo de integrao instrucional que condiciona o acesso s classes comuns
do ensino regular queles que (...) possuem condies de acompanhar edesenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo
ritmo que os alunos ditos normais (p.19). Ao reafirmar os pressupostos
construdos a partir de padres homogneos de participao e aprendizagem, a
Poltica no provoca uma reformulao das prticas educacionais de maneira que
sejam valorizados os diferentes potenciais de aprendizagem no ensino comum,
mas mantendo a responsabilidade da educao desses alunos exclusivamente no
mbito da educao especial. Todavia, destaca-se que, as discusses referentes educao das pessoas com necessidades especiais tomam outro rumo, uma
dimenso maior, nota-se que existe um novo olhar para a Educao especial. Esta
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questo se torna mais clara quando surge a Lei Darcy Ribeiro (LDB 9.394/96) onde
podemos evidenciar atravs desta, que a educao dos portadores de
necessidades especiais deve se dar preferencialmente na rede regular de ensino, oque significa uma nova forma de entender a educao e a integrao de pessoas
com deficincia ou com Necessidades Especiais. Porm foi somente em 1999, com
o Decreto n 3.298, que ao regulamentar a Lei n 7.853/89, ao dispor sobre a
Poltica Nacional para a Integrao da Pessoa Portadora de Deficincia, define a
educao especial como uma modalidade transversal a todos os nveis e
modalidades de ensino, enfatizando a atuao complementar da educao
especial ao ensino regular. (MEC/09). E assim, caro aluno, torna-se esclarecedor, asituao da criana com deficincia. Pois, a partir deste decreto entende-se que a
educao especial dever ser transversal a todos os nveis da Educao Bsica.
Como modalidade da educao, entende-se conjunto de recursos educacionais e
estratgias de apoio que estejam disposio de todos os alunos, oferecendo
diferentes alternativas de atendimento (BRASIL/SEESP/MEC, 1996). Alm de
mtodos e estratgias de um currculo flexvel para a diversidade, para atender as
necessidades, favorecendo maior acesso ao conhecimento. Conforme Portaria 555de 05/06/07, verifica-se um reconhecimento de que as dificuldades enfrentadas
nos sistemas de ensino evidenciam a necessidade de confrontar as prticas
discriminatrias e criar alternativas para super-las. Se entendermos que a escola
o espao para o convvio social e construo de cidadania, torna se fundamental
que a educao inclusiva assuma espao central no debate acerca da sociedade
contempornea e do papel da escola na superao da lgica da excluso. A partir
dos referenciais para a construo de sistemas educacionais inclusivos, aorganizao de escolas e classes especiais passa a ser repensada, implicando uma
mudana estrutural e cultural da escola para que todos os alunos tenham suas
especificidades atendidas.
Seguindo as ideias at ento propostas, pode-se citar a Conveno da
Guatemala (1999), promulgada no Brasil pelo Decreto n 3.956/2001. O qual afirma
que: as pessoas com deficincia tm os mesmos direitos humanos e liberdades
fundamentais que as demais pessoas, definindo como discriminao com base nadeficincia toda diferenciao ou excluso que possa impedir ou anular o exerccio
dos direitos humanos e de suas liberdades fundamentais. Este Decreto tem
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importante repercusso na educao, exigindo uma reinterpretao da educao
especial, compreendida no contexto da diferenciao, adotado para promover a
eliminao das barreiras que impeam o acesso escolarizao, reafirmando aquesto do direito do cidado o acesso escola.
Qual o conceito de normalidade? normal ser diferente ou diferente ser
normal? Reflita sobre esta questo.
Em pleno sculo XXI, preciso pedir licena para ser quem sou? preciso
perceber que a deficincia como fenmeno humano individual e social
determinada em parte pelas representaes socioculturais de cada comunidade,por diferentes geraes e pelo nvel de desenvolvimento cientfico, poltico, tico e
econmico dessa sociedade. tica, vontade poltica, igualdade de direitos,
valorizao do ser humano, humildade.
E a caro aluno, que vale a pena perguntar: O que ser Normal? Quem o
diferente? Como ser igual numa sociedade marcada pelas diferenas desde o incio
de sua histria?
A temtica da integrao constituiu-se num grande avano, contudo, poucos
benefcios trouxeram para o desenvolvimento da criana com deficincia. Muitos
docentes e por que no dizer a escolas ,seja ela pblica ou particular, tratavam a
criana com nfase no problema, esperando- se que a mesma se enquadrasse aos
moldes da escola, do convvio social, quando na verdade o ideal seria a escola
adequando-se a especificidade da criana.
Nesse sentido, a integrao vai cedendo espao para a incluso. Nobasta acolher. A ordem do dia garantir que os estudantes com deficincia
avancem nos contedos. E a boa notcia que isso est acontecendo graas ao
trabalho de professores regentes e especialistas, as escolas com equipes bem
organizadas e at redes de ensino que j a oferecem a estrutura necessria.
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DICA
Selecione alguns textos sobre Incluso, nos quais voc como
professor poder debater com seus colegas de sala para atualizao
profissional! Pesquise, analise e troque ideias. Ser muito enriquecedor.
A abordagem realizada nesta unidade apresenta um papel fundamental para a
formao docente, pois, nos d uma ideia geral de todo percurso do direito
educacional da pessoa deficiente ao longo de nossa histria.
LEITURA COMPLEMENTAR
Aprofunde seus conhecimentos, leia:
JANNUZZI, Gilberta de Martino. A Educao do deficiente no Brasil: dos
primrdios ao incio do sculo XXI. So Paulo, Autores associados, 2004.
Na prxima unidade, iremos estudar aspectos legais e normativos, as
implicaes e contradies na Poltica de Incluso.
HORA DE SE AVALIAR!
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo, elas iro
ajud-lo a fixar o contedo, alm de proporcionar sua autonomia no
processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno edepois s envie atravs do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja
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Educao Inclusiva
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Exerccios da Unidade 1
1) Qual a ao poltica, cultural, social e pedaggica, desencadeada em defesa do
direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem
nenhum tipo de discriminao:
a) movimento mundial pela educao inclusiva.
b) movimento mundial pela paz.
c) movimento mundial pela educao integrada.
d) movimento mundial pela educao segregada.
e) movimento mundial pela educao includa.
2) A educao inclusiva constitui um paradigma educacional:
a) fundamentado na educao infantil.
b) fundamentado na concepo de direitos humanos.
c) fundamentado na concepo da construo do conhecimento.
d) fundamentado no projeto de humanizao.
e) fundamentado na concepo dos direitos iguais.
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3) Qual movimento surgiu na Frana, no sculo XVII, em defesa do domnio da
razo confrontando ideias religiosas e msticas, cuja filosofia incorporava doutrinas
de igualdade, bondade natural, do ilimitado aperfeioamento da humanidade?
a) Positivismo.
b) Socialismo.
c) Marxismo.
d) Construtivismo.
e) Iluminismo.
4) A educao especial se organizou tradicionalmente como atendimento
educacional especializado substitutivo ao ensino comum, o que levou criao de
instituies especializadas, escolas especiais e classes especiais. Essa organizao
foi fundamentada:
a) no conceito de igualdade/desigualdade.
b) no conceito de moralidade/imoralidade.
c) no conceito de normalidade / anormalidade.
d) no conceito de incluso / integrao.
e) no conceito de normalidade/incluso.
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5) O que a declarao dos Direitos Humanos, em 1948, assegurar a pessoa com
deficincia?
a) O direito a educao em classe especial.
b) O direito a educao pblica inclusiva.
c) O direito de todos a ter uma educao pblica gratuita.
d) O direito a um professor exclusivo.
e) O direito ao atendimento educacional especializado.
Leia atentamente as afirmativas a seguir:
I) em 1834, Louis Braille criou o sistema de leitura e escrita por caracteres em
relevo, denominado sistema Braile;
II) foram fundadas em Paris as primeiras instituies especializadas naeducao de pessoas com deficincias: a educao de surdos;
III) as primeiras iniciativas para a educao de pessoas com deficincias
surgiram no Brasil em 1620;
IV) em 1834, Maria Montessori criou o sistema de leitura e escrita por
caracteres em relevo, denominado sistema braile;
So verdadeiras:
a) I e II.
b) Somente III.
c) I e III.
d) II e IV.
e) I, II e III.
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7) Complete as lacunas abaixo e assinale a alternativa correta:
No (a) ______________, o atendimento s pessoas com deficincia teve incio
na poca do Imprio, com a criao de duas instituies: o
_______________________, em 1854, atual __________________ IBC e o Instituto
dos Surdos Mudos.
a) EUA - Imperial Instituto dos Meninos cegos Instituto Benjamin Constant.
b) Chile - Imperial Instituto dos Meninos cegos Instituto Benjamin Constant.
c) Frana - Imperial Instituto dos Meninos cegos Instituto Benjamin Constant.
d) Brasil- Imperial Instituto dos Meninos cegos Instituto Benjamim Constant.
e) Japo - Imperial Instituto dos Meninos cegos Instituto Benjamin Constant.
8) Assinale a alternativa correta: Em 1926, temos a fundao do Instituto Pestalozzi,
instituio especializada no atendimento s pessoas com deficincia mental; em
1954, fundada a primeira Associao de Pais e Amigos dos Excepcionais APAE; e
em 1945, criado o primeiro atendimento educacional especializado s pessoas
com:
Assinale a alternativa correta:
a) deficincia visual.
b) deficincia mltipla.
c) deficincia auditiva.
d) Superdotao.
e) deficincia mental.
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9- A educao especial surgiu sob o enfoque mdico e clnico, com o mtodo de
ensino para crianas com deficincia mental, criado pela mdica italiana Maria
Montessori, no incio do sculo XX.
Escreva sobre a importncia deste mtodo para o atendimento as crianas
com necessidades Educacionais Especiais.
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10- LDB 4024/61, Art. 88. Da Educao de Excepcionais:
A educao dos excepcionais deve no que for possvel, enquadrar-se no
sistema geral de educao, a fim de integr-los na comunidade.
Baseando-se pela LDB 4024/61, comente como na rotina escolar seria a
participao da criana na escola.
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A Caminho da Incluso
Artigos Especficos da LDB 9394/96, na Questo da Educao
Especial;
Documentos mais Atualizados no que se refere Educao Inclusiva;
Papel da Escola e da Importncia do Professor para a Qualidade do
Trabalho Inclusivo.
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Nesta 2 unidade apresentaremos aspectos legais, normativos e a educao
inclusiva na perspectiva da incluso.
Objetivos da Unidade:
Identificar aspectos legais e normativos da educao especial desde a
elaborao da LDB 4024/61 at os dias atuais.
Destacar, refletir sobre a lei e a portaria que determinam normas parautilizao dos sistemas libras e braile.
Perceber a importncia da proposta pedaggica participativa na dinmica
escolar.
Interpretar artigos da lei de diretrizes e bases em vigor 9394/96.
Plano da Unidade:
Artigos Especficos da LDB 9394/96, na Questo da Educao Especial;
Documentos mais Atualizados no que se refere Educao Inclusiva;
Papel da Escola e da Importncia do Professor para a Qualidade do Trabalho
Inclusivo.
Bons estudos!
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Artigos especficos da LDB 9394/96, na questo daeducao especial
A construo do conhecimento na perspectiva da
incluso requer uma mudana de paradigmas e
esteritipos construdos e fortalecidos na relao
social estabelecida na rotina diria das escolas. Ao
reconhecer que as dificuldades enfrentadas nos
sistemas de ensino evidenciam a necessidade de
confrontar as prticas discriminatrias e criar
alternativas para super-las, a educao inclusiva
assume o espao central no debate acerca da
sociedade contempornea e do papel da escola na
superao da lgica da excluso. A partir dos
referenciais para a construo de sistemas educacionais inclusivos, a organizao
de escolas e classes especiais passa a ser repensada, implicando uma mudana
estrutural e cultural da escola para que todos os alunos tenham suas
especificidades atendidas. (Portaria Ministerial n. 555 - 05 /06/07)
Paradigmas - Do grego pardeigm
literalmente modelo, a representao
de um padro a ser seguido.
Esteretipos - a imagem preconcebida
de determinada pessoa, coisa ou
situao. So usados principalmente para
definir e limitar pessoas ou grupo de
pessoas na sociedade. Sua aceitao ampla e culturalmente difundida no
ocidente[carece de fontes], sendo um
grande motivador de preconceito e
discriminao.
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Dimenso sociocultural e poltica
O conceito de incluso como vimos em sua evoluo scio-histrica aponta
para a necessidade de um aprofundamento no debate sobre a diversidade. Isso
implicaria em buscar compreender a heterogeneidade, as diferenas individuais e
coletivas, as especificidades do humano e, sobretudo, as diferentes situaes
vividas na realidade social e no cotidiano escolar.
Essa discusso passa necessariamente pela reflexo sobre os conceitos
historicamente construdos acerca dos alunos com deficincias, cristalizados no
imaginrio social e expressos na prtica pedaggica centrada na limitao, nosobstculos e nas dificuldades, as quais se encontram muitas vezes presentes na
escola.
A incluso est fundamentada na dimenso humana e scio-cultural que
procura enfatizar formas de interao positivas, apoio s dificuldades e
acolhimento das necessidades dessas pessoas, tendo como ponto de partida a
escuta dos alunos, pais e a comunidade escolar.
Essas duas dimenses fazem nosso olhar convergir para o interior da escola,
fazendo ento surgir necessidade de se compreender quais seriam as reais
dificuldades que os alunos com necessidades educacionais especiais encontram na
classe comum.
O que significa realmente educao para todos? Em que implicaria, na
realidade, a igualdade de oportunidades? Quais as demandas e as necessidades
que emergem no processo de aprendizagem? Como a escola tem se organizadopara responder a essas demandas e necessidades? Como se d a prtica
pedaggica para a diversidade? Qual o nvel de participao dos alunos, pais e
comunidade na elaborao de projetos poltico-pedaggicos e na tomada de
decises?
Certamente essas so algumas das inquietaes e dvidas que os professores
tm manifestado. Com o estudo desta unidade pretendemos responder a essas e
outras questes. Porm, de nosso conhecimento que todo processo educacionalest relacionado questo do fazer, da ao, que depende de um conjunto de
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fatores que vai desde leis at as pessoas diretamente ligadas criana como
famlia, escola e sociedade. Quem sabe, juntos, possamos encontrar alguns
caminhos para aes, prticas e aplicao de um projeto de educaoverdadeiramente inclusivo.
A histria deixa marcas fortes e profundas, com a educao no diferente.
Escola privilgio de um grupo seletivo. Esta marca, com certeza, descreve um
pouco da nossa realidade educacional brasileira. Uma viso educacional que
delimita o direito de estudar como privilgio de poucos, de pequenos grupos, por
sua vez, tambm exclui a mulher, o idoso, o analfabeto e a criana especial se
legitimado nas polticas e prticas educacionais reprodutoras da ordem social.
Incluso ou integrao? H uma nova tendncia na educao, no processo
pedaggico, onde as escolas mudam seu perfil elitista para atender a
diversidade. A partir do processo de democratizao da escola,evidencia-se o
paradoxo incluso/excluso quando os sistemas de ensino universalizam o acesso,
porm observa-se que continuam excluindo indivduos e grupos considerados fora
dos padres homogeneizados da escola. Assim, sob formas distintas, a excluso
tem apresentado caractersticas comuns nos processos de segregao e
integrao, que pressupem a seleo, naturalizando o fracasso escolar.
Escola: Espao Para a Diversidade
comum na escola encontrarmos grupos que so formados por suas
caractersticas comuns, segregando os diferentes. Uma das caractersticas da escola
inclusiva a diversidade, eliminando a possibilidade de agrupar alunos por suas
deficincias.
Nesse sentido, a educao inclusiva concebe a escola como um espao de
todos, no qual os alunos constroem o conhecimento segundo suas
capacidades, expressam suas ideias livremente, participam ativamente das
tarefas de ensino e se desenvolvem como cidados, nas suas diferenas .
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Nas escolas inclusivas, ningum se conforma com os padres que identificam
os alunos como especiais e normais, comuns. Todos se igualam pelas suas
diferenas! A incluso escolar impe uma escola em que todos os alunos estoinseridos sem qualquer condio pelas quais possam ser limitados em seu direito
de participar ativamente do processo escolar, segundo suas capacidades e sem que
nenhuma delas possa ser motivo para uma diferenciao que os excluir das suas
turmas. (RAPOLI, UFC, 2010)
Em muitas escolas, os alunos so identificados por sua deficincia. O
ceguinho, o mudinho, o maluquinho... Esses alunos so na maioria das escolas
segregadoras, vistos como problemas ou doentes, quando na perspectiva da
incluso devem ser vistos como possibilidade de mudana.
Questiona-se por que razo, em meio a tantas pesquisas realizadas no
ambiente escolar, as prticas de ensino continuam sendo as mesmas do sculo
passado, excluindo o aluno que por uma razo ou outra, necessita de um olhar
mais atento do docente. Faz-se urgente entender, quais so os benefcios das
classes e escolas especiais, que isolam os alunos com diferenas especiais dosdemais considerados normais.
Com base em estudos realizados em Educao Inclusiva na perspectiva da
Incluso, (MEC, Braslia, 2010) Os currculos adaptados, o ensino diferenciado, a
terminal idade especfica dos nveis de ensino e outras solues precisam ser
indagados em suas razes de adoo, interrogados em seus benefcios discutidos
em seus fins, e eliminados por completo e com urgncia. So essas medidas
excludentes que criam a necessidade de existirem escolas para atender aos alunosque se igualam por uma falsa normalidade - as escolas comuns - e que instituem as
escolas para os alunos que no cabem nesse grupo - as escolas especiais. Ambas
so escolas dos diferentes, que no se alinham aos propsitos de uma escola para
todos.
Torna-se necessrio cada vez mais, refletirmos essas questes presentes em
toda a histria da educao. preciso entender que cada ser nico, no existe
homogeneidade em sala de aula. Todos aprendero no seu tempo e a sua
maneira. Quando entendemos esses processos de diferenciao pela deficincia,
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percebemos o que nos fazia defender as escolas dos diferentes como soluo
privilegiada para atender s necessidades dos alunos. Acordamos, ento, para o
sentido inclusivo nas escolas das diferenas. Na perspectiva da educao inclusiva,no h espao para o tratamento diferenciado em nome de um direito disfarado,
que exclui a pessoa com deficincia do meio educacional e social.
O Ensino Regular Na Perspectiva Da Educao Inclusiva - Projeto Poltico-
Pedaggico
A escola das diferenas a escola na perspectiva inclusiva e sua pedagogia
centrada nas possibilidades que o aluno tem para aprender. Nesta perspectiva, aescola desenvolve projetos, realiza adaptaes curriculares para que o aluno tenha
possibilidade de expressar seus sentimentos e se torne uma pessoa mais
questionadora, construindo e organizando seu pensamento.
Ao analisar a proposta pedaggica da escola, percebe-se que ela se torna
inclusiva quando reconhece as diferenas dos alunos diante do processo educativo
e busca a participao, o progresso de todos, adotando novas prticas
pedaggicas. No fcil e imediata a adoo dessas novas prticas que dependementre muitas questes, de mudana de pensamento de toda equipe, busca por
crescimento pessoal e profissional, atualizao e participao em capacitao,
assim como a redefinio e a aplicao de alternativas , prticas pedaggicas e
educacionais compatveis com a incluso. A busca pela qualidade na educao
um grande desafio. Um ensino de qualidade provm de iniciativas que envolvem
professores, gestores, especialistas, pais e alunos, entre outros profissionais, os
quais compem uma rede educacional em torno de uma proposta comum a todasas escolas e que, ao mesmo tempo, construda por cada uma delas, segundo as
suas peculiaridades.
Sabe-se que a escola atual precisa encontrar meios para a mudana. Esta
uma tarefa rdua que envolve no s o diretor da escola, que sozinho no faz nada,
mas, toda a equipe tcnico-pedaggica, frente proposta da escola. Cada escola
dever buscar meios que se tornem eficazes perante as dificuldades prprias da
instituio.
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Quem nunca ouviu falar em vontade poltica?
Pois bem, caro aluno, neste momento estamos falando em vontade poltica do
coletivo da escola, que dever ser expressa no Projeto Poltico Pedaggico (PPP)
dela e vividas a partir de uma gesto escolar democrtica.
Mas que gesto democrtica esta? Para que a gesto democrtica seja real,
preciso partir do PPP. Que, segundo Baff (2002): Falar da construo do projeto
pedaggico falar de planejamento no contexto de um processo participativo,
onde o passo inicial a elaborao do marco referencial, sendo este a luz que
dever iluminar o fazer das demais etapas.Estamos diante de uma questo fundamental para as escolas neste mundo
cada vez mais tecnolgico, onde os alunos esto muito mais prximos do
conhecimento de uma forma geral. Ento a escola precisa se atualizar
constantemente para estar mais prxima de seus alunos e, o PPP nos d essa
oportunidade, pois ele o verdadeiro retrato da escola. Falando em PPP, Baff cita
Celso Vasconcellos (1995),
um instrumento terico-metodolgico que visa ajudar a enfrentar os
desafios do cotidiano da escola, s que de uma forma refletida, consciente,
sistematizada, orgnica e, o que essencial, participativa. uma metodologia de
trabalho que possibilita re-significar a ao de todos os agentes da
instituio (p.143).
Portanto, entende-se que o Projeto Poltico Pedaggico o instrumento por
excelncia para melhor desenvolver o plano de trabalho eleito e definido porum coletivo escolar; ele reflete a singularidade do grupo que o produziu, suas
escolhas e especificidades. Desse modo, a gesto democrtica e participativa
tem como objetivo principal envolver todos os segmentos interessados na
construo de uma proposta coletiva com projetos a serem desenvolvidos
pela escola. Seguindo as ideias j apresentadas, Gadotti afirma que, o Projeto
tambm um documento produto do planejamento porque nele so registradas as
decises mais concretas de propostas futuristas. Trata-se de uma tendncia naturale intencional do ser humano. Como o prprio nome indica, projetar lanar para
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frente, dando sempre a ideia de mudana, de movimento. Projeto significa a
passagem do presente para o futuro. Assim, significa dizer que a gesto
democrtica supe correr riscos, e alcanar altos voos.
Destaca-se que a incluso no se limita insero de crianas na escola,
representa o lao entre o presente e o futuro, sendo ele a marca da passagem de
crianas e jovens com deficincia, nas escolas regulares, mas de todos
indistintamente. No significa apenas garantir que a criana esteja matriculada na
escola, faz- se necessrio uma prtica pedaggica que atenda as necessidades e
uma escola aberta s possibilidades do aluno. Segundo Mittler, (2003 p.16) a
incluso no diz respeito a colocar as crianas nas escolas regulares, mas a mudar
as escolas para torn-las mais aplicadas s necessidades de todas as crianas; diz
respeito a ajudar a todos os professores a aceitarem a responsabilidade quanto
aprendizagem de todas as crianas nas suas escolas, prepar-los para ensinarem
aquelas crianas que esto atual e correntemente excludas
das escolas por qualquer razo. Isto se refere a todas as
crianas que no esto beneficiando-se com a escolarizao
e no apenas quelas que so rotuladas com o termo
necessidades educativas especiais.
A educao especial direciona suas aes para o
atendimento s especificidades desses alunos no processo
educacional e no mbito de uma atuao mais ampla na
escola, orienta a organizao de redes de apoio, a formao
continuada, a identificao de recursos, servios e o
desenvolvimento de prticas colaborativas.
Nessa linha de ao, que se refere a todas as crianas
ou jovens cujas necessidades decorrem de sua capacidade
ou de suas dificuldades de aprendizagem e tm, portanto,
necessidades educativas Especiais em algum momento de
sua escolaridade. Assim, o desafio que enfrentam as escolas
o desenvolvimento de uma pedagogia centrada nacriana (BRASIL, 1994, pp. 17-18). O aluno com necessidades
educativas especiais tem reconhecido seu direito
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integrao no ambiente escolar, com respeito s diferenas, a diversidade,
buscando meios efetivos para o desenvolvimento das habilidades, respeitando as
limitaes. Esse conceito bastante abrangente, tornando-se importante que aescola esteja alerta para que no sejam projetadas nas crianas as limitaes e as
inadequaes metodolgicas que se configuram, muitas vezes, como dificuldades
de aprendizagem ou deficincias do aluno. A escola deve buscar refletir sobre sua
prtica, questionar seu projeto pedaggico e verificar se ele est voltado para
diversidade. Os sistemas educativos devem ser projetados e os programas
aplicados de modo que tenha em vista toda gama dessas diferentes caractersticas
e necessidades
O movimento da incluso considera necessria uma poltica pblica que tenha
como objetivo a modificao do sistema, a organizao e estrutura do
funcionamento educativo e a diversidade como eixo central do processo de
aprendizagem na classe comum. Essa mudana de concepo baseia-se na crena
de que as mudanas estruturais, organizacionais e metodolgicas podero
responder s necessidades educativas e beneficiar todas as crianas,
independentemente de apresentarem qualquer tipo de deficincia. Neste sentido,
verifica-se o ganho que houve para a Educao Especial com a Declarao de
Salamanca, representando um grande marco para as aes, ao reafirmar o direito
de todos educao, sem discriminao.
Documentos mais Atualizados no que se refere Educao
Inclusiva
LEGISLAO E NORMAS
LDB, Educao Especial e Atendimento Educacional Especializado.
Tendo por base a Declarao Mundial de Educao para todos (1990) e a
Declarao de Salamanca (1994), destaca-se a diferenciao de integrao e
incluso, fato importante para a poltica pblica para a educao Especial.
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Entende-se que na viso de integrao do aluno com deficincia, este s poderia
ficar na escola regular se o mesmo acompanhasse o ritmo da turma, j a incluso
defende que a escola regular faa adaptaes e adequaes necessrias ao ritmo envel de aprendizagem desse aluno, busque meios de desenvolv-lo. Em 1990, um
movimento decorrente da Declarao Mundial sobre Educao para Todos e a
Declarao de Salamanca desencadeiam a necessidade do surgimento de uma
nova Lei de Diretrizes e Bases, para regulamentar a escola que esses documentos
passam a exigir. Em 1996, o Senador Darcy Ribeiro apresenta a nova Lei n 9394/96,
tendo, como caractersticas bsicas, a sua flexibilidade, abertura e inovaes
importantes para a educao. No que tange Educao Especial, essa elabora umcaptulo para regulament-la, atravs de trs artigo