Upload
diario-do-comercio
View
227
Download
5
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Â
Citation preview
ISSN 1679-2688
9 771679 268008
24117
Ano
90
- Nº 2
4.11
7Jo
rnal
do
em
pre
end
edo
r
Conc
lusã
o: 2
3h50
ww
w.d
com
erci
o.co
m.b
rSã
o Pa
ulo,
qua
rta-
feira
, 7 d
e m
aio
de 2
014
R$ 1
,40
Presidente do Senado convoca sessão doCongresso para hoje à noite e sinaliza ainstalação da CPI Mista da Petrobras. Serápreciso escalar 32 integrantes das duas casas.PT ameaça não indicar ninguém. E CPI podeser empurrada para depois da Copa. Pág. 5
HOJE: CONVOC AÇÃOPARA CPIECOPA .
Seleção de Renan
Monica & Clinton - Parte 2"Eu. Me arrependo. Profundamente. Do que.Aconteceu". Assim pontuada, a frase rompe o
longo silêncio da relação Monica & Clinton.Pág. 8
Tim Aubry/Arquivo/Reuters
Hoje é dia de completar o verdadeirotime do álbum de figurinhas. O técnico LuizFelipe Scolari anuncia a partir das 11h30 o nomedos 23 jogadores da Seleção rumo ao sonhadohexacampeonato. Ele diz que, desta vez, nãohaverá grandes surpresas. Pág. 10
Seleção de Felipão
Dida Sampaio/Estadão Conteúdo Marcos Arcoverde/Estadão Conteúdo
SeleçãodosleitoresInter nautasm o nt a ra mum time dossonhos para aCopa. Confira os11 titularese s co l h i d o spelos Felipõesdo DC. P á g. 10
O crime compensa.Para quem denuncia.O governador Geraldo Alckmin anunciarecompensa em dinheiro – de R$ 5 mil a R$ 50 mil –para informações sobre crimes em São Paulo. Pág. 9
Estadão Conteúdo
Nova versão docaseiro reabre ocaso MalhãesCaseiro que confessou oassassinato do ex-coronelMalhães volta atrás: estavaamarrado na hora do crime. Pág. 7
O caminhodo Bolsa Famíliapara o MEIEx-beneficiários do programade transferência de rendafederal ampliaram ganhos aoaderirem ao MEI. P á g. 15
Página 9
C a n t a r e i ra :um dígitode água.
Página 4
2 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 7 de maio de 2014
QUADROS DEEXCELÊNCIA
A questão é saber quanto os slides serão mais fortes que a pressão dos carrinhos dos supermercados.José Márcio Mendonça
DEIXANDO AELITE DE LADO
Novas pesquisas que jáestão em campo e que virãoao ar neste fim de semana
mostrarão para onde estáindo o barco eleitoral e
também o prestígio do governo.
Nível alto na
disputa eleitoral, mais
lealdades e menos
"fogo amigo"
permitirão um avanço
que será observado
lá fora pelos
investidores de que
tanto necessitamos
para crescer.
JOSÉ MÁRCIO MENDONÇA
Ase olhar mais fundo o
pronunciamento do
Dia do Trabalho da
pres idente Di lma
Rousseff e os discursos dela e
do ex-presidente Lula da Silva
na abertura do Encontro Na-
cional do PT, sexta-feira últi-
ma, em São Paulo, a conclusão
mais óbvia é que ela, Lula e o
PT desistiram de vez de con-
quistar –ou reconquistar, em
algumas regiões – o voto da
classe média tradicional e de
atrair as simpatias do que cha-
mam, meio pejorativamente,
de "elites", e também de uma
parcela do empresariado.
Eles parecem ter dado co-
mo perdido, definitivamente,
este segmento do eleitorado
e portanto vão se concentrar
principalmente no seu públi-
co contumaz – "os mais po-
bres e a classe média" (no ca-
so, a dita "nova" classe média
de Lula), como disse Dilma no
rádio e na televisão.
Isto posto, estão nesta li-
nha o anúncio da presidente
do aumento de 10% nas men-
salidades do Bolsa Família e a
notícia de que manterá, em
um possível segundo gover-
no, o processo de recupera-
ção do valor do salário míni-
mo, cujas atuais regras se ex-
tinguem em 2015. A própria
alteração na tabela do Im-
posto de Renda no ano que
vem tem este endereço.
Mesmo o ex-presidente
Lula, que costuma
acender duas velas a
Deus e três ao diabo (ou vice-
versa) passou a ser mais con-
tundente em suas críticas "às
elites" (e, obviamente à gran-
de mídia, que representaria
esta casta social). Para os en-
tusiasmados petistas que fo-
ram participar da sagração de
Dilma como candidata do PT e
aliados à própria sucessão, Lu-
la brindou os empresários com
o adjetivo de "ingratos", uma
vez que reclamam apesar de
'nunca terem ganhado tanto
dinheiro quanto no governo do
PT". Publicamente, Lula não
deve amaciar mais.
A estratégia eleitoral, en-
saiada na semana passada, é
classificar os principais adver-
sários, Eduardo Campos e Aé-
cio Neves, principalmente o
candidato tucano, de repre-
sentantes desta "elite ingra-
ta" e de serem contra o povo e
os avanços sociais, cujo mo-
nopólio o PT devera reivindi-
car como nunca na campa-
nha. Na segunda-feira, por
exemplo, a presidente reuniu
no Palácio do Planalto 20 mi-
nistros para ouvir uma pales-
tra do ministro Assuntos Estra-
tégicos, Marcelo Néri, interino
até semana passada e tam-
bém presidente do IPEA.
Néri, quando ainda pes-
quisador da FGV, foi
autor de alguns dos pri-
meiros estudos sobre o apare-
cimento da "nova" classe mé-
dia. Néri apresentou a seus co-
legas de ministério, com Dil-
ma atenta, 55 slides sobre o
'bem estar' do brasileiro e con-
cluiu que 'a renda continua
surgindo apesar da conjuntu-
ra'. É com esses argumentos
que a presidente pretende, na
campanha que já está no ar,
exorcizar a sensação de inse-
gurança econômica de parte
da população, revelada nas úl-
timas sondagens de opinião.
Curiosamente, o ex-ministro
Delfim Netto advoga a tese de
que a eleição será decidida pe-
la sensação de 'bem estar so-
cial' do eleitor na véspera da
urna. A questão é saber quan-
to os slides serão mais fortes
que a pressão dos carrinhos
dos supermercados.
Os sinais de afastamen-
to de Dilma da chama-
da elite já aparecem.
Ela nunca foi, digamos assim,
de frequentar essas rodas.
Mas, de um ano para cá, pelo
menos, atendendo a conse-
lhos do ex-presidente Lula, fez
vários gestos de aproxima-
ção, inclusive alterando um
pouco o seu discurso, incorpo-
rando nele preocupações dos
empresários e do onipresente
“m erc ado”, como a questão
da responsabilidade fiscal e
cositas . Agora deu meia trava,
até nos contatos diretos.
Nem ela nem nenhum mi-
nistro de seu governo estive-
ram semana passada no Fó-
rum de Líderes em Comanda-
tuba. Lula chegou a participar
do evento e ele sempre contou
com pessoas do governo para
defender suas políticas e posi-
ções. Desta vez o governismo
esteve timidamente repre-
sentado pelo governo da Ba-
hia, Jaques Vagner, com papel
de Estado anfitrião.
Foi também muito falada
a ausência da presidente
na Agrishow, exposição
que reúne o pessoal do agro-
negócio, com grande presen-
ça do grupo da cana de açúcar
e do álcool, área da atividade
econômica nacional extrema-
mente agastada com a políti-
ca energética de Brasília. Dil-
ma quis evitar constrangi-
mentos. Não evitou, porém,
críticas ao governo. Tanto em
Comandatuba como em Ribei-
rão Preto ela deixou o palco li-
vre para os concorrentes.
Talvez por se sentir em casa
– afinal, nasceu em Minas Ge-
rais – Dilma animou-se a ir a
outro evento tradicional do se-
tor, a Expozebu, em Uberaba.
Foi saudada com vaias em três
momentos de sua passagem
pelo ambiente dos pecuaris-
tas. Os encontros de Dilma
com empresários deverão fi-
car, por tudo isto, mais restri-
tos e mais fechados.
Aestratégia popular ver-
sus elite pode funcionar
– se empolgar o PT e os
partidos aliados. O desafio é
que a perda de confiança no
governo não está somente na
"elite" – nem talvez principal-
mente nela. Está em parte em
territórios que nestes últimos
anos foram cativos do petismo
e de Lula.
Novas pesquisas que já es-
tão em campo e que virão ao ar
neste fim de semana mostra-
rão para onde está indo o bar-
co eleitoral e o prestígio do go-
verno. Brasília esta tomada
nesses de uma forte TPP –Te n -
são Pré-Pesquisa.
JOSÉ MÁRCIOMENDONÇA É
J O R N A L I S TA E A N A L I S TA POLÍTICO
ARISTÓTELES
DRUMMOND
Anda faltando razão
e bom senso em
tudo quanto é lado
neste Brasil que se deixa
dominar pelas tensões
pré-eleições. Nesta
confusão toda, governo e
oposição têm seus
motivos, mas, no final,
todos perdem a razão.
A oposição é negativista
demais, por vezes
exagerando nas críticas,
e omissa nas propostas
c o n c re t a s .
Por outro lado, o
governo, com certa
arrogância, não ouve
seus próprios quadros e
permanece imóvel com o
"fogo amigo" dos que
levantam entraves aos
projetos que envolvem
áreas do meio ambiente,
dos índios e dos
agitadores do campo.
Ora, ninguém pode
negar a qualidade dos
quadros do setor elétrico,
preservados inclusive
pela presidenta Dilma,
que tem gente de sua
confiança e reconhecida
competência na área.
O mesmo ocorre com
o Banco Central, BNDES
e o Banco do Brasil.
Os diplomatas e
militares são
fornecedores tradicionais
de grandes executivos no
setor público. Mas forças
estranhas inibem o
aproveitamento destes
quadros em posições
estratégicas. E, no caso
do Itamaraty, nem são
ouvidos na
política
externa, que
é tratada de
maneira
bolivariana.
A própria
presidenta, se não
é a executiva que
gostaríamos, ou que as
circunstâncias políticas
impediram, não é o
desastre alardeado entre
oposionistas, na política,
na mídia e nas redes
sociais. Os seus projetos,
denominados PAC, são
importantes. E os atrasos
são devidos a um pessoal
do próprio governo,
que embarga, engessa
e faz atrasar todos os
cronogramas. Para
esses é que ela deveria
voltar seu gênio forte
quando contrariada.
Ela começou seu
governo, aliás, muito
bem, quando foi
afastando a turma sob
suspeições. Poderia
voltar à "faxina", como
ficou conhecida sua
postura inicial. Caso não
se reeleja seria um bom
fecho de mandato.
No mais, no mundo
moderno não se governa
mais ao sabor das
preferências ideológicas
e, sim, das conveniências
reais dos povos e países.
O objetivo é melhorar a
vida da população. E não
nos parece ser o
que acontece com
parceiros queridos de sua
assessoria internacional,
como Cuba, Venezuela,
Equador, Bolívia e
A rg e n t i n a .
Na oposição, o que
credencia o senador
Aécio Neves não é o
discurso recomendado
pelos profissionais do
marketing político. O que
grita no ex-governador
mineiro é a sua obra, a
capacidade de formar
equipe competente e
séria, de tocar grandes
projetos com sucesso.
Esta é sua credencial,
que inclui um excelente
relacionamento com as
forças produtoras de
Minas Gerais.
O povo sabe disso
tudo. Logo, a
campanha não
pode nem deve
ser de baixo
nível, pois o
desgaste maior é para a
democracia que se tenta
construir. E a politicagem
do toma lá, dá cá, é
repelida pela sociedade
em todos os segmentos.
Nível alto na disputa,
mais lealdades e menos
"fogo amigo" permitirão
um avanço que será
observado lá fora
pelos investidores.
Com as coisas no rumo
que estão, ninguém
se arriscará a apostar
no nosso país.
ARISTÓTELES DRU M M O N D É
J O R N A L I S TA E VICE-PRESIDENTE
DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL
DO RIO DE JA N E I RO
PresidenteRogério Amato
Vice-PresidentesAlfredo Cotait NetoAntonio Carlos PelaCarlos Roberto Pinto MonteiroCesário Ramalho da SilvaEdy Luiz KogutJoão Bico de SouzaJosé Maria Chapina AlcazarLincoln da Cunha Pereira FilhoLuciano Afif DomingosLuís Eduardo SchoueriLuiz Gonzaga BertelliLuiz Roberto GonçalvesMiguel Antonio de Moura GiacummoNelson Felipe KheirallahNilton MolinaRenato AbuchamRoberto Mateus OrdineRoberto Penteado de CamargoTicoulatSérgio Belleza FilhoWalter Shindi Ilhoshi
Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira ([email protected]). Editor de Reportagem: José Maria dos Santos([email protected]). Editores Seniores: chicolelis ([email protected]), José Roberto Nassar([email protected]), Luciano de Carvalho Paço ([email protected]), Luiz Octavio Lima([email protected]), Marcus Lopes ([email protected]) e Marino Maradei Jr. ([email protected]).Editores: Cintia Shimokomaki ([email protected]), Heci Regina Candiani ([email protected]), Tsuli Narimatsu([email protected]) e Vilma Pavani ([email protected]. Subeditores: Rejane Aguiar e Ricardo Osman.Redatores: Adriana David, Evelyn Schulke, Jaime Matos e Sandra Manfredini. Repór teres: André de Almeida, Karina Lignelli, LúciaHelena de Camargo, Mariana Missiaggia, Paula Cunha, Rejane Tamoto, Renato Carbonari Ibelli, Sílvia Pimentel e Victória Brotto.Editor de Fotografia: Agliberto Lima. Arte e Diagramação: José dos Santos Coelho (Editor), André Max, Evana Clicia Lisbôa Sutilo,Gerônimo Luna Junior, Hedilberto Monserrat Junior, Lino Fernandes, Paulo Zilberman e Sidnei Dourado.
E-mail para Cartas: [email protected] E-mail para Pautas: e d i t o r @ d c o m e r c i o. c o m . b rE-mail para Imagens: [email protected] E-mail para Assinantes: c i r c u l a c a o @ a c s p. c o m . b r
Publicidade Legal: 3180-3175. Fax 3180-3123 E-mail: l e g a l d c @ d c o m e r c i o. c o m . b rPublicidade Comercial: 3180-3197, 3180-3983, Fax 3180-3894
Central de Relacionamento e Assinaturas: 3180-3544, 3180-3176
REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911, São PauloPABX (011) 3180-3737 REDAÇÃO (011) 3180-3449 FAX (011) 3180-3046, (011) 3180-3983
HOME PAGE http://www.acsp.com.br E-MAIL [email protected]
CONSELHO EDITORIAL Rogério Amato, Guilherme Afif Domingos, João Carlos Maradei, Marcel SolimeoDiretor de Redação Moisés Rabinovici ([email protected])
Gerente Executiva e de Publicidade Sonia Oliveira ([email protected])Gerente de Operações Valter Pereira de Souza ([email protected])Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estadão Conteúdo, Folhapress, Efe e ReutersImpressão S.A. O Estado de S. Paulo.Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 1,60
Esta publicação é impressa em papelcertificado FSC®, garantia de manejo florestalresponsável, pela S.A. O Estado de S. Paulo.
FALE CONOSCO
Fundado em 1º de julho de 1924
SXC
Reprodução
quarta-feira, 7 de maio de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 3
Prazo de validade:setenta anos.
O CAMINHO DA DE G E N E R A Ç Ã O
A S L E I S D E V E M S E R J U S TA S , M A S H Á L E G I S L A D O R E S MAIS REAL ISTAS D O Q U E O R E I .
PAULO SAAB
IVONE ZEGER
Nara, 65 e Roberto,
74, são casados há
40 anos. Têm um fi-
lho, Flávio, uma no-
ra e três netos que eles ado-
ram. Comerciantes, com duas
lojas de autopeças em bairros
estratégicos da cidade de São
Paulo, guardaram dinheiro su-
ficiente para “curtir ” a vida
quando se aposentassem. En-
tregaram a administração dos
negócios ao filho e traçaram
seus planos de viagem.
Mas uma reviravolta modifi-
cou os planos. O filho, Flávio,
se separou da esposa – ela pe-
gou mala e cuia e foi para des-
tino ignorado – e ele não con-
seguiu dar conta do trabalho e
das crianças. Está em depres-
são profunda. Nara trouxe os
três netos pequenos para ca-
sa, tem de ter cuidado redo-
brado, pois sentem a falta da
mãe, e ainda ajuda Roberto,
que reassumiu a administra-
ção das lojas. “Vou criar meus
netos”, disse Roberto, “p o r-
que não quero que cresçam
sem esperança”.
Histórias como esta pulu-
lam no cotidiano das famílias.
E por esse Brasil afora, há pelo
menos uma década, ecoam
em nossos ouvidos dados do
IBGE – Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística –apon-
tando a quantia de 12 milhões
de lares que são sustentados
pela aposentadoria, quase
sempre acrescida de ganhos
extras para que o orçamento
dê conta. Num grupo de dez
idosos, pelo menos três sus-
tentam suas famílias.
Éverdade que em muitos
casos, a aposentadoria
veio cedo, aos 50, 55
anos. Essa tendência, entre-
tanto, se verifica também nas
famílias que dependem me-
nos da aposentadoria, mas cu-
jos avós acabam sendo o sus-
tentáculo de filhos e netos.
Sendo assim, parece injus-
to, se não até absurdo em
muitos casos, o fato de se-
nhores e senhoras serem tra-
tados como pessoas limítro-
fes ou que careçam de leis
que os “p ro t e j a m ” de atos in-
consequentes que eles mes-
mos possam vir a praticar.
Refiro-me a algo bastante
específico: o denominado Re-
gime da Separação Obrigató-
ria de Bens, determinado na
lei por meio do artigo 1641 do
Código Civil e seu insiso II, que
dita: “É obrigatório o regime
da separação de bens no ca-
samento da pessoa maior de
setenta (70) anos”.
Ou seja, para a lei, 70
anos é o “prazo de va-
lid ade” do juízo dos
idosos brasileiros. Esse artigo
alterou a redação do inciso II
do art. 1.641 da Lei no 10.406,
de 10 de janeiro de 2002 (Có-
digo Civil). Antes disso, o
“prazo de validade” era de 60
anos. A alteração que se deu
com a lei nº 12.344 em de-
zembro de 2010, foi em parte
devido à pressão da socieda-
de sobre os legisladores, por
meio dos especialistas do Di-
reito de Família.
A ideia é que ao restringir a
liberdade da administração
de bens para casamentos
após os 70 anos, se esteja
protegendo os velhinhos e
velhinhas das moças e mo-
ços interesseiros. Pode pare-
cer pertinente, mas tal inciso
apenas discrimina, constran-
ge e não tem qualquer rele-
vância prática. Por quê?
Bem, imagine que um se-
nhor de 70 anos, em juízo per-
feito, portanto sem qualquer
indício de que seja necessário
“i n t e rd i t á - l o” – e eu explicarei
esse termo mais adiante – po-
de comprar ações, vender em-
presas, alienar e doar imóveis,
e fazer e refazer testamentos.
Se assim é, não será uma lei
discriminatória que o protege-
rá da ambição alheia.
Além disso, não há idade pa-
ra que se faça um testamento.
Nele, o senhor ou a senhora,
septuagenários apaixonados,
podem designar até 50 por
cento dos seus bens à pessoa
amada, se desejarem.
Sendo assim, o inciso II do
artigo 1641 soa mais como
uma necessidade domésti-
ca, um desejo do legislador
que em função de alguma ex-
periência pessoal acreditou
que discriminar os idosos se-
ria uma maneira de proteger
o patrimônio das famílias.
Enganou-se.
Tanto é que, ao contrário do
que presume a lei, Nara e Ro-
berto, ao invés do descanso ou
momentos mais relaxados,
ganharam mais responsabili-
dades e tarefas. Na verdade,
na maioria dos casos, os avós –
casados, viúvos ou divorcia-
dos, não importa a situação ci-
vil – ajudam com prazer, e
também não pesa a idade: se
50, 60, 70 ou mais anos.
Relato todos esses fatos pa-
ra flagrar o quanto de lucidez e
sabedoria são necessárias pa-
ra organizar orçamento e
manter a casa em pé.
Mas se, enfim, senhores e
senhoras decidem levar uma
vida mais prazerosa e buscar
a felicidade, não é raro ver fi-
lhos indignados. Ainda que
sustentem e deem o melhor
de si para a família, são cer-
ceados e julgados por estes
mesmos beneficiados. E é
então que, como um mágico
tira uma lebre da cartola, a fa-
mília procura um advogado
para interditar o “re v o l t o s o”.
A interdição é tema muito
estudado entre profissionais
do direito e da saúde mental.
Trata-se de uma medida judi-
cial que impossibilita a pessoa
de gerir sua própria vida e ad-
ministrar seus bens.
De acordo com o artigo
1761 do Código Civil,
são passíveis de inter-
dição aqueles que: “por enfer-
midade ou deficiência mental,
não tiverem o necessário dis-
cernimento para os atos da vi-
da civil; ou que por outra causa
duradoura, não puderem ex-
primir a sua vontade; os doen-
tes mentais, os ébrios habi-
tuais e os viciados em tóxicos;
os excepcionais sem comple-
to desenvolvimento mental e
os pródigos”.
Ora, uma pessoa que traba-
lhou a vida toda, foi e ainda é
útil à sociedade e à família e
que resolve ser feliz não se en-
caixa em nenhuma dessas ca-
racterísticas. Portanto, não
deveria ser tratado como ne-
cessitado de proteção, muito
menos na hora de se casar.
IVO N E ZEGER É A DVO G A DA
E S P E C I A L I S TA EM DI R E I TO DE
FAMÍLIA E SU C E S S Ã O, ME M B RO
EF E T I VO DA COMISSÃO DE DI R E I TO
DE FAMÍLIA DA OAB-SP, AU TO R A
DOS L I V RO S “HERANÇA: PE R G U N TA S
E RE S P O S TA S ” E “FAMÍLIA:PE R G U N TA S E RE S P O S TA S ” – DA
MESCLA ED I TO R I A
LW W W.I VO N E Z E G E R .COM.BR
"Ocomportamento
de nossa elite
dirigente, ainda
que parte ponderável
dela possa ser de origem
humilde, é a de enxergar
na massa, especialmente
a votante, um contingente
de apoio que será perene
quanto mais depender dos
favores do poder público,
especialmente, de
programas de governo que
garantem a subsistência
miserável, tornando
permanente o estado de
dependência e pobreza...
enquanto a maioria
silenciosa da classe média
em suas ramificações
econômicas, pasma, assiste
e paga a conta, sem
perceber, o seu nível de
discernimento, de
indignação, vai se esvaindo,
porquanto a repetição
infinda de atos
desabonadores no seu
cotidiano a faz acreditar que
aquilo é o normal, é o certo,
para sobre viver... que
inversão perversa de
valores. A proliferação dos
maus exemplos vindos dos
políticos e governantes) que
tendem a se estender como
um organograma
esquematizado vira
referencial do tipo salve-se
quem puder... o crime não
tem limites quando sabe que
não haverá punição e/ou as
leis o
f a v o re c e m . . . " .
Esse trecho
foi extraído do
texto "O poder
e os valores",
contido no livro
Cidadania Já, de
minha autoria
(página 20 da
segunda
edição)
lançado em
março de 2010.
"Está tudo
errado e as
pessoas
e n c a rre g a d a s
de promover a
mudança,
eliminar os
vícios e
comportamentos
incorretos são
seus patrocinadores e disso
se beneficiam... assim tem
sido assim será, enquanto a
massa eleitoral não discernir
entre o certo e o errado,
entre o que é público e
privado." – extraído do
texto "Brasil, salve-se quem
puder", deste colunista,
publicada no Diáriodo Comércio em 11 de
janeiro de 2011.
Usei dois simples
exemplos, de quatro e
de três anos atrás, para
mostrar ao leitor que
o grito de alerta, o brado de
As bravatas de Lula, o
chororô permanente de
Dilma, as catilinárias de
Falcão perdem espaço a
cada dia. As falsidades
ideológicas de Gilberto
Carvalho, os engodos de
Marco Aurélio Garcia e
outras "lideranças"
petistas, comprometidas só
com elas mesmas,
provocam um movimento
de indignação que cresce
no Brasil – não por complôs
ou motins, mas porque eles
próprios se excederam
tanto e há tanto tempo, na
arte de ludibriar o País, que
os fatos negativos, os seus
malfeitos, vazam pelo
ladrão, se a figura de
retórica cabe aqui, sem que
seja preciso existir
oposição. Que, alias, ainda
não existiu na era lulilma.
Tudo isto para dizer, sem
ser, repito, nenhuma
conspiração, que o País
está tão cansado disso tudo
que, se Dilma vencer
novamente a eleição, à
custa dos brasileiros que
votam sem pensar, o Brasil
não vai aguentar mais
quatro anos de desmandos
e ausência de rumos
construtivos. Não sou
profeta do apocalipse. Mas
está tudo tão evidente que
é facil prever que não
haverá mais sustentação
política, econômica e
mesmo social para um
novo mandato cujo objetivo
é o poder pelo poder.
Estamos a caminho da
degeneração dos
costumes, valores,
procedimentos éticos,
educação, cidadania, pelos
exemplos que vêm de cima.
E não é de agora. Se eu
voltar mais ainda no tempo,
pesquisando o que escrevo
há anos, acharei isto tudo lá
atrás, nada pessoal, mas
fruto da vivencia, da
observação no jornalismo.
O tempo só me deu razão
e agora o coro nacional que
se levanta contra os
malfeitos do petismo, se
nivela ao que mostro com
objetividade há tempos. E o
tempo está se esgotando.
Para eles e para o País.
Quem sobreviverá?
PAU L O SAAB É J O R N A L I S TA E
E S C R I TO R
indignação que está
ganhando corpo na
imprensa brasileira contra
os métodos de governo da
era lulilma, de há muito é
formulado por mim e não
faz parte de nenhuma
conspiração, não se trata
de instrumentos de ódio ao
povo, nem representa
qualquer tentativa das
elites de desestabilizar o
governo petista; enfim,
não cabem nas falácias por
eles utilizadas para tentar,
sempre, desconstruir quem
não concorda com seu
projeto de poder eterno.
A cada dia mais gente
enxerga o que eu já
enxergava bem lá atrás.
Trata-se de uma proposta
de poder de um partido e
nada mais. As desculpas
sempre colocadas como
escudo de defesa dos
petistas e aliado$, de criar
inimigos imaginários
culpados pelos erros deles
(petistas e aliado$), além
de "partir para cima",
agredindo ,ofendendo
verbalmente quem deles
ousa discordar, criando no
Brasil "eles e nós",
começam a perder efeito.
SXC
SXC
4 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 7 de maio de 2014
[email protected]������ ����� �����
�����
Colaboração:
Paula Rodrigues / Alexandre Favero
MAIS: agora, ele ganhoude brinde um assento noConselho de Itaipú. Rece-berá R$ 20 mil por mêspara reuniões bimestrais.
MISTURA FINA
Fotos: BusinessNews
Receitatucana
Pecadosderock star
��������������� Giovanna Antonelli, 38anos, a Clara da novela EmFamília, é a atração da novaGlamour, onde resolveu posarno estilo rock star. Na matéria,
conta alguns de seus pecados: “Me entrego à luxuria quandoviajo com meu marido de férias. Morro de preguiça de acordarcedo – e de gente medíocre também”. Mãe de três filhos, estáacertando sua estréia na avenida, no carnaval do ano quevem, como rainha da bateria da Mocidade Independente dePadre Miguel, no lugar de Mariana Rios.
Maisqueestresse��� Quando foi internado no Sírio-Libanês,há dias, devido a uma suposta crise delabirintite, os médicos de Lula (no traço de
Miguel)detectaram que o ex-presidente viveperíodo de grande estresse, agravado pela
queda de Dilma nas pesquisas, a complicadaentrevista na RTP portuguesa e a informação de
que a Polícia Federal, insatisfeita com o tratamento que recebe dogoverno, abastecerá a mídia, via conta-gotas, com uma nova levade escândalos, na Petrobras e em outros pontos. Pior: ele estariasentindo que seu poder “está diminuindo”. Fora isso, esses mesmosmédicos querem fazer novas baterias de exames com Lula.
Noitede gala
O ministro Aloizio Merca-dante, da Casa Civil, re-cebe R$ 19,9 mil mensais.É o mesmo salário dapresidente Dilma Rousseff.
IN OUT�
�
Fotos a cores.Fotos BP.
��� A presidente Dilma Rousseffjá dá sinais, tentando reverter osescândalos da Petrobras, sua festade demissões (mais de oito milfuncionários no primeiro programa
de demissão voluntária da estatal) e sua queda para o 120º lugar noranking das maiores empresas dos emergentes (estava em 12º),que retomará antigo mote: dirá que seus rivais querem privatizar aempresa. Aécio Neves, contudo, prepara a contra-ofensiva: defenderáuma “Petrobras independente”, com gestão autônoma, apresentadacomo solução contra todos os males que assolam a companhia. Ebaterá na tecla de que essa será a saída contra “aparelhamentopartidário”, “desmandos administrativos” e “corrupção generalizada”.
Presença virtual��� A deputada distrital Liliane Roriz, filha de ex-governadorJoaquim Roriz, será candidata a vice-governadora do DF nachapa de José Roberto Arruda (PR) que está em primeirolugar nas pesquisas. Roriz, com sérios problemas de saúde(está na fila de transplante de rins), poderá não participar deeventos públicos: teria dificuldade em subir nos palanques. Anovidade é que o pessoal da campanha estuda colocar Rorizem cena, via projeção holográfica.
“Somos todos humanos e todos iguais. Acho que é isso que devemosdefender.”
��� Muito brilho, decotes,glamour, celebridades doshowbiz e do mundo da mola,socialites e milionários: esseera o recheio da Baile de Gala
2014 do Metropolitan Museum, em Nova York, coordenadopela poderosa Anna Wintour, da Vogue America (primeira fotoà esquerda, vestindo Chanel), que teve o centro de modacom seu nome inaugurado por Michele Obama. A festa abriaa exposição sobre Charles James, primeiro nome da alta-costura dos Estados Unidos. Lá, entre tantas, da segunda foto àesquerda para a direita, Gisele Bündchen (usando Balenciaga);Sarah Jessica-Parker (com Oscar de la Renta); Beyoncé,de Givenchy; e Lupita Nyong’o, vestindo Prada.
DANIEL ALVES // que comeu a banana que lhe atiraram em campo e que nãogosta da campanha Somos Todos Macacos.
Tempos escuros��� O candidato petista aogoverno de São Paulo, AlexandrePadilha, que não decola naspesquisas, começou a empurrarpara Geraldo Alckmin o rótulode mau administrador por contada crise hídrica que São Pauloenfrenta. Chegou a discursar comesse mote, até que alguém lheavisou que os tucanos vinhamcom grande campanha sobre acrise energética que afetarátodo o país, com a ameaça deracionamento. Mais: tudo porconta dos anêmicos resultadosdo programa federal Luz paraTodos que ainda deixa um milhãode brasileiros no escuro. Hoje,nos corredores do OperadorNacional do Sistema, a conversaé que o país deve reduzir já oconsumo de energia, entre 4%e 6%, para afastar o risco dofornecimento entrar em colapso.
RENDAS PUIDAS��������������� Os punhos de renda dopessoal do Itamaraty andammeio puídos. A presidenteDilma Rousseff anda seestranhando com os diploma-tas especialmente no quesitode presentes para chefes deEstado que visitam o país(discutir aluguéis atrasadosde consultados e embaixadasé outra coisa). Nesses dias,ela queria que fosse compra-do para um visitante ilustreum presente igual ao que deraao presidente Horácio Cartes,do Paraguai. O Itamaraty, comorçamento no chão, avisouque não tinha R$ 7 mil disponí-veis para comprar o mimo.
Farra lá fora��������������� O The New York Timesacaba de publicar umamatéria sobre os 850 milbrasileiros que deitaram erolaram em compras em NovaYork no ano passado, gastan-do nas lojas da cidade US$2,4 bilhões. Artigos de luxo,roupas de grife, eletrônicos,hotéis caros e espetáculos daBroadway são os maioresalvos dos turistas brasileiros,segundo o jornal que acreditaque altos impostos praticadosno Brasil sejam o motivo detanto consumo no exterior.
SECRETAAos 73 anos de idade, aindadefendendo só biografiaautorizada e com o biografadoparticipandodoslucros,RobertoCarlos disse no programa deAmaury Jr. que “tem alguém,mas não vou me casar tãocedo e não dá para dizer queé uma amizade colorida”. Aeleita é mesmo a cearense IaraAndrade, que mora em Fortale-za e que costuma se encontrarem São Paulo com o cantor. Eleestá saindo para uma turnêinternacional de dois meses,justamente para não estar noBrasil na abertura da Copa doMundo, onde não irá cantar.
Não é o Valério��� A frase é atribuída a NestorCerveró, ex-Petrobras e ex-BRDistribuidora e teria sido ditanuma roda em Brasília, quandose comentava a disposição dePaulo Roberto Costa, tambémex-Petrobras, de partir para adeleção premiada, para preservarsua família e mesmo ser incluídono Programa de Proteção aTestemunhas: “O Paulo Robertonão é o Marcos Valério, não”.Queria dizer que o ex-diretor doAbastecimento da estatal jamaisagüentaria firme, sem entregarninguém, poupar Lula e sercondenado a 37 anos de prisão.
À DISTANCIA��� A presidente DilmaRousseff está mantendoGilberto Carvalho, secretá-rio-geral da Presidência, àdistancia. Nem pensar que elepossa participar de algumareunião com foco na campa-nha. E Gilbertinho, magoado,avisa Lula que a Chefe doGoverno nem o chama maispara despachos rotineiros. Eele não quer se reportar aoministro Aloizio Mercadante.
��� CONVERSANDO comgrupo de empresários, nessesdias, em São Paulo, o ex-ministroDelfim Netto, do alto dos seus 86anos, soltou uma preciosidade:“Quem diz que o Lula fala umacoisa e depois diz outra emcontrário por confusão mental éque não entende de geometriada política, na qual um triangulotem quatro vértices”.
��� COM a queda de vendas nosetor, as redes de varejo estãoapostando em promoções àsvésperas da Copa: já se podecomprar um aparelho de TV comtela fina de 32 polegadas pormenos de mil reais, parcela-dos em até 12 vezes semjuros. É menos da metade dovalor cobrado por um aparelhosemelhante há quatro anos naCopa da África do Sul.
��� ECONOMISTA e escritora,Eliana Cardoso lança, no mêsque vem, seu primeiro romance,Bonecas Russas, pela Compa-nhia das Letras,
��� SILVIO Santos quer aconstrução imediata de dois novosestúdios no Complexo do SBT naAnhanguera. Quer abrir – e logo –um segundo horário de novelas,com temas adultos e em parceriacom a Televisa, a partir do anoque vem. A idéia é ter novelas,com o jeitão das mexicanas, quepossam ser comercializadaspela América Latina.
��� NO PRÓXIMO dia 18, emLas Vegas, acontece a festada Billboard Music Awards eJennifer Lopez vai receber o IconAward. Até agora, só receberamNeil Diamond, Stevie Wondere Prince: ela será a primeiramulher. Mais: ao lado de Pitbull,Jennifer apresentará a música-tema da Copa do Mundo 2014,We Are One (Ola Ola), durantea festa, bem como sua novamúsica de trabalho, First Love.
��� AO CONTRÁRIO dospresidenciáveis Aécio Neves eEduardo Campos, a presidenteDilma Rousseff não aceitará,em hipótese alguma, instituira independência do BancoCentral, por meio de lei aprova-da pelo Congresso.
quarta-feira, 7 de maio de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 5
ELES SERÃO 32Caso seja instalada, acomissão mista terá 32integrantes – 16 senadorese 16 deputados.
CPMI da Petrobras?Ficou para hoje.
Renan Calheiros convocou sessão extraordinária do Congresso Nacional para esta noite
Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Renan Calheiros: convocação sinaliza para a comissão mista.
Opresidente do Congresso,
Renan Calheiros (PMDB-
AL), decidiu ontem convo-
car para a noite de hoje uma
sessão extraordinária do Congresso
Nacional para decidir sobre a instala-
ção de uma Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) da Petrobras. A oposi-
ção defende um colegiado misto, com
participação de senadores e deputa-
dos. Já o PT insiste em comissão exclu-
siva do Senado.
Diante de uma série de denúncias
contra a estatal do petróleo, a oposição
havia protocolado dois pedidos de CPI
no Legislativo. Uma mista e outra só no
Senado. Originalmente, Renan havia
marcado para ontem uma reunião com
líderes de partidos para definir qual das
duas CPIs seria instalada. No entanto,
segundo sua assessoria, o presidente
do Congresso cancelou a reunião de on-
tem e decidiu convocar a sessão do
Congresso, sinalizando a intenção de
instalar uma comissão mista, com pre-
sença também de deputados.
Na sessão conjunta entre Câmara e
Senado, Renan Calheiros vai pedir for-
malmente aos líderes partidários a in-
dicação dos integrantes da CPMI (Co-
missão Parlamentar Mista de Inquéri-
to), conforme nota divulgada pela as-
sessoria. A indicação dos nomes é
passo necessário para o andamento
do colegiado. Caso seja instalada, a co-
missão mista terá 32 integrantes – 16
senadores e 16 deputados. Para a opo-
sição, é possível iniciar a CPMI (mista)
na próxima semana. Diante da amea-
ça do PT de não indicar nomes hoje, a
estratégia, segundo o líder do DEM, se-
nador José Agripino (RN), é reunir o nú-
mero mínimo de integrantes (17 parla-
mentares) e convocar a primeira ses-
são,instalando o colegiado.
"Independente da intenção de
quem quer que seja, nossa estratégia é
a de instalar a CPMI”, afirmou Agripino.
O presidente do PSDB, e pré-candidato
à presidência senador Aécio Neves
(MG), disse que “a partir do momento
em que os membros forem indicados, a
CPI começa a funcionar".
Pouco antes de adiar para hoje a de-
cisão sobre a CPI, Renan Calheiros se
reuniu no Palácio do Planalto com a
presidente Dilma Rousseff e outros in-
tegrantes da cúpula do PMDB. Partici-
param o vice-presidente Michel Temer,
o líder do governo no Senado, Eduardo
Braga (AM) e o presidente da Câmara,
Henrique Eduardo Alves (RN). A reu-
nião, por volta das 12h, ocorreu poucas
horas depois da reunião de líderes da
base comandada pelo ministro de Re-
lações Institucionais, Ricardo Berzoini,
para tratar sobre as investigações no
Congresso sobre a compra de Pasade-
na. O líder do PMDB no Senado, Eunício
Oliveira (PMDB-CE), participou so-
mente por alguns minutos, já no final.
RECURSO À CCJApós breve reunião com deputados e
senadores da oposição, Calheiros anun-
ciou na sessão de hoje também respon-
derá a questionamentos contra a insta-
lação da CPMI feitos durante a última
sessão do Congresso. A exemplo do que
fez durante o processo de criação da CPI
no Senado, o presidente disse que recor-
rerá de sua decisão à Comissão de Cons-
tituição e Justiça (CCJ).
Quando respondeu a questões de or-
dem sobre a abrangência das investi-
gações no Senado, Renan posicionou-
se favoravelmente à investigação am-
pla, que contemplaria, além da Petro-
bras, denúncias de suposto cartel no
metrô de São Paulo e na refinaria Abreu
e Lima, em Pernambuco. Ele remeteu
sua decisão, porém, à CCJ e ao plenário
do Senado. Na época, a comissão foi fa-
vorável à apuração ampliada, mas o
plenário não analisou a questão.
O recurso à CCJ não suspenderá a ins-
talação da CPMI. Calheiros afirmou que
estenderá a decisão da ministra do Su-
premo Tribunal Federal, Rosa Weber, à
comissão mista, por isso pedirá indica-
ção dos integrantes. A magistrada de-
terminou que a CPI do Senado deverá ter
como alvo só a Petrobras e não poderá
ser ampliada a fim de investigar denún-
cias em São Paulo e em Pernambuco, co-
mo desejava o governo." (Ag. O Globo)
Oposiçãopressiona porCPMI da Petrobras
Líderes de oposição do
Congresso se reuniram
ontem com o presidente
do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), para
pressionar pela instalação
imediata da comissão
parlamentar mista de
inquérito (CPMI) da
Petrobras. Sem
apresentar nomes para a
CPI do Senado, a oposição
defende a investigação
ampla da estatal no
Congresso e acusa os
governistas de "boicotar"
a instalação da comissão
parlamentar mista. "Não
há mais como postergar,
como adiar", apelou o pré-
candidato a presidente e
senador Aécio Neves
(PSDB-MG).
Os partidos de oposição
insistem que, embora,
regimentalmente, seja
possível a instalação de
duas comissões com o
mesmo foco, na prática só
uma prevalecerá. "Com a
criação da CPMI, teremos
o esvaziamento da CPI do
Senado", concluiu o líder
do DEM na Câmara,
Mendonça Filho (PE).
As siglas de oposição
afirmam que não
esperarão as indicações
da base aliada e que
ontem mesmo
apresentariam os
nomes da CPMI.
"O que vamos organizar
agora é a ação dos líderes
para que todos promovam
as indicações", afirmou
Mendonça Filho.
(Estadão Conteúdo)
3ª etapa da 2ª fase do PAC 2: R$ 2,8 bi.Presidente apresentou dados sobre queda na desigualdade e liberou recursos para obras de água e esgoto.
Ués
lei M
arce
lino/
Reut
ers
Apresidente Dilma Rousseff lançou
ontem a terceira etapa das ações
para saneamento básico e
tratamento de água no valor de
R$ 2,8 bilhões dentro da segunda fase do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC
2), exaltando as ações desenvolvidas desde o
governo do ex-presidente Lula.
Segundo ela, o governo federal investia em
média R$ 1 bilhão por ano na área de
esgotamento sanitário antes de Lula, entre
outras coisas, em função de restrições
impostas pelo Fundo Monetário Internacional
(FMI) e pela falta de prioridade política.
Segundo Dilma, as prioridades mudaram:
"Hoje, eu estou me beneficiando das decisões
tomadas no governo Lula. No início do
segundo mandato (de Lula), nós tínhamos
nos aprumado e investíamos em torno de
R$ 20 bilhões, agora estamos chegando a R$
37,8 bilhões. Isso mostra que avançamos
bastante e mostra que temos de avançar
muito mais, justamente porque no passado
se investiu pouco. Agora, temos de investir
muito mais. Daí a importância de avançar em
parceria com as empresas e os Estados."
A presidente destacou a importância das
inversões em saneamento justificando que,
além dos benefícios para saúde pública, elas
também garantem o incentivo ao emprego e
à renda. Ela também falou que no Brasil
houve um descompasso entre as taxa de
crescimento da renda e consumo e da oferta
de serviços básicos.
Segundo ela, isso ocorre porque a execução
de obras nesses serviços, como saúde,
educação e saneamento, demoravam mais.
Dilma afirmou que com mais investimento
realizado nos últimos anos foi possível reduzir
de seis anos para dois anos a média das
construções sanitárias.
A presidente concluiu o discurso cobrando
celeridade dos prefeitos e governadores,
responsáveis pela eficácia na execução das
obras de saneamento, cujos recursos são
liberados pelo governo federal. "Estamos nos
esforçando para acabar com déficit de
saneamento, que era vergonhoso".
Segundo o Ministério da Saúde, a terceira
etapa do PAC 2 beneficiará 635 municípios e
5,3 milhões de pessoas. Serão liberados
R$ 2,8 bilhões da Fundação Nacional de Saúde
(Funasa) para as obras de abastecimento de
água e esgotamento sanitário. Desde 2011,
quando começou a segunda fase do PAC 2, a
Funasa já repassou R$ 3,45 bilhões para obras
de água e esgoto. (Agências)
6 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 7 de maio de 2014
Padilha prometemais subsídio
para o transportePetista diz que, se eleito, aumentará subsídio à tarifa de trens e metrô.
Questionado se pre-
tenderia manter es-
sa política frente à
necess idade de
ampliação de investimentos
na rede metroviária, Alexan-
dre Padilha respondeu que vai
aumentar o subsídio para o
transporte público no Estado.
Essas respostas foram da-
das durante uma sabatina
promovida ontem, pela Folha,
portal UOL (Grupo Folha), SBT
e rádio Jovem Pan.
O próximo a ser sabatinado
será o ex-prefeito de São Paulo
Gilberto Kassab (PSD), na pró-
xima terça-feira, dia 13. Tam-
bém pré-candidatos, o gover-
n a d o r G e r a l d o A l c k m i n
(PSDB) e o presidente da Fiesp
(Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo) Paulo
Skaf (PMDB) já foram convida-
dos para eventos semelhan-
tes, mas não confirmaram
presença oficialmente.
O pré-candidato do PT ao
governo de São Paulo prome-
teu implantar um bilhete inte-
grado único, "que junta CPTM
(Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos), metrô e a
EMTU (Empresa Metropolita-
na de Transportes Urbanos).
Isso vai significar colocar mais
subsídio. Porque, em primeiro
lugar, está o trabalhador que
precisa do transporte"
Para Padilha, o aumento do
subsídio à tarifa e a ampliação
da rede são investimentos di-
ferentes, explicou. Nas parce-
rias público-privadas, a admi-
nistração estadual firma um
contrato com um agente pri-
vado para construção de
obras e é pago pelo governo
ou numa combinação entre ta-
rifas cobradas dos usuários
com recursos públicos. Esse é
o modelo de gestão utilizado
nas atuais ampliações da rede
ferroviária de São Paulo.
Abaixo, os comentários do
pré-candidato sobre os se-
guintes temas:
S AB ES P – "Só a Sabesp lu-
crou R$ 2 milhões. Se ela tives-
se investido todo esse dinhei-
ro nas obras que precisavam
ser feitas, isso não estaria
acontecendo. A Sabesp foi ir-
re s p o n s á v e l . "
A L CK M I N – "Aqui em São
Paulo já tem redução (no for-
necimento) desde dezembro.
Se eu fosse governador já te-
riam sido executadas as obras
que estão há dez anos para-
das. O racionamento já existe
em São Paulo."
"O Estado assumiu respon-
sabilidade, mas nenhuma
obra saiu do papel para redu-
zir a dependência de Cantarei-
ra. Desde 2004, é um tema
persistente. Aloizio Merca-
dante (candidato petista ao
governo do Estado em 2010),
quando candidato, pautou es-
se tema. A ANA (Agência Na-
cional de Águas) apontou, em
2004, que pera preciso reali-
zar obras para evitar a depen-
dência do Cantareira".
PCC – "O PCC é uma facção
criminosa. Nós temos que ter
coragem de enfrentar o PCC.
Temos que enfrentar o PCC e
qualquer outra facção crimi-
nosa, e isso só é possível se ti-
ver parceria com o governo fe-
deral. O PCC tomou conta dos
p re s í d i o s " .
LABOGEN–Questionado so-
bre a parceria entre o Ministé-
rio da Saúde e o laboratório La-
bogen, Padilha, que é ex-mi-
nistro da pasta, disse que
criou filtros para evitar irregu-
laridades em sua gestão e que
o fato de que a instituição era
de fachada viria à tona em eta-
pas posteriores da parceria.
"A vistoria é feita depois. O
que é apontado no termo? Que
só poderia progredir um contra-
to se apresentasse um relatório
da vigilância sanitária, em que
chegam os equipamentos, as
estruturas de produção."
A parceria entre Labogen e
Ministério da Saúde foi inter-
mediada pelo deputado André
Vargas (sem partido-PR), que
se desfiliou do PT após a revela-
ção de que o laboratório era
controlado pelo doleiro Alberto
Youssef, preso em março e acu-
sado de participar de esquema
bilionário de lavagem de di-
nheiro. A parceria foi cancelada
pela pasta a pedido de Padilha,
que nega qualquer relação com
o doleiro. (Agências)
André Lucas Almeida/Estadão Conteúdo
Padilha, que nega qualquer relação com o doleiro Youssef, fala sobre assuntos polêmicos da cidade.
Mais Médicos: Campos critica, mas mantém.Robson Fernandes/Estadão Conteúdo
Eduardo Campos: Não vamos resolver importando médicos, mas não vamos retirar médicos (...)".
Oex-governador de Pernambuco
Eduardo Campos, pré-candidato do
PSB à Presidência, criticou ontem o
programa Mais Médicos, do Governo
Federal, durante encontro com profissionais da
área de saúde na Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (USP), mas garantiu
que não acabará com o programa caso seja
eleito. "Não vamos resolver o problema da Saú-
de no Brasil importando médicos, mas não va-
mos retirar médicos de comunidades que não
têm outra alternativa", disse.
Mas, segundo ele, em caso de uma vitória do
PSB nas eleições de outubro, os contratos com
médicos cubanos serão revistos para que rece-
bam a mesma remuneração dos médicos bra-
sileiros. "Cubanos não podem ter um salário in-
ferior ao dos médicos brasileiros ou de outros
estrangeiros", afirmou.
Campos disse ainda que o debate sobre o
programa Mais Médicos "só interessa ao gover-
no, que criou o programa porque não dispunha
de nenhuma realização relevante para apre-
sentar à população na área da Saúde", disse.
Segundo ele, é preciso responder à Saúde fora
do marketing político. O ex-governador foi re-
cebido na Faculdade de Medicina por Giovanni
Guido Cerri, ex-secretário de Saúde do gover-
nador Geraldo Alckmin (PSDB).
Campos afirmou também que o País quer
melhorar o serviço de saúde. "Queremos sis-
tema único de padrão inglês, que foi onde nós
nos inspiramos para fazer o SUS", disse du-
rante palestra na faculdade. O pessebista de-
fendeu novamente um enxugamento do Es-
tado, com um novo pacto político em que re-
ceitas e verbas públicas possam ser alocadas
mais adequadamente para as áreas prioritá-
rias, como saúde e educação, atacou a ges-
tão de hospitais federais e disse que o grande
problema da área no País é o atendimento de
média complexidade .
Eduardo Campos repetiu suas propostas
de diminuir o fisiologismo e reduzir o número
de ministérios. "Hoje gastamos mais para pa-
gar seguro-desemprego do que com o SUS.
Tem escolha, mas temos de quebrar os ovos
para fazer a omelete", disse. Para Campos, no
próximo plano plurianual, em 2015, "o País
deve assumir um compromisso claro com o
crescimento do financiamento à saúde públi-
ca". O pré-candidato do PSB defendeu ainda a
transparência na indicação a cargos públicos
da saúde e uma parceria com o setor privado,
que, segundo ele, gere unidades de saúde
com maior eficiência. "Temos de aumentar a
rede filantrópica. Precisamos acabar com o
preconceito com quem investe para remune-
rar seu capital."
I D E O LO G I AQuestionado sobre seu posicionamento
ideológico, Eduardo Campos disse que se con-
sidera um político "à esquerda" do senador Aé-
cio Neves, pré-candidato do PSDB à presidên-
cia. "Dá pra dizer isso, em função de posiciona-
mentos históricos que adotamos e de nossas
origens políticas". Mais tarde, quando pergun-
tado novamente sobre o tema, Campos mini-
mizou: "esquerda ou direita depende da posi-
ção de quem está vendo".
O ex-governador Eduardo Campos partici-
pou ontem da feira da Associação Paulista de
Supermercados (APAS), também na capital
paulista. Em discurso a dirigentes da associa-
ção, criticou o governo Dilma Rousseff e repe-
tiu: "estamos tendo o menor crescimento da
história republicana brasileira". Depois do
discurso, o pré-candidato visitou estandes
no evento. (Agências)
Arlindo Chinaglia,o novo vice da Câmara.
Odeputado Arlindo
Chinaglia (PT-SP) foi
escolhido ontem para
ocupar o cargo de vice-
presidente da Câmara. Em
encontro fechado da bancada
do partido, Chinaglia recebeu
44 votos, contra 38 do
deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) e
um voto nulo, segundo
informou o deputado
Vicentinho (SP), líder da
bancada.
O cargo está vago desde
que o deputado André Vargas
(sem partido-PR) renunciou
ao posto. Posteriormente,
Vargas, que responde a
processo no Conselho de
Ética por suposto
envolvimento com um doleiro
preso pela Polícia Federal, se
desfiliou do PT.
A indicação de Chinaglia
ainda terá de ser votada pelo
plenário da Câmara, mas
deverá ser aprovada em
razão de acordo entre PT e
PMDB. Partido com a maior
bancada, o PT teria direito à
presidência da Casa. Mas,
pelo acordo, ficou com a
presidência nos dois
primeiros anos da atual
legislatura (2011-2012) e o
PMDB, segunda maior
bancada, com a vice. Nos dois
últimos anos (2013-2014), o
PMDB ficou com a presidência
e o PT, com a vice.
Chinaglia foi presidente da
Câmara em 2007 e 2008.
Atualmente, é o líder do
governo na Casa.
O PT queria um único
candidato, de consenso, para
evitar divisões na bancada,
mas isso não foi possível.
Após o resultado da
eleição, Chinaglia disse a
jornalistas que o resultado
"foi dentro da previsão", ao
afirmar que "todo mundo
sabia" que a votação interna
da bancada do PT seria
"apertada".
Chinaglia disse que não vai
acumular as funções de vice-
presidente e líder do governo.
Eleito vice-presidente da
Câmara, pedirá à presidente
Dilma Rousseff indicar outro
deputado para a liderança.
Questionado sobre
declarações do presidente da
legenda, Rui Falcão,
e do líder do PT na
Câmara, Vicentinho, sobre
possível nome de
"consenso" a ser indicado,
Chinaglia afirmou que caberá
a ele "o dever" de
unificar a bancada do partido.
"A tentativa do consenso
era não haver disputa interna
dentro da bancada. Mas
isso não foi possível. Eu
acho que é meu dever, na
medida em que eu fui
escolhido pela bancada,
encontrar esse consenso.
Eu tenho o dever de fazer
isso. Como vice, se for eleito,
meu papel será institucional
e, segundo, no que couber ao
PT, construir um maior
diálogo possível na
bancada". (Agências)
quarta-feira, 7 de maio de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 7
DILMA PREMIA PTB COM CARGO NA CAIXA
.Ó..R B I TA
CASO MALHÃES
Caseiro nega participação no crimeO
caseiro Rogério Pi-
res, que havia con-
fessado à Polícia Ci-
vil envolvimento no
assalto que levou à morte o ex-
coronel Paulo Malhães, em
abril, num sítio na Baixada Flu-
minense, negou participação
e autoria no crime, na manhã
de ontem para integrantes da
Comissão Estadual da Verda-
de e Comissão de Direitos Hu-
manos e Legislação Participa-
tiva do Senado, na sede da De-
legacia Antissequestro, no Le-
blon, Zona Sul do Rio.
A senadora Ana Rita, presi-
dente da Comissão de Direitos
Humanos do Senado, disse
que vai acompanhar de perto
o trabalho da polícia e vai pro-
videnciar um defensor público
para o caseiro. Ela afirmou ain-
da que é fundamental que Ro-
gério Pires tenha sua integri-
dade física resguardada.
"Ele não confessou partici-
pação no crime. Ele é analfa-
beto, não sabe ler nem escre-
ver. E me causa muita estra-
nheza que nenhum defensor
público tenha acompanhado
até agora os depoimentos e in-
vestigações sobre o caso",
afirmou Ana Rita.
Segundo a comissão, um
pedido oficial para o Defensor
Geral do Rio de Janeiro será fei-
to para que um advogado de
defesa preste auxílio ao indi-
ciado. Além disso, os parla-
mentares vão pedir uma cópia
do inquérito que investiga o
crime para ter acesso aos de-
poimentos do caseiro.
NEGAÇÃORogério teria dito ao presi-
dente da Comissão Estadual
da Verdade, Wadih Damous,
que, em nenhum momento,
admitiu ter facilitado a entra-
da de criminosos no sítio.
"Ele fo i perguntado ex-
pressamente por nós se, em
algum momento, ele admitiu
ter participado do assalto,
mas ele negou. Ele disse: 'A
imprensa perguntava e eu fi-
cava calado.'"
Ana Rita destacou que Ro-
gério Pires "demonstrou fir-
meza no que estava falando"
durante a conversa com os se-
nadores na delegacia. O casei-
ro foi ouvido à portas fechadas
pelos parlamentares, sem a
presença de policiais.
Rogério Pires disse, na con-
versa, que reconheceu seus ir-
mãos durante a ação, mas que
permaneceu amarrado.
Ele relatou aos senadores
que um dos seus irmãos esta-
va de capuz e que o reconhe-
cimento foi feito através de
uma tatuagem. Além disso,
Rogério Pires teria dito que os
participantes do assalto se
comunicavam com outra
pessoa por meio do telefone
fixo do sítio, o que indicaria a
participação de mais pes-
soas no crime.
"Ele disse que os irmãos que
invadiram a casa falavam por
telefone com pessoas de fora
e diziam que estavam aguar-
dando alguém chegar. As liga-
ções podem ser intercepta-
das, mas a polícia já deve ter
essa informação", contou o
senador João Capiberibe.
MEDO DE MORTEPara o senador Randolfe Ro-
drigues, Rogério Pires disse
que "temia pela sua vida".
Diante dessa informação e
da importância dos depoi-
mentos que Paulo Malhães
deu à Comissão Nacional da
Verdade antes de morrer, so-
bre torturas e mortes que con-
taram com a participação dele
na ditadura militar, os senado-
res não descartam a hipótese
de que o ex-coronel tenha sido
executado. "Essa é uma hipó-
tese que nós, nessa diligência,
estamos trabalhando."
D E S E N T E N D I M E N TO SA Comissão de Direitos Hu-
manos do Senado ameaçou ir
embora da dil igência que
acompanha as investigações
da morte de Malhães pouco
antes das conversas.
O senador Randolfe Rodri-
gues (PSol-AP) disse que, ape-
sar das tentativas de comuni-
cação, não houve um aviso
prévio à delegada de plantão
de que haveria visita à espe-
cializada nesta manhã.
"Deveriam ter oferecido
uma proteção melhor a ele
após o depoimento. Nós, na
condição de fiscais, não po-
demos nos omitir", afirmou
Randolfe. Segundo o sena-
dor, a conversa com o caseiro
Rogério Pires é fundamental
para determinar as circuns-
tâncias da morte do ex-coro-
nel Malhães.
Wadih Damous, presiden-
te da Comissão Estadual da
Verdade, reforçou o pedido
de participação da Polícia Fe-
deral no caso, e classificou a
visita como "fundamental":
"Trouxemos a visita para o Le-
blon porque em Belford Roxo,
onde ele estava, não havia
Estefan Radovicz/Agência O Dia/Estadão Conteúdo
carceragem. Teremos muito
a conversar com ele".
LAUDO NECROLÓGICOA assessoria da Polícia Civil
do Rio informou na quinta-fei-
ra que o laudo da necropsia de
Malhães, assassinado no dia
25 de abril, em seu sítio em No-
va Iguaçu, na Baixada Flumi-
nense, ainda não está pronto.
De acordo com a polícia,
ainda estão sendo recolhidas
informações sobre o suposto
roubo do disco rígido do com-
putador do militar, citado em
reportagem publicada no jor-
nal O Dia.
No dia 29, o caseiro Rogério
Pires, que segundo a polícia
confessou ter participado do
crime que terminou com a
morte do coronel, denunciou
seus dois irmãos como sendo
os homens que invadiram, no
dia 25, o sítio do militar.
Malhães foi encontrado
morto na semana passada, no
sítio em que morava, em Nova
Iguaçu (Baixada Fluminense).
Morreu enquanto o grupo es-
tava em sua casa. O crime
ocorre cerca de um mês de-
pois de o militar ter admitido
na Comissão Nacional da Ver-
dade que participou de tortu-
ras e desaparecimentos du-
rante a ditadura, inclusive o do
ex-deputado Rubens Paiva.
O local não tem câmeras, de
acordo com o delegado Fábio
Salvadoretti, que investiga o
caso. A mulher e o caseiro não
conseguiram reconhecer os cri-
minosos, mas afirmam não ter
sofrido violência física.
Na época, o Clube Militar,
associação que reúne milita-
res da reserva do Exército, in-
formou que não se pronuncia-
ria sobre o caso por não conhe-
cer as circunstâncias da morte
do coronel. O chefe de gabine-
te da presidência da institui-
ção, coronel Figueira Santos,
afirmou que o Clube Militar só
irá se manifestar se surgir al-
gum "fato novo". O Comando
Militar do Leste, no Rio, tam-
bém informou que não vai co-
mentar o caso, já que as inves-
tigações estão a cargo da Polí-
cia Civil. (Agências)
Na foto acima,Ana Rita, JoãoCapiberibe e RandolfeRodrigues: segundo eles,o caseiro negou qualquerparticipação no crime.Ao lado, ex-coronelPaulo Malhães, mortoum mês depois deter confessado àComissão da Verdadeparticipação emtortura de presospolíticos durante oregime militar.
Caso Alstom: Marinhorecebeu 'vantagensilícitas', afirma MP.
OMinistério Público Es-
tadual afirmou ao Tri-
bunal de Contas do Es-
tado de São Paulo que o conse-
lheiro Robson Marinho, ex-
chefe da Casa Civil no governo
Mário Covas (PSDB), recebeu
"pagamento de vantagens ilí-
citas" no caso Alstom – esque-
ma de propinas na área de
energia nos anos 1990. Por ofí-
cio, a Promotoria de Justiça do
Patrimônio Público e Social da
Capital é taxativa ao informar
que o conselheiro recebeu va-
lores ilícitos no âmbito do con-
trato Gisel, empreendimento
da antiga Eletropaulo.
Os promotores orientam o
corregedor-geral do TCE, con-
selheiro Dimas Ramalho, a so-
licitar na Justiça e ao Departa-
mento de Recuperação de Ati-
vos e Cooperação Jurídica In-
t e r n a c i o n a l ( D RC I ) , d o
Ministério da Justiça, docu-
mentos que incriminam Mari-
nho. "Informamos que os do-
cumentos que mostram o pa-
gamento de vantagens ilíci-
tas a Robson Riedel Marinho
se encontram sob segredo de
Justiça, mas podem ser solici-
tados", afirmam s promotores
Silvio Antonio Marques e José
Carlos Blat, responsáveis pe-
la investigação.
Marinho tem US$ 1,1 milhão
bloqueados na Suíça, indican-
do depósitos em conta secreta.
A promotoria não tem mais dú-
vidas de que ele recebeu propi-
na no caso Alstom. Ele foi o re-
lator em processo no TCE que,
em 2001, abriu caminho para
contrato de extensão de garan-
tia de equipamentos em con-
trato celebrado entre a Alstom
e a Empresa Paulista de Trans-
missão de Energia (EPTE).
No final de março, a Promo-
toria do Patrimônio pediu ao
corregedor do TCE que ado-
tasse medidas cabíveis para
investigar Marinho. Naquela
ocasião, a Promotoria enviou
c ó p i a d o i n q u é r i t o c i v i l
204/2008, cujo alvo principal
é o conselheiro Marinho. Os
promotores já indicavam ao
corregedor que ele poderia so-
licitar à Justiça os documentos
contra Marinho. Em 4 de abril,
o corregedor do TCE escreveu
para os promotores que "não
se verificam elementos objeti-
vos ou subjetivos que supor-
tem motivação ou conduta
que incitem atuação correcio-
nal administrativa."
No último dia 28, os promo-
tores reiteraram que o corre-
gedor poderá pedir em juízo e
ao DRCI os documentos que
comprovam que Marinho re-
cebeu "pagamento de valo-
res ilícitos".
Marinho nega categorica-
mente ter recebido valores
ilícitos. E a Alstom rebate as
acusações de que tenha uma
política sistemática de paga-
mento de propinas e afirma
reiteradamente que "tem im-
plementado, em toda a sua
organização, regras estritas
de conformidade e ética".
(Estadão Conteúdo)
Marcos Arcoverde/Estadão Conteúdo
Para obter apoio do PTB àreeleição, a presidente Dilma
Rousseff loteou uma das vice-presidências da Caixa ao partido,que já ocupava uma vaga nacúpula do Banco do Brasil desdejunho passado. A nomeaçãocomo vice-presidente corporativode Luiz Rondon Teixeira deMagalhães Filho, primeiro
tesoureiro do PTB, foi publicadana edição desta segunda-feira, 5,do Diário Oficial da União.
O partido que já foi presididopelo delator do Mensalão, odeputado cassado RobertoJefferson, não ocupa ministériosna Esplanada, mas já foracontemplado em junho com ocargo de vice-presidente de
Governo do Banco do Brasil.A vaga era ocupada pelo atualpresidente do PTB, Benito Gama.Ele assumiu o comando do PTBapós Jefferson pedir licença docargo, depois de ter sidocondenado pelo SupremoTribunal Federal no Mensalão.Ele esteve presente no encontronacional do PT, em São Paulo.
8 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 7 de maio de 2014
Batalha na Ucrâniachega às urnas
Kiev planeja eleições presidenciais no fim do mês, mas antes terá que enfrentar referendos separatistas.
No momento em que
os dois lados do con-
flito ucraniano es-
tão enterrando os
seus mortos, a batalha se
transfere para as urnas. O go-
verno central em Kiev se pre-
para para realizar eleições
presidenciais no fim do mês e
pede a ajuda da comunidade
internacional. No entanto, as
autoridades terão que enfren-
tar um obstáculo já no dia 11:
separatistas pró-russos em
Donetsk e Luhansk, no leste
do país, prometem realizar re-
ferendo sobre a independên-
cia semelhante àquele que
antecedeu a anexação russa
da Crimeia.
Os Estados Unidos rejeita-
ram ontem os esforços dos mi-
litantes pró-russos de realizar
um referendo "artificial e fal-
so" no leste da Ucrânia.
"Nós rejeitamos categorica-
mente esse esforço ilegal para
dividir ainda mais a Ucrânia",
disse o secretário de Estado
norte-americano, John Kerry,
acrescentando que planeja se
reunir com colegas europeus
na semana que vem para dis-
cutir os próximos passos em
relação à crise ucraniana.
A convocação de um refe-
rendo é prévia ao plano de rea-
lizar eleições gerais na Ucrâ-
nia, em 25 de maio, para esco-
lher um novo governo que
substitua o provisório que foi
eleito pelo parlamento após a
saída do presidente pró-russo
Viktor Yanukovich.
Ontem, o chanceler interino
ucraniano, Andriy Deshchyt-
sia, afirmou que a Ucrânia está
pronta para negociar a crise
política se a Rússia apoiar as
eleições presidenciais.
No entanto, o ministro das
Relações Exteriores da Rús-
sia, Sergei Lavrov, demons-
trou ceticismo com a legitimi-
dade do pleito.
"A situação é bizarra", disse
Lavrov, nos bastidores de uma
reunião em Viena, na Áustria.
"Marcar eleições em períodos
em que o Exército é usado con-
tra partes da população não é
convencional", afirmou. "Isso
não é o Afeganistão."
Ontem, o governo ucraniano
divulgou que 30 separatistas
pró-Rússia e quatro membros
das forças do governo foram
mortos durante operações pa-
ra expulsar rebeldes do entorno
de Slovyansk. (Agências)
Konstantin Chernichkin/Reuters
Homens fortemente armados protegem prédio do governo ocupado em Donetsk, no leste da Ucrânia.
'Relação comClinton foiconsensual'
Aex-estagiária Monica
Lewinsky, pivô de um
dos maiores escândalos en-
volvendo um presidente dos
Estados Unidos, rompeu o si-
lêncio de mais de uma déca-
da para insistir que sua rela-
ção com Bill Clinton em 1998
foi "consensual", mas acres-
centou que "lamenta profun-
damente o ocorrido".
"Claro, meu chefe se apro-
veitou de mim, mas me man-
terei sempre firme neste
ponto: foi uma relação con-
sensual. Qualquer abuso foi
posterior, quando me trans-
formou em um bode expiató-
rio para proteger sua podero-
sa posição", disse Lewinsky,
que na época tinha 22 anos,
em trechos do artigo publica-
dos pela revista Vanity Fairon-
tem. O texto será publicado
na íntegra no próximo dia 8.
Lewinsky, hoje com 40
anos, ressaltou lamentar o
episódio. "Deixe-me dizê-lo
de novo. Eu. Mesma. Lamen-
to Profundamente. O. Ocorri-
do", disse.
A revelação da relação ex-
traconjugal de Bill Clinton com
uma estagiária na Casa Bran-
ca foi um dos maiores escân-
dalos políticos recentes nos
EUA e levou o então presiden-
te norte-americano a ser sub-
metido a um julgamento polí-
tico que quase provocou sua
saída da presidência.
Lewinsky, que guardou por
anos um vestido com o sê-
men de Clinton como recor-
dação de que fez sexo oral
nele, afirmou que quer se li-
vrar da peça de roupa.
"É hora de queimar a boina
e enterrar o vestido azul", es-
creveu ela.
Ela ainda respondeu aos
comentários divulgados em
fevereiro de que Hillary, es-
posa de Clinton, a teria cha-
mado na década de 1990 de
"louca narcisista". "A Sra.
Clinton, pelo que li, suposta-
mente confidenciou... que,
em parte, se sente culpada
pela relação extraconjugal
do marido (por ter sido emo-
cionalmente negligente).
Embora ela tenha considera-
do que Bill teve um 'compor-
tamento inapropriado', o ca-
so foi, no entanto, consen-
sual (e não uma relação de
poder)", afirmou.
Após alguns anos de de-
pressão, Lewinsky resolveu ti-
rar proveito da publicidade re-
cebida com o lançamento de
uma linha de bolsas com seu
nome e a aparição em vários
programas televisivos.
Em 2005 decidiu sair dos
EUA para estudar na prestigia-
da London School of Econo-
mics, na Inglaterra, onde se
graduou em psicologia social,
e desde então refez a vida
afastada dos meios de comu-
nicação. Para ela, agora "já é
hora de deixar de farejar" em
seu passado "e no futuro de
outras pessoas".
Lewinsky, que ainda viveu
em Nova York, Los Angeles e
Portland (no Oregon), reco-
nheceu ter "permanecido vir-
tualmente reclusa apesar de
ter sido inundada com solici-
tações de entrevistas" e de ter
"rejeitado ofertas" que a te-
riam feito ganhar US$ 10 mi-
lhões. (Agências)
Tim Aubry/Reuters - 28/07/98
Monica Lewinsky rompe silêncio para dizer que lamenta caso que quase provocou a queda de Clinton
Nuvens escuras nohorizonte de Israel
Os israelenses comemoraram ontem
o aniversário de 66 anos da criação
de Israel pessimistas com o futuro do
país. Apenas 29% deles consideram que o
país está na direção certa, enquanto 52%
acreditam que o Ocidente os odeia, segundo
pesquisa do jornal local Yedioth Ahronoth.
A pesquisa revela um desinteresse com a
política, pois apenas 17% deles admitiram ter
participado no ano passado de atividades
desta natureza. Sobre religião, 53% dos
israelenses se definiram como seculares,
26% como tradicionais ou praticantes e 21%
como ultraortodoxos. (Agências)
Maconha liberadano Uruguai
Opresidente do Uru-
guai, José Mujica, pro-
mulgou ontem a lei
que regulamenta o mercado
de maconha no país. A iniciati-
va - originalmente marcada
para segunda-feira, mas que
acabou adiada para ontem -
tem efeito imediato.
Com isso, o Uruguai trans-
forma-se no primeiro país do
mundo a estabelecer um mer-
cado nacional com regras pa-
ra o cultivo, a venda e o uso
da maconha.
Segundo a nova regra, usuá-
rios registrados estarão autori-
zados a comprar sementes em
farmácias e cultivar até seis
mudas por famílias.
Eles também poderão co-
lher 480 gramas de maconha
por ano em plantações casei-
ras ou aderir a clubes de culti-
vo que poderão ter até 45
membros e 99 plantas.
Cada usuário registrado po-
derá comprar, no máximo, dez
gramas de maconha por se-
mana. (Estadão Conteúdo)
RÚSSIA – Duas integrantes da banda punk russa Pussy Riot visitaramontem o Congresso dos EUA, onde pediram para que sejam ampliadasas sanções contra Moscou e a proteção aos direitos humanos.
Jonathan Ernst/Reuters
Outras oito meninas sãosequestradas na Nigéria
Supostos militantes do
grupo radical islâmico
Boko Haram sequestra-
ram outras oito meninas na ci-
dade de Warabe, no nordeste
da Nigéria, na noite de domin-
go, disseram a polícia e os mo-
radores ontem.
O rapto das meninas, com
idades entre 12 a 15 anos, ocor-
re depois do sequestro de mais
de 200 meninas de uma escola
em Chibok, também no norte
do país, no mês passado.
"Eles eram muitos, e todos
carregavam armas. Chega-
ram em dois veículos pintados
na cor do Exército. Eles come-
çaram a atirar na nossa al-
deia", disse o morador Laza-
rus Musa à Reuters.
Uma fonte da polícia disse
que as meninas foram levadas
em caminhões, junto a gado e
aos alimentos saqueados.
Ontem, o presidente norte-
americano, Barack Obama,
anunciou que os EUA farão "tu-
do o que puderem" para ajudar
nas buscas. (Agências)
Gary Cameron/Reuters
Embaixada da Nigéria em Washington é alvo de protestos
T R A P E Z I S TA SBrasileiras começam a melhorar
As três acrobatas brasi-
leiras que se feriram na
queda do "candelabro
humano" apresentado pelo
circo Ringling Bros. and Bar-
num & Bailey no domingo, em
Rhode Island, nos Estados Uni-
dos, começaram a apresentar
melhoras ontem.
Segundo o boletim médico
divulgado pelo hospital onde
elas estão internadas - com cin-
co artistas que despencaram
de uma altura de 12 metros -, o
estado de Dayane Costa e Ste-
fany Neves, que na segunda-
feira era considerado "crítico",
agora é "grave".
Já Widny Alves, que já esta-
va em "melhores condições"
no dia seguinte ao acidente,
teria proibido que novas infor-
mações sobre sua saúde fos-
sem dadas à imprensa, mas
aparece sorrindo e fazendo si-
nal de "o.k." numa foto publi-
cada no Facebook.
Em comunicado, a empresa
responsável pelo circo afirma
que a tragédia parece ter sido
acarretada por uma falha num
gancho. (AG )
Mercado nacional é inédito no mundo
EUA farão 'tudo o que puderem' para ajudar
Nir Elias/Reuters
quarta-feira, 7 de maio de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 9
TRATAR COM PROPRIETÁRIO - 7880-4714
500 m² DE ÁREA CONSTRUÍDA4 VAGAS FECHADAS – 2 VAGAS ABERTAS
OPORTUNIDADE PARA ESCRITÓRIOVENDA OU LOCAÇÃO
PRÓXIMO DO AEROPORTO DE CONGONHAS ESQUINA DA AV. PROF. VICENTE RAO COM WASHINGTON LUIZ
RUA JOÃO PEDRO PEROTTI Nº 164 - JARDIM PETRÓPOLIS
Rua Silva Bueno, 2.719Ipiranga - São Paulo/SP
www.casacruzferramentas.webstorelw.com.br
www.casacruzferramentas.com.br
CORTE:
MANUAL:
QUÍMICOS:
ABRASIVOS: MUITO MAIS.
Bedame, Bits, Serra Circular, Fresa, Macho, Broca;
Lima, Algarismo/Alfabeto, Chapa;
Marcador Industrial, Pasta Ajuste e Trava Rosca;
Rebolos, Pedras, Discos e
Corneta
11 2215-5422 / 5244
Crimes: Alckmin vai pagar por informações.Programa inédito de recompensa, que utiliza página na internet, pode dar até R$ 50 mil a quem ajudar a polícia nas suas investigações.
Ogovernador Geral-
do Alckmin (PSDB)
anunciou, ontem,
que vai pagar re-
compensas a quem fornecer
informações que possam es-
clarecer crimes ou localizar
bandidos foragidos. A decisão
ocorre depois que o Estado de
São Paulo registrou o recorde
de assaltos em 19 anos no mês
de março,
O Programa Estadual de Re-
compensa prevê o pagamen-
to de quantias de até R$ 50 mil
a quem der informações, va-
riando de acordo com o tipo de
crime envolvido na denúncia.
Ao contrário do "Procura-se"
adotado no Velho Oeste norte-
americano, com folhas espa-
lhadas em prédios e árvores, o
programa paulista recorre às
facilidades da internet. Alckmin
vai usar a estrutura do progra-
ma web-denúncia para colocar
em prática o novo projeto.
A ONG Instituto São Paulo
Contra a Violência, responsá-
vel por administrar o disque-
denúncia e o web-denúncia,
fará a administração da nova
ferramenta. As denúncias de-
vem ser feitas no site w eb de-n u n c i a . o r g. b r.
Se le çã o – O governo avisa
que não serão recompensa-
das denúncias sobre qualquer
crime. A secretaria vai selecio-
nar em quais casos as denún-
cias poderão receber paga-
mentos. Ontem, foram divul-
gadas as primeiras resoluções
que indicam dois latrocínios
cujas informações podem ren-
der pagamento de até R$ 5
mil. O primeiro é o roubo segui-
do de morte que vitimou o pro-
fessor Gomides Vaz de Lima
Neto, 46, em abril, em frente a
um supermercado na rua Abí-
lio Soares.
O segundo é o caso do apo-
sentado Benedito Virgulino,
69 anos, que morreu durante
um assalto em abril, na Aveni-
da Líder, bairro Cidade Líder,
zona leste da Capital. Na próxi-
ma semana, devem ser divul-
gados outros dez crimes.
A no ni ma t o – Segundo o se-
cretário de Segurança Públi-
ca, Fernando Grella Vieira, a
escolha pela ferramenta de
denúncias via internet foi feita
para garantir o anonimato das
pessoas. "Todas as etapas do
processo são criptografadas e
não há qualquer possibilidade
de identificação nem mesmo
da localização do computador
de onde a informação foi en-
viada", disse Grella.
A criação da recompensa já
havia sido proposta em decre-
to de janeiro de 2002, assina-
do pelo próprio Alckmin. Du-
rante 12 anos, o decreto espe-
rou por resolução da Secreta-
ria da Segurança Pública que
definiria as regras para os pa-
gamentos. Segundo Alckmin,
a demora ocorreu porque o de-
creto inicial previa que o paga-
mento ocorresse em casos de
prisões e poderia influenciar a
criação de milícias civis.
"A lei aprovada anterior-
mente dizia que 'qualquer
pessoa física ou jurídica pode-
rá oferecer recompensa finan-
ceira para realização de pri-
são', a recompensa era pela
prisão da pessoa, a lei sem
querer estimulava uma milícia
e não é isso que se deseja,
quem vai prender é a polícia",
disse Alckmin. (Agências)
São Paulo está quaseparando no horário de pico
Avelocidade média do
corredor formado pelas
avenidas Eusébio Ma-
toso e Rebouças e a Rua da
Consolação, um dos principais
da cidade, caiu de 11,7 km/h,
em 2012, para 7,9 km/h, no
ano passado, entre 16h e 17h,
horário que antecede o rodízio
do fim da tarde.
A piora é de 32,4% no perío-
do. Para se ter uma ideia, a ve-
locidade média de uma pes-
soa a pé é de cerca de 5 km/h.
Os números são da 16.ª ava-
liação da Operação Horário de
Pico, relatório publicado anual-
mente pela Companhia de En-
genharia de Tráfego (CET). Nas
vias de trânsito rápido, como as
Marginais do Tietê e do Pinhei-
ros, a velocidade média no ho-
rário de pico da manhã passou
de 42 km/h, em 2012, para 52
km/h, em 2013, melhora de
25%. À tarde, o trânsito ficou
mais lento, passando de 22
km/h para 18 km/h. (EC)
CANTAREIRA CAI PARA UM DÍGITONível de reserva de água do reservatório, ontem, era inferior a 10%
Pela primeira vez na his-
tória, o Sistema Canta-
reira atingiu um pata-
mar menor do que 10% do seu
nível de capacidade.
Dados da Companhia de Sa-
neamento Básico do Estado
de São Paulo (Sabesp) reve-
lam que, ontem, o reservató-
rio que abastece boa parte da
Grande São Paulo atingia ape-
nas 9,8% da sua capacidade.
O nível registrado na segun-
da-feira era de 10%. Uma se-
mana atrás, o Cantareira con-
tinha 10,9% da água total que
é capaz de armazenar, um ní-
vel que já é crítico.
Para efeito de comparação
da grave situação que acomete
o sistema, há exatamente um
ano, em 6 de maio de 2013, o re-
servatório tinha 62,1% do total
de água capaz de armazenar.
A Sabesp faz um serviço
emergencial desde o dia 17 de
março para retirar água do fun-
do dos reservatórios do Canta-
reira. Segundo a companhia, o
"volume morto" poderá abas-
tecer a Grande São Paulo por
quatro meses e deve começar a
ser usado entre julho e agosto.
A obra está orçada em R$ 80 mi-
lhões e vai tornar útil uma reser-
va de 300 bilhões de litros de
água que fica abaixo do nível
das comportas.
Interior – Os rios que abaste-
cem as regiões de Campinas e
Piracicaba, no interior paulista,
entram no período de estiagem
com as vazões mais baixas dos
últimos dez anos, segundo mo-
nitoramento dos Comitês das
Bacias dos Rios Piracicaba, Ca-
pivari e Jundiaí (PCJ).
Dados da rede de telemetria
mostravam que o Rio Atibaia,
que abastece a cidade de Cam-
pinas, tinha vazão de 5,99 me-
tros cúbicos por segundo no fi-
nal da tarde de ontem. A cidade
já tem um plano para o raciona-
mento, embora a data de início
não tenha sido confirmada. (Es -tadão Conteúdo)
Sebastião Moreira/EFE
Represa do Sistema Cantareira, que registrou nova baixa.
José Patrício/Estadão Conteúdo
Nas vias expressas, velocidade média caiu para 7,9 km/h à tarde.
Maria de Jesus,uma inocente
linchada.
Oenterro na manhã de on-
tem da dona de casa Fa-
biane Maria de Jesus, de 33
anos, vítima de linchamento
no Guarujá, revela o risco que
há quando comunidades deci-
dem procurar bandidos e fazer
justiça com as próprias mãos.
Mãe de uma adolescente e
de uma menina de 1 ano, casa-
da, religiosa, Fabiane foi cer-
cada no sábado nas ruas do
bairro Morrinhos por uma tur-
ba violenta e foi agredida na
rua, na luz do dia, a pauladas.
Um vídeo mostra as cenas ter-
ríveis. Um jovem passou de bi-
cicleta sobre ela. Fabiane ti-
nha a Bíblia nas mãos. Depois,
foi levada a um hospital.
Mataram uma inocente. No
Guarujá, corria o boato de que
uma sequestradora estava
agindo na comunidade. Fabia-
ne foi acusada de ser essa cri-
minosa que levava crianças
para rituais de magia negra.
Seu rosto teria sido confundi-
do com o de suposta bandida
apresentado em retrato fala-
do no site Guarujá Alerta. A
imagem no site selou o trágico
destino dessa Maria de Jesus.
Ontem, a Polícia prendeu
um dos acusados de participar
do linchamento, identificado
como Valmir (ele aparece no
vídeo). Alegou que tem filhos e
que acreditou no boato.
Haddad libera avenda de
comida na rua
Prática comum em diversos
pontos da cidade, a venda
de comida de rua na Capital foi
regulamentada ontem. Ape-
nas pessoas jurídicas e mi-
croempreendedores indivi-
duais (MEI) poderão comer-
cializar alimentos nas vias e
terão de obedecer a uma série
de regras que restringem os
locais e as formas de comér-
cio. A venda de bebidas alcoó-
licas em via pública, por exem-
plo, é proibida pela lei, com ex-
ceção de eventos públicos ou
privados.
Não há restrição para o tipo
de alimento que será comer-
cializado. Entretanto, a lei pre-
vê a venda em apenas três ti-
pos de equipamentos: Os cha-
mados "food trucks", furgões
móveis, que poderão ter no
máximo 6,3 metros de com-
primento, os carrinhos ou ta-
buleiros com 1 m² e as barra-
cas desmontáveis com área
máxima de 4m². (EC)
10 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 7 de maio de 2014
Acaba hojeo mistério de Felipão
Às 11h30, técnico da Seleção anuncia os 23 jogadores que terão a missão de buscar o hexa.
Um ano, três meses e
um dia depois de ter
reassumido a Sele-
ção brasileira com a
missão de levá-la ao hexa-
campeonato, Luiz Felipe Sco-
lari anuncia hoje, às 11h30, os
23 jogadores que tentarão
cumprir o objetivo. Diferente-
mente de outras ocasiões pré-
Copa, desta vez a lista não
apresentará surpresas, se-
gundo o próprio treinador. Ele
definiu a relação na última se-
gunda, em uma reunião na se-
de da CBF que teve a participa-
ção do coordenador Carlos Al-
berto Parreira e do auxiliar téc-
nico Flávio Murtosa.
A rigor, o "mistério" da con-
vocação fica por conta de qual
será o terceiro goleiro (Diego
Cavalieri ou Victor), quem ocu-
pará a vaga restante na zaga
(Henrique, Miranda ou Dedé) e
se Felipão levará mais um
meio-campista, Hernanes, ou
um atacante, Robinho. N a late-
ral direita, Maicon e Rafinha
disputaram a vaga restante
até o fim, mas tudo indica que o
jogador da Roma levou a me-
lhor. E Fernandinho tomou a
dianteira sobre Lucas Leiva no
duelo entre os volantes.
"Quem estiver seguindo a
Seleção nos amistosos e nas
convocações deverá ter um
mínimo de acerto de 21, 22 no-
mes", disse o treinador. "É qua-
se uma unanimidade essa con-
vocação. Não vejo dificulda-
de". Jô estará entre os relacio-
nados. O atacante do Atlético-
MG vai ficar parado por 15 dias,
consequência da entorse no
joelho direito sofrida no último
domingo na partida contra o
Goiás. Os médicos do clube mi-
neiro garantiram ontem que Jô
estará apto para se apresentar
no dia 26 para o início dos trei-
namentos na Granja Comary,
em Teresópolis (RJ).
Felipão anunciará os convo-
cados hoje, mas pelas regras da
Fifa só precisará enviar uma lis-
ta à entidade, com 30 nomes,
até o próximo dia 13. Depois, te-
rá até 2 de junho para informar
a relação definitiva (23 nomes).
Uma vez entregue a lista final,
alterações só poderão ser fei-
tas até um dia antes da estreia,
em caso de contusão –e o subs-
tituto não precisará estar entre
os 30 inicialmente designados.
O técnico já avisou que, hoje,
anunciará os 23 nomes.
D E SC O N T R AÇ Ã O O n te m ,
véspera da convocação, Feli-
pão passou um dia tranquilo.
Pela manhã, deixou o hotel na
Barra da Tijuca em que está
hospedado ao lado de Murtosa
para uma corrida de 10 km pe-
la orla. Apesar do forte ritmo,
parou algumas vezes para
conversar com torcedores e
recebeu aplausos e manifes-
tações de apoio.
Ao meio-dia, ele e Murtosa
chegaram à sede da CBF, onde
se encontraram com Parreira.
Os três passaram boa parte da
tarde reunidos. A última "ativi-
dade" do dia do trio da comis-
são técnica foi uma festinha,
com direito a bolo, docinhos e
salgadinhos, em comemora-
ção aos 82 anos do presidente
da CBF, José Maria Marin, com-
pletados ontem.
O dirigente elogiou os líderes
da comissão técnica. "Você, Fe-
lipão, devolveu o amor do povo
à Seleção. Você, Parreira e os
seus companheiros de comis-
são técnica são o melhor que
uma seleção pode ter". Felipão
retribuiu o elogio e disse que a
partir de agora a bola está com
ele. "Agora é que vem a parte
mais difícil", afirmou. "Agora é
que são elas", completou bem-
humorado. (Estadão Conteúdo)
Marcos Arcoverde/Estadão Conteúdo
Luiz Felipe Scolari chega ao estacionamento da CBF
A Seleção dosinter nautas
Por mais de um mês, o Diáriodo Comércio permitiu que
seus internautas enviassem a
escalação da Seleção brasileira
que consideram ideal para a
CopadoMundo de2014.Apro-
moção foi encerrada em 1º de
maio e os mais votados aí estão.
Aos participantes foram sortea-
dos três exemplares autografa-
dos do livro Futebol –Uma Janelapara o Brasil, de Felipe Dias Car-
rilho (Editora Espiral, 2013). Os
contemplados foram: André
Matheus Souza Torloni, Gabriel
Antoniolli e Luiz Carlos de Souza
Silva. Acompanhe o noticiário
sobre a Copa no especial do
w w w. d c o m e r c i o . c o m . b r.
Itu. Pequenina,mas resolve!
José Maria Dos Santos
De duas ou três semanaspara cá, os papéis estãoinvertidos em Itu. Conhe-
cida por ser uma espécie de Brob -dingnag brasileira, celebrada peloculto ao gigantismo, a cidade estádemonstrando que tamanho nãoé documento. Esta mudança deparâmetros se deve ao futebol.Porém, antes de esclarecer a con-tradição, é conveniente lembrarque o nome citado acima se refereao segundo dos quatro destinosnas expedições empreendidaspelo herói de Jonathan Swift(1667-1745) em As viagens de Gul-l i ve r . Era a terra dos gigantes, emcontraposição à primeira parada,Liliput, reino dos pigmeus, que setornou o mais popular deles por-que, possivelmente, os seres hu-manos tenham mais facilidade emlidar com miniaturas.
A inversão foi provocada pelofutebol. Na primeira quinzena deabril, o Ituano Futebol Clube, umtime que tem o uniforme preto evermelho, as cores de Exu, que su-gerem travessura, sagrou-se cam-peão paulista. Embora o torneionão carregue o prestígio dos ve-lhos tempos, a conquista tem lá oseu valor, pois o clube superou ospapões do Estado – Cor inthians,São Paulo, Palmeiras e Santos. Aproeza – que repetiu a sempre se-dutora vitória de David contra Go-lias – atraiu as atenções para a ci-dade e, por consequência, colo-cou-a novamente em destaque.Lá, diz a lenda, tudo é maior doque em outros lugares. Essa fanta-sia ingênua, que tem uma diverti-da levada caipira, foi habilmenteexplorada de modo a se transfor-mar em atração turística. Hoje, a ci-dade exibe a Praça dos Exageros (àdir.), que ostenta equi-pamentos em dimen-sões espantosas: tabu-leiro de xadrez, garrafade Coca-Cola, orelhão.... Esse cenário de histó-rias infantis ajuda avender uma série deprodutos, como a enor-me borracha escolar oua caixa de fósforos deItu. Tudo isso foi revigo-rado pela taça conquistada. "Esseturismo tornou-se uma renda in-teressante para a cidade", afirma apsicóloga Allie Marie Dias de Quei-roz, secretária municipal da Cultu-ra. "Além de dar-lhe uma imagemextremamente simpática."
O dedo de Saint Hilaire – A fa-ma tem uma pincelada erudita.Foi impulsionada pelo botânico enaturalista francês Auguste deSaint Hilaire (1779-1853). Ele este-ve entre nós de 1816 a 1822, nosprimeiros tempos como membrode missão europeia para arbitrar ocontencioso de fronteira relativoao Brasil e Guiana, disputado porFrança e Portugal. Depois andoupelo País fazendo pesquisas querenderam vários livros. Porém, na-quilo que interessa a Itu, mostrouna sua obra Via ge ns através daspronvíncias de São Paulo e de San-ta Catarina a admiração pela exu-berância e tamanho dos seus fru-tos, principalmente romãs e cebo-las, conforme assinala a secretáriaAllie Marie. A partir daí, a grandio-sidade da cidade foi crescendo atéganhar corpo graças às apresenta-ções do humorista ituano Simplí-cio, aliás, Francisco Flaviano de Al-meida (1916-2004) na tevê nos
anos 60 e 70. Além de vestir umacamisa do Ituano Futebol Clube,ele gostava de propagandear asvirtudes descomunais da cida-de natal. Certamente o sotaqueinteriorano, pródigo na letra R,contribuiu para o sucesso. Umadas esquetes mais cortejadastrazia o seguinte diálogo com aesposa Ofélia:
– Vai, Ofélia. Diga pro homemde que tamanho é a abóbora láde Itu.
Ofélia abria os braços larga-mente fazendo um círculo:
– É deste tamanho.Zangado, Simplício corrigia:– Não, Ofélia. Não é pitanga. É
abób ora!Ele próprio se beneficiou com
a fama ao montar em Itu uma pi-zzaria que servia pizzas por me-tro. O fato é que o comediantetornou Itu conhecida em todoBrasil. Não por acaso, quandomorreu, os objetos despropor-cionais – orelhão, semáforo, etc –foram cobertos com pano de lu-to em sua homenagem.
Rumo à Copa – Na verdade, ofutebol está redesenhando agrandiosidade de Itu. Ainda sob osestalos dos rojões alusivos à faça-nha do Ituano Futebol Clube, a ci-dade se prepara para dar boas-vindas às seleções da Rússia e doJapão que lá ficarão alojadas du-rante a Copa. Os vermelhos esta-rão no San Raphael Country Hotele os amarelos, no Spa Sport Resort.À primeira vista, parece algo ba-nal. Mas um exame na geografiaem que se distribuem as concen-trações dos 32 países participan-tes do torneio revelará que Itu levavantagem. É a única entre os locaisde menor porte a abrigar a duasdelegações. Isto se deve ao seuIDH de 0,858; à rede hoteleira; àproximidade da capital paulista
(100 km) e do aeroporto de Vira-copos. Os hóspedes ilustres já tra-zem certa afinidade com Itu. A co-lônia japonesa começou com 170imigrantes que vieram na primeiraleva, a bordo do navio Kasato Ma-ru, em 1908; a russa, naturalmentemais reduzida, com 40 refugiados,abrigados em um seminário du-rante a 2ª Guerra.
Nas aventuras do cirurgião-via-jante Lemuel Gulliver, o escritorJonathan Swift sugere a terra dosgigantes como o melhor modelode sociedade entre os quatro lo-cais descritos no livro. Talvez o te-nha feito em homenagem ao seupaís, pois os irlandeses sempre sealinharam com os povos mais al-tos. Em todo caso, o livro é uma sá-tira à sociedade inglesa entre a se-gunda metade do século XVI e aprimeira do XVII. Se for lembradoque o lugarejo de Itu foi berço debandeirantes nos anos seiscentos;que, pequenina, tornou-se a cida-de mais rica da província de SãoPaulo no século passado e o lugaronde começou a nascer nossa re-pública com a célebre convençãode 18 de abril de 1873, seu gigan-tismo cenográfico também ganhaares de ironia.
Fotos: Renata Guarnieri/Prefeitura Itu/Divulgação
Estádio Municipal Dr Novelli Junior, a casa do Ituano.
Júlio César (36,8% dos votos)
Thiago Silva(68,4%)
David Luiz(68,4%)
Daniel Alves(63.1%)
Marcelo(73,6%)
Ramires(26,3%)
Luiz Gustavo(36,8%)
Paulinho(73.6%)
Oscar(68,4%)
Fred(31,5%)
Neymar(68,4%)
quarta-feira, 7 de maio de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 11
O GUITARRISTA, CANTOR E COMPOSITOR DE JAZZ JOHN PIZZARELLI SE APRESENTA QUINTA (14) NO BOURBON STREET.
Em maio,
museus ligados à Secretaria
Estadual de Cultura de SP
têm entrada gratuita aos
sábados. Pinacoteca e
Estação Pinacoteca estão
entre eles.
MAM reúne 86 obras
de seu acervo. O tema
da exposição é levar os
visitantes
a refletirem sobre o poder.
Parque do Ibirapuera,
portão 3. Tel.: 5085-1300.
Frank Zappa - A Pioneer of the Future of Music é o
documentário que o Festival In-Edit exibe nesta
quarta (7). O americano Frank Zappa (1940-
1993) é cultuado pelo que realizou em várias
áreas da cultura. Transitou no mundo da música
como cantor e guitarrista; dirigiu filmes e
videoclipes; projetou e desenhou
capas de discos. Foi produtor discográfico.
Como instrumentista e autor, realizou
experiências no rock, fusion, jazz, músicas
eletrônica, concreta e erudita. O filme
selecionado pelo Edit reúne depoimentos de
artistas e estudiosos sobre a criatividade de
Zappa. Cinesesc. Rua Vergueiro, 1000.
Tel.: 3397-4002. Quarta (7). 21h. R$ 1.
Programação: www.in- edit.brasil.com
Uma odesarcástica a
Sampa.
Ousados traços a nanquim, estilosos,irreverentes e personalíssimos marcaram o
jeito de interpretar as aflições, manias,características da grande metrópole. Eram
os anos 80. O livro Humor Paulistanosintetiza e ilustra o espírito daquela era.
Que nasceu para ficar.
Fotos: reprodução
To n i n h o ,Angeli e Laerte:criadores deuma visãobem-humorada dametrópolepaulistana.
Ícone da Circo,traço elegante.
Ao lado,a força dotraçado:
concepçãoestética
no rigor e natransmissão da
ideia.
A capa do livro:Humor Paulistano,
um documento.
Há 30 anos nascia um novo
estilo de humor. Um
humor sarcástico,
anárquico, urbano, politicamente
incorreto e paulistano. Os pais
desse estilo são, nada mais,
nada menos, que Angeli,
Laerte, Glauco, Paulo e
Chico Caruso e Alcy.
A casa desses artistas do
humor, e do nanquim, é a Circo
Editorial (1984 – 1995), que tem
toda a sua trajetória narrada, e
ilustrada, no livro HumorPa u l i s t a n o . Editado pela SESI-SP e
organizado por Toninho Mendes,
editor e idealizador da Circo, o
livro conta como a mítica editora
dos anos 80 fez história com
publicações com Chiclete com
Banana, Piratas do Tietê e
Geraldão -- e publicou mais de
100 revistas, 40 livros, além de
vender mais de oito milhões de
exe m p l a re s .
Com 432 páginas, o livro
resgata essa produção em seis
capítulos ilustrados com diversos
quadrinhos publicados pela Circo
Editorial, e arrancam boas
risadas. No encarte, o poema-
revista A confissão para o Tietê, de
autoria de Toninho Mendes, com
ilustração de Jaca.
Bob Cuspe, Geraldão, Mara
Tara e O Casal Neura são apenas
alguns dos personagens que
tiveram seus quadrinhos
estampados nas páginas de
revistas publicadas pela Circo. Já
seus autores criaram uma nova
categoria de humor,
o paulistano. Se antes
publicações eram
predominantemente cariocas,
com a verve de Sampa, passou a
ser possível fazer rir com um
personagem que trabalha como
office boy, como Angeli fez com
Bob Cuspe. Ou o Punk, que mora
no esgoto e se alimenta dos
detritos descartados pelos
moradores da “superfície”.
E as histórias não adquiriram
só novos tipos de protagonistas,
o ambiente era outro: em vez da
praia, a boêmia paulistana.
“Era um humor auto irônico,
urbano, solitário. Ele não tratava
do próprio umbigo, mas de
assuntos que faziam parte da
vida das pessoas. Elas se
enxergavam nas
páginas da Circo,
sendo
ridicularizadas,
c l a ro”, brinca
To n i n h o.
Ele também conta
que a Circo tratava de
assuntos que hoje
estão mais em
evidência “A questão
da mulher foi
discutida em todas as
edições da Circo, de
uma maneira muito
contemporânea e
verdadeira, isso era
incrível. O Glauco,
com o Casal Neura, o
Angeli, com a Mara
Tara. E as revistas com
a Mara Tara na capa
vendiam que nem
água”, lembra.
Tudo tem seu
tempo. E aquele era o
tempo perfeito da
Circo Editorial, que
nasceu em abril de
1984, o dia da
votação pelas
Diretas. “O timing foi
perfeito, pois a Circo
nasceu na pós-censura e no pré-
politicamente correto. Só não
sobreviveu à inflação. Que
fechou as nossas portas”,
ex p l i c a .
Revistaspublicadas pelaCirco: Chicletecom Banana
(Angeli);Geraldo,Glauco; e
Piratas do Tietê(Laer te).
Ana Barella
Convite à leitura completa do livro...
Um certotravo deamar gura:psicologiano recado(irônico) dopersonagem.O melhor doh u m o r.
POR ANGELI, LAERTE E AMIGOS.
12 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 7 de maio de 2014
.C..ELEBRIDADES
O apê ecológico deLeonardo DiCapprio
O ator Leonardo
DiCaprio comprou um
apartamento ecológico
de US$ 10 milhões no
Greenwich Village, Nova
York, com duchas com
infusão de vitamina C.
O edifício tem ainda ar e
água purificados,
aromaterapia no circuito
de refrigeração e
iluminação que simula o
amanhecer. A vaga no
estacionamento vale
US$ 1 milhão.
.D..ESIGN
Bicicleta dobrável
.V..AT I C A N O
Recruta de elite
.M..ÚSICA
Perdida há140 anosPartitura de
'O coração de
um homem é
como uma
mina', de Felix
Mendelssohn.
Perdida há
140 anos, a
partitura foi
encontrada
entre os
pertences do
neto de um
músico nos
EUA e será
leiloada em
Londres dia 21.
.L..OTERIAS
Concurso 1278 da DUPLA-SENA Segundo sorteio
09 12 32 33 40 50
Concurso 3481 da QUINA
11 18 52 61 68
.L..IVROS
Censura a biografias? Câmara diz não.A
Câmara dos Deputados
aprovou a liberação de
publicação de biogra-
fias sem autorização prévia. O
projeto cria a possibilidade de
quem se sentir atingido em
sua honra com a obra buscar
um juizado especial em busca
de uma decisão que retire da
biografia o trecho questiona-
do em edições futuras. Esse
pedido andaria em paralelo a
ações civis e criminais consi-
deradas cabíveis pela pessoa
que se julgar prejudicada. O
projeto segue para aprovação
do Senado.
O tema chegou ao Congres-
so após um intenso debate no
meio artísticos. Figuras públi-
cas como Roberto Carlos, Cae-
tano Veloso, Gilberto Gil e Chi-
co Buarque chegaram a se or-
ganizar em um grupo, o Procu-
re Saber, para defender a
necessidade de autorização
Jeon
Heo
n-Ky
un/E
FE
MEMÓRIA - Sul-coreanos colocaram barcos de papel amarelo na praça da prefeitura de Seul
ontem para homenagear as vítimas do naufrágio da balsa Sewol. O naufrágio ocorreu em 16 de
abril no Mar Amarelo e 242 mortes foram confirmadas.
s
EFE
Para lembrar onome do
instrumento emque é inspirado,o anel recebeu onome de KXX.
Primeiro sorteio
04 08 13 31 38 45
Tat uagensterapêuticas
Henna Heals, projeto
desenvolvido em Toronto,
no Canadá, ajuda a elevar
a autoestima de pacientes
com câncer. Artistas
especializados em
tatuagens de henna criam
belas coroas para o couro
cabeludo de pessoas de
todas as idades que
perderam os cabelos por
causa da quimioterapia.
Quem pode, paga pela
tatuagem e parte do valor
financia o cuidado para
quem não pode.
w w w. h e n n a h e a l s . c a
Anéis sonorosProduzidos em
impressoras 3D, os anéis
criados por Michiel
Cornelissen, da Holanda,
reproduzem o som do
brasileiríssimo caxixi.
http://goo.gl/gKwrXK
Coragem na pele
Do tamanho de um guarda-chuva.
É assim que a bicicleta Sada fica
depois de dobrada. Segundo o
fabricante italiano, a mágica é
proporcionada pela ausência de
aros nas rodas. Cabe na mochila.
w w w. s a d a b i k e . i t
com o argumento de que as
obras poderiam ferir o direito a
privacidade Após divergên-
cias internas, Roberto Carlos
acabou deixando o grupo.
O relator da proposta, Ales-
sandro Molon (PT-RJ) acredita
que foi encontrado um equilí-
brio entre os argumentos de
defesa do direito à privacida-
de e à liberdade de expressão.
"Esse acordo permitiu uma
fórmula que equilibra esses di-
reitos em aparente oposição",
disse o parlamentar.
Uma das poucas vozes a se
manifestar contra a proposta,
o deputado Marcos Rogério
(PDT-RO) argumentou que ca-
be ao Judiciário definir qual
dos direitos deve prevalecer
na análise individual de cada
obra. "Não cabe à lei dar pre-
valência a um direito em rela-
ção ao outro", argumentou.
(Estadão Conteúdo)
Imagem de samurai nas
costas de um homem. A
foto integra uma exposição
dedicada a tatuagens em
cartaz no Museu de Quai
Branly, em Paris, até
outubro de 2015.
Novo soldado da Guarda
de Elite do Vaticano realiza
sua primeira missão em
cerimônia realizada
ontem. A Guarda Suíça do
Vaticano foi fundada em
1506 e é composta por
cem soldados voluntários
que devem,
obrigatoriamente, ter
nacionalidade Suíça e
professarem o catolicismo.
Os soldados devem, ainda,
ser solteiros, ter mais de
1,74m e não podem usar
barba. Os novos membros
da Guarda são integrados
sempre no dia 6 de maio,
para lembrar a data em
que 147 soldados suíços
morreram enquanto
defendiam o papa
Clemente VII durante o
Saque de Roma, em 1527.
Tony Gentile/Reuters
EFE
quarta-feira, 7 de maio de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 13
OCDE reavalia crescimento brasileiroA perspectiva de expansão do PIB para 2014 foi
revisada para 1,8%, segundo a Organização para aCooperação e o Desenvolvimento Econômico. A
previsão anterior era de 2,2%
Divulgação OCDE
Angel Gurria: "Ainda não saímos da fase crítica,porque o que estamos vendo são númerosmelhores, mas os riscos ainda existem".
INFLAÇÃO PAULISTANAO Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de
São Paulo teve alta de 0,53% em abril, depoisde subir 0,74% em março, informou a Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Para Tombini,expansão ficarána faixa de 2,3%.
As previsões do presidente do Banco
Central (BC), Alexandre Tombini, são
mais otimistas que as da OCDE: ele
mantém a previsão de crescimento do PIB
neste ano em torno dos 2,3%, mesmo
patamar de 2013. Para ele, ainda há
capacidade de geração de emprego e
renda para manter equilibrada a demanda
no mercado doméstico.
Tombini assegurou ontem, durante
evento em São Paulo, que o governo
brasileiro está atento para manter a
estabilidade econômica de forma a manter
o ambiente favorável à expansão dos
investimentos do setor privado. Ele
advertiu que “não se deve confundir
volatilidade com vulnerabilidade”.
Na avaliação dele, o Brasil está
preparado para enfrentar os desafios nesta
fase de transição da economia
internacional, graças à política de ajuste
monetário e ao fato de ter um colchão de
liquidez com as reservas internacionais em
US$ 378 bilhões, além de um sistema
financeiro capitalizado. O quadro
internacional de uma forma geral, segundo
Tombini, é liquidamente positivo, pois a
economia global vai crescer no futuro e
haverá mais comércio internacional. "Há
perspectiva de que o comércio
internacional crescerá em torno de 4%
neste ano e de 5,5% em 2015", afirmou.
O presidente do BC enfatizou o ambiente
atípico que se processou paralelamente ao
ajuste fiscal e à ocorrência da depreciação
cambial. No entanto, destacou os
resultados da solidez da economia e citou o
fato de a inflação medida pelo Índice de
Preços ao Consumidor (IPC) ter ficado, em
2013, em torno de 4%. Perguntado se a
inflação não estaria elevada demais, pois
aparentemente o teto de 6,5% teria se
tornado a meta, foi enfático. "Não há nada
que nos leve a ter uma inflação no Brasil no
teto da meta", disse. "Não há nenhuma
predestinação a termos inflação mais alta
que o centro da meta".
A estimativa dele é que as elevações de
preços dos últimos meses, principalmente,
dos alimentos, causadas pelas
adversidades climáticas, e mesmo o
aumento do custo da energia não devem se
prolongar por muito tempo. (Agências)
Grandes têm o mando do jogo
AOrganização para a Coo-
peração e o Desenvolvi-
mento Econômico (OC-
DE) revisou para baixo
as perspectivas de crescimento
da economia brasileira em 2014,
de 2,2% para 1,8%, e em 2015, de
2,8% para 2,5%. Causa apontada:
a queda da demanda procedente
de outros países emergentes e o
endurecimento das condições
monetárias com a inflação.
Em seu relatório semestral
Economic Outlook, divulgado on-
tem, a organização afirma que
será a demanda externa, caso se
confirme a recuperação global, o
que estimulará a economia bra-
sileira. Já o consumo será repri-
mido pela alta taxa de juros.
Também as eleições presiden-
ciais afetarão o investimento,
que deverá ser menos dinâmico
do que no ano passado, prevê o
e s t u d o.
Os autores do relatório afir-
mam que a política monetária
restritiva, que levou o Banco Cen-
tral a subir as taxas de juros, terá
que seguir se acentuando para
manter a inflação dentro das ta-
xas estipuladas. "Adiar a desin-
flação só teria custos em termos
de crescimento e de perdas de
emprego", advertem, além de
aconselhar o BC a antecipar para
antes de 2016 a volta da inflação
ao seu objetivo.
Segundo a OCDE, isso poderia
contribuir para dar "plena inde-
pendência" ao BC, assim como di-
minuir as pressões da demanda.
De acordo com o cenário de
base da OCDE, a inflação média,
que foi de 6,2% em 2013, ficará
em 5,9% em 2014 e em 5,5% no
próximo ano.
A organização assinalou que o
anúncio do governo de que espe-
ra aumentar o superávit fiscal,
após o índice ter ficado em 1,9%
do Produto Interno Bruto em
2013 (o mais baixo desde 2009),
deve ser "respaldado por um
compromisso crível".
Para isso sugeriu, por exemplo,
a adoção de uma regra de despe-
sa ou cortar o vínculo automático
entre o salário mínimo que vive
um "rápido aumento" e algumas
contribuições sociais.
A OCDE alerta que o mercado
de trabalho segue tenso diante
das pressões de alta de salários,
apesar ao lento aumento do em-
p re g o.
Além disso, citou outros obstá-
culos para a expansão da deman-
da interna, como a lenta evolução
do investimento, os "gargalos" na
infraestrutura, as proteções co-
merciais, os impostos elevados
com efeitos de distorção, assim
como os baixos níveis de capital fí-
sico e humano.
Embora o governo tenha dese-
nhado um "ambicioso" plano de
infraestrutura, a OCDE manifesta
dúvidas sobre sua capacidade pa-
ra cumprir o estipulado. (EFE)
Votação do Simples ficou para hojeGabriela Korossy/Agência Câmara
Puty: “Houve um acordo para que as tabelas doSimples e também os valores dos sublimites
adotados por alguns estados sejam revistos”.
Silvia Pimentel comprometeu a enviar ao Con-
gresso, em 90 dias, um projeto de
lei que traria a revisão das tabe-
las. Em troca, o relator Cláudio Pu-
ty (PT-PA) retirou do texto o reajus-
te de 20% no teto de faturamento,
hoje de R$ 3,6 milhões. O compro-
misso foi assumido pelo ministro
Guilherme Afif Domingos, da Se-
cretaria da Micro e Pequena Em-
presa. De acordo com o ministro,
já está acertado que as tabelas do
Simples serão revisadas “a qua-
tro mãos”, pelo Ministério da Fa-
zenda, a Fipe-SP, a FGV-RJ e a Fun-
dação Dom Cabral.
O deputado Cláudio Puty (PT-
PA), relator do PLP 221/12, disse
ter acatado o pedido do líder do
PMDB, deputado Eduardo Cu-
nha, e do ministro Guilherme Afif
Domingos para retirar do relató-
rio o reajuste dos sublimites esta-
duais do regime tributário. “H o u-
ve um acordo para que as tabelas
do Simples, e também os valores
dos sublimites adotados por al-
guns estados sejam revistos”, in-
formou. A ideia inicial do relator
era propor um reajuste nos valo-
res, afetando os estados que po-
dem adotar tetos diferenciados
de faixas de receita bruta. A alte-
ração nos valores é um dos pon-
tos polêmicos do projeto. Pelo
texto, fica eliminada a possibili-
dade de os Estados adotarem o li-
mite de R$ 1,26 milhão. E o limite
mínimo para os Estados com par-
ticipação de 1% do PIB passa a ser
de R$ 1,8 milhão.
A cobrança do Imposto Predial
e Territorial Urbano (IPTU) dos
empreendedores individuais
(MEIs) também gerou controvér-
sia nas reuniões de ontem. Hoje,
um empreendedor que formali-
za o seu negócio e indica o ende-
reço de sua residência corre o
risco de ter aumento do IPTU,
que passa de residencial para
comercial. O texto proíbe o mu-
nicípio de aumentar o imposto
após a formalização. Mas as ca-
pitais querem negociar uma fai-
xa menor de IPTU comercial para
esses empreendedores. O mi-
nistro Afif destacou que a pro-
posta desburocratizará a vida do
pequeno empresário. "Há um
avanço no processo de fecha-
mento e abertura da empresa,
estamos instituindo o cadastro
único das empresas. Hoje, ela
tem de ter um cadastro federal,
municipal, estadual, no meio
ambiente, no corpo de bombei-
ros e agora vai ter um número só:
o CNPJ", disse.
Aperspectiva para o
crescimento da eco-
nomia global neste
ano também foi revi-
sada pela OCDE, para 3,4%.
No Economic Outlook de no-
vembro do ano passado, eram
previstos 3,6%. Para 2015, a
alta aceleraria para 3,9%. Se-
gundo a organização, a res-
ponsabilidade pelo cresci-
mento é das economias avan-
çadas, uma vez que os países
em desenvolvimento que
cresciam de forma rápida an-
teriormente perdem fôlego.
"Ainda não saímos da fase
crítica, porque o que estamos
vendo são números melhores,
mas os riscos ainda existem",
comenta o secretário-geral da
OCDE, Angel Gurria. “Cres ci-
mento baixo ainda existe, nú-
meros muito altos de desem-
prego ainda existem."
Além disso, economias
emergentes como China e
Rússia estão se tornando um
peso sobre a economia global,
embora não devam arruinar a
recuperação que comanda-
vam até recentemente, disse
Gurria. A China, na perspecti-
va da OCDE, deve crescer
7,4%, ante projeção anterior
de 8,2%, devido ao esfriamen-
to do boom da construção e do
aperto das condições de em-
préstimo. Para a Rússia a pro-
jeção de expansão é de ape-
nas 0,5%. O país terá que lidar
com a queda rápida da con-
fiança e a volatilidade do mer-
cado financeiro causada por
seu impasse com o Ocidente
devido à Ucrânia.
A OCDE estima que a econo-
mia dos Estados Unidos, a
maior do mundo, crescerá
2,6% neste ano, ante perspec-
tiva de avanço de 2,9% divul-
gada em novembro, depois
que o clima desfavorável pro-
vocou danos no início do ano.
Já a expectativa para a zona
do euro é de expansão de 1,2%
em 2014, melhor do que a
perspectiva de crescimento
de 1,0 por cento da OCDE em
n o v e m b ro.
O cenário melhor coloca a
zona do euro ao lado do Japão,
cuja expectativa também é de
crescimento de 1,2% neste
ano. Mas essa perspectiva foi
reduzida ante 1,5 por cento
anteriormente, após um au-
mento de imposto.
Finalmente, a OCDE pede ao
Banco Central Europeu (BCE)
que adote medidas imediatas
para conter a ameaça de defla-
ção, que afeta a confiança do
consumidor e das empresas. A
organização sugere o corte da
principal taxa de juros para zero
pelo menos até o fim de 2015 e
recomenda que o banco tam-
bém leve sua taxa de depósito
para território negativo.
E com a recuperação dos Es-
tados Unidos mais forte, a OC-
DE recomenda que o Federal
Reserve, banco central norte-
americano, encerre suas com-
pras de ativos neste ano e co-
mece a elevar os juros no pró-
ximo. (Reuters)
Após intensas negocia-
ções durante toda a tar-
de de ontem a Câmara
dos Deputados adiou
para hoje a votação da proposta
que atualiza o Supersimples (PLP
221/12). O texto apenas foi discu-
tido pelos parlamentares. A cria-
ção de uma nova tabela para a tri-
butação de centenas de ativida-
des a serem incluídas no Simples,
com alíquotas que variam de 16%
a 22%, foi o principal ponto de dis-
córdia. Os deputados ligados ao
DEM alegavam que, com os valo-
res propostos, micro e pequenas
empresas não teriam redução da
carga tributária.
A nova tabela é fruto de um
acordo com o governo, que se
14 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 7 de maio de 2014
quarta-feira, 7 de maio de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 15
Famílias vulneráveis não podem arriscar a educação dos filhos enquanto estruturam um negócioMarcelo Cabral, do Ministério do Desenvolvimento
MEI é porta de saída do Bolsa FamíliaEx-beneficiários do programa de transferência de renda, que se tornaram MEIs, conseguiram ampliar os ganhos e deixaram de ser dependentes do auxílio federal.
Uma porta de saída
do Bolsa Família po-
de ser exatamente
outra porta – a de
entrada das famílias pobres
no empreendedorismo for-
mal. Dos 3,8 milhões de Mi-
croempreendedores Indivi-
duais (MEI) do País registra-
dos até abril, 10% são benefi-
c i á r i o s d o p ro g r a m a d e
transferência de renda condi-
cionada à comprovação de
acesso à educação e à saúde,
de acordo com o Ministério do
Desenvolvimento Social e
Combate à Fome (MDS).
Essa participação tem cres-
cido: em 2011, o porcentual
era de 7,3% de beneficiários
com pequenos negócios for-
malizados. São, principal-
mente, mulheres nordestinas
jovens com pouca escolarida-
de. Mães e chefes de família
que trabalham como comer-
ciantes de roupas, cabeleirei-
ras, manicures, donas de mer-
cearias, bares e vendedoras
ambulantes.
Dentre as pessoas que rece-
bem Bolsa Família, mais de
70% trabalham, aponta o
MDS. Mas, sem renda suficien-
te para garantir o sustento
confortável da família, o bene-
fício serve como proteção à si-
tuação de vulnerabilidade so-
cial, avalia o órgão. O progra-
ma, que começou com 3,6 mi-
lhões de famílias em 2003,
cresceu e em abril atingiu 14,1
milhões de beneficiários –
93% mulheres. O desembolso
foi de R$ 2,1 bilhões.
Dentre os que entram e os
que saem do Bolsa Família ano
a ano, o MDS afirma que a rota-
tividade é em torno de um mi-
lhão de beneficiários. Famílias
com renda maior que R$ 140
por pessoa por mês estão
além do limite para receber o
b e n e f í c i o.
A integração de políticas é a
aposta do governo contra a
pobreza "Temos pessoas que
recebem Bolsa Família, são
MEI e acessam o microcrédito
via programa Crescer. As famí-
lias vulneráveis não podem ar-
riscar a educação dos filhos
enquanto estruturam um ne-
gócio. É uma estratégia com-
binada", afirma o diretor de
programas do MDS, Marcelo
Cabral. Com a formalização
dos negócios via MEI, os em-
preendedores têm acesso a
direitos como aposentadoria e
auxílio -maternidade.
Pr o d u t i v o – O crédito para
empreender, e não para con-
sumir, é o objetivo do progra-
ma Crescer, de microcrédito
produtivo orientado. Lançado
em meados de 2011, baixou
as taxas de juros da modalida-
de de cerca de 60% para 8% ao
ano e convocou os bancos pú-
blicos a expandir a sua atua-
ção. Desde então, o saldo total
dessa carteira saltou de R$ 1,2
bilhão para R$ 5,1 bilhões em
fevereiro deste ano, segundo
o Banco Central.
Segundo dado do MDS, 29%
dos tomadores de crédito via
programa Crescer também re-
cebem Bolsa Família, o que re-
presenta um universo de 2,7
milhões de operações.
Perfil empreendedor – No
município de Anastácio, no
Mato Grosso do Sul, Rosinete
Ramos dos Santos, de 38
anos, com dois filhos em idade
escolar, de 7 e 8 anos, e um de
19 anos, recebe Bolsa Família
e complementa a renda ven-
dendo roupas, acessórios e
produtos de cama, mesa e ba-
nho de porta em porta. Antes
do benefício, Rosinete vivia de
bicos como diarista. "Não tive
estudo, trabalhei desde pe-
quena na fazenda", diz.
Com o microcréd i to do
Crescer, fez um empréstimo
de R$ 900, já quitado. O di-
nheiro foi usado para com-
prar mercadorias. "Meu so-
nho é ter uma loja. O que eu
quero é poder devolver o car-
tãozinho do Bolsa Família e
Rafael Hupsel/LUZ
ver que eu venci", conta. Para
realizar esse plano, ela pensa
em tomar um empréstimo
maior, de R$ 10 mil.
Na prevenção à inadimplên-
cia, a Caixa Econômica Fede-
ral diz que investe na qualifi-
cação dos projetos antes de
conceder os empréstimos.
Segundo o MDS, a inadim-
plência de quem recebe Bolsa
Família é semelhante à geral
do microcrédito. O valor mé-
dio emprestado é de R$ 1 mil,
pago em sete parcelas de até
R$ 150. (EC)
Cabeleireiras estão entre a maioria dos MEIs. Sendo microempreendedores, elas têm acesso a microcrédito, podendo, assim, crescer.
Maratona de finançasRejane Tamoto
Ações americanas, para brasileiros.
Uma maratona de cur-
sos, palestras e publi-
cações sobre finan-
ças pessoais termina na pró-
xima sexta-feira, como parte
da programação da primeira
Semana Nacional de Educa-
ção Financeira. O evento é
voltado para investidores,
profissionais do setor e tam-
bém crianças e adolescen-
tes. A semana foi organizada
pelo Comitê Nacional de
Educação Financeira (Co-
nef) – formado por Banco
Central (BC), Comissão de
Valores Mobiliários (CVM),
Prev ic , Susep, Anbima,
BM&FBovespa, Febraban,
Confederação Nacional das
Empresas de Seguros (CN-
Seg) e os ministérios da Fa-
zenda, Educação, Previdên-
cia Social e da Justiça. A pro-
gramação completa está
disponível no site w ww.s e-m a n a e n e f. g o v. b r .
Em São Paulo, quem qui-
ser conhecer as instalações
da bolsa de valores e saber
como ela funciona terá a
chance de fazer uma visita
m o n i t o r a d a h o j e n a
BM&FBovespa, no centro da
Capital. Basta comparecer
das 9h às 17h.
Na quinta-feira, a Asso-
ciação de Educação Finan-
ceira do Brasil (AEF-Brasil)
lançará uma plataforma
aberta de livros de educa-
ção financeira. Ao todo, no-
ve publicações ficarão dis-
poníveis no site w ww.e d uf i-n a nc e i ra n a es c o la . o rg. b r p a-
ra professores de mais de
27 mil escolas públicas e
particulares de ensino mé-
dio do País.
O material trará 72 situa-
ções didáticas que permiti-
rão ao professor desenvol-
ver a capacidade do aluno de
analisar o seu contexto fi-
nanceiro e do mundo para to-
mar decisões de forma cons-
ciente. Em parceria com o
Ministério da Educação, o
projeto faz parte da Estraté-
gia Nacional de Educação Fi-
nanceira (ENEF), implemen-
tada em 2010.
Na sex ta , às 13h e às
16h30, as f inanças pes-
soais serão abordadas em
palestras na sede do Banco
Central, na avenida Paulis-
ta. Para participar, é neces-
sário fazer a inscrição no si-
te oficial. Das 15h às 17h o
educador financeiro André
Massaro vai falar sobre o te-
ma "Você e o Dinheiro", no
I n s t i t u t o E d u c a c i o n a l
BM&FBovespa e as inscri-
ções terminam hoje.
No ambiente virtual, a Fe-
braban promove uma gin-
cana de educação financei-
ra no portal Meu Bolso em
Dia (w w w. m e u b o l s o e m-d i a. c o m . br ). Podem partici-
par pessoas com idade su-
perior a 14 anos, que devem
responder em cinco etapas
questões de múltipla esco-
lha sobre as finanças em di-
ferentes fases da vida. O ob-
jetivo é levar à reflexão so-
bre as mudanças das ne-
cessidades financeiras e da
importância de controlar o
orçamento. No final, haverá
um vencedor por região do
País, que será premiado
com um notebook.
Rejane Tamoto
Oinvestidor
institucional e o
qualificado – ou seja,
que tem recursos livres para
aplicações acima de R$ 1
milhão – estão passando pelo
processo de olhar para além
das fronteiras nacionais
quando o assunto é a
diversificação da carteira. E
quem quer atender a esse
filão é a gestora global de
recursos BlackRock, que
lançou ontem o primeiro ETF
(Exchange Traded Fund, ou
fundo de índice de ação) local
com exposição a ações
internacionais. O produto
busca o retorno, em reais, do
índice S&P 500, que reúne as
ações de 500 empresas
líderes em seus setores nos
Estados Unidos. O investidor
pode comprar e vender as
cotas na bolsa de valores, em
reais, sob o código IVVB11.
Ontem, no fim do pregão, a
cota do fundo valia R$ 42 e
foram vendidas mil. A
quantidade mínima de cotas
para investimento é dez. O
ETF investe em um fundo no
exterior que, existente desde
2000, tem mais de R$ 53
bilhões em ativos sob gestão.
Esse é o 9º ETF sob gestão da
BlackRock no Brasil, que
lançou os primeiros quatro
produtos em 2008.
Armando Senra, diretor
responsável por América
Latina e Ibéria da BlackRock,
diz que outro público-alvo são
os fundos de pensão, para o
qual a gestora já oferece um
outro produtos distribuído
pelo Banco do Brasil. Na
avaliação de Senra, o
investidor brasileiro passa
por um momento já vivido por
outras nações. "Há 25 anos o
investidor nos Estados
Unidos investia em ações
locais e em títulos do Tesouro,
como faz o brasileiro hoje.
Isso mudou lá e começa a
mudar aqui. Em alguns
mercados, esse processo de
diversificação global foi mais
rápido, como no México, Chile
e Colômbia", afirma.
Para Senra, o mercado de
capitais brasileiro tem
potencial de crescimento e
ele vê a economia com
otimismo, por causa da visão
de longo prazo. "Há um
grande ruído sobre a
economia brasileira no curto
prazo. Mas para nós continua
positivo porque o País tem
uma grande economia, o
crescimento da classe média
e do consumo. É uma grande
história a longo prazo",
afirma o executivo.
Bruno Stein, diretor da
BlackRock no Brasil diz que o
ETF iShares S&P 500 permite
ao investidor diversificar
geograficamente e em
setores da economia. "Para
se ter uma ideia, a
participação de empresas de
tecnologia da informação no
índice é de 19%, e no
Ibovespa é de 2,5%. As
empresas de saúde tem peso
de 14% no S&P 500 e de
apenas 1% no Ibovespa",
diz Stein.
A gestora pretende lançar
outros produtos atrelados a
índices de ações
internacionais, mas ainda
depende dos reguladores.
"Este não será o único
produto que vamos lançar",
diz Senra.
16 -.ECONOMIA DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 7 de maio de 2014
Os investimentos previstos para cinco hotéis deluxo no Rio de Janeiro somam R$ 890 milhões
Passageiro Vip
Contatos com oautor pelo e-mail: [email protected]
Tem urubu napista
Quando sobrevoava
Belém, o voo 3454 da
TAM, que partiu lota-
do de São Paulo no dia 27 de
abril, tinha tudo para cumprir
o horário. Foi quando veio a
má notícia pelo comandante
Pandolfo. As chuvas que
caíam sobre a cidade impe-
diam o pouso, e por isto o
avião sobrevoaria a região
até que o tempo melhorasse.
Uma hora depois, isto não
aconteceu. A aeronave se di-
rigiu, então, para Marabá,
554 Km ao sul do Estado.
“Sem grooving e com pista
molhada, é realmente arris-
cado pousar em Belém”, diz
o consultor Adalberto Febi-
liano. Outra surpresa desa-
gradável aguardava na ca-
beceira da pista de pouso:
uma pequena nuvem negra
formada por urubus. O avião
arremeteu para pousar pelo
lado oposto. Já no aeroporto
da cidade, os passageiros ti-
veram que aguardar por con-
dições meteorológicas favo-
ráveis em Belém. Oito horas
depois, o avião chegou ao
destino. O mesmo tempo
que levaria para Miami.
Afinal, o que aconteceu?
Há uma somatória de inci-
dentes que se tornaram tris-
te rotina em diversos aero-
portos brasi leiros, e dos
quais este caso emblemático
que testemunhei é exemplo.
Um aeroporto como o de Be-
lém não deveria depender de
bom tempo para operar. Ali
formam-se perigosas poças
d’água causadas por obras
mal sucedidas na pista, ca-
pazes de provocar aquapla-
nagem, diz o consultor Paulo
Roberto Afonso. A Infraero
diz que foram realizadas
obras para instalação de ra-
nhuras (grooving) em 400
metros da pista para aperfei-
çoar o escoamento em local
de frenagem das aeronaves,
mas fa l ta aprovação da
ANAC. Mas se em Belém cho-
ve quase todos os dias, por
que providências foram to-
madas só recentemente? Em
Seattle, sede da Boeing, cho-
ve diariamente, mas se de-
pendesse das autoridades
brasileiras a fábrica teria fe-
chado as portas há tempos.
Quanto aos urubus, o pro-
blema é crônico. A Infraero e
ANAC mantêm o programa
“Gestão do Perigo da Fauna
em aeroportos”para minimi-
zar a presença de aves em lo-
cais de pouso. A ANAC diz que
realiza inspeções e exige
ações corretivas quando ne-
cessário. Mas a coisa não é
tão simples. Por trás da ques-
tão estão depósitos de lixo
nas proximidades das pistas.
A eliminação depende das
autoridades dos municípios,
que em geral se omitem. As
aéreas, por serem conces-
são pública, sentem-se pou-
co à vontade para liderar o
a s s u n t o.
Qual é o tamanho do pre-
juízo? “É preciso somar o
combustível, maior custo da
aviação no Brasil, e a hora da
tripulação, entre outros fato-
re s ”. Quem responde é a
ABEAR, associação das com-
panhias aéreas, que prome-
te informar em breve quanto
custou este episódio.
Eis aí um retrato da avia-
ção no Brasil. O jogo de em-
purra-empurra de responsa-
bilidades reflete a falta de ar-
ticulação e um interlocutor
que represente os interesses
do viajante. Enquanto isto,
um Estado com potencial tu-
rístico fantástico como o Pará
se limita a ver aviões repletos
de viajantes de lazer e negó-
cios passarem por cima de
suas cabeças. Eles vão em di-
reção a lugares com melho-
res aeroportos, como o Cari-
be ou Miami.
Natural do municípo de
Castelo, Espírito
Santo, Paulo Neme, o
fundador da Rede Brasil
de locação de automóveis
mudou-se ainda criança
para Vitória, onde
estudou e desenvolveu
sua vida profissional.
Formado em Economia,
Neme trabalhou para as
empresas do pai até abrir
seu próprio negócio.
Tornou-se franqueador de
uma rede internacional de
aluguel de veículos, até
perceber que não tinha
liberdade para criar
diferenciais de mercado.
“Foi aí que, juntamente
com outros dois sócios,
resolvi criar a Rede
Brasil”, Neme conta.
Passados dez anos, a
iniciativa deu certo. Com
20 unidades, e planejando
inaugurar mais oito em
capitais brasileira ainda
neste ano, é a única
locadora que leva e traz o
automóvel ao cliente, sem
necessidade de ir à loja.
Por não exigir pontos
comerciais, os
franqueados têm
menores custos. Além
disso, a empresa realiza
entregas de encomendas
como alternativa a táxis e
transportadoras.
“Somente oferecendo
alternativas num
mercado tão competitivo
é que se pode alcançar o
s u c e s s o”, completa
Neme.
Div
ulga
ção
Paulo Neme
Brasil tem alta de 10,3% nademanda por voos internosTaxa de ocupação dos voos domésticos das companhias brasileiras foi de 79,8%, segundo a IATA.
Ademanda por voos
domésticos no Brasil
cresceu 10,3% em
março quando comparada a
igual período de 2013,
informou, em nota à
imprensa, a Associação
Internacional de Transporte
Aéreo (Iata). Esse resultado
mais uma alta de 3,4% na
oferta doméstica levou a
uma taxa de ocupação
dos voos domésticos das
empresas brasileiras
de 79,8%.
De acordo com a Iata, o
tráfego doméstico brasileiro
aumentou no mês por conta
das viagens de carnaval.
A associação, no entanto,
ainda vê preocupações
relacionadas à fraca
situação econômica do País
que pressiona para baixo a
demanda doméstica.
No resultado mundial dos
mercados domésticos a
demanda – medida em
p a s s a g e i ro s - q u i l ô m e t ro
transportados (RPK) – subiu
4% em março, ante
crescimento de 5,8%
verificado em fevereiro em
comparação a um ano antes.
Com alta de 4,9% na oferta
de assentos, a taxa de
ocupação das operações
domésticas pelo mundo
chegou a 80,5% em março.
Em relação às operações
internacionais, a América
Latina foi a única região do
globo que apresentou alta
na taxa de ocupação (load
factor) quando comparada
a março de 2013. A taxa de
ocupação das aeronaves
das companhias da região
passaram de 77% em março
de 2013 para 78,8% em
igual período deste ano.
"A perspectiva para as
empresas da América Latina
se mantêm positivas por
conta da robusta
performance de economias
como Colômbia, Peru e
Chile", afirmou a IATA.
No geral, informou a
associação, a demanda
pelos voos internacionais
cresceu 2,6% em março
deste ano ante mesmo mês
de 2013. O resultado
representa uma
desaceleração ao
crescimento de 5,4%
registrado em fevereiro,
ante um ano antes. A
demanda mais uma alta de
5,5% na oferta resultou em
taxa de ocupação dos voos
internacionais de
companhias de todos os
continentes 2,3 pontos
percentuais menor em
março, para 78%.
(Estadão Conteúdo)
Mister Shadow/Folhapress
O tráfego no território brasileiro aumentou em março por causa das viagens de carnaval
Hotelaria de luxo noRio terá forte
expansão até 2016M
ordomo 24 horas, me-
nu de travesseiros –al-
to, baixo, de pena de ganso,
antialérgico, entre outros –
e um hábil "concièrge" para
atender os pedidos mais di-
fíceis, de uma reserva num
restaurante disputado a um
espetáculo com ingressos
lotados. Nas redes top em
hotelaria de luxo, parece
não haver limites para sa-
tisfazer o hóspede. Carente
nesta área, o município do
Rio de Janeiro está prestes a
dar um salto em hotelaria
classe A, com aumento de
45% na oferta de aparta-
mentos até 2016, totalizan-
do quase 4.600 quartos. Os
números estão em pesqui-
sa da consultoria Howarth
HTL, que foi apresentada
ontem no Brasil Hospitality
Investment Conference,
em São Paulo.
A expansão – em quanti-
dade e em qualidade – vem
puxada principalmente pe-
la chegada à cidade de ver-
dadeiras grifes em hospe-
dagem urbana de luxo co-
mo Hilton, Trump e Emilia-
no. A consultoria listou seis
projetos com inauguração
estimada para este par de
anos. Quatro ficarão na Bar-
ra: Hilton Hotel Collection,
Grand Hyatt Residence,
Trump Hotel e Pestana Rio.
Haverá ainda o Emiliano,
em Copacabana, e o Hotel
Glória, que promete marcar
a chegada da estrelada
Four Seasons à cidade. No
total, de acordo com infor-
mações do mercado, os in-
vestimentos previstos para
cinco dos empreendimen-
tos chegam a R$ 890 mi-
lhões, sem contar o Pesta-
na, pois a rede não divulgou
dados sobre o projeto.
O conceito de hotelaria
de luxo, afirmou Mariano
Carrizo, diretor da Howarth
HTL no Brasil, vem mudan-
do. Atualmente, ele está fo-
cado na experiência, no es-
forço para oferecer ao hós-
pede uma estada única,
personalizada. Nos verda-
deiros hotéis cinco estrelas,
as suítes são arrumadas de
acordo com as preferências
do hóspede. Se já for cliente
habitual, ele vai encontrar o
travesseiro de sua prefe-
rência, frutas frescas e ali-
mentos e bebidas que cos-
tuma requisitar, sugestões
de programas que habitual-
mente procura, revistas e
jornais previamente esco-
lhidos, entre outros mimos.
O serviço de mordomo e de
concièrge funciona 24 ho-
ras e trabalha para tornar
realidade cada desejo do
hóspede. (AG )
quarta-feira, 7 de maio de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 17
INSTITUTO AMERICANO DE PESQUISA, MEDICINA E SAÚDE PÚBLICA – IAPEMESPCNPJ: 09.501.484/0001-27 – Rua Tuiuti 2530 - Conj. 82-Tatuapé – São Paulo/SP CEP: 03307-005
Ativo 31.12.2012 31.12.2012Circulante 2.633.582,81 107.962,73Disponibilidades 2.553.737,02 28.116,94Caixa 27.807,61 27.807,61Bancos Conta Movimento 2.525.766,08 146,00Bancos Conta Aplicação Financ. 163,33 163,33Créditos 79.845,79 79.845,79Impostos a Recuperar 79.845,79 79.845,79Não Circulante 3.261.066,70 3.261.066,70Realizável a Longo Prazo 3.253.769,61 3.253.769,61Títulos a Receber 3.253.769,61 3.253.769,61Imobilizado 7.297,09 7.297,09Máq. Aparelhos e Equipamentos 2.997,90 2.997,90Equip. Processamento Dados 7.804,00 7.804,00Móveis e Utensílios 349,00 349,00Depreciação AcumuladaMaq. Ap. Equipamentos (1.357,33) (1.357,33)Depreciação Acumulada Eq.Proc. Dados (2.496,48) (2.496,48)Total do ativo 5.894.649,51 3.369.029,43
Passivo 31.12.2012 31.12.2012Circulante 167.485,66 16.416,83Fornecedores 349,00 349,00Obrigações Sociais e Fiscais 75.903,18 11.065,83Salários a Pagar 91.233,48 5.002,00Patrimônio Social 5.727.163,85 3.352.612,60Superavit-deficit acumulado 5.727.163,85 3.352.612,60Superavit-deficit doexerc. anterior 3.352.612,60 94.659,30
Superavit-deficit do exercício 2.374.551,25 3.257.953,30Total do passivo 5.894.649,51 3.369.029,43
31.12.2013 31.12.2012Receita operacional bruta 2.569.960,15 3.527.558,00Receita Bruta da Prestaçãode Serviços 2.569.960,15 -
Doações - 3.293.376,08Variação Patrimonial Voluntário - 176.200,00Recuperação de Despesas - 57.981,92(-) Deduções das Vendas 51.399,19 -Impostos e Contribuições 51.399,19 -Receita operacional líquida 2.518.560,96 3.527.558,00(-) Despesas operacionais (144.009,71) (64.277,21)Despesas Administrativas (41.802,10) (36.464,57)Despesas com Pessoal (101.269,93) (36.828,82)Rendimento Financeiro Líquido - 9.226,45Despesas Tributárias (937,68) (210,27)(-) Assistência Social-Custos Gratuidade - (205.327,49)
Serviços Médicos Voluntário - (176.200,00)Gastos com Transporte - (10.444,87)Gastos com Alimentação - (13.306,70)Outros Gastos - (5.375,92)= Superavit do exercício 2.374.551,25 3.257.953,30
Fluxos de caixa das 31.12.2013 31.12.2012atividades operacionais:
Resultado do período 2.374.551,25 3.257.953,30Ajustes p/ conciliar result.às disp. Ger. P/ ativ. Oper.
Despesas de Juros - 690,13Superavit bruto antes dasmud. No cap. De giro 2.374.551,25 3.258.643,43Var. nos ativos e passivosAum. /red.de contas a rec.o outros - (41.342,32)Aum. Realizável a Longo Prazo - (3.253.769,61)Aum./redução em Fornecedores - (18.939,50)Redução em contas a pagare provisões (151.068,83) (2.695,52)Caixa prov. das operações 2.223.482,42 (58.103,52)Juros Pagos - (690,13)IR. e Contribuição Social pagosFluxo de caixa antes dositens extraordinários 2.223.482,42 (58.793,65)
Receb. de indeniz. de segurosCaixa líq. Proveniente das ativ.operacionais 2.223.482,42 (58.793,65)Fluxos de caixa das ativ.de investimentos
Compras do Imobilizado - (3.939,00)Caixa líquido usado nas ativ.de investimentos - (3.939,00)Fluxos de caixa das atividadesde financiamentosAumento nas disponib. 2.525.620,08 (62.732,65)Disponib.-no início do período 28.116,94 90.849,59Disponib.-no final do período 2.553.737,02 28.116,94
superavit-deficit superavit-deficitAno do Exercício AcumuladoDeficit no ano de 2008 - (4.453,16)Superavit no ano de 2009 34.900,30 30.447,14superavit no ano de 2010 62.032,57 92.479,71superavit no ano de 2011 2.179,59 94.659,30superavit no ano de 2012 3.257.953,30 3.352.612,60superavit no ano de 2013 2.374.551,25 5.727.163,85
Nota 1. Contexto operacional: O Instituto Americano dePesquisa, Medicina e Saúde Pública – IAPEMESP, comforo e sede na cidade de São Paulo/SP, é pessoa jurídicade direito privado, constituída por tempo indeterminado, semfins lucrativos e econômicos, de caráter cultural, filantrópico,assistencial, promocional, recreativo, educacional e esportivo,sem cunho político ou partidário, com objetivo de ações volta-das à saúde pública, campanhas educativas, preventivas e deatendimento médico à população. Nota 2. Apresentação dasdemonstrações contábeis: Na elaboração das Demonstra-ções Contábeis de 2013 a entidade adotou a Lei nº 11.638/07que alterou a Lei nº 6.404/76 e legislação específicas aplica-das a entidades sem fins lucrativos, Lei 12101/09 e regula-mentação em relação aos aspectos relativos a elaboração edivulgação das Demonstrações Financeiras. As Demonstra-ções Contábeis foram elaboradas em observância às práticascontábeis adotadas no Brasil, características qualitativas dainformação contábil Resolução CFC 1.374/1, que trata daEstrutura Conceitual Para a Elaboração e Apresentação dasDemonstrações Contábeis, Resolução CFC 1.376/11 (NBCTG 26), que trata da apresentação das Demonstrações Con-tábeis e Resolução CFC nº 1409/12 que aprovou a ITG 2002que revogou a Resolução CFC 877/2000–NBCT -10-19, paraas entidades sem finalidade lucrativa, que estabelece critériose procedimentos específicos de avaliação, de registros doscomponentes patrimoniais e de estruturação das Demons-trações Contábeis, e as informações mínimas a seremdivulgadas em nota explicativa das entidades sem finalidadelucrativa. Nota 3 : principais práticas contábeis: a) Caixa
Maria Alzene Nogueira de Almeida Rosa - PresidenteCPF: 039.304.648-61
e Equivalência de Caixa: Compostos de valores existentesem contas correntes e aplicações financeiras acrescidos dosrendimentos apropriados até a data do Balanço, com baseno regime de competência; b) Recuperação de Crédito Tribu-tário: Representado por impostos e contribuições retidos nafonte a recuperar; c) Imobilizações: Estão demonstrados aocusto de aquisição ; d) Receita com Voluntariados: Calculadaconforme o salário no mercado, de acordo com a atividadedesenvolvida; e) Despesas com Voluntariados: Contemplaos valores de salários conforme o mercado, acrescidosdos valores gastos com transporte, alimentação e outrosgastos necessários para a atividade desenvolvida. Nota 4:concessão de gratuidades: Em cumprimento a ResoluçãoCFC nº 1409/12 a Entidade possui segregado (por área deatuação) as gratuidades concedidas,conforme apresentadonas Demonstrações do Resultado do Período, e todos estesgastos são custeados com recursos próprios. Nota 5: documprimento do art.14 do CTN: a) A Entidade aplica inte-gralmente o seu eventual resultado líquido na manutençãoe desenvolvimento de seus objetivos institucionais, conformeprevisto em seu Estatuto Social. b) Os dirigentes, Conselhei-ros, Associados, Instituidores, Benfeitores ou equivalentes,não recebem remuneração, vantagens ou benefícios porqualquer forma ou título,em razão das competências, funçõesou atividades que lhe são atribuídas e a Entidade não distribuilucros, dividendos ou bonificações,conforme previsto em seuEstatuto Social. c) A Entidade mantém escrituração de suasreceitas e despesas em livros revestidos das formalidadeslegais que asseguram a sua exatidão. SP, 31/12/2013.
Rogerio de Souza Costa - ContadorCRC–1SP232953/O-2 - CPF: 191.835.568-18
FDE AVISA:Pregão Eletrônico de Registro de Preços Nº 36/00368/13/05. OBJETO: AQUISIÇÃO DE KIT DE FERRAMENTAS PARA LABORATÓRIO DECIENCIAS - CICLO II - ENSINO FUNDAMENTAL. A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresasinteressadas que se acha aberta licitação para: AQUISIÇÃO DE KIT DE FERRAMENTAS PARA LABORATÓRIO DE CIENCIAS - CICLO II - ENSINOFUNDAMENTAL. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 07/05/2014, no endereço eletrônicowww.bec.sp.gov.br ou na sede da FDE, na Supervisão de Licitações, na Av. São Luís, 99 - República - CEP: 01046-001 - São Paulo/SP, de segundaa sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br.A sessão pública de processamento do Pregão Eletrônico será realizada no endereço eletrônico www.bec.sp.gov.br, no dia 20/05/2014, às10:00 horas, e será conduzida pelo pregoeiro com o auxílio da equipe de apoio, designados nos autos do processo em epígrafe e indicados nosistema pela autoridade competente. Todas as propostas deverão obedecer, rigorosamente, ao estabelecido no edital e seus anexos e serãoencaminhadas, por meio eletrônico, após o registro dos interessados em participar do certame e o credenciamento de seus representantespreviamente cadastrados. A data do início do prazo para envio da proposta eletrônica será de 07/05/2014, até o momento anterior ao início dasessão pública. BARJAS NEGRI - Presidente.
SECRETARIA DE ESTADODA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADODE SÃO PAULO
PREFEITURA MUNICIPAL DE
TAUBATÉ/SPPREGÃO Nº 147/14
A Prefeitura Municipal de Taubaté informa que se acha aberto pregão presencial 147/14,Registro de Preços para eventual fornecimento e instalação de equipamentos de proteção(abrigos) e orientação (toten) aos munícipes, por um período de 12 (doze) meses, comencerramento dia 20.05.14, às 08h30, junto ao respectivo Departamento de Compras.Maiores informações pelo telefone (0xx12) 3621.6023, ou à Praça Felix Guisard, 11 – 1ºandar – centro, mesma localidade, das 08h às 12h e das 14h às 17h, sendo R$ 26,50 (Vintee Seis Reais e Cinquenta Centavos) o custo do edital, para retirada na Prefeitura. O editaltambém estará disponível pelo site www.taubate.sp.gov.br.
Taubaté, 06 de maio de 2014.José Bernardo Ortiz Monteiro Júnior – Prefeito Municipal
BRTERMINAIS E LOGÍSTICA S.A.CNPJ/MF nº 11.866.637/0001-81 – NIRE 35.3.0037797-4Ata da AGE Realizada em 24 de Fevereiro de 2014
1.Data,hora e local:Realizada no dia 24/02/2014, às 9hs, na sede social da Cia., em SP/SP, na Av.Angélica, nº 2.330/2.346/2.364,9º, s/ 914, Consolação. 2. Convocação e presença:Dispensada a publicação de editais de convocação, na forma do disposto no§4º do art. 124, da Lei nº 6.404/76 (“LSA”), por estar presente à assembleia a única acionista da Cia., representando a totalidade docapital social, conforme assinatura constante do Livro de Presença dos Acionistas. 3. Mesa: Assumiu a presidência dos trabalhoso Sr. Josedir Barreto dos Santos e convidou a Sra. Maria Beatriz Lira Gomes Ferraz para secretariá-lo.4. Ordem do dia:Deliberarsobre renúncias e eleições de novos membros da Diretoria da Cia.. 5. Deliberações: A única acionista da Cia., sem quaisquerrestrições, delibera e aprova o quanto segue: 5.1.Tomar conhecimento e aceitar os pedidos de renúncia dos Srs. Mateus Coutinhode Sá Oliveira e Agenor Xavier Valadares, respectivamente, aos cargos de Diretor Financeiro e Diretor Jurídico da Cia., conformetermos de renúncia que ficam arquivados na sede da Cia..Os Diretores ora renunciantes outorgaram à Cia.a mais ampla, plena, rasa,geral e irrevogável quitação com relação ao período em que atuaram como administradores da Cia.. 5.2. Em razão das renúnciasacima, eleger, com mandato iniciando a partir da presente data e findando na Assembleia Geral Ordinária da Cia. a realizar-se em2016, permitida a reeleição, para o cargo de Diretor Financeiro, o Sr. Josedir Barreto dos Santos, brasileiro, casado, advogado,portador da carteira de identidade RG nº 09074788-75, SSP/BA, inscrito no CPF/MF sob nº 837.873.725-04; e para o cargo deDiretora Jurídica, a Sra.Maria Beatriz Lira Gomes Ferraz, brasileira, casada, advogada, portadora da carteira de identidade RGnº 26.610.538-2, SSP/SP, inscrita no CPF/MF sob nº 272.376.328-50, ambos com domicílio, para fins do art. 149, §2º da LSA, naAvenida Angélica, 2.346, 9º andar, Consolação, São Paulo – SP, CEP 01228-200. 5.3. Os Diretores aceitaram os cargos para osquais foram eleitos, declarando, expressamente, para todos os fins e efeitos legais que não estão impedidos, por lei especial, deexercer administração de sociedade e nem foram condenados (ou encontram-se sob efeito de condenação) (i) a pena que vede, aindaque temporariamente, o acesso a cargos públicos; (ii) por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato;ou (iii) por crime contra a economia popular, o sistema financeiro nacional, as normas de defesa da concorrência, as relações deconsumo, a fé pública ou a propriedade. Os Diretores ora eleitos tomarão posse de seus respectivos cargos mediante a assinaturade termo de posse lavrado em livro próprio. 6. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, foi encerrada a assembleia, daqual se lavrou a presente ata que, lida e achada conforme, foi assinada por todos. Mesa: Josedir Barreto dos Santos – Presidente;Maria Beatriz Lira Gomes Ferraz – Secretária.Acionista Presente:OAS S.A.SP, 24/02/2014.Jucesp nº 158.100/14-1 em 29/04/2014.Gisela Simiema Ceschin-Secretária Geral.
BRTerminais e Logística S.A.CNPJ/MF nº 11.866.637/0001-81 – NIRE 35.3.0037797-4
Termo de RenúnciaEu, AGENOR XAVIERVALADARES, brasileiro, casado, advogado, portador da carteira de identidade RG nº 00921509-34 SSP/BA,inscrito no CPF/MF sob o nº 050.898.245-68, com domicílio para fins do §2º, do Art. 149 da LSA, na Avenida Angélica nº 2.364, 9ºandar, Consolação, CEP 01228-200, São Paulo/SP, neste ato renuncio expressamente ao cargo de Diretor Jurídico daBRTERMINAISE LOGÍSTICA S.A., sociedade anônima fechada, com sede na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Avenida Angélica, nº2.330/2.346/2.364, 9º andar, sala 914, bairro Consolação, CEP 01228-200, inscrita no CNPJ/MF sob o 11.866.637/0001-81, comseus atos constitutivos e demais documentos societários arquivados perante a Junta Comercial do Estado de São Paulo sob o NIRE35.3.0037797-4 (“Companhia”), para o qual fui eleito na Assembleia Geral Extraordinária e Ordinária da Companhia, realizada em 30de abril de 2013.Declaro, igualmente, que não existe qualquer obrigação pendente entre mim e a Companhia e afirmo, ainda, que nãotenhonadaareclamardela,aqualquer tempo,aqualquer título, comrelaçãoa todoequalqueratoouomissãoduranteoprazoqueexercio cargo para o qual fui eleito, pelo que dou à Companhia a mais plena, geral, ampla, rasa, irrevogável e irretratável quitação.São Paulo,24 de fevereiro de 2014.AgenorXavierValadares.Jucesp nº 158.103/14-2 em 29/04/2014.Gisela Simiema Ceschin-Secretária Geral.
44 Bico Largo Comercial Ltda - CNPJ/MF nº 01.287.007/0001-07 - NIRE 35.213.870.435Ata da Reunião de Sócios Realizada em 30/04/2014
1. Data, Hora e Local: 30/04/2014, às 10hs, na sede social, localizada na Rua Fidalga, nº 471, Conj. 2, Pinheiros, CEP05432-070, na cidade de São Paulo/SP. 2. Convocação: Os sócios foram devidamente convocados para a presentereunião mediante publicação, por três vezes, no DOESP e em jornal de grande circulação, realizadas nos dias 17, 18 e23/04/2014, conforme determina o art. 1.152, § 3º, do Código Civil. 3. Presença: Presente o sócio AlexandreMachado de Sá, brasileiro, casado sob o regime de separação de bens, empresário, RG nº 23.120.530-2 SSP/SP e CPF/MF nº 177.149.848-05, residente e domiciliado à R. Cristiano Viana, nº 279, apto 72, na cidade de São Paulo/SP, CEP05411-000, representando 75% do capital social, ficando devidamente instalada a reunião nos termos da lei. 4.Composição da Mesa:Alexandre Machado de Sá na qualidade de Presidente e Mauro Takahashi Mori na qualidadede Secretário. 5. Ordem do Dia: examinar, discutir e votar a proposta dos sócios para (a) aumento do capital socialda Sociedade no valor de R$ 12.750,00 e alteração da cláusula 3ª do Contrato Social; (b) alteração da cláusula 6ª doContrato Social; (c) possibilidade de exclusão de sócios por justa causa; (d) definição de quorum de deliberação paraaprovação de transformação de tipo societário; e (e) consolidação do contrato social. 6. Deliberações:O sócio aprovou:a) A lavratura desta ata em forma de sumário. b) O aumento do capital social, para fazer frente às necessidades de fluxode caixa da Sociedade e despesas com projeto em andamento, passando dos atuais R$ 6.000,00 para R$ 18.750,00,sendo o aumento, no valor de R$ 12.750,00 realizado com a emissão de 12.750 quotas, com valor nominal de R$ 1,00cada uma. c) Todas as 12.750 novas quotas são subscritas e integralizadas, nesta data, em moeda corrente nacional, pelosócio Alexandre Machado de Sá. d) O sócio consigna que, nos termos do art. 1.081, § 1º, do Código Civil, a sócia daSociedade não presente nesta reunião terá o prazo de 30 dias para exercer o direito de preferência na subscrição dasquotas ora criadas, proporcionalmente à sua respectiva participação no capital social da Sociedade, de acordo com asseguintes condições: (i) o prazo para exercício do direito de preferência será contado a partir da presente data, sendo queo silêncio implicará renúncia do direito de preferência; (ii) o pagamento das quotas deverá ser efetuado à vista, em direitoou em cheque administrativo nominal ao sócio Alexandre Machado de Sá pelo mesmo preço de subscrição das quotasora emitidas; e (iii) o sócio Alexandre Machado de Sá transferirá as correspondentes quotas ao sócio que exercer seudireito de preferência, comprometendo-se a providenciar, no prazo de 30 (trinta) dias contados do recebimento dopagamento mencionado no item (ii), o registro na JUCESP do competente instrumento particular de alteração do contratosocial da Sociedade, de maneira a formalizar a transferência das quotas. e) Por força das deliberações referidas acima,aprovaram a alteração da Cláusula 3ª do Contrato Social da Sociedade, que passa a vigorar com a seguinte redação:“Cláusula 3ª:O capital social é de R$ 18.750,00, dividido em 18.750 quotas, totalmente integralizadas, no valor nominalde R$ 1,00 cada uma, assim distribuído entre os sócios:Sócio:Valor: Quotas: Porcentagem:Alexandre Machadode Sá: R$ 17.250,00; 17.250; 92%;MelinaMariaManasseh: R$ 1.500,00; 1.500; 8%.Total: R$ 18.750,00; 18.750;100%. § 1º: A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamentepela integralização do capital social. § 2º: O capital social no valor de R$ 18.750,00 está totalmente subscrito eintegralizado pelos sócios, cada qual na proporção de suas quotas.� f) A alteração da cláusula 6ª do contrato social, parafazer constar que os haveres do sócio falecido ou que desejar se retirar da Sociedade serão calculados com base no valorpatrimonial das quotas, apurado através de balanço especialmente levantado para esse fim, no prazo de 30 dias contadosdo falecimento ou da comunicação da intenção de retirada, sendo que o pagamento dos haveres apurados será realizadoem 12 prestações, atualizadas pelo IGP-M ou por outro índice oficial que venha a substituí-lo e acrescidas de juros de 1%ao mês, vencendo-se a primeira 60 dias após o falecimento ou a comunicação da intenção de desligamento. g) Por forçada deliberação referida acima, aprovaram a alteração da Cláusula 6ª do Contrato Social da Sociedade, que passa a vigorarcom a seguinte redação: �Cláusula 6ª: Em caso de falecimento de sócio, não convindo ao seu Espólio continuar naSociedade; ou no caso de retirada espontânea, facultada mediante noti�cação escrita, com antecedência mínima de 90dias; os haveres do sócio falecido ou retirante serão calculados com base no valor patrimonial das quotas, apuradoatravés de balanço especialmente levantado para esse �m, no prazo de 30 dias contados do falecimento ou dacomunicação da intenção de retirada, sendo o valor apurado quitado em 12 prestações mensais, iguais e sucessivas,atualizadas pelo IGP-M ou por outro índice o�cial que venha a substituí-lo e acrescidas de juros de 1% ao mês,vencendo-se a primeira prestação 60 dias após o falecimento ou a comunicação da intenção de desligamento, semprepagos pelo(s) sócio(s) remanescente(s), obedecendo-se à proporcionalidade de participação de cada um deles. § Único:No caso de falecimento e não convindo ao espólio continuar na Sociedade, no caso de retirada, interdição ouincapacidade dos sócios, na hipótese do sócio remanescente permanecer sozinho na Sociedade, este se responsabilizarápela regularização da Sociedade, admitindo um novo(a) sócio(a) no prazo de 180 dias a partir da data do respectivoregistro, nos termos do art. 1.033 do Código Civil, visto a Sociedade ter se transformado emUNIPESSOAL.� h)A inclusãode disposição no contrato social, disciplinando a exclusão de sócio por justa causa, nos termos do art. 1.085 do CódigoCivil, sempre que um deles estiver prejudicando a Sociedade, por exemplo, mas não limitado a, impedindo oudificultando a abertura ou movimentação de contas bancárias, impedindo ou dificultando a participação em editais elicitações públicas, em razão de ter o sócio pendências perante a Receita Federal ou quaisquer outros órgãos públicos,sofrer protestos por títulos não pagos, ações judiciais e outros motivos considerados graves nos termos de deliberaçãotomada pela maioria dos sócios e conforme disciplina a lei. i) Por força da deliberação referida acima, aprovaram aalteração inclusão da Cláusula 16ª ao Contrato Social da Sociedade, com a seguinte redação: �Cláusula 16ª: Éexpressamente prevista a exclusão do sócio por justa causa, nos termos do art. 1.085 do Código Civil, sempre que umdeles estiver prejudicando a Sociedade, por exemplo, mas não limitado a, impedindo ou di�cultando a abertura oumovimentação de contas bancárias, impedindo ou di�cultando a participação em editais e licitações públicas, em razãode ter o sócio pendências perante a Receita Federal ou quaisquer outros órgãos públicos, sofrer protestos por títulos nãopagos, ações judiciais e outros motivos considerados graves nos termos de deliberação tomada pela maioria dos sóciose conforme disciplina a lei.� j) A inclusão de dispositivo no contrato social da Sociedade para regular a transformaçãoem outro tipo societário, cuja deliberação dependerá do voto de sócio(s) representando a maioria do capital social. k)Por força da deliberação referida acima, aprovou a alteração da Cláusula 13ª do Contrato Social da Sociedade, quepassa a vigorar com a seguinte redação: �Cláusula 13ª: O presente contrato constitutivo poderá ser modi�cadode acordo com o Artigo 1.076 do Código Civil (que regula as sociedades simples limitadas) da qual têm os sóciospleno conhecimento, e a ela se sujeitam como se aqui fosse integralmente mencionada. § 1º: A deliberação dossócios que dispuser sobre a transformação da Sociedade em outro tipo societário serão tomadas por sócio(s)representando a maioria do capital social. § Segundo - Dispensam-se de formalidades de convocações porpublicações, quando todos os sócios comparecerem ou se declararem, por escrito, cientes do local, data, hora eordem do dia.� l) A alteração do contrato social da Sociedade, nos termos da 9ª Alteração do Contrato Social anexaà presente ata (anexo 1), decidindo, todavia, não consolidar o Contrato Social da Sociedade. 7. Encerramento:Nada mais havendo a tratar, foram encerrados os trabalhos e lavrada a presente ata. SP, 30/04/2014. AlexandreMachado de Sá - Presidente da Mesa,Mauro Takahashi Mori - Secretário.
1. Data, Hora e Local: 30/04/2014, às 09hs, na sede social, localizada na R. Fidalga, nº 471,Apto04,VilaMadalena,CEP05432-070,na cidadedeSãoPaulo/SP.2.Convocação:Os sóciosforam devidamente convocados para a presente reunião mediante publicação, por três vezes,no DOESP e em jornal de grande circulação, realizadas nos dias 17, 18 e 23/04/2014, conformedetermina o art. 1.152, § 3º, do Código Civil, ficando devidamente instalada a reunião nostermos da lei.3. Presença: Presentes os sócios representando 87% do capital social, a saber:(a) Alexandre Machado de Sá, brasileiro, casado sob o regime de separação de bens,empresário, RG nº 23.120.530-2 SSP/SP e CPF/MF nº 177.149.848-05, residente e domiciliadoàRuaCristianoViana,nº 279,apto72,na cidadedeSãoPaulo/SP,CEP05411-000; (b)CarolinaMalvezi Frattini, brasileira, solteira, diretora de produção,RG nº 25.885.713-4 SSP/SP e CPF/MF nº 337.692.918-16, residente e domiciliada à R. Ernesto Capelari, nº 251, apto 13, Bloco 1,ParqueSantosDumont,na cidadedeTaboãodaSerra/SP,CEP06754-060;e (c)MichelleShiehShiah Tung Gabriel, brasileira, solteira, desenhista-animadora, RG nº 32.493.893-7 SSP/SPe CPF/MF nº 292.845.858-13, residente e domiciliada à R. Pires da Mota, nº 44, apto 540-B,Aclimação, na cidade de São Paulo/SP, CEP 01529-000.4. Composição daMesa:AlexandreMachado de Sá na qualidade de Presidente e Carolina Malvezi Frattini na qualidade deSecretária. 5. Ordem do Dia: examinar, discutir e votar a proposta dos sócios para (a)aumento do capital social da Sociedade no valor de R$ 8.800,00 e alteração da cláusula 3ª doContrato Social; (b) alteração da cláusula 6ª do Contrato Social; (c) retificação da 5ª Alteraçãoe Consolidação do Contrato Social, registrada em 16/09/2011, tendo em vista a supressãoacidental da antiga cláusula 14ª, que constou até a 4ª Alteração e Consolidação do ContratoSocial; (d) definição de quorum de deliberação para aprovação de transformação de tiposocietário; e (e) consolidação do contrato social. 6. Deliberações: Os sócios presentes, porunanimidade, aprovaram: a) A lavratura desta ata em forma de sumário. b) O aumento docapital social, para fazer frente às necessidades de fluxo de caixa da Sociedade para atenderaos investimentos necessários nos projetos em andamento, passando dos atuais R$ 5.500,00para R$ 14.300,00, sendo o aumento, no valor de R$ 8.800,00 realizado com a emissão de8.800 quotas, com valor nominal de R$ 1,00 (um real) cada uma. c)As 8.800 novas quotas sãosubscritas pelos sócios presentes nas seguintes proporções: (i) o sócio Alexandre Machado deSá, com a expressa renúncia das sócias Carolina Malvezi Frattini e Michelle Shieh Shiah TungGabriel ao seu direito de preferência, subscreve 8.360 quotas, no valor total de R$ 8.360,00;(ii) a sócia Carolina Malvezi Frattini subscreve 176 quotas, no valor total de R$ 176,00; e (iii) asócia Michelle Shieh Shiah Tung Gabriel subscreve 264 quotas, no valor total de R$ 264,00. d)Todasas8.800novasquotassubscritas sãonestadata integralizadaspelos sóciosnasproporçõessubscritas por cada um, em moeda corrente nacional. e) Os sócios presentes consignam que,nos termos do art. 1.081, § 1º, do Código Civil, os demais sócios da Sociedade não presentesnesta reunião terão o prazo de 30 dias para exercerem o direito de preferência na subscriçãodas quotas ora criadas, proporcionalmente às suas respectivas participações no capital socialda Sociedade, de acordo com as seguintes condições: (i) o prazo para exercício do direito depreferência será contado a partir da presente data, sendo que o silêncio implicará renúncia dodireito de preferência; (ii) o pagamento das quotas deverá ser efetuado à vista, em direito ouem cheque administrativo nominal ao sócio Alexandre Machado de Sá pelo mesmo preço desubscrição das quotas ora emitidas; e (iii) o sócio Alexandre Machado de Sá transferirá ascorrespondentes quotas ao sócio que exercer seu direito de preferência, comprometendo-se,juntamente com as sócias Carolina Malvezi Frattini e Michelle Shieh Shiah Tung Gabriel, aprovidenciar,no prazo de30dias contados do recebimento dopagamentomencionadono item(ii),o registro na JuntaComercial do Estado de São Paulo do competente instrumento particulardealteraçãodocontrato social daSociedade,demaneiraa formalizara transferênciadasquotas.f) Por força das deliberações referidas acima,aprovarama alteração daCláusula 3ª doContratoSocial da Sociedade,quepassa a vigorar coma seguinte redação:“Cláusula 3ª:Ocapital socialé de R$ 14.300,00, dividido em 14.300 quotas, totalmente integralizadas, no valor nominal deR$1,00cadauma,assimdistribuídoentreos sócios:Sócio -Valor -Quotas -Porcentagem:Alexandre Machado de Sá: R$ 12.870,00 - 12.870 - 90%; Carolina Malvezi Frattini:R$ 286,00 - 286 - 2%;Melina Maria Manasseh: R$ 715,00 - 715 - 5%;Michelle ShiehShiah Tung Gabriel: R$ 429,00 - 429 - 3%; Total: R$ 14.300,00 - 14.300 - 100%. § 1º:
A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondemsolidariamentepela integralizaçãodocapital social.§2º:Ocapital socialnovalordeR$14.300,00está totalmente subscrito e integralizado pelos sócios, cada qual na proporção de suas quotas.�g) A alteração da cláusula 6ª do contrato social, para fazer constar que os haveres do sóciofalecido ou que desejar se retirar da Sociedade serão calculados com base no valor patrimonialdas quotas, apurado através de balanço especialmente levantado para esse fim, no prazo de30 dias contados do falecimento ou da comunicação da intenção de retirada, sendo que opagamento dos haveres apurados será realizado em 12 prestações, atualizadas pelo IGP-M oupor outro índice oficial que venha a substituí-lo e acrescidas de juros de 1% aomês, vencendo-se a primeira 60 dias após o falecimento ou a comunicação da intenção de desligamento. h)Por força da deliberação referida acima, aprovaram a alteração da Cláusula 6ª do ContratoSocial da Sociedade, que passa a vigorar com a seguinte redação: �Cláusula 6ª: Em caso defalecimento de sócio, não convindo ao seu Espólio continuar na Sociedade; ou no caso deretirada espontânea, facultada mediante noti�cação escrita, com antecedência mínima de 90dias; os haveres do sócio falecido ou retirante serão calculados com base no valor patrimonialdas quotas, apurado através de balanço especialmente levantado para esse �m, no prazo de30 dias contados do falecimento ou da comunicação da intenção de retirada, sendo o valorapurado quitado em12 prestaçõesmensais, iguais e sucessivas, atualizadas pelo IGP-M ou poroutro índice o�cial que venha a substituí-lo e acrescidas de juros de 1% ao mês, vencendo-seaprimeiraprestação60diasapóso falecimentoouacomunicaçãoda intençãodedesligamento,sempre pagos pelo(s) sócio(s) remanescente(s), obedecendo-se à proporcionalidade departicipação de cada um deles. § Único: No caso de falecimento e não convindo ao espóliocontinuar na Sociedade,no caso de retirada, interdição ou incapacidade dos sócios,na hipótesedo sócio remanescente permanecer sozinho na Sociedade, este se responsabilizará pelaregularização da Sociedade, admitindo um novo(a) sócio(a) no prazo de 180 dias a partir dadata do respectivo registro, nos termos do art. 1.033 do Código Civil, visto a Sociedade ter setransformado em UNIPESSOAL.� i) A retificação da 5ª Alteração e Consolidação do contratosocial, registrada em 16/09/2011, para que volte a constar na consolidação do contrato sociala cláusula 14ª nos termos em que constava na 4ªAlteração e Consolidação do contrato social,cláusula essa que disciplina a exclusão de sócio por justa causa, nos termos do art. 1.085 doCódigo Civil, cuja redação segue abaixo, renumerando-se, por conseguinte, as posteriorescláusulas do contrato social: �Cláusula 14ª: É expressamente prevista a exclusão do sóciopor justa causa, nos termos do artigo 1.085 do Código Civil, sempre que um deles estiverprejudicando a Sociedade, por exemplo, mas não limitado a, impedindo ou di�cultando aabertura ou movimentação de contas bancárias, impedindo ou di�cultando a participaçãoem editais e licitações públicas, em razão de ter o sócio pendências perante a Receita Federalou quaisquer outros órgãos públicos, sofrer protestos por títulos não pagos, ações judiciaise outros motivos considerados graves nos termos de deliberação tomada pela maioria dossócios e conformedisciplina a lei.� j)A inclusão de dispositivo no contrato social da Sociedadepara regular a transformação em outro tipo societário, cuja deliberação dependerá do votode sócio(s) representando a maioria do capital social. k) Por força da deliberação referidaacima, aprovaram a alteração da Cláusula 13ª do Contrato Social da Sociedade, que passa avigorar com a seguinte redação:�Cláusula 13ª: O presente contrato constitutivo poderá sermodi�cado de acordo com o Art. 1.076 do Código Civil (que regula as sociedades simpleslimitadas) da qual têm os sócios pleno conhecimento, e a ela se sujeitam como se aqui fosseintegralmente mencionada. § 1º:A deliberação dos sócios que dispuser sobre a transformaçãoda Sociedade em outro tipo societário serão tomadas por sócio(s) representando a maioria docapital social. § 2º: Dispensam-se de formalidades de convocações por publicações, quandotodosos sócios compareceremousedeclararem,por escrito,cientesdo local,data,horaeordemdo dia.� l)A alteração do contrato social da Sociedade, nos termos da 6ªAlteração do ContratoSocial anexa à presente ata (anexo 1), decidindo, todavia, não consolidar o Contrato Social daSociedade. 7. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foram encerrados os trabalhos elavrada a presente ata. São Paulo, 30/04/2014.Alexandre Machado de Sá - Presidente daMesa,Carolina Malvezi Frattini - Secretária,Michelle Shieh Shiah Tung Gabriel.
44 TOONS - Produções Artísticas Ltda. - CNPJ/MF nº 08.517.383/0001-81 - NIRE 35.221.105.319Ata da Reunião de Sócios Realizada em 30 de Abril de 2014
O dia é das mães, avós e sogras, diz BVS.Pesquisa da Boa Vista SCPC mostra que o público-alvo da segunda melhor data do varejo ficou mais amplo. Viagens, passeios e almoços são opções de presentes.
AS BURRAS DA VIÚVA Como estava previsto, o impostômetro da ACSP atingiu ontem, por volta das15 horas, a sonora marca dos R$ 600 bilhões. Bastaram, assim, quatro meses para que os brasileirosreforçassem, assim, os cofres da União, Estados e municípios.
Bruno Ulivieri/Estadão C
onteúdo
Paula Cunha do pela D (62%). Um terço
(27%) disse que dispenderia
de R$ 201 a R$ 600 e apenas
16% disseram que estão dis-
postos a desembolsar valores
acima de R$ 600. O estudo
apontou que as mulheres gas-
tarão menos que os homens,
pois 67% disseram que estão
inclinadas a pagar até R$ 200
pelos itens escolhidos, en-
quanto os homens que apon-
taram que gastariam a mes-
ma quantia somaram 47%.
O levantamento mostrou
que a classe social interfere
significativamente nos gas-
tos. Assim, 77% dos da classe
E pretendem desembolsar até
R$ 200. Na A, 41% pretendem
g a s t a r c i f r a s u p e r i o r a
R$ 800. Na análise regional,
62% dos habitantes da região
Sul gastarão até R$ 200, con-
tra 58% no Sudeste, 51% no
Centro-Oeste, 49% no Nor-
deste e 46% no Norte.
Quanto aos meios de paga-
mento, 62% pagarão à vista. O
estudo indica que 43% utiliza-
rão dinheiro e 33% cartão de
débito, o que indica que a
maioria não tem intenção de
contrair dívidas ou utilizar
quaisquer mecanismos de fi-
nanciamento. Isso ocorre,
principalmente, nas classes C
(75%), D (80%) e E (82%). Ou-
tros 38% parcelarão o total
gasto e, destes, 82% optarão
pelo uso do cartão de crédito.
Entre estes últimos, a maior
incidência ocorre na classe B
(100%), E (96%), D (93%) e A
(88%).
Onde comprar – Os locais
preferidos para realizar as
compras serão as lojas físicas,
para 79% dos pesquisados.
Destes, 40% procurarão os
shopping centers, principal-
mente as classes A (73%) e B
(55%). Em segundo lugar es-
tão as lojas de rua em bairros
com um terço da preferência
dos entrevistados da classe E
(43%). Por região, os habitan-
tes do Norte preferem as lojas
de departamentos e grandes
redes varejistas (47%). No Sul,
a maioria das compras ocorre-
rá em lojas de bairro e os shop-
ping centers serão os estabe-
lecimentos preferidos pela po-
pulação das demais regiões.
Atritos com los hermanos
Ointercâmbio comer-
cial entre o Brasil e a
Argentina teve redu-
ção de 24% em abril na com-
paração com o mesmo mês do
ano passado, informou a con-
sultoria econômica Abeceb. É
o sétimo mês consecutivo de
queda. Agora, o motivo foi a
contração do comércio auto-
motivo, além da desacelera-
ção de ambas economias. O
comércio de automóveis re-
presenta 45% do fluxo bilate-
ral. Outro ingrediente que co-
labora há meses na diminui-
ção das vendas para a Argen-
tina são as diversas barreiras
comerciais impostas pelo go-
verno da presidente Cristina
Kirchner. De quebra, afirma a
consultoria, a escassez de di-
visas padecida pela Argentina
"levou as autoridades a res-
tringir o acesso ao mercado
cambial dos importadores, so-
licitando que adiem os paga-
mentos de suas operações".
Segundo a Abeceb, as ex-
portações brasileiras para a
Argentina em abril foram de
US$ 1,3 bilhão, com queda de
27,3%; as vendas argentinas
para o Brasil, também de US$
1,3 bilhão, diminuíram 20,6%.
O Brasil teve um superávit de
US$ 20 milhões; isso indica
uma queda de 88% em relação
à vantagem comercial brasi-
leira no mesmo mês de 2013.
O governo Kirchner prome-
teu diversas vezes, ao longo
do último ano, flexibilizar as
barreiras comerciais que apli-
ca a diversos produtos brasi-
leirps. Essa promessa foi feita
em outubro ao chanceler bra-
sileiro Luiz Alberto Figueiredo
por seu colega argentino Héc-
tor Timerman. O ministro da
presidente Cristina havia afir-
mado que a administração Kir-
chner tinha a intenção de re-
solver o caso "prontamente".
No entanto, três meses se pas-
saram sem avanços.
O mesmo se passa com as
negociações do setor automo-
tivo. Depois de um dia inteiro
de reunião em Brasília com re-
presentantes dos dois gover-
nos e de montadoras brasilei-
ras e argentinas, ontem, não
houve uma solução para a
atual queda do comércio bila-
teral. A Argentina insiste em
discutir metas de integração
produtiva que desagradam o
lado brasileiro.
Os argentinos querem a ga-
rantia de manutenção de fatia
de mercado no Brasil nos mes-
mos patamares do ano passa-
do e ações voltadas para o for-
talecimento da indústria de
autopeças local. A Anfavea
não concorda com metas para
aumentar as importações de
autopeças do País vizinho. O
argumento é que o mercado
nacional está desaquecido.
(Estadão Conteúdo)
Há boas perspectivas
para o varejo em re-
lação ao Dia das
Mães, que será co-
memorado neste domingo.
Uma pesquisa eletrônica reali-
zada pela Boa Vista SCPC (Ser-
viço Central de Proteção ao
Crédito) aponta que a maioria
dos consumidores (86% dos
entrevistados) planeja com-
prar presentes para suas
mães, como seria de esperar.
O importante é que 75% deles
querem gastar mais ou o mes-
mo valor de 2013. Os itens
mais citados são os de uso
pessoal, como vestuário, cal-
çados e cosméticos. Cerca de
73% disseram que escolherão
estes itens (58% em 2013).
Outro dado que se destacou
no levantamento é que muitos
entrevistados pretendem pro-
porcionar às mães atividades
ligadas ao entretenimento,
como viagens, passeios e al-
moços ou jantares fora de ca-
sa. Estas opções foram as
mais mencionadas por pes-
soas das classes A (57%) e B
(40%). Este grupo representa
26% do total de pesquisados
neste ano, contra 17% no ano
p a s s a d o.
Além disso, outra mudança
de comportamento na popula-
ção pode ser positiva para o
varejo nesta data. O estudo
apontou que o Dia das Mães
está deixando de ser exclusi-
vamente delas, pois 28% dos
entrevistados declararam
que comprarão presentes pa-
ra suas sogras, 17% presen-
tearão suas avós e 15% suas
esposas. Outro dado interes-
sante é que parte das mulhe-
res pretende se autopresen-
tear. Entre as mulheres que
responderam à pesquisa, 69%
disseram que comprariam
seus próprios presentes.
Para Fernando Cosenza, di-
retor de Sustentabilidade da
Boa Vista SCPC, os consumi-
dores brasileiros dão cada vez
mais sinais de que estão no
controle de seus gastos. "Este
levantamento, nesta data tão
representativa para o comér-
cio, reforça a sinalização que
já tivemos em outros levanta-
mentos: o consumidor de-
monstra que está disposto a
consumir, mas sem perder o
controle de seus gastos, o que
é muito positivo", afirmou.
Va lore s – Mais da metade
dos pesquisados (57%) decla-
rou que pretende gastar até
R$ 200. O porcentual ocorre
mais na classe E (77%), segui-
18 -.ECONOMIA/LEGAIS DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 7 de maio de 2014
quarta-feira, 7 de maio de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO ECONOMIA/LEGAIS - 19
20 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 7 de maio de 2014
Salão de Milão
Julie LaskyNew York Times News
No 53º Salão Interna-
cional do Móvel de
Milão, realizada no
começo do mês de
abril, o designer alemão Kons-
tantin Grcic lançou uma cadei-
ra para a empresa finlandesa
Artek. Quando o encontrei,
dei-lhe os parabéns pela peça.
"Você fez contato com seu la-
do feminino", eu disse.
Grcic fez cara de surpreso.
Chamada Rival, a cadeira foi
desenhada para o território de
gênero neutro do escritório
doméstico. Ela tem propor-
ções elegantes para caber em
espaços de tamanho modes-
to. E por ser uma cadeira de
trabalho, ela gira.
Porém, não dá para negar
que a Rival é muito fofa. O as-
sento estofado tem o molde de
uma tigela de sopa, e as per-
nas de bétulas estão planta-
das como as de uma animado-
ra de torcida. Uma versão foi
apresentada num tom de ver-
m e l h ã o.
A afabilidade da Rival tinha
muito a ver com sua agradável
herança nórdica, que Grcic
atualizou. Porém, ela também
cabe no panorama do salão
deste ano, onde os objetos ti-
veram a escala reduzida, fo-
ram aquecidos e se tornaram
um deleite tátil e visual, geral-
mente pelo uso criativo dos te-
cidos. Até parecia que Milão in-
teiro se tornou escandinava.
HumanidadeInspirando-se na moda, as
empresas de design lançam
coleções renovadas todo ano
em Milão, mas graças à natu-
reza durável de suas merca-
dorias e ao custo de criar no-
vos produtos, é impossível fa-
zer grandes gestos todos os
anos. O que as empresas pare-
cem ter aprendido é que os te-
cidos podem emprestar hu-
manidade e originalidade a
produtos de forma relativa-
mente fácil.
Também na Artek havia ca-
deiras de braço de Alvar Aalto
com um novo estofamento ar-
rebatador de Hella Jongerius.
Jongerius, que também criou
novas paletas para clássicos
de meados do século passado
para o novo proprietário da Ar-
tek, a Vitra, estava no estande
da Danskina, tapeceira dina-
marquesa da qual é diretora
de design, exibindo um tapete
de muitas cores feito com tiras
coladas de cortiça e feltro. "Eu
não quis usar o material tradi-
cional", ela disse.
Em outras partes do salão
havia sofás belgas obesos,
colchas holandesas feitas
com sobras de gravatas de se-
da, recipientes para armaze-
namento suecos com o forma-
to de carretéis de linha gigan-
tes e painéis absorvedores de
som italianos pendurados no
teto como se fossem um ban-
do de pássaros.
Os tecidos eram humildes
no caso dos sacos de nós no es-
paço de exposição do bairro
Brera da empresa moveleira
dinamarquesa Hay, e refina-
dos como a cortina de um
quarto palaciano feito com te-
cido da Hermès.
No bairro de Tortona, a de-
signer italiana Paola Navone
exibiu seus assentos cobertos
com divertidas estampas afri-
canas para a empresa holan-
desa Linteloo. E no Palazzo
Clerici, dourado e coberto de
afrescos, um carpete do estú-
dio londrino Raw Edges para a
companhia milanesa Golran
revelava padrões diferentes
dependendo do ângulo em
que era visto. "O design acor-
dou para a cor e a textura", dis-
se Nipa Doshi, designer londri-
na. Ela e o marido e sócio, Jona-
than Levien, estavam lançan-
do um tapete alegre e gestual
para a Nanimarquina.
Doshi acrescentou que fica-
ria aliviada em dizer adeus a
uma era de plástico branco
brilhante, mas alertou que o
tecido também tem seus de-
safios. É "uma área na qual os
designers não se sentem à
vontade porque os tecidos fa-
zem o que bem querem".
Algodão - doceA cor pode ser mais fácil de
gerenciar e uma em particular
tomou conta de Milão neste
ano. Sofás ruborizados, abaju-
res com cor de algodão-doce e
poltronas pintadas com peô-
nias floresciam nesta cidade
cor de açafrão.
Seriam esses os tons rosa
do otimismo? Provavelmente
não. O setor moveleiro euro-
peu está assolado há tanto
tempo pela recessão que seus
líderes não conseguem nem
sequer simular a animação.
Por exemplo, ao ser questio-
nado sobre o que o empolgava
mais sobre o design hoje em
dia, Alberto Alessi, líder here-
ditário da empresa de utensí-
lios domésticos que leva seu
sobrenome, respondeu que
"no presente momento, nada
me empolga".
ArtesãosE você continua ouvindo os
resmungos de que os artesãos
que mantêm as tradições da
refinada mão de obra italiana
não conseguem mais enfren-
tar a produção da Europa
Oriental e da Ásia. Nas pala-
vras de Paolo Moroni, da em-
presa de móveis Sawaya &
Moroni, "eles agora são taxis-
tas".
Segundo ele, uma função
importante de seu negócio ho-
je é "manter 60 artesãos vi-
vos". Entre as peças que apre-
sentou no salão estavam a
Manta-Ray, grande poltrona
dupla feita por Zaha Hadid que
tem uma semelhança incon-
testável, embora possivel-
mente inconsciente, com um
Fotos: Andrea Wyner/The New York Times
t r a s e i ro.
Se a explosão de rosa não
era um símbolo de esperança,
ela significava a praticidade.
Ao vender cores delicadas,
texturas elaboradas e o bem-
estar doméstico, as empresas
de design estão demonstran-
do uma compreensão realista
do que é vendável.
Não existe prova melhor
dessa es t ra tég ia do que
"Boas-vindas Inesperadas",
exposição da empresa holan-
desa Moooi. Na época do bo-
om, oito anos atrás, a Moooi
declarou seu ponto de vista
com uma escultura de 2,3 me-
tros de um cavalo preto com
um abajur brotando de sua ca-
beça. Neste ano, a companhia
encheu um espaço cavernoso
no bairro Tortona com objetos,
velhos e novos, querendo ga-
nhar o afeto de um público
muito mais amplo.
EstampasColocados contra um pano
de fundo com fotografias de
moda e viagem do tamanho
da parede, tecidos com es-
tampas luxuosas roubaram o
show. Almofadas florais lem-
bralndo Josef Frank estavam
ao lado de madeira verde bri-
lhante na cadeira treliçada
Taffeta, de Alvin Tjitrowirjo; já
os armários Tudor de madeira,
de Joost van Bleiswijk e Kiki
van Eijk, estavam recobertos
com material com padrão fo-
lhoso formado por tiras finas
de madeira.
Com a ajuda da tecnologia
moderna, até mesmo o már-
more Carrara pode fluir como
tecido. O formato mais virtuo-
so esculpido em pedra no sa-
lão –e foi um grande ano para o
mármore – era uma versão
enorme da poltrona 1978
Proust, de Alessandro Mendi-
ni, criada pela italiana Robot
C i t y.
Em meio a tanta riqueza vi-
sual, havia pontos brilhantes
de simplicidade, como a ca-
deira de madeira Chiaro, de
Leon Ransmeier, para a Mat-
tiazzi. "A familiaridade da ca-
deira cria confiança, e na con-
fiança encontramos o confor-
to", afirmou Ransmeier, um
dos poucos norte-americanos
a exibir em Milão.
BrutalidadeE com as estruturas de ferro
transformadas em linhas no-
dosas, atenuadas, as mesas
Officina, de Ronan e Erwan
Bouroullec, para a Magis, pa-
reciam esboços flutuantes.
"Às vezes o design é educado
demais", disse Erwan Bou-
roullec. "A brutalidade vem do
processo: você martela o ferro
sem dó. Pobre ferro!".
Porém, um dos objetos de
visual simples do salão talvez
fosse o mais secreto: Boom
Boom, um alto-falante com
Bluetooth em formato de bola
branca desenvolvido por Ma-
thieu Lehanneur, de Paris, pa-
ra a Binauric, jovem empresa
de áudio. Capaz de fazer muito
mais coisas além de difundir o
som, o aparelho é uma plata-
forma aberta lotada de tecno-
logia que permite gravar som,
atuar como instrumento musi-
cal, jogo ou assumir uma série
de outras funções, sem a ne-
cessidade de componentes
adicionais.
E o mais importante, é mui-
to fofo, veredito que Lehan-
neur aceitou com boa vonta-
de. "Minha intenção era fazer
um objeto como uma fruta. As-
sim que você o coloca numa
mesa, dá vontade de pegar".
cheio deO Salão de Móvel de Milão surpreendeu os visitantes e o mundo cominovações. Os tecidos têm sido utilizados como armas para as empresascriarem produtos com originalidade e de forma relativamente fácil.
No salão, ora as cores estavam sutilmente em almofadas e luminárias (acima), ora cobrindo completamente móveis e ambientes (abaixo).
A designer Paola Navone exibiu assentos cobertos com divertidasestampas africanas para a empresa holandesa Linteloo (esq.)