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ISSN 1679-2688 9 7 7 1 6 7 9 2 6 8 0 0 8 2 4 1 1 7 Ano 90 - Nº 24.117 Jornal do empreendedor Conclusão: 23h50 www.dcomercio.com.br São Paulo, quarta-feira, 7 de maio de 2014 R$ 1,40 Presidente do Senado convoca sessão do Congresso para hoje à noite e sinaliza a instalação da CPI Mista da Petrobras. Será preciso escalar 32 integrantes das duas casas. PT ameaça não indicar ninguém. E CPI pode ser empurrada para depois da Copa. Pág.5 HOJE: CONVOCAÇÃO PARA CPI E COPA . Seleção de Renan Monica & Clinton - Parte 2 "Eu. Me arrependo. Profundamente. Do que. Aconteceu". Assim pontuada, a frase rompe o longo silêncio da relação Monica & Clinton.Pág. 8 Tim Aubry/Arquivo/Reuters Hoje é dia de completar o verdadeiro time do álbum de figurinhas. O técnico Luiz Felipe Scolari anuncia a partir das 11h30 o nome dos 23 jogadores da Seleção rumo ao sonhado hexacampeonato. Ele diz que, desta vez, não haverá grandes surpresas. Pág. 10 Seleção de Felipão Dida Sampaio/Estadão Conteúdo Marcos Arcoverde/Estadão Conteúdo Seleção dos leitores Internautas montaram um time dos sonhos para a Copa. Confira os 11 titulares escolhidos pelos Felipões do DC. Pág. 10 O crime compensa. Para quem denuncia. O governador Geraldo Alckmin anuncia recompensa em dinheiro – de R$ 5 mil a R$ 50 mil – para informações sobre crimes em São Paulo. Pág.9 Estadão Conteúdo Nova versão do caseiro reabre o caso Malhães Caseiro que confessou o assassinato do ex-coronel Malhães volta atrás: estava amarrado na hora do crime. Pág. 7 O caminho do Bolsa Família para o MEI Ex-beneficiários do programa de transferência de renda federal ampliaram ganhos ao aderirem ao MEI. Pág. 15 Página 9 Cantareira: um dígito de água. Página 4

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ISSN 1679-2688

9 771679 268008

24117

Ano

90

- Nº 2

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Presidente do Senado convoca sessão doCongresso para hoje à noite e sinaliza ainstalação da CPI Mista da Petrobras. Serápreciso escalar 32 integrantes das duas casas.PT ameaça não indicar ninguém. E CPI podeser empurrada para depois da Copa. Pág. 5

HOJE: CONVOC AÇÃOPARA CPIECOPA .

Seleção de Renan

Monica & Clinton - Parte 2"Eu. Me arrependo. Profundamente. Do que.Aconteceu". Assim pontuada, a frase rompe o

longo silêncio da relação Monica & Clinton.Pág. 8

Tim Aubry/Arquivo/Reuters

Hoje é dia de completar o verdadeirotime do álbum de figurinhas. O técnico LuizFelipe Scolari anuncia a partir das 11h30 o nomedos 23 jogadores da Seleção rumo ao sonhadohexacampeonato. Ele diz que, desta vez, nãohaverá grandes surpresas. Pág. 10

Seleção de Felipão

Dida Sampaio/Estadão Conteúdo Marcos Arcoverde/Estadão Conteúdo

SeleçãodosleitoresInter nautasm o nt a ra mum time dossonhos para aCopa. Confira os11 titularese s co l h i d o spelos Felipõesdo DC. P á g. 10

O crime compensa.Para quem denuncia.O governador Geraldo Alckmin anunciarecompensa em dinheiro – de R$ 5 mil a R$ 50 mil –para informações sobre crimes em São Paulo. Pág. 9

Estadão Conteúdo

Nova versão docaseiro reabre ocaso MalhãesCaseiro que confessou oassassinato do ex-coronelMalhães volta atrás: estavaamarrado na hora do crime. Pág. 7

O caminhodo Bolsa Famíliapara o MEIEx-beneficiários do programade transferência de rendafederal ampliaram ganhos aoaderirem ao MEI. P á g. 15

Página 9

C a n t a r e i ra :um dígitode água.

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2 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 7 de maio de 2014

QUADROS DEEXCELÊNCIA

A questão é saber quanto os slides serão mais fortes que a pressão dos carrinhos dos supermercados.José Márcio Mendonça

DEIXANDO AELITE DE LADO

Novas pesquisas que jáestão em campo e que virãoao ar neste fim de semana

mostrarão para onde estáindo o barco eleitoral e

também o prestígio do governo.

Nível alto na

disputa eleitoral, mais

lealdades e menos

"fogo amigo"

permitirão um avanço

que será observado

lá fora pelos

investidores de que

tanto necessitamos

para crescer.

JOSÉ MÁRCIO MENDONÇA

Ase olhar mais fundo o

pronunciamento do

Dia do Trabalho da

pres idente Di lma

Rousseff e os discursos dela e

do ex-presidente Lula da Silva

na abertura do Encontro Na-

cional do PT, sexta-feira últi-

ma, em São Paulo, a conclusão

mais óbvia é que ela, Lula e o

PT desistiram de vez de con-

quistar –ou reconquistar, em

algumas regiões – o voto da

classe média tradicional e de

atrair as simpatias do que cha-

mam, meio pejorativamente,

de "elites", e também de uma

parcela do empresariado.

Eles parecem ter dado co-

mo perdido, definitivamente,

este segmento do eleitorado

e portanto vão se concentrar

principalmente no seu públi-

co contumaz – "os mais po-

bres e a classe média" (no ca-

so, a dita "nova" classe média

de Lula), como disse Dilma no

rádio e na televisão.

Isto posto, estão nesta li-

nha o anúncio da presidente

do aumento de 10% nas men-

salidades do Bolsa Família e a

notícia de que manterá, em

um possível segundo gover-

no, o processo de recupera-

ção do valor do salário míni-

mo, cujas atuais regras se ex-

tinguem em 2015. A própria

alteração na tabela do Im-

posto de Renda no ano que

vem tem este endereço.

Mesmo o ex-presidente

Lula, que costuma

acender duas velas a

Deus e três ao diabo (ou vice-

versa) passou a ser mais con-

tundente em suas críticas "às

elites" (e, obviamente à gran-

de mídia, que representaria

esta casta social). Para os en-

tusiasmados petistas que fo-

ram participar da sagração de

Dilma como candidata do PT e

aliados à própria sucessão, Lu-

la brindou os empresários com

o adjetivo de "ingratos", uma

vez que reclamam apesar de

'nunca terem ganhado tanto

dinheiro quanto no governo do

PT". Publicamente, Lula não

deve amaciar mais.

A estratégia eleitoral, en-

saiada na semana passada, é

classificar os principais adver-

sários, Eduardo Campos e Aé-

cio Neves, principalmente o

candidato tucano, de repre-

sentantes desta "elite ingra-

ta" e de serem contra o povo e

os avanços sociais, cujo mo-

nopólio o PT devera reivindi-

car como nunca na campa-

nha. Na segunda-feira, por

exemplo, a presidente reuniu

no Palácio do Planalto 20 mi-

nistros para ouvir uma pales-

tra do ministro Assuntos Estra-

tégicos, Marcelo Néri, interino

até semana passada e tam-

bém presidente do IPEA.

Néri, quando ainda pes-

quisador da FGV, foi

autor de alguns dos pri-

meiros estudos sobre o apare-

cimento da "nova" classe mé-

dia. Néri apresentou a seus co-

legas de ministério, com Dil-

ma atenta, 55 slides sobre o

'bem estar' do brasileiro e con-

cluiu que 'a renda continua

surgindo apesar da conjuntu-

ra'. É com esses argumentos

que a presidente pretende, na

campanha que já está no ar,

exorcizar a sensação de inse-

gurança econômica de parte

da população, revelada nas úl-

timas sondagens de opinião.

Curiosamente, o ex-ministro

Delfim Netto advoga a tese de

que a eleição será decidida pe-

la sensação de 'bem estar so-

cial' do eleitor na véspera da

urna. A questão é saber quan-

to os slides serão mais fortes

que a pressão dos carrinhos

dos supermercados.

Os sinais de afastamen-

to de Dilma da chama-

da elite já aparecem.

Ela nunca foi, digamos assim,

de frequentar essas rodas.

Mas, de um ano para cá, pelo

menos, atendendo a conse-

lhos do ex-presidente Lula, fez

vários gestos de aproxima-

ção, inclusive alterando um

pouco o seu discurso, incorpo-

rando nele preocupações dos

empresários e do onipresente

“m erc ado”, como a questão

da responsabilidade fiscal e

cositas . Agora deu meia trava,

até nos contatos diretos.

Nem ela nem nenhum mi-

nistro de seu governo estive-

ram semana passada no Fó-

rum de Líderes em Comanda-

tuba. Lula chegou a participar

do evento e ele sempre contou

com pessoas do governo para

defender suas políticas e posi-

ções. Desta vez o governismo

esteve timidamente repre-

sentado pelo governo da Ba-

hia, Jaques Vagner, com papel

de Estado anfitrião.

Foi também muito falada

a ausência da presidente

na Agrishow, exposição

que reúne o pessoal do agro-

negócio, com grande presen-

ça do grupo da cana de açúcar

e do álcool, área da atividade

econômica nacional extrema-

mente agastada com a políti-

ca energética de Brasília. Dil-

ma quis evitar constrangi-

mentos. Não evitou, porém,

críticas ao governo. Tanto em

Comandatuba como em Ribei-

rão Preto ela deixou o palco li-

vre para os concorrentes.

Talvez por se sentir em casa

– afinal, nasceu em Minas Ge-

rais – Dilma animou-se a ir a

outro evento tradicional do se-

tor, a Expozebu, em Uberaba.

Foi saudada com vaias em três

momentos de sua passagem

pelo ambiente dos pecuaris-

tas. Os encontros de Dilma

com empresários deverão fi-

car, por tudo isto, mais restri-

tos e mais fechados.

Aestratégia popular ver-

sus elite pode funcionar

– se empolgar o PT e os

partidos aliados. O desafio é

que a perda de confiança no

governo não está somente na

"elite" – nem talvez principal-

mente nela. Está em parte em

territórios que nestes últimos

anos foram cativos do petismo

e de Lula.

Novas pesquisas que já es-

tão em campo e que virão ao ar

neste fim de semana mostra-

rão para onde está indo o bar-

co eleitoral e o prestígio do go-

verno. Brasília esta tomada

nesses de uma forte TPP –Te n -

são Pré-Pesquisa.

JOSÉ MÁRCIOMENDONÇA É

J O R N A L I S TA E A N A L I S TA POLÍTICO

ARISTÓTELES

DRUMMOND

Anda faltando razão

e bom senso em

tudo quanto é lado

neste Brasil que se deixa

dominar pelas tensões

pré-eleições. Nesta

confusão toda, governo e

oposição têm seus

motivos, mas, no final,

todos perdem a razão.

A oposição é negativista

demais, por vezes

exagerando nas críticas,

e omissa nas propostas

c o n c re t a s .

Por outro lado, o

governo, com certa

arrogância, não ouve

seus próprios quadros e

permanece imóvel com o

"fogo amigo" dos que

levantam entraves aos

projetos que envolvem

áreas do meio ambiente,

dos índios e dos

agitadores do campo.

Ora, ninguém pode

negar a qualidade dos

quadros do setor elétrico,

preservados inclusive

pela presidenta Dilma,

que tem gente de sua

confiança e reconhecida

competência na área.

O mesmo ocorre com

o Banco Central, BNDES

e o Banco do Brasil.

Os diplomatas e

militares são

fornecedores tradicionais

de grandes executivos no

setor público. Mas forças

estranhas inibem o

aproveitamento destes

quadros em posições

estratégicas. E, no caso

do Itamaraty, nem são

ouvidos na

política

externa, que

é tratada de

maneira

bolivariana.

A própria

presidenta, se não

é a executiva que

gostaríamos, ou que as

circunstâncias políticas

impediram, não é o

desastre alardeado entre

oposionistas, na política,

na mídia e nas redes

sociais. Os seus projetos,

denominados PAC, são

importantes. E os atrasos

são devidos a um pessoal

do próprio governo,

que embarga, engessa

e faz atrasar todos os

cronogramas. Para

esses é que ela deveria

voltar seu gênio forte

quando contrariada.

Ela começou seu

governo, aliás, muito

bem, quando foi

afastando a turma sob

suspeições. Poderia

voltar à "faxina", como

ficou conhecida sua

postura inicial. Caso não

se reeleja seria um bom

fecho de mandato.

No mais, no mundo

moderno não se governa

mais ao sabor das

preferências ideológicas

e, sim, das conveniências

reais dos povos e países.

O objetivo é melhorar a

vida da população. E não

nos parece ser o

que acontece com

parceiros queridos de sua

assessoria internacional,

como Cuba, Venezuela,

Equador, Bolívia e

A rg e n t i n a .

Na oposição, o que

credencia o senador

Aécio Neves não é o

discurso recomendado

pelos profissionais do

marketing político. O que

grita no ex-governador

mineiro é a sua obra, a

capacidade de formar

equipe competente e

séria, de tocar grandes

projetos com sucesso.

Esta é sua credencial,

que inclui um excelente

relacionamento com as

forças produtoras de

Minas Gerais.

O povo sabe disso

tudo. Logo, a

campanha não

pode nem deve

ser de baixo

nível, pois o

desgaste maior é para a

democracia que se tenta

construir. E a politicagem

do toma lá, dá cá, é

repelida pela sociedade

em todos os segmentos.

Nível alto na disputa,

mais lealdades e menos

"fogo amigo" permitirão

um avanço que será

observado lá fora

pelos investidores.

Com as coisas no rumo

que estão, ninguém

se arriscará a apostar

no nosso país.

ARISTÓTELES DRU M M O N D É

J O R N A L I S TA E VICE-PRESIDENTE

DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL

DO RIO DE JA N E I RO

PresidenteRogério Amato

Vice-PresidentesAlfredo Cotait NetoAntonio Carlos PelaCarlos Roberto Pinto MonteiroCesário Ramalho da SilvaEdy Luiz KogutJoão Bico de SouzaJosé Maria Chapina AlcazarLincoln da Cunha Pereira FilhoLuciano Afif DomingosLuís Eduardo SchoueriLuiz Gonzaga BertelliLuiz Roberto GonçalvesMiguel Antonio de Moura GiacummoNelson Felipe KheirallahNilton MolinaRenato AbuchamRoberto Mateus OrdineRoberto Penteado de CamargoTicoulatSérgio Belleza FilhoWalter Shindi Ilhoshi

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira ([email protected]). Editor de Reportagem: José Maria dos Santos([email protected]). Editores Seniores: chicolelis ([email protected]), José Roberto Nassar([email protected]), Luciano de Carvalho Paço ([email protected]), Luiz Octavio Lima([email protected]), Marcus Lopes ([email protected]) e Marino Maradei Jr. ([email protected]).Editores: Cintia Shimokomaki ([email protected]), Heci Regina Candiani ([email protected]), Tsuli Narimatsu([email protected]) e Vilma Pavani ([email protected]. Subeditores: Rejane Aguiar e Ricardo Osman.Redatores: Adriana David, Evelyn Schulke, Jaime Matos e Sandra Manfredini. Repór teres: André de Almeida, Karina Lignelli, LúciaHelena de Camargo, Mariana Missiaggia, Paula Cunha, Rejane Tamoto, Renato Carbonari Ibelli, Sílvia Pimentel e Victória Brotto.Editor de Fotografia: Agliberto Lima. Arte e Diagramação: José dos Santos Coelho (Editor), André Max, Evana Clicia Lisbôa Sutilo,Gerônimo Luna Junior, Hedilberto Monserrat Junior, Lino Fernandes, Paulo Zilberman e Sidnei Dourado.

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quarta-feira, 7 de maio de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 3

Prazo de validade:setenta anos.

O CAMINHO DA DE G E N E R A Ç Ã O

A S L E I S D E V E M S E R J U S TA S , M A S H Á L E G I S L A D O R E S MAIS REAL ISTAS D O Q U E O R E I .

PAULO SAAB

IVONE ZEGER

Nara, 65 e Roberto,

74, são casados há

40 anos. Têm um fi-

lho, Flávio, uma no-

ra e três netos que eles ado-

ram. Comerciantes, com duas

lojas de autopeças em bairros

estratégicos da cidade de São

Paulo, guardaram dinheiro su-

ficiente para “curtir ” a vida

quando se aposentassem. En-

tregaram a administração dos

negócios ao filho e traçaram

seus planos de viagem.

Mas uma reviravolta modifi-

cou os planos. O filho, Flávio,

se separou da esposa – ela pe-

gou mala e cuia e foi para des-

tino ignorado – e ele não con-

seguiu dar conta do trabalho e

das crianças. Está em depres-

são profunda. Nara trouxe os

três netos pequenos para ca-

sa, tem de ter cuidado redo-

brado, pois sentem a falta da

mãe, e ainda ajuda Roberto,

que reassumiu a administra-

ção das lojas. “Vou criar meus

netos”, disse Roberto, “p o r-

que não quero que cresçam

sem esperança”.

Histórias como esta pulu-

lam no cotidiano das famílias.

E por esse Brasil afora, há pelo

menos uma década, ecoam

em nossos ouvidos dados do

IBGE – Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística –apon-

tando a quantia de 12 milhões

de lares que são sustentados

pela aposentadoria, quase

sempre acrescida de ganhos

extras para que o orçamento

dê conta. Num grupo de dez

idosos, pelo menos três sus-

tentam suas famílias.

Éverdade que em muitos

casos, a aposentadoria

veio cedo, aos 50, 55

anos. Essa tendência, entre-

tanto, se verifica também nas

famílias que dependem me-

nos da aposentadoria, mas cu-

jos avós acabam sendo o sus-

tentáculo de filhos e netos.

Sendo assim, parece injus-

to, se não até absurdo em

muitos casos, o fato de se-

nhores e senhoras serem tra-

tados como pessoas limítro-

fes ou que careçam de leis

que os “p ro t e j a m ” de atos in-

consequentes que eles mes-

mos possam vir a praticar.

Refiro-me a algo bastante

específico: o denominado Re-

gime da Separação Obrigató-

ria de Bens, determinado na

lei por meio do artigo 1641 do

Código Civil e seu insiso II, que

dita: “É obrigatório o regime

da separação de bens no ca-

samento da pessoa maior de

setenta (70) anos”.

Ou seja, para a lei, 70

anos é o “prazo de va-

lid ade” do juízo dos

idosos brasileiros. Esse artigo

alterou a redação do inciso II

do art. 1.641 da Lei no 10.406,

de 10 de janeiro de 2002 (Có-

digo Civil). Antes disso, o

“prazo de validade” era de 60

anos. A alteração que se deu

com a lei nº 12.344 em de-

zembro de 2010, foi em parte

devido à pressão da socieda-

de sobre os legisladores, por

meio dos especialistas do Di-

reito de Família.

A ideia é que ao restringir a

liberdade da administração

de bens para casamentos

após os 70 anos, se esteja

protegendo os velhinhos e

velhinhas das moças e mo-

ços interesseiros. Pode pare-

cer pertinente, mas tal inciso

apenas discrimina, constran-

ge e não tem qualquer rele-

vância prática. Por quê?

Bem, imagine que um se-

nhor de 70 anos, em juízo per-

feito, portanto sem qualquer

indício de que seja necessário

“i n t e rd i t á - l o” – e eu explicarei

esse termo mais adiante – po-

de comprar ações, vender em-

presas, alienar e doar imóveis,

e fazer e refazer testamentos.

Se assim é, não será uma lei

discriminatória que o protege-

rá da ambição alheia.

Além disso, não há idade pa-

ra que se faça um testamento.

Nele, o senhor ou a senhora,

septuagenários apaixonados,

podem designar até 50 por

cento dos seus bens à pessoa

amada, se desejarem.

Sendo assim, o inciso II do

artigo 1641 soa mais como

uma necessidade domésti-

ca, um desejo do legislador

que em função de alguma ex-

periência pessoal acreditou

que discriminar os idosos se-

ria uma maneira de proteger

o patrimônio das famílias.

Enganou-se.

Tanto é que, ao contrário do

que presume a lei, Nara e Ro-

berto, ao invés do descanso ou

momentos mais relaxados,

ganharam mais responsabili-

dades e tarefas. Na verdade,

na maioria dos casos, os avós –

casados, viúvos ou divorcia-

dos, não importa a situação ci-

vil – ajudam com prazer, e

também não pesa a idade: se

50, 60, 70 ou mais anos.

Relato todos esses fatos pa-

ra flagrar o quanto de lucidez e

sabedoria são necessárias pa-

ra organizar orçamento e

manter a casa em pé.

Mas se, enfim, senhores e

senhoras decidem levar uma

vida mais prazerosa e buscar

a felicidade, não é raro ver fi-

lhos indignados. Ainda que

sustentem e deem o melhor

de si para a família, são cer-

ceados e julgados por estes

mesmos beneficiados. E é

então que, como um mágico

tira uma lebre da cartola, a fa-

mília procura um advogado

para interditar o “re v o l t o s o”.

A interdição é tema muito

estudado entre profissionais

do direito e da saúde mental.

Trata-se de uma medida judi-

cial que impossibilita a pessoa

de gerir sua própria vida e ad-

ministrar seus bens.

De acordo com o artigo

1761 do Código Civil,

são passíveis de inter-

dição aqueles que: “por enfer-

midade ou deficiência mental,

não tiverem o necessário dis-

cernimento para os atos da vi-

da civil; ou que por outra causa

duradoura, não puderem ex-

primir a sua vontade; os doen-

tes mentais, os ébrios habi-

tuais e os viciados em tóxicos;

os excepcionais sem comple-

to desenvolvimento mental e

os pródigos”.

Ora, uma pessoa que traba-

lhou a vida toda, foi e ainda é

útil à sociedade e à família e

que resolve ser feliz não se en-

caixa em nenhuma dessas ca-

racterísticas. Portanto, não

deveria ser tratado como ne-

cessitado de proteção, muito

menos na hora de se casar.

IVO N E ZEGER É A DVO G A DA

E S P E C I A L I S TA EM DI R E I TO DE

FAMÍLIA E SU C E S S Ã O, ME M B RO

EF E T I VO DA COMISSÃO DE DI R E I TO

DE FAMÍLIA DA OAB-SP, AU TO R A

DOS L I V RO S “HERANÇA: PE R G U N TA S

E RE S P O S TA S ” E “FAMÍLIA:PE R G U N TA S E RE S P O S TA S ” – DA

MESCLA ED I TO R I A

LW W W.I VO N E Z E G E R .COM.BR

"Ocomportamento

de nossa elite

dirigente, ainda

que parte ponderável

dela possa ser de origem

humilde, é a de enxergar

na massa, especialmente

a votante, um contingente

de apoio que será perene

quanto mais depender dos

favores do poder público,

especialmente, de

programas de governo que

garantem a subsistência

miserável, tornando

permanente o estado de

dependência e pobreza...

enquanto a maioria

silenciosa da classe média

em suas ramificações

econômicas, pasma, assiste

e paga a conta, sem

perceber, o seu nível de

discernimento, de

indignação, vai se esvaindo,

porquanto a repetição

infinda de atos

desabonadores no seu

cotidiano a faz acreditar que

aquilo é o normal, é o certo,

para sobre viver... que

inversão perversa de

valores. A proliferação dos

maus exemplos vindos dos

políticos e governantes) que

tendem a se estender como

um organograma

esquematizado vira

referencial do tipo salve-se

quem puder... o crime não

tem limites quando sabe que

não haverá punição e/ou as

leis o

f a v o re c e m . . . " .

Esse trecho

foi extraído do

texto "O poder

e os valores",

contido no livro

Cidadania Já, de

minha autoria

(página 20 da

segunda

edição)

lançado em

março de 2010.

"Está tudo

errado e as

pessoas

e n c a rre g a d a s

de promover a

mudança,

eliminar os

vícios e

comportamentos

incorretos são

seus patrocinadores e disso

se beneficiam... assim tem

sido assim será, enquanto a

massa eleitoral não discernir

entre o certo e o errado,

entre o que é público e

privado." – extraído do

texto "Brasil, salve-se quem

puder", deste colunista,

publicada no Diáriodo Comércio em 11 de

janeiro de 2011.

Usei dois simples

exemplos, de quatro e

de três anos atrás, para

mostrar ao leitor que

o grito de alerta, o brado de

As bravatas de Lula, o

chororô permanente de

Dilma, as catilinárias de

Falcão perdem espaço a

cada dia. As falsidades

ideológicas de Gilberto

Carvalho, os engodos de

Marco Aurélio Garcia e

outras "lideranças"

petistas, comprometidas só

com elas mesmas,

provocam um movimento

de indignação que cresce

no Brasil – não por complôs

ou motins, mas porque eles

próprios se excederam

tanto e há tanto tempo, na

arte de ludibriar o País, que

os fatos negativos, os seus

malfeitos, vazam pelo

ladrão, se a figura de

retórica cabe aqui, sem que

seja preciso existir

oposição. Que, alias, ainda

não existiu na era lulilma.

Tudo isto para dizer, sem

ser, repito, nenhuma

conspiração, que o País

está tão cansado disso tudo

que, se Dilma vencer

novamente a eleição, à

custa dos brasileiros que

votam sem pensar, o Brasil

não vai aguentar mais

quatro anos de desmandos

e ausência de rumos

construtivos. Não sou

profeta do apocalipse. Mas

está tudo tão evidente que

é facil prever que não

haverá mais sustentação

política, econômica e

mesmo social para um

novo mandato cujo objetivo

é o poder pelo poder.

Estamos a caminho da

degeneração dos

costumes, valores,

procedimentos éticos,

educação, cidadania, pelos

exemplos que vêm de cima.

E não é de agora. Se eu

voltar mais ainda no tempo,

pesquisando o que escrevo

há anos, acharei isto tudo lá

atrás, nada pessoal, mas

fruto da vivencia, da

observação no jornalismo.

O tempo só me deu razão

e agora o coro nacional que

se levanta contra os

malfeitos do petismo, se

nivela ao que mostro com

objetividade há tempos. E o

tempo está se esgotando.

Para eles e para o País.

Quem sobreviverá?

PAU L O SAAB É J O R N A L I S TA E

E S C R I TO R

indignação que está

ganhando corpo na

imprensa brasileira contra

os métodos de governo da

era lulilma, de há muito é

formulado por mim e não

faz parte de nenhuma

conspiração, não se trata

de instrumentos de ódio ao

povo, nem representa

qualquer tentativa das

elites de desestabilizar o

governo petista; enfim,

não cabem nas falácias por

eles utilizadas para tentar,

sempre, desconstruir quem

não concorda com seu

projeto de poder eterno.

A cada dia mais gente

enxerga o que eu já

enxergava bem lá atrás.

Trata-se de uma proposta

de poder de um partido e

nada mais. As desculpas

sempre colocadas como

escudo de defesa dos

petistas e aliado$, de criar

inimigos imaginários

culpados pelos erros deles

(petistas e aliado$), além

de "partir para cima",

agredindo ,ofendendo

verbalmente quem deles

ousa discordar, criando no

Brasil "eles e nós",

começam a perder efeito.

SXC

SXC

Page 4: 070514

4 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 7 de maio de 2014

[email protected]������ ����� �����

�����

Colaboração:

Paula Rodrigues / Alexandre Favero

MAIS: agora, ele ganhoude brinde um assento noConselho de Itaipú. Rece-berá R$ 20 mil por mêspara reuniões bimestrais.

MISTURA FINA

Fotos: BusinessNews

Receitatucana

Pecadosderock star

��������������� Giovanna Antonelli, 38anos, a Clara da novela EmFamília, é a atração da novaGlamour, onde resolveu posarno estilo rock star. Na matéria,

conta alguns de seus pecados: “Me entrego à luxuria quandoviajo com meu marido de férias. Morro de preguiça de acordarcedo – e de gente medíocre também”. Mãe de três filhos, estáacertando sua estréia na avenida, no carnaval do ano quevem, como rainha da bateria da Mocidade Independente dePadre Miguel, no lugar de Mariana Rios.

Maisqueestresse��� Quando foi internado no Sírio-Libanês,há dias, devido a uma suposta crise delabirintite, os médicos de Lula (no traço de

Miguel)detectaram que o ex-presidente viveperíodo de grande estresse, agravado pela

queda de Dilma nas pesquisas, a complicadaentrevista na RTP portuguesa e a informação de

que a Polícia Federal, insatisfeita com o tratamento que recebe dogoverno, abastecerá a mídia, via conta-gotas, com uma nova levade escândalos, na Petrobras e em outros pontos. Pior: ele estariasentindo que seu poder “está diminuindo”. Fora isso, esses mesmosmédicos querem fazer novas baterias de exames com Lula.

Noitede gala

O ministro Aloizio Merca-dante, da Casa Civil, re-cebe R$ 19,9 mil mensais.É o mesmo salário dapresidente Dilma Rousseff.

IN OUT�

Fotos a cores.Fotos BP.

��� A presidente Dilma Rousseffjá dá sinais, tentando reverter osescândalos da Petrobras, sua festade demissões (mais de oito milfuncionários no primeiro programa

de demissão voluntária da estatal) e sua queda para o 120º lugar noranking das maiores empresas dos emergentes (estava em 12º),que retomará antigo mote: dirá que seus rivais querem privatizar aempresa. Aécio Neves, contudo, prepara a contra-ofensiva: defenderáuma “Petrobras independente”, com gestão autônoma, apresentadacomo solução contra todos os males que assolam a companhia. Ebaterá na tecla de que essa será a saída contra “aparelhamentopartidário”, “desmandos administrativos” e “corrupção generalizada”.

Presença virtual��� A deputada distrital Liliane Roriz, filha de ex-governadorJoaquim Roriz, será candidata a vice-governadora do DF nachapa de José Roberto Arruda (PR) que está em primeirolugar nas pesquisas. Roriz, com sérios problemas de saúde(está na fila de transplante de rins), poderá não participar deeventos públicos: teria dificuldade em subir nos palanques. Anovidade é que o pessoal da campanha estuda colocar Rorizem cena, via projeção holográfica.

“Somos todos humanos e todos iguais. Acho que é isso que devemosdefender.”

��� Muito brilho, decotes,glamour, celebridades doshowbiz e do mundo da mola,socialites e milionários: esseera o recheio da Baile de Gala

2014 do Metropolitan Museum, em Nova York, coordenadopela poderosa Anna Wintour, da Vogue America (primeira fotoà esquerda, vestindo Chanel), que teve o centro de modacom seu nome inaugurado por Michele Obama. A festa abriaa exposição sobre Charles James, primeiro nome da alta-costura dos Estados Unidos. Lá, entre tantas, da segunda foto àesquerda para a direita, Gisele Bündchen (usando Balenciaga);Sarah Jessica-Parker (com Oscar de la Renta); Beyoncé,de Givenchy; e Lupita Nyong’o, vestindo Prada.

DANIEL ALVES // que comeu a banana que lhe atiraram em campo e que nãogosta da campanha Somos Todos Macacos.

Tempos escuros��� O candidato petista aogoverno de São Paulo, AlexandrePadilha, que não decola naspesquisas, começou a empurrarpara Geraldo Alckmin o rótulode mau administrador por contada crise hídrica que São Pauloenfrenta. Chegou a discursar comesse mote, até que alguém lheavisou que os tucanos vinhamcom grande campanha sobre acrise energética que afetarátodo o país, com a ameaça deracionamento. Mais: tudo porconta dos anêmicos resultadosdo programa federal Luz paraTodos que ainda deixa um milhãode brasileiros no escuro. Hoje,nos corredores do OperadorNacional do Sistema, a conversaé que o país deve reduzir já oconsumo de energia, entre 4%e 6%, para afastar o risco dofornecimento entrar em colapso.

RENDAS PUIDAS��������������� Os punhos de renda dopessoal do Itamaraty andammeio puídos. A presidenteDilma Rousseff anda seestranhando com os diploma-tas especialmente no quesitode presentes para chefes deEstado que visitam o país(discutir aluguéis atrasadosde consultados e embaixadasé outra coisa). Nesses dias,ela queria que fosse compra-do para um visitante ilustreum presente igual ao que deraao presidente Horácio Cartes,do Paraguai. O Itamaraty, comorçamento no chão, avisouque não tinha R$ 7 mil disponí-veis para comprar o mimo.

Farra lá fora��������������� O The New York Timesacaba de publicar umamatéria sobre os 850 milbrasileiros que deitaram erolaram em compras em NovaYork no ano passado, gastan-do nas lojas da cidade US$2,4 bilhões. Artigos de luxo,roupas de grife, eletrônicos,hotéis caros e espetáculos daBroadway são os maioresalvos dos turistas brasileiros,segundo o jornal que acreditaque altos impostos praticadosno Brasil sejam o motivo detanto consumo no exterior.

SECRETAAos 73 anos de idade, aindadefendendo só biografiaautorizada e com o biografadoparticipandodoslucros,RobertoCarlos disse no programa deAmaury Jr. que “tem alguém,mas não vou me casar tãocedo e não dá para dizer queé uma amizade colorida”. Aeleita é mesmo a cearense IaraAndrade, que mora em Fortale-za e que costuma se encontrarem São Paulo com o cantor. Eleestá saindo para uma turnêinternacional de dois meses,justamente para não estar noBrasil na abertura da Copa doMundo, onde não irá cantar.

Não é o Valério��� A frase é atribuída a NestorCerveró, ex-Petrobras e ex-BRDistribuidora e teria sido ditanuma roda em Brasília, quandose comentava a disposição dePaulo Roberto Costa, tambémex-Petrobras, de partir para adeleção premiada, para preservarsua família e mesmo ser incluídono Programa de Proteção aTestemunhas: “O Paulo Robertonão é o Marcos Valério, não”.Queria dizer que o ex-diretor doAbastecimento da estatal jamaisagüentaria firme, sem entregarninguém, poupar Lula e sercondenado a 37 anos de prisão.

À DISTANCIA��� A presidente DilmaRousseff está mantendoGilberto Carvalho, secretá-rio-geral da Presidência, àdistancia. Nem pensar que elepossa participar de algumareunião com foco na campa-nha. E Gilbertinho, magoado,avisa Lula que a Chefe doGoverno nem o chama maispara despachos rotineiros. Eele não quer se reportar aoministro Aloizio Mercadante.

��� CONVERSANDO comgrupo de empresários, nessesdias, em São Paulo, o ex-ministroDelfim Netto, do alto dos seus 86anos, soltou uma preciosidade:“Quem diz que o Lula fala umacoisa e depois diz outra emcontrário por confusão mental éque não entende de geometriada política, na qual um triangulotem quatro vértices”.

��� COM a queda de vendas nosetor, as redes de varejo estãoapostando em promoções àsvésperas da Copa: já se podecomprar um aparelho de TV comtela fina de 32 polegadas pormenos de mil reais, parcela-dos em até 12 vezes semjuros. É menos da metade dovalor cobrado por um aparelhosemelhante há quatro anos naCopa da África do Sul.

��� ECONOMISTA e escritora,Eliana Cardoso lança, no mêsque vem, seu primeiro romance,Bonecas Russas, pela Compa-nhia das Letras,

��� SILVIO Santos quer aconstrução imediata de dois novosestúdios no Complexo do SBT naAnhanguera. Quer abrir – e logo –um segundo horário de novelas,com temas adultos e em parceriacom a Televisa, a partir do anoque vem. A idéia é ter novelas,com o jeitão das mexicanas, quepossam ser comercializadaspela América Latina.

��� NO PRÓXIMO dia 18, emLas Vegas, acontece a festada Billboard Music Awards eJennifer Lopez vai receber o IconAward. Até agora, só receberamNeil Diamond, Stevie Wondere Prince: ela será a primeiramulher. Mais: ao lado de Pitbull,Jennifer apresentará a música-tema da Copa do Mundo 2014,We Are One (Ola Ola), durantea festa, bem como sua novamúsica de trabalho, First Love.

��� AO CONTRÁRIO dospresidenciáveis Aécio Neves eEduardo Campos, a presidenteDilma Rousseff não aceitará,em hipótese alguma, instituira independência do BancoCentral, por meio de lei aprova-da pelo Congresso.

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quarta-feira, 7 de maio de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 5

ELES SERÃO 32Caso seja instalada, acomissão mista terá 32integrantes – 16 senadorese 16 deputados.

CPMI da Petrobras?Ficou para hoje.

Renan Calheiros convocou sessão extraordinária do Congresso Nacional para esta noite

Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Renan Calheiros: convocação sinaliza para a comissão mista.

Opresidente do Congresso,

Renan Calheiros (PMDB-

AL), decidiu ontem convo-

car para a noite de hoje uma

sessão extraordinária do Congresso

Nacional para decidir sobre a instala-

ção de uma Comissão Parlamentar de

Inquérito (CPI) da Petrobras. A oposi-

ção defende um colegiado misto, com

participação de senadores e deputa-

dos. Já o PT insiste em comissão exclu-

siva do Senado.

Diante de uma série de denúncias

contra a estatal do petróleo, a oposição

havia protocolado dois pedidos de CPI

no Legislativo. Uma mista e outra só no

Senado. Originalmente, Renan havia

marcado para ontem uma reunião com

líderes de partidos para definir qual das

duas CPIs seria instalada. No entanto,

segundo sua assessoria, o presidente

do Congresso cancelou a reunião de on-

tem e decidiu convocar a sessão do

Congresso, sinalizando a intenção de

instalar uma comissão mista, com pre-

sença também de deputados.

Na sessão conjunta entre Câmara e

Senado, Renan Calheiros vai pedir for-

malmente aos líderes partidários a in-

dicação dos integrantes da CPMI (Co-

missão Parlamentar Mista de Inquéri-

to), conforme nota divulgada pela as-

sessoria. A indicação dos nomes é

passo necessário para o andamento

do colegiado. Caso seja instalada, a co-

missão mista terá 32 integrantes – 16

senadores e 16 deputados. Para a opo-

sição, é possível iniciar a CPMI (mista)

na próxima semana. Diante da amea-

ça do PT de não indicar nomes hoje, a

estratégia, segundo o líder do DEM, se-

nador José Agripino (RN), é reunir o nú-

mero mínimo de integrantes (17 parla-

mentares) e convocar a primeira ses-

são,instalando o colegiado.

"Independente da intenção de

quem quer que seja, nossa estratégia é

a de instalar a CPMI”, afirmou Agripino.

O presidente do PSDB, e pré-candidato

à presidência senador Aécio Neves

(MG), disse que “a partir do momento

em que os membros forem indicados, a

CPI começa a funcionar".

Pouco antes de adiar para hoje a de-

cisão sobre a CPI, Renan Calheiros se

reuniu no Palácio do Planalto com a

presidente Dilma Rousseff e outros in-

tegrantes da cúpula do PMDB. Partici-

param o vice-presidente Michel Temer,

o líder do governo no Senado, Eduardo

Braga (AM) e o presidente da Câmara,

Henrique Eduardo Alves (RN). A reu-

nião, por volta das 12h, ocorreu poucas

horas depois da reunião de líderes da

base comandada pelo ministro de Re-

lações Institucionais, Ricardo Berzoini,

para tratar sobre as investigações no

Congresso sobre a compra de Pasade-

na. O líder do PMDB no Senado, Eunício

Oliveira (PMDB-CE), participou so-

mente por alguns minutos, já no final.

RECURSO À CCJApós breve reunião com deputados e

senadores da oposição, Calheiros anun-

ciou na sessão de hoje também respon-

derá a questionamentos contra a insta-

lação da CPMI feitos durante a última

sessão do Congresso. A exemplo do que

fez durante o processo de criação da CPI

no Senado, o presidente disse que recor-

rerá de sua decisão à Comissão de Cons-

tituição e Justiça (CCJ).

Quando respondeu a questões de or-

dem sobre a abrangência das investi-

gações no Senado, Renan posicionou-

se favoravelmente à investigação am-

pla, que contemplaria, além da Petro-

bras, denúncias de suposto cartel no

metrô de São Paulo e na refinaria Abreu

e Lima, em Pernambuco. Ele remeteu

sua decisão, porém, à CCJ e ao plenário

do Senado. Na época, a comissão foi fa-

vorável à apuração ampliada, mas o

plenário não analisou a questão.

O recurso à CCJ não suspenderá a ins-

talação da CPMI. Calheiros afirmou que

estenderá a decisão da ministra do Su-

premo Tribunal Federal, Rosa Weber, à

comissão mista, por isso pedirá indica-

ção dos integrantes. A magistrada de-

terminou que a CPI do Senado deverá ter

como alvo só a Petrobras e não poderá

ser ampliada a fim de investigar denún-

cias em São Paulo e em Pernambuco, co-

mo desejava o governo." (Ag. O Globo)

Oposiçãopressiona porCPMI da Petrobras

Líderes de oposição do

Congresso se reuniram

ontem com o presidente

do Senado, Renan

Calheiros (PMDB-AL), para

pressionar pela instalação

imediata da comissão

parlamentar mista de

inquérito (CPMI) da

Petrobras. Sem

apresentar nomes para a

CPI do Senado, a oposição

defende a investigação

ampla da estatal no

Congresso e acusa os

governistas de "boicotar"

a instalação da comissão

parlamentar mista. "Não

há mais como postergar,

como adiar", apelou o pré-

candidato a presidente e

senador Aécio Neves

(PSDB-MG).

Os partidos de oposição

insistem que, embora,

regimentalmente, seja

possível a instalação de

duas comissões com o

mesmo foco, na prática só

uma prevalecerá. "Com a

criação da CPMI, teremos

o esvaziamento da CPI do

Senado", concluiu o líder

do DEM na Câmara,

Mendonça Filho (PE).

As siglas de oposição

afirmam que não

esperarão as indicações

da base aliada e que

ontem mesmo

apresentariam os

nomes da CPMI.

"O que vamos organizar

agora é a ação dos líderes

para que todos promovam

as indicações", afirmou

Mendonça Filho.

(Estadão Conteúdo)

3ª etapa da 2ª fase do PAC 2: R$ 2,8 bi.Presidente apresentou dados sobre queda na desigualdade e liberou recursos para obras de água e esgoto.

Ués

lei M

arce

lino/

Reut

ers

Apresidente Dilma Rousseff lançou

ontem a terceira etapa das ações

para saneamento básico e

tratamento de água no valor de

R$ 2,8 bilhões dentro da segunda fase do

Programa de Aceleração do Crescimento (PAC

2), exaltando as ações desenvolvidas desde o

governo do ex-presidente Lula.

Segundo ela, o governo federal investia em

média R$ 1 bilhão por ano na área de

esgotamento sanitário antes de Lula, entre

outras coisas, em função de restrições

impostas pelo Fundo Monetário Internacional

(FMI) e pela falta de prioridade política.

Segundo Dilma, as prioridades mudaram:

"Hoje, eu estou me beneficiando das decisões

tomadas no governo Lula. No início do

segundo mandato (de Lula), nós tínhamos

nos aprumado e investíamos em torno de

R$ 20 bilhões, agora estamos chegando a R$

37,8 bilhões. Isso mostra que avançamos

bastante e mostra que temos de avançar

muito mais, justamente porque no passado

se investiu pouco. Agora, temos de investir

muito mais. Daí a importância de avançar em

parceria com as empresas e os Estados."

A presidente destacou a importância das

inversões em saneamento justificando que,

além dos benefícios para saúde pública, elas

também garantem o incentivo ao emprego e

à renda. Ela também falou que no Brasil

houve um descompasso entre as taxa de

crescimento da renda e consumo e da oferta

de serviços básicos.

Segundo ela, isso ocorre porque a execução

de obras nesses serviços, como saúde,

educação e saneamento, demoravam mais.

Dilma afirmou que com mais investimento

realizado nos últimos anos foi possível reduzir

de seis anos para dois anos a média das

construções sanitárias.

A presidente concluiu o discurso cobrando

celeridade dos prefeitos e governadores,

responsáveis pela eficácia na execução das

obras de saneamento, cujos recursos são

liberados pelo governo federal. "Estamos nos

esforçando para acabar com déficit de

saneamento, que era vergonhoso".

Segundo o Ministério da Saúde, a terceira

etapa do PAC 2 beneficiará 635 municípios e

5,3 milhões de pessoas. Serão liberados

R$ 2,8 bilhões da Fundação Nacional de Saúde

(Funasa) para as obras de abastecimento de

água e esgotamento sanitário. Desde 2011,

quando começou a segunda fase do PAC 2, a

Funasa já repassou R$ 3,45 bilhões para obras

de água e esgoto. (Agências)

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6 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 7 de maio de 2014

Padilha prometemais subsídio

para o transportePetista diz que, se eleito, aumentará subsídio à tarifa de trens e metrô.

Questionado se pre-

tenderia manter es-

sa política frente à

necess idade de

ampliação de investimentos

na rede metroviária, Alexan-

dre Padilha respondeu que vai

aumentar o subsídio para o

transporte público no Estado.

Essas respostas foram da-

das durante uma sabatina

promovida ontem, pela Folha,

portal UOL (Grupo Folha), SBT

e rádio Jovem Pan.

O próximo a ser sabatinado

será o ex-prefeito de São Paulo

Gilberto Kassab (PSD), na pró-

xima terça-feira, dia 13. Tam-

bém pré-candidatos, o gover-

n a d o r G e r a l d o A l c k m i n

(PSDB) e o presidente da Fiesp

(Federação das Indústrias do

Estado de São Paulo) Paulo

Skaf (PMDB) já foram convida-

dos para eventos semelhan-

tes, mas não confirmaram

presença oficialmente.

O pré-candidato do PT ao

governo de São Paulo prome-

teu implantar um bilhete inte-

grado único, "que junta CPTM

(Companhia Paulista de Trens

Metropolitanos), metrô e a

EMTU (Empresa Metropolita-

na de Transportes Urbanos).

Isso vai significar colocar mais

subsídio. Porque, em primeiro

lugar, está o trabalhador que

precisa do transporte"

Para Padilha, o aumento do

subsídio à tarifa e a ampliação

da rede são investimentos di-

ferentes, explicou. Nas parce-

rias público-privadas, a admi-

nistração estadual firma um

contrato com um agente pri-

vado para construção de

obras e é pago pelo governo

ou numa combinação entre ta-

rifas cobradas dos usuários

com recursos públicos. Esse é

o modelo de gestão utilizado

nas atuais ampliações da rede

ferroviária de São Paulo.

Abaixo, os comentários do

pré-candidato sobre os se-

guintes temas:

S AB ES P – "Só a Sabesp lu-

crou R$ 2 milhões. Se ela tives-

se investido todo esse dinhei-

ro nas obras que precisavam

ser feitas, isso não estaria

acontecendo. A Sabesp foi ir-

re s p o n s á v e l . "

A L CK M I N – "Aqui em São

Paulo já tem redução (no for-

necimento) desde dezembro.

Se eu fosse governador já te-

riam sido executadas as obras

que estão há dez anos para-

das. O racionamento já existe

em São Paulo."

"O Estado assumiu respon-

sabilidade, mas nenhuma

obra saiu do papel para redu-

zir a dependência de Cantarei-

ra. Desde 2004, é um tema

persistente. Aloizio Merca-

dante (candidato petista ao

governo do Estado em 2010),

quando candidato, pautou es-

se tema. A ANA (Agência Na-

cional de Águas) apontou, em

2004, que pera preciso reali-

zar obras para evitar a depen-

dência do Cantareira".

PCC – "O PCC é uma facção

criminosa. Nós temos que ter

coragem de enfrentar o PCC.

Temos que enfrentar o PCC e

qualquer outra facção crimi-

nosa, e isso só é possível se ti-

ver parceria com o governo fe-

deral. O PCC tomou conta dos

p re s í d i o s " .

LABOGEN–Questionado so-

bre a parceria entre o Ministé-

rio da Saúde e o laboratório La-

bogen, Padilha, que é ex-mi-

nistro da pasta, disse que

criou filtros para evitar irregu-

laridades em sua gestão e que

o fato de que a instituição era

de fachada viria à tona em eta-

pas posteriores da parceria.

"A vistoria é feita depois. O

que é apontado no termo? Que

só poderia progredir um contra-

to se apresentasse um relatório

da vigilância sanitária, em que

chegam os equipamentos, as

estruturas de produção."

A parceria entre Labogen e

Ministério da Saúde foi inter-

mediada pelo deputado André

Vargas (sem partido-PR), que

se desfiliou do PT após a revela-

ção de que o laboratório era

controlado pelo doleiro Alberto

Youssef, preso em março e acu-

sado de participar de esquema

bilionário de lavagem de di-

nheiro. A parceria foi cancelada

pela pasta a pedido de Padilha,

que nega qualquer relação com

o doleiro. (Agências)

André Lucas Almeida/Estadão Conteúdo

Padilha, que nega qualquer relação com o doleiro Youssef, fala sobre assuntos polêmicos da cidade.

Mais Médicos: Campos critica, mas mantém.Robson Fernandes/Estadão Conteúdo

Eduardo Campos: Não vamos resolver importando médicos, mas não vamos retirar médicos (...)".

Oex-governador de Pernambuco

Eduardo Campos, pré-candidato do

PSB à Presidência, criticou ontem o

programa Mais Médicos, do Governo

Federal, durante encontro com profissionais da

área de saúde na Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo (USP), mas garantiu

que não acabará com o programa caso seja

eleito. "Não vamos resolver o problema da Saú-

de no Brasil importando médicos, mas não va-

mos retirar médicos de comunidades que não

têm outra alternativa", disse.

Mas, segundo ele, em caso de uma vitória do

PSB nas eleições de outubro, os contratos com

médicos cubanos serão revistos para que rece-

bam a mesma remuneração dos médicos bra-

sileiros. "Cubanos não podem ter um salário in-

ferior ao dos médicos brasileiros ou de outros

estrangeiros", afirmou.

Campos disse ainda que o debate sobre o

programa Mais Médicos "só interessa ao gover-

no, que criou o programa porque não dispunha

de nenhuma realização relevante para apre-

sentar à população na área da Saúde", disse.

Segundo ele, é preciso responder à Saúde fora

do marketing político. O ex-governador foi re-

cebido na Faculdade de Medicina por Giovanni

Guido Cerri, ex-secretário de Saúde do gover-

nador Geraldo Alckmin (PSDB).

Campos afirmou também que o País quer

melhorar o serviço de saúde. "Queremos sis-

tema único de padrão inglês, que foi onde nós

nos inspiramos para fazer o SUS", disse du-

rante palestra na faculdade. O pessebista de-

fendeu novamente um enxugamento do Es-

tado, com um novo pacto político em que re-

ceitas e verbas públicas possam ser alocadas

mais adequadamente para as áreas prioritá-

rias, como saúde e educação, atacou a ges-

tão de hospitais federais e disse que o grande

problema da área no País é o atendimento de

média complexidade .

Eduardo Campos repetiu suas propostas

de diminuir o fisiologismo e reduzir o número

de ministérios. "Hoje gastamos mais para pa-

gar seguro-desemprego do que com o SUS.

Tem escolha, mas temos de quebrar os ovos

para fazer a omelete", disse. Para Campos, no

próximo plano plurianual, em 2015, "o País

deve assumir um compromisso claro com o

crescimento do financiamento à saúde públi-

ca". O pré-candidato do PSB defendeu ainda a

transparência na indicação a cargos públicos

da saúde e uma parceria com o setor privado,

que, segundo ele, gere unidades de saúde

com maior eficiência. "Temos de aumentar a

rede filantrópica. Precisamos acabar com o

preconceito com quem investe para remune-

rar seu capital."

I D E O LO G I AQuestionado sobre seu posicionamento

ideológico, Eduardo Campos disse que se con-

sidera um político "à esquerda" do senador Aé-

cio Neves, pré-candidato do PSDB à presidên-

cia. "Dá pra dizer isso, em função de posiciona-

mentos históricos que adotamos e de nossas

origens políticas". Mais tarde, quando pergun-

tado novamente sobre o tema, Campos mini-

mizou: "esquerda ou direita depende da posi-

ção de quem está vendo".

O ex-governador Eduardo Campos partici-

pou ontem da feira da Associação Paulista de

Supermercados (APAS), também na capital

paulista. Em discurso a dirigentes da associa-

ção, criticou o governo Dilma Rousseff e repe-

tiu: "estamos tendo o menor crescimento da

história republicana brasileira". Depois do

discurso, o pré-candidato visitou estandes

no evento. (Agências)

Arlindo Chinaglia,o novo vice da Câmara.

Odeputado Arlindo

Chinaglia (PT-SP) foi

escolhido ontem para

ocupar o cargo de vice-

presidente da Câmara. Em

encontro fechado da bancada

do partido, Chinaglia recebeu

44 votos, contra 38 do

deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) e

um voto nulo, segundo

informou o deputado

Vicentinho (SP), líder da

bancada.

O cargo está vago desde

que o deputado André Vargas

(sem partido-PR) renunciou

ao posto. Posteriormente,

Vargas, que responde a

processo no Conselho de

Ética por suposto

envolvimento com um doleiro

preso pela Polícia Federal, se

desfiliou do PT.

A indicação de Chinaglia

ainda terá de ser votada pelo

plenário da Câmara, mas

deverá ser aprovada em

razão de acordo entre PT e

PMDB. Partido com a maior

bancada, o PT teria direito à

presidência da Casa. Mas,

pelo acordo, ficou com a

presidência nos dois

primeiros anos da atual

legislatura (2011-2012) e o

PMDB, segunda maior

bancada, com a vice. Nos dois

últimos anos (2013-2014), o

PMDB ficou com a presidência

e o PT, com a vice.

Chinaglia foi presidente da

Câmara em 2007 e 2008.

Atualmente, é o líder do

governo na Casa.

O PT queria um único

candidato, de consenso, para

evitar divisões na bancada,

mas isso não foi possível.

Após o resultado da

eleição, Chinaglia disse a

jornalistas que o resultado

"foi dentro da previsão", ao

afirmar que "todo mundo

sabia" que a votação interna

da bancada do PT seria

"apertada".

Chinaglia disse que não vai

acumular as funções de vice-

presidente e líder do governo.

Eleito vice-presidente da

Câmara, pedirá à presidente

Dilma Rousseff indicar outro

deputado para a liderança.

Questionado sobre

declarações do presidente da

legenda, Rui Falcão,

e do líder do PT na

Câmara, Vicentinho, sobre

possível nome de

"consenso" a ser indicado,

Chinaglia afirmou que caberá

a ele "o dever" de

unificar a bancada do partido.

"A tentativa do consenso

era não haver disputa interna

dentro da bancada. Mas

isso não foi possível. Eu

acho que é meu dever, na

medida em que eu fui

escolhido pela bancada,

encontrar esse consenso.

Eu tenho o dever de fazer

isso. Como vice, se for eleito,

meu papel será institucional

e, segundo, no que couber ao

PT, construir um maior

diálogo possível na

bancada". (Agências)

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quarta-feira, 7 de maio de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 7

DILMA PREMIA PTB COM CARGO NA CAIXA

.Ó..R B I TA

CASO MALHÃES

Caseiro nega participação no crimeO

caseiro Rogério Pi-

res, que havia con-

fessado à Polícia Ci-

vil envolvimento no

assalto que levou à morte o ex-

coronel Paulo Malhães, em

abril, num sítio na Baixada Flu-

minense, negou participação

e autoria no crime, na manhã

de ontem para integrantes da

Comissão Estadual da Verda-

de e Comissão de Direitos Hu-

manos e Legislação Participa-

tiva do Senado, na sede da De-

legacia Antissequestro, no Le-

blon, Zona Sul do Rio.

A senadora Ana Rita, presi-

dente da Comissão de Direitos

Humanos do Senado, disse

que vai acompanhar de perto

o trabalho da polícia e vai pro-

videnciar um defensor público

para o caseiro. Ela afirmou ain-

da que é fundamental que Ro-

gério Pires tenha sua integri-

dade física resguardada.

"Ele não confessou partici-

pação no crime. Ele é analfa-

beto, não sabe ler nem escre-

ver. E me causa muita estra-

nheza que nenhum defensor

público tenha acompanhado

até agora os depoimentos e in-

vestigações sobre o caso",

afirmou Ana Rita.

Segundo a comissão, um

pedido oficial para o Defensor

Geral do Rio de Janeiro será fei-

to para que um advogado de

defesa preste auxílio ao indi-

ciado. Além disso, os parla-

mentares vão pedir uma cópia

do inquérito que investiga o

crime para ter acesso aos de-

poimentos do caseiro.

NEGAÇÃORogério teria dito ao presi-

dente da Comissão Estadual

da Verdade, Wadih Damous,

que, em nenhum momento,

admitiu ter facilitado a entra-

da de criminosos no sítio.

"Ele fo i perguntado ex-

pressamente por nós se, em

algum momento, ele admitiu

ter participado do assalto,

mas ele negou. Ele disse: 'A

imprensa perguntava e eu fi-

cava calado.'"

Ana Rita destacou que Ro-

gério Pires "demonstrou fir-

meza no que estava falando"

durante a conversa com os se-

nadores na delegacia. O casei-

ro foi ouvido à portas fechadas

pelos parlamentares, sem a

presença de policiais.

Rogério Pires disse, na con-

versa, que reconheceu seus ir-

mãos durante a ação, mas que

permaneceu amarrado.

Ele relatou aos senadores

que um dos seus irmãos esta-

va de capuz e que o reconhe-

cimento foi feito através de

uma tatuagem. Além disso,

Rogério Pires teria dito que os

participantes do assalto se

comunicavam com outra

pessoa por meio do telefone

fixo do sítio, o que indicaria a

participação de mais pes-

soas no crime.

"Ele disse que os irmãos que

invadiram a casa falavam por

telefone com pessoas de fora

e diziam que estavam aguar-

dando alguém chegar. As liga-

ções podem ser intercepta-

das, mas a polícia já deve ter

essa informação", contou o

senador João Capiberibe.

MEDO DE MORTEPara o senador Randolfe Ro-

drigues, Rogério Pires disse

que "temia pela sua vida".

Diante dessa informação e

da importância dos depoi-

mentos que Paulo Malhães

deu à Comissão Nacional da

Verdade antes de morrer, so-

bre torturas e mortes que con-

taram com a participação dele

na ditadura militar, os senado-

res não descartam a hipótese

de que o ex-coronel tenha sido

executado. "Essa é uma hipó-

tese que nós, nessa diligência,

estamos trabalhando."

D E S E N T E N D I M E N TO SA Comissão de Direitos Hu-

manos do Senado ameaçou ir

embora da dil igência que

acompanha as investigações

da morte de Malhães pouco

antes das conversas.

O senador Randolfe Rodri-

gues (PSol-AP) disse que, ape-

sar das tentativas de comuni-

cação, não houve um aviso

prévio à delegada de plantão

de que haveria visita à espe-

cializada nesta manhã.

"Deveriam ter oferecido

uma proteção melhor a ele

após o depoimento. Nós, na

condição de fiscais, não po-

demos nos omitir", afirmou

Randolfe. Segundo o sena-

dor, a conversa com o caseiro

Rogério Pires é fundamental

para determinar as circuns-

tâncias da morte do ex-coro-

nel Malhães.

Wadih Damous, presiden-

te da Comissão Estadual da

Verdade, reforçou o pedido

de participação da Polícia Fe-

deral no caso, e classificou a

visita como "fundamental":

"Trouxemos a visita para o Le-

blon porque em Belford Roxo,

onde ele estava, não havia

Estefan Radovicz/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

carceragem. Teremos muito

a conversar com ele".

LAUDO NECROLÓGICOA assessoria da Polícia Civil

do Rio informou na quinta-fei-

ra que o laudo da necropsia de

Malhães, assassinado no dia

25 de abril, em seu sítio em No-

va Iguaçu, na Baixada Flumi-

nense, ainda não está pronto.

De acordo com a polícia,

ainda estão sendo recolhidas

informações sobre o suposto

roubo do disco rígido do com-

putador do militar, citado em

reportagem publicada no jor-

nal O Dia.

No dia 29, o caseiro Rogério

Pires, que segundo a polícia

confessou ter participado do

crime que terminou com a

morte do coronel, denunciou

seus dois irmãos como sendo

os homens que invadiram, no

dia 25, o sítio do militar.

Malhães foi encontrado

morto na semana passada, no

sítio em que morava, em Nova

Iguaçu (Baixada Fluminense).

Morreu enquanto o grupo es-

tava em sua casa. O crime

ocorre cerca de um mês de-

pois de o militar ter admitido

na Comissão Nacional da Ver-

dade que participou de tortu-

ras e desaparecimentos du-

rante a ditadura, inclusive o do

ex-deputado Rubens Paiva.

O local não tem câmeras, de

acordo com o delegado Fábio

Salvadoretti, que investiga o

caso. A mulher e o caseiro não

conseguiram reconhecer os cri-

minosos, mas afirmam não ter

sofrido violência física.

Na época, o Clube Militar,

associação que reúne milita-

res da reserva do Exército, in-

formou que não se pronuncia-

ria sobre o caso por não conhe-

cer as circunstâncias da morte

do coronel. O chefe de gabine-

te da presidência da institui-

ção, coronel Figueira Santos,

afirmou que o Clube Militar só

irá se manifestar se surgir al-

gum "fato novo". O Comando

Militar do Leste, no Rio, tam-

bém informou que não vai co-

mentar o caso, já que as inves-

tigações estão a cargo da Polí-

cia Civil. (Agências)

Na foto acima,Ana Rita, JoãoCapiberibe e RandolfeRodrigues: segundo eles,o caseiro negou qualquerparticipação no crime.Ao lado, ex-coronelPaulo Malhães, mortoum mês depois deter confessado àComissão da Verdadeparticipação emtortura de presospolíticos durante oregime militar.

Caso Alstom: Marinhorecebeu 'vantagensilícitas', afirma MP.

OMinistério Público Es-

tadual afirmou ao Tri-

bunal de Contas do Es-

tado de São Paulo que o conse-

lheiro Robson Marinho, ex-

chefe da Casa Civil no governo

Mário Covas (PSDB), recebeu

"pagamento de vantagens ilí-

citas" no caso Alstom – esque-

ma de propinas na área de

energia nos anos 1990. Por ofí-

cio, a Promotoria de Justiça do

Patrimônio Público e Social da

Capital é taxativa ao informar

que o conselheiro recebeu va-

lores ilícitos no âmbito do con-

trato Gisel, empreendimento

da antiga Eletropaulo.

Os promotores orientam o

corregedor-geral do TCE, con-

selheiro Dimas Ramalho, a so-

licitar na Justiça e ao Departa-

mento de Recuperação de Ati-

vos e Cooperação Jurídica In-

t e r n a c i o n a l ( D RC I ) , d o

Ministério da Justiça, docu-

mentos que incriminam Mari-

nho. "Informamos que os do-

cumentos que mostram o pa-

gamento de vantagens ilíci-

tas a Robson Riedel Marinho

se encontram sob segredo de

Justiça, mas podem ser solici-

tados", afirmam s promotores

Silvio Antonio Marques e José

Carlos Blat, responsáveis pe-

la investigação.

Marinho tem US$ 1,1 milhão

bloqueados na Suíça, indican-

do depósitos em conta secreta.

A promotoria não tem mais dú-

vidas de que ele recebeu propi-

na no caso Alstom. Ele foi o re-

lator em processo no TCE que,

em 2001, abriu caminho para

contrato de extensão de garan-

tia de equipamentos em con-

trato celebrado entre a Alstom

e a Empresa Paulista de Trans-

missão de Energia (EPTE).

No final de março, a Promo-

toria do Patrimônio pediu ao

corregedor do TCE que ado-

tasse medidas cabíveis para

investigar Marinho. Naquela

ocasião, a Promotoria enviou

c ó p i a d o i n q u é r i t o c i v i l

204/2008, cujo alvo principal

é o conselheiro Marinho. Os

promotores já indicavam ao

corregedor que ele poderia so-

licitar à Justiça os documentos

contra Marinho. Em 4 de abril,

o corregedor do TCE escreveu

para os promotores que "não

se verificam elementos objeti-

vos ou subjetivos que supor-

tem motivação ou conduta

que incitem atuação correcio-

nal administrativa."

No último dia 28, os promo-

tores reiteraram que o corre-

gedor poderá pedir em juízo e

ao DRCI os documentos que

comprovam que Marinho re-

cebeu "pagamento de valo-

res ilícitos".

Marinho nega categorica-

mente ter recebido valores

ilícitos. E a Alstom rebate as

acusações de que tenha uma

política sistemática de paga-

mento de propinas e afirma

reiteradamente que "tem im-

plementado, em toda a sua

organização, regras estritas

de conformidade e ética".

(Estadão Conteúdo)

Marcos Arcoverde/Estadão Conteúdo

Para obter apoio do PTB àreeleição, a presidente Dilma

Rousseff loteou uma das vice-presidências da Caixa ao partido,que já ocupava uma vaga nacúpula do Banco do Brasil desdejunho passado. A nomeaçãocomo vice-presidente corporativode Luiz Rondon Teixeira deMagalhães Filho, primeiro

tesoureiro do PTB, foi publicadana edição desta segunda-feira, 5,do Diário Oficial da União.

O partido que já foi presididopelo delator do Mensalão, odeputado cassado RobertoJefferson, não ocupa ministériosna Esplanada, mas já foracontemplado em junho com ocargo de vice-presidente de

Governo do Banco do Brasil.A vaga era ocupada pelo atualpresidente do PTB, Benito Gama.Ele assumiu o comando do PTBapós Jefferson pedir licença docargo, depois de ter sidocondenado pelo SupremoTribunal Federal no Mensalão.Ele esteve presente no encontronacional do PT, em São Paulo.

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8 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 7 de maio de 2014

Batalha na Ucrâniachega às urnas

Kiev planeja eleições presidenciais no fim do mês, mas antes terá que enfrentar referendos separatistas.

No momento em que

os dois lados do con-

flito ucraniano es-

tão enterrando os

seus mortos, a batalha se

transfere para as urnas. O go-

verno central em Kiev se pre-

para para realizar eleições

presidenciais no fim do mês e

pede a ajuda da comunidade

internacional. No entanto, as

autoridades terão que enfren-

tar um obstáculo já no dia 11:

separatistas pró-russos em

Donetsk e Luhansk, no leste

do país, prometem realizar re-

ferendo sobre a independên-

cia semelhante àquele que

antecedeu a anexação russa

da Crimeia.

Os Estados Unidos rejeita-

ram ontem os esforços dos mi-

litantes pró-russos de realizar

um referendo "artificial e fal-

so" no leste da Ucrânia.

"Nós rejeitamos categorica-

mente esse esforço ilegal para

dividir ainda mais a Ucrânia",

disse o secretário de Estado

norte-americano, John Kerry,

acrescentando que planeja se

reunir com colegas europeus

na semana que vem para dis-

cutir os próximos passos em

relação à crise ucraniana.

A convocação de um refe-

rendo é prévia ao plano de rea-

lizar eleições gerais na Ucrâ-

nia, em 25 de maio, para esco-

lher um novo governo que

substitua o provisório que foi

eleito pelo parlamento após a

saída do presidente pró-russo

Viktor Yanukovich.

Ontem, o chanceler interino

ucraniano, Andriy Deshchyt-

sia, afirmou que a Ucrânia está

pronta para negociar a crise

política se a Rússia apoiar as

eleições presidenciais.

No entanto, o ministro das

Relações Exteriores da Rús-

sia, Sergei Lavrov, demons-

trou ceticismo com a legitimi-

dade do pleito.

"A situação é bizarra", disse

Lavrov, nos bastidores de uma

reunião em Viena, na Áustria.

"Marcar eleições em períodos

em que o Exército é usado con-

tra partes da população não é

convencional", afirmou. "Isso

não é o Afeganistão."

Ontem, o governo ucraniano

divulgou que 30 separatistas

pró-Rússia e quatro membros

das forças do governo foram

mortos durante operações pa-

ra expulsar rebeldes do entorno

de Slovyansk. (Agências)

Konstantin Chernichkin/Reuters

Homens fortemente armados protegem prédio do governo ocupado em Donetsk, no leste da Ucrânia.

'Relação comClinton foiconsensual'

Aex-estagiária Monica

Lewinsky, pivô de um

dos maiores escândalos en-

volvendo um presidente dos

Estados Unidos, rompeu o si-

lêncio de mais de uma déca-

da para insistir que sua rela-

ção com Bill Clinton em 1998

foi "consensual", mas acres-

centou que "lamenta profun-

damente o ocorrido".

"Claro, meu chefe se apro-

veitou de mim, mas me man-

terei sempre firme neste

ponto: foi uma relação con-

sensual. Qualquer abuso foi

posterior, quando me trans-

formou em um bode expiató-

rio para proteger sua podero-

sa posição", disse Lewinsky,

que na época tinha 22 anos,

em trechos do artigo publica-

dos pela revista Vanity Fairon-

tem. O texto será publicado

na íntegra no próximo dia 8.

Lewinsky, hoje com 40

anos, ressaltou lamentar o

episódio. "Deixe-me dizê-lo

de novo. Eu. Mesma. Lamen-

to Profundamente. O. Ocorri-

do", disse.

A revelação da relação ex-

traconjugal de Bill Clinton com

uma estagiária na Casa Bran-

ca foi um dos maiores escân-

dalos políticos recentes nos

EUA e levou o então presiden-

te norte-americano a ser sub-

metido a um julgamento polí-

tico que quase provocou sua

saída da presidência.

Lewinsky, que guardou por

anos um vestido com o sê-

men de Clinton como recor-

dação de que fez sexo oral

nele, afirmou que quer se li-

vrar da peça de roupa.

"É hora de queimar a boina

e enterrar o vestido azul", es-

creveu ela.

Ela ainda respondeu aos

comentários divulgados em

fevereiro de que Hillary, es-

posa de Clinton, a teria cha-

mado na década de 1990 de

"louca narcisista". "A Sra.

Clinton, pelo que li, suposta-

mente confidenciou... que,

em parte, se sente culpada

pela relação extraconjugal

do marido (por ter sido emo-

cionalmente negligente).

Embora ela tenha considera-

do que Bill teve um 'compor-

tamento inapropriado', o ca-

so foi, no entanto, consen-

sual (e não uma relação de

poder)", afirmou.

Após alguns anos de de-

pressão, Lewinsky resolveu ti-

rar proveito da publicidade re-

cebida com o lançamento de

uma linha de bolsas com seu

nome e a aparição em vários

programas televisivos.

Em 2005 decidiu sair dos

EUA para estudar na prestigia-

da London School of Econo-

mics, na Inglaterra, onde se

graduou em psicologia social,

e desde então refez a vida

afastada dos meios de comu-

nicação. Para ela, agora "já é

hora de deixar de farejar" em

seu passado "e no futuro de

outras pessoas".

Lewinsky, que ainda viveu

em Nova York, Los Angeles e

Portland (no Oregon), reco-

nheceu ter "permanecido vir-

tualmente reclusa apesar de

ter sido inundada com solici-

tações de entrevistas" e de ter

"rejeitado ofertas" que a te-

riam feito ganhar US$ 10 mi-

lhões. (Agências)

Tim Aubry/Reuters - 28/07/98

Monica Lewinsky rompe silêncio para dizer que lamenta caso que quase provocou a queda de Clinton

Nuvens escuras nohorizonte de Israel

Os israelenses comemoraram ontem

o aniversário de 66 anos da criação

de Israel pessimistas com o futuro do

país. Apenas 29% deles consideram que o

país está na direção certa, enquanto 52%

acreditam que o Ocidente os odeia, segundo

pesquisa do jornal local Yedioth Ahronoth.

A pesquisa revela um desinteresse com a

política, pois apenas 17% deles admitiram ter

participado no ano passado de atividades

desta natureza. Sobre religião, 53% dos

israelenses se definiram como seculares,

26% como tradicionais ou praticantes e 21%

como ultraortodoxos. (Agências)

Maconha liberadano Uruguai

Opresidente do Uru-

guai, José Mujica, pro-

mulgou ontem a lei

que regulamenta o mercado

de maconha no país. A iniciati-

va - originalmente marcada

para segunda-feira, mas que

acabou adiada para ontem -

tem efeito imediato.

Com isso, o Uruguai trans-

forma-se no primeiro país do

mundo a estabelecer um mer-

cado nacional com regras pa-

ra o cultivo, a venda e o uso

da maconha.

Segundo a nova regra, usuá-

rios registrados estarão autori-

zados a comprar sementes em

farmácias e cultivar até seis

mudas por famílias.

Eles também poderão co-

lher 480 gramas de maconha

por ano em plantações casei-

ras ou aderir a clubes de culti-

vo que poderão ter até 45

membros e 99 plantas.

Cada usuário registrado po-

derá comprar, no máximo, dez

gramas de maconha por se-

mana. (Estadão Conteúdo)

RÚSSIA – Duas integrantes da banda punk russa Pussy Riot visitaramontem o Congresso dos EUA, onde pediram para que sejam ampliadasas sanções contra Moscou e a proteção aos direitos humanos.

Jonathan Ernst/Reuters

Outras oito meninas sãosequestradas na Nigéria

Supostos militantes do

grupo radical islâmico

Boko Haram sequestra-

ram outras oito meninas na ci-

dade de Warabe, no nordeste

da Nigéria, na noite de domin-

go, disseram a polícia e os mo-

radores ontem.

O rapto das meninas, com

idades entre 12 a 15 anos, ocor-

re depois do sequestro de mais

de 200 meninas de uma escola

em Chibok, também no norte

do país, no mês passado.

"Eles eram muitos, e todos

carregavam armas. Chega-

ram em dois veículos pintados

na cor do Exército. Eles come-

çaram a atirar na nossa al-

deia", disse o morador Laza-

rus Musa à Reuters.

Uma fonte da polícia disse

que as meninas foram levadas

em caminhões, junto a gado e

aos alimentos saqueados.

Ontem, o presidente norte-

americano, Barack Obama,

anunciou que os EUA farão "tu-

do o que puderem" para ajudar

nas buscas. (Agências)

Gary Cameron/Reuters

Embaixada da Nigéria em Washington é alvo de protestos

T R A P E Z I S TA SBrasileiras começam a melhorar

As três acrobatas brasi-

leiras que se feriram na

queda do "candelabro

humano" apresentado pelo

circo Ringling Bros. and Bar-

num & Bailey no domingo, em

Rhode Island, nos Estados Uni-

dos, começaram a apresentar

melhoras ontem.

Segundo o boletim médico

divulgado pelo hospital onde

elas estão internadas - com cin-

co artistas que despencaram

de uma altura de 12 metros -, o

estado de Dayane Costa e Ste-

fany Neves, que na segunda-

feira era considerado "crítico",

agora é "grave".

Já Widny Alves, que já esta-

va em "melhores condições"

no dia seguinte ao acidente,

teria proibido que novas infor-

mações sobre sua saúde fos-

sem dadas à imprensa, mas

aparece sorrindo e fazendo si-

nal de "o.k." numa foto publi-

cada no Facebook.

Em comunicado, a empresa

responsável pelo circo afirma

que a tragédia parece ter sido

acarretada por uma falha num

gancho. (AG )

Mercado nacional é inédito no mundo

EUA farão 'tudo o que puderem' para ajudar

Nir Elias/Reuters

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quarta-feira, 7 de maio de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 9

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Crimes: Alckmin vai pagar por informações.Programa inédito de recompensa, que utiliza página na internet, pode dar até R$ 50 mil a quem ajudar a polícia nas suas investigações.

Ogovernador Geral-

do Alckmin (PSDB)

anunciou, ontem,

que vai pagar re-

compensas a quem fornecer

informações que possam es-

clarecer crimes ou localizar

bandidos foragidos. A decisão

ocorre depois que o Estado de

São Paulo registrou o recorde

de assaltos em 19 anos no mês

de março,

O Programa Estadual de Re-

compensa prevê o pagamen-

to de quantias de até R$ 50 mil

a quem der informações, va-

riando de acordo com o tipo de

crime envolvido na denúncia.

Ao contrário do "Procura-se"

adotado no Velho Oeste norte-

americano, com folhas espa-

lhadas em prédios e árvores, o

programa paulista recorre às

facilidades da internet. Alckmin

vai usar a estrutura do progra-

ma web-denúncia para colocar

em prática o novo projeto.

A ONG Instituto São Paulo

Contra a Violência, responsá-

vel por administrar o disque-

denúncia e o web-denúncia,

fará a administração da nova

ferramenta. As denúncias de-

vem ser feitas no site w eb de-n u n c i a . o r g. b r.

Se le çã o – O governo avisa

que não serão recompensa-

das denúncias sobre qualquer

crime. A secretaria vai selecio-

nar em quais casos as denún-

cias poderão receber paga-

mentos. Ontem, foram divul-

gadas as primeiras resoluções

que indicam dois latrocínios

cujas informações podem ren-

der pagamento de até R$ 5

mil. O primeiro é o roubo segui-

do de morte que vitimou o pro-

fessor Gomides Vaz de Lima

Neto, 46, em abril, em frente a

um supermercado na rua Abí-

lio Soares.

O segundo é o caso do apo-

sentado Benedito Virgulino,

69 anos, que morreu durante

um assalto em abril, na Aveni-

da Líder, bairro Cidade Líder,

zona leste da Capital. Na próxi-

ma semana, devem ser divul-

gados outros dez crimes.

A no ni ma t o – Segundo o se-

cretário de Segurança Públi-

ca, Fernando Grella Vieira, a

escolha pela ferramenta de

denúncias via internet foi feita

para garantir o anonimato das

pessoas. "Todas as etapas do

processo são criptografadas e

não há qualquer possibilidade

de identificação nem mesmo

da localização do computador

de onde a informação foi en-

viada", disse Grella.

A criação da recompensa já

havia sido proposta em decre-

to de janeiro de 2002, assina-

do pelo próprio Alckmin. Du-

rante 12 anos, o decreto espe-

rou por resolução da Secreta-

ria da Segurança Pública que

definiria as regras para os pa-

gamentos. Segundo Alckmin,

a demora ocorreu porque o de-

creto inicial previa que o paga-

mento ocorresse em casos de

prisões e poderia influenciar a

criação de milícias civis.

"A lei aprovada anterior-

mente dizia que 'qualquer

pessoa física ou jurídica pode-

rá oferecer recompensa finan-

ceira para realização de pri-

são', a recompensa era pela

prisão da pessoa, a lei sem

querer estimulava uma milícia

e não é isso que se deseja,

quem vai prender é a polícia",

disse Alckmin. (Agências)

São Paulo está quaseparando no horário de pico

Avelocidade média do

corredor formado pelas

avenidas Eusébio Ma-

toso e Rebouças e a Rua da

Consolação, um dos principais

da cidade, caiu de 11,7 km/h,

em 2012, para 7,9 km/h, no

ano passado, entre 16h e 17h,

horário que antecede o rodízio

do fim da tarde.

A piora é de 32,4% no perío-

do. Para se ter uma ideia, a ve-

locidade média de uma pes-

soa a pé é de cerca de 5 km/h.

Os números são da 16.ª ava-

liação da Operação Horário de

Pico, relatório publicado anual-

mente pela Companhia de En-

genharia de Tráfego (CET). Nas

vias de trânsito rápido, como as

Marginais do Tietê e do Pinhei-

ros, a velocidade média no ho-

rário de pico da manhã passou

de 42 km/h, em 2012, para 52

km/h, em 2013, melhora de

25%. À tarde, o trânsito ficou

mais lento, passando de 22

km/h para 18 km/h. (EC)

CANTAREIRA CAI PARA UM DÍGITONível de reserva de água do reservatório, ontem, era inferior a 10%

Pela primeira vez na his-

tória, o Sistema Canta-

reira atingiu um pata-

mar menor do que 10% do seu

nível de capacidade.

Dados da Companhia de Sa-

neamento Básico do Estado

de São Paulo (Sabesp) reve-

lam que, ontem, o reservató-

rio que abastece boa parte da

Grande São Paulo atingia ape-

nas 9,8% da sua capacidade.

O nível registrado na segun-

da-feira era de 10%. Uma se-

mana atrás, o Cantareira con-

tinha 10,9% da água total que

é capaz de armazenar, um ní-

vel que já é crítico.

Para efeito de comparação

da grave situação que acomete

o sistema, há exatamente um

ano, em 6 de maio de 2013, o re-

servatório tinha 62,1% do total

de água capaz de armazenar.

A Sabesp faz um serviço

emergencial desde o dia 17 de

março para retirar água do fun-

do dos reservatórios do Canta-

reira. Segundo a companhia, o

"volume morto" poderá abas-

tecer a Grande São Paulo por

quatro meses e deve começar a

ser usado entre julho e agosto.

A obra está orçada em R$ 80 mi-

lhões e vai tornar útil uma reser-

va de 300 bilhões de litros de

água que fica abaixo do nível

das comportas.

Interior – Os rios que abaste-

cem as regiões de Campinas e

Piracicaba, no interior paulista,

entram no período de estiagem

com as vazões mais baixas dos

últimos dez anos, segundo mo-

nitoramento dos Comitês das

Bacias dos Rios Piracicaba, Ca-

pivari e Jundiaí (PCJ).

Dados da rede de telemetria

mostravam que o Rio Atibaia,

que abastece a cidade de Cam-

pinas, tinha vazão de 5,99 me-

tros cúbicos por segundo no fi-

nal da tarde de ontem. A cidade

já tem um plano para o raciona-

mento, embora a data de início

não tenha sido confirmada. (Es -tadão Conteúdo)

Sebastião Moreira/EFE

Represa do Sistema Cantareira, que registrou nova baixa.

José Patrício/Estadão Conteúdo

Nas vias expressas, velocidade média caiu para 7,9 km/h à tarde.

Maria de Jesus,uma inocente

linchada.

Oenterro na manhã de on-

tem da dona de casa Fa-

biane Maria de Jesus, de 33

anos, vítima de linchamento

no Guarujá, revela o risco que

há quando comunidades deci-

dem procurar bandidos e fazer

justiça com as próprias mãos.

Mãe de uma adolescente e

de uma menina de 1 ano, casa-

da, religiosa, Fabiane foi cer-

cada no sábado nas ruas do

bairro Morrinhos por uma tur-

ba violenta e foi agredida na

rua, na luz do dia, a pauladas.

Um vídeo mostra as cenas ter-

ríveis. Um jovem passou de bi-

cicleta sobre ela. Fabiane ti-

nha a Bíblia nas mãos. Depois,

foi levada a um hospital.

Mataram uma inocente. No

Guarujá, corria o boato de que

uma sequestradora estava

agindo na comunidade. Fabia-

ne foi acusada de ser essa cri-

minosa que levava crianças

para rituais de magia negra.

Seu rosto teria sido confundi-

do com o de suposta bandida

apresentado em retrato fala-

do no site Guarujá Alerta. A

imagem no site selou o trágico

destino dessa Maria de Jesus.

Ontem, a Polícia prendeu

um dos acusados de participar

do linchamento, identificado

como Valmir (ele aparece no

vídeo). Alegou que tem filhos e

que acreditou no boato.

Haddad libera avenda de

comida na rua

Prática comum em diversos

pontos da cidade, a venda

de comida de rua na Capital foi

regulamentada ontem. Ape-

nas pessoas jurídicas e mi-

croempreendedores indivi-

duais (MEI) poderão comer-

cializar alimentos nas vias e

terão de obedecer a uma série

de regras que restringem os

locais e as formas de comér-

cio. A venda de bebidas alcoó-

licas em via pública, por exem-

plo, é proibida pela lei, com ex-

ceção de eventos públicos ou

privados.

Não há restrição para o tipo

de alimento que será comer-

cializado. Entretanto, a lei pre-

vê a venda em apenas três ti-

pos de equipamentos: Os cha-

mados "food trucks", furgões

móveis, que poderão ter no

máximo 6,3 metros de com-

primento, os carrinhos ou ta-

buleiros com 1 m² e as barra-

cas desmontáveis com área

máxima de 4m². (EC)

Page 10: 070514

10 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 7 de maio de 2014

Acaba hojeo mistério de Felipão

Às 11h30, técnico da Seleção anuncia os 23 jogadores que terão a missão de buscar o hexa.

Um ano, três meses e

um dia depois de ter

reassumido a Sele-

ção brasileira com a

missão de levá-la ao hexa-

campeonato, Luiz Felipe Sco-

lari anuncia hoje, às 11h30, os

23 jogadores que tentarão

cumprir o objetivo. Diferente-

mente de outras ocasiões pré-

Copa, desta vez a lista não

apresentará surpresas, se-

gundo o próprio treinador. Ele

definiu a relação na última se-

gunda, em uma reunião na se-

de da CBF que teve a participa-

ção do coordenador Carlos Al-

berto Parreira e do auxiliar téc-

nico Flávio Murtosa.

A rigor, o "mistério" da con-

vocação fica por conta de qual

será o terceiro goleiro (Diego

Cavalieri ou Victor), quem ocu-

pará a vaga restante na zaga

(Henrique, Miranda ou Dedé) e

se Felipão levará mais um

meio-campista, Hernanes, ou

um atacante, Robinho. N a late-

ral direita, Maicon e Rafinha

disputaram a vaga restante

até o fim, mas tudo indica que o

jogador da Roma levou a me-

lhor. E Fernandinho tomou a

dianteira sobre Lucas Leiva no

duelo entre os volantes.

"Quem estiver seguindo a

Seleção nos amistosos e nas

convocações deverá ter um

mínimo de acerto de 21, 22 no-

mes", disse o treinador. "É qua-

se uma unanimidade essa con-

vocação. Não vejo dificulda-

de". Jô estará entre os relacio-

nados. O atacante do Atlético-

MG vai ficar parado por 15 dias,

consequência da entorse no

joelho direito sofrida no último

domingo na partida contra o

Goiás. Os médicos do clube mi-

neiro garantiram ontem que Jô

estará apto para se apresentar

no dia 26 para o início dos trei-

namentos na Granja Comary,

em Teresópolis (RJ).

Felipão anunciará os convo-

cados hoje, mas pelas regras da

Fifa só precisará enviar uma lis-

ta à entidade, com 30 nomes,

até o próximo dia 13. Depois, te-

rá até 2 de junho para informar

a relação definitiva (23 nomes).

Uma vez entregue a lista final,

alterações só poderão ser fei-

tas até um dia antes da estreia,

em caso de contusão –e o subs-

tituto não precisará estar entre

os 30 inicialmente designados.

O técnico já avisou que, hoje,

anunciará os 23 nomes.

D E SC O N T R AÇ Ã O O n te m ,

véspera da convocação, Feli-

pão passou um dia tranquilo.

Pela manhã, deixou o hotel na

Barra da Tijuca em que está

hospedado ao lado de Murtosa

para uma corrida de 10 km pe-

la orla. Apesar do forte ritmo,

parou algumas vezes para

conversar com torcedores e

recebeu aplausos e manifes-

tações de apoio.

Ao meio-dia, ele e Murtosa

chegaram à sede da CBF, onde

se encontraram com Parreira.

Os três passaram boa parte da

tarde reunidos. A última "ativi-

dade" do dia do trio da comis-

são técnica foi uma festinha,

com direito a bolo, docinhos e

salgadinhos, em comemora-

ção aos 82 anos do presidente

da CBF, José Maria Marin, com-

pletados ontem.

O dirigente elogiou os líderes

da comissão técnica. "Você, Fe-

lipão, devolveu o amor do povo

à Seleção. Você, Parreira e os

seus companheiros de comis-

são técnica são o melhor que

uma seleção pode ter". Felipão

retribuiu o elogio e disse que a

partir de agora a bola está com

ele. "Agora é que vem a parte

mais difícil", afirmou. "Agora é

que são elas", completou bem-

humorado. (Estadão Conteúdo)

Marcos Arcoverde/Estadão Conteúdo

Luiz Felipe Scolari chega ao estacionamento da CBF

A Seleção dosinter nautas

Por mais de um mês, o Diáriodo Comércio permitiu que

seus internautas enviassem a

escalação da Seleção brasileira

que consideram ideal para a

CopadoMundo de2014.Apro-

moção foi encerrada em 1º de

maio e os mais votados aí estão.

Aos participantes foram sortea-

dos três exemplares autografa-

dos do livro Futebol –Uma Janelapara o Brasil, de Felipe Dias Car-

rilho (Editora Espiral, 2013). Os

contemplados foram: André

Matheus Souza Torloni, Gabriel

Antoniolli e Luiz Carlos de Souza

Silva. Acompanhe o noticiário

sobre a Copa no especial do

w w w. d c o m e r c i o . c o m . b r.

Itu. Pequenina,mas resolve!

José Maria Dos Santos

De duas ou três semanaspara cá, os papéis estãoinvertidos em Itu. Conhe-

cida por ser uma espécie de Brob -dingnag brasileira, celebrada peloculto ao gigantismo, a cidade estádemonstrando que tamanho nãoé documento. Esta mudança deparâmetros se deve ao futebol.Porém, antes de esclarecer a con-tradição, é conveniente lembrarque o nome citado acima se refereao segundo dos quatro destinosnas expedições empreendidaspelo herói de Jonathan Swift(1667-1745) em As viagens de Gul-l i ve r . Era a terra dos gigantes, emcontraposição à primeira parada,Liliput, reino dos pigmeus, que setornou o mais popular deles por-que, possivelmente, os seres hu-manos tenham mais facilidade emlidar com miniaturas.

A inversão foi provocada pelofutebol. Na primeira quinzena deabril, o Ituano Futebol Clube, umtime que tem o uniforme preto evermelho, as cores de Exu, que su-gerem travessura, sagrou-se cam-peão paulista. Embora o torneionão carregue o prestígio dos ve-lhos tempos, a conquista tem lá oseu valor, pois o clube superou ospapões do Estado – Cor inthians,São Paulo, Palmeiras e Santos. Aproeza – que repetiu a sempre se-dutora vitória de David contra Go-lias – atraiu as atenções para a ci-dade e, por consequência, colo-cou-a novamente em destaque.Lá, diz a lenda, tudo é maior doque em outros lugares. Essa fanta-sia ingênua, que tem uma diverti-da levada caipira, foi habilmenteexplorada de modo a se transfor-mar em atração turística. Hoje, a ci-dade exibe a Praça dos Exageros (àdir.), que ostenta equi-pamentos em dimen-sões espantosas: tabu-leiro de xadrez, garrafade Coca-Cola, orelhão.... Esse cenário de histó-rias infantis ajuda avender uma série deprodutos, como a enor-me borracha escolar oua caixa de fósforos deItu. Tudo isso foi revigo-rado pela taça conquistada. "Esseturismo tornou-se uma renda in-teressante para a cidade", afirma apsicóloga Allie Marie Dias de Quei-roz, secretária municipal da Cultu-ra. "Além de dar-lhe uma imagemextremamente simpática."

O dedo de Saint Hilaire – A fa-ma tem uma pincelada erudita.Foi impulsionada pelo botânico enaturalista francês Auguste deSaint Hilaire (1779-1853). Ele este-ve entre nós de 1816 a 1822, nosprimeiros tempos como membrode missão europeia para arbitrar ocontencioso de fronteira relativoao Brasil e Guiana, disputado porFrança e Portugal. Depois andoupelo País fazendo pesquisas querenderam vários livros. Porém, na-quilo que interessa a Itu, mostrouna sua obra Via ge ns através daspronvíncias de São Paulo e de San-ta Catarina a admiração pela exu-berância e tamanho dos seus fru-tos, principalmente romãs e cebo-las, conforme assinala a secretáriaAllie Marie. A partir daí, a grandio-sidade da cidade foi crescendo atéganhar corpo graças às apresenta-ções do humorista ituano Simplí-cio, aliás, Francisco Flaviano de Al-meida (1916-2004) na tevê nos

anos 60 e 70. Além de vestir umacamisa do Ituano Futebol Clube,ele gostava de propagandear asvirtudes descomunais da cida-de natal. Certamente o sotaqueinteriorano, pródigo na letra R,contribuiu para o sucesso. Umadas esquetes mais cortejadastrazia o seguinte diálogo com aesposa Ofélia:

– Vai, Ofélia. Diga pro homemde que tamanho é a abóbora láde Itu.

Ofélia abria os braços larga-mente fazendo um círculo:

– É deste tamanho.Zangado, Simplício corrigia:– Não, Ofélia. Não é pitanga. É

abób ora!Ele próprio se beneficiou com

a fama ao montar em Itu uma pi-zzaria que servia pizzas por me-tro. O fato é que o comediantetornou Itu conhecida em todoBrasil. Não por acaso, quandomorreu, os objetos despropor-cionais – orelhão, semáforo, etc –foram cobertos com pano de lu-to em sua homenagem.

Rumo à Copa – Na verdade, ofutebol está redesenhando agrandiosidade de Itu. Ainda sob osestalos dos rojões alusivos à faça-nha do Ituano Futebol Clube, a ci-dade se prepara para dar boas-vindas às seleções da Rússia e doJapão que lá ficarão alojadas du-rante a Copa. Os vermelhos esta-rão no San Raphael Country Hotele os amarelos, no Spa Sport Resort.À primeira vista, parece algo ba-nal. Mas um exame na geografiaem que se distribuem as concen-trações dos 32 países participan-tes do torneio revelará que Itu levavantagem. É a única entre os locaisde menor porte a abrigar a duasdelegações. Isto se deve ao seuIDH de 0,858; à rede hoteleira; àproximidade da capital paulista

(100 km) e do aeroporto de Vira-copos. Os hóspedes ilustres já tra-zem certa afinidade com Itu. A co-lônia japonesa começou com 170imigrantes que vieram na primeiraleva, a bordo do navio Kasato Ma-ru, em 1908; a russa, naturalmentemais reduzida, com 40 refugiados,abrigados em um seminário du-rante a 2ª Guerra.

Nas aventuras do cirurgião-via-jante Lemuel Gulliver, o escritorJonathan Swift sugere a terra dosgigantes como o melhor modelode sociedade entre os quatro lo-cais descritos no livro. Talvez o te-nha feito em homenagem ao seupaís, pois os irlandeses sempre sealinharam com os povos mais al-tos. Em todo caso, o livro é uma sá-tira à sociedade inglesa entre a se-gunda metade do século XVI e aprimeira do XVII. Se for lembradoque o lugarejo de Itu foi berço debandeirantes nos anos seiscentos;que, pequenina, tornou-se a cida-de mais rica da província de SãoPaulo no século passado e o lugaronde começou a nascer nossa re-pública com a célebre convençãode 18 de abril de 1873, seu gigan-tismo cenográfico também ganhaares de ironia.

Fotos: Renata Guarnieri/Prefeitura Itu/Divulgação

Estádio Municipal Dr Novelli Junior, a casa do Ituano.

Júlio César (36,8% dos votos)

Thiago Silva(68,4%)

David Luiz(68,4%)

Daniel Alves(63.1%)

Marcelo(73,6%)

Ramires(26,3%)

Luiz Gustavo(36,8%)

Paulinho(73.6%)

Oscar(68,4%)

Fred(31,5%)

Neymar(68,4%)

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quarta-feira, 7 de maio de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 11

O GUITARRISTA, CANTOR E COMPOSITOR DE JAZZ JOHN PIZZARELLI SE APRESENTA QUINTA (14) NO BOURBON STREET.

Em maio,

museus ligados à Secretaria

Estadual de Cultura de SP

têm entrada gratuita aos

sábados. Pinacoteca e

Estação Pinacoteca estão

entre eles.

MAM reúne 86 obras

de seu acervo. O tema

da exposição é levar os

visitantes

a refletirem sobre o poder.

Parque do Ibirapuera,

portão 3. Tel.: 5085-1300.

Frank Zappa - A Pioneer of the Future of Music é o

documentário que o Festival In-Edit exibe nesta

quarta (7). O americano Frank Zappa (1940-

1993) é cultuado pelo que realizou em várias

áreas da cultura. Transitou no mundo da música

como cantor e guitarrista; dirigiu filmes e

videoclipes; projetou e desenhou

capas de discos. Foi produtor discográfico.

Como instrumentista e autor, realizou

experiências no rock, fusion, jazz, músicas

eletrônica, concreta e erudita. O filme

selecionado pelo Edit reúne depoimentos de

artistas e estudiosos sobre a criatividade de

Zappa. Cinesesc. Rua Vergueiro, 1000.

Tel.: 3397-4002. Quarta (7). 21h. R$ 1.

Programação: www.in- edit.brasil.com

Uma odesarcástica a

Sampa.

Ousados traços a nanquim, estilosos,irreverentes e personalíssimos marcaram o

jeito de interpretar as aflições, manias,características da grande metrópole. Eram

os anos 80. O livro Humor Paulistanosintetiza e ilustra o espírito daquela era.

Que nasceu para ficar.

Fotos: reprodução

To n i n h o ,Angeli e Laerte:criadores deuma visãobem-humorada dametrópolepaulistana.

Ícone da Circo,traço elegante.

Ao lado,a força dotraçado:

concepçãoestética

no rigor e natransmissão da

ideia.

A capa do livro:Humor Paulistano,

um documento.

Há 30 anos nascia um novo

estilo de humor. Um

humor sarcástico,

anárquico, urbano, politicamente

incorreto e paulistano. Os pais

desse estilo são, nada mais,

nada menos, que Angeli,

Laerte, Glauco, Paulo e

Chico Caruso e Alcy.

A casa desses artistas do

humor, e do nanquim, é a Circo

Editorial (1984 – 1995), que tem

toda a sua trajetória narrada, e

ilustrada, no livro HumorPa u l i s t a n o . Editado pela SESI-SP e

organizado por Toninho Mendes,

editor e idealizador da Circo, o

livro conta como a mítica editora

dos anos 80 fez história com

publicações com Chiclete com

Banana, Piratas do Tietê e

Geraldão -- e publicou mais de

100 revistas, 40 livros, além de

vender mais de oito milhões de

exe m p l a re s .

Com 432 páginas, o livro

resgata essa produção em seis

capítulos ilustrados com diversos

quadrinhos publicados pela Circo

Editorial, e arrancam boas

risadas. No encarte, o poema-

revista A confissão para o Tietê, de

autoria de Toninho Mendes, com

ilustração de Jaca.

Bob Cuspe, Geraldão, Mara

Tara e O Casal Neura são apenas

alguns dos personagens que

tiveram seus quadrinhos

estampados nas páginas de

revistas publicadas pela Circo. Já

seus autores criaram uma nova

categoria de humor,

o paulistano. Se antes

publicações eram

predominantemente cariocas,

com a verve de Sampa, passou a

ser possível fazer rir com um

personagem que trabalha como

office boy, como Angeli fez com

Bob Cuspe. Ou o Punk, que mora

no esgoto e se alimenta dos

detritos descartados pelos

moradores da “superfície”.

E as histórias não adquiriram

só novos tipos de protagonistas,

o ambiente era outro: em vez da

praia, a boêmia paulistana.

“Era um humor auto irônico,

urbano, solitário. Ele não tratava

do próprio umbigo, mas de

assuntos que faziam parte da

vida das pessoas. Elas se

enxergavam nas

páginas da Circo,

sendo

ridicularizadas,

c l a ro”, brinca

To n i n h o.

Ele também conta

que a Circo tratava de

assuntos que hoje

estão mais em

evidência “A questão

da mulher foi

discutida em todas as

edições da Circo, de

uma maneira muito

contemporânea e

verdadeira, isso era

incrível. O Glauco,

com o Casal Neura, o

Angeli, com a Mara

Tara. E as revistas com

a Mara Tara na capa

vendiam que nem

água”, lembra.

Tudo tem seu

tempo. E aquele era o

tempo perfeito da

Circo Editorial, que

nasceu em abril de

1984, o dia da

votação pelas

Diretas. “O timing foi

perfeito, pois a Circo

nasceu na pós-censura e no pré-

politicamente correto. Só não

sobreviveu à inflação. Que

fechou as nossas portas”,

ex p l i c a .

Revistaspublicadas pelaCirco: Chicletecom Banana

(Angeli);Geraldo,Glauco; e

Piratas do Tietê(Laer te).

Ana Barella

Convite à leitura completa do livro...

Um certotravo deamar gura:psicologiano recado(irônico) dopersonagem.O melhor doh u m o r.

POR ANGELI, LAERTE E AMIGOS.

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12 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 7 de maio de 2014

.C..ELEBRIDADES

O apê ecológico deLeonardo DiCapprio

O ator Leonardo

DiCaprio comprou um

apartamento ecológico

de US$ 10 milhões no

Greenwich Village, Nova

York, com duchas com

infusão de vitamina C.

O edifício tem ainda ar e

água purificados,

aromaterapia no circuito

de refrigeração e

iluminação que simula o

amanhecer. A vaga no

estacionamento vale

US$ 1 milhão.

.D..ESIGN

Bicicleta dobrável

.V..AT I C A N O

Recruta de elite

.M..ÚSICA

Perdida há140 anosPartitura de

'O coração de

um homem é

como uma

mina', de Felix

Mendelssohn.

Perdida há

140 anos, a

partitura foi

encontrada

entre os

pertences do

neto de um

músico nos

EUA e será

leiloada em

Londres dia 21.

.L..OTERIAS

Concurso 1278 da DUPLA-SENA Segundo sorteio

09 12 32 33 40 50

Concurso 3481 da QUINA

11 18 52 61 68

.L..IVROS

Censura a biografias? Câmara diz não.A

Câmara dos Deputados

aprovou a liberação de

publicação de biogra-

fias sem autorização prévia. O

projeto cria a possibilidade de

quem se sentir atingido em

sua honra com a obra buscar

um juizado especial em busca

de uma decisão que retire da

biografia o trecho questiona-

do em edições futuras. Esse

pedido andaria em paralelo a

ações civis e criminais consi-

deradas cabíveis pela pessoa

que se julgar prejudicada. O

projeto segue para aprovação

do Senado.

O tema chegou ao Congres-

so após um intenso debate no

meio artísticos. Figuras públi-

cas como Roberto Carlos, Cae-

tano Veloso, Gilberto Gil e Chi-

co Buarque chegaram a se or-

ganizar em um grupo, o Procu-

re Saber, para defender a

necessidade de autorização

Jeon

Heo

n-Ky

un/E

FE

MEMÓRIA - Sul-coreanos colocaram barcos de papel amarelo na praça da prefeitura de Seul

ontem para homenagear as vítimas do naufrágio da balsa Sewol. O naufrágio ocorreu em 16 de

abril no Mar Amarelo e 242 mortes foram confirmadas.

s

EFE

Para lembrar onome do

instrumento emque é inspirado,o anel recebeu onome de KXX.

Primeiro sorteio

04 08 13 31 38 45

Tat uagensterapêuticas

Henna Heals, projeto

desenvolvido em Toronto,

no Canadá, ajuda a elevar

a autoestima de pacientes

com câncer. Artistas

especializados em

tatuagens de henna criam

belas coroas para o couro

cabeludo de pessoas de

todas as idades que

perderam os cabelos por

causa da quimioterapia.

Quem pode, paga pela

tatuagem e parte do valor

financia o cuidado para

quem não pode.

w w w. h e n n a h e a l s . c a

Anéis sonorosProduzidos em

impressoras 3D, os anéis

criados por Michiel

Cornelissen, da Holanda,

reproduzem o som do

brasileiríssimo caxixi.

http://goo.gl/gKwrXK

Coragem na pele

Do tamanho de um guarda-chuva.

É assim que a bicicleta Sada fica

depois de dobrada. Segundo o

fabricante italiano, a mágica é

proporcionada pela ausência de

aros nas rodas. Cabe na mochila.

w w w. s a d a b i k e . i t

com o argumento de que as

obras poderiam ferir o direito a

privacidade Após divergên-

cias internas, Roberto Carlos

acabou deixando o grupo.

O relator da proposta, Ales-

sandro Molon (PT-RJ) acredita

que foi encontrado um equilí-

brio entre os argumentos de

defesa do direito à privacida-

de e à liberdade de expressão.

"Esse acordo permitiu uma

fórmula que equilibra esses di-

reitos em aparente oposição",

disse o parlamentar.

Uma das poucas vozes a se

manifestar contra a proposta,

o deputado Marcos Rogério

(PDT-RO) argumentou que ca-

be ao Judiciário definir qual

dos direitos deve prevalecer

na análise individual de cada

obra. "Não cabe à lei dar pre-

valência a um direito em rela-

ção ao outro", argumentou.

(Estadão Conteúdo)

Imagem de samurai nas

costas de um homem. A

foto integra uma exposição

dedicada a tatuagens em

cartaz no Museu de Quai

Branly, em Paris, até

outubro de 2015.

Novo soldado da Guarda

de Elite do Vaticano realiza

sua primeira missão em

cerimônia realizada

ontem. A Guarda Suíça do

Vaticano foi fundada em

1506 e é composta por

cem soldados voluntários

que devem,

obrigatoriamente, ter

nacionalidade Suíça e

professarem o catolicismo.

Os soldados devem, ainda,

ser solteiros, ter mais de

1,74m e não podem usar

barba. Os novos membros

da Guarda são integrados

sempre no dia 6 de maio,

para lembrar a data em

que 147 soldados suíços

morreram enquanto

defendiam o papa

Clemente VII durante o

Saque de Roma, em 1527.

Tony Gentile/Reuters

EFE

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quarta-feira, 7 de maio de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 13

OCDE reavalia crescimento brasileiroA perspectiva de expansão do PIB para 2014 foi

revisada para 1,8%, segundo a Organização para aCooperação e o Desenvolvimento Econômico. A

previsão anterior era de 2,2%

Divulgação OCDE

Angel Gurria: "Ainda não saímos da fase crítica,porque o que estamos vendo são númerosmelhores, mas os riscos ainda existem".

INFLAÇÃO PAULISTANAO Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de

São Paulo teve alta de 0,53% em abril, depoisde subir 0,74% em março, informou a Fundação

Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Para Tombini,expansão ficarána faixa de 2,3%.

As previsões do presidente do Banco

Central (BC), Alexandre Tombini, são

mais otimistas que as da OCDE: ele

mantém a previsão de crescimento do PIB

neste ano em torno dos 2,3%, mesmo

patamar de 2013. Para ele, ainda há

capacidade de geração de emprego e

renda para manter equilibrada a demanda

no mercado doméstico.

Tombini assegurou ontem, durante

evento em São Paulo, que o governo

brasileiro está atento para manter a

estabilidade econômica de forma a manter

o ambiente favorável à expansão dos

investimentos do setor privado. Ele

advertiu que “não se deve confundir

volatilidade com vulnerabilidade”.

Na avaliação dele, o Brasil está

preparado para enfrentar os desafios nesta

fase de transição da economia

internacional, graças à política de ajuste

monetário e ao fato de ter um colchão de

liquidez com as reservas internacionais em

US$ 378 bilhões, além de um sistema

financeiro capitalizado. O quadro

internacional de uma forma geral, segundo

Tombini, é liquidamente positivo, pois a

economia global vai crescer no futuro e

haverá mais comércio internacional. "Há

perspectiva de que o comércio

internacional crescerá em torno de 4%

neste ano e de 5,5% em 2015", afirmou.

O presidente do BC enfatizou o ambiente

atípico que se processou paralelamente ao

ajuste fiscal e à ocorrência da depreciação

cambial. No entanto, destacou os

resultados da solidez da economia e citou o

fato de a inflação medida pelo Índice de

Preços ao Consumidor (IPC) ter ficado, em

2013, em torno de 4%. Perguntado se a

inflação não estaria elevada demais, pois

aparentemente o teto de 6,5% teria se

tornado a meta, foi enfático. "Não há nada

que nos leve a ter uma inflação no Brasil no

teto da meta", disse. "Não há nenhuma

predestinação a termos inflação mais alta

que o centro da meta".

A estimativa dele é que as elevações de

preços dos últimos meses, principalmente,

dos alimentos, causadas pelas

adversidades climáticas, e mesmo o

aumento do custo da energia não devem se

prolongar por muito tempo. (Agências)

Grandes têm o mando do jogo

AOrganização para a Coo-

peração e o Desenvolvi-

mento Econômico (OC-

DE) revisou para baixo

as perspectivas de crescimento

da economia brasileira em 2014,

de 2,2% para 1,8%, e em 2015, de

2,8% para 2,5%. Causa apontada:

a queda da demanda procedente

de outros países emergentes e o

endurecimento das condições

monetárias com a inflação.

Em seu relatório semestral

Economic Outlook, divulgado on-

tem, a organização afirma que

será a demanda externa, caso se

confirme a recuperação global, o

que estimulará a economia bra-

sileira. Já o consumo será repri-

mido pela alta taxa de juros.

Também as eleições presiden-

ciais afetarão o investimento,

que deverá ser menos dinâmico

do que no ano passado, prevê o

e s t u d o.

Os autores do relatório afir-

mam que a política monetária

restritiva, que levou o Banco Cen-

tral a subir as taxas de juros, terá

que seguir se acentuando para

manter a inflação dentro das ta-

xas estipuladas. "Adiar a desin-

flação só teria custos em termos

de crescimento e de perdas de

emprego", advertem, além de

aconselhar o BC a antecipar para

antes de 2016 a volta da inflação

ao seu objetivo.

Segundo a OCDE, isso poderia

contribuir para dar "plena inde-

pendência" ao BC, assim como di-

minuir as pressões da demanda.

De acordo com o cenário de

base da OCDE, a inflação média,

que foi de 6,2% em 2013, ficará

em 5,9% em 2014 e em 5,5% no

próximo ano.

A organização assinalou que o

anúncio do governo de que espe-

ra aumentar o superávit fiscal,

após o índice ter ficado em 1,9%

do Produto Interno Bruto em

2013 (o mais baixo desde 2009),

deve ser "respaldado por um

compromisso crível".

Para isso sugeriu, por exemplo,

a adoção de uma regra de despe-

sa ou cortar o vínculo automático

entre o salário mínimo que vive

um "rápido aumento" e algumas

contribuições sociais.

A OCDE alerta que o mercado

de trabalho segue tenso diante

das pressões de alta de salários,

apesar ao lento aumento do em-

p re g o.

Além disso, citou outros obstá-

culos para a expansão da deman-

da interna, como a lenta evolução

do investimento, os "gargalos" na

infraestrutura, as proteções co-

merciais, os impostos elevados

com efeitos de distorção, assim

como os baixos níveis de capital fí-

sico e humano.

Embora o governo tenha dese-

nhado um "ambicioso" plano de

infraestrutura, a OCDE manifesta

dúvidas sobre sua capacidade pa-

ra cumprir o estipulado. (EFE)

Votação do Simples ficou para hojeGabriela Korossy/Agência Câmara

Puty: “Houve um acordo para que as tabelas doSimples e também os valores dos sublimites

adotados por alguns estados sejam revistos”.

Silvia Pimentel comprometeu a enviar ao Con-

gresso, em 90 dias, um projeto de

lei que traria a revisão das tabe-

las. Em troca, o relator Cláudio Pu-

ty (PT-PA) retirou do texto o reajus-

te de 20% no teto de faturamento,

hoje de R$ 3,6 milhões. O compro-

misso foi assumido pelo ministro

Guilherme Afif Domingos, da Se-

cretaria da Micro e Pequena Em-

presa. De acordo com o ministro,

já está acertado que as tabelas do

Simples serão revisadas “a qua-

tro mãos”, pelo Ministério da Fa-

zenda, a Fipe-SP, a FGV-RJ e a Fun-

dação Dom Cabral.

O deputado Cláudio Puty (PT-

PA), relator do PLP 221/12, disse

ter acatado o pedido do líder do

PMDB, deputado Eduardo Cu-

nha, e do ministro Guilherme Afif

Domingos para retirar do relató-

rio o reajuste dos sublimites esta-

duais do regime tributário. “H o u-

ve um acordo para que as tabelas

do Simples, e também os valores

dos sublimites adotados por al-

guns estados sejam revistos”, in-

formou. A ideia inicial do relator

era propor um reajuste nos valo-

res, afetando os estados que po-

dem adotar tetos diferenciados

de faixas de receita bruta. A alte-

ração nos valores é um dos pon-

tos polêmicos do projeto. Pelo

texto, fica eliminada a possibili-

dade de os Estados adotarem o li-

mite de R$ 1,26 milhão. E o limite

mínimo para os Estados com par-

ticipação de 1% do PIB passa a ser

de R$ 1,8 milhão.

A cobrança do Imposto Predial

e Territorial Urbano (IPTU) dos

empreendedores individuais

(MEIs) também gerou controvér-

sia nas reuniões de ontem. Hoje,

um empreendedor que formali-

za o seu negócio e indica o ende-

reço de sua residência corre o

risco de ter aumento do IPTU,

que passa de residencial para

comercial. O texto proíbe o mu-

nicípio de aumentar o imposto

após a formalização. Mas as ca-

pitais querem negociar uma fai-

xa menor de IPTU comercial para

esses empreendedores. O mi-

nistro Afif destacou que a pro-

posta desburocratizará a vida do

pequeno empresário. "Há um

avanço no processo de fecha-

mento e abertura da empresa,

estamos instituindo o cadastro

único das empresas. Hoje, ela

tem de ter um cadastro federal,

municipal, estadual, no meio

ambiente, no corpo de bombei-

ros e agora vai ter um número só:

o CNPJ", disse.

Aperspectiva para o

crescimento da eco-

nomia global neste

ano também foi revi-

sada pela OCDE, para 3,4%.

No Economic Outlook de no-

vembro do ano passado, eram

previstos 3,6%. Para 2015, a

alta aceleraria para 3,9%. Se-

gundo a organização, a res-

ponsabilidade pelo cresci-

mento é das economias avan-

çadas, uma vez que os países

em desenvolvimento que

cresciam de forma rápida an-

teriormente perdem fôlego.

"Ainda não saímos da fase

crítica, porque o que estamos

vendo são números melhores,

mas os riscos ainda existem",

comenta o secretário-geral da

OCDE, Angel Gurria. “Cres ci-

mento baixo ainda existe, nú-

meros muito altos de desem-

prego ainda existem."

Além disso, economias

emergentes como China e

Rússia estão se tornando um

peso sobre a economia global,

embora não devam arruinar a

recuperação que comanda-

vam até recentemente, disse

Gurria. A China, na perspecti-

va da OCDE, deve crescer

7,4%, ante projeção anterior

de 8,2%, devido ao esfriamen-

to do boom da construção e do

aperto das condições de em-

préstimo. Para a Rússia a pro-

jeção de expansão é de ape-

nas 0,5%. O país terá que lidar

com a queda rápida da con-

fiança e a volatilidade do mer-

cado financeiro causada por

seu impasse com o Ocidente

devido à Ucrânia.

A OCDE estima que a econo-

mia dos Estados Unidos, a

maior do mundo, crescerá

2,6% neste ano, ante perspec-

tiva de avanço de 2,9% divul-

gada em novembro, depois

que o clima desfavorável pro-

vocou danos no início do ano.

Já a expectativa para a zona

do euro é de expansão de 1,2%

em 2014, melhor do que a

perspectiva de crescimento

de 1,0 por cento da OCDE em

n o v e m b ro.

O cenário melhor coloca a

zona do euro ao lado do Japão,

cuja expectativa também é de

crescimento de 1,2% neste

ano. Mas essa perspectiva foi

reduzida ante 1,5 por cento

anteriormente, após um au-

mento de imposto.

Finalmente, a OCDE pede ao

Banco Central Europeu (BCE)

que adote medidas imediatas

para conter a ameaça de defla-

ção, que afeta a confiança do

consumidor e das empresas. A

organização sugere o corte da

principal taxa de juros para zero

pelo menos até o fim de 2015 e

recomenda que o banco tam-

bém leve sua taxa de depósito

para território negativo.

E com a recuperação dos Es-

tados Unidos mais forte, a OC-

DE recomenda que o Federal

Reserve, banco central norte-

americano, encerre suas com-

pras de ativos neste ano e co-

mece a elevar os juros no pró-

ximo. (Reuters)

Após intensas negocia-

ções durante toda a tar-

de de ontem a Câmara

dos Deputados adiou

para hoje a votação da proposta

que atualiza o Supersimples (PLP

221/12). O texto apenas foi discu-

tido pelos parlamentares. A cria-

ção de uma nova tabela para a tri-

butação de centenas de ativida-

des a serem incluídas no Simples,

com alíquotas que variam de 16%

a 22%, foi o principal ponto de dis-

córdia. Os deputados ligados ao

DEM alegavam que, com os valo-

res propostos, micro e pequenas

empresas não teriam redução da

carga tributária.

A nova tabela é fruto de um

acordo com o governo, que se

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14 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 7 de maio de 2014

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quarta-feira, 7 de maio de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 15

Famílias vulneráveis não podem arriscar a educação dos filhos enquanto estruturam um negócioMarcelo Cabral, do Ministério do Desenvolvimento

MEI é porta de saída do Bolsa FamíliaEx-beneficiários do programa de transferência de renda, que se tornaram MEIs, conseguiram ampliar os ganhos e deixaram de ser dependentes do auxílio federal.

Uma porta de saída

do Bolsa Família po-

de ser exatamente

outra porta – a de

entrada das famílias pobres

no empreendedorismo for-

mal. Dos 3,8 milhões de Mi-

croempreendedores Indivi-

duais (MEI) do País registra-

dos até abril, 10% são benefi-

c i á r i o s d o p ro g r a m a d e

transferência de renda condi-

cionada à comprovação de

acesso à educação e à saúde,

de acordo com o Ministério do

Desenvolvimento Social e

Combate à Fome (MDS).

Essa participação tem cres-

cido: em 2011, o porcentual

era de 7,3% de beneficiários

com pequenos negócios for-

malizados. São, principal-

mente, mulheres nordestinas

jovens com pouca escolarida-

de. Mães e chefes de família

que trabalham como comer-

ciantes de roupas, cabeleirei-

ras, manicures, donas de mer-

cearias, bares e vendedoras

ambulantes.

Dentre as pessoas que rece-

bem Bolsa Família, mais de

70% trabalham, aponta o

MDS. Mas, sem renda suficien-

te para garantir o sustento

confortável da família, o bene-

fício serve como proteção à si-

tuação de vulnerabilidade so-

cial, avalia o órgão. O progra-

ma, que começou com 3,6 mi-

lhões de famílias em 2003,

cresceu e em abril atingiu 14,1

milhões de beneficiários –

93% mulheres. O desembolso

foi de R$ 2,1 bilhões.

Dentre os que entram e os

que saem do Bolsa Família ano

a ano, o MDS afirma que a rota-

tividade é em torno de um mi-

lhão de beneficiários. Famílias

com renda maior que R$ 140

por pessoa por mês estão

além do limite para receber o

b e n e f í c i o.

A integração de políticas é a

aposta do governo contra a

pobreza "Temos pessoas que

recebem Bolsa Família, são

MEI e acessam o microcrédito

via programa Crescer. As famí-

lias vulneráveis não podem ar-

riscar a educação dos filhos

enquanto estruturam um ne-

gócio. É uma estratégia com-

binada", afirma o diretor de

programas do MDS, Marcelo

Cabral. Com a formalização

dos negócios via MEI, os em-

preendedores têm acesso a

direitos como aposentadoria e

auxílio -maternidade.

Pr o d u t i v o – O crédito para

empreender, e não para con-

sumir, é o objetivo do progra-

ma Crescer, de microcrédito

produtivo orientado. Lançado

em meados de 2011, baixou

as taxas de juros da modalida-

de de cerca de 60% para 8% ao

ano e convocou os bancos pú-

blicos a expandir a sua atua-

ção. Desde então, o saldo total

dessa carteira saltou de R$ 1,2

bilhão para R$ 5,1 bilhões em

fevereiro deste ano, segundo

o Banco Central.

Segundo dado do MDS, 29%

dos tomadores de crédito via

programa Crescer também re-

cebem Bolsa Família, o que re-

presenta um universo de 2,7

milhões de operações.

Perfil empreendedor – No

município de Anastácio, no

Mato Grosso do Sul, Rosinete

Ramos dos Santos, de 38

anos, com dois filhos em idade

escolar, de 7 e 8 anos, e um de

19 anos, recebe Bolsa Família

e complementa a renda ven-

dendo roupas, acessórios e

produtos de cama, mesa e ba-

nho de porta em porta. Antes

do benefício, Rosinete vivia de

bicos como diarista. "Não tive

estudo, trabalhei desde pe-

quena na fazenda", diz.

Com o microcréd i to do

Crescer, fez um empréstimo

de R$ 900, já quitado. O di-

nheiro foi usado para com-

prar mercadorias. "Meu so-

nho é ter uma loja. O que eu

quero é poder devolver o car-

tãozinho do Bolsa Família e

Rafael Hupsel/LUZ

ver que eu venci", conta. Para

realizar esse plano, ela pensa

em tomar um empréstimo

maior, de R$ 10 mil.

Na prevenção à inadimplên-

cia, a Caixa Econômica Fede-

ral diz que investe na qualifi-

cação dos projetos antes de

conceder os empréstimos.

Segundo o MDS, a inadim-

plência de quem recebe Bolsa

Família é semelhante à geral

do microcrédito. O valor mé-

dio emprestado é de R$ 1 mil,

pago em sete parcelas de até

R$ 150. (EC)

Cabeleireiras estão entre a maioria dos MEIs. Sendo microempreendedores, elas têm acesso a microcrédito, podendo, assim, crescer.

Maratona de finançasRejane Tamoto

Ações americanas, para brasileiros.

Uma maratona de cur-

sos, palestras e publi-

cações sobre finan-

ças pessoais termina na pró-

xima sexta-feira, como parte

da programação da primeira

Semana Nacional de Educa-

ção Financeira. O evento é

voltado para investidores,

profissionais do setor e tam-

bém crianças e adolescen-

tes. A semana foi organizada

pelo Comitê Nacional de

Educação Financeira (Co-

nef) – formado por Banco

Central (BC), Comissão de

Valores Mobiliários (CVM),

Prev ic , Susep, Anbima,

BM&FBovespa, Febraban,

Confederação Nacional das

Empresas de Seguros (CN-

Seg) e os ministérios da Fa-

zenda, Educação, Previdên-

cia Social e da Justiça. A pro-

gramação completa está

disponível no site w ww.s e-m a n a e n e f. g o v. b r .

Em São Paulo, quem qui-

ser conhecer as instalações

da bolsa de valores e saber

como ela funciona terá a

chance de fazer uma visita

m o n i t o r a d a h o j e n a

BM&FBovespa, no centro da

Capital. Basta comparecer

das 9h às 17h.

Na quinta-feira, a Asso-

ciação de Educação Finan-

ceira do Brasil (AEF-Brasil)

lançará uma plataforma

aberta de livros de educa-

ção financeira. Ao todo, no-

ve publicações ficarão dis-

poníveis no site w ww.e d uf i-n a nc e i ra n a es c o la . o rg. b r p a-

ra professores de mais de

27 mil escolas públicas e

particulares de ensino mé-

dio do País.

O material trará 72 situa-

ções didáticas que permiti-

rão ao professor desenvol-

ver a capacidade do aluno de

analisar o seu contexto fi-

nanceiro e do mundo para to-

mar decisões de forma cons-

ciente. Em parceria com o

Ministério da Educação, o

projeto faz parte da Estraté-

gia Nacional de Educação Fi-

nanceira (ENEF), implemen-

tada em 2010.

Na sex ta , às 13h e às

16h30, as f inanças pes-

soais serão abordadas em

palestras na sede do Banco

Central, na avenida Paulis-

ta. Para participar, é neces-

sário fazer a inscrição no si-

te oficial. Das 15h às 17h o

educador financeiro André

Massaro vai falar sobre o te-

ma "Você e o Dinheiro", no

I n s t i t u t o E d u c a c i o n a l

BM&FBovespa e as inscri-

ções terminam hoje.

No ambiente virtual, a Fe-

braban promove uma gin-

cana de educação financei-

ra no portal Meu Bolso em

Dia (w w w. m e u b o l s o e m-d i a. c o m . br ). Podem partici-

par pessoas com idade su-

perior a 14 anos, que devem

responder em cinco etapas

questões de múltipla esco-

lha sobre as finanças em di-

ferentes fases da vida. O ob-

jetivo é levar à reflexão so-

bre as mudanças das ne-

cessidades financeiras e da

importância de controlar o

orçamento. No final, haverá

um vencedor por região do

País, que será premiado

com um notebook.

Rejane Tamoto

Oinvestidor

institucional e o

qualificado – ou seja,

que tem recursos livres para

aplicações acima de R$ 1

milhão – estão passando pelo

processo de olhar para além

das fronteiras nacionais

quando o assunto é a

diversificação da carteira. E

quem quer atender a esse

filão é a gestora global de

recursos BlackRock, que

lançou ontem o primeiro ETF

(Exchange Traded Fund, ou

fundo de índice de ação) local

com exposição a ações

internacionais. O produto

busca o retorno, em reais, do

índice S&P 500, que reúne as

ações de 500 empresas

líderes em seus setores nos

Estados Unidos. O investidor

pode comprar e vender as

cotas na bolsa de valores, em

reais, sob o código IVVB11.

Ontem, no fim do pregão, a

cota do fundo valia R$ 42 e

foram vendidas mil. A

quantidade mínima de cotas

para investimento é dez. O

ETF investe em um fundo no

exterior que, existente desde

2000, tem mais de R$ 53

bilhões em ativos sob gestão.

Esse é o 9º ETF sob gestão da

BlackRock no Brasil, que

lançou os primeiros quatro

produtos em 2008.

Armando Senra, diretor

responsável por América

Latina e Ibéria da BlackRock,

diz que outro público-alvo são

os fundos de pensão, para o

qual a gestora já oferece um

outro produtos distribuído

pelo Banco do Brasil. Na

avaliação de Senra, o

investidor brasileiro passa

por um momento já vivido por

outras nações. "Há 25 anos o

investidor nos Estados

Unidos investia em ações

locais e em títulos do Tesouro,

como faz o brasileiro hoje.

Isso mudou lá e começa a

mudar aqui. Em alguns

mercados, esse processo de

diversificação global foi mais

rápido, como no México, Chile

e Colômbia", afirma.

Para Senra, o mercado de

capitais brasileiro tem

potencial de crescimento e

ele vê a economia com

otimismo, por causa da visão

de longo prazo. "Há um

grande ruído sobre a

economia brasileira no curto

prazo. Mas para nós continua

positivo porque o País tem

uma grande economia, o

crescimento da classe média

e do consumo. É uma grande

história a longo prazo",

afirma o executivo.

Bruno Stein, diretor da

BlackRock no Brasil diz que o

ETF iShares S&P 500 permite

ao investidor diversificar

geograficamente e em

setores da economia. "Para

se ter uma ideia, a

participação de empresas de

tecnologia da informação no

índice é de 19%, e no

Ibovespa é de 2,5%. As

empresas de saúde tem peso

de 14% no S&P 500 e de

apenas 1% no Ibovespa",

diz Stein.

A gestora pretende lançar

outros produtos atrelados a

índices de ações

internacionais, mas ainda

depende dos reguladores.

"Este não será o único

produto que vamos lançar",

diz Senra.

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16 -.ECONOMIA DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 7 de maio de 2014

Os investimentos previstos para cinco hotéis deluxo no Rio de Janeiro somam R$ 890 milhões

Passageiro Vip

Contatos com oautor pelo e-mail: [email protected]

Tem urubu napista

Quando sobrevoava

Belém, o voo 3454 da

TAM, que partiu lota-

do de São Paulo no dia 27 de

abril, tinha tudo para cumprir

o horário. Foi quando veio a

má notícia pelo comandante

Pandolfo. As chuvas que

caíam sobre a cidade impe-

diam o pouso, e por isto o

avião sobrevoaria a região

até que o tempo melhorasse.

Uma hora depois, isto não

aconteceu. A aeronave se di-

rigiu, então, para Marabá,

554 Km ao sul do Estado.

“Sem grooving e com pista

molhada, é realmente arris-

cado pousar em Belém”, diz

o consultor Adalberto Febi-

liano. Outra surpresa desa-

gradável aguardava na ca-

beceira da pista de pouso:

uma pequena nuvem negra

formada por urubus. O avião

arremeteu para pousar pelo

lado oposto. Já no aeroporto

da cidade, os passageiros ti-

veram que aguardar por con-

dições meteorológicas favo-

ráveis em Belém. Oito horas

depois, o avião chegou ao

destino. O mesmo tempo

que levaria para Miami.

Afinal, o que aconteceu?

Há uma somatória de inci-

dentes que se tornaram tris-

te rotina em diversos aero-

portos brasi leiros, e dos

quais este caso emblemático

que testemunhei é exemplo.

Um aeroporto como o de Be-

lém não deveria depender de

bom tempo para operar. Ali

formam-se perigosas poças

d’água causadas por obras

mal sucedidas na pista, ca-

pazes de provocar aquapla-

nagem, diz o consultor Paulo

Roberto Afonso. A Infraero

diz que foram realizadas

obras para instalação de ra-

nhuras (grooving) em 400

metros da pista para aperfei-

çoar o escoamento em local

de frenagem das aeronaves,

mas fa l ta aprovação da

ANAC. Mas se em Belém cho-

ve quase todos os dias, por

que providências foram to-

madas só recentemente? Em

Seattle, sede da Boeing, cho-

ve diariamente, mas se de-

pendesse das autoridades

brasileiras a fábrica teria fe-

chado as portas há tempos.

Quanto aos urubus, o pro-

blema é crônico. A Infraero e

ANAC mantêm o programa

“Gestão do Perigo da Fauna

em aeroportos”para minimi-

zar a presença de aves em lo-

cais de pouso. A ANAC diz que

realiza inspeções e exige

ações corretivas quando ne-

cessário. Mas a coisa não é

tão simples. Por trás da ques-

tão estão depósitos de lixo

nas proximidades das pistas.

A eliminação depende das

autoridades dos municípios,

que em geral se omitem. As

aéreas, por serem conces-

são pública, sentem-se pou-

co à vontade para liderar o

a s s u n t o.

Qual é o tamanho do pre-

juízo? “É preciso somar o

combustível, maior custo da

aviação no Brasil, e a hora da

tripulação, entre outros fato-

re s ”. Quem responde é a

ABEAR, associação das com-

panhias aéreas, que prome-

te informar em breve quanto

custou este episódio.

Eis aí um retrato da avia-

ção no Brasil. O jogo de em-

purra-empurra de responsa-

bilidades reflete a falta de ar-

ticulação e um interlocutor

que represente os interesses

do viajante. Enquanto isto,

um Estado com potencial tu-

rístico fantástico como o Pará

se limita a ver aviões repletos

de viajantes de lazer e negó-

cios passarem por cima de

suas cabeças. Eles vão em di-

reção a lugares com melho-

res aeroportos, como o Cari-

be ou Miami.

Natural do municípo de

Castelo, Espírito

Santo, Paulo Neme, o

fundador da Rede Brasil

de locação de automóveis

mudou-se ainda criança

para Vitória, onde

estudou e desenvolveu

sua vida profissional.

Formado em Economia,

Neme trabalhou para as

empresas do pai até abrir

seu próprio negócio.

Tornou-se franqueador de

uma rede internacional de

aluguel de veículos, até

perceber que não tinha

liberdade para criar

diferenciais de mercado.

“Foi aí que, juntamente

com outros dois sócios,

resolvi criar a Rede

Brasil”, Neme conta.

Passados dez anos, a

iniciativa deu certo. Com

20 unidades, e planejando

inaugurar mais oito em

capitais brasileira ainda

neste ano, é a única

locadora que leva e traz o

automóvel ao cliente, sem

necessidade de ir à loja.

Por não exigir pontos

comerciais, os

franqueados têm

menores custos. Além

disso, a empresa realiza

entregas de encomendas

como alternativa a táxis e

transportadoras.

“Somente oferecendo

alternativas num

mercado tão competitivo

é que se pode alcançar o

s u c e s s o”, completa

Neme.

Div

ulga

ção

Paulo Neme

Brasil tem alta de 10,3% nademanda por voos internosTaxa de ocupação dos voos domésticos das companhias brasileiras foi de 79,8%, segundo a IATA.

Ademanda por voos

domésticos no Brasil

cresceu 10,3% em

março quando comparada a

igual período de 2013,

informou, em nota à

imprensa, a Associação

Internacional de Transporte

Aéreo (Iata). Esse resultado

mais uma alta de 3,4% na

oferta doméstica levou a

uma taxa de ocupação

dos voos domésticos das

empresas brasileiras

de 79,8%.

De acordo com a Iata, o

tráfego doméstico brasileiro

aumentou no mês por conta

das viagens de carnaval.

A associação, no entanto,

ainda vê preocupações

relacionadas à fraca

situação econômica do País

que pressiona para baixo a

demanda doméstica.

No resultado mundial dos

mercados domésticos a

demanda – medida em

p a s s a g e i ro s - q u i l ô m e t ro

transportados (RPK) – subiu

4% em março, ante

crescimento de 5,8%

verificado em fevereiro em

comparação a um ano antes.

Com alta de 4,9% na oferta

de assentos, a taxa de

ocupação das operações

domésticas pelo mundo

chegou a 80,5% em março.

Em relação às operações

internacionais, a América

Latina foi a única região do

globo que apresentou alta

na taxa de ocupação (load

factor) quando comparada

a março de 2013. A taxa de

ocupação das aeronaves

das companhias da região

passaram de 77% em março

de 2013 para 78,8% em

igual período deste ano.

"A perspectiva para as

empresas da América Latina

se mantêm positivas por

conta da robusta

performance de economias

como Colômbia, Peru e

Chile", afirmou a IATA.

No geral, informou a

associação, a demanda

pelos voos internacionais

cresceu 2,6% em março

deste ano ante mesmo mês

de 2013. O resultado

representa uma

desaceleração ao

crescimento de 5,4%

registrado em fevereiro,

ante um ano antes. A

demanda mais uma alta de

5,5% na oferta resultou em

taxa de ocupação dos voos

internacionais de

companhias de todos os

continentes 2,3 pontos

percentuais menor em

março, para 78%.

(Estadão Conteúdo)

Mister Shadow/Folhapress

O tráfego no território brasileiro aumentou em março por causa das viagens de carnaval

Hotelaria de luxo noRio terá forte

expansão até 2016M

ordomo 24 horas, me-

nu de travesseiros –al-

to, baixo, de pena de ganso,

antialérgico, entre outros –

e um hábil "concièrge" para

atender os pedidos mais di-

fíceis, de uma reserva num

restaurante disputado a um

espetáculo com ingressos

lotados. Nas redes top em

hotelaria de luxo, parece

não haver limites para sa-

tisfazer o hóspede. Carente

nesta área, o município do

Rio de Janeiro está prestes a

dar um salto em hotelaria

classe A, com aumento de

45% na oferta de aparta-

mentos até 2016, totalizan-

do quase 4.600 quartos. Os

números estão em pesqui-

sa da consultoria Howarth

HTL, que foi apresentada

ontem no Brasil Hospitality

Investment Conference,

em São Paulo.

A expansão – em quanti-

dade e em qualidade – vem

puxada principalmente pe-

la chegada à cidade de ver-

dadeiras grifes em hospe-

dagem urbana de luxo co-

mo Hilton, Trump e Emilia-

no. A consultoria listou seis

projetos com inauguração

estimada para este par de

anos. Quatro ficarão na Bar-

ra: Hilton Hotel Collection,

Grand Hyatt Residence,

Trump Hotel e Pestana Rio.

Haverá ainda o Emiliano,

em Copacabana, e o Hotel

Glória, que promete marcar

a chegada da estrelada

Four Seasons à cidade. No

total, de acordo com infor-

mações do mercado, os in-

vestimentos previstos para

cinco dos empreendimen-

tos chegam a R$ 890 mi-

lhões, sem contar o Pesta-

na, pois a rede não divulgou

dados sobre o projeto.

O conceito de hotelaria

de luxo, afirmou Mariano

Carrizo, diretor da Howarth

HTL no Brasil, vem mudan-

do. Atualmente, ele está fo-

cado na experiência, no es-

forço para oferecer ao hós-

pede uma estada única,

personalizada. Nos verda-

deiros hotéis cinco estrelas,

as suítes são arrumadas de

acordo com as preferências

do hóspede. Se já for cliente

habitual, ele vai encontrar o

travesseiro de sua prefe-

rência, frutas frescas e ali-

mentos e bebidas que cos-

tuma requisitar, sugestões

de programas que habitual-

mente procura, revistas e

jornais previamente esco-

lhidos, entre outros mimos.

O serviço de mordomo e de

concièrge funciona 24 ho-

ras e trabalha para tornar

realidade cada desejo do

hóspede. (AG )

Page 17: 070514

quarta-feira, 7 de maio de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 17

INSTITUTO AMERICANO DE PESQUISA, MEDICINA E SAÚDE PÚBLICA – IAPEMESPCNPJ: 09.501.484/0001-27 – Rua Tuiuti 2530 - Conj. 82-Tatuapé – São Paulo/SP CEP: 03307-005

Ativo 31.12.2012 31.12.2012Circulante 2.633.582,81 107.962,73Disponibilidades 2.553.737,02 28.116,94Caixa 27.807,61 27.807,61Bancos Conta Movimento 2.525.766,08 146,00Bancos Conta Aplicação Financ. 163,33 163,33Créditos 79.845,79 79.845,79Impostos a Recuperar 79.845,79 79.845,79Não Circulante 3.261.066,70 3.261.066,70Realizável a Longo Prazo 3.253.769,61 3.253.769,61Títulos a Receber 3.253.769,61 3.253.769,61Imobilizado 7.297,09 7.297,09Máq. Aparelhos e Equipamentos 2.997,90 2.997,90Equip. Processamento Dados 7.804,00 7.804,00Móveis e Utensílios 349,00 349,00Depreciação AcumuladaMaq. Ap. Equipamentos (1.357,33) (1.357,33)Depreciação Acumulada Eq.Proc. Dados (2.496,48) (2.496,48)Total do ativo 5.894.649,51 3.369.029,43

Passivo 31.12.2012 31.12.2012Circulante 167.485,66 16.416,83Fornecedores 349,00 349,00Obrigações Sociais e Fiscais 75.903,18 11.065,83Salários a Pagar 91.233,48 5.002,00Patrimônio Social 5.727.163,85 3.352.612,60Superavit-deficit acumulado 5.727.163,85 3.352.612,60Superavit-deficit doexerc. anterior 3.352.612,60 94.659,30

Superavit-deficit do exercício 2.374.551,25 3.257.953,30Total do passivo 5.894.649,51 3.369.029,43

31.12.2013 31.12.2012Receita operacional bruta 2.569.960,15 3.527.558,00Receita Bruta da Prestaçãode Serviços 2.569.960,15 -

Doações - 3.293.376,08Variação Patrimonial Voluntário - 176.200,00Recuperação de Despesas - 57.981,92(-) Deduções das Vendas 51.399,19 -Impostos e Contribuições 51.399,19 -Receita operacional líquida 2.518.560,96 3.527.558,00(-) Despesas operacionais (144.009,71) (64.277,21)Despesas Administrativas (41.802,10) (36.464,57)Despesas com Pessoal (101.269,93) (36.828,82)Rendimento Financeiro Líquido - 9.226,45Despesas Tributárias (937,68) (210,27)(-) Assistência Social-Custos Gratuidade - (205.327,49)

Serviços Médicos Voluntário - (176.200,00)Gastos com Transporte - (10.444,87)Gastos com Alimentação - (13.306,70)Outros Gastos - (5.375,92)= Superavit do exercício 2.374.551,25 3.257.953,30

Fluxos de caixa das 31.12.2013 31.12.2012atividades operacionais:

Resultado do período 2.374.551,25 3.257.953,30Ajustes p/ conciliar result.às disp. Ger. P/ ativ. Oper.

Despesas de Juros - 690,13Superavit bruto antes dasmud. No cap. De giro 2.374.551,25 3.258.643,43Var. nos ativos e passivosAum. /red.de contas a rec.o outros - (41.342,32)Aum. Realizável a Longo Prazo - (3.253.769,61)Aum./redução em Fornecedores - (18.939,50)Redução em contas a pagare provisões (151.068,83) (2.695,52)Caixa prov. das operações 2.223.482,42 (58.103,52)Juros Pagos - (690,13)IR. e Contribuição Social pagosFluxo de caixa antes dositens extraordinários 2.223.482,42 (58.793,65)

Receb. de indeniz. de segurosCaixa líq. Proveniente das ativ.operacionais 2.223.482,42 (58.793,65)Fluxos de caixa das ativ.de investimentos

Compras do Imobilizado - (3.939,00)Caixa líquido usado nas ativ.de investimentos - (3.939,00)Fluxos de caixa das atividadesde financiamentosAumento nas disponib. 2.525.620,08 (62.732,65)Disponib.-no início do período 28.116,94 90.849,59Disponib.-no final do período 2.553.737,02 28.116,94

superavit-deficit superavit-deficitAno do Exercício AcumuladoDeficit no ano de 2008 - (4.453,16)Superavit no ano de 2009 34.900,30 30.447,14superavit no ano de 2010 62.032,57 92.479,71superavit no ano de 2011 2.179,59 94.659,30superavit no ano de 2012 3.257.953,30 3.352.612,60superavit no ano de 2013 2.374.551,25 5.727.163,85

Nota 1. Contexto operacional: O Instituto Americano dePesquisa, Medicina e Saúde Pública – IAPEMESP, comforo e sede na cidade de São Paulo/SP, é pessoa jurídicade direito privado, constituída por tempo indeterminado, semfins lucrativos e econômicos, de caráter cultural, filantrópico,assistencial, promocional, recreativo, educacional e esportivo,sem cunho político ou partidário, com objetivo de ações volta-das à saúde pública, campanhas educativas, preventivas e deatendimento médico à população. Nota 2. Apresentação dasdemonstrações contábeis: Na elaboração das Demonstra-ções Contábeis de 2013 a entidade adotou a Lei nº 11.638/07que alterou a Lei nº 6.404/76 e legislação específicas aplica-das a entidades sem fins lucrativos, Lei 12101/09 e regula-mentação em relação aos aspectos relativos a elaboração edivulgação das Demonstrações Financeiras. As Demonstra-ções Contábeis foram elaboradas em observância às práticascontábeis adotadas no Brasil, características qualitativas dainformação contábil Resolução CFC 1.374/1, que trata daEstrutura Conceitual Para a Elaboração e Apresentação dasDemonstrações Contábeis, Resolução CFC 1.376/11 (NBCTG 26), que trata da apresentação das Demonstrações Con-tábeis e Resolução CFC nº 1409/12 que aprovou a ITG 2002que revogou a Resolução CFC 877/2000–NBCT -10-19, paraas entidades sem finalidade lucrativa, que estabelece critériose procedimentos específicos de avaliação, de registros doscomponentes patrimoniais e de estruturação das Demons-trações Contábeis, e as informações mínimas a seremdivulgadas em nota explicativa das entidades sem finalidadelucrativa. Nota 3 : principais práticas contábeis: a) Caixa

Maria Alzene Nogueira de Almeida Rosa - PresidenteCPF: 039.304.648-61

e Equivalência de Caixa: Compostos de valores existentesem contas correntes e aplicações financeiras acrescidos dosrendimentos apropriados até a data do Balanço, com baseno regime de competência; b) Recuperação de Crédito Tribu-tário: Representado por impostos e contribuições retidos nafonte a recuperar; c) Imobilizações: Estão demonstrados aocusto de aquisição ; d) Receita com Voluntariados: Calculadaconforme o salário no mercado, de acordo com a atividadedesenvolvida; e) Despesas com Voluntariados: Contemplaos valores de salários conforme o mercado, acrescidosdos valores gastos com transporte, alimentação e outrosgastos necessários para a atividade desenvolvida. Nota 4:concessão de gratuidades: Em cumprimento a ResoluçãoCFC nº 1409/12 a Entidade possui segregado (por área deatuação) as gratuidades concedidas,conforme apresentadonas Demonstrações do Resultado do Período, e todos estesgastos são custeados com recursos próprios. Nota 5: documprimento do art.14 do CTN: a) A Entidade aplica inte-gralmente o seu eventual resultado líquido na manutençãoe desenvolvimento de seus objetivos institucionais, conformeprevisto em seu Estatuto Social. b) Os dirigentes, Conselhei-ros, Associados, Instituidores, Benfeitores ou equivalentes,não recebem remuneração, vantagens ou benefícios porqualquer forma ou título,em razão das competências, funçõesou atividades que lhe são atribuídas e a Entidade não distribuilucros, dividendos ou bonificações,conforme previsto em seuEstatuto Social. c) A Entidade mantém escrituração de suasreceitas e despesas em livros revestidos das formalidadeslegais que asseguram a sua exatidão. SP, 31/12/2013.

Rogerio de Souza Costa - ContadorCRC–1SP232953/O-2 - CPF: 191.835.568-18

FDE AVISA:Pregão Eletrônico de Registro de Preços Nº 36/00368/13/05. OBJETO: AQUISIÇÃO DE KIT DE FERRAMENTAS PARA LABORATÓRIO DECIENCIAS - CICLO II - ENSINO FUNDAMENTAL. A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresasinteressadas que se acha aberta licitação para: AQUISIÇÃO DE KIT DE FERRAMENTAS PARA LABORATÓRIO DE CIENCIAS - CICLO II - ENSINOFUNDAMENTAL. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 07/05/2014, no endereço eletrônicowww.bec.sp.gov.br ou na sede da FDE, na Supervisão de Licitações, na Av. São Luís, 99 - República - CEP: 01046-001 - São Paulo/SP, de segundaa sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br.A sessão pública de processamento do Pregão Eletrônico será realizada no endereço eletrônico www.bec.sp.gov.br, no dia 20/05/2014, às10:00 horas, e será conduzida pelo pregoeiro com o auxílio da equipe de apoio, designados nos autos do processo em epígrafe e indicados nosistema pela autoridade competente. Todas as propostas deverão obedecer, rigorosamente, ao estabelecido no edital e seus anexos e serãoencaminhadas, por meio eletrônico, após o registro dos interessados em participar do certame e o credenciamento de seus representantespreviamente cadastrados. A data do início do prazo para envio da proposta eletrônica será de 07/05/2014, até o momento anterior ao início dasessão pública. BARJAS NEGRI - Presidente.

SECRETARIA DE ESTADODA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADODE SÃO PAULO

PREFEITURA MUNICIPAL DE

TAUBATÉ/SPPREGÃO Nº 147/14

A Prefeitura Municipal de Taubaté informa que se acha aberto pregão presencial 147/14,Registro de Preços para eventual fornecimento e instalação de equipamentos de proteção(abrigos) e orientação (toten) aos munícipes, por um período de 12 (doze) meses, comencerramento dia 20.05.14, às 08h30, junto ao respectivo Departamento de Compras.Maiores informações pelo telefone (0xx12) 3621.6023, ou à Praça Felix Guisard, 11 – 1ºandar – centro, mesma localidade, das 08h às 12h e das 14h às 17h, sendo R$ 26,50 (Vintee Seis Reais e Cinquenta Centavos) o custo do edital, para retirada na Prefeitura. O editaltambém estará disponível pelo site www.taubate.sp.gov.br.

Taubaté, 06 de maio de 2014.José Bernardo Ortiz Monteiro Júnior – Prefeito Municipal

BRTERMINAIS E LOGÍSTICA S.A.CNPJ/MF nº 11.866.637/0001-81 – NIRE 35.3.0037797-4Ata da AGE Realizada em 24 de Fevereiro de 2014

1.Data,hora e local:Realizada no dia 24/02/2014, às 9hs, na sede social da Cia., em SP/SP, na Av.Angélica, nº 2.330/2.346/2.364,9º, s/ 914, Consolação. 2. Convocação e presença:Dispensada a publicação de editais de convocação, na forma do disposto no§4º do art. 124, da Lei nº 6.404/76 (“LSA”), por estar presente à assembleia a única acionista da Cia., representando a totalidade docapital social, conforme assinatura constante do Livro de Presença dos Acionistas. 3. Mesa: Assumiu a presidência dos trabalhoso Sr. Josedir Barreto dos Santos e convidou a Sra. Maria Beatriz Lira Gomes Ferraz para secretariá-lo.4. Ordem do dia:Deliberarsobre renúncias e eleições de novos membros da Diretoria da Cia.. 5. Deliberações: A única acionista da Cia., sem quaisquerrestrições, delibera e aprova o quanto segue: 5.1.Tomar conhecimento e aceitar os pedidos de renúncia dos Srs. Mateus Coutinhode Sá Oliveira e Agenor Xavier Valadares, respectivamente, aos cargos de Diretor Financeiro e Diretor Jurídico da Cia., conformetermos de renúncia que ficam arquivados na sede da Cia..Os Diretores ora renunciantes outorgaram à Cia.a mais ampla, plena, rasa,geral e irrevogável quitação com relação ao período em que atuaram como administradores da Cia.. 5.2. Em razão das renúnciasacima, eleger, com mandato iniciando a partir da presente data e findando na Assembleia Geral Ordinária da Cia. a realizar-se em2016, permitida a reeleição, para o cargo de Diretor Financeiro, o Sr. Josedir Barreto dos Santos, brasileiro, casado, advogado,portador da carteira de identidade RG nº 09074788-75, SSP/BA, inscrito no CPF/MF sob nº 837.873.725-04; e para o cargo deDiretora Jurídica, a Sra.Maria Beatriz Lira Gomes Ferraz, brasileira, casada, advogada, portadora da carteira de identidade RGnº 26.610.538-2, SSP/SP, inscrita no CPF/MF sob nº 272.376.328-50, ambos com domicílio, para fins do art. 149, §2º da LSA, naAvenida Angélica, 2.346, 9º andar, Consolação, São Paulo – SP, CEP 01228-200. 5.3. Os Diretores aceitaram os cargos para osquais foram eleitos, declarando, expressamente, para todos os fins e efeitos legais que não estão impedidos, por lei especial, deexercer administração de sociedade e nem foram condenados (ou encontram-se sob efeito de condenação) (i) a pena que vede, aindaque temporariamente, o acesso a cargos públicos; (ii) por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato;ou (iii) por crime contra a economia popular, o sistema financeiro nacional, as normas de defesa da concorrência, as relações deconsumo, a fé pública ou a propriedade. Os Diretores ora eleitos tomarão posse de seus respectivos cargos mediante a assinaturade termo de posse lavrado em livro próprio. 6. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, foi encerrada a assembleia, daqual se lavrou a presente ata que, lida e achada conforme, foi assinada por todos. Mesa: Josedir Barreto dos Santos – Presidente;Maria Beatriz Lira Gomes Ferraz – Secretária.Acionista Presente:OAS S.A.SP, 24/02/2014.Jucesp nº 158.100/14-1 em 29/04/2014.Gisela Simiema Ceschin-Secretária Geral.

BRTerminais e Logística S.A.CNPJ/MF nº 11.866.637/0001-81 – NIRE 35.3.0037797-4

Termo de RenúnciaEu, AGENOR XAVIERVALADARES, brasileiro, casado, advogado, portador da carteira de identidade RG nº 00921509-34 SSP/BA,inscrito no CPF/MF sob o nº 050.898.245-68, com domicílio para fins do §2º, do Art. 149 da LSA, na Avenida Angélica nº 2.364, 9ºandar, Consolação, CEP 01228-200, São Paulo/SP, neste ato renuncio expressamente ao cargo de Diretor Jurídico daBRTERMINAISE LOGÍSTICA S.A., sociedade anônima fechada, com sede na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Avenida Angélica, nº2.330/2.346/2.364, 9º andar, sala 914, bairro Consolação, CEP 01228-200, inscrita no CNPJ/MF sob o 11.866.637/0001-81, comseus atos constitutivos e demais documentos societários arquivados perante a Junta Comercial do Estado de São Paulo sob o NIRE35.3.0037797-4 (“Companhia”), para o qual fui eleito na Assembleia Geral Extraordinária e Ordinária da Companhia, realizada em 30de abril de 2013.Declaro, igualmente, que não existe qualquer obrigação pendente entre mim e a Companhia e afirmo, ainda, que nãotenhonadaareclamardela,aqualquer tempo,aqualquer título, comrelaçãoa todoequalqueratoouomissãoduranteoprazoqueexercio cargo para o qual fui eleito, pelo que dou à Companhia a mais plena, geral, ampla, rasa, irrevogável e irretratável quitação.São Paulo,24 de fevereiro de 2014.AgenorXavierValadares.Jucesp nº 158.103/14-2 em 29/04/2014.Gisela Simiema Ceschin-Secretária Geral.

44 Bico Largo Comercial Ltda - CNPJ/MF nº 01.287.007/0001-07 - NIRE 35.213.870.435Ata da Reunião de Sócios Realizada em 30/04/2014

1. Data, Hora e Local: 30/04/2014, às 10hs, na sede social, localizada na Rua Fidalga, nº 471, Conj. 2, Pinheiros, CEP05432-070, na cidade de São Paulo/SP. 2. Convocação: Os sócios foram devidamente convocados para a presentereunião mediante publicação, por três vezes, no DOESP e em jornal de grande circulação, realizadas nos dias 17, 18 e23/04/2014, conforme determina o art. 1.152, § 3º, do Código Civil. 3. Presença: Presente o sócio AlexandreMachado de Sá, brasileiro, casado sob o regime de separação de bens, empresário, RG nº 23.120.530-2 SSP/SP e CPF/MF nº 177.149.848-05, residente e domiciliado à R. Cristiano Viana, nº 279, apto 72, na cidade de São Paulo/SP, CEP05411-000, representando 75% do capital social, ficando devidamente instalada a reunião nos termos da lei. 4.Composição da Mesa:Alexandre Machado de Sá na qualidade de Presidente e Mauro Takahashi Mori na qualidadede Secretário. 5. Ordem do Dia: examinar, discutir e votar a proposta dos sócios para (a) aumento do capital socialda Sociedade no valor de R$ 12.750,00 e alteração da cláusula 3ª do Contrato Social; (b) alteração da cláusula 6ª doContrato Social; (c) possibilidade de exclusão de sócios por justa causa; (d) definição de quorum de deliberação paraaprovação de transformação de tipo societário; e (e) consolidação do contrato social. 6. Deliberações:O sócio aprovou:a) A lavratura desta ata em forma de sumário. b) O aumento do capital social, para fazer frente às necessidades de fluxode caixa da Sociedade e despesas com projeto em andamento, passando dos atuais R$ 6.000,00 para R$ 18.750,00,sendo o aumento, no valor de R$ 12.750,00 realizado com a emissão de 12.750 quotas, com valor nominal de R$ 1,00cada uma. c) Todas as 12.750 novas quotas são subscritas e integralizadas, nesta data, em moeda corrente nacional, pelosócio Alexandre Machado de Sá. d) O sócio consigna que, nos termos do art. 1.081, § 1º, do Código Civil, a sócia daSociedade não presente nesta reunião terá o prazo de 30 dias para exercer o direito de preferência na subscrição dasquotas ora criadas, proporcionalmente à sua respectiva participação no capital social da Sociedade, de acordo com asseguintes condições: (i) o prazo para exercício do direito de preferência será contado a partir da presente data, sendo queo silêncio implicará renúncia do direito de preferência; (ii) o pagamento das quotas deverá ser efetuado à vista, em direitoou em cheque administrativo nominal ao sócio Alexandre Machado de Sá pelo mesmo preço de subscrição das quotasora emitidas; e (iii) o sócio Alexandre Machado de Sá transferirá as correspondentes quotas ao sócio que exercer seudireito de preferência, comprometendo-se a providenciar, no prazo de 30 (trinta) dias contados do recebimento dopagamento mencionado no item (ii), o registro na JUCESP do competente instrumento particular de alteração do contratosocial da Sociedade, de maneira a formalizar a transferência das quotas. e) Por força das deliberações referidas acima,aprovaram a alteração da Cláusula 3ª do Contrato Social da Sociedade, que passa a vigorar com a seguinte redação:“Cláusula 3ª:O capital social é de R$ 18.750,00, dividido em 18.750 quotas, totalmente integralizadas, no valor nominalde R$ 1,00 cada uma, assim distribuído entre os sócios:Sócio:Valor: Quotas: Porcentagem:Alexandre Machadode Sá: R$ 17.250,00; 17.250; 92%;MelinaMariaManasseh: R$ 1.500,00; 1.500; 8%.Total: R$ 18.750,00; 18.750;100%. § 1º: A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamentepela integralização do capital social. § 2º: O capital social no valor de R$ 18.750,00 está totalmente subscrito eintegralizado pelos sócios, cada qual na proporção de suas quotas.� f) A alteração da cláusula 6ª do contrato social, parafazer constar que os haveres do sócio falecido ou que desejar se retirar da Sociedade serão calculados com base no valorpatrimonial das quotas, apurado através de balanço especialmente levantado para esse fim, no prazo de 30 dias contadosdo falecimento ou da comunicação da intenção de retirada, sendo que o pagamento dos haveres apurados será realizadoem 12 prestações, atualizadas pelo IGP-M ou por outro índice oficial que venha a substituí-lo e acrescidas de juros de 1%ao mês, vencendo-se a primeira 60 dias após o falecimento ou a comunicação da intenção de desligamento. g) Por forçada deliberação referida acima, aprovaram a alteração da Cláusula 6ª do Contrato Social da Sociedade, que passa a vigorarcom a seguinte redação: �Cláusula 6ª: Em caso de falecimento de sócio, não convindo ao seu Espólio continuar naSociedade; ou no caso de retirada espontânea, facultada mediante noti�cação escrita, com antecedência mínima de 90dias; os haveres do sócio falecido ou retirante serão calculados com base no valor patrimonial das quotas, apuradoatravés de balanço especialmente levantado para esse �m, no prazo de 30 dias contados do falecimento ou dacomunicação da intenção de retirada, sendo o valor apurado quitado em 12 prestações mensais, iguais e sucessivas,atualizadas pelo IGP-M ou por outro índice o�cial que venha a substituí-lo e acrescidas de juros de 1% ao mês,vencendo-se a primeira prestação 60 dias após o falecimento ou a comunicação da intenção de desligamento, semprepagos pelo(s) sócio(s) remanescente(s), obedecendo-se à proporcionalidade de participação de cada um deles. § Único:No caso de falecimento e não convindo ao espólio continuar na Sociedade, no caso de retirada, interdição ouincapacidade dos sócios, na hipótese do sócio remanescente permanecer sozinho na Sociedade, este se responsabilizarápela regularização da Sociedade, admitindo um novo(a) sócio(a) no prazo de 180 dias a partir da data do respectivoregistro, nos termos do art. 1.033 do Código Civil, visto a Sociedade ter se transformado emUNIPESSOAL.� h)A inclusãode disposição no contrato social, disciplinando a exclusão de sócio por justa causa, nos termos do art. 1.085 do CódigoCivil, sempre que um deles estiver prejudicando a Sociedade, por exemplo, mas não limitado a, impedindo oudificultando a abertura ou movimentação de contas bancárias, impedindo ou dificultando a participação em editais elicitações públicas, em razão de ter o sócio pendências perante a Receita Federal ou quaisquer outros órgãos públicos,sofrer protestos por títulos não pagos, ações judiciais e outros motivos considerados graves nos termos de deliberaçãotomada pela maioria dos sócios e conforme disciplina a lei. i) Por força da deliberação referida acima, aprovaram aalteração inclusão da Cláusula 16ª ao Contrato Social da Sociedade, com a seguinte redação: �Cláusula 16ª: Éexpressamente prevista a exclusão do sócio por justa causa, nos termos do art. 1.085 do Código Civil, sempre que umdeles estiver prejudicando a Sociedade, por exemplo, mas não limitado a, impedindo ou di�cultando a abertura oumovimentação de contas bancárias, impedindo ou di�cultando a participação em editais e licitações públicas, em razãode ter o sócio pendências perante a Receita Federal ou quaisquer outros órgãos públicos, sofrer protestos por títulos nãopagos, ações judiciais e outros motivos considerados graves nos termos de deliberação tomada pela maioria dos sóciose conforme disciplina a lei.� j) A inclusão de dispositivo no contrato social da Sociedade para regular a transformaçãoem outro tipo societário, cuja deliberação dependerá do voto de sócio(s) representando a maioria do capital social. k)Por força da deliberação referida acima, aprovou a alteração da Cláusula 13ª do Contrato Social da Sociedade, quepassa a vigorar com a seguinte redação: �Cláusula 13ª: O presente contrato constitutivo poderá ser modi�cadode acordo com o Artigo 1.076 do Código Civil (que regula as sociedades simples limitadas) da qual têm os sóciospleno conhecimento, e a ela se sujeitam como se aqui fosse integralmente mencionada. § 1º: A deliberação dossócios que dispuser sobre a transformação da Sociedade em outro tipo societário serão tomadas por sócio(s)representando a maioria do capital social. § Segundo - Dispensam-se de formalidades de convocações porpublicações, quando todos os sócios comparecerem ou se declararem, por escrito, cientes do local, data, hora eordem do dia.� l) A alteração do contrato social da Sociedade, nos termos da 9ª Alteração do Contrato Social anexaà presente ata (anexo 1), decidindo, todavia, não consolidar o Contrato Social da Sociedade. 7. Encerramento:Nada mais havendo a tratar, foram encerrados os trabalhos e lavrada a presente ata. SP, 30/04/2014. AlexandreMachado de Sá - Presidente da Mesa,Mauro Takahashi Mori - Secretário.

1. Data, Hora e Local: 30/04/2014, às 09hs, na sede social, localizada na R. Fidalga, nº 471,Apto04,VilaMadalena,CEP05432-070,na cidadedeSãoPaulo/SP.2.Convocação:Os sóciosforam devidamente convocados para a presente reunião mediante publicação, por três vezes,no DOESP e em jornal de grande circulação, realizadas nos dias 17, 18 e 23/04/2014, conformedetermina o art. 1.152, § 3º, do Código Civil, ficando devidamente instalada a reunião nostermos da lei.3. Presença: Presentes os sócios representando 87% do capital social, a saber:(a) Alexandre Machado de Sá, brasileiro, casado sob o regime de separação de bens,empresário, RG nº 23.120.530-2 SSP/SP e CPF/MF nº 177.149.848-05, residente e domiciliadoàRuaCristianoViana,nº 279,apto72,na cidadedeSãoPaulo/SP,CEP05411-000; (b)CarolinaMalvezi Frattini, brasileira, solteira, diretora de produção,RG nº 25.885.713-4 SSP/SP e CPF/MF nº 337.692.918-16, residente e domiciliada à R. Ernesto Capelari, nº 251, apto 13, Bloco 1,ParqueSantosDumont,na cidadedeTaboãodaSerra/SP,CEP06754-060;e (c)MichelleShiehShiah Tung Gabriel, brasileira, solteira, desenhista-animadora, RG nº 32.493.893-7 SSP/SPe CPF/MF nº 292.845.858-13, residente e domiciliada à R. Pires da Mota, nº 44, apto 540-B,Aclimação, na cidade de São Paulo/SP, CEP 01529-000.4. Composição daMesa:AlexandreMachado de Sá na qualidade de Presidente e Carolina Malvezi Frattini na qualidade deSecretária. 5. Ordem do Dia: examinar, discutir e votar a proposta dos sócios para (a)aumento do capital social da Sociedade no valor de R$ 8.800,00 e alteração da cláusula 3ª doContrato Social; (b) alteração da cláusula 6ª do Contrato Social; (c) retificação da 5ª Alteraçãoe Consolidação do Contrato Social, registrada em 16/09/2011, tendo em vista a supressãoacidental da antiga cláusula 14ª, que constou até a 4ª Alteração e Consolidação do ContratoSocial; (d) definição de quorum de deliberação para aprovação de transformação de tiposocietário; e (e) consolidação do contrato social. 6. Deliberações: Os sócios presentes, porunanimidade, aprovaram: a) A lavratura desta ata em forma de sumário. b) O aumento docapital social, para fazer frente às necessidades de fluxo de caixa da Sociedade para atenderaos investimentos necessários nos projetos em andamento, passando dos atuais R$ 5.500,00para R$ 14.300,00, sendo o aumento, no valor de R$ 8.800,00 realizado com a emissão de8.800 quotas, com valor nominal de R$ 1,00 (um real) cada uma. c)As 8.800 novas quotas sãosubscritas pelos sócios presentes nas seguintes proporções: (i) o sócio Alexandre Machado deSá, com a expressa renúncia das sócias Carolina Malvezi Frattini e Michelle Shieh Shiah TungGabriel ao seu direito de preferência, subscreve 8.360 quotas, no valor total de R$ 8.360,00;(ii) a sócia Carolina Malvezi Frattini subscreve 176 quotas, no valor total de R$ 176,00; e (iii) asócia Michelle Shieh Shiah Tung Gabriel subscreve 264 quotas, no valor total de R$ 264,00. d)Todasas8.800novasquotassubscritas sãonestadata integralizadaspelos sóciosnasproporçõessubscritas por cada um, em moeda corrente nacional. e) Os sócios presentes consignam que,nos termos do art. 1.081, § 1º, do Código Civil, os demais sócios da Sociedade não presentesnesta reunião terão o prazo de 30 dias para exercerem o direito de preferência na subscriçãodas quotas ora criadas, proporcionalmente às suas respectivas participações no capital socialda Sociedade, de acordo com as seguintes condições: (i) o prazo para exercício do direito depreferência será contado a partir da presente data, sendo que o silêncio implicará renúncia dodireito de preferência; (ii) o pagamento das quotas deverá ser efetuado à vista, em direito ouem cheque administrativo nominal ao sócio Alexandre Machado de Sá pelo mesmo preço desubscrição das quotas ora emitidas; e (iii) o sócio Alexandre Machado de Sá transferirá ascorrespondentes quotas ao sócio que exercer seu direito de preferência, comprometendo-se,juntamente com as sócias Carolina Malvezi Frattini e Michelle Shieh Shiah Tung Gabriel, aprovidenciar,no prazo de30dias contados do recebimento dopagamentomencionadono item(ii),o registro na JuntaComercial do Estado de São Paulo do competente instrumento particulardealteraçãodocontrato social daSociedade,demaneiraa formalizara transferênciadasquotas.f) Por força das deliberações referidas acima,aprovarama alteração daCláusula 3ª doContratoSocial da Sociedade,quepassa a vigorar coma seguinte redação:“Cláusula 3ª:Ocapital socialé de R$ 14.300,00, dividido em 14.300 quotas, totalmente integralizadas, no valor nominal deR$1,00cadauma,assimdistribuídoentreos sócios:Sócio -Valor -Quotas -Porcentagem:Alexandre Machado de Sá: R$ 12.870,00 - 12.870 - 90%; Carolina Malvezi Frattini:R$ 286,00 - 286 - 2%;Melina Maria Manasseh: R$ 715,00 - 715 - 5%;Michelle ShiehShiah Tung Gabriel: R$ 429,00 - 429 - 3%; Total: R$ 14.300,00 - 14.300 - 100%. § 1º:

A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondemsolidariamentepela integralizaçãodocapital social.§2º:Ocapital socialnovalordeR$14.300,00está totalmente subscrito e integralizado pelos sócios, cada qual na proporção de suas quotas.�g) A alteração da cláusula 6ª do contrato social, para fazer constar que os haveres do sóciofalecido ou que desejar se retirar da Sociedade serão calculados com base no valor patrimonialdas quotas, apurado através de balanço especialmente levantado para esse fim, no prazo de30 dias contados do falecimento ou da comunicação da intenção de retirada, sendo que opagamento dos haveres apurados será realizado em 12 prestações, atualizadas pelo IGP-M oupor outro índice oficial que venha a substituí-lo e acrescidas de juros de 1% aomês, vencendo-se a primeira 60 dias após o falecimento ou a comunicação da intenção de desligamento. h)Por força da deliberação referida acima, aprovaram a alteração da Cláusula 6ª do ContratoSocial da Sociedade, que passa a vigorar com a seguinte redação: �Cláusula 6ª: Em caso defalecimento de sócio, não convindo ao seu Espólio continuar na Sociedade; ou no caso deretirada espontânea, facultada mediante noti�cação escrita, com antecedência mínima de 90dias; os haveres do sócio falecido ou retirante serão calculados com base no valor patrimonialdas quotas, apurado através de balanço especialmente levantado para esse �m, no prazo de30 dias contados do falecimento ou da comunicação da intenção de retirada, sendo o valorapurado quitado em12 prestaçõesmensais, iguais e sucessivas, atualizadas pelo IGP-M ou poroutro índice o�cial que venha a substituí-lo e acrescidas de juros de 1% ao mês, vencendo-seaprimeiraprestação60diasapóso falecimentoouacomunicaçãoda intençãodedesligamento,sempre pagos pelo(s) sócio(s) remanescente(s), obedecendo-se à proporcionalidade departicipação de cada um deles. § Único: No caso de falecimento e não convindo ao espóliocontinuar na Sociedade,no caso de retirada, interdição ou incapacidade dos sócios,na hipótesedo sócio remanescente permanecer sozinho na Sociedade, este se responsabilizará pelaregularização da Sociedade, admitindo um novo(a) sócio(a) no prazo de 180 dias a partir dadata do respectivo registro, nos termos do art. 1.033 do Código Civil, visto a Sociedade ter setransformado em UNIPESSOAL.� i) A retificação da 5ª Alteração e Consolidação do contratosocial, registrada em 16/09/2011, para que volte a constar na consolidação do contrato sociala cláusula 14ª nos termos em que constava na 4ªAlteração e Consolidação do contrato social,cláusula essa que disciplina a exclusão de sócio por justa causa, nos termos do art. 1.085 doCódigo Civil, cuja redação segue abaixo, renumerando-se, por conseguinte, as posteriorescláusulas do contrato social: �Cláusula 14ª: É expressamente prevista a exclusão do sóciopor justa causa, nos termos do artigo 1.085 do Código Civil, sempre que um deles estiverprejudicando a Sociedade, por exemplo, mas não limitado a, impedindo ou di�cultando aabertura ou movimentação de contas bancárias, impedindo ou di�cultando a participaçãoem editais e licitações públicas, em razão de ter o sócio pendências perante a Receita Federalou quaisquer outros órgãos públicos, sofrer protestos por títulos não pagos, ações judiciaise outros motivos considerados graves nos termos de deliberação tomada pela maioria dossócios e conformedisciplina a lei.� j)A inclusão de dispositivo no contrato social da Sociedadepara regular a transformação em outro tipo societário, cuja deliberação dependerá do votode sócio(s) representando a maioria do capital social. k) Por força da deliberação referidaacima, aprovaram a alteração da Cláusula 13ª do Contrato Social da Sociedade, que passa avigorar com a seguinte redação:�Cláusula 13ª: O presente contrato constitutivo poderá sermodi�cado de acordo com o Art. 1.076 do Código Civil (que regula as sociedades simpleslimitadas) da qual têm os sócios pleno conhecimento, e a ela se sujeitam como se aqui fosseintegralmente mencionada. § 1º:A deliberação dos sócios que dispuser sobre a transformaçãoda Sociedade em outro tipo societário serão tomadas por sócio(s) representando a maioria docapital social. § 2º: Dispensam-se de formalidades de convocações por publicações, quandotodosos sócios compareceremousedeclararem,por escrito,cientesdo local,data,horaeordemdo dia.� l)A alteração do contrato social da Sociedade, nos termos da 6ªAlteração do ContratoSocial anexa à presente ata (anexo 1), decidindo, todavia, não consolidar o Contrato Social daSociedade. 7. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foram encerrados os trabalhos elavrada a presente ata. São Paulo, 30/04/2014.Alexandre Machado de Sá - Presidente daMesa,Carolina Malvezi Frattini - Secretária,Michelle Shieh Shiah Tung Gabriel.

44 TOONS - Produções Artísticas Ltda. - CNPJ/MF nº 08.517.383/0001-81 - NIRE 35.221.105.319Ata da Reunião de Sócios Realizada em 30 de Abril de 2014

O dia é das mães, avós e sogras, diz BVS.Pesquisa da Boa Vista SCPC mostra que o público-alvo da segunda melhor data do varejo ficou mais amplo. Viagens, passeios e almoços são opções de presentes.

AS BURRAS DA VIÚVA Como estava previsto, o impostômetro da ACSP atingiu ontem, por volta das15 horas, a sonora marca dos R$ 600 bilhões. Bastaram, assim, quatro meses para que os brasileirosreforçassem, assim, os cofres da União, Estados e municípios.

Bruno Ulivieri/Estadão C

onteúdo

Paula Cunha do pela D (62%). Um terço

(27%) disse que dispenderia

de R$ 201 a R$ 600 e apenas

16% disseram que estão dis-

postos a desembolsar valores

acima de R$ 600. O estudo

apontou que as mulheres gas-

tarão menos que os homens,

pois 67% disseram que estão

inclinadas a pagar até R$ 200

pelos itens escolhidos, en-

quanto os homens que apon-

taram que gastariam a mes-

ma quantia somaram 47%.

O levantamento mostrou

que a classe social interfere

significativamente nos gas-

tos. Assim, 77% dos da classe

E pretendem desembolsar até

R$ 200. Na A, 41% pretendem

g a s t a r c i f r a s u p e r i o r a

R$ 800. Na análise regional,

62% dos habitantes da região

Sul gastarão até R$ 200, con-

tra 58% no Sudeste, 51% no

Centro-Oeste, 49% no Nor-

deste e 46% no Norte.

Quanto aos meios de paga-

mento, 62% pagarão à vista. O

estudo indica que 43% utiliza-

rão dinheiro e 33% cartão de

débito, o que indica que a

maioria não tem intenção de

contrair dívidas ou utilizar

quaisquer mecanismos de fi-

nanciamento. Isso ocorre,

principalmente, nas classes C

(75%), D (80%) e E (82%). Ou-

tros 38% parcelarão o total

gasto e, destes, 82% optarão

pelo uso do cartão de crédito.

Entre estes últimos, a maior

incidência ocorre na classe B

(100%), E (96%), D (93%) e A

(88%).

Onde comprar – Os locais

preferidos para realizar as

compras serão as lojas físicas,

para 79% dos pesquisados.

Destes, 40% procurarão os

shopping centers, principal-

mente as classes A (73%) e B

(55%). Em segundo lugar es-

tão as lojas de rua em bairros

com um terço da preferência

dos entrevistados da classe E

(43%). Por região, os habitan-

tes do Norte preferem as lojas

de departamentos e grandes

redes varejistas (47%). No Sul,

a maioria das compras ocorre-

rá em lojas de bairro e os shop-

ping centers serão os estabe-

lecimentos preferidos pela po-

pulação das demais regiões.

Atritos com los hermanos

Ointercâmbio comer-

cial entre o Brasil e a

Argentina teve redu-

ção de 24% em abril na com-

paração com o mesmo mês do

ano passado, informou a con-

sultoria econômica Abeceb. É

o sétimo mês consecutivo de

queda. Agora, o motivo foi a

contração do comércio auto-

motivo, além da desacelera-

ção de ambas economias. O

comércio de automóveis re-

presenta 45% do fluxo bilate-

ral. Outro ingrediente que co-

labora há meses na diminui-

ção das vendas para a Argen-

tina são as diversas barreiras

comerciais impostas pelo go-

verno da presidente Cristina

Kirchner. De quebra, afirma a

consultoria, a escassez de di-

visas padecida pela Argentina

"levou as autoridades a res-

tringir o acesso ao mercado

cambial dos importadores, so-

licitando que adiem os paga-

mentos de suas operações".

Segundo a Abeceb, as ex-

portações brasileiras para a

Argentina em abril foram de

US$ 1,3 bilhão, com queda de

27,3%; as vendas argentinas

para o Brasil, também de US$

1,3 bilhão, diminuíram 20,6%.

O Brasil teve um superávit de

US$ 20 milhões; isso indica

uma queda de 88% em relação

à vantagem comercial brasi-

leira no mesmo mês de 2013.

O governo Kirchner prome-

teu diversas vezes, ao longo

do último ano, flexibilizar as

barreiras comerciais que apli-

ca a diversos produtos brasi-

leirps. Essa promessa foi feita

em outubro ao chanceler bra-

sileiro Luiz Alberto Figueiredo

por seu colega argentino Héc-

tor Timerman. O ministro da

presidente Cristina havia afir-

mado que a administração Kir-

chner tinha a intenção de re-

solver o caso "prontamente".

No entanto, três meses se pas-

saram sem avanços.

O mesmo se passa com as

negociações do setor automo-

tivo. Depois de um dia inteiro

de reunião em Brasília com re-

presentantes dos dois gover-

nos e de montadoras brasilei-

ras e argentinas, ontem, não

houve uma solução para a

atual queda do comércio bila-

teral. A Argentina insiste em

discutir metas de integração

produtiva que desagradam o

lado brasileiro.

Os argentinos querem a ga-

rantia de manutenção de fatia

de mercado no Brasil nos mes-

mos patamares do ano passa-

do e ações voltadas para o for-

talecimento da indústria de

autopeças local. A Anfavea

não concorda com metas para

aumentar as importações de

autopeças do País vizinho. O

argumento é que o mercado

nacional está desaquecido.

(Estadão Conteúdo)

Há boas perspectivas

para o varejo em re-

lação ao Dia das

Mães, que será co-

memorado neste domingo.

Uma pesquisa eletrônica reali-

zada pela Boa Vista SCPC (Ser-

viço Central de Proteção ao

Crédito) aponta que a maioria

dos consumidores (86% dos

entrevistados) planeja com-

prar presentes para suas

mães, como seria de esperar.

O importante é que 75% deles

querem gastar mais ou o mes-

mo valor de 2013. Os itens

mais citados são os de uso

pessoal, como vestuário, cal-

çados e cosméticos. Cerca de

73% disseram que escolherão

estes itens (58% em 2013).

Outro dado que se destacou

no levantamento é que muitos

entrevistados pretendem pro-

porcionar às mães atividades

ligadas ao entretenimento,

como viagens, passeios e al-

moços ou jantares fora de ca-

sa. Estas opções foram as

mais mencionadas por pes-

soas das classes A (57%) e B

(40%). Este grupo representa

26% do total de pesquisados

neste ano, contra 17% no ano

p a s s a d o.

Além disso, outra mudança

de comportamento na popula-

ção pode ser positiva para o

varejo nesta data. O estudo

apontou que o Dia das Mães

está deixando de ser exclusi-

vamente delas, pois 28% dos

entrevistados declararam

que comprarão presentes pa-

ra suas sogras, 17% presen-

tearão suas avós e 15% suas

esposas. Outro dado interes-

sante é que parte das mulhe-

res pretende se autopresen-

tear. Entre as mulheres que

responderam à pesquisa, 69%

disseram que comprariam

seus próprios presentes.

Para Fernando Cosenza, di-

retor de Sustentabilidade da

Boa Vista SCPC, os consumi-

dores brasileiros dão cada vez

mais sinais de que estão no

controle de seus gastos. "Este

levantamento, nesta data tão

representativa para o comér-

cio, reforça a sinalização que

já tivemos em outros levanta-

mentos: o consumidor de-

monstra que está disposto a

consumir, mas sem perder o

controle de seus gastos, o que

é muito positivo", afirmou.

Va lore s – Mais da metade

dos pesquisados (57%) decla-

rou que pretende gastar até

R$ 200. O porcentual ocorre

mais na classe E (77%), segui-

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18 -.ECONOMIA/LEGAIS DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 7 de maio de 2014

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quarta-feira, 7 de maio de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO ECONOMIA/LEGAIS - 19

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20 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 7 de maio de 2014

Salão de Milão

Julie LaskyNew York Times News

No 53º Salão Interna-

cional do Móvel de

Milão, realizada no

começo do mês de

abril, o designer alemão Kons-

tantin Grcic lançou uma cadei-

ra para a empresa finlandesa

Artek. Quando o encontrei,

dei-lhe os parabéns pela peça.

"Você fez contato com seu la-

do feminino", eu disse.

Grcic fez cara de surpreso.

Chamada Rival, a cadeira foi

desenhada para o território de

gênero neutro do escritório

doméstico. Ela tem propor-

ções elegantes para caber em

espaços de tamanho modes-

to. E por ser uma cadeira de

trabalho, ela gira.

Porém, não dá para negar

que a Rival é muito fofa. O as-

sento estofado tem o molde de

uma tigela de sopa, e as per-

nas de bétulas estão planta-

das como as de uma animado-

ra de torcida. Uma versão foi

apresentada num tom de ver-

m e l h ã o.

A afabilidade da Rival tinha

muito a ver com sua agradável

herança nórdica, que Grcic

atualizou. Porém, ela também

cabe no panorama do salão

deste ano, onde os objetos ti-

veram a escala reduzida, fo-

ram aquecidos e se tornaram

um deleite tátil e visual, geral-

mente pelo uso criativo dos te-

cidos. Até parecia que Milão in-

teiro se tornou escandinava.

HumanidadeInspirando-se na moda, as

empresas de design lançam

coleções renovadas todo ano

em Milão, mas graças à natu-

reza durável de suas merca-

dorias e ao custo de criar no-

vos produtos, é impossível fa-

zer grandes gestos todos os

anos. O que as empresas pare-

cem ter aprendido é que os te-

cidos podem emprestar hu-

manidade e originalidade a

produtos de forma relativa-

mente fácil.

Também na Artek havia ca-

deiras de braço de Alvar Aalto

com um novo estofamento ar-

rebatador de Hella Jongerius.

Jongerius, que também criou

novas paletas para clássicos

de meados do século passado

para o novo proprietário da Ar-

tek, a Vitra, estava no estande

da Danskina, tapeceira dina-

marquesa da qual é diretora

de design, exibindo um tapete

de muitas cores feito com tiras

coladas de cortiça e feltro. "Eu

não quis usar o material tradi-

cional", ela disse.

Em outras partes do salão

havia sofás belgas obesos,

colchas holandesas feitas

com sobras de gravatas de se-

da, recipientes para armaze-

namento suecos com o forma-

to de carretéis de linha gigan-

tes e painéis absorvedores de

som italianos pendurados no

teto como se fossem um ban-

do de pássaros.

Os tecidos eram humildes

no caso dos sacos de nós no es-

paço de exposição do bairro

Brera da empresa moveleira

dinamarquesa Hay, e refina-

dos como a cortina de um

quarto palaciano feito com te-

cido da Hermès.

No bairro de Tortona, a de-

signer italiana Paola Navone

exibiu seus assentos cobertos

com divertidas estampas afri-

canas para a empresa holan-

desa Linteloo. E no Palazzo

Clerici, dourado e coberto de

afrescos, um carpete do estú-

dio londrino Raw Edges para a

companhia milanesa Golran

revelava padrões diferentes

dependendo do ângulo em

que era visto. "O design acor-

dou para a cor e a textura", dis-

se Nipa Doshi, designer londri-

na. Ela e o marido e sócio, Jona-

than Levien, estavam lançan-

do um tapete alegre e gestual

para a Nanimarquina.

Doshi acrescentou que fica-

ria aliviada em dizer adeus a

uma era de plástico branco

brilhante, mas alertou que o

tecido também tem seus de-

safios. É "uma área na qual os

designers não se sentem à

vontade porque os tecidos fa-

zem o que bem querem".

Algodão - doceA cor pode ser mais fácil de

gerenciar e uma em particular

tomou conta de Milão neste

ano. Sofás ruborizados, abaju-

res com cor de algodão-doce e

poltronas pintadas com peô-

nias floresciam nesta cidade

cor de açafrão.

Seriam esses os tons rosa

do otimismo? Provavelmente

não. O setor moveleiro euro-

peu está assolado há tanto

tempo pela recessão que seus

líderes não conseguem nem

sequer simular a animação.

Por exemplo, ao ser questio-

nado sobre o que o empolgava

mais sobre o design hoje em

dia, Alberto Alessi, líder here-

ditário da empresa de utensí-

lios domésticos que leva seu

sobrenome, respondeu que

"no presente momento, nada

me empolga".

ArtesãosE você continua ouvindo os

resmungos de que os artesãos

que mantêm as tradições da

refinada mão de obra italiana

não conseguem mais enfren-

tar a produção da Europa

Oriental e da Ásia. Nas pala-

vras de Paolo Moroni, da em-

presa de móveis Sawaya &

Moroni, "eles agora são taxis-

tas".

Segundo ele, uma função

importante de seu negócio ho-

je é "manter 60 artesãos vi-

vos". Entre as peças que apre-

sentou no salão estavam a

Manta-Ray, grande poltrona

dupla feita por Zaha Hadid que

tem uma semelhança incon-

testável, embora possivel-

mente inconsciente, com um

Fotos: Andrea Wyner/The New York Times

t r a s e i ro.

Se a explosão de rosa não

era um símbolo de esperança,

ela significava a praticidade.

Ao vender cores delicadas,

texturas elaboradas e o bem-

estar doméstico, as empresas

de design estão demonstran-

do uma compreensão realista

do que é vendável.

Não existe prova melhor

dessa es t ra tég ia do que

"Boas-vindas Inesperadas",

exposição da empresa holan-

desa Moooi. Na época do bo-

om, oito anos atrás, a Moooi

declarou seu ponto de vista

com uma escultura de 2,3 me-

tros de um cavalo preto com

um abajur brotando de sua ca-

beça. Neste ano, a companhia

encheu um espaço cavernoso

no bairro Tortona com objetos,

velhos e novos, querendo ga-

nhar o afeto de um público

muito mais amplo.

EstampasColocados contra um pano

de fundo com fotografias de

moda e viagem do tamanho

da parede, tecidos com es-

tampas luxuosas roubaram o

show. Almofadas florais lem-

bralndo Josef Frank estavam

ao lado de madeira verde bri-

lhante na cadeira treliçada

Taffeta, de Alvin Tjitrowirjo; já

os armários Tudor de madeira,

de Joost van Bleiswijk e Kiki

van Eijk, estavam recobertos

com material com padrão fo-

lhoso formado por tiras finas

de madeira.

Com a ajuda da tecnologia

moderna, até mesmo o már-

more Carrara pode fluir como

tecido. O formato mais virtuo-

so esculpido em pedra no sa-

lão –e foi um grande ano para o

mármore – era uma versão

enorme da poltrona 1978

Proust, de Alessandro Mendi-

ni, criada pela italiana Robot

C i t y.

Em meio a tanta riqueza vi-

sual, havia pontos brilhantes

de simplicidade, como a ca-

deira de madeira Chiaro, de

Leon Ransmeier, para a Mat-

tiazzi. "A familiaridade da ca-

deira cria confiança, e na con-

fiança encontramos o confor-

to", afirmou Ransmeier, um

dos poucos norte-americanos

a exibir em Milão.

BrutalidadeE com as estruturas de ferro

transformadas em linhas no-

dosas, atenuadas, as mesas

Officina, de Ronan e Erwan

Bouroullec, para a Magis, pa-

reciam esboços flutuantes.

"Às vezes o design é educado

demais", disse Erwan Bou-

roullec. "A brutalidade vem do

processo: você martela o ferro

sem dó. Pobre ferro!".

Porém, um dos objetos de

visual simples do salão talvez

fosse o mais secreto: Boom

Boom, um alto-falante com

Bluetooth em formato de bola

branca desenvolvido por Ma-

thieu Lehanneur, de Paris, pa-

ra a Binauric, jovem empresa

de áudio. Capaz de fazer muito

mais coisas além de difundir o

som, o aparelho é uma plata-

forma aberta lotada de tecno-

logia que permite gravar som,

atuar como instrumento musi-

cal, jogo ou assumir uma série

de outras funções, sem a ne-

cessidade de componentes

adicionais.

E o mais importante, é mui-

to fofo, veredito que Lehan-

neur aceitou com boa vonta-

de. "Minha intenção era fazer

um objeto como uma fruta. As-

sim que você o coloca numa

mesa, dá vontade de pegar".

cheio deO Salão de Móvel de Milão surpreendeu os visitantes e o mundo cominovações. Os tecidos têm sido utilizados como armas para as empresascriarem produtos com originalidade e de forma relativamente fácil.

No salão, ora as cores estavam sutilmente em almofadas e luminárias (acima), ora cobrindo completamente móveis e ambientes (abaixo).

A designer Paola Navone exibiu assentos cobertos com divertidasestampas africanas para a empresa holandesa Linteloo (esq.)