46
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÈ SETOR DE CIÇ NCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE CIÇ NCIAS SOCIAIS Marcus Pedroso de Souza Empresariado industrial e representaom o de interesses nos anos 90: A FIEP (Federaom o das Ind~ strias do Estado do Parani ) e o regime polt tico democri tico (1995-2001) CURITIBA 2005 1 55

1 55 È SETOR DE CIÇ DEPARTAMENTO DE CIÇ NCIAS … · SENAI - Servioo Nacional de Aprendizagem Industrial ... smo transformadas em agrncias exclusivamente tpcnicas. O lobbie se

  • Upload
    doandat

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN

SETOR DE CI NCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE CI NCIAS SOCIAIS

Marcus Pedroso de Souza

Empresariado industrial e representa o de interesses nos anos 90: A FIEP (Federa o das Ind strias do

Estado do Paran ) e o regime pol tico democr tico (1995-2001)

CURITIBA

2005

1 55

MARCUS PEDROSO DE SOUZA

Empresariado industrial e representa o de interesses nos anos 90: A FIEP (Federa o das Ind strias do

Estado do Paran ) e o regime pol tico democr tico

Monografia de gradua o apresentada como requisito para

conclus o do curso de Ci ncias Sociais, da Universidade

Federal do Paran .

Orientador: Prof. Dr. Paulo Roberto Neves Costa

CURITIBA

2 55

2005

RESUMO

Esta monografia analisa a rela o entre empresariado industrial e democracia no Paran , tomando por

refer ncia a Federa o das Ind strias do Estado do Paran (FIEP). O objetivo conhecer as

particularidades da a o pol tica desta importante entidade empresarial paranaense no contexto do

funcionamento pleno da democracia p s-88, mais especificamente o seu comportamento frente ao

funcionamento das institui es pol ticas t picas do regime democr tico. Atrav s de consulta hemeroteca

da entidade, pudemos constatar, no bojo do processo decis rio da FIEP, um aumento da participa o de

pol ticos paranaenses, em especial de deputados estaduais e federais, nas reuni es semanais da diretoria. O

tratamento destas fontes aponta tamb m que, a partir de 1995, momento em que Jos Carlos Gomes de

Carvalho assume a presid ncia da entidade, houve uma altera o dos padr es de a o pol tica da FIEP, no

sentido de ultrapassar a a o quase exclusivamente voltada para o Executivo o que marcou a presid ncia

de Jorge Weber (1986-1995) e contemplar uma maior preocupa o com o Legislativo. A nova diretoria

atentou para o fato de que o poder legislativo recuperava algumas das prerrogativas perdidas com a

institui o do regime ditatorial militar no Brasil, ou seja, a inst ncia legislativa, tanto no mbito estadual

como no federal, voltou a ser um importante canal de representa o de interesses, recuperando o seu papel

no processo decis rio brasileiro. Esta preocupa o em intensificar as rela es entre a entidade e os

deputados estaduais na defesa dos interesses da FIEP representa uma resposta do empresariado paranaense

ao processo de consolida o e desenvolvimento das institui es democr ticas, permitindo, assim,

apreender aspectos da forma como se deu a rela o entre empresariado e democracia no Paran .

3 55

Agradecimentos

Ao meu orientador, Paulo Costa, pela paci ncia com os atrasos e

pela dedica o aos projetos assumidos.

Aos professores S rgio Braga e Renato Perissinoto por aceitarem

a tarefa de fazer parte da banca.

Ao N cleo de Pesquisa em Sociologia Pol tica, seus

coordenadores e membros, pela sustenta o estrutural e

intelectual aos projetos de monografia.

Aos amigos, n o s pela conviv ncia acad mica, mas por tudo

que enfrentamos juntos dentro e fora da Universidade.

4 55

Aos meus pais, por todo amor e carinho.

minha companheira, Carla.

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ACP - Associa o Comercial do Paran

ACSP - Associa o Comercial de S o Paulo

ADVB - Associa o dos Dirigentes de Venda e Marketing do Brasil

ALADDA - Associa o Latino-americana de Distribuidores de Automotores

ALPR - Assembl ia Legislativa do Paran

BRDE - Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo-Sul

CEXPAR - Associa o Centro de Com rcio Exterior do Paran

CIEP - Centro das Ind strias do Estado do Paran

CNI - Confedera o Nacional das Ind strias

CPMF - Contribui o Provis ria sobre Movimenta o Financeira

CTN - C digo Tribut rio Nacional

FAEP - Federa o da Agricultura do Estado do Paran

FENABRAVE - Federa o Nacional da Distribui o de Ve culos Automotores

FHC - Fernando Henrique Cardoso

FIEP - Federa o das Ind strias do Estado do Paran

FIESP - Federa o das Ind strias do Estado de S o Paulo

IEL - Instituto Euvaldo Lodi

5 55

IPARDES - Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econ mico e Social

IPVA - Imposto Sobre a Propriedade de Ve culos Automotores

MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra

PFL - Partido da Frente Liberal

PRONA - Partido de Reedifica o da Ordem Nacional

PTB - Partido Trabalhista Brasileiro

SENAI - Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial

SESI - Servi o Social da Ind stria

URV - Unidade Real de Valor

6 55

SUM RIO

1) INTRODU O

14

1.1) Revis o bibliogr fica

15

1.2) Justificativa

18

1.3) Objetivos

19

1.4) Hip teses

20

1.5) Metodologia

21

2) A LUTA PELOS INTERESSES DOS INDUSTRIAIS PARANAENSES

22

2.1) Hist rico da Fiep

22

7 55

2.2) A a o pol tica da FIEP na presid ncia de Jorge Aloysio Weber (1986 - 1995)

23

2.3) A a o pol tica da FIEP na presid ncia de Jos Carlos Gomes de Carvalho (1995-2001)

27

3) CONSIDERA ES FINAIS

34

ANEXOS

38

REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS

58

1) INTRODU O

Essa monografia um dos resultados do projeto Empresariado e Democracia no Paran

(1988-2000), vinculado ao N cleo de Estudos em Sociologia Pol tica da Universidade Federal do Paran .

Pretendemos, nesse trabalho, analisar a rela o entre o empresariado industrial paranaense e o regime

8 55

democr tico ap s o processo de institucionaliza o da democracia no Brasil no per odo posterior a

Constituinte de 1988. Buscamos identificar e analisar as formas de sua a o pol tica mediante a

constata o e a an lise das a es concretas do empresariado industrial organizado na Federa o das

Ind strias do Estado do Paran (FIEP), apreendendo para tanto as particularidades da a o dessa

entidade no contexto do funcionamento pleno do regime democr tico p s-88, mais especificamente o seu

comportamento frente ao funcionamento das institui es pol ticas t picas do regime democr tico.

Com base nessa an lise pretendemos, de um lado, apreender algumas caracter sticas da estrutura de

representa o de interesses que configuraram o per odo de 1995 a 2001, e de outro, verificar algumas

particularidades concretas do regime democr tico brasileiro no per odo em quest o, especialmente no

que se refere as prerrogativas reassumidas pelo Legislativo.

A quest o central que nos orienta a a o pol tica da FIEP frente consolida o das institui es

pol ticas t picas do regime democr tico, em particular como se deu a rea o da entidade com rela o

import ncia que o Parlamento assumiu, sobretudo ap s a Constituinte de 88.

1.1) Revis o bibliogr fica

Os trabalhos sobre a a o pol tica do empresariado e sua rela o com o regime pol tico j est o bemdesenvolvidas no Brasil. Por m, verifica-se uma predomin ncia dos estudos ora sobre o papel doempresariado no desenvolvimento econ mico1 , ora sobre o seu papel no processo de transi o do regimeautorit rio para a democracia2 . A partir do final dos anos 80, por m, com a retomada da import ncia noprocesso decis rio por algumas institui es pol ticas, principalmente ap s a Constituinte de 88, algumasan lises se voltam para a a o pol tica e o papel do empresariado frente s institui es pol ticas da novademocracia3 , ou seja, a rela o com as caracter sticas do regime pol tico democr tico. Nossa proposta,como j foi mencionado, identificar algumas caracter sticas da a o pol tica da FIEP face ao processode consolida o da democracia.

As an lises da literatura cient fica sobre os anos 80 apontam, com rela o conjuntura hist rica,

1 Ver Cardoso, 1964; Martins, 1968.2 Ver Cardoso, 1993.

3 Ver Diniz e Boschi, 1989, 1991, 1993; Costa, 2002, 2005; principalmente no que se refere rela o entre a a o pol tica doempresariado e o processo de consolida o do regime democr tico no Brasil.

9 55

para um esgotamento do projeto desenvolvimentista implantado no p s-30, caracterizado pelo controlede um Estado centralizador e intervencionista no que se refere ao processo de tomada de decis o,principalmente no mbito da pol tica econ mica. O empresariado, sob clara influ ncia da ascens o domodelo neoliberal, passa a problematizar o modelo de industrializa o baseado na substitui o deimporta es, bem como a primazia decis ria do Estado sobre o processo de desenvolvimento capitalistano Brasil.

Para Diniz e Boschi, a a o pol tica do empresariado brasileiro esteve voltada, desde a d cada de

30, para o Executivo, sobretudo para as ag ncias burocr ticas onde ocorria a defini o das pol ticas

econ micas, e dos demais temas referentes aos interesses dos industriais. Com o processo de transi o

democr tica, o Legislativo reassume algumas das prerrogativas perdidas durante o per odo ditatorial

militar. Ocorre um re-direcionamento do foco de aten o para o Legislativo enquanto canal alternativo

de acesso ao processo decis rio, paralelamente a uma reestrutura o da estrutura de representa o de

interesses. Por m, ainda que o Parlamento tenha recuperado algumas das prerrogativas que o

caracterizam como uma institui o democr tica, ele n o se tornou o locus fundamental da defini o das

pol ticas estatais. Esse papel centralizado no Executivo, ao passo que: esvazia-se a capacidade

decis ria do Congresso, sobretudo no que diz respeito s pol ticas econ micas; e fecham-se os canais de

representa o corporativa do aparelho burocr tico estatal. De acordo com Diniz e Boschi, durante a

d cada de 70, existe um arcabou o institucional flex vel moldado segundo o modelo de desenvolvimento

estatal. Com a crise do modelo estatista na d cada de 80, inicia-se a desmontagem desse arcabou o

atrav s do enxugamento do Estado, desmantelando a m quina burocr tica processo iniciado sob a

presid ncia de Collor e aprofundado com FHC , e desorganizando os padr es hist ricos de articula o

entre Estado e sociedade. Cria-se uma nova configura o de complementaridade entre sistema

corporativo, pluralismo e clientelismo, reordenando a a o pol tica do empresariado nacional e

redirecionando-a para o Legislativo. Muitas das ag ncias decis rias s quais o empresariado tinha acesso

s o transformadas em ag ncias exclusivamente t cnicas. O lobbie se torna pr tica comum no Legislativo

enquanto forma de press o dos grupos de interesse, vale dizer, aqueles com maior poder econ mico.

1055

Ainda que o Executivo centralize o processo decis rio em si, o Legislativo n o passivo, mas cumpre

um papel submetido de legitimador de medidas definidas como emergenciais ou remetidas efic cia e

bom desempenho econ mico (Diniz & Boschi, 2000, p. 75). O Estado desloca o foco de aten o da

sociedade para o Legislativo que se torna o desaguadouro de um poder virtual para onde converge o

processo pol tico (Diniz & Boschi, 2000, p. 76), figurando como centro da aten o da sociedade civil.

Essa centralidade alcan ada pelo Parlamento ap s a redemocratiza o, implica em iniciativas do

empresariado no sentido de modernizar e adaptar sua estrutura de representa o de interesses s

mudan as do perfil institucional do pa s (Diniz e Boschi, 2002).

Com rela o s formas de intermedia o de interesses, Diniz e Boschi verificaram ao longo de seusestudos a exist ncia de um sistema h brido caracterizado por uma estrutura dual formada, de um lado,pelo sistema corporativo sob controle do Estado; e por outro, por uma rede de associa es paralelas, oque sugere a supera o da dicotomia entre corporativismo e pluralismo, como tamb m entende Costa4 ,segundo o qual o corporativismo, embora possa caracterizar-se pela exist ncia do monop lio noprocesso de representa o corporativa oficial, compat vel sobretudo nos regimes democr ticos com aexist ncia de outras formas de representa o de car ter pluralista, oficiais ou n o (associa es civis epartidos pol ticos) (Costa, 1998, p. 47-48). Costa afirma que, al m da an lise dos padr es espec ficos das a es concretas (Costa, 2005, p.112), percebidos nas caracter sticas organizacionais da a o pol tica das entidades, fundamental sabero que o empresariado pensa sobre pol tica, ou seja, necess rio apreender seus valores pol ticos,principalmente quando se est tratando do regime pol tico, pois revelam o momento em que o agenteecon mico avalia as institui es pol ticas democr ticas e, diante delas, define os par metros de seucomportamento (Costa, 2005, p. 112). Nesse trabalho, n o procuramos analisar esse elemento, pois nosinteressa mais analisar como agiu a entidade (FIEP) frente consolida o da democracia,particularmente no que se refere a import ncia assumida pelo Parlamento, sobretudo ap s a Constituintede 88. Ainda que o estudo dos valores pol ticos possa ser um elemento determinante na a o pol tica doempresariado, bem como para a identifica o de que setores efetivamente s o representados pelaentidade, nos interessa aqui identificar qual foi a a o pol tica, e n o o processo de sua forma o.

1.2) Justificativa

O grupo social aqui chamado de empresariado, bem como sua a o pol tica, s o indubitavelmente,

objetos de estudo das Ci ncias Sociais. Essa import ncia pode ser inserida em duas dimens es: em

primeiro lugar, pela posi o econ mica ocupada pelo grupo em fun o de sua rela o com a propriedade

4 Ver Costa, 1998.

1155

privada e com o controle dos meios de produ o; e em segundo lugar, pelo papel que desenvolve no

processo de tomada de decis es no cen rio pol tico em seus v rios n veis, sobretudo nos regimes

democr ticos. O estudo de tal grupo se mostra com grande possibilidade de compreens o tanto de suas

particularidades no que se refere a estrutura de representa o de interesses na qual est inserido, quanto

das caracter sticas concretas do funcionamento do regime pol tico democr tico no Brasil. Apesar da sua

import ncia, somente nos ltimos anos o assunto recebeu um pouco mais de aten o, sobretudo no

estado do Paran .

O tema da democracia, que perpassa essa monografia, aponta para a necessidade de se conhecer

bem o funcionamento de tal regime, fundamentalmente para apreender algumas caracter sticas da rela o

entre Estado e sociedade, bem como para garantir, atrav s de estudos cient ficos, a sua pr pria

sustenta o e desenvolvimento. Dessa forma, a an lise da rela o entre empresariado e democracia no

Brasil nos permite apreender tanto as particularidades da a o pol tica do empresariado, quanto as

caracter sticas concretas do regime pol tico democr tico e da rela o Estado/sociedade.

1.3) Objetivos

Os objetivos gerais dessa monografia s o: a) apreender algumas particularidades do funcionamento

da sociedade organizada paranaense, no que diz respeito busca pela satisfa o de seus interesses no

contexto do funcionamento do regime democr tico p s-88; b) contribuir para o preenchimento da lacuna

existente nos estudos da rela o entre sociedade e pol tica no Paran .

Especificamente, pretendemos analisar os padr es de a o pol tica do empresariado industrial

paranaense organizado na Federa o das Ind strias do Estado do Paran (FIEP), tomando por

refer ncia o per odo de 1995 a 2000, isto , desde o momento em que Jos Carlos Gomes de Carvalho

1255

(Carvalhinho) assume a presid ncia da entidade. A inten o conhecer as particularidades da a o

pol tica desta importante entidade empresarial paranaense no contexto da consolida o da democracia no

Brasil, tomando por refer ncia n o apenas o seu comportamento frente pol tica econ mica, mas

sobretudo aquilo que diz respeito ao funcionamento das institui es pol ticas t picas do regime pol tico

democr tico. Tal an lise permite identificar o processo de representa o que efetivamente caracteriza a

entidade, bem como a sua relev ncia no cen rio pol tico estadual e nacional, e as particularidades do

funcionamento da democracia no Brasil.

1.4) Hip teses

Nossa hip tese geral que a gest o de Carvalhinho representa uma resposta da FIEP ao processo de

consolida o da democracia no Brasil. N o s porque a FIEP passou a ser mais participativa nos temas

relevantes ao empresariado, mas fundamentalmente porque no momento em que Carvalhinho assumiu a

presid ncia da entidade houve um re-direcionamento e uma reavalia o da a o pol tica da FIEP

enquanto representante dos interesses do empresariado industrial nela organizado. Na gest o de Jorge

Weber, a a o pol tica era dirigida quase que exclusivamente para o Executivo. Carvalhinho procurou

ampliar as vias de acesso ao processo decis rio, sobretudo estabelecendo, segundo ele mesmo em sua

campanha presid ncia da FIEP, uma via de m o dupla com o Parlamento, principalmente em n vel

federal. Ainda que o contato com o legislativo n o fosse novidade, houve a iniciativa de sistematizar a

rela o entre a entidade e os parlamentares paranaenses. Sugerimos, portanto, que o Legislativo se

1355

tornou uma arena importante de atua o do empresariado industrial reunido na FIEP, no contexto do

funcionamento pleno do regime democr tico brasileiro p s-88, o que significa uma resposta

consolida o da democracia.

Com a democratiza o, o parlamento aparece como um acesso alternativo ao processo decis rio

devido ao fechamento do Executivo s press es da sociedade, o que nos ajuda a entender essa

reavalia o da a o pol tica da FIEP a partir de 1995.

1.5) Metodologia

Al m da pesquisa s refer ncias bibliogr ficas sobre o tema, essa monografia se baseou na an lise

de fontes prim rias (atas e documentos de circula o interna da entidade) e secund rias (pesquisa em

jornais e outros peri dicos). Efetuamos um levantamento de todas as mat rias que estivessem

relacionadas a FIEP desde 1986 ano em que Jorge Weber assume a presid ncia da entidade at 2001

ano final do segundo mandato de Carvalhinho com o objetivo de identificar os principais temas que

mobilizaram a entidade na defesa de seus interesses. Posteriormente comparamos os dados com

documentos de circula o interna da entidade, como o cat logo da ind stria (de edi o anual), e as

resenhas quinzenais , pequeno peri dico com an lise de conjuntura, informa es sobre leis e

delibera es mais importantes da entidade. Contudo, procuramos analisar esses documentos luz da

hist ria pol tica do Brasil, evitando tomar os documentos e fatos como evid ncias por si s , ou seja,

como provas incontest veis da realidade.

1455

2) A LUTA PELOS INTERESSES DOS INDUSTRIAIS PARANAENSES

2.1) Hist rico da Fiep

A FIEP foi fundada no dia 28 de outubro de 1943 na sede do Sindicato da Ind stria do Mate, emCuritiba, para atender a lei n mero 2381, relativa a o enquadramento sindical no territ rio brasileiro(decreto de 09/07/1940). Inicialmente com 8 sindicatos filiados, formou-se uma diretoria provis ria5 ,sob presid ncia de Heitor Stockler de Fran a, representante do Sindicato das Ind strias Gr ficasjuntamente com Afonso Jo o Haupt.

Hoje, o sistema FIEP engloba cinco entidades (Federa o das Ind strias do Estado do Paran -FIEP, Centro das Ind strias do Estado do Paran - CIEP, Servi o Social da Ind stria - SESI, Servi oNacional de Aprendizagem Industrial - SENAI e Instituto Euvaldo Lodi - IEL), mantidas e administradaspela iniciativa privada. Tem como objetivo a coordena o, prote o e representa o legal das distintascategorias econ micas da ind stria, visando promover a defesa de seus leg timos interesses6 .Atualmente, a FIEP composta por cerca de 90 sindicatos e com eles forma um conjunto de entidadesde classe que congrega toda a atividade industrial do Paran em seus mais de 25 mil estabelecimentosindustrias dos mais diversos setores 7 . Se faz presente nos principais centros industriais do Paranatrav s de 20 coordenadorias regionais que representam o Sistema FIEP na sua rea de abrang ncia 8 .

5 Ver lista completa da diretoria e sindicatos fundadores na se o Anexos, pg.6 Cat logo da Ind stria 2001. 20017 Idem.8 Ibidem.

1555

2.2) A a o pol tica da FIEP na presid ncia de Jorge Aloysio Weber (1986 - 1995)

Em outubro de 1986, Jorge Aloysio Weber9 assumiu a presid ncia da FIEP, centralizando suaadministra o.

No per odo da gest o de Weber trabalharemos dois casos que possibilitaram levantar algumasquest es referentes a o pol tica da entidade.

O Complexo S

No ano de 1987, quando da Assembl ia Nacional Constituinte, havia a proposta de que as entidades

formadoras do Complexo S (Sesc, Senac, Sesi, Senai e Senar) fossem englobadas em um nico sistema

de seguridade social. Durante o Semin rio A Nova Constitui o Federal, A Regi o Sul e o Paran ,

realizada na AL no dia 04/08/1987, a FIEP reivindicou a continuidade do sistema vigente na poca,

transmitindo essa posi o Comiss o de Sistematiza o da Constituinte da AL. A proposta da FIEP foi

encaminhada pelo pr prio presidente da AL, o deputado Ant nio Anibelli (PMDB), Assembl ia

Nacional Constituinte, assim como outras sugest es apresentadas no Semin rio. O empresariado

industrial paranaense contou com o apoio de deputados e constituintes, entre eles o deputado federal Jacy

Scagnata (primeiro parlamentar paranaense a se posicionar contra a estatiza o) e o senador Albano

Franco, ent o presidente da CNI. Dois milh es de assinaturas refor aram a press o sobre o governo para

garantir a autonomia dessas entidades. Os empres rios e parlamentares alegavam que sob a

responsabilidade do setor privado, o Complexo S vinha cumprindo o seu papel social, atendendo milh es

de pessoas por ano. Afirmavam que caso as entidades passassem tutela do governo, iriam se

transformar em cabide de emprego como as diversas estatais, e n o dariam continuidade a qualidade de

assist ncia e ensino existente no complexo.

Em 1994, como resultado da Revis o Constitucional de 1993, novamente uma proposta que alterariao sistema de contribui o que mantinha o Complexo S, foi apresentada. Essa proposta de emenda

9

Weber presidente da Telos S/A, empresa filiada ao Sindicato da Ind stria Gr fica do Estado do Paran , a qual Weberpresidiu. Tamb m foi presidente do CEXPAR, secret rio especial da ind stria e com rcio do estado do Paran e presidente daCNI.

1655

constitucional visava alterar os artigos 195 e 204 da Constitui o de 1988, repassando a verba dascontribui es para o governo fazer a distribui o, provocando protestos do empresariado industrialbrasileiro, ainda que o deputado Nelson Jobim tivesse garantido que [ ] n o se mexeria no que estavadando certo [ ] 10 .. Mais de 30 mil cartas de protesto foram encaminhadas deputados e senadores dabancada paranaense. O deputado Erwin Bonkoski (PTB-PR) foi o primeiro a se manifestar, garantindo oseu empenho na defesa do Complexo S, comprometendo-se a fazer contatos com todos os congressistasdo Paran . A inten o do governo era criar novos mecanismos de arrecada o, como um imposto sobre ofaturamento das empresas ou sobre o consumo. A emenda seria apresentada junto com a reformatribut ria do Governo Federal.

A pol tica de juros altos do Governo Federal

Em 25 de maio de 1995, a FIEP, por meio de seu presidente, enviou representantes Bras lia parauma reuni o com os membros da CNI, presidentes das outras 26 federa es das ind strias, congressistase representantes do Executivo para discutir como baixar o Custo Brasil e pedir para que o governoparasse de pagar juros muito altos de sua d vida interna. No dia 26 do m s anterior a CNI j haviadivulgado uma nota oficial condenando os juros elevados e prevendo s rias conseq ncias para asind strias e para o Plano Real, caso a situa o persistisse. Ainda em 25 de maio, data em que secomemora o Dia da Ind stria, a FIEP, em protesto, deixou de festejar, alegando, segundo as palavras deseu presidente, que [ ] as empresas estavam morrendo e que n o era momento de comemorar [ ] 11 ,e ainda divulgou a seguinte nota de rep dio nos principais jornais da capital paranaense:

Manifesto

A FIEP comunica a seus filiados e a todos os industriais sob sua gide, que suspendam o car ter

festivo, motivado pelas seguintes raz es:

a) discord ncia em rela o a insensata pol tica de juros, que exorbitam padr es mesmo de economias

em busca de estabiliza o monet ria;

b) pusilanimidade na condu o de solu o que ponha termo a conflito grevista em corpora o

respons vel pelo suprimento b sico produ o normal, equilibrada e sem sobressaltos das plantas

industriais brasileiras;

c) aus ncia de a es pol ticas firmes e decididas que d em fei es de efici ncia e produtividade ao

10 Jornal Gazeta do Povo - 02/02/199411 Jornal O Estado do Paran - 24/05/1995

1755

setor p blico e s entidades por ele controladas e geridas;

d) lentid o no encaminhamento das privatiza es e das reformas estruturais requeridas para o

funcionamento saud vel da economia em nosso pa s.

a retirada do cunho de comemora o foi decidida com o prop sito de simbolizar que os elevadoscustos externos ainda absorvidos pelas empresas, fruto da ina o ou da omiss o pol tica em suprimi-los,confiscam a capacidade de crescimento sustentado e est vel da produ o industrial paranaense 12 .

Jorge Weber

Segundo o presidente, quem mais lucrava com as altas taxas de juros eram os bancos, que estariamsendo recompensados por terem financiado a campanha do presidente. Afirmava ainda que a crise eraculpa da nova democracia em que vivemos. Os funcion rios n o conseguem comprar o que compravamna ditadura. por isso que eu culpo esse tipo de democracia em que n s estamos. Pelo menos na infla otinha dinheiro e os juros eram bem menores do que hoje 13 .

2.3) A a o pol tica da FIEP na presid ncia de Jos Carlos Gomes de Carvalho

(1995-2001)

Carvalhinho 14 assumiu a presid ncia da FIEP em outubro de 1995. Logo de in cio criou osConselhos Tem ticos, hoje 18, classificados a seguir: Pol tica Industrial; Transportes e Infra-Estrutura;Assuntos Econ micos; Constru o Civil; Pol tica; Meio Ambiente e Recursos Naturais; Energia eTelecomunica es; Com rcio Exterior e Mercosul; Agroind stria e Alimentos; Rela es de Trabalho;Tecnologia Industrial; Pequena e M dia Empresa; Madeira, Floresta, Papel e Celulose;Eletro-eletr nico; Metal-mec nico e Repara o de Ve culos; Cultura na Ind stria; Ind stria Moveleira;Design; e Sucroalcooleiro. Promoveu, ainda, a interioriza o da entidade, criando diversasCoordenadorias Regionais.

Quando assumiu, havia o temor de que Carvalhinho pudesse ficar pouco tempo na presid ncia daentidade, porque o PTB pensava em lan -lo candidato sucess o do prefeito Rafael Greca de Macedo eat alguns peemedebistas pensavam em seu nome numa coaliz o oposicionista caso ele n o fosse

12 Jornal do Estado - 25/05/1995. 13 Jornal Ind stria e Com rcio - 29/07/1995.

14 Carvalhinho era tamb m, na poca, diretor-presidente da INPACEL S/A; vice-presidente da Coruj o Com rcio deAutom veis; membro do Conselho Deliberativo do Grupo Bamerindus; s cio fundador da Megaenergia Participa o LTDA;ex-vice-presidente do Conselho Administrativo da Volvo do Brasil Motores e Ve culos S/A; ex-presidente da FENABRAVE;

membro do Conselho Superior da FIESP; Coordenador da Comiss o de Transporte da FIESP; membro do Conselho daACSP; membro do Conselho Deliberativo da Associa o Nacional dos Fabricantes de Papel e Celulose; membro do ConselhoSuperior da FIEP; membro do Conselho Superior da Associa o Comercial do Paran ; membro do Conselho Deliberativo daFENABRAVE; Membro da ALADDA; membro do Conselho Deliberativo da ADVB; presidente do Conselho Diretor daAssocia o Brasileira de Controle de Qualidade em SP; membro da CNI, da qual foi posteriormente vice-presidente epresidente do Conselho Tem tico de Infra-Estrutura; e por delega o do prefeito Rafael Greca, foi mentor do fomento

econ mico de Curitiba. No cen rio pol tico, al m de vice-prefeito de Curitiba, Carvalhinho foi senador suplente e

vice-presidente nacional do PTB, seu partido de origem. Tamb m foi secret rio da Ind stria e Com rcio do Paran de 1987 a1989. Em 1996, Carvalhinho se desligou do PTB e ingressou no PFL, logo tomando posse da presid ncia estadual do partidono plenarinho da AL. Segundo ele, [ ] o PTB passou a ter dono [ ] e o PFL estava mais de acordo com seus ideaispol ticos (Tribuna Platinense - 01/02/1997). Pretendia concorrer ao senado em 98, devido a grande vota o que teve naselei es anteriores de 94, quando obteve cerca de 800 mil votos, s em Curitiba (Tribuna Platinense - 01/02/1997).

1855

escolhido pelo universo pol tico liderado por Lerner e Greca.

Carvalhinho criou o Conselho Tem tico de Assuntos Legislativos, hoje transformado no ConselhoTem tico de Pol tica, [ ] visando estabelecer uma via de m o dupla com os parlamentares estaduais efederais, os quais seriam sistematicamente convidados para as reuni es semanais da diretoria [ ] 15 .

V rios assuntos foram colocados na pauta de discuss es do empresariado paranaense desde queCarvalhinho assumiu em 1995. Ao menos foram mais divulgados na imprensa escrita. Por isso,subdividiremos o estudo dos casos.

O Complexo S

Em 1995, com a Reforma Constitucional, novamente uma proposta que visava a altera o dascontribui es ao Complexo S foi apresentada no Congresso Nacional. O artif cio proposto seria acabarcom as contribui es que incidiam sobre a folha de pagamento de sal rios das empresas. A inten o dogoverno, na verdade, era desonerar a folha de sal rio e criar condi es para que as empresasaumentassem a contrata o de pessoal, preservando o Complexo, mas com outros mecanismos definanciamento. Uma alternativa apresentada foi a cria o de um imposto sobre o faturamento dasempresas ou sobre o consumo. A Assembl ia Legislativa aprovou, ent o, por requerimento do deputadoAnt nio Anibelli, um expediente a ser enviado bancada paranaense no Congresso Nacional pedindo umposicionamento contr rio tentativa do governo de embutir na reforma tribut ria uma proposta quepoderia representar a extin o do Complexo S.

No expediente, foi solicitado empenho da bancada paranaense, para que deputados e senadoresestivessem [ ] vigilantes quanto a tentativa do governo em colocar na reforma a proposta de extin odas contribui es que atinjam o sistema 16 .

A pol tica econ mica no mbito federal e estadual

Em julho de 1996, Carvalho anunciou a mobiliza o da bancada do Paran no Congresso Nacionalpara impedir a pr tica da CPMF (imposto destinado Sa de) e acelerar as reformas tribut ria e fiscalem tr mite no Congresso. Ainda que admitisse os problemas da Sa de P blica no pa s, afirmava que assolu es deveriam ser encontradas no gerenciamento do setor e no combate ao desvio de recursos. Oobjetivo era mostrar aos deputados e senadores que n o adiantava criar novos impostos para resolver osproblemas do pa s, mas sim acelerar os trabalhos com vista s reformas econ micas, para que o Brasilpudesse adquirir maior capacidade de concorr ncia no mundo globalizado.

Ainda neste m s, o presidente da FIEP apresentou ao Ministro da Ind stria, Com rcio e Turismo,Francisco Dornelles, uma carta com reivindica es do empresariado paranaense. A primeirareivindica o dizia respeito ao setor agr cola. De acordo com o documento, a economia paranaense foiprejudicada pelos baixos pre os dos produtos vigentes no mercado. Outra reivindica o era o pedido deuma aten o maior ao sistema de cotas adotado em rela o aos produtos t xteis. A cria o demecanismos semelhantes s antigas c maras setoriais como institutos para a formula o das pol ticasindustriais e comerciais do pa s, tamb m era uma solicita o. A implanta o de uma estrutura financeira15 Jornal Ind stria e Com rcio - 14/08/199516 Jornal Gazeta do Povo - 21/09/1995

1955

de apoio ao com rcio exterior, a redu o das altas taxas de juros, o apoio ao fortalecimento das micro epequenas empresas, bem como a redu o do Custo Brasil tamb m estavam na pauta de reivindica es. Odocumento tamb m foi assinado pelos presidentes Eduardo Guyde Manuel, da Associa o Comercial;Agide Meneguetti, da Federa o Da Agricultura; Rubens Brustolim, da Federa o Do Com rcio;Frederico Wiltunburg, da Federa o do Com rcio Varejista; Farage Koury, da Federa o dasAssocia es Comerciais; e Areli Teixeira de Lara, da Federa o das Empresas de Transporte de Cargas.

Em agosto de 1996, o deputado Jos Carlos Aleluia (PFL-BA) lan ou um projeto de lei, quemodificaria o texto do governo acerca do Regime Automotivo Brasileiro. O projeto criaria incentivosfiscais para as regi es Norte/Nordeste. Por isso, a FIEP enviou nota a todos os parlamentares da bancadaparanaense se posicionando contra o projeto e pedindo para que os parlamentares fizessem o mesmo. Osempres rios alegavam que [ ] o governo tinha o papel constitucional de fazer pol ticas deharmoniza o do desenvolvimento nacional [ ] 17 , o que n o devia ser confundido com privil gios.Ainda nesse m s, os presidentes das federa es dos 3 estados do sul, acompanhados de parlamentares,foram ao Pal cio do Planalto pedir uma parte do bolo dos incentivos. O pedido foi feito ao Ministro daCasa Civil, Cl vis Carvalho. Ap s a audi ncia, o governo descartou a possibilidade de utilizar osubstitutivo.

Em dezembro de 1996, o empresariado paranaense come ou a se mobilizar para cobrar do governoestadual um Plano de Incentivo e Recupera o da Ind stria do Paran . Carvalhinho afirmava que ogoverno estava certo em atrair novas empresas para o estado, mas o mesmo tratamento deveria ser dadoao empresariado paranaense. Essa afirma o, segundo os empres rios, n o era uma cr tica, mas sim, umareivindica o. Os empres rios se reuniram, posteriormente, para elaborar um documento a serencaminhado ao governador Jaime Lerner e aos secret rios da Fazenda, Miguel Salom o, e da Ind stria,Com rcio e Desenvolvimento Econ mico, Nelson Justus. Segundo Carvalhinho, Nelson Justus j haviaelaborado uma proposta neste sentido, a qual seria posteriormente encaminhada ao governador. Naverdade, a inten o da FIEP, por meio de seu presidente, era acelerar o processo.

Em agosto de 1997, a FIEP enviou um documento ao governador Jaime Lerner pedindo amanuten o do BRDE, se posicionando contra a id ia de cis o e conseq ente extin o do nico banco defomento existente no Paran . O BRDE seria substitu do por uma Ag ncia de Fomento, cujos ativos quecomporiam o capital inicial viriam do patrim nio daquele.

Quest es Pol ticas Conjunturais

Quando da vota o no Congresso Nacional para a emenda da reelei o, Carvalhinho trabalhou nocorpo-a-corpo junto aos parlamentares para que aprovassem em primeiro turno a emenda. Carvalho, emcontato com o ent o presidente licenciado do PFL, Jorge Bornhausen, e com o l der do governo naC mara Federal, o peefelista Jos Inoc ncio, afirmou que a [ ] reelei o faria bem ao pa s, poispermitiria aos setores produtivos elaborarem planejamentos de matura o m nima e de resultados [ ]. Carvalhinho afirmou ainda que se o Congresso era a caixa de resson ncia da na o, era l que a Fiepiria atuar [ ] , porque at ent o, [ ]era pequena a parcela de empres rios que vinha trabalhandojunto aos parlamentares 18 19 .

No m s de agosto de 1997, a FIEP juntamente com outras entidades como a Associa o Comercialdo Paran , Federa o do Com rcio Varejista, Sindicato das Cooperativas, e v rias outras se reunirampara elaborar uma carta a ser enviada ao presidente Fernando Henrique Cardoso cobrando uma posi o17 Jornal Gazeta do Povo - 04/08/1996.18 18 Jornal Ind stria e Com rcio - 03/02/1997.19 Idem.

2055

en rgica contra, segundo eles, a radicaliza o do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST). Oempresariado paranaense via a causa dessa radicaliza o na fraqueza do poder p blico, principalmentedo governo estadual, que n o teria levado a efeito nenhuma reintegra o de posse concedida peloJudici rio. Salientam alguns trechos da carta:

O que n o aceitamos o questionamento c vico ordem p blica e o deboche ao estado de direito, tudosob o argumento de justi a social. [ ] Mantemos a chama da convic o de que o Governo do estado cumprir com seu dever, exigindo o respeito lei e s institui es mediante o constitucionalcumprimento das reintegra es de posse, de forma que o produtor rural possa continuar trabalhandocom seguran a e confian a em seus governantes, no verdadeiro exerc cio da democracia. [ ]Entendemos que o que est colocado em xeque n o , somente, a propriedade rural, nem sequer odireito de propriedade. muito mais: questiona-se aberta e ostensivamente a ordem p blica, o estadode direito e a paz social, ou seja, questiona-se a pr pria democracia. A reforma agr ria precisa ser feitapelo imp rio da ordem, bases da sociedade democr tica que estamos construindo [ ] 20 .

20 Jornal Gazeta do Paran - 28/08/1997; Jornal da Manh - 29/08/1997.

2155

3) CONSIDERA ES FINAIS

Havia uma opini o comum entre algumas lideran as empresariais paranaenses quanto ao fato deque [ ] a import ncia da FIEP na gest o de Carvalhinho seria bem maior do que durante a presid nciade Weber, para n o dizer que a entidade n o tinha import ncia nenhuma [ ] 21 no que diz respeito arepresentatividade e a difus o de seus interesses no processo decis rio estadual, nacional e internacionale na pr pria sociedade. A afirma o parece improv vel, o que se comprova por algumas a esreivindicat rias, como o manifesto contra a pol tica de juros altos praticada pelo Governo Federal. Al mde que, no mandato de Weber, o n mero de sindicatos filiados aumentou de 28 para 82, ainda que essen mero n o represente apenas uma conquista da lideran a de Weber.

Contudo, durante a presid ncia de Weber, a FIEP se mobilizava em torno das tend ncias dosinteresses do empresariado nacional frente a conjuntura, e n o em torno dos interesses da ind striaparanaense, ou seja, a Fiep absorvia e seguia as reivindica es feitas pelo empresariado nacional, comose pode notar nos casos do Complexo S e tamb m da pol tica de juros do Governo Federal. Conforme aan lise efetuada nas publica es, a entidade nunca tomou a dianteira na luta pelos interesses da ind striaparanaense e n o se nota a presen a do presidente Weber frente de alguma discuss o pol tica, por maisque seja do interesse da ind stria paranaense, o que n o quer dizer que a entidade tenha sido marcadapela ina o nesse per odo.

Com o retorno democracia e, sobretudo ap s a Constitui o de 1988, que devolve ao Legislativoalguma das prerrogativas perdidas durante o per odo autorit rio, a relev ncia do Poder Legislativoimplicou a diversifica o dos canais de acesso da representa o de classes, ainda que o CongressoNacional n o fosse o locus mais relevante do processo decis rio (Diniz & Boschi, 2000:41). Weber,como dirigente classista, n o atentou para a import ncia que o Legislativo assumia no processodecis rio, enquanto que o Executivo se fechava s press es e demandas das classes atrav s daincrementa o do aparelho burocr tico estatal.

Um fato sugestivo com respeito a essa quest o, o debate referente ao Mercosul. Segundo algunsempres rios, essa discuss o, at o fim do mandato de Weber, esteve concentrada no Itamaraty, cujosdiplomatas n o teriam muita experi ncia com com rcio exterior. A partir do in cio do mandato deCarvalhinho, o empresariado industrial paranaense passou a ter mais acesso ao processo decis rioreferente pol tica e a economia internacional brasileira22 . Certamente, Carvalhinho n o conseguiuromper o insulamento burocr tico (Leopoldi, 1992:78), ou seja, o isolamento e o fechamento dasag ncias t cnicas e da burocracia estatal que controlavam o processo decis rio econ mico nacional e apol tica internacional brasileira s press es da sociedade, que foi uma das caracter sticas do governoFHC. Ele, na verdade, atentou para a import ncia que o Poder Legislativo assumia no processo decis rio,n o por que teria se tornado o centro da defini o da pol tica de Estado, mas por sua inter-rela o com oExecutivo. Por isso, importante ressaltar a luta parlamentar do empresariado industrial paranaense,durante a gest o de Carvalhinho, na tentativa de influenciar o processo decis rio com vistas a atender assuas demandas, ainda que n o dissessem respeito classe industrial (grandes, m dios, pequenos emicro-empres rios) em sua totalidade.

Segundo, Carvalhinho, a FIEP era uma institui o pol tica, ainda que n o partid ria, mas tamb muma entidade classista e como tal, precisa ter participa o pol tica e influ ncia junto as autoridades paraobter resultados para a classe 23 . Por isso um de seus projetos era criar canais de acesso a decis es

21 Jornal Ind stria e Com rcio - 30/08/1996.22 Jornal Gazeta do Povo - 02/2001.23 Jornal Gazeta do Povo - 12/09/1996.

2255

pol ticas no mbito estadual e federal. Quando assumiu a presid ncia, a sua principal meta era criar umla o entre a FIEP e pol ticos, principalmente parlamentares estaduais e federais, pois admitia que erapequena a parcela de empres rios que trabalhavam junto aos parlamentares [ ] em defesa dosinteresses da ind stria paranaense 24 . Esse projeto almejava a independ ncia representativa setorial deoutros estados para firmar o Paran como p lo industrial independente.

A FIEP consolidou sua influ ncia pol tica nacional, at pela figura de lideran a pol tica deCarvalhinho. Ele mesmo admitiu que o Paran estava consolidando a sua capacidade de influ nciapol tica nacional e consagrava-se como detentor de espa os para receber investimentos nacionais eestrangeiros, gra as ao trabalho de suas lideran as pol ticas e empresariais 25 .

Podemos ressaltar a import ncia dos Conselhos Tem ticos, em especial o de Pol tica sem d vida, oque mais nos interessa que promove a tentativa da FIEP criar um v nculo com os setores pol ticos,convidando pol ticos (constantemente ministros e parlamentares) para as reuni es semanais da diretoriada entidade. Segundo algumas declara es, era mais constante a presen a de parlamentares estaduais,muito mais pela facilidade que pela import ncia, pois parlamentares da bancada paranaense noCongresso Nacional tamb m compareciam a essas reuni es freq entemente.

Por isso, n o nos parece prov vel que seja uma caracter stica da a o pol tica do empresariadoindustrial paranaense a intermedia o da Assembl ia Legislativa do Paran entre a FIEP e o CongressoNacional, at porque de nosso conhecimento o trabalho corpo a corpo do presidente Carvalho juntoaos parlamentares da bancada paranaense no Congresso. O Parlamento, ainda que se tenha criado noExecutivo ilhas de racionalidade e de especializa o t cnica (Nunes, 1985: 347-72) para controlar astend ncias clientelistas e as press es da sociedade (Leopoldi, 1992: 95), adquiriu, ap s aredemocratiza o de 1988, uma capacidade maior de influenciar o processo de defini o da pol tica deEstado nas arenas decis rias do Executivo nacional. Portanto, o Executivo continua sendo o centro dadefini o da pol tica de Estado, mas n o aut nomo com rela o ao Parlamento.

Em suma, houve um re-direcionamento e uma reavalia o da a o pol tica da FIEP enquanto

defensora dos interesses leg timos do empresariado industrial no momento em que Carvalhinho assumiu

a presid ncia da entidade. Na gest o de Weber, a a o pol tica era dirigida quase que exclusivamente

para o Executivo. Carvalhinho procurou ampliar as vias de acesso ao processo decis rio, por isso sua

preocupa o em estabelecer uma via de m o dupla com o Parlamento, principalmente o federal. Essa

iniciativa implicou tamb m na estrutura organizacional da entidade, no momento em que s o criados os

conselhos tem ticos, em particular o de assuntos legislativos, posteriormente transformado em conselho

tem tico de pol tica, o que sugere uma maior preocupa o em modernizar e adaptar a entidade s

mudan as do regime pol tico, fundamentalmente com rela o import ncia que o legislativo assumia no

processo decis rio assumia, tanto no mbito nacional, quanto estadual.

24 Jornal Ind stria e Com rcio - 23/05/1996.25 Jornal Ind stria e Com rcio - 30/09/1996.

2355

A gest o de Carvalhinho, portanto, representa uma resposta do empresariado industrial paranaense

representado na FIEP consolida o da democracia no Brasil. A entidade se torna mais participativa no

processo decis rio, reagindo contra as disposi es do Governo e/ou do Parlamento Federal ou estadual

quando enxerga que os interesses da ind stria paranaense ou de um setor dela est o sendo prejudicados,

e se antecipando em elaborar propostas a serem apresentadas ao Executivo e/ou ao Parlamento Federal

ou estadual para atender as demandas do empresariado industrial paranaense ou de uma fra o sua.

Com a democratiza o, o Legislativo Federal aparece como um acesso alternativo ao processo

decis rio devido ao fechamento do Executivo s press es da sociedade. O Parlamento, pressiona o

Executivo para que sejam atendidas as demandas dos grupos sociais, o que nos faz entender o

re-direcionamento da a o pol tica da FIEP partir de 1995, e nos leva a considerar a primazia do

Executivo e esse ainda funcionando como principal arena decis ria do regime democr tico p s-88.

2455

ANEXOS

1) Primeira diretoria da FIEP e sindicatos fundadores

Heitor Stockler de Fran a

Ruy Itiber da Cunha

Jos Grassi

J lio C. Moura

Rodolfo Senff Jr.

Suplentes

Arc sio Guimar es

Luiz Marcassa

Rodolfo Mueller

Achiles Muggiati

Zanardy Ribas

Conselho Fiscal

Afonso Jo o Haupt

Arnaldo Paulo Lipmann

Domingos Lass

Suplentes

2555

Euz bio Ritzmann

Ot vio Cruz

Presciliano Requi o

Sindicatos Fundadores

Sindicato das Ind stria do Mate

representantes : Ivo Le o e Manoel Francisco Correa

Sindicato das Ind stria de Extra o de Madeira

representantes: Luiz Alberto Langer e Ruy Itiber da Cunha

Sindicato das Ind strias Gr ficas

representantes: Heitor Stockler de Fran a e Afonso Jo o Haupt

Sindicato das Ind strias de Cacau e Balas

representantes: Jos Grassi e Luiz Marcassa

Sindicato das Ind strias de Panifica o

representantes: Rodolfo Senff Jr. e Arnaldo Paulo Lipmann

Sindicato das Ind strias de Artefatos de Couro

representantes: Aquiles Muggiati e Rodolfo Muller

Sindicato das Ind strias de Latic nios e Derivados

representantes: Domingo Lass e Te filo Klamos

Sindicato das Ind strias de Alfaiataria

2655

representantes : J lio C. Moura e Torquato Sacheli

2) Publica es em Jornais e Peri dicos sobre a FIEP: 1986 - 1995

Jornal Gazeta do Povo - 27/07/1987

FIEP vai propor continuidade do Sistema de Seguridade Social

A FIEP prop s durante o semin rio A Nova Constitui o Federal realizado na Assembl ia

Legislativa Paranaense, no dia 04/08/87, a continuidade do sistema de seguridade social. Essa posi o foi

transmitida a uma Comiss o de Sistematiza o da Constituinte da Assembl ia Legislativa do Paran , que

estava analisando o texto de proposta de extin o do SESI/SENAI e do SESC/SENAC, que dariam lugar

a um nico sistema de seguridade social, que tamb m englobaria o INAMPS.

Os empres rios paranaenses se mostraram contr rios extin o de seus rg os e alegavam que

aquelas entidades prestavam servi o h v rias na rea social. A proposta defendida no semin rio foi

encaminhada por meio do pr prio presidente da Assembl ia, o deputado Ant nio Anibelli (PMDB),

Assembl ia Nacional Constituinte, assim como outras sugest es apresentadas tamb m no semin rio.

Os Primeiros Parlamentares contra a Estatiza o do SENAI.

Os primeiros parlamentares do Paran a se posicionarem contra a estatiza o do SENAI e SESI, e

demais atividades cong nitas, comandadas pelo setor empresarial, foram os deputados Jacy Scagnata,

constituinte, os deputados estaduais David Cheriegate e Werner Wanderer e o vereador Marcos Isfer.

Segundo esses parlamentares, n o existia justificativa para que essas entidades passassem a ser

tuteladas pelo governo, pois como estavam, sob a responsabilidade do setor privado, vinham cumprindo

seus objetivos. Se essas entidades passassem a ser comandadas pelo governo, alegavam os

2755

parlamentares, iria come ar o empreguismo e perderiam a sua qualidade de atendimento e ensino.

Diziam ainda que os que defendiam a estatiza o n o estavam preocupados com a forma o da

sociedade, e sim com os seus interesses pessoais. Queriam aumentar a rede de cabide de empregos.

A proposta de estatiza o do SESI pela Constituinte foi um dos principais assuntos na FIEP no ano

de 87. Foi vetada pelo setor empresarial, que para tanto contou com o apoio de deputados e constituintes,

entre eles o deputado Jacy Scagnata e o senador Albano Franco, ent o presidente da CNI.

Jornal Gazeta do Povo - 30/01/1988

Jorge Aloysio Weber, ent o presidente da FIEP, assumiria no dia 02/02 a presid ncia do Centro de

Com rcio Exterior do Paran (CEXPAR).

Jornal Ind stria e Com rcio - 27/01/1988

Este jornal inaugurava nesta data a publica o de uma coluna: Not cias da FIEP , cujo conte do

era sobre o Sistema Fiep como um todo e por isso se concentrava mais nas not cias das entidades sociais

do complexo.

Jornal Gazeta do Povo - 31/01/91

O Servi o de Apoio s Micro e Pequenas Empresas, antes sob o comando do Estado, passou ao

controle das entidades empresarias (federa es da ind stria). O presidente Weber anunciava a cobran a

de um imposto de 0,1% que incidiria sobre a folha de pagamento de sal rios, para a manuten o do

servi o.

2855

Jornal Ind stria e Com rcio - 22 a 24/10/1993

A Fiep estar reunindo os presidentes dos sindicatos das ind strias e coordenadores da entidade no

Estado. O objetivo do encontro debater a posi o das entidades no momento pol tico-econ mico atual,

perspectivas e as poss veis formas de integra o (com a participa o do SEBRAE).

Jornal Ind stria e Com rcio - 24/10/1993 - Ag ncia Fiep

Weber retorna presid ncia da Fiep

ap s quase dez meses de licen a, o industrial Weber reassumiu a presid ncia da Fiep durante a

reuni o das diretorias. A portaria reconduzindo Weber ao cargo foi assinada pelo ent o presidente Ari

Paiva De Siqueira. Weber continuar no cargo de Secret rio especial da Ind stria e Com rcio do estado.

Jornal Gazeta do Povo - 02/02/1994

Emenda que amea a entidades como SESC e SENAC provoca mobiliza o

O SENAC, SESI, SESC, SENAI E SENAR (complexo S) pretende mobilizar pol ticos e

autoridades para evitar que propostas alterem o sistema de contribui o que mant m tais estruturas. O

objetivo repetir o movimento realizado em 1988, quando 2 milh es de assinaturas obrigaram o governo

a garantir autonomia essas entidades.

As propostas visam alterar ou suprimir os artigos 195 e 204 da Constitui o de 88, o que provoca

manifesta es pela classe empresarial, apesar do pr prio relator da revis o constitucional, o dep. Nelson

Jobim, dizer que n o se mexer no que est dando certo .

O complexo S funciona com recursos exclusivos. No caso do SENAC, s o fitos descontos de 1 %

2955

dos sal rios dos empregados, para reverter em benef cios atrav s de cursos profissionalizantes e cria o

de unidades.

Jornal Gazeta do Povo - 14/02/1994

Entidades querem manter destina o de recursos

O complexo S faz campanha para sensibilizar parlamentares quanto pretendida mudan a no uso

das verbas oriundas do empresariado para a subsist ncia dessas entidades. Uma proposta de emenda

constitucional repassa a verba para o governo federal fazer a distribui o. Essa proposta j recebeu

30.000 cartas de protesto s do Paran . Todo o material encaminhado s bancadas de deputados e

senadores, a fim de que se pronunciem contra.

Com a modifica o dos artigos 195 e 204, essas entidades poder o ser transformadas numa LBA,

palco de corrup o com o dinheiro p blico e sempre carentes de dinheiro.

Rubens Brustolim (presidente do Conselho Regional do SESC) esclarece que essas institui es s

nasceram gra as boa vontade do empresariado brasileiro, desde 1945. Hoje est o atuando com recursos

exclusivos da iniciativa privada sem que haja qualquer desconto do sal rio do trabalhador e sem terem

recebido um tost o de rg os p blicos .

Jornal Gazeta do Povo - 17/02/1994

Deputado vai lutar em defesa do SENAC e SENAI .

Erwin Bonkoski (PTB-PR) diz que vai se empenhar especialmente na defesa do complexo S. o

deputado declarou que vai fazer contatos com os demais congressistas do Paran e tamb m s demais

bancadas pedindo apoio. A experi ncia nos mostra que quando o governo centraliza nem sempre os

programas se desenvolvem a contento. Para n s seria uma inger ncia indevida que o Congresso

3055

revisional n o deve aprovar .

Jornal Ind stria e Com rcio - 09/03/1994

Empres rios industriais discutem a URV na Fiep

O presidente Weber e assessores t cnicos da entidade participaram da reuni o com empres rios de

diversos setores para debater a aplica o da URV. Weber afirma que a situa o ainda confusa e pode

ser alterada caso o governo fa a novas Medidas Provis rias sobre o assunto.

A quest o que mais preocupa os industriais se h ou n o perdas salariais na convers o do cruzeiro

real para URV na m dia dos ltimos quatro meses.

Jornal Ind stria e Com rcio - 15 a 17/04/1994 - Ag ncia Fiep

O ministro da Justi a Alexandre Dupeyrat falou a 80 empresas sobre a Lei Antitruste ou Lei de

Defesa da Concorr ncia, que preserva a liberdade de mercado. Sem ela, imperaria a lei do mais forte.

Isto quebraria a liberdade de empreender, a qual se quer preservar .

Jornal Ind stria e Com rcio - 21/07/1994 - Ag ncia Fiep

O candidato presid ncia da Rep blica En as Ferreira Carneiro (PRONA), recebido na Fiep pelo

presidente Weber. O candidato estava acompanhado de Jaime Kreusch, candidato ao governo do Paran

pelo partido de En as.

Jornal Ind stria e Com rcio - 03/08/1994 - Ag ncia Fiep

O candidato En as esteve em visita Fiep e falou aos diretores e industrias da entidade durante

reuni o semanal. Uma de suas metas ser tra ar um plano est vel para o sistema produtivo nacional para

dar maior tranq ilidade aos produtores. Segundo o candidato, uma na o s cresce com sua pr pria

3155

produ o e n o com especula o financeira.

Jornal Ind stria e Com rcio - 25/08/1994 - Ag ncia Fiep

Em outubro de 1986, Weber asuume a Fiep, centralizando sua administra o, o que vem ocorrendo

at hoje, na moderniza o do Sistema Fiep e sobretudo na real integra o entre SESI, SENAI, IEL e

Fiep. O in cio desse trabalho foi com a cria o das coordenadorias regionais, substituindo as delegacias

ent o existentes. Um industrial da regi o escolhido como coordenador, transformando-se numa

extens o ativa do Sistema Fiep na regi o.

Jornal Ind stria e Com rcio - 21/09/1994 - Ag ncia Fiep

Carvalhinho, vice-presidente da Fiep candidato ao senado. O estado do Paran n o tem

conseguido marcar presen a, sobretudo em quest es que afetam diretamente os paranaenses.

Jornal Ind stria e Com rcio - 09/03/1995 - Ag ncia Fiep

Fiep apoia medida para sustar cobran a antecipada do IPVA 1995 .

A Fiep est apoiando a iniciativa do deputado Lu s Carlos Romanelli em sustar, atrav s de medida

legislativa, os efeitos da instru o SEFA-IPVA/95, que reduziu o prazo de pagamento do imposto com

desconto de 30%.

Segundo o presidente da Fiep, Jorge Weber, que enviou of cio tanto a Romanelli quanto ao

presidente da Assembl ia Legislativa dep. An bal Khury, a redu o do prazo prejudicar muito os

segmentos empresariais, sobretudo as ind strias, possuidoras de significativa frota de ve culos. Al m do

artigo ferir frontalmente o artigo 97, inciso I, do C digo Tribut rio Nacional, as sucessivas altera es de

3255

regras tribut rias conduzem inseguran a aos contribuintes como m todos descricion rios perturbadores

do fluxo operacional das atividades econ micas .

Jornal Ind stria e Com rcio - 15/03/1995 - Ag. Fiep

Dep. Explica situa o de projeto sobre IPVA

O dep. Luiz Romanelli esteve na ultima Segunda-feira na Fiep, em reuni o semanal da diretoria,

para explanar a situa o do seu projeto acerca do IPVA.

Caso a medida seja aprovada, ir beneficiar todos os que deixaram de pagar o imposto no ltimo dia

dez, onde est o inclu dos os empres rios que disp e de grandes frotas de ve culos.

O presidente Weber considera que a norma da Secretaria da Fazenda fere o CTN, al m de fugir

regra de anos anteriores.

Jornal Gazeta do Paran - Cascavel - 05/1995

H uma proposta conjunta de alguns deputados para que o complexo S passe a ser administrado

pelo governo. N s estamos nos colocando frontalmente contra essa proposta porque em tudo que o

governo p e a m o n o caminha , criticou o presidente da Fed. Do Com rcio Varejista do Paran e do

Conselho Regional do SENAC, Abr o Jos Melhem.

Jornal Gazeta do Povo - 03/05/1995

Contribui es ao SESI e ao SESC podem acabar

O governo vai propor o fim das contribui es que incidem sobre a folha de sal rio e que s o

destinadas ao complexo S, Sebrae e Incra.

3355

A inten o do governo preservar essas institui es, mas com outros mecanismos de

financiamento. Uma das alternativas a cria o de um imposto sobre o faturamento das empresas ou

sobre o consumo. O objetivo do governo desonerar a folha de sal rio e criar condi es para que as

empresas aumentem as contrata es de pessoal. A proposta dever ser apresentada junto proposta de

reforma tribut ria do governo. O custo do trabalho no Brasil considerado muito elevado pelo governo,

em compara o com outros pa ses.

Trata-se de uma limpeza dos encargos sociais . Uma delas a retirada de alguns benef cios sociais

do texto constitucional, como o adicional de 30 % de f rias e a licen a maternidade de 120 dias.

As mudan as s o estudadas pelo Ministro do Trabalho (Paulo Paiva) e do Planejamento. Os estudos

mostram que quando os encargos sociais s o fixos, as empresas relutam em empregar trabalhadores.

Jornal Ind stria e Com rcio - 5 a 7/05/1995 - Ag. Fiep

Fiep aponta graves conseq ncias dos juros

O presidente da Fiep, Weber, est assumindo posi o firme e contr ria pol tica de juros altos do

governo federal. Juntamente com outros 26 presidentes de federa es ele considera que urgente a

revis o desta pol tica monet ria substituindo-a por a es mais decididas na rea fiscal, por exemplo.

Na verdade, essa tamb m a posi o adotada pela CNI, que no ltimo dia 26 divulgou nota oficial

condenando os juros elevados e prevendo s rias conseq ncias para as ind strias caso a situa o persista.

Para Weber, os maiores problemas provocados vem sendo o aumento da inadimpl ncia, o acesso restrito

ao capital de giro e as dificuldades crescentes para os pagamentos das folhas de sal rio.

os juros penalizam a produ o e desestimulam o investimento, elevando o custo do que

produzido e reduzindo a capacidade futura de amplia o da oferta. Por outro lado, as altas taxas de juros

elevam as despesas publicas com o impacto negativo sobre o equil brio das suas contas e sobre as

3455

expectativas dos agentes econ micos , sintetizou.

Weber disse ainda que o Plano Real foi uma conquista da sociedade e de suma import ncia

preserv -lo. A atual pol tica monet ria compromete a sobreviv ncia do sistema produtivo e amea a o

pr prio plano de estabiliza o , conclui.

Jornal Ind stria e Com rcio - 23/05/1995

Carvalho assume presid ncia da Fiep em outubro

M o dupla - Uma das comiss es de trabalho ser a de assuntos legislativos. preciso criar uma via

de m o dupla com os parlamentares. Vamos trazer sistematicamente 2 ou 3 deputados ou prefeitos para

reuni es na Fiep , diz Carvalhinho. Ele pretende estimular a interioriza o, com reuni es bimestrais em

cidades do interior. Tamb m ser formada uma comiss o de ex-presidentes (Weber, Zaniolo e de Mari)

com direito a voto. O conselho superior ser formado, entre outros, pelo Ministro da Agricultura, Jos

Eduardo de Andrade Vieira e os empres rios Jorge Gerdau, Jaime Canet Jr. e Ant nio Erm rio de

Moraes.

Jornal O Estado do Paran - 24/05/1995

Ind stria substitui festa por protesto"

Em protesto pelo arrocho ao cr dito e altas taxas de juros, a Fiep vai deixar de comemorar o dia da

ind stria, amanh . Nossas empresas est o morrendo e n o momento de comemorar .

O governo estimulou os empres rios a se organizarem para competir com o produto estrangeiro.

3555

Os que se organizaram s o os primeiros que est o sofrendo, porque o governo n o se organizou , diz o

presidente Weber. Segundo Maur lio Schimidt, chefe do Departamento Econ mico da Fiep, o governo

ainda n o conseguiu corrigir a parte doente da economia. As altas taxas de juros indicam uma

incapacidade pol tica de resolver os problemas do governo. Uma economia n o pode crescer quando um

dos lados est doente .

No Brasil, tudo financiado, em toda a seq ncia da produ o. Nesse quadro, o juro se transforma

num imposto , diz Weber. Falta dinheiro para tudo. Como tudo financiado, e as altas taxas de juros,

de at 16% ao m s, tornaram o cr dito proibitivo, as empresas n o t m dinheiro para financiar a

produ o, e algumas n o t m capital nem mesmo para efetuar demiss es.

Os empres rios n o defendem uma queda brusca nos juros, mas querem que o governo deixe fluir

algum dinheiro, restabelecendo o capital de giro. O governo n o precisa pagar taxas de juros t o altas.

O empres rio teme que a recess o eminente desorganize mais uma vez a produ o. A tend ncia demitir

ou fechar as portas, e o grande prejudicado, mais uma vez, vai ser o trabalhador , salienta Weber.

Jornal Gazeta do Povo - 24/05/1995

Empres rios organizam protesto em Bras lia

O governo incentivou as empresas a se organizarem e a investir em equipamentos para que

pudessem competir com os produtos importados. No entanto, n o conseguiu realizar a reforma tribut ria,

nem reduzir os seus gastos e a divida externa , disse Weber. Segundo ele, as ltimas medidas de

conten o de consumo, aliada pol tica cambial que desfavorece as exporta es e aos juros altos, est

causando recess o e desemprego. Alguns setores est o tendo dificuldades para exportar em fun o do

3655

c mbio e voltam-se para o mercado interno, onde tamb m n o conseguem vender porque as restri es ao

cr dito e os juros altos afastaram os consumidores. O resultado a queda na produ o ou empresas

fechadas.

Diante desse quadro, a Fiep vai mandar representantes Bras lia, para uma reuni o marcada para

25/05 com os membros da CNI, congressistas e representantes do Executivo para discutir como baixar os

custos do Brasil e pedir que o governo pare de pagar juros t o altos de sua d vida interna.

Jornal Ind stria e Com rcio - 24/05/1995

Outra critica do setor industrial concentra-se nos incentivos exporta o, que atingiram

especialmente os ramos madeireiro e agroindustrial. Os madeireiros est o perdendo mercados

conquistados h anos pela inseguran a gerada pelo governo. Com a defasagem cambial, muitos

empres rios do ramo fecham contratos com preju zo e passaram a redirecionar o produto para o mercado

interno, o que gerou queda do custo aqui dentro .

A solu o vislumbrada por Weber a queda gradual da taxa de juros para n o prejudicar a

continuidade do Plano Real.

Jornal do Estado - 24/05/1995

Manifesto

A Fiep comunica a seus filiados e a todos os industriais sob sua gide, que suspendam o car ter

festivo, motivado pelas seguintes raz es:

discord ncia em rela o a insensata pol tica de juros, que exorbitam padr es mesmo de economias em

busca de estabiliza o monet ria;

3755

pusilanimidade na condu o de solu o que ponha termo a conflito grevista em corpora o respons vel

pelo suprimento de insumo b sico produ o normal, equilibrada e sem sobressaltos das plantas

industriais brasileiras;

aus ncia de a es pol ticas firmes e decididas que d em fei es de efici ncia e produtividade ao setor

p blico e s entidades por ele controladas e geridas;

lentid o no encaminhamento das privatiza es e das reformas estruturais requeridas para o

funcionamento saud vel da economia em nosso pa s.

a retirada do cunho de comemora o foi decidida com o prop sito de simbolizar que os

elevados custos externos ainda absorvidos pelas empresas, fruto da ina o ou da omiss o pol tica em

suprimi-los, confiscam a capacidade de crescimento sustentado e est vel da produ o industrial

paranaense .

Jorge Weber

Jornal do Estado - 24/05/1995

Fiep organiza manifesto contra juros altos

A Fiep enviou fax ao presidente da CNI, M rio Amarato, exigindo uma atitude en rgica da

entidade. Com o aumento dos compuls rios dos bancos, os recursos s o tirados do mercado e n o s o

repassados ao setor produtivo.

3855

Jornal Gazeta do Povo - 22/07/1995

Carvalhinho candidato em chapa nica para a diretoria da Fiep. Contou com o apoio de todos os

82 sindicatos filiados, o que foi anteriormente manifestado oficialmente em documento assinado pelos

respectivos presidentes.

Jornal Ind stria e Com rcio - 24/07/1995

C ssio Taniguchi, secret rio de Estado da Ind stria, Com rcio e Desenvolvimento Econ mico, em

parceria com o IPARDES e com a Fiep realizar em 1996 uma fotografia da ind stria paranaense. A

verba para a pesquisa sair da SEICDE e da Fiep (R$ 290.000,00 de cada entidade).

Jornal Ind stria e Com rcio - 29/07/1995

Presidente da Fiep diz que tributa o e juros tiram competitividade da ind stria: Juro elevado n o para a

infla o, avalia Weber, que tamb m ataca parlamentares

No momento em que o real completa um ano, Weber dispara cr ticas mordazes ao plano. Diz que a

pol tica praticada pelo governo n o permite que a ind stria nacional tenha competitividade em rela o

aos produtos importados.

Para Weber, o setor produtivo nacional preparou-se tecnologicamente, mas isso n o o

suficiente . Sobre o com rcio exterior, ele critica os diplomatas: eles tem que ser melhor preparados e,

ao mesmo tempo, a pol tica tem que mudar muitas coisas para que nossa carga interna seja equivalente

ao que est l fora.

Segundo Weber, os diplomatas brasileiros n o estavam preparados para serem transformados de

homens de simples rela es p blicas para homens de neg cios e defensores do emprego no pa s. Avalia

ainda que seria bom que n o tiv ssemos tido aberto o mercado de tal forma e com tanta velocidade,

3955

porque n o est dando tempo para os nossos diplomatas aprenderem alguma coisa. Ataca, ainda, a

tributa o e os juros altos e fala da pol tica do governo, que trocou de cargos por votos no Congresso.

N s pagamos demais para nos governarem. E quem paga a popula o. Somos contra a tributa o

porque nos impedem de vender. A redu o da produ o aumenta o custo, porque a ociosidade industrial

custo.

O empres rio afirma ainda que a folha de pagamento do funcionalismo p blico do governo Itamar

Franco dobrou. A fiscaliza o para arrecadar tributos n o funciona e ent o o governo tributa mas n o

arrecada. E dizem que a economia informal social. Na minha opini o anti-social porque n o paga

imposto para educar a crian a. Temos que fazer com que todo mundo pague pouco .

Weber ainda afirma: damos todos os aumentos que temos que dar aos nossos funcion rios, e eles

n o conseguem comprar o que compravam durante a ditadura. Ganham mais, mas o poder de compra

caiu. por isso que eu culpo este tipo de democracia em que n s estamos. Nas reformas, todo mundo foi

comprado com empregos. S foi nomeado o delegado do Trabalho agora porque n o estava bem definido

se o sujeito iria votar com o governo ou n o. um governo terr vel que custa muito caro. E tem os

bancos por tr s disso a , que financiaram a campanha do presidente e hoje est o sendo grandemente

beneficiados. Eu at fico preocupado que a gente possa imaginar que o presidente est pagando a

campanha eleitoral aos banqueiros. Esse juro elevado n o para a infla o. Isso uma grande mentira.

Agora todo mundo quer aumento. O sal rio aumenta e assim n s n o vamos ser competitivos. Porque

aumenta o sal rio, aumenta pre o, aumenta pre o, aumenta sal rio Vai ficar na mesmo situa o de

quando tinha infla o. Pelo menos na infla o tinha dinheiro e os juros eram bem menores do que hoje .

Jornal Ind stria e Com rcio - 11 a 13/08/1995

Empres rios se re nem para discutir Investimentos

4055

Nesta Sexta-feira, s 10h45, o presidente da Fiep, Weber, recebe comitiva do Grupo de Empresas de

Capital Estrangeiro e o secret rio do Planejamento, Ind stria, Com rcio e Desenvolvimento, C ssio

Taniguchi. Os 22 empres rios que comp e a comitiva est o no Paran para conhecer as oportunidades de

investimentos e debater com os empres rios locais o andamento da Reforma Constitucional no

Congresso. Posteriormente o grupo ter reuni es com o governador Jaime Lerner e com o prefeito Rafael

Greca.

Jornal Gazeta do Povo - 11/08/1995

Fiep dever confirmar Carvalho

Encabe a a nica chapa inscrita o empres rio Carvalhinho, atual presidente do Sindicato das

Ind strias de Papel, Celulose e Pasta de Madeira para Papel, Papel o e de Artefatos de Papel e Papel o

no Estado do Paran .

Carvalho pretende criar os Conselhos Tem ticos, que vai Ter 11 membros, sendo que 10 ser o

nomeados fora do quadro da diretoria. Dos 10 membros, 5 ser o da capital e o restante do interior. O

integrante da diretoria um vice-presidente, que representa o seu respectivo conselho nas reuni es da

diretoria.

Jornal Gazeta do Povo - 12/08/1995

Total de filiados cresceu em 150% em 9 anos de Weber

O n mero de filiados de 86 95 foi de 28 para 82 sindicatos. Weber acrescenta que outro saldo

positivo foi a cria o das coordenadorias regionais, onde os coordenadores s o eleitos pelo voto direto

dos empres rios da regi o. Weber do Sindicato da Ind stria Gr fica do Estado do Paran .

4155

Jornal Gazeta do Povo - 21/08/1995

Fiep pede regras permanentes e claras

O governo continua insens vel, entendendo que os juros altos n o v o deixar inflacionar. Com isso

as ind strias produzem menos, o desemprego sobe e o governo acaba pagando caro , afirma o persistente

Weber.

Para o presidente eleito da Fiep, Carvalhinho, a equipe econ mica exagerou na medida. Agora, a

crise que era nacional acabou atingindo o setor financeiro internacional .

Carvalho acredita que o governo deve flexibilizar as medidas que tratam da circula o do dinheiro e

retomar os mecanismos de financiamento para a produ o.

Jornal Ind stria e Com rcio - 22/08/1995

Ind stria perde com perfil agr cola

Segundo dados do IBGE, o crescimento da ind stria no primeiro ano do real foi de 9,9% e do

Paran foi de apenas 2,5%. Para empres rios paranaenses, o estado foi prejudicado por seu perfil

exportador e agr cola, e poderia Ter crescido mais se houvesse a defini o de uma pol tica industrial

desde o in cio da nova moeda.

O presidente do Sindicato de Com rcio e Exporta o de Madeira, Miguel Zattar, diz que juros

altos, n vel cambial e recess o em geral prejudicaram o desenvolvimento industrial do Paran no

primeiro ano do real. o estado que d o maior saldo credor da balan a, proporcionalmente, e foi

prejudicado com a diferen a cambial. A riqueza n o correu no estado do Paran e deve estar correndo

em outros estados, que fazem ciranda financeira .

4255

Jornal Folha do Paran - 29/08/1995

Lerner cria programas para penitenci rios

Em parceria com empresas do estado, 70% da m o-de-obra dos presos ser aproveitada. Os

empres rios foram mobilizados pelo presidente eleito da Fiep, Jos Carlos Gomes de Carvalho, tamb m

vice-presidente de Curitiba, que tamb m encarregado da execu o do projeto.

REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS

CARDOSO, F. H. (1964). Empres rio industrial e desenvolvimento econ mico no Brasil. S o Paulo :

Difel.

______ (1993). Hegemonia burguesa e independ ncia econ mica: ra zes estruturais a crise do populismo

e do nacionalismo. A constru o da democracia. S o Paulo : Siciliano, p. 51-78.

COSTA, Paulo Roberto Neves (1998) Democracia nos anos 50: burguesia comercial,

corporativismo e parlamento. S o Paulo: Hucitec.

_______ (2002) Associa o Comercial de S o Paulo: entidade de classe e empresa prestadora de

servi os. In: KIRSCHNER, A. M., GOMES, E. R. e CAPPELLIN, P. (orgs.) Empresa,

empres rios e globaliza o. Rio de Janeiro: Faperj/Relume Dumar .

_______ (2005) Empresariado, regime pol tico e democracia: Brasil, anos de 1990. Revista Brasileira de

Ci ncias Sociais, vol. 20, n 57, fev./2005.

DINIZ, Eli e BOSCHI, Renato (1989). A consolida o democr tica no Brasil: atores pol ticos,

processos sociais e intermedia o de interesses. In: DINIZ, Eli, BOSCHI, Renato e LESSA,

Carlos (orgs.). Moderniza o e consolida o democr tica no Brasil: dilemas da Nova

4355

Rep blica. S o Paulo: V rtice, p. 15-75.

______ (1991). O corporativismo na constru o do espa o p blico. In: Boschi, Renato R. (org.).

Corporativismo e desigualdade: a constru o do espa o p blico. Rio de Janeiro: Rio Fundo,

p. 11-29.

______(1993). Brasil: um novo empresariado: Balan o de tend ncias recentes. In: Diniz, E. (org.).

Empres rios e moderniza o econ mica: Brasil anos 90. Florian polis: Edufsc, p. 113-131.

______ (2000) Globaliza o, heran a corporativa e a representa o dos interesses empresariais: novas

configura es no cen rio p s-reformas. In: BOSCHI, Renato Raul, DINIZ, Eli, SANTOS,

Fabiano (orgs.). Elites pol ticas e econ micas no Brasil contempor neo. S o Paulo:

Funda o Konrad Adenauer, p. 15-83.

______(2002). Empresariado e Estrat gias de Desenvolvimento: Balan o e Perspectivas. Trabalho

apresentado no XXVI Anual da ANPOCS, GT Empresariado e A o Coletiva, Caxambu,

23-26 de Outubro de 2002.

LEOPOLDI, Maria Antonieta P. (1992) Burocracia, empresariado e arenas decis rias estrat gicas:

trajet rias do neocorporativismo no Brasil (1939 - 1955). Ci ncias Sociais Hoje. Rio de

Janeiro: Rio Fundo/Anpocs, 1992. p. 74-101.

MARTINS, Luciano (1968). Industrializa o, burguesia nacional e desenvolvimento. Rio de Janeiro :

Saga.

NUNES, Edsoon de O. (1985). Tipos de capitalismo, institui es e a o social: notas para uma

sociologia pol tica do Brasil contempor neo. Dados. Vol. 28, n 3.

SOUZA, Marcus P. (2001) A Federa o das Ind strias do Estado do Paran e a democracia p s-88.

PROLICEN: UFPR.

4455

Outras Fontes

FIEP www.fiepr.com.br

CNI www. cni.org.br

Documentos

Ata de Funda o da Federa o das Ind strias do Estado do Paran (FIEP)

Atas de reuni o da diretoria

Jornais

Gazeta do Paran

Gazeta do Povo

Ind stria e Com rcio

Jornal do Estado

Jornal da Manh

O Estado do Paran

Tribuna Platinense

4555

Peri dicos

Almanaque da FIEP - 2001

Resenhas Quinzenais FIEP

4655