1 - ATOS E FATOS (1)

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    Direito Civil IIDireito Civil II

    Prof. Agaíde ZimmermannProf. Agaíde Zimmermann

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     Aula I Aula I

     

     ATOS E FATOS JURDICOS ATOS E FATOS JURDICOS

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    FATO JURDICO E! SE"TIDO A!P#O

    Da mesma forma que quase tudo queexistente no universo, o direitotambém tem seu ciclo de existência,

    pois o direito “nasce”, desenvolve-se eextingue-se.

    Estas fases ou momentos do direito são

    oriundos da ocorrência de fatos quepossuem efeitos ur!dicos, c"amadosno direito de fatos jurídicos.

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    Por$m% &'o fato& (urídi)o&&omente a*uele& fato& *ue+o&&uem alguma relev,n)ia +arao direito% ou &e(a% a*uele& fato&o)orrido& *ue +rodu-em efeito&no mundo (urídi)o% ainda *ue de

    modo negativo% )omo +oreem+lo% o& fato& ilí)ito&.

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    #ara sabermos se um determinadofato é relevante ou não para odireito, utili$a-se o método do u!$ode valora%ão, ou sea, analisa-se &ea*uela )onduta /umana $)on&iderada relevante +ara o

    direito% a +onto de ei&tir lei *uea regulamente e0ou a +roí1a.

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    De&ta forma% o fato de uma +e&&oa&im+le&mente )ru-ar )om &eu )arrouma rua n'o +o&&ui *ual*uer

    relev,n)ia (urídi)a. Por$m% &e ao)ru-ar a rua e&te indivíduo )au&arum atro+elamento% +rovo)ando

    dano& materiai& a ter)eiro&%)ertamente% tal fato )/amar2 aaten3'o do ordenamento (urídi)o.

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    Destaca-se que a c"uva, o vento,etc. são c"amados de fatos

    naturais e podem receber aconceitua%ão de fatos ur!dicosse apresentarem consequências

     ur!dicas, como por exemplo,perda ou destrui%ão de bens.

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    Podemo& )on)eituar fato (urídi)o)omo &endo4

     &' (odo o acontecimento natural ou

    "umano capa$ de criar, modi)car,conservar ou extinguir rela%*es ur!dicas+

    u ainda como

    ' todo o acontecimento da vidarelevante para o direito, mesmo que seail!cito.

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    /0&11232/&45 D1 3&(1 6789D2/1

    s fatos ur!dicos podem ser

    classi)cados como  fatosnaturais  ou  fatos jurídicosstrictu sensu e fatos humanos 

    ou fatos jurídicos latu sensu.

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    a5 Fato& "aturai& ou Jurídi)o& Stri)tuSen&u

    /onforme : relatado anteriormente, osfatos naturais ou ur!dicos em sentidoestrito são fatos relevantes para o direitoque decorrem da simples manifesta%ão na

    nature$a, ou sea, são al"eios ; vontade"umana, ou ainda, a vontade "umanaconcorre de forma indireta para suaocorrência, como, por exemplo, nos casos

    dos fatos ur!dicos naturais ordin:rios,exempli)cados mais abaixo.

    s fatos naturais são classi)cados em

    ordin2rio& e etraordin2rio&.

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    S'o Fato& "aturai& Ordin2rio&6e&+erado&5 o nascimento, a morte, a

    maioridade, o decurso de tempo

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    = importante ressaltar que as tempestades,o terremoto, as c"uvas, etc., por si s> nãogeram efeitos ur!dicos. (ais eventosnaturais s> gerarão efeitos no universo ur!dico se sua ocorrência for realmente

    relevante para o ordenamento, ou sea, segerarem consequências ur!dicas, que é ocaso, por exemplo, das c"uvas quedestru!ram a cidade de lumenau - 1/, tal

    foi a relev?ncia deste fato da nature$a, quecertamente este acontecimento naturalgerar: v:rias obriga%*es, principalmenteno que tange ao pagamento de seguros.

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    b' Fato& 8umano& ou Jurídi)o& #atuSen&u

    1ão a%*es "umanas que criam, modi)cam,transferem ou extinguem direitos, dividem-se em atos l!citos e il!citos.

     &ntes de continuar, contudo, com a

    classi)ca%ão, não se pode deixar deexplicar que nos “atos ur!dicos”

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    s  Ato& Jurídi)o& lí)ito&  sãoaqueles atos emanados de uma

     vontade "umana, praticados emconformidade com o ordenamento ur!dico, e que, por isso, produ$em

    os efeitos almeados pelo agente. s atos l!citos se dividem em &to ur!dico em sentido estrito, neg>cio ur!dico e ato-fato ur!dico, os quaisserão tratados mais abaixo

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    s ilí)ito&% ao contr:rio dos l!citos, sãoaqueles atos "umanos praticados em

    desacordo com o que prescreve oordenamento ur!dico, possuindo,portanto, efeitos negativos, tendo em vistaque tais atos repercutem na esfera

     ur!dica. ordenamento ur!dico imp*e aeles efeitos ur!dicos não deseados peloagente, ou sea, o invés de direitos,acabam criando deveres, obriga%*es,

    como, por exemplo, a indeni$a%ão pordanos morais e materiais. Exemplo &rtigoABC do //+ médico que pratica eutan:sia+furar sinal vermel"o.

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    a&& )a3 o o& ato&lí)ito&4

    O& ato& lí)ito& &e dividem em &to ur!dico em sentido estrito, neg>cio ur!dico e ato-fato ur!dico, os quaispasso a tratar

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    s atos ur!dicos meramente l!citos sãoatos ur!dicos praticados pelo "omem,

    sem a inten%ão de alcan%ar efeitos ur!dicos que não esteam previstos emlei, é uma manifesta%ão volitiva submissa; lei. 1ão atos que se caracteri$am pelaausência da autonomia do interessadoem auto regular sua vontade cios ur!dicos que

    serão tratados mais adiante'. 1ão atos voltados ; produ%ão de efeitos uridicamente previstos na lei.

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    ato ur!dico em sentido estrito constituisimples manifesta%ão de vontade, sem,contudo, ser negocial, que determina a

    produ%ão de efeitos legalmente previstos. Exemplo a noti)ca%ão, o efeito ur!dico

    pretendido nada mais é do que constituir odevedor em mora, efeito este previsto em lei.

    8econ"ecimento da paternidade.  & tradi%ão.  & quita%ão.

    #erdão.  & con)ssão

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    ato ur!dico meramente l!cito é vontadeaderente, ou sea, vontade "umana que

    busca os efeitos previstos na norma, : oneg>cio ur!dico é conduta "umanaacrescido da vontade criativa.

      elemento b:sico desta categoria reside

    na circunst?ncia de que o agente não go$ade ampla liberdade de escol"a nadetermina%ão dos efeitos resultantes deseu comportamento, como se d: no neg>cio ur!dico, como no contrato, por exemplo.

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    2mporta saber que apesar de nosatos ur!dicos meramente l!citos nãoexistir ampla liberdade de escol"a

    pelo agente, como ocorre nosneg>cios ur!dicos, ainda assim nãodeixa o instituto de possuir a

    manifesta%ão de vontade comoelemento pr>prio.

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    Existe uma subtipi)ca%ão dos atos ur!dicos meramente l!citos, quais

    seam a' atos materiais

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     &s participações são atos de mera

    comunica%ão, dirigidos a um destinat:rio,sem cun"o negocial, que se consumampor uma declara%ão+ as participa%*es ":um ato intencional que se consuma por

    meio da declara%ão, com as repercuss*espretendidas pelo seu autor, consistente nodeseo de levar a terceiros ciência de umdeterminado intuito ou da ocorrência dedeterminado fato+ exemplos noti)ca%ão,intima%ão, con)ssão, aviso etc.

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     Ato:fato (urídi)o4

    o ato-fato ur!dico, apesar de existirconduta volitiva

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    "o& ato&:fato& (urídi)o& a vontade/umana $ irrelevante% o *ueim+orta $ o re&ultado +rodu-ido.

    estes casos o elemento ps!quicopouco importa, ou sea, não érelevante que o ato-fato ur!dico

    ten"a sido praticado por um incapa$,por exemplo.

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    Exemplo disto é quando um loucoencontra um tesouro. Ele não tin"a

    inten%ão de encontrar o tesouro, mas oencontrou. #ara o ordenamento importaque ele o ac"ou e independentemente

    do agente ser capa$ e da inten%ão delede ac"ar ou não o tesouro, ainda assimserão aplicadas as normas do artigoAFCG do />digo /ivil, ou sea,

    independentemente de um louco terac"ado o tesouro, ele ser: dono departe dele.

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    o ato-fato ur!dico, o ato "umano érealmente da subst?ncia desse fato

     ur!dico, mas não importa para a normase "ouve, ou não, a inten%ão de pratic:-lo.

    #ara se ter uma mel"or compreensão doato-fato ur!dico é preciso entender quepara ele se caracteri$ar não é relevante a

     vontade "umana, +oi& $ o fato% e n'o oato% *ue go-a de im+ort,n)ia (urídi)ae e9)2)ia &o)ial.

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    Doutrinariamente aos atos-fatos ur!dicos podem ser a' atos reais+ atos-

    fatos ur!dicos indeni$at>rios+ atos-fatos ur!dicos caduci)cantes ou extintivos+

    - atos reais H são aqueles que decorremde certos acontecimentos, dando-serelevo ao fato resultante,indiferentemente de ter "avido, ou não,

     vontade em obtê-lo, como é o caso daaquisi%ão da propriedade pelo loucoque pinta um quadro ou do incapa$ quedescobre tesouro+

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    atos-fatos jurídicos indenizativos  H são oscasos de indeni$abilidade sem ilicitude, ousem culpa, que se con)guram naquelassitua%*es em que, de um ato "umano nãocontr:rio ao direito, decorre preu!$o deterceiro, com dever de indeni$ar, como

    sucede nos casos de estado de necessidade,em que a lei permite a destrui%ão oudeteriora%ão de coisa al"eia, ou a lesão ;pessoa, a )m de remover perigo iminente,

    considerando o ato não contr:rio aodireito, mas determinando, por outro lado,a indeni$a%ão ao lesado, nos termos do art.ABB, 22 cIc arts. JFJ e JKL, //.

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    atos-fatos caducicantes ou extintivos Haquelas situa%*es cuo efeito consiste

    na extin%ão de determinado direito e,por consequência, da pretensão da a%ãoe da exce%ão dele decorrentes, comoocorre na decadência e na prescri%ão.

    exemplo tra$ido pelos doutrinadorespara esta classi)ca%ão era o caso doartigo AMB, N AO do // de AJAC, que

    tratava da decadência da a%ãoanulat>ria do casamento, no caso deanterior dePoramento da esposa.

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    "eg7)io (urídi)o

      /onsiste na declara%ão de vontade voltada ; obten%ão deum efeito ur!dico, capa$ de criaruma rea%ão ur!dica, não sendo,portanto, apenas um ato livre de

     vontade.

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    #ara 2Q7E0 8E&0E, “neg>cio ur!dico é aquela espécie de ato ur!dico que, além de se originar de

    um ato de vontade, implica nadeclara%ão expressa da vontade,instauradora de uma rela%ão entre

    dois ou mais sueitos tendo em vistaum obetivo protegido peloordenamento ur!dico”.

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    Entende-se que neg>cio ur!dico é adeclara%ão de vontade privadadestinada a produ$ir efeitos que o

    agente pretende e o direito recon"ece,tais como a constitui%ão, modi)ca%ãoou extin%ão de rela%*es ur!dicas, de

    modo vinculante, obrigat>rio para aspartes intervenientes, cf. 38&/21/D &&8&0.

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    3rancisco do &maral a)rma ainda queo neg>cio ur!dico é o meio dereali$a%ão da autonomia privada e o

    contrato é o seu s!mbolo.

    o neg>cio ur!dico a manifesta%ão da

     vontade tem )nalidade negocial, queabrange a aquisi%ão, conserva%ão,modi)ca%ão ou extin%ão de direitos.