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Educação, Comunicação e Metodologia
na Extensão Rural
“Extensão ou Educação”
Metodologia na Extensão Rural
Metodologia é o estudo e a sistematização dos métodos adaptáveis ao trabalho de Extensão Rural.
Método:Maneira de ensinar, processo de ensino. A Extensão Rural, para melhor se comunicar com
seu público, especialmente a família rural desenvolveu, adaptou e vem utilizando uma série de métodos de comunicação .
Na comunicação e Extensão Rural, o extensionista necessita conhecer, selecionar planejar e utilizar corretamente os métodos e os meios e em função do público dos objetivos e do assunto a ser transmitido.
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Metodologia Participativa de Extensão Rural
É a metodologia da extensão rural que foi, então,reelaborada de uma concepção educativa que considera:
Extensionista/consultor/assistente técnico e agricultores protagonistas de uma ação transformadora;
Na qual os extensionistas tem papel de mediadores do processo de mudança;
Os agricultores e agricultoras familiares o de sujeitos do seu próprio desenvolvimento;
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Metodologia Participativa de Extensão Rural
Essa metodologia tem como principal objetivo para os extensionistas:
A vivência de um processo metodológico fundamentado nos princípios da participação;
Planejamento e discussão participativo na troca dos saberes dos atores;
Montagem e implementação de estratégias para o desenvolvimento rural sustentável.
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Metodologias Participativas
• O momento atual se caracteriza, pela aproximação da sociedade civil do poder público, começando o processo de :
Consolidação dos Conselhos de Gestão; Criação de espaços públicos de discussão, formulação
e implementação de gestão de políticas públicas; Crescimento dos movimentos sociais se fortalecendo
contra as desigualdades sociais. Em 1995, o “Grito da Terra” marca de forma
significativa e continuada a participação efetiva dos movimentos sociais, organizações de trabalhadores, agricultores familiares na discussão e definição de políticas públicas para o setor rural.
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Desafios Atuais
Vivemos um emaranhado de relações conflituosas e muitas vezes contraditórias;
Nesse contexto a extensão rural, pautando a sua prática num processo educativo, que prevê a inclusão social, precisa:
*Respeitar apropriação do conhecimento pelos agricultores e agricultoras familiares;
Extensionistas investindo no desenvolvimento da consciência crítica e da capacidade dos atores sociais conceberem e articularem um projeto próprio.
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Desafios Para dar conta desses desafios, a ação extensionista trabalha:Prática educativa que tem na organização
social seu ponto de partida;Utilização de técnicas participativas de: Planejamento; Execução; Formas organizativas de produtores. Esse processo participativo de
planejamento e intervenção é que permite aos agricultores, suas famílias e demais atores sociais enfrentar e buscar solução para os seus problemas(PAI).
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Conclusões
Portanto a partir: * da experiência refletida: * da análise critica e coletiva da realidade; * da participação ativa dos atores
envolvidos;É que a extensão rural deve se orientaras sua ações.
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Conclusões As demandas que são apresentadas aos
extensionistas, exigem: Conhecimentos técnicos de formação acadêmica; Habilidades individual e de equipe para resgatar e
respeitar/valorizar o conhecimento dos agricultores(as) familiares.
Porque as transformações desejadas pela sociedade passam necessariamente pela organização, fortalecimento de formas de organização, pela discussão e negociação de políticas públicas;
Isso requer dos profissionais qualificação para animação de processos participativos, capazes de construir estratégias de desenvolvimento sustentável, ajustadas às dinâmicas sociais locais.
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Referencial Teórico
A concepção pedagógica da metodologia participativa, foi inspirada nos princípios teóricos de Jean Piaget, com referências teóricas e filosóficas de:
Educação de adultos de Paulo Freire; Didática “aprender a aprender” de Pedro Demo; A sistematização fundamenta na prática
extensionista com um aporte teórico, explicativo e orientador;
Para operar a extensão rural contemporânea diante de tantas modificações sociais e uma prática educativa coerente com os princípios do desenvolvimento sustentável.
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Concepção Pedagógica da Metodologia Participativa
A teoria do conhecimento de Jean Piaget
A principal preocupação de Jean Piaget, como autor da Epistemologia Genética, era compreender como aumentamos os conhecimentos ao longo da vida o ser humano amplia sua capacidade de pensar, sentir e agir sobre si mesmo, os outros, a natureza e a sociedade.
O termo epistemologia, significa, estudo da verdade (“episteme” = verdade, “logus”=conhecimento e “ia”= arte de), o saber tem uma gênese, tem uma origem.
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O Saber Prévio – Jean Paiget
Na perspectiva piagetiana não existe um novo conhecimento sem que o sujeito já tenha um conhecimento anterior para assimila-lo e transforma-lo;
O bebê nasce com um saber prévio que lhe permite agarrar, chorar, sugar movimentar-se dentre outras;
Ao longo da vida esse saber vai se modificar e ampliar, essas habilidades vão sendo construídas aos poucos a partir do saber que detinha ao nascer.
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Desequilíbrio – Jean PiagetSegundo Piaget, num momento, o sujeito
devido a fatores maturacionais, experiência ativa, interação social busca equilibração ;
Encontra-se em situação que seu saber prévio torna-se insuficiente. Ocorrendo o desequilíbrio;
Ele existe quando qualquer coisa, fora de nós ou em nós, se modificou...A cada instante, pode-se dizer, a ação é desequilibrada pelo que aparece no mundo, exterior e interior.
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Assimilação – Jean Piaget
Assimilar é o processo cognitivo (do conhecimento), pelo qual uma pessoa integra um novo saber nos esquemas preexistentes;
Teoricamente, a assimilação não resulta em mudanças de saberes, mas garante conteúdo necessário para que isso ocorra;
Quando se enche um balão de ar ele fica maior (crescimento por assimilação), mas não muda sua forma.
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Paulo Freire
A teoria do conhecimento de Paulo Freire reinterpreta a concepção de educação e de conhecimento, ou seja a certeza que a educação não é neutra;
Pois todo processo educativo é um ato político, uma ação que resulta numa relação de domínio ou de liberdade entre as pessoas;
Paulo Freire rejeitava o tipo de ensino denominado de “educação bancária, no qual o professor deposita os conhecimentos e o aluno é depositário desses conhecimentos.
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Respeito ao outro – Paulo FreireÉ preciso saber o que fomos, e o que
somos, para saber o que seremos;Exalta que todo ser humano é único.
Tem saberes, história, cultura e valores que devem ser reconhecidos e respeitados;
Assim, o respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos conceder ou não uns aos outros.
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A natureza do homem – Paulo Freire A essência da educação está em reconhecer que o
homem pode refletir sobre si mesmo e descobrir-se com ser inacabado que está em constante busca;
O homem se sabe inacabado por isso se educa. Em todo homem existe um ímpeto criador;
O ímpeto de criar nasce da inconclusão do homem. Somos seres sociais, históricos, inacabados;
Educar implica portanto, considerar o homem sujeito de sua própria educação;
Ninguém educa ninguém. Ninguém educa a si mesmo. As pessoas se educam entre si, intermediadas pelo mundo.
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Coerência absoluta entre Teoria e Prática
O saber prático e o saber teórico são essenciais no processo de formação da consciência crítica, da visão do mundo;
Os atores sociais envolvidos num processo educativo tenham acesso e domínio da teoria da sua prática ou o saber teórico;
Não há prática sem teoria e não há teoria que não se submeta ao ajuizamento da prática.
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Postura investigativa- Paulo Freire
A prática educativa de sempre estimular a curiosidade;
Estar sempre à procura da ou das razões de ser dos fatos;
Deve estimular a capacidade de pensar, de indagar, de duvidar, de experimentar hipóteses de ação, de programar e não apenas seguir os programas propostos e impostos.
Isto desenvolve a capacidade do ser humano de avaliar, comparar, escolher, decidir e, finalmente interferir no mundo.
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Dialogicidade- Paulo FreireA aproximação, fundamental numa prática
educativa, se faz com o diálogo franco;
Adotando uma postura de reciprocidade no falar, ouvir e de receptividade em aprender;
Somente quem escuta paciente e criticamente o outro fala com ele, mesmo que, em certas condições, precise falar a ele;
O educador que escuta aprende a difícil lição de transformar o seu discurso, as vezes necessário, em uma fala com o outro.
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Aprendizagem – Paulo FreireAprender não é acumular
conhecimentos;O que não é superável é a capacidade de
aprender sempre;Só aprendemos quando aquilo que é
objeto do conhecimento tem sentido na nossa vida;
Temos que aprender com as experiências concretas. O importante é aprender a pensar.
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Educação – Paulo Freire
A educação não é neutra. Tanto pode estar a serviço: da decisão; da transformação do mundo; da inserção crítica nele; Quanto a serviço: da imobilização; da permanência possível das estruturas injustas; da acomodação dos seres humanos à realidade tida como intocável.
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Educador – Paulo FreireEducador é o profissional:
* que orienta;
* que dá sentido;
* que constrói;
* um organizador de aprendizagens.O educador tem a tarefa de orientar o
processo educativo;Mas como um ser que busca, como o
aluno, ele também é um aprendiz.24
Dialética – Paulo FreireA dialética é o modo de pensarmos sobre
as contradições da realidade;O pensamento dialético estimula a
revisão do passado à luz do que está acontecendo no presente;
Ele questiona o presente em nome do futuro, o que está sendo em nome do que ainda não é;
A dialética permite reconhecer o saber da história como possibilidade e não como determinação. O mundo não é . O mundo está sendo.
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Comunicação e Metodologia na Extensão Rural
É a interação, é a combinação inteligente, o manuseio racional:
do comunicardo transmitirdo uso do (s) método (s)do uso do (s) meio (s) “é a competência de quem está
interagindo com a comunidade”
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ComunicaçãoNa vida diária, no dia a dia do trabalho de
Extensão Rural, estamos nos comunicando sempre, conversando com meio mundo.
Em consequência:normalmente não percebemos isto,não atentamos para fazer uma reflexão, ter um diagnóstico de como comportamos,como está indo a nossa comunicação fim,é por ai afora,... Não avaliamos o trabalho,“Para fazer as devidas correções, e dar novo
rumo”.27
Comunicação na Extensão RuralTem profissional que gosta sempre de ser
ouvido. E quase sempre ele mesmo, não gosta de ouvir.
Tem profissional que adora dizer verdades, mas de maneira nenhuma suporta ouvi-las.
Tem profissional que procura sempre falar difícil.
Falar difícil é fácil. O difícil é falar fácil de maneira clara, objetiva de maneira a ser compreendido por todos, independente do grau de cultura e conhecimento de cada participante.
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Princípios de Ensino e Aprendizagem
O ensinar inexiste, sem o aprender, O aprender inexiste, sem o ensinar, Quem ensina, aprende ao ensinar, Quem aprende, ensina ao aprender.
Portanto: O Saber fazer, é o saber ser, O ensinar fazer, é o fazendo ser.
Paulo Freire.29
Princípios: Por isso é que o ensinar, exige respeito aos
saberes dos educandos.O saber é antes de tudo uma produção
histórico-social, é um processo contínuo.
Não basta ser instrutor, tem que ser educador.As características tipicamente humanas, não
estão presentes desde o nascimento do indivíduo, resultam da interação do homem e seu meio sociocultural.
Quando o ser humano, transforma o seu meio para atender suas necessidades básicas, transforma-se a si mesmo.
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AndragogiaA preocupação com o adulto na área da
educação é bastante recente, o primeiro estudo que se conhece data-se de 1917;
Atualmente um novo campo de educação vem realizando estudos na área. Trata-se da Andragogia (educação-agogia), (ander-homens adultos);
Andragogia – é a ciência da educação de adulto (proposto pela UNESCO) para designar formação do adulto.
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Andragogia
Diferencia da pedagogia pelo próprio objeto:
Pedagogia – visa a criança e o jovem;
Andragogia – visa o adulto.
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Quem é o Adulto?
Além dos componentes de caráter físico, há outros critérios que caracterizam o conceito de adulto:
Predomínio da razão;O adulto vê o mundo e os acontecimentos
com realismo e objetividade;Sua ação está baseada mais no raciocínio do
que no impulso sentimental;O equilíbrio da personalidade e a
responsabilidade no adulto devem ser uma constante.
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Como o ser humano aprende:
Aprender é formar: novos hábitos; novas ideias; novas atitudes; novas preferências e destrezas; E em consequência disto provoca novos modos de pensar, sentir e agir do homem.“O homem aprende através dos sentidos”
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Características dos adultos:
Área cognitiva/conhecimento:
Tem conceitos solidificados,Tem informações e conhecimentos acumulados, Produz ideias, Procura relacionar teoria-prática, Formula conceitos próprios.
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Características dos adultos: Área afetiva/afeição Seleciona interesses, Tem valores próprios, Controla sentimentos Tem ideias e objetivos definidos Tem sentimentos e experiências vivenciadas, Preocupa com Status, Teme críticas e avaliações.
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Características dos adultos:
Área psicomotora/coordenação Possui hábitos solidificados, Possui habilidades e destrezas
desenvolvidas, Seleciona movimentos e uso,Apresenta alterações conforme idade, Seleciona movimentos e uso de energia.
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Adultos- Hierarquia das necessidades: Maslov
Auto Realização
Sociais
Segurança
Fisiológicas
AutoEstima
Características dos adultos:
Comportamento/conduta: Percepções, Seletividade perceptiva, Experiência prévia, Condicionamento, Concepções, Valores, Conhecimento, Necessidades, Motivações.
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Aprendizado do adultoOs adultos:Só aprendem se quiserem,Só aprendem se sentirem necessidade,Aprendem mais pela prática,Aprendem resolvendo problemas da sua
realidadeA experiência afeta a maneira de aprender,Aprendem melhor num ambiente
descontraído,Apreciam métodos complementares,Querem ser orientados e não avaliados.
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Princípios comuns de aprendizagem:
Precisa ser significativo para o agricultor.
Isso exige que:
Se relacione com sua realidade, Permita formular questões, Permita confrontar com problemas, Permita participar com responsabilidade, Permita transferir para situações práticas, Modifique comportamento.
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Princípios comuns de aprendizagem:
Toda aprendizagem é pessoal,Toda aprendizagem precisa visar
objetivos realísticos,Toda aprendizagem precisa ser
acompanhada de feedback imediato,Toda aprendizagem precisa ser
embasada em um bom relacionamento interpessoal.
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IMPACTO DA COMUNICAÇÃO PESSOAL
• VERBAL= 7% (apenas palavras)
• VOCAL = 38% (tom, inflexão, voz)
• VISUAL= 55% (facial, expressões, gestos)
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Aprendizado do adulto
Não há nada no intelecto humano queNão tenha passado pelos sentidos.
Aristósteles GOSTO ____________________ 1,0%
TATO _____________________ 1,5%
OLFATO____________________ 3,5%
AUDIÇÃO___________________11,0%
VISÃO _____________________ 83,0%
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Retemos na memória:
Lemos ____________________ 10%
Escutamos________________ 20%
Vemos____________________ 30%
Vemos e escutamos _________50%
Ouvimos e debatemos_______ 70%
Ouvimos e realizamos________90%
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RELAÇÃO ENTRE COGNIÇÃO E SENTIDOS
APRENDIZADO / RETENÇÃO
1 % paladar1,5% tato3,5% olfato11 % audição83 % visão
10% do lido20% do escutado30% do visto50% do visto e escutado70% do escutado e discutido90% do escutado e feitoFonte: Second Vacuum
Oil Co., 1973
Métodos de ensino:
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Situação de aprendizado
Dados retidos após 3 horas
Dados retidos após 3 dias
Somente Oral 70% 10%
Somente Visual 72% 20%
Visual + Oral 85% 65%
Fixação do aprendizado:
O adulto esquece o que aprendeu de maneira passiva:
Em um ano________________ 50%
Em dois anos______________ 80%
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Experiência pessoal: A partir do que :
fazem
sentem
pensam
conhecem 49
Aprendem fazendo:
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Ação é a base
Concreta - experimentar
Verbal - discussão
Figurada - dramatização
Intelecto - reflexão
Experiência pessoal:
Relacionar:
Novos aprendizados ao que já aprendeu,
Novas experiências a experiência anterior,
Novas ideias às ideias do produtor.
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Fixação:
se eu ouço: esqueço
se eu vejo: recordo
se eu faço: sei fazer e não esqueço.
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Nível Sócio-Cultural
TécnicosNível Sócio-Cultural
Atitude Meios TratamentoAtitude
Conhecimento
-
ConteúdoConhecimento
Habilidade de Comunicação
Sentidos CódigoHabilidade de Comunicação
RECEPTORCANALMENSAGEMFONTE
Resposta ou Feedback
Codifica Interpreta
--
Princípios básicos do processo de comunicação
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Um indivíduo
Um grupo Uma Instituição
Na extensão rural a fonte é o extensionista, ou não!
Habilidade para escrever, falar, ilustrar, demonstrar, argumentar, discutir, dramatizar e descontrair.
Conhecimento sobre o assunto Atitude com relação ao assunto, ao público e ao meio Nível sócio-cultural – As experiências, a bagagem
cultural, formação acadêmica, etc.
A fonte
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Pessoa ou grupo a quem é dirigida a comunicação.
Habilidade do púbico para ler, ouvir, interpretar, associar, discutir, dramatizar e descontrair
Conhecimento: assunto novo ou já conhecido (interesse)– Atitude com relação ao assunto, ao público e ao
meio– Nível sócio-cultural – As experiências, a
bagagem cultural, formação …
O receptor:
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Poluição sonora - Ruídos, barulhos, conversa paralela.
Psicológicas – status, posição, ansiedade. Físicas – sala mal iluminada, muito quente ou
fria, horário impróprio, apresentação confusa e desordenada.
Diferença cultural – dos atores envolvidos no processo.
Postura - diante do método, do meio e do público.
Barreiras na comunicação:
MUITO OBRIGADO!!!
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