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1 Internet e democracia A democracia é o governo do povo Da democracia representativa à democracia participativa Quem é incluído e quem é excluído do exercício do poder?

1 Internet e democracia A democracia é o governo do povo Da democracia representativa à democracia participativa Quem é incluído e quem é excluído do exercício

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Internet e democracia A democracia é o governo do povo Da democracia representativa à democracia

participativa

Quem é incluído e quem é excluído

do exercício do poder?

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Uma nova forma de democracia?

“Os nossos tempos estão em mudança tal como a democracia sob a influência das tecnologias da informação e da comunicação.

Da democracia de elites à democracia de massas e desta à democracia do público… ” (Stefano Rodotà)

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Velhos modelos, novas possibilidades… Estaremos a regressar ao modelo de

democracia directa de Atenas? (tipo ideal)

As NTIC são também vistas como um factor de fragmentação social e propensas a formas de populismo político e a utilização para fins plebiscitários em detrimento da democracia parlamentar e pluralista.

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As novas tecnologias tanto podem exacerbar as divisões sociais e económicas como promover as dinâmicas democráticas...

... tanto podem ser usadas como instrumento de populismo político, como da construção da formas mais avançadas de democracia ...

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A resolução deste dilema dependerá menos das propostas dos teóricos do que do modo como a prática política e social moldar o uso das novas tecnologias.

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Um novo modelo de participação política?Haverá algo na natureza das novas

tecnologias que seja de molde a induzir novas práticas sociais?

Representará a democracia digital uma nova variante da democracia?

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As novas tecnologias permitem um envolvimento permanente e contínuo, uma discussão interactiva, um maior acesso à informação ...

e oferecem a oportunidade de repensar e reformar as instituições políticas.

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Uma democracia mais forte (“democracia civil” – “civil democracy”)

A Internet é usada como um meio de comunicação e de informação dos cidadãos na vida profissional, na esfera da educação e formação, no comércio de bens e serviços.(meio multidimensional)

A Internet abre amplas possibilidades de acção e participação cívica (utilizadas, por exemplo, na campanha por Timor-Leste, em Portugal, ou pelo Fórum Social Mundial).

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Na InternetInstituto de Meteorologia disponibiliza informação sobre fenómenos extremos  01.03.2005 - 13h14   Lusa  

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Projecto pioneiro testa a aplicação das tecnologias no ensinoAnsião: computadores substituem sebentas e cadernos de alunos do primeiro ciclo     Público, 18.02.2005 - 15h02   Lusa

 

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Até Dezembro foram registados mais de dois milhões de descargas de artigos científicos das diferentes publicações

Internet: Biblioteca Online quadruplica oferta e ultrapassa as doze mil revistas     Público, 15.02.2005 - 21h51   Lusa

 

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APRENDIZ, 6 de Março de 2005Internet facilita mobilização social e difunde experiênciasAssembleias de bairros e associações comunitárias estão ganhando fôlego com o uso da Internet. Seguindo o ideal de articulação local para garantir uma amplitude global, elas utilizam a Web para difundir experiências e criar redes de comunicação com outras partes do mundo. Assim, alternativas regionais são divulgadas pela tecnologia e podem ser recriadas em outros lugares. Um dos maiores exemplos dessa prática é o site americano Indymedia (Independent Media Center), veículo alternativo ...

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Internet e igualdade Da “liberdade negativa” à “liberdade

positiva”: todos devem ter acesso a oportunidades, recursos e informação que lhes permitam exercer efectivamente as liberdades, não sendo constrangidos por pobreza, ignorância ou obrigações perante outros.

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Estão em jogo opções políticas decisivas … Será o

desenvolvimento da sociedade da informação guiado, sobretudo, pela lógica do mercado ...

... ou antes pela acção de agências de serviço público com intentos de re-distribuição e preocupações de equidade?

Mercado e Serviço Público

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... e novas responsabilidades

Do Estado ... O baixo custo das tecnologias tem permitido o acesso

cada vez mais generalizado das pessoas à informação e ao conhecimento.

Nas economias mais desenvolvidas, o crescimento deve-se em grande parte ao novo e melhor conhecimento, tornando assim a sua prosperidade fortemente dependente de políticas que permitam promover o conhecimento e a inovação.

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... e dos Cidadãos O uso da Internet,

inicialmente muito dirigido para fins lúdicos, tem crescido para fins de cidadania activa: petições, blogues, etc.

Mas ... quantos planos directores

municipais consultámos? A quantos estudos de impacte ambiental tivemos acesso e discutimos na comunidade?

Quantas vezes falámos com os nossos eleitos para lhes expormos os nossos pontos de vista?

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O discurso político em Portugal

“A realização da Sociedade da Informação e do Conhecimento passa pela aposta na generalização do acesso e da utilização das tecnologias da informação e da comunicação a todos os portugueses.” (UMIC, XV Governo Constitucional)

“Se os representantes se limitarem a seguir a ‘governação por sondagem’ contribuem para degradar a relação de representação directa. Se, pelo contrário, aproveitarem os novos mecanismos de comunicação para interagir com o eleitorado, contribuem para uma democracia mais participativa e motivadora.”(Carlos Zorrinho, deputado à AR)

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No plano internacional ... A Cimeira Mundial sobre a Sociedade

da Informação ONU, 2003-2005:“construir uma sociedade da informação

centrada nas pessoas, inclusiva e orientada para o desenvolvimento onde todos e cada um possa criar, aceder, utilizar e partilhar informação e conhecimento.”

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A Agência para a Sociedade do Conhecimento do MCTES

Mobilizar a Sociedade da Informação e do Conhecimento O desenvolvimento tecnológico ao serviço de uma cidadania

moderna e de progresso exige uma sociedade da informação inclusiva onde o conhecimento é um valor ético, social, cultural e económico fundamental que promove a criação de riqueza e emprego, a qualidade de vida e o desenvolvimento social.

A UMIC - Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP é o organismo público português com a missão de coordenar as políticas para a sociedade da informação e mobilizá-la através da promoção de actividades de divulgação, qualificação e investigação.

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A Sociedade da Informação em Portugal 2006

A publicação “A Sociedade da Informação em Portugal 2006" preparada sob coordenação da UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento e do INE – Instituto Nacional de Estatística, no âmbito do Conselho Superior de Estatística, apresenta as principais estatísticas na área da Sociedade da Informação produzidas pelas seguintes entidades: UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento, INE – Instituto Nacional de Estatística, ANACOM - Autoridade Nacional de Comunicações, GIASE - Gabinete de Informação e Avaliação do Sistema Educativo e OCES - Observatório da Ciência e do Ensino Superior (OCES).

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Agregados domésticos com TIC - 2002-2006 (%)

  2002 2003 2004 2005 2006           Televisão 87 99 99 99 100Telemóvel 69 80 79 83 86Telefone (operador

fixo) x x 75 74 71Computador 27 38 41 42 45Desktop 26 x x 39 40Consola de jogos x x 14 19 18Computador portátil 3 x x 12 15Palmtop o 2 2 1 2

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Agregados domésticos com computador, por regiões - NUTS II - 2002-2006 (%)

 2002

2003 2004 2005 2006

           Norte 24 35 37 40 42Centro 24 36 39 41 45Lisboa 35 47 50 49 53Alentejo 21 32 37 35 35Algarve 22 37 42 44 42R.A. Açores 24 32 36 41 45R.A. Madeira 17 33 38 42 47           

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Agregados domésticos com computador – Benchmarking internacional - 2002-2006 (%)

Alemanha 61 65 69 70 77Dinamarca 72 79 79 84 85Grécia 25 29 29 33 37Espanha x 47 52 55 57Finlândia 55 57 57 64 71França 37 46 50 x 56Hungria x x 32 42 50Irlanda x 42 46 55 59Itália 40 48 47 46 48Países Baixos 69 71 x 78 80Polónia x x 36 40 45Portugal 27 38 41 42 45Suécia x x x 80 82Reino Unido 58 63 65 70 71UE25 x x 54 58 62

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Utilizadores de computador – por nível de escolaridade

  2002 2003 2004 2005 2006

           

Até ao 3.º ciclo 15 22 22 24 27

Ensino secundário 72 81 83 86 87

Ensino superior 82 90 92 90 91

           

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O governo electrónico                  

Troca interna de ficheiros e outra informação

   75 x 81 84 94 91

Gestão financeira e administrativa 71 x 87 88 86 87Registo de informação   68 x 59 71 82 84Organização da informação

em bases de dados   67 x 65 68 82 81Processamento e

tratamento de informação   68 x 64 68 81 79

Recolha/Recepção de informação   64 x 56 66 77 80

Difusão da informação   55 x 59 63 76 73Gestão de recursos

humanos   58 x 67 72 76 79Comunicação interna     48 x 61 63 75 75Gestão da correspondência   54 x 60 65 75 79Gestão documental/Centros

de documentação   38 x 50 48 63 62Gestão de stocks     51 x 44 50 55 58Planeamento e

calendarização de actividades   21 x 27 28 39 40

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Informatização por tipo de organismo

      2003 2004 2005 2006

             Instituto público   97 93 97 96Direcção-Geral ou

equiparada   83 83 86 86Estrutura de

missão/projecto   89 90 80 84Comissão/Conselho   64 46 71 69   

         

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Encomendas através da Internet

        2004 2005 2006

Organismos da Administração Pública Central que efectuam encomendas através da Internet

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Serviços públicos Os projectos de Governo Electrónico visam simplificar e melhorar a

prestação de serviços públicos aos cidadãos e às empresas, nomeadamente promovendo:

A eficiência e facilidade de uso dos serviços prestados aos cidadãos pelo Estado com apoio nas tecnologias da informação e comunicação;

A transparência no relacionamento do Estado com os cidadãos; A concretização do princípio do balcão único nas relações do Estado com

os cidadãos e as empresas;

A redução de custos pela racionalização da utilização de meios e das compras do Estado;

O desenvolvimento de serviços públicos modernos

O PROGRAMA SIMPLEX

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Portugal nos rankings de disponibilização de Serviços Públicos on-line na UE 25

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Um serviço público universal? Elementos do serviço

público: Acesso à infra-

estrutura física da informação e comunicação e a um computador, software, etc.

Universalidade e igualdade do acesso (telefone, rádio, televisão, …)

Evolução do conceito de “necessidade colectiva”

O mundo pode ser hoje dividido entre as pessoas que têm e as que não têm acesso às Tecnologias da Informação e da Comunicação (telefone, televisão e Internet).

O “digital divide”

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No passado, ser livre era ser autónomo, isto é, não ser dependente nem devedor. Numa sociedade assente, cada vez mais, na informação e no conhecimento, a liberdade (e a cidadania) deve passar a ser entendida como direito de acesso à informação. (Rifkin, A Idade do Acesso)

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A democracia deve deixar de ser um ritual passageiro nos momentos das eleições para passar a ser uma prática cívica e contínua.

As tecnologias proporcionam novos meios de acesso à informação e à participação política e cívica que podem e devem ser usados pelo Estado, para proporcionar serviços de alta qualidade e

baixo preço aos cidadãos; e pelos cidadãos ao serviço do exercício das suas liberdades e

direitos e da participação democrática.