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1
O COMÉRCIO ELETRÔNICO E O COMPORTAMENTO DE COMPRA DOS
CONSUMIDORES FINAIS
AUTORES: MATHEUS LEMOS DE ANDRADE1
DÉLIO LIMA2
PEDRO HENRIQUE NICOLAU2
PEDRO FREITAS2
NAYARA SOUZA3
RESUMO
Comércio eletrônico ou e-commerce é todo e qualquer tipo de negócio ou transação comercial
realizada através da Internet. Este artigo tem por objetivo avaliar a prática do e-commerce entre os
consumidores finais e compreender os fatores que influenciam o comportamento de compra pela
Internet. Para tal, foi realizada uma pesquisa bibliográfica junto aos principais autores sobre o tema
e uma pesquisa da campo, quantitativa, do tipo descritiva, que entrevistou consumidores finais da
Região Metropolitana de Belo Horizonte, que acessam a Internet ao menos uma vez por semana. Os
resultados confirmam que o e-commerce está sendo amplamente utilizado e tem se tornado uma
opção estratégica do varejo, não só pelo volume de transações realizadas, mas também pela sua
importância enquanto canal de informação, comunicação e relacionamento com os consumidores
finais.
Palavras-Chave: Comércio Eletrônico, Comportamento do Consumidor e Marketing.
ABSTRACT
Electronic commerce or e-commerce is any type of business or commercial transaction conducted
over the Internet. This article aims to evaluate the practice of e-commerce among end consumers and
understand the factors that influence the buying behavior on the Internet. To this end, a literature
survey of leading authors on the subject and a field of research, quantitative, descriptive, who
interviewed end users of the Metropolitan Region of Belo Horizonte, who access the Internet at least
once per week was performed. The results confirm that e-commerce is being widely used and has be
come a strategic choice of retail, not only by the volume of transactions, but also for its importance
as an information, communication and relationship with the end consumer channel.
1 Mestre em administração pela Faculdade de Ciências Humanas de Pedro Leopoldo; 2 Aluno de graduação em Ciência Contábeis da Faculdade de Administração Milton Campos; 3 Aluna de graduação em Administração da Faculdade de Administração Milton Campos.
2
Key words: Electronic Commerce, Consumer Behavior and Marketing.
1 INTRODUÇÃO
A Internet é um dos fenômenos mais importantes de nosso século, com reflexos na economia,
relações sociais, hábitos de consumo e uma dezena de outras implicações. A velocidade dos
acontecimentos na rede cria um descompasso entre a forma como estávamos habituados a analisar
tais fenômenos e as exigências que se impõem em razão da tecnologia envolvida no processo. Sobre
o tema existem poucas informações e pesquisas para embasar conclusões sobre causas, influências e
rumos a serem seguidos. Neste meio, empresas surgem e alcançam o estrelato do mundo corporativo
e, logo em seguida, desaparecem quase sem deixar vestígios. É imenso o cemitério das pontocons.
Dentro deste universo podemos observar a crescente importância das transações comerciais
por meio eletrônico, globalmente conhecidas como e-commerce, que já ocupam espaço considerável
nas agendas dos empreendedores, independentemente do tamanho de seus negócios. A plataforma
tecnológica, disponível e barata, permite a uma dona de casa que fabrica bijuterias nos intervalos
entre uma panela de arroz e um banho no bebê, criar sua própria loja virtual, exibir e comercializar o
resultado de seu trabalho em todas as partes do planeta.
No entanto, não são poucos e nem pequenos os desafios para se obter sucesso nesta
empreitada. Afinal, esta mesma facilidade trás, também, obstáculos enormes a serem transpostos
tendo em vista que, praticamente, não existem barreiras para dificultar a entrada de novos
concorrentes. Este cenário é que motivou a realização desta pesquisa, objetivando trazer mais e novas
informações de relevância para o entendimento deste complexo processo de se fazer negócios.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Comércio eletrônico, ou e-commerce, é um conceito aplicável a qualquer tipo de negócio ou
transação comercial que implique em transferência de informação por meio da Internet. Abrange uma
gama de diferentes tipos de negócios, desde sites destinados a consumidores, sites de leilões, passando
por comércio de bens e serviços entre organizações. Segundo Albertin (1999, P.15) “é a realização
de toda a cadeia de valor dos processos de negócio num ambiente eletrônico, por meio da aplicação
intensa das tecnologias de comunicação e informação, atendendo aos objetivos de negócio”. Para
Vieira e Nique (1999) o comércio eletrônico é o suporte para qualquer tipo de transação de negócio
que utilize uma infraestrutura digital. Embora o conceito de comércio eletrônico englobe diversos
fatores tecnológicos, nesse artigo focar-se-á o papel da Internet como canal de vendas.
3
A Internet surgiu como um sistema desenhado para um fim específico e para um grupo
homogêneo e restrito de usuários como meio de comunicação e troca de informações entre entidades
de defesa militar e organizações científicas de um projeto de pesquisa militar (ARPA: Advanced
Research Projects Agency) no período da guerra fria no final dos anos cinquenta e início dos anos
sessenta.
Durante a década de setenta com a diminuição das limitações dos programas usados nos
computadores em rede, o e-mail (eletronic mail) tornou-se o recurso mais usado da Internet entre os
pesquisadores, porque possibilitava que a comunicação fosse acessível e também para trocar
informações no ambiente universitário.
As aplicações comerciais começaram a acontecer nos anos oitenta com os primeiros
provedores de serviços da Internet (ISP – International Service Providers), possibilitando ao usuário
comum a conexão com a Rede Mundial de Computadores de dentro de sua casa, rapidamente foram
surgindo diferentes aplicações para o uso da internet (VIEIRA E NIQUE, 1999).
Em 1992 o WWW (World Wide Web) foi lançado, aumentando consideravelmente o número
de servidores conectados ao sistema (mais de um milhão). Com tal expansão, a Internet passou a ser
utilizadas nos computadores residenciais e ganhou milhares de usuários ao redor do mundo que
podiam se conectar sem sair de suas casas, buscar novas informações, antes inacessíveis, por meio de
pesquisas on-line e conhecer novas pessoas no espaço cibernético por meio do WWW.
Em meio a essa possibilidade de troca de informações, empresas começaram a usar a Internet
para este fim e, rapidamente, reportaram ao mercado a obtenção de altos ganhos com o uso da
ferramenta. Em seguida as organizações começaram a usar a Internet para criar, vender, distribuir,
comprar e prestar serviço.
Las Casas (2010) afirma que a venda pessoal porta a porta foi um meio muito utilizado entre
as empresas, que possui como principal vantagem a comodidade para o consumidor. Tal prática ainda
é utilizada em alguns setores. No entanto, em tempos modernos, existem muitas dificuldades de
acesso direto ao consumidor, devido à insegurança das metrópoles. O autor ainda cita como canais
de vendas as máquinas, que dispensam a interação humana e o telemarketing.
O comercio eletrônico é o meio de venda em maior expansão para as organizações. Na
perspectiva comercial, a Internet permite a efetivação de um grande número de transações,
gerando um volume de vendas com maior potencial do que a maior parte das lojas físicas.
Já do ponto de vista de comunicações de marketing, a Internet permite não só a busca de
informações específicas por parte do usuário, como também é capaz de atrair e prender a atenção
do internauta. Nas últimas décadas, o comércio eletrônico tem sido um meio para aumentar as
4
receitas, facilitando as vendas aos clientes. É o formato que mais cresce atualmente. A conveniência
da rede mudou o papel do ponto de venda. Gonçalves Filho et al. (1998) afirmam que, em 1994 nos
Estados Unidos, eram três milhões de usuários na Internet. Já em 2005 o número chegou a um 1
bilhão de usuários.
Algumas empresas usam a Internet em suas atividades normais de comunicação e gestão, mas
para outras, a ferramenta transformou-se em oportunidade de realizar negócios mediante venda de
produtos e prestação de serviços on-line. Por concorrer em um mercado global, os websites causam
como impacto, ao final, um incremento nas vendas, já que viabilizam uma enorme expansão do
mercado e com a possibilidade de venda direta. Além disto, reduz o tamanho da cadeia e opera sete
dias por semana, vinte e quatro horas por dia, trezentos e sessenta e cinco dias por ano, como conclui
Ferreira e Serra (2004).
O marketspace, como Gonçalves Filho et al. (1998) denominam o espaço virtual de compra e
venda, possui uma cadeia de valor baseada nas informações. Por isso, segundo Ferreira e Serra (2004),
a atualização da informação do site não aumenta o volume de vendas, mas a desatualização, pelo
contrário, desestimula o interesse de aquisição de serviços e produtos.
A criação do (WWW) fez emergir o mais promissor canal de comunicação massiva de todos
os tempos. Além de ser um meio de comunicação interativo, onde emissor e receptor podem interagir
ao redor da mensagem, a Internet é um meio de comunicação altamente pessoal, os participantes são
facilmente identificados. Ainda segundo os autores, a Internet é utilizada como uma ferramenta global
para aumentar consideravelmente a qualidade e a velocidade das comunicações. Ao retirar os agentes
intermediários das ações de marketing, também reduz custos, possibilita ações de promoções e
publicidade individualizadas e permite a atualização imediata de produtos e serviços online
(HUERTAS E SEGURA, 2002).
Segundo Huertas e Segura (2002) a Internet é uma poderosa ferramenta de comunicação para
a divulgação de produtos, serviços, promoções, imagem da marca, serviços pós-vendas e ferramentas
de relacionamento com o cliente. Estes são marcadores essenciais que não poderiam ser ignorados
pelas agências de publicidade e propaganda e são de expressiva importância para os orçamentos
empresariais.
Atualmente a Internet é vista pelos profissionais de marketing como uma nova mídia de
veiculação de propagandas. Segundo Gonçalves Filho et al. (1998) a Internet pode auxiliar nos
objetivos de marketing de duas maneiras: 1) Permite a realização de ações diretas para o público-
alvo, imprensa, consultores, parceiros e mercado de modo a melhorar a imagem da empresa e da
marca no mercado; 2) Fornece literatura sobre produtos e serviços aos internautas. Conforme pesquisa
5
de Huertas e Segura (2002), 45% dos consumidores disseram que se fosse necessário optar por uma
única mídia, escolheriam a Internet.
Ferreira e Serra (2004) ressaltam que os designers do site têm a função básica de construir
web páginas que tenham o poder de influenciar os usuários, oferecer informações, entretenimento e
ser atraente o suficiente para influenciar a decisão de compra. Complementarmente, Las Casas (2010)
afirma que a qualidade da informação é a principal função do desenvolvedor e responsável por
realizar manutenção nos websites, pois a concorrência pode ser visitada por um cliente e ter produtos
idênticos ou semelhantes em oferta. Outro ponto importante a ser observado pelas organizações, de
acordo Huertas e Segura (2008), é a definição da estratégia da mensagem a se utilizar, pois ela deve
ser adequada ao público alvo, à mídia e à mensagem que se deseja transmitir.
Uma das maiores vantagens do e-commerce é a exposição permanente dos produtos, de forma
que a empresa possa estar o tempo todo em contato com o cliente. Para o consumidor a conveniência
da compra pela Internet é grande, na medida em que possibilita a aquisição de informações completas
sobre os produtos em oferta, sem sequer sair de casa. (LAS CASAS, 2010; HUERTAS e SEGURA,
2008; KOVACS e FARIAS, 2004; GONÇALVES FILHO et al. 1998).
Outro benefício inquestionável para as empresas, que é a possibilidade de coletar e
sistematizar dados dos seus clientes, não apenas os efetivos, mas também os potenciais (aqueles que
acessam a informação do produto, mas não o compram) e, ainda, não se limitando aos dados pessoais,
incluindo-se dados mercadológicos como preferências, gostos, recursos que o levaram a buscar
determinado produto, etc.. (HUERTAS e SEGURA, 2008)
Somam-se, a tudo isso, benefícios decorrentes da redução de possíveis custos atrelados à
venda, a maior agilidade na fixação dos preços, o acirramento da concorrência de forma a especializar
e incrementar o mercado, e a ampliação do uso da propaganda e de diversas ferramentas de marketing
(LAS CASAS, 2010).
Contudo conforme estudo realizado por Kovacs e Farias (2004), o sucesso da organização
depende da credibilidade que ela repassa ao mercado e aos consumidores e, estes, têm uma percepção
de riscos que interferem em suas decisões de compra como, por exemplo, da encomenda não chegar
ao prazo prometido, de não receber o produto, de a qualidade estar abaixo do esperado, de
falsificações, dos produtos chegarem danificados, dentre outros. Por esse motivo, a segurança no uso
da Internet é assunto recorrente nos meios técnicos, políticos, de segurança pública e ciências sociais.
Ao realizarem compras pela internet os consumidores além de terem como expectativa o
cumprimento do acordo firmado, esperam que seus dados permaneçam confidenciais.
6
Entretanto, o uso criminoso do número do cartão de crédito ou de informações confidenciais
prestadas no ato de compra ocorre com frequência e estes anseios são potencializados por notícias
frequentes veiculadas pela mídia sobre fraudes cometidas por hackers. (KOVACS E FARIAS, 2004).
Emergem questões sobre outros tipos de risco, tendo em vista que as compras são
realizadas sem contatos interpessoais diretos, sem que o comprador possa experimentar, tocar ou
sentir o que está adquirindo e sem que saiba se o produto será entregue na data prometida. Ainda
segundo Kovacs e Farias (2004) dependendo das condições da rede e das habilidades do usuário no
domínio das ferramentas de navegação, o tempo despendido para concluir o processo de compra
pode ser muito grande e tornar-se um impeditivo para o uso da ferramenta. Sites mal desenhados,
downloads demorados, links de baixa velocidade e instáveis, são outros fatores que contribuem de
forma negativa.
A usabilidade pode ser entendida como a facilidade com que usuários podem alcançar metas
específicas dentro de um contexto de uso de um sistema, com eficiência, eficácia e satisfação. O que
parece ser um benefício, no entanto, acaba se tornando um desafio para empresas que trabalham com
o comércio eletrônico. Como novas tecnologias surgem a cada dia, os sites de comércio eletrônico
têm de se valer de recursos que tornem a interface mais fácil de aprender e usar, aumentando a
necessidade de atualização com as ferramentas mais recentes e com a própria concorrência entre
empresas do mesmo setor. (COSTA e RUIZ, 2011).
Para que a usabilidade seja uma diferença na finalização de uma compra virtual, é necessário
que esse recurso e o marketing atuem de modo integrado. Afinal, é a publicidade que coloca o cliente
no site. A mesma facilidade com que o consumidor o encontrou deve existir para se encontrar
informações claras e precisas sobre o produto ou serviço adquirido, ao longo de todas as etapas da
compra. Esse poderá ser o fator decisivo para a conclusão da transação e para escolha do site no qual
se realiza o e-commerce. (COSTA e RUIZ, 2011)
3 DESCRIÇÃO METODOLÓGICA
Para alcance do objetivos propostos, inicialmente foi realizado um estudo exploratório, por
meio de pesquisas bibliográficas em livros e artigos científicos que abordam o tema e-commerce. As
informações obtidas nesta etapa do trabalho serviram como base para construção do referencial
teórico e de hipóteses que nortearam a elaboração do questionário aplicado na fase conclusiva do
estudo.
7
A pesquisa de campo aplicada é do tipo quantitativa, descritiva. Conforme Mattar (2012) esse
tipo de pesquisa já deve possuir objetivo bem caracterizado e procedimentos formais. Segundo
Lakastos (2010) a metodologia quantitativa permite quantificações dos dados e os resultados são
divulgados por meio de estatísticas descritivas tais como frequências, médias, modas e medianas.
Quanto à técnica, utilizou-se Survey de Opinião. Segundo Malhotra (2001) é um tipo de
pesquisa realizado meio de entrevistas com um grande número de pessoas, que utiliza um questionário
previamente estabelecido.
A amostragem utilizada caracteriza-se como não probabilística, por conveniência.
Conforme Mattar (2012) as amostras não probabilísticas possuem como limitação o fato de que seus
resultados não podem ser generalizados para todo o universo.
O universo da pesquisa foi constituído pela população da Região Metropolitana de Belo
Horizonte, com idade acima de 15 anos, que acessa a internet ao menos uma vez por semana. A
amostra atingiu o total de 323 (trezentas e vinte e três) entrevistas. A coleta de dados ocorreu entre
os dias 25 de setembro e 16 de outubro de 2013.
4 RESULTADOS DA PESQUISA
4.1 Perfil dos entrevistados
A maior parte dos entrevistados é do sexo masculino (51,6%) e possui idade entre 21 e 30
anos (53,1%). De um modo geral, nota-se que o nível de escolaridade dos entrevistados concentra-se
entre pessoas que possuem o ensino superior completo ou incompleto (63,4%). Em relação à renda
familiar, o maior índice encontrado é de 30,4%, referente àqueles que possuem entre quatro e sete
salários mínimos. A maioria absoluta (94,8%) afirma que possui conhecimento básico ou domina a
“informática”.
Gráfico 1: Sexo
Fonte: Dados da pesquisa
48,4%
51,6%
SEXO
Feminino
Masculino
8
Gráfico 2: Idade
Fonte: Dados da pesquisa
Gráfico 3: Renda Familiar
Fonte: Dados da pesquisa
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
Entre 16 e20 anos
Entre 21 e30 anos
Entre 31 e40 anos
Entre 41 e50 anos
51 anos oumais
9,4%
53,1%
20,0%
8,8% 8,8%
IDADE
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
Até 2 SM Entre 2 e 4SM
Entre 4 e 7SM
Entre 7 e12 SM
Entre 12 e21 SM
Acima de21 SM
3,2%
17,1%
30,4%
22,5%
16,8%
10,1%
RENDA FAMILIAR
9
Gráfico 4: Escolaridade
Fonte: Dados da pesquisa
Gráfico 5: Conhecimento sobre informática
Fonte: Dados da pesquisa
4.2 Uso da Internet e Comércio Eletrônico
Apenas 11,5% dos entrevistados nunca fizeram compra pela Internet. O número de pessoas
que já fez compra pela rede é bastante expressivo e confirma a importância desta tecnologia como
meio de transações eletrônicas e sua importância para a economia e para o mercado de consumo.
Embora 42,5% dos entrevistados que nunca compraram pela net tenham declarado que não o
fez por falta de confiança, este índice representa apenas 4,8% dos entrevistados.
O cartão de crédito é o meio de pagamento mais usado por quem faz compras pela rede
(81,4%). Os produtos mais comprados pela rede são: Eletrônicos (29,8%), Vestuário (11,8%) e Livros
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
40,0%
45,0%
Alfabetizado Fundamental EnsinoMédio
Superiorincompleto
Superiorcompleto
Pósgraduado
0,3% 1,3%
21,3%
42,8%
20,6%
13,8%
ESCOLARIDADE
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
Não sabe nadaTem dificuldade Básico Domina
0,3% 5,0%
50,8%
44,0%
CONHECIMENTO SOBRE INFORMÁTICA
10
(8,8%). Contraditoriamente, nota-se que alguns produtos cujos entrevistados têm maior resistência de
compra pela Internet coincidem com os mais comprados por este meio. São eles: Vestuários (15,8%).
Alimentos (7,1%) e Calçados (6,0%). Chama atenção que 41% dos entrevistados afirmam que
comprariam qualquer tipo de produto pela Internet.
O grau de satisfação com a compra pela Internet é de 99,0%. A maior parte dos entrevistados
que já compraram pela Internet nunca passou por nenhum tipo de problema com este tipo de compra
(70,8%). A entrega dos produtos e as divergências em relação a suas especificações e características
são os principais problemas vivenciados por quem compra pela Internet. Para 25,3% dos
entrevistados, as empresas da Internet não cumprem os prazos e compromissos firmados com os
clientes.
Os resultados apontam para um grande importância da Internet enquanto ferramenta de
comunicação. A maior parte dos entrevistados (76,9%) afirma que costuma usar a Internet para busca
de informações de consumo e 64,4% afirmam que já compraram influenciados por propagandas da
Internet. A maior parte dos entrevistados (88,2%) concorda totalmente ou em parte com a afirmativa
de que a Internet é um ótimo meio de informação de consumo.
A maioria (86,9%) dos entrevistados concorda (totalmente ou em parte) que os preços da
Internet são mais baixos do que os preços praticados em lojas físicas. Do mesmo modo, 92,9%
concordam que comprar pela Internet é fácil. Por fim, 81,9% concordam (totalmente ou em parte)
que se sentem seguros ao comprar pela Internet.
Mais de 77% dos entrevistados dizem ter acesso à Internet pelo celular, o que torna este
dispositivo um meio potencial para realização de transações eletrônicas. Considerando-se que 77,7%
das pessoas que participaram da pesquisa têm acesso à Internet pelo celular, mas que 72,9% nunca
usaram o dispositivo para fazer compras, tem-se que 4,8% já usaram o equipamento para esta
finalidade.
11
Gráfico 6: Frequência de atividades na Net
Fonte: Dados da pesquisa
Gráfico 7: Já comprou pela internet?
Fonte: Dados da pesquisa
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Comunicar com amigos
Comprar / Pesquisar Ofertas
Blogs e Redes Sociais
Pagamentos e operações bancárias
Pesquisa
Acessar Vídeos
Buscar Notícias
Download de músicas
E-mailComunicar
comamigos
Comprar /PesquisarOfertas
Blogs eRedesSociais
Pagamentos e
operaçõesbancárias
PesquisaAcessarVídeos
BuscarNotícias
Downloadde músicas
Não faz 1,2% 10,2% 12,4% 13,4% 35,1% 7,8% 15,9% 4,0% 21,8%
Esporadico 14,6% 33,5% 59,0% 27,7% 31,7% 34,2% 42,7% 20,8% 50,5%
Sempre 84,1% 56,2% 28,6% 58,9% 33,2% 58,1% 41,4% 75,2% 27,7%
FREQUÊNCIA DE ATIVIDADES NA NET
Não faz
Esporadico
Sempre
11,5%
88,5%
JÁ COMPROU PELA INTERNET?
Não
Sim
12
Gráfico 8: Porque nunca comprou pela net?
Fonte: Dados da pesquisa
Gráfico 9: Forma de pagamento
Fonte: Dados da pesquisa
Gráfico 10: Nível de satisfação da compra pela net
Fonte: Dados da pesquisa
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
Falta depaciência
Falta dedinheiro
Prefereloja física
Falta deCartãoCrédito
Nãoprecisou
NS/NR Nãoconfia
2,6% 5,3%
7,9% 10,5% 10,5%
21,1%
42,1%
PORQUE NUNCA COMPROU PELA NET?
OBS: Pergunta respondida apenas por quem nunca comprou pela Internet (11,5%).
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
Boleto Cartão Crédito Depósito
17,2%
81,4%
1,4%
FORMA DE PAGAMENTO
OBS: Pergunta respondida apenas por quem já comprou pela Internet (88,5%).
0%
20%
40%
60%
80%
Muito insatisfeito Insatisfeito Satisfeito Muito satisfeito
0,3% 0,7%
70,7%
28,2%
NÍVEL DE SATISFAÇÃO DA COMPRA PELA NET
OBS: Pergunta respondida apenas por quem já comprou pela Internet (88,5%).
13
TABELA 1
Produtos que mais compram e que não compram pela Internet
Produtos que mais compram e que não compram pela internet
Produto que mais compra pela net Produto que não compra pela net
Eletrônicos 29,8% Qualquer produto 41,0%
Vestuário 11,8% Vestuários 15,8%
Livros 8,8% Alimentos 7,1%
Calçados 7,0% Calçados 6,0%
Eletrodomésticos 5,5% Vários tipos de produto 6,0%
Compra coletiva 4,0% Carros 4,9%
DVD e CD 4,0% Produtos caros 3,8%
Qualquer produto 4,0% Eletrodomésticos 3,0%
Cosméticos 3,7% Imóveis 3,0%
Jogos 3,7% Eletrônicos 1,9%
Ingressos 2,6% Móveis 1,5%
Passagens e turismo 3,3% Remédios 1,5%
Utensílios domésticos 1,8% Perfumes 1,1%
Produtos musicais 1,5% Óculos 0,8%
Automotivo 1,1% Animais 0,4%
Esportivos 1,1% Bijuterias 0,4%
Telefonia 1,1% Instrumentos musicais 0,4%
Uso pessoal 1,1% Livros 0,4%
Alimentos 0,7% Produtos usados 0,4%
Brinquedos 0,7% Roupas íntimas 0,4%
Lista casamento 0,7% Suplementos alimentares 0,4%
Outros 2%
Total 100% Total 100%
Fonte: Dados da pesquisa
OBS: Perguntas respondidas apenas por quem já comprou pela Internet (85,5%)
TABELA 2
Vantagens e desvantagens da compra pela Internet
Vantagens e desvantagens da compra pela Internet
Vantagens Desvantagens
Comodidade 53,7% Não há desvantagem 24,4%
Preço baixo 23,9% Falta de contato com o produto 19,4%
Tempo 16,2% Prazo de entrega 17,2%
Nenhuma 1,8% Falta de confiança 14,0%
Não socializa 1,8% Não entregar produto 5,7%
Mais pesquisa 1,1% Procedência do produto 3,9%
Variedade 0,7% Troca difícil 3,6%
Confiabilidade 0,4% Produtos danificados 2,5%
Ofertas e promoções 0,4% Produtos diferentes 2,2%
Vendedor não insiste 0,4% Invasão de Privacidade 1,4%
Problemas na entrega 1,1%
Suporte 1,1%
Fraude bancária 1,4%
Outras 2,4%
Total 100% Total 100% Fonte: Dados da pesquisa
OBS: Perguntas respondidas apenas por quem já comprou pela Internet (85,5%)
14
TABELA 3
Problemas com a compra pela Internet Problemas na compra pela Internet
Nenhum problema 70,8%
Atraso na entrega 11,1%
Não entregou 4,6%
Produto com defeito 3,9%
Não gostou do produto 1,8%
Produto errado 1,4%
Dificuldade de troca 1,1%
Extravio 1,1%
Cobrança indevida 0,7%
Fraude 0,7%
Cancelamento de compra 0,4%
Compra de revista 0,4%
Compra duplicada 0,4%
Falta de estoque 0,4%
Informações falsas 0,4%
Privacidade invadida 0,4%
Produto sem embalagem 0,4%
Taxas da Receita 0,4%
Total 100%
Fonte: Dados da pesquisa
OBS: Pergunta respondida apenas pelos que já compraram pela Internet (88,5%).
Gráfico 11: Costuma usar a internet para busca de informações de consumo?
Fonte: Dados da pesquisa
19,1%
4,1%
76,9%
COSTUMA USAR A INTERNET PARA BUSCA DE INFORMAÇÕES DE CONSUMO?
Às vezes
Não
Sim
30,6%
69,4%
JÁ COMPROU INFLUENCIADO POR PROPAGANDAS DA INTERNET?
Não
Sim
15
Gráfico 12: Já comprou influenciado por propaganda da internet?
Fonte: Dados da pesquisa
Gráfico 13: Percepções sobre compras pela net
Fonte: Dados da pesquisa
Gráfico 14: Possui acesso à net pelo celular?
Fonte: Dados da pesquisa
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Comprar pela net é fácil
Me sinto seguro em comprar pelanet
Preços da net são mais baixos
Empresas da net cumprem prazose compromissos
Net é ótimo meio de informaçãode consumo
Comprar pela neté fácil
Me sinto seguroem comprar pela
net
Preços da net sãomais baixos
Empresas da netcumprem prazose compromissos
Net é ótimo meiode informação de
consumo
Concorda totalmente 65,3% 21,2% 45,3% 19,8% 83,6%
Concorda em parte 27,6% 60,7% 41,6% 55,0% 14,6%
Discorda em parte 4,3% 11,5% 10,6% 20,4% 1,2%
Discorda totalmente 2,8% 6,5% 2,5% 4,7% 0,6%
PERCEPÇÕES SOBRE COMPRAS PELA NET
Concorda totalmente
Concorda em parte
Discorda em parte
Discorda totalmente
22,3%
77,7%
POSSUI ACESSO À NET PELO CELULAR?
Não
Sim
16
Gráfico 15: Já comprou pelo celular?
Fonte: Dados da pesquisa
5 CONCLUSÕES FINAIS
O e-commerce transformou a forma de realizar negociações comerciais e de divulgação de
produtos e serviços nas últimas décadas. As organizações já identificaram esse potencial e atualmente
ou estendem suas atividades para o marketspace ou exercem o e-commerce como atividade fim.
Em suas primeiras modalidades a Internet era utilizada para comercialização basicamente de
produtos eletrônicos e livros. Contudo nos últimos anos a quantidade de produtos comercializados
pela rede aumentou consideravelmente. Os dados demostram que o internauta expandiu suas
atividades de compra via e-commerce.
Outra conclusão importante diz respeito ao uso da Internet como mídia ativa ou passiva. Os
resultados apontam que a maior parte dos entrevistados utiliza a Internet como ferramenta de busca
de informação de consumo e já comprou motivada por anúncios visualizados na rede.
Quanto às vantagens apresentadas, o comportamento do consumidor não se alterou
consideravelmente com relação a pesquisas anteriores, sendo comodidade e preço os principais
fatores para aquisição de bens via rede. Quanto às desvantagens de adquirir produtos pela internet,
que se caracterizavam principalmente pelo risco no fornecimento de dados e o recebimento de
produto com características divergentes do solicitado, é perceptível uma redução dessas
preocupações.
Esses fatores demonstram aumento da segurança nas transações eletrônicas e a importância
da internet enquanto mídia. A usabilidade das plataformas utilizadas é considerada acessível para os
consumidores e não é mais uma limitação do e-commerce.
6 LIMITAÇÕES DA PESQUISA
72,9%
27,1%
JÁ COMPROU PELO CELULAR?
Não
Sim
OBS: Pergunta respondida apenas pelos que possuem acesso à Internet pelo celular (77,7%)
17
O uso de amostra não probabilística não permite fazer considerações que sejam
representativas em relação à população como um todo. A amostra se concentrou em um público
elitizado. A falta de uma etapa qualitativa dificulta a compreensão das percepções e comportamentos
de modo aprofundado.
Sendo assim, recomenda-se a aplicação de uma pesquisa com amostragem probabilística,
representativa da população. Além disto, é desejável a aplicação de métodos qualitativos para maior
compreensão das percepções e comportamentos ligados ao consumo pela Internet.
REFERÊNCIAS
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