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1. Origens e objetivos; 2. O projeto de construção para o desenvolvimento; 3. Projetos hidráulicos; 4. Ferramentas e equipamento agrícola; 5. A pequena indústria; 6. Tecnologia alimentícia; 7. Consultoria; 8. Grupos de trabalho e documentação; 9. Conclusão; 10. Nota suplementar sobre documentação. E. F. scnumactiers» * Original em inglês publicado na International Labour Review, v. 16, n. 1, July 1972. ** Economista, fundador e diretor-presidente do ITDG - Intermediate Technology Development Group, Londres, Reino Unido. R. Adm. Emp., Rio de Janeiro, 1. ORIGENS E OBJETIVOS A criação do Grupo de Desenvolvimento de Tec- nologia Intermediária em 1966 resultou de uma iniciativa de profissionais e industriais do Rei- no Unido, todos com vasta experiência de além- mar, que encontraram uma base comum para ação na abordagem de "tecnologia intermediá- ria". Esse Grupo, muito consciente dos perigos inerentes à expansão do desemprego que ocor- re em praticamente todos os países pobres, for- mou uma companhia limitada sem fins lucra- tivos, empenhada em fornecer aos pobres e aos desempregados em países em desenvolvimento os meios de conseguir vencer a pobreza com seu próprio esforço.' O conceito "tecnologia intermediária" foi in- troduzido, inicialmente, pelo autor num rela- tório preparado para a Indian Planning Co- mission, em 1963 e depois apresentado num tra- balho à Cambridge Conference on Rural In- dustrialization, em 1964. 2 A "razão de ser" do grupo foi, e continua sendo: a) o fato de que a origem e o centro da pobreza e do subdesen- volvimento mundial situam-se principalmente nas áreas rurais dos países pobres, os quais são esquecidos pelos programas de ajuda e de de- senvolvimento, realizados correntemente; b) que as áreas rurais continuarão a ser esqueci- das e que o desemprego continuará a crescer, a não ser que a tecnologia da auto-ajuda seja posta ao alcance dos países pobres, com assis- tência para a sua utilização; c) que os países doadores e as agências não possuem no momen- to o conhecimento sistemático necessário so- bre tecnologias e comunicações adaptadas, para assistir efetivamente o desenvolvimento rural nas dimensões necessárias. Atualmente, é de conhecimento geral que a necessidade 'mais urgente do mundo em desen- volvimento são empregos - empregos produ- tivos medidos em milhões de novas oportuni- dades de trabalho a cada ano. Reconhece-se também, cada vez mais, que, para criar ativi- dades novas na escala necessária, as tecnolo- gias e os métodos de produção têm que ser apro- priados às condições de pessoas pobres em paí- ses pobres, isto é, eles devem ser de baixo custo para providenciar empregos em grande núme- ro e suficientemente simples para serem usa- dos e praticados pela população das áreas ru- rais e de cidades pequenas, sem aptidões técni- cas e organizacionais sofisticadas e com uma renda muito baixa. Por conseguinte, equipa- 14(3) : 133-144, maío/jun, 1974 O trabalho do grupo de desenvolvimento de tecnologia intermediária

1. Origens e objetivos; 1. ORIGENS E OBJETIVOS 2. O

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Page 1: 1. Origens e objetivos; 1. ORIGENS E OBJETIVOS 2. O

1. Origens e objetivos;2. O projeto de construção

para o desenvolvimento;3. Projetos hidráulicos;

4. Ferramentas e equipamentoagrícola;

5 . A pequena indústria;6. Tecnologia alimentícia;

7. Consultoria;8. Grupos de trabalho e

documentação;9. Conclusão;

10. Nota suplementar sobredocumentação.

E. F. scnumactiers»

* Original em inglês publicadona International Labour Review,

v. 16, n. 1, July 1972.

** Economista, fundador ediretor-presidente do ITDG- Intermediate Technology

Development Group,Londres, Reino Unido.

R. Adm. Emp., Rio de Janeiro,

1. ORIGENS E OBJETIVOS

A criação do Grupo de Desenvolvimento de Tec-nologia Intermediária em 1966 resultou de umainiciativa de profissionais e industriais do Rei-no Unido, todos com vasta experiência de além-mar, que encontraram uma base comum paraação na abordagem de "tecnologia intermediá-ria". Esse Grupo, muito consciente dos perigosinerentes à expansão do desemprego que ocor-re em praticamente todos os países pobres, for-mou uma companhia limitada sem fins lucra-tivos, empenhada em fornecer aos pobres e aosdesempregados em países em desenvolvimentoos meios de conseguir vencer a pobreza comseu próprio esforço.'

O conceito "tecnologia intermediária" foi in-troduzido, inicialmente, pelo autor num rela-tório preparado para a Indian Planning Co-mission, em 1963 e depois apresentado num tra-balho à Cambridge Conference on Rural In-dustrialization, em 1964.2 A "razão de ser" dogrupo foi, e continua sendo: a) o fato de quea origem e o centro da pobreza e do subdesen-volvimento mundial situam-se principalmentenas áreas rurais dos países pobres, os quais sãoesquecidos pelos programas de ajuda e de de-senvolvimento, realizados correntemente; b)que as áreas rurais continuarão a ser esqueci-das e que o desemprego continuará a crescer,a não ser que a tecnologia da auto-ajuda sejaposta ao alcance dos países pobres, com assis-tência para a sua utilização; c) que os paísesdoadores e as agências não possuem no momen-to o conhecimento sistemático necessário so-bre tecnologias e comunicações adaptadas, paraassistir efetivamente o desenvolvimento ruralnas dimensões necessárias.

Atualmente, é de conhecimento geral que anecessidade 'mais urgente do mundo em desen-volvimento são empregos - empregos produ-tivos medidos em milhões de novas oportuni-dades de trabalho a cada ano. Reconhece-setambém, cada vez mais, que, para criar ativi-dades novas na escala necessária, as tecnolo-gias e os métodos de produção têm que ser apro-priados às condições de pessoas pobres em paí-ses pobres, isto é, eles devem ser de baixo custopara providenciar empregos em grande núme-ro e suficientemente simples para serem usa-dos e praticados pela população das áreas ru-rais e de cidades pequenas, sem aptidões técni-cas e organizacionais sofisticadas e com umarenda muito baixa. Por conseguinte, equipa-

14(3) : 133-144, maío/jun, 1974

O trabalho do grupo de desenvolvimento de tecnologia intermediária

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mento dessa natureza terá que -ser fornecidoprincipalmente por fontes internas e emprega-do de maneira a ir de encontro às necessidadeslocais.

As tecnologias dos países ricos e industriali-zados, que visam poupar mão-de-obra e são decapital-intensivo, não satisfazem essas exigên-cias. Mesmo no simples teste de custo-capitalpor emprego,s deixando de lado todas as outrasconsiderações, a tecnologia de alto custo dospaíses ricos condenaria o Terceiro Mundo a umdesemprego em massa numa escala ínímagí-nãvel. A escolha entre novas oportunidades detrabalho custando i: 1 500 cada, ou digamos,i: 150 ou 100 cada, pode significar a escolha en-tre meio milhão de empregos e 5 ou 7,5 milhõesde empregos. Não é exagero afirmar, como oGrupo insistiu desde o início, que a escolha datecnologia é a maior decisão coletiva a ser en-frentada por qualquer país em desenvolvimen-to. Foi - e em grande parte ainda é - a ne-gação dessa escolha para os países em desen-volvimento que deu origem e incentivo a esseGrupo para pesquisar e divulgar a existência deopções tecnológicas e para ajudar a introduzirtécnicas que comunidades pobres consigam usare operar sozinhas. Resumindo, o que o Grupoidentüicou foi uma grande falha nos progra-mas de assistência ao desenvolvimento; a au-sência, na prática, de esforços organizados esistemãticos para prover os países pobres deopções tecnológicas de baixo custo e de auto-ajuda, adaptadas às suas necessidades de de-senvolvimento mediante técnicas trabalho-in-tensivas e empresas em pequena escala. Estadeficiência não pode ser remediada por umaaceleração dos programas de assistência con-vencionais, assim como, tampouco, a falta demoradias não pode ser aliviada pela constru-

134 ção de aviões supersônicos em número maior.O Grupo, portanto, iniciou a compilação de

dados práticos sobre tecnologias íntermedíá-rias, para testá-las em condições de operação etorná-las conhecidas largamente, colocando-asao livre alcance de todos. Começou produzindoFerramentas para o progresso, um guia paraferramentas e equipamentos simples, produzi-dos no Reino Unido. Desde 1968 empenhou-seem pesquisas mais detalhadas das tecnologiasexigidas para o desenvolvimento rural - aque-las que se referem à construção, equipamentoagrícola, água, tecnologia alimentícia, saúderural, pequena indústria, energia, educação eRevista de Admtnt8traç4o de Empre8aB

treinamento, cooperativas e atividades femini-nas. Cada programa de trabalho procura iden-tificar as necessidades bãsicas para tecnologiassimples, documentar as técnicas e o equipamen-to apropriados e demonstrar sua aplicação prá-tica, por intermédio de projetos de campo noalém-mar.

Cada assunto é tratado por um grupo de pe-ritos - engenheiros, cientistas, arquitetos,tecnólogos de oonstrução civil e outros comgrande experiência no além mar, que traba-lham gratuitamente, aconselhando e supervisio-nando equipes de pesquisa e de desenvolvimentotécnico, em tempo integral. Esta organizaçãoconseguiu mobilizar não só os 100 ou mais pro-fissionais experientes, mas também muitas em-presas industriais para a tarefa de preencher alacuna de uma tecnologia intermediãria. Tam-bém foram criados estreitos laços com institui-ções especializadas nos mais diversos ramos datecnología.s

Desde o início o objetivo do Grupo não foiapenas de suplementar os programas de desen-volvimento e de assistência existentes, mas demodificar sua ênfase: não tratar os países po-bres como se jã fossem ricos, mas avaliar e agirde acordo com suas necessidades para desen-volver métodos de auto-ajuda e auto-suficiên-cia. Um fato surgido nos poucos anos de exis-tência do Grupo é a demonstração de como essamudança pode ser feita e o que se deve fazerpara descobrir, analisar e tornar conhecida umanova gama de técnicas de auto-ajuda adapta-das às condições e aos recursos atuais dos paí-ses em desenvolvimento: tecnologias ao seu al-cance, que possibilitem a mobilização de seupotencial de mão-de-obra para atividades pro-dutivas.

Uma segunda conclusão da experiência dogrupo é a de que, para que esse tipo de empre-endimento seja útil, grande parte do trabalhotem de ser feito necessariamente nos países de-senvolvidos. Para isto hâ vãrias razões. O tra-balho básíco de reunir e sistematizar o conheci-mento de tecnologias de baixo custo pode seriniciado e promovido mais facilmente em cen-tros, onde: a) o conhecimento necessãrio e asinstalações existem ou podem ser facilmentemobilizados; b) as comunicações - internas eexternas - apresentam poucos obstáculos: c) acobertura mundial é facilmente obtida; d) nãohá pressões sobre o "projeto".

As três primeiras razões requerem pouca ela-boração. Os países industrializados possuem o

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conhecimento técnico necessárío e instalaçõesde pesquisa. A direção de pesquisa e desenvol-vimento requer uma mudança de ênfase e deescala, mas os conhecimentos fundamentais eo esforço são facilmente díspensáveís para se-rem mobilizados. A necessidade de comunica-ção eficiente, entre centros de conhecimentodentro de um pais ou fora dele, é a condiçãoprévia para a organização sistemãtica desses co-nhecimentos e sua aplícação;" e o mesmo valepara facilitar o acesso e o contato com o mun-do em desenvolvimento, quando é preciso adqui-rir conhecimentos adequados e difundi-los. Aquarta razão pode ser menos óbvia, mas é cru-cial; a tarefa de produzir informação generali-zada requer liberdade das pressões geradas porprojetos do "país". Para exemplificar, a EquipeCooperativas do Grupo recentemente produziuum manual sobre técnicas simples de conta-bilidade para cooperativas. Este manual jã foiadotado por Serra Leoa e pode muito bem ser-vir para outros países carentes de um sistemaestabelecido de contabilidade cooperativista.Existe a necessidade, portanto, de divulgar asdiversas opções existentes antes que o trabalhodetalhado de adaptação local possa ser elabo-rado. O mesmo pode-se dizer com relação aosperfis industriais, atualmente preparados peloGrupo para trabalhos em maaeira, metal eequipamento agrícola, capazes de ser manufa-turados no local.

Uma pergunta muito freqüente é a seguinte:a demanda por tecnologia intermediãria reali-za-se em escala suficientemente ampla? Paraisto há outra pergunta decisiva: as pessoas po-dem requerer algo, de cuja existência não têmconhecimento? Em outras palavras, a tarefaprímáría é a de reunir informações detalhadase experiência prátíca sobre técnicas simples etornar público o fato de que tais informações eprátícas existem ("tornar público" aqui sígní-fica tanto comunicar a informação como de-monstrar de que forma ela pode ser utilizadavantajosamente) .

O argumento para atribuir a tarefa de mo-bilização de informações sístemátícas sobretecnologias intermediãrias aos centros de co-nhecimentos técnicos existentes - e socieda-des semelhantes ao Grupo, no Reino Unido, eVITA (Voluntãrios para Assistência TécnicaInternacional), nos Estados Unidos, existem ouse esboçam na Austrália, no Canadá, na Re-pública Federal Alemã e na índia - é pouco

afetado pela possibilidade de alguma superpo-sição inicial; o campo de trabalho potencial étão amplo que um certo grau de especializaçãointernacional poderia ser introduzido facilmen-te. Tampouco - é preciso frisar - este é umargumento contra a criação de centros de tecno-logia íntermedíáría ou apropriada, nos própriospaíses em desenvolvimento. Esses centros in-cumbir-se-iam, primeiramente, da coleta de in-formações sobre as opções disponíveis, tornan-do conhecidas as necessidades específicas eadaptando técnicas aos seus próprios ambien-tes e, se os. recursos permitirem, ao desenvolvi-mento de suas próprias equipes de pesquisa ede desenvolvimento. Isto está acontecendoagora na índia, que jã tem um consíderável se-tor industrial e instalações bem dotadas depesquisa, com uma Unidade de TecnologiaApropriada que foi instalada dentro do Ministé-rio de Desenvolvimento Industrial. O mesmotem sucedido - tanto quanto é possível saber-se e de uma maneira um pouco mais descen-tralizada talvez - na República Popular daChina, jã hã alguns anos.

O ponto principal, entretanto, é que o impul-so inicial - a mudança de ênfase, a mobiliza-ção de conhecimento científico-técnico para oaperfeiçoamento de técnicas de auto-ajuda -tem que vir dos países que possuem estes co-nhecimentos agora. Somente quando isto acon-tecer, será possível desenvolver um díálogo útilsobre tecnologia.

O relatório do programa de trabalho do Gru-po que se segue deveria talvez ser consideradocomo uma indicação do que pode - e deveria- ser feito em escala muito maior.

2. O PROJETO DE CONSTRUÇAO PARA ODESENVOLVIMENTO

O primeiro projeto iniciado tratou da constru- 135ção civil - parte básíca do processo de desen-volvimento. Na medida em que o desenvolvi-mento prossegue, as normas dos edifícios e dasobras necessàrías em países em desenvolvimen-tos transformam-se. Maior variedade de "tipos"de edifícios é. exigida em maior quantidade edistribuição, em áreas mais extensas. A deman-da tradicional por simples abrigos torna-se umademanda de escolas e clínicas, edifícios admi-nistrativos e correios, estradas e pontes. A ca-pacidade interna das indústrias construtorasem países em desenvolvimento poderá atendera esta demanda crescente e mutante.

TecnoZogúztntermedUina

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Porque a construção civil abrange uma va-riedade de qualificações e atividades, incluindodesenho, manufatura e montagem de compo-nentes, direção de homens, materiais e plantas,ela também fornece um rico campo de treina-mento e experiência para grande número depessoas que lutam para elevar seu nível devida. Construção civil em geral é o segundomaior setor de emprego em qualquer economia,precedido apenas pela indústria manufaturei-ra em países desenvolvidos e pela agriculturaem países em desenvolvimento.

O campo para investimentos, tanto públicoscomo privados, em infra-estrutura física é tãovasto que deveria contribuir mais ao processode desenvolvimento, em vez de limitar-se ape-nas aos trabalhos em edifícios e construções.Deveria contribuir para a formação de uma in-dústria que pode expandir, renovar e conservaresses edifícios; e assim deveria, portanto, serplanejada com a meta específica de desenvol-ver a indústria de construção local.

A construção civil pode oferecer às pessoastreinamento e experiência nesse setor, ajudan-do-as na transição necessária de trabalho agrí.cola para o industrial. Nesse sentido, pode pro-videnciar empregos íntermedíáríos valiosos en-tre agricultura e manufatura na proporção de1/10 e até 1/5 da mão-de-obra de um país.

Enquanto que na formação de capital bruto,na maioria dos países, a metade desse capitalé destinada para a construção, os países em de-senvolvimento são forçados a importar a maio-ria da capacidade construtora necessária. Pla-nos de desenvolvimento muitas vezes são poucomais do que "listas de compras" para projetosde edifícios e de engenharia civil e não levamem consideração aquilo que poderia ser feitono local. O Grupo de Construção Civil, portan-to, preocupou-se com a questão de como auxi-liar as indústrias de construção locais. Essetrabalho foi iniciado em 1969 com um projetode construção para o desenvolvimento; tem co-mo objetivo melhorar a eficiência das operaçõesde construção em países em desenvolvimento,tornando acessível às empresas construtorasuma orientação no emprego de tecnologias apro-priadas e de métodos de negócios. A equipe doprojeto - um arquiteto, um engenheiro e umeconomista - verificou que os problemas do pe-queno empreiteiro demandavam cuidados es-peciais. Existe treinamento adequado para osprofissionais, como arquitetos e engenheiros, epara a equipe técnica dos ministérios de obras.

Revista ele Administração ele Empresas

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Entretanto, eles dependem de empreiteiros econstrutores locais em número cada vez maiore estes construtores geralmente não recebemtreinamento, orientação ou assistência de de-senvolvimento. Em toda parte, a brecha é amesma: programas de construção cada vezmaiores, sem a correspondente habilidade lo-cal para executá-los.

No início, o Grupo concentrou-se na Nigériae no Quênia. Na Nigéria começou por identifi-car as necessidades dos construtores registra-dos pelo governo nos estados do norte. Com acooperação dos governos estaduais organizouuma série de seis convenções de quatro dias ca-da para empreiteiros e oficiais técnicos gover-namentais, no começo de 1970, na Politécnicade Kaduna. Material didâtico cobrindo as qua-lificações elementares de organização para pe-quenas empresas de construção foi distribuídoaos empreiteiros por intermédio de conferên-cias, semínáríos, recursos audiovisuais, drama-tização. As convenções foram um teste tantopara a própria equipe, no que concerne à com-preensão das necessidades dos construtores edas técnicas de ensino, quanto à habilidade eentusiasmo no aprender, por parte dos emprei-teiros.

As convenções demonstraram claramente quea maior carência poderia ser sanada pela orien-tação em administração e métodos de negócios.Ficou evidente também que os empreiteiros,homens sem instrução formal, "podem" seradestrados nessas habilidades, sem as quais pou-cas organizações locais podem tornar-se firmasde construção eficientes.

Utilizando a experiência das convenções deKaduna, a equipe começou a trabalhar no Quê-nia para ajudar a Corporação Nacional de Cons-trução e estabelecer programas de treinamentopara empreiteiros africanos. A equipe produ-ziu uma série de programas didâticos que po-dem ser adaptados ao nível exato dos partici-pantes. A idéia básica desses programas estáno fato de que a principal barreira para as in-formações na situação africana não está tantono relacionamento entre professores e alunos,mas sim entre aqueles que elaboram o mate-rial dídátíco e os professores. Os programas es-tão sendo elaborados para uma série elemen-tar completa de administração e são úteis aosprofessores em muitos países e em muitas si-tuações diferentes das da Africa. A equipe estáno momento estudando, juntamente com vá-rios governos da Africa Central e Ocidental, no-

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vas oportunidades para a aplicação e extensãode suas experiências no treinamento de emprei-teiros.

3. PROJETOS HIDRAULICOS

Um dos fatores principais que influenciam odesenvolvimento no nível de aldeias é a dispo-nibilidade de água para o consumo humano,animal e agrícola. Na maioria das áreas tropi-cais e subtropicais, a queda de chuva é sazonale rege o tipo e a escala de agricultura tradicio-nal e da criação de gado.

Antes que se possam especificar as formasapropriadas do uso das terras e das prátícasagrícolas, é preciso identificar as técnicas sim-ples existentes para o armazenamento e ma-nuseio da água e avaliar esses fatores em ter-mos de custo-benefício, eficiência e conhecimen-tos técnicos necessáríos.

O Grupo começou por reunir os dados dispo-níveis no Reino Unido sobre tecnologia hídráu-lica em pequena escala e de baixo custo. Estetrabalho foi terminado e os resultados publica-dos no início de 1970.6 Em resumo, o Grupochegou à conclusão de que existe uma grandebrecha nos conhecimentos registrados sobre oque pode ser chamado de teoria e prática desuprimento de água, em pequena escala, paraas áreas rurais, ou seja, projetos e construçãode diferentes dispositivos para a obtenção, ele-vação, transporte, purificação e, especialmen-te, armazenamento de água, que seriam úteispara as aldeias, sítios e mesmo casas indivi-duais. Esses dispositivos incluem os meios decaptação da água de chuva no local, de suacondução para tanques ou cisternas, de arma-zenamento seguro, de retirada em caso de ne-cessidade e de purificação, se necessáría, con-forme os fins a que se destinar.

Ao mesmo tempo, o projeto revelou a exis-tência de muita experiência e informações so-bre o traçado e a construção de diques e reser-vatórios que comportam alguns milhões de ga-lões de água, que normalmente são cheios pelofluxo dos rios na estação das chuvas, de ma-neira que haja água durante os longos perío-dos de seca. Essa informação está bem do-cumentada e dispensa comentáríos. Contudo,por sua natureza, esses tipos de reservatóriosquase sempre situam-se longe das aldeias. Mui-tas vezes - quase que comumente - essas fon-tes consíderáveís servem para as necessidadesde várias aldeias, e os aldeões e seus animais

têm de carregar cada gota de sua água, parauso doméstico, da fonte até suas casas. Isto im-põe uma árdua tarefa díáría, especialmente àsmulheres, porque são elas que carregam a águae que muitas vezes são também as responsãveispelo trabalho de cultivo; os aldeões são obriga-dos a executar o trabalho com muito menoságua do que precisariam normalmente. A dis-tância da fonte não só impede que consigam opouco de água, mas também subtrai o temponecessárío para o cultivo de mudas em sua hor-ta caseira; diminuiu a eficiência dos animaisutilizados para o transporte, para puxar o aradoe para outros serviços, pois muito do seu tempoé gasto na caminhada até a barragem ou reser-vatório para beber, tempo este que poderia serutilizado em trabalho produtivo. Não há dúvi-da alguma de que a tão almejada melhora naprodutividade agrícola das fazendas, nas zonasprovidas de chuvas, poderia ser obtida se astécnicas para a coleta e conservação das águaspluviais fossem levadas às pequenas aldeias, sí-tios e até mesmo às moradias.

Em vista das poucas informações escritas so-bre essas técnicas, o grupo lançou-se no campodas experiências e investigações. Uma investi-gação foi feita em colaboração com o Depar-tamento de Economia Agrícola da Universida-de de Reading, que está conduzindo pesquisassobre o desenvolvimento em aldeias ao redorde Ho, em Ghana. O propósito era o de pro-ceder-se a um estudo detalhado das necessida-des de água e de encontrar meios para saná-las.

O Grupo publicou também, em 1969,7um re-latório pormenorizado de um outro projeto quese originou do trabalho do ITDG sobre tanquesde captação em Botswana. Um oficial encarre-gado do projeto, com experiência prática notrabalho feito em Botswana, foi à Tanzânia,Quênia, Malawi e Swaziland para proceder àexecução do projeto e, ao voltar, demonstrou 137a aplicação no campo de técnicas de captaçãode água. Como resultado de seu trabalho emSwaziland, seus serviços foram recrutados ofi-cialmente para executar um amplo programade captação de água em pequena escala na-quele país e para treinar também outros técni-cos de campo para trabalhos semelhantes naAfrica Oriental.

Esses programas de trabalho ilustram bema tecnologia Intermediária em ação. A idéia decaptação em tanques naturalmente não é no-va; a construção de tanque ou cisterna no so-lo, eom um lençol de captação ao lado, é um

Tecnologia intermediária

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método antigo de reservar água para a esta-ção seca que esteve abandonado durante muitotempo; agora, porém, está sendo usado nova-mente, por dois motivos. O primeiro é a ne-cessidade - existem grandes áreas de territó-rio semi-árido onde o crescimento da populaçãoestá causando pressão sobre o fornecimento deágua potável, o qual, para ser satisfatório, re-quer um grande número de tanques de capta-ção a fim de assegurar que a água esteja à dis-posição no lugar exato, ou seja, na fazenda, naescola, no lar. O segundo motivo é o da opor-tunidade propícia. Durante as últimas décadasa ciência produzíu' novos materiais revolucio-nários na forma de membranas impermeáveisbaratas. Esses materiais abrem o caminho paraum ataque maciço de um problema, que se estátornando cada vez mais agudo no decorrer dosanos. As técnicas são baratas, simples, traba-lho-intensivas e servem para transformar amão-de-obra ociosa em capital produtivo.

Trabalhos de sustentação em pesquisa e de-senvolvimento estão sendo feitos no Reino Uni-do para descobrir várias técnicas e vários ma-teriais que possam ser empregados com poucocusto e muita utilidade para melhorar os mé-todos tradicionais, a fim de obter-se mais águade boa qualidade. Grande parte do trabalhoconsiste em experimentar novos materiais àprova de água, como diferentes tipos de "mem-branas impenetráveis", emulsões derivadas docarvão e do óleo e revestimentos repelentes deágua. Isto foi programado como um projetopara dois anos e iniciado em meados de 1971.

4. FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOA:GRfCOLA

A aplicação de uma tecnologia adaptada àagricultura apresenta grandes oportunidades

138 para a diversificação e elevação do nível de vi-da rural. Muitos insumos novos e melhorados- especialmente instrumentos e equipamentosde cultivo, meios de transporte e instalaçõespara o armazenamento das colheitas - podeme devem ser manufaturados no local em núme-ro cada vez maior. Entretanto, a tecnologia dodesenvolvimento agrícola, - do ponto de vistadas necessidades e dos recursos locais, ou seja,aquilo que o agricultor precisa e o tipo de seusrecursos - são muito diferentes do que os pe-ritos estrangeiros pensam que deveria ser.

O programa do Grupo de Agricultura foi es-tabelecido a fim de identificar as necessidadesBevf8ta de Allmtnf8trag4o de Empre,u

de equipamento agrícola aperfeiçoado e parapromover a manufatura desse equipamento nolocal. O programa está sendo executado emcolaboração com o Wye College, Universidadede Londres, o National College of AgriculturalEngineering em 8ilsoe e os governos de Zâmbia,Nigéria e Tanzânia.

O primeiro dos projetos de campo iniciado emZâmbia está sediado na Agricultural Research8tation em Magoye. Dois outros estão sendopreparados na Nigéria e Tanzânia. O objetivoprincipal é identificar os obstáculos ao aumen-to da produção agrícola e introduzir uma me-canização seletiva. Há épocas no calendárioagrícola da maioria das comunidades agráriasem que todas as mãos disponíveis estão plena-mente ocupadas; a falta de mão-de-obra paraa execução de tarefas importantes durante esseperíodo age como fator de constrangimento daprodução agrícola. A mecanização seletiva dastarefas em questão poderia, portanto, aumentara produtividade sem causar desemprego. Essamecanização poderia envolver o desenvolvimen-to de equipamento para necessidades específi-cas, a adaptação dos tipos de equipamento exis-tentes e a utilização de equipamento já desen-volvido e apropriado para a tarefa. Esse cami-nho não eliminaria, entretanto, a introduçãode tratores ou de outras formas de mecaniza-ção - o teste deve sempre ser: quais as tare-fas a serem executadas? Como é que a comu-nidade local pode fazê-las de maneira perma-nentemente melhorada?

A equipe agrícola esboçou um projeto paraidentificar os obstáculos socioeconômicos à pro-dução, como primeiro passo para a introduçãode inovações apropriadas às circunstâncias lo-cais. A meta é introduzir essas Inovações e ele-var a capacidade da comunidade local para pro-duzir e manter o equipamento melhorado pormeio de treinamento no trabalho de artesãose artífices locais.

Um programa de apoio, por meio de do-cumentação - especificações detalhadas, flu-xogramas e a construção de protótipos - estásendo executado por uma unidade do Gru-po situada no National College of Agricultu-ral Engineering. Entre as inovações já de-senvolvidas em 8ilsoe está uma semeadeira me-lhorada - redesenhada para eliminar peçasfundidas e possibilitando sua manufatura lo-cal, sendo agora testada em Botswana, e umamáquina de dobrar metal, operada manual-mente e de funções múltiplas. Houve con-

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tato com cerca de 50 instituições engajadas nosvários aspectos da pesquisa de maquinaria agrí-cola no mundo todo, e a compilação sistemáti-ca de documentação de equipamento produzi-do no local e testado no campo está disponível.A utilidade dessa "câmara de compensação" deinformações técnicas já está-se tornando evi-dente.

A equipe de pesquisa agrícola está tambémcompilando um guia de implementos manuaise equipamento de tração animal, que ainda sãoproduzidos e negociados no Reino Unido e emoutros países da Europa.

Muitas novas ferramentas e peças de equipa-mento, bem como várias formas de pecuáriacooperativa mais aprimorada foram projetadase testadas em diversos sistemas de cultivo, ape-nas porque se pensava que determinada tarefaconstituía um impecilho ou era onerosa, ouainda que a produção poderia ser aumentada.Muitas vezes essas experiências falharam. Oponto de partida do trabalho do Grupo em Zâm-bia, executado sob os auspícios do Zambian Mi-nistry of Rural Development, constitui-se nofato de que a inovação tem que se basear noconhecimento detalhado dos problemas e dasnecessidades do agricultor e num quadro acura-do do calendário e da seqüência das colheitasda localidade, tomando em consideração oshábitos e as obrigações da comunidade e o pa-drão econômico no qual se baseia o sistemade cultivo atual.

O trabalho de levantamento das necessida-des e da construção de uma manufatura localestá sendo feito por dois dos técnicos de campodo Grupo, ligados à Magoye Research Station.Está-se procedendo a uma investigação dos in-sumos de mão-de-obra nas colheitas de peque-nos produtores - 5 a 20 acres - em três sí-tios da localidade.

Nesse meio tempo o oficial engenheiro decampo investiga a disponibilidade e a quali-dade dos suprimentos locais de madeira, deaço, a qualificação atual dos artesãos e o de-senvolvimento de ferramentas básicas apropria-das para os ferreiros rurais.

Embora esse projeto ainda esteja no estágioinicial, certos tipos de equipamento já foramverificados como apropriados para a manufa-'tura e submetidos a testes locais. Entre elesestá uma plantadeira de milho puxada por boi,de um trilho, com implemento de fertilizadorem forma de funil; plantadeiras simples e du-plas de milho, de amendoim e de outras semen-

tes comuns, utilizando o princípio de rodas en-talhadas; equipamentos para separar o amen-doim da casca, ferramentas de baixo custo paraferreiros e carros de boi aperfeiçoados.

Constatou-se a utilidade de ligar a base deSilsoe no Reino Unido aos projetos de campo,pois quando o projeto de Zâmbia foi lançadono fim de 1971, a primeira pôde fornecer-lheaproximadamente 40 especificações obtidas naíndia, Nigéria, Tanzânia, VITA e outras fontes."

A medida que procedem os projetos de cam-po, a técnica de levantamentos de pesquisasrápidas, já testada, será encaminhada para asequipes governamentais de serviços de exten-são, para uma aplicação em escala mais ampla,e os artesãos locais serão instruídos nas técnicasde trabalhos de metal e de madeira, necessáriaspara a confecção de equipamento agrícola emcada localidade. Os núcleos de unidades de ma-quinaria agrícola criados dessa maneira deve-riam oferecer boas perspectivas para o estabe-lecimento de um certo número de centros dedesenvolvimento rural e estender suas opera-ções para permitir a produção de um númeromaior de instalações de estocagem da colhei-ta, processamento e outras formas de manufa-tura local.

Experiências no campo, demonstrações e oenvolvimento dos interesses locais desde o iní-cio, são, na opinião do Grupo, partes essenciaisdo processo de disseminação de conhecimentose de técnicas de baixo custo. Os programas emvista para o norte da Nigéria e Tanzânia (osquais, assim como os de Zâmbia, são orienta-dos e apoiados pela base doméstica no ReinoUnido) são muito similares, se bem que emambos os casos muito trabalho já tenha sidorealizado pelas agências governamentaís, 50-,bretudo quanto ao levantamento de necessida-des específicas. Assim, a contribuição do Gru-po pode concentrar-se no desenvolvimento deequipamentos, na promoção de seu uso e suaprodução local.

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5. A PEQUENA INDÚSTRIA

No princípio de 1969 foi formada uma unidadede coordenação industrial, com o propósito deassociar projetos viáveis para o desenvolvimen-to industrial em pequena escala no além-mar,com tecnologias apropriadas adaptadas da in-dústria britânica. O terminal de além-mar des-se projeto está na Nigéria, onde o engenheirodo Grupo identificou produtos e processos ade-

Tecnologia intermediária

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quados para a manufatura local e estabeleceuuma pequena oficina para a execução de equi-pamento protótipo. A base doméstica está pre-parando uma série de perfis industriais, come-çando com trabalhos em madeira e metal, paraprover um certo número de tecnologias de vá-rios níveis de custo e de sofisticação técnica.Isto está sendo feito em colaboração com uni-versidades, colégios técnicos, organizações depesquisa industrial e firmas particulares. Otrabalho da Unidade de Coordenação Indus-trial é um exercício prático de transferência detecnologia. Este é um assunto sobre o qual aliteratura está crescendo rapidamente. Muitoé de natureza teórica, e a prática está mal di-rigida e não alcança o objetivo, pois ocupa-secom o problema insolúvel de como transferirtécnicas de produção em massa com as tecno-logias capital-intensivas dos países ricos paraos pobres. Certamente é mais prático e maismerecedor de atenção dos pesquisadores come-çar por considerar as necessidades dos paísespobres, adaptar as tecnologias para essas ne-cessidades e ajudar a introduzir técnicas novas.

No outono de 1970,o Grupo tinha entrevista-do mais de 100 companhias do Reino Unido nosdiversos ramos de engenharia, tecnologia ali-mentícia, couro, têxteis, etc., que demonstra-ram interesse em ajudar a desenvolver maqui-naria e equipamento apropriados. O primeiroperfil industrial para fundição de ferro estáquase terminado. Compreende, primeiro, umperfil da forma mais simples possível de fun-dição em cadinhos com aquecimento a carvão,que requer apenas mão-de-obra e muito poucocapital. Apresenta, em seguida, uma alternati-va entre a fundição em cadinho tendo comocombustível óleo ou coque; e, finalmente, umaunidade mais aprimorada para avaliar as pos-sibilidades de expansão. Manuais de treina-

140 mento simples acompanharão esses perfis, bemcomo guias para as fontes de obtenção do equi-pamento.

Além de responder a mais de 200 pedidos deinformações técnicas por ano, a Unidade estáagora proporcionando orientação específica so-bre a criação de indústrias - por exemplo, ainstalação de produção em pequena escala dearame farpado, em Swaziland; produção espe-cializada de janelas e portas metálicas na Ni-géria e uma serraria em Botswana e está tam-bém aceitando encomendas de pesquisas e detrabalhos de desenvolvimento para ir de en-contro a requisitos técnicos específicos. UmRevista de Admini8tração ele Empre8a8

exemplo simples é o redesenho do equipamentoutilizado para a pesagem de criancinhas nasáreas rurais da Africa Oriental. Um caso mui-to mais complexo, que surgiu em numerosospaíses africanos, exigiu o desenho completo ea fabricação de uma máquina protótipo paraembalagem de materiais. Isto envolveu o tra-balho da própria Unidade, do Royal College ofArt, de Londres e do Department of AppliedPhysical Sciences na Universidade de Reading.

6. TECNOLOGIA ALIMENTíCIA

No fim de 1970 o Grupo instalou uma Unidadede Tecnologia de Alimentos. Isto começou coma assistência a um projeto de armazenagem dearroz na Libéria e está agora continuando coma pesquisa e o desenvolvimento de um progra-ma destinado à utilização mais eficiente dosalimentos tradicionais. Existem entendimentospara conduzir experiências de campo, num gru-po de aldeias da Tanzânia. A base domésticaestá no National College of Food Technology,em Weybridge, que providenciará pesquisa einstalações para o desenvolvimento técnico doprojeto.

7. CONSULTORIA

Durante os últimos dois anos o Grupo assumiuo serviço de consultoria na Africa para a ILO,a United Natíons Economic Comission for Afri-ca (ECA) e a United Nations Industrial De-velopment Organization (UNIDO). Esse ser-viço foi feito pelo ramo de consultoria do Gru-po, Inter-Technology Services (ITS) , uma sub-sidiária de propriedade do Grupo.

Na última parte de 1970, o Grupo ajudou aaparelhar uma missão a Botswana, Lesotho eSwaziland para investigar e relatar sobre pe-quenas empresas e empreendimentos inovató-rios em desenvolvimento. Nessa atividade tra-balhou em colaboração com o Research Insti-tute for Management Science, Delft. Foi feitoum pedido à ECApor Botswana, Lesotho e Swa-ziland para uma missão de especialistas queajudasse a acelerar o desenvolvimento de em-presas locais e na criação de empregos, parti-cularmente para identificar as exigências in-dustriais, de administração e treinamento ne-cessários. O conjunto da equipe que esteve nes-ta missão publicou um relatório e espera-seque, ao completar suas recomendações, o Gru-po possa formar relações estreitas com os pro-

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gramas de pequenas empresas que são assis-tidas pela ILO em Swaziland e que estão abrin-do novas áreas no campo de transferência tecno-lógica.

A pedido da ECA e da UNIDO, o Grupo re-centemente assumiu novas tarefas na AfricaOcidental. Uma está centralizada na KumasiUniversity of scíence and Technology em Gha-na, onde, durante os dois anos anteriores, umgrupo da equipe universitária, já havia volun-tariamente orientado e aconselhado o peque-no comércio local. A Universidade queria ex-pandir esse serviço e a equipe do ITS trabalhoujunto para investigar como um centro de con-sultoria tecnológica permanente poderia ser or-ganizado e operado. O resultado imediato foique um engenheiro experiente, um lente daSchool of Engineering Science da Universidadede Edinburgh e um membro do Grupo Energiaforam enviados às custas do Inter-UniversityCouncil para Kumasi, onde pemaneceram porseis meses, para auxiliar na instalação do no-vo centro.

Outra tarefa relacionava-se com a produçãode equipamento hospitalar, manufaturado nolocal, no norte da Nigéria. O Grupo analisoua viabilidade técnica e econômica de instalarunidades de fabricação para o fornecimento deequipamento hospitalar em escala operacionalnos estados do norte, e essas unidades estãosendo instaladas no momento. O objetivo doestudo de viabilidade foi de, em primeiro lugar,seguir de perto o trabalho já realizado no Ins-tituto de Saúde, em Zaria, onde já se tinhaobtido considerável progresso no desenho e nafabricação de equipamento hospitalar no local."

Verificou-se que havia um crescente poten-cial de mercado para produtos de boa qualidadefeitos no local. Sua fabricação foi alentadapelas autoridades federais e estatais como meiosde promover a substituição de produtos impor-tados, dando oportunidade à participação localno desenvolvimento industrial e fazendo umacontribuição importante à criação de empregos.

No estudo dessa indústria especificamenteconsiderou-se o treinamento de pessoal de ge-rência e de outras funções, métodos de pro-jeção e de produção e os aspectos vitais de fi-nanciamento e marketing locais. As pesquisasmostraram que já existia um bom potencial aesse respeito e que, com ajuda técnica inicialpara a instalação de unidades de produção,poderia desenvolver-se no local uma pequenaindústria viável. Considerou-se importante que

esta deveria ser iniciada no nível dos conheci-mentos e qualificações técnicos financeiros jáexistentes no país, atualmente. Na medida emque se desenvolveram a habilidade e a compe-tência do pessoal por meio de experiência e trei-namento, podiam encarar-se empreendimentos,sempre em pequena escala, mais ambiciosos.O método de instalar e desenvolver uma in-dústria dessas é tão importante quanto oknow-how técnico e o financiamento, e essainiciativa poderá tornar-se o protótipo paramuitos outros empreendimentos.

Esse tipo de empreendimento encoraja o má-ximo uso de materiais, mão-de-obra e recursosfinanceiros locais num programa tão necessáriode auto-ajuda e de desenvolvimento industrialem pequena escala, que está sendo elaboradopara os seis estados do norte, para os quais oestudo de viabilidade foi encomendado. Toda-via, seus resultados podem também ser relevan-tes para situações semelhantes em outros pai-ses em desenvolvimento.

O trabalho feito em colaboração com a ILOresultou na instalação de dois postos-chave detecnologia intermediária na Tanzânia (finan-ciados pela ILO): um para um oficial técnicoligado à Tanzanian Agricultural MachineryTesting Unit, e outro para um oficial de liga-ção permanente entre o Grupo e o governoda Tanzânia.

8. GRUPOS DE TRABALHOEDOCUMENTAÇAO

Os programas de pesquisa e desenvolvimentodo Grupo dependem de verbas e doações forne-cidas por organizações de assistência e cari-dade. As atividades descritas acima consegui-ram, todas, verbas de curto prazo dessas fon-tes. Mesmo outras equipes que ainda não re-ceberam assistência financeira já produziramtrabalho valioso. Assim o Grupo Energia, cria-do para investigar e produzir dados sobre fon-tes simples de energia, já publicou uma biblio-grafia detalhada sobre um motor de combustí-vel múltiplo." Pretende produzir um perfil depequenas fontes de energia já existentes, ana-lisar suas capacidades técnicas e tipos de uti-lização para os quais são apropriadas e depoisinvestigar especificamente fontes de energiaderivada do vento, da água e da luz solar. Adistribuição desigual no mundo de recursos co-mercialmente aproveitáveis de carvão e óleoe a não muito distante escassez de óleo'! (mes-

Tecnologia tntermecltárta

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mo na razão do consumo atual), tornam muitoimportante a tarefa de estudar meios simples,baratos e em pequena escala de utilização in-convencional (mas permanente e não-poluen-te) das fontes de energia. Aqui outra vez -e isto vale para todo o campo de tecnologia in-termediária - o Grupo decididamente não pre-coniza a volta para a maquinaria do sé-culo XIX; a necessidade é de incorporar a ciên-cia e a tecnologia modernas nos métodos, quepodem ter origem em princípios antígos, massurgem como técnicas novas quanto à quali-dade e ao desempenho.

Como exemplo do tipo de problema apresen-tado ao Grupo Energia, este foi recentementesolicitado a encontrar ou projetar um métodode processamento de cana na Nigéria do Nor-te (excluíram-se terminantemente máquinasoperadas com óleo diesel) para substituir oequipamento primitivo movidopor animais, queainda está sendo usado atualmente. Paraesses problemas pode haver uma solução re-lativamente simples - alguma coisa apropria-da já pode existir - mas também pode exigirbastante trabalho de projeção e fabricação noReino Unido antes que se possam 'fazer expe-riências no campo.

A Equipe Cooperativas está pesquisandomeios pelos quais elas podem funcionar maiseficientemente, especialmente porque elas mes-mas são veículos para a modificação e inova-ção rural. Recentemente ela completou uma sé-rie de três manuais sobre métodos de contabi-lidade simples para cooperativas. O primeirodeles,l2 publicado pela Overseas DevelopmentAdministration em 1970, trata de cooperativade poupança e de crédito e suscitou grande in-teresse nos países africanos.

A Equipe de Saúde Rural, estabelecida parapesquisar meios eficientes de levar cuidadosmédicos à população rural nos países em de-senvolvimento, produziu seu primeiro trabalhode documentação sobre mão-de-obra sanitáriae as funções do auxiliar médico.la Este inclui aprimeira bibliografia jamais publicada sobre oassunto, e o texto, escrito por três membros doGrupo, é um manual sobre as vantagens eco-nômicas e médicas do auxiliar de medicina. To-mando como exemplo os dados de muitos pai-ses africanos, bem como de outras partes domundo em desenvolvimento, mostra que os sis-temas de cuidados médicos nos países ricos nãoservem de modo algum para as necessidades eRevista de Admini8tração de Empre,a,

os recursos dos países em desenvolvimentoe descreve uma alternativa que é mais baratae eficiente.

Outras equipes, cujo trabalho será importan-te para as necessidades da África Rural e queainda estão no estágio de formação ou come-çando a delinear suas tarefas, são aquelas de-dicadas às atividades femininas, à educação,ao florestamento e aos produtos florestais.

O método de operação em equipes está sendomuito bem sucedido como meio de reunir ostrês elementos suscetíveis de ser influenciadospelo trabalho de: a) identificar as brechas quepodem ser preenchidas pela tecnologia inter-mediária; b) de reunir os dados práticos neces-sários ; c) de promover testes de campo parademonstrar seu uso. Chamamos de ABCde de-senvolvimento os administradores, a comuni-dade de negócios e os comunicadores ou a fra-ternidade acadêmica. Na rotina convencionalde projetos de assistência e de pesquisas asso-ciadas, esses três elementos raramente ou nun-ca trabalham em colaboração. Acreditamos queo trabalho das equipes, multiplicado e amplia-do, poderá reerguer a presente falta de equilí-brio em pesquisa e desenvolvimento, pela qualuns 95% dos esforços envidados nesse sentidono mundo todo beneficiam apenas os paísesricos.

Uma atividade importante de apoio foi re-centemente iniciada pelo Grupo e consiste naimplementação de projetos para estudantes.Esses foram iniciados principalmente em res-posta ao crescente interesse demonstrado porestudantes e por professores universitários, paraempreender atividades que poderiam ser de uti-lidade para o mundo em desenvolvimento. Porintermédio desses projetos o Grupo espera alar-gar consideravelmente o alcance de informa-ção técnica disponível para experiências nocampo e documentação ulterior.

Todas as equipes mencionadas foram criadase seu trabalho formulado nos últimos três anos.Suas experiências demonstraram que a brechaem informação a ser preenchida é muito gran-de. A necessidade para informações sobre téc-nicas simples pode ser encarada como existentenos três níveis seguintes, uitllzados pelo Grupocomo orientação geral, se bem que, obviamen-te, até mesmo esses critérios amplos têm queser modificados de acordo com a situação real:

1. Indústria caseira: recursos íocaís, ferra-mentas manuais, membros da familia, empre-

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gos com remuneração de até ~ 20, artigos fei-tos manualmente para uso local.

2. Indústria em aldeias: mais caracterizadapor atividades comunitárias, pequenos gruposde artesãos, cooperativas, termos técnicos bá-sicos que podem ser traduzidos para o verná-culo, materiais adquiridos no local, maquina-ria manual e simples, remuneração de até ~ 100por emprego, produção para a localidade e co-munidades vizinhas.

3. Pequena indústria: companhias locais,cooperativas maiores, terminologia técnica nor-mal, material local ou importado, maquinariamovida por energia, mão-de-obra relativamentequalificada, remuneração de até ~ 500 por em-prego, produtos industriais para mercados dis-tritais ou nacionais.

Tendo em mente essas categorias, os planospara documentação do Grupo visam, de modogeral, o seguinte:

a) perfis técnicos que cobrem uma gama deescolhas tecnológicas nas categorias interme-diárias, até o nível da pequena indústria. Essesperfis destinam-se aos departamentos de indús-tria, planejadores governamentais, agências in-ternacionais. Fornecerão um esquema dos in-vestimentos e das operações necessárias, diga-mos, para as três categorias acima, ilustrandoas opções técnicas à disposição de cada uma;

b) manuais de instrução, contendo a informa-ção detalhada (inclusive desenhos técnicos) enecessária para pôr em prática as opções dis-poníveis;

c) listas e catálogos de equipamentos nas ca-tegorias intermediárias. Podem ser catálogosde equipamento disponível comercialmente oude equipamentos e ferramentas produzidos nolocal;

d) bibliografias explicativas sobre a aplicaçãode tecnologia intermediária em assuntos comoágua e saúde rural;

e) projetos especiais, cujos relatórios forne-çam instruções, passo a passo, de técnicas par-ticulares para demonstração no campo.

9. CONCLUSAO

A importância da escolha tecnológica, maisparticularmente a necessidade de tornar tecno-logias de baixo custo mais acessíveis, está len-tamente penetrando na consciência e nas men-tes de economistas e planejadores de desenvol-vimento. Parece haver quatro estágios no pro-cesso, julgando pelas reações ao trabalho doGrupo de Desenvolvimento de Tecnologia In-termediária: a) uma reação negativa à idéia;b) em voga agora, grande aceitação, mas, compouco apoio ou ação programada; c) engaja-mento ativo em escala considerável para a mo-bilização do conhecimento e de opções tecno-lógicas; d) a aplicação prática e ativa dessesconhecimentos, novamente em escala conside-rável.

Existem sinais esperançosos no horizonte. Ofato de que empregos são necessários aos mi-lhões no mundo em desenvolvimento é agorade conhecimento universal. A questão inevitá-vel de quanto pode ser despendido para provi-denciar cada emprego, quando são precisos mi-lhões, logo terá que merecer a mesma atenção.Existem programas extensivos de agências in-ternacionais para encontrar métodos trabalho-intensivos para obras públicas. Estes são im-portantes não apenas em si, mas também pelasoportunidades que podem apresentar - aumen-tando a renda rural - de servir também paraoutros tipos de empregos rurais. Existemnúcleos de ação crescentes em alguns paísespara a obtenção de tecnologias de baixo custo,aos quais já nos referimos. A única crítica quepode ser feita aos esforços do Grupo para pre-encher as brechas tecnológicas é que são feitosem escala pequena 9-emais em relação às ne-cessidades. Representam uma fração insignifi-cante no total de ajuda despendida. (O orça-mento do Grupo é de mais ou menos ~ 3 000 143por mês, além de aproximadamente ~ 70 000 porano para projetos no campo - menos do que1/20 de 1% do montante gasto em assistênciapelo Reino Unido.) Entretanto, a não ser queo trabalho prático e útil seja ampliado, inten-sificado e multiplicado rapidamente, não have-rá muita esperança para os pobres e desem-pregados; e talvez, tampouco, para os ricos.

10. NOTA SUPLEMENTAR SOBREDOCUMENTAÇAO

Além das publicações mencionadas, o Grupoproduziu a seguinte documentação a respeito

Tecnologia mtermedtána

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de seu projeto "Construção para o desenvolvi-mento" .

The Nigerian building contractor: practices,problems and needs; An educational strategyfor the Nigerian building contractor; Construc-tion and reconstruction: towards a policy forthe Nigerian construction industry contractordevelopment: report of the Conference on theTraining of Nigerian Building Contractors; Amanagement handbook for the Nigerian build-ing Contractor; The Kenyan building contrac-tor: practices, problems and needs; Bradford8eminars I and II (report on the study semi-nars on the construction industry held at theUniversity or Bradford's Centre for ProjectPlanning for Developing Countries).

Teaching manuals for the construction in-dustry (in five kits): How to decide businesspolicy; How to do accouting; Contracting andthe client; How to estimate and tender;Planning for the contractor.

A lista seguinte de especificações técnicasfornecidas pelo Grupo de várias fontes do pro-jeto de campo em Zâmbia dá uma idéia de seusserviços de documentação:

Indian standards: 3-tined cultivator, animal-drawn (8:3342); V-brade hand-hoe (18:3185);son-scoop, animal-drawn (18:3360); 8ingle-rowcotton seed drill, animal-draw (18:3310).

Do Centro de Desenvolvimento Industrial naNigéria (os números entre parênteses referem-se a relatórios especiais do IDC): The ploughbolt (70-6); Blacksmith entrepreneurs andtheír capabilítíes; The IDC síngletree (70-5);The IDC single ox-yoke (70-4); The IDCClarkson ox-yoke (69-3.1); The lDC Bornugroundnut lifter (69-5).

De outras fontes: Workshop designs; Hand144 and workshop tool lists; East African timbers

list; Blacksmith's hearth, C081RA design;Blacksmith's forge, Pearson design; Home-ma-de anvil; "Thought starters" on welded design;8teel fabricated vee pulleys; Manufacture ofharrow tines; All-welded steel vice; All-weldedM.8. vice; VITA footpowered wood Iathe;Drawings and specifications - "Animal-drawnequipment and basíc tools for farmers, suitablefor local construction"; The 8amaru bicyclecart; The 8amaru ox-cart; The 8hinyangalift pump; Chitedze multipurpose ox-drawntool bar; Hand-operated flap-valve waterpump; Animal-drawn tool bar. Technical

Revista de Administração de Empresas

drawings of animal-cart wheel and axle jigassembly, universal welding jig, ploi.jhsharewelding jig. O

1 o autor achou oportuno publicar este artigo nalnternational Labour Review, pois a ILO preocupa-se mais com pessoas do que com os equipamentosde produção em massa; porque constantemente advo-ga e promove programas para a criação de empregosem países em desenvolvimento; porque, enfim, foium dos primeiros a reconhecer a significância dasidéias defendidas pelo ITDG, desdé a criação desseGrupo. Ver, por exemplo, Marsden, Keith. Towardsa synthesis of economic growth and social justice.international Labour Review, v. 100,n. 5, Nov. 1969.Progressive technologies for developing countríes.ibid. v. 101,n. 5, May 1970.

2 Ver, também Social and economic problems callingfor tne developrnent ot intermediate technology. Estetrabalho e outro material básico foi incorporado numIT Kit, que pode ser obtido nos escritórios centraisdo ITDG.

3 Isto é, o custo de equipar um operário, excluindo ocusto da terra e dos edifícios.

4 Por exemplo: o projeto de equipamento agrícolaestá alocado no National College of Agricultural En-gíneeríng, Silsoe; a tecnologia alimentícia no Natio-nal College of Food Technology, Weyebridge. Outraspesquisas são feitas pelo Department of AppliedPhysical Sciences, University of Reading e o RoyalCollege of Art.

5 Assim como as Nações Unidas e suas agências es-pecializadas estão localizadas em Genebra, NovaYork,Roma e outras metrópoles. A necessidade de des-centralizar suas atividades, uma vez constituídos osquadros de especialistas e os conhecimentos relevan-tes, reforça o argumento.

6 ITDG. Bibliografia sobre tecnologias de água debaixo custo. London, 1970.

7 ITDG.Aintrodução de tanques de captação de águapluvial a micro-irrigação em Botswana. London 1969.

8 Ver a nota suplementar sobre documentação nofim deste artigo.

9 Um relatório deste trabalho está no ITDG. Bole-tim n.o 4. London, Feb. 1969.

10 ITDG. Sterling engine bibliographll. London, 1971.

11 O presente trabalho foi publicado em 1972- umano antes da "crise de petróleo" (N. do TJ.

12 ITDG. Thrift and credit co-operatives. LondonOverseas Development Admin1stration, 1970.

13 Idem. Health manpower and tne medicaZauxilia-1'11. London, 1971.