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Prof. Paulo S. F. BarbosaFEC-UNICAMP
Mini COSE – FEEC – UNICAMPMaio/2010 – Aula 01
Curso de Comercialização de Energia Elétrica e Gestão de Riscos
2
Curso de Comercialização de Energia Elétrica e Gestão de Riscos
Comercialização de Energia Elétrica
Estrutura de Consumo
Oferta (Atacado e
Varejo)Preços e
Tarifas
Arranjos de Mercado
Regulação
Setorial
Ambiente Institucional
Política Energética
(Nacional e Internacional)
Política Macro-Econômica
(Nacional e Internacional)
Tecnologia e Gestão
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AULA 01 • Energia Elétrica e Comercialização- Generalidades• A Energia Elétrica como Produto / Serviço Comercial• A Energia Elétrica e a Introdução da Competição—o caso dos EUA• Fases de Reforma dos Mercados e Componentes Típicos de um Sistema de Energia Elétrica sob Reestruturação• Classificação dos Mercados de Energia Elétrica• O Mercado da Noruega e Países Escandinavos
AULA 02
• Fundamentos da Gestão de Riscos: Definição de Risco, Métricas de Risco, Categorias de Risco, Instrumentos de Gestão de Riscos • Contratos Derivativos: Opções, Futuros e Swaps• Gestão de Carteira de Contratos: Markowitz, Contratação de um Gerador/Comercializador, Fronteira Eficiente de Contratação
Curso de Comercialização de Energia Elétrica e Gestão de Riscos
4
AULA 03
Formação de Preço Spot / Despacho Econômico de Sistemas de E. Elétrica Formação de Preços Spot em Sistemas Térmicos Puros Formação de Preços Spot em Sistemas Hidrotérmicos Brasil – Formação de Preços – Modelos Newave/Decomp Formação de Preços e Variabilidade Observações sobre Picos de Preços em Mercados Livres Modelagem / Cenarização de Preços e Variáveis de Interesse à Comercialização
Curso de Comercialização de Energia Elétrica e Gestão de Riscos
AULA 04
Setor Elétrico Brasileiro – Produção e Consumo Reformas do Setor Elétrico – RESEB e o Novo Modelo A Comercialização no Novo Modelo Contratação Bilateral Regras da CCEE A experiência dos Consumidores Livres no Brasil Leilões e Impactos na Formação de Preços
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• Preços Variáveis
• Maior nº de Agentes Vendedores
• Distribuidora Local• Gerador Concessionário Serviço Público• Produtor Independente de Energia (PIE)• Comercializador
• Aspectos Regulatórios
• Necessidade de Gestão (Carga / Contrato)
Para Quem Compra Energia – Fatores de Atenção
Visão PanorâmicaO DESAFIO DE NEGOCIAR ENERGIA NO
BRASIL: Dinamismo e Complexidade
6
Para Quem Vende Energia – Fatores de Atenção
Visão PanorâmicaO DESAFIO DE NEGOCIAR ENERGIA NO
BRASIL: Dinamismo e Complexidade
• Preços Variáveis
• Maior nº de Agentes Vendedores (Novos Players)
• Acompanhamento do Mercado (ACR; ACL)
• Acompanhamento da Evolução da Oferta (Leilões e Obras)
• Substitutivos Energéticos / Inovações Tecnológicos
• Política energética / Aspectos Regulatórios
• Movimentos de mercado (Fusões / Aquisições)
• Política macro-econômica -- Investimentos
7
Visão PanorâmicaO DESAFIO DE NEGOCIAR ENERGIA NO BRASIL - Dinamismo e Complexidade: Agentes de Negócio
Consumidor 1(cativo)
Consumidor 2(Livre ou Potencialmente Livre)
PIE
Gerador Serviço Público
Distribuidora
Geração Distribuida
Comercializadora
Auto-produtor
< 10%
Leilões ACR
Tarifa:
Regra Repasse RígidaPreços:
livremente negociados
PCHs, etc.
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Visão PanorâmicaO DESAFIO DE NEGOCIAR ENERGIA NO BRASIL:
Dinamismo e Complexidade
Além das mesmas variáveis dos Agentes Compradores e Vendedores, as oportunidades comerciais incluem:
• Identificação das Necessidades dos Clientes
• Desenvolvimento de Novos Produtos (Preço Fixo, Preço Variável com Limites, Horizontes de Contratação, Derivativos, etc.)
• Serviços de Informação aos Clientes ( Quando comprar, o quanto comprar, que forma comprar, de quem comprar, etc.)
• Gestão da Carteira de Contratos (própria e dos clientes)
Para Quem Comercializa Energia
9
Visão PanorâmicaO DESAFIO DE NEGOCIAR ENERGIA NO BRASIL
Questões Relevantes
• Como garantir / incentivar a Segurança do Suprimento ?
• Como promover a Modicidade Tarifária ?
• Como buscar o equilíbrio entre os agentes dos segmentos que compõem o Setor Elétrico Brasileiro, minimizando o risco de crises ?
Dinamismo e Complexidade: Governo e Agentes Regulatórios
Novas Competências na Gestão Pública,
Planejamento, Supervisão, Diálogo e
Articulação com os Agentes
10
Visão PanorâmicaO DESAFIO DE NEGOCIAR ENERGIA NO BRASIL
Dinamismo e Complexidade: Governo e Agentes Regulatórios
DESAFIOS E PERPLEXIDADE DE UM REGULADOR (USA)
“I grew up in the world of planning and marginal cost pricing. I know how to make tariffs and calculate rates of return. I know how to choose the next supply source and how to estimante demand. I can do cost allocations.
But in this new world of competition, I seem to need about markets and constract and risk allocation, and how to structure and open transmission system.
Most of all, I need to know whether I want the industry that I regulate to be in this new world.”
(A utility regulator said, in: Hunt, 1996)
11
Visão PanorâmicaO DESAFIO DE NEGOCIAR ENERGIA NO BRASIL
Dinamismo e Complexidade: Governo e Agentes Regulatórios
Importância do Mercado Atacadista (Wholesale Market - California):
“As Governor, I will.. create a working wholesale power market based on lessons
learned from other states and the FERC standart market design.” A.S. campaign web site
12
Visão PanorâmicaO DESAFIO DE NEGOCIAR ENERGIA NO BRASIL
Dinamismo e Complexidade: Governo e Agentes Regulatórios
Riscos
Desafios
Oportunidades
Novos Modelos de Negócio
Novas Competências para a Tomada de Decisão
Incertezas
Dinamismo
Complexidade
13
Energia Elétrica e Comercialização
Technological Breakthroughs and Productivity Growth –Artigo de Herald Edquist e Magnus Henrekson, Abril, 2005
Mudanças Tecnológicas de Grande ProfundidadeConceitual nos últimos séculos (Mudanças Revolucionárias)
1) Máquina a Vapor –Thomas Newcomen (1712) :
demorou 140 anos para atingir plena disseminaçãoe se traduzir em ganhos de produtividade na indústria
2) Eletricidade (1879) – só em 1920 nos USA alcançou ganhos de produtividade (40 – 50 anos)3) Tecnologia de Informação e Comunicação : 45 anos desde o transistor (1947)
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Roda D’Água
Máquina a Vapor
Energia
Elétrica
Cu
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da)
Flexibilidade para Utilização
( Localização do Ponto de Consumo)
Custos na Fase Inicial de Introdução da Tecnologia
Energia Elétrica e Comercialização
15
• Ampliação do Impacto Social pela Expansão do Perfil de Usuários (Mercado Potencial)
• Capacidade de Alavancar outros Tipos de Usos, Potencializando Economias de Escala e Escopo
Novas Tecnologias
• Micro-turbinas a gás
• Plantas com energia solar
• Energia Eólica
• Carvão –leito fluidizado
A Comercialização e Novas Tecnologias
Podem ser fortalecidas diante de
• Liberalização de mercados
• Competição
• Razões Ambientais
• Co-geração
• Confiabilidade local
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• Flexibilidade de Localização Física do Ponto de Consumo (Cobertura espacial)
• Variedade quanto ao Escopo de Utilização. Exs.
- gás encanado: calor, cozimento, iluminação
- máquina a vapor: indústria têxtil, mineração, etc.
- energia elétrica: iluminação, força motriz, ......
• Segurança do suprimento (curto e médio prazo)
• Facilidade / Velocidade de transporte
• Limpeza --ambiental (na produção e consumo)
• Flexibilidade no Arranjo Comercial (prazo do contrato,
forma de pagamento, opcionalidade, custo de implantação, etc.)
Atributos das Soluções Energéticas com Apelo Comercial (Disposição a Pagar)
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A Energia Elétrica como Produto / Serviço Comercial
Características da Energia Elétrica (produto/serviço comercial):
a) bem de consumo de massa, essencial para qq. setor da Economia
b) não-armazenabilidade do produto final (a produção é para o consumo imediato)
c) produto de ciclo de vida longo
d) Divisão entre produto (energia) e serviço (transporte)
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A Energia Elétrica como Produto / Serviço Comercial:Características Principais
a) bem de consumo de massa, essencial para qq. setor da Economia
• Existe mercado grande, diversificado, o qual cresce ano após ano, com maior intensidade em países em desenvolvimento;
• Oportunidades de negócios (local,regional e internacional);
• Por atender algumas necessidades essenciais (iluminação, aquecimento, etc.)– têm que ser oferecidos com perspectiva de atendimento “universal”
19
Características Principais: Bem de Consumo de Massa
O Tamanho do Mercado de Energia Elétrica
Países do Bloco Desenvolvido (OECD)Tx Cresc. 04/03
20
Países do Bloco em Desenvolvimento (Não OECD)
Características Principais: Bem de Consumo de Massa
O Tamanho do Mercado de Energia Elétrica
Tx Cresc. 04/03
21
A Ásia representa quase 1/3 do consumo mundial de energia
A fração de consumo da China (14%) continua a crescer 1 ponto percentual por ano desde 2000
O ano de 2004 foi o de maior taxa de crescimento de consumo desde 1987
Ano de 2004:
PIB mundo : +3,9%
Energia: +3,6%
Petróleo: +3,1%
Obs. consumo de petróleo está se tornando menos sensível ao preço
Fonte: www.enerdata.fr
O Tamanho do Mercado de Energia
22
O Tamanho do Mercado de Energia
23
Crescimento do Consumo (Gtep) em 2004 A China responde por 42%
do crescimento do consumo mundial de energia;
A Ásia (incluindo China) responde por 62%
O crescimento do consumo da Europa representa menos que 10% do crescimento da China e somente 40% do crescimento do consumo dos EUA
O Tamanho do Mercado de Energia
24
Características Principais: Bem de Consumo de Massa
O Tamanho do Mercado de Energia Elétrica
25
b) não-armazenabilidade do produto final
•Produção = consumo (tempo-real)
•Não se pode estocar eletricidade para eventuais variações da demanda derivadas das oscilações normais ou anômalas da carga (demanda);
•Para manter confiabilidade operativa:Monitoramento contínuo / recursos de controle (ex.CGA: controle automático da geração)
•Exige-se reserva de capacidade
A Energia Elétrica como Produto / Serviço Comercial:Características Principais: não armazenabilidade
26
Qual a função dos estoques (de insumo para a produção), e a relação deles com o transporte e produção ?
A falta da estoque conjugada a elevação da demanda pode originar grandes elevações de preços
A Energia Elétrica como Produto / Serviço Comercial:Características Principais: não-armazenabilidade
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ENERGIA ELÉTRICA
• Aspectos Sensoriais: Inodoro, Amorfo, Incolor Produto “quase-virtual”• Diversificação de Produtos:
pequena, produto homogeneo
• Controle sobre o Fluxo: Parcial
• Armaz. do produto final: Inexistente em maiores qtdes
• Finalidades:Fim utilitário -- Insumo basico p/ conforto e produtividade
OUTROS PRODUTOS DE CONSUMO EM MASSA
• Aspectos sensoriais:Tem cor, forma, sabor, etc.
• Diversificação: Pode ser grande
• Controle sobre o fluxo/transporte:Mais de uma opção
• Armazenabilidade:existe, mesmo para
maiores qtdes• Finalidades:
Conforto, lazer, alimentação, Propriedade, etc
A Energia Elétrica como Produto / Serviço Comercial
28
Porque a Competição na Oferta de Energia Elétrica ?
• Experiências bem sucedidas em outros setores dos EUA (ex. Aviação Civil, Telecom, Gás Natural) e outros países
• Maiores Chances de Equilibrio Oferta x Demanda
• Redução das Tarifas ao Consumidor Final
O Quanto de Competição ?
• Competição na Geração (ambiente de Atacado)• Competição no Varejo (consumidor final) • Competição na Comercialização • Distribuição e Transmissão: Serviços não Competitivos
A energia Elétrica e a Introdução da Competição
29
QUESTÕES / REFLEXÃO SOBRE A COMPETIÇÃO
Questão Q1: Para que Serve a Competição ?
• aumentar a eficiência dos processos (cadeia produtiva estendida), culminando em maior disponibilidade, melhores preços finais (?) e melhor qualidade dos produtos e serviços
• progressivamente identificar / selecionar as melhores práticas (tecnológicas e comerciais)
• Exs. de Setores de Interesse Público em Plena Competição:Setor de telecomunicações, gás natural (USA), transporte rodoviário, aviação civil, educação superior, correios, previdência privada, etc.
A energia Elétrica e a Introdução da Competição
30
QUESTÕES / REFLEXÃO SOBRE A COMPETIÇÃO
Questão Q2: A Quem Interessa a Competição ?
• à sociedade como um todo (que poderá se beneficiar dos melhores produtos e servicos) – de hoje e futuras
• aos agentes do setor sob competição que estão preparados para as mudanças que a competição impõe (mudar é natural---querer a mudança nem sempre)
• a quem está na liderança do processo (por quanto tempo ? )
A energia Elétrica e a Introdução da Competição
31
Questão Q3: Em que Situações a Competição é Possível ?
• contexto de regimes democráticos (práticas não discriminatórias, liberdade de imprensa, etc.)
• regras bem definidas, visiveis e compreensíveis
• livre acesso de novos entrantes ao mercado
• inexistência de poder de mercado ( 1 empresa ou múltiplas empresas / agentes específicos)
• CONTRA - EXEMPLOS: Cartel, oligopólio, monopólio
• conceito de monopolio “natural”
A energia Elétrica e a Introdução da Competição
32
Questão Q4: Por Quanto Tempo a Competição é Possível e Necessária?
• Em cada setor ela será possivel enquanto houver interesse e perspectiva de lucratividade
• A falta de atratividade lucrativa de um setor pode fazer migrar os investimentos para outros setores, daí exigindo intervenção estatal se o setor for básico (Ex. Energia elétrica no Brasil durante 1945-55)
• Existem serviços públicos que naturalmente não são atrativos (exs. controle de cheias,segurança, etc.) –função do Estado
A energia Elétrica e a Introdução da Competição
33
Questão Q5: Quais são as Estratégias Competitivas ?
• Competição pelo preço (preço eficiente que remunera devidamente os custos; preço artificial para eliminar concorrentes-dumping)
• Competição pela qualidade (índices de conformidade com padrões, durabilidade, etc.)
• Competição pelo desempenho da entrega do produto /servico (responsividade)
• Diferentes Empresas: Diferentes Estratégias Competitivas
A energia Elétrica e a Introdução da Competição
34
A Energia Elétrica e a Introdução da Competição
Forcas Motrizes da Reestruturação para Introduzir a Competição:
- Tecnológicas: turbinas a gás de ciclo combinado (mais eficientes, menor escala)
- Ambientais: Small is beautiful
- Mudanças Capitalismo Pós-Industrial: Menos governo na indústria (máxima do projeto RE-SEB:
Tanto mercado quanto possível, quanto governo quanto necessário)
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A energia Elétrica e a Introdução da Competição
• Gestão Centralizada
• Propriedade Estatal
• Estruturas Descentralizadas• Propriedade Privada• Competição• Supervisão Regulatória Independente
Grandes Usinas, concentradas em
poucos locais
• Plantas Menores• Melhores Eficiências• Menor Custo Capital• Menores Prazos de Construção• Menores Impactos Ambientais
Mudanças de Paradigma sobre Papel do Estado Mudanças Tecnológicas
Facilitação das Barreiras de EntradaMercados de
Energia Elétrica
36
A energia Elétrica e a Introdução da Competição
OBJETIVOS PRIORITÁRIOS DAS REFORMAS DO SETOR ELÉTRICO:
Países Desenvolvidos
• Modicidade Tarifária
• Melhoria da Eficiência Operacional das Empresas
• Melhoria da Eficiência dos Investimentos
Países Emergentes
• Redução de Dívidas via Privatização
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Fases da Reestruturação da Indústria de Energia Elétrica:
Breve Histórico (USA)
• 1907: Estados iniciam a regulação das tarifas aos Cons. Finais
• 1935: O governo federal iniciou a regulação do ambiente de atacado (PUHCA: Public Utility Holding Company Act –criação das empresas estaduais reguladas e verticais—conceito de monopólio natural para tais empresas-G,T,D)
• Crises do Petróleo (1973 e 1978) : aumento do combustível térmico – efeito diverso nas geradoras – diferenciação das tarifas entre estados : 1º Ciclo de competição
• 1977: Criação da Agência Federal FERC (Federal Energy Regulatory Comission)
• 1978: Public Utilities Regulatory Policies Act (PURPA) –cria a figura do “gerador qualificado” para a geração; elimina subsídios para grande consumidores.
• 1992: Energy Policy Act – Reforço às iniciativas prévias
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Fase (0) : Empresas Verticais (G,T,D) Totalmente Reguladas (Monopólio)
Concessionária
Energia ElétricaConsumidor
Obrigação de Servir
Suprimento Confiável e Adequado
Preço Justo e Adequado e Taxa de retorno justa
Esse era o modelo da Tarifa definida pelo Custo :a concessionária demonstra o custo do serviço —
O regulador autoriza o repasse às tarifas
PROBLEMA COM ESTE MODELO (MONOPÓLIO):
A empresa (utility) não tinha incentivo para reduzir custos
Fases da Reestruturação da Indústria de Energia Elétrica:
Breve Histórico (USA)
39
Fases da Reestruturação da Indústria de Energia Elétrica: Histórico USA
Alternativas de Arranjo na Fase (0)
- Geração e Transmissão fortemente coordenadas no longo prazo e grande interface de gestão
- Monopólio regional, com forte regulação quanto à qualidade e preço oferecidos ao consumidor
- Contratos entre Concessionárias para compra e venda de potência e energia
Arranjo Vertical Tradicional( 1 única empresa na área de
concessão)
Arranjo Integrado(Empresas Interligadas)
G
T
D
C C C C C
G GT T
D D
C C C
G GT T
D D
40
A Geração se torna aberta à competição (figura do PIE)
Os PIEs não tem livre acesso à malha principal e só podem vender à concessionária com quem estejam conectados
Arranjo
Competitivo
Integrado
C C C
D D
G G
T T
G GPIE
PIE
Fases da Reestruturação da Indústria de Energia Elétrica (USA)1970: Fase (I) : Entrada do Produtor Independente de
Energia (PIE) no Arranjo da Fase ( 0 )
41
- Contratos normalmente de longo prazo
- PIE proporciona serviços de “despacho de geração”
• Atendimento à variações de carga (reserva girante); capacidade de reenergização isolada (“black-start”)
- A despeito da forma integrada da empresa, não havia reserva de transmissão entre concessionárias:
Concessionária pode ter centrais geradoras em área de outra
Concessionárias podem ter contratos de compra e venda através do sistema de uma terceira (trânsito dirigido)
Fases da Reestruturação da Indústria de Energia Elétrica USA: Características dos Arranjo da Fase ( 0 ) e Fase ( I )
42
Companhias integradas existem, mas PIE’s podem ter acesso à Malha Principal de Transmissão
PIE’s podem vender a quaisquer concessionárias de geração ou de distribuição – implementado só em 1996
PIEs não podem vender diretamente ao consumidor
Fase (II): Modelo de Livre Acesso (Wholesale Wheeling)
C C C
D D
G G
T T
G G
Competição no Atacado
Fases da Reestruturação da Indústria de Energia Elétrica
1992: o Congresso Americano decreta o Energy Policy Act, que exige que a FERC (agencia regulatória) implemente o livre acesso à transmissão de qualquer utility conforme o interesse comercial dos geradores
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Fases da Reestruturação da Indústria de Energia ElétricaFase (III): Competição no Varejo
C C C
D D
G G
T T
G G
Os PIE’s podem comercializar tanto com concessionárias quanto com consumidores finais
Esta fase caracteriza o máximo nível de abertura em estruturas verticais
Modelo de Livre Acesso (Retail Wheeling) Abril 1994:
California foi o 1º estado a introduzir na lei o Retail Wheeling –para consumidor Ind.&Comercial a partir de 1998 e para Consumidor Residencial a partir de 2001
44
- Geração e Transmissão/Distribuição separadas (mercadoria e serviço)
- Pool: Mercado de competição (“spot”), organizado pela entidade de transmissão e ou Operador de Mercado, onde geradores e consumidores podem fazer suas ofertas de venda e compra
- Ajustes dos Contratos de Longo Prazo: Leilão para “dia seguinte”
C C C
G G
D D
T
Arranjo com “ Mercado Spot” (Curto Prazo)
Fases da Reestruturação da Indústria de Energia Elétrica Fase (IV): Desverticalização, Competição e Mercado Spot
45
GeradoresConcess. de Serviço Público
Consumidor VarejoConcessionáriaDistribuição
PIE
Consumidor de Atacado
Mercado
Atacadista
Fases da Reestruturação da Indústria de Energia Elétrica Fase (IV): Desverticalização, Competição e Mercado Spot
46
USA: Situação Atual da Indústria Energia Elétrica
Obs. USA tem a maior capacidade instalada do mundo ( 1500 GW)
A geração está bastante pulverizada entre os agentes
47
USA: Situação Atual da Indústria Energia Elétrica
USA: Matriz de Geração de Energia Elétrica
48
USA: Situação Atual da Indústria Energia Elétrica
Sistema de Transmissão
49
USA: Situação Atual da Indústria Energia Elétrica
Sistema de Transmissão
50
USA: Situação Atual da Indústria Energia Elétrica
Investimentos no Sistema de Transmissão
51
Sales for Resale Volume
by NERC region (TWh)
NERC Region 2003 2004
ECAR 674 818
ERCOT 1,666 1,201
FRCC 36 34
MAAC 574 513
MAIN 63 68
MAPP 126 140
NPCC 570 675
SERC 667 962
SPP 307 101
WECC 654 518
United States 5,337 5,030
USA: Regiões Elétricas e Arranjos de Mercado Atual
52
Bolsa Intercontinental Exchange (ICE, Atlanta)Mercado SP15-California (USA) -Preços (U$/MWh) e Volumes Diários Negociados
(MWh) - ano 2006
0.00
50.00
100.00
150.00
200.00
250.00
300.00
350.00
400.00
-
50,000
100,000
150,000
200,000
250,000
300,000
Preços
Volume(MWh)
USA: Volume Diário e Preços Negociados na Intercontinental Exchange (ICE, Atlanta) em 2006
53
Bolsa Intercontinental Exchange (ICE, Atlanta)Mercado ERCOT(USA) -Preços (U$/MWh) e Volumes Diários
Negociados (MWh) - ano 2006
0.00
20.00
40.00
60.00
80.00
100.00
120.00
3/1
/2006
3/2
/2006
3/3
/2006
3/4
/2006
3/5
/2006
3/6
/2006
3/7
/2006
3/8
/2006
3/9
/2006
3/1
0/2
006
3/1
1/2
006
3/1
2/2
006
Pre
ço
Méd
io D
iári
o (
U$/M
Wh
)
-
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
60,000
70,000
80,000
Preços
Volume(MWh)
USA: Volume Diário e Preços Negociados na Intercontinental Exchange (ICE, Atlanta) em 2006
54
Bolsa Intercontinental Exchange (ICE, Atlanta)Mercado PJM West(USA) -Preços (U$/MWh) e Volumes Diários Negociados
(MWh) - ano 2006
0.00
50.00
100.00
150.00
200.00
250.00
300.00
Pre
ço
Méd
io D
iári
o (
U$/M
Wh
)
-
5,000
10,000
15,000
20,000
25,000
30,000
Preços
Volume(MWh)
USA: Volume Diário e Preços Negociados na Intercontinental Exchange (ICE, Atlanta) em 2006
55
ISOCD
SACT
PX
CAG CV D
G: geradores CD: coordenador do despachoSA: provedor de serviços ancilares ISO: Operador do Sistema(ONS)PX: operador do mercado (power exhange) CT: concessionária da transmissão CV: comercializadora no varejo D: distribuidorasCA: comercializ. no atacado
Setor de Transmissão
Componentes Típicos de um Sistema de Energia Elétrica em Mercados Reestruturados
Fluxo de Enegia
56
Componentes Típicos de um Sistema de Energia Elétrica em Mercados Reestruturados
G: Geradores
Podem ser produtores independentes de energia (PIE), concessionários de serviço público de geração (empresas reguladas) e auto-produtores
Exs no Brasil
PIE: Duke Energy, AES, Tractbel
Concessionárias Públicas de Geração: Furnas, Chesf
Auto-produtores: Votorantim, Cia Siderúrgica Tubarão
57
Componentes Típicos de um Sistema de Energia Elétrica em Mercados Reestruturados
CA: Comercializadores no AtacadoSão empresas comercializadoras que tem como foco esse nicho de mercado (o atacado). Especializam em negociações de grande blocos de energia assessorando clientes como distribuidoras ou grandes consumidores de energia.
CV: Comercializadores no VarejoVisam o pequeno consumidor, mercado de massa
CD: Coordenadores de Programação de DespachoSão entidades regionais que coordenam o ajuste entre programação de geração e demanda, sem fazer o papel de operador de mercado. Eles ainda fazem a medição, contabilização para faturam. e conexão entre clientes e ISO.
58
Componentes Típicos de um Sistema de Energia Elétrica em Mercados Reestruturados
SA: Provedor de Serviços Ancilares
São provedores de serviços para dar suporte ao sistema de transmissão garantindo operação confiável do sistema de potência. Exs.
• reserva girante (parcela de potência disponível em stand by para elevações abruptas da carga)
• black start (usinas que são acionadas para reestabelecimento da rede após blackout)
• capacitância para combater reativos
Obs. Alguns desses serviços podem ser providos pelo próprio ISO. Outros podem ser comprados no mercado.
59
Componentes Típicos de um Sistema de Energia Elétrica em Mercados Reestruturados
ISO: Independent System Operator (ONS no Brasil)Cuida da operação integrada do sistema de potência, incluindo funções que podem ser:
• Planejamento e programação dos recursos de geração, transmissão e serviços ancilares• Programação do despacho e/ou redespacho (ex. em caso de congestionamento da transmissão)• Monitoramento e controle em tempo real• Análise da segurança da rede de transmissão• Operação de Mercado (Não é o caso do ONS)• Propriedade de parte da rede de transmissão (Não é o caso do ONS)
60
Monitoramento e Controle
Planejam. da Transmissão
Planej. da Operação
Avaliação daSegurança
Despacho
Operação do Mercado
As funções do Operador do Sistemavariam conforme o arranjo de mercado de cada país / países interligados. Elaspodem incluir:
Alguns Exemplos:
1) PJM e NGC(UK) são maximalistas (exercem todas as funções)
2) O Nordel (países escandinavos) não cuidam do mercado e nem do planejamento centralizado da operação
As funções de monitoramento e controle e a avaliação da segurança estão presentes em todos os Operadores de Sistemas
Componentes Típicos de um Sistema de Energia Elétrica em Mercados Reestruturados
61
Componentes Típicos de um Sistema de Energia Elétrica em Mercados Reestruturados
PX: Operador do Mercado de Energia (Brasil: antigo MAE; atual CCEE)
• A principal função é prover um ambiente de mercado de energia elétrica para compradores e vendedores• O horizonte pode variar de algumas horas a alguns meses adiante. O mais usual é o mercado em intervalo horário do dia seguinte.• O PX também faz a contabilidade das diferenças entre o contratado (na forma bilateral, ou via PX) e o realizado hora a hora.
D: Distribuidoras (DISCO)
62
CNPEConselho
Nacional de Política
Energética
ANEELAgência
Nacional de Energia Elétrica
ONSOperador
Nacional do Sistema Elétrico
Agentes setoriais
MMEMinistério de
Minas e Energia
MAEMercado
Atacadista de Energia Elétrica
CCE Câmara de Comercialização
de Energia Elétrica
EPEEmpresa de
Pesquisa Energética
GG TTCC
DD
LivreLivre
CativoCativo
GG TTCC
DD
LivreLivre
CativoCativo
Brasil: Componentes Típicos do Setor Elétrico
63
Atualmente: Mais de 100 paises adotaram privatização, com liberalizacao dos mercados de eletricidade
na maior parte deles
Experiencias Pioneiras dos Paises: Chile (1982), UK (1989-90)
Paises Escandinavos: Noruega:1991, Finlandia:1995, Suecia:1996, Dinamarca :1999
Membros da União Européia: Espanha, Alemanha, Itália, Holanda, Portugal, etc.
Ásia: Australia, Nova Zelandia, Japão, China, Coréia
América Latina: Colombia, Argentina, México, BrasilAmérica do Norte: USA, Canadá
A energia elétrica e a Introdução da Competição Resultados das Experiências de Reestruturação
64
País% do
mercado aberto à
competição
País % do mercado aberto à
competição
Austria 100% Portugal 47%
Dinamarca 100% Itália 70%
Finlândia 100% Luxemburgo 58%
Alemanha 100% Irlanda 57%
Espanha 100% França 33%
Suécia 100% Grécia 33%
UK 100% Eslovênia 63%
Holanda 62% países do Leste Europeu
menor que 40%
A energia elétrica e a Introdução da CompetiçãoEuropa: Abertura à Competição dos Mercados de Eletricidade
(Abril 2003)
65
A energia elétrica e a Introdução da CompetiçãoEuropa: Abertura à Competição dos Mercados de Eletricidade
(Outubro/2006)
66
• Desverticalização das empresas (separação do produto - energia - e o serviço - transporte)
• Flexibilização da regulação econômica nos segmentos de geração e comercialização
• Fim da reserva geográfica de mercado
• Livre acesso na transmissão
• Livre comercialização entre os diversos agentes
SÍNTESE : MEDIDAS PARA PROMOÇÃO DA COMPETIÇÃO
67
COMPETIÇÃO ONDE POSSÍVEL, REGULAMENTAÇÃO ONDE NECESSÁRIA
•Geração •Comercialização
Mercado Atacadista Monopólios ( naturais), com livre acesso
Agentes específicos Regulador forte Operador independente Planejador indicativo
• Transmissão• Distribuição
P3: 3. Pilar Garantia da Expansão e
prevalência do capital privado!!
1. Pilar:
P12. Pilar:
P2
A energia elétrica e a Introdução da CompetiçãoA Concepção do Modelo RESEB (Brasil)
68
Classificação dos Mercados de Energia Elétrica
a) Quanto à Estrutura do Mercado (Ambiente de Negociação)
Mercado Organizado em Bolsa (Pool) x Mercado (Negociações) Bilateral
b) Quanto ao Horizonte de Tempo• Spot (mercado à vista, para entrega imediata)• Curto Prazo (meses ou semana)• Médio Prazo ( meses) • Longo Prazo (1 ano ou mais)
c) Quanto ao Mecanismo de Formação de Preço
Tight Pool x Loose Pool (Oferta de vendas e compras)
d) Quanto ao Volume NegociadoAtacado (Wholesale) x Varejo (Retail Sale)
69
Classificação dos Mercados de Energia Elétrica Quanto à Estrutura
Mercado em Bolsa:
G
G
G
Bolsa
CM
CM
CM
CM
D
D
C
Geradores (G), Distribuidores (D), Comercializadores (CM) e Consumidores (C) têm acesso à Bolsa
Mercado Bilateral
G
G
G
D
D
C
CM
CM
As transação são livremente negociadas entre Geradores (G), Distribuidores (D), Comercializadores (CM) e Consumidores (C)
70
Classificação dos Mercados de Energia ElétricaQuanto à Estrutura
Mercado em Bolsa:
Exigências
• Produtos padronizados (lotes de volume, duração, data de entrega, etc.)• Garantias dos participantes• Programação rígida dos horários de abertura e fechamento da bolsa
Vantagens:• Liquidez• Transparência de preços• Garantias
Mercado Bilateral (Over-the-Counter):
Exigências:
• Nenhuma – negociação direta entre as partes
Vantagens:
• Flexibilidade (volume, prazo, forma de pagamento, etc.)
Desvantagens:• Riscos• Baixa liquidez
71
Classificação dos Mercados de Energia ElétricaQuanto ao Horizonte de Tempo
Antes do Fato (Ex ante)
Após o Fato (Ex post)
Longo Prazo
Médio Prazo
Curto Prazo
Dia Seguinte
Resto do Dia
Hora Seguinte
Pré-Dispacho
Despacho
Controle em Tempo Real
Registro e Contabilização do Consumo e Fornecimento no Spot
Contabilização do Realizado versus Contratado – Pagamentos e Recebimento de cada agente
Contratos
Contratação (volume e preço)
Spot
Anos
Meses
Meses ou semanas
Dia
Horas
Segundos
Dias
Fato
Obs. Spot: sentido de comercialização próxima da entrega
72
Mercado Spot no Brasil – Câmara Comercializadora de Energia Elétrica (CCEE)
A parcela descoberta (sem contrato) é liquidada ao preços spot (PLD) =
CMO + delta (R$/MWh)
O crescimento do nº de contratos na CCEE entre Janeiro a Março/2006 deve-se aos consumidores livres
Classificação dos Mercados de Energia ElétricaQuanto ao Horizonte de Tempo
73
Classificação dos Mercados de Energia ElétricaQuanto ao Horizonte de Tempo - Volume Registrado CCEE
Contratos de Curto Prazo
(duração < 6 meses)
Contratos de Longo Prazo(duração > 6 meses)
74
Classificação dos Mercados de Energia ElétricaQuanto ao Mecanismo de Formação de Preço
a) Loose Pool – Oferta de Venda (Bid) e Compra (Ask)
Permite a interação entre a Oferta e a Demanda
Preço (R$/MWh)
PE
QdEnergia (MWh)
Ofertas de compras (acumulada)
Ofertas de Vendas (acumulada)
C1, C2.. : CompradoresV1, V2....: Vendedores
Qd: energia despachadaPE: preço de equilíbrio (market clearing price)
Obs. A Teoria microeconômica supõe que, em condições de concorrência perfeita, os preços de equilíbrio tendem para o CMO
V1V2
V3V4
V5V6
V7
C1C2 C3
C4C5
C6
Resultado: V1, V2, V3 e V4 são despachados, mas V5, V6 e V7 não são
75
Classificação dos Mercados de Energia ElétricaExemplo de Resultados – NORDPOOL
76
Classificação dos Mercados de Energia ElétricaExemplo de Resultados – Mercado da Espanha (OMEL)
77
Classificação dos Mercados de Energia ElétricaQuanto ao Mecanismo de Formação de Preço
No mercado Loose Pool: • A remuneração dos agentes vendedores pode ser na forma de preço discriminatório ( cada qual é remunerado pelo preço que declarou na sua oferta de venda) ou na forma de preço não discriminatório (ou seja, mesmo preço é pago a todos os agentes vendedores, independente dos seus preços declarados)
• Na forma de preço não discriminatório, estimula-se a participação pela competição dos agentes vendedores, favorecendo o aumento da oferta (maior chance de maiores níveis de atendimento da demanda)
• A interação entre a demanda e a oferta:
- transmite sinais econômicos (via preço) aos compradores, que então podem reduzir o consumo
- estimula a ampliação da oferta, no longo prazo, sob a perspectiva de lucros
• Se o número de agentes vendedores for pequeno – Há o Risco dePoder de Mercado
78
Classificação dos Mercados de Energia ElétricaQuanto ao Mecanismo de Formação de Preço
b) Tight Pool
• O despacho é definido de forma centralizada, via processo de otimização, e o CMO é a base no preço de energia no mercado spot
• O projeto de reestruturação do setor elétrico brasileiro (RESEB) indicou essa forma (Tight Pool) com base nas seguintes justificativas:
1) a presença termoelétrica é pequena no Brasil
2) existem vínculos hidráulicos nas cascatas das bacias, com usinas pertencentes a diferentes empresas proprietárias
Críticas: Há um grande descolamento dos preços spot e os preços reais de energia negociadas em leilões; contratadas bilateralmente, etc. Portanto, o preço CCEE não traz os sinais econômicos adequados para orientar as decisões de investimento e comercialização
79Variabilidade do Preço Spot no Brasil:
Em média o preço é baixo, porém em períodos curtos atinge altos valores
Classificação dos Mercados de Energia ElétricaQuanto ao Mecanismo de Formação de Preço
Brasil: Distribuição Assimétrica dos Preços Spot (PLD)
80
O Mercado da Noruega e Países Escandinavos
Países:
• Dinamarca (5,4 milhões hab.)
• Finlandia (5,2 milhões hab.)
• Noruega (4,5 milhões hab.)
• Suécia (8,9 milhões hab.)
Entidades:
Mercado: NORDPOOL
Operação do Sistema Interligado: NORDEL
Suécia
Noruega
Dinamarca
Finlândia
81
Fontes de Energia Elétrica (2004)
• Dinamarca
Térmica: 87% Eólica: 13%
• Finlândia
Nuclear: 27% Térmica: 61%
Hidro: 12%
• Noruega
Hidro: 99% Importação: 1%
• SuéciaNuclear: 50% Térmica: 10%Hidro: 40 %
O Mercado da Noruega e Países Escandinavos
Fonte: NordPool
Suéc
ia Finl
ândi
a
Noruega
Dinamarca
82
(21%)
(21%)
(46%)
(22%)
(28%)
(14%)
(99%) (47%)
(11%) (14%)
Países Escandinavos- Produção de Energia Elétrica em 2008
83
O Mercado da Noruega e Países Escandinavos
País Capacidade Instalada
(MW)
ConsumoAnual (TWh)
Taxa AnualCresc.(%)
Consumo Anual per
Capita(KWh)
Dinamarca 12.480 35 1,1 6.929
Finlândia 16.827 82 2,5 16.264
Noruega 27.893 125 1,6 28.428
SuéciaIceland
31.721
1.427
151 0,7 17.347
Total 90.348 393 1,4 Média:16.600
Obs. Consumos Per capitas Anuais: USA= 12.300 Kwh UK = 5.700 KWh
França = 6.600 KWh Italia = 4.600 KWh
84
A variação Inter-Anual da Afluência aos Reservatórios (Noruega e Suécia) determina variações de Energia Natural Afluente (ENA) em + ou - 20 TWh (1/2 do consumo anual da Dinamarca)
Importação Térmica
Exportação Hidro
O fluxo de intercâmbio entre países é determinado por leis de mercado (oferta e demanda) e a livre interação entre agentes no NordPool determina o preço
O Mercado da Noruega e Países Escandinavos
85Durante situações críticas de escassez (ex. 2º sem.2002 a Maio/2003: 50% MLT) as regras de mercado foram mantidas.
Volume armazenado
Preço Spot
O Mercado da Noruega e Países Escandinavos – Situações de Escassez Hídrica
86
Evolução da Energia Armazenada - Noruega
87
O Mercado da Noruega e Países Escandinavos – Evolução Regulatória
Noruega Suécia Finlândia Dinamarca
Nova Legislação / Reformas
Jan./91 Jan./96 Nov.95 eJun./98
Jan./98
Criação de Cias. Nacionais de Transmissão
Statnett (92) SvK(92) Fingrid (97) Eltra(98)
Tarifas nodais Maio 92 Jan. 95 Nov. 95
Entidade de balanço físico
Jan. 92 Jan. 95 Set. 98
Mercado em Bolsa Jan. 93 Jan. 96 Agosto 96
Junção de Mercados
Jan./96
Junho /98
2000
882006
O Mercado da Noruega e Países Escandinavos
Fatos Sobre o Mercado Nórdico de Eletricidade
89
Arcabouço Regulatório Básico:
• Separação da geração, transmissão, distribuição e comercialização no varejo
• Livre acesso ao sistema de transporte (transmissão e distr.)
• Competição plena no varejo
Arranjo de Mercado:
• Bolsa comum de energia elétrica– ambiente físico (Nord Pool)
• Bolsa comum para transações –ambiente financeiro (Nord Pool)
Transmissão:
Cias transmissoras nacionais, integradas em orgão de coordenação supra-nacional (NORDEL). Nenhum pedágio / custo para fluxos que cruzam as fronteiras
O Mercado da Noruega e Países Escandinavos
Fatos Sobre o Mercado Nórdico de Eletricidade
90
Noruega: Planejamento da Operação e Mercado
Entidades
• Agentes Participantes do Mercado:
cias. Geradoras, distribuidoras, usuários finais,comerc.
• Operador de Mercado: NordPool
• Operador do Sistema: Statnett (em cooperação com Nordel)
Base de Ativos Físicos (NORUEGA):
• 27.000 MW de capac. Instalada hidroelétrica
• 650 usinas hidroelétricas
• 200 MW térmicas
• 12.000 km de linhas de transmissão
91
O despacho não é centralizado --- ele é realizado pelas empresas geradoras, sendo definido com objetivo de maximização de lucros.
• Os Geradores e as respectivas quantidades despachadas são definidas por mecanismo de Leilão (Ofertas de Compra e Venda), coordenado pelo Operador de Mercado (Nord Pool)
• A viabilização física da operação é coordenada por uma empresa proprietária do sistema de transmissão ( Statnett)
• Os geradores (maior porte) admitem planejamento da produção em Longo Prazo ( 3 a 5 anos); Médio Prazo ( 1 a 2 anos); Curto Prazo ( 1 semana).
• Na maioria dos casos, o preço de um contrato de longo prazo reflete o valor esperado do preço spot--- Portanto, o preço spot é referência decisiva para o Planejamento da Produção dos Geradores.
• Se um gerador não cumpre as obrigações contratuais de geração ele não é penalizado –Simplesmente ele terá que comprar no spot para atender o contrato
Noruega: Planejamento da Produção e Mercado
92
Estágio/Ciclo
Operador do Sistema
Operador do Mercado
(NordPool)
Participantes (Geradores)
Anualmente
Mensal /semanal
Diário: Estágio Spot
Diário:Pré-Operacional
Operacional (Despacho)
Pós-Operacional
Cálculo Tarifas T/D
Previsão Preços
Planejam. ProduçãoDefinição de Áreas de Preço Regional no Grid
Spot Market Clearing (Leilão)
Ofertas de Venda e programação prelim.
Lista de Geradores a despachar, p/ mérito
Supervisão / Reservas
Contabilização e Pré-fatura
Supervisão / Desvios do planejado
Controle Secundário
Ofertas(Bids) para Regulação (ajuste)
Despacho Final
Noruega: Planejamento da Produção e MercadoRelações entre Agentes, Operador do Sistema e de Mercado
93
Noruega: Planejamento da Operação e Mercado
Mercados Organizados em Bolsa (Nord Pool)• Mercado Spot (Preço definido Ex-Ante)
(Nord Pool: todos países e Elbas (Suécia e Finlândia))
Ofertas de compra e venda para as 24 hs do dia seguinte, com início da entrega na 1a. hora
Fechamento das propostas (bids): 12:00 hs
As ofertas (blocos de energia de 1 h) são agregadas e o ponto de cruzamento da curva agregada de oferta e demanda define o preço spot (market clearing price)
• Mercado de Regulação / Ajuste (preço definido Ex-post)
Os geradores propõem as ofertas para ajuste (MWh) a cada hora e a que preço – São despachados na ordem de mérito
94
Exemplo de Estratégia de um Gerador Hidroelétrico:
• Supor que ele tem capacidade de produzir 80 MWh entre 13:00 e 14:00 hs do dia 24/06/2006
• Porém ele tem contrato com clientes para os quais ele terá que atender 50 MWh nesse mesmo dia e horário
Decisões Possíveis com Atuação no Mercado Spot:
• Comprar tudo (50 MWh) do Spot e reservar água para o futuro
• Comprar parte (ex.10 MWh) do Spot e produzir restante(40 MWh)
• Produzir para atender a carga dos clientes (50 MWh) e vender o restante (30 MWh) no Spot
Cada uma dessas alternativas poderá ser a mais atrativa dependendo do preço de fechamento do Leilão
O Mercado da Noruega e Países Escandinavos
95
O Gerador Hidroelétrico fará, simultaneamente ao Mercado Spot:
• Oferta de Compra de 50 MWh a um preço de EUR cents 1,50 / Kwh ou menos
• Oferta de Compra de 10 MWh a um preço de EUR cents 2,0 / KWh ou menos
• Oferta de Venda de 10 MWh para preço de EUR cents 2,25 / KWh
• Oferta de Venda variável entre 10 e 20 MWh para preços entre EUR cents 2,25 a 2,5/KWh
• Oferta de Venda de 30 MWh a um preço de EUR cents 2,5/ KWh ou mais
Ofertas de Compra
Ofertas de Venda
O Mercado da Noruega e Países Escandinavos
96
Preço de Fechamento (Market Clearing Price)
Curva de Ofertas de Vendas Acumuladas p/ o horário das 13:00-14:00 h
Curva de Ofertas de Compra Acumuladas p/ o horário das 13:00-14:00 h
Exemplo dos Resultados para todas as horas de 1 dia típico
O Mercado da Noruega e Países Escandinavos
97
Transparência de Preços – Publicações diárias em Jornais e Internet
Internet: www.nordpool.com
O Mercado da Noruega e Países Escandinavos
98
Preço ($ euro / MWh)
Oslo (13 a 21/05/2006)
Trondheim (13 a 21/05/2006)
Dinamarca Leste (13 a 21/05/2006)
Dinamarca Oeste (13 a 21/05/2006)
O Mercado da Noruega e Países Escandinavos
99
O Mercado da Noruega e Países Escandinavos
100
Os contratos para carga de pico e fora de pico tiveram baixa liquidez –foram extintos. Assim, hoje o Mercado Financeiro (sem entrega física direta entre as contrapartes) mas sim mediado pelo NordPool, trabalha com os seguintes Produtos Derivativos:
• Contratos Futuros de Carga Leve (Base Load) –blocos diários e semanais de energia, horizonte de até 4 anos adiante
• Contratos a Termos (Forward Contracts) – blocos mensais de energia, com horizonte de até 4 anos
• Contratos de Diferenças
• Contratos de Opção
São produtos padronizados (Derivativos), que definem obrigações financeiras em função do preço Spot – Atendem às necessidades de proteção contra riscos e /ou especulação financeira diante da volatilidade dos preços spot
O Mercado da Noruega e Países Escandinavos
101
O Mercado da Noruega e Países Escandinavos
Obs. Spot e Bilateral (OTC): pressupõe entrega física
Contratos no Mercado Financeiro: não há entrega, exige-se padronização dos produtos e garantias
102
Benefícios do Mercado:
• Transparência de Informações
• Referência de Preço
• Liquidez
• Eficiência na utilização de recursos (oferta e demanda) com realocação temporal e espacial
Nº Participantes (Oferta): 120
• Noruega: 46
• Suécia: 18
• Finlândia: 22
• Dinamarca: 10
• Alemanha: 5 UK: 7 Suiça: 3
O Mercado da Noruega e Países Escandinavos
103
Volume Físico Transacionado (GWh) por mês no Spot - NordPool
O Mercado da Noruega e Países Escandinavos
104
Volume Anual Spot foi cerca de 1/3 do Consumo Anual (390 TWh)
O Mercado da Noruega e Países Escandinavos
105
Conclusões
Questões do Prof. Lars Bergman – Stockholm School of Economics (EPRI Conference, San Francisco, Maio 2005)
• O mercado Nórdico de en. elétrica é um mercado perfeito ?
Resposta: Não !
• Todos estão contentes com a atual forma de funcionamento?
Resposta: Não ! É difícil encontrar alguém contente !
• Em algum sentido o mercado Nórdico funcionou ? SIM !• o mercado operou de forma contínua• Os preços ficaram próximos do custo marginal• A produtividade da indústria tem aumentado
O Mercado da Noruega e Países Escandinavos
106
Conclusões
Reflexões do Prof. Lars Bergman – Stockholm School of Economics (EPRI Conference, San Francisco, Maio 2005)
Por que o mercado Nórdico funcionou bem ?
•Arranjo de mercado simples, mas sólido, em grande extensão sendo possível com os benefícios da geração hidroelétrica
• Diluição do poder de mercado pela integração dos mercados nacionais
• Suporte político-institucional para a orientação de mercado dada ao sistema de suprimento de energia elétrica
• Compromisso informal (não imposto por lei) com o serviço público
O Mercado da Noruega e Países Escandinavos
107
Estrutura Funcional da Indústria de Eletricidade(Maria Isabel R. T. Soares, Professora Catedrática, FEP – Un. Porto, 2006)
LIBERALIZAR A INDÚSTRIA DE ELECTRICIDADE ENVOLVE:
a criação de uma combinação de mercados competitivos de produção e
comercialização, e atividades reguladas de transporte (transmissão) e de
distribuição.
LIBERALIZAR A INDÚSTRIA DE ELECTRICIDADE EXIGE:
mercados de produção e transporte de eletricidade e de serviços associados
bem organizados e com capacidade suficiente, para que a
CONCORRÊNCIA SEJA EFECTIVAMENTE POSSÍVEL, e
a regulação adequada (?) do poder de monopólio.
108
Consenso sobre Reformas do Setor Elétrico(Maria Isabel R. T. Soares, Professora Catedrática, FEP – Un. Porto, 2006)
REESTRUTURAÇÃO
CONCORRÊNCIA E MERCADOS: Mercado Atacadista (grossista / wholesale market) e concorrência na comercialização, permitindo a entrada de novos concorrentes na produção e na comercialização
REGULAÇÃO
PROPRIEDADE
DESVERTICALIZAÇÃO (vertical unbundling) da produção, transmissão, distribuição e comercialização de electricidade
Slitting (dispersão) horizontal da produção e da comercialização
Entidade Reguladora independente
Acesso de 3os à rede (ATR)
Regulação por incentivos nas redes de transporte e de distribuição
PERMITIR NOVOS “ATORES” PRIVADOS
PRIVATIZAÇÃO DAS EMPRESAS PÚBLICAS EXISTENTES