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1001 Questões Comentadas de Língua Portuguesa Concursos HUB, HU-UFTM e HU-UFMA 1 Olá, amigo(a) concurseiro(a)! Meu nome é Rômulo Silva Passos, sou graduado em Enfermagem pela UFPB e pós-graduado em Saúde Coletiva pelo ISC-UFBA. Exerci a função de coordenador municipal de saúde, durante quatro anos, em Campo Alegre de Lourdes-BA, minha terra natal. Na minha trajetória no mundo dos concursos, fui aprovado em cinco certames na área da enfermagem e administrativa. Em 2012, fui aprovado em 1º lugar geral no concurso da Secretaria Municipal de Saúde de Juazeiro-BA. Ministrei recentemente, no site Ponto dos Concursos , um curso de Políticas Públicas da Saúde, Legislação e Gestão do SUS para o concurso de Analista Técnico Administrativo do MPOG, organizado pela ESAF. O curso foi um sucesso. Resolvi 535 questões de saúde pública. A maioria dos meus alunos obteve excelentes resultados neste grande concurso. Por último, ministrei diversos cursos para o concurso da Anvisa. Esses cursos também foram muito bem avaliados. Atualmente, sou servidor público federal do INSS e concurseiro como vocês.

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Olá, amigo(a) concurseiro(a)!

Meu nome é Rômulo Silva Passos, sou graduado em Enfermagem pela

UFPB e pós-graduado em Saúde Coletiva pelo ISC-UFBA. Exerci a função de

coordenador municipal de saúde, durante quatro anos, em Campo Alegre de

Lourdes-BA, minha terra natal. Na minha trajetória no mundo dos concursos,

fui aprovado em cinco certames na

área da enfermagem e

administrativa. Em 2012, fui

aprovado em 1º lugar geral no

concurso da Secretaria Municipal de

Saúde de Juazeiro-BA.

Ministrei recentemente, no site

Ponto dos Concursos, um curso de

Políticas Públicas da Saúde,

Legislação e Gestão do SUS para o

concurso de Analista Técnico

Administrativo do MPOG,

organizado pela ESAF. O curso foi

um sucesso. Resolvi 535 questões

de saúde pública. A maioria dos

meus alunos obteve excelentes

resultados neste grande concurso.

Por último, ministrei diversos cursos para o concurso da Anvisa. Esses

cursos também foram muito bem avaliados.

Atualmente, sou servidor público federal do INSS e concurseiro como

vocês.

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Publiquei, recentemente pela editora Impetus, meu primeiro livro:

Legislação do SUS - 451 Questões Comentadas. Esse livro foi fruto de muito

trabalho. Preparei com muito carinho uma obra completa sobre a legislação do

SUS. A principal virtude desta obra é linguagem utilizada. De forma didática e

através de centenas de esquemas gráficos é possível desvendar todos os

mistérios das questões que abordam os conhecimentos relacionados ao SUS.

Após apresentação inicial, vamos falar sobre o nosso curso de Língua

Portuguesa. Até a prova vamos comentar mais de uma centena de questões da

IBFC, banca organizadora dos concursos do HUB e HU-UFMA. Será possível

entender a fundo como a banca aborda esta disciplina. Adianto que a IBFC é

bastante previsível em suas provas de Português. Portanto, a resolução

comentada do maior número de questões possível ganha ainda mais

importância.

Quanto à distribuição dos conteúdos, as provas exploram maciçamente a

questão gramatical. Vão desde acentuação gráfica até análise sintática. Se você

está iniciando o estudo desta matéria agora, ou possui muita dificuldade na

assimilação dos conteúdos, sugiro que reserve ainda mais importância ao

estudo por exercícios resolvidos.

Atenção!

Meus amigos, todas as disciplinas serão decisivas. Porém, o

desempenho nas disciplinas básicas determinará quais de

vocês serão aprovados. São nessas disciplinas (Língua

Portuguesa, Legislação Aplicada à EBSERH, Legislação Aplicada ao SUS e

Raciocínio Lógico e Matemático) em que se verificam a maior proporção de

erros.

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Aula 01: INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

1ª Parte: Fundamentação Teórica.

Meus amigos, como vão vocês? Espero que estejam todos bem.

Mais uma vez estamos aqui, juntos, e hoje para tratarmos de um assunto

importante, a nossa Língua Portuguesa. Começo agora a arriscar-me no mundo

das letras, porém, garanto que como todos os outros trabalhos divulgados,

este também será fruto de muito compromisso com todos vocês, os nossos

reais motivadores.

Gostaria de dar as boas vindas a minha querida esposa, Olivia Brasileiro.

Bacharel em Direito e Graduada em Letras pela USPI, Advogada (OAB-PI) e Pós-

Graduanda em Direto Processual Civil. Ela contribuirá com as aulas de

português. Juntos, ofereceremos sempre o melhor conteúdo possível para sua

aprovação.

Mas, chega de “lenga lenga” e “lero lero”. Vamos ao que interessa.

Por que estudar a Língua Portuguesa? Ora, eu já estudo

português desde o ensino fundamental, não é o suficiente?

Quanto mais estudo mais assuntos aparecem, o que fazer?

Esses questionamentos são comuns a grande maioria dos concurseiros,

mas não tem jeito. A Língua Portuguesa é a única disciplina que estará

presente seja qual for o concurso público. O peso destinado a ela pode chegar

até 25% do total de pontos de uma prova, quando não mais. Trata-se de um

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mar, ou melhor, de um oceano de conteúdos, afinal, estudamos a Língua

durante toda nossa vida e ainda não apreendemos tudo.

Professor, mas português é tão decisivo assim? É sim, não tenha

dúvidas. Se você buscar a relação dos aprovados nos concursos recentes,

como o do HU da UFPI, perceberá que a distância entre os candidatos é

mínima, uma ou duas questões. Observará também que as questões desta

disciplina representam uma grande proporção dos erros. Então, mergulhem no

português. Já dizia o ditado, “em terra de cego que tem um olho é rei”.

Dentre os assuntos previstos no edital, alguns despertam calafrios em

muitos candidatos, e a interpretação de textos ainda é considerada um “bicho

papão”.

Após esta aula, garanto que você não errará mais uma questão de

interpretação, nem que você queira. Tá feito o desafio, ok?

Interpretação e Religião não se discutem, cada um tem a sua? È isso

mesmo?

Amigos, a interpretação de textos em provas de concursos é uma tarefa

totalmente objetiva. Não há alternativa correta que não esteja totalmente

lastreada em informações presentes no texto. Esqueçam a ideia de

subjetividade neste ramo.

Interpretar: sinônimo de deduzir, inferir,

investigar, diagnosticar.

Interpretar é inferir, deduzir, chegar a um entendimento, é determinar a

ideia central proposta. Este entendimento não precisa ser literal, ou seja, nas

mesmas palavras do autor, mas deve a elas estar obrigatoriamente

relacionado.

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Portanto, estejam sempre atentos, nem tudo o que é solicitado estará

expressamente presente no texto. Aqui entra a técnica da dedução pela qual se

subtrai informações verdadeiras, mas que não foram claramente transmitidas.

Vejam o exemplo:

Estrutura do texto dissertativo e sua relação com a ação

interpretativa

A estrutura do texto, ou seja, o modo pelo o qual o texto foi produzido,

a forma pela qual as ideias foram dispostas, nos dão um verdadeiro caminho

para a interpretação. São pistas fundamentais do trabalho investigativo.

Classicamente, os textos dissertativo-expositivos são divididos em três

partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. O título também será

importante nesta tarefa.

Professor, mas qual a relação existente entre as partes do texto e a tarefa

de interpretar? O Sr. não estaria dificultando ainda mais as coisa? Não seria

mais fácil apenas ler o texto e pronto?

Vamos adiante, vocês mesmos encontrarão estas respostas, combinado?

Antes, façam a leitura do texto a seguir, que embasará os nossos comentários

sobre a importância da análise da estrutura textual no processo interpretativo.

O Maracanã foi o mais caro dos estádios previstos para a realização da Copa do Mundo no Brasil.

Podemos entender que há outros estádios destinados à Copa do Mundo e que todos os outros custaram menos que o Maracanã. Estas informações não estão expressas na frase, mas podem ser deduzidas.

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O mundo mudou Se o homem estivesse realizado com seu modo de viver

urbano e confortável, não viveria sonhando com a paz de cabanas. (Zeca Baleiro)

O mundo mudou. E não estou falando isso porque o papa Bento XVI renunciou. Nem porque o próximo papa talvez seja negro, como dizem, o que seria um claro indício de mudança nos hábitos do mundo. Nem porque o Brasil agora tem como presidente uma mulher, que insistem em chamar feiamente de “presidenta”. Não. “O mundo mudou” porque está sempre mudando. E sempre estará, até que um dia chegue o seu alardeado fim (se é que chegará). Mas quando um homem de meia idade (qual será a inteira?) afirma “o mundo mudou”, o que está verdadeiramente querendo dizer? Que assiste ao nascimento de uma outra era, quiçá. Que vê o mundo passando por uma transformação profunda, como há muito não se via, fazendo a distância de uma década parecer um século. Hoje vivemos “protegidos” por muitos cuidados e paparicos, sempre sob a forma de “serviços”, e desde que você tenha dinheiro para usá-los, claro. Carro quebrou na marginal? Relaxe, o guincho da seguradora virá em minutos resgatá-lo. Tem dificuldade de locomoção? Espere, a empresa aérea disporá de uma cadeira de rodas para levá-lo ao terminal. Surgiu uma goteira no seu chalé em plenas férias de verão? Calma, o moço que conserta telhados está correndo para lá agora. Vai ficando para trás um outro mundo – de iniciativas, de gestos solidários, de amizade, de improvisação (sim, “quem não improvisa se inviabiliza”, eu diria, parafraseando Chacrinha). Estamos criando uma geração que não sabe bater um prego na parede, trocar um botijão de gás, armar uma rede. Tá, o leitor agora se pergunta do outro lado: “Quem precisa disso neste mundo cheio de confortos?”...

É, talvez ninguém precise de fato. Mas tenho o orgulho e a vaidade bestas de ter em meu “currículo” a habilidade de fazer “boca de lobo”, por exemplo. Explico: quando a rede – rede de dormir, aquela que o pensador italiano Domenico de Masi considera a maior invenção humana – é longa demais, mais longa que o espaço reservado para armá-la, então damos um nó engenhoso que faz com que o punho da rede diminua, fazendo-a caber naquele espaço. Parece ser de uma inutilidade sem fim estar aqui falando de redes e improvisações e imaginando um amigo indo ao encontro do outro para resgatá-lo no trânsito engarrafado do fim da tarde... Mas, se o homem contemporâneo estivesse tão plenamente realizado com seu modo de viver urbano e confortável, não viveria sonhando com a paz de cabanas e chalés, com férias perfeitas perto do mar azul de Alagoas, onde poderia ver tevê a cabo, mas sem sair da rede (a de dormir, não a internet); nem viveria maldizendo os prestadores de serviços que lhe impõem castigos e humilhações, toda vez que atrasam a entrega ou adiam infinitas vezes a colocação da cortina da sala. É, o mundo mudou sim. E não adianta dirigir nossas lamúrias a Deus, ocupado demais com as muitas goteiras do mundo e as dezenas de motoboys atropelados na avenida Rebouças. Só nos resta o telefone do SAC, onde gastaremos nossa bílis com impropérios ao vento; ou o site da loja de eletrodomésticos onde ninguém tem nome (que saudade dos Reginaldos, Edmilsons e Velosos!). Ligaremos para falar com a nossa própria solidão, a nossa dependência do mundo dos serviços e a nossa incapacidade de viver com real simplicidade, soterrados por senhas, protocolos e pendências vãs. Nem Kafka poderia sonhar com tal mundo.

Este texto foi extraído da prova da IBFC aplicada em 2012 para o cargo

de assistente administrativo da Secretaria de Educação do Estado da Paraíba. É

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um texto longo, e para o padrão da IBFC, que veremos adiante, um texto

complexo.

Passemos agora a análise de cada elemento da estrutura textual e como

essa análise poderá ser valiosa na nossa tarefa de compreensão do texto.

a) O Título:

Gostaria que vocês se colocassem na seguinte situação: imaginem que,

ao abrir a prova, ao invés de encontrarem questões de língua portuguesa, se

deparassem com um pedido para uma redação. E agora?

Dado certo tema, teriam que desenvolver um texto. Imaginem que o

tema fosse “Os protestos de junho pelo Brasil”, fácil né? Creio que a primeira

coisa que viria a sua mente seria estabelecer o TÍTULO do seu texto.

Meus amigos, tanto rodeio apenas para demonstrar a importância da

compreensão do título para interpretação do texto como um todo. Em regra,

esse elemento sintetiza a ideia central, ou melhor, os argumentos que o autor

utilizará para defender o seu ponto de vista adiante.

No texto de Zeca Baleiro, temos o título:

O mundo mudou Se o homem estivesse realizado com seu modo de viver urbano e confortável, não viveria sonhando com a paz de cabanas

Interpretando o título podemos inferir que o autor tratará das mudanças

ocorridas no mundo e no modo de viver das pessoas. Deduzimos ainda que

será estabelecido um contraponto entre estas “mudanças” de mundo e a vida

simples e rústica.

b) A Introdução

Dando seguimento a nossa situação hipotética, chegaríamos à

introdução. Vocês, como bons redatores que são, buscariam nestas primeiras

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linhas apresentar a temática a ser tratada aos leitores. A situação proposta na

introdução balizará a condução do texto até o seu final, senão, o texto seria

incoerente, não é mesmo? A introdução traz uma importante definição do

tema central, apresenta aos leitores a matéria que será tratada.

No texto em análise temos a seguinte introdução:

O mundo mudou. E não estou falando isso porque o papa Bento XVI renunciou.

Nem porque o próximo papa talvez seja negro, como dizem, o que seria um claro

indício de mudança nos hábitos do mundo. Nem porque o Brasil agora tem como

presidente uma mulher, que insistem em chamar feiamente de “presidenta”. Não.

“O mundo mudou” porque está sempre mudando. E sempre estará, até que um dia

chegue o seu alardeado fim (se é que chegará).

Na parte inicial, o autor apresenta o tema que abordará ao longo dos

demais parágrafos, no nosso caso: “a mudança do mundo”. O autor afirma que

realmente ocorreram mudanças, e que essas não se devem a fatos relevantes

como a primeira Presidente mulher do Brasil. Segundo ele as mudanças

ocorrem naturalmente como parte do processo de desenvolvimento. Vejamos:

(...)“O mundo mudou” porque está sempre mudando. E sempre estará (...)

c) O Desenvolvimento

O desenvolvimento é a próxima etapa. E vocês chegariam a ela num

pulo, sem pestanejar e nem suar frio, afinal são mestre na arte da escrita.

Aqui, trariam a problematização do tema central, os diversos olhares

sobre a matéria, os pontos favoráveis ou contrários, as diversas correntes. Em

resumo, tratariam de delimitar, especificar, “destrinchar” a proposta que

escolheram para a sua redação.

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Poderiam inclusive discorrer sobre pontos de vista opostos. Muito

cuidado nesta hora, é comum os autores apresentarem correntes opostas ao

seu pensamento, apenas para reafirmar mais adiante as suas próprias ideias.

O leitor desatento poderá confundir-se, poderá reconhecer estes pontos de

vista opostos como os defendidos pelo autor.

Voltando ao nosso texto. A seguir extraímos algumas passagens do

desenvolvimento para entendermos a relação desta etapa no processo de

interpretação. Percebam que sintetizamos todos os longos parágrafos em

pequenas ideias chaves. O resto é apenas acessório.

(...) Mas quando um homem de meia idade (...) afirma “o mundo mudou”, o que

está verdadeiramente querendo dizer? (...).

(...) Hoje vivemos “protegidos” por muitos cuidados e paparicos, sempre sob a

forma de “serviços”, e desde que você tenha dinheiro para usá-los, claro (...).

(...) Vai ficando para trás um outro mundo – de iniciativas, de gestos solidários, de

amizade, de improvisação (...).

(...) Estamos criando uma geração que não sabe bater um prego na parede, trocar

um botijão de gás, armar uma rede (...).

(...) Mas, se o homem contemporâneo estivesse tão plenamente realizado com seu

modo de viver urbano e confortável, não viveria sonhando com a paz de cabanas e

chalés, com férias perfeitas perto do mar azul de Alagoas (...)

Durante o desenvolvimento do texto o autor buscou realizar uma crítica

sobre as reais mudanças do mundo e se estas são plenamente positivas para o

homem. Defende a ideia do homem preso às “facilidades” da vida moderna

que acabam suprimindo ações de solidariedade, de improvisação e amizade.

Argumenta que o homem, mesmo totalmente dependente destas “mudanças”

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do mundo, não está totalmente realizado com elas, caso contrário, “não

viveria sonhando com a paz de cabanas e chalés”.

Outro ponto central da análise do desenvolvimento para a interpretação

da ideia geral do texto é excluir passagens meramente

acessórias/coadjuvantes. Verifique se os trechos a seguir apresentam

argumentos por si só. São meras passagens acessórias que dão substância e

exemplificam as ideias centrais tratadas. Vejamos:

(...) Carro quebrou na marginal? Relaxe, o guincho da seguradora virá em minutos

resgatá-lo. Tem dificuldade de locomoção? Espere, a empresa aérea disporá de

uma cadeira de rodas para levá-lo ao terminal. Surgiu uma goteira no seu chalé em

plenas férias de verão? Calma, o moço que conserta telhados está correndo para

lá agora. (...).

(...) tenho o orgulho e a vaidade bestas de ter em meu “currículo” a habilidade de

fazer “boca de lobo”, por exemplo. Explico: quando a rede – rede de dormir, aquela

que o pensador italiano Domenico de Masi considera a maior invenção humana – é

longa demais, mais longa que o espaço reservado para armá-la, então damos um

nó engenhoso que faz com que o punho da rede diminua, fazendo-a caber naquele

espaço. (...)

Se excluíssemos estes trechos não perderíamos a essência da mensagem

desejada pelo o autor.

d) A Conclusão

Agora vocês chegaram ao final. O texto está um primor. Mas, precisam

fechar, encerrar com “chave de ouro”. A conclusão representa a mais

importante das estruturas textuais para a ação interpretativa. É nesta fase que

se reforça ou confirma a ideia central do autor. O texto poderá ter trazido

vários pontos de vista ao longo do desenvolvimento, inclusive opostos, mas

na conclusão prevalecerá os defendidos pelo autor, ou seja, aqueles

relacionados ao tópico frasal. Vejamos:

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(...) É o mundo mudou sim. E não adianta dirigir nossas lamúrias a Deus, ocupado

demais com as muitas goteiras do mundo e as dezenas de motoboys atropelados

na avenida Rebouças. Só nos resta o telefone do SAC, onde gastaremos nossa

bílis com impropérios ao vento; ou o site da loja de eletrodomésticos onde ninguém

tem nome (que saudade dos Reginaldos, Edmilsons e Velosos!). Ligaremos para

falar com a nossa própria solidão, a nossa dependência do mundo dos serviços e a

nossa incapacidade de viver com real simplicidade, soterrados por senhas,

protocolos e pendências vãs. Nem Kafka poderia sonhar com tal mundo.

O autor, na conclusão, apenas reforça tudo aquilo que mencionou ou

argumentou durante os parágrafos anteriores. Conclui que o mundo realmente

mudou, que as mudanças trouxeram outro modo de viver, ao qual somos

todos dependentes. Que os novos costumes trazem também uma incapacidade

de viver com simplicidade e junto com ela vai se perdendo valores de

amizade, improviso e solidariedade. Um mundo novo e solitário.

Lembram do que havia falado? Que vocês próprios entenderiam o

quanto é importante relacionar as partes do texto ao processo de compreensão

do mesmo. Cada parte (Título, Introdução, Desenvolvimento e Conclusão), nos

diz alguma coisa.

A tese ou tópico frasal

Tópico frasal? Professor, que é isso? É para complicar? Claro que não!!!

Não se assustem, criem nervos, como se fala aqui no Nordeste. A tese ou

tópico frasal representa a ideia central do texto, o posicionamento do autor

sobre determinado tema, o objetivo principal da mensagem.

Podemos observar o tópico frasal com maior facilidade na introdução

ou no desfecho (conclusão). Como já foi mencionado, especialmente na

conclusão, encontramos o encerramento da ideia central defendida ao longo

dos parágrafos anteriores. A conclusão é uma ratificação daquilo que foi

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exposto, das ideias que foram defendidas. O Título também pode nos dar uma

primeira impressão sobre o tópico frasal.

No texto de Baleiro, por exemplo, qual seria a ideia principal? Ficou fácil,

não? As mudanças do mundo, que não estão relacionadas a grandes

acontecimentos históricos e sim a mudança de costumes. Novos hábitos que

nos afastam da simplicidade e nos aproximam de uma vida mais solitária.

O processo argumentativo

Trata-se do encadeamento de argumentos utilizados pelo o autor para a

construção de sua tese, da sua ideia central. Durante a leitura busque

identificar estes argumentos lógicos. Eles estão postos no texto de forma

encadeada, ou seja, numa sequencia lógica. Marque, risque, desenhe, faça

anotações. O único local em que você não poderá escrever a vontade é o seu

gabarito.

Quando estiver diante do texto, procure realizar uma leitura ordenada,

ou seja, uma compreensão sequencial das ideias. Esse é um momento crucial e

muitos candidatos erram questões fácies por se “perderem” no meio da

leitura.

Gostaria de reafirmar que todos os aspectos do texto devem ser

analisados. Qual o contexto em que se desenvolvem as ideias? Qual a

linguagem textual empregada? Qual a relação que se estabelece entre os

personagens e destes com o ambiente?

Informações implícitas e explicitas:

As informações explícitas são as encontradas diretamente no texto, o

que torna mais fácil a tarefa de interpretar. Aqui trago uma boa noticia, a

maioria das questões da IBFC e IADES buscam estas informações.

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Imaginem a seguinte afirmativa sobre o texto de Baleiro:

“A eleição da primeira presidente mulher no Brasil e a renúncia do Papa são provas

de que o mundo mudou”.

Estaria correta esta afirmação? Óbvio que não, já no início do primeiro

parágrafo o autor informa que não foram estes os acontecimentos que

provocaram as mudanças que são relatadas. Esta alternativa abordou uma

informação que se encontrava expressa no texto, fácil de ser identificada.

E as informações implícitas? São aquelas que muito embora estejam

ancoradas no texto não podem ser claramente identificadas. Tornam a tarefa

de interpretar um pouco mais trabalhosa uma vez que devemos analisar o

cenário, a relação entre os personagens, o contexto histórico, as figuras de

linguagem, a estilística textual empregada.

Se afirmássemos:

“Podemos inferir que autor considera estarmos todos dependentes da tecnologia,

da facilidade de comunicação proporcionada pelas redes sociais e da terceirização

das tarefas pessoais”.

Amigos, percebam que em momento algum estes pontos foram

abordados expressamente pelo autor, porém estão diretamente relacionados

ao texto. É o que chamamos por informações implícitas.

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Mudando de assunto, aproveito os

comentários da Professora Rejane

Novaes, para saudar todos os

nossos amigos que adquiriram o

livro, tornando-o líder de vendas

do gênero no Brasil. Muito

obrigado pela confiança. São

centenas de mensagens já

recebidas, e infelizmente não terei

como publicar todas.

O livro "Legislação do SUS - 451 Questões Comentadas" é o mais popular dentre os 360

livros da Editora Impetus disponíveis na Livraria Saraiva online.

Confirme em:

http://busca.livrariasaraiva.com.br/search?p=Q&lbc=saraiva&uid=161902201&ts=custom&w=impetus&method=and&view=grid&af=

Ele encontra-se praticamente esgotado em sua primeira tiragem. Aos que tenham interesse,

especialmente em virtude dos concursos do HUB, HU-UFTM e HU-UFMA, apressem-se para não

terem dificuldades de recebimento. Está disponível em praticamente todas as livrarias on-line.

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1001 Questões Comentadas de Língua Portuguesa

Concursos HUB, HU-UFTM e HU-UFMA 15

Vamos voltar a nossa aula?

Linguagem Verbal e Linguagem Não-Verbal

O que podemos interpretar da imagem ao lado?

Sempre que você se deparar com a necessidade de interpretação de

imagem, gravura, tira de quadrinhos, entre outros, observe atentamente todos

os elementos, descreva-os, verifique como estão relacionados.

No exemplo, o cenário é o Polo Norte no ano de 2100. Os personagens

são dois pinguins, um deles transpirando e falando óxente. Observa-se ainda

um cactos, planta típica das áreas semiáridas, e alguns ossos pelo chão.

Podemos deduzir que a imagem trata de uma visão bem humorada do

aquecimento do planeta. A ironia, aliás, é uma característica peculiar das

charges.

Quando falamos de compreensão textual queremos nos referir tanto à

linguagem verbal quanto a não verbal.

Mas professor, lá vem você de novo, existe texto não verbal? Sim, existe

e nos deparamos com ele o tempo todo. Quando você curte no facebook

aquela imagem sem uma palavra, mas que diz tudo, você está diante de um

texto não verbal. A charge, que acabamos de analisar, trata-se de um texto não

verbal.

O texto em si é um conjunto ordenado de ideias, uma mensagem que se

desejar transmitir. Portanto, uma charge pode ser reconhecida como texto. As

provas da IBFC exploram muito os textos não verbais, tais como charges,

imagens ou gravuras. Porém, não há mistério algum em realizar este tipo de

interpretação, é o que veremos mais a frente.

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1001 Questões Comentadas de Língua Portuguesa

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Em regra são questões simples que requerem apenas um pouco de

atenção.

Atenção, inclusive, é um elemento fundamental para uma boa leitura e

consequente compreensão da mensagem veiculada.

Interpretação das questões ou interpretação do texto?

Pera ai! Professor você está querendo falar de interpretação do TEXTO,

não? Tenho que interpretar a questão também?

Sim, e mais, sugiro (PARA AS PROVAS DA IBFC e IADES) que leiam as

questões antes do texto. Eita, agora cutuquei onça com vara curta. Vai ter

professor de português por aí me ridicularizando agora. Que história é essa de

ler as questões antes do texto? Isso é um absurdo. Tem que ler o texto uma,

duas ou três vezes se necessário, só após, passar às questões.

Meus amigos, MODESTAMENTE, com a experiência de quem há alguns

anos não sabe o que errar uma questão de interpretação, lhes digo:

TRATANDO-SE DE IBFC, LEIAM AS QUESTÕES PRIMEIRO! Vamos a uma

pequena situação hipotética para que vocês possam entender o meu

raciocínio.

É como uma caminhada em um parque. Imagine que o Cauã Reymond

(opa, desculpa os meninos, ou a Grazi Massafera), a convidasse para um

passeio em um lindo parque e ao final perguntasse se você percebeu algo

especifico da paisagem. Talvez você não se lembre. Teria que voltar a

caminhada toda para verificar.

Por outro lado, se antes de iniciar o passeio, você fosse alertada (o) a

perceber determinado aspecto do parque, você manterá a atenção redobrada a

procura daquilo que lhe avisaram. Quando “batesse o olho”, identificaria.

Perceberam a razão da necessidade de uma leitura previa das questões.

Você voltará ao texto sabendo exatamente o que vai procurar. Nem todas as

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1001 Questões Comentadas de Língua Portuguesa

Concursos HUB, HU-UFTM e HU-UFMA 17

bancas permitem que você use esta estratégia, especialmente as mais

complexas como a ESAF, CESPE e FCC. Mas, com a IBFC é diferente, serão

apenas duas ou no máximo três questões de interpretação.

Gostaria que vocês fizessem uma pausa e se dirigissem ao texto abaixo.

Leiam primeiramente as questões e depois busquem a resposta no texto.

Verifiquem se tiveram maior facilidade em encontrar aquilo que a questão

propôs

O suor e a lágrima

Carlos Heitor Cony

IBFC - 2012

Fazia calor no Rio, 40 graus e qualquer

coisa, quase 41. No dia seguinte, os

jornais diriam que fora o mais quente

deste verão que inaugura o século e o

milênio. Cheguei ao Santos Dumont, o

voo estava atrasado, decidi engraxar os

sapatos.

Pelo menos aqui no Rio, são raros esses

engraxates, só existem nos aeroportos e

em poucos lugares avulsos.

Sentei-me naquela espécie de cadeira

canônica, de coro de abadia pobre, que

também pode parecer o trono de um rei

desolado de um reino desolante.

O engraxate era gordo e estava com

calor — o que me pareceu óbvio. Elogiou

meus sapatos, cromo italiano, fabricante

ilustre, os Rosseti. Uso-o pouco, em

parte para poupá-lo, em parte porque

quando posso estou sempre de tênis.

Ofereceu-me o jornal que eu já havia lido

e começou seu ofício. Meio careca, o

suor encharcou-lhe a testa e a calva.

Pegou aquele paninho que dá brilho final

nos sapatos e com ele enxugou o próprio

suor, que era abundante.

Com o mesmo pano, executou com

maestria aqueles movimentos rápidos em

torno da biqueira, mas a todo instante o

usava para enxugar-se — caso contrário,

o suor inundaria o meu cromo italiano.

E foi assim que a testa e a calva do

valente filho do povo ficaram manchadas

de graxa e o meu sapato adquiriu um

brilho de espelho à custa do suor alheio.

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Nunca tive sapatos tão brilhantes, tão

dignamente suados.

Na hora de pagar, alegando não ter nota

menor, deixei-lhe um troco generoso. Ele

me olhou espantado, retribuiu a gorjeta

me desejando em dobro tudo o que eu

viesse a precisar nos restos dos meus

dias.

Saí daquela cadeira com um baita

sentimento de culpa. Que diabo, meus

sapatos não estavam tão sujos assim,

por míseros tostões, fizera um filho do

povo suar para ganhar seu pão. Olhei

meus sapatos e tive vergonha daquele

brilho humano, salgado como lágrima.

Questão nº 01 – Considere as afirmações abaixo.

O autor não gostou do serviço do engraxate, pois o suor pingou nos seus

sapatos italianos.

O autor sentiu-se culpado por provocar desconforto no outro.

De acordo com o texto, está correto o que se afirma em:

a) somente I b) somente II c) I e II d) nenhuma

Questão nº 02 – Considere as afirmações abaixo.

I. A palavra “suar” pode ser interpretada apenas no sentido figurado,

representando trabalho.

II. Por ver o esforço do engraxate, o autor pagou-lhe a mais pelo serviço.

Está correto o que se afirma em

a) somente I b) somente II c) I e II d) nenhuma

O autor ficou insatisfeito com o serviço do engraxate? Claro que não,

inclusive deu-lhe um bom trocado, alternativa falsa. Mas o autor sentiu-se

culpado? Isso sim, o seu sapato nem tão sujo estava e fez aquele homem

derramar suor em troco de algum gorjeta, alternativa verdadeira.

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Perceberam como ficou mais fácil identificar as passagens mais

importantes do texto após a leitura prévia das questões. Economiza-se tempo

e evitam-se erros desnecessários. Diminui a insegurança durante a leitura do

texto. Impede que o candidato perca-se no texto.

Gabarito:

1. B

2. B

Voltando ao tema do nosso tópico, falava que a interpretação das

questões é tão ou mais importante do que a compreensão do texto em si. Se

você não sabe o que procura, nunca achará. Se você não sabe aonde se quer

chegar, jamais chegará a lugar algum.

Na tarefa de interpretação das questões desenvolvi uma técnica pessoal,

que hoje passo a compartilhar com vocês. Sempre transformo a alternativa em

uma ou mais interrogações/questionamentos. Faço a pergunta para mim

mesmo e vou atrás das respostas no texto.

Vamos exemplificar: tomemos por base o texto anterior.

Afirmativas, questões n.ºs 01 e 02:

I. O autor não gostou do serviço do engraxate, pois o suor pingou nos seus

sapatos italianos.

II. O autor sentiu-se culpado por provocar desconforto no outro.

III. Por ver o esforço do engraxate, o autor pagou-lhe a mais pelo serviço.

Transformando as alternativas em questionamentos:

1. O autor não gostou do serviço do engraxate? O suor do engraxate pingou

nos sapatos italianos?

2. O autor sentiu-se culpado? O autor provocou o desconforto do outro?

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3. O autor pagou a mais pelo serviço do engraxate? Buscou recompensar-

lhe o esforço?

Meus caros, transformando rapidamente as alternativas em

questionamentos, torna-se mais fácil entender o que elas realmente elas estão

a nos perguntar. Se necessário, divida as afirmativas em duas ou mais

interrogações.

O risco dos conceitos pré-estabelecidos

Crenças e opiniões pessoais, visão de mundo, pensamento coletivo,

Professor o que isso tem haver com a interpretação?

Rômulo, eu li um texto que falava sobre o trabalho infantil, tinha uma

alternativa que se posicionava claramente a favor, e como a questão buscava a

letra incorreta, marquei esta de imediato, afinal alguém não poderia defender

o trabalho infantil. Resultado da ópera, errei, e aí?

Meus amigos, muito cuidado com nossas impressões pessoais, nossos

preconceitos, aqui não no sentido discriminatório, mas como sinônimo de

conceitos já estabelecidos. Muito cuidado com nossas convicções filosóficas e

religiosas. Cuidado também com os conceitos de mundo, as verdades

coletivas.

A interpretação deve resumir-se ao texto, buscar a ideia que se discute

no TEXTO, e ponto. Poderíamos ter uma argumentação defendendo o aborto?

A discriminação entre homens e mulheres ou o racismo? Sim, poderíamos.

Entre o papel a caneta, há apenas a imaginação e o ponto de vista do autor.

Cada texto transmitirá sua própria mensagem, discorde ou não o leitor.

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Os Vícios de Interpretação

Nem tudo são flores, mas os cactos também podem ser belos, só

depende do seu olhar! Vamos falar agora dos vícios de interpretação.

A banca buscará a todo o momento levá-los ao erro. “Pegadinhas”

existem e vocês deverão estar atentos para identificá-las. Os vícios de

interpretação são estratégias utilizadas pelas bancas para confundir o

candidato desatento. Temos como principais:

Extrapolação ou generalização;

Restrição;

Oposição.

Algumas palavras são utilizadas frequentemente neste processo de

indução. Alguns termos devem despertar o sinal de alerta, tais como: todos,

nenhum, nunca, jamais, quase, a maioria, sempre, etc. Observou estas

expressões nas afirmativas, marque-as, e atenção redobrada.

a) A extrapolação:

Você transbordou os limites do texto.

Tomemos como exemplo a seguinte passagem:

A maioria dos brasileiros protestou contra a corrupção no País.

Estaria correta a alternativa ao afirmar que todos os brasileiros,

descontentes com sistema político, protestaram contra a corrupção? Lógico

que não.

Ora meus amigos, “a maioria” não quer dizer “todos”. Estamos diante de

um caso de extrapolação. Protestos ocorreram, e foram contra a corrupção,

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mas nem todos os brasileiros estiveram presentes. Parece simples, mais muita

gente erra.

b) A restrição / redução:

Trata-se da diminuição do alcance de determinado fato ou

entendimento. É o oposto do que observamos na extrapolação.

Vejamos:

O Brasil tem investido cada vez menos na formação de profissionais

especializados, sobretudo na área de tecnologia da informação. As empresas

possuem grande dificuldade de alocação de mão de obra especializada. Na

engenharia, a situação não é diferente e como solução ao problema as grandes

companhias estão importando os profissionais que aqui faltam.

Estaria correta a alternativa ao afirmar que no Brasil não existiria

profissionais especializados, sobretudo nas áreas da engenharia e tecnologia

da informação? Claro que não. A banca novamente tentou levá-los ao erro

restringindo o alcance do texto.

Afirmar que o País não investe em formação de mão obra especializada e

que há importação de profissionais não corresponde necessariamente à

inexistência destes no Brasil.

c) A oposição / contradição:

Refere-se ao entendimento contrário à mensagem textual.

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Vejamos o exemplo:

“Durante a realização das provas escritas do concurso para Policia Federal, alguns

candidatos reclamaram de que um envelope contendo as provas chegou sem o

lacre de segurança”.

Estaria correta a alternativa ao afirmar que nenhum candidato

apresentou reclamação quanto à aplicação das provas do certame? Novamente,

não.

Outra indução característica ao erro. A oposição é uma das cascas de

banana mais facilmente identificadas. Por favor, não caiam nela.

Dos três métodos de indução ao erro, a extrapolação é o mais difícil de

ser identificado. Portanto, muita atenção na leitura. Sempre buscando o

encadeamento de ideias em uma sequencia lógica, e o mais importante: a

correta interpretação da questão, se o que a alternativa está a afirmar

corresponde realmente àquilo que se encontra no texto.

Para finalizarmos esta parte introdutória, apresentamos os principais

passos do processo de interpretação.

Ficha resumo: Os passos para uma boa interpretação!

1 – CALMA: O texto deverá ser lido com tranquilidade, pausadamente,

respeitando os sinais de pontuação;

2 – DIALOGUE: Conversem com o autor, incluam-se na história;

3 – VOCABULÁRIO REBUSCADO / DESCONHECIDO: Muitos textos poderão

trazer palavras alheias ao seu vocabulário, especialmente os textos históricos,

poéticos ou líricos. Não se aflijam, o próprio contexto em que estas palavras

estão empregadas lhe mostrarão o real sentido;

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4 – PRIMEIRO LEIA AS QUESTÕES: Essa é a regra de ouro da interpretação

para as bancas IBFC e IADES. Não é incomum questões tratarem de aspectos

tão específicos do texto, que dispensem sua leitura completa ou mais

aprofundada. Seja como for, leiam primeiro as questões, entendam o que elas

estão a abordar.

5 – AGORA PASSE AO TEXTO: Depois de compreendido as questões

propostas, voltem ao texto, iniciem a leitura calma e sistematizada. Busquem

os argumentos, passagens ou diálogos relacionados com as questões

propostas.

6 – DIVIDA O TEXTO: Vocês poderão se deparar com textos extensos ou de

linguagem complexa. Os textos podem tratar de assuntos aos quais vocês não

estão familiarizados. Imaginem uma leitura sobre física quântica ou sobre

psicanálise. Uma boa estratégia para estas situações é dividir o texto em

partes. Busquem a ideia tratada em cada parágrafo, destrinchem os parágrafos

longos em partes menores.

Estamos finalizando mais uma aula. Nos próximos dias, publicaremos a

parte de exercícios comentados extraídos das provas das bancas em questão, a

IBFC e o IADES.

Aproveito para falar também da nossa proposta em relação ao

acompanhamento de vocês para os concursos do HUB, HU-UFTM e HU–UFMA.

Caso esta proposta tenha a adesão necessária, será oficializada até o

final da semana. Trata-se do curso de questões comentadas abordando o tema

do edital “Legislação Aplicada à EBSERH”.

O curso será composto por 100 Questões Comentadas de Legislação

Aplicada à EBSERH. Elaborei esse curso juntamente com a minha esposa,

Olívia Brasileiro, que é Advogada e Bacharel em Letras.

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Comentamos todas as 30 questões dos últimos concursos da EBSERH e

mais 70 questões elaboradas por nós. O curso está excelente. Aborda a

legislação da EBSERH na íntegra.

É um material individual e, portanto, disponibilizado a preços

acessíveis.

Agora é onde entre a CORRENTE, o CONCEITO DE GRUPO. Caso tenhamos

uma adesão mínima (150 participantes), estaremos disponibilizando

gratuitamente aos colegas que investiram no curso, as aulas complementares

sobre Legislação do SUS, bem como a resolução comentada e esquematizada

das provas de Língua Portuguesa da IBFC e algumas da IADES.

Portanto o curso engloba:

Parte 01:

1. 100 Questões Comentadas de Legislação Aplicada à EBSERH

Disponibilizadas via e-mail imediatamente após confirmação

do pagamento

Parte 02: (Caso se verifique a adesão mínima a proposta - GRATUÍTA).

1. Aulas do SUS:

a. Determinantes Sociais da Saúde - aproximadamente 18

questões comentadas.

b. Sistemas de Informações em Saúde - 22 questões

comentadas.

2. - Aulas de Português: Provas comentadas da IBFC e algumas do

IADES.

As aulas da parte nº 2 serão disponibilizadas via e-mail, após

alcançarmos um número mínimo de adesão. Essas aulas, que a principio

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fariam parte de outro curso, serão disponibilizadas gratuitamente como um

voto de confiança e colaboração existente entre a nossa página e todos vocês.

Valor do investimento:

Por tudo isso que foi estipulado o valor será de R$ 35,00.

Em minha opinião, o valor é modesto, acessível a todos, e, sobretudo,

INDIVIDUAL. Caso não tenhamos a adesão mínima que remunere

adequadamente o trabalho desenvolvido para produção do material, o curso

infelizmente não será viabilizado. Em resumo, peço a colaboração para que

não haja a disponibilização indevida do curso a quem não participou do grupo

ou do investimento. Manifestem o interesse de vocês nos comentários desta

aula ou por mensagem na nossa página. Na quinta-feira, anunciaremos, a

depender da adesão, o lançamento do nosso curso, ok?

Fiquem com Deus e meu muito obrigado!

Rômulo Passos

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Muitos amigos tem enviado mensagem solicitando o link das livrarias. Então resolvi listar as

principais que comercializam o nosso livro:

O Livro "Legislação do SUS - 451 Questões Comentadas" encontra-se disponível nas seguintes livrarias:

1 - LIVRARIA CONCURSAR: http://goo.gl/aj08Kf

2 - LIVRARIA SARAIVA: http://goo.gl/mU6nI0

3 - LIVRARIA RELATIVA: http://goo.gl/zxduXz 4 - LIVRARIA MAREMOTO: http://goo.gl/zqDA3c 5 - PORTAL DOS LIVROS: http://goo.gl/UV4fGU

6 - BONDFARO: http://goo.gl/oFPCXe

7 - LIVRARIA SILICIANO: http://goo.gl/fmlrTU

8 - LIVROS DE DIREITO: http://goo.gl/7JTbxJ

9 - LIVRARIA DO PONTO DOS CONCURSOS: http://goo.gl/BSwGGd

10 - LIVRARIA BESTBOOK: http://goo.gl/X3TWqu 11 - PONTO FRIO: http://goo.gl/9tStti 12 - EXTRA: http://goo.gl/Kl1knZ 13 - CASAS BAHIA: http://goo.gl/IsM6nQ 14 - LIVROS NA INTERNET: http://goo.gl/cXaXJZ 15 - LIVRARIA CULTURA: http://goo.gl/PTVHI9 16 - LIVRARIA MARCA FÁCIL: http://goo.gl/ZziETg 17 - SHOPING UOL: http://goo.gl/DjNPYU 18 - LIVRARIA DO ADVOGADO: http://goo.gl/cxFM3S

Se preferir, pode adquirir o livro em outra livraria de sua preferência.

Segue sumário do livro: http://migre.me/frZxY