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MATERIAIS CERÂMICOS Manuel Houmard [email protected] Sala 3304 Bloco 1 Escola de Engenharia 1 ENGENHARIA MECÂNICA

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MATERIAIS CERÂMICOS

Manuel Houmard

[email protected]

Sala 3304 – Bloco 1 – Escola de Engenharia

1

ENGENHARIA MECÂNICA

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Materiais cerâmicos são inorgânicos e não metálicos.

Cerâmicas consistem em compostos formados entre elementos metálicos e não metálicos, para os quais as ligações interatômicas são principalmente iônicas.

“Cerâmicas tradicionais" são a louça, a porcelana, os tijolos, as telhas e os azulejos e, ainda, os vidros e as cerâmicas de alta temperatura.

Importância considerável desses materiais nosso quotidiano: componentes eletrônicos, de computadores, de comunicação, materiais da indústria aeroespacial, materiais refratários, ...

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INTRODUÇÃO

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Estrutura dos materiais cerâmicos:

Como eles se diferenciam dos metais?

Defeitos estruturais:

Em que eles são diferentes dos defeitos nos metais?

Impurezas:

Como elas se organizam na rede cristalina e como elas afetam as propriedades?

Propriedades mecânicas:

Quais ensaios e dispositivos especiais têm que usar para os materiais cerâmicos?

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QUESTÕES PARA TRATAR…

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Ligações principalmente iônicas, e umas covalentes.

% de caráter iônico aumenta com a diferença de

eletronegatividade dos átomos

Grande vs. pequeno caráter iônico:

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LIGAÇÕES CERÂMICAS

CaF2: Ionica

SiC: Covalente

Eletronegatividade aumenta

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Envolve a transferência de elétron de um átomo para outro.

A ligação resultante é não direcional.

Grande diferença de eletronegatividade entre os elementos.

A ligação iônica resulta da atração eletrostática entre dois íons de carga opostas.

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LIGAÇÕES IÔNICAS

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Envolve o compartilhamento dos elétrons de valência de

átomos adjacentes.

A ligação resultante é altamente direcional.

Menor a diferença de eletronegatividade entre os

elementos do que o observado em ligações iônicas.

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LIGAÇÕES COVALENTES

H

H

H

H

C

SiO2 CH4

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Quanto maior a diferença de eletronegatividade entre os átomos

de um composto, maior será o grau de caráter iônico.

Exemplo: Qual o grau de caráter iônico do MgO, SiO2 e SiC?

EMg – EO = 2,3 fração iônica do MgO ~ 0,73

ESi – EO = 1,7 fração iônica do SiO2 ~ 0,51

ESi – EC = 0,7 fração iônica do SiC ~ 0,12

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CARÁTER IÔNICO

% caráter iônico = {1 – exp [-(0,25)(XA – XB)2]} x 100

Page 8: 11-Materiais Ceramicos.pdf

Muitos materiais cerâmicos tem a combinação de ligações iônicas e covalentes.

Um exemplo é a gipsita (CaSO4):

O S é ligado covalentemente ao O para produzir o SO4

2-, e o Ca doa dois elétrons de valência e, portanto, se liga ionicamente ao sulfato.

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COMBINAÇÃO DE LIGAÇÕES IÔNICAS E COVALENTES

Page 9: 11-Materiais Ceramicos.pdf

Estruturas que tem ordem a curta distância mas não uma

periodicidade a longa distância são chamados de

materiais não cristalinos.

Os vidros são normalmente cerâmicas (sólidos) não

cristalinas.

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ESTRUTURA NÃO-CRISTALINA OU AMORFA

Si O

Material cristalino:

caracterizado pela

periodicidade a curtas e

longas distâncias na

estrutura atômica.

Material não-cristalino:

caracterizado pela ordem a

curta distância, mas não a

longas distâncias na

estrutura atômica.

SiO2 cristalino SiO2 não cristalino

Page 10: 11-Materiais Ceramicos.pdf

As estruturas cerâmicas, principalmente constituídas de

ligações iônicas, podem ser consideradas como sendo

compostas por íons eletricamente carregados, em vez

de átomos.

Os íons metálicos, ou cátions, estão carregados

positivamente, pois eles doaram os seus elétrons de

valência para os íons não metálicos, ou ânions, os

quais, por sua vez, estão carregados negativamente.

Estrutura de óxido: anions de oxigênio e cátions

metálicos → rede de oxigênio (geralmente CFC) com os

cátions nos sítios intersticiais da rede de oxigênio

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ESTRUTURAS CERÂMICAS

Page 11: 11-Materiais Ceramicos.pdf

Duas características dos íons influenciam a estrutura do

material cerâmico:

Neutralidade elétrica: A cerâmica deve ser eletricamente neutro;

números das cargas positivas e negativas iguais.

Tamanhos dos íons: Cada cátion, ânion, prefere ter tantos ânions,

cátions, como vizinhos mais próximos (em contato) quanto for

possível.

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FORMAÇÃO DA ESTRUTURA

CaF 2 : Ca

2+

cátion F -

F -

ânions +

- -

- - +

- -

- - +

Estável

- -

- - +

Não estável Estável

A m X p

m, p determinados pela neutralidade

Page 12: 11-Materiais Ceramicos.pdf

O tamanho relativo dos íons determina o número de

coordenação pela razão rc/ra:

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NÚMERO DE COORDENAÇÃO

O cátion está ligado a dois ânions na forma linear.

Cada cátion está envolvido por três ânions na forma de

um triângulo equilátero planar, com o cátion no centro.

O cátion está localizado no centro de um tetraedro, com

os ânions localizados em cada um dos quatro vértices.

O cátion pode ser considerado como se estivesse no

centro de um octaedro, circundado por seis ânions,

cada um localizado sobre um dos vértices do octaedro.

Os ânions estão localizados em todos os vértices do

cubo, e um cátion posicionado no centro.

2

4

6

8

3

0,414-0,732

0,732-1,0

0,225-0,414

0,155-0,225

<0,155

Page 13: 11-Materiais Ceramicos.pdf

Exemplo para a coordenação 6:

→ O objetivo é de determinar a razão mínima rcation/ranion

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CALCULO DAS RAZÕES LIMITES

a = 2ranion

2ranion 2rcation= 2 2ranion

ranion rcation= 2ranion

rcation= ( 2 1)ranion

2ranion 2rcation= 2a

4140anion

cation .r

r=

Page 14: 11-Materiais Ceramicos.pdf

Qual é o número de coordenação mais provável para uma

estrutura composta de Mg+2 e O-2? Si+4 e O-2? Cs+ e Cl-?

Mg+2 = 0,72 = 0,51

O-2 1,40

número de coordenação = 6

Si+4 = 0,40 = 0,29

O-2 1,40

número de coordenação = 4

Cs+ = 1,70 = 0,94

Cl- 1,81

número de coordenação = 8

14

EXEMPLOS

Os números de coordenação mais comumente

encontrados nos materiais cerâmicos são 4, 6 e 8.

Page 15: 11-Materiais Ceramicos.pdf

Efeito predominante no caso de ligações covalentes.

As orbitais hibridas dos dois átomos vão compartilhar

os elétrons de valência, e eles ficam mais perto um do

outro que na configuração de íons.

Esse efeito depende do caráter covalente da ligação.

Exemplo para a cerâmica SiC:

ESi = 1.8 e EC = 2.5

Então 89% de caráter covalente

Si e C preferem a hibridização sp3

Assim, SiC fica com a organização tetraédrica no lugar da

octaédrica (prevista pelos raios iônicos)

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HIBRIDIZAÇÃO DAS LIGAÇÕES

→ % caráter iônico = {1 – exp [-(0,25)(XA – XB)2]} x 100 = 11,5 %

Page 16: 11-Materiais Ceramicos.pdf

Materiais cerâmicos que têm

números iguais de cátions e ânions.

Esses materiais são designados por

compostos AX, onde A representa o

cátion e X representa o ânion.

As várias estruturas cristalinas dos

compostos AX são designadas a

um material usual que assume

aquela estrutura específica. 16

ESTRUTURAS CERÂMICAS AX

ZnS

(blenda

de zinco)

NaCl (cloreto

de sódio)

CsCl (cloreto de césio)

Tipos de estrutura AX:

Page 17: 11-Materiais Ceramicos.pdf

A razão rc/ra está incluída entre 0,414 e 0,732, e, portanto, o número de coordenação para os cátions como para os ânions é de 6. Uma célula unitária para essa estrutura cristalina é gerada a partir de uma configuração dos ânions do tipo CFC.

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ESTRUTURA DO SAL-GEMA (NACL)

rNa = 0,102 nm

rCl = 0,181 nm

rNa/rCl = 0,564

→ Cátions preferem sítios octaédricos

→ A ligação atômica é altamente iônica

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Cada anion oxigênio tem 6 vizinhos Mg2+ ou Fe2+

MgO e FeO têm uma estrutura AX do tipo NaCl 18

ESTRUTURAS MGO E FEO

O2- rO = 0,140 nm

Mg2+ rMg = 0,072 nm

rMg/rO = 0,514

→ cátions preferem sítios octaédricos

Page 19: 11-Materiais Ceramicos.pdf

O número de coordenação é 8. Os ânions estão localizados em cada um dos vértices de um cubo, enquanto o centro do cubo contém um único cátion.

Não é uma estrutura cristalina CCC, pois estão envolvidos íons de duas espécies diferentes.

19

ESTRUTURA DO CLORETO DE CÉSIO (CSCL)

939.0181.0

170.0

Cl

Cs ==

r

r

Estrutura Cloreto de Cesio:

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Então cada anion oxigênio tem 4 vizinhos Zn2+

Outros exemplos: ZnO, ZnS, SiC

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ESTRUTURA DA BLENDA DE ZINCO (ZNS)

Estrutura Blenda de Zinco:

4(NC) 402,0184,0

0,074c

O

Zn

2

2

===

r

r

Tamanhos preveem Zn2+

em sítios tetraédricos

Eletroneutralidade indica que os cátions ocupam só 50% dos sítios tetraédricos

|VC|/(NC)C = |VA|/(NC)A → (NC)A = 4

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Por causa dos cátions terem 2x a carga dos ânions, somente metade dos sítios de cátions serão ocupados.

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ESTRUTURAS CERÂMICAS AMXP (EX. AX2)

Estrutura da Fluorite CaF2 :

Cátions em sítios cúbicos.

UO2, ThO2, ZrO2, CeO2

Estrutura antifluorite:

cátions e ânions invertidos

|VC|/(NC)C = |VA|/(NC)A → (NC)A = 4

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O titanato de bário (BaTiO3), que possui os cátions Ba2+

e Ti4+, se enquadra nessa classificação.

Esse material possui a estrutura cristalina chamada perovskita.

A estrutura cristalina dos íons Ba2+ é cúbica, com um único íon Ti4+ posicionado no centro do cubo e os íons O2- localizados no centro de cada uma das seis faces.

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ESTRUTURAS CERÂMICAS AMBNXP (EX. ABX3)

Estrutura Perovskita:

Page 23: 11-Materiais Ceramicos.pdf

As estruturas espinélio (MgAl2O4) são cúbicas com uma

célula unitária contendo 32 íons de oxigênio, 16 cátions

octaédricos e 8 cátions tetraédricos.

23

ESTRUTURAS CERÂMICAS AMBNXP (EX. AB2X4)

Nessas estruturas, os

íons O2- formam uma

rede cristalina CFC,

enquanto os íons Mg2+

preenchem os sítios

tetraédricos, e os íons

Al3+ se alojam em

posições octaédricas.

Page 24: 11-Materiais Ceramicos.pdf

O empilhamento de planos de átomos densamente

compactados uns sobre os outros gera estruturas

cristalinas tanto do tipo CFC como do tipo HC.

Estruturas CFC → seqüências ABCABC

Estruturas HC → seqüências ABABA

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COMPACTAÇÃO DENSA DE ÂNIONS

Page 25: 11-Materiais Ceramicos.pdf

As estruturas estudas com anions de

rede CFC respeitam o empilhamento de

átomos densamente compactados.

Varias outras cerâmicas apresentam

empilhamento denso formando rede HC.

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RESUMO DAS PRINCIPAIS ESTRUTURAS

Estrutura NaCl

cortado no plano (111)

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Si e O são os elementos mais comuns no planeta

Estruturas cristalinas polimórficas do SiO2 (sílica) são o quartzo, a cristobalita, e a tridimita

A alta força da ligação Si-O gera materiais resistentes com alto ponto de fusão (1710ºC)

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CERÂMICAS À BASE DE SILICATO

Si4+

O2-

Cristobalita

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Sílica amorfa - Gel de Sílica –

Vidros de Sílica:

Si4+ e O2- não são bem

organizados a longa distancia

na rede.

Cargas H+ para equilibrar a

neutralidade (formando OH-).

Pode ser equilibrado com

sódio ou boro densificando a

estrutura.

O vidro borosilicato é o pirex

que você usa nos laboratórios. 27

SÍLICA AMORFA

Page 28: 11-Materiais Ceramicos.pdf

28

SILICATOS

Mg2SiO4 Ca2MgSi2O7

Compartilhamento de um, dois ou três dos átomos de

oxigênio nos vértices dos tetraedros SiO44- para formar

algumas estruturas consideravelmente mais complexas.

Cátions como Ca2+, Mg2+ e Al3+ equilibram as cargas e

fornecem ligações iônicas.

Page 29: 11-Materiais Ceramicos.pdf

Silicatos em camadas ou

laminas são típicas da

estrutura das Argilas e outros

minerais

Tetraedros SiO4 ligados entre

si para formar um plano de

formula (Si2O5)2-

Precisa-se de cátions para

equilibrar as cargas 29

SILICATOS EM CAMADAS

SiO44-

Page 30: 11-Materiais Ceramicos.pdf

Exemplos de silicatos em camadas: Caolinita, Talco [Mg3(Si2O5)2(OH)2] e as Micas [Moscovita, KAl3Si3O10(OH)2]

Camadas ligadas por forças de Van der Waals

Como pode ser deduzido a partir das fórmulas químicas, as estruturas de alguns silicatos estão entre os materiais inorgânicos mais complexos que existem.

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ARGILA CAOLINITA AL2(SI2O5)(OH)4

Cam

ada A

l 2(O

H) 4

2+

C

am

ada

(S

i 2O

5)2

-

Ânion de

meio-plano

Page 31: 11-Materiais Ceramicos.pdf

O carbono pode se encontrar na forma amorfa até a fase

diamante altamente estruturada.

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FORMAS POLIMÓRFICAS DO CARBONO

Estrutura do Diamante

(Tipo ZnS) Diamante:

Estrutura cristalina cúbica

com tetraedros de carbonos

(Estrutura ZnS).

Ligações muito resistentes e

totalmente covalentes.

Material extremamente duro

para ferramentas de corte.

Page 32: 11-Materiais Ceramicos.pdf

A estrutura da grafita é composta por camadas de átomos

de carbono em um arranjo hexagonal; dentro das

camadas, cada átomo de carbono está ligado a três

átomos vizinhos coplanares através de fortes ligações

covalentes.

32

GRAFITA

O quarto elétron de ligação

participa em uma fraca ligação

do tipo de van der Waals entre

as camadas.

→ Clivagem interplanar fácil e

condutividade elétrica

Page 33: 11-Materiais Ceramicos.pdf

Fullerenos e nanotubos de carbono são camadas de grafita

enroladas em forma de bolas ou de tubos.

Ao contrario do diamante e da grafita, não se forma rede

cristalina, forma-se unidade de tamanho variável.

33

FULLERENOS E NANOTUBOS DE CARBONO

Nanotubo de carbono

Fullereno C60

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Eletroneutralidade → Os defeitos não ocorrem sozinhos.

Defeito de Frenkel: Par de defeito composto por uma lacuna de cátion e de um cátion intersticial a mais.

Defeito de Schottky: Par de defeito composto por uma lacuna de cátion e uma lacuna de ânion

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DEFEITOS NAS ESTRUTURAS CERÂMICAS

Shottky Defeito de

Frenkel Defeito de

kTQDe/

Numero de defeito

proporcional a:

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A não-estequiometria pode ocorrer no caso de alguns materiais cerâmicos onde existem dois estados de valência (ou iônicos) para um dado tipo de íon.

O oxido de ferro (wustita, FeO) é um desses materiais, pois o ferro pode estar presente em ambos os estados de oxidação, Fe2+ e Fe3+.

35

ESTRUTURAS NÃO-ESTEQUIOMÉTRICAS

Page 36: 11-Materiais Ceramicos.pdf

Impurezas intersticiais e substitucionais

A eletroneutralidade do sólido tem que ser mantida

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IMPUREZAS NAS ESTRUTURAS CERÂMICAS

Page 37: 11-Materiais Ceramicos.pdf

Exemplo na estrutura NaCL:

Impureza substitucional de cátion:

Impureza substitutional de ânion:

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IMPUREZAS DE CARGAS DIFERENTES

Geometria inicial Ca 2+ impureza Geometria final

Ca 2+

Na +

Na +

Ca 2+

cation Lacuna de

Geometria inicial O 2- impureza

O 2-

Cl -

Lacuna de ânion

Cl -

Geometria final

Na + Cl -

Page 38: 11-Materiais Ceramicos.pdf

Sistema Al2O3-Cr2O3: Esse diagrama possui a mesma

forma do diagrama de fases isomorfo para o sistema

cobre-níquel.

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DIAGRAMA DE FASES DAS CERÂMICAS

Page 39: 11-Materiais Ceramicos.pdf

Sistema MgO-Al2O3: Existe uma fase intermediária, um

composto conhecido por espinélio, que possui a fórmula

química MgAl2O4 (ou MgO-Al2O3).

39

DIAGRAMA DE FASES DAS CERÂMICAS

Page 40: 11-Materiais Ceramicos.pdf

Sistema ZrO2-CaO:

Um eutético (2550°C

e 23 %CaO) e duas

reações eutetóides

(1000°C e 2,5 %CaO,

e 850°C e 7,5 %CaO)

são encontrados para

esse sistema.

40

DIAGRAMA DE FASES DAS CERÂMICAS

Page 41: 11-Materiais Ceramicos.pdf

O sistema SiO2-Al2O3: Principais constituintes de muitas

cerâmicas refratárias.

41

DIAGRAMA DE FASES DAS CERÂMICAS

Page 42: 11-Materiais Ceramicos.pdf

A maioria das cerâmicas sempre fratura antes que

qualquer deformação plástica possa ocorrer, quase

só deformação elástica.

A deformação em metais se dá pelo escorregamento

dos planos cristalinos, mas em sólidos iônicos esse

escorregamento é muito difícil, precisa-se de muito

energia para movimentar os íons até outras posições.

O processo de fratura frágil consiste na formação e na

propagação de trincas através dos grãos (isto é,

transgranular) e ao longo de planos cristalográficos (ou

de clivagem) específicos, planos de elevada densidade

atômica.

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PROPRIEDADES MECÂNICAS DAS CERÂMICAS

Page 43: 11-Materiais Ceramicos.pdf

Representação da formação e propagação de trincas nas

cerâmicas:

43

FRATURA DAS CERÂMICAS

Page 44: 11-Materiais Ceramicos.pdf

Elasticidade: Quando uma carga é aplicada a um material, ocorre deformação devido a uma ligeira mudança no espaçamento interatômico.

A quantidade e o tipo de deformação é dependente da resistência da ligação atômica do material, da tensão, e da T.

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1. Inicial 2. Carga baixa 3. Descarregamento

F Δl

Deslocamento dos átomos Voltam a posição inicial

A deformação elástica é reversível!

ELASTICIDADE

Page 45: 11-Materiais Ceramicos.pdf

Lei de Hooke : σ = E ε

E = módulo de elasticidade ou módulo de Young

Muitos materiais cerâmicos sofrem deformação plástica a

altas temperaturas devido ao movimento de discordâncias

nas estruturas cristalinas e através de um escoamento

viscoso para os materiais não-cristalinos.

Mesmo a T ambiente, umas cerâmicas tal como LiF, NaCl e

MgO sofrem deformação plástica.

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MODULO DE YOUNG

Page 46: 11-Materiais Ceramicos.pdf

O módulo de Young (E) é uma medida da rigidez ou resistência do material à deformação elástica.

Quanto mais forte a ligação atômica, maior a tensão requerida para aumentar o espaçamento interatômico.

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MODULO DE YOUNG

Metais

Ligas

Grafite

Cerâmicas

Semicond Polímeros

Compósitos

/fibras E(GPa)

0.2

8

0.6

1

Magnesium,

Aluminum

Platinum

Silver, Gold

Tantalum

Zinc, Ti

Steel, Ni

Molybdenum

G raphite

Si crystal

Glass - soda

Concrete

Si nitride Al oxide

PC

Wood( grain)

AFRE( fibers) *

CFRE *

GFRE*

Glass fibers only

Carbon fibers only

A ramid fibers only

Epoxy only

0.4

0.8

2

4

6

10

2 0

4 0

6 0 8 0

10 0

2 00

6 00 8 00

10 00 1200

4 00

Tin

Cu alloys

Tungsten

<100>

<111>

Si carbide

Diamond

PTF E

HDP E

LDPE

PP

Polyester

PS PET

C FRE( fibers) *

G FRE( fibers)*

G FRE(|| fibers)*

A FRE(|| fibers)*

C FRE(|| fibers)*

E: cerâmicos>metais>polímeros

Van der Walls: ~10 Kcal/mol

Covalente: ~125 a 300 Kcal/mol

Iônica: 150 a 300 Kcal/mol

Metal: 20 a 200 Kcal/mol

Page 47: 11-Materiais Ceramicos.pdf

Determinação do modulo elástico:

47

F L/2 L/2

d = midpoint

deflection

cross section

R

b

d

rect. circ.

ENSAIO DE FLEXÃO

F x

d

F

d slope =

E = F

d

L 3

4 bd 3 =

F

d

L 3

12 p R 4

rect. circ.

Ensaio usado para medir o comportamento tensão-

deformação de cerâmicas frágeis.

Page 48: 11-Materiais Ceramicos.pdf

Grande parte das técnicas de fabricação das cerâmicas deixam o material com poros dentre da estrutura.

Qualquer porosidade residual terá uma influência negativa tanto sobre as propriedades elásticas como sobre a resistência.

48

POROSIDADE DAS CERÂMICAS

Page 49: 11-Materiais Ceramicos.pdf

Materiais cerâmicos têm ligações iônicas e covalentes.

A construção das estruturas respeita a neutralidade das

cargas dos íons e maximiza o numero de vizinhos de

carga oposto em contato. A razão dos raios iônicos

permite prever a estrutura.

A presença de defeitos e impurezas nas cerâmicas

respeita a neutralidade elétrica e a concentração de

defeito aumenta com a temperatura.

Cerâmicas são frágeis e quase não apresentam

deformação plástica → Ensaio de flexão 49

CONCLUSÃO