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175 Memória do Fotoclubismo na Bahia Telma Cristina Damasceno Silva Fath DOI 10.5433/1984-7939.2012v8n13p175

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    Memria do Fotoclubismo na Bahia

    Telma Cristina Damasceno Silva Fath

    DOI 10.5433/1984-7939.2012v8n13p175

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    Resumo: Este trabalho tem como objetivo revelar o percurso histricodo fotoclubismo na Bahia, das aes iniciadas pela Associao deFotgrafos Amadores da Bahia, no final dos anos 1950, e,posteriormente, a criao do Foto Cine Clube da Bahia, na dcadade 1960. Essas organizaes foram de fundamental importnciapara a divulgao e aprimoramento da fotografia. O artigo tambmtrata da realizao do Primeiro Salo de Arte Fotogrfica da Bahia,organizado com a colaborao do Museu de Arte Moderna da Bahia,que se transformou em um importante marco para a fotografiaartstica no estado.

    Palavras-chave: Fotoclubismo. Histria do fotoclubismo na Bahia.Associao de Fotgrafos Amadores da Bahia (AFAB). Foto CineClube da Bahia (FCCB).

    Abstract: This work has as objective to disclose the historical passageof the Photo Clubs in Bahia. The actions initiated for the Associationof Amateur Photographers of Bahia, in the end of years 1950, andlater the creation of the Cine Photo Club of Bahia, in the decade of1960. These organizations had been of basic importance for thespreading and improvement of the photograph. Also, theaccomplishment of first Hall of Photographic Art of Bahia with thecontribution of the Museum of Art Modern of Bahia, considerablelandmark in favor of the artistic photograph in the state.

    Keywords: Photo Clubs. Bahias photo clubs history. Associao deFotgrafos Amadores da Bahia (AFAB). Foto Cine Clube da Bahia(FCCB).

    Telma Cristina Damasceno Silva Fath *

    * Graduada em Comunicao Social Habilitao Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia(UFBA). Especialista em tica e Fototecnica pela Staatliche Fachschule fr Optic und Techinic,de Berlim Alemanha (1993). Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia(2009). Professora titular da Faculdade 2 de Julho, onde integra o corpo docente do Curso de Ps-Graduao em Jornalismo Cultural. Professora titular da Faculdade da Cidade do Salvador. E-mail:[email protected]

    Memria do Fotoclubismo na BahiaBahias photo clubs memory

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    O Fotoclubismo na Bahia

    Na segunda metade do sculo XX, o fotoclubismo se espalhoupelas principais capitais brasileiras. A primeira forma de fotoclubismo naBahia, conhecida at o presente momento, foi a Associao de FotgrafosAmadores da Bahia (AFAB) que surgiu em abril de 1957, seguindo atendncia nacional do movimento.

    A AFAB teve o mdico especialista em anlise clnicas GilbertoFrana Gomes (19301999) como scio fundador. Frana, como eraconhecido, deu incio atividade fotogrfica ainda quando estudante demedicina, com uma mquina emprestada. Em 1955, adquiriu uma cmerareflex Minolta-Cord e, insatisfeito com as ampliaes das casas comerciaisda poca, montou um laboratrio em sua casa, no qual passou a revelar eampliar o seu prprio material. Incentivado por Joaquim Leal Gomes,outro amante da fotografia, alm de mdico e amigo, Frana compravalivros e revistas especializadas com o objetivo de obter mais conhecimentoe domnio do assunto.

    Segundo Arlete Gomes1, ele costumava frequentar uma casa deartigos para fotografia, das poucas existentes naquele perodo, que ficavana rua Chile, no centro de Salvador. Este estabelecimento promovia umconcurso permanente de fotografia, elegendo cada semana a melhorimagem, no qual as fotografias de Frana eram frequentemente premiadas.Esse local era um ponto de conversas e trocas de informaes sobre atcnica fotogrfica, sendo l, juntamente com o contabilista AdrianoMesseder (19062000) e os bancrios Cristoclio Gomes (19161976)e Mrio Cames, que brotou a ideia de criar a Associao dos FotgrafosAmadores na Bahia.

    Posteriormente, no incio dos anos 1960, o nmero de associadosaumentou, como se pode constatar no nmero 67 da revista Fotoarte2,

    1 Arlete Gomes, viva de Gilberto Frana Gomes, em entrevista para Telma Cristina DamascenoSilva Fata, dia 11 de maio de 2009, em sua residncia.2 A Fotoarte Revista Mensal de Fotografia Internacional era uma publicao especializada emdivulgar a fotografia e, principalmente, as atividades fotoclubistas nacionais e internacionais.

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    de novembro de 1963, que alm de saudar a chegada de um novo scio,o psiquiatra Luiz Fernando Pinto, informa a nova estrutura organizacionalda associao: Frana continuaria como presidente; Assyr da Silveira,industrial proprietrio da Metalrgica Independente Ltda., como vice-presidente; Claudio da Costa Reis como primeiro secretrio; Adriano Tostocomo segundo secretrio; Pedro Rubem Amorim como diretor artstico;Newton Cerqueira Lima como diretor de intercmbio e Raimundo Sampaiocomo tesoureiro. (FOTOARTE, 1963, p.32).

    A associao era composta, em linhas gerais, por profissionaisliberais e funcionrios pblicos, dado que refora as consideraes feitaspelos autores Costa e Silva (2004, p.22) sobre a condio de os fotgrafosclubistas baianos pertencerem a uma classe financeira privilegiada eadotarem a fotografia como um hobby para suas horas de folga. O clubepromovia, nos fins de semanas, excurses a vrios pontos da cidade,como atesta Raimundo Sampaio3:

    Na poca, vrios trechos ainda conservavam a paisagem nativacom areais. Ns andvamos do fim de linha de Brotas, Candeal ata Amaralina, como tambm na cidade baixa, Ribeira, e amos sfavelas. Fomos, uma vez, Pennsula de Itapagipe e aos Alagados.Foi l que eu fotografei um menino bebendo gua no cano,registrado na foto de reunio da associao. As sadas eram namaioria das vezes composta por um grupo em mdia de cinco aoito pessoas.

    As reunies eram inicialmente s segundas-feiras, passando depoispara s quartas-feiras s vinte horas, na avenida Joana Anglica, 69,apartamento 402, como informa a revista Fotoarte nmero 72. Nessesencontros, por meio de palestras, eram compartilhadas informaes enovidades tcnicas. Tambm avaliavam-se os materiais produzidos nasexcurses e, mensalmente, era realizado um concurso interno. Os membrosda AFAB tambm participavam de sales nacionais e internacionais.

    3 Raimundo Sampaio. Entrevista concedida a Telma Cristina Damasceno Silva Fata, em suaresidncia, dia 22 de maio de 2009.

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    Acompanhando os moldes do movimento internacional, aassociao obedecia a uma hierarquia comum a maior parte dos fotoclubes.De acordo com Costa e Silva (2004, p.23), no Brasil algumas associaesadotaram as seguintes ordens: aspirante, jnior, snior e hors-concours.O grmio baiano no fugia regra. Seus componentes eram classificadosde acordo com o acmulo de premiaes e nvel de aperfeioamento.

    Na maior parte das atividades promovidas, o fotoclubismo tinhauma caracterstica extremamente competitiva, como aceitaes eparticipaes em sales fotogrficos e, principalmente, premiaes. Eramestabelecidos pontos individuais por conquistas obtidas, que iam sendocomputados durante o ano para as ascenses hierrquicas. Premiava-setambm o desempenho do melhor clube e as organizaes dos sales.(COSTA; SILVA, 2004, p.23).

    De todos os associados, Frana era o que mais concorria nacionale internacionalmente, chegando a participar de 300 sales internacionaisde fotografia, aproximadamente. Em 1964, ele computou um grandenmero de pontos e ficou classificado como o primeiro do Brasil, obtendo,tambm, a dcima segunda classificao em nvel internacional. Sampaiorelata que:

    Frana tinha uma caracterstica muito interessante: quando eleconcorria era para ganhar, ele no brigava para ganhar nemhumilhava o perdedor, isso importante frisar, mas ele queria sero melhor, foi trs vezes campeo brasileiro de fotografia. Participavade sales em Teer, Viena [...]. Onde houvesse salo, eleparticipava; participava de todos. Eu entrava na cmara escura eenquanto eu ampliava quatro fotografias, ele ampliava quarenta.Ele tinha muito dinamismo.

    A participao nos sales demandava muitos custos adicionais: almdas despesas com o envio das imagens, o material fotogrfico, que noera barato, tinha que corresponder a um tamanho padro determinadopelas comisses dos eventos, alm das taxas de inscrio. Nas declaraesde Frana, como presidente da associao, eram frequentes seus apelosno sentido de sensibilizar as autoridades a incentivar, por meio de

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    patrocnios, a participao dos fotoclubistas nas mostras. (FOTOARTE,1964, p.18).

    As tcnicas experimentadas nas imagens eram desde solarizao,separao de tons atravs de filtros, highkey,4 lowkey5 at montagens. Aproduo fotogrfica revelava aspectos j conhecidos, como a exploraode linhas geomtricas em cenas do cotidiano, a exemplo do estudo comcanos, de Gilberto Frana (Figura 1). Tambm era praxe fotografarobjetos especialmente montados para gerar o efeito desejado. Embora,nesta poca, no sul do Brasil, a exemplo do Foto Cine Clube Bandeirante,j existir um declnio do movimento pictorialista, o clube baiano continuavaa se identificar com esta esttica. Em entrevista, seu presidente declarouacreditar que a tendncia artstica da fotografia voltaria em todo o mundoa ser acadmica e que a fotografia pictorialista persistiria. (FOTOARTE,1964, p.20).

    4 Fotografia com uma iluminao clara com assuntos claros, mas sem superexposio mantendoos detalhes e textura do tema. HEDGECOE, John. FotografiefrKnner. Stuttgart: Unipart Verlag, 1989.5 Fotografiacom iluminao em fundo escurecido, desenhando o assunto com recortes de luz dura.HEDGECOE, John. FotografiefrKnner. Stuttgart: Unipart Verlag, 1989.

    Figura 1 - Estudo em canos

    Fotografia: Gilberto Frana GomesFonte: Acervo da Famlia Gomes

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    O Primeiro Salo de Arte Fotogrficada Bahia

    A iniciativa pioneira de organizar em Salvador um salo nacional defotografia partiu da Associao dos Fotgrafos Amadores da Bahia, que,com a colaborao da diretora do Museu de Arte Moderna da Bahia(MAMB), Lina Bo Bardi, promoveu, em 1961, o 1 Salo Nacional deArte Fotogrfica.

    O salo reuniu 209 fotografias de um universo de aproximadamente800 imagens. Cada interessado pde participar com at trs fotografias.Na Bahia, o endereo de entrega para seleo foi o da loja Mesbla, nobairro do Comrcio, de Salvador, que vendia artigos para fotografia comotambm apoiava concursos na rea. A mostra foi aberta no dia 29 deagosto de 1961, ficou em exibio cerca de um ms e a comisso julgadorafoi composta por membros da diretoria da AFAB: Gilberto Frana Gomes,Adriano Coelho Messender e Pedro R. Amorim, alm de Silvio CoutinhoMorais, capito da Fora Area Brasileira e integrante da AssociaoBrasileira de Arte Fotogrfica ABAF, mas com laos estreitos com aAFAB, e o fotgrafo e cinegrafista Leo Rozemberg6. A exposio contouainda com a apresentao dos trabalhos do jri na categoria de Horsconcours.

    As medalhas de ouro e prata ficaram para Jayme Britto, comAo, Alberto Bacelar de Lima, com Eddie, respectivamente, ambosda Associao Brasileira de Arte Fotogrfica. O baiano RaimundoSampaio, com Zoofobia (Figura 2), foi o ganhador da medalha de bronze.Cludio Reis, Newton H. Cerqueira Lima e Mrio Bonfim, todos da AFAB,

    6 Leo Rozemberg, em 1952, j atuava com estdio fotogrfico na ladeira dos Gals e fotografavaaspectos folclricos da Bahia como: capoeira, pesca de xaru, entre outros temas e vendia aosturistas nos hotis da cidade. Ele tambm se notabilizou por ser um dos introdutores da fotografiacolorida na Bahia. (PARAISO, Juarez. A Fotografia na Bahia. In: ______. Segundo SaloNacional de Arte Fotogrfica da Bahia: catlogo. Salvador: Universidade Federal da Bahia,1993). Posteriormente, Rozemberg foi proprietrio do Rozemberg Cine Foto Ltda. loja dematerial para fotografia e cinema, localizada Avenida 7 de Setembro, n. 39.

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    receberam menes honrosas. Optaciano Oliveira Filho ficou com oprmio especial e meno honrosa com a fotografia intitulada Convite Paz 7.

    O Primeiro Salo de Arte Fotogrfica repercutiu nos meios decomunicao baianos, a comear pela divulgao dos vencedores.Sampaio relatou que era bancrio e trabalhava no comrcio. Ficou sabendode sua premiao por meio do colega Mrio Cames, que ouviu o resultadona rdio, logo cedo. A relao dos premiados foi divulgada noite, nateleviso, no jornal Reprter Esso, das 20 horas. Neste perodo poucaspessoas tinham TV, mas ele possua uma e sua casa ficava diariamentecheia de vizinhos para assistir os programas. Sampaio conta que, quandoo seu nome foi anunciado, todos vibraram e ele ficou muito emocionadoem ser um dos laureados.

    Eu estava comeando, comprei uma Yashica e montei umlaboratrio. Quando eu fiz Zoofobia estava lendo um livro defotografia que tinha umas ilustraes de ratos; quando o sol entroupela janela, a tive a ideia de fazer uma fotografia assim, em preto ebranco, com culos em cima da ilustrao supondo ser outra coisa.

    A partir desta premiao Sampaio recebeu o convite para integrara Associao dos Fotgrafos Amadores da Bahia. Um ano depois ganhououtro concurso, o 1 Concurso de Fotografias Tursticas da PaisagemBaiana, organizado pelo magazine Mesbla. A partir de 1970, ao seaposentar, encontrou na fotografia uma atividade profissional. Trabalhouem eventos sociais e fotografou formaturas e turmas dos colgios: Marista,Social, Salete, Sacramentinas, entre ouros, como tambm lecionoufotografia para o curso de patologia clnica no Liceu Salesiano.

    A fotografia Convite paz (Figura 3), de Optaciano Oliveira Filho,ganhador do prmio especial e meno honrosa, exibe uma composioequilibrada, marcada pelo contraste e brilho, em preto e branco, comuma porta aberta onde um porto de ferro entreaberto convida oespectador a entrar num claustro de uma igreja.

    7 Informaes retiradas do catlogo do evento.

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    Figura 2 - Zoofobia

    Figura 3 - Convite paz

    Fotografia: Raimundo SampaioFonte: Catlogo do 1 Salo Nacional de Arte Fotogrfica

    Fotografia: Optaciano Oliveira FilhoFonte: Catlogo do 1 Salo Nacional de Arte Fotogrfica

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    A mostra caracterizou-se pelo carter ecltico, reunindo as diversastendncias da poca e espelhando o estgio em que a fotografia seencontrava nas diferentes regies do Brasil. Demonstrou o momento detransio em que a fotografia brasileira se encontrava, apresentandotrabalhos com influncias vanguardistas e composies ainda compropenses ntidas do movimento pictorialista.

    No catlogo, mais especificamente na relao dos integrantes daexposio, constam as presenas de Jos Oiticica Filho, representante daAssociao Brasileira de Arte Fotogrfica, com os trabalhos Abstrao2/57, Forma 8 e Transferncia, Eduardo Salvatore, com uma obrasem ttulo e Marcel Gir, com o trabalho O fardo, ambos do Foto CineClube Bandeirante. Estes fotgrafos, embora no haja nenhum registrodas obras apresentadas na mostra, j dialogavam com uma viso modernado cotidiano, oscilando entre o real e a autonomia das formas. (COSTA;SILVA, 2004, p.82).

    Figura 4 - Moc

    Fotografia: Sylvio Coutinho de MoraesFonte: Catlogo do 1 Salo Nacional de Arte Fotogrfica

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    As 16 imagens que compem o catlogo do salo refletem um mistode temas e tcnicas, como pode ser atestado na fotografia de SylvioCoutinho de Moraes, intitulada Moc (Figura 4): uma cesta de palha,em posio deitada, na qual aparecem ovos cuidadosamente espalhadossobre uma superfcie plana. A imagem, cheia de contraste e textura, cujatcnica utilizada foi solarizao em preto e branco, tem o estilo de umanatureza morta.

    Seguindo o mesmo gnero, com Composio (Figura 5), GilbertoFrana Gomes elaborou uma fotografia que sugere leveza: um jarro compequenas propores, enquadrado verticalmente direita, contendo umgalho fino de planta que ocupa a parte esquerda superior da imagem e,por fim, uma discreta sombra do vaso aparece como produto da iluminaolateral utilizada. No meio destas composies, nas quais a semelhanacom a pintura ainda marcante, o trabalho de Adriano Coelho Messederrevela mais liberdade. Com Ondas (Figura 6), ele buscou o seu tema

    Figura 5 - Composio

    Fotografia: Gilberto Gomes FranaFonte: Catlogo do 1 Salo Nacional de Arte Fotogrfica

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    em uma cena banal, sem artifcios tcnicos, apenas uma cpia em preto ebranco, mas apostou em uma viso mais ousada, na qual umenquadramento transversal divide a gua da areia. A geometrizao se fazpresente, sugerindo um comeo de abstrao da forma.

    Figura 6 - Ondas

    Fotografia: Adriano Coelho MessederFonte: Catlogo do 1 Salo Nacional de Arte Fotogrfica

    Alm da AFAB, fizeram parte da mostra integrantes das seguintesentidades: Associao Brasileira de Arte Fotogrfica; Associao Baianade Reprteres Fotogrficos; Clube Foto Filatlico Numismtico de VoltaRedonda; Foto Cine Light Clube; Foto Clube de Minas Gerais e Paran;Foto Grupo Niteri; Grupo Cmera de Recife; Grupo dos Quinze; Grupodos Seis; Iris Foto Grupo; Santos Cine Foto Clube; Sociedade Fluminensede Fotografia; Sociedade Fotogrfica de Nova Friburgo; SociedadeFrancana de Belas Artes; e os Fotos Cine Clubes Bandeirante, Barretos,Baur, Gaucho, Recife, Esprito Santo e Ja.

    Na segunda metade da dcada de 60, as atividades desenvolvidaspelo grupo perderam fora, e, segundo Sampaio, por falta de umamotivao maior a Associao dos Fotgrafos Amadores da Bahia teveuma breve passagem. Entretanto, Frana e alguns associados continuaramativos.

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    O Foto Cine Clube da Bahia e os SalesBahianos da Fotografia Contempornea

    Em 1967, surgiu o Foto Cine Clube da Bahia (FCCB), filiado Confederao Brasileira de Fotografia e Cinema, que tinha comopresidente um dos seus fundadores, o jurista Jos Mrio Peixoto CostaPinto. A sede inicial do clube foi na Galeria Bazarte, que ficava no Politeamade Cima, centro de Salvador. O espao que o acolheu era um ponto deencontro de jovens artistas. Alm de exposies, o seu proprietrio, Sr.Castro, promovia palestras e reunies artsticas e palestras. (COELHO,1973, p.32).

    O Foto Cine Clube da Bahia tinha como referncia o Foto CineClube Bandeirante, atesta Costa Pinto8 e os seus integrantes Aldo DortasPrado, Armando Branco, Luciano Figueiredo, Jos Arajo Queiroz,Alberico Mota, Lazaro Torres, Lus Jlio Ferreira, Noelice Costa Pinto,Ronilda Noblad, Ney Negro, entre outros, ajudaram na realizao decinco sales de fotografia entre 1967 e 1977.

    Os dois primeiros sales aconteceram na capital baiana e os trsltimos na cidade de Cachoeira, Recncavo da Bahia. Em Salvador, oclube dispunha de um laboratrio fotogrfico, resultado de um convnio(Figura 7) assinado com Instituto dos Arquitetos da Bahia (IAB), em 19de julho de 1968, localizado na Ladeira da Praa. Neste acordo, o FCCBficava responsvel por organizar cursos da tcnica fotogrfica. A novaagremiao publicou oito edies da revista Cmera Foto/Cine, como apoio do Instituto Cultural Brasil Alemanha (ICBA), alm de produzir oJornal do Fotgrafo.

    Para o presidente Costa Pinto, importante contextualizar aexistncia da mobilizao da associao com a situao poltica que oBrasil, especialmente a Bahia, vivia poca, ou seja, a transio de um

    8 Jos Mrio Peixoto Costa Pinto. Entrevista concedida a Telma Cristina Damasceno Silva Fata,em sua residncia, em 3 de abril de 2009.

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    perodo muito efervescente da cultura para uma ditadura militar. Nessesentido, ele discorda de algumas generalizaes feitas por autores queclassifica o fotoclubismo como uma ao meramente burguesa.

    Figura 7 - Walter da Silveira, Jos Mrio Peixoto Costa Pinto,Pasqualino Romano Magnavita (de costas) e Walter Gordilho

    durante a assinatura do convnio entre o FCCB e o IAB

    Fotografia: Foto Cine Clube da BahiaFonte: Acervo pessoal de Jos Mrio Peixoto Costa Pinto

    De carter elitista, o fotoclubismo visava fazer da fotografia umaatividade artstica. A condio do fotgrafo clubista, em termosgerais, era a do profissional liberal que, dono de uma situaofinanceira privilegiada, podia se dedicar fotografia em suas horasvagas. Para esta classe mdia urbana em ascenso, carente desmbolos que a identificasse socialmente, o fotoclubismo veiobem a calhar, criando-lhe uma forte identidade cultural. O pequenoburgus agora um artista. (COSTA; SILVA, 2004, p.22)

    Quando confrontado com o trecho acima, ele argumenta tratar-sede um equvoco e ressalta a importncia das associaes como clulasartsticas engajadas na reformulao de um mundo mais justo. Cita aatuao de vrios clubes internacionais que lutaram contra a ditadura e ocapitalismo selvagem. O Foto Cine Clube foi uma clula do PartidoComunista [...] ns no podamos pegar em armas, porque a gente nuncaatirou ento a gente ia atirar com a cultura. (PINTO, 2009).

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    O Primeiro Salo Bahiano da Fotografia Contempornea teve umcarter regional, contando com o patrocnio do Departamento Cultural daUniversidade Federal da Bahia e do Departamento Cultural da Secretariade Educao. De acordo com o jornal Dirio de Notcias, de 20 dejaneiro de 1968, a banca julgadora foi composta por Walter da Silveira9,Leo Rozemberg, Silvio Robatto, Juarez Paraso e Kab Gaudenzi.

    O grande prmio Estado da Bahia no valor de quinhentos cruzeirosnovos foi concedido a Jamison Pedra. O segundo colocado, AlbricoMotta, recebeu um ampliador; e o terceiro, Newton Hart Cerqueira Lima,a quantia de duzentos e cinquenta cruzeiros novos. Do mesmo modo,foram concedidos: prmios de pesquisa, oferecidos por lojas do ramo,como Mesbla, Casa Lamar e Foto Ilha Flash; uma cmera fotogrfica,um fotmetro e o crdito de cem cruzeiros novos para PhytagoraAlcntara, ngelo S, e Srgio Audino, respectivamente.

    A mostra foi inaugurada dia 10 de janeiro de 1968, no foyer doTeatro Castro Alves (Figura 8), e permaneceu em exposio por 15 dias.Reuniu cerca de 130 fotografias, de 27 participantes, alm de trs salasespeciais com os trabalhos, na qualidade de Hors concours, de LnioBraga10, Fernando Golgaber11 e Silvio Robatto. As fotografias eram todasno tamanho 30 x 40 cm, em preto e branco, e, durante o evento, foirealizado um curso de fotografia no Instituto dos Arquitetos da Bahia,alm conferncias sobre os vrios aspectos da fotografia, na Escola deBelas Artes. Entre os palestrantes: Silvio Robatto e Gilberto Frana Gomes,presidente da antiga Associao dos Fotgrafos Amadores da Bahia.9 Walter da Silveira (19151970) foi um dos fundadores do Clube de Cinema da Bahia (1950), umdos principais Cines Clubes do Brasil, do qual Glauber Rocha fez parte. Crtico de cinema eprofessor da Escola de Teatro da Faculdade de Arquitetura e Escola de Belas Artes da UFBA.(RAMOS, Fernando; MIRANDA, Luiz Felipe. Enciclopdia do Cinema Brasileiro. So Paulo:Senac, 2000). Tambm foi um incentivador do Foto Cine Clube da Bahia, segundo Jos MrioPeixoto Costa Pinto, em entrevista para este trabalho.10 O artista plstico era paranaense e viveu na Bahia de 1956 a 1970. Experimentou diversasformas de expresso plstica: desenho, pintura, gravura, escultura, muralismo, cermica, artesgrficas e fotografia. Destaque para a tcnica de assemblage. Na I Bienal da Bahia, em 1966,ganhou o grande prmio de pintura. (COELHO, 1973, p.138).11 Carioca foi um dos primeiros artistas a ter uma exposio individual em Salvador, realizada, em1965, na Galeria Convivium. Sobre a exposio comunica o Dirio de Notcias, de 1/8/1965,caderno SDN, p.2: A viso de Goldgaber vive a comoo da Bahia, os mistrios e os encantos[...] revela o peso direto da luz a incidir o ritmo grfico das formas, sobre a gravidade das massas,a fora plstica dos volumes e, sobretudo a emoo dos planos. Ele tambm fez parte daAssociao Brasileira de Arte Fotogrfica na dcada de 50, tendo abandonado o clube por divergnciasquanto sua orientao. (COSTA; SILVA, 2004, p.72).

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    Infelizmente, a ausncia do catlogo da exposio impossibilita estapesquisa de maior aprofundamento no sentido de identificar os expositorese a visualizao de algumas obras.

    O Segundo Salo Bahiano da Fotografia Contempornea aconteceude 1 a 15 de junho de 1969, tambm no foyer do TCA. De carternacional, contou com a classificao de 404 trabalhos, de 176 fotgrafos.Entre os organizadores, alm de associados ao foto clube, Albrico Motta,segundo lugar no primeiro salo, Guido Araujo, cineasta e professor daUniversidade Federal da Bahia, Renato Ferraz, diretor do Museu de ArtePopular do Unho, Vitor Diniz, fotgrafo profissional, e a presena deValentin Calderon de La Vara, diretor do departamento cultural da UFBA.Pinto (2009) ressalta a ajuda e parceria da universidade e diz que odepartamento de cultura do rgo ficou disposio desde o primeiroevento, quando, na montagem, ele e Calderon de La Vara passaram amadrugada trabalhando.

    A comisso julgadora foi composta por Gilberto Frana Gomes,Carlos Bastos (19252004), artista plstico, e Victor Diniz. Nas salasespeciais foram exibidos os trabalhos de Gilberto Frana Gomes, do

    Fotografia: Foto Cine Clube da BahiaFonte: Acervo pessoal de Jos Mrio Peixoto Costa Pinto

    Figura 8 - Primeiro Salo Bahiano da Fotografia Contempornea,no foyer do Teatro Castro Alves

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    fotgrafo profissional Victor Diniz, de Herros Capello12, do Foto CineClube Bandeirante, e, em caixilhos o material de Manoel dos Santos,Arthur Almomsur de O. Ikissima, Aristides Baptista e Raimundo de Jesus.

    Em declaraes, os organizadores relataram, para o Jornal daBahia, em 1 e 2 de junho de 1969, que o segundo salo apresentava umsalto qualitativo em relao ao primeiro, apresentando, desta vez, nomesfamosos em outros setores das artes plsticas a exemplo de Juarez Paraso,Nelson Arajo13, Mrio Cravo Neto (19472009) e Lzaro Torres, entreoutros. O jornal A Tarde, de 2 de junho de 1969, noticiou que a seleoprvia dos trabalhos foi mais rigorosa para outros estados, sendo osrepresentantes baianos aceitos com mais liberdade. Cerca de 80% doscandidatos foram admitidos como incentivo para a fotografia local.

    Mesmo assim, o salo teve uma massiva participao de clubes detodo o Brasil, como indica o programa: Associao Brasileira de ArteFotogrfica, Associao Carioca de Fotografia, Clube Foto FilatlicoNumismtico de Volta Redonda, Foto Clube de Minas Gerais, Paran eLiberdade, Iris Foto Grupo, Santos Cine Foto Clube, SociedadeFluminense de Fotografia, Sociedade Fotogrfica de Nova Friburgo, e osFotos Cine Clubes Bandeirante, Junda, Ja, Par, Lvio Taglicarne eAmparo, estabelecendo uma salutar concorrncia com nomes famososda fotografia, a exemplo de Francisco Aszmann, da Associao Cariocade Fotografia e diretor artstico da revista Fotoarte, que, juntamente comMarcel Gir e Eduardo Salvatori, do Foto Cine Clube Bandeirante, haviamparticipado do Primeiro Salo Nacional de Arte Fotogrfica, em 1961.

    Os prmios foram os seguintes: Estado da Bahia, o maior, novalor de mil cruzeiros novos; II Salo Bahiano da FotografiaContempornea, o segundo, oferecido pela UFBA, no valor de setecentose cinquenta cruzeiros novos; o terceiro, Cidade de Salvador, no valorde quinhentos cruzeiros novos, foi oferecido pela Viao Area So Paulo

    12 Membro do Foto Cine Clube Bandeirante, conhecido pelos mtodos revolucionrios em fotografiacolorida, com processo prprio e original alterava as cores originais da imagem. Foto Cine ClubeBandeirante. Anurio Brasileiro de Fotografia. So Paulo, 1957.13 Nelson Arajo (1926-1993), dramaturgo, foi professor da Escola de Teatro da UFBA. (MAIOR,Mrio Souto. Dicionrio de Folcloristas Brasileiros. 2.ed. So Paulo: Kelps, 2004).

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    (VASP); o prmio de Pesquisa era uma cmera fotogrfica oferecidapela Mesbla; e o prmio de Comunicao era um fotmetro doado pelaCasa Lamar. Alm desses prmios em dinheiro ou equipamentos, foramconferidas dez menes honrosas. Os nomes de Nelson Arajo e MrioCravo Neto14 aparecem como agraciados com a lurea de MenoHonrosa, embora haja uma lacuna em relao aos nomes dos ganhadores,pois, nos jornais de poca consultados, o evento noticiado, mas semmencionar a relao dos premiados15.

    Por um acordo fechado com o Magazine Mesbla, em 16 dedezembro de 1968, o Foto Cine Clube da Bahia promoveria concursosfotogrficos mensais. As inscries poderiam ser feitas do primeiro aovigsimo quinto dia de cada ms. A fotografia inscrita deveria ter o tamanho30 x 40 cm e poderia ser entregue na Mesbla ou na sede do Foto CineClube. Ao que tudo indica, neste perodo, sua sede ficava na rua da Ajuda,11, 6 andar, sala 41, como consta no convnio. A fotografia deveria serindita e o prmio era de cento e cinquenta cruzeiros novos. A fotografiavencedora era ampliada para o formato 50 x 60 cm e ficava exposta poroito dias nas vitrines da loja.

    Os trs ltimos sales foram realizados em Cachoeira, na galeriaAmanda Costa Pinto, situada rua 25 de Junho, 8, com formatointernacional. A mostra fazia parte do Festival de Inverno de Cachoeira.Segundo Pinto (2009), a transferncia da sede do Foto Clube para oRecncavo fazia parte de um projeto com a finalidade de interiorizar acultura e, alm das atividades fotogrficas, o clube atuou na reacinematogrfica produzindo vrios filmes, fomentando mostras de filmessuper oito, exposies de arte e promovendo festivais de msica16.

    O Foto Cine Clube da Bahia teve outro presidente: Gilberto Gomes,artista plstico paulista que, na dcada de 70, fixou residncia no

    14 Em Fernandes Jnior (2003, p.215), na biografia do artista, consta incorretamente que oSegundo Salo Bahiano da Fotografia Contempornea foi realizado em 1968.15 O Segundo Salo Bahiano da Fotografia Contempornea foi noticiado pelo jornal A Tarde, de2 de junho 1969, p.3.16 Informaes obtidas na entrevista que a autora realizou com Jos Mrio Peixoto Costa Pinto.

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    Recncavo. Ele ajudou a coordenar o primeiro e o segundo Festival deArtes de Cachoeira, respectivamente em 1976 e 1977.

    A escassez de material referente ao III e IV sales impossibilitaeste trabalho de um delineamento sobre a organizao e repercusso destasduas edies, todavia, assim como os outros sales, o critrio de seleoera feito atravs de inscries17. O Quarto Salo Bahiano da FotografiaContempornea aconteceu de 3 a 31 de julho de 1976, como parteintegrante do Primeiro Festival de Inverno de Cachoeira. Quanto ao quintosalo, obtivemos algumas informaes nos materiais promocionaisapresentados por Costa Pinto. Ele foi realizado de 6 a 31 de julho de1977, como parte da programao do Segundo Festival de Arte daCachoeira. Assim como os trs ltimos, foi de mbito internacional e contoucom o apoio da Fundao Nacional da Arte (Funarte), Secretaria daEducao e Cultura do Estado da Bahia, Universidade Federal da Bahia,Prefeitura Municipal de Cachoeira e Casa Lamar. Foram admitidas imagenscoloridas e preto e branco, sem montagem, exceto as fotografiascolorizadas mo, no tamanho de 30 x 40 cm.

    O presidente do Foto Cine Clube da Bahia relata que a ideia erapropiciar acesso fotografia a todos do Recncavo que no tinhamcondies de adquirir o conhecimento fotogrfico. Nesse sentido, cursose seminrios eram oferecidos comunidade. A atuao do FCCB emCachoeira perdurou at 1983, acabando principalmente por falta de apoioda Secretaria da Cultura e Turismo.

    Mesmo com o breve espao de existncia, fundamental ressaltara importncia dos dois fotoclubes baianos. A Associao de FotgrafosAmadores da Bahia e o Foto Cine Clube da Bahia partiram de iniciativaindividual e seus presidentes tiveram um papel essencial na realizao doseventos. Certamente, esses primeiros sales de fotografia possibilitaramaos baianos conhecer a produo fotogrfica de fora do estado e podemser considerados o primeiro passo para a entrada da fotografia baiana emespaos consolidados para a arte.

    17 Segundo informaes retiradas do regulamento do IV Salo Baiano da Fotografia Contempornea.

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    PINTO, Jos Mario Peixoto. Depoimento 3 de abril 2009.Entrevistadora: Cristina Damasceno, Salvador, gravao em udio.

    SAMPAIO, Raimundo. Depoimento 22 de maio 2009.Entrevistadora: Cristina Damasceno, Salvador, gravao em udio.

    UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. Secretaria de Educao eCultura do Estado da Bahia. II. Salo Bahiano da FotografiaContempornea: catlogo. Salvador: Foto Cine Clube da Bahia,1969.

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