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Riscos de ExplosõesRiscos de Explosões
7 º Curso de Segurança, Higiene e Saúde no TrabalhoDEM – FCTUC
2007
2
O que é uma explosão?O que é uma explosão?Que tipo de sinais?Que tipo de sinais?
O fenómeno do ponto de vista da Termodinâmica e da Mecânica de Fluidos
1ª Lei2ª LeiTermodinâmica das Misturas reactivasEscoamento compressíveis
SinaisForte ruídoImensa produção de luzElevação súbita da pressão, gerando efeito de soproProjecção de objectos/estilhaçosForte produção de calor
4
Evolução da transformação Evolução da transformação físicofísico--química e resultado final química e resultado final
6
Acidentes gravesAcidentes graves
Estatísticas sobre graves acidentes industriaisCaso da indústria química e petrolífera
Impacto económico> £ 250 000Nº de fogosTipo
111Outros
69Total
02Plásticos
03Produtos para a agricultura
15Fertilizantes
16Tintas e vernizes
69Óleos
733Químicos
Dados: UK – 1971- 1973
7
Acidentes gravesAcidentes gravesCaso da indústria química e petrolíferaCaso da indústria química e petrolífera
Local de origem do acidenteLocal de origem do acidente
1Torre de arrefecimento
1Spray de pintura
9Não relatado
2Secador por vapor
6Não especificado
4Reactores/misturadores
6Flange
15Tubo
79Total
6Equipamento eléctrico
Falha/derrame
12Espaço fechado
21Espaço aberto
Armazenagem
Nº de fogos
Dados: UK - 1971 -1973
8
Acidentes gravesAcidentes gravesCaso da indústria químicaCaso da indústria química
Relação das perdas em função do tipo de acidenteRelação das perdas em função do tipo de acidente
Fogo Explosão Outros
TOTAL
1968
1967
1966
1965
1964
Ano
30,2
11,6
5,9
7,2
1,9
1,6
% perda
35
13
8
7
4
3
Nº
44
12
12
6
8
6
Nº % perdaNº% perda
2,1467,7
0013,3
1,1222,4
0,619,9
008,7
0,4113,4
American Inst. Chemical Engineers, 1969
9
Causas mais comuns Causas mais comuns dos acidentesdos acidentes
946086Nº acidentes(240)
15%40%24%Calor
6%2%5%Faísca eléctrica
65%48%65%Fricção
14%10%6%Impacto
ExplosivosPropergóisArtigosPirotécnicos
Tipo deEstímulo
Elaborado com base nos dados do Reino Unido: 1981-1990.Fonte:Bailey et al., 1992 – The handling and processing of explosives,
18th Int. Pyrot. Seminar, Colorado, USA.
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Acidentes graves (Acidentes graves (19801980--20002000))Causa: FogoCausa: Fogo
1982 Dezembro VenezuelaVenezuela: Fogo em central termoeléctrica, 128 mortos
1991 Setembro EUAEUA: Fogo em unidade de produção de produtos alimentares; 25 mortos; não possuía sistema de detecção de incêndio, nem sprinklers; muitas portas estavam fechadas
1993 Maio TailândiaTailândia: Fogo em fábrica de brinquedos, 187 mortos e 500 feridos
1993 Novembro ChinaChina:: Fogo em fábrica de brinquedos; 87 mortos e 57 feridos
1997 Setembro ChinaChina: Empregado põe fogo a fábrica de sapatos; 32 mortos
1999 Dezembro TailândiaTailândia: Fogo num tanque de uma refinaria; 7 mortos, 18 feridos, 4,000 residentes evacuados. Após uma explosão inicial que danificou vários veículos de combate a incêndio, 40 milhões de litros de gasolina armazenados em 4 tanques envolveram-se em chamas. Mais de 36 horas para extinguir o fogo e cerca de 90000 litros de espuma
2000 Abril ChinaChina: Fogo num matadouro de frangos; 38 mortos
2000 Junho ChinaChina: Fogo numa pirotecnia; 36 mortos
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Acidentes graves (Acidentes graves (20032003))Causa: ExplosãoCausa: Explosão
2003 Janeiro EUAEUA: Explosão em unidade farmacêutica, 3 mortos mais de 20 feridos
2003 Maio ÍÍndiandia: Fogo começa após explosão de uma garrafa de gás, na cozinha de uma residência e atinge o 2º andar de armazém de explosivos; 12 mortos e mais de 70 feridos
2003 Julho EUAEUA: O reboque de um camião carregado de artigos pirotécnicosexplode quando os empregados descarregavam o material, 5 mortos
2003 Julho EUAEUA: Explosão num armazém de artigos pirotécnicos, 3 mortos
2003 Julho TurquiaTurquia: Tanque de gasolina de um camião explode durante o fase de abastecimento de combustível num zona residencial densamente povoada, 180 feridos
2003 Agosto PaquistãoPaquistão: Fogo iniciado numa casa, por um curto-circuito eléctrico, espalha-se rapidamente pela vila e atinge um paiol de dinamite de apoio às obras de construção de uma estrada; da explosão do paiol resultou 49 mortos e 132 feridos
12
Acidentes graves na indústria (Acidentes graves na indústria (20032003))–– Causa: ExplosãoCausa: Explosão
2004 Julho 30 – BBéélgicalgica: Pipeline de gás natural explode a cerca de 28 km a sudoeste de Bruxelas; o pipeline com um metro de diâmetro transporta gás natural, numerosas casas e veículos nas imediações são destruídos pelo efeito da explosão, 15 mortos, incluindo 5 bombeiros e mais de 120 feridos
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Acidentes gravesAcidentes gravesPlataformas petrolíferas (Plataformas petrolíferas (19951995--20012001))
Causa: Fogo/ExplosãoCausa: Fogo/Explosão1995 Novembro BrasilBrasil: Fogo no pipeline da Petrobrás, 1 morto e 5 feridos
1996 Janeiro Golfo do SuezGolfo do Suez: Explosão na plataforma da Morgan Oil, 3 mortos e 2 feridos
1998 Julho ÁÁrctico:rctico: Explosão na Glomar Árctico IV, 2 mortos.
2001 Janeiro BrasilBrasil: Fogo no offshore da Petrobrás, na plataforma de produção de gás natural, 2 mortos
2001 Março BrasilBrasil: 3 explosões numa das maiores plataformas petrolíferas da Petrobrás, 10 mortos, cerca de 165 operários evacuados para a plataforma vizinha
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Acidentes gravesAcidentes gravesIndústria química (Indústria química (1994 1994 –– 20032003))
Causa: ExplosãoCausa: Explosão
2001 Setembro 21, FranFranççaa: Explosão da unidade química AZF em Toulouse, 31 mortos e 2442 feridos
2003 Março 27, FranFranççaa : Explosão na fábrica de dinamite da Nitrochimie em Billy-Berclau.
1984 Dezembro 3, ÍÍndiandia: Explosão na unidade petroquímica da UnionCarbide à Bophal
1994 Dezembro, Iowa, EUAEUA: Explosão numa unidade de fabrico de adubos, com origem no neutralizador, onde o ácido nítrico e a amónia (gás) eram misturados ao nitrato de amónio. Impurezas no nitrato de amónio (matéria orgânico e cloretos) e a altas temperaturas terão estado na origem da explosão, 4 mortos e vários feridos
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Explosão com origem Explosão com origem numanuma reacreacçção quão quíímicamica
AGENTES FUNDAMENTAISCombustível (ME)Oxidante
Condições gerais que podem influenciar a reacção química:
Temperatura do meioPressão do meioVolume do confinamentoEnergia de activação do ME - ETaxa de decomposição térmica do ME - kEstrutura molecular e ligações atómicasDensidade do MERelação Oxidante/Material Energético (Concentração)
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Explosão de vapor por Explosão de vapor por expansão de líquido saturadoexpansão de líquido saturado
A rotura violenta de uma recipiente sobre pressão, contendo líquido e vapor saturados a uma pressão bastante superior à pressão atmosférica, faz com que a evaporação súbita de grande massa de líquido produza uma nuvem de vapor de grande extensão.
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Explosão de vapor por Explosão de vapor por expansão de hidrocarboneto saturadoexpansão de hidrocarboneto saturado
Cenários possíveis:Vapor inflamávelFonte de ignição presenteCombustão na forma de uma bola de fogo ascendente
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Correlações da bola de fogo Correlações da bola de fogo gerada pela explosão de gerada pela explosão de
hidrocarbonetoshidrocarbonetos
Dmax = 5,25 m0,314
τ1/2 = 1,07 m0,181
qr(max) = 828 m0,771 / R2
zP = 12,73 VVa1/3
m [kg] – massa de combustível no reservatório
Dmax [m] – diâmetro máximo da bola de fogo
τ 1/2 [s] – semi-largura do impulso de radiação térmica
qr (max) [kW/m2] – radiação térmica recebida à distância R [m] da bola de fogo
zP [m] – altura de elevação da bola de fogo
VVa [m3] – volume do vapor combustível à pressão e temperatura atmosféricas
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Caso de explosão de umaCaso de explosão de umasuspensão de poeirassuspensão de poeiras
Causas iniciadoras da explosãoEnergia Volume Duração Temperatura Pressão Local
Características do confinamentoEscala Geometria Estado da superfície Obstáculos Aberturas
Propriedades das poeirasPoder Calorfíco Granulometria Voláteis Humidade Densidade
Propriedades da mistura explosivaConcentração (poeira/gás/oxidante)
Pressão e Temperatura de iniciação Turbulência Inertes
Existe risco quando as poeiras têm diâmetro ≤ 400 µm e estão suspensasno ar com concentrações entre os limites inferior e superior de explosividade
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As poeiras sejam combustíveisAs poeiras formem com o ar uma mistura relativamente homogénea (nuvem) de concentração convenienteAs poeiras apresentem uma granulometrica adequadaAs explosões de nuvens de poeiras podem ocorrer nas mesmas condições em que ocorrem explosões de nevoeiros (gotículas de líquidos inflamáveis em suspensão no ar)Exista uma energia de activação (fonte de inflamação ou uma determinada elevação de temperatura) capaz de induzir nas poeiras da nuvem uma reacção cujo balanço global seja exotérmico e que pode ser:
• Uma oxidação da superfície da nuvem (preponderante no caso de poeiras metálicas)
• Uma pirólise acompanhada de emissão de gases combustíveis que formam à volta de cada partícula uma mistura explosiva que se inflama (reacção muito importante nas substâncias orgânicas, poeiras de carvão sendo que para estas a pirólise tem início a temperaturas entre 350ºC e 500ºC), acompanhada pouco tempo depois pela combustão dos resíduos sólidos.
Condições favoráveis para ocorrer umaCondições favoráveis para ocorrer umaexplosão de poeiras ou nevoeirosexplosão de poeiras ou nevoeiros
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Factores que influenciam a Factores que influenciam a explosividadeexplosividade de poeirasde poeiras
Vel
ocid
ade
de c
resc
imen
to d
a pr
essã
o (p
sig)
Diâmetro médio das partículas (µm)
Con
cent
raçã
o m
ínim
a de
exp
losã
o (g
/m3 )
Ene
rgia
mín
ima
de in
flam
ação
(mJ)
Pres
são
máx
ima
(psi
g)
24
Concentrações explosivasPara cada tipo de poeira existe uma concentração mínima, abaixo da qual a explosão não se produzA concentração mínima de explosividade depende essencialmente da granulometria, da energia mínima de activação, do volume e daforma dos locais. As concentrações mínimas de explosividade de poeiras não são conhecidas com tanta precisão como as dos gases inflamáveisAs concentrações mínimas de explosividade de poeiras de dimensões inferiores a 100 mm estão normalmente compreendidas entre 20 g/m3 e 100 g/m3, existindo nessa gama uma maior base de informação
• As concentrações máximas de explosividade de poeiras, acima das quais a sua explosão já não é possível são bem menos conhecidas que as dos gases inflamáveis; são da ordem de 1 kg/m3 a 3 kg/m3, não fazendo sentido para estes valores de concentrações falar de nuvens de poeiras
Factores que influenciam a Factores que influenciam a explosividadeexplosividade de poeirasde poeiras
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Presença de humidadeA presença de humidade sob a forma de vapor de água diminui a explosividade das poeiras por diversas formas:
• Favorece a coesão das poeiras e a sua aglomeração• Diminui a formação de cargas de electricidade estática • Absorve o calor
Factores que influenciam a Factores que influenciam a explosividadeexplosividade de poeiras e de nevoeirosde poeiras e de nevoeiros
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Factores de influência na Factores de influência na explosividadeexplosividade de de poeiras e de nevoeirospoeiras e de nevoeiros
Composição da atmosferaA diminuição do oxigénio no ar impede a inflamação das poeiras, embora poeiras de magnésio, zircónio, titânio e urânio possam ser inflamadas em atmosferas com fraca proporção de oxigénioUma das formas de prevenir a explosão de poeiras é diminuir a proporção de oxigénio no ar por diluição de um gás inerte (N2, árgon, ou CO2) ou pela introdução de poeiras inertes, em quantidade suficiente
Percentagem máxima de O2 para prevenir a explosão de poeiras obtidas por diluição do ar com CO2 ou N2
27
De uma maneira geral, as explosões de poeiras seguem o regime de deflagração; excepcionalmente, algumas poeiras como as de alumínio, podem em condições especiais (em canalizações) dar origem a regime de detonação
À semelhança dos gases e vapores de líquidos, a violência das explosões de poeiras é caracterizada pela:
Sobrepressão máxima• Em função da natureza das poeiras, granulometria,
concentração, forma e volume do local, a sobrepressão máxima pode variar normalmente entre 3 bar a 10 bar.
Velocidade máxima de crescimento da pressão• Em função do tipo de poeira o valor de dp/dt máx pode variar de
alguns bar/s a 1000 bar/s
Caracterização das explosões de poeirasCaracterização das explosões de poeiras
28
A chama da reacção propaga-se na nuvem, sendo precedida por uma onda de pressão provocada pela expansão dos gases quentes, sustentada pela combustãoAs poeiras que estiverem depositadas nas paredes de contentores (nomeadamente em canalizações) onde se desenvolve a explosão, podem em consequência da primeira explosão ser desprendidas e dar origem a explosões sucessivasA inflamação duma camada de poeiras acumuladas gera remoinhos gasosos, capazes de colocar as restantes poeiras em suspensão, podendo seguir-se uma explosão
Mecanismos de formação e propagação das Mecanismos de formação e propagação das explosões de poeiras e nevoeirosexplosões de poeiras e nevoeiros
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Dados sobre Dados sobre Explosividade de poeirasExplosividade de poeiras
1256,725010Zinco
1388,520030Açúcar
467,6200107Policloreto de Vinil
1018,43025Polipropileno
2699,43021Polimetilmetacrilato
20210,3-7Cortiça
1299,26024Carvão Bituminoso
41512,43029Alumínio
(dP/dt)max V1/3
[bar m/s]Pmax[bar]
Concentração Explosiva
Mínima [g/cm3]
d50 [µm]Material
30
Origem das explosõesOrigem das explosões
QuímicasFase sólidaFase líquidaFase gasosa
FísicasPneumáticas Gases sob pressãoHidraúlicas Liquídos sob pressãoMecânicas Ruptura/desintegração de uma estrutura
NuclearesDe acordo com o critério definido podem ocorrer sequencialmente diferentes tipos de explosões.ExplosãoExplosão -- termo abrangente de todos os fenómenos de reacção violenta
31
Tipos de fenómeno Tipos de fenómeno que podem decorrer de que podem decorrer de
uma reacção química rápida?uma reacção química rápida?
Deflagração consagra uma reacção química cuja frente de reacção se propaga com uma celeridade inferior àceleridade do som nesse material.
Detonação caracteriza-se por uma reacção química cuja frente de reacção se propaga com uma celeridade superior à do som no material.
Transição deflagração-detonação é possível quando ocorre um aumento da turbulência e da pressão na frente de reacção, a ponto de provocar uma aceleração da sua celeridade relativamente à da frente sónica.
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Diferenças entre Diferenças entre detonação e deflagração?detonação e deflagração?
Detonação Deflagração
D / c 5 - 10 0,00001 - 0,03
p / po 13 - 55 0,98 - 0,976
T / To 8 - 21 4 - 16
ρ / ρo 1,4 - 2,6 0,06 - 0,25
33
Onda de pressão aéreaOnda de pressão aérea
Uma certa quantidade de energia é libertada instântaneamente, num ponto da atmosfera, resultando daí a formação duma onda de pressão. Essa onda é designada geralmente por onda de sopro (blast wave)Zona de sobrepressão e zona de depressão
34
Evolução da Evolução da pressão com a distânciapressão com a distância
Os efeitos de uma onda de choque na sua propagação no espaço estão directamente relacionados com a energia libertada através de uma lei de expoente (1/n)
Distância de segurança: para explosivos (DL nº139/2002)D = K x P(1/n)
D – Distância de segurançaK - Factor experimental que tem em conta o tipo de explosivo e as condições do local onde se produz a explosão e as do local aprotegerP - Quantidade de explosivon - Parâmetro empírico que varia entre 2 e 6, reflectindo a natureza dos efeitos produzidos
35
Danos sérios nas instalações industriais; Destruição de reservatórios; Efeito dominó
350
Danos muito severos; Colapso de paredes de alvenaria; Derrube de veículos rodoviários pesados carregados e ferroviários
700
Dano moderado em edifícios (eventualmente com colapso). Estruturas em aço distorcidas; Fissura e quebra de paredes de betão não armado de 20 a 30 cm de espessura; Ferimentos sérios devido a projecções de vidros
210
Distância de segurança para estradas; Distância mínima de separação para edifícios não reforçados; Quebra de placas de fibrocimento; Deslocação e flexão de placas onduladas e painéis de madeira; Ferimentos em pessoas
70
Danos significativos nos vidros; Distância de segurança para habitações40
“Distância de segurança”; 10% dos vidro partem-se20
Começam a quebrar-se os vidros das janelas7
Barulho muito grande (140 dB)
Efeitos sobre as estruturasPressão [mbar]
Efeitos de uma onda de choqueEfeitos de uma onda de choque
36
Início de lesões mortais2450
50% das pessoas sofrem lesões mortais15103500
1080
755
465
260
110
Velocidade de vento equivalente
[km/h]
2100
99% das pessoas sofrem lesões mortais4550
1400
Lesões pulmonares1050
700
Rotura de tímpano350
140
Derrube das pessoas70
Efeitos sobre as pessoasPressão [mbar]
Efeitos de uma onda de choqueEfeitos de uma onda de choque
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Efeitos da explosãoEfeitos da explosão
Projecção de estilhaços
Os estragos causados pela projecção de estilhaços são em geral menos significativos que os efeitos da onda de pressão, a qual em princípio provoca estragos bastante mais elevados
É necessário no entanto ter em conta este efeito e calcular a distância máxima de projecção
A experiência mostra que raramente são encontrados estilhaços a uma distância superior a
50 m (-1/3) m – [kg]
o que corresponde a uma sobrepressão de 0,02 bar
39
Violência da explosãoViolência da explosão
A rotura e o colapso do confinamento onde ocorre uma explosão depende da pressão máxima Pmax e da taxa máxima de subida de pressão (dp/dt)max.Estas duas grandezas são funções da mistura explosiva contida no volume em causa e das suas características geométricas.A subida de pressão para o caso de materiais energéticos está relacionada com a propagação sustentada de uma reacção exotérmica no espaço disponível.A propagação da reacção está directamente associada à taxa de reacção, exprimindo esta a quantidade de ME consumido por unidade de tempo e volume
40
Energia de activação Energia de activação -- EE
E – é a energia necessária para fazer o sistema os reagentes a um estado activo complexo que pode levar os reagentes a passar a produtos
41
Taxa de reacção de um METaxa de reacção de um ME
k = Z exp (-E/RT) - expressão de ArrhéniusZ – constante pré-exponencial que exprime a frequência de colisões induzidas pela condições térmicas do volume em análise, as concentrações dos componentes e a temperaturaZ ∈ [1012; 1020] 10000 K < E/R < 20000 K
-E/Rln k
1/T
42
Velocidade de Velocidade de propagação de chamapropagação de chama
É medida perpendicularmente à superfície da chama
VF α (Γ k)1/2
Γ - coeficiente de difusibilidade térmica da misturaK – condutividade térmica da mistura
VF aumenta quando:- temperatura aumenta- capacidade calorífica dos inertes
diminui- Estequiometria se apromixa de 1.
1
VF
Riqueza
43
Velocidade de Velocidade de propagação de chama propagação de chama
para diversos combustíveispara diversos combustíveis
44
VVFF de diversos combustíveisde diversos combustíveis
1,0051,246,449,951,248,4-Propileno
1,1373,572,073,068,060,050,0Etileno
1,25155154151144130107Acetileno
1,0139,933,438,439,837,633,0Isopentano
1,0844,839,844,743,438,330,0Metano
1,0646,442,446,245,642,3-Propano
1,1447,647,347,344,540,636,0Etano
φ p/ VFmaxVFmaxφ =1,2φ =1,1φ =1,0φ =0,9φ =0,8
45
Pressão máxima Pressão máxima atingida numa explosão de gásatingida numa explosão de gás
p V = n RT = m (R/M) T
pmax/po = (Mo/Mb) (Tb/To)
pmax – pressão máxima atingidapo – pressão inicialMo – massa molecular média dos reagentesMb – massa molecular média dos produtosTo – temperatura inicialTb – temperatura final dos produtos
46
Pressão máxima Pressão máxima atingida numa explosão de gásatingida numa explosão de gás
7,9Propano
7,65Pentano
7,05Metano
6,9Hidrogénio
6,6Etilbenzeno
8,0Etileno
7,8Etano
8,0Butano
P max [bar]Gás
47
Limites de inflamabilidadeLimites de inflamabilidade
Temperaturas baixas ⇒ baixas taxas de reacção
Existe uma gama restrita de condições que dão origem a taxas de reacção suficientemente elevadas para permitir combustão auto-sustentada.
Limites de inflamabilidade –corresponde às percentagens volumétricas de combustível na mistura gasosa entre as quais épossível ter uma combustão auto-sustentada.
48
Variação dos limites de Variação dos limites de inflamabilidadeinflamabilidade
Limite inferior de inflamabilidade (LII) diminuiLimite superior de inflamabilidade (LSI) aumenta
QUANDO:
Capacidade calorífica dos inertes diminuiConcentração de oxigénio aumentaTemperatura dos reagentes aumentaPressão aumenta acima de 1 bar
Obs: As variações são muito mais acentuadas no LSI do que no LII
49
Limites de inflamabilidadeLimites de inflamabilidadede alguns combustíveisde alguns combustíveis
Determinados à pressão atmosférica e temperatura ambiente num tubovertical de 50 mm de diâmetro co propagação de baixo para cima
194,3Etanol367,3Alcool metílico7,11,4Benzeno802,5Acetileno
10,32,4Propileno323,1Etileno9,52,2Propano12,53,0Etano155,3Metano
LSI (% Volumétrica)LII (% Volumétrica)Combustível
50
Limites de Limites de inflamabilidade em Ar e Oinflamabilidade em Ar e O22
LSILSILIILII
527,51,21,2Hexano498,41,81,8Butano6612,533Etano55102,22,2Propano611455Metano80362,92,7Etileno93802,52,5Acetileno947444Hidrogénio79281515Amoníaco94751612COO2ArO2Ar
53
Domínio de temperaturasDomínio de temperaturas de de inflamabilidadeinflamabilidade
-34/-40 a -12/-7Gasolinas (auto)
22 a 60Xileno
4 a 37Tolueno
-27 a 7Hexano
-12 a 14Benzina
40 a 58Ácido acético
-18 a 7Acetona
10 a 37Álcool Metílico
12 a 39Álcool Etílico
LI ∈ [ ] - (ºC)Combustíveis líquidos
54
Cálculo dos limites de inflamabilidade de Cálculo dos limites de inflamabilidade de misturas de gases e/ou vaporesmisturas de gases e/ou vapores
Lei de Le Chatelier
LI = 100 x 1 / [Σ (ni / LIi)]
ni - % volumétrica do combustível i
LIi – Limite de inflamabilidade do combustível i
55
Tipos de igniçãoTipos de ignição
ProvocadaOrigem num fornecimento localizado de energia à mistura explosiva
Descarga eléctrica (Faísca)ChamaSuperfície quente
EspontâneaOrigem no aquecimento progressivo da mistura explosiva causado pelas reacções químicas que ela vai sofrendo. Quando o calor libertado nas reacções químicas exotérmicas que ocorrem na mistura explosiva é superior ao calor libertado para o exterior.
56
Energia mínima de igniçãoEnergia mínima de ignição
Em Em
dextinção 1 Riqueza
Em aumenta quando: p d
d
57
Energia mínima de igniçãoEnergia mínima de igniçãovsvs
distância e diâmetro dos eléctrodosdistância e diâmetro dos eléctrodos
58
Atraso de ignição Atraso de ignição –– ττigig de de partículas sólidas combustíveispartículas sólidas combustíveis
τig aumenta quando:
Temperatura da mistura diminuiPressão da mistura diminuiA diluição da mistura diminui
59
EEm (ignição)m (ignição) em Ar e O2em Ar e O2
6288Hexano
9250Butano
0,217Acetileno
170Etileno
2250Etano
1,217Hidrogénio
O2Ar
Em [µJ]Em [µJ]
60
Largura da célula de detonaçãoLargura da célula de detonação
Corresponde à dimensão transversal das células geradas pela estrutura transversal da onda de detonaçãoλ ∈ [1; 30] cmQuanto menor a largura da célula de detonação mais favorável é a propagação da detonação.
9300028,0Metano210 a 3406,9Propano
535,4Propileno130 a 1705,4 a 6,2Etano
43 a 632,8Etileno4,71,5Hidrogénio530,98Acetileno
Eini [kJ]λ [cm]Gases
62
Diâmetro crítico de detonaçãoDiâmetro crítico de detonaçãoInfluência do diâmetro e natureza do confinamento
na velocidade de detonação
63
Prevenção de explosões de Prevenção de explosões de gases ou vaporesgases ou vapores
Reduzir a concentração para valores inferiores ao LII ou aumentá-la para valores superiores ao LSIReduzir a concentração por ventilação (ventiladores de extracção, entradas e saídas de ar afastadas)Manutenção da concentração acima do LSI (recipientes fechados).
Nota: Mesmo depois de esvaziado os reservatórios que tenham contido líquidos inflamáveis, pelos resíduos no fundo e paredes podem emitir vapores inflamáveis.
Introdução de um gás inerte num espaço confinado onde se encontra uma mistura combustível vai provocar uma diminuição da concentração de O2 da mistura (N2, CO2, vapor de água)
Na zona de descarga da mistura combustível deve haver cuidados especiais, pode ser inflamável, tóxica ou asfixiante
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Prevenção de explosões de Prevenção de explosões de gases ou vaporesgases ou vapores
Proibição de execução de trabalhos em que haja lugar a chama em espaço aberto
Soldadura, corte, fumar, aparelho de aquecimento com chama nua
Vigiar as superfícies aquecidas (canalizações, aparelhos de aquecimento) e isolar termicamente as superfícies quentesEvitar operações susceptíveis de originar faíscas por partículas metálicas arrancadas a uma material por choque ou fricção; bem como equipamentos como: mós, martelos, trituradoresEvitar instalações eléctricas não protegidas (protecções blindadas)
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Prevenção de explosões de Prevenção de explosões de gases ou vaporesgases ou vapores
Evitar acumulação de cargas electrostáticas, que ocorrem quando existe movimento relativo de dois corpos, sendo pelo menos um deles um isolante (eg. escoamento de líquidos isolantes, escoamento de gás com poeiras em suspensão, atrito de correias de transmissão, manipulação de materiais plásticos)
Ligação à TerraHumidificação da atmosferaAumento da condutividade de materiais isolantes
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Prevenção de explosões de Prevenção de explosões de poeiraspoeiras
Eliminar a presença de poeiras em quantidades perigosas
Limpeza de depósitos de poeiras antes de atingirem 1 mm de espessura e humidificação aquando da sua limpezaAcabamento superficial de aparelhos ou canalizações susceptíveis de favorecer a acumulação de poeiras e evitar vibraçõesAcabamento das superfícies e juntas (pavimentos e paredes lisas, bem niveladas e com juntas convenientemente tratadas)Estanquicidade dos aparelhos que emitem poeirasEvitar variações bruscas de direcção e diâmetro em condutas de transporte pneumático
Inertização da atmosferaIntroduzir poeiras inertes (eg. poeiras de rocha, cimento)
Suprimir as fontes de inflamação
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Medidas preventivas para reduzir ou eliminar os riscos de explosão de poeiras
Concepção e construção dos locais de modo a reduzir depósitos e nuvens de poeiras inflamáveis através de:
• Protecção contra vibrações• Supressão de ângulos mortos e recônditos• Supressão ou redução de fontes emissoras de poeiras. • Eliminação de depósitos de poeiras• Humidificação aquando da sua limpeza• Separação, sempre que possível, dos locais poeirentos dos outros
Prevenção dos riscos de Prevenção dos riscos de explosão de poeirasexplosão de poeiras
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Extracção e transporte pneumático de poeiras inflamáveis• Os ventiladores de extracção devem ser situados sempre que possível a
jusante dos órgãos de separação e dispor de entrada própria• A construção dos ventiladores de extracção deve impedir choques
acidentais entre partes fixas e móveis (produção de faíscas)• Condutas
– materiais das condutas materiais condutores para impedir a formação de electricidade estática
– evitar variações bruscas de direcção e diâmetro – evitar variações de velocidade do ar na conduta
- as velocidades desejáveis situam-se entre 15 m/s a 25 m/s, conforme os produtos
• Eliminação de objectos estranhos ou partículas que possam produzir faíscas (dispositivos de retenção magnética ou separação por gravidade)
• Limpeza periódica das condutas• Poeiras emitidas incandescentes ou muito quentes (máquinas de moer,
polidoras…) extinção ou arrefecimento precedido de detecção por infravermelhos
Prevenção dos riscos de Prevenção dos riscos de explosão de poeirasexplosão de poeiras
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Prevenção dos riscos de Prevenção dos riscos de explosão de poeirasexplosão de poeiras
Medidas de protecção para limitar os efeitos da explosão
Alçapões de descarga de explosões
Os efeitos das explosões de poeiras que não puderem ser prevenidas podem ser minimizadas por alçapões (ou discos de ruptura) ou limitados por extintores especiais.Permitem descarregar a sobrepressão produzida por uma explosão, de modo a baixar a pressão no interior do recipiente onde a explosão ocorreu.
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Medidas de protecção para limitar os Medidas de protecção para limitar os efeitos da explosãoefeitos da explosão de poeirasde poeiras
Alçapões de descarga de explosõesDescarregam intencionalmente uma bola de fogo na atmosfera contendo a energia total da explosão
• As consequências da libertação da bola de fogo pode ser catastrófica. A localização dos alçapões tem de ser criteriosamente considerada. Muitas vezes a descarga faz-se para uma conduta que dirige o gás da descarga para um local apropriado
Devem ser localizados o mais próximo possível dos locais em que se prevê possa iniciar-se a explosão
• No caso de não ser possível prever a localização das explosões éconveniente repartir-se a superfície dos alçapões pela totalidade do recinto, em particular se se trata de canalizações, sendo preferível construir as canalizações suficientemente resistentes para resistirem às explosões que aí possam ocorrer
– Canalizações resistentes a pressões da ordem de 10 bar– Em canalizações os alçapões são espaçados de cerca de 6 m e devem
impedir a entrada em regime de detonação
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Prevenção dos riscos de Prevenção dos riscos de explosão de poeirasexplosão de poeiras
Cálculo da área dos alçapões de descargaO dimensionamento dos alçapões é feito essencialmente em função da velocidade de crescimento da pressão, da pressão máxima atingida e da resistência do recinto a proteger
Os obturadores dos alçapões, são constituídos por membranas descartáveis ou discos de ruptura, ou ainda por dispositivos móveis, válvulas de segurança que se podem fechar depois da pressão
Modelos de cálculo baseados na resistência dos recipientes• Recipientes de baixa resistência (Swift-Epstein)• Recipientes de alta resistência (Bartknecht-Simpson)
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Confinamento fraco:
RED
SV
PACA ⋅
=
AV – Área do alçapão [m2]C – Constante característica do combustível [psig1/2 ou kPa1/2] – Obtido a partir de tabelaAS – Área interna do compartimento ou reservatório [m2]PRED – Sobrepressão limite [kPa]
0,35 psig < PRED < 12,5 psig (PRED<1,5 psig in NFTA)PRED – Pv > 0,35 psi, Pv – pressão de abertura do alçapãoL/d ≤ 3
Condição de aplicabilidade da eq.:
(Modelo de Swift-Epstein)
Cálculo da área dos alçapões Cálculo da área dos alçapões de descargade descarga
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Cálculo da área dos Cálculo da área dos alçapões de descargaalçapões de descarga
Confinamento forte:
A – Área do alçapão [m2]V – Volume do recipiente [m3]PRED – Sobrepressão máxima admissível [bar g]
kG, KST – gás/poeiras; parâmetro de lei cúbica [bar. m/s]
cRED
bST
3/2v PKaVA =
(Modelo de Bartknecht-Simpson)
a = 0,000571 exp (2 Pstat)b = 0,978 exp (-0,105 Pstat)c = -0,678 exp (0,226 Pstat)
Onde:0,1 < Pstat < 0,5 bar
Pstat + 0,1 < PRED < 2 bar1 < V < 1000 m3
50 < kST < 600 (para poeiras)L/d <5
Condição de aplicabilidade:
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Medidas preventivas para reduzir ou eliminar os riscos de explosão de poeiras
Transporte mecânico de poeiras inflamáveis• Neste tipo de transporte, que é utilizado frequentemente à
saída de trituradores, peneiros, silos, é aconselhável que entre os equipamentos referidos e os dispositivos de transporte seja introduzido um dispositivo de isolamento, para evitar a descarga electrostática do veículo de transporte.
Silos• Operações de carga e descarga podem originar formação de
nuvens de poeiras. Para o evitar a descarga deve ser efectuada através duma manga cilíndrica interior ao silo e fendida segundo uma ou mais geratrizes. Uma instalação de extinção automática é muitas vezes necessária.
Prevenção dos riscos de explosão de Prevenção dos riscos de explosão de poeiraspoeiras
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Medidas preventivas para reduzir ou eliminar os riscos de explosão de poeiras
Medidas de inertização da atmosfera• Além do já referido paras as gases inflamáveis, a
inertização pode neste caso ser obtida usando poeiras inertes (poeiras de rocha, cimento, cloreto ou bicarbonato de sódio,…) ou introduzindo um gás inerte (azoto, dióxido de carbono)
• As poeiras inertizantes devem ter uma granulometria e uma densidade próximas das poeiras explosivas
• A proporção de poeiras inertizantes na mistura da suspensão de poeiras deve ser da ordem dos 40% a 80%
Prevenção dos riscos de explosão de Prevenção dos riscos de explosão de poeiraspoeiras
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Medidas preventivas para reduzir ou eliminar os riscos de explosão de poeiras
Medidas destinadas a suprimir as fontes de inflamaçãoTodas as considerações feitas para as gases inflamáveis são aqui aplicáveis
Chamas nuas e superfícies aquecidas• As superfícies aquecidas não devem ultrapassar a temperatura de inflamação da
nuvem ou de preferência 2/3 desse valorFaíscas decorrentes de acções mecânicas ou produzidas por equipamento eléctrico
• A energia das faíscas necessária à inflamação de nuvens de poeiras é da ordem de 100 vezes maior do que a requerida para iniciar explosões de gás
• Para reter as faíscas devem ser usado dispositivos de captação– Captação (dispositivos magnéticos)– Retenção (filtros e peneiros)– Eliminação por gravidade
Faíscas produzidas por equipamento eléctrico• Deve ser impedida a utilização de equipamentos eléctricos que produzam faíscas
ou situações que conduzam à formação de arco eléctrico em locais com nuvens de poeiras explosivas
• Deve ser impedida a formação de depósitos de poeiras condutoras nas superfícies de equipamentos em tensão
Prevenção dos riscos de explosão de Prevenção dos riscos de explosão de poeiraspoeiras
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DL nº 139/2002DL nº 139/2002Regulamento de segurança dos estabelecimentos de Regulamento de segurança dos estabelecimentos de fabrico ou de armazenagem de produtos explosivosfabrico ou de armazenagem de produtos explosivos
Estabelece normas e procedimentos particulares de segurançaindustrial a que devem obedecer a implantação, a organização e ofuncionamento dos estabelecimentos de fabrico ou de armazenagem de produtos explosivos para utilização civil
Produtos explosivos: matérias e objectos da classe 1 que figuram no RPEProdutos explosivos e objectos da classe 1 – RPE
A) Matérias explosivas: matérias sólidas ou líquidas, ou misturas, susceptíveis, por reacção química , de libertar gases a umatemperatura, a uma pressão e a uma velocidade tais que podem causardanos nas imediaçõesB) Matérias pirotécnicas: …C) Objectos explosivos: objectos que contêm uma ou várias matériasexplosivas e ou matérias pirotécnicasD) Matérias e objectos não mencionados anteriormente com vista a produzir uma explosão
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Divisões de riscosDivisões de riscosDivisão de risco 1.1 - Risco de explosão em massa: matérias e objectos susceptíveis de produzir uma explosão em massa (uma explosão em massa é uma explosão que afecta de modo praticamente instantâneo a quase totalidade da carga)Divisão de risco 1.2 - Risco de projecções: matérias e objectos que apresentam risco de projecções, sem risco de explosão em massaDivisão de risco 1.3 - Risco de fogo em massa: matérias e objectos que apresentem risco de incêndio, podendo da sua combustão resultar uma forte radiação térmica, mas cujo risco de sopro ou de projecções seja ligeiro, ou ambos, sem que haja risco de explosão em massaDivisão de risco 1.4 - Risco de fogo moderado: matérias e objectos que apenas apresentam perigo mínimo no caso de ignição ou de iniciação. Os efeitos são essencialmente limitados ao próprio volume e normalmente não dão lugar à projecção de fragmentos apreciáveis ou susceptíveis de percorrer uma elevada distância. Um incêndio exterior não deve provocar a explosão praticamente instantânea da quase totalidade do conteúdo do volumeDivisão de risco 1.5 - Matérias muito pouco sensíveis, comportando um risco de explosão em massa, mas cuja sensibilidade à iniciação é tal que, em condições normais, será pouco provável a sua iniciação e a transição de deflagração a detonaçãoDivisão de risco 1.6 - Objectos muito pouco sensíveis, com características detonantes, mas não comportando risco de explosão em massa. Estes objectos são muito pouco sensíveis e têm uma probabilidade quase negligenciável de iniciação. 0 risco ligado aos objectos desta divisão 1.6 é limitado à explosão de um único objecto
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Distâncias de segurançaDistâncias de segurança
As distâncias de segurança devem ser tais que no mínimo, sejam capazes de impedir queimpedir que::
uma explosão verificada num edifício se possa transmitir a uma explosão verificada num edifício se possa transmitir a outros por simpatiaoutros por simpatia, ou que um incêndio ou uma explosão se possam propagarum incêndio ou uma explosão se possam propagar em consequência do calor radiante desenvolvido ou das projecções de material incandescente.
As distâncias de segurança devem ser superiores às distâncias desimpatia correspondentes aos produtos explosivos existentes nos edifícios e, simultaneamente, não ser inferiores a 10 m, para garantir protecção contra a acção do calor radiante, ou a 15 m para garantir protecção contra os efeitos das projecções de material incandescente, mesmo nos casos em que o cálculo permita concluir que se poderiam adoptar valores menores para distâncias de simpatia.
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Tipos de distância de segurançaTipos de distância de segurança
Consoante a natureza e a finalidade dos locais a proteger dos efeitos de um acidente num edifício contendo produtos que oferecem risco de fogo ou de explosão, assim se devem distinguir, por ordem crescente de exigências de segurança, os seguintes tipos de distâncias de segurança:
Distâncias entre edifícios de armazenagem;Distâncias entre edifícios de linhas de fabrico;Distâncias entre edifícios de armazenagem e edifícios de linhas de fabrico;Distâncias a vias de comunicação (caminhos, estradas, vias férreas, fluviais ou marítimas) destinadas ao serviço público;Distâncias a edifícios habitados (residências, escolas, hotéis, hospitais, igrejas, teatros, cinemas, estabelecimentos comerciais, locais de reunião, de desporto ou de recreio, etc.)
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Prevenção de incêndiosPrevenção de incêndios
Nos locais onde existam produtos explosivos ou substâncias inflamáveis e nas áreas de segurança assinaladas é proibido seré proibido ser--se se portador de telemóveis, fósforos, acendedores, ou outros objectoportador de telemóveis, fósforos, acendedores, ou outros objectos s que produzam chama ou faíscaque produzam chama ou faísca.Nestes locais é proibido depositar ou abandonar matérias que proibido depositar ou abandonar matérias que possam oferecer perigo de autopossam oferecer perigo de auto--inflamaçãoinflamação.Com a finalidade de evitar a acumulação de detritos ou de poeiras, todos os edifícios de fabrico ou armazenagem devem ser limpos edifícios de fabrico ou armazenagem devem ser limpos com frequência e cuidadosamentecom frequência e cuidadosamente, para o que devem estar apetrechados com o necessário material de limpeza.Os resíduosOs resíduos retirados dos pavimentos devem ser colocados devem ser colocados separadamente em recipientes apropriadosseparadamente em recipientes apropriados e destinados exclusivamente para este fim.Os locais ou compartimentoslocais ou compartimentos onde se trabalhe com produtos explosivos ou substâncias inflamáveis devem ser isolados entre si devem ser isolados entre si por portas cortapor portas corta--fogofogo, dotadas de dispositivos de fecho automático.
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Protecção individualProtecção individual
Um trabalhador nunca se deve encontrar sozinho no Um trabalhador nunca se deve encontrar sozinho no local de laboração com explosivoslocal de laboração com explosivos, a menos que exista um sistema de controlo/vigilância, que permita o aviso em caso de acidente.Os trabalhadores devem usar vestuário e calçado apropriados, limpos e livres de resíduos de substâncias explosivas sensíveis.Os trabalhadores não devem usar:
Peças de fibras sintéticasObjectos pessoais metálicosTelemóveis ou rádiosPeças com algibeiras susceptíveis de acumular poeiras explosivas, inflamáveis ou tóxicasCalçado que seja favorável à acumulação de cargas electrostáticas ou produtor de faíscas.
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Directivas Europeias Directivas Europeias sobre acidentes gravessobre acidentes graves
Directiva 2003/105/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de Dezembro de 2003
Altera a Directiva 96/82/CE do Conselho relativa ao controlo dos perigos associados a acidentes graves que envolvem substâncias perigosasacidentes graves que envolvem substâncias perigosas
A Directiva 96/82/CE(4) tem por objectivo a prevenção de acidentA Directiva 96/82/CE(4) tem por objectivo a prevenção de acidentes es graves que envolvem substâncias perigosas e a limitação das suasgraves que envolvem substâncias perigosas e a limitação das suasconsequências para o homem e o ambiente, tendo em vista consequências para o homem e o ambiente, tendo em vista assegurar, de maneira coerente e eficaz, níveis de protecção assegurar, de maneira coerente e eficaz, níveis de protecção elevados em toda a Comunidade elevados em toda a Comunidade DecretoDecreto--Lei nLei nºº 164/2001, de 23 164/2001, de 23 de Maiode Maio
A Directiva 2003/105/CE A Directiva 2003/105/CE iinclui alterações decorrentes:Do acidente com artigos pirotécnicos, ocorrido em Enschede, nos Países Baixos, em Maio de 2000, decorrente do armazenamento e fabrico de substâncias pirotécnicas e explosivas. A definição dessas substâncias na Directiva 96/82/CE é esclarecida e simplificada na Directiva 2003/105/CEDa explosão ocorrida numa fábrica de adubos em Toulouse, em Setembro de 2001, realçou o risco de acidentes decorrente do armazenamento de nitrato de amónio e de adubos à base de nitrato de amónio, em especial de resíduos do processo de fabrico ou de matérias devolvidas ao fabricante. As categorias existentes de nitrato de amónio e de adubos à base de nitrato de amónio referidas na Directiva 96/82/CE são revistas.
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Directivas EuropeiasDirectivas Europeias
Decreto-Lei nº 236/2003 de 30 de SetembroMinistério da Segurança Social e do TrabalhoTranspõe para a ordem jurídica nacional a Directiva nº 1999/92/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de Dezembro, relativa às prescrições mínimas prescrições mínimas destinadas a promover a melhoria da protecção da destinadas a promover a melhoria da protecção da segurança e da saúde dos trabalhadores susceptíveis de segurança e da saúde dos trabalhadores susceptíveis de serem expostos a riscos derivados de atmosferas serem expostos a riscos derivados de atmosferas explosivasexplosivas.Decreto-Lei n.º 112/96 de 05 de AgostoMinistério da EconomiaEstabelece as regras de segurança e de saúde relativas regras de segurança e de saúde relativas aos aparelhos e sistemas de protecção destinados a ser aos aparelhos e sistemas de protecção destinados a ser utilizados em atmosferas potencialmente explosivasutilizados em atmosferas potencialmente explosivas
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Directivas EuropeiasDirectivas Europeias
Directiva 94/9/CEA Directiva 94/9/CEaplica-se aos aparelhos e sistemas de protecçãoaparelhos e sistemas de protecção(equipamentos de mina e de superfície), eléctricos e não eléctricos e não eléctricos, utilizados em atmosferas potencialmente eléctricos, utilizados em atmosferas potencialmente explosivasexplosivas, bem como aos dispositivos utilizados fora de atmosferas potencialmente explosivas relacionados com os aparelhos nelas instalados.DIRECTIVA 1999/92/CE DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHOde 16 de Dezembro de 1999relativa às prescrições mínimas destinadas a promover a melhoria da protecção da segurança e da saúde dossegurança e da saúde dostrabalhadores susceptíveis de serem expostos a riscos trabalhadores susceptíveis de serem expostos a riscos derivados de atmosferas explosivasderivados de atmosferas explosivas
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ReferênciasReferências
1. Explosives Engineering (Paul Cooper), 1995.2. Combustion (Irvin Glassman), 19873. http://www.llnl.gov4. http://www.sandia.gov5. http://www.pml.tno.nl6. http://www.snpe.fr7. http://www.cea.fr8. http://www.hse.uk9. http://www.ineris.fr10.http://www.yimpact.com/11.http://www2.dem.uc.pt/ap3e
Associação Portuguesa de Estudos e Engenharia de Explosivos
Laboratórios