119_Metodologia para a elaboração de propostas de layout

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Metodologia para a elaborao de propostas de layout num setor produtivo e estudo de caso numa empresa de embalagens domsticasCludia Cristina Joaquim, Rodrigo Kenji Yanagawa, Prof. Mirna de Borba Universidade Federal de Santa Catarina UFSC Departamento de Engenharia de Produo e Sistemas Florianpolis SC [email protected], [email protected], [email protected] 1. Resumo

A empresa de embalagens, FAMM Indstrias Ltda, mais conhecida como Royal Pack, situada no municpio de guas Mornas no estado de Santa Catarina, teve um aumento de sua produo, fato causador de um cho de fbrica desordenado e com problemas de falta de espao. Buscando solucionar o problema a empresa ampliou seu setor produtivo com a construo de um novo galpo, na qual necessitava de um layout adequado, e ento, com o intuito de solucionar este problema, a empresa entrou em contato com a entidade estudantil PET da Engenharia de Produo da Universidade Federal de Santa Catarina que desenvolveu este projeto em trs partes distintas, as quais so detalhadas neste artigo: A primeira iniciou-se com uma ampla reviso bibliogrfica referente a conceitos bsicos sobre arranjo fsico; a segunda constituiu-se da criao de um procedimento para a elaborao de uma proposta de layout para o setor produtivo; e a terceira e ltima etapa baseia-se no estudo de caso na empresa, visando a aplicao da metodologia. 2. Palavras-chave

Metodologia, Elaborao de layout, Empresa de embalagens 3. Introduo

O planejamento de um arranjo fsico, layout como conhecido popularmente, recomendvel a qualquer empresa, grande ou pequena. Com um bom arranjo fsico obtm-se resultados surpreendentes na reduo de custos de operao bem como no aumento da produtividade e eficincia. Na implantao de uma nova empresa, esse planejamento imprescindvel. Naquelas j montadas, uma mudana no processo de produo ou fluxo do servio, introduo de novos produtos ou servios, a necessidade de reduo de custos, a expanso de uma seo, etc. necessitam de uma modificao no arranjo (TOLEDO JR, 1988). O capital investido em um bom estudo de layout sem dvida superior quele mal estudado, mas este ir continuamente afetar o custo de produo, encarecendo o produto. J o investimento em um bom estudo de layout, na maioria das vezes, rapidamente se paga, devido principalmente s vantagens adquiridas com a melhoria na eficincia da empresa. Em alguns casos o planejamento das instalaes pode parecer uma tarefa simples, apenas para encontrar a melhor disposio fsica de equipamentos, mquinas, instalaes e pessoas vinculada produo do produto ou servio. E seria fcil caso no fosse necessrio lidar com fatores como mquinas de difcil movimentao, parada temporria de funcionamento da fbrica e desperdcio desnecessrio de tempo. Alm

disso, vrios erros na utilizao do espao, rejeitos de estruturas que ainda poderiam ser utilizadas e altos custos de rearranjos so fatores que mostram claramente a importncia de um planejamento prvio do novo layout a ser adotado (MUTHER, 1978). Unindo as necessidades de aumento de produtividade e diminuio de gastos, a maioria das empresas buscam otimizar o arranjo fsico das suas instalaes, principalmente no setor produtivo. Entretanto, organizar o layout de uma fbrica que ainda no est implantada ou rearranjar uma planta j existente exige uma srie de atividades que se no forem realizadas na seqncia dificultam o desenvolvimento e a execuo do projeto, podendo causar atrasos, gastos e erros. A fim de complementar as bibliografias referentes a layout, sugere-se uma metodologia para a elaborao de propostas, esteja esse j implantado ou no, voltada ao setor produtivo. 4. O Programa de Educao Tutorial para produtivo

Cabe ressaltar que tal projeto de pesquisa e extenso foi viabilizado pela participao dos presentes autores e professora orientadora da entidade estudantil PET da Engenharia de Produo, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O Programa de Educao Tutorial (PET) desenvolvido em grupos organizados a partir de cursos de graduao das instituies de ensino superior do Pas, orientados pelo princpio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extenso. O grupo PET Engenharia de Produo foi criado no ano de 1991, tendo desde ento foco na formao integral de elevada qualificao dos seus membros contribuindo com a melhoria das comunidades acadmica, social e empresarial. Em agosto de 2003 tornou-se a primeira entidade estudantil do Brasil a possuir um Sistema de Gesto da Qualidade certificado pela norma NBR ISO 9001:2000, mantendo a certificao at os dias de hoje. Com isso, garante o controle das prticas e padres de gesto, a gesto do conhecimento e a busca da melhoria da satisfao de todos os seus clientes. O PET Eng. de Produo tenta garantir, apesar da grande rotatividade de seus membros, o repasse de conhecimento, a melhoria continua de seus processos e a qualidade dos processos internos e servios prestados atravs da padronizao de suas atividades com a criao de procedimentos para a realizao das mesmas. Do mesmo modo, uma das linhas de pesquisas do grupo o projeto de instalaes focado no layout para pequenas empresas da regio. Os autores deste trabalho, habituados com a facilidade de contar com um passo a passo para a realizao das tarefas, montaram uma metodologia para a elaborao de propostas de layout, a qual pudesse ser aplicada a qualquer empresa de menor porte baseado no estudo de caso em uma empresa de embalagens domsticas e nos conhecimentos j adquiridos na rea. 5. Referencial terico

Nesta seo so apresentados para melhor entendimento da metodologia os conceitos de Tecnologia de Grupo, Grfico de operaes, Grfico do fluxo do processo, os princpios bsicos de arranjo fsico, diferentes tipos de processos e a relao destes com tipos de layouts. Tecnologia de Grupo uma filosofia que define a soluo de problemas explorando semelhanas, para se obter vantagens econmicas e operacionais mediante tratamento de grupo. O agrupamento em famlias determinado por meio de metodologias, identificando processos ou produtos com caractersticas semelhantes.

A classificao em grupo ou famlias pode ser feita atravs da anlise de grfico de operao de cada produto. Esse grfico serve para facilitar a visualizao dos produtos componentes e/ou insumos que possuem os mesmos processos e se diferenciam por pequenos detalhes, podendo ento ser classificados em um mesmo grupo ou famlia. O grfico de operaes uma simples visualizao dos processamentos sofridos pelos produtos, na qual a entrada de matria-prima indicada por uma seta e cada operao por um crculo. J para mapear todo o processo produtivo, geralmente utiliza-se o grfico do fluxo do processo, onde so descritas todas as atividades que ocorrem na produo de cada produto final e ou componente dentro da fbrica, como: o tipo de transporte utilizado, para onde vai o produto, se h inspeo, o tempo de espera, por qual mquina ou bancada passa, entre outras. Nesse grfico so representados, atravs de smbolos, os diversos procedimentos de operao, inspeo, transporte, armazenamento e espera. O arranjo fsico de uma operao produtiva preocupa-se com a localizao fsica dos recursos de transformao. Colocado de forma simples, definir o arranjo fsico decidir onde colocar todas as instalaes, mquinas, equipamentos e pessoal da produo. A literatura pesquisada identifica na manufatura os seguintes cinco tipos bsicos de processo: Processos de projeto, processos de jobbing, processos em lotes ou bateladas, processos de produo em massa e processos contnuos. Suas caractersticas so definidas em funo da variedade e do volume de produo, como visto na Figura 1.

Figura 1. Tipos de processos

Existem diferentes maneiras de alocar os recursos produtivos de transformao, porm a grande parte determinada pelo tipo de produto, tipo de processo de produo e volume de produo. Os projetos de layout na prtica derivam de apenas quatro tipos bsicos de arranjo, que so: Arranjo fsico posicional: onde mquinas, equipamentos, materiais e pessoas se movimentam para o produto ao longo do processo, ex.: cirurgia de corao; Arranjo Fsico funcional: onde mquinas e processos que realizam operaes semelhantes so alocados no mesmo ambiente, ex.: uma biblioteca municipal;

Linear (por produto): onde a disposio de mquinas e equipamentos obedece ao fluxo do processo produtivo, ex.: montagem de automveis; Celular (grupo): caracteriza-se pelo agrupamento de todas as mquinas usadas na fabricao. Os tipos de arranjos fsicos so relacionados com os tipos de processos como mostra a Figura 2. Desta maneira, pode-se afirmar que o tipo de layout mais adequado para cada organizao vai depender da variedade e quantidade dos produtos produzidos, podendo, entretanto, uma planta industrial combinar mais de um tipo de layout.

Figura 2. Relao entre tipos de processo e tipos bsicos de arranjo fsico

O caminho a ser seguido pelo produto chamado de fluxo, existindo quatro formas bsicas, conforme mostram s prximas figuras. Todos os modelos obedecem ao princpio da linearidade, ou seja, sem retornos e refluxos, seguindo em uma direo s. Podem-se formar inmeras outras formas fazendo a combinao desses quatro tipos. O importante tentar praticar o princpio da mnima distncia, de forma a evitar fluxos grandes desnecessrios e caminhos sinuosos que se cruzam. Linhas retas: Aplicvel quando o processo simples ( o mais recomendvel).Figura 3. Fluxo em linha reta

Zig-Zag: Aplicvel quando o sistema produtivo maior que a rea fsica da fbrica.

Figura 4. Fluxo em zig-zag

Forma de U: Aplicvel quando se deseja que o produto final termine em local vizinho entrada.

Figura 5. Fluxo em U

Circular: Aplicvel quando se deseja retornar um produto a origem.

Figura 6. Fluxo circular

6.

Descrio da metodologia

Independente do porte ou tipo da fbrica, quando se trata de elaborao ou reestruturao de um layout existem passos bsicos que so seguidos sem estarem claramente definidos. Comumente, tais passos so tomados sem uma seqncia lgica, acarretando em problemas com o desenvolvimento de todo o projeto, como dimensionamentos incorretos, demora para a finalizao do mesmo e aumento de gastos. A metodologia sugerida neste trabalho uma tcnica simples, cujo intuito auxiliar de forma genrica o desenvolvimento de projetos de layout, desde a coleta de informaes at a avaliao do mesmo. A Figura 7 mostra uma seqncia de etapas e suas subdivises a serem executadas para elaborao de propostas. Em que consiste cada item mostrado posteriormente, sendo melhores descritos com modelos de fluxogramas e tabelas no decorrer do detalhamento do estudo de caso.

{{7. Aplicao da Metodologia

{

Figura 7. Etapas da metodologia para elaborao de propostas de layout num setor produtivo

A aplicao da metodologia foi feita numa pequena empresa da regio no ramo de embalagens domsticas. Localizada no interior do municpio de guas Mornas - SC, conta com uma vasta rea de 3.850 m, sofrendo processo de ampliao do seu ptio com a construo de um galpo cuja rea de 3 000 m, para comportar parte do setor produtivo atual e a incluso de novas mquinas, o qual ser denominado de Setor Produtivo II, toda a Expedio e uma pequena rea para Setores Auxiliares. A partir do contato estabelecido com a empresa definiu-se que seriam elaboradas propostas de layout para o Setor Produtivo II, ou seja, parte da rea produtiva total que

ser agrupada no novo galpo, estando este j em fase de acabamento da construo na poca do acordo. Iniciou-se a aplicao da metodologia conforme descrio nos prximos itens. 7.1. Etapa levantamento de informaes Pretende conhecer todo o sistema produtivo, englobando a organizao e seus produtos, tornando-se a etapa mais extensa, complexa e importante j que serve de base para as demais. Inclui uma anlise detalhada de vrios fatores sendo que o levantamento descuidado de informaes pode levar a erros na implementao da proposta de layout, reforando assim a relevncia desta fase. Para melhor ordenamento subdividiu-se a mesma em quatro passos: 7.1.1. Obteno de informaes sobre os produtos Primeiramente deve-se fazer um levantamento sobre todos os produtos, englobando no somente os produtos finais (vendidos pela empresa), mas tambm os componentes que so produzidos dentro da fbrica (no terceirizados) possuindo assim todo um processo. Aps a listagem vrias informaes devem ser coletadas, como mostra o exemplo apresentado na Tabela 1 com a listagem de alguns produtos do estudo de caso.Produto final/ ComponenteRolo de Alumnio Rolo de Alumnio Rolo de Alumnio Rolo de Alumnio Rolo de PVC Rolo de PVC Rolo Papel Manteiga Rolo de Alumnio Rolo de Alumnio Rolo de PVC Rolo de PVC Rolo de PVC Rolo de PVC Rolo de PVC

CdigoP_1_0_1 P_1_0_2 P_1_0_3 P_1_0_4 P_2_0_5 P_2_0_6 P_3_0_7 P_1_0_8 P_1_0_9 P_2_0_10 P_2_0_11 P_2_0_12 P_2_0_13 P_2_0_14

Demanda12.500 un/6h 7.150 um/6h 7.150 um/6h 12.500 un/6h 5000 un/6h 2500 un/6h 12.500 un/6h 500 un/6h 770 un/6h 3400 un/6h 1700 un/6h 500 un/6h 200 un/6h 100 un/6h

Observaes300mmx4m (embalados nas flow packs) 300mmx7,5m (embalados nas flow packs) 450mmx7,5m (embalados nas flow packs) 450mmx4m (embalados nas flow packs) 280 mm x 10 m (embalados nas flow packs) 280 mm x 20 m (embalados nas flow packs) 300 mm x 4 m (embalados nas flow packs) 300 mm x 100 m (embalados manualmente em cartuchos de Papelo) 450 mm x 65 m (embalados manualmente em cartuchos de Papelo) 280 mm x 15 m (embalados manualmente em cartuchos de Papelo) 280 mm x 30 m (embalados manualmente em cartuchos de Papelo) 280 mm x 100 m (embalados manualmente em cartuchos de Papelo) 280 mm x 300 m (embalados manualmente em cartuchos de Papelo) 280 mm x 600 m (embalados manualmente em cartuchos de Papelo)

ClassificaoGrupo 01 Grupo 01 Grupo 01 Grupo 01 Grupo 01 Grupo 01 Grupo 01 Grupo 02 Grupo 02 Grupo 02 Grupo 02 Grupo 02 Grupo 02 Grupo 02

Rolo Papel Manteiga

P_3_0_15

7150 un/6h

300 mm x 7,5 m (embalados manualmente em cartuchos de Papelo) Utilizado para todos os produtos do grupo 1 e 2.

Grupo 02

Tubete de papelo

P_4_1_16

8 tubetes de 2000 mm/min.

Grupo 09

Tabela 1. Tabela para levantamento de informaes sobre os produtos e classificao

Um fator importante quanto sazonalidade do mercado ou demanda do produto final ou componente em um determinado perodo de tempo, uma vez que um projeto de layout normalmente elaborado em funo dos produtos de maior produtividade. interessante que seja feita tambm uma Classificao em grupos ou famlias em funo da anlise do Grfico de operaes de cada produto, baseando-se nos conceitos de Tecnologia de grupo. A seguir, tem-se o Grfico de operao de um dos produtos que caracteriza todo o Grupo 01.

Figura 8. Grfico de operaes do Grupo 01 e Grupo 09

Recomenda-se ainda registrar os produtos e/ou componentes com um cdigo com letras e nmero para facilitar a identificao dos mesmos nos passos posteriores, como por exemplo, PX_Y_W_Z, podendo X ser uma sigla que para designar o nome do

produto, Y o nmero identificando se componente ou produto final, W o nmero correspondente famlia que o mesmo est inserido e Z nmeros ordinais em seqncia para auxiliar numa quantificao. Algumas observaes tambm devero ser feitas caso necessrio a fim de complementar a descrio do produto em questo, como tamanho, peso, composio, entre outros. 7.1.2. Mapear o processo produtivo Esse passo fundamental para um bom entendimento de todos os processos produtivos da fbrica. Com essas informaes verificam-se quais atividades so necessrias e quais so desperdcios e devem ser eliminadas com um bom projeto de layout. Ao partir disso, enquadra-se todo o processo produtivo de cada produto desde a matria-prima at o produto final, de forma a facilitar a identificao dos setores, materiais, postos de trabalho e movimentaes envolvidos na fabricao de cada um. Para o levantamento dessas informaes sugere-se uma tabela do Roteiro de Processo, adaptao do Grfico de fluxo de processos. A Tabela 2 mostra o roteiro processo produtivo do Grupo 01. Aconselha-se fazer o mapeamento em funo da classificao por grupos ou famlias, conforme definido na Tabela 1. Isso porque geralmente numa empresa produzse uma ampla variedade de produtos que possuem os mesmos processos, se diferenciando em apenas alguns pontos, os quais podem ser facilmente agrupados.DATA EMPRESA SETOR PROD. PRODUTO CARGO OBJETIVO DA ANLISE AVALIADOR(ES) ELEMENTOS Cludia C. J., Jonas M. A., Rodrigo K. Y., Prof. Mirna de Borba ARMAZENAGENS TRANSPORTES PROCESSAMENTO INSPEES DEMORASSIMBOLOGIA DESCRIO

20/07/07 Empresa X Setor prod. II, robobinadeiras rotomac e embaladoras flow pack Grupo 01

CARACTERSTICAS

O grupo 01 engloba rolos de alumnio, rolos de PVC e rolos de papel m acondicionados em embalagens plsticas, sendo o processo de embalag por uma mquina especializada, Flow pack.

Mapear o processo produtivo do Grupo 1. RESUMO QTADE DIST. TOTAL

TEMPO TOTAL

Quantidade

Distncia

Dimenses

Tempo

Manuseio

Capacidade

Manuteno

Papel, cola no Almoxarifado At Tubeteira manualmente Enrolar Embalar em fardos Estoque Intermedirio At a Mquina de rebobinamento por Carrinho1,5x0,8x 0,5 m

Puxador Estoque Intermedirio ao lado da Mquina de rebobinamento Colocar Tubetes na Mquina de rebobinamento manualmente Bobina de alumnio no Almoxarifado At Mquinas de rebobinamento (M_2_1) em Jacar de cho manualmente Estoque intermedirio ao lado da Mquina de rebobinamento Colocar Bobina na Mquina de rebobinamento por um gancho de teto

1 por vez

(1,7x1,3 x2,7)m

Fracionar (enrolar) Colocar em caixas auxiliares de papelo Inspecionar quanto a qualidade At Embaladeiras Flow Pack por Carrinho auxiliar Estoque Intermedirio junto a Embaladeira Transferir para Carrinho 2 andares Ajeitar Carrinho 2 andares junto Embaladeiras Flow Pack Embalar Inspecionar quanto a qualidade Colocar em caixas de papelo para expedio At Expedio em Pallets manualmente Expedio

Tabela 2. Tabela do Fluxo de Processo dos Grupo 01 e 09

7.1.3. Levantamento de informaes complementares Devem-se coletar quaisquer outras informaes que interfiram na elaborao de um projeto de layout, sobretudo em relao aos Postos de Trabalho, Materiais, Mo de obra, Transportes e Armazenamento. 7.1.3.1. Informaes sobre postos de trabalho Neste aspecto consideram-se algumas caractersticas relacionadas ao espao ocupado pelo posto de trabalho, isto , local onde ficam dispostos mquinas, ferramentas, bancadas e operadores executando atividades similares. de extrema importncia a elaborao de um esboo do posto para facilitar o entendimento do seu funcionamento. Para todos os postos do estudo de caso que seriam includos no Setor Produtivo II, fez-se um pequeno esboo. Em relao coleta de informaes, pode ser dividida em dois casos distintos:

Maquinrio Encontrado sob a forma de mquinas de produo, equipamentos do processo produtivo, ferramentas, acessrios especiais, equipamento de medio e equipamentos para manuteno. Uma tabela para levantamento de dados referente ao maquinrio sugerida a seguir, Tabela 3, contendo nome/tipo da mquina, dimenses mais relevantes, quantidade aproximada de determinado maquinrio, quanto que se produz em determinado perodo de tempo, rea de operao e manuteno, caractersticas essenciais quanto a suprimentos periculosidade, nmero de operadores necessrios, peso se relevante, acessrios necessrios mquina, entre outros. Alm disso, recomenda-se alocar cdigo, como por exemplo, MX_Y para cada mquina, representando X uma sigla do nome da mquina, e Y nmeros ordinais em seqncia para melhor quantificar as mquinas.Mquina CdigoPrensa de marmita redonda M_1_1

Dimenses

Qtde.

Capacidade produtivaEm torno de 200 marmitas redondas por turno

rea de operao e manuteno20% da rea da mquinas

Caractersticas-3 lados: entrada do rolo de alumnio, botes para operar a mquina e sada da marmita; Barulhenta (necessita de protetor); - dividido em 2 partes: suporte do rolo de alumnio e processo de transformao; -Eletrnica

Observaes-Auxiliares das bancadas e operrio da mquina fazem o carregamento do rolo de alumnio; Caixote para as sobras de alumnio (refugo) que caem no final do processo da Prensa (aproximadamente uma caixa a cada 3 h).

(4,05x2,45x3,05)m 2

Tabela 3. Tabela para informaes sobre maquinrio

Bancada Neste aspecto consideram-se algumas caractersticas relacionadas ao espao ocupado pela bancada. A Tabela 4 contm nome da bancada, dimenses mais relevantes, quantidade aproximada dela na fbrica, descrio da sua funo, caractersticas essenciais quanto a suprimentos (como energia, gua, gs, ar comprimido e vapor), periculosidade, nmero de operadores, acessrios e ferramentas, cdigo (B X_Y, por exemplo, para cada mquina, podendo X ser uma sigla para a bancada e Y nmeros ordinais em seqncia para melhor quantificao), entre outros.Bancada Cdigo Dimenses Qtde. Funo Caractersticas Observaes

Bancada acoplada prensa

B_1_1

(1,77x2,45) m

2

Bancada de embalar para prensas

B_1_2

(2,37x1,3)m 2

Auxilia a presa M_1_1 para a coleta de das marmitas e agrupamento das mesmas para serem encaixotadas. Embalar e inspecionar as marmitas.

Esta bancada sempre fica na parte de trs (parte de emisso das marmitas). Onde duas operadoras realizam a tarefa. Mesa de madeira, sem nenhuma caracterstica em especial.

A caixa de refugo se localiza abaixo desta bancada, onde as operadores recolhem esta caixa a cada 3h As caixas para embalar as marmitas se encontram encima desta mesa, assim como a balana.

Tabela 4. Tabela para informaes sobre bancadas

7.1.3.2. Informaes sobre materiais O fator material engloba tudo o que utilizado direta ou indiretamente nos processos relacionados ao produto, devendo-se observar vrios quesitos.

Tem-se a seguir a Tabela 5 para auxiliar no levantamento de dados quanto ao material, com itens quanto ao nome do material, cdigo (caso no possua na Tabela 1 criar um, por exemplo, AX_Y_Z para cada mquina, sendo que X seria uma sigla que lembrasse o nome do material, Y o nmero correspondente famlia que o mesmo est inserido e Z nmeros ordinais em seqncia para melhor quantific-los), tipo do material em questo (matria-prima (MP), produto em processo (PP), produto acabado/final (PA), materiais auxiliares (MA), materiais em refugo (MR) e materiais para embalagem (ME)), as dimenses do material ou do recipiente ao qual ele se encontra, peso do material se for um fator relevante, entre outros.Material Cdigo TipoMP

Dimenses1,13x0,64 m -

Peso

ObservaesEsta bobina tambm utilizada para as marmitas quadradas e 3D Esta bobina utilizada tambm para o grupo 2 Esta bobina fabricada na prpria fbrica. Este material utilizado em vrios processos, havendo pouca diferena entre as dimenses. Por isso foi adotado como grupo 0.

Bobina de A_1_9_1 alumnio para marmita redonda Bobinas de A_2_1_2 alumnio para as rebobinadeiras Bobina A_3_5_3 plstica para saco de lixo Caixa de A_4_0_4 papelo

MP

0,7X0,4 m

-

MP ME

0,6X0,5 -

-

Tabela 5. Tabela para informaes sobre materiais

7.1.3.3. Informaes sobre mo-de-obra Com certeza, um dos fatores mais relevantes dentro de uma instalao fabril o humano, pois tem necessidades fisiolgicas e emocionais direta e indiretamente ligadas ao arranjo fsico. Devem ser observadas de forma geral a situao atual do layout (caso j exista) e as condies de trabalho do operrio, como o grau de iluminao, a ventilao do ambiente, o nvel de rudos, a quantidade de operrios, a predominncia de sexo, a itens e condies de segurana, entre outros. Tais observaes podem ser feitas em cada seco interna da fbrica, ou departamento, setores, postos de trabalho. A seguir, uma tabela para levantamento de dados referente mo-de-obra:SecoRebobinamento automatico (Rotomacs)

IluminaoPouca iluminao

VentilaoBaixa ventilao

RudosMdio

Qtde.

Sexo

Segurana

ObservaesA M.P possui peso e dimenses elevados, por isso necessita de auxilio de guindastes.

5 Predomina o Necessita de protetores operadores sexo por turno feminino auriculares (80%)

Tabela 6. Tabela para informaes sobre mo de obra

7.1.3.4. Informaes sobre Transportes Neste item devem-se coletar as informaes referentes a todos os meios de transportes internos da fbrica, como o meio de transporte em questo, a quantidade, as dimenses, a sua funo (o que transporta), descrever origem e destino do percurso, capacidade do meio, a forma e que o material armazenado para ser transportado, entre outros. A Tabela 7 referente ao transporte.

TransporteGuindaste

CdigoT_1_1

Qtde3

Dimenses(1,7x1,3x2,7)m

Funo

Percurso

Capacidade1 bobina

ManuseioManual

ObservaesEste guindaste fica ao lado das mquinas, uma vez que as bobinas so trazidas at prximo as maquinas

Posicionar Do cho a a bobina de posio da alumnio ou bobina na plstico ou mquina pvc ou papel manteiga na mquina para ser processada

Tabela 7. Tabela para informaes sobre transporte

7.1.3.5. Informaes sobre Armazenamento Considera-se para a elaborao do layout o espao para armazenamento de todos os materiais, inclusive aqueles em processo, ou seja, esperas intermedirias existentes antes de uma dada operao. Entretanto, quando se trata de setores especficos como Almoxarifado ou Expedio, o levantamento de informaes diferenciado, pois abrange tcnicas de armazenamento e de rodzio. Logo no ser contemplado aqui. Tem-se a seguir uma tabela para levantamento de dados referente ao armazenamento de materiais (matria-prima, produto em processo, produto acabado, insumos em geral), sendo que para cada armazenamento pede um cdigo j definido no fator material, o local junto ao qual o material se encontra em estoque, a forma de armazenagem, a quantidade necessria do material que estocado, o tempo aproximado de espera, entre outros.Armazenamento Cdigo LocalizaoEntre as Rotomacs e as Flow Packs

Mtodos de armazenagemEmpilhadas umas sobre as outras.

Quantidade200 caixas

Tempo de esperaDepende da demanda do produto.

ObservaesEstas caixas servem para os rolos de PVC, Alumnio e Papel manteiga.

Caixas de papelo A_4_0_4

Tabela 8. Tabela para informaes sobre armazenamento

7.1.4. Coleta de informaes sobre a nova instalao Na possibilidade de um novo local muito importante conhec-lo, visto que o novo layout elaborado em funo de suas caractersticas e restries. Quando a nova instalao ainda no definida devem ser feitas vrias consideraes sobre como dever ser o local. Recomenda-se desenhar um esboo inicial do local, incluindo quaisquer elementos que j estejam presentes, a fim de adequar o projeto de layout instalao de forma prtica e econmica e possibilitar depois uma comparao aps o trmino.

Fig.03. Local da nova instalao indicado conforme a legenda

De posse de uma informao visual, parte-se para a coleta de informaes sobre a instalao para a qual est sendo desenvolvido o projeto de layout, que neste caso era um novo galpo junto construo atual quase concludo.Local da instalao Dimenses do local Caractersticas O novo local trata-se de um galpo, cuja rea de aproximadamente 1.500 m, construdo num terreno ao lado da instalao em que funcionava a fbrica. Dentro deste novo galpo, j se tem delimitado onde ser o Setor Produtivo II, conforme mostra a Fig. 10. 30,00 x 40,00 m Dentro do galpo, a parte prxima na frente do local contar com uma estreita faixa designada a setores auxiliares e reas administrativas, a qual se estender sobre parte do galpo antigo; sendo que a restante dedicada somente ao setor produtivo e Expedio, conforme pode ser visto na Fig. 10. Quase todas as mquinas a serem locadas no Setor Produtivo II necessitam de instalaes de ar comprimido, gua, energia eltrica. Da mesma forma, o ambiente deve oferecer iluminao, ventilao e nvel de trabalho adequado aos operadores. O novo setor de produo acomodar os departamentos das Prensas, Rebobinamento automtico, Embalagem de rolos de alumnio e Picotadeiras. As prensas, por sua vez, so muito barulhentas e devem ficar o mais longe possvel dos Setores Auxiliares.

Necessidades Restries

Tabela 9. Tabela contendo informaes sobre a nova instalao

7.2. Etapa seleo do tipo de processo Nesta etapa cabe a deciso do tipo de processo, em funo do volume-variedade de produo dos produtos. No entanto, freqentemente, h alguma superposio entre tipos de processo que podem ser utilizados para determinada posio do binmio volume-variedade. Em geral, quanto mais importante for o objetivo custo para a operao, mais provvel que seja adotado um tipo de processo prximo ao extremo alto volume / baixa variedade do espectro de tipos de processo. De acordo com a Figura 1, que mostra o tipo de processo em funo da variedade de produtos e do volume de produo, pode-se afirmar que o tipo de processo envolvido na empresa de embalagens domsticas em estudo em lotes (ou bateladas). 7.3. Etapa Seleo do tipo de arranjo Depois de selecionado o tipo de processo, o tipo bsico de arranjo fsico deve ser definido, em funo do tipo de produto, tipo de processo de produo e volume de produo.

No estudo de caso, a considervel variedade de produtos com volumes mdios de produo sugere que as mquinas sejam agrupadas, at porque so bens de alto valor, grande porte e algumas com caractersticas indesejveis, como barulhentas. Sendo assim o layout escolhido o Funcional (por processo). Tal escolha confirmada pela Figura 2, a qual relaciona os tipos de processos aos tipos bsicos de arranjos fsicos, tendo-se o arranjo funcional como uma das opes. 7.4. Etapa dimensionamentos Para qualquer tipo de dimensionamento indicado consultar as Normas Regulamentadoras, principalmente as que dizem respeito s Mquinas e Equipamentos (NR-12), uma vez que essencial para a garantia de segurana e realizao das tarefas. O dimensionamento pode ser divido em trs partes: 7.4.1. Dimensionamento dos postos de trabalho Nessa etapa ser dimensionada a rea de ocupao de todos os postos de trabalho, o que inclui as bancadas e as mquinas, de modo que haja espao suficiente para operlas com segurana e eficincia. Os dados coletados nas tabelas da Etapa 7.1.3 Levantamento de informaes sero utilizados para dimensionar, de acordo com Fulano (1997), as reas para equipamento, processo, operador na operao, manuteno, acesso dos meios de transporte e movimentao, matrias-primas no processadas, peas processadas, refugos, cavacos e resduos, ferramentas, dispositivos, instrumentos, servios de fbrica, etc. Todos os postos de trabalho referentes ao Setor Produtivo II foram dimensionados individualmente num primeiro momento, levando em consideraes as mquinas, bancadas e demais acessrios, visando obter as dimenses mnimas, dentro das quais o posto operado com eficincia e segurana. Ao fazer o dimensionamento de um posto isolado considera-se a pior situao possvel como, por exemplo, o posto ser encostado em paredes, para que quando o mesmo for analisado numa outra situao a rea mnima apresente um fator de segurana. Inicialmente representou-se no programa de desenho grfico AutoCad as mquinas e bancadas do posto em anlise, de acordo com as medidas coletadas em campo, conforme Etapa 7.1.3. Em seguida, definiu-se dimenses mnimas necessrias para o funcionamento de cada posto. Segue abaixo uma representao.

Figura 4. Dimensionamento do posto de trabalho referente produo de marmitas redondas

7.4.2. Dimensionamento dos corredores internos e principais Os corredores principais so os utilizados para movimentao entre departamentos e para a entrada e sada da fbrica enquanto que os secundrios atendem a movimentao interna aos centros de produo e departamentos. Os corredores devem ser localizados de forma a permitir o acesso a todos os centros de produo, garantindo segurana e facilidade de acesso. Devem permitir a movimentao de operrios, materiais, equipamentos de transporte e suas manobras, movimentao das provises e remoo de sobras e sujeira, remoo de equipamentos para manuteno e servios e acesso para segurana e para proteo contra incndios. Na empresa de embalagem, o dimensionamento foram bem generosos em virtude do grande fluxo de materiais e das dimenses relevantes dos meios de transportes utilizados. A seguir, a Figura 5 exemplifica o tal dimensionamento em parte do setor de prensas.

Figura 5. Esboo do dimensionamento de corredores no setor de prensas

7.4.3. Dimensionamento dos setores Nesse passo devem-se dimensionar os setores principais e auxiliares da empresa, como almoxarifado, expedio, administrativo, manuteno, produo, estoque, reciclagem, entres outros que foram determinados com a coleta das informaes nas etapas anteriores e pela alta direo da empresa. Para o dimensionamento dos setores, utilizam-se os dimensionamentos individuais dos elementos que compe o setor em estudo. Deve-se levar em considerao o tipo de arranjo fsico que foi determinado na Etapa 7.3, para elaborar quais so os elementos (mquinas, mo-de-obra, materiais, etc.) que faro parte do mesmo e aloc-los de forma racional e lgica. Com isso pode-se ter uma noo de rea mnima que ser necessria para cada setor, levando em considerao futuras aquisies ou expanso, de modo a deix-los flexveis a mudanas. Entretanto, no estudo de caso em questo tal dimensionamento no era aplicvel, uma vez que todos os setores j tinham sido projetados pela empresa anteriormente em funo de anlises feitas sobre os histricos de estoque e previses de demandas futuras.

7.5. Etapa seleo do tipo de fluxo O fluxo de mquinas, materiais, funcionrios, produtos, entre outros, ocorre em todo o complexo fabril, e pode ser subdividido em quatro nveis, sendo os dois primeiros caracterizados como externos, e os dois seguintes como internos ao processo produtivo. Seguindo cada nvel, fica mais fcil de visualizar e garante-se que todo o fluxo da fbrica ser analisado. Os quatro nveis so: A nvel geral de edifcios estuda-se o fluxo geral da fbrica, obtendo-se como resposta a localizao dos edifcios; A nvel geral de departamento estuda-se o fluxo de materiais, equipamentos, produtos, funcionrios, meios de transportes, e qualquer outro componente que se desloque pela fbrica e obtm-se como resposta a localizao deles; A nvel de seo de trabalho estuda-se o fluxo da seo, com o auxlio da Tabela 2 referente ao Roteiro de Processo, e tem-se como reposta a localizao das diversas estaes de trabalho; A nvel de estao de trabalho estuda-se o fluxo da estao e tem-se como resposta a localizao dos diversos componentes da estao de trabalho. Cabe ressaltar que nem sempre a seleo do tipo de fluxo em relao ao layout atende simultaneamente aos quatro nveis. Foi o que aconteceu no estudo de caso no qual no se definiu o fluxo externo ao processo produtivo, pois a instalao j estava pronta com os locais de entrada e sada de material definidos, ou seja, Almoxarifado e Expedio, bem como dos Setores Produtivos I e II. O caminho a ser seguido entre os prdios era uma variao de fluxo bsico em forma de U, conforme representado pela Figura 6.

Figura 6. Fluxo no setor produtivo II

Quanto ao fluxo interno ao processo produtivo, analisou-se o fluxo de materiais, equipamentos, produtos, funcionrios, meios de transportes e outros entre os departamentos do Setor Produtivo II, entre cada posto de trabalho e dentro de cada um destes. De acordo com a metodologia, sabendo-se os locais onde sero estudados os fluxos pode-se determinar como ser projetado a direo e o sentido entre eles, visando alcanar fluxos os mais lineares possveis e obter um movimento progressivo durante todo o processo. No estudo em questo, o intuito era evitar retornos e cruzamentos, proporcionar um fluxo fcil e coerente com as necessidades do cliente, como por exemplo, a alocao das prensas longe da parte administrativa por serem barulhenta ou a disposio dos

postos de trabalho no Setor das Picotadeiras que visam o melhor escoamento de produtos acabados. 7.6. Etapa elaborao de propostas de arranjo fsico Feitos os dimensionamentos, o passo posterior colocar no papel as idias quanto ao novo layout. Com a anlise dos elementos coletados, do arranjo atual (caso j seja uma fbrica instalada) e tambm dos resultados nas demais etapas, torna-se simples a elaborao de um bom projeto, propondo melhorias s patologias, preocupando-se com bem estar dos operrios e atendendo s necessidades do cliente. Cabe lembrar que a opinio dos responsveis diretos pela operao de cada departamento e ou representantes das empresas de extrema importncia na definio de detalhes essenciais das propostas, principalmente se o projeto envolver novas construes, grandes investimentos de capital. Deixar de fora estas pessoas envolvidas no processo um erro que poder levar a um arranjo pouco operacional ou a uma instalao que no funcionar eficientemente (MUTHER, 1978). 7.6.1. Ferramentas e materiais necessrios Metodologia: procedimento sugerido neste trabalho a ser seguido como base para a implementao; Equipamento de medio: para coletar as informaes necessrias quanto s dimenses e reas; Material para anotao: para anotar os dados coletados em campo; Escalmetro: para auxiliar na elaborao das propostas; Papel: para desenhar ou imprimir as propostas; Mquina fotogrfica: para registrar as idias quanto s propostas; Software CAD: para auxiliar na produo dos desenhos das propostas. 7.6.2. Mtodo Conforme sugere a metodologia, todas as etapas devem estar cumpridas at o momento para que possa ser iniciada a fase de criao das propostas. Para garantir a flexibilidade do layout, verifica-se junto empresa a possibilidade de futuras aquisies nos setores em questo, de modo a prever necessidades posteriores de espao. A princpio, devem-se escolher as maneiras em que sero montadas e entregues as propostas de layout, isto , se ser desenhado a mo em algum tipo de papel especfico ou com o auxlio do computador usando um software CAD. Aps isso, todos os itens analisados devem ser representados de acordo com a forma escolhida em escala apropriada. A planta do setor produtivo desenhada de acordo com as suas dimenses reais ou estipuladas, neste caso se a instalao no estiver ainda construda. Separadamente desenham-se as mquinas, bancadas, meios de transporte, operrios, ferramentas auxiliares, materiais em geral que faro parte do setor produtivo, em escala que permita pelo menos a leitura de informaes escritas nos itens. Com isso, a elaborao propriamente dita das propostas feita com o manuseio de todas as representaes dos itens que compe o setor produtivo em questo. interessante a montagem de algumas propostas juntamente com os representantes da empresa de modo a tornar a parceria mais participativa, pois isto gera novas idias, ressalta restries importantes e cria inmeras oportunidades de melhorias, obtendo assim uma proposta mais adequada s necessidades dos clientes.

Por fim, devem ser entregues no mnimo duas propostas definitivas para a empresa, demonstrando as vantagens e desvantagens de cada uma, a fim de dar a empresa, a oportunidade de escolha de acordo com a que mais lhe agrada. 7.6.3. Aplicao do mtodo Primeiramente, decidiu-se fazer todos os desenhos com o auxlio do computador, utilizando um software CAD, sendo escolhido o AutoCad. Alm disso, foram preparadas as ferramentas e materiais auxiliares. Representou-se a instalao para a qual seria feita a proposta em escala coerente com o seu tamanho. Isoladamente, desenharam-se todos os postos de trabalho, meios de transporte e estoques intermedirios j dimensionados em escala apropriada. De forma semelhante, desenharam-se as futuras aquisies com dimenses estimadas, a fim de incluir espaos para o crescimento da fbrica. O prximo passo foi o recorte dos desenhos, de modo a ter a representao de toda empresa em miniatura. Sendo assim, os postos de trabalho, meios de transporte e outros eram manuseados como peas de um quebra-cabea sobre o cho da fbrica, em forma de tabuleiro. Em poucos minutos uma proposta era elaborada, sendo logo em seguida registrada por uma mquina fotogrfica para assim partir-se para a prxima, uma vez que a fotografia permite posteriormente anlises mais detalhadas quanto qualidade da proposta. Com a imensa flexibilidade e rapidez que a montagem das propostas oferece, foram montadas em torno de trinta propostas, sendo cinco criadas numa reunio com a direo da empresa. Este fato foi decisivo para o convencimento dos representantes da empresa quanto s limitaes fsicas do espao, auxiliando para boa aceitao das propostas, uma vez que eles tambm colaboraram. 7.6.4. Resultados A proposta escolhida, representada pela Figura 7, apresenta vrias caractersticas salientes, como so citadas: De acordo com a demanda dos rolos de alumnio, uma Embaladora flow pack atende a duas Rebobinadeiras simultaneamente; Para a produo de rolos de PVC e de papel manteiga ou tambm rolos de Alumnios, tem-se mais duas Rebobinadeiras, cada uma ligada a uma Embaladora flow pack; O espao estimado para o embalamento dos rolos em cartuchos de papelo um posto intermitente, ou seja, no permanente; Quanto disposio dos setores, tentou-se colocar as prensas maiores, conseqentemente mais barulhentas, o mais longe possvel dos setores auxiliares para no influenciar no ambiente de trabalho; Tem-se a previso de compra de mais uma Rebobinadeira para o local e de uma Prensa de marmita redonda; Os corredores so dimensionados para manobras dos meios de transporte carregados com pallets como jacars ou guindastes de teto. Embora a tendncia seja minimizar estoques, a empresa em questo solicitou a disponibilizao de vrios espaos para estoque intermedirio de matria-prima, material para embalagem, produto acabado, pois trabalha ainda com um grande volume de estoques.

Figura 7. Proposta de layout escolhida

Apesar da proposta para o Setor produtivo II no ter sido elaborada para a mesma instalao do setor produtivo antigo, comparar os arranjos possvel. Na proposta conta-se com um layout mais espaoso em virtude da retirada de estoque de produtos acabados e materiais de embalagens que se localizava dentro do setor antigo. Estes materiais, por ocuparem a parte central do galpo dificultavam o acesso e o deslocamento no setor, alm de causar problemas quanto iluminao e ventilao. Em relao ao abastecimento de matria-prima, antes o mesmo s podia ser feito por uma nica entrada o que aumentava a distncia percorrida. Com o novo layout, o procedimento pode ser feito por duas aberturas, nas quais as partes das mquinas a serem abastecidas ficam bem prximas, diminuindo o deslocamento e a fadiga do operador, haja vista que geralmente so materiais pesados que devam ser transportados com a ajuda de meios auxiliares. Semelhante ao abastecimento de matria-prima, a sada de produtos acabados melhorou, pois se evitou o cruzamento com o fluxo de outros materiais facilitando o escoamento com a posio dos postos.

Figura 8. Simulao do layout dividido em setores antes da ampliao

7.7. Etapa implantao e avaliao Aps aprovado, coloca-se em prtica o novo layout, em data ou perodo prdefinido, sendo que geralmente a implantao da proposta realizada pela prpria organizao. Contudo, faz-se necessria a avaliao da eficcia do novo arranjo depois de implantado, com o intuito de verificar se os objetivos iniciais foram atendidos. Mais do que examinar os resultados, esta etapa visa melhoria contnua da proposta aps ser aplicada ao cho de fbrica, propondo inovaes que aumentem a satisfao dos usurios e, conseqentemente, a qualidade dos processos e produtos da organizao. A implantao da proposta na empresa ainda no foi concluda, mas assim que o projeto for finalizado, ser agendada uma reunio com todos os responsveis pela operao de cada departamento e representantes das empresas para uma anlise quanto implementao da proposta e quais as possveis melhorias no cho de fbrica. 8. Concluses A elaborao da metodologia para elaborao de propostas de layout voltada a setores produtivos foi realizada de acordo com os princpios e conceitos sobre o tema, para que sirva de base para empresas que desejem modificar seu arranjo fsico do setor produtivo, ou que necessitem otimizar a ocupao do ambiente de trabalho. A tcnica proposta consiste em uma seqncia sucinta e lgica dos passos a serem seguidos, os quais varrem o processo desde o momento aps a deteco da necessidade de mudana at a implantao e avaliao para melhoria contnua do novo layout. Procura levar em conta todos os fatores envolvidos nos processos determinantes para o arranjo fsico, de forma a resultar num projeto de layout fundamentado em estudos e que viabilize conforto e praticidade aos que utilizam o ambiente. Como benefcios, ela trazer flexibilidade e rapidez na elaborao das propostas e incentiva a participao do

cliente externo no projeto, contudo necessita de bastante empenho, principalmente durante a etapa de coleta de informaes, exigindo visitas constantes ao cho de fbrica. Ao aplicar a metodologia numa pequena empresa do ramo de embalagens domsticas, pode-se observar como ela se comportava e quais as conseqncias diretas e indiretas. Isso era possvel em funo do porte da empresa no qual todo o sistema de produo era percorrido facilitando o entendimento. A proposta, apesar de ter sido um timo resultado segundo a empresa, s no pode ser mais precisa em funo de que muitas informaes foram estimadas pelos representantes, pois no possuam tais dados quantificados. fato que a metodologia aqui sugerida ir complementar a bibliografia existente sobre elaborao de propostas de layout, mas a fica a sugesto que seja ampliada em empresas com outras atividades. Referncias ALBERTIN, Marcos; GOMES, Leonardo; ROMEU, Natanael Sanches. Aplicao de uma metodologia de otimizao de layout para organizao industrial de uma empresa metalrgica em expanso. XXV Encontro Nacional de Engenharia de produo Porto Alegre, RS, Brasil, 29 out a 01 de nov de 2005. BORBA, Mirna de. Apostila de Arranjo Fsico para os cursos de Engenharia de Produo. Universidade Federal de Santa Catarina : 1999 BLACK, J. T.; KANNENBERG, Gustavo. O projeto de fabrica com futuro. Porto Alegre : Artes Mdicas, 1998. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia de trabalho cientifico: procedimentos bsicos, pesquisa bibliogrfica, projeto e relatrio, publicaes e trabalhos cientficos. 6. ed. So Paulo : Atlas, 2001. Normas regulamentadoras 12: Mquinas e equipamentos. OLIVERIO, Jos Luiz. Projeto de Fbrica: produtos processos e instalaes industriais. So Paulo, 1985. PUGLIESI, Mrcio; WAC, Walter. Lay-out industrial. So Paulo: cone, 1989. PEMBERTON, A.W. Arranjo fsico industrial e movimentao de materiais. traduo de Maria Elisabete de Almeida Lima, reviso tcnica de Alosio da Silva Lima; prlogo de Richard March. Rio de Janeiro, Intercincia, 1977. TOLEDO JR, Itys-Fides Bueno de. Lay-out Arranjo Fsico. 5. ed. Mogi das Cruzes SP, 1988. VALE, Cyro Ever do. Implantao de indstrias. Rio de Janeiro, Livros Tcnicos e Cientficos, 1975. VILLAR, Antnio de Mello; PORTO, Elisngela Silva. Anlise do arranjo fsico geral como base para racionalizao da produo um estudo de caso. XXVII Encontro Nacional de Engenharia de produo - Foz do Iguau, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007.