12 Artigo Marly Célia Utime - Revista

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    RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR (*)

    Marly Célia Utime(**)

    1 INTRODUÇÃO

     Além da proteção previdenciária ao trabalhador acidentado(cuja reparação é tarifada e independe de culpa ou dolo do

    empreador)! conforme dita a Con"tituição #ederal! na "eundaparte do artio $%! &&'! há a re"pon"abilidade civil doempreador! uando e"te air com dolo ou culpa para o acidente

     Ato il+cito é o praticado com infração ao dever leal de nãole"ar a outrem ,al dever é impo"to a todo" no artio -./ doC0dio Civil1 2Auele ue! por ação ou omi""ão voluntária!

    neli3ncia ou imprud3ncia! violar direito e cau"ar dano a outrem!ainda ue e4clu"ivamente moral! comete ato il+cito5 ,ambém ocomete auele ue pratica abu"o de direito (artio -.$) 6mcon"e73ncia! o autor do dano fica obriado a repará8lo Ato il+citoé! portanto! fonte de obriação1 a de indeni9ar ou re""arcir opreju+9o cau"ado : praticado com infração a um dever de conduta!por meio de aç;e" ou omi"";e" culpo"a" ou dolo"a" do aente! da"uai" re"ulta dano para outrem

    < princ+pio da re"pon"abilidade civil tem oriem no devermoral de não "e fa9er mal inju"tamente a outrem1 é a rera doneminem laedere  (=mao da re"pon"abilidade)! de nature9a"ancionat0ria! vi"ando > plenitude da ordem jur+dica

    (*) Texto concluído em maio de 2004, antes da Emenda Constitucional 45.(**)

      Advogada. Especialia!"o em #i$eito do T$a%al&o pelas 'aculdadesnteg$adas Cu$iti%a

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    cau"alidade é "imple" problema objetivo Ba"ta a comprovação dacau"alidade e da le"ão para a reparação do dano elo aente A

     v+tima não tem o Inu" de provar culpa! e a" e4cludente" dare"pon"abilidade devem "er demon"trada" pelo ofen"or

    inve"tiação da culpa em cada ca"oconcreto e objetivando a noção de culpa Além di""o! a teoria"ubjetiva dificulta a prova a caro do ofendido! fru"trando areparação do dano

     A @evolução ndu"trial acarretou aumento e4traordináriode acidente" materiai" e corporai"! e"pecialmente liado" > atividadefabril e novo" meio" de tran"porte" Con"e7entemente! houverepercu""ão na re"pon"abilidade civil

    Dini9 (HJJK! p -L-)! comentando o problema do Inu" daprova da v+tima! e4plica ue1

     A dificuldade do" ofendido" emevidenciar a culpa do ofen"or em acidente" decau"a" mltipla"! a in"piração de uma novaideoloia "ocial preocupada com a condição da"cla""e" mai" bai4a" contribu+ram para ue "ee"tabelece""e critério de re"pon"abilidade ueabranda""e a "ituação da v+tima! di"pen"ando8"eo elemento an+mico na "ujeição do ofen"or >reparação do dano

     A v+tima deparava8"e com Inu"

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    e4tremamente pe"ado! ue acabava porcomprometer a eficácia do direito < "i"tema

    jur+dico! para "olução de""e tran"torno! laça mãode técnica" de alaramento do conceito de culpaue acabavam por de"fiurá8lo! abrindo e"paçopara a teoria do ri"co

    2 RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO EMPREGADOR:CULPA CONTRATUAL OU EXTRACONTRATUAL? ÔNUS

    DA PROVA Uma pe""oa pode cau"ar preju+9o a outrem por de"cumprir

    uma obriação contratual (dever contratual) < inadimplementocontratual acarreta a re"pon"abilidade de indeni9ar a" perda" edano"! no" termo" do artio K.N do CC Ouando are"pon"abilidade não deriva de contrato! ma" de infração ao deverde conduta (dever leal) impo"to enericamente no artio NH$ do

    CC! di98"e ue ela é e4tracontratual ou auiliana

    6mbora a con"e73ncia da infração ao dever leal e aodever contratual "eja a me"ma (obriação de re""arcir o preju+9ocau"ado)! o CC di"tinuiu a" dua" e"pécie" de re"pon"abilidade!acolhendo a teoria duali"ta! di"ciplinando a e4tracontratual no"artio" -./ e -.$! "ob o t+tulo 2Do" ato" il+cito"5! complementando

    a reulamentação no" artio" NH$ et "e e a contratual! comocon"e73ncia da ine4ecução da" obriaç;e"! no" artio" K.N! KNL et"e e omitindo ualuer refer3ncia diferenciadora Po entanto!aluma" diferença" podem "er apontada"! em e"pecial uanto aoInu" da prova

    Pa re"pon"abilidade contratual! e4i"te v+nculo jur+dicoprévio entre a" parte"! e a obriação de indeni9ar na"ce com a

    ine4ecução da obriação! de modo ue o inadimplemento "e

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    pre"ume culpo"o! ba"tando ao credor le"ado demon"trar ue apre"tação foi de"cumprida Pa re"pon"abilidade e4tracontratual ou

    auiliana! o v+nculo jur+dico entre aente cau"ador do dano ele"ado na"ce com o ato il+cito! na inob"erv=ncia do dever enéricode não le"ar a outrem (neminem laedere)! e ao le"ado incumbe o Inu"de provar culpa ou dolo do cau"ador do dano A""im! ob"erva8"eue tanto a re"pon"abilidade contratual como a auiliana t3m"uporte na rera da re"pon"abilidade "ubjetiva! por ato il+cito! poi"amba" revelam a contravenção a uma norma jur+dica (Fereira!

    HJJJ! p HQ/)

    < artio $o! &&'! da C#! em "ua "eunda parte! coloca!entre o" direito" laborai"! a indeni9ação patronal por acidente dotrabalho! uando o empreador incorre em dolo ou culpa

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    "eria a norma aplicável R art -LN do CC?-N-/ou -./ do CC?HJJH R uando > v+tima caberia

    a demon"tração de todo" e""e" elemento"

     A" obriaç;e" da" norma" violada"! porém! em decorr3nciade acidente do trabalho "ão tida" como ace""0ria"! poi" não "ãoconvencionada" pela" parte"! ma" de caráter eral! imperativa"!relacionada" > ordem pblica! ao" bon" co"tume" ou > nature9a docontrato "ade do trabalhador também "e incorporam ao contrato detrabalho como condição obriat0ria! não de"locando are"pon"abilidade para o campo e4tracontratual e continuandocomo contratual! com a inver"ão do Inu" da prova

    obre a e4ten"ão de""a inver"ão do Inu" da prova na culpacontratual! Fereira (HJJJ! p HLJ) informa ue ba"ta > v+timademon"trar o dever violado! e o dano! o ne4o de cau"alidade e aculpa "ão pre"umido" Dia" (-N$N! p NQ8N$) entende ue a v+timadeve comprovar o dano concreto (prova e"pec+fica do preju+9o! jáue nem "empre a ine4ecução da obriação contratual re"ulta empreju+9o) Ma"! para S

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    condenado em ca"o de culpa leve ou lev+""ima! uma ve9 ue e"tae"taria abranida pela proteção previdenciária (em ue a

    re"pon"abilidade é objetiva para a obtenção do "euro)! dentro darelação empreador8empreado! no" limite" da teoria do ri"coprofi""ional Po campo da relação interpe""oal (ue era aindeni9ação civil)! em "e tratando de culpa e4tracontratual previ"tana Con"tituição #ederal! o empreador! para "ofrer condenação!deverá ter incorrido em culpa rave ou dolo! e4trapolando o"limite" do ri"co profi""ional ab"orvido pelo "euro "ocial

    acidentário! conforme di"po"to na mula HHN! do ,#! ueenuncia1 2A indeni9ação acidentária não e4clui a do direitocomum! em ca"o de dolo ou culpa rave do empreador5 6""e é ome"mo entendimento de Martine9 (HJJ-! p L/L)! ao comentar oartio -H- da Eei .H-K?N- For con"euinte! o acidente dotrabalho é um fato il+cito relativo! poi" "omente o dolo ou a culparave ju"tificaria a indeni9ação pela via comum! e a mera culpa (leve

    ou lev+""ima) já e"tá in"erta no ri"co profi""ional! cuja indeni9açãoadvém do "euro "ocial

    3 TENDNCIA P!S"MODERNA DE RESPONSABILI#AÇÃOOBJETIVA DO EMPREGADOR 

     Ap0" a Con"tituição #ederal de -N..! ob"erva8"e atend3ncia da lei"lação e da doutrina para a re"pon"abili9ação

    objetiva direta do empreador! ou "eja! adoção da teoria do ri"coão e4emplo" de""a tend3ncia1 o artio H-! &&! 2c5! da C#?..!ue e"tipula re"pon"abilidade civil do empreadorindependentemente de culpa! no ca"o de e4ploração de "erviço" ein"talaç;e" nucleare" de ualuer nature9aG o parárafo nico doartio NH$ do C0dio Civil de HJJH! ao tratar de atividade de ri"co(e""e artio não conflitaria com o artio $%! &&'! da C#! poi"

    e"te "omente alude > re"pon"abilidade "ubjetiva do empreador! e opr0prio C0dio Civil R ba"e para a re"pon"abilidade civil!

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    e4cepcionou "ituação ue ju"tificaria tratamento diferenciado) R emue "e vi"lumbra o ri"co > "ade do trabalhador! cabendo! ne""e

    ca"o! ao jui9 e"tabelec38lo conforme o ca"o concreto

    Ca"telo (HJJK! p $NH8.JK)! anali"ando a teoria eral dare"pon"abilidade! elucida ue e""a teoria contratual liberal "e fe9nece""ária para po""ibilitar a tran"ição do mundo feudal eab"oluti"ta para o mundo capitali"ta e liberal (paradima da eramoderna)! ou "eja! para libertar o mercado da conjuntura do

    feudali"mo

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    de re"pon"abilidade 2civil5 do empreador (artio" $%! -H! -Q! HL!H. do CDC! com o .% e o $/N da CE,)

    Po Direito alemão! a doutrina dominante con"idera ue otrabalhador "e encontra inclu+do no conceito de con"umidor doartio -K do C0dio Civil alemão ( -K! BGB) e! com uma lei deHJJH! o Direito do Con"umidor pa""ou a "er aplicável"ub"idiariamente ao Direito Eaboral! no =mbito do contratoindividual de trabalho

    $ DIVERGNCIA NA %IXAÇÃO DA COMPETNCIA JURISDICIONAL (ANTES DA EC $&'$)

    Po ca"o de conflito de compet3ncia "u"citado entre ju+9e"c+vel e trabalhi"ta! cabe ao , o julamento Atualmente! o ,tem entendido ue a compet3ncia material no ca"o de acidente detrabalho é da u"tiça Comum e"tadual

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    @e"pon"abilidade é a obriação de a""umir a" con"e73ncia"jur+dica" decorrente" do ato il+cito praticado! reparando8"e o

    preju+9o cau"ado

     A re"pon"abilidade pode "er contratual pelode"cumprimento de dever contratual! ou e4tracontratual pela violação de preceito jur+dico8leal! "em refer3ncia a ualuer normacontratual

    Sarcia (HJJK! p /8$)! minucio"amente! di"corre "obre a

    ue"tão! afirmando ue! embora o dano moral e o dano materialocorram no =mbito do contrato de trabalho (nele tendo oriemmediata ou remota)! não "e revelariam em ra9ão dode"cumprimento de cláu"ula ou condição de""e pacto Parealidade! adv3m! diretamente! de fato e"pec+fico1 a prática deconduta il+cita pelo aente! não "e referindo ao inadimplemento dedireito" trabalhi"ta" propriamente dito" (v.g.! "alário! féria"! verba"

    re"ci"0ria") 64i"tindo tai" le";e"! por e4emplo! de acidente dotrabalho ou de doença ocupacional! ela" "ão o" fato" eradore" dodano! demon"trando ue a re"pon"abilidade em ue"tão não écontratual! poi" não "e trata de inob"erv=ncia do ue foi pactuado(infraç;e" contratuai")! ma" de violação de dever leal em "entidoe"trito

     Ape"ar de e""e" dano" ocorrerem no conte4to mai" amplo

    da relação jur+dica de empreo! não há v+nculo direto com o"direito" trabalhi"ta" de nature9a leal ou contratual! ma" com odever jur+dico de ue a ninuém "e deve le"ar (neminem laedere)! verdadeiro princ+pio fundante de todo o "i"tema jur+dico

    6mbora "eja nece""ário verificar ue"t;e" de "eurança dotrabalho e obriaç;e" patronai" em propiciá8la! para a "olução da

    lide no acidente do trabalho! a cau"a material do dano aleado não

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    é o contrato de trabalho! porém o pr0prio acidente ocorridodurante a atividade laboral! o ue demanda o e4ame da culpa do

    empreador com ba"e na re"pon"abilidade civil! matéria ue foipela C# atribu+da > compet3ncia do ju+9o e"tadual 6 e""acompet3ncia! no ca"o! prevalece "obre a u"tiça e"peciali9ada! poi"!pela vontade do poder con"tituinte! o" ca"o" de acidente detrabalho! de"ta foi afa"tada! a""im como da u"tiça #ederal! ex vi doartio -JN! ! da C#! tendo nature9a ab"oluta em ra9ão da matériaCom efeito! di"pondo o mencionado artio "obre a compet3ncia

    do" ju+9e" federai"! e4cluiu 2a" da fal3ncia! a" de acidente" detrabalho e a" "ujeita" > u"tiça 6leitoral e > u"tiça do ,rabalho5 Amenção e4pre""a >" cau"a" de acidente do trabalho não encontrariaju"tificativa! ca"o "e compreende""em entre a" de compet3ncia da u"tiça ,rabalhi"ta! também e4plicitamente referida" #oi nece""árioainda e4cetuá8la"! e4atamente porue "ão atribu+da" > u"tiçaComum Fela me"ma ra9ão! uando o" dano" morai" "ão pleiteado"

    a t+tulo de parcela ue intera a indeni9ação decorrente de acidentedo trabalho! o re"pectivo pedido deve "er apreciado perante a u"tiça Comum Apena" fora de""a hip0te"e! i"to é! uando o"dano" morai" não "ão proveniente" de acidente do trabalho! épo""+vel peruirir8"e "obre a compet3ncia da u"tiça do ,rabalhopara jular pedido de indeni9ação por dano" morai" decorrente" darelação empreat+cia

     A Con"olidação da" Eei" do ,rabalho (CE,) proclama! nocaput do artio /QK! ue o" di""+dio" oriundo" da" relaç;e" entreempreado" e empreadore" "erão dirimido" pela u"tiça do,rabalho ,odavia! o parárafo H% de""e citado artio e"tabelece ue2YZ a" ue"t;e" referente" a acidente" do trabalho continuam"ujeita" > ju"tiça ordinária! na forma do Decreto HQ/K$! de -J dejulho de -NKQ! e lei"lação "ub"e7ente5 6 o parárafo -% do

    me"mo di"po"itivo con"olidado determina ue 2YZ a" ue"t;e"

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    concernente" > Frevid3ncia ocial "erão decidida" pelo" 0rão" eautoridade" previ"to" no Cap+tulo ' de"te ,+tulo e na lei"lação

    "obre "euro "ocial5

    6m "uma! "e um trabalhador! "em Carteira de ,rabalhoanotada! "ofrer acidente de trabalho! é po""+vel ue preci"e acionartr3" ramo" do Foder udiciário para reivindicar "eu" direito"1 a u"tiça do ,rabalho (para a prova da relação de empreo)! a u"tiça6"tadual (para a ação acidentária) e a u"tiça #ederal comum (para

    eventual conflito com o P) < ideal "eria concentrar toda" e""a"demanda" na u"tiça do ,rabalho! entretanto não é i""o ue ocorre!atualmente

    De acordo com o di"po"to no artio -HN da Eei .H-K?N-!o" lit+io" e medida" cautelare" relativo" a acidente" do trabalho"erão apreciado"1

    a) na e"fera admini"trativa! pelo" 0rão" daFrevid3ncia ocial! "eundo a" rera" epra9o" aplicávei" >" demai" pre"taç;e"! comprioridade para conclu"ãoG

     %) na via judicial! pela u"tiça do" 6"tado" e doDi"trito #ederal! "eundo o rito"umar+""imo! inclu"ive durante a" féria"

    foren"e"! mediante petição in"tru+da pelaprova de efetiva notificação do evento >Frevid3ncia ocial! por meio deComunicação de Acidente do ,rabalho(CA,)

     Ao anali"ar a incompet3ncia da u"tiça do ,rabalho paraapreciar dano material decorrente de acidente do trabalho! Maciel

    (HJJH! p .) afirma ue! no acidente do trabalho!

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    YZ a matéria não é de empreo! nem

    decorre de obriação leal ou contratual entre a"parte"! poi" o dano material em favor dotrabalhador não e"tá reido por norma"trabalhi"ta"! ra9ão pela ual uando a u"tiça do,rabalho "e jula competente para dirimirue"t;e" de dano material! viola e4pre""amenteo art --Q da Con"tituição #ederal! bem como

    o" art" -HN! e -N! ! da" Eei" n .H-K?N- e/K/$?$/

    QH U@F@UDWPCA DA Cindeni9ação previ"ta no art $%! &&'! da C#!decorrente de acidente do trabalho 6! de fato!referido po"icionamento é o ue melhor "eamolda ao comando in"erto no art -JN! ! daC#! ue remete > u"tiça e"tadual comum acompet3ncia para apreciar e jular o" feito"

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    relativo" a acidente de trabalho @eferidaconclu"ão reforça8"e! na hip0te"e em ue"tão!

    tendo em vi"ta o fato de ue a cau"a de pedir epedido a""entam8"e na re"pon"abilidade civil doempreador! como decorr3ncia da incapacidadeou redução da capacidade laborativa dotrabalhador! e o direito pe""oal ue lhe a""i"te >reparação indeni9at0ria é de nature9atipicamente civil (,, R 68@@ QLJJ.L?-NN.8L

    R D- @el Min Milton de Moura #rançaDJU ! / abr HJJ-)

    C

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    trabalho! auela aduirida ou de"encadeada emfunção de condiç;e" e"peciai" em ue o trabalho

    é reali9ado e"tão a""imilada" ao acidente dotrabalho (Eei n .H-K! art HJ)G a" aç;e"propo"ta" em função dela" Devem! porcon"euinte! "er proce""ada" e julada" pela u"tiça 6"tadual (C#! art -JN! ) Conflitoconhecido para declarar competente o MM ui9de Direito da HHa 'ara C+vel da Comarca de

    ão Faulo (CC H-$L/?F @el Min AriFarendler DJ ! . mar HJJJG Revista LTr ! /$8J-?$Q8$L! jan HJJK)

    QK #UPDAM6P,

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    enuncia a mula -L! do ,1 2YZ compete > u"tiça 6"tadualproce""ar e jular o" lit+io" decorrente" de acidente do trabalho5

    Dallerave Peto (HJJK! p -N-.) "alienta ue o acidente dotrabalho advém de ine4ecução contratual! eralmente datran"re""ão pelo empreador da" norma" de "eurança! hiiene e"ade do trabalho e"tabelecida" em lei! como! por e4emplo! artio"-LQ a HHK! da CE,

    e o conflito "e caracteri9a entre empreador e trabalhador!em decorr3ncia da relação de trabalho! ainda ue havendo comofundamento acidente de trabalho! por aleação de culpa ou dolo dopatrão R "em afa"tar a compet3ncia da u"tiça Comum para o" ca"o"relacionado" ao "euro de acidente de trabalho a caro do P!ante a re"trição do artio -JN! ! da C# R! a compet3ncia então "eráda u"tiça do ,rabalho! "e re""alva aluma e4i"tir para remeter aue"tão ao e4ame da u"tiça Comum! tanto mai" porue! como"alientado pelo ,#! a u"tiça do ,rabalho tem ampla compet3nciapara ue"t;e" envolvendo não apena" o Direito do ,rabalho! ma"também Civil (artio .% da CE,)! uando envolvendo empreadore trabalhador em decorr3ncia da relação de trabalho

     A re""alva concernente > u"tiça do ,rabalho em cau"arelacionada a acidente de trabalho e4i"tia na C# de -N/$! artio

    -QH! parárafo H%! ma" foi completamente retirada pela atual C#!uando! no artio --Q! não fa9 ualuer refer3ncia a e4cluiracidente" de trabalho na "eara da u"tiça do ,rabalho

    De"taue8"e ue! "endo a matéria em di"cu""ão acidente detrabalho! a compet3ncia "erá da u"tiça Comum local (e não da u"tiça Comum federal)! uando o lit+io ver"ar entre otrabalhador8"eurado e a autaruia previdenciária! e "erá

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    compet3ncia da u"tiça do ,rabalho! uando ver"ar o lit+io entre otrabalhador e o empreador

    #ri"a A P

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    por ela erido < ca"o não "eria! a princ+pio! da u"tiça #ederal!nem por e4ceção da u"tiça 6"tadual! re"tando definido pelo artio

    --Q! da C#! uando determina referido conflito > compet3ncia da u"tiça do ,rabalho ,al indeni9ação! poi"! devida pelo empreadorao trabalhador em decorr3ncia de dolo ou culpa no eventooca"ionador de acidente de trabalho! é de nature9a laboral e nãoacidentária ""o oca"iona a ine4i"t3ncia de intere""e autáruicoprevidenciário a de"locar a cau"a > u"tiça 6"tadual! de modo ae"tabelecer8"e! para e""e" ca"o"! a compet3ncia ab"oluta da u"tiça

    do ,rabalho

     A conjuação de tal entendimento po""ibilita invocar amula HHN?,#! para admitir o concomitante ajui9amento deação por acidente de trabalho em confronto da autaruia federalprevidenciária! para fin" do "euro previdenciário! perante a u"tiça6"tadual! e de ação por acidente de trabalho em confronto doempreador! para fin" de indeni9ação por culpa ou dolo patronal!perante a u"tiça do ,rabalho Melo (-NNN) abordou o tema no"euinte teor1

    ,anto a indeni9ação material como a dodano moral! embora de nature9a civil! "ãodecorrente"! no ca"o de acidente de trabalho! darelação de empreo! inferindo8"e da+! ue a

    compet3ncia para conhecer do lit+io é da u"tiça do ,rabalhoPão ob"tante e""a" ponderaç;e"! e como

    a" Con"tituiç;e" de -NQ/! -N/$ e -N/N di9iame4pre""amente ue o" di""+dio" relativo" aacidente" de trabalho eram da compet3ncia da u"tiça

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    controvér"ia "eja decorrente da relação deempreo! em matéria de compet3ncia ab"oluta

    não "e pode decidir por analoia e nem "e fa9erinterpretação e4ten"iva

    Forém! atualmente! o entendimentodeve "er outro! porue com clare9a aCon"tituição (artio" -JN e --Q) tratou dacompet3ncia da u"tiça do ,rabalho e dacompet3ncia re"idual da u"tiça Comum! não

    mai" atribuindo a e"ta! com e4clu"ividade ecomo ocorreu na" Con"tituiç;e" anteriore"! acompet3ncia para a" ue"t;e" acidentária"

     A compet3ncia acidentária! aora! e"tádividida entre a u"tiça

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    +,-.+/-0++-0+! promove a "ub"unçãodo" fato" litiio"o" ao Direito do ,rabalho Ma"

    -, +456789/+-0+  a e"te ,anto i""o é e4atoue o preceito contido no art .o! parárafonico! da CE,! e4pre""amente permite ao"0rão" da u"tiça do ,rabalho "ocorrer8"e do ^direito comum_ como ^ fonte "ub"idiária doDireito do ,rabalho_

    e a""im é! "alta > vi"ta ue acompet3ncia da u"tiça do ,rabalho -, "e cifraa dirimir di""+dio" envolvendo unicamente aaplicação do Direito do ,rabalho! ma" todo"auele"! não criminai"! em ue a di"puta "e "erentre um empreado e um empreador! ne"taualidade jur+dica

    QQ U@F@UDWPCA D6 C

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    re"peitarem8"e a dinidade! a reputação! a honra!o bom nome e! enfim! o valio"o e ine"timável

    patrimInio moral de ue cada pe""oa é titularnteli3ncia do art --Q da C#?.. Frecedentee"pec+fico do ,# (@6 HK.$K$8Q @el Mineplveda Fertence! un=nime! -$?--?-NN.DJU ! L fev -NN.) nteli3ncia do art --Q daC#?.. A di"pen"a "em ju"ta cau"a deempreado portador de doença profi""ional

    comprovada! do ue tinha ci3ncia o empreadorno momento da de"pedida! "em a emi""ão doComunicado de Acidente de ,rabalho! acarretadano > dinidade e > interidade f+"ica dotrabalhador! pelo ual "uporta o empreadorindeni9ação compen"at0ria (,, R @@QLJKK.?-NN.8J R -a , @el Min oão

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     ACD6P,6 D6 ,@ABAE[ indeni9açãocivil dele" oriundo"! contanto ue houve""e doloou culpa do empreador 'ale di9er ue "ãodua" aç;e" di"tinta"! uma de contedonitidamente previdenciário! em ue concorrema" u"tiça" #ederal e Comum! e outra de

    contedo trabalhi"ta! reparat0ria do dano

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    material! em ue é e4cludente a compet3nciade"ta u"tiça diante da prodialidade da norma

    contida no artio --Q da Con"tituição #ederal@ecur"o não conhecido D6C\

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    ponto! não lora provar di""en"o juri"prudencialnem aponta di"po"itivo leal "upo"tamente

     violado (art .N/ da CE,) Pão conheçoC

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    < ,! em ac0rdão publicado no DJU ! de HH?K?HJJQ! CCQ-J$N! entendeu contrariamente ao ,,! decidindo ue a

    compet3ncia para jular ação de dano moral de acidente dotrabalho é da u"tiça Comum e"tadual! porue não "e funda narelação de empreo (em ue a compet3ncia caberia > u"tiça do,rabalho)! ma" em acidente do trabalho omente "obre o danomoral não decorrente de acidente do trabalho é ue a u"tiçae"peciali9ada tem compet3ncia

    < ,#! no @ecur"o 64traordinário KQLQ./! publicado noDJ ! de HQ?-J?HJJK! decidiu ue o acidente do trabalho atrai aaplicação do artio -JN! da C#! ou "eja! é da compet3ncia da u"tiça Comum e"tadual apreciar a" lide" referente" a acidente dotrabalho! inclu"ive dano moral! em ue pe"e a mula $K/! do,#! recentemente editada A""im! ob"erva8"e ue inclu"ive o ,# édiverente uanto > ue"tão de compet3ncia de acidente dotrabalho

    #lorindo (-NN/! p -HQ)! e4aminando o dano moral noacidente do trabalho! entende ue a compet3ncia para "uaapreciação é da u"tiça do ,rabalho! uma ve9 ue "e trata deconflito oriinado na relação de empreo! entre empreado e "euempreador Ao contrário! Famplona #ilho (HJJ-) afirma ue nãohá dvida de ue a compet3ncia para jular lit+io" diretamenteliado" a acidente" do trabalho! inclu"ive dano" morai"! é da u"tiça

    6"tadual! embora! de lege ferenda! a compet3ncia deve""e "er da u"tiça do ,rabalho

    Q/ M

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    #on"eca (HJJK! p -$N-)! noticia ue a Carta de Blumenau(C)! aprovada no & Conre""o Pacional do" Mai"trado" do

    ,rabalho (C

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    também compet3ncia para a" aç;e" penai" e e4ecução de multa" etributo" incidente" "obre o" crédito" decorrente" de "ua" deci";e"

    (di"pon+vel em1 gggambcombr)

    [á tramitando no Conre""o Pacional o FE H..?HJJ-(di"pon+vel em1 ggg"enadoovbr)! detalhando a ampliação dacompet3ncia do udiciário ,rabalhi"ta e de"crevendo a" relaç;e" detrabalho ue "e "ujeitarão a ele e o" critério" para "olução do"conflito"

    Com a aprovação da F6C HN?HJJJ! não re"tará mai" dvidauanto > compet3ncia material trabalhi"ta para o" ca"o" deapuração de re"pon"abilidade do empreador em acidente dotrabalho

    Q$ F@6C@X\<

     A con"e73ncia! talve9 mai" importante! na definição dacompet3ncia material uanto ao acidente do trabalho! di9 re"peitoao pra9o pre"cricional! como "alienta Beltran (HJJH! p H/.8H/N)Com a fi4ação da compet3ncia na u"tiça Comum e"tadual! apre"crição "erá auela previ"ta no artio HJ/! K%! '! do C0dioCivil! ou "eja! tr3" ano" Contudo! ca"o "e entenda ue acompet3ncia é da u"tiça do ,rabalho! aplicar8"e8á o di"po"to no art

    $%! &&&! e artio --! da CE,! com pra9o de doi" ano"! ou "eja! háuma pre"crição trabalhi"ta con"titucionalmente previ"ta e em vior!"em ualuer omi""ão lei"lativa! não "endo po""+vel! portanto! aaplicação da pre"crição civil

    Fara a preten"ão oriunda de acidente do trabalho! "eja pordano material ou moral! na u"tiça e"peciali9ada! não pode "eradotado o pra9o pre"cricional do Direito Civil! poi"! a""im!

    conforme alertam Sunther e ]orni (HJJK! p -JL)! 2YZ e"tar8"e8ia

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    "obrepondo8"e lei ordinária > norma eral! con"titucional! o ue éinadmi""+vel5

    [á entendimento diverente de Cairo nior (HJJK! p--N)! ue vi"lumbra ue "omente e"tariam "ujeita" ao pra9opre"cricional con"titucional a" aç;e" ue ver"em "obre crédito"trabalhi"ta" t+pico" (como! por e4emplo! avi"o prévio! -K% "alário!fera"! etc)! ma"! uando a" aç;e"! na u"tiça do ,rabalho! ver"em"obre crédito" trabalhi"ta" at+pico"! como! por e4emplo!

    indeni9ação por dano" morai" e materiai" decorrente" do acidentedo trabalho! aplica8"e o pra9o pre"cricional previ"to no C0dioCivil 

    & CONCLUSES

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    6mbora previ"ta na Eei Bá"ica da Frevid3ncia ocial! comreui"ito" previdenciário"! a e"tabilidade provi"0ria do acidentado

    tem nature9a trabalhi"ta A u"tiça do ,rabalho tem compet3nciamaterial para apreciar o pedido com ba"e na violação do artio --.!da Eei .H-K?N-! podendo! para tanto! reconhecer o acidente dotrabalho! re"olvendo a ue"tão como prejudicial do mérito! "emue haja coi"a julada! e não "urtindo efeito" previdenciário"

    [á rande celeuma uanto > compet3ncia para jular a

    reparação civil con"titucionalmente previ"ta na "eunda parte doartio $%! &&'! da C# 64i"tem arumento" jur+dico" paraenuadrar o acidente do trabalho como re"ultado de ine4ecuçãocontratual (erando dever contratual de indeni9ação por perda" edano" e! por i""o! a compet3ncia material "eria a da u"tiça do,rabalho! em face do di"po"to no artio --Q da C#) e paraenuadrá8lo como infração de dever leal (erando indeni9açãoe4tracontratual ou auiliana e en"ejando a di"cu""ão uanto >aplicação do artio -JN! ! da C#! com a compet3ncia da u"tiçaComum e"tadual) Até a Corte uprema "e mo"tra diverente em"eu" entendimento"! ma" com tend3ncia a aceitar a compet3nciatrabalhi"ta! inclu"ive tendo editado a mula $K/ ne""e "entido6nuanto não houver a aprovação da F6C HN?HJJJ! em tramitaçãono enado #ederal! a di"cu""ão jur+dica continuará!comprometendo a efetividade do Direito! uma ve9 ue a

    incompet3ncia em ra9ão da matéria acarreta nulidade ab"oluta!com con"e73ncia" fulminante" para o proce""o Me"mo uanto >compet3ncia para jular revi"ão do" benef+cio" previdenciário"!ob"ervou8"e no pre"ente e"tudo ue há diver3ncia juri"prudencialentre a u"tiça Comum e"tadual e a federal

    < Inu" da prova da v+tima! dependendo da teoria de

    re"pon"abili9ação civil "ubjetiva do empreador adotada no

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    proce""o! pode "er da culpa pre"umida (no ca"o de con"iderar8"e oacidente do trabalho como ine4ecução contratual! ou "eja! há

    inver"ão do Inu" da prova) ou da culpa do empreador (uando "econ"idera o acidente do trabalho como ato il+cito! re"pon"abilidadeauiliana! nece""itando a comprovação da culpa ou dolo pela v+tima) Po entanto! ob"erva8"e a tend3ncia p0"8moderna da uebrado paradima clá""ico8liberal da re"pon"abilidade civil! de"locando8apara a teoria do ri"co! como forma de arantir a po""ibilidade daemancipação "ocial do trabalhador em face do poder econImico

     A cri"e capitali"ta! ue "obrepujou o 6"tado8Frovid3ncia e oprinc+pio da comunidade! tornou o mercado econImicoab"oluti"ta! lobali9ado e monopoli9ado! atinindo! "em dvida! o"i"tema previdenciário! ue apre"enta redução ualitativa de "eu"benef+cio" Po ca"o do acidente do trabalho! o" benef+cio"previdenciário" não cobrem o" dano" cau"ado" ao" "eurado"!carecendo de uma indeni9ação mai" ju"ta! já previ"ta no artio $%! &&'! da Con"tituição #ederal Deve "ervir o proce""o comoin"trumento a efetivar a reali9ação do Direito do trabalhadoracidentado! na dinificação da pe""oa humana e valori9açãocon"titucional do trabalho

    RE%ERNCIAS

    B6E,@AP! A F D8+80, ., 0/;/5

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    CA,6E

    R+9870/ LT! ão Faulo! v $! p $N-8.JK! jul HJJKCA,@

    +98.+-488, Q ed ão Faulo1 E,r! HJJKC/-.8! ,ere"ina! ano $! n /H! fev

    HJJK Di"pon+vel em1http1??ggg-ju"combr?doutrina?te4toa"pTidK$HH Ace""oem1 -% ao HJJK

    DAEA]6P!

    #

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    SA@CA! S # B @e"pon"abilidade civil do empreador eo novo c0dio civil S-0+7+ T/;/5

    M6E/-.8!

    ,ere"ina! ano K! n H.! fev -NNN Di"pon+vel em1

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    http1??ggg-ju"combr?doutrina?te4toa"pTid-HJ$ Ace""oem1 HK fev HJJK

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