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SUPLEMENTOS MÚLTIPLOS PARA RECRIA E ENGORDA DE BOVINOS EM PASTEJO Mário Fonseca Paulino 1 , Edenio Detmann 2 , Joanis Tilemahos Zervoudakis 2 1 D.S. Professor UFV - Bolsista CNPq, 2 Doutourando UFV-Bolsista CNPq O aumento da capacidade de suporte das pastagens, o incremento das taxas de natalidade e a precocidade produtiva, que envolve rapidez de acabamento e pouca idade ao início da vida reprodutiva, são características fundamentais à bovinocultura de ciclo curto. Face a aspectos sócio-econômicos, e imposições ambientais, estas metas devem ser atingidas com sistemas com baixo a médio uso de insumos. O desempenho dos bovinos de corte é função de fatores como genética, sanidade, nutrição e manejo. Em termos de nutrição os bovinos demandam cinco nutrientes essenciais à sua mantença e produção, quais sejam, água, energia, proteína, minerais e vitaminas. Os volumosos são a fonte mais barata para alimentar os animais. Os valores relativos para o pasto, capineira, feno e grãos situam-se em 100, 130, 140 a 180 e 300 a 350, respectivamente (FREITAS et al, 1981). Assim, é natural que as pastagens constituam a base da alimentação dos bovinos, e, portanto, o fornecimento desses nutrientes depende da quantidade e qualidade da matéria seca disponível no pasto. Na exploração de pastagens, onde os ciclos de produção são longos e até permanentes, existe uma variação sazonal inerente ao clima tropical e subtropical; assim, as flutuações entre épocas de águas e secas serão sempre uma constante. Neste contexto a busca da sustentabilidade do sistema de produção no longo prazo, depende do estabelecimento (garantia) da estabilidade produtiva de curto prazo (anual). Os planos de alimentação deverão garantir alimentos que em quantidade e qualidade cubram todas as necessidades de consumo de matéria seca e, corrigir desequilíbrios nutricionais, porventura existentes, com as devidas correções táticas e, ou estratégicas.

12 Mario Paulino

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SUPLEMENTOS MÚLTIPLOS PARA RECRIA E ENGORDADE BOVINOS EM PASTEJO

Mário Fonseca Paulino1 , Edenio Detmann 2 , Joanis TilemahosZervoudakis2

1D.S. Professor UFV - Bolsista CNPq, 2Doutourando UFV-Bolsista CNPq

O aumento da capacidade de suporte das pastagens, oincremento das taxas de natalidade e a precocidade produtiva, queenvolve rapidez de acabamento e pouca idade ao início da vidareprodutiva, são características fundamentais à bovinocultura de ciclocurto.

Face a aspectos sócio-econômicos, e imposições ambientais,estas metas devem ser atingidas com sistemas com baixo a médio usode insumos.

O desempenho dos bovinos de corte é função de fatores comogenética, sanidade, nutrição e manejo. Em termos de nutrição osbovinos demandam cinco nutrientes essenciais à sua mantença eprodução, quais sejam, água, energia, proteína, minerais e vitaminas.

Os volumosos são a fonte mais barata para alimentar os animais.Os valores relativos para o pasto, capineira, feno e grãos situam-se em100, 130, 140 a 180 e 300 a 350, respectivamente (FREITAS et al,1981). Assim, é natural que as pastagens constituam a base daalimentação dos bovinos, e, portanto, o fornecimento desses nutrientesdepende da quantidade e qualidade da matéria seca disponível nopasto.

Na exploração de pastagens, onde os ciclos de produção sãolongos e até permanentes, existe uma variação sazonal inerente aoclima tropical e subtropical; assim, as flutuações entre épocas de águase secas serão sempre uma constante. Neste contexto a busca dasustentabilidade do sistema de produção no longo prazo, depende doestabelecimento (garantia) da estabilidade produtiva de curto prazo(anual).

Os planos de alimentação deverão garantir alimentos que emquantidade e qualidade cubram todas as necessidades de consumo dematéria seca e, corrigir desequilíbrios nutricionais, porventuraexistentes, com as devidas correções táticas e, ou estratégicas.

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DEMANDA E INGESTÃO DE NUTRIENTES E DESEMPENHOANIMAL

A exploração racional dos bovinos em pastejo envolve estratégiasque permitem maximização da energia, a minimização do tempo dealimentação e a otimização do balanço nutricional.

A produção animal é função do consumo e valor nutritivo(composição química e disgestibilidade dos nutrientes) e eficiência deutilização do alimento disponível. O consumo de alimentos édeterminante do aporte de nutrientes necessário para o atendimentodos requisitos de mantença e de produção pelos animais.

Assim, a produção por animal está diretamente associada com oconsumo de matéria seca digestível (CMSD) quando proteína, minerais,vitaminas e outros fatores nutricionais são adequados (Tabela 1). Oaumento na eficiência de conversão de forragem em produtos animais éconseguido quando a produção por animal é incrementada, devido àdiluição dos requerimentos de mantença e diminuição da incidência docusto de mantença. Quando a energia ou CMSD aumenta acima dorequerimento de mantença, maior quantidade de forragem ingerida étransformada em produto animal. Para recriar um bezerro de 150 kg depeso vivo até que atinja os 450 kg ao abate, com o ganho diário de0,250 kg, seriam necessário 7320 kg de matéria seca de forragem,comparados a apenas 1903 kg de matéria seca se o ganho fosse de1,100 kg diários (BLASER, 1990).

Tabela 1 - Requerimento de matéria seca e proteína por um novilhopara recria / engorda dos 150 aos 450 kg de peso vivo

Ganho de pesodiário (kg)

Tempo necessário(dias)

Requerimento total

Matéria seca (kg) Proteína (kg)0,25 1200 7320 6520,50 600 4460 4340,75 400 3052 3101,10 273 1903 224

Fonte: BLASER (1990)

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Para qualquer nível de ganho de peso, a eficiência de ganho émaximizada quando existe um perfeito equilíbrio, entre a exigência edisponibilidade, para todos os nutrientes, ou seja, substratosacetogênicos, aminogênicos e glucogênicos. Uma vez que as exigênciasdos animais em termos de proporcionalidade entre nutrientes é alteradacom o aumento do peso vivo, tanto a taxa de ganho como a eficiênciade ganho de peso tende a variar nas diferentes etapas das fases decrescimento e acabamento. O requerimento e o custo de mantençasignificam que o aumento da eficiência de bovinos no uso de gramínease matérias celulósicas é uma meta prioritária. Observa-se que odesempenho animal é um componente importante a ser alcançado, pois,baixos ganhos de peso vivo induzem ciclos de produção longos, comacentuado aumento nas necessidades totais de nutrientes.

Admitindo animais com elevado potencial genético e padrãosanitário, assegurada disponibilidade de pasto, o desempenho do animalé função da qualidade da forragem. Como principal parâmetro daqualidade da planta forrageira devemos nos concentrar sobre o valorenergético da forragem produzida. Para a produção de carne, a energiarepresenta mais de 2/3 do custo dos nutrientes empregados para essaprodução como se verifica na Tabela 2.

Tabela 2 - Custo relativo dos nutrientes usados para produção de carne1

Nutriente Exigências % do custo total

Energia digestível 26,7 Mcal 72,50PROTEÍNA BRUTA 950 g 21,70

Cálcio 26 g 0,17Fósforo 20 g 2,20Vitamina A 25.000 UI 0,17Sal 40 g 0,42Potássio 50 g 1,70Magnésio 5 g 0,26Enxofre 16 g 0,75Microminerais - 0,07

1 Com base em um novilho de 360 kg, ganhando 1,1 kg (CORSI, 1993)

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A relatividade das porcentagens indicadas na Tabela 2 variará aolongo do tempo, mas é pouco provável que ocorram mudanças naordem das posições (CORSI, 1993).

A maximização no uso do conteúdo energético das forragensproduzidas nas pastagens deve ser o objetivo daqueles que pretendemintensificar a produção animal através do desempenho animal, comoprincipal componente do sistema.

As variações no balanço de energia são dependentes do nível deingestão de alimentos, que é influenciado por interações entre osalimentos, denominados efeitos associativos. A adição de concentrado adietas volumosas aumenta parcialmente a eficiência de utilização deenergia metabolizável para mantença e ganho (NRC, 1984), em virtudedas reduções da produção de metano, da ruminação e do incrementocalórico (VAN SOEST, 1994). A eficiência de utilização da energiaingerida tende a ser maior para dietas concentradas, quandocomparadas a volumosas, devido as menores requisitos líquidos paramantença (ARC, 1980). Também, alimentos volumosos de melhorqualidade são mais eficientes que os de pior qualidade (VAN SOEST,1994).

Entretanto, ênfase deve ser colocada na interação entre osdiferentes nutrientes sobre o desempenho animal. O AFRC (1991)salienta que, além do suprimento adequado de minerais, sãonecessários níveis adequados de proteína e energia para que ocorradesenvolvimento normal dos ossos. O NRC (1996) relaciona osrequerimentos de Ca e P ao ganho diário de proteína e CONRAD et al(1985) afirmaram que a nutrição adequada de Ca e P depende do nívelde vitamina D da dieta. A concentração de energia metabolizável édiretamente relacionada a digestibilidade da matéria orgânica e adigestibilidade da forragem tem uma importante influência sobre aquantidade consumida em muitas circunstâncias.

No caso de ruminantes, o fornecimento adequado de minerais éimportante para a otimização da atividade microbiana no rúmen (NRC,1996), com uma deficiência produzindo impacto negativo sobre ocrescimento microbiano, podendo induzir, ou não, uma redução dadigestibilidade dos alimentos, dependendo da severidade da carênciamineral .

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Portanto, embora os minerais e vitaminas participem,relativamente, com reduzida porcentagem nos custos de produção emrelação aos representados pela energia e proteína, eles sãonutricionalmente essenciais e devem estar presentes quantitativa eequilibradamente nas dietas, ou seja, não só em quantidades suficientescomo em proporções adequadas.

Estabelecidos os padrões de crescimento, para cada sistema deprodução, cabe ao pasto suprir a maior parte ou a totalidade dosnutrientes para satisfazer as exigências nutricionais dos animais.

VALOR NUTRITIVO, CONSUMO DE FORRAGEM EDESEMPENHO ANIMAL

Na produção de carne a pasto estamos interessados em otimizaro consumo de forrageiras pelos bovinos e a recuperação de nutrientesmetabolizáveis destes alimentos.

As plantas forrageiras desenvolvem seu ciclo de crescimento edependendo do estádio fenológico, oferecem maior ou menorquantidade de nutrientes aproveitáveis. Normalmente, os melhoresíndices são alcançados durante o estádio vegetativo pleno.

Durante o início da estação chuvosa (rebrota) as plantas sãoaquosas (pobres em matéria seca). No período outono-inverno asgramíneas ao atingirem estádio de florescimento tornam-se fibrosas ereduzem os teores de proteína, fósforo e caroteno (pró-vitamina A). Istose deve ao fato de certos nutrientes, como o fósforo serem móveis naplanta, diminuindo a concentração em tecidos mais velhos.

O metabolismo de proteínas também é específico de cada órgãoe depende da idade. Os órgãos e tecidos em crescimento, estocandomateriais, sintetizam tipicamente proteína a uma taxa especialmenteelevada. Nas folhas em processo de envelhecimento e em partes deflores, predominam a degradação de proteínas. Entre as influênciasambientais, os efeitos sobre o metabolismo de proteínas são exercidos,principalmente, pela temperatura, e por fatores de estresse, como aseca e o excesso de salinidade.

O consumo das forrageiras é positivamente influenciado pelo teorde nutrientes como proteína, fósforo, cobalto, enxofre e pela

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digestibilidade de sua matéria seca ou matéria orgânica. Por outro lado,é negativamente correlacionado com constituintes de parede celular,quando os níveis de fibra detergente neutra alcançam patamaressuperiores a 55 - 60%.

A qualidade da forragem envolve o consumo, a concentração denutrientes, a digestibilidade do nutriente e a natureza dos produtosfinais da digestão (associados à eficiência de utilização). Forragensdiferem no valor nutritivo potencial de sua fração parede celular (fibra)por causa de diferenças na quantidade de paredes celulares derivadasde vários tipos de células consumidos pelo animal e suasdegradabilidades individuais, ou seja, diferenças na proporção dosdiferentes componentes desta parede (celulose, hemicelulosee lignina) ena forma como estes componentes interagem em sua estrutura. Estasvariações são observadas não somente entre espécies, mas emdiferentes partes da planta e estádios de maturidade dentro de umamesma espécie.

O conteúdo de matéria seca indigestível é o fator que, em maiormedida limita, o consumo. Dentro de certos limites (aproximadamente67% de digestibilidade), o consumo de matéria seca se incrementa àmedida que aumenta a digestibilidade da dieta. O enchimento do rúmenparece ser o fator limitante no consumo quando a forragem é o maiorconsituinte da dieta.

A digestibilidade da matéria orgânica, a qual determina o valorenergético da forragem, depende essencialmente do grau de lignificaçãoda parede celular. Por outro lado, a velocidade (taxa) de digestão écorrelacionada com a distribuição da lignina nas células, a relaçãocarbono:nitrogênio e a população microbiana, ou seja, depende dosubstrato e do aparato enzimático. As células se lignificam de acordocom o tipo e idade da célula, ou seja, a lignificação é característicaassociada à célula individualmente e ao processo de envelhecimento(estádio de diferenciação).

Diferenças na quantidade e nas propriedades físicas da fibrapodem afetar a utilização da dieta e o desempenho do animal,principalmente em razão do efeito sobre o consumo e sobre alteraçõesna fermentação ruminal. Se a fibra detergente neutro (FDN) é acorrespondente bromatológica dos tecidos de parede celular; a fibradetergente neutra indigestível (FDNi) é a correspondente dos tecidos

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lignificados refratários à digestão (depletados dos tecidospotencialmente digestíveis).

Em geral, as diferenças de ingestibilidade ligadas à idade dovegetal (estádio de desenvolvimento) são mais importantes que aquelasligadas à espécie. Assim, devem ser priorizadas espécies quemantenham, durante o ciclo fenológico, os teores mais elevados denutrientes disponíveis, bem como utilizar técnicas de manejo quefavoreçam a manutenção de elevados níveis de conteúdo celular.

DESEQUILÍBRIOS DE NUTRIENTES EM PASTAGENS

Deficiências de nutrientes são comuns nas pastagens; muitossolos são deficientes em certos nutrientes, que afetam as plantas e, porsua vez, aos animais que se alimentam delas. Assim, em certos períodosas gramíneas em disponibilidade nos pastos apresentam teores denutrientes abaixo das exigências dos animais.

A tentativa de equilibrar os nutrientes oferecidos contribui para amanutenção de um padrão de fermentação uniforme, parâmetrosruminais (amônia, pH) constantes, ensejando maior eficiênciamicrobiana, maior disponibilidade de substratos energéticos (ácidosgraxos voláteis) e proteína microbiana.

A proteína microbiana sintetizada no rúmen varia de acordo coma energia disponível para os microrganismos, que é determinada peloconsumo de energia e pelos compostos nitrogenados degradados norúmen. A taxa de crescimento de bactérias fibrolíticas pode ser limitadapela lenta digestão da parede celular da forragem basal.

A utilização de paredes celulares de plantas requer a interaçãodinâmica do animal, dieta e população microbiana. O uso produtivo deparedes celulares pelos animais é determinado pela restrição maislimitante dentro dessa interação dinâmica.

Os microrganismos que digerem paredes celulares sãoanaeróbicos e requerem vários nutrientes. Cuidados são necessáriospara assegurar que nitrogênio ou proteína, minerais, pH, potencial oxi-redutor não tornem fatores limitando a população microbiana e taxa dedigestão de parede celular.Um nutriente disponível em concentrações

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inadequadas (um nutriente “em mínimo”) é um fator limitante dorendimento.

A elevação da capacidade produtiva dos bovinos gera demandade nutrientes pelos tecidos. Embora os ruminantes tenham capacidadede digerir paredes celulares de plantas, o seu consumo elevado tornauma limitação quando o potencial de produção destes animais torna-semaior.As paredes celulares das plantas são menos digestíveis e têmmenor densidade (maior capacidade de enchimento ruminal) quesolúveis de plantas, resultando em menor densidade de energia nasforragens. A maneira mais simples de satisfazer os requerimentos deenergia de ruminantes alto-produtores é remover parte das paredescelulares da dieta e substituí-la com conteúdos celulares mais fácil,rápida e altamente digestíveis. Os fatores controláveis que podem serutilizados para potencializar a utilização do pasto são: a escolha daespécie e manejo do pasto, que permita a colheita de forragem peloanimal em um estádio imaturo; e a substituição parcial da forragem poralimentos concentrados, através da suplementação tática e, ouestratégica.

MANEJO DE PASTAGENS E EQUILÍBRIO DE NUTRIENTES

Em situação de pastejo os animais devem colher, eles próprios, aforragem, provocando em conseqüência mudanças em seucomportamento, incrementando-se as necessidades de mantença porum aumento da atividade voluntária e incorporando outros fatoresrelacionados às características não nutritivas da planta que afetam aapreensão, possibilidade de seleção e consumo, tais como: estrutura dapastagem (altura, densidade); modo de condução do pastejo (nível deoferta de pasto, sistema de pastejo) e ambiente.

É indiscutível que a qualidade do alimento é um fator importantena determinação da resposta de animais em condições de pastejo,porém, não é o único e até pode ser de certa maneira “modulado” (porexemplo, através do modo de condução do pastejo; utilização desuplementação apropriada).

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Estrutura da pastagem

Aspectos relacionados às características estruturais do pastosobre o consumo de forragem foram discutidos por PAULINO (2000).Sabe-se que , além das características bromatológicas da forragem, aprodução de bovinos a pasto depende das características fenológicas eestruturais da vegetação como: altura, densidade da biomassa vegetal(kg/ha/cm), relação folha/caule, proporção de inflorescência e materialmorto. Estas características estruturais do pasto determinam o grau depastejo seletivo exercido pelos bovinos, assim como a eficiência comque o animal colhe a forragem na pastagem afetando a quantidadeingerida de nutrientes. As características estruturais do relvadodependem não só da espécie botânica, mas também do manejoadotado, principalmente a pressão de pastejo (GOMIDE, 1998).

Oferta de pasto

Para os sistemas baseados em pastagem o nível de oferta depasto terá um efeito direto na resposta animal já que condiciona aquantidade e qualidade do material ingerido. Assim, deve-se permitirofertas de pasto não limitantes de consumo, inclusive otimizando opastejo seletivo. A atitude dos bovinos em pastejo por selecionar dietacom a mais alta qualidade possível é uma manifestação da estratégiapara otimizar o balanço nutricional. Em conseqüência e como resultadoda preferência manifestada em pastejo, a dieta é, geralmente, de maiordigestibilidade, maior conteúdo de proteína e menor conteúdo de paredecelular que o pasto oferecido. As mudanças de qualidade da dietaestariam associadas à disponibilidade e acessibilidade das fraçõespreferidas do pasto.

Em pastagens tropicais, caracterizadas por heterogeneidade emqualidade nos distintos estratos da planta (diferenciação morfológica),os animais selecionam uma dieta mais rica em proteína e mais digestívelque a planta inteira (Tabela 3).

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Tabela 3 - Composição física e bromatológica de amostras de pastagemde Brachiaria decumbens obtidas diretamente pelo animal(extrusa esofágica) ou por coleta total da massa disponível

Período Metodologia Folha (%) MSV1 (%) PB (%) DIVMO2 (%) FON (%)Águas Extrusa 79,7 90,0 9,8 62,1 68,9

Coleta total 10,5 26,0 4,0 32,2 74,4Seca Extrusa 13,6 30,0 5,1 45,9 73,3

Coleta Total 1,3 2,5 3,0 41,7 76,5

1 / Matéria seca verde2 / Digestibilidade “ in vitro” da matéria orgânicaFonte: Adaptado de EUCLIDES et al (1992)

A folha seria o componente mais importante da pastagem,enquanto que o rendimento em folha, sua porcentagem e a densidadedo material verde seriam os principais fatores que influenciam otamanho do bocado e conseqüentemente o consumo dos animais empastejo.

Os animais pastejam seletivamente, mesmo em condições ondea quantidade de forragem disponível é limitante. Assim, quando oconteúdo de folhas diminui, o tamanho do bocado também o faz,refletindo o esforço do animal em selecionar a folha remanescente, masisto exige uma compensação via dilatação do tempo de pastejo, maseste é determinado geneticamente. Portanto, redução de oferta produzdiminuição de consumo e rendimento dos bovinos. Admite-se que umaoferta de no mínimo duas vezes a quantidade consumida seriadesejável, ou seja, pelo menos 5% do peso vivo em matéria secadisponível.

SISTEMA PRIMEIRO - SEGUNDO PASTEJADOR

A oferta de pasto que permite a maximização do poder deseleção pelo animal pode significar uma baixa eficiência de utilização dopasto (menos de 50% entre o ingerido: oferecido), desperdiçando umagrande quantidade da forragem produzida.

Visando melhorar o aproveitamento da forragem produzida,pode-se adotar o sistema de pastejo rotacional especial, com animais

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ponteiros e seguidores. Os primeiros pastejadores entram no piquete econsomem a metade da forragem oferecida, fazendo o desponte dopasto. Estabelece-se no sistema quais as categorias devem serprivilegiadas. Em seqüência, entram os seguidores no mesmo piqueteconsumindo a forragem remanescente; estes animais se adaptam àsrestrições impostas, pela redução do nível de oferta, pastejando osestratos mais baixos de planta, porém colhendo um material de menorvalor nutritivo (mais colmos, folhas velhas e material morto). Emconseqüência, isto produz uma diminuição na produção desses animaisdevido ao efeito combinado de um menor consumo e uma menorqualidade do pasto colhido.

MANEJO PARA QUANTIDADE X MANEJO PARA QUALIDADE

Na maioria dos casos é no início da estação chuvosa que seoferece as melhores oportunidade de ganho de peso vivo. Ao longo daestação de pastejo, com o acúmulo de matéria seca residual aumenta afração estrutural da forrageira, diluindo a qualidade geral do materialdisponível.

Isto ocorre porque o manejo baseado na manutenção domeristema apical (manejo para quantidade) permite a plantaforrageira rebrota vigorosa e rápida, uma vez que ela se processa apartir da área foliar remanescente além da produção e expansão denovas folhas originadas do meristema apical.

Entretanto, como o crescimento do colmo não foi interrompidopela eliminação do meristema apical, observa-se que, mesmo aintervalos freqüentes de pastejo, ocorre acúmulo de material residual,caracterizado pela presença de colmos lignificados e partes mortas daplanta, capaz de prejudicar o consumo de forragem (Tabela 4).

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Tabela 4 - Composição estrutural de pastagem de Brachiariadecumbens submetida a pastejo contínuo durante operíodo das águas

Coleta

Item (kg/ha) 19/12/1997 19/02/1998Folhas 1746 1278Colmos 2602 6513Matéria Morta 2916 2383

Fonte: Adaptado de DETMANN et al. (1999)

Uma vez que as plantas forrageiras tropicais, devido à elevadataxa de crescimento, perde o valor nutritivo com o avanço damaturidade, e considerando a preferência dos bovinos pelas rebrotastenras, o controle sobre o estádio vegetativo da forrageira na época dacolheita pelo animal, independentemente da espécie, é o parâmetro quemais afeta a qualidade da dieta.

As características ideais da pastagem para aumentar o consumode matéria seca pelo animal, são determinadas quando ocorreeliminação do meristema apical dos perfilhos primários em pastejosestratégicos (manejo para qualidade). Após a eliminação a plantamantém o meristema apical baixo, apresenta rebrota através de gemasbasilares, mantendo elevada percentagem de folhas e perfilhos novos,colocando à disposição do animal material rico em folhas e colmosnovos, em quantidade e densidade que contribuem para aumentar oconsumo. A vida das folhas varia conforme o cultivar / espécie e o tipode crescimento, sendo maior durante o crescimento de rebrota.

Portanto, devemos usar da plasticidade fenotípica da gramíneaforrageira no sentido de adaptá-la ao pastejo. Visualiza-se a utilizaçãode pastejo intenso, com categoria animal menos exigente e menosseletiva, visando a remoção do material residual de pastejo, pelo menostrês vezes durante o ano: final da época seca (imediatamente antes doinício da rebrota), meados da estação chuvosa (intercalado com osciclos de pastejo visando máxima produção de matéria-seca) e final daestação chuvosa (imediatamente antes do início do diferimento de pastopara a época seca).

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Adubação

A adubação pelo seu efeito de aumentar a produção de matériaseca, é uma prática desejável no aumento da produção por área.Entretanto, para se obter o desenvolvimento de tecido novo, rico emproteína e pobre em parede celular e lignina, deve-se associar manejode colheitas freqüentes, uma vez que, especialmente a adubaçãonitrogenada, imprime crescimento rápido e acelera a taxa de maturidadefisiológica.

A performance do animal reflete, principalmente, a qualidade doalimento, enquanto a lotação da pastagem é conseqüência da produçãode forragem na área, ou seja, da quantidade de alimento disponível.Intensificar o uso de pastagem significa procurar o melhor nível deintegração entre desempenho e lotação da pastagem. No equilíbriodesses dois fatores de produção, reside a tecnologia do uso dapastagem.

Diferimento

O diferimento (reserva) de pasto, para ser usado na época secaconstitue-se em uma alternativa para se obter melhor distribuição dealimento durante o ano. Entretanto, se material residual produzidodurante o desenvolvimento e crescimento do pasto nas águas éacumulado para ser utilizado durante a seca, resulta num alimentofibroso, pobre em proteína, pouco digestível e portanto, de baixo valornutritivo. Assim, o emprego do manejo para qualidade,imediatamente antes do diferimento, é uma alternativa de manejo demodo a obter a maior quantidade possível de forragem com aceitávelvalor nutritivo durante a seca.

O diferimento constitui uma poupança de forragem,representando um banco de energia latente, que deverá serdisponibilizada por medidas de suplementação adequadas.

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Manejo Diferenciado por Estação

É de se esperar, mudanças na resposta animal para um mesmonível de oferta devido a diferenças do valor nutritivo entre as estaçõesdo ano.Durante a época de primavera e verão, período de ativocrescimento das gramíneas, em que elas se encontram disponíveis etenras, os bovinos exibem grande preferência por elas. A intervençãoseria mais a nível de oferta, dando oportunidade ao animal demanifestar sua capacidade de seleção, no intuito de otimizar seubalanço nutricional.

No outono e, especialmente no inverno, uma vez garantida adisponibilidade, via diferimento, é necessária a intervenção comnutrientes suplementares, no sentido de equilibrar os nutrientes. Outrasinformações sobre manejo de pastagens forem delineadas por PAULINO(2000).

Para se explorar economicamente animais de potencial produtivomais elevado torna-se indispensável o uso de suplementos, pelo menosem determinadas fases do ciclo produtivo destes animais. Entretanto, aexploração de interações entre práticas de manejo de pastagens e dosanimais pode reduzir o uso de concentrados na exploração de elevadasperformances dos animais.

SUPLEMENTAÇÃO, EQUILÍBRIO DE NUTRIENTES EDESEMPENHO DOS BOVINOS

A ingestão de matéria seca é o fator mais importante nadeterminação do desempenho animal, pois é o ponto responsável peloingresso de nutrientes, principalmente energia e proteína, necessáriosao atendimento das exigências de mantença e produção.

Como a fibra em detergente neutro (FDN) geralmente fermentae passa pelo retículo-rúmen mais lentamente do que os outrosconstituintes não fibrosos da dieta, ela tem um maior efeito deenchimento do que aqueles e é considerada um preditor químico daingestão voluntária de MS.

II Simpósio de Produção de Gado de Corte - 201

Características intrínsecas e características extrínsecasafetando a cinética de digestão da parede celular

As espécies de planta, maturidade e temperaturas ambientesdurante crescimento são fontes de variação importantes na cinética dedigestão.Embora a taxa de digestão intrínseca de paredes celulares sejao limite final de sua taxa de utilização potencial pelos ruminantes, tantoo animal como a dieta em que a parede celular é fornecida pode ter umefeito dramático sobre a cinética de digestão. Na verdade estes efeitospodem, freqüentemente, contornar os limites impostos porcaracterísticas intrínsecas da parede celular.

Neste contexto, digestão deve, seguramente, ser um processo desegunda ordem, que é função do substrato e enzimas ativas.No caso deparede celular, digestão requer uma população microbiana ativa comcapacidade de digerir parede celular.É possível que, tanto em dietas deforragem total (pastejo), como, especialmente, nas dietas mistas deforragem e concentrado, haja situações em que digestão é limitada porcapacidade microbiana ou enzimática(propriedades extrínsecas) e não,somente, por propriedades cinéticas intrínsecas da parede celular.

A grande maioria das forragens disponibilizadas para osruminantes ao longo do ano é pastejada com pouca ou nenhumasuplementação; parece que estes animais se beneficiariam muito daeliminação parcial ou completa de limitações intrínsecas da taxa dedigestão(vide conceito de manejo para qualidade).

Mesmo neste cenário, entretanto, há situações onde fatores quenão a parede celular limitam a digestão. Quando forragens de baixaqualidade são ingeridas, pode haver casos onde nutrientes outros que aenergia obtida a partir de parede celular limitam o crescimento demicroflora ruminal. Estas limitações, não ligadas diretamente a fatoresda parede celular, podem ser caracterizadas em situações em quenutrientes dietéticos como N, peptídeos, S e possivelmente P, eisoácidos, sendo limitantes no meio, restrigem o crescimentomicrobiano, inibindo a produção de enzimas e, conseqüentemente, adegradação fermentativa dos compostos fibrosos no ambiente ruminal.

A deficiência ruminal de compostos nitrogenados (N), seja naforma de amônia, aminoácidos ou peptídeos pode influenciar aregulação da ingestão de alimentos. Quando o suprimento, originário do

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material ingerido ou de reciclagem endógena, não atende aos requisitosmicrobianos, ocorre limitações do crescimento microbiano (SNIFFEN etal, 1992) e depressão da digestão da parede celular , resultando emdiminuição do consumo. Para VAN SOEST (1994), a depressão doconsumo pode ser atribuída à deficiência de N para o animal, à reduçãona fermentação ruminal ou à menor saída de resíduos não-digeridos dorúmen.

Assim, apesar da clássica associação de digestibilidade com teorde lignina, a proteína não seria ignorada quando avaliando a qualidadegeral de forragens. Ela é freqüentemente, o primeiro fatornutricionalmente limitante em gramíneas tropicais e muitas vezes, umpreditor de digestibilidade para estas forragens , especialmente com oteor de proteína da dieta abaixo de 7 a 8%.

É prudente salientar que se um dos fatores estiver sendofornecido em quantidade proporcionalmente menor do que os outros,em relação às necessidades dos microrganismos e, ou animais,exatamente ele determinará a taxa de ganho de peso dos animais. Emsuma,a produção é determinada sempre pelo fator mais escasso. Valenotar que a escassez de um dos fatores implica obrigatoriamente odesperdício dos demais.

Neste enfoque energia latente é perdida se nitrogênio solúvel,proteína, minerais, isoácidos estiverem em níveis sub ótimos .Interações com carboidratos solúveis e, ou fibra rapidamente digestívelinterferindo no ambiente ruminal são observadas.

As pastagens tropicais, especialmente durante a época seca,raramente constituem uma “dieta balanceada” no senso que seusconstituintes orgânicos e inorgânicos estejam presentes nasconcentrações e proporções que melhor satisfaçam as necessidades dosanimais. Neste contexto, os bovinos geralmente sofrem de carênciasmúltiplas, envolvendo proteína, energia, minerais e vitaminas. Assim, nasuplementação e/ou complementação das pastagens, deve-se levar emconsideração a ocorrência de deficiências simultâneas, estabelecendo-sesuplementos de natureza múltipla, envolvendo a associação de fontesde nitrogênio solúvel, minerais, fontes naturais de proteína, energia evitaminas (eventualmente aditivos), visando proporcionar o crescimentocontínuo dos bovinos em pastejo. Para desempenho ótimo todos estesfatores alimentares devem estar em balanço adequado na dieta.

II Simpósio de Produção de Gado de Corte - 203

SUPLEMENTAÇÃO, PADRÕES DE CRESCIMENTO E SISTEMA DEPRODUÇÃO

Em muitos cenários e,ou sistemas de produção, nutrientessuplementares são necessários para obter níveis aceitáveis dedesempenho a partir de animais criados em regime de pastagens.Entretanto, deve-se avaliar constantemente o impacto que asuplementação teria sobre a performance animal. Uma estratégia desuplementação recomendável do ponto de vista econômico, seriamaximizar uso de forragem pela maximização do consumo e digestão deforragem disponível, mas os suplementos não supririam nutrientes alémdos requerimentos animais.

Assim, o objetivo na formulação de suplementos para dietas altasem forragem é tipicamente determinar a energia, proteína e mineraissuplementares necessários para satisfazer os níveis alvo deprodução(metas de desempenho).

Na pecuária de ciclo curto os principais aspectos a considerar, noestabelecimento de padrões de crescimento, são a idade ao primeiroparto para as fêmeas e a idade ao abate para os machos e as fêmeas dedescarte. De especial interesse, é a taxa de natalidade das matrizes.Qualquer tentativa de exploração da precocidade em bovinos está,incondicionalmente, ligada à melhoria das condições de alimentação,notadamente durante o período seco (PAULINO e RUAS, 1988).

Estabelecidos os parâmetros zootécnicos e monitorando o valornutricional do pasto e, ou o desempenho dos animais,devemos definir otipo e a época oportuna para fornecer a suplementação com o objetivode corrigir parcial ou inteiramente a deficiência observada no pasto.

Historicamente, na bovinocultura de corte desenvolvida à mercêdas flutuações de disponibilidade e qualidade dos pastos, os animaisapresentam crescimento ondulado (boi sanfona) e, ensejam idades deabate acima de 40 meses (Tabela 5).

- II Simpósio de Produção de Gado de Corte204

Tabela 5 - Ganho em peso de novilhos (g/cab/dia) pastejandogramíneas tropicais, de acordo com a época do ano

Nov Fev Maio Set Média Anual

Colonião 1200 723 370 -166 373Tobiatã 1152 893 281 -312 380Potiporã 1111 959 255 -192 398Marandu 1110 600 460 -140 272B. decumbens 780 571 380 -490 254

Fonte EUCLIDES et al (1989).

De acordo com BOIN e TEDESCHI (1997) em condiçõesexperimentais e em inúmeras fazendas com bom manejo alimentar apasto, que garantam o suprimento irrestrito de forragem ao longo doano, animais com peso à desmama aos sete meses de 150 a 180 kg têmsido abatidos aos 28/32 meses de idade com 450/480kg. Diante disto,fica claro que sistemas de produção à base de pastagens podem serestabelecidos para abate com idade mínima de 30 meses. Para abate aidades inferiores, os ganhos de peso durante o período seco tem que sermaiores do que aqueles normalmente encontrados na literatura (0,1 a0,25 kg/dia).

A melhoria de índices que caracterizem a bovinocultura de ciclocurto (precoce e superprecoce) a nível de pasto presume boas práticasde manejo durante as águas e garantia de disponibilidade de forragempara o período da seca. Uma prática de maior aceitação, de baixo custoe fácil adoção, é o diferimento de pastagens. Associadas a estas práticasde manejo são empregadas suplementações cabíveis.

Suplementação na Época das Águas

Durante o período das águas, o objetivo é alcançar ganhos depeso acima do potencial das pastagens, normalmente, consideradocomo sendo de aproximadamente 600g/animal/dia. Entretanto,ZERVOUDAKIS et al.(1999,2000) e PAULINO et al (2000a,c), associando

II Simpósio de Produção de Gado de Corte - 205

os princípios de manejo para quantidade e manejo para qualidadedas pastagens tropicais, têm estabelecido o patamar de1,3kg/animal/dia como o limite, pelo menos durante o períodocompreendido entre o início das chuvas e o mês de fevereiro; emcondições normais de precipitação.

Entretanto, em situações onde o ganho de peso não atinge opatamar estabelecido pelo potencial genético do animal, visualiza-se ouso de alimentação suplementar,durante o período das águas.Talsituação pode ocorrer, por exemplo, quando se prioriza a produção porárea, valorizando elevadas taxas de lotação, sem considerar osconceitos de manejo para quantidade e qualidade, em conjunto.Neste contexto, PAULINO et al. (1996b), utilizando feno de guandu ecasca de café como limitadores de consumo, testaram diferentes fontesde proteína em suplementos, ensejando acréscimo de ganhos de pesode cerca de 200 g / animal / dia, com a associação feno de guandu efarelo de soja (Tabelas 6 e 7). Peculiaridades serão discutidas emrelação a cada categoria.

Tabela 6 - Composição percentual das rações concentradassuplementares, por tratamento

TratamentosExperimento 1 Experimento 2

Ingredientes A B C D A B CMistura mineral (%) 100,0 5,0 5,0 5,0 100,0 5,0 5,0Feno de guandu (%) - 75,0 75,0 75,0 - - -Casca de café triturada (%) - - - - - 75,0 75,0Farelo de soja (%) - 20,0 - - - 20,0 -Farelo de algodão (%) - - 20,0 - - - 20,0Farelo de trigo (%) - - - 20,0 - - -

- II Simpósio de Produção de Gado de Corte206

Tabela 7 - Pesos vivos médios, inicial e final, e ganhos em peso, total ediários, por tratamento

Especificação Experimento 1 Experimento 2A B C D A B C

Peso inicial (kg) 208,11 199,20 198,70 200,30 167,91 168,40 166,90Peso final (kg) 261,78 268,00 260,10 254,80 213,27 221,90 214,90Ganho total (kg) 53,67 68,80 61,40 54,50 45,36 53,90 48,00Ganho diário médio(kg/animal/dia)

0,624a 0,800a 0,714a 0,634a 0,528a 0,622a 0,558a

Consumo médio desuplemento(kg/animal/dia)

0,061 1,163 1,016 1,025 0,077 1,926 1,592

a Médias na mesma linha, seguidas pela mesma letra, não diferem estatisticamente entresi, pelo teste de Newman Keuls (P>0,05). Comparação feita por Experimento.

Creep - feeding

Em sistemas intensivos de produção de bovinos, nos quais opeso à desmama dos bezerros (as) tem importância primordial,visualiza-se a suplementação dos bezerros em amamentação. Sob aperspectiva do uso de estação de monta, com consequente disciplinaçãodos nascimentos, esta fase coincide com o período das águas.

O creep - feeding consiste em fornecimento de alimentossuplementares aos bezerros criados ao pé das matrizes, sem que estastenham acesso ao suplemento.

A suplementação dos bezerros no creep - feeding tem porfinalidade não reduzir o ímpeto de crescimento dos bezerros, o quenormalmente ocorre após os dois meses de idade pela queda naprodução de leite da mãe.

O fornecimento de ração deve ser “ad libitum”, para ganhos daordem de 1,0 kg / animal/ dia; o consumo, dos 2 aos 7 meses de idade,deve ser de até 1,0 kg de concentrado / cabeça / dia, resultando emuma conversão alimentar média de 2 kg de alimento / kg de ganho,considerando o leite e forragem consumidos. Normalmente a raçãoconcentrada apresenta 17 a 18% de proteína bruta e 75% a 80% denutrientes digestíveis totais.

II Simpósio de Produção de Gado de Corte - 207

O creep - feeding pré-condiciona o animal ao tipo de alimentaçãoque ele vai receber na terminação / engorda o que beneficia odesempenho do animal.

Em relação à produção de novilho precoce/superprecoce para oabate, uma vantagem expressiva do creep - feeding é o ajustamentopara o período de recria e terminação que pode ser reduzido, uma vezque o peso à desmama atinge 240 kg ou mais.

Creep - grazing

Alternativa e/ou concomitantemente ao sistema de creep -feeding pode-se usar piquetes com espécies forrageiras de melhor valornutritivo, para uso exclusivo dos bezerros enquanto eles ainda estãocom as mães. Recomenda-se o uso de piquetes com gramíneasmanejadas para alta qualidade. Uma opção é usar o sistema ponta -rapador, sendo que os bezerros constituem o grupo dos primeirospastejadores.

Suplementação para Época Seca

Deve-se definir, com clareza, o objetivo da suplementação dentrodo sistema de produção. Assim, o aporte de nutrientes viasuplementação durante a recria e recuperação de escore corporal dematrizes e touros, pode visar níveis diferenciados de desempenho pelosanimais, desde a simples mantença de peso, passando por ganhosmoderados de cerca de 200 - 300g por animal/dia, até ganhos de 500 -600g por animal/dia, quando o objetivo é cobrir fêmeas com cerca de 14meses e/ou abater machos aos 20 meses de idade. Já na fase determinação os suplementos devem proporcionar ganhos de cerca de700g para novilhas e acima de 800g para machos em engorda.

Assim sendo foi gerada uma família (linha) de produtos,envolvendo sal-uréia-mineral, sais nitrogenados, sais proteinados,“suplementos múltiplos” para recria de novilhas e novilhos super-precoces, “suplementos múltiplos” para engorda de novilhas jovens,“suplementos múltiplos” para terminação de machos (PAULINO, 1998;1999; 2000).

- II Simpósio de Produção de Gado de Corte208

Mistura sal-uréia-mineral

A mistura sal-uréia-mineral é útil na mantença de animais(Tabela 8 ) e constitui-se em um método simples e econômico a serusado no rebanho, quando se busca a adaptação dos bovinos ao uso deuréia, quando o sistema prevê o uso mais intensivo deste suplementoem alguma fase do sistema de produção(PAULINO et al.,1982).

Em uma exploração racional seria benéfico assegurar pelo menosa mantença de peso nos períodos críticos do ano. Assim, o diferimentosdas pastagens associado a um baixo nível de suplementação, durante operíodo da seca, seriam utilizados visando prevenir um danopermanente na atividade fisiológica do animal, de forma a possibilitá-losobreviver numa condição que possa tirar vantagens do ganhocompensatório, que inciaria no período de pastagens abundantes enutricionalmente adequadas (PAULINO e RUAS, 1988).

Tabela 8 - Composição percentual das misturas e desempenho dosnovilhos durante dois períodos de seca consecutivos

Ingredientes TratamentosA B C D

Uréia (%) 0 20 40 60Mistura mineral (%) 100 80 60 40Desempenho dos Animais:Consumo da mistura (g/cabeça/dia) 60 60 50 50Ganho de peso diário na 1a seca(kg/animal/dia

0,142a 0,175a 0,178a -0,008b

Ganho de peso diário na 2a seca(kg/animal/dia)

-0,083 -0,055 0,009 0,002

Sal nitrogenado

Os custo requeridos com o transporte e a distribuição diária desuplementos para bovinos de corte em pastejo são bastanteexpressivos.

As formulações de suplementos, fornecidas no sistema de auto-alimentação, permite o controle de consumo pelo próprio animal, nos

II Simpósio de Produção de Gado de Corte - 209

níveis estabelecidos, bem como facilita o manejo e racionaliza autilização de mão-de-obra na distribuição de suplementos na pastagem,a qual pode ser executada, obedecendo a uma periodicidade semanal oumesmo quinzenal. Além disso, evita que o animal crie dependência pelosuplemento e apresenta aspectos positivos sob o ponto de vistanutricional, tais como sincronização de energia-amônia, equilíbrio de pHe amônia, dentre outros.

Assim sendo, na formulação de suplementos para animais emrecria, matrizes e reprodutores, recorre-se ao uso de controladores deconsumo tais como o sal (PAULINO et al, 1996a) e a uréia (PAULINO etal, 1983, 1985, 1993b). Neste contexto, PAULINO et al (1983)mostraram a eficiência da inclusão de altos níveis de uréia emsuplementos como controlador de consumo a níveis baixo, bem como aobtenção de desempenho moderado dos animais (Tabela 9, 10 e 11,eFigura 1).

Existe a possibilidade de baixa utilização de uréia, durante operíodo de inverno por animais em pastejo, devido o baixo conteúdo deenergia digestiva nas forragens. Daí a necessidade de inclusão de umafonte de energia juntamente com a uréia. Os “suplementos múltiplos”,de baixo consumo, que usam nitrogênio não-protéico como fonte denitrogênio solúvel, são comumente chamados “sais nitrogenados”.

Tabela 9 - Composição percentual das rações concentradassuplementares, por tratamento

Ingredientes TratamentosA B C D

Mistura mineral 10,00 10,00 10,00 10,00Fosfato bicálcico (%) 5,00 5,00 5,00 5,00Uréia (%) - 5,00 10,00 15,00Enxofre (%) - 0,15 0,30 0,45MDPS* (%) 85,00 79,85 74,70 69,55

* - Milho desintegrado com palha e sabugo.

- II Simpósio de Produção de Gado de Corte210

Tabela 10 - Pesos vivos médios, inicial e final, e ganhos em peso total ediário, nos diversos tratamentos

Especificação TratamentosA B C D

Peso inicial (Kg) 244,14 244,86 246,57 241,64Peso final (Kg) 274,07 264,64 273,64 260,07Ganho total (Kg) 29,03 25,78 27,07 18,43Ganho diário médio(Kg/animal/dia) 0,214a 0,177b 0,193ab 0,132c

Consumo de suplemento(kg/animal/dia)

1,661 0,635 0,492 0,247

a, b, c - Médias na mesma linha, seguidas pela mesma letra não diferemestatisticamente, entre si, pelo teste de Tukey (P > 0,05).

Sal proteinado

Associada à utilização de uréia, tanto como fonte de amôniaquanto para limitar o consumo (junto com o sal), a adição de fontenatural de proteína aos “suplementos múltiplos” de baixo consumo édesejável no sentido de fornecer ácidos graxos de cadeia ramificada(isoácidos) aos microrganismos do rúmen, e/ou, proteína não degradadano rúmen aos animais. Neste contexto, as fontes naturais de proteína eenergia devem ser portadoras de características biológicas compatíveiscom a otimização da eficiência microbiana e utilização de uréia eforragens. Dados de experimento de PAULINO et al (1993a) sãoapresentados nas Tabelas 12 e 13 . A linha de produtos que segue estesfundamentos são classificados como “sais proteinados”.Os pecuaristas podem obter elevada performance dos animais emcrescimento quando o ganho compensatório é exploradoadequadamente. Para tanto, os animais que estariam sofrendo restriçãoalimentar durante o “período de inverno”, não devem perder peso e simmanter ganhos ao redor de 200g a 300g / dia/ cabeça.Não perdendopeso, animais sob restrição alimentar podem ter ganhos compensatóriosnos períodos de abundância de forragem de boa qualidade.

II Simpósio de Produção de Gado de Corte - 211

Tabela 11 - Requisitos nutricionais diários dos animais, consumo diáriomédio de nutrientes e % dos requisitos atendida pelossuplementos

TratamentosA B C D

Nutrientes Requisitos* Consumo % Consumo % Consumo % Consumo %(kg) (kg) Atendida (kg) Atendida (kg) Atendida (kg) Atendida

MS 6,40 1,52 23,7 0,59 9,2 0,44 6,9 0,22 3,4PB 0,57 0,12 21,0 0,14 24,6 0,17 29,8 0,10 17,5NDT 3,50 0,98 28,0 0,33 10,0 0,25 7,1 0,12 3,4Ca 0,012 0,023 191,6 0,009 75,0 0,007 58,3 0,004 33,3P 0,012 0,019 159,3 0,007 58,3 0,005 41,6 0,003 25,0

*- Novilhas de 250 kg para ganho diário de 0,30 kg (NRC, 1976).

- II Simpósio de Produção de Gado de Corte212

Figura 1 - Representação diagramática da evolução do peso vivo médiodos animais (kg), por tratamento.

II Simpósio de Produção de Gado de Corte - 213

Tabela 12 - Composição percentual dos suplementos

Ingredientes Tratamentos

A B C

Mistura mineral (%) 2,0 2,0 2,0Uréia (%) 5,0 5,0 5,0Sulfato de amônia (%) 0,55 0,55 0,55Farinha de carne e ossos * (%) 9,0 9,0 9,0Farelo de algodão (%) 15,0 15,0 15,0Farelo de trigo (%) 0,0 15,0 30,0MDPS ** 68,45 53,45 38,45

* Obs.: No momento é proibido o uso deste produto na formulação de rações pararuminantes.** MDPS - Milho desintegrado com palha e sabugo.

Tabela 13 - Desempenho dos animais

Especificação Tratamentos

A B CPeso inicial (kg) 129,7 130,50 132,93Peso final (kg) 139,47 146,94 153,27Ganho diário médio (kg/animal/dia) 0,097 0,154 0,190Consumo de suplemento (kg/animal/dia) 0,300 0,323 0,548

Suplementos múltiplos para recria de novilhas superprecoce

O sistema de acasalamento de fêmeas com quatorze a quinzemeses, presume o aproveitamento do crescimento acelerado e rápido àcusta do desenvolvimento dos tecidos ósseos e muscular que ocorre donascimento a puberdade, ativados pela liberação de hormônios protéicosde crescimento.

- II Simpósio de Produção de Gado de Corte214

Para que isto seja viabilizado, o manejo nutricional devepossibilitar crescimento contínuo no pós-desmame, com magnitude emtorno de 600g/animal/dia. Como nos sistemas de estação de montanormalmente usados no Brasil Central, a fase de recria (desmama -puberdade) coincide com a época seca, PAULINO(1991) e PAULINO eRUAS (1992) conduziram trabalho com fêmeas em recria visandoviabilizar a produção de novilhas prenhas superprecoce em regime depastejo com suplementação (Tabela 14 e 15).

Tabela 14 - Composição dos Suplementos

Ingredientes TratamentosA B

Mistura mineral (%) 4,0 4,0Calcário calcítico (%) 1,0 1,0Uréia / sulfato de amônia - 9:1 (%) 5,0 5,0Farelo de soja (%) 25,0 -Farinha de carne e ossos * (%) - 5,0Farelo de algodão (%) - 30,0Milho grão (%) - 30,0MDPS ** (%) 65,0 25,0

* Obs.: No momento é proibido o uso deste produto na formulação de rações pararuminantes.

** MDPS - Milho desintegrado com palha e sabugo.

II Simpósio de Produção de Gado de Corte - 215

Tabela 15 - Desempenho dos animais

Especificação TratamentosA B

Peso inicial - 23/08/1990 (kg) 196,46 195,35Peso final seca - 26/11/1990 (kg) 253,18 256,39Ganho diário médio (kg/animal/dia) 0,564 0,621Consumo de suplemento (kg/animal/dia) 1,316 1,148Peso início estação de monta - 31/01/1991 (kg) 283,1 289,8Peso final estação de monta - 21/03/1991 (kg) 314,3 319,6% de prenhez * 35,5 38,7

* Refere-se ao total das fêmeas ½ Holandês-Zebu, ou seja, as que apresentavampotencial genético para prenhez aos 14 - 16 meses.

Para obtenção de níveis de ganhos mais elevados durante arecria, faz-se mister o refinamento da composição dos suplementos,bem como proporcionar consumos próximos a 1kg por animal / dia,atendendo as exigências totais de nitrogênio degradado no rúmen, sódioe microminerais, cerca de 50 a 60% das de fósforo e proteína,assegurando disponibilidade de peptídeos a nível ruminal, e cerca de30% daquelas de energia.

O principal objetivo de suplementar fêmeas durante a recria é deincrementar a sua performance reprodutiva proporcionando melhorescondições corporais à primeira monta e ao primeiro parto, beneficiandoo aumento do índice de repetição de cria e o peso ao desmame. Trata-se de um investimento a longo prazo e com a obtenção conclusiva dosresultados após três, quatro ou mais anos consecutivos.

Havendo potencial genético, à medida que o peso e o ganho depeso assegurem a maturidade sexual, as fêmeas apresentam melhorescondições fisiológicas para manifestarem cio. Observa-se na Tabela 15que as novilhas que eram detentoras de potencial genético - nesseestudo representadas por fêmeas ½ Holandês x Zebu - tornaram-seprenhes. Novilhas azebuadas e retrocruzadas não responderam aotratamento. Portanto, genética e sanidade, são condições básicas, aolado do plano nutricional, para viabilizar este sistema.

Visando garantir boa eficiência reprodutiva das matrizesprimíparas é necessário garantir o crescimento contínuo dos animais na

- II Simpósio de Produção de Gado de Corte216

estação seca subseqüente, garantindo o parto com peso equivalente a80% do peso adulto.

Suplementos múltiplos para recria de novilhos superprecoce depasto

O sistema de produção de novilho “superprecoce de pasto”, comabate em torno de 18 a 20 meses, requer crescimento contínuo durantea recria a níveis superiores a 400g/animal/dia. Neste contexto, GOMESJR. et al. (2001) testaram diferentes fontes de proteína em suplementosmúltiplos durante o período da seca, salientando a importância dacompatibilidade das fontes de proteína para a adequada utilização deuréia e digestão e consumo de forragem de baixa qualidade (Tabelas 16e 17).

Tabela 16 - Composição dos Suplementos

TratamentosIngredientes (%)

MM FS FA FG FT

Mistura mineral* 100,0 6,0 6,0 6,0 6,0Sal comum (NaCl) - 4,0 4,0 4,0 4,0Uréia/Sulf.amônio(9:1) - 10,0 10,0 10,0 8,0Farelo de soja - 15,0 - - -Farelo de algodão - - 30,0 - -Farelo de glúten de milho - - - 10,0 -Farelo de trigo - 65,0 50,0 70,0 82,0

* Mistura mineral: fosfato bicálcico, 50,0%; sal comum, 48,0%; sulfato de zinco,1,5%; sulfato de cobre, 0,4%; sulfato de cobalto, 0,05%; sulfato de magnésio,0,03% e iodato de potássio, 0,03%.

II Simpósio de Produção de Gado de Corte - 217

Tabela 17 - Pesos vivos médios, inicial (PVMi) e final (PVMf), ganho depeso médio diário (GPMD), e consumo de suplemento(CS)em kg

TratamentosItens

MM FS FA FG FT

PVMi 253 249 247 249 241PVMf 261 287 300 299 284GPMD 0,09b 0,39a 0,54a 0,50a 0,43a

CS 0,046 1,480 1,490 1,500 1,480

a Médias seguidas pela mesma letra, em uma mesma linha, não diferem entre si, emnível de 5% de probabilidade, pelo teste Newman Keuls.

Suplementos múltiplos para terminação de novilhas

A produção de novilhas de descarte jovens (20 - 24 meses), compeso e acabamento adequados, constitui-se em opção viável. Quando afase de acabamento coincidir com a época seca, associada àdisponibilidade de forragem diferida, torna-se necessária o uso desuplementação. PAULINO e RUAS (1990) conduziram um trabalhovisando testar diferentes fontes de energia em suplementos múltiplos,sobre o desempenho de novilhas de corte (Tabelas 18 e 19 )

- II Simpósio de Produção de Gado de Corte218

Tabela 18 - Composição dos suplementos

Ingredientes Tratamentos

A B C

Mistura mineral (%) 4,0 4,0 4,0Uréia (%) 5,0 5,0 5,0Gesso (%) 1,0 1,0 1,0Farinha de carne e ossos * (%) 5,0 5,0 5,0Farelo de trigo (%) 30,0 30,0 30,0Soja grão(%) 20,0 - -Milho grão (%) - 22,0 -Sorgo grão (%) - - 25,0MDPS ** 35,0 33,0 30,0

* Obs.: No momento é proibido o uso deste produto na formulação de rações pararuminantes.** MDPS - Milho desintegrado com palha e sabugo.

Tabela 19 - Desempenho dos animais

Especificação TratamentosA B C

Peso inicial (kg) 284,46 283,37 282,00Peso final (kg) 371,00 366,13 367,51Ganho de peso diário médio (kg/animal/dia) 0,628 0,593 0,628Consumo de suplemento (kg/animal/dia) 1,694 1,922 1,762

Em situações onde a fase de terminação coincidir com a épocadas águas, dependendo das condições de disponibilidade, espécie equalidade do pasto, a suplementação bem elaborada pode ensejarincremento no desempenho das novilhas (Tabelas 20 e 21)(ZERVOUDAKIS et al, 1999).

II Simpósio de Produção de Gado de Corte - 219

Tabela 20 - Composição dos suplementos

Ingredientes TratamentosI II III

Mistura mineral* (%) 100,00 - -Milho grão (%) - 57,7 40,5Farelo de soja (%) - - 59,5Farelo glúten milho (%) - 42,3 -

* Tratamentos II e III: mistura mineral à vontade

Tabela 21 - Desempenho de novilhas mestiças suplementadas noperíodo das águas

Especificação TratamentosI II III

Peso médio inicial (kg) 263,14 265,00 266,43Peso médio final (kg) 347,87 370,62 370,38Ganho de Peso Total (kg) 84,73 105,62 103,95Ganho peso médio diário (kg/animal/dia) 0,73 0,91 0,89Consumo médio diário:Suplemento (kg/animal/dia) - 0,5 0,5Mistura mineral (g/animal/dia) 103,3 83,49 85,56

Ajustes devem ser feitos em cada sistema de produçãoespecífico, visando compatibilizar peso inicial dos animais, composiçãodo suplemento e peso do abate exigido pelo mercado.

Suplementos múltiplos para terminação de machos

Para viabilizar a produção do novilho precoce/superprecoce empastagens, deve-se estabelecer manejo que permita, durante aterminação ganhos de peso superior a 1kg/animal/dia, durante operíodo das águas, associados a ganhos superiores a 800g/animal/diadurante o final das águas e início ou durante a estação seca.

- II Simpósio de Produção de Gado de Corte220

No período das secas, para obtenção de ganhos de peso acimade 800g/animal/dia, deve-se liberalizar o consumo de suplementos.Portanto, uréia e sal são usados sob a ótica de satisfazer às exigênciasnutricionais e otimização da eficiência microbiana, de consumo eutilização de forragens, sem a preocupação de controle de consumo.

Com este objetivo, a literatura registra fornecimento de raçõesconcentradas na base de 0,8 a 1,0% de peso vivo( Tabelas 22 e 23)(PAULINO et al, 2000b).

Tabela 22 - Composição percentual, com base na matéria natural, dasrações concentradas suplementares

TratamentosIngredientes (%) SSI 2 SCAI 3 SMFS 4

Mistura mineral 1 2,0 2,0 2,0Uréia/sulfato de amônia-9:1 2,5 2,5 2,5Soja grão inteira 25,0 - -Caroço de algodão inteiro - 50,0 -Farelo de soja - - 17,0Milho grão triturado 70,5 45,5 78,5

1 Mistura mineral: fosfato bicálcico, 48,61%; sal comum, 48,61%; sulfato de zinco,1,46%; sulfato de cobre, 0,72%; sulfato de magnésio, 0,50%; sulfato de cobalto,0,05%; iodato de potássio, 0,05%.2 SSI = suplemento contendo soja grão inteira;3 SCAI = suplemento contendo caroço de algodão inteiro;4 SMFS = suplemento contendo milho e farelo de soja.

II Simpósio de Produção de Gado de Corte - 221

Tabela 23 - Pesos vivos médios, inicial e final, ganhos de peso total ediário e rendimento de carcaça, por tratamento

TratamentosEspecificação SSI 1 SCAI 2 SMFS 3

Peso inicial com enxugo (kg) 363,25 363,00 356,50Peso final com enxugo (kg) 461,50 457,50 462,25Ganho de peso total (kg) 98,25 94,50 105,75Ganho de peso diário (kg/animal/dia) 1,056 1,016 1,137Rendimento de carcaça(%) 52,21 53,04 53,61

1 SSI = suplemento contendo soja grão inteira;2 SCAI = suplemento contendo caroço de algodão inteiro;3 SMFS = suplemento contendo milho e farelo de soja.

Sob a ótica de garantir fornecimento contínuo de animais e, ouacelerar a taxa de crescimento no período de transição águas-seca,visando evitar que determinados lotes de animais entrem no auge daseca (setembro-outubro), suplementação estratégica neste período podeser utilizada (KABEYA et al, 2000; Tabelas 24 e 25).

Tabela 24 - Composição dos suplementos

TratamentosIngredientes (%)MDPS MILHO FTRIGO

Sal mineral 1 2,00 2,00 2,00Uréia/sulfato de amônia 9:1 2,50 2,50 2,50Farelo de soja 45,00 40,00 30,00MDPS* 50,50 ----- -----Milho grão moído ----- 55,50 -----Farelo de trigo ----- ----- 65,50

* Milho desintegrado com palha e sabugo1 - Composição percentual: fosfato bicálcico 50,00; sal comum 48,00; sulfato de zinco1,50; sulfato de cobre 0,40; sulfato de cobalto 0,05; sulfato de magnésio 0,03 e iodatode potássio 0,03.

- II Simpósio de Produção de Gado de Corte222

Tabela 25 - Desempenho dos animais

TratamentosEspecificação I II III

Peso médio inicial - 07/05/98 (kg) 348,2 346,2 341,8Peso médio final *- 01/09/98 (kg) 443,8 447,0 433,0Ganho médio diário (kg/animal/dia) 0,824 0,869 0,786Rendimento de carcaça (%) 53,39 54,31 54,70Consumo de Suplemento (kg/animal/dia) 3,0 3,0 3,0

* Idade média de 21 meses (todos com dente de leite)

Suplementos múltiplos para recuperação de estado nutricionalde matrizes

Uma prática complementar à estação de monta importante paraa manutenção de taxas elevadas de natalidade, é o monitoramento doestado nutricional do rebanho de cria, ao longo do ano. Isso possibilitaque sejam adotadas práticas de manejo apropriadas, quandonecessário, em benefício da eficiência reprodutiva do rebanho.

Na avaliação do estado nutricional dos animais são atribuídosescores de condição corporal, sendo comumente utilizada uma escala de1 a 9, em que 1 corresponde a animais extremamente magros e 9 aanimais extremamente gordos, sendo desejáveis animais com escore de5 e 6. As avaliações devem ser feitas ao parto, ao início e ao fim daestação de monta e à desmama dos bezerros.

A condição corporal da vaca ao parto tem grande influênciasobre o seu desempenho reprodutivo na estação de monta seguinte.Vacas com escore mínimo de 5 a 6, ao parto, retornam muito maisrapidamente ao cio que vacas magras, concebem mais cedo na estaçãode monta e apresentam taxa de concepção mais elevada. De formasemelhante, é desejável escore corporal mínimo de 5 ao início daestação de monta e à desmama de bezerros.

Como a fase de cria normalmente é conduzida em áreas depastagens de qualidade inferior ou de pastagens nativas, é convenientecomplementar a alimentação desses animais em pastagens melhoresnos períodos críticos.Neste contexto, LEITE et al. (1994) mostram um

II Simpósio de Produção de Gado de Corte - 223

incremento de cerca de 15% na taxa de natalidade de fêmeasrecebendo “ suplemento múltiplo” para recuperação de escore corporal,no período compreendido entre a desmama e o início da estação daschuvas(Tabela 26) A suplementação de vacas de cria é ainda práticapouco utilizada no Brasil. Entretanto, tem se elevado o uso de salproteinado para esta categoria, sendo que o Estado de Goiás lidera oseu emprego (SEBRAE, 2000).

Tabela 26 - Composição dos suplementos e desempenho dos animais

Tratamentos*Ingredientes I II III

Mistura Mineral (%) 100,00 100,00 5,00Uréia/Sulfato de Amônia - 9:1 (%) - - 5,55Calcário calcítico (%) - - 1,00Monensina (%) - - 0,10Farinha de carne e ossos** (%) - - 9,00Farelo de algodão (%) - - 30,00Farelo de trigo (%) - - 15,00MDPS (%) - - 34,35Desempenho dos Animais:Consumo de suplemento1 (kg/Animal/dia) 0,060 0,060 0,533% de prenhez na EM2 53,33 55,55 68,42

*Tratamentos:I - Matrizes com escore de condição corporal > 5,0 no início do experimentoII -Matrizes com escore de condição corporal entre 3,0 e 5,0 no início do experimentoIII - Matrizes com escore de condição corporal entre 3,0 e 5,0 no início do experimento** No momento está proibido o uso deste produto na alimentação de ruminantes.1 - Agosto a Outubro / 19932 - EM = estação de monta (Janeiro a março/1994)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No Brasil a bovinocultura de corte é baseada em sistemas deprodução que incluem pastagens nativas e/ou cultivadas. A produçãoanimal está condicionada à quantidade e qualidade da pastagemconsumida. A quantidade diária de matéria seca consumida é uma

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medida crítica para se fazer inferências nutricionais e se alcançar umbalanço positivo entre a oferta e demanda por nutrientes do animal empastejo.

O manejo de pastagens tropicais requer técnica, habilidade eobservação diária, de forma que ajustes na carga animal sejamcompatíveis com a variação no crescimento das plantas, bem como àsmudanças nos componentes morfológicas (folha, colmo e materialmorto) ao longo do ano.

Ao definirmos o potencial das gramíneas tropicais para ganho depeso devemos fazê-lo sem restrições de oferta de pasto. Por outro lado,sabe-se que o limite de cada característica produtiva é determinadogeneticamente; assim devemos assegurar, via programas bemdelineados, capacidade de resposta dos animais.

A exploração de desempenho animal ótimo em pastagens pareceser limitada por fatores como adequação das curvas “estacionais” deexigências nutricionais dos animais ao de produção da planta forrageira,consumo, densidade de nutrientes de forragem, digestibilidade e nívelde suplementação com concentrado em determinadas fases produtivasdo animal. Se esses parâmetros forem mantidos sob controle, podem-setraçar os limites de performance do animal para sistema de exploraçãoque empregam forragens em diferentes níveis na dieta do animal.

A primeira ação no sentido de garantir fornecimento de energia égarantir suprimento de forragem , a níveis de 5 a 7,5% do peso vivo emmatéria seca, proporcionando oportunidade ao animal de exercer aseletividade e ingerir dieta com maior concentração de nutrientes.

Com relação às características intrínsecas da planta devemosvalorizar as técnicas de manejo para qualidade, mantendo aforragem em estádio mais imaturo via rebrotas constantes.

No que concerne às características extrínsecas relacionadas àcinética de digestão, devemos valorizar a suplementação denatureza múltipla visando aumentar digestão, taxa de passagem deresíduos indigestíveis e consumo. Entretanto, a suplementação não deveser considerada a única maneira de superar as limitações de forragensde baixa qualidade.

Biologicamente, energia, proteína, fósforo, sódio, microminerais(cobre, cobalto, zinco, iôdo e outros , cuja deficiência regional for

II Simpósio de Produção de Gado de Corte - 225

cientificamente comprovada) e vitamina A, são os principais nutrienteslimitando a performance de rebanhos em pastagem.

Suplementação não é um sistema de alimentação, mas umcorretivo dos déficits que possam apresentar nossas pastagens (naturaisou implantadas) em determinadas épocas do ano e em determinadasatividades.

A suplementação deve ser fornecida de acordo com as exigênciasdos animais que, por sua vez, não é igual para as diversas categorias,uma vez que os mesmos não respondem de igual forma a umadeterminada quantidade e qualidade de suplemento. A suplementaçãotambém pode ser fornecida de forma substitutiva com o objetivo dealiviar o pasto, aumentando-se assim a carga animal por hectare.

Suplementação com proteína é essencialmente crítica quando aproteína bruta da pastagem encontra-se abaixo de 7 - 8%. Fósforo,sódio e microminerais devem ser fornecidos sempre. Suplementação devitamina A é recomendada quando os rebanhos são mantidos por maisde 4 meses sem acesso a forragens verdes / tenras.

É necessário reavaliar o conceito, geralmente aceito, de que asgramíneas tropicais constituem substrato de baixa qualidade. Nestecontexto, entre os fatores controláveis visualizamos que, o potencial dedesempenho (ganho de peso, precocidade sexual e de acabamento) éadministrável com animais detentores de potencial genético; quantidadede matéria seca com escolha de espécie adequada, manejo, adubaçãoe, ou reciclagem de nutrientes; a sazonalidade com manejo ediferimento; a qualidade de forragem com manejo e suplementosmúltiplos; a questão econômica com administração e controle; aquestão gerencial com educação em todos os níveis (visão de mundotropical do trabalhador rural ao formulador de teorias).

Salientamos que se o diferimento de pasto pode ser consideradouma poupança de pasto para a época seca, a forragem assim obtidapode ser considerada um banco de energia latente, cabendo-nosdisponibilizá-la para o animal, via balanço adequado dos nutrientes,incrementando a digestão da fração potencialmente digestível,passagem do resíduo indigestível e consumo.

Quando elevados níveis de produção de matéria seca naspastagens forem alcançados, é possível explorar conjuntamenteperformance mais elevadas dos animais e elevadas lotações.

- II Simpósio de Produção de Gado de Corte226

A suplementação de animais em pastejo e sua eficiência (kg deganho / kg de suplemento) pode ter diferentes respostas produtivas jáque depende de numerosos fatores e suas interações. Estes fatores seresumem em:

- Alimento. Pasto - tipo, qualidade, disponibilidade. Suplemento - tipo, qualidade, quantidade e forma de

apresentação.- Animal: potencial genético, antecedentes nutricionais e estado

fisiológico ( fase do ciclo de vida).- Manejo: oferta de pasto (carga animal; pressão de pastejo),

sistema de pastejo, distribuição do concentrado.Genericamente, o nível de fornecimento de suplementos múltiplos

guarda relação com ganhos de peso e objetivos do sistema de produçãoda seguinte maneira:

- Recria de animais precoces, objetivando ganhos de 200 - 300g/ animal/ dia: consumos na base de 0,1 a 0,3% do peso vivo.

- Recria de animais superprecoces, objetivando ganhos de 500 -600g / animal / dia: consumos na base de 0,4 a 0,5% de pesovivo.

- Terminação de novilhas precoces e machos com 13 a 14arrobas, objetivando ganhos de 600 - 700 g/ animal / dia:consumos na base de 0,5 a 0,7% do peso vivo.

- Terminação de machos com 11 a 12 arrobas, objetivandoganhos acima de 800g/animal/dia: consumos na base de 0,8 a1,0% do peso vivo.

- Terminação com efeito substitutivo, especialmente emcondições com baixa disponibilidade de matéria seca:consumos na base de 1,0 a 1,5% do peso vivo.

Embora os sistemas de produção de bovinos em pastejo(envolvendo suplementação / complementação) apresentem,naturalmente, maior variabilidade, eles constituem uma opção viávelpara os pecuaristas, pois, além de não requererem atividade agrícolapara produção de volumosos (como requerem os confinamentos)permitem significativas melhorias nos índices de produtividade dorebanho e melhoram as condições de manejo das pastagens.

II Simpósio de Produção de Gado de Corte - 227

Acrescentem-se como vantagens desta proposta os baixos investimentosem instalações e equipamentos e menores exigências em infra-estrutura, podendo viabilizar a pecuária de ciclo curto até em regiões /propriedades não contempladas com energia elétrica.

Entre os anos de 1990 e 1998 enquanto o número de animaisengordados em confinamento cresceu de 753.000 para 1.415.000 decabeças, a produção de animais terminados a pasto, comsuplementação no período seco, passou de 115.000 para 1.850.000cabeças (ANUALPEC, 1999).

Sob a ótica da pecuária de ciclo curto, é factível delinear umaestratificação do rebanho visando o abate de 30 - 40% dos machos com“superprecoce de pasto” abatidos com cerca de 18-20 meses, 30 - 40%abatidos com cerca de 22 meses e 40 - 20% como “precoce” com, nomáximo, 24 meses, bem como cobrir fêmeas de reposição com cerca de14 a 15 meses e abater novilhas de descarte com 20 - 22 meses. Assim,diríamos que estão estabelecidas as bases para a bovinocultura donovilho “superprecoce verde - amarelo”.

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