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ANEXO – W
Estudos que serviram na determinação dos parâmetros de operação
Aterro Sanitário
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO URBANO DE POLOS REGIONAIS
VALE DO JAGUARIBE/VALE DO ACARAÚ (BR-L1176)
Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR
ELABORAÇÃO DE MODELOS A SEREM ADOTADOS
PARA A PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE
OPERAÇÃO DA CENTRAL DE TRATAMENTO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS E SUAS UNIDADES
CORRELATAS, NO ATERRO REGIONAL DE SOBRAL
CONTRATO 043/CIDADES/2016
Produto 04-F-AI. Estudo de Viabilidade Econômica-Financeira da CTR –
Alternativa I – Alargamento a Outros Municípios
Versão Final
RPG – Regulation, Performance and Governance, Ltda.
FORTALEZA, JULHO DE 2017
ii
iii
Relatórios que compõem este Produto:
Produto 04. Sumário Executivo
Produto 04-A. Estudo de Viabilidade Econômica-Financeira da Implantação da
Unidade de Tratamento de RCC
Produto 04-B. Estudo de Viabilidade Econômica-Financeira da Implantação da
Unidade de Tratamento de RSS
Produto 04-C. Estudo de Viabilidade Econômica-Financeira da Implantação da
Unidade de Compostagem
Produto 04-D. Estudo de Viabilidade Econômica-Financeira das ETR e do Transporte
para a CTR
Produto 04-E. Estudo de Viabilidade Econômica-Financeira do Aterro Sanitário
Produto 04-F-AI. Estudo de Viabilidade Econômica-Financeira da CTR –
Alternativa I – Alargamento a Outros Municípios
Produto 04-F-AII. Estudo de Viabilidade Econômica-Financeira da CTR – Alternativa
II – Aproveitamento Energético do Biogás
Produto 04-F-AIII. Estudo de Viabilidade Econômica-Financeira da CTR – Alternativa
III - Implantação da Unidade de Combustível Derivado de Resíduos
iv
v
Elaborado pela equipe-técnica:
• Coordenador do Projeto: Rui Cunha Marques;
• Economista Sênior: João Simão Pires;
• Advogado Sênior: Wladimir Antônio Ribeiro;
• Engenheiro Sênior: Luiz Nascimento;
• Engenheiro Sênior: Pedro Simões;
• Administradora: Marina Ladeiras.
________________________________________________
Rui Cunha Marques
(Coordenador do Projeto)
vi
vii
Apoio Técnico e Financeiro:
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
GOVERNADOR
Camilo Sobreira de Santana
Vice-Governadora
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
SECRETARIA DAS CIDADES
Secretário das Cidades
Jesualdo Pereira Farias
Secretário Adjunto das Cidades
Germano Rocha Fonteles
Secretário Executivo das Cidades
Ronaldo Lima Moreira Borges
Coordenadora do Programa de Desenvolvimento Urbano de Polos Regionais – Vale do Jaguaribe/Vale do Acaraú
Carolina Gondim Rocha
Supervisora do Componente II - Apoio às Estratégias de Desenvolvimento Regional e Melhoria do Sistema de Registro e
Formalização de Empresas
Débora Varela Magalhães
Especialista Ambiental do Componente I - Melhoria da Infraestrutura Urbana
Maria Edvânia Rocha
Coordenador de Saneamento
Alceu de Castro Galvão Júnior
Analista de Desenvolvimento Urbano
Vanessa Luana Oliveira Lima
Engenheiro Sanitarista e Ambiental do Componente I – Melhoria da Infraestrutura Urbana
André Sarmanho de Lima
Consultoria:
viii
ix
Este trabalho, desenvolvido pela RPG, tem por base a informação disponibilizada pela
Secretaria das Cidades, em particular os projetos executivos da CTR. Desta forma, não
deve ser imputado à Consultoria quaisquer responsabilidades pela qualidade,
veracidade e exatidão e insuficiência da informação contida no presente documento.
x
xi
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1
2 CONTEXTO NACIONAL ................................................................................... 5
2.1 ENQUADRAMENTO LEGAL ......................................................................................................... 5
2.2 CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS RSU ........................................................................................ 12
2.2.1 Nacional ...................................................................................................................... 12
2.2.2 Estado do Ceará ......................................................................................................... 13
2.2.3 Região Metropolitana do Sobral ............................................................................... 14
2.3 ALTERNATIVAS E APLICAÇÕES ................................................................................................. 18
2.3.1 Não Geração, Redução e Reutilização ...................................................................... 19
2.3.2 Reciclagem ................................................................................................................. 20
2.3.3 Compostagem ............................................................................................................. 21
2.3.4 Tratamento Térmico (incineração) ......................................................................... 22
3 CGIRS-RMS: ALARGAMENTO A OUTROS MUNICÍPIOS ............................... 25
3.1 ENQUADRAMENTO ................................................................................................................. 25
3.2 ALTERNATIVA AO CENÁRIO BASE ........................................................................................... 29
4 VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA DO ALARGAMENTO A OUTROS
MUNICÍPIOS ................................................................................................ 33
4.1 NOTA INTRODUTÓRIA ............................................................................................................ 33
4.2 INDICADORES DE ANÁLISE ECONÔMICA E FINANCEIRA .......................................................... 34
4.2.1 Valor Presente Líquido (VPL) ................................................................................... 34
4.2.2 Índice Benefício/Custo (B/C) .....................................................................................35
4.2.3 Taxa Interna de Retorno (TIR) ................................................................................ 36
4.2.4 Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM) ......................................................... 37
4.3 PREMISSAS TÉCNICAS ............................................................................................................ 38
4.3.1 Evolução Populacional .............................................................................................. 39
4.3.2 Projeção da Geração de RSU .................................................................................... 40
4.3.3 Projeção da Quantidade de RSU Recepcionados pelas ETR (Cenário I da
Alternativa I) ............................................................................................................. 41
4.3.4 Projeção da Quantidade de RSU Recepcionados pelas ETR (Cenário II da
Alternativa I) ............................................................................................................ 42
4.3.5 Planejamento do Circuito (Cenário I da Alternativa I).......................................... 43
4.3.6 Planejamento do Circuito (Cenário II da Alternativa I) ........................................ 45
xii
4.4 PREMISSAS MACROECONÔMICAS, TRIBUTÁRIAS, FISCAIS E DE CAPITAL DE GIRO ................... 48
4.4.1 Macroeconômicas ...................................................................................................... 48
4.4.2 Tributários e Fiscais .................................................................................................. 49
4.4.3 Capital de Giro ........................................................................................................... 50
4.5 PLANO DE INVESTIMENTOS .................................................................................................... 50
4.5.1. Cenário I da Alternativa I .......................................................................................... 51
4.5.2. Cenário II da Alternativa I ........................................................................................53
4.6 CUSTOS E DESPESAS DE OPERAÇÃO ....................................................................................... 58
4.6.1 Cenário I da Alternativa I ......................................................................................... 58
4.6.2 Cenário II da Alternativa I ....................................................................................... 63
4.7 RECEITAS .............................................................................................................................. 68
4.7.1 Cenário I da Alternativa I ......................................................................................... 68
4.7.2 Cenário II da Alternativa I ....................................................................................... 70
5 NOTAS FINAIS ............................................................................................... 73
5.1 SÍNTESE CONCLUSIVA ............................................................................................................. 73
5.2 PRÓXIMOS PASSOS ................................................................................................................. 75
Anexos
Anexo I – Demonstrações financeiras
xiii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Resumo das fases e etapas do projeto ....................................................................................................................... 3
Figura 2 – Disposiça o final dos RSU coletados no Brasil ...................................................................................................... 13
Figura 3 – Municí pios da RMS .......................................................................................................................................................... 18
Figura 4 – Unidade de reciclagem (Fonte: http://www.pensamentoverde.com.br) ................................................ 21
Figura 5 – Exemplo de um centro de compostagem ............................................................................................................... 22
Figura 6 – Incinerador de resí duos (Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br) ............................................. 23
Figura 7 – Representaça o esquema tica das ETR e suas trajeto rias ate a CTR ............................................................ 26
Figura 8 – Transbordo de resí duos ................................................................................................................................................ 27
Figura 9 – Esquema representativo das principais etapas envolvidas no transbordo dos RSU .......................... 27
Figura 10 – Organograma das ETR ................................................................................................................................................. 28
Figura 11 – Perfil tipo de uma ETR do CGIRS-RMS ................................................................................................................. 29
Figura 12 – Representaça o do transbordo dos RSU no Cena rio 1 para a Alternativa I ........................................... 30
Figura 13 – Representaça o do transbordo dos RSU no Cena rio 2 para a Alternativa I ........................................... 31
Figura 14 – Organograma das ETR ................................................................................................................................................. 32
xiv
xv
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 – Metas do PLANSAB........................................................................................................................................................... 9
Quadro 2 – Metas do Plano Nacional de Resí duos So lidos para os RSU ........................................................................... 9
Quadro 3 – Metas do Plano Estadual de Resí duos So lidos aplica vel aos RSU ............................................................. 10
Quadro 4 – Geraça o e coleta de RSU no Estado do Ceara (2014 e 2015) ...................................................................... 14
Quadro 5 – Disposiça o final de RSU no Estado do Ceara ...................................................................................................... 14
Quadro 6 – Estimativa da populaça o dos Municí pios de Mucambo, Reriutaba, Pires Ferreira e Varjota ....... 39
Quadro 7 – Estimativa da geraça o de RSU nos Municí pios de Mucambo, Reriutaba, Pires Ferreira e
Varjota ................................................................................................................................................................................ 40
Quadro 8 – Quantidade de RSU recepcionados pelas ETR no Cena rio 1 para a Alternativa I .............................. 41
Quadro 9 – Quantidade de RSU recepcionados pelas ETR no Cena rio 2 para a Alternativa I .............................. 42
Quadro 10 – Municí pios atendidos pelas ETR .......................................................................................................................... 43
Quadro 11 – Dista ncia e duraça o me dia das trajeto rias ....................................................................................................... 43
Quadro 12 – Nu mero de viagens necessa rias para transporte dos RSU ........................................................................ 44
Quadro 13 – Dimensionamento dos circuitos correspondente ao Cena rio I para a Alternativa I ...................... 45
Quadro 14 – Geraça o de RSU em cada ETR ................................................................................................................................ 46
Quadro 15 – Dista ncia e duraça o me dia das trajeto rias ....................................................................................................... 46
Quadro 16 – Nu mero de viagens necessa rias para transporte dos RSU ........................................................................ 46
Quadro 17 – Dimensionamento do circuito correspondente ao Cena rio 2 para a Alternativa I ......................... 48
Quadro 18 – Premissas macroecono micas ................................................................................................................................. 48
Quadro 19 – Premissas fiscais .......................................................................................................................................................... 49
Quadro 20 – Premissas sobre capital de giro ............................................................................................................................ 50
Quadro 21 – Investimento necessa rio para o transbordo dos RSU ................................................................................. 51
Quadro 22 – Investimento em EPI .................................................................................................................................................. 52
Quadro 23 – Resumo dos principais investimentos ............................................................................................................... 52
Quadro 24 – Equipamentos para a guarita ................................................................................................................................. 55
Quadro 25 – Equipamentos para o galpa o de transbordo ................................................................................................... 55
Quadro 26 – Equipamentos para a casa de controle .............................................................................................................. 56
Quadro 27 – Investimento em EPI .................................................................................................................................................. 57
Quadro 28 – Resumo dos principais investimentos ............................................................................................................... 57
Quadro 29 – Custo do pessoal para hora rio normal de trabalho para operaça o da ETR ....................................... 58
Quadro 30 – Encargos sociais ........................................................................................................................................................... 59
Quadro 31 – Encargos trabalhistas ................................................................................................................................................ 59
Quadro 32 – Custo do pessoal com horas extraordina rias .................................................................................................. 59
Quadro 33 – Custo anual de manutença o dos caminho es atego ....................................................................................... 60
Quadro 34 – Estimativa do encargo com o combustí vel ....................................................................................................... 61
xvi
Quadro 35 – Prazo de vida u til ......................................................................................................................................................... 62
Quadro 36 – Depreciaça o e amortizaça o para o investimento de renovaça o para o Cena rio I da
Alternativa I .................................................................................................................................................................. 62
Quadro 37 – Custo do pessoal para hora rio normal de trabalho para operaça o da ETR ....................................... 63
Quadro 38 – Encargos sociais ........................................................................................................................................................... 64
Quadro 39 – Encargos trabalhistas ................................................................................................................................................ 64
Quadro 40 – Custo do pessoal com horas extraordina rias .................................................................................................. 65
Quadro 41 – Custo anual de manutença o dos caminho es atego ....................................................................................... 65
Quadro 42 – Estimativa dos encargos anuais com a energia ele trica dos equipamentos da guarita ............... 66
Quadro 43 – Custo com o consumo de combustí vel ............................................................................................................... 67
Quadro 44 – Prazo de vida u til ......................................................................................................................................................... 67
Quadro 45 – Depreciaça o e amortizaça o para o investimento de renovaça o para o Cena rio II da
Alternativa I .................................................................................................................................................................. 68
Quadro 46 – Ana lise da tarifa do aterro sanita rio no Cena rio I da Alternativa I ....................................................... 69
Quadro 47 – Comparaça o das tarifas para o Cena rio I da Alternativa I ......................................................................... 69
Quadro 48 – Ana lise da tarifa do aterro sanita rio no Cena rio II da Alternativa I ...................................................... 70
Quadro 49 – Comparaça o das tarifas para o Cena rio II da Alternativa I ....................................................................... 71
xvii
ÍNDICE DE SIGLAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento
CAGECE – Companhia de Água e Esgoto do Ceará
CDR – Combustível Derivado de Resíduos
CB – Cenário Base
CGIRS – Consórcio de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
CMN – Conselho Monetário Nacional
COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
COMDERES – Consórcio Municipal para a Destinação Final de Resíduos Sólidos
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Liquido
CTR – Central de Tratamento de Resíduos
DSR – Descanso Semanal Remunerado
EPI – Equipamento de Proteção Individual
ETE – Estação de Tratamento de Esgoto
EVEF – Estudos de Viabilidade Econômico-Financeira
FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IN – Instrução Normativa
INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
xviii
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados
IR – Imposto de Renda
ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
LNSB – Lei de Diretrizes Nacionais do Saneamento Básico
MMA – Ministério do Meio Ambiente
PERS – Política Estadual de Resíduos Sólidos
PIS – Programa de Integração Social
PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos
PNSB – Pesquisa Nacional do Saneamento Básico
RMS – Região Metropolitana de Sobral
RPG – Regulation, Performance and Governance
RSU – Resíduos Sólidos Urbanos
SDA – Secretaria de Defesa Agropecuária
SAT – Seguro Acidente no Trabalho
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SEMA – Secretaria do Meio Ambiente
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
SEST – Serviço Social do Transporte
SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente
SNVS – Sistema Nacional de Vigilância Sanitária
SOBRATEMA – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração
SUASA – Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária
TdR – Termos de Referência
xix
TIR – Taxa Interna de Retorno
TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada
TJLP – Taxa de Juro de Longo Prazo
VAC – Valor Atual dos Custos
VPL – Valor Presente Líquido
VT – Valor Terminal
xx
1
1 INTRODUÇÃO
No Brasil, e na sociedade contemporânea, é reconhecido que a geração de resíduos sólidos se
tornou um problema sério e preocupante, acrescido pela política de bens de consumo
descartáveis e pelo crescimento urbano desordenado. Além disso, a necessidade de limpeza e
salvaguarda da saúde pública, tal como a preservação do meio ambiente, resultam num sistema
de gerenciamento de resíduos sólidos que carece de espaços adequados, infraestruturas e
equipamentos específicos e que envolva pessoas em diversas atividades (com know-how
específico).
Neste sentido, o poder público, designadamente o Governo do Estado do Ceará, em parceria
com os municípios, tem demonstrado grande preocupação com o desenvolvimento do setor dos
resíduos e melhoria da qualidade do serviço de gestão de resíduos sólidos, de forma a garantir
um maior bem-estar à população. O Estado do Ceará, entre outras medidas, estimulou (entre
2010 e 2012) a constituição de consórcios públicos para gestão de aterros sanitários.
Posteriormente, esse objetivo passou ainda por promover o desenvolvimento regional
sustentável e a adoção de práticas que permitam a gestão e o gerenciamento integrado dos
resíduos sólidos.
Assim, o Governo do Estado do Ceará (por exemplo) celebrou um contrato de empréstimo
(2628/OC-BR), que foi assinado no dia 2 de setembro de 2013, com o Banco Interamericano
de Desenvolvimento (BID), referente ao Projeto de Desenvolvimento Urbano de Polos
Regionais – Vale do Jaguaribe e Vale do Acaraú, e que “busca incrementar a capacidade fiscal
e institucional dos governos das principais cidades dos Vales do Jaguaribe e do Acaraú, para
que possam ampliar sua capacidade de investimento em termos de desenvolvimento urbano,
bem como contribuir para o desenvolvimento regional.” Entre as várias ações destes projetos
encontra-se o apoio em duas regiões do Estado do Ceará, nomeadamente a Região Vale do
Acaraú, que contempla o consórcio capitaneado por Sobral, e a Região Vale do Jaguaribe,
liderado por Limoeiro do Norte, que inclui a implantação de um sistema de gestão integrada de
resíduos.
2
Neste escopo, foi lançada uma licitação internacional (Manifestação de Interesse n.º
20150005/CEL04/SCIDADES/CE) para contratação de uma consultoria relativa à “Elaboração
de Modelos a serem Adotados para a Prestação de Serviços de Operação da Central de
Tratamento de Resíduos Sólidos e suas Unidades Correlatas, no Aterro Regional de Sobral”,
coordenada pela Secretaria das Cidades do Estado do Ceará, e cujo vencedor do certame foi a
empresa de consultoria Portuguesa - RPG, Regulation, Performance and Governance, Ltda.
Desta forma, através do processo de contratação de serviços de consultoria procura-se:
Construir um modelo de prestação dos serviços técnica, econômica e ambientalmente
sustentável;
Avaliar alternativas ao cenário base, incluindo, entre outras, o encaminhamento dos
resíduos para outros fins, em particular para a sua utilização eventual numa Unidade de
Processamento de Combustível Derivado de Resíduos (CDR), aqui denominada “Usina
CDR”, como possível medida de melhor viabilização econômica do CGIRS e de
solução de valorização para os resíduos sólidos produzidos;
Revisar e elaborar os instrumentos legais do Consórcio em harmonia com as diretrizes
das Leis federais n.º 12.305/2010 − Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e n.º
11.445/2007 – Lei de Diretrizes Nacionais do Saneamento Básico, e da Lei estadual n.º
16.032/2016 – Política Estadual de Resíduos Sólidos (PERS), entre outras de
relevância.
Para o desenvolvimento do presente projeto foram definidas 5 fases, que se apresentam de
forma sistematizada na Figura 1.
Após decorrida a fase inicial (fase 1), onde foi elaborado o plano de trabalho (ajustado,
detalhado e revisto), incluindo a metodologia de trabalho e a definição dos prazos de entrega
dos produtos, das missões e das atividades a executar nas fases seguintes, iniciou-se a segunda
fase do projeto.
A fase 2, correspondente à caracterização e análise do estudo organizacional do CGIRS-RMS,
definiu as formas de atuação de cada nível de decisão do consórcio, como, por exemplo, o nível
decisório-participativo (Assembleia de Prefeitos do Consórcio) e executivo-profissional
(secretaria executiva e estrutura técnico-administrativa). Além disso, foram definidas linhas de
orientação para uma relação adequada entre os envolvidos, especificamente o regulador, através
do estabelecimento de ações, procedimentos, instrumentos e atores responsáveis para a gestão
do consórcio público e de suas atividades, entre outros aspetos de relevância.
3
FASE ETAPA PRODUTO
Fase 1 – Plano de Trabalho Preparação Plano de trabalho ajustado
(Produto 1).
Fase 2 – Estudo
Organizacional do Consórcio
Caracterização, reordenamento e
análise da estrutura do
Consórcio
Relatório da Fase 2 (Produto 2);
Materiais de apresentação e registro
da reunião de apresentação 2 e
discussão.
Fase 3 – Atualização de
Instrumentos do Consórcio Instrumentação
Relatório da Fase 3 (Produto 3);
Materiais de apresentação e registro
da reunião de apresentação 3 e
discussão.
Fase 4 – Desenvolvimento de
EVEF e Estudo das
Alternativas
Caracterização e análise do
Cenário Base Relatório da Fase 4 (Produto 4);
Materiais de apresentação e
registro da reunião de
apresentação 4 e discussão. Caracterização e análise das
Alternativas
Fase 5 – Minutas de Contrato e
de Edital para delegação de
serviços
Contratação (em função da
opção adotada)
Relatório da Fase 5 (Produto 5);
Materiais de apresentação e registro
da reunião de apresentação 5.
Figura 1 – Resumo das fases e etapas do projeto
A terceira fase correspondeu à atualização dos instrumentos legais do consórcio (antigo
COMDERES - Consórcio Municipal para a Destinação Final de Resíduos Sólidos), tendo em
consideração que este foi “firmado em período anterior à publicação da PNRS.”
Na presente fase (fase 4), e aqui em particular, realizar-se-á o desenvolvimento de Estudo de
Viabilidade Econômico-Financeira (EVEF) da Alternativa I ao Cenário Base, que corresponde
à possibilidade de recebimento de RSU de municípios pertencentes à RMS não integrados no
consórcio CGIRS-RMS, nomeadamente dos Municípios de Mucambo, Reriutaba, Varjota e
Pires Ferreira. Para tal, serão tidos em conta dois cenários, o primeiro considerando que as ETR
existentes mais próximas dos municípios farão o transbordo dos RSU gerados nesses
municípios, e a segundo, contemplando a implantação de uma nova ETR no município de
Reriutaba para o transbordo dos RSU gerados nos municípios de Reriutaba, Varjota e Pires
Ferreira, continuando o Município de Mucambo a colocar os seus RSU na ETR de Pacujá.
4
Depois deste breve introdução e no segundo capítulo do presente documento, far-se-á um breve
enquadramento legal, dispondo acerca da PNRS e da PERS. Este capítulo apresenta também as
principais normas técnicas publicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
e resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Além da legislação em
vigor, existe um planejamento para a União e para o Estado do Ceará que tem de ser tido em
consideração pelo CGIRS-RMS, nomeadamente o Plano Nacional de Resíduos Sólidos e o
Plano Estadual de Resíduos Sólidos, cujas principais metas são também apresentadas neste
capítulo.
No terceiro capítulo apresenta-se o modo de funcionamento da ETR através de uma breve
descrição das principais etapas envolvidas no transbordo dos RSU até ao seu destino que é o
aterro sanitário da CTR do CGIRS-RMS. Neste capítulo, à medida que se descrevem as
operações, explanam-se também os equipamentos necessários para a execução das diversas
atividades previstas para a gestão e gerenciamento dos resíduos.
O quarto capítulo corresponde ao EVEF relativo à comparação dos dois cenários referidos
anteriormente. Esta seção será composta, numa primeira etapa, pela descrição e definição das
premissas técnicas, que incluem a evolução populacional dos municípios, a projeção da
quantidade de RSU gerados nos municípios assim como os circuitos percorridos pelo caminhão
atego para o transbordo dos RSU no caso do Cenário 2. Além das premissas técnicas, este
capítulo também apresentará as premissas macroeconômicas, tributárias e fiscais. Além disso,
o capítulo indicará os investimentos necessários realizar para cada um dos cenários assim como
os custos operacionais associados ao pessoal alocado ao transbordo dos RSU, os custos de
conservação e manutenção e os custos com insumos materiais necessários (tais como água,
energia elétrica e combustível), entre outros de relevância. Note-se ainda que, tendo em conta
a necessidade de garantir a viabilidade econômica e financeira do referido serviço, o capítulo
quatro apresentará ainda uma estimativa do novo preço a ser cobrado aos seus usuários pelo
serviço de transbordo de RSU até ao aterro sanitário da CTR.
O quinto, e último capítulo do presente documento, irá patentear as notas finais relativas ao
trabalho realizado na presente fase, resumindo os principais aspetos do Produto apresentado.
Por fim, o capítulo encerra com a apresentação dos passos seguintes a desenvolver desta
consultoria, tendo em vista a concretização do planejamento (ajustado) da mesma.
5
2 CONTEXTO NACIONAL
2.1 ENQUADRAMENTO LEGAL
Tendo em conta a crescente preocupação ambiental com a preservação dos recursos naturais e
com a saúde pública, o Brasil tem sancionado diversas políticas públicas no âmbito federal,
estadual e municipal com o objetivo de solucionar os graves problemas associados à incorreta
gestão e gerenciamento dos RSU.
Em termos Federais, a Lei n.º 6.938, de 31 de agosto de 1981, constituiu um dos primeiros
diplomas editados sobre esta matéria, estabelecendo a Política Nacional do Meio Ambiente, que
criou também o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e instituiu o Cadastro de
Defesa Ambiental. Desde esse momento, têm sido editados ao nível Federal um vasto conjunto
de diplomas normativos, passando pela regulamentação das questões ambientais, imposição do
planejamento e regulação e fiscalização do setor dos resíduos sólidos, incluindo também a
disciplina dos modelos jurídico-institucionais de prestação do serviço e as formas de
financiamento do setor, entre outros aspectos de relevância.
Anos depois, a Lei n.º 7.802, de 11 de junho de 1989, alterada pela Lei n.º 9.974, de 6 de junho
de 2000, que veio dispor sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e
rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a
utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a
classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins.
Ainda no escopo da legislação federal, a Lei n.º 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, alterada pela
Lei n.º 13.052, de 8 de dezembro de 2014, dispõe acerca das sanções penais e administrativas
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e estabelece outras providências.
A lei refere que o crime por “lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos,
óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou
regulamentos”, está sujeito a pena de reclusão.
Entre os diplomas referidos, e após largos anos de discussão, importa salientar a Lei n.º 11.445,
de 5 de janeiro de 2007, também denominada de Lei de Diretrizes Nacionais do Saneamento
6
Básico (LNSB), que estabeleceu diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política
federal de saneamento básico. De acordo com a referida lei, o saneamento básico inclui o
abastecimento de água potável, o esgotamento sanitário assim como o “conjunto de atividades,
infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino
final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias
públicas”.
A LNSB inclui os princípios fundamentais em que os serviços públicos de saneamento se
deverão basear, o conteúdo mínimo do contrato a ser celebrado entre os prestadores de serviços
e o usuário, assim como o conteúdo que o plano de saneamento básico dos serviços públicos de
saneamento deverá incluir. No que diz respeito à regulação, a lei define os princípios que o
exercício da função de regulação atenderá, os objetivos, e, os aspectos que as normas relativas
às dimensões técnica, econômica e social de prestação dos serviços, editadas pela entidade
reguladora, deverão incluir.
Em termos financeiros, a referida Lei dispõe ainda no art. 35 que “as taxas ou tarifas decorrentes
da prestação de serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos urbanos
devem levar em conta a adequada destinação dos resíduos coletados e poderão considerar: I - o
nível de renda da população da área atendida; II - as características dos lotes urbanos e as áreas
que podem ser neles edificadas; III - o peso ou o volume médio coletado por habitante ou por
domicílio”.
De acordo com a LNSB, a União, sob a coordenação do Ministério das Cidades, teria que
elaborar o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB, que foi publicado em 2013),
abrangendo também o manejo de resíduos sólidos. O PLANSAB teria de incluir no seu
conteúdo “os objetivos e metas nacionais e regionalizadas de curto, médio e longo prazo para a
universalização dos serviços de saneamento básico e o alcance de níveis crescentes de
saneamento básico no território nacional”, “as diretrizes e orientações para o equacionamento
dos condicionantes de natureza político-institucional, legal e jurídica, econômico- financeira,
administrativa, cultural e tecnológica com impacto na consecução das metas e objetivos
estabelecidos” e “os procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das
ações executadas”, entre outros.
Anos mais tarde, foi instituída a PNRS com o objetivo de estabelecer uma política única para o
setor dos resíduos sólidos e ‘reunir’ vários dispositivos legais que se encontravam dispersos em
7
outros instrumentos normativos, tais como resoluções e portarias. A referida política,
estabelecida pela Lei n.º 12.305, de 2 de agosto de 2010, e regulamentada pelo Decreto n.º
7.404, de 23 de dezembro de 2010, definiu princípios, objetivos e diretrizes para o
gerenciamento dos resíduos sólidos, nos quais se inclui os RSU. Além disso, o campo de
abrangência da referida lei não envolve apenas as responsabilidades do setor público, mas
dispõe também acerca das responsabilidades de todos os intervenientes na cadeia produtiva,
incluindo fabricantes, importadores, geradores, transportadores, comerciantes e consumidores.
Este diploma principia por tratar das suas disposições gerais, baseado na legislação e na
cooperação com Estados, Distrito Federal e Municípios ou, ainda, com particulares. Este
diploma compreende ainda os princípios e objetivos desta política pública, tais como a
prevenção, o poluidor-pagador e o protetor-recebedor, o desenvolvimento sustentável, o
respeito pelas diversidades locais e regionais, a redução de volume e da periculosidade dos
resíduos perigosos, dos produtos recicláveis e reciclados, e do estímulo à implementação da
avaliação do ciclo de vida do produto, entre outros.
A Lei n.º 12.305, de 2 de agosto de 2010, aborda também a questão dos instrumentos legais e
técnicos, tais como os planos de resíduos sólidos, a coleta seletiva, os sistemas de logística
reversa e outras ferramentas associadas à implementação da responsabilidade compartilhada
pelo ciclo de vida dos produtos, a educação e conscientização ambiental, os incentivos fiscais,
financeiros e creditícios, o monitoramento e a fiscalização ambiental, sanitária e agropecuária,
entre os demais.
Relativamente ao planejamento, o diploma disciplina os planos nacionais, estaduais,
microrregionais, intermunicipais e municipais, assim como os planos de gerenciamento de
resíduos sólidos. Além disso, o diploma assegura a publicidade e o controle social da sua
formulação, implementação e operacionalização. A Lei define ainda, para cada plano, as suas
regras e orientações, assim como a quem o mesmo se deverá submeter hierarquicamente.
A lei federal estabelece ainda ações necessárias para a minimização dos impactos ambientais,
propõe a prática de hábitos de consumo sustentável e contêm instrumentos para o incentivo à
reciclagem, reutilização e disposição ambientalmente adequada.
No que diz respeito à legislação estadual, destaca-se a Lei n.º 16.032, de 20 de junho de 2016
(substituindo a Lei n.º 13.103, de 24 de janeiro de 2001), que institui a PERS. Esta legislação
visa dispor sobre os princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes relativas à gestão integrada
8
e ao gerenciamento de resíduos sólidos, às responsabilidades dos geradores e do Poder Público
e aos instrumentos econômicos aplicáveis.
De acordo com a referida lei, os RSU são classificados de acordo com a sua origem, a saber:
“a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências urbanas; e b)
resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas
e outros serviços de limpeza urbana”.
Para o cumprimento dos objetivos da PERS, a lei prevê a elaboração de planos de resíduos
sólidos onde se inclui o Plano Estadual de Resíduos Sólidos (que foi publicado em 2016). A
elaboração desse plano estava ao cuidado do Estado do Ceará, sob a coordenação da Secretaria
do Meio Ambiente, e, o seu conteúdo deveria contemplar o “diagnóstico, incluída a
identificação dos principais fluxos de resíduos no Estado e seus impactos socioeconômicos e
ambientais”, a “proposição de cenários”, as “metas de redução, reutilização, reciclagem, entre
outras, com vista a reduzir a quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados para disposição
final ambientalmente adequada”, as “metas para o aproveitamento energético dos gases gerados
nas unidades de disposição final de resíduos sólidos” e as “metas para a eliminação e
recuperação de lixões, associadas à inclusão social e à emancipação econômica de catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis”, entre outras disposições.
No sentido de impulsionar a reciclagem de resíduos, o Estado do Ceará implantou a Lei estadual
n.º 15.086, de 28 de dezembro de 2011, alterada pela Lei n.º 15.813, de 20 de julho de 2015,
que criou o selo verde para certificar produtos compostos por matéria-prima reciclada advinda
de resíduos urbanos para gozo de benefícios. Este selo verde permite beneficiar de incentivos
fiscais (nomeadamente, a redução do imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de
serviços – ICMS).
Para além do enquadramento legal apresentado, a coleta e tratamento dos RSU possuem metas
definidas no PLANSAB e no Plano Nacional de Resíduos Sólidos (embora nunca tenha sido
publicado em Decreto e que se encontra em fase de elaboração de um novo Plano), no âmbito
Federal, e no Plano Estadual de Resíduos Sólidos, para a esfera Estadual.
O Quadro 1 apresenta as metas do PLANSAB para a macrorregião do Nordeste do Brasil.
9
Quadro 1 – Metas do PLANSAB
O Quadro 2 apresenta, de forma resumida, as metas definidas para a Região Nordeste, com base
no Plano Nacional de Resíduos Sólidos.
Já o Plano Estadual de Resíduos Sólidos do Estado do Ceará, no total de 36 metas, tem também
o objetivo de promover a sustentabilidade dos municípios e a redução dos impactos ambientais
negativos associados ao gerenciamento inadequados dos RSU. Neste plano são ainda
estipuladas metas para os Municípios do Estado do Ceará, que se apresentam no Quadro 3.
METAS PARA O SANEAMENTO BÁSICO NAS MACRORREGIÕES – Nordeste
Plano de Metas 2010 2018 2023 2033
Meta 1 % de domicilios urbanos atendidos por coleta direta
de resíduos sólidos
80% 88% 93% 100%
Meta 2 % de domicilios rurais atendidos por coleta direta e
indireta de resíduos sólidos
19% 33% 42% 60%
Meta 3 % de municipios com presença de lixão/vazadouro
de resíduos sólidos
89% 0% 0% 0%
Meta 4 % de municipios com coleta seletiva de RSD 5% 14% 18% 28%
Meta 5 % de municipios que cobram taxa de resíduos
sólidos
5% 26% 36% 56%
METAS PLANO NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - Para a Região Nordeste
METAS QUANTO AOS RSU
Plano de Metas 2015 2019 2023 2027 2031
Meta 1 Eliminação total de lixões até 2014 100% 100% 100% 100% 100%
Meta 2
Áreas de lixões reabilitadas (queima pontual,
captação de gases para geração de energia mediante
estudo de viabilidade técnica e econômica, coleta do
chorume, drenagem pluvial, compactação da massa,
cobertura com solo e cobertura vegetal)
5% 20% 45% 65% 90%
Meta 3
Redução dos resíduos recicláveis secos dispostos em
aterro, com base na caracterização nacional realizada
em 2013
12% 16% 19% 22% 25%
Meta 4
Redução do porcentual de resíduos úmidos disposto
em aterros, com base na caracterização nacional
realizada em 2013
15% 20% 30% 40% 50%
Quadro 2 – Metas do Plano Nacional de Resíduos Sólidos para os RSU
10
METAS DO PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Curto
prazo
Médio
prazo
Longo
Prazo
Até 4 anos 5 a 12 13 a 20
METAS QUANTO AOS RSU
1 Municípios com cobrança por serviços de resíduos sólidos domiciliares
sem vinculação com o IPTU (% de municípios)
20% 60% 100%
2 Municípios com abrangência da coleta universalizada de resíduos
sólidos urbanos (RSU) (% de municípios)
100% 100% 100%
3 Disposição final ambientalmente adequada de rejeitos (% de
municípios)
20% 40% -
4 Áreas de lixões encerrados ambientalmente recuperadas (% de
municípios)
- 20% 100%
5 "Lixões" encerrados (% municípios) 20% 40% 100%
6 Emancipação socioeconômica dos catadores que, eventualmente
estejam nos lixões (% municípios)
50% 100% 100%
7 Coleta seletiva pública com inclusão de catadores implantada e em
operação (% de municípios)
15% 75% 100%
8 Coleta seletiva nos órgãos públicos do estado com doação dos
materiais recicláveis aos catadores (% de órgãos públicos estaduais)
20% 40% 100%
9 Ecopontos implantados nos municípios do Estado (% de municípios) 20% 40% 100%
10 Centrais de triagem de materiais recicláveis implantados nos
municípios do Estado (% de municípios)
20% 40% 100%
11 Municípios com tratamento da fração orgânica dos resíduos sólidos
urbanos implantados e em operação (% de municípios)
15% 40% 100%
Quadro 3 – Metas do Plano Estadual de Resíduos Sólidos aplicável aos RSU
No escopo do quadro legal para o setor dos resíduos sólidos, é importante referir que o
Ministério do Meio Ambiente (MMA), por via do SISNAMA e do CONAMA, e o Ministério
da Saúde, por intermédio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), têm, ao
longo dos anos, contribuído para o progresso e qualidade no gerenciamento dos resíduos
sólidos. Este contributo tem sido realizado através da criação de resoluções que complementam
as leis vigentes e clarificam algumas situações menos evidentes, ajudando, assim, os agentes
do setor a serem mais ecoeficientes e a prestarem um serviço de melhor qualidade.
No que diz respeito ao setor dos resíduos sólidos, como últimas resoluções destacam-se a
Resolução CONAMA n.º 465/2014, que dispôs sobre os requisitos e critérios técnicos mínimos
necessários para o licenciamento ambiental de estabelecimentos destinados a receber
11
embalagens de agrotóxicos e afins, e a Resolução CONAMA n.º 452/2012, que incidiu sobre
os procedimentos de controle da importação de resíduos.
Em 2008, foram desenvolvidas as Resoluções CONAMA n.º 396 e n.º 401, que fazem referência
às orientações ambientais respeitantes aos resíduos sólidos e às águas subterrâneas, e ao
adequado gerenciamento ambiental de pilhas e baterias, respectivamente.
Ao nível nacional, além das resoluções, existem outros documentos normativos que funcionam
como instrumentos regulamentares do setor dos resíduos sólidos, e que passam pela criação de
normas técnicas. É o caso das normas emitidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), entidade responsável pela elaboração das mesmas para os mais diversos setores, sendo
o setor dos resíduos sólidos bastante visado pelo comitê técnico da ABNT, com o
desenvolvimento de inúmeros atos de normalização. Os primeiros documentos de normalização
surgiram nos anos 80 e todos eles referentes aos aterros. As duas primeiras instruções
dispunham sobre a estipulação de requisitos mínimos para projetos de aterros sanitários de
resíduos perigosos (ABNT NBR 8.418/1984) e de aterros controlados de resíduos sólidos
urbanos (ABNT NBR 8.849/1985).
A 15 de junho de 2015, ambas as normas anteriormente citadas foram revogadas, sendo que
hoje em dia, os aterros sanitários de RSU, estão sujeitos à norma NBR 8.419/1992 (corrigida
em 1996), que estabelece as condições mínimas exigíveis para a apresentação de projetos de
aterros sanitários de RSU.
A norma ABNT NBR 13.463/1995 abordou a classificação dos diferentes tipos de coleta,
compreendendo também os equipamentos, tipos de sistema de trabalho, acondicionamento dos
resíduos e estações de transbordo.
Relativamente ao transporte de resíduos, em 2003, a ABNT desenvolveu a NBR 13.221/2003,
que especifica os requisitos para o transporte terrestre de resíduos, de modo a evitar danos ao
meio ambiente e a proteger a saúde pública.
Ainda em 2003, foram aprovadas normas técnicas de segurança para os coletores-
compactadores móveis de carregamento traseiro e lateral (ABNT NBR 14.599/2003), tal como
normas para a destinação final adequada de embalagens (não lavadas) de produtos agrotóxicos
(ABNT NBR 14.935/2003).
12
Em 2004, foram classificados os resíduos sólidos em função dos potenciais danos ao meio
ambiente, por intermédio, da norma ABNT NBR 10.004/2004.
Em 2008, passaram a estar previstas normas para os sacos de plásticos destinados em exclusivo
ao acondicionamento de resíduos (ABNT NBR 9.191/2008), bem como a criação da norma que
estabeleceu os símbolos para a identificação das resinas termoplásticas, de forma a facilitar a
separação e posterior reciclagem (ABNT NBR 13.230/2008).
Posteriormente em 2010, 2011 e 2013 foram produzidos diversos diplomas normativos
referentes aos veículos responsáveis pela coleta dos resíduos. A norma ABNT NBR
13.221/2010 especificou os requisitos para o transporte de resíduos, enquanto que a ABNT
NBR 13.332/2010 introduziu os conceitos associados ao coletor-compactador de resíduos
sólidos e aos seus principais componentes. A ABNT NBR 14.879/2011 determinou os volumes
das caixas de carga e dos compartimentos de carga dos coletores-compactadores de
carregamento traseiro e, por fim, a ABNT NBR 14.652/2013 dispôs sobre os requisitos mínimos
para construção e inspeção dos coletores destinados aos resíduos de serviço de saúde.
Além disso, outros diplomas foram aprovados, normalizando a manufatura reversa, associada
a resíduos de equipamentos eletrônicos (ABNT NBR 16.156/2013) e as normas relativas ao
processo de reciclagem, através do estabelecimento de simbologia para descarte seletivo de
embalagens (ABNT NBR 16.182/2013).
2.2 CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS RSU
2.2.1 Nacional
O progresso e desenvolvimento tecnológico, o crescimento populacional e o aumento e
alteração do padrão de consumo da sociedade brasileira têm tido como resultado (lógico) uma
crescente geração de resíduos sólidos, e que, atendendo à realidade do Brasil, o seu tratamento
adequado não tem tido o devido acompanhamento.
De acordo com o disposto na PNRS, os RSU englobam aos resíduos originários de atividades
domiciliares, originários de atividades domésticas em residências urbanas e os resíduos de
13
limpeza urbana originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e de outros
serviços de limpeza urbana.
Em 2015, a quantidade de RSU gerados no Brasil era de 79,9 milhões de toneladas, sendo que
o montante coletado foi de cerca de 72,5 milhões de toneladas, resultando, deste modo, num
índice de cobertura da coleta de 90,8% para todo o país.1 Assim, em 2015, cerca de 7,3 milhões
de toneladas de RSU não foram coletados e, por conseguinte, não foi garantida a sua correta
destinação.
Apesar do elevado índice de cobertura da coleta de RSU, o Brasil apresentou em 2015 uma
grande porcentagem de RSU com disposição final inadequada, conforme se verifica na figura
abaixo.1
Figura 2 – Disposição final dos RSU coletados no Brasil
2.2.2 Estado do Ceará
Particularmente para o caso do Estado do Ceará, o Quadro 4 apresenta os valores referentes à
geração e coleta de RSU para os anos de 2014 e 2015, onde se pode verificar um ligeiro aumento
e melhoria dos dois indicadores.2
1 Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2015 (ABRELPE). 2 Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2015 (ABRELPE).
14
População total
(n.º habitantes)
RSU gerado
(ton/dia)
RSU coletado
(Kg/hab/dia) (ton/dia)
2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015
8.842.791 8.904.459 9.711 9.809 0,858 0,862 7.588 7.678
Quadro 4 – Geração e coleta de RSU no Estado do Ceará (2014 e 2015)
No que respeita à disposição final dos resíduos coletados no Estado do Ceará, o Quadro 5
apresenta a quantidade diária de RSU dispostos em aterros sanitários, aterros controlados e
lixões.2
Tipo de disposição Aterro sanitário Aterro controlado Lixão
Ano 2014 2015 2014 2015 2014 2015
RSU (ton/dia) 3.407 3.455 2.285 2.298 1.896 1.925
Porcentagem do
total de RSU
coletados (%)
44,9% 45% 30,1% 29,9% 25% 25,1%
Quadro 5 – Disposição final de RSU no Estado do Ceará
2.2.3 Região Metropolitana do Sobral
De acordo com as informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os
Municípios integrantes do CGIRS-RMS, totalizam mais de 427 mil habitantes, correspondendo
a 4,76% da população estadual e geram, por dia, aproximadamente, 320 toneladas de resíduos,
ou seja, mais de 115 mil toneladas por ano. Neste escopo, o consórcio público procura integrar
soluções diversas, a fim de solucionar situações em torno da coleta, transporte e destinação final
adequada.
Tendo em consideração os Municípios que integram o CGIRS-RMS, destaca-se a seguinte
informação:
15
Alcântaras está localizado 30 km ao norte de Sobral, o seu território possui área de 138,6
km², e população de 11.321 habitantes (IBGE - estimativa de 2015) e PIB a preços
correntes (2013) da ordem de R$ 47,6 milhões de reais ou R$ 4.259,8 per capita ao ano.
A geração de resíduos sólidos estimada para o Município é de 8.489 kg/dia para o ano
de 2015.
Cariré está localizado 42 km ao sul de Sobral, o seu território evidencia área de 756,9
km², e população com 18.645 habitantes (IBGE - estimativa de 2015) e PIB a preços
correntes (2013) da ordem de R$ 85,7 milhões de reais ou R$ 4.603,2 per capita ao ano.
A geração de resíduos sólidos projetada para o Município é de 19.602 kg/dia para o ano
de 2015.
Coreaú está localizado 69 km a oeste de Sobral, ao seu território corresponde área de
775,8 km², possuindo 22.889 habitantes (IBGE - população estimada em 2015) e PIB a
preços correntes (2013) da ordem de R$ 102,9 milhões de reais ou R$ 4.540,5 per
capita. A geração de resíduos sólidos estimada para o Município é de 14.204 kg/dia para
o ano de 2015.
Forquilha está localizado 17,5 km ao sul de Sobral, o seu território possui área de 516,9
km², evidenciando cerca de 23.544 habitantes (IBGE - população estimada em 2015) e
PIB a preços correntes (2013) da ordem de R$ 112,8 milhões de reais ou R$ 4.905 per
capita. A geração de resíduos sólidos projetada para o Município é de 21.979 kg/dia
para o ano de 2015.
Frecheirinha está localizado 59 km a oeste de Sobral, o seu território evidencia área de
181,2 km², população de 13.541 habitantes (IBGE – valor estimado da população em
2015) e PIB a preços correntes (2013) da ordem de R$ 103,8 milhões de reais ou
R$ 7.746,7 per capita. A geração de resíduos sólidos estimada para o Município é de
12.370 kg/dia para o ano de 2015.
Graça está localizado 77,8 km a sudoeste de Sobral, a área do seu território é de 281,8
km², e a sua população é de 15.294 habitantes (IBGE – estimativa da população para o
ano de 2015) e PIB a preços correntes (2013) da ordem de R$ 64,78 milhões de reais ou
R$ 4.239 per capita. A geração de resíduos sólidos determinada para o Município é de
12.621 kg/dia para o ano de 2015.
Groaíras está localizado a 28,4 km ao sul de Sobral, estima-se que o seu território 155,9
km², com 10.847 habitantes (IBGE - população estimada para 2015) e PIB a preços
correntes (2013) da ordem de R$ 52,9 milhões de reais ou R$ 4.956,22 per capita. A
16
geração de resíduos sólidos estimada para o Município é de 7.991 kg/dia para o ano de
2015.
Massapê localiza-se a 18,8 km ao norte de Sobral, o seu território possui 566,6 km²,
com população de 37.560 habitantes (IBGE – estimativa de 2015) e PIB a preços
correntes (2013) da ordem de R$ 165,4 milhões de reais ou R$ 4.488,66 per capita. A
geração de resíduos sólidos projetada para o Município é de 29.263 kg/dia para o ano
de 2015.
Meruoca está localizado 25,4 km ao norte de Sobral, o seu território possui área de cerca
de 149,8 km², com 14.674 habitantes (IBGE - população estimada em 2015) e PIB a
preços correntes (2013) da ordem de R$ 66,7 milhões de reais ou R$ 4.639,77 per
capita. A geração de resíduos sólidos estimada para o Município é de 10.808 kg/dia para
o ano de 2015.
Moraújo está localizado 66,5 km a noroeste de Sobral, o seu território apresenta área de
cerca 415,6 km², com 8.520 habitantes (IBGE – estimativa para o ano de 2015) e PIB a
preços correntes (2013) da ordem de R$ 40 milhões de reais ou R$ 4.765,4 per capita.
A geração de resíduos sólidos determinada para o Município é de 4.682 kg/dia para o
ano de 2015.
Pacujá está localizado 66,2 km a sudoeste de Sobral, a área do seu território é de
aproximadamente 76,1 km², com 6.158 habitantes (IBGE - população estimada para o
ano de 2015) e PIB a preços correntes (2013) da ordem de R$ 32,8 milhões de reais ou
R$ 5.357,2 per capita. A geração de resíduos sólidos estimada para o Município é de
4.986 kg/dia para o ano de 2015.
Santana do Acaraú está localizado a 39,5 km a nordeste de Sobral, o seu território tem
área de 969,3 km², com 31.596 habitantes (IBGE - população estimada em 2015) e PIB
a preços correntes (2013) da ordem de R$ 149,3 milhões de reais ou R$ 5.371,5 per
capita. A geração de resíduos sólidos estimada para o Município é de 22.499 kg/dia para
o ano de 2015.
Senador Sá está localizado 49,6 km ao norte de Sobral, estima-se que o seu território
possua área de 423,9 km², com 7.367 habitantes (IBGE - estimativa em 2015) e PIB a
preços correntes (2013) da ordem de R$ 33,3 milhões de reais ou R$ 4.623,6 per capita.
A geração de resíduos sólidos calculada para o Município é de 5.510 kg/dia para o ano
de 2015.
17
Sobral, Município sede do Condomínio Verde, possui território com área de
aproximadamente 2.122,9 km², com 201.756 habitantes (IBGE - população estimada
em 2015) e PIB a preços correntes (2013) da ordem de R$ 3.387,6 milhões de reais ou
R$ 17.138,3 per capita. A geração de resíduos sólidos estimada para o Município é de
147.835 kg/dia para o ano de 2015.
A figura seguinte apresenta a configuração da RMS, incluindo a localização dos seus
Municípios.
Saliente-se que no Cenário Base nem todos os Municípios da RMS estão incluídos na CGIRS-
RMS, mais propriamente os Municípios de Mucambo, de Reriutaba, de Pires Ferreira e de
Varjota, não estão ainda consorciados.
18
Figura 3 – Municípios da RMS
2.3 ALTERNATIVAS E APLICAÇÕES
De acordo com a PNRS, a destinação final ambientalmente adequada é definida como a
“destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação
e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do
SISNAMA, do SNVS e do SUASA, entre elas a disposição final, observando normas
19
operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a
minimizar os impactos ambientais adversos.”
No entanto, conforme já apresentado, no Estado do Ceará 55% dos RSU ainda não tem
‘destinação final ambientalmente adequada’. Nesse sentido, a disposição final ambientalmente
adequada dos RSU constitui um dos principais desafios da sociedade moderna brasileira, tendo
em conta o acentuado crescimento da população e as repercussões inerentes a uma gestão
incorreta dos RSU, tanto na saúde humana como na qualidade do meio ambiente.
Nesse sentido, além da disposição final em aterro sanitário, existem outras alternativas para os
RSU que devem ser exploradas previamente, nomeadamente a reciclagem e logística reversa,
o tratamento mecânico e biológico (por exemplo, a compostagem) e o tratamento térmico (que
engloba a incineração).
Note-se também que, além do tratamento adequado dos RSU gerados, deve ser dado enfoque à
redução e reutilização, em conformidade com o disposto na PNRS, em que “na gestão e
gerenciamento de resíduos sólidos deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não
geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos.”
2.3.1 Não Geração, Redução e Reutilização
De acordo com a PNRS, a não geração de resíduos sólidos tem prioridade absoluta no Brasil
para a gestão e gerenciamento de resíduos sólidos. Esta, através do princípio da
Responsabilidade Compartilhada, impõe a todos os geradores de resíduos sólidos gerenciar seus
resíduos de forma adequada, recompensando aqueles que se dispõem a combater a geração de
resíduos.
Existem várias formas de evitar a geração de resíduos sólidos, por exemplo, a introdução de
fatura eletrónica (via email), a fim de reduzir o consumo de papel ou a reutilização das garrafas
de leite ou de cerveja.
Esgotados os métodos de não geração de resíduos sólidos, o próximo passo é tentar reduzir ao
máximo a sua geração. Assim como na não geração, a redução está diretamente ligada a
processos de inovação tecnológica em busca de uma melhor eficiência na produção ou serviços.
20
Em relação à reutilização, o inciso XVIII do Art. 3° da Lei 12.305/2010, a PNRS define a
reutilização de resíduos como o “processo de aproveitamento dos resíduos sólidos sem sua
transformação biológica, física ou físico-química, observadas as condições e os padrões
estabelecidos pelos órgãos competentes do SISNAMA e, se couber, do SNVS e do SUASA.”
2.3.2 Reciclagem
A reciclagem consiste no processo de transformação de resíduos sólidos envolvendo a alteração
de propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vista à transformação dos materiais
usados em novos produtos para reutilização. É possível reciclar diversos materiais, tais como
vidro, plástico, metal ou papel.
As principais vantagens da reciclagem consistem na utilização racional de recursos naturais,
reduzindo assim o impacto das atividades humanas no meio ambiente.
Tendo em conta as vantagens associadas a este tipo de destinação final ambientalmente
adequada, um dos instrumentos da PNRS, é precisamente o “incentivo à criação e ao
desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais
reutilizáveis e recicláveis”.
Apesar dos inúmeros incentivos á reciclagem, apenas 27% dos resíduos recicláveis que seriam
encaminhados para lixões e aterros, foram recuperados e retornaram para a cadeira produtiva
em forma de matéria-prima.3
A Figura 4 apresenta um exemplo de uma unidade de reciclagem.
3 CEMPRE (2013).
21
Figura 4 – Unidade de reciclagem (Fonte: http://www.pensamentoverde.com.br)
2.3.3 Compostagem
Os resíduos orgânicos constituem uma parte significativa dos RSU gerados no Brasil. De acordo
com uma pesquisa realizada, cerca de 51,4 % dos RSU coletados no Brasil correspondem a
matéria orgânica.4
A deposição da matéria orgânica em aterros sanitários aumenta a produção de metano e
chorume nessas infraestruturas e reduz a vida útil do aterro. Como tal, a compostagem constitui
uma solução sustentável para a gestão e gerenciamento desses resíduos.
A compostagem consiste num processo biológico em que os microrganismos transformam a
matéria orgânica num material semelhante ao solo denominado de composto orgânico. Este
composto altamente nutritivo, pode ser utilizado como adubo, melhorando as propriedades
físicas, químicas e biológicas do solo, tonando-o mais fértil. Deste modo, a compostagem
possui a vantagem adicional de evitar a utilização de fertilizantes químicos e inorgânicos nos
solos, diminuindo o impacto ambiental associado a tal prática.5
A compostagem mostra-se, assim, como uma ótima alternativa à deposição de RSU em aterro
sanitário, na medida em que diminui os impactos ambientais inerentes à mesma.
4 Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos – Relatório de Pesquisa (IPEA, 2012). 5 Composteiras como Alternativa de Destinação do Lixo Úmido e Diminuição de Resíduos em Lixões e Aterros
(Schulz e Trindade, 2010).
22
A Figura 5 apresenta o exemplo de uma unidade de compostagem.
Figura 5 – Exemplo de um centro de compostagem
2.3.4 Tratamento Térmico (incineração)
A incineração de resíduos sólidos constitui um processo de decomposição térmica a altas
temperaturas, cujo objetivo consiste em ‘eliminar’ os resíduos, reduzindo a sua massa, volume
e periculosidade dos resíduos. Esta solução para o gerenciamento dos resíduos visa converter
os rejeitos urbanos em insumo industrial para a produção de energia elétrica. A tecnologia de
incineração aproveita o poder calorifico dos resíduos de natureza combustível, e propicia o
aproveitamento da energia térmica decorrente do processo de combustão.
A incineração possui inúmeras vantagens entre as quais se destaca a redução do volume de
resíduos encaminhados para disposição final em aterro e a geração de energia durante o
processo de combustão. Algumas das principais desvantagens associadas a esta solução
atualmente foram ultrapassadas através do desenvolvimento de sistemas de tratamento e
depuração de gases capazes de controlar a emissão de poluentes atmosféricos, satisfazendo
assim os padrões ambientais de emissão de gases.
A Figura 6 apresenta uma indústria incineradora de resíduos.
23
Figura 6 – Incinerador de resíduos (Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br)
24
25
3 CGIRS-RMS: ALARGAMENTO A OUTROS MUNICÍPIOS
3.1 ENQUADRAMENTO
O principal do objetivo do CGIRS-RMS é efetuar o gerenciamento dos RSU em parte dos
Municípios que atualmente compõem a RMS, garantindo, efetivamente, uma destinação final
ambientalmente adequada dos resíduos sólidos gerados nos seus Municípios integrantes.
De forma a executar o gerenciamento dos RSU, o CGIRS-RMS, além dos resíduos que receberá
diretamente na CTR, possuirá um conjunto de 6 ETR que farão a recepção e armazenamento
dos resíduos provenientes da coleta regular municipal, para posterior encaminhamento para a
CTR.
Neste serviço, os RSU são encaminhados pelos serviços de coleta regular municipal para as
ETR, para garantia de economias de escala e consequente redução de custos de transporte, cujo
principal objetivo consiste na recepção, registro e armazenamento temporário dos RSU. As 6
ETR estão localizadas em Coreaú (sede), Coreaú (Ubaúna), Pacujá, Cariré, Massapé e
Forquilha.
De acordo com a informação disponível, a ETR de Cariré irá localizar-se nos pontos de
coordenadas UTM 310482 E e 9564288 S, na rodovia CE 253 no km 330. Já a ETR de Coreaú
(Sede) será implantada nos pontos de coordenadas UTM 311120 E e 9605200 S, na rodovia CE
240 na altura do km 145 e a ETR de Coreaú (Ubaúna) irá estabelecer-se nos pontos de
coordenadas UTM 313730 E e 9585460 S, na rodovia BR 222 na altura do km 251. No que
concerne a Forquilha, a ETR irá localizar-se nos pontos de coordenadas UTM 358277 E e
9579923 S, no distrito industrial de Forquilha, a ETR de Massapê implementar-se-á nos pontos
de coordenadas UTM 349325 E e 9611080 S, na rodovia CE 232 e finalmente, a ETR de Pacujá
irá estabelecer-se nos pontos de coordenadas UTM 315415 E e 9558280 S, na rodovia CE 445
na altura do km 20.
A Figura 7 apresenta a distribuição espacial e global das ETR e os trajetos percorridos pelos
caminhões até à CTR do CGIRS-RMS.
26
Figura 7 – Representação esquemática das ETR e suas trajetórias até á CTR
Ao chegarem a cada ETR do CGIRS-RMS, os resíduos provenientes da coleta regular
municipal são inspecionados, pelo operador da ETR, de forma a assegurar que a ETR
recepciona os resíduos adequados (sabendo a priori que resíduos de saúde ou de construção
civil não devem ser recebidos), apenas rejeitos cuja destinação final passa pela disposição final
em aterro.
Não havendo irregularidades, os caminhões provenientes da coleta dos RSU ingressam na ETR
e são encaminhados até à casa de controle localizada próximo da balança rodoviária. Nesta fase,
proceder-se-á à pesagem dos caminhões a fim de monitorar a quantidade de resíduos
rececionados pelas ETR do CGIRS-RMS (que depois servirá de base à definição do pagamento
de cada Município).
Posteriormente, os caminhões dos Municípios descarregam os RSU para o interior de um
contêiner posicionado no galpão de transbordo, conforme pode ser observado na Figura 8
(Lagunainforma, 2013).
.
27
Figura 8 – Transbordo de resíduos
No que concerne à atividade específica da ETR, note-se que os RSU permanecerão nos
contêiners da ETR até à chegada dos caminhões atego do CGIRS-RMS que efetuar o transporte
dos mesmos da ETR até à CTR, a fim de garantir o destino ambientalmente adequado aos RSU.
A Figura 9 apresenta uma representação esquemática das principais etapas envolvidos no
processo de transbordo dos RSU e atrás descrito.
Figura 9 – Esquema representativo das principais etapas envolvidas no transbordo dos RSU
28
Seguidamente desenvolve-se uma breve descrição das principais atividades desenvolvidas por
cada profissional associado à operação de cada ETR do CGIRS-RMS e também o organograma
tipo para as ETR deste consórcio (Figura 10).
Figura 10 – Organograma das ETR
O vigilante será responsável pela identificação dos motoristas e veículos que ingressam na ETR
provenientes da coleta regular municipal, assim como dos caminhões atego que farão o
transbordo dos resíduos até à CTR do CGIRS-RMS. Este profissional fará o registro de entrada
e saída de todos os veículos na ETR. Prevê-se que esta função seja desempenhada em 2 turnos
diários de 8 horas.
Após o registro de toda a informação relevante por parte do vigilante, o operador de ETR fará
a inspeção visual dos RSU provenientes da coleta regular municipal. Caso os resíduos se
encontrem contaminados ou não pertençam à classe de resíduos com destinação final permitida
em aterro sanitário, a ETR reserva-se ao direito de não efetuar o gerenciamento desses resíduos.
Estando tudo em conformidade, o caminhão é encaminhado para a balança rodoviária, onde o
operador de ETR realiza o registro da pesagem.
De seguida, os RSU são descarregados para o interior de contêineres posicionados no galpão
de transbordo. Nesta fase, o operador de ETR auxilia o motorista do caminhão nas manobras
realizadas.
A figura seguinte ilustra o perfil tipo de uma ETR do CGIRS-RMS.
29
Figura 11 – Perfil tipo de uma ETR do CGIRS-RMS
3.2 ALTERNATIVA AO CENÁRIO BASE
Existem 4 Municípios pertencentes à RMS que ainda não aderiram ao consórcio CGIRS-RMS
para efetuar a gestão e gerenciamento dos RSU gerados nos seus territórios e que ainda não
foram contemplados nos projetos da CTR, mas que integram a RMS. Estes Municípios são
Mucambo, Reriutaba, Varjota e Pires Ferreira.
Assim, este estudo visar averiguar a possibilidade da CTR receber e gerenciar os RSU gerados
nesses Municípios. Para tal, são considerados dois cenários. O primeiro cenário irá considerar
que os Municípios entregarão os RSU gerados nas ETR existentes mais próximas. Isto significa
que o Município de Mucambo (tal como previsto inicialmente no projeto da COMDERES)
colocará os seus RSU na ETR de Pacujá, que o Município de Reriutaba e de Pires Ferreira farão
o transbordo dos RSU na ETR de Pacujá, e o Município de Varjota fará o transbordo dos RSU
na ETR de Cariré, de acordo com o apresentado na Figura 12 seguinte.
30
Figura 12 – Representação do transbordo dos RSU no Cenário 1 para a Alternativa I
No Cenário I da Alternativa I, a ETR de Pacujá passaria a receber mais 40,7 ton de RSU por
dia, sendo que o Município de Mucambo está a 16,3 km de distância da ETR, o Município de
Reriutaba dista 26,4 km e o Município de Pires Ferreira tem de percorrer cerca de 42 km. Já em
relação à ETR de Cariré, esta passaria a receber mais 16,6 ton por dia, recepcionando os RSU
do Município de Varjota cujo trajeto perfaz uma distância de 31,9 km da ETR.
Relativamente ao Cenário 2, irá considerar-se a implantação de uma nova ETR no Município
de Reriutaba para o transbordo dos RSU dos Municípios de Reriutaba, Pires Ferreira e Varjota
até á CTR do CGIRS-RMS, conforme ilustrado na figura seguinte.
Note-se que, em ambos os cenários, tal como pressuposto no passado em relação ao
COMDERES, o Município de Mucambo irá entregar os RSU gerados no seu território à ETR
mais próxima (ou seja de Pacujá).
31
Figura 13 – Representação do transbordo dos RSU no Cenário 2 para a Alternativa I
´
No cenário II da Alternativa I, o Município de Varjota passaria a percorrer 13,5 km para colocar
os seus RSU na ETR de Reriutaba enquanto o Município de Pires Ferreira percorreria um trajeto
de 15,4 km. A ETR de Reriutaba receberia 43,8 ton de RSU por dia e a ETR de Pacujá passaria
a receber mais 13,5 ton de RSU por dia.
Seguidamente far-se-á uma breve descrição das principais atividades desenvolvidas por cada
profissional associado à operação da nova ETR e também o organograma tipo da ETR do
CGIRS-RMS (Figura 13).
32
Figura 14 – Organograma das ETR
O vigilante será responsável pela identificação dos motoristas e veículos que ingressam na ETR
provenientes da coleta regular municipal, assim como dos caminhões atego que farão o
transbordo dos resíduos até á CTR do CGIRS-RMS. Este profissional fará o registro de entrada
e saída de todos os veículos na ETR. Prevê-se que esta função seja desempenhada em 2 turnos
diários de 8 horas.
Após o registro de toda a informação relevante por parte do vigilante, o operador de ETR fará
a inspeção visual dos RSU provenientes da coleta regular municipal. Caso os resíduos se
encontrem contaminados ou não pertençam à classe de resíduos com destinação final permitida
em aterro sanitário, a ETR reserva-se ao direito de não efetuar o gerenciamento desses resíduos.
Estando tudo em conformidade, o caminhão é encaminhado para a balança rodoviária, onde o
operador de ETR realiza o registro da pesagem.
Seguidamente, os RSU são descarregados para o interior de contêineres posicionados no galpão
de transbordo. Nesta fase, o operador de ETR auxilia o motorista do caminhão nas manobras
realizadas.
Tendo em consideração os cenários propostos para a Alternativa I ao Cenário Base,
seguidamente irá proceder-se ao EVEF relativo ao estudo dos dois cenários correspondentes e
descritos anteriormente.
Note-se que este alargamento irá gerar receitas adicionais no aterro sanitário que serão
redistribuídas pelos Municípios consorciados (desonerando a disposição final em aterro
sanitário, e não o serviço de transbordo), assim como os custos deste alargamento serão
suportados por todos os Municípios do CGIRS-RMS e não apenas os aderentes.
33
4 VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA DO ALARGAMENTO A OUTROS
MUNICÍPIOS
4.1 NOTA INTRODUTÓRIA
Este capítulo corresponde à análise de viabilidade econômico-financeira das ETR e transbordo
dos RSU do CGIRS-RMS, e o seu objetivo é identificar a viabilidade da possibilidade da CTR
receber RSU provenientes de outros Municípios pertencentes à RMS não incluídos no consórcio
CGIRS-RMS, nomeadamente dos Municípios de Mucambo, de Reriutaba, de Varjota e de Pires
Ferreira.
Para tal, irá realizar-se o estudo de dois cenários em que, o primeiro considera que os RSU
gerados nos Municípios de Reriutaba, de Varjota e de Pires Ferreira são entregues nas ETR
existentes mais próximas, e o segundo, considerando a implantação de uma ETR no Município
de Reriutaba, onde os RSU gerados pelos Municípios referidos anteriormente farão o
transbordo dos RSU.
Saliente-se, como atrás referido, que em ambas as alternativas se considera que o Município de
Mucambo, tal como previsto inicialmente já para o COMDERES, irá efetuar o transbordo dos
RSU gerados no seu território, na ETR de Pacujá.
Para este fim, inicialmente, é imprescindível realizar a estimativa da evolução populacional,
efetuar o levantamento da quantidade de RSU gerados pelos Municípios, elaborar a definição
dos circuitos percorridos pelos caminhões atego, determinar os investimentos necessários para
a realização do projeto, estimar os custos e despesas operacionais obtidas com o
empreendimento e identificar as principais fontes de receitas (que, neste aspecto particular, se
prendem com a disposição final de resíduos em aterro sanitário), tendo em conta os diferentes
cenários.
O estudo será realizado para o horizontal temporal de 20 anos tendo em conta o disposto nos
TdR, designadamente “o horizonte temporal de planejamento de 20 (vinte) anos, podendo este
ser alterado de acordo com a alternativa escolhida”.
Além disso, há que referir que a modelagem tem como premissas, de acordo com os TdR e
apesar de existirem outros critérios ou indicadores, o cumprimento de alguns indicadores
34
econômicos, incluindo: o valor presente líquido (VPL) > 1, a relação entre benefícios e custos
(B/C) > 1 e a taxa interna de retorno (TIR) do projeto > 12%. Foi ainda calculada a TIR
modificada (TIRM), tendo em consideração as suas potencialidades e o seu significado face à
determinação da TIR da forma convencional.
Os mapas financeiros relativos ao EVEF das ETR do CGIRS-RMS, incluindo a Demonstração
de Resultados, o Balanço Patrimonial e os Fluxos de Caixa, são apresentados, a preços
constantes e a preços correntes, no Anexo I do presente documento.
4.2 INDICADORES DE ANÁLISE ECONÔMICA E FINANCEIRA
4.2.1 Valor Presente Líquido (VPL)
Um dos métodos / indicadores mais utilizados para análise econômica de um projeto prende-
-se com a determinação do VPL. Este constitui uma técnica na qual se consideram todos os
valores esperados de um fluxo de caixa na data inicial, utilizando como taxa de desconto (ou
de atualização) a Taxa Mínima de Atratividade (TMA) do empreendimento, que representa, em
traço gerais, a rentabilidade mínima exigida dos investimentos aplicados no empreendimento,
atribuída, neste caso, pelo analista financeiro.
Nesta abordagem, todos os benefícios e custos do projeto, ao longo do tempo, são
transformados em valores presente ou instante inicial. De acordo com os TdR, a solução /
empreendimento apenas se torna atrativa com o VPL superior a 0.6
A expressão simplificada para determinação do VPL, a preços constantes, para um determinado
período de tempo é apresentada sob a seguinte fórmula:
𝑉𝑃𝐿 = −𝐶𝑓0 +∑(𝐶𝐹𝑗
(1 + 𝑖)𝑛)
𝑛
1
6 Resumidamente, o VPL deve ser positivo.
35
Onde,
VPL: Valor presente líquido;
CFj: Fluxo de caixa;
Cfo: Investimento inicial;
i: Taxa de desconto (equivalente à TMA);
n: Índice do período (meses ou anos).
A TMA para a análise de investimentos é estimada com base nas principais taxas de desconto
ou atualização praticadas pelo mercado. Algumas das mais comuns e que atualmente mais
impactam na TMA são:
TMF - Taxa Básica Financeira;
TR - Taxa Referencial;
TJLP - Taxa de Juros de Longo Prazo;
SELIC - Sistema Especial de Liquidação e Custódia.
Neste caso, em função dos TdR, assume-se a taxa de desconto equivalente a 12%, e que também
se equivale à TMA.
4.2.2 Índice Benefício/Custo (B/C)
O método do índice benefício/custo trata-se de um método extremamente utilizado (tanto no
meio acadêmico como no meio profissional), tendo em conta a sua simplicidade, facilidade de
interpretação e eficácia dos resultados.
Este deverá levar em consideração todos os benefícios e custos envolvidos em um determinado
projeto, contabilizados em uma mesma referência de tempo. A avaliação da relação entre
36
Benefícios (B) e Custos (C) é exclusivamente financeira, sendo considerado atrativo o
empreendimento com valor maior que um, tal como estipulado nos TdR.
A equação seguinte apresenta a fórmula de cálculo do índice de relação entre benefícios e
custos.
𝐼𝐵𝐶 =
∑𝐶𝐹𝑗
(1 − 𝑖)𝑗
𝐶𝐹0
Onde,
IBC: Índice benefício/custo;
CFj: Custos e receitas ao longo do projeto;
Cfo: Investimento inicial;
i: Taxa de desconto (equivalente à TMA);
n: Índice do período (meses ou anos).
4.2.3 Taxa Interna de Retorno (TIR)
A TIR é definida como a taxa de desconto ou atualização que equivale a zero o VPL do
empreendimento. Na perspectiva global do projeto, é a taxa de desconto que iguala o valor
presente das receitas (benefícios) aos valores presentes dos custos associados aos investimentos
e à operação do projeto.
A mesma pode também ser determinada exclusivamente para a vertente do acionista. No
entanto, tendo em consideração que o investimento é inteiramente suportado pelo Governo
Estadual, este cálculo faz menos sentido na presente situação e, por isso, se incide sobre a TIR
de projeto e não sobre a TIR acionista.
37
Este é um método amplamente recomendável para analisar a viabilidade econômica de um
projeto, de forma isolada, sem comparação com outras alternativas, embora existam reservas a
tomadas de decisão simplesmente com base na TIR.
É uma avaliação exclusivamente financeira, tornando o projeto atrativo quando a TIR ≥ Taxa
Mínima de Atratividade (TMA) e não atrativo quando a TIR < TMA. A TMA pode ser definida
como uma expectativa mínima de lucratividade esperada de um empreendimento, que, de
acordo com os TdR, neste caso, é de 12%.
A equação seguinte apresenta a fórmula de cálculo da TIR, que é a mesma fórmula do VPL,
mas igualada a zero.
𝑉𝑃𝐿 = −𝐶𝑓0 +∑(𝐶𝐹𝑗
(1 + 𝑇𝐼𝑅)𝑛) = 0
𝑛
1
Onde,
VPL: Valor presente líquido;
CFj: Fluxo de caixa;
Cfo: Investimento inicial;
TIR: Taxa interna de retorno;
n: Índice do período (meses ou anos).
4.2.4 Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM)
A TIRM representa uma adaptação da TIR, determinada de forma convencional, que procura
corrigir alguns dos seus problemas estruturais relacionados com as questões das raízes múltiplas
ou inexistentes e das taxas reais de financiamento dos investimentos e de aplicações de caixas
excedentes.
38
O objetivo principal da TIRM é transformar um fluxo de caixa (convencional ou não
convencional) em um fluxo convencional com apenas dois valores, a saber um fluxo negativo
no período “0” e outro fluxo positivo (ao menos espera-se que sempre seja positivo) no último
período da duração do projeto.
Para esse fim, a TIRM traz todos os fluxos negativos do projeto a valor presente ou Valor Atual
dos Custos (VAC), e leva todos os fluxos positivos para valor futuro ou Valor Terminal (VT),
conforme se apresenta na seguinte fórmula.
𝑇𝐼𝑅𝑀 =∑(𝐶𝐹+ × (1 + 𝑖)𝑛)
∑(𝐶𝐹− × (1 + 𝑖)𝑛)− 1
Onde,
TIRM: Taxa interna de retorno modificada;
CF+: Fluxos de caixa positivos;
CF-: Fluxos de caixa negativos;
i: Taxa de desconto (equivalente à TMA);
n: Índice do período (meses ou anos).
4.3 PREMISSAS TÉCNICAS
Nesta secção, apresenta-se a síntese das premissas técnicas essenciais para o dimensionamento
adequado do transbordo dos RSU, designadamente a estimativa da população, estimativa
geração de RSU dos Municípios e a definição dos circuitos percorridos pelos caminhões atego,
e que constitui a atividade deste modelo de negócio.
39
4.3.1 Evolução Populacional
As premissas assumidas relativamente à evolução populacional do Município de Mucambo tem
por base a projeção populacional apresentada no projeto arquitetónico e urbanístico da CTR,
enquanto a dos Municípios de Reriutaba, de Pires Ferreira e de Varjota têm em consideração as
últimas estimativas populacionais obtidas pelo IBGE.
O Quadro 6 apresenta a evolução da população residente para os anos de 2018 a 2037 para os
referidos Municípios.
Ano Mucambo
(hab)
Reriutaba
(hab)
Pires
Ferreira
(hab)
Varjota
(hab)
Total
(hab)
2018 15.031 19.189 10.900 18.477 63.597
2019 15.150 19.341 10.987 18.623 64.100
2020 15.271 19.495 11.074 18.772 64.612
2021 15.393 19.651 11.163 18.922 65.128
2022 15.516 19.808 11.252 19.073 65.649
2023 15.641 19.968 11.343 19.227 66.178
2024 15.767 20.128 11.434 19.381 66.711
2025 15.894 20.291 11.526 19.538 67.248
2026 16.023 20.455 11.620 19.696 67.794
2027 16.153 20.621 11.714 19.856 68.344
2028 16.285 20.790 11.810 20.018 68.903
2029 16.418 20.959 11.906 20.182 69.465
2030 16.552 21.131 12.003 20.346 70.032
2031 16.688 21.304 12.102 20.514 70.608
2032 16.825 21.479 12.201 20.682 71.187
2033 16.963 21.655 12.301 20.852 71.771
2034 17.103 21.834 12.403 21.024 72.364
2035 17.245 22.015 12.506 21.198 72.964
2036 17.387 22.197 12.609 21.373 73.565
2037 17.531 22.380 12.713 21.550 74.174
Quadro 6 – Estimativa da população dos Municípios de Mucambo, Reriutaba, Pires Ferreira e Varjota
40
4.3.2 Projeção da Geração de RSU
O Quadro 7 apresenta a estimativa da quantidade de RSU gerados nos Municípios de Mucambo,
Reriutaba, Pires Ferreira e Varjota para o horizonte temporal de 20 anos tendo em conta a
evolução populacional apresentada anteriormente e a estimativa da sua geração per capita.
Ano Mucambo
(ton/dia)
Reriutaba
(ton/dia)
Pires Ferreira
(ton/dia)
Varjota
(ton/dia)
2018 11,6 14,8 8,4 14,3
2019 11,8 14,9 8,5 14,4
2020 12,0 15,1 8,6 14,5
2021 12,3 15,2 8,6 14,6
2022 12,5 15,3 8,7 14,7
2023 12,7 15,4 8,8 14,8
2024 13,0 15,5 8,8 15,0
2025 13,2 15,7 8,9 15,1
2026 13,4 15,8 9,0 15,2
2027 13,7 15,9 9,0 15,3
2028 13,9 16,1 9,1 15,5
2029 14,2 16,2 9,2 15,6
2030 14,5 16,3 9,3 15,7
2031 14,7 16,5 9,3 15,8
2032 15,0 16,6 9,4 16,0
2033 15,3 16,7 9,5 16,1
2034 15,6 16,9 9,6 16,2
2035 15,9 17,0 9,7 16,4
2036 16,2 17,1 9,7 16,5
2037 16,5 17,3 9,8 16,6
Quadro 7 – Estimativa da geração de RSU nos Municípios de Mucambo, Reriutaba, Pires Ferreira e Varjota
41
4.3.3 Projeção da Quantidade de RSU Recepcionados pelas ETR (Cenário I da
Alternativa I)
De acordo com o disposto anteriormente, o Cenário 1 considera que a ETR de Pacujá irá
recepcionar os RSU provenientes dos Municípios de Mucambo, de Reriutaba e de Pires
Ferreira, enquanto que os RSU gerados no Município de Varjota serão encaminhados para a
ETR de Cariré. O quadro seguinte apresenta a quantidade de RSU rececionados pelas ETR
(referidas no parágrafo anterior), considerando que as mesmas operam 6 dias por semana e
apenas os novos (quatro) municípios a consorciar.
Ano ETR de Pacujá
(ton/dia)
ETR de Cariré
(ton/dia)
2018 40,7 16,6
2019 41,1 16,8
2020 41,6 16,9
2021 42,1 17,0
2022 42,6 17,2
2023 43,0 17,3
2024 43,5 17,5
2025 44,1 17,6
2026 44,6 17,7
2027 45,1 17,9
2028 45,6 18,0
2029 46,2 18,2
2030 46,7 18,3
2031 47,3 18,5
2032 47,9 18,6
2033 48,4 18,8
2034 49,0 18,9
2035 49,6 19,1
2036 50,2 19,3
2037 50,8 19,4
Quadro 8 – Quantidade de RSU recepcionados pelas ETR no Cenário 1 para a Alternativa I
42
4.3.4 Projeção da Quantidade de RSU Recepcionados pelas ETR (Cenário II da
Alternativa I)
O Cenário 2 irá considerar a implantação e operação de uma ETR no Município de Reriutaba
para o transbordo dos RSU gerados nos Municípios de Reriutaba, de Varjota e de Pires Ferreira.
Como tal, os RSU deixam de ser recepcionados pelas ETR existentes mais próximas, e passam
a ser encaminhados para a ETR de Reriutaba, cujo investimento de implantação será realizado
pelo CGIRS-RMS. Deste modo, como definido no Cenário 1, os RSU gerados no Município de
Mucambo serão recepcionados pela ETR de Pacujá. O Quadro 9 apresenta a quantidade de RSU
recepcionados pelas ETR referidas, incluindo apenas os novos (quatro) municípios a consorciar.
Ano ETR de Pacujá
(ton/dia)
ETR de Reriutaba
(ton/dia)
2018 13,5 43,8
2019 13,8 44,1
2020 14,0 44,5
2021 14,3 44,8
2022 14,6 45,2
2023 14,8 45,5
2024 15,1 45,9
2025 15,4 46,3
2026 15,7 46,6
2027 16,0 47,0
2028 16,3 47,4
2029 16,6 47,8
2030 16,9 48,2
2031 17,2 48,6
2032 17,5 49,0
2033 17,8 49,4
2034 18,2 49,8
2035 18,5 50,2
2036 18,8 50,6
2037 19,2 51,0
Quadro 9 – Quantidade de RSU recepcionados pelas ETR no Cenário 2 para a Alternativa I
43
4.3.5 Planejamento do Circuito (Cenário I da Alternativa I)
Tendo em conta a projeção dos resíduos recepcionados pelas ETR de Pacujá e Cariré no Cenário
I da Alternativa I, prevê-se a realização de um circuito diariamente para o transbordo dos RSU
dos Municípios que não aderiram ao consórcio CGIRS-RMS.
O Quadro 10 apresenta a quantidade extra de RSU que as ETR irão receber diariamente no ano
de 2018.
ETR Municípios atendidos pela ETR Geração de RSU (ton/dia)
Pacujá
Mucambo
40,7 Reriutaba
Pires Ferreira
Cariré Varjota 16,6
Quadro 10 – Municípios atendidos pelas ETR
Saliente-se que o dimensionamento dos circuitos foi realizado, tendo em conta a quantidade de
RSU gerados nos Municípios atendidos pelas ETR, a capacidade do caminhão atego, os tempos
de carga e descarga do caminhão (assumindo-se 20 minutos para cada um dos serviços) e a
duração das trajetórias apresentadas no Quadro 11.7
Trajetória Distância média (km) Duração (minutos)
ETR Pacujá – CTR 63,0 70,0
ETR Cariré – CTR 33,4 35,0
Quadro 11 – Distância e duração média das trajetórias
7 Conforme é indicado no documento disponibilizado denominado de “Quadro ETR”.
44
Por conseguinte, o Quadro 12 apresenta o número viagens necessárias realizar para o transporte
da quantidade gerada pelos novos Municípios a consorciar do CGIRS-RMS nesta alternativa
no ano de 2018.
ETR Viagens (nº)
ETR Pacujá 5
ETR Cariré 2
Quadro 12 – Número de viagens necessárias para transporte dos RSU
Após definição das premissas apresentadas anteriormente, procedeu-se ao dimensionamento
das trajetórias. O Quadro 13 apresenta os circuitos propostos para o transporte dos RSU
recepcionados nas ETR de Pacujá e Cariré.
Descrição Distância média
(km)
Duração média
(min)
Saída da CTR – Chegada à ETR de Cariré 33,4 35
Carregamento do caminhão 0 20
Saída da ETR de Cariré – Chegada à CTR 33,4 35
Descarga do caminhão 0 20
Saída da CTR – Chegada à ETR de Cariré 33,4 35
Carregamento do caminhão 0 20
Saída da ETR de Cariré – Chegada à CTR 33,4 35
Descarga do caminhão 0 20
Almoço 0 60
Saída da CTR – Chegada à ETR de Pacujá 63 70
Carregamento do caminhão 0 20
Saída da ETR de Pacujá – Chegada à CTR 63 70
Descarga do caminhão 0 20
Saída da CTR – Chegada à ETR de Pacujá 63 70
Carregamento do caminhão 0 20
Saída da ETR de Pacujá – Chegada á CTR 63 70
45
Descrição Distância média
(km)
Duração média
(min)
Descarga do caminhão 0 20
Saída da CTR – Chegada à ETR de Pacujá 63 70
Carregamento do caminhão 0 20
Saída da ETR de Pacujá – Chegada á CTR 63 70
Descarga do caminhão 0 20
Carregamento do caminhão 0 20
Saída da ETR de Pacujá – Chegada á CTR 63 70
Descarga do caminhão 0 20
Saída da CTR – Chegada à ETR de Pacujá 63 70
Carregamento do caminhão 0 20
Saída da ETR de Pacujá – Chegada á CTR 63 70
Descarga do caminhão 0 20
Saída da CTR – Chegada à ETR de Pacujá 63 70
Total 763,6 1180
Número médio de horas trabalhadas diariamente 19*
*2 motoristas
Quadro 13 – Dimensionamento dos circuitos correspondente ao Cenário I para a Alternativa I
4.3.6 Planejamento do Circuito (Cenário II da Alternativa I)
No cenário II da Alternativa I, o caminhão atego será responsável pelo transbordo dos RSU
recepcionados nas ETR de Reriutaba e Pacujá, até à CTR do CGIRS-RMS. Assim, tendo em
conta a geração de RSU nos Municípios em causa e a capacidade do caminhão, definiu-se o
circuito que será realizado diariamente pelo caminhão.
O Quadro 14 apresenta a quantidade de RSU proveniente dos quatro novos Municípios a
consorciar, que as ETR irão receber diariamente no ano de 2018.
46
ETR Municípios atendidos pela
ETR Geração de RSU (ton/dia)
Reriutaba
Reriutaba
43,8 Pires Ferreira
Varjota
Pacujá Mucambo 13,5
Quadro 14 – Geração de RSU em cada ETR
Realce-se que o dimensionamento dos circuitos foi realizado tendo em atenção a quantidade de
RSU gerados nos Municípios atendidos pelas ETR, a capacidade do caminhão atego, os tempos
de carga e descarga do caminhão (assumindo-se 20 minutos para cada um dos serviços) e a
duração das trajetórias apresentadas no Quadro 15.8
Trajetória Distância média (km) Duração (minutos)
ETR Reriutaba – CTR 60 50
ETR Pacujá – CTR 63 70
Quadro 15 – Distância e duração média das trajetórias
Por conseguinte, o Quadro 16 apresenta o número viagens necessárias realizar para o transporte
da quantidade total gerada pelos Municípios da área de abrangência das ETR no ano de 2018.
ETR Viagens (nº)
ETR Reriutaba 5
ETR Pacujá 2
Quadro 16 – Número de viagens necessárias para transporte dos RSU
8 De acordo com o Google Maps e o documento disponibilizado denominado de “Quadro ETR”.
47
Após definição das premissas apresentadas anteriormente, procedeu-se ao dimensionamento
das trajetórias. O Quadro 17 apresenta os circuitos propostos para o transporte dos RSU
recepcionados nas ETR de Reriutaba e Pacujá para o Cenário 2 da Alternativa 1 ao Cenário
Base.
Descrição Média de km (km) Duração média (min)
Saída da CTR – Chegada à ETR de Reriutaba 60 50
Carregamento do caminhão 0 20
Saída da ETR de Reriutaba – Chegada à CTR 60 50
Descarga do caminhão 0 20
Saída da CTR – Chegada à ETR de Reriutaba 60 50
Carregamento do caminhão 0 20
Saída da ETR de Reriutaba – Chegada à CTR 60 50
Descarga do caminhão 0 20
Almoço 0 60
Saída da CTR – Chegada à ETR de Reriutaba 60 50
Carregamento do caminhão 0 20
Saída da ETR de Reriutaba – Chegada à CTR 60 50
Descarga do caminhão 0 20
Saída da CTR – Chegada à ETR de Reriutaba 60 50
Carregamento do caminhão 0 20
Saída da ETR de Reriutaba – Chegada á CTR 60 50
Descarga do caminhão 0 20
Saída da CTR – Chegada à ETR de Reriutaba 60 50
Carregamento do caminhão 0 20
Saída da ETR de Reriutaba – Chegada á CTR 60 50
Descarga do caminhão 0 20
Saída da CTR – Chegada à ETR de Pacujá 63 70
Carregamento do caminhão 0 20
Saída da ETR de Pacujá – Chegada á CTR 63 70
Descarga do caminhão 0 20
48
Descrição Média de km (km) Duração média (min)
Saída da CTR – Chegada à ETR de Pacujá 63 70
Carregamento do caminhão 0 20
Saída da ETR de Pacujá – Chegada á CTR 63 70
Descarga do caminhão 0 20
Total 852 1120
Número médio de horas trabalhadas diariamente 18*
*2 motoristas
Quadro 17 – Dimensionamento do circuito correspondente ao Cenário 2 para a Alternativa I
4.4 PREMISSAS MACROECONÔMICAS, TRIBUTÁRIAS, FISCAIS E DE CAPITAL DE GIRO
4.4.1 Macroeconômicas
A elaboração deste EVEF requer a assunção de diversas premissas macroeconômicas que serão
apresentadas de seguida no Quadro 18.
Descrição Valor (%)
Taxa de inflação (IPCA) 4,59
Taxa de juro (TJLP) 7,010
Taxa de administração 2,0
Taxa de risco de crédito 0,7
Aplicações financeiras 6,5
Quadro 18 – Premissas macroeconómicas
Relativamente ao PIB, o Estado do Ceará fechou o ano de 2016 com um recuo de 5,33%, o pior
resultado desde o início da série histórica, em 2002. É também uma queda mais acentuada que
a média brasileira que registrou no período -3,6%. Os setores da construção civil e comércio
9 Resolução n.º 4.499 – Banco Central do Brasil. 10 Foi considerada a Taxa de Juro de Longo Prazo (TJLP) estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)
e divulgada segundo resolução do Banco Central.
49
foram os que tiveram maior queda. Os últimos dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa e
Estratégia Econômica do Ceará (IPECE) mostram, no entanto, que a crise já dá sinais de
desaceleração.
4.4.2 Tributários e Fiscais
Atendendo à organização administrativa do Brasil existem diferentes categorias de impostos,
nomeadamente os Federais, os Estaduais e os Municipais, e que variam também na forma de
aplicação (isto é, a incidência sobre a receita bruta, receita líquida, produtos gerados, entre
outros critérios).
Em relação às premissas tributárias e fiscais foram adotadas as representadas, de seguida, no
Quadro 19.
Descrição Alíquota (%)
Federais
Programa de integração social (PIS) 1,65
Contribuição para o financiamento da seguridade social (COFINS) 7,6
Imposto de renda (IR) – Base 15,0
Imposto de renda (IR) – Adicional* 10,0
Contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) 9,0
Imposto sobre produtos industrializados (IPI) 5,0
Estaduais
Imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços
(ICMS) 17,0 / 7,0**
Municipais
Imposto sobre serviços (ISS) 5,0
Reserva legal
Percentual máximo do capital social 20,0
Percentual mínimo do lucro líquido do período (ano) 5,0
* O IR - Adicional incide sobre lucros líquidos superiores a 20 mil reais por mês.
** No Estado do Ceará o ICMS foi reduzido para produtos reciclados.
Quadro 19 – Premissas fiscais
50
4.4.3 Capital de Giro
As estimativas relativas às necessidades de fundos circulantes assentaram nas premissas de
prazos médios evidenciados no Quadro 20.
Descrição Dias (-)
Prazo médio de recebimentos
Clientes 30
Prazo médio de pagamentos
Fornecedores 60
Fornecedores de investimento 90
Quadro 20 – Premissas sobre capital de giro
4.5 PLANO DE INVESTIMENTOS
Após a breve introdução às atividades relacionadas com o transbordo dos RSU realizada no
capítulo 3 e que configuram a Alternativa 1 ao Cenário Base, nesta secção irá desenvolver-se a
descrição dos principais investimentos necessários para o bom funcionamento do processo de
transbordo dos RSU das ETR até à CTR do CGIRS-RMS. Note-se que a descrição dos
investimentos será realizada separadamente para os dois cenários assumidos e que apenas se
incluem os investimentos associados ao alargamento do CGIRS-RMS aos restantes Municípios
da RMS.
Os investimentos apresentados seguidamente correspondem a obras civis, aquisição de
equipamentos e outros investimentos relevantes.
51
4.5.1. Cenário I da Alternativa I
Obras civis
Conforme referido anteriormente, o Cenário I da Alternativa I prevê que os RSU gerados nos
Municípios de Reriutaba, Varjota e Pires Ferreira sejam recepcionados nas ETR existentes mais
próximas e que o Município de Mucambo efetue o transbordo dos RSU gerados no seu território
na ETR de Pacujá. Assim, esta alternativa não contabilizará investimentos associados a obras
civis, dado que esse investimento será integralmente realizado pelo Governo do Estado do
Ceará para o gerenciamento dos RSU dos Municípios integrantes no CGIRS-RMS.
Equipamentos
Para o transbordo dos RSU gerados nos Municípios, prevê-se a aquisição de um caminhão atego
que realizará diariamente o circuito definido anteriormente neste capítulo.
O Quadro 21 apresenta o investimento necessário em equipamentos para o transbordo dos RSU.
Equipamento Quantidade
(unidades)
Valor
Unitário (R$) Total (R$)
Contêineres modelo 6525R, (6500 mm
comprimento x 2400 mm largura x 2500
mm de altura), 39 m³
1 15.500,00 15.000,00
Caminhão atego 2426 - Mercedes Benz
linha 2015/2015 1 225.000,00 225.000,00
Equipamento roll-on-off modelo KROO-
260-SH-3E – com protetor lateral 1 49.900,00 49.900,00
Total 289.900,00
Total Geral c/ BDI (16,80 %) 338.603,20
Quadro 21 – Investimento necessário para o transbordo dos RSU
Desta forma, o investimento total em equipamento é de R$ 338.603,20, afeto à expansão do
consórcio aos Municípios de Mucambo, de Reriutaba, de Pires Ferreira e de Varjota.
52
Outros investimentos
Outros investimentos necessários, e que não foram contabilizados anteriormente, dizem
respeito ao equipamento de proteção individual (EPI) da equipe operacional prevista para o
transbordo dos RSU. O EPI inclui, uniforme (camisa, calças e colete), luvas de segurança,
óculos de proteção e calçado de segurança.
O Quadro 22 apresenta o investimento total em EPI.
Descrição Quantidade Preço unitário
(R$)11 Total (R$)
Uniforme comum 2 160,30 320,60
Luvas de PVC cano curto forradas 2 9,89 19,78
Óculos contra impacto 2 4,67 9,34
Abafador de ruídos 2 24,55 49,10
Botas de couro cano curto 2 57,5 115,00
Total 513,82
Quadro 22 – Investimento em EPI
Tendo em conta a baixa durabilidade do EPI, neste modelo de negócio previu-se que anualmente
seja necessário fazer um investimento em renovação do EPI e outros investimentos no valor de
500 reais anuais. O Quadro 23 apresenta o resumo dos principais investimentos referentes ao
Cenário I da Alternativa I ao Cenário Base.
Investimento Total (R$)
Construção civil -
Equipamentos 338.603,20
Outros investimentos 513,82
Total 339.117,02
Quadro 23 – Resumo dos principais investimentos
11 SINAPI.
53
4.5.2. Cenário II da Alternativa I
Conforme referido anteriormente, o Cenário II da Alternativa I prevê a construção de uma ETR
para o transbordo dos RSU gerados nos Municípios de Reriutaba, de Varjota e de Pires Ferreira,
sendo que o Município de Mucambo irá efetuar o transbordo dos RSU gerados no seu território,
na ETR de Pacujá.
Obras civis
As infraestruturas que compõem a ETR sugerida serão semelhantes às das 6 ETR existentes (e
detalhadas no Produto 4 – D). A ETR será constituída por uma guarita, um galpão de transbordo,
uma casa de controle, estacionamento para veículos e uma área de manobra. A guarita
corresponde à infraestrutura onde o vigilante fará o controle do acesso de veículos e pessoas à
ETR.
O galpão de transbordo, ou também denominado de plataforma de descarga e recarga,
corresponde ao local onde os caminhões provenientes da coleta municipal farão a descarga dos
RSU e onde também os caminhões atego farão o carregamento dos mesmos. O pavimento desta
infraestrutura deverá conter uma inclinação mínima de 0,5% para permitir o escoamento das
águas para as vales de drenagem de seção 0,30 m x 0,30 m.
No que diz respeito à casa de controle, esta estrutura localizar-se-á junto da balança rodoviária
e o seu objetivo prende-se com a monitorização da quantidade de resíduos que ingressam na
ETR. A casa de controle terá uma área total construída de 37,09 m² e será constituída por uma
varanda, um escritório, um almoxarifado, um banheiro e um serviço, com uma área de 6,10 m²,
10,50 m², 5,40 m², 6,30 m² e 4,20 m², respectivamente.
Refira-se que a varanda, o escritório e o almoxarifado serão constituídos por um piso cerâmico
40 cm x 40 cm, de cor bege e, paredes e tetos chapiscados, rebocados e pintados com tinta Látex
acrílico, de cor branca. O banheiro irá dispor de um piso cerâmico 30 cm x 30 cm, de cor branca,
paredes chapiscadas, emboçadas e revestidas com cerâmica 30 cm x 30 cm, na cor branca, e
teto chapiscado, rebocado e pintado com tinta látex acrílico, na cor branca. As fachadas serão
54
chapiscadas, rebocadas e pintadas com tinta látex acrílico, na cor branca. Além disso, as portas
serão de madeira tipo Paraná, as janelas de alumínio e vidro de correr ou maxim-ar, e as
esquadrias de madeira deverão ser pintadas com esmalte sintético branco.
Relativamente ao estacionamento, a ETR irá dispor de 5 vagas para os veículos dos funcionários
e eventuais visitantes. O pavimento deverá ser do mesmo tipo que o utilizado nas vias dos
empreendimentos citados anteriormente e as vagas serão delimitadas com tinta de cor amarela.
Assim, prevê-se que o investimento total associado à construção da ETR é de R$ 1.526.971,09.
Equipamentos
Conforme referido anteriormente, a ETR será composta por uma guarita, um galpão de
transbordo e uma casa de controle.
Neste escopo, os equipamentos que a guarita irá dispor incluem 1 mesa, 3 cadeiras de escritório,
1 telefones, 1 ventiladores e 2 cestos para o lixo.
No que diz respeito ao galpão de transbordo, prevê-se a aquisição, de 2 contêineres, 1
caminhões de atego e 1 equipamentos roll-on-off.
Em relação à casa de controle, a ETR necessitará de investimento em equipamentos, tais como
1 balança rodoviária digital, 1 componente auxiliar da balança rodoviária, 1 telefone, 1 mesa, 2
cadeiras de escritório, 1 armário em aço, 1 bebedouro em aço, 2 cestos para o lixo, 2 bancos, 2
armários roupeiro de aço e 1 lixeira com tampa basculante.
Os Quadros 24, 25 e 26 apresentam, respectivamente, os equipamentos e investimentos
necessários para a guarita, galpão de transbordo e casa de controle da ETR.
55
Equipamento Quantidade
(unidades)
Valor
Unitário (R$) Total (R$)
Mesa de dimensão 1,23 x 0,60 x 0,65 1 384,48 384,48
Cadeira de escritório ASSENTEX com base
giratória INJ 30 mm 3 149,90 449,70
Telefone com fio premiium com chave 1 39,00 39,00
Ventilador Arno Laveo ME 40 - 40 cm 1 269,90 269,90
Cesto telado para lixo 7 L 2 39,90 79,80
Total 1.222,9
Total Geral c/ BDI (16,80 %) 1.428,3
Quadro 24 – Equipamentos para a guarita
Equipamento Quantidade
(unidades)
Valor
Unitário (R$) Total (R$)
Contêineres modelo 6525R, (6500 mm
comprimento x 2400 mm largura x 2500
mm de altura), 39 m³
2 15.500,00 31 000,00
Caminhão atego 2426 - Mercedes Benz
linha 2015/2015 1 225.000,00 225.000,00
Equipamento roll-on-off modelo KROO-
260-SH-3E – com protetor lateral 1 49.900,00 49.900,00
Total 305.900,00
Total Geral c/ BDI (16,80 %) 357.291,20
Quadro 25 – Equipamentos para o galpão de transbordo
56
Equipamento Quantidade
(unidades)
Valor
Unitário (R$) Total (R$)
Balança rodoviária digital, com plataforma
de 11,0 x 3,0 m e capacidade de 50 T
modelo 900L
1 49.841,00 49.841,00
Componentes auxiliares da balança
rodoviária (1 software GP/CD, 1 cancela
direita, 1 cancela esquerda, 2 sensores
cabeceiras, 1 câmera)
1 21.198,00 21.198,00
Telefone com fio premiium com chave 1 39,00 39,00
Mesa dimensão 120 X 70 X 50 1 479,00 479,00
Cadeira de escritório ASSENTEX com base
giratória INJ 30 mm 2 149,90 299,80
Armário de aço - AMA 431/ dimensão (L x
A x P) 900 x 1950 x 450 1 400,00 400,00
Bebedouro em aço inox com 1,60m 1 1 872,15 1 872,15
Cesto telado para lixo 7 L 2 39,90 79,80
Banco naturalle - dimensão 71 X 41 X 41 2 225,90 451,80
Armário de aço roupeiro - GRP220 -
dimensão 600x 1950 x 420 mm 2 430,00 860,00
Lixeira colorida quadrada com tampa
basculante 50L 1 150,00 150,00
Total 75.670,55
Total Geral c/ BDI (16,80 %) 88.383,20
Quadro 26 – Equipamentos para a casa de controle
Assim, o investimento total em equipamentos, na fase inicial, para a implantação e operação da
ETR de Reriutaba é de cerca de 447 mil reais.
Outros investimentos
Outros investimentos necessários, e que não foram contabilizados anteriormente, dizem
respeito ao EPI da equipe operacional da ETR. O EPI inclui, uniforme (camisa, calças e colete),
luvas de segurança, óculos de proteção e calçado de segurança.
57
O Quadro 27 apresenta o investimento total em EPI relativamente à operação da ETR de
Reriutaba.
Descrição Quantidade Preço unitário
(R$)12 Total (R$)
Uniforme comum 4 160,30 641,20
Luvas de PVC cano curto forradas 4 9,89 39,56
Óculos contra impacto 4 4,67 18,68
Abafador de ruídos 4 24,55 98,20
Botas de couro cano curto 4 57,5 230,00
Total 1.027,64
Quadro 27 – Investimento em EPI
Tendo em conta a baixa durabilidade do EPI, neste modelo de negócio previu-se que anualmente
seja necessário fazer um investimento em renovação do EPI no valor de 750 R$ anuais.
O Quadro 28 apresenta o resumo dos principais investimentos para o arranque do projeto
relativo à implantação da ETR de Reriutaba e que configura o Cenário 2 da Alternativa I ao
Cenário Base.
Investimento Total (R$)
Construção civil 1.526.971,09
Equipamentos 447.100,00
Outros investimentos 1.027,64
Total 1.975.098,73
Quadro 28 – Resumo dos principais investimentos
Note-se também que se prevê algum investimento (de manutenção) ao nível da construção civil
em 2023 (5% do investimento inicial de construção civil), em 2028 (10% do investimento
inicial de construção civil) e 2033 (5% do investimento inicial de construção civil).
12 SINAPI.
58
Já em relação aos equipamentos para operação da ETR, admite-se que estes serão integralmente
renovados no ano 10, correspondente ao fim da vida útil do equipamento adquirido pelos
Municípios.
4.6 CUSTOS E DESPESAS DE OPERAÇÃO
4.6.1 Cenário I da Alternativa I
4.6.1.1 Pessoal
Para o Cenário I da Alternativa I (em que os RSU são recepcionados nas ETR previstas do
CGIRS-RMS), em relação ao pessoal, prevê-se que o transbordo dos RSU dos Municípios a
consorciar até á CTR seja realizado por 2 motoristas de caminhão atego que trabalharão por
turnos.
O Quadro 29 apresenta o custo total mensal associado ao pessoal considerando os encargos
sociais e trabalhistas apresentados nos Quadros 30 e 31, respectivamente.
Profissionais Quantidade
(unidades)
Remuneração
base
(R$/mês)
13º
Salário
(R$/mês)
Férias
(R$/mês)
DSR
(R$/mês)
Encargos
Sociais
(R$/mês)
Custo
Total
(R$/mês)
Motorista de
caminhão 2,0 3.000 293 390 510 1.224 10.832
Total 10.832
Quadro 29 – Custo do pessoal para horário normal de trabalho para operação da ETR
59
Encargos Sociais %
INSS 20
SAT/RAT 3
Salário Educação 2,5
INCRA/SEST/SEBRAE/SENAT 3,3
FGTS 8
FGTS/Provisão de multa para rescisão 4
Quadro 30 – Encargos sociais
Encargos Trabalhistas %
13º Salário 9,75
Férias 13
Descanso Semanal Remunerado (DSR) 16,99
Quadro 31 – Encargos trabalhistas
Para fazer face às necessidades de transbordo de RSU, assume-se que os motoristas necessitam
de desempenhar horas extra para o cumprimento, de forma adequada, das atividades envolvidas
na operação das ETR. Para tal, considerou-se que os motoristas de caminhão necessitam de
trabalhar mais um dia semanalmente (totalizando 6 dias por semana).
Além disso, os motoristas de caminhão (no total de dois) realizarão ainda 3 horas extra
diariamente. Salienta-se que para o custo de cada hora extraordinária foi assumido o equivalente
a 150% do custo horário normal.
O Quadro 31 apresenta a estimativa de horas extra dos motoristas de caminhão atego para o
Cenário 1 da Alternativa 1.
Profissionais Horas extra mensais
(h/mês)
Remuneração
horária (R$/h)
Custo
(R$/mês)
Motorista 136* 26 3.536
Total 3.536
* Para o total dos 2 motoristas de caminhão
Quadro 32 – Custo do pessoal com horas extraordinárias
60
Desta forma, estima-se um custo total anual com o pessoal de cerca de 172 mil reais para o
Cenário 1 da Alternativa 1.
4.6.1.2 Conservação e Manutenção
Em relação aos custos de conservação e manutenção dos equipamentos, assumiu-se que o
caminhão de atego possui um custo de manutenção equivalente a 50% do valor ao longo da útil
(considerando 5 anos de vida útil).
O Quadro 33 apresenta o custo anual de manutenção do caminhão de atego do Cenário 1 da
Alternativa 1.
Equipamento Quantidade Custo anual de manutenção total
(R$/ano)
Caminhão de atego 1 15.000
Quadro 33 – Custo anual de manutenção dos caminhões atego
4.6.1.3 Insumos de Produção (Água, Energia Elétrica e Combustível)
No que concerne ao consumo de água, note-se que este foi estimado assumindo que diariamente
cada motorista necessita de 100 litros, para o suprimento das suas necessidades básicas
(incluindo limpeza e higiene pessoal). Assumiu-se também o consumo de 300 litros para a
lavagem diária do veículo envolvido no transporte dos RSU das ETR até à CTR do CGIRS-
RMS.
Tendo em conta que a ETR de Cariré será abastecida por um poço profundo (utilização factível
do manancial subterrâneo), prevê-se um encargo adicional com o consumo de energia elétrica
da bomba, de cerca de R$ 500.
61
Neste escopo, ressalva-se que não são considerados custos com os serviços públicos de esgoto
associados ao gerenciamento dos resíduos orgânicos, dado que está prevista uma estação de
tratamento de esgoto (ETE), de pequena dimensão, em cada ETR, para o tratamento e
destinação final do esgoto.
Relativamente aos custos com o combustível necessário para a realização do transporte dos
RSU das ETR para a CTR do CGIRS-RMS, o Quadro 34 apresenta a definição do encargo
diário. O consumo de combustível foi definido com base nos quilómetros que o caminhão
percorre diariamente, o consumo médio dos equipamentos existentes no mercado13 e o preço
do combustível correspondente à média do preço do diesel no Município do Sobral em 2017.14
Equipamento
Distância
percorrida
(km)
Consumo
combustível
(l/km)
Preço
combustível
(R$/l)
Custo diário
(R$/dia)
Caminhão atego 764 0,556 3,1 1.315
Quadro 34 – Estimativa do encargo com o combustível
4.6.1.4 Outros Custos/Despesas Operacionais
Para a modelação previsional, no que concerne a outros custos e despesas operacionais,
considerou-se o valor anual global de 5 mil reais, a preços constantes, onde se incorporam
encargos com o material de escritório, a capacitação e treinamento, a imagem da empresa, o
marketing, a comunicação (telefones e telemóveis, informática, etc.) e os seguros, entre outros
custos.
13 https://www.cabreuva.sp.gov.br/upload/arquivo/0166876001447095535.pdf. 14 http://www.precodoscombustiveis.com.br.
62
4.6.1.5 Depreciação e Amortização
As depreciações e amortizações contabilísticas do imobilizado foram calculadas de acordo com
a vida útil estimada dos bens, as quais compreendem as taxas previstas pela Receita Federal,15
apresentadas no Quadro 34.
Ativo Anos
Construções 25
Equipamentos 10
Viaturas 5
Outros 5
Quadro 35 – Prazo de vida útil
Os custos previstos com depreciação e amortização para os investimentos a realizar (neste caso
apenas de renovação, dado que os iniciais serão suportados pelo Governo do Estado do Ceará)
são apresentados no Quadro 35.
Descrição (103 R$) 2018 2028 2037
Construção 0,0 0,0 0,0
Equipamentos 0,0 0,0 0,0
Viaturas e outros investimentos 67,8 67,8 67,8
TOTAL 67,8 67,8 67,8
Quadro 36 – Depreciação e amortização para o investimento de renovação para o Cenário I da Alternativa I
4.6.1.6 Encargos Financeiros
Para fazer face às necessidades de financiamento para satisfazer os novos investimentos (além
dos previstos no Cenário Base), sobretudo os iniciais (da compra do camião atego), estima-se
15 http://www.mmcontabilidade.com.br/flash/taxasdepreciacao.htm.
63
a contratualização de um empréstimo máximo de 500 mil reais. Este empréstimo a efetuar pela
empresa privada (operador) ocorrerá logo no início do projeto.
4.6.2 Cenário II da Alternativa I
4.6.2.1 Pessoal
Em relação ao pessoal, no Cenário II da Alternativa I, prevê-se que a ETR de Reriutaba opere
com quatro funcionários, nomeadamente, dois vigilantes, um auxiliar administrativo e um
operador de ETR. Além disso, tendo em conta o serviço que é prestado, estarão associados a
este modelo de negócio, dois motoristas de caminhão necessários para efetuar o transbordo dos
RSU até à CTR do CGIRS-RMS.
O Quadro 37 apresenta o custo total mensal associado ao pessoal considerando os encargos
sociais e trabalhistas apresentados nos Quadros 37 e 38, respectivamente.
Profissionais Quantidade
(unidades)
Remuneração
base
(R$/mês)
13º
Salário
(R$/mês)
Férias
(R$/mês)
DSR
(R$/mês)
Encargos
Sociais
(R$/mês)
Custo
Total
(R$/mês)
Motorista de
caminhão 2,00 3.000 293 390 510 1.224 10.832
Operador de ETR 1,00 1.300 127 169 221 530 2.347
Vigilante 2,00 1.300 127 169 221 530 4.694
Total 17.873
Quadro 37 – Custo do pessoal para horário normal de trabalho para operação da ETR
64
Encargos Sociais %
INSS 20
SAT/RAT 3
Salário Educação 2,5
INCRA/SEST/SEBRAE/SENAT 3,3
FGTS 8
FGTS/Provisão de multa para rescisão 4
Quadro 38 – Encargos sociais
Encargos Trabalhistas %
13º Salário 9,75
Férias 13
Descanso Semanal Remunerado (DSR) 16,99
Quadro 39 – Encargos trabalhistas
Para fazer às necessidades de transbordo de RSU, assume-se que alguns destes funcionários
necessitem de desempenhar horas extra para o cumprimento, de forma adequada, das atividades
envolvidas na operação das ETR. Para tal, considerou-se que o operador de ETR e os motoristas
de caminhão necessitam de trabalhar mais um dia semanalmente (totalizando 6 dias por
semana). Além disso, para os motoristas de caminhão (no total de dois) realizarão 2 horas extra
diariamente.
Salienta-se que para o custo de cada hora extraordinária foi assumido o equivalente a 150% do
custo horário normal.
O Quadro 40 apresenta a estimativa de horas extra por tipo de funcionário para a ETR de
Reriutaba.
65
Profissionais Horas extra mensais
(h/mês)
Remuneração
horária (R$/h)
Custo Total
(R$/mês)
Operador de ETR 56 11 616
Motorista 112* 26 2.912
Total 3.528
* Para o total dos 2 motoristas de caminhão
Quadro 40 – Custo do pessoal com horas extraordinárias
Desta forma, estima-se um custo total anual com o pessoal de cerca de 256 mil reais.
4.6.2.2 Conservação e Manutenção
Relativamente aos custos de conservação e manutenção dos equipamentos, definiu-se que o
caminhão de possui um custo de manutenção equivalente a 50% do valor ao longo da útil
(considerando 5 anos de vida útil).
O Quadro 41 apresenta o custo anual de manutenção do caminhão de atego.
Equipamento Quantidade Custo anual de manutenção total (R$/ano)
Caminhão de atego 1 15.000
Quadro 41 – Custo anual de manutenção dos caminhões atego
Assume-se ainda um custo total anual extra de manutenção de 2,5 mil reais, referente à operação
da ETR e transporte de resíduos.
66
4.6.2.3 Insumos de Produção (Água, Energia Elétrica e Combustível)
Os encargos relativos à energia elétrica foram definidos através do produto da potência de cada
equipamento, pelo número de horas de funcionamento diário desse equipamento e o custo
unitário e atual da energia elétrica.
O Quadro 42 apresenta a forma de determinação dos encargos anuais com a energia elétrica
para os equipamentos que constituem a guarita.
Equipamento Quantidade
(n.º)
Potência
(kW)
Horas
mensais
(h)
Custo energia
elétrica
(R$/kWh)
Custo
total
(R$/ano)
Ventilador 1 0,15 192 0,365 137
Iluminação
interna 1 0,1 192 0,365 91
Quadro 42 – Estimativa dos encargos anuais com a energia elétrica dos equipamentos da guarita
Em relação ao consumo de água, note-se que este foi estimado assumindo que diariamente cada
funcionário da ETR necessita de 100 litros, para o suprimento das suas necessidades básicas
(incluindo limpeza e higiene pessoal). Assumiu-se também o consumo de 300 litros para a
lavagem do veículo envolvido no transporte dos RSU das ETR até à CTR e de 700 litros para
limpeza da ETR. Admitiu-se ainda que a ETR de Reriutaba é abastecida por uma cisterna com
capacidade de 13,5 m³ a ser abastecida por um caminhão-pipa (com água adquirida à
CAGECE), com um preço médio de 7,34 R$/m3. Assim, prevê-se um custo com abastecimento
de água, na ETR, de cerca de 4,3 mil reais por ano.
Neste escopo, ressalva-se que não são considerados custos com os serviços públicos de esgoto
associados ao gerenciamento dos RSU, dado que está previsto uma ETE, de pequena dimensão
na ETR, para o tratamento e destinação final do esgoto.
Relativamente aos encargos com o combustível necessário para a realização do transporte dos
RSU da ETR para a CTR, o Quadro 43 apresenta a estimativa do custo diário. O consumo de
combustível foi definido com base nos quilómetros que o caminhão irá percorrer diariamente,
67
o consumo médio dos equipamentos existentes no mercado16 e o preço do combustível
correspondente à média do preço do diesel no Município do Sobral em 2017.17
Equipamento
Distância
percorrida
(km)
Consumo
combustível
(l/km)
Preço
combustível
(R$/L)
Custo diário
(R$/dia)
Caminhão atego 852 0,556 3,1 1.467
Quadro 43 – Custo com o consumo de combustível
4.6.2.4 Outros Custos/Despesas Operacionais
Para a modelação previsional, no que concerne a outros custos e despesas operacionais,
considerou-se o valor anual global de 7,5 mil reais, a preços constantes, onde se incorporam
encargos com o material de escritório, a capacitação e treinamento, a imagem da empresa, o
marketing, a comunicação (telefones e telemóveis, informática, etc.) e os seguros, entre outros
custos.
4.6.2.5 Depreciação e Amortização
As depreciações e amortizações contabilísticas do imobilizado foram calculadas de acordo com
a vida útil estimada dos bens, as quais compreendem as taxas previstas pela Receita Federal,18
apresentadas no Quadro 33.
Ativo Anos
Construções 25
Equipamentos 10
Viaturas 5
Outros 5
Quadro 44 – Prazo de vida útil
16 https://www.cabreuva.sp.gov.br/upload/arquivo/0166876001447095535.pdf. 17 http://www.precodoscombustiveis.com.br. 18 http://www.mmcontabilidade.com.br/flash/taxasdepreciacao.htm.
68
Os custos previstos com depreciação e amortização para os investimentos a realizar (neste caso
apenas de renovação, dado que os iniciais serão suportados pelo Governo do Estado do Ceará)
são apresentados no Quadro 45.
Descrição (103 R$) 2018 2028 2037
Construção 61,1 70,2 73,3
Equipamentos 9,0 9,0 9,0
Viaturas e outros investimentos 71,7 72,2 72,2
TOTAL 141,7 151,4 154,5
Quadro 45 – Depreciação e amortização para o investimento de renovação para o Cenário II da Alternativa I
4.6.2.6 Encargos Financeiros
Para fazer face às necessidades de financiamento para satisfazer os novos investimentos (além
dos previstos no Cenário Base), sobretudo os de substituição e renovação, estima-se a
contratualização de um empréstimo máximo de 1,5 milhões de reais. Este empréstimo a efetuar
pela empresa privada (operador) ocorrerá junto aos períodos de realização daquele investimento
que serão no início do projeto.
4.7 RECEITAS
4.7.1 Cenário I da Alternativa I
A principal fonte de receitas prende-se com a receção dos RSU para tratamento e destinação
ambientalmente adequada na CTR do CGIRS-RMS. Esta receita é definida para garantir a
sustentabilidade e viabilidade econômico-financeira das estações de transbordo
Tendo em consideração as premissas apresentadas anteriormente, bem como os indicadores
econômicos (ou seja, TIR > 12%, B/C > 1 e VPL > 1), foi determinado um valor unitário de
37,13 R$/ton, a ser pago equitativamente por todos os Municípios que integram o CGIRS-RMS
69
(independentemente de dispor ou não de ETR no seu território ou da própria distância da ETR
à CTR do CGIRS-RMS).
Este valor supera em cerca de 1,1 R$/ton o estimado para o Cenário Base (35,99 R$/ton). No
entanto, este alargamento e, embora conduza a um aumento (ligeiro) dos custos de operação e
manutenção do aterro sanitário, levará também um aumento (superior) de receitas, cujo balanço
se apresenta no quadro seguinte.
Tarifa prevista do aterro – Cenário Base 33,8 R$/ton
Aumento de custos (variáveis) 0,5 R$/ton
Aumento de receita 4,1 R$/ton
Tarifa final do aterro 30,2 R$/ton
Quadro 46 – Análise da tarifa do aterro sanitário no Cenário I da Alternativa I
O quadro seguinte apresenta o resultado final das tarifas pagas pelos Municípios do CGIRS-
RMS, por comparação com as tarifas do Cenário Base.
Cenários Tarifa – ETR
(R$/ton)
Tarifa – Aterro
(R$/ton)
Tarifa final
(R$/ton)
Alternativa – Cenário I 37,13 30,20 67,33
Cenário Base 35,99 33,80 69,79
Quadro 47 – Comparação das tarifas para o Cenário I da Alternativa I
Como é comprovado pelo quadro anterior, apesar do aumento do transporte de RSU nos
Municípios, a redução dos encargos com a disposição final em aterro é compensatória, o que
resulta numa tarifa mais reduzida no Cenário I da Alternativa I.
70
Além disso, com essa opção, resolver-se-ia o problema ambiental e de saúde pública e da
destinação ambientalmente adequada dos RSU dos 4 Municípios referidos. Esta possibilitaria
também que os RSS desses municípios tivessem uma destinação adequada.
Refira-se ainda, como é expectável, do ponto de vista do aterro sanitário a sua vida útil será
mais reduzida, com esta opção, e o custo de transporte de coleta será mais elevado nesses
Municípios, dado que as ETR se localizam a uma maior distância.
Ainda assim, esta opção é a priori benéfica e vantajosa, devendo ser equacionada pelos atores
decisórios.
4.7.2 Cenário II da Alternativa I
Já para o cenário 2, tendo em consideração as premissas apresentadas anteriormente, bem como
os indicadores econômicos (ou seja, TIR > 12%, B/C > 1 e VPL > 1), foi determinado um valor
unitário de 42,07 R$/ton, a ser pago equitativamente por todos os Municípios que integram o
CGIRS-RMS (independentemente de dispor ou não de ETR no seu território ou da própria
distância da ETR à CTR do CGIRS-RMS).
Este valor supera em cerca de 6 R$/ton o estimado para o Cenário Base (35,99 R$/ton). No
entanto, este alargamento levará a um aumento dos custos de operação e manutenção do aterro
sanitário, mas simultaneamente possibilita também um aumento de receitas, cujo balanço se
apresenta no quadro seguinte.
Tarifa prevista do aterro – Cenário Base 33,8 R$/ton
Aumento de custos (variáveis) 0,5 R$/ton
Aumento de receita 4,1 R$/ton
Tarifa final do aterro 30,2 R$/ton
Quadro 48 – Análise da tarifa do aterro sanitário no Cenário II da Alternativa I
71
O quadro seguinte apresenta o resultado final das tarifas pagas pelos Municípios do CGIRS-
RMS, por comparação com as tarifas do Cenário Base.
Cenários Tarifa – ETR
(R$/ton)
Tarifa – Aterro
(R$/ton)
Tarifa final
(R$/ton)
Alternativa – Cenário II 42,07 30,2 72,27
Cenário Base 35,99 33,8 69,79
Quadro 49 – Comparação das tarifas para o Cenário II da Alternativa I
Como é comprovado pelo quadro anterior, e como seria expectável, apesar do benefício na tarifa
do aterro, o aumento de custos é bastante superior no Cenário II da Alternativa 1, o que resulta
numa tarifa total superior tanto por comparação com o Cenário Base como em relação ao
Cenário I da Alternativa 1. No entanto, esta solução permitiria uma redução dos custos de
transporte de coleta de RSU dos Município até à ETR no Município de Reriutaba (por
comparação com o Cenário I). Ainda assim, o Cenário II parece menos apelativo do que o
Cenário I para o CGIRS-RMS.
72
73
5 NOTAS FINAIS
5.1 SÍNTESE CONCLUSIVA
O presente relatório constitui a análise de viabilidade econômico-financeira da alternativa
(Alternativa I ao Cenário Base) referente ao alargamento do CGIRS-RMS aos outros
Municípios da RMS. A análise efetuada faz parte da Fase 4 deste projeto de consultadoria, que
corresponde à Elaboração de Modelos a serem Adotados para a Prestação dos Serviços de
Operação da Central de Tratamento de Resíduos Sólidos e suas Unidades Correlatas, no Aterro
Regional de Sobral para a Secretaria das Cidades, do Governo do Estado do Ceará.
Esta Fase 4 seguiu-se ao trabalho iniciado na Fase 3 do projeto, e que correspondeu à
atualização dos instrumentos jurídico-legais do CGIRS-RMS (Produto 3). Nesta fase, tendo
como base o estudo organizacional e funcional apresentado no Produto 2, bem como as
disposições constantes da PNRS, efetuou-se a revisão e atualização dos instrumentos jurídicos
do CGIRS-RMS (designadamente, o Contrato de Consórcio, o Contrato de Programa, os
Estatutos, o Contrato de Rateio e as Leis de Ratificação).
A presente fase, referente à análise de viabilidade econômico-financeira do transbordo dos RSU
de Municípios a consorciar no CGIRS-RMS, teve início no capítulo 2 com um sumário do
enquadramento legal.
O referido capítulo iniciou-se com a apresentação da legislação nacional principal relativa ao
gerenciamento de RSU. Ainda no capítulo 2 introduziu-se a principal legislação estadual
aplicada aos resíduos sólidos, bem como as principais normas da ABNT e resoluções do
CONAMA. Além disso este capítulo apresentou as metas definidas pelo PLANSAB, pelo Plano
Nacional de Resíduos Sólidos e pelo Plano Estadual de Resíduos Sólidos. O capítulo apresentou
ainda uma caracterização geral do setor dos RSU no Brasil e no Estado do Ceará em particular.
Posteriormente, no capítulo 3 apresentou-se os dois cenários que foram analisados no escopo
da Alternativa I. Nesta fase introduziu-se o modo de funcionamento das ETR, destacando-se as
principais atividades desenvolvidas, bem como o esquema de transbordo de RSU em cada
cenário. Neste capítulo, apresentou-se também os equipamentos necessários à operação das
ETR, à medida que se foi realizando a descrição das operações previstas para a gestão e
74
gerenciamento dos resíduos. Além disso, o terceiro capítulo introduziu os 2 cenários admitidos
na Alternativa 1 para o alargamento do CGIRS-RMS, que inclui o transbordo dos RSU dos
Municípios de Mucambo, Reriutaba, Varjota e Pires Ferreira.
De seguida, no quarto capítulo, apresentou-se o EVEF das ETR e transbordo dos RSU gerados
nos 4 Municípios a consorciar ao CGIRS-RMS. Esta seção destacou as premissas técnicas,
nomeadamente a evolução populacional, a projeção da geração de RSU, a estimativa da
quantidade de RSU recepcionados pelas ETR em cada um dos cenários, assim como os circuitos
percorridos pelos caminhões atego para cada um dos cenários, O capítulo apresentou também
as premissas macroeconômicas, tributárias e fiscais. Além disso, o capítulo detalhou para cada
cenário, os principais investimentos necessários para a operação de transbordo.
Para a definição dos custos e despesas de operação, o capítulo apontou também os custos
associados ao pessoal, conservação e manutenção de equipamentos, insumos materiais
necessários (tais como água, energia elétrica, combustível), depreciação e amortização e
encargos financeiros, entre outros.
O capítulo 4 apresentou ainda uma previsão da quantidade de RSU gerados nos Municípios a
consorciar ao CGIRS-RMS e a evolução da quantidade de resíduos que serão recepcionados
nas ETR, que serão utilizadas pelos referidos Municípios, ao longo do seu horizonte de projeto,
sobre o qual incide a determinação das receitas necessárias à garantia da viabilidade econômica
e financeira da operação das ETR.
Esta viabilidade econômica e financeira é garantida pela determinação e cumprimento dos
critérios econômicos estipulados nos TdR, designadamente o VPL > 1, o índice B/C > 1 e a
TIR > 12%.
Por fim, com base nas receitas geradas, desenvolveu-se uma comparação entre os dois cenários
elencados e o Cenário Base, no sentido de apurar a opção mais vantajosa para o Poder Público,
neste caso, os Municípios do CGIRS-RMS.
75
5.2 PRÓXIMOS PASSOS
Seguidamente, realizar-se-á o desenvolvimento de EVEF em relação às alternativas à operação
da CTR. Os EVEF a desenvolver permitirão a realização do estudo de alternativas, que, de
acordo com o previsto, compreenderá duas etapas, a primeira correspondente ao
desenvolvimento do EVEF para a opção base adotada, referente à construção da CTR
(denominada, por simplificação, Cenário Base).
A segunda etapa trata da análise de diferentes alternativas, tais como o alargamento da operação
da CTR aos restantes Municípios da RMS, aqui estudada e designada por Alternativa I), a
implantação de equipamento de aproveitamento energético de biogás do aterro sanitário e o
estudo da possibilidade de venda dos resíduos para a produção de CDR (através da indústria
cimenteira instalada e da construção, por parte desta entidade ou de terceiros, de uma unidade
de CDR para o efeito).
O estudo irá contemplar a análise de viabilidade técnica, a estratégia de gestão e operação, a
eficiência e a sustentabilidade do sistema, os tarifários referentes ao serviço prestado e
processos de cobrança, assim como as receitas acessórias, e a viabilidade econômica e
financeira do empreendimento.
O objetivo da fase 4 será, assim, averiguar a viabilidade econômico-financeira do Cenário Base
e das alternativas referidas anteriormente, a fim de verificar se alguma é mais vantajosa para o
Poder Público.
76
I
Anexos
II
III
Anexo I – Demonstrações Financeiras
IV
Demonstrações financeiras Central de Tratamento de Resíduos Sólidos - Alargamento CGIRS - Cenário I
Valores a preços constantes Ano de início projeções Ano término das projeções
Exercício econômico Unidades 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
Demonstração de Resultados 000 R$
Receitas brutas 3.370 3.472 3.579 3.688 3.801 3.918 4.040 4.165 4.294 4.427 4.566 4.709 4.857 5.008 5.166 5.328 5.497 5.671 5.848 6.032Deduções da receita (ISS, PIS, COFINS, ICMS, IPI) -480 -495 -510 -526 -542 -558 -576 -594 -612 -631 -651 -671 -692 -714 -736 -759 -783 -808 -833 -860
Receita líquida 2.890 2.978 3.069 3.163 3.260 3.360 3.464 3.572 3.682 3.796 3.916 4.038 4.165 4.294 4.430 4.569 4.714 4.863 5.014 5.173
Custos, Depreciação e Amortização -2.778 -2.779 -2.779 -2.780 -2.780 -3.355 -3.355 -3.356 -3.356 -3.356 -3.941 -3.941 -3.942 -3.942 -3.942 -4.315 -4.315 -4.316 -4.316 -4.316 Pessoal -1.195 -1.195 -1.195 -1.195 -1.195 -1.260 -1.260 -1.260 -1.260 -1.260 -1.325 -1.325 -1.325 -1.325 -1.325 -1.390 -1.390 -1.390 -1.390 -1.390
Energia elétrica -6 -6 -6 -6 -6 -6 -7 -7 -7 -7 -7 -8 -8 -8 -8 -9 -9 -9 -10 -10
Combustível -1.326 -1.326 -1.326 -1.326 -1.326 -1.555 -1.555 -1.555 -1.555 -1.555 -1.785 -1.785 -1.785 -1.785 -1.785 -2.014 -2.014 -2.014 -2.014 -2.014
Água -11,8 -11,8 -11,8 -11,8 -11,8 -12,0 -12,0 -12,0 -12,0 -12,0 -12,1 -12,1 -12,1 -12,1 -12,1 -12,3 -12,3 -12,3 -12,3 -12,3
Reagentes -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4
Conservação e manutenção -80 -80 -80 -80 -80 -95 -95 -95 -95 -95 -110 -110 -110 -110 -110 -125 -125 -125 -125 -125
Serviços de terceiros -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25
Disposição final em aterro 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outros custos operacionais -65 -65 -65 -65 -65 -65 -65 -65 -65 -65 -65 -65 -65 -65 -65 -65 -65 -65 -65 -65
Depreciação/amortização -69 -69 -70 -70 -71 -336 -336 -336 -336 -336 -612 -612 -612 -612 -612 -675 -675 -675 -675 -675
Resultados brutos 112 199 290 383 479 4 109 216 326 440 -25 97 223 352 488 254 398 547 698 857
Despesas / receitas operacionais -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 Despesas operacionais -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35
Subsídios à exploração 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outras receitas operacionais 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outras receitas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Perdas por imparidade e reversões 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outras despesas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Resultados operacionais 77 164 255 348 444 -31 74 181 291 405 -60 62 188 317 453 219 363 512 663 822
EBITDA 146 233 325 418 515 305 410 517 627 741 551 674 800 929 1.065 894 1.039 1.187 1.339 1.497
Receitas financeiras 0 6 11 26 45 70 5 8 3 37 77 37 43 78 122 173 69 80 90 125Despesas financeiras 0 -15 -15 -15 -15 -15 -29 -49 0 0 0 -218 -291 -291 -291 -291 -243 -243 -170 -121 Resultados antes de impostos 77 155 251 359 475 25 49 141 294 442 17 -119 -60 104 284 101 190 350 583 826
Imposto de renda e CSLL -26 -53 -85 -122 -161 -8 -17 -48 -100 -150 -6 0 0 -35 -96 -34 -64 -119 -198 -281 Resultado líquido do período 51 102 166 237 313 16 32 93 194 292 11 -119 -60 69 187 67 125 231 385 545
Demonstrações financeiras Central de Tratamento de Resíduos Sólidos - Alargamento CGIRS - Cenário I
Valores a preços constantes Ano de início projeções Ano término das projeções
Exercício econômico Unidades 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
Balanço Patrimonial 000 R$
Ativo não circulante bruto 345 347 349 351 353 2.396 2.398 2.400 2.402 2.404 7.071 7.073 7.075 7.077 7.079 9.571 9.573 9.575 9.577 9.579Depreciações/amortizações acumuladas -69 -139 -208 -279 -349 -685 -1.022 -1.358 -1.694 -2.030 -2.641 -3.253 -3.865 -4.477 -5.089 -5.764 -6.439 -7.115 -7.790 -8.465 Ativo não circulante líquidos 276 209 141 73 4 1.710 1.376 1.042 708 374 4.429 3.819 3.210 2.600 1.990 3.807 3.134 2.460 1.787 1.114Ativos por impostos diferidos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Total ativo não circulante 276 209 141 73 4 1.710 1.376 1.042 708 374 4.429 3.819 3.210 2.600 1.990 3.807 3.134 2.460 1.787 1.114
Estoques 67 69 72 74 76 78 81 83 86 89 91 94 97 100 103 107 110 113 117 121Clientes 277 285 294 303 312 322 332 342 353 364 375 387 399 412 425 438 452 466 481 496Entes públicos 169 174 179 184 190 196 202 208 215 221 228 235 243 250 258 266 275 284 292 302Outros ativos circulantes 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Disponibilidades 88 168 397 696 1.073 70 127 48 569 1.188 577 660 1.202 1.873 2.662 1.058 1.233 1.378 1.927 1.886Ativos circulantes 601 697 941 1.258 1.651 666 742 681 1.223 1.862 1.272 1.377 1.941 2.635 3.448 1.868 2.070 2.241 2.817 2.804
Ativo total 878 906 1.082 1.330 1.655 2.376 2.118 1.723 1.931 2.236 5.701 5.196 5.151 5.235 5.438 5.675 5.203 4.702 4.604 3.918
Capital social 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Reserva legal 5% 20% 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Outras reservas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Resultados acumulados -0 51 153 319 556 870 886 918 1.011 1.206 1.497 1.508 1.389 1.330 1.398 1.586 1.652 1.777 2.008 2.393Resultado do exercício 51 102 166 237 313 16 32 93 194 292 11 -119 -60 69 187 67 125 231 385 545
Patrimônio líquido 51 153 319 556 870 886 918 1.011 1.206 1.497 1.508 1.389 1.330 1.398 1.586 1.652 1.777 2.008 2.393 2.938
Outras contas a pagar 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Empréstimos e financiamentos 150 150 150 150 150 300 500 0 0 0 2.250 3.000 3.000 3.000 3.000 2.500 2.500 1.750 1.250 0Outros passivos não circulantes 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Passivo não circulante 150 150 150 150 150 300 500 0 0 0 2.250 3.000 3.000 3.000 3.000 2.500 2.500 1.750 1.250 0
Fornecedores 255 255 255 255 255 295 295 295 295 295 335 335 335 335 335 376 376 376 376 376Fornecedores de imobilizado 85 0 0 0 0 504 0 0 0 0 1.151 0 0 0 0 614 0 0 0 0Entes públicos 337 347 358 369 380 392 404 417 429 443 457 471 486 501 517 533 550 567 585 603Outros passivos circulantes 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Passivo circulante 677 602 613 624 635 1.190 699 712 725 738 1.943 807 822 837 853 1.523 926 943 961 980
Patrimônio e passivo total 878 906 1.082 1.330 1.655 2.376 2.118 1.723 1.931 2.236 5.701 5.196 5.151 5.235 5.438 5.675 5.203 4.702 4.604 3.918
Demonstrações financeiras Central de Tratamento de Resíduos Sólidos - Alargamento CGIRS - Cenário I
Valores a preços constantes Ano de início projeções Ano término das projeções
Exercício econômico Unidades 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
Fluxos de caixa 000 R$
Recebimentos de clientes 3.093 3.464 3.571 3.680 3.792 3.908 4.029 4.155 4.283 4.416 4.555 4.698 4.845 4.995 5.153 5.315 5.483 5.657 5.833 6.017Subsídios à exploração 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Pagamentos a fornecedores circulantes -1.295 -1.549 -1.550 -1.550 -1.550 -1.754 -1.794 -1.795 -1.795 -1.795 -1.999 -2.040 -2.040 -2.040 -2.040 -2.245 -2.285 -2.286 -2.286 -2.286 Pagamentos ao pessoal -1.195 -1.195 -1.195 -1.195 -1.195 -1.260 -1.260 -1.260 -1.260 -1.260 -1.325 -1.325 -1.325 -1.325 -1.325 -1.390 -1.390 -1.390 -1.390 -1.390 Outros ingressos, custos e perdas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Variação em entes públicos 169 5 5 5 6 6 6 6 6 7 7 7 7 8 8 8 8 9 9 9Variação de outros ativos e passivos circulantes -67 -2 -2 -2 -2 -2 -2 -3 -3 -3 -3 -3 -3 -3 -3 -3 -3 -3 -4 -4 Pagamento de impostos diretos (IR/CSLL) e indiretos (ISS, PIS, COFINS, ICMS) -506 -548 -596 -648 -703 -567 -592 -642 -712 -781 -656 -671 -692 -749 -833 -794 -848 -927 -1.032 -1.140 Fluxo de caixa operacional 199 175 234 291 348 331 387 463 521 584 579 666 792 886 960 892 965 1.059 1.131 1.207
Recebimentos de subsídios ao investimento 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Pagamentos a fornecedores de imobilizado -260 -87 -2 -2 -2 -1.539 -505 -2 -2 -2 -3.517 -1.152 -2 -2 -2 -1.878 -616 -2 -2 -2 Fluxo de caixa de investimento -260 -87 -2 -2 -2 -1.539 -505 -2 -2 -2 -3.517 -1.152 -2 -2 -2 -1.878 -616 -2 -2 -2
Rendimentos de aplicações financeiras 0 6 11 26 45 70 5 8 3 37 77 37 43 78 122 173 69 80 90 125Custos e despesas de financiamento 0 -15 -15 -15 -15 -15 -29 -49 0 0 0 -218 -291 -291 -291 -291 -243 -243 -170 -121 Realizações de capital acionista 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Dividendos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Variação dívidas por patrimônio integrado 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Aumentos líquidos de endividamento externo onerado 150 0 0 0 0 150 200 -500 0 0 2.250 750 0 0 0 -500 0 -750 -500 -1.250 Fluxo de caixa financeiro 150 -9 -4 11 31 205 175 -540 3 37 2.327 569 -248 -213 -169 -618 -174 -912 -580 -1.246
Variação de caixa e seus equivalentes 88 80 228 300 376 -1.003 57 -79 522 619 -611 83 542 671 789 -1.604 176 145 549 -41
Demonstrações financeiras Central de Tratamento de Resíduos Sólidos - Alargamento CGIRS - Cenário I
Valores a preços correntes Ano de início projeções Ano término das projeções
Exercício econômico Unidades 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
Demonstração de Resultados 000 R$
Receitas brutas 3.370 3.629 3.909 4.209 4.533 4.882 5.260 5.668 6.106 6.578 7.091 7.643 8.237 8.875 9.568 10.312 11.117 11.985 12.914 13.922Deduções da receita (ISS, PIS, COFINS, ICMS, IPI) -480 -517 -557 -600 -646 -696 -750 -808 -870 -937 -1.011 -1.089 -1.174 -1.265 -1.363 -1.469 -1.584 -1.708 -1.840 -1.984
Receita líquida 2.890 3.112 3.352 3.609 3.887 4.187 4.511 4.861 5.236 5.641 6.081 6.553 7.063 7.610 8.204 8.842 9.533 10.277 11.074 11.938
Custos, Depreciação e Amortização -2.778 -2.893 -3.013 -3.138 -3.269 -4.070 -4.230 -4.397 -4.571 -4.754 -5.713 -5.934 -6.164 -6.406 -6.657 -7.594 -7.896 -8.211 -8.540 -8.884 Pessoal -1.195 -1.241 -1.289 -1.340 -1.392 -1.528 -1.589 -1.653 -1.720 -1.790 -1.964 -2.045 -2.129 -2.217 -2.309 -2.532 -2.638 -2.749 -2.865 -2.986
Energia elétrica -6 -6 -6 -7 -7 -8 -9 -9 -10 -11 -12 -12 -13 -14 -16 -17 -18 -20 -21 -23
Combustível -1.326 -1.386 -1.449 -1.514 -1.582 -1.938 -2.026 -2.117 -2.212 -2.312 -2.771 -2.896 -3.026 -3.163 -3.305 -3.897 -4.072 -4.255 -4.447 -4.647
Água -11,8 -12,4 -12,9 -13,5 -14,1 -14,9 -15,6 -16,3 -17,0 -17,8 -18,8 -19,7 -20,6 -21,5 -22,5 -23,8 -24,9 -26,0 -27,1 -28,4
Reagentes -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4
Conservação e manutenção -80 -84 -87 -91 -95 -115 -120 -125 -131 -137 -158 -165 -172 -180 -188 -212 -221 -231 -242 -253
Serviços de terceiros -25 -26 -27 -29 -30 -31 -33 -34 -36 -37 -39 -41 -42 -44 -46 -48 -51 -53 -55 -58
Disposição final em aterro 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outros custos operacionais -65 -68 -71 -74 -78 -81 -85 -88 -92 -97 -101 -105 -110 -115 -120 -126 -131 -137 -144 -150
Depreciação/amortização -69 -69 -70 -70 -71 -353 -353 -353 -353 -353 -649 -649 -649 -650 -650 -739 -739 -739 -739 -739
Resultados brutos 112 219 339 471 618 117 281 464 665 887 368 620 898 1.204 1.547 1.248 1.637 2.066 2.534 3.054
Despesas / receitas operacionais -35 -37 -38 -40 -42 -44 -46 -48 -50 -52 -54 -57 -59 -62 -65 -68 -71 -74 -77 -81 Despesas operacionais -35 -37 -38 -40 -42 -44 -46 -48 -50 -52 -54 -57 -59 -62 -65 -68 -71 -74 -77 -81
Subsídios à exploração 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outras receitas operacionais 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outras receitas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Perdas por imparidade e reversões 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outras despesas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Resultados operacionais 77 182 301 431 576 73 236 416 615 835 313 563 839 1.142 1.482 1.180 1.566 1.992 2.456 2.973
EBITDA 146 252 370 501 647 426 588 769 968 1.188 963 1.212 1.489 1.792 2.132 1.919 2.305 2.731 3.195 3.712
Receitas financeiras 0 6 12 29 52 83 20 32 39 89 151 126 158 230 318 425 363 438 530 665Despesas financeiras 0 -15 -15 -15 -15 -15 -29 -49 0 0 0 -218 -291 -291 -291 -291 -243 -243 -170 -121 Resultados antes de impostos 77 173 298 445 614 142 227 399 654 924 465 470 706 1.082 1.509 1.314 1.687 2.187 2.816 3.517
Imposto de renda e CSLL -26 -59 -101 -151 -209 -48 -77 -136 -222 -314 -158 -160 -240 -368 -513 -447 -573 -744 -958 -1.196 Resultado líquido do período 51 114 197 294 405 93 150 264 431 610 307 310 466 714 996 867 1.113 1.443 1.859 2.321
Demonstrações financeiras Central de Tratamento de Resíduos Sólidos - Alargamento CGIRS - Cenário I
Valores a preços correntes Ano de início projeções Ano término das projeções
Exercício econômico Unidades 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
Balanço Patrimonial 000 R$
Ativo não circulante bruto 345 347 349 352 354 2.479 2.481 2.483 2.486 2.488 7.342 7.345 7.347 7.349 7.352 10.161 10.163 10.166 10.169 10.171Depreciações/amortizações acumuladas -69 -139 -208 -279 -349 -702 -1.055 -1.408 -1.761 -2.114 -2.763 -3.412 -4.062 -4.712 -5.361 -6.100 -6.839 -7.578 -8.317 -9.056 Ativo não circulante líquidos 276 209 141 73 4 1.777 1.426 1.076 725 374 4.579 3.932 3.285 2.638 1.991 4.061 3.324 2.588 1.851 1.115Ativos por impostos diferidos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Total ativo não circulante 276 209 141 73 4 1.777 1.426 1.076 725 374 4.579 3.932 3.285 2.638 1.991 4.061 3.324 2.588 1.851 1.115
Estoques 67 73 78 84 91 98 105 113 122 132 142 153 165 177 191 206 222 240 258 278Clientes 277 298 321 346 373 401 432 466 502 541 583 628 677 729 786 848 914 985 1.061 1.144Entes públicos 169 181 195 210 227 244 263 283 305 329 355 382 412 444 478 516 556 599 646 696Outros ativos circulantes 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Disponibilidades 88 184 445 805 1.274 314 487 598 1.375 2.330 1.932 2.438 3.544 4.898 6.532 5.585 6.733 8.152 10.235 12.027Ativos circulantes 601 736 1.040 1.445 1.964 1.057 1.288 1.460 2.304 3.331 3.011 3.601 4.798 6.249 7.988 7.155 8.425 9.976 12.200 14.146
Ativo total 878 945 1.181 1.518 1.968 2.833 2.714 2.536 3.029 3.705 7.591 7.533 8.083 8.886 9.979 11.216 11.750 12.564 14.051 15.261
Capital social 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Reserva legal 5% 20% 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Outras reservas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Resultados acumulados -0 51 165 362 656 1.061 1.154 1.304 1.568 1.999 2.609 2.916 3.226 3.692 4.406 5.403 6.270 7.383 8.826 10.685Resultado do exercício 51 114 197 294 405 93 150 264 431 610 307 310 466 714 996 867 1.113 1.443 1.859 2.321
Patrimônio líquido 51 165 362 656 1.061 1.154 1.304 1.568 1.999 2.609 2.916 3.226 3.692 4.406 5.403 6.270 7.383 8.826 10.685 13.007
Outras contas a pagar 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Empréstimos e financiamentos 150 150 150 150 150 300 500 0 0 0 2.250 3.000 3.000 3.000 3.000 2.500 2.500 1.750 1.250 0Outros passivos não circulantes 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Passivo não circulante 150 150 150 150 150 300 500 0 0 0 2.250 3.000 3.000 3.000 3.000 2.500 2.500 1.750 1.250 0
Fornecedores 255 266 278 291 304 367 383 401 419 438 519 542 566 592 619 722 754 789 824 861Fornecedores de imobilizado 85 0 0 1 1 524 1 1 1 1 1.197 1 1 1 1 693 1 1 1 1Entes públicos 337 363 391 421 453 488 526 567 611 658 709 764 824 887 957 1.031 1.112 1.198 1.291 1.392Outros passivos circulantes 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Passivo circulante 677 630 670 712 758 1.379 910 968 1.030 1.096 2.425 1.307 1.391 1.480 1.576 2.446 1.867 1.988 2.116 2.254
Patrimônio e passivo total 878 945 1.181 1.518 1.968 2.833 2.714 2.536 3.029 3.705 7.591 7.533 8.083 8.886 9.979 11.216 11.750 12.564 14.051 15.261
Demonstrações financeiras Central de Tratamento de Resíduos Sólidos - Alargamento CGIRS - Cenário I
Valores a preços correntes Ano de início projeções Ano término das projeções
Exercício econômico Unidades 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
Fluxos de caixa 000 R$
Recebimentos de clientes 3.093 3.607 3.886 4.184 4.506 4.854 5.229 5.635 6.070 6.540 7.049 7.597 8.188 8.822 9.511 10.251 11.051 11.913 12.838 13.839Subsídios à exploração 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Pagamentos a fornecedores circulantes -1.295 -1.608 -1.680 -1.756 -1.835 -2.169 -2.316 -2.421 -2.530 -2.644 -3.074 -3.273 -3.421 -3.575 -3.737 -4.288 -4.557 -4.763 -4.978 -5.202 Pagamentos ao pessoal -1.195 -1.241 -1.289 -1.340 -1.392 -1.528 -1.589 -1.653 -1.720 -1.790 -1.964 -2.045 -2.129 -2.217 -2.309 -2.532 -2.638 -2.749 -2.865 -2.986 Outros ingressos, custos e perdas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Variação em entes públicos 169 13 14 15 16 17 19 20 22 24 26 28 30 32 35 37 40 43 46 50Variação de outros ativos e passivos circulantes -67 -5 -6 -6 -6 -7 -8 -8 -9 -9 -10 -11 -12 -13 -14 -15 -16 -17 -19 -20 Pagamento de impostos diretos (IR/CSLL) e indiretos (ISS, PIS, COFINS, ICMS) -506 -576 -658 -751 -855 -744 -827 -944 -1.092 -1.252 -1.169 -1.249 -1.414 -1.632 -1.877 -1.916 -2.158 -2.451 -2.798 -3.180 Fluxo de caixa operacional 199 191 267 347 434 423 508 629 741 868 859 1.047 1.242 1.416 1.609 1.537 1.722 1.976 2.225 2.501
Recebimentos de subsídios ao investimento 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Pagamentos a fornecedores de imobilizado -260 -87 -2 -2 -2 -1.602 -526 -2 -2 -2 -3.658 -1.199 -2 -2 -2 -2.117 -695 -3 -3 -3 Fluxo de caixa de investimento -260 -87 -2 -2 -2 -1.602 -526 -2 -2 -2 -3.658 -1.199 -2 -2 -2 -2.117 -695 -3 -3 -3
Rendimentos de aplicações financeiras 0 6 12 29 52 83 20 32 39 89 151 126 158 230 318 425 363 438 530 665Custos e despesas de financiamento 0 -15 -15 -15 -15 -15 -29 -49 0 0 0 -218 -291 -291 -291 -291 -243 -243 -170 -121 Realizações de capital acionista 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Dividendos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Variação dívidas por patrimônio integrado 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Aumentos líquidos de endividamento externo onerado 150 0 0 0 0 150 200 -500 0 0 2.250 750 0 0 0 -500 0 -750 -500 -1.250 Fluxo de caixa financeiro 150 -9 -3 14 38 218 191 -517 39 89 2.401 657 -133 -61 27 -366 121 -555 -140 -706
Variação de caixa e seus equivalentes 88 95 262 359 470 -961 174 110 777 955 -398 506 1.107 1.353 1.634 -947 1.148 1.419 2.082 1.792
Demonstrações financeiras Central de Tratamento de Resíduos Sólidos - Alargamento CGIRS - Cenário II
Valores a preços constantes Ano de início projeções Ano término das projeções
Exercício econômico Unidades 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
Demonstração de Resultados 000 R$
Receitas brutas 3.819 3.934 4.056 4.179 4.307 4.439 4.577 4.720 4.865 5.016 5.174 5.336 5.503 5.674 5.854 6.037 6.228 6.425 6.625 6.835Deduções da receita (ISS, PIS, COFINS, ICMS, IPI) -544 -561 -578 -596 -614 -633 -652 -673 -693 -715 -737 -760 -784 -809 -834 -860 -888 -916 -944 -974
Receita líquida 3.275 3.374 3.478 3.584 3.693 3.806 3.925 4.047 4.172 4.301 4.437 4.576 4.719 4.865 5.019 5.177 5.341 5.510 5.681 5.861
Custos, Depreciação e Amortização -2.992 -2.992 -2.993 -2.994 -2.994 -3.572 -3.572 -3.572 -3.572 -3.572 -4.164 -4.164 -4.164 -4.164 -4.164 -4.540 -4.541 -4.541 -4.541 -4.541 Pessoal -1.279 -1.279 -1.279 -1.279 -1.279 -1.344 -1.344 -1.344 -1.344 -1.344 -1.409 -1.409 -1.409 -1.409 -1.409 -1.474 -1.474 -1.474 -1.474 -1.474
Energia elétrica -4 -4 -4 -4 -5 -5 -5 -5 -5 -5 -6 -6 -6 -6 -6 -6 -7 -7 -7 -7
Combustível -1.374 -1.374 -1.374 -1.374 -1.374 -1.603 -1.603 -1.603 -1.603 -1.603 -1.832 -1.832 -1.832 -1.832 -1.832 -2.061 -2.061 -2.061 -2.061 -2.061
Água -16,2 -16,2 -16,2 -16,2 -16,2 -16,3 -16,3 -16,3 -16,3 -16,3 -16,5 -16,5 -16,5 -16,5 -16,5 -16,6 -16,6 -16,6 -16,6 -16,6
Reagentes -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4
Conservação e manutenção -83 -83 -83 -83 -83 -98 -98 -98 -98 -98 -113 -113 -113 -113 -113 -128 -128 -128 -128 -128
Serviços de terceiros -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25
Disposição final em aterro 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outros custos operacionais -68 -68 -68 -68 -68 -68 -68 -68 -68 -68 -68 -68 -68 -68 -68 -68 -68 -68 -68 -68
Depreciação/amortização -143 -143 -144 -144 -145 -413 -413 -413 -413 -413 -695 -695 -695 -695 -695 -762 -762 -762 -762 -762
Resultados brutos 283 381 485 590 699 235 353 475 600 728 273 412 555 701 855 637 800 969 1.140 1.320
Despesas / receitas operacionais -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 Despesas operacionais -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35 -35
Subsídios à exploração 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outras receitas operacionais 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outras receitas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Perdas por imparidade e reversões 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outras despesas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Resultados operacionais 248 346 450 555 664 200 318 440 565 693 238 377 520 666 820 602 765 934 1.105 1.285
EBITDA 391 490 594 699 809 613 731 853 978 1.107 933 1.072 1.215 1.361 1.515 1.363 1.527 1.696 1.867 2.046
Receitas financeiras 0 25 11 34 61 95 26 26 66 16 73 6 29 87 39 117 70 110 151 254Despesas financeiras 0 -146 -146 -146 -146 -146 -146 -146 -146 0 0 -170 -243 -243 -73 -73 -73 -73 0 0Resultados antes de impostos 248 226 315 443 580 149 198 321 485 709 311 212 306 510 786 646 762 971 1.257 1.539
Imposto de renda e CSLL -84 -77 -107 -151 -197 -51 -67 -109 -165 -241 -106 -72 -104 -173 -267 -220 -259 -330 -427 -523 Resultado líquido do período 164 149 208 293 383 99 131 212 320 468 205 140 202 337 519 426 503 641 829 1.016
Demonstrações financeiras Central de Tratamento de Resíduos Sólidos - Alargamento CGIRS - Cenário II
Valores a preços constantes Ano de início projeções Ano término das projeções
Exercício econômico Unidades 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
Balanço Patrimonial 000 R$
Ativo não circulante bruto 1.981 1.984 1.986 1.988 1.990 4.128 4.130 4.132 4.135 4.137 9.065 9.068 9.070 9.072 9.074 11.662 11.664 11.666 11.669 11.671Depreciações/amortizações acumuladas -143 -286 -430 -575 -719 -1.133 -1.546 -1.959 -2.372 -2.785 -3.480 -4.175 -4.870 -5.565 -6.260 -7.022 -7.783 -8.545 -9.307 -10.068 Ativo não circulante líquidos 1.838 1.697 1.556 1.414 1.271 2.995 2.584 2.173 1.763 1.352 5.585 4.892 4.200 3.507 2.814 4.640 3.881 3.121 2.362 1.603Ativos por impostos diferidos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Total ativo não circulante 1.838 1.697 1.556 1.414 1.271 2.995 2.584 2.173 1.763 1.352 5.585 4.892 4.200 3.507 2.814 4.640 3.881 3.121 2.362 1.603
Estoques 76 79 81 84 86 89 92 94 97 100 103 107 110 113 117 121 125 129 133 137Clientes 314 323 333 343 354 365 376 388 400 412 425 439 452 466 481 496 512 528 545 562Entes públicos 191 197 203 209 215 222 229 236 243 251 259 267 275 284 293 302 311 321 331 342Outros ativos circulantes 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Disponibilidades 378 174 518 946 1.465 399 407 1.022 246 1.117 85 445 1.331 602 1.804 1.073 1.688 2.328 3.906 5.670Ativos circulantes 959 773 1.135 1.582 2.120 1.074 1.103 1.740 986 1.880 872 1.257 2.168 1.465 2.695 1.991 2.636 3.305 4.914 6.710
Ativo total 2.798 2.470 2.691 2.995 3.391 4.070 3.688 3.914 2.749 3.232 6.458 6.149 6.368 4.972 5.509 6.632 6.516 6.427 7.276 8.313
Capital social 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Reserva legal 5% 20% 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Outras reservas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Resultados acumulados -0 164 312 521 813 1.196 1.295 1.425 1.637 1.958 2.426 2.631 2.771 2.973 3.310 3.829 4.255 4.758 5.399 6.228Resultado do exercício 164 149 208 293 383 99 131 212 320 468 205 140 202 337 519 426 503 641 829 1.016
Patrimônio líquido 164 312 521 813 1.196 1.295 1.425 1.637 1.958 2.426 2.631 2.771 2.973 3.310 3.829 4.255 4.758 5.399 6.228 7.244
Outras contas a pagar 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Empréstimos e financiamentos 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 0 0 1.750 2.500 2.500 750 750 750 750 0 0 0Outros passivos não circulantes 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Passivo não circulante 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 0 0 1.750 2.500 2.500 750 750 750 750 0 0 0
Fornecedores 264 264 264 264 264 304 304 304 304 304 344 344 344 344 344 385 385 385 385 385Fornecedores de imobilizado 489 1 1 1 1 527 1 1 1 1 1.215 1 1 1 1 638 1 1 1 1Entes públicos 382 393 406 418 431 444 458 472 487 502 517 534 550 567 585 604 623 643 663 684Outros passivos circulantes 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Passivo circulante 1.134 658 670 682 695 1.275 762 777 791 806 2.077 878 895 912 930 1.626 1.008 1.028 1.048 1.069
Patrimônio e passivo total 2.798 2.470 2.691 2.995 3.391 4.070 3.688 3.914 2.749 3.232 6.458 6.149 6.368 4.972 5.509 6.632 6.516 6.427 7.276 8.313
Demonstrações financeiras Central de Tratamento de Resíduos Sólidos - Alargamento CGIRS - Cenário II
Valores a preços constantes Ano de início projeções Ano término das projeções
Exercício econômico Unidades 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
Fluxos de caixa 000 R$
Recebimentos de clientes 3.505 3.925 4.046 4.169 4.296 4.428 4.566 4.708 4.853 5.003 5.161 5.323 5.489 5.660 5.839 6.022 6.213 6.409 6.609 6.818Subsídios à exploração 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Pagamentos a fornecedores circulantes -1.341 -1.605 -1.605 -1.605 -1.605 -1.809 -1.850 -1.850 -1.850 -1.850 -2.054 -2.095 -2.095 -2.095 -2.095 -2.299 -2.340 -2.340 -2.340 -2.340 Pagamentos ao pessoal -1.279 -1.279 -1.279 -1.279 -1.279 -1.344 -1.344 -1.344 -1.344 -1.344 -1.409 -1.409 -1.409 -1.409 -1.409 -1.474 -1.474 -1.474 -1.474 -1.474 Outros ingressos, custos e perdas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Variação em entes públicos 191 6 6 6 6 7 7 7 7 8 8 8 8 9 9 9 10 10 10 10Variação de outros ativos e passivos circulantes -76 -2 -2 -2 -3 -3 -3 -3 -3 -3 -3 -3 -3 -3 -4 -4 -4 -4 -4 -4 Pagamento de impostos diretos (IR/CSLL) e indiretos (ISS, PIS, COFINS, ICMS) -628 -637 -685 -746 -811 -683 -720 -782 -858 -956 -843 -833 -888 -982 -1.102 -1.080 -1.147 -1.246 -1.371 -1.497 Fluxo de caixa operacional 371 407 480 542 605 595 656 737 805 858 859 991 1.102 1.179 1.238 1.174 1.258 1.355 1.429 1.512
Recebimentos de subsídios ao investimento 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Pagamentos a fornecedores de imobilizado -1.493 -490 -2 -2 -2 -1.611 -529 -2 -2 -2 -3.714 -1.217 -2 -2 -2 -1.950 -640 -2 -2 -2 Fluxo de caixa de investimento -1.493 -490 -2 -2 -2 -1.611 -529 -2 -2 -2 -3.714 -1.217 -2 -2 -2 -1.950 -640 -2 -2 -2
Rendimentos de aplicações financeiras 0 25 11 34 61 95 26 26 66 16 73 6 29 87 39 117 70 110 151 254Custos e despesas de financiamento 0 -146 -146 -146 -146 -146 -146 -146 -146 0 0 -170 -243 -243 -73 -73 -73 -73 0 0Realizações de capital acionista 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Dividendos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Variação dívidas por patrimônio integrado 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Aumentos líquidos de endividamento externo onerado 1.500 0 0 0 0 0 0 0 -1.500 0 1.750 750 0 -1.750 0 0 0 -750 0 0Fluxo de caixa financeiro 1.500 -121 -134 -112 -84 -50 -120 -119 -1.579 16 1.823 586 -214 -1.906 -34 45 -3 -713 151 254
Variação de caixa e seus equivalentes 378 -204 344 428 519 -1.066 8 615 -776 871 -1.032 360 886 -729 1.202 -731 615 640 1.578 1.764
Demonstrações financeiras Central de Tratamento de Resíduos Sólidos - Alargamento CGIRS - Cenário II
Valores a preços correntes Ano de início projeções Ano término das projeções
Exercício econômico Unidades 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
Demonstração de Resultados 000 R$
Receitas brutas 3.819 4.112 4.429 4.769 5.136 5.532 5.960 6.423 6.919 7.454 8.035 8.659 9.332 10.055 10.841 11.684 12.596 13.579 14.632 15.774Deduções da receita (ISS, PIS, COFINS, ICMS, IPI) -544 -586 -631 -680 -732 -788 -849 -915 -986 -1.062 -1.145 -1.234 -1.330 -1.433 -1.545 -1.665 -1.795 -1.935 -2.085 -2.248
Receita líquida 3.275 3.526 3.798 4.090 4.404 4.744 5.111 5.507 5.933 6.391 6.890 7.425 8.003 8.622 9.296 10.019 10.801 11.644 12.547 13.527
Custos, Depreciação e Amortização -2.992 -3.113 -3.240 -3.372 -3.510 -4.322 -4.490 -4.665 -4.849 -5.040 -6.024 -6.254 -6.495 -6.747 -7.010 -7.965 -8.279 -8.606 -8.949 -9.307 Pessoal -1.279 -1.329 -1.381 -1.436 -1.493 -1.633 -1.699 -1.768 -1.840 -1.915 -2.095 -2.182 -2.272 -2.367 -2.466 -2.695 -2.809 -2.927 -3.051 -3.181
Energia elétrica -4 -4 -5 -5 -6 -6 -6 -7 -7 -8 -9 -9 -10 -11 -12 -13 -14 -15 -16 -17
Combustível -1.374 -1.436 -1.500 -1.568 -1.638 -1.998 -2.088 -2.181 -2.280 -2.382 -2.845 -2.973 -3.107 -3.247 -3.393 -3.989 -4.168 -4.356 -4.552 -4.757
Água -16,2 -16,9 -17,7 -18,5 -19,3 -20,4 -21,3 -22,2 -23,2 -24,3 -25,6 -26,8 -28,0 -29,2 -30,5 -32,2 -33,7 -35,2 -36,8 -38,4
Reagentes -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4 -0,4
Conservação e manutenção -83 -86 -90 -94 -98 -118 -123 -129 -134 -140 -162 -169 -177 -185 -193 -217 -226 -237 -247 -258
Serviços de terceiros -25 -26 -27 -29 -30 -31 -33 -34 -36 -37 -39 -41 -42 -44 -46 -48 -51 -53 -55 -58
Disposição final em aterro 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outros custos operacionais -68 -71 -74 -77 -80 -84 -88 -92 -96 -100 -105 -110 -114 -120 -125 -131 -137 -143 -149 -156
Depreciação/amortização -143 -143 -144 -144 -145 -432 -432 -432 -432 -432 -744 -744 -744 -744 -744 -841 -841 -841 -841 -841
Resultados brutos 283 413 558 718 894 421 621 842 1.084 1.351 866 1.171 1.508 1.876 2.286 2.054 2.522 3.038 3.598 4.220
Despesas / receitas operacionais -35 -37 -38 -40 -42 -44 -46 -48 -50 -52 -54 -57 -59 -62 -65 -68 -71 -74 -77 -81 Despesas operacionais -35 -37 -38 -40 -42 -44 -46 -48 -50 -52 -54 -57 -59 -62 -65 -68 -71 -74 -77 -81
Subsídios à exploração 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outras receitas operacionais 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outras receitas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Perdas por imparidade e reversões 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outras despesas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Resultados operacionais 248 376 520 678 852 377 575 794 1.034 1.299 812 1.114 1.448 1.814 2.221 1.986 2.451 2.964 3.521 4.139
EBITDA 391 520 664 822 997 809 1.007 1.226 1.466 1.731 1.555 1.858 2.192 2.558 2.965 2.827 3.292 3.805 4.362 4.980
Receitas financeiras 0 25 13 38 72 114 50 62 120 93 180 130 189 296 310 463 476 605 759 996Despesas financeiras 0 -146 -146 -146 -146 -146 -146 -146 -146 0 0 -170 -243 -243 -73 -73 -73 -73 0 0Resultados antes de impostos 248 255 387 571 779 346 480 711 1.009 1.393 992 1.075 1.394 1.867 2.459 2.376 2.855 3.496 4.280 5.135
Imposto de renda e CSLL -84 -87 -132 -194 -265 -118 -163 -242 -343 -473 -337 -365 -474 -635 -836 -808 -971 -1.189 -1.455 -1.746 Resultado líquido do período 164 168 255 377 514 228 316 469 666 919 655 709 920 1.232 1.623 1.568 1.884 2.307 2.825 3.389
Demonstrações financeiras Central de Tratamento de Resíduos Sólidos - Alargamento CGIRS - Cenário II
Valores a preços correntes Ano de início projeções Ano término das projeções
Exercício econômico Unidades 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
Balanço Patrimonial 000 R$
Ativo não circulante bruto 1.981 1.984 1.986 1.988 1.991 4.235 4.237 4.240 4.242 4.245 9.506 9.508 9.511 9.514 9.517 12.510 12.513 12.516 12.519 12.522Depreciações/amortizações acumuladas -143 -286 -430 -575 -720 -1.151 -1.583 -2.014 -2.446 -2.878 -3.622 -4.366 -5.110 -5.854 -6.598 -7.439 -8.280 -9.121 -9.962 -10.803 Ativo não circulante líquidos 1.838 1.697 1.556 1.414 1.271 3.084 2.655 2.226 1.796 1.367 5.884 5.143 4.401 3.660 2.919 5.072 4.234 3.396 2.558 1.720Ativos por impostos diferidos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Total ativo não circulante 1.838 1.697 1.556 1.414 1.271 3.084 2.655 2.226 1.796 1.367 5.884 5.143 4.401 3.660 2.919 5.072 4.234 3.396 2.558 1.720
Estoques 76 82 89 95 103 111 119 128 138 149 161 173 187 201 217 234 252 272 293 315Clientes 314 338 364 392 422 455 490 528 569 613 660 712 767 826 891 960 1.035 1.116 1.203 1.297Entes públicos 191 206 221 238 257 277 298 321 346 373 402 433 467 503 542 584 630 679 732 789Outros ativos circulantes 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Disponibilidades 378 196 589 1.103 1.754 765 953 1.845 1.432 2.772 2.008 2.903 4.555 4.767 7.117 7.330 9.301 11.679 15.324 19.529Ativos circulantes 959 822 1.263 1.829 2.536 1.607 1.860 2.822 2.485 3.907 3.230 4.221 5.975 6.297 8.767 9.108 11.218 13.746 17.551 21.930
Ativo total 2.798 2.519 2.819 3.243 3.807 4.691 4.515 5.048 4.282 5.274 9.114 9.364 10.376 9.957 11.686 14.180 15.451 17.142 20.108 23.650
Capital social 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Reserva legal 5% 20% 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Outras reservas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Resultados acumulados -0 164 332 587 964 1.478 1.706 2.023 2.492 3.158 4.077 4.731 5.441 6.361 7.593 9.216 10.784 12.668 14.975 17.800Resultado do exercício 164 168 255 377 514 228 316 469 666 919 655 709 920 1.232 1.623 1.568 1.884 2.307 2.825 3.389
Patrimônio líquido 164 332 587 964 1.478 1.706 2.023 2.492 3.158 4.077 4.731 5.441 6.361 7.593 9.216 10.784 12.668 14.975 17.800 21.190
Outras contas a pagar 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Empréstimos e financiamentos 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 0 0 1.750 2.500 2.500 750 750 750 750 0 0 0Outros passivos não circulantes 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Passivo não circulante 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 0 0 1.750 2.500 2.500 750 750 750 750 0 0 0
Fornecedores 264 276 288 301 315 378 395 413 432 451 533 557 582 608 635 739 773 807 844 882Fornecedores de imobilizado 489 1 1 1 1 553 1 1 1 1 1.297 1 1 1 1 738 1 1 1 1Entes públicos 382 411 443 477 514 553 596 642 692 745 803 866 933 1.006 1.084 1.168 1.260 1.358 1.463 1.577Outros passivos circulantes 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Passivo circulante 1.134 687 732 779 829 1.485 992 1.056 1.124 1.197 2.633 1.423 1.516 1.614 1.720 2.646 2.033 2.166 2.308 2.460
Patrimônio e passivo total 2.798 2.519 2.819 3.243 3.807 4.691 4.515 5.048 4.282 5.274 9.114 9.364 10.376 9.957 11.686 14.180 15.451 17.142 20.108 23.650
Demonstrações financeiras Central de Tratamento de Resíduos Sólidos - Alargamento CGIRS - Cenário II
Valores a preços correntes Ano de início projeções Ano término das projeções
Exercício econômico Unidades 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
Fluxos de caixa 000 R$
Recebimentos de clientes 3.505 4.087 4.403 4.741 5.106 5.499 5.925 6.385 6.878 7.410 7.987 8.608 9.277 9.996 10.776 11.614 12.521 13.498 14.546 15.681Subsídios à exploração 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Pagamentos a fornecedores circulantes -1.341 -1.665 -1.740 -1.819 -1.901 -2.237 -2.388 -2.495 -2.608 -2.725 -3.158 -3.362 -3.513 -3.672 -3.837 -4.393 -4.667 -4.877 -5.097 -5.327 Pagamentos ao pessoal -1.279 -1.329 -1.381 -1.436 -1.493 -1.633 -1.699 -1.768 -1.840 -1.915 -2.095 -2.182 -2.272 -2.367 -2.466 -2.695 -2.809 -2.927 -3.051 -3.181 Outros ingressos, custos e perdas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Variação em entes públicos 191 15 16 17 18 20 21 23 25 27 29 31 34 36 39 42 46 49 53 57Variação de outros ativos e passivos circulantes -76 -6 -6 -7 -7 -8 -9 -9 -10 -11 -12 -12 -13 -14 -16 -17 -18 -20 -21 -23 Pagamento de impostos diretos (IR/CSLL) e indiretos (ISS, PIS, COFINS, ICMS) -628 -673 -763 -874 -997 -906 -1.012 -1.157 -1.329 -1.536 -1.482 -1.599 -1.804 -2.068 -2.381 -2.473 -2.766 -3.124 -3.540 -3.994 Fluxo de caixa operacional 371 429 528 623 727 734 839 978 1.116 1.249 1.269 1.484 1.708 1.911 2.116 2.079 2.307 2.600 2.888 3.213
Recebimentos de subsídios ao investimento 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Pagamentos a fornecedores de imobilizado -1.493 -490 -2 -2 -2 -1.692 -555 -2 -3 -3 -3.964 -1.299 -3 -3 -3 -2.256 -740 -3 -3 -3 Fluxo de caixa de investimento -1.493 -490 -2 -2 -2 -1.692 -555 -2 -3 -3 -3.964 -1.299 -3 -3 -3 -2.256 -740 -3 -3 -3
Rendimentos de aplicações financeiras 0 25 13 38 72 114 50 62 120 93 180 130 189 296 310 463 476 605 759 996Custos e despesas de financiamento 0 -146 -146 -146 -146 -146 -146 -146 -146 0 0 -170 -243 -243 -73 -73 -73 -73 0 0Realizações de capital acionista 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Dividendos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Variação dívidas por patrimônio integrado 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Aumentos líquidos de endividamento externo onerado 1.500 0 0 0 0 0 0 0 -1.500 0 1.750 750 0 -1.750 0 0 0 -750 0 0Fluxo de caixa financeiro 1.500 -121 -133 -107 -74 -31 -96 -84 -1.526 93 1.930 711 -54 -1.696 237 390 404 -218 759 996
Variação de caixa e seus equivalentes 378 -182 393 514 651 -989 188 892 -412 1.340 -765 896 1.652 212 2.350 213 1.971 2.379 3.644 4.206
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO URBANO DE POLOS REGIONAIS
VALE DO JAGUARIBE/VALE DO ACARAÚ (BR-L1176)
Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR
ELABORAÇÃO DE MODELOS A SEREM ADOTADOS
PARA A PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE
OPERAÇÃO DA CENTRAL DE TRATAMENTO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS E SUAS UNIDADES
CORRELATAS, NO ATERRO REGIONAL DE SOBRAL
CONTRATO 043/CIDADES/2016
Produto 04-A. Estudo de Viabilidade Econômica-Financeira da Implantação da
Unidade de Tratamento de RCC
Versão Final
RPG – Regulation, Performance and Governance, Ltda.
FORTALEZA, JULHO DE 2017
ii
iii
Relatórios que compõem este Produto:
Produto 04. Sumário Executivo
Produto 04-A. Estudo de Viabilidade Econômica-Financeira da Implantação da
Unidade de Tratamento de RCC
Produto 04-B. Estudo de Viabilidade Econômica-Financeira da Implantação da
Unidade de Tratamento de RSS
Produto 04-C. Estudo de Viabilidade Econômica-Financeira da Implantação da
Unidade de Compostagem
Produto 04-D. Estudo de Viabilidade Econômica-Financeira das ETR e do Transporte
para a CTR
Produto 04-E. Estudo de Viabilidade Econômica-Financeira do Aterro Sanitário
Produto 04-F-AI. Estudo de Viabilidade Econômica-Financeira da CTR – Alternativa
I – Alargamento a Outros Municípios
Produto 04-F-AII. Estudo de Viabilidade Econômica-Financeira da CTR – Alternativa
II – Aproveitamento Energético do Biogás
Produto 04-F-AIII. Estudo de Viabilidade Econômica-Financeira da CTR – Alternativa
III - Implantação da Unidade de Combustível Derivado de Resíduos
iv
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Elaborado pela equipe-técnica:
• Coordenador do Projeto: Rui Cunha Marques;
• Economista Sênior: João Simão Pires;
• Advogado Sênior: Wladimir Antônio Ribeiro;
• Engenheiro Sênior: Luiz Nascimento;
• Engenheiro Sênior: Pedro Simões;
• Administradora: Marina Ladeiras.
________________________________________________
Rui Cunha Marques
(Coordenador do Projeto)
vi
vii
Apoio Técnico e Financeiro:
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
GOVERNADOR
Camilo Sobreira de Santana
Vice-Governadora
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
SECRETARIA DAS CIDADES
Secretário das Cidades
Jesualdo Pereira Farias
Secretário Adjunto das Cidades
Germano Rocha Fonteles
Secretário Executivo das Cidades
Ronaldo Lima Moreira Borges
Coordenadora do Programa de Desenvolvimento Urbano de Polos Regionais – Vale do Jaguaribe/Vale do Acaraú
Carolina Gondim Rocha
Supervisora do Componente II - Apoio às Estratégias de Desenvolvimento Regional e Melhoria do Sistema de Registro e
Formalização de Empresas
Débora Varela Magalhães
Especialista Ambiental do Componente I - Melhoria da Infraestrutura Urbana
Maria Edvânia Rocha
Coordenador de Saneamento
Alceu de Castro Galvão Júnior
Analista de Desenvolvimento Urbano
Vanessa Luana Oliveira Lima
Engenheiro Sanitarista e Ambiental do Componente I – Melhoria da Infraestrutura Urbana
André Sarmanho de Lima
Consultoria:
viii
ix
Este trabalho, desenvolvido pela RPG, tem por base a informação disponibilizada pela
Secretaria das Cidades, em particular os projetos executivos da CTR. Desta forma, não
deve ser imputado à Consultoria quaisquer responsabilidades pela qualidade,
veracidade e exatidão e insuficiência da informação contida no presente documento.
x
xi
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1
2 CONTEXTO NACIONAL ................................................................................... 5
2.1 ENQUADRAMENTO LEGAL ......................................................................................................... 5
2.2 CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS RCC ........................................................................................ 11
2.3 ALTERNATIVAS E APLICAÇÕES ................................................................................................ 15
3 CGIRS-RMS: GESTÃO E GERENCIAMENTO DE RCC .................................... 19
4 VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA UNIDADE DE RCC ............... 27
4.1 NOTA INTRODUTÓRIA ............................................................................................................. 27
4.2 INDICADORES DE ANÁLISE ECONÔMICA E FINANCEIRA .......................................................... 28
4.2.1 Valor Presente Líquido (VPL) ................................................................................... 28
4.2.2 Índice Benefício/Custo (B/C) .................................................................................... 29
4.2.3 Taxa Interna de Retorno (TIR) ................................................................................ 30
4.2.4 Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM) ......................................................... 31
4.3 PREMISSAS TÉCNICAS ............................................................................................................ 32
4.3.1 Evolução Populacional .............................................................................................. 32
4.3.2 Projeção da Geração de RCC .................................................................................... 33
4.3.3. Projeção da Quantidade de Agregados Reciclados ................................................ 36
4.3.4. Projeção da Quantidade de Resíduos Recicláveis para Outras Destinações........ 38
4.3.5. Calendário de Trabalho ............................................................................................ 38
4.4 PREMISSAS MACROECONÔMICAS, TRIBUTÁRIAS, FISCAIS E DE CAPITAL DE GIRO ................... 40
4.4.1 Macroeconômicas ...................................................................................................... 40
4.4.2 Tributários e Fiscais ................................................................................................... 41
4.4.3 Capital de Giro ........................................................................................................... 42
4.5 PLANO DE INVESTIMENTOS .................................................................................................... 43
4.6 CUSTOS E DESPESAS DE OPERAÇÃO ....................................................................................... 49
4.6.1 Pessoal ........................................................................................................................ 49
4.6.2 Conservação e Manutenção ....................................................................................... 51
4.6.3 Insumos de Produção (Água, Energia Elétrica e Combustível) .............................53
4.6.4 Disposição Final em Aterro ....................................................................................... 55
4.6.5 Outros Custos/Despesas Operacionais .................................................................... 56
4.6.6 Depreciação e Amortização ...................................................................................... 56
4.6.7 Encargos Financeiros ................................................................................................ 57
xii
4.7 RECEITAS ............................................................................................................................... 57
4.8 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE .................................................................................................. 63
5 NOTAS FINAIS ............................................................................................... 67
5.1 SÍNTESE CONCLUSIVA ............................................................................................................. 67
5.2 PRÓXIMOS PASSOS ................................................................................................................ 69
Anexos
Anexo I – Investimentos de construção civil da unidade de tratamento dos RCC
Anexo II – Demonstrações financeiras
xiii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Resumo das fases e etapas do projeto ....................................................................................................................... 3
Figura 2 – Etapas do Plano de Gesta o de RCC .............................................................................................................................. 6
Figura 3 – Classificaça o dos RCC segundo o CONAMA........................................................................................................... 12
Figura 4 – Definiça o da destinaça o adequada dos RCC conforme a classe, segundo o CONAMA ....................... 14
Figura 5 – Produtos resultantes do processamento dos RCC ............................................................................................. 16
Figura 6 – Volume me dio de agregado reciclado produzido por me s nas unidades de tratamento de RCC . 17
Figura 7 – Unidade de britagem mo vel (Fonte: http://www.jzardo.com.br/) ........................................................... 17
Figura 8 – Informaça o nacional sobre o tipo de processamento efetuado pelos municí pios aos RCC ............ 18
Figura 9 – Planta da CTR ..................................................................................................................................................................... 19
Figura 10 – Balança para pesagem dos RCC na usina de reciclagem WRJ, Limeira (a esquerda), RCC a
serem descarregados na a rea de transbordo, triagem e reciclagem de RCC do Varja o
(a direita) .......................................................................................................................................................................... 20
Figura 11 – Triagem manual dos RCC (Fonte: http://www.ecobrit.com.br) ............................................................... 21
Figura 12 – Separador eletromagne tico (Fonte: www.logismarket.ind.br) ................................................................. 22
Figura 13 – Armazenamento das diversas fraço es de agregado reciclado (Fonte:
http://www.ecobrit.com.br) .................................................................................................................................... 22
Figura 14 – Esquema representativo das principais etapas da unidade de tratamento de RCC......................... 23
Figura 15 – Organograma da unidade de tratamento de RCC da CTR do CGIRS-RMS ............................................. 23
Figura 16 – Centro de gerenciamento de resí duos so lidos.................................................................................................. 25
Figura 17 – Usina de reciclagem de RCC do municí pio de Guarulhos ............................................................................ 45
Figura 18 – EPI (Fonte: https://aemparcc.wordpress.com) ............................................................................................... 47
Figura 19 – Preço de venda dos agregados reciclados por Estado brasileiro ............................................................. 59
Figura 20 – Evoluça o do VPL ............................................................................................................................................................ 60
Figura 21 – Evoluça o da TIR.............................................................................................................................................................. 61
Figura 22 – Evoluça o do í ndice B/C ............................................................................................................................................... 61
Figura 23 – Evoluça o da TIRM.......................................................................................................................................................... 62
Figura 24 – Valores mí nimos, me dios e ma ximos cobrados para recebimento de RCC nas usinas, por
Estado ................................................................................................................................................................................. 62
Figura 25 – Ana lise de sensibilidade a tarifa da unidade de tratamento de RCC ...................................................... 64
xiv
xv
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 – Metas do Plano Estadual de Resí duos So lidos sobre os RCC ......................................................................... 8
Quadro 2 – Normas te cnicas nacionais aplicadas aos RCC .................................................................................................. 11
Quadro 3 – Composiça o me dia dos resí duos dos RCC ........................................................................................................... 13
Quadro 4 – Estimativa da populaça o integrante do CGIRS-RMS ....................................................................................... 33
Quadro 5 – Estimativa da geraça o de RCC na a rea do CGIRS-RMS ................................................................................... 34
Quadro 6 – Empresas de construça o civil ativas em 2014 nos municí pios integrantes do CGIRS-RMS ......... 35
Quadro 7 – Evoluça o temporal da quantidade de RCC processados pela unidade de tratamento .................... 36
Quadro 8 – Quantidade de agregado reciclado de RCC produzido .................................................................................. 37
Quadro 9 – Quantidade de resí duos recicla veis encaminhados para outras destinaço es ..................................... 39
Quadro 10 – Evoluça o nu mero de dias por semana em que a unidade de tratamento de RCC opera .............. 40
Quadro 11 – Premissas macroecono micas ................................................................................................................................. 41
Quadro 12 – Premissas fiscais .......................................................................................................................................................... 42
Quadro 13 – Premissas sobre capital de giro ............................................................................................................................ 42
Quadro 14 – Equipamentos necessa rios para o processamento dos RCC .................................................................... 46
Quadro 15 – Equipamentos que compo em a casa de controle .......................................................................................... 46
Quadro 16 – Custo do EPI ................................................................................................................................................................... 48
Quadro 17 – Resumo dos principais investimentos na unidade de tratamento de RCC da CTR ........................ 48
Quadro 18 – Quantidade de pessoal alocado a unidade de tratamento de RCC da CTR ......................................... 49
Quadro 19 – Custo da ma o-de-obra necessa ria para a operaça o da usina de britagem da unidade de
tratamento de RCC ..................................................................................................................................................... 50
Quadro 20 – Encargos sociais ........................................................................................................................................................... 50
Quadro 21 – Encargos trabalhistas ................................................................................................................................................ 51
Quadro 22 – Custos unita rios associados a manutença o corretiva ................................................................................. 51
Quadro 23 – Custo de troca de peças de desgaste da carregadeira de rodas .............................................................. 52
Quadro 24 – Encargo mensal com a manutença o preventiva ............................................................................................ 52
Quadro 25 – Estimativa do encargo anual com energia ele trica ....................................................................................... 53
Quadro 26 – Encargo anual com o consumo de combustí vel ............................................................................................. 55
Quadro 27 – Disposiça o final de RCC ............................................................................................................................................ 55
Quadro 28 – Prazo de vida u til ......................................................................................................................................................... 56
Quadro 29 – Depreciaça o e amortizaça o para o investimento de renovaça o ............................................................. 57
Quadro 30 – Preços de agregado original com base na SEINFRA .................................................................................... 58
Quadro 31 – Percentagem de bica corrida produzida e valor de venda ........................................................................ 58
Quadro 32 – Produtos sustenta veis rentabilizados por preço pela empresa Usifort AMBIENTAL ................... 59
Quadro 33 – Ana lise de sensibilidade em relaça o aos preços dos agregados reciclados....................................... 63
xvi
Quadro 34 – Ana lise de sensibilidade aos custos de operaça o e manutença o ........................................................... 64
Quadro 35 – Ana lise de sensibilidade a tarifa em funça o dos custos de operaça o e manutença o..................... 65
xvii
ÍNDICE DE SIGLAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABRECON – Associação Brasileira para Reciclagem de RCD
ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento
CB – Cenário Base
CDR – Combustível Derivado de Resíduos
CGIRS – Consórcio de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
CMN – Conselho Monetário Nacional
COEMA – Conselho Estadual do Meio Ambiente
COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
COMDERES – Consórcio Municipal para a Destinação Final de Resíduos Sólidos
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Liquido
CTR – Central de Tratamento de Resíduos
DSR – Descanso Semanal Remunerado
EPI – Equipamento de Proteção Individual
ETE – Estação de Tratamento de Esgoto
EVEF – Estudos de Viabilidade Econômico-Financeira
FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
xviii
IPECE – Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados
IR – Imposto de Renda
ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
PERS – Política Estadual de Resíduos Sólidos
PIB – Produto Interno Bruto
PIS – Programa de Integração Social
PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos
PNSB – Pesquisa Nacional do Saneamento Básico
PPD – Potencial Poluidor-Degradador
RAT – Risco Ambiental no Trabalho
RCC – Resíduos de Construção Civil
RMS – Região Metropolitana de Sobral
RPG – Regulation, Performance and Governance
RSU – Resíduos Sólidos Urbanos
SAAE – Sistema Autônomo de Água e Esgoto
SAT – Seguro Acidente no Trabalho
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SEINFRA – Secretaria de Infraestrutura Urbana
SEMA – Secretaria do Meio Ambiente
SEMACE – Superintendência Estadual do Meio Ambiente
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
SEST – Serviço Social do Transporte
SOBRATEMA – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração
TdR – Termos de Referência
TIR – Taxa Interna de Retorno
TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada
xix
TJLP – Taxa de Juro de Longo Prazo
VAC – Valor Atual dos Custos
VPL – Valor Presente Líquido
VT – Valor Terminal
xx
1
1 INTRODUÇÃO
No Brasil, e na sociedade contemporânea, é reconhecido que a geração de resíduos sólidos se
tornou um problema sério e preocupante, acrescido pela política de bens de consumo
descartáveis e pelo crescimento urbano desordenado. Além disso, a necessidade de limpeza e
salvaguarda da saúde pública, tal como a preservação do meio ambiente, resultam num sistema
de gerenciamento de resíduos sólidos que carece de espaços adequados, infraestruturas e
equipamentos específicos e que envolva pessoas em diversas atividades (com know-how
específico).
Neste sentido, o poder público, designadamente o Governo do Estado do Ceará, em parceria
com os municípios, tem demonstrado grande preocupação com o desenvolvimento do setor dos
resíduos e melhoria da qualidade do serviço de gestão de resíduos sólidos, de forma a garantir
um maior bem-estar à população. O Estado do Ceará, entre outras medidas, estimulou (entre
2010 e 2012) a constituição de consórcios públicos para gestão de aterros sanitários.
Posteriormente, esse objetivo passou ainda por promover o desenvolvimento regional
sustentável e a adoção de práticas que permitam a gestão e o gerenciamento integrado dos
resíduos sólidos.
Assim, o Governo do Estado do Ceará (por exemplo) celebrou um contrato de empréstimo
(2628/OC-BR), que foi assinado no dia 2 de setembro de 2013, com o Banco Interamericano
de Desenvolvimento (BID), referente ao Projeto de Desenvolvimento Urbano de Polos
Regionais – Vale do Jaguaribe e Vale do Acaraú, e que “busca incrementar a capacidade fiscal
e institucional dos governos das principais cidades dos Vales do Jaguaribe e do Acaraú, para
que possam ampliar sua capacidade de investimento em termos de desenvolvimento urbano,
bem como contribuir para o desenvolvimento regional.” Entre as várias ações destes projetos
encontra-se o apoio em duas regiões do Estado do Ceará, nomeadamente a Região Vale do
Acaraú, que inclui o consórcio capitaneado por Sobral, e a Região Vale do Jaguaribe, liderado
por Limoeiro do Norte, que contempla a implantação de um sistema de gestão integrada de
resíduos.
2
Neste escopo, foi lançada uma licitação internacional (Manifestação de Interesse n.º
20150005/CEL 04/SCIDADES/CE) para contratação de uma consultoria relativa à “Elaboração
de Modelos a serem Adotados para a Prestação de Serviços de Operação da Central de
Tratamento de Resíduos Sólidos e suas Unidades Correlatas, no Aterro Regional de Sobral”,
coordenada pela Secretaria das Cidades do Estado do Ceará, e cujo vencedor do certame foi a
empresa de consultoria Portuguesa - RPG, Regulation, Performance and Governance, Ltda.
Desta forma, através do processo de contratação de serviços de consultoria procura-se:
Construir um modelo de prestação dos serviços técnica, econômica e ambientalmente
sustentável;
Avaliar alternativas ao cenário base da CTR, incluindo o encaminhamento dos resíduos
para outros fins, e em particular para a sua utilização eventual numa Unidade de
Processamento de Combustível Derivado de Resíduos (CDR), aqui denominada “Usina
CDR”, como possível medida de melhor viabilização econômica do CGIRS e de
solução de valorização para os resíduos sólidos produzidos;
Revisar e elaborar os instrumentos legais do Consórcio em harmonia com as diretrizes
das Leis federais n.º 12.305/2010 − Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e n.º
11.445/2007 – Lei de Diretrizes Nacionais do Saneamento Básico, e da Lei estadual n.º
16.032/2016 – Política Estadual de Resíduos Sólidos (PERS), entre outras de
relevância.
Para o desenvolvimento do presente projeto foram definidas 5 fases, que se apresentam de
forma sistematizada na Figura 1.
Após decorrida a fase inicial (fase 1), onde foi elaborado o plano de trabalho (ajustado,
detalhado e revisto), incluindo a metodologia de trabalho e a definição dos prazos de entrega
dos produtos, das missões e das atividades a executar nas fases seguintes, iniciou-se a segunda
fase do projeto.
A fase 2, correspondente à caracterização e análise do estudo organizacional do CGIRS-RMS,
definiu as formas de atuação de cada nível de decisão do consórcio, como, por exemplo, o nível
decisório-participativo (Assembleia de Prefeitos do Consórcio) e executivo-profissional
(secretaria executiva e estrutura técnico-administrativa). Além disso, foram definidas linhas de
orientação para uma relação adequada entre os envolvidos, especificamente o regulador, através
3
do estabelecimento de ações, procedimentos, instrumentos e atores responsáveis para a gestão
do consórcio público e de suas atividades, entre outros aspectos de relevância.
FASE ETAPA PRODUTO
Fase 1 – Plano de Trabalho Preparação Plano de trabalho ajustado
(Produto 1).
Fase 2 – Estudo
Organizacional do Consórcio
Caracterização, reordenamento e
análise da estrutura do
Consórcio
Relatório da Fase 2 (Produto 2);
Materiais de apresentação e registro
da reunião de apresentação 2 e
discussão.
Fase 3 – Atualização de
Instrumentos do Consórcio Instrumentação
Relatório da Fase 3 (Produto 3);
Materiais de apresentação e registro
da reunião de apresentação 3 e
discussão.
Fase 4 – Desenvolvimento de
EVEF e Estudo das
Alternativas
Caracterização e análise do
Cenário Base Relatório da Fase 4 (Produto 4);
Materiais de apresentação e
registro da reunião de
apresentação 4 e discussão. Caracterização e análise das
Alternativas
Fase 5 – Minutas de Contrato e
de Edital para delegação de
serviços
Contratação (em função da
opção adotada)
Relatório da Fase 5 (Produto 5);
Materiais de apresentação e registro
da reunião de apresentação 5.
Figura 1 – Resumo das fases e etapas do projeto
A terceira fase correspondeu à atualização dos instrumentos legais do consórcio (antigo
COMDERES - Consórcio Municipal para a Destinação Final de Resíduos Sólidos), tendo em
consideração que este foi “firmado em período anterior à publicação da PNRS.”
Na presente fase (fase 4), realizar-se-á o desenvolvimento de Estudo de Viabilidade Econômico-
Financeira (EVEF) da CTR e das alternativas ao cenário base e, em particular, neste volume, a
análise relativa à unidade de tratamento de resíduos de construção civil (RCC).
Este relatório corresponde à análise da viabilidade econômica-financeira da unidade de
tratamento de RCC implantada no interior da CTR para o gerenciamento desse tipo de resíduos.
No segundo capítulo, far-se-á um breve enquadramento legal, onde se incluem as principais
resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), nomeadamente a Resolução
4
n.º 307 e as suas posteriores alterações. Este capítulo, também introduzirá as principais leis
federais e estaduais, assim como normas técnicas aplicadas ao setor dos RCC. Para cada
resolução, lei e norma, o capítulo apresenta uma síntese do seu conteúdo principal.
No terceiro capítulo apresenta-se o modo de funcionamento da unidade de tratamento de RCC
da CTR implantada no município do Sobral. Para tal, o capítulo introduzirá, uma breve
descrição das principais etapas desenvolvidas na unidade de tratamento de RCC para o caso em
estudo. Neste capítulo, à medida que se descrevem as operações, introduz-se também o
equipamento necessário para a execução das diversas atividades previstas para a gestão e
gerenciamento dos RCC.
O quarto capítulo corresponde à elaboração do EVEF relativo à operação da usina de RCC. Esta
seção será composta, numa primeira etapa, pela descrição e definição das premissas técnicas,
que incluem, por exemplo, a evolução populacional, a evolução do Produto Interno Bruto (PIB)
do Estado do Ceará, a projeção da geração de RCC, o período laboral, e ainda também as
premissas macroeconômicas, tributárias e fiscais. Além disso, o capítulo apresentará os
investimentos necessários para a construção e implantação da unidade de tratamento de RCC.
Note-se ainda que o capítulo apresentará os custos e despesas operacionais referentes à
operação da unidade de tratamento de RCC, nomeadamente no que concerne ao pessoal,
conservação e manutenção, água, energia elétrica e combustível, entre outros. Relativamente às
receitas desta unidade de RCC são previstas duas fontes de retorno, designadamente pelo
recebimento de RCC e pela quantidade de agregado reciclado produzido.
Os referidos custos e despesas, as receitas geradas e os investimentos necessários realizar (a
cargo da empresa privada que irá operar a usina de RCC) servirão de base para apurar a
viabilidade econômica e financeira sobre a implantação efetiva desta unidade. No entanto, tendo
em conta as dificuldades de inclusão no mercado de agregado reciclado, desenvolver-se-á uma
análise de sensibilidade aos principais fatores, apresentando vários cenários futuros.
O quinto, e último capítulo do presente documento, irá apresentar as notas finais relativas ao
trabalho realizado na presente fase, resumindo os principais aspectos do Produto apresentado.
Por fim, o capítulo encerra com a apresentação dos passos seguintes a desenvolver desta
consultoria, tendo em vista a concretização do planejamento (ajustado) da mesma.
5
2 CONTEXTO NACIONAL
2.1 ENQUADRAMENTO LEGAL
O crescimento populacional e o desenvolvimento social e econômico observado nos últimos
anos no Estado do Ceará têm resultado num aumento substantivo das atividades do setor
construtivo, que, entre outros ‘sintomas’, tem conduzido ao incremento da quantidade de RCC
gerados.
Este crescimento gradual da geração de RCC suscitou diversas preocupações junto da
comunidade técnica e política no sentido de implementar legislação e regulamentação
específica para o adequado tratamento deste tipo de resíduos e, sobretudo, pelo fomento da
reciclagem dos mesmos.
Refira-se, no entanto, que até ao ano de 2002, o Brasil não tinha qualquer política pública para
os resíduos gerados pelo setor da construção civil. O principal marco regulatório para o
gerenciamento dos RCC entrou em vigor a 5 de julho de 2002, designadamente a Resolução n.º
307 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), a qual estabelece diretrizes,
critérios e procedimentos para a gestão dos RCC, disciplinando, desta forma, todos os agentes
envolvidos. A referida resolução institui a classificação dos RCC em Classes de A a D consoante
os seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública. Além disso, a referida resolução
dispõe acerca da destinação de cada classe de resíduos.
Posteriormente, a Resolução n.º 348 do CONAMA, de 16 de agosto de 2004, alterou a anterior
resolução inserindo o amianto na classe de resíduos perigosos (Classe D). Mais tarde, a 24 de
maio de 2011, a Resolução n.º 431 do CONAMA alterou a definição das Classes B e C da
Resolução n.º 307, mudando a classificação do gesso de Classe C para Classe B.
Posteriormente, a Resolução n.º 448 de 18 de Janeiro de 2012, altera alguns dos artigos da
Resolução n.º 307, destacando-se que os resíduos pertencentes à classe D, contrariamente ao
disposto anteriormente, deixam de poder ser reciclados. Por último, a Resolução n.º 469, de 29
de julho de 2015, altera o 3º artigo da Resolução n.º 307, nomeadamente, os resíduos que
compõem a classe B, e adiciona duas cláusulas relativamente às embalagens de tintas vazias.
6
Um dos principais instrumentos previstos pela Resoluções do CONAMA consistindo na
implementação de um Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil, cuja
elaboração é da responsabilidade dos municípios e do distrito federal, em consonância e
coordenação com o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.
O Plano Municipal de Gestão de Resíduos de Construção Civil, deverá conter as diretrizes
técnicas e procedimentos para o exercício das responsabilidades dos geradores, o cadastramento
de áreas, públicas ou privadas, aptas para recebimento, triagem e armazenamento temporário
de pequenos volumes, a proibição da disposição dos resíduos de construção em áreas não
licenciadas e as ações de orientação, de fiscalização e de controle dos agentes envolvidos, entre
outras disposições.
Os Planos de Gestão de Resíduos da Construção Civil deverão contemplar as 5 etapas descritas
na Figura 2.
Figura 2 – Etapas do Plano de Gestão de RCC
À luz da alteração efetuada à Resolução em 2012 ficou “estabelecido o prazo máximo de doze
meses, a partir da publicação desta Resolução, para que os municípios e o Distrito Federal
elaborem seus Planos Municipais de Gestão de Resíduos de Construção Civil, que deverão ser
implementados em até seis meses após a sua publicação.”
• O gerador deverá identificar e quantificar os resíduos
Caraterização
• O gerador deve preferencialmente realizar a triagem naorigem ou nas áreas de destinação licenciadas para essafinalidade
Triagem
• Os resíduos devem ser confinados após a geração até àetapa de transporte, assegurando as condições dereutilização e reciclagem
Acondicionamento
• O transporte de resíduos deve ser realizado emconformidade com as etapas anteriores e de acordo comas normas técnicas vigentes
Transporte
• A destinação deve ser efetuada de acordo com o artigo10º da Resolução do CONAMADestinação
7
Relativamente à legislação federal, a Lei n.º 12.305, de 2 de agosto de 2010, regulamentada
pelo Decreto n.º 7.404, de 23 de dezembro de 2010, institui a PNRS que, além da definição da
RCC (“resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições
de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para
obras civis”), estabelece princípios, objetivos e diretrizes para a gestão e gerenciamento dos
resíduos sólidos, nos quais se incluem os RCC.
A referida lei dispõe ainda acerca das responsabilidades dos geradores, transportadores e
gestores públicos, estabelece ações necessárias para a minimização dos impactos ambientais,
propõe a prática de hábitos de consumo sustentável e contem instrumentos para o incentivo à
reciclagem, reutilização e disposição ambientalmente adequada.
No que diz respeito à legislação estadual, a Lei n.º 16.032, de 20 de junho de 2016 (substituindo
a Lei n.º 13.103 de 24 de janeiro de 2001), institui a PERS e dá providências correlatas. Esta
legislação visa criar condições para a sustentabilidade social, econômica e ambiental da gestão
dos resíduos sólidos em cada município do Estado. Como um dos seus instrumentos, esta Lei
identifica o programa de gerenciamento de RCC.
Esta lei define os RCC como os resíduos “gerados nas construções, reformas, reparos e
demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de
terrenos para obras civis”.
Ao nível dos RCC, o referido diploma impõe a elaboração do Plano Municipal de Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos, que terá “vigência por prazo indeterminado e horizonte de 20
(vinte) anos, sendo atualizado, no mínimo, a cada 4 (quatro) anos, cujo conteúdo mínimo
contemplará: (…) diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados no respectivo território
que compreenderá a origem, o volume, a caracterização dos resíduos domiciliares, de
construção civil, de serviços de saúde e industriais, identificando o potencial de materiais
recicláveis e as formas de destinação e disposição final adotadas.”
Refira-se ainda que acordo com a Lei, “estão sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento
de resíduos sólidos (…) as empresas de construção civil, nos termos do regulamento ou de
normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA.” Note-se também que os geradores de RCC
“obrigam-se a atender às prioridades de uso produtivo dos resíduos gerados, destinando-os a
cadeia produtiva do próprio setor ou setores afins.”
8
Por fim, de forma natural, a Lei vem reforçar a necessidade do tratamento adequado de RCC,
proibindo o “lançamento in natura a céu aberto, incluindo os resíduos da construção civil,
observadas as normas técnicas vigentes.”
Embora a PERS só tenha sido implementada em 2016, o Estado do Ceará iniciou o
desenvolvimento do Plano Estadual de Resíduos Sólidos logo após à PNRS, criando assim um
instrumento de planejamento para implementação da PERS (datado de 2015). Em particular,
este veio introduzir metas para o gerenciamento de RCC, tais como as que se apresentam no
quadro seguinte.
Metas Curto
prazo
(até 4 anos)
Médio prazo
(5 a 12 anos)
Longo prazo
(13 a 20
anos)
Áreas de disposição irregular de RCC
eliminadas (% de municípios)
- 20% 100%
Reciclagem e destinação final
ambientalmente adequada dos RCC (% de
municípios)
15% 20% 100%
Quadro 1 – Metas do Plano Estadual de Resíduos Sólidos sobre os RCC
Quanto às ações e responsabilidades sobre o gerenciamento de RCC, o Plano refere ainda o
seguinte:
Fiscalização e monitoramento das atividades geradoras de RCC quanto a destinação
desses resíduos – SEMACE / Municípios;
Realização de ações visando o reaproveitamento do RCC – SEMA / Municípios;
Legislação específica de incentivo à utilização dos agregados reciclados em obras
públicas – SEMA / SCIDADES.
Também, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) tem emitido ao longo dos anos
normas que estabelecem requisitos de qualidade, de desempenho, de segurança, estabelecendo
procedimentos e padronizando formas e dimensões. Essas normas não têm caráter de lei mas
estabelecem as especificações técnicas que devem ser seguidas num projeto.
9
Relativamente à classificação dos resíduos sólidos, a NBR 10.004, de 2004, que substitui as
normas de 1987, classifica os resíduos de acordo com o processo ou atividade que lhe deu
origem, seus constituintes e características. Em conformidade com a norma, os resíduos
dividem-se em resíduos perigosos e em não perigosos (não inertes e inertes), a saber:
“Classe I (Perigosos): levando-se em consideração suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade, podem
apresentar riscos à saúde pública e ao meio ambiente, quando manuseados ou dispostos
de forma inadequada;
Classe II (Não Inertes): são resíduos não classificados como perigosos ou inertes,
incluindo-se nesta classificação os resíduos orgânicos em geral, como restos de
alimentos;
Classe III (Inertes): são aqueles resíduos que não apresentam periculosidade ao homem
e ao meio ambiente, inserindo-se neste grupo, os minerais e minérios como, areia, pedra
e ferro, entre outros.”
No que diz respeito aos RCC, a NBR 15.112, de 2004, dispõe acerca das diretrizes para projeto,
implantação e operação de áreas de transbordo e triagem de RCC e resíduos volumosos. A
referida norma estabelece as condições de implantação quanto ao isolamento, equipamentos de
segurança, sistemas de proteção ambiental e condições para pontos de entrega de pequenos
volumes.
Também a NBR 15.113, de 2004, contem diretrizes para projetos, implantação e operação de
aterros de RCC Classe A e de resíduos inertes. A mesma estabelece as condições de implantação
de um aterro, fornecendo critérios para a sua localização, acessos, isolamento e sinalização e
proteção das águas subterrâneas e superficiais, entre outras.
Relativamente às áreas de reciclagem de RCC, a NBR 15.114, de 2004, estabelece diretrizes
para projeto, implantação e operação dessas instalações. A referida norma detém as condições
de implantação, tais como critérios de localização, isolamento e sinalização, acessos,
iluminação e energia e proteção de águas superficiais. Além disso, dispõe acerca das condições
de operação, nomeadamente acerca do recebimento, triagem e processamento de resíduos,
assim como os procedimentos para controle e registro da operação.
10
As normas técnicas que orientam e disciplinam a utilização dos agregados reciclados são a NBR
15.115, de 2004, e a NBR 15.116, de 2004. A NBR 15.115 estabelece os critérios para execução
de camadas de reforço do subleito, sub-base e base de pavimentos, bem como para a camada
de revestimento primário, com agregado reciclado de RCC, denominado “agregado reciclado”,
em obras de pavimentação. A referida norma apresenta os requisitos que os materiais e
equipamentos devem obedecer para a execução das camadas, incluindo o seu controle
tecnológico. A NBR 15.116 estabelece os requisitos para o emprego de agregados reciclados de
RCC. Os agregados reciclados desta norma, destinam-se a obras de pavimentação viária: em
camadas de reforço de subleito, sub-base e base de pavimentação ou revestimento primário de
vias não pavimentadas ou a preparo de concreto sem função estrutural.
O Decreto n.º 31.854, de 2015, “regulamenta a Lei n.º 15.086, de 28 de dezembro de 2011, que
cria o selo verde para certificar produtos compostos de materiais reciclados, e dá outras
providências”. Decreta, pelo art. 1º que “o Selo Verde, criado pela Lei n.º 15.086, de 28 de
dezembro de 2011, que certifica produtos compostos por matéria-prima reciclada advinda de
resíduos sólidos, para o gozo de benefícios e incentivos fiscais concedidos a contribuintes no
Estado do Ceará, será disciplinado na forma deste Decreto”. Este estabelece ainda que o selo
verde consiste numa “certificação com validade de 24 (vinte e quatro) meses conferida pela
Superintendência Estadual do Meio Ambiente (SEMACE), por produto que resulte da
reciclagem de resíduos sólidos”.
O laudo técnico, de que trata o caput do art. 7º, deve atestar que os produtos abaixo elencados
possuem os seguintes percentuais de matéria-prima reciclada:
“I - 54% (cinquenta e quatro por cento), no mínimo, para plástico;
II - 89% (oitenta e nove por cento), no mínimo, para papel;
III - 92% (noventa e dois por cento), no mínimo, para papelão;
IV - 80% (oitenta por cento) de matéria-prima proveniente de RCC.”
O Quadro 2 apresenta o resumo das principais normas técnicas nacionais da ABNT aplicadas
aos RCC.
11
Norma Título
NBR 15.112/04 RCC e resíduos volumosos – Áreas de transbordo e triagem –
Diretrizes para projeto, implantação e operação
NBR 15.113/04 RCC e resíduos inertes – Aterros – Diretrizes para projeto,
implantação e operação
NBR 15.114/04 RCC e resíduos inertes – Área de reciclagem – Diretrizes para
projeto, implantação e operação
NBR 15.115/04 Agregados reciclados de RCC – Execução de camadas de
pavimentação – Procedimentos
NBR 15.116/04 Agregados reciclados de RCC – Utilização em pavimentação e
preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos.
Quadro 2 – Normas técnicas nacionais aplicadas aos RCC
2.2 CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS RCC
A Resolução n.º 307 do CONAMA define que os RCC “são elementos provenientes de
construções, reformas, reparos, demolições de obra de construção, e os resultantes da
preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral,
solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso,
telhas, pavimento asfáltico, vidro, tubulações, fiação elétrica, dentre outros.”
Conforme referido anteriormente, a Resolução n.º 307 do CONAMA estabeleceu uma
classificação dos RCC em classes, conforme se apresenta na Figura 3.
12
Figura 3 – Classificação dos RCC segundo o CONAMA
Os RCC apresentam uma composição muito heterogénea, tanto no Brasil como no panorama
internacional, dado que estes resíduos são produzidos por um setor onde há uma gama variada
de técnicas, materiais e metodologias de produção, entre outros fatores.
Neste sentido, a heterogeneidade, característica deste tipo de resíduo, pode induzir uma
composição de um material normalmente com excelente potencial de reciclagem e
reaproveitamento. Dentre outros, podem ser identificados diversos tipos de materiais
construtivos, compondo os RCC, nomeadamente:
Concreto, argamassa e rochas - apresentam elevado potencial de reciclagem;
Blocos, tijolos e cerâmicas - possuem potencial de utilização, sem necessitar de processo
sofisticado de tratamento;
Areia e argila - podem ser separados dos demais materiais através de um processo de
peneiramento;
Asfalto - material com elevado potencial de reutilização em obras viárias;
Metais ferrosos – possibilidade de reciclagem pelo setor de metalurgia;
Madeira - material parcialmente reciclável;
Classe A
• Resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:
• de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;
• de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;
• de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos meio-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras.
Classe B
• Resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de tintas imobiliárias e gesso.
Classe C
• Resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação.
Classe D
• Resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde.
13
Plástico, borracha, papel, papelão, gesso e outros equiparáveis – quando separados,
podem ser encaminhados a processos de reciclagem e reaproveitamento, dependendo,
naturalmente, do seu estado.
O Quadro 3 apresenta uma estimativa da composição média dos RCC coletados em obras na
cidade de Fortaleza.1
Classe Componentes Porcentagem (%)
A
Argamassa 22,00
Concreto 15,60
Tijolo branco 10,40
Areia e solo 24,60
Cerâmica vermelha 14,40
Cerâmica de revestimento 6,30
Total 93,40
B
Plástico, Papelão, Madeira, Vidro e Ferro 1,40
Gesso 5,00
Total 6,40
C Espuma, couro, tecido 0,02
Total 0,02
D Embalagem de tinta, solvente, amianto 0,20
Total 0,20
Quadro 3 – Composição média dos resíduos dos RCC
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) realizada em 2008, apurou-
se que 71% dos municípios brasileiros prestam serviço de coleta de RCC. Porém, isso não
garante que os resíduos tenham sido destinados aos locais adequados, estabelecidos pelo
CONAMA (com base nas Resoluções CONAMA n.º 307/2002, n.º 348/2004 e n.º 431/2011),
de acordo com o apresentado na figura 4.
1 Caracterização e Classificação dos RCC da Cidade de Fortaleza (LIMA, 2013).
14
Figura 4 – Definição da destinação adequada dos RCC conforme a classe, segundo o CONAMA
Apesar do setor da construção civil possuir grande destaque na economia de um país, o grande
consumo de recursos naturais finitos, por parte desse setor, assim como os problemas
ambientais associados à inadequada disposição final dos resíduos, têm aumentado a
preocupação ambiental e a necessidade de soluções ambientalmente sustentáveis. Com a
publicação da Resolução n.º 307, o número de usinas de reciclagem de RCC no Brasil cresceu
acentuadamente.
Segundo um levantamento realizado em 2009, o número de usinas de reciclagem de RCC no
Brasil nesse ano era de 48 unidades.2 Em 2015, a quantidade de usinas existentes aumentou
para 310.3 Segundo uma pesquisa realizada também em 2015,4 a maior parte das usinas
brasileiras possui uma capacidade de produção entre 5.000 a 10.000 m3 (considerando a massa
específica dos RCC de cerca de 1.200 kg/m3, a capacidade de produção mensal é de 6.000 a
12.000 toneladas). No entanto observa-se que o volume médio produzido mensalmente é
bastante inferior a esse valor, sendo que 52% das usinas produzem menos de 3.000 m3
mensalmente.
2 A Reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição no Brasil: 1986-2008 (MIRANDA, L.F.R.). 3 Relatório Pesquisa Setorial 2014/2015 (ABRECON). 4 Estudo das Principais Aplicações de Resíduos de Obra como Materiais de Construção (Morand, 2016).
Classe A
•Deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados ou encaminhados a aterro de resíduos classe A de reservação de material para usos futuros.
Classe B
•Deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura.
Classe C
•Deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas.
Classe D
•Deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas.
15
Em 2015, a quantidade total de RCC coletados nos municípios do Brasil, foi de cerca de 45
milhões de toneladas, o que equivale a 0,605 kg/habitante/dia.5 Do total de resíduos coletados,
cerca de 80% eram de classe A e quase 20% do total eram de classe B.
2.3 ALTERNATIVAS E APLICAÇÕES
De acordo com a Resolução n.º 307 do CONAMA, a reciclagem de resíduos “é o processo de
reaproveitamento após estes serem submetidos à transformação”. Esse processo tem como
objetivo a obtenção de agregado reciclado que, de acordo com a referida resolução, “é o material
granular proveniente do beneficiamento de RCC, que apresentem características técnicas para
a aplicação em obras de edificação, de infraestrutura, em aterros sanitários ou outras obras de
engenharia”. O beneficiamento dos RCC envolve a sua coleta, transporte, separação, britagem,
peneiramento e armazenamento para uso posterior.
Dentre as várias possibilidades, a reciclagem de RCC permite uma grande variedade de
aplicações, como, por exemplo, servem de matéria-prima para agregados, podendo ser
utilizados em inúmeros processos construtivos, tais como confeção de tijolos, fabricação de
concretos, fabricação de pré-moldados, argamassa de revestimento, camadas de base e sub-
base, pavimentos, preenchimento de rasgos de paredes para tubulações hidráulicas e elétricas,
sistemas de drenagem, o aterramento de valetas junto ao solo, entre outros. Atualmente, o uso
de agregados reciclados, em alternativa aos de origem natural, tem vindo a crescer,
nomeadamente ao nível da produção de blocos de pavimentação, blocos de alvenaria e de
concreto.6
Apesar das inúmeras aplicações dos resíduos reciclados, as três principais são: uso para
pavimentação, agregados para concreto não estrutural e agregados para argamassa.
Outro tipo de utilização do agregado reciclado é a sua aplicação em sistema de cobertura dos
aterros sanitários. O sistema de cobertura de aterros de resíduos sólidos, é composto por
diversas camadas cujo objetivo é diminuir a percolação vertical das águas pluviais e, como
consequência, a lixiviação de poluente, assim como minimizar a dispersão de substâncias
5 Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil em 2015 (ABRELPE). 6 Viabilidade Técnica da Utilização de Concretos com Agregados Reciclados de RCC (VIEIRA, 2004).
16
voláteis para a atmosfera. Estudos realizados revelaram bons resultados da aplicação de
agregados reciclados em camadas de barreira para interseção das águas pluviais e em camadas
de drenagem de gases.7
As Figuras 5 e 6 apresentam, respectivamente, um resumo das características e aplicações dos
diversos agregados reciclados e o volume médio de agregado reciclado produzido por mês nas
unidades de tratamento de RCC do Brasil (ABRECON, 2015).8
Figura 5 – Produtos resultantes do processamento dos RCC
7 Análise da Aplicação de Agregado Reciclado em Cobertura de Aterros de RSU (SALGADO, 2010). 8 Pesquisa Setorial 2014/2015 – A Reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição no Brasil (ABRECON,
2015)
17
Figura 6 – Volume médio de agregado reciclado produzido por mês nas unidades de tratamento de RCC
Nas unidades de reciclagem de RCC, a componente tecnológica é de elevada importância, dado
que a obtenção de material de boa qualidade depende dos equipamentos e da tecnologia
adotada. Por exemplo, quando se pretende usar os agregados reciclados na fabricação de
concreto de qualidade média a superior (para fins estruturantes), em que os parâmetros de
qualidade dos agregados são bastante exigentes, obrigando que as usinas de reciclagem sejam
tecnologicamente mais avançadas.
Já no caso da obtenção de agregados para usos menos exigentes, tais como camadas de base e
sub-base ou concreto magro, as unidades de reciclagem poderão ser menos complexas, podendo
até mesmo utilizar-se uma unidade de britagem móvel, conforme a apresentada na Figura 7.
Figura 7 – Unidade de britagem móvel (Fonte: http://www.jzardo.com.br/)
18
No Brasil, o uso de agregados reciclados em pavimentação é substancialmente superior ao
emprego desses agregados na fabricação de produtos à base de cimento, como concreto, blocos
e argamassas. Isto porque, segundo a ABRECON, a pavimentação é a forma mais simples da
reciclagem dos RCC, dado que exige menos tecnologia, implicando, assim, um menor custo do
processo.
De qualquer modo, nos últimos anos, tem-se registado um aumento da utilização de agregados
reciclados em argamassas e concretos. A Figura 8 apresenta o número de municípios brasileiros
por tipo de processamento com o serviço de manejo de RCC.9
Figura 8 – Informação nacional sobre o tipo de processamento efetuado pelos municípios aos RCC
No que diz respeito ao município do Sobral, a coleta dos RCC é regular e diferenciada, e
corresponde a cerca de 6% do total de resíduos coletados pelo município.10 Esse serviço não é
cobrado ao usuário e é feito por empresas especializadas (“caçambeiros”).
Existem também agentes autônomos que executam esse serviço, através de caminhões tipo
basculantes ou carroceiras.
9 Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (IBGE 2000). 10 Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Sobral (2014).
19
3 CGIRS-RMS: GESTÃO E GERENCIAMENTO DE RCC
Conforme referido anteriormente, um dos objetivos da CTR é efetuar o tratamento dos RCC
garantindo o gerenciamento e a deposição ambientalmente adequada dos resíduos sólidos
gerados nos municípios integrantes do CGIRS-RMS. De forma a executar o gerenciamento dos
RCC, a CTR possuirá uma unidade de tratamento de RCC que fará o gerenciamento adequado
dos resíduos provenientes de empresas de construção civil e de outras empresas geradoras de
RCC. A sua localização será no interior da CTR no município do Sobral, conforme ilustrada na
Figura 9.
Figura 9 – Planta da CTR
20
Relativamente ao processo de tratamento dos RCC na CTR do CGIRS-RMS, verifica-se que é
esperado que os RCC sejam entregues pelos seus produtores ou pelos serviços municipais. Ao
chegar à CTR, os RCC são pesados e encaminhados para a área de recepção. Além da inspeção
visual que os operadores executam de forma a verificar se os RCC não estão contaminados, a
pesagem dos caminhões também permite aferir acerca da contaminação do material sabendo-
se a densidade média do material e o volume de resíduos.
Enquanto o material é descarregado dos caminhões, ocorre a umidificação dos RCC com o
auxílio de uma lavadoura de alta pressão, de modo a evitar maior geração de poeira, conforme
é ilustrado na Figura 10.
Figura 10 – Balança para pesagem dos RCC na usina de reciclagem WRJ, Limeira (à esquerda), RCC a serem descarregados na
área de transbordo, triagem e reciclagem de RCC do Varjão (à direita)
Posteriormente, os resíduos ingressam num processo de triagem manual para a determinação
do material passível de ser beneficiado e reciclado como agregado (material de classe A). Os
resíduos das classes B, C e D (não recicláveis como agregados) são segregados de acordo com
a respectiva classe, acondicionados separadamente em baias e encaminhados para empresas de
reciclagem ou para destinação final correspondente à sua classe (vide Figura 11). Esta separação
deverá ser o mais eficiente possivel, uma vez que a qualidade do agregado produzido dependerá
de uma boa separação dos materiais. Além disso, uma triagem eficiente é importante para a
segurança dos equipamentos, tendo em conta que madeira e materiais ferrosos podem provocar
danos no britador.
21
Figura 11 – Triagem manual dos RCC (Fonte: http://www.ecobrit.com.br)
Após a triagem manual, os RCC da CTR são encaminhados com o auxílio da carregadeira de
rodas até ao alimentador vibratório que, por vibração, deslocará o material até á câmara de
britagem.
Seguidamente, os resíduos passam por um processo de britagem ou trituração, que configura a
etapa principal do processo de beneficiamento dos resíduos. Nesta fase, as frações encontram-
-se misturadas e os resíduos possuem pouco valor comercial.
Na câmara de britagem, o material é esmagado pelo britador de mandíbulas, que rompe o
material por compressão. Somente após a granulagem, ou seja, a separação das frações, é que
se pode dar uma destinação adequada aos novos materiais.
Ao sair do triturador de entulho, é retirado o material de menores dimensões, como areia e terra,
através da passagem dos RCC triturados por uma grelha de recolhimento de material fino.
Após o processo de trituração, o agregado é lançado na esteira de correia transportadora
instalada com um separador eletromagnético, capaz de retirar ferro e aço remanescentes, após
o processo de britagem, de acordo com a Figura 12.
Nesta etapa, é efetuada a triagem manual dos agregados, retirando-se aqueles cuja base não seja
concreto, tijolo branco e cerâmica vermelha.
22
Figura 12 – Separador eletromagnético (Fonte: www.logismarket.ind.br)
Posteriormente, o material é peneirado com o auxílio de uma peneira vibratória e é armazenado
numa área destinada às pilhas de agregados reciclados, tal como é exemplificado na Figura 13.
Após o processo de trituração, os resíduos poderão ser comercializados como matéria-prima
secundária.
Figura 13 – Armazenamento das diversas frações de agregado reciclado (Fonte: http://www.ecobrit.com.br)
A Figura 14 apresenta um esquema representativo das principais etapas da unidade de
tratamento de RCC.
23
Figura 14 – Esquema representativo das principais etapas da unidade de tratamento de RCC
De seguida, apresenta-se brevemente a descrição das atividades desenvolvidas por cada um dos
funcionários e também o organograma da unidade de tratamento de RCC da CTR do CGIRS-
RMS (Figura 15).
Figura 15 – Organograma da unidade de tratamento de RCC da CTR do CGIRS-RMS
24
Ao chegarem à CTR do CGIRS-RMS, os RCC são recepcionados pelo funcionário do serviço
de portaria que regista informações, tais como, por exemplo, a hora de entrada e saída dos
caminhões e a proveniência dos RCC.
De seguida, um dos operários de serviços gerais realiza a inspeção visual dos resíduos
transportados pelo caminhão, de forma a averiguar se os RCC estão em conformidade (e não
contaminados). Não se verificando nenhuma irregularidade, os RCC são pesados e
transportados até á área de recepção. Enquanto o caminhão descarrega os RCC, um operador
de serviços gerais umidifica-os com o auxílio da máquina lavadoura de alta pressão, a fim de
mitigar as poeiras no ar.
Após o caminhão descarregar o material na área de recepção, dois operadores de serviços gerais,
com a ajuda da carregadeira de rodas, realizam uma pré-triagem dos RCC separando- -os,
numa primeira fase, em classes. Os resíduos de classe B são acondicionados em baias e
encaminhados para empresas de reciclagem ou para destinação final correspondente à sua
classe.
Seguidamente, o material classificado como classe A, é transportado pela carregadeira de rodas
até ao alimentador vibratório. Ao ser depositado na calha, a matéria-prima é deslocada até à
câmara de britagem por ação da vibração. Enquanto isso, um operador de equipamento
acompanha o processo, interrompendo-o se necessário e humedecendo o material a fim de evitar
maior geração de poeira, caso seja necessário.
Na câmara de britagem, o material é esmagado pelo britador de mandíbulas gerando-se o
agregado reciclado com uma granulometria diversa. Ao sair do britador, o agregado é lançado
na esteira de correia transportadora onde, com o auxílio do separador eletromagnético, é
realizada a triagem e desvio dos elementos ferrosos.
Nesta fase três operadores de serviços gerais efetuam a triagem manual dos resíduos retirando
todos os materiais que não pertençam à classe A, tais como, madeira, plástico, papel e metal
(Figura 16).
25
Figura 16 – Centro de gerenciamento de resíduos sólidos
Posteriormente, o material é ainda peneirado efetuando-se a separação do material conforme a
granulometria, por meio das vibrações produzidas pelo equipamento, chegando-se à produção
dos agregados “bica corrida” reciclados e segregação dos demais materiais.
O gerente será responsável pelo planejamento e controle da execução dos trabalhos assim como
pela gestão das equipes da unidade. É a este profissional a quem devem ser comunicadas todas
as irregularidades que possam surgir na operação da unidade de tratamento de RCC da CTR do
CGIRS-RMS.
O agente administrativo será responsável pela coleta de toda a informação necessária para a
caracterização do funcionamento da unidade de tratamento de RCC e que, posteriormente, será
processada pelo gerente. Além disso, será também responsável por realizar a requisição de
material e equipamento, tal como por toda a parte administrativa e financeira relacionada com
a venda do agregado reciclado.
Após esta breve introdução às atividades desenvolvidas na unidade de tratamento dos RCC, no
próximo capítulo desenvolve-se a análise da viabilidade econômico-financeira da implantação
da unidade de tratamento de RCC do CGIRS-RMS.
26
27
4 VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA UNIDADE DE RCC
4.1 NOTA INTRODUTÓRIA
Seguidamente apresenta-se a análise e estudo de viabilidade econômico-financeira (EVEF) da
unidade de tratamento de RCC da CTR do CGIRS-RMS, com o objetivo primordial de
identificar e garantir a sua viabilidade de implementação, tendo em conta os benefícios
esperados e os investimentos e custos que lhe estão associados.
Esta necessidade de analisar a viabilidade da solução, decorre também na Resolução n.º 307 do
CONAMA, onde surge explicitamente a constatação da viabilidade técnica e econômica de
produção e uso de materiais provenientes da reciclagem de RCC.
Assim, nesta fase, é imprescindível realizar o levantamento da composição e da quantidade dos
RCC gerados no território do CGIRS-RMS, determinar os investimentos necessários para a
realização do projeto e implantação da unidade, quantificar os custos e despesas inerentes ao
empreendimento e identificar as principais fontes de receitas (que, neste particular, se prendem
pelo recepcionamento de RCC e pela venda de agregado reciclado).
O estudo será realizado para o horizontal temporal de 20 anos, tendo em conta o disposto nos
TdR da presente consultoria, onde refere “O horizonte temporal de planejamento de 20 (vinte)
anos, podendo este ser alterado de acordo com a alternativa escolhida”.
Além disso, há que referir que a modelagem tem como premissas, de acordo com os TdR e
apesar de existirem outros critérios ou indicadores, o cumprimento de alguns indicadores
econômicos, incluindo: o valor presente líquido (VPL) > 1, a relação entre benefícios e custos
(B/C) > 1 e a taxa interna de retorno (TIR) do projeto > 12%. Foi ainda calculada a TIR
modificada (TIRM), tendo em consideração as suas potencialidades e o seu significado face à
determinação da TIR da forma convencional.
Na parte final do presente capítulo efetuou-se uma análise de sensibilidade dos aspectos mais
relevantes que podem condicionar a viabilidade econômica e financeira da implantação unidade
de tratamento de RCC.
28
Os mapas financeiros relativos ao EVEF da unidade de tratamento de RCC, nomeadamente a
Demonstração de Resultados, o Balanço Patrimonial e os Fluxos de Caixa, são apresentados, a
preços constantes e a preços correntes, no Anexo II do presente documento.
4.2 INDICADORES DE ANÁLISE ECONÔMICA E FINANCEIRA
4.2.1 Valor Presente Líquido (VPL)
Um dos métodos / indicadores mais utilizados para análise econômica de um projeto prende-
-se com a determinação do VPL. Este constitui uma técnica na qual se consideram todos os
valores esperados de um fluxo de caixa na data inicial, utilizando como taxa de desconto (ou
de atualização) a Taxa Mínima de Atratividade (TMA) do empreendimento, que representa, em
traço gerais, a rentabilidade mínima exigida dos investimentos aplicados no empreendimento,
atribuída, neste caso, pelo analista financeiro.
Nesta abordagem, todos os benefícios e custos do projeto, ao longo do tempo, são
transformados em valores presente ou instante inicial. De acordo com os TdR, a solução /
empreendimento apenas se torna atrativa com o VPL superior a 0.11
A expressão simplificada para determinação do VPL, a preços constantes, para um determinado
período de tempo é apresentada sob a seguinte fórmula:
𝑉𝑃𝐿 = −𝐶𝑓0 + ∑ (𝐶𝐹𝑗
(1 + 𝑖)𝑛)
𝑛
1
Onde,
VPL: Valor presente líquido;
CFj: Fluxo de caixa;
11 Resumidamente, o VPL deve ser positivo.
29
Cfo: Investimento inicial;
i: Taxa de desconto (equivalente à TMA);
n: Índice do período (meses ou anos).
A TMA para a análise de investimentos é estimada com base nas principais taxas de desconto
ou atualização praticadas pelo mercado. Algumas das mais comuns e que atualmente mais
impactam na TMA são:
TMF - Taxa Básica Financeira;
TR - Taxa Referencial;
TJLP - Taxa de Juros de Longo Prazo;
SELIC - Sistema Especial de Liquidação e Custódia.
Neste caso, em função dos TdR, assume-se a taxa de desconto equivalente a 12%, e que também
se equivale à TMA. As outras taxas serão testadas na análise de sensibilidade ao modelo base
aqui desenvolvido.
4.2.2 Índice Benefício/Custo (B/C)
O método do índice benefício/custo trata-se de um método extremamente utilizado (tanto no
meio acadêmico como no meio profissional), tendo em conta a sua simplicidade, facilidade de
interpretação e eficácia dos resultados.
Este deverá levar em consideração todos os benefícios e custos envolvidos em um determinado
projeto, contabilizados em uma mesma referência de tempo. A avaliação da relação entre
Benefícios (B) e Custos (C) é exclusivamente financeira, sendo considerado atrativo o
empreendimento com valor maior que um, tal como estipulado nos TdR.
30
A equação seguinte apresenta a fórmula de cálculo do índice de relação entre benefícios e
custos.
𝐼𝐵𝐶 =
∑𝐶𝐹𝑗
(1 − 𝑖)𝑗
𝐶𝐹0
Onde,
IBC: Índice benefício/custo;
CFj: Custos e receitas ao longo do projeto;
Cfo: Investimento inicial;
i: Taxa de desconto (equivalente à TMA);
n: Índice do período (meses ou anos).
4.2.3 Taxa Interna de Retorno (TIR)
A TIR é definida como a taxa de desconto ou atualização que equivale a zero o VPL do
empreendimento. Na perspectiva global do projeto, é a taxa de desconto que iguala o valor
presente das receitas (benefícios) aos valores presentes dos custos associados aos investimentos
e à operação do projeto.
A mesma pode também ser determinada exclusivamente para a vertente do acionista. No
entanto, tendo em consideração que o investimento é inteiramente suportado pelo Governo
Estadual, este cálculo faz menos sentido na presente situação e, por isso, se incide sobre a TIR
de projeto e não sobre a TIR acionista.
Este é um método amplamente recomendável para analisar a viabilidade econômica de um
projeto, de forma isolada, sem comparação com outras alternativas, embora existam reservas a
tomadas de decisão simplesmente com base na TIR.
É uma avaliação exclusivamente financeira, tornando o projeto atrativo quando a TIR ≥ Taxa
Mínima de Atratividade (TMA) e não atrativo quando a TIR < TMA. A TMA pode ser definida
31
como uma expectativa mínima de lucratividade esperada de um empreendimento, que, de
acordo com os TdR, neste caso, é de 12%.
A equação seguinte apresenta a fórmula de cálculo da TIR, que é a mesma fórmula do VPL,
mas igualada a zero.
𝑉𝑃𝐿 = −𝐶𝑓0 + ∑ (𝐶𝐹𝑗
(1 + 𝑇𝐼𝑅)𝑛) = 0
𝑛
1
Onde,
VPL: Valor presente líquido;
CFj: Fluxo de caixa;
Cfo: Investimento inicial;
TIR: Taxa interna de retorno;
n: Índice do período (meses ou anos).
4.2.4 Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM)
A TIRM representa uma adaptaçao da TIR, determinada de forma convencional, que procura
corrigir alguns dos seus problemas estruturais relacionados com as questões das raízes múltiplas
ou inexistentes e das taxas reais de financiamento dos investimentos e de aplicações de caixas
excedentes.
O objetivo principal da TIRM é transformar um fluxo de caixa (convencional ou não
convencional) em um fluxo convencional com apenas dois valores, a saber um fluxo negativo
no período “0” e outro fluxo positivo (ao menos espera-se que sempre seja positivo) no último
período da duração do projeto.
32
Para esse fim, a TIRM traz todos os fluxos negativos do projeto a valor presente ou Valor Atual
dos Custos (VAC), e leva todos os fluxos positivos para valor futuro ou Valor Terminal (VT),
conforme se apresenta na seguinte fórmula.
𝑇𝐼𝑅𝑀 =∑(𝐶𝐹+ × (1 + 𝑖)𝑛)
∑(𝐶𝐹− × (1 + 𝑖)𝑛)− 1
Onde,
TIRM: Taxa interna de retorno modificada;
CF+: Fluxos de caixa positivos;
CF-: Fluxos de caixa negativos;
i: Taxa de desconto (equivalente à TMA);
n: Índice do período (meses ou anos).
4.3 PREMISSAS TÉCNICAS
Neste subcapítulo, apresenta-se a síntese das premissas técnicas essenciais para o
dimensionamento adequado da unidade de tratamento de RCC da CTR do CGIRS-RMS,
designadamente, a população, a geração de RCC recebidos na CTR, a geração de material
reciclado, a geração de outros materiais recicláveis e o calendário de trabalho alocado ao
tratamento de RCC.
4.3.1 Evolução Populacional
As premissas assumidas relativamente à evolução populacional dos municípios integrantes do
CGIRS-RMS têm por base o definido no projeto executivo da CTR, sem contabilizar o
Município de Mucambo.
33
O Quadro 4 apresenta a evolução da população residente na área do CGIRS-RMS para os anos
de 2018 a 2037.
Ano População
(hab)
2018 460.211
2019 468.676
2020 477.325
2021 486.160
2022 495.181
2023 504.389
2024 513.784
2025 523.367
2026 533.139
2027 543.101
2028 553.253
2029 563.597
2030 574.134
2031 584.863
2032 595.787
2033 606.906
2034 618.221
2035 629.732
2036 641.444
2037 653.354
Quadro 4 – Estimativa da população integrante do CGIRS-RMS
4.3.2 Projeção da Geração de RCC
Segundo a Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e
Demolição (ABRECON), estima-se que a geração de RCC no Estado do Ceará seja de cerca de
34
500 kg/habitante/ano.12 O Quadro 5 apresenta a estimativa da geração dos RCC para o horizonte
temporal de 20 anos, tendo em conta a estimativa da população apresentada anteriormente e a
geração per capita definida pela ABRECON.
Ano Geração de RCC (ton/ano)
2018 230.106
2019 234.338
2020 238.663
2021 243.080
2022 247.591
2023 252.195
2024 256.892
2025 261.684
2026 266.570
2027 271.551
2028 276.627
2029 281.799
2030 287.067
2031 292.432
2032 297.894
2033 303.453
2034 309.111
2035 314.866
2036 320.722
2037 326.677
Quadro 5 – Estimativa da geração de RCC na área do CGIRS-RMS
Além disso, efetuou-se um levantamento das empresas de construção civil na região afeta ao
CGIRS-RMS e, de acordo com os anuários estatísticos do Estado do Ceará, em 2014 o número
12 Relatório Pesquisa Setorial 2014/2015 – ABRECON.
35
de empresas de construção civil no total dos municípios que integram o CGIRS-RMS encontra-
se no Quadro 6.
Municípios Empresas de construção civil
ativas em 2014 (nº)
Alcântaras 2
Cariré -
Coreaú 1
Forquilha 4
Frecheirinha 5
Graça 1
Groaíras -
Massapê 1
Meruoca 5
Moraújo 4
Pacujá -
Santana do Acaraú -
Senador Sá -
Sobral 53
Total 76
Quadro 6 – Empresas de construção civil ativas em 2014 nos municípios integrantes do CGIRS-RMS
Apesar das estimativas efetuadas, a capacidade prevista de processamento de RCC da CTR está
limitada a 200 ton/dia, correspondente à capacidade máxima do equipamento de britagem
projetada, de acordo com os TdR.
Além disso, sendo um projeto pioneiro e de difícil implementação na região, a unidade de
tratamento de RCC funcionará inicialmente com uma escala piloto de 25 ton/dia (assumindo
22 dias úteis por mês), evoluindo positivamente ao longo do horizonte temporal até se atingir a
capacidade máxima do equipamento de trituração.
O Quadro 7 apresenta a evolução temporal ao longo dos 20 anos, da quantidade de RCC
processados pela unidade de tratamento.
36
Ano
Quantidade de RCC
processados pela unidade
(ton/dia)
Quantidade de RCC processados
pela unidade (ton/ano)
2018 25 6.600
2019 50 13.200
2020 100 26.400
2021 150 39.600
2022 200 52.800
2023 200 52.800
2024 200 52.800
2025 200 52.800
2026 200 52.800
2027 200 52.800
2028 200 52.800
2029 200 52.800
2030 200 52.800
2031 200 52.800
2032 200 52.800
2033 200 52.800
2034 200 52.800
2035 200 52.800
2036 200 52.800
2037 200 52.800
Quadro 7 – Evolução temporal da quantidade de RCC processados pela unidade de tratamento
4.3.3. Projeção da Quantidade de Agregados Reciclados
Tendo em conta a composição média dos RCC apresentada no capítulo 2.2. estima-se que 93,4%
dos RCC são classificados como resíduos de classe A, isto é, resíduos reutilizáveis ou
recicláveis como agregados.13
13 Caracterização e Classificação dos RCC da Cidade de Fortaleza do Estado do Ceará (Lima e Cabral, 2013).
37
Considera-se que a unidade de tratamento de RCC produzirá agregados reciclados de areia e
provenientes da trituração de elementos de concreto, tijolo branco e cerâmica vermelha e
estima-se que, total recepcionado, sejam gerados 90% de agregado reciclado, referentes aos
RCC de classe A.
O Quadro 8 apresenta a previsão da quantidade de RCC que serão gerados como agregados
reciclados na área do CGIRS-RMS.
Ano Quantidade de agregados reciclados
produzidos (ton/ano)
2018 5.940
2019 11.880
2020 23.760
2021 35.640
2022 47.520
2023 47.520
2024 47.520
2025 47.520
2026 47.520
2027 47.520
2028 47.520
2029 47.520
2030 47.520
2031 47.520
2032 47.520
2033 47.520
2034 47.520
2035 47.520
2036 47.520
2037 47.520
Quadro 8 – Quantidade de agregado reciclado de RCC produzido
38
Após o processo de beneficiamento, o agregado poderá ser vendido como areia, rachão
(agregado com dimensões superiores a 63 mm) e bica corrida reciclada, material proveniente
da reciclagem de RCC, livre de impurezas, com dimensão máxima característica de 63 mm,
cujo uso recomendado será em obras de base e sub-base de pavimentos, reforço e subleito de
pavimentos, além de regularização de vias não pavimentadas, aterros e acerto topográfico de
terrenos, entre outros fins equiparados.
4.3.4. Projeção da Quantidade de Resíduos Recicláveis para Outras Destinações
De acordo com a composição média dos RCC apresentada no capítulo 2.2., estima-se que 6,4 %
dos RCC são classificados como resíduos de classe B isto é, resíduos recicláveis para outras
destinações tais como plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de
tintas imobiliárias, gesso, etc.
O Quadro 9 apresenta a previsão da quantidade de resíduos recicláveis encaminhados para
outras destinações, ao longo do horizonte temporal de 20 anos.
4.3.5. Calendário de Trabalho
A capacidade de processamento da unidade de tratamento de RCC da CTR do CGIRS-RMS
está diretamente relacionada com a capacidade do equipamento de trituração que conforme
referido anteriormente, possui uma capacidade máxima de 200 ton/dia.
Assim sendo, enquanto a unidade de tratamento opera com quantidade de RCC inferior à
capacidade máxima do triturador de entulho, não será necessário que os trabalhadores estejam
alocados a tempo inteiro à unidade.
39
Ano Resíduos encaminhados para outras
destinações (ton/ano)
2018 422
2019 845
2020 1.689
2021 2.534
2022 3.379
2023 3.379
2024 3.379
2025 3.379
2026 3.379
2027 3.379
2028 3.379
2029 3.379
2030 3.379
2031 3.379
2032 3.379
2033 3.379
2034 3.379
2035 3.379
2036 3.379
2037 3.379
Quadro 9 – Quantidade de resíduos recicláveis encaminhados para outras destinações
.
O Quadro 10 apresenta a evolução do número de dias semanais em que a unidade de tratamento
de RCC opera.
40
Ano Dias por semana em que a unidade
opera (dias/semana)
2018 1
2019 2
2020 3
2021 4
2022 5
2023 5
2024 5
2025 5
2026 5
2027 5
2028 5
2029 5
2030 5
2031 5
2032 5
2033 5
2034 5
2035 5
2036 5
2037 5
Quadro 10 – Evolução número de dias por semana em que a unidade de tratamento de RCC opera
4.4 PREMISSAS MACROECONÔMICAS, TRIBUTÁRIAS, FISCAIS E DE CAPITAL DE GIRO
4.4.1 Macroeconômicas
A elaboração deste EVEF requer a assunção de diversas premissas macroeconômicas que serão
apresentadas de seguida no Quadro 11.
41
Descrição Valor (%)
Taxa de inflação (IPCA) 4,514
Taxa de juro (TJLP) 7,015
Taxa de administração 2,0
Taxa de risco de crédito 0,7
Aplicações financeiras 6,5
Quadro 11 – Premissas macroeconômicas
Relativamente ao PIB, o Estado do Ceará fechou o ano de 2016 com um recuo de 5,33%, o pior
resultado desde o início da série histórica, em 2002. É também uma queda mais acentuada que
a média brasileira que registrou no período -3,6%. Os setores da construção civil e comércio
foram os que tiveram maior queda. Os últimos dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa e
Estratégia Econômica do Ceará (IPECE) mostram, no entanto, que a crise já dá sinais de
desaceleração.
4.4.2 Tributários e Fiscais
Atendendo à organização administrativa do Brasil, existem diferentes categorias de impostos,
nomeadamente os Federais, os Estaduais e os Municipais, e que variam também na forma de
aplicação (isto é a incidência sobre a receita bruta, receita líquida, produtos gerados, etc.).
Em relação às premissas tributárias e fiscais foram adotadas neste estudo as indicadas no
Quadro 12.
14 Resolução n.º 4.499 – Banco Central do Brasil (2017). 15 Foi considerada a Taxa de Juro de Longo Prazo (TJLP), estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional
(CMN) e divulgada segundo resolução do Banco Central.
42
Descrição Alíquota (%)
Federais
Programa de integração social (PIS) 1,65
Contribuição para o financiamento da seguridade social (COFINS) 7,6
Imposto de renda (IR) – Base 15,0
Imposto de renda (IR) – Adicional* 10,0
Contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) 9,0
Imposto sobre produtos industrializados (IPI) 5,0
Estaduais
Imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços (ICMS) 17,0 / 7,0**
Municipais
Imposto sobre serviços (ISS) 5,0
Reserva legal
Percentual máximo do capital social 20,0
Percentual mínimo do lucro líquido do período (ano) 5,0
* O IR - Adicional incide sobre lucros líquidos superiores a 20 mil reais por mês.
** No Estado do Ceará o ICMS foi reduzido para produtos reciclados (Selo Verde).16
Quadro 12 – Premissas fiscais
4.4.3 Capital de Giro
As estimativas relativas às necessidades de fundos circulantes assentaram nas premissas de
prazos médios evidenciados no Quadro 13.
Descrição Dias (-)
Prazo médio de recebimentos
Clientes 30
Prazo médio de pagamentos
Fornecedores 60
Fornecedores de investimento 90
Quadro 13 – Premissas sobre capital de giro
16 De qualquer forma, a unidade de tratamento de RCC, equiparada a Pedreira, e de acordo com a legislação em
vigor, já é praticado o ICMS reduzido de 7%.
43
4.5 PLANO DE INVESTIMENTOS
Após a breve introdução às atividades desenvolvidas na unidade de tratamento dos RCC da
CTR do CGIRS-RMS realizada no capítulo 3, nesta secção desenvolve-se a descrição dos
principais investimentos necessários para o bom funcionamento da unidade de tratamento de
RCC.
Note-se que estes investimentos iniciais serão, na quase totalidade, assumidos pelo Governo do
Estado do Ceará, cabendo ao CGRIS-RMS / empresa que opera a CTR a sua manutenção e
renovação de construção civil, equipamentos e afins.
Os investimentos descriminados seguidamente correspondem a obras civis, aquisição de
equipamentos e outros investimentos relevantes.
Salienta-se, desde já, que não foram contabilizados custos de aquisição do terreno, dado que
sendo a construção da CTR um investimento de interesse público, será cedido pelo município
do Sobral.
Obras civis
A área interna da unidade de tratamento de RCC é composta pela área de recepção de resíduos,
pela casa da bomba para umificação do material, área de beneficiamento destinada à trituração
dos materiais, pela área de acondicionamento de resíduos de classes B, C e D, pela área
destinada às pilhas de agregados, pela casa de controle e pelo estacionamento.
A área de recepção de RCC não possui custos relativos às obras civis, dado que se trata de uma
zona ao ar livre sem necessidade de estrutura física.
A casa de bomba para umidificação do material, possui uma área total construída de 10,50 m².
Este espaço será constituído por um piso cimentado fitado, paredes (internas e externas) e tetos
chapiscados, rebocados e pintados com tinta látex acrílico, de cor branca. A porta será de
madeira tipo ficha e o combogó será pré-moldado de concreto tipo antichuva. As dimensões e
quantidades são expressas no quadro de esquadrias, em peças gráficas. A esquadria de madeira
deverá ser pintada com esmalte sintético branco.
44
A área de beneficiamento destinada à trituração do material de classe A, é composta pelo
britador de mandíbulas e não possui custo de obras civis, visto que se trata de uma zona ao ar
livre sem necessidade de estrutura física.
A área de acondicionamento dos resíduos de classes B, C e D, é constituída por baias de 12 m²
de área cada, 3 m de largura e 4 m de comprimento. As paredes da baia, com altura de 1,20 m,
serão de alvenaria de tijolo cerâmico furado (9x19x19cm) com argamassa mista de cal hidratada
e o piso será de concreto, com um espessura de 0,15 m e com adição de impermeabilizante.
Á área destinada às pilhas de agregados possuirá uma área total de 2.613 m² e, tal como as
outras áreas referidas anteriormente, não possui custo de obras civis, dado que se trata de uma
zona ao ar livre sem necessidade de estrutura física.
Por fim, a casa de controle possuirá uma área construída total de 37,09 m² e será composta por
uma varanda, um escritório, um almoxarifado, um banheiro e serviço, com 6,10 m², 10,50 m²,
5,40 m², 6,30 m² e 4,20 m² de áreas úteis, respectivamente. A varanda, o escritório, o
almoxarifado e o serviço será constituída por um piso cerâmico 40x40 cm, de cor bege, paredes
e tetos chapiscados, rebocados e pintados com tinta látex acrílico de cor branca. O banheiro
compreende um piso cerâmico 30x30 cm de cor branca; teto e paredes chapiscadas, emboçadas
e revestidas com cerâmica 30x30 cm de cor branca, e teto chapiscado, rebocado e pintado com
tinta látex acrílico, na cor branca. As fachadas serão chapiscadas, rebocadas e pintadas com
tinta látex acrílico de cor branca. As portas serão de madeira tipo paraná e as janelas de alumínio
e vidro de correr ou maxim-ar.
Em relação ao estacionamento, os veículos dos funcionários e visitantes da unidade de
tratamento de RCC da CTR do CGIRS-RMS poderão estacionar os seus veículos em área
reservada para o efeito. Esse espaço deverá possuir o mesmo tipo de pavimento utilizado nas
vias dos citados empreendimentos, e as vagas deverão ser demarcadas com pintura na cor
amarela.
Os custos de construção civil associados à implantação da usina de britagem dos resíduos
provenientes da construção civil, encontram-se detalhados no Anexo I, e perfazem um custo
total de 189.303,21 R$, que é suportado pelo Governo Estadual.
45
Equipamentos
Os equipamentos essenciais da unidade de tratamento de RCC para a operação da usina de
britagem incluem: um alimentador vibratório, uma grelha para o recolhimento do material fino,
dois transportadores de correia, uma peneira vibratória, um separador eletromagnético, uma
máquina lavadoura de alta pressão, um triturador de entulho (britador de mandíbulas), uma
carregadeira de rodas e uma caçamba.
As britagens, independentemente do tamanho, são compostas por britadores e esteiras que
executam a quebra e o transporte dos resíduos tanto para o armazenamento, como para uma
etapa seguinte de quebra, deixando o material com granulometria inferior. O britador de
mandíbulas funciona através do princípio de compressão, em que o material é esmagado até
quebrar na dimensão pretendida.
A Figura 17 apresenta uma usina de reciclagem de RCC em que a carregadeira de rodas carrega
o material e descarrega-o na câmara de britagem.
Figura 17 – Usina de reciclagem de RCC do município de Guarulhos
Além dos equipamentos diretamente relacionados com a operação da unidade de tratamento de
RCC prevê-se também o investimento em equipamento de escritório para a operação da casa
de controle.
Os Quadros 14 e 15 apresentam os equipamentos necessários para a britagem dos RCC e os
equipamentos que constituem a casa de controle, respectivamente.
46
Equipamento Quantidade
(unidades)
Custo
Unitário (R$)
Custo Total
(R$)
Alimentador vibratório 1 18.000,00 18.000,00
Grelha p/recolhimento material fino 1 9.000,00 9.000,00
Transportador de correia 2 9.500,00 19.000,00
Peneira vibratória 1 21.000,00 21.000,00
Separador eletromagnético 1 14.000,00 14.000,00
Máquina lavadoura de alta pressão LUS – 35013
m com mangueiras 1 2.366,50 2.366,50
Triturador de entulho modelo LEM 4825 1 227.700,00 227.700,00
Carregadeira de rodas modelo 924Hz e caçamba
de 1,8 m³ 1 347.500,00 347.500,00
Caçamba estacionária de 5 m³ 1 2.500,00 2.500,00
Pickup cabine simples 1 41.110,58 41.110,58
Total 702.177,08
Total Geral c/ BDI (16,80 %) 820.142,83
Quadro 14 – Equipamentos necessários para o processamento dos RCC
Equipamento Quantidade
(unidades)
Custo
Unitário (R$)
Custo Total
(R$)
Computador – Laptop e Impressora 2 3.000 6.000
Telefone com fio premium com chave 1 48,28 48,28
Mesa de escritório (1,20m x 0,60m) com 3 gavetas 1 286,98 286,98
Mesa em L - dimensão 43 x 75 x 135 (conexão) 1 379,45 379,45
Cadeira de escritório assentex com base giratória 2 248,00 496,00
Armário de aço – dimensão 900 x 1950 x 450 3 540,00 1.620,00
Bebedouro em aço inox com 1,60m 1 1 872,15 1.872,15
Cesto telado para lixo 7 L 2 39,90 79,80
Banco naturalle - dimensão 71 x 41 x 41 2 53,99 107,98
Lixeira colorida quadrada com tampa basculante 1 180,00 180,00
Total 11.070,64
Total Geral c/ BDI (16,80 %) 12.930,51
Quadro 15 – Equipamentos que compõem a casa de controle
47
Desta forma, conclui-se que o investimento necessário na unidade de tratamento da CTR do
CGIRS-RMS, ao nível dos equipamentos, totaliza 826.065,34 R$, que será suportado pelo
Governo Estadual, excepto o investimento com a pickup), a ser realizado, integralmente, antes
do início da operação por parte da empresa privada.
É de salientar que apesar da necessidade de uma balança para efetuar a pesagem dos RCC que
ingressam na CTR, esse investimento não será contabilizado nesta seção. Esta opção deve-se
ao fato da balança ser um equipamento partilhado por todas as unidades de tratamento da CTR.
Assim, esse investimento será contabilizado como investimentos da unidade de tratamento que
recebe maior quantidade de resíduos ou seja, a unidade de tratamento de resíduos sólidos
urbanos relativo ao aterro sanitário.
Outros investimentos
Outros investimentos necessários à operação e que não foram contabilizados no orçamento
inicial prendem-se, por exemplo, com o equipamento de proteção individual (EPI) da equipe
operacional da unidade de tratamento de RCC da CTR do CGIRS-RMS.
O EPI inclui, uniforme (camisa, calças e colete), luvas de segurança, respiradores, óculos de
segurança, protetor auditivo e calçado de segurança (vide Figura 18).
Figura 18 – EPI (Fonte: https://aemparcc.wordpress.com)
48
O Quadro 16 apresenta o investimento total em EPI na unidade de tratamento de RCC da CTR
do CGIRS-RMS.
Descrição Quantidade Preço unitário (R$)17 Preço total
(R$)
Uniforme 9 200 1.800
Luvas de segurança 9 45 405
Máscara respiratória 8 120 960
Óculos de segurança 8 70 560
Protetor auditivo 8 2 16
Calçado de segurança 9 100 900
Total 4.641
Quadro 16 – Custo do EPI
Tendo em conta a baixa durabilidade dos equipamentos, neste EVEF previu-se que anualmente
é necessário fazer um investimento em renovação do EPI no valor de 1.500 R$ anuais.
O Quadro 17 apresenta o resumo dos principais investimentos em relação à unidade de
tratamento de RCC da CTR do CGIRS-RMS.
Investimento inicial Total (R$)
Construção civil 189.303
Equipamentos* 833.073
Outros investimentos** 4.641
TOTAL 1.027.017
* A cargo do Governo Estadual, excepto o investimento na Pickup (a cargo da empresa privada); ** A cargo da empresa privada.
Quadro 17 – Resumo dos principais investimentos na unidade de tratamento de RCC da CTR
17 http://www.leroymerlin.com.br.
49
Além do referido, prevê-se também algum investimento (de manutenção) ao nível da
construção civil em 2023 (5% do investimento inicial de construção civil), em 2028 (10% do
investimento inicial de construção civil) e 2033 (5% do investimento inicial de construção
civil).
Já em relação aos equipamentos para operação da unidade de tratamento de RCC, admite-se
que estes serão integralmente renovados no ano 10, correspondente ao fim da vida útil do
equipamento adquirido pelo Governo Estadual.
4.6 CUSTOS E DESPESAS DE OPERAÇÃO
4.6.1 Pessoal
Em relação ao pessoal, prevê-se que sejam 9 funcionários, nomeadamente 1 gerente, 1 operador
de equipamentos, 4 operários de serviços gerais, 1 operador de máquinas pesadas, 1 agente
administrativo e 1 funcionário para o serviço de portaria. Refira-se, no entanto, que nem todos
os funcionários estão alocados a tempo inteiro ao gerenciamento de RCC, podendo estar assim
partilhados com outros serviços prestados ou não no escopo da CTR, tal como se evidencia no
Quadro 18.
Profissionais Quantidade
(unidades)
Gerente 0,1
Operador de equipamentos 1
Operário de serviços gerais 4
Operador de máquinas pesadas 1
Agente administrativo 1
Porteiro 0,1
Quadro 18 – Quantidade de pessoal alocado à unidade de tratamento de RCC da CTR
50
O pessoal necessário para a operação da unidade de tratamento dos RCC e a sua remuneração
mensal são apresentados no Quadro 19.
Profissionais Quantidade
(unidades)
Remuneração
base
(R$/mês)
13º
Salário
(R$/mês)
Férias
(R$/mês)
DSR
(R$/mês)
Encargos
Sociais
(R$/mês)
Custo
Total
(R$/mês)
Gerente 0,10 6.000 585 780 1.019 2.448 1.083
Operador de
equipamentos 1,00 3.000 293 390 510 1.224 5.416
Operário de
serviços gerais 4,00 1.300 127 169 221 530 9.388
Operador de
máquinas
pesadas
1,00 3.500 341 455 595 1.428 6.319
Agente
administrativ
o
1,00 2.500 244 325 425 1.020 4.514
Serviço de
Portaria 0,10 1.300 127 169 221 530 235
Total 26.955
Quadro 19 – Custo da mão-de-obra necessária para a operação da usina de britagem da unidade de tratamento de RCC
Os valores correspondentes à remuneração mensal base dos funcionários são acrescidos de
encargos sociais e trabalhistas, que se encontram descriminados nos Quadros 20 e 21,
respectivamente.
Encargos Sociais %
INSS 20
SAT/RAT 3
Salário Educação 2,5
INCRA/SEST/SEBRAE/SENAT 3,3
FGTS 8
FGTS/Provisão de multa para rescisão 4
Quadro 20 – Encargos sociais
51
Encargos Trabalhistas %
13º Salário 9,75
Férias 13
Descanso Semanal Remunerado (DSR) 16,99
Quadro 21 – Encargos trabalhistas
4.6.2 Conservação e Manutenção
Relativamente aos custos de conservação e manutenção da unidade de tratamento de RCC da
CTR do CGIRS-RMS, estabeleceram-se custos unitários relativamente à manutenção corretiva
e preventiva.
O Quadro 22 apresenta o custo por tonelada de agregado produzido gasto em manutenção
corretiva (troca de peças de desgaste) dos equipamentos, tendo em conta o levantamento
efetivado junto aos fabricantes de equipamentos.18
Equipamento R$/ton
Alimentador vibratório 0,008
Britador de mandíbulas 0,083
Peneiras 0,050
Transportador de correia 0,007
Total 0,148
Quadro 22 – Custos unitários associados à manutenção corretiva
18 Estudo dos Custos de Implantação, Operação e Manutenção de Usinas de Reciclagem de RCD (JADOVSKI,
MASUERO, 2006).
52
No que diz respeito à troca de peças da carregadeira de rodas, definiu-se um custo horário com
base em informação divulgada pela SOBRATEMA (Associação Brasileira de Tecnologia para
Construção e Mineração), tal como é ilustrado no Quadro 23.
Custo horário (R$/h) 6,80
Nº de horas mensais 176
Custo total (R$/mês) 1.196
Quadro 23 – Custo de troca de peças de desgaste da carregadeira de rodas
O Quadro 24 apresenta os custos operacionais relativos à manutenção preventiva, calculados
com base no pessoal mensal necessário para a troca de peças de desgaste, lubrificação e
manutenção geral dos equipamentos na unidade de tratamento de RCC da CTR do CGIRS-
RMS.
Assim, tal como os custos de manutenção corretiva, estes foram definidos conforme
levantamento efetuado junto dos fabricantes de equipamentos. Estimou-se ainda que o custo
médio da hora de manutenção é de 50 R$/hora.
Desta forma, tendo em conta o referido, o quadro 24 apresenta o custo mensal total com a
conservação e manutenção dos equipamentos associados à unidade de tratamento de RCC da
CTR.
Equipamento Manutenção mensal
necessária (horas)
Quantidade
(n.º)
Custo
mensal (R$)
Alimentador vibratório 4,75 1 237,5
Britador de mandíbulas 10,0 1 500,0
Peneiras 4,25 2 425,0
Transportador de correia 5,0 1 250,0
Separador eletromagnético 10,0 1 500,0
Total 1.912,5
Quadro 24 – Encargo mensal com a manutenção preventiva
53
Além disso, a unidade de tratamento de RCC da CTR do CGIRS-RMS irá dispor de uma pickup
e, de forma partilhada com os restantes serviços da CTR (sendo o montante de investimento
imputado ao aterro sanitário) de um caminhão atego para transporte de alguns RCC para o aterro
sanitário. Assim, estima-se um custo de manutenção adicional de cerca de 6,5 mil reais por ano.
4.6.3 Insumos de Produção (Água, Energia Elétrica e Combustível)
Os encargos relativos à energia elétrica foram definidos através do produto da potência de cada
equipamento, pelo número de horas de funcionamento diário desse equipamento e o custo
unitário e atual da energia elétrica.
O Quadro 25 apresenta a forma de determinação dos encargos anuais com a energia elétrica da
unidade de tratamento de RCC da CTR do CGIRS-RMS. Relativamente à tarifa de energia, esta
tem por base o disposto na Resolução Homologatória N.º 2.223, de 18 de abril de 2017.
Equipamento Potênci
a (kW)
Quantidad
e
(n.º)
Horas
por dia
(h)
Custo de
energia
elétrica
(R$/ kWh)
Custo
final
(R$/ano
)
Britador de mandíbulas 19,61 1 8 0,365 15.112
Alimentador vibratório 2,94 1 8 0,365 2.266
Peneira vibratória 0,5 1 8 0,365 385
Transportador de correia 7,5 2 8 0,365 11.559
Separador
eletromagnético19 8,4 1 8 0,365 6.473
Maquina lavadoura 1,47 1 4 0,365 566
Total 36.362
Quadro 25 – Estimativa do encargo anual com energia elétrica
Além do referido, estimam-se cerca de 1,5 mil reais por ano de encargos gerais de energia
elétrica. Assim, os encargos anuais com energia elétrica da unidade de tratamento de RCC, sem
19 http://www.hjcrusher.com.pt/electromagnetic-separator.html.
54
contabilizar a captação de água, são de cerca de 38 mil reais. Este valor tende a aumentar com
a evolução dos RCC recepcionados na unidade.
Já em relação ao consumo de água, refira-se que este foi estimado em função da capacidade de
produção da usina conforme a equação seguinte. A adoção do coeficiente 0,08 baseou-se no
consumo de água apresentado por outras usinas de reciclagem.20
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑚𝑒𝑛𝑠𝑎𝑙 𝑑𝑒 á𝑔𝑢𝑎 (𝑚3) = 𝐺𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑅𝐶𝐶 × 0,08
Tendo em conta que a área onde se encontra localizada a CTR não é atendida pelo sistema de
abastecimento de água pelo serviço municipal de Sobral (o Sistema de Autônomo de Água e
Esgoto – SAAE de Sobral), prevê-se a perfuração de 1 poço para captação de água subterrânea,
de forma a atender às necessidades do complexo administrativo, incluindo da unidade de
tratamento de RCC. Neste âmbito, estima-se um encargo com a energia elétrica de cerca de 1,5
mil reais por ano e um custo com reagentes de aproximadamente 1,6 mil reais por ano.
Neste escopo, ressalva-se que não são considerados custos com os serviços públicos de esgoto
associados ao gerenciamento de RCC, dado que a maioria da água consumida é absorvida no
solo da CTR e também por estar previsto uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) para o
tratamento dos lixiviados provenientes do aterro sanitário, cujos custos ficarão alocados à
gestão de resíduos sólidos urbanos.
Relativamente aos custos com o combustível, de acordo com a Construplena,21 a estimativa do
consumo horário de combustível de grandes equipamentos varia consoante a potência nominal
do motor, a intensidade de uso e o tipo de combustível. Assim, considerando uma intensidade
de uso média (na ordem de 55%) de um equipamento movido a diesel, a estimativa do consumo
horário de combustível na unidade de RCC é fornecida pela seguinte fórmula:
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 (𝐿/ℎ) = 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 (𝑘𝑊) × 1,341 × 0,55 × 0,15
Em que o índice de 1,341 representa a conversão de kw para “horse power”, o índice de 0,55
diz respeito à intensidade do uso (dado que as máquinas não funcionam em potência máxima)
20 Usina de reciclagem de entulho: uma alternativa para os resíduos de construção e demolição (SILVA, 2014). 21 http://www.construplena.com.br/noticia.php?id=13.
55
e o índice de 0,15, de acordo com as estatísticas, corresponde ao consumo médio do
equipamento em relação à sua potência.
O Quadro 26 apresenta a definição do custo anual com combustível. O consumo de combustível
foi estabelecido com base no consumo médio dos equipamentos existentes no mercado e o preço
do combustível é o correspondente à média do preço do diesel no município do Sobral em
2017.22
Equipamento
Consumo
combustível
(L/hora)
Preço
combustível
(R$/L)
Horas
diárias
(h)
Custo total
(R$/ano)
Carregadeira de rodas 10,0 3,1 6 49.104
Caminhão atego 15,05 3,1 1 12.317
Pickup 17,7 3,1 2 28.971
Total 90.391
Quadro 26 – Encargo anual com o consumo de combustível
4.6.4 Disposição Final em Aterro
Aos RCC que não tiverem possibilidade de ser valorizados, em particular, através da reciclagem
ou do encaminhamento para reciclagem, é assumido que os mesmos são dispostos no aterro
sanitário da CTR do CGIRS-RMS. Para este fim, é admitido um custo unitário de 33,8 R$/ton.
O quadro seguinte apresenta a estimativa de custos da CTR com a disposição final de RCC, a
preços constantes.
Custo (103 R$) 2018 2028 2037
Disposição em aterro 7,6 60,7 60,7
Quadro 27 – Disposição final de RCC
22 http://www.precodoscombustiveis.com.br.
56
4.6.5 Outros Custos/Despesas Operacionais
Para a modelagem previsional, no que concerne a outros custos e despesas operacionais,
considerou-se o valor anual global de 50 mil reais, a preços constantes, onde se incorporam
encargos com o material de escritório, a capacitação e treinamento, a imagem da empresa, o
marketing, a comunicação (telefones e telemóveis, informática, etc.) e os seguros, entre outros.
4.6.6 Depreciação e Amortização
As depreciações e amortizações contabilísticas do imobilizado foram calculadas de acordo com
a vida útil estimada dos bens, as quais compreendem as taxas previstas pela Receita Federal,23
apresentadas no quadro seguinte.
Ativo Anos
Construções 25
Equipamentos 10
Viaturas 5
Outros 5
Quadro 28 – Prazo de vida útil
Os custos previstos com depreciação e amortização para os investimentos a realizar (neste caso
apenas de renovação, dado que os iniciais serão suportados pelo Governo do Estado do Ceará),
de acordo com o método linear, também conhecido como das cotas constantes, são apresentados
no quadro seguinte.
23 http://www.mmcontabilidade.com.br/flash/taxasdepreciacao.htm.
57
Descrição (103 R$) 2018 2028 2037
Construção 0 1,1 1,5
Equipamentos 0,6 77,9 77,9
Viaturas e outros 10,5 11,1 1,5
TOTAL 11,1 90,1 80,9
Quadro 29 – Depreciação e amortização para o investimento de renovação
4.6.7 Encargos Financeiros
Para fazer face às necessidades de financiamento para satisfazer os investimentos previstos
anteriormente, sobretudo os de substituição e renovação, estima-se a contratualização de um
empréstimo máximo de 400 mil reais. Este empréstimo a efetuar pela empresa privada
(operador) ocorrerá junto aos períodos de realização daquele investimento.
4.7 RECEITAS
No que concerne à definição das receitas com o gerenciamento de RCC foram consideradas
dois tipos de receitas, designadamente as receitas com a venda do agregado reciclado e as
receitas com o recebimento dos RCC para gerenciamento adequado, cujo racional se apresenta
de seguida.
Tendo em consideração a necessidade de garantir a sustentabilidade financeira e garantir o
cumprimento dos indicadores econômico e financeiros dos TdR, nomeadamente o do VPL, do
B/C e da TIR (ou seja, TIR > 12%, B/C > 1 e VPL > 1), começa-se por estipular o preço de
venda do material reciclado e, posteriormente, o valor do preço cobrado pelo recebimento dos
RCC pela indústria.
58
Receitas de venda do agregado reciclado
Na unidade de tratamento de RCC da CTR do CGIRS-RMS, o material ao sair do equipamento
de britagem é separado em material fino (areia, solos, etc.) e bica corrida (material de
granulometria diversa), sendo este último considerado como o agregado reciclado produzido
pela britadeira.
Tendo em conta as premissas apresentadas anteriormente, designadamente a caracterização dos
RCC, e também o preço de venda do agregado original no mercado, conforme se apresenta no
Quadro 30 os preços de agregado original.24
Material Peso específico (kg/m3) Preço (R$/m3) Preço (R$/ton)
Areia média 1.600 52,9 33,1
Brita / Bica Corrida 1.700 64,4 37,9
Rachão 1.500 59,0 39,3
Quadro 30 – Preços de agregado original com base na SEINFRA
Neste seguimento, foi estipulado um preço do agregado reciclado em cerca de 75% mais barato
do que o produto original, com o objetivo de o tornar atrativo no mercado.
O Quadro 31 apresenta uma distribuição de agregado reciclado produzido, face aos RCC
recebidos na CTR do CGIRS-RMS, e o preço de venda.
Produto Distribuição da
produção (%)
Preço
(R$/m3)
Preço
(R$/ton)
Areia 10% 12,5 7,8
Bica corrida 75% 16,0 9,4
Rachão 5% 15,0 10,0
Quadro 31 – Percentagem de bica corrida produzida e valor de venda
24 SEINFRA – Tabela de Custos e Insumos 2017.
59
Atendendo à realidade nacional, ilustrada na Figura 19,25 nota-se que o preço definido encontra-
se no intervalo de valores (R$/m3) referente ao Estado do Ceará, de acordo com os dados da
ABRECON.
Figura 19 – Preço de venda dos agregados reciclados por Estado brasileiro
Seguidamente, apresentam-se ainda, no quadro 32, os preços praticados pela Usifort
AMBIENTAL, sediada no Município de Fortaleza, relativamente aos diferentes agregados
reciclados.
Produto Preços (por m3)
Local Entrega
Brita R$36,00 R$46,00
Pó de pedra R$19,00 R$29,00
Rachão R$25,00 R$35,00
Quadro 32 – Produtos sustentáveis rentabilizados por preço pela empresa Usifort AMBIENTAL
25 Panorama Atual do Setor de Reciclagem de RCC no Brasil (UFPR, ABRECON, 2016).
60
Receitas de recepção de RCC
Além da venda do agregado reciclado, a outra principal fonte de receitas prende-se com a
recepção dos RCC. Esta receita paga pelos geradores, que de acordo com a legislação brasileira
têm a responsabilidade de promover a destinação adequada dos RCC, é estabelecida para
garantir a sustentabilidade e viabilidade econômico-financeira da unidade de tratamento de
RCC do CGIRS-RMS.
Tendo em consideração as premissas apresentadas anteriormente, bem como os indicadores
econômicos (ou seja, VPL > 1, TIR > 12% e B/C > 1), foi determinado um valor unitário de
10,3 R$/ton.
As figuras seguintes apresentam a evolução dos indicadores econômicos e financeiros (VPL,
TIR, B/C e TIRM) ao longo do projeto.
Figura 20 – Evolução do VPL
Através da figura 20 constata-se que o projeto alcança um VPL de cerca de 12 mil reais,
respeitando assim a condição dos TdR de VPL > 1.
61
Figura 21 – Evolução da TIR
Conforme evidenciado pela figura 21, e tendo em conta as condições apresentadas, para o
período de análise do projeto, é alcançado uma TIR de 12,6%.
Figura 22 – Evolução do índice B/C
No que concerne ao índice B/C, no final do projeto é verificado que este é maior do que 1
(respeitando a condição do TdR) e alcança o valor de 1,03.
A figura 23 apresenta a evolução da TIRM do empreendimento, que atinge no final do projeto
o valor de 12,1%.
62
Figura 23 – Evolução da TIRM
Além disso, a Figura 24 apresenta a dispersão dos valores praticados (R$/ton) a nível nacional
para recebimento de RCC na unidade de tratamento.26
Figura 24 – Valores mínimos, médios e máximos cobrados para recebimento de RCC nas usinas, por Estado
Em suma, conclui-se que os valores definidos para recebimento de RCC na CTR do CGIRS-
RMS estão em linha com os valores praticados não só no Estado do Ceará como também a nível
nacional.
26 Panorama Atual do Setor de Reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição no Brasil (UFPR, ABRECON,
2016).
63
4.8 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE
Tendo em consideração a relevância da venda do agregado reciclado para a sustentabilidade da
atividade de gerenciamento de RCC importa, nesta fase, analisar o impacto que variação desta
receita representa no cômputo geral da atividade.
Neste sentido, é desenvolvida uma análise de sensibilidade ao valor de venda do agregado,
variando entre os 25% e os 75% de redução face aos valores do agregado natural, e com isto
apurar a necessidade de ajustar a tarifa para recebimento dos RCC para gerenciamento
adequado.
O quadro seguinte sumaria as variações ocorridas com a realização da presente análise de
sensibilidade.
Redução do valor de venda do agregado
reciclado face ao original
Tarifa pelo recebimento de RCC
(R$ / ton)
25% 0,0
50% 4,3
75% 10,3
Quadro 33 – Análise de sensibilidade em relação aos preços dos agregados reciclados
Assim, como expectável, conclui-se que o preço e capacidade de venda do material reciclado
terá grande influência na definição do preço cobrado à indústria pelo recebimento de RCC para
tratamento / reciclagem.
Refira-se também que um dos aspectos que condiciona significativamente a definição do valor
da tarifa a cobrar pela recepção de RCC diz respeito ao nível de rentabilidade do projeto. Nesse
sentido, importa, nesta fase, desenvolver uma análise de sensibilidade à tarifa da unidade de
tratamento de RCC da CTR do CGIRS-RMS, variando a TIR de projeto.
A figura seguinte apresenta os valores das tarifas a praticar na unidade de tratamento de RCC,
variando a TIR de projeto de 12% (previsto nos TdR) até 4%.
64
Figura 25 – Análise de sensibilidade à tarifa da unidade de tratamento de RCC
Além das receitas possivelmente geradas com a recepção de RCC, identifica-se também grande
influência dos custos operacionais em relação à viabilidade econômica e financeira da unidade
de tratamento de RCC. Assim, foi ainda desenvolvida uma análise de sensibilidade aos custos
totais de operação e manutenção da unidade de tratamento de RCC da CTR do CGIRS-RMS.
Esta análise de sensibilidade consiste em considerar um aumento de 10%, de 20%, de 50% e
uma redução de 10%, de 20%, de 50% dos custos referidos no projeto, de forma a identificar o
seu impacto nos critérios econômicos definidos nos TdR, a saber o VPL, a TIR e o índice B/C.
Seguidamente, o Quadro 34 apresenta a influência em termos de VPL, TIR e índice B/C do
aumento e diminuição dos custos de operação e manutenção da unidade de tratamento de RCC
da CTR do CGIRS-RMS.
Variação dos custos VPL (103 R$) TIR (%) B/C (-)
-50% 1.848 172,4 6,44
-20% 759 55,3 3,24
-10% 392 33,4 2,15
+10% -280 -4,2 0,16
+20% -631 - -0,89
+50% -1.896 - -4,59
Quadro 34 – Análise de sensibilidade aos custos de operação e manutenção
65
Além disso, importa analisar estas alterações (variação dos custos de operação e manutenção),
mantendo as condições de viabilidade econômico-financeira previstas nos TdR (ou seja, VPL >
1, TIR > 12% e B/C > 1), determinando, por conseguinte, a tarifa de recebimento e tratamento
de RCC.
O quadro seguinte apresenta a influência da variação dos custos de operação e manutenção da
unidade de tratamento de RCC da CTR do CGIRS-RMS no estabelecimento da tarifa.
Variação dos custos Tarifa (R$/ton)
-50% 2,8
-20% 7,3
-10% 8,8
+10% 11,7
+20% 13,2
+50% 16,2
Quadro 35 – Análise de sensibilidade à tarifa em função dos custos de operação e manutenção
66
67
5 NOTAS FINAIS
5.1 SÍNTESE CONCLUSIVA
O relatório apresentado no presente documento constitui a análise de viabilidade econômico-
financeira da unidade de tratamento de RCC do CGIRS-RMS. A análise efetuada faz parte da
Fase 4 deste projeto de consultadoria, que corresponde à Elaboração de Modelos a serem
Adotados para a Prestação dos Serviços de Operação da Central de Tratamento de Resíduos
Sólidos e suas Unidades Correlatas, no Aterro Regional de Sobral para a Secretaria das Cidades,
do Governo do Estado do Ceará.
Esta Fase 4 seguiu-se ao trabalho iniciado na Fase 3 do projeto, e que correspondeu à
atualização dos instrumentos jurídico-legais do CGIRS-RMS (Produto 3). Nesta fase, tendo
como base o estudo organizacional e funcional apresentado no Produto 2, bem como as
disposições constantes da PNRS, efetuou-se a revisão e atualização dos instrumentos jurídicos
do CGIRS-RMS (designadamente, o Contrato de Consórcio, o Contrato de Programa, os
Estatutos, o Contrato de Rateio e as Leis de Ratificação).
A presente fase, referente à análise de viabilidade econômico-financeira da unidade de
tratamento de RCC, localizada na CTR do município do Sobral, e, correspondente, ao
documento que aqui se apresenta (Produto 4-A), teve início no capítulo 2 com um sumário do
enquadramento legal.
O referido capítulo iniciou-se coma a apresentação da Resolução n.º 307 do CONAMA, um
marco regulatório para a gestão dos resíduos gerados pelo setor da construção civil assim como
as suas posteriores alterações. Ainda no capítulo 2 introduziu-se a principal legislação federal e
estadual aplicada aos RCC, além das normas técnicas emitidas pela ABNT que dispõem acerca
das diretrizes para projeto, implantação e operação de áreas de transbordo e triagem de RCC,
diretrizes para projetos, implantação e operação de aterros de resíduos sólidos de construção
civil Classe A e de resíduos inertes, diretrizes para projeto, implantação e operação de áreas de
reciclagem de RCC e normas técnicas que orientam e disciplinam a utilização dos agregados
reciclados.
68
Posteriormente, no capítulo 3 apresentou-se o caso de estudo da unidade de tratamento de RCC
do CGIRS-RMS. Nesta fase introduziu-se o modo de funcionamento da unidade, destacando-
se as principais atividades desenvolvidas. Neste capítulo apresentou-se também os
equipamentos necessários à operação da respectiva unidade, á medida que se foi realizando a
descrição das operações previstas para a gestão e gerenciamento dos RCC.
De seguida, no quarto capítulo, apresentou-se o estudo de viabilidade econômico-financeira da
unidade de tratamento de RCC. Esta seção destacou as premissas técnicas, nomeadamente a
evolução populacional, a projeção da geração de RCC e de outros materiais recicláveis, assim
como as premissas macroeconômicas, tributárias e fiscais. Além disso o capítulo apresentou os
principais investimentos necessários para a construção, implantação e operação da unidade de
tratamento de RCC.
Para a definição dos custos e despesas de operação, o capítulo apresentou os custos associados
ao pessoal, conservação e manutenção de equipamentos, insumos materiais necessários (tais
como água, energia elétrica, combustível), depreciação e amortização e encargos financeiros,
entre outros.
O capítulo 4 apresentou ainda uma previsão da quantidade de agregado reciclado produzido
tendo em consideração a evolução da quantidade de RCC que a unidade da CTR do CGIRS-
RMS irá processar ao longo do seu horizonte de projeto, sobre o qual incide a determinação das
receitas necessárias à garantira da viabilidade econômica e financeira da unidade de tratamento
de RCC. Esta viabilidade econômica e financeira é garantida pela determinação e cumprimento
dos critérios econômicos estipulados nos TdR, designadamente o VPL > 1, o índice B/C > 1 e
a TIR > 12%. A TIRM foi também determinada.
Por fim, dada a relevância da venda do material reciclado na viabilidade desta atividade na CTR
desenvolveu-se uma análise de sensibilidade ao valor de venda do agregado reciclado a fim de
apurar o seu impacto na definição do valor definido para o recebimento dos RCC por parte dos
seus produtores, bem como em relação aos custos de operação e manutenção da unidade de
tratamento de RCC.
69
5.2 PRÓXIMOS PASSOS
Seguidamente, realizar-se-á o desenvolvimento de estudo de viabilidade econômico-financeira
das restantes unidades da CTR, designadamente da unidade de tratamento de RCC, da unidade
de compostagem e do aterro sanitário.
Os EVEF a desenvolver permitirão a realização do estudo de alternativas, que, de acordo com
o previsto, compreenderá duas etapas, a primeira correspondente ao desenvolvimento do EVEF
para a opção base adotada, referente à construção da CTR (denominada, por simplificação,
Cenário base).
A segunda etapa trata da análise de diferentes alternativas, tais como o alargamento da operação
da CTR aos restantes Municípios da RMS, a implantação de equipamento de aproveitamento
energético de biogás do aterro sanitário e o estudo da possibilidade de venda dos resíduos para
a produção de CDR (através da indústria cimenteira instalada e da construção, por parte desta
entidade, de uma unidade de CDR para o efeito).
O estudo irá contemplar a análise de viabilidade técnica, a estratégia de gestão e operação, a
eficiência e a sustentabilidade do sistema, os tarifários referentes ao serviço prestado e os
processos de cobrança assim como as receitas acessórias, e a sua viabilidade econômica e
financeira.
O objetivo da fase 4 será assim averiguar qual das alternativas referidas anteriormente será a
mais vantajosa para o Poder Público.
70
I
Anexos
II
III
ANEXO I – Investimentos de Construção Civil da
Unidade de Tratamento dos RCC
IV
V
Discriminação Unidade Quantidade Preço Unitário
(R$)
Total
(R$)
Resíduos de construção civil (RCC) –
serviço 186 312,82
Locação 501,36
Locação da obra – Execução de
gabarito m2 96,23 5,21 501,36
Movimento de terra 560,73
Escavação manual campo aberto em
terra até 2 m m3 1,59 33,81 53,76
Escavação mecânica campo aberto em
terra exceto rocha até 2 m m3 14,28 2,91 41,55
Carga manual de terra em caminhão
basculante m3 1,59 13,30 21,15
Carga mecanizada de terra em
caminhão basculante m3 14,28 3,35 47,84
Transporte de material, exceto rocha
em caminhão até 5 km m3 15,87 24,98 396,43
Estrutura 7 460,38
Concreto p/vibr, FCK 30 MPa com
agregado adquirido m3 2,08 452,86 941,95
Armadura CA-50A média D= 6,3 A
10,0mm kg 166,72 8,43 1 405,45
Forma plana chapa compensada
resinada, esp.= 12mm útil. 3 X m2 41,68 113,72 4 739,85
Adição de impermeabilizante para
concreto estrutural m3 2,08 76,10 158,29
Lançamento e aplicação de concreto
sem elevação m3 2,08 103,29 214,84
Alvenaria 16 774,81
Alvenaria de embasamento de pedra
argamassada m3 17,45 359,54 6 273,97
Alvenaria de embasamento de tijolo
comum, com argamassa mista com cal
hidratada
m3 2,34 581,52 1 360,76
Alvenaria de tijolo cerâmico furado
(9x19x19) cm com argamassa mista de
cal hidratada esp.=10cm (1:2:8)
m2 169,07 47,52 8 034,21
Impermeabilização de alvenaria de
embasamento no respaldo com
argamassa cimento e areia sem
peneiramento, traço 1:3, esp.=2cm com
aditivo impermeabilizante
m2 31,98 34,58 1 105,87
Esquadrias 7 807,35
Porta tipo Paraná (0,60 x 2,10 m),
completa un 3,00 633,73 1 901,19
Porta tipo Paraná (0,80 x 2,10 m),
completa un 2,00 657,12 1 314,24
Janela em alumínio anodizado
natural/fosco, de correr, com
bandeirola e/ou peitoril, sem vidro –
fornecimento e montagem
m2 3,30 363,01 1 197,93
Vidro comum fumê em caixilhos com
massa e= 4mm, colocado m2 3,72 180,81 672,61
VI
Janela de alumínio maxim-ar, fixação
com argamassa, com vidros,
padronizada AF_07/2016
m2 0,42 585,33 245,84
Porta interna de cedro lisa completa
duas folhas (1.20X 2.10) m un 1,00 894,74 894,74
Verga reta de concreto armado m3 0,15 1 265,66 189,85
Divisória de granilite com argamassa de
cimento e areia m2 6,04 230,29 1 390,95
Revestimento 15 129,06
Chapisco com argamassa de cimento e
areia sem peneirar traço 1:3 esp.= 5mm
para parede
m2 300,24 5,32 1 597,28
Reboco com argamassa de cimento e
areia peneirada, traço 1:3 m2 267,01 35,95 9 599,01
Emboço com argamassa de cimento e
areia peneirada, traço 1:3 m2 33,23 32,19 1 069,67
Cerâmico esmaltada com argamassa
pré-fabricada acima de 30x30cm
(900cm²) - PEI-5/PEI-4 – para parede
m2 33,23 86,16 2 863,10
Pintura 10 283,51
Emassamento de paredes externas 2
demãos com massa acrílica m2 267,01 15,67 4 184,05
Latex três demãos em paredes internas
sem massa m2 267,01 19,32 5 158,63
Emassamento de esquadrias de madeira
para tinta óleo ou esmalte 2 demãos m2 28,51 15,67 446,75
Esmalte duas demãos em esquadrias de
madeira m2 28,51 17,33 494,08
Piso 9 256,47
Piso morto concreto FCK=13,5MPa
com preparo e lançamento m3 8,69 487,92 4 240,02
Piso cimentado com argamassa de
cimento e areia sem peneirar, traço 1:4,
esp.= 1.5cm
m2 51,15 34,82 1 781,04
Cerâmica esmaltada com argamassa
cimento e areia até 30x30cm (900 cm²) -
PEI-5/PEI-4 para piso
m2 6,93 83,31 577,34
Cerâmica esmaltada com argamassa
cimento e areia acima de 30x30cm (900
cm²) - PEI-5/PEI-4 para piso
m2 28,82 92,23 2 658,07
Laje / Coberta 13 264,01
Laje pré-fabricada treliçada para fôrro
– vão até 2,80 m m2 4,62 110,13 508,80
Laje pré-fabricada treliçada para fôrro
– vão de 2,81 A 3,80 m m2 19,58 112,66 2 205,88
Laje pré-fabricada treliçada para fôrro
– vão de 3,81 A 4,80 m m2 23,10 117,63 2 717,25
Cobertura telha cerâmica (ripa, caibro,
linha) m2 55,85 137,64 7 687,19
Beira e bica em telha colonial m 15,30 9,47 144,89
Montagem 173,96
Composição 13 – montagem de anel
pré-moldado D=2,00m h=0,50m un 4,00 43,49 173,96
Instalações elétricas e telefônicas -
serviços 94 192,75
Cabo em PVC 1000V 2,5 mm² m 334,16 5,32 1 777,73
VII
Cabo isolado PVC 750V 10 mm² m 220,00 9,82 2 160,40
Cabo isolado PVC 750V 2,5 mm² m 759,27 4,89 3 712,83
Cabo isolado PVC 750V 4 mm² m 40,00 5,85 234,00
Cabo telefônico CCE - 2 m 11,72 6,30 73,84
Caixa alvenaria/reboco com tampa
concreto fundo brita 60x60x60cm un 17,00 215,18 3 658,06
Caixa de passagem com tampa
parafusada 200X200X100mm un 1,00 61,97 61,97
Caixa de embutir PVC - 3X3 octogonal un 2,00 3,62 7,24
Caixa de ligação PVC 4" X 2" un 20,00 6,82 136,40
Caixa de ligação PVC 4" X 4" un 19,00 8,16 155,04
Caixa em alvenaria (60X60X60cm) de
1/2 tijolo comum, lastro de concreto e
tampa de concreto
un 1,00 319,94 319,94
Disjuntor monopolar em quadro de
distribuição 10A un 22,00 19,57 430,54
Disjuntor monopolar em quadro de
distribuição 16A un 3,00 19,57 58,71
Disjuntor tripolar em quadro de
distribuição 25A un 1,00 84,89 84,89
Disjuntor tripolar em quadro de
distribuição 32A un 1,00 84,89 84,89
Eletroduto PVC rosc.incl.conexões D=
20mm (1/2") m 130,82 12,14 1 588,15
ELETRODUTO PVC
ROSC.INCL.CONEXÕES D= 25mm
(3/4")
m 213,67 13,53 2 890,96
Eletroduto PVC rosc.incl.conexões D=
32mm (1") m 290,00 19,53 5 663,70
Haste de terra 5/8"x3,00m GCW 19L30 un 3,00 103,88 311,64
Interruptor três teclas simples 10A
250V un 1,00 32,39 32,39
Interruptor uma tecla simples 10A
250V un 16,00 13,95 223,20
Luminária fluorescente completa com 1
lâmpada de 20W un 2,00 69,79 139,58
Luminária fluorescente completa com 2
lâmpadas de 20W un 11,00 91,45 1 005,95
Luminária fluorescente completa com 2
lâmpadas de 40W un 3,00 106,34 319,02
Composição 01 – poste de concreto com
seção circular vazada H=12M, para
distribuição
un 2,00 1 628,16 3 256,32
Composição 02 - poste de concreto com
seção circular vazada H=12M, fixa ao
poste por meio de braço de 2,00 m com
(01) uma pétala, com luminária tipo
LED de 310W com reator e ignitor
un 2,00 8 126,79 16 253,58
Composição 03 - poste de concreto com
seção circular vazada H=12M, fixa ao
poste por meio de braço de 2,00 m com
(02) duas pétalas, cada uma com
luminária tipo LED de 310W com
reator e ignitor
un 3,00 14 669,88 44 009,64
Quadro de distribuição de luz embutir
até 12 divisões 207X332X95mm, com
barramento
un 1,00 325,43 325,43
VIII
Quadro de distribuição de luz embutir
até 6 divisões, com barramento un 1,00 174,74 174,74
Quadro de distribuição de luz sobrepor
até 12 divisões 255X315X135mm, com
barramento
un 1,00 359,68 359,68
Quadro de distribuição de luz sobrepor
até 6 divisões, com barramento un 2,00 174,74 349,48
Quadro para medição em poste de
concreto un 1,00 1 425,75 1 425,75
Tomada 2 polos mais terra 20A 250V un 19,00 24,20 459,80
Tomada para computador, sistema "X" un 1,00 24,76 24,76
Tomada para telefone 4 polos padrão
TELEBRAS un 1,00 25,49 25,49
Tubo aço galv. Com ou sem
cost.incl.conexões D= 40mm(1 1/2") m 29,03 82,57 2 397,01
Instalações Hidrosanitárias - serviços 10 908,43
Adaptador PVC sold. flanges livres
para caixa d’água 25mm (3/4") un 1,00 17,18 17,18
Adaptador PVC sold. flanges livres
para caixa d’água 32mm (1") un 3,00 22,15 66,45
Bacia de louça branca com caixa
acoplada un 1,00 610,44 610,44
Caixa d’água em fyberglass - cap.
1000L un 1,00 499,30 499,30
Caixa sifonada 150X150X50cm com
grelha – padrão popular un 1,00 42,99 42,99
Chuveiro plástico (instalado) un 1,00 12,64 12,64
Cotovelo aço galv. D= 32mm (1 1/4") un 2,00 36,53 73,06
Cotovelo PVC sold. marrom D=32mm
(1") un 15,00 7,97 119,55
Cotovelo PVC sold. marrom D=40mm
(1 1/4") un 4,00 13,14 52,56
Fossa séptica e sumidouro em anéis
D=1,20M un 1,00 2 404,37 2 404,37
Joelho 45 PVC branco para esgoto
D=40mm (1 1/4") un 2,00 13,69 27,38
Joelho 90 PVC Sold./rosca. D=
25mmX3/4" un 3,00 8,77 26,31
Joelho PVC branco para esgoto
D=100mm (4") un 1,00 26,14 26,14
Joelho PVC branco para esgoto
D=40mm (1 1/2") un 2,00 11,24 22,48
Joelho PVC branco para esgoto
D=50mm (2") un 3,00 12,37 37,11
Lavatório de louça branca com coluna,
com torneira e acessórios un 1,00 508,73 508,73
Luva PVC sold. marrom D= 32mm (1") un 2,00 4,96 9,92
Ralo seco PVC rígido un 1,00 38,26 38,26
Registro de gaveta bruto D= 25mm (1") un 1,00 63,16 63,16
Registro de gaveta bruto D= 32mm (1
1/4") un 3,00 89,47 268,41
Registro de gaveta bruto D= 40mm (1
1/2") un 2,00 105,27 210,54
Registro de pressão com canopla
cromada D= 20mm (3/4") un 1,00 86,32 86,32
IX
Tanque de lavar de cimento
(1.00x0.50)m completa com torneira de
metal – padrão popular
un 1,00 146,47 146,47
Tê aço galv. D= 32mm (1 1/4") un 1,00 43,13 43,13
Tê PVC sold. marrom D= 25mm (3/4") un 1,00 7,57 7,57
Tê PVC sold. marrom D= 40mm (1
1/4") un 1,00 17,60 17,60
Tê PVC sold./rosca
D=25mmX25mmX3/4" un 3,00 10,34 31,02
Tê redução PVC sold. marrom
D=40X32mm (1 1/4"X1") un 2,00 18,69 37,38
Tê redução PVC sold. marrom
D=32X25mm (1"X3/4') un 2,00 13,59 27,18
Torneira de bóia D= 25mm (1") un 1,00 91,38 91,38
Tubo aço galv. com ou sem costura
D=32mm (1 1/4") m 3,88 43,33 168,12
Tubo PVC branco para esgoto
D=40mm (1 1/2") m 5,60 12,37 69,27
Tubo PVC branco para esgoto
D=50mm (2") m 4,00 16,84 67,36
Tubo PVC branco para esgoto
D=75mm (3") m 1,00 26,25 26,25
Tubo PVC branco rígido esgoto
D=150mm (6") m 14,30 46,62 666,67
Tubo PVC sold. marrom D= 25mm
(3/4") m 17,00 6,79 115,43
Tubo PVC sold. marrom D= 32mm (1") m 340,00 11,65 3 961,00
Tubo PVC sold. marrom D= 40mm (1
1/4") m 13,00 16,10 209,30
Resíduos de construção civil (RCC) -
material 2 990,39
Fornecimento de material – unidades RCC 1 583,80
Anel pré-moldado de concreto, D =
2,00m, H = 0,50m un 4,00 395,95 1 583,80
Instalações elétricas e telefônicas -
material 1 401,21
Cabo de cobre nú para aterramento,
têmpera mole, formação em fios
encordoados, conforme especificações
da NBR-5111 - 10 mm2
m 50,00 4,11 205,50
Caixa de embutir PVC - 3X3 octogonal un 11,00 3,62 39,82
Caixa de embutir PVC - 4X2 retangular un 20,00 2,10 42,00
Quadro metálico para QGBT (1,90 X
0,90 X 0,60)m un 1,00 1 113,89 1 113,89
Instalações Hidrosanitárias - material 5,38
Luva redução PVC soldável de
40X32mm un 2,00 2,69 5,38
Total 189 303,21
X
XI
ANEXO II – Demonstrações Financeiras
XII
Demonstrações financeiras Central de Tratamento de Resíduos Sólidos - RCC
Valores a preços constantes Ano de início projeções Ano término das projeções
Exercício econômico Unidades 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
Demonstração de Resultados 000 R$
Receitas brutas 133 256 502 748 994 994 994 994 994 994 994 994 994 994 994 994 994 994 994 994Deduções da receita (ISS, PIS, COFINS, ICMS, IPI) -27 -51 -99 -147 -196 -196 -196 -196 -196 -196 -196 -196 -196 -196 -196 -196 -196 -196 -196 -196
Receita líquida 106 205 403 600 798 798 798 798 798 798 798 798 798 798 798 798 798 798 798 798
Custos, Depreciação e Amortização -155 -264 -384 -504 -626 -616 -616 -616 -616 -616 -703 -703 -703 -703 -703 -694 -694 -694 -694 -694 Pessoal -65 -129 -194 -259 -323 -323 -323 -323 -323 -323 -323 -323 -323 -323 -323 -323 -323 -323 -323 -323
Energia elétrica -8 -16 -24 -31 -39 -39 -39 -39 -39 -39 -39 -39 -39 -39 -39 -39 -39 -39 -39 -39
Combustível -18 -36 -54 -72 -90 -90 -90 -90 -90 -90 -90 -90 -90 -90 -90 -90 -90 -90 -90 -90
Reagentes -2 -3 -6 -10 -13 -13 -13 -13 -13 -13 -13 -13 -13 -13 -13 -13 -13 -13 -13 -13
Conservação e manutenção -9 -18 -29 -40 -52 -52 -52 -52 -52 -52 -52 -52 -52 -52 -52 -52 -52 -52 -52 -52
Serviços de terceiros -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25 -25
Disposição final em aterro -8 -15 -30 -46 -61 -61 -61 -61 -61 -61 -61 -61 -61 -61 -61 -61 -61 -61 -61 -61
Outros custos operacionais -10 -10 -10 -10 -10 -10 -10 -10 -10 -10 -10 -10 -10 -10 -10 -10 -10 -10 -10 -10
Depreciação/amortização -11 -11 -12 -12 -12 -2 -2 -2 -2 -2 -90 -90 -90 -90 -90 -81 -81 -81 -81 -81
Resultados brutos -49 -59 19 96 173 182 182 182 182 182 95 95 95 95 95 104 104 104 104 104
Despesas / receitas operacionais -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 Despesas operacionais -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40 -40
Subsídios à exploração 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outras receitas operacionais 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outras receitas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Perdas por imparidade e reversões 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outras despesas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Resultados operacionais -89 -99 -21 56 133 142 142 142 142 142 55 55 55 55 55 64 64 64 64 64
EBITDA -78 -88 -10 68 145 145 145 145 145 145 145 145 145 145 145 145 145 145 145 145
Receitas financeiras 0 3 2 3 4 6 8 7 6 13 20 7 7 10 11 10 9 17 26 35Despesas financeiras 0 -15 -24 -29 -29 -24 -19 -10 0 0 0 -29 -39 -34 -24 -12 0 0 0 0Resultados antes de impostos -89 -111 -44 30 108 124 131 140 149 155 74 32 23 31 41 62 73 81 90 99
Imposto de renda e CSLL 0 0 0 -10 -37 -42 -44 -47 -51 -53 -25 -11 -8 -11 -14 -21 -25 -28 -31 -34 Resultado líquido do período -89 -111 -44 19 71 82 86 92 98 102 49 21 15 20 27 41 48 54 59 65
Demonstrações financeiras Central de Tratamento de Resíduos Sólidos - RCC
Valores a preços constantes Ano de início projeções Ano término das projeções
Exercício econômico Unidades 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
Balanço Patrimonial 000 R$
Ativo não circulante bruto 59 60 62 63 65 76 77 79 80 82 929 931 932 934 935 946 948 949 951 952Depreciações/amortizações acumuladas -11 -23 -34 -46 -59 -61 -64 -66 -69 -71 -161 -251 -341 -432 -522 -603 -684 -764 -845 -926 Ativo não circulante líquidos 47 38 27 17 6 14 14 13 12 11 768 679 591 502 413 343 264 185 105 26Ativos por impostos diferidos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Total ativo não circulante 47 38 27 17 6 14 14 13 12 11 768 679 591 502 413 343 264 185 105 26
Estoques 3 5 10 15 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20Clientes 11 21 41 61 82 82 82 82 82 82 82 82 82 82 82 82 82 82 82 82Entes públicos 7 13 25 37 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50Outros ativos circulantes 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Disponibilidades 41 26 39 65 94 120 104 98 197 300 100 102 155 164 155 143 269 402 541 686Ativos circulantes 61 65 115 179 245 271 256 249 348 451 252 253 306 315 306 294 420 553 692 837
Ativo total 109 103 143 196 251 285 269 261 359 462 1.020 932 897 817 720 638 684 738 797 863
Capital social 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Reserva legal 5% 20% 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Outras reservas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Resultados acumulados 0 -89 -200 -244 -224 -153 -71 15 107 206 308 357 378 393 414 441 482 530 584 643Resultado do exercício -89 -111 -44 19 71 82 86 92 98 102 49 21 15 20 27 41 48 54 59 65
Patrimônio líquido -89 -200 -244 -224 -153 -71 15 107 206 308 357 378 393 414 441 482 530 584 643 709
Outras contas a pagar 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Empréstimos e financiamentos 150 250 300 300 250 200 100 0 0 0 300 400 350 250 125 0 0 0 0 0Outros passivos não circulantes 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Passivo não circulante 150 250 300 300 250 200 100 0 0 0 300 400 350 250 125 0 0 0 0 0
Fornecedores 20 27 36 45 54 54 54 54 54 54 54 54 54 54 54 54 54 54 54 54Fornecedores de imobilizado 14 0 0 0 0 3 0 0 0 0 209 0 0 0 0 3 0 0 0 0Entes públicos 13 26 50 75 99 99 99 99 99 99 99 99 99 99 99 99 99 99 99 99Outros passivos circulantes 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Passivo circulante 47 53 86 120 154 156 154 154 154 154 363 154 154 154 154 156 154 154 154 154
Patrimônio e passivo total 109 103 143 196 251 285 269 261 359 462 1.020 932 897 817 720 638 684 738 797 863
Demonstrações financeiras Central de Tratamento de Resíduos Sólidos - RCC
Valores a preços constantes Ano de início projeções Ano término das projeções
Exercício econômico Unidades 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
Fluxos de caixa 000 R$
Recebimentos de clientes 122 246 482 728 973 994 994 994 994 994 994 994 994 994 994 994 994 994 994 994Subsídios à exploração 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Pagamentos a fornecedores circulantes -100 -156 -209 -264 -320 -330 -330 -330 -330 -330 -330 -330 -330 -330 -330 -330 -330 -330 -330 -330 Pagamentos ao pessoal -65 -129 -194 -259 -323 -323 -323 -323 -323 -323 -323 -323 -323 -323 -323 -323 -323 -323 -323 -323 Outros ingressos, custos e perdas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Variação em entes públicos 7 6 12 12 12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Variação de outros ativos e passivos circulantes -3 -2 -5 -5 -5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Pagamento de impostos diretos (IR/CSLL) e indiretos (ISS, PIS, COFINS, ICMS) -27 -51 -99 -157 -232 -238 -240 -243 -246 -248 -221 -207 -203 -206 -210 -217 -220 -223 -226 -229 Fluxo de caixa operacional -65 -87 -13 54 105 103 100 97 94 92 120 134 137 134 131 124 120 117 114 111
Recebimentos de subsídios ao investimento 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Pagamentos a fornecedores de imobilizado -44 -16 -2 -2 -2 -9 -4 -2 -2 -2 -639 -210 -1 -2 -2 -9 -4 -2 -2 -2 Fluxo de caixa de investimento -44 -16 -2 -2 -2 -9 -4 -2 -2 -2 -639 -210 -1 -2 -2 -9 -4 -2 -2 -2
Rendimentos de aplicações financeiras 0 3 2 3 4 6 8 7 6 13 20 7 7 10 11 10 9 17 26 35Custos e despesas de financiamento 0 -15 -24 -29 -29 -24 -19 -10 0 0 0 -29 -39 -34 -24 -12 0 0 0 0Realizações de capital acionista 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Dividendos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Variação dívidas por patrimônio integrado 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Aumentos líquidos de endividamento externo onerado 150 100 50 0 -50 -50 -100 -100 0 0 300 100 -50 -100 -125 -125 0 0 0 0Fluxo de caixa financeiro 150 88 27 -27 -75 -68 -112 -103 6 13 320 77 -82 -124 -139 -127 9 17 26 35
Variação de caixa e seus equivalentes 41 -14 13 26 28 26 -15 -7 99 103 -200 1 54 9 -9 -12 125 133 139 145
Demonstrações financeiras Central de Tratamento de Resíduos Sólidos - RCC
Valores a preços correntes Ano de início projeções Ano término das projeções
Exercício econômico Unidades 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
Demonstração de Resultados 000 R$
Receitas brutas 133 267 548 853 1.185 1.238 1.294 1.352 1.413 1.477 1.543 1.613 1.685 1.761 1.840 1.923 2.010 2.100 2.194 2.293Deduções da receita (ISS, PIS, COFINS, ICMS, IPI) -27 -53 -108 -168 -233 -244 -255 -266 -278 -291 -304 -317 -332 -347 -362 -378 -396 -413 -432 -451
Receita líquida 106 214 440 685 952 995 1.039 1.086 1.135 1.186 1.239 1.295 1.353 1.414 1.478 1.545 1.614 1.687 1.763 1.842
Custos, Depreciação e Amortização -155 -275 -414 -566 -729 -748 -778 -810 -843 -877 -1.049 -1.087 -1.126 -1.167 -1.210 -1.241 -1.287 -1.336 -1.387 -1.441 Pessoal -65 -134 -208 -288 -373 -387 -402 -417 -433 -449 -466 -484 -503 -523 -544 -565 -588 -611 -636 -661
Energia elétrica -8 -16 -26 -36 -47 -49 -51 -54 -56 -58 -61 -64 -67 -70 -73 -76 -80 -83 -87 -91
Combustível -18 -38 -59 -83 -108 -113 -118 -123 -129 -134 -140 -147 -153 -160 -167 -175 -183 -191 -200 -209
Reagentes -2 -3 -7 -10 -13 -13 -13 -13 -13 -13 -13 -13 -13 -13 -13 -13 -13 -13 -13 -13
Conservação e manutenção -9 -19 -31 -45 -62 -64 -67 -70 -73 -77 -80 -84 -88 -91 -96 -100 -104 -109 -114 -119
Serviços de terceiros -25 -26 -27 -29 -30 -31 -33 -34 -36 -37 -39 -41 -42 -44 -46 -48 -51 -53 -55 -58
Disposição final em aterro -8 -16 -33 -52 -72 -76 -79 -83 -86 -90 -94 -98 -103 -108 -112 -117 -123 -128 -134 -140
Outros custos operacionais -10 -10 -11 -11 -12 -12 -13 -14 -14 -15 -16 -16 -17 -18 -19 -19 -20 -21 -22 -23
Depreciação/amortização -11 -11 -12 -12 -12 -3 -3 -3 -3 -3 -140 -140 -140 -140 -140 -126 -126 -126 -126 -126
Resultados brutos -49 -60 25 120 222 246 261 276 292 309 190 208 227 247 268 304 327 351 375 401
Despesas / receitas operacionais -40 -42 -44 -46 -48 -50 -52 -54 -57 -59 -62 -65 -68 -71 -74 -77 -81 -85 -88 -92 Despesas operacionais -40 -42 -44 -46 -48 -50 -52 -54 -57 -59 -62 -65 -68 -71 -74 -77 -81 -85 -88 -92
Subsídios à exploração 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outras receitas operacionais 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outras receitas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Perdas por imparidade e reversões 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outras despesas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Resultados operacionais -89 -102 -18 74 175 196 209 222 235 249 128 143 159 176 194 227 246 266 287 309
EBITDA -78 -91 -6 86 187 199 212 225 238 253 267 283 299 316 334 352 372 392 413 435
Receitas financeiras 0 3 2 3 5 9 13 15 18 29 41 12 12 23 33 43 53 73 96 120Despesas financeiras 0 -15 -24 -29 -29 -24 -19 -10 0 0 0 -29 -39 -34 -24 -12 0 0 0 0Resultados antes de impostos -89 -114 -41 47 151 181 202 227 253 278 169 126 133 166 203 257 298 339 383 429
Imposto de renda e CSLL 0 0 0 -16 -51 -61 -69 -77 -86 -95 -57 -43 -45 -56 -69 -87 -101 -115 -130 -146 Resultado líquido do período -89 -114 -41 31 99 119 133 150 167 184 111 83 88 109 134 170 197 224 253 283
Demonstrações financeiras Central de Tratamento de Resíduos Sólidos - RCC
Valores a preços correntes Ano de início projeções Ano término das projeções
Exercício econômico Unidades 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
Balanço Patrimonial 000 R$
Ativo não circulante bruto 59 60 62 63 65 79 80 82 84 87 1.403 1.405 1.407 1.410 1.413 1.434 1.437 1.440 1.443 1.446Depreciações/amortizações acumuladas -11 -23 -34 -46 -59 -61 -64 -67 -70 -73 -213 -352 -492 -632 -772 -898 -1.024 -1.150 -1.276 -1.403 Ativo não circulante líquidos 47 38 27 17 6 17 16 15 14 14 1.190 1.053 915 778 641 536 413 290 166 43Ativos por impostos diferidos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Total ativo não circulante 47 38 27 17 6 17 16 15 14 14 1.190 1.053 915 778 641 536 413 290 166 43
Estoques 3 5 11 17 24 25 26 27 28 30 31 32 34 35 37 38 40 42 44 46Clientes 11 22 45 70 97 102 106 111 116 121 127 133 139 145 151 158 165 173 180 188Entes públicos 7 13 27 43 59 62 65 68 71 74 77 81 84 88 92 96 100 105 110 115Outros ativos circulantes 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Disponibilidades 41 24 40 78 134 195 227 277 445 630 189 186 361 508 654 808 1.124 1.470 1.846 2.252Ativos circulantes 61 65 123 208 314 384 424 483 660 855 424 431 617 776 934 1.101 1.429 1.790 2.180 2.601
Ativo total 109 102 151 225 320 401 440 498 675 868 1.614 1.484 1.533 1.554 1.575 1.636 1.842 2.080 2.347 2.645
Capital social 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Reserva legal 5% 20% 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Outras reservas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Resultados acumulados 0 -89 -203 -244 -212 -113 6 140 290 457 641 752 835 923 1.032 1.166 1.336 1.533 1.757 2.009Resultado do exercício -89 -114 -41 31 99 119 133 150 167 184 111 83 88 109 134 170 197 224 253 283
Patrimônio líquido -89 -203 -244 -212 -113 6 140 290 457 641 752 835 923 1.032 1.166 1.336 1.533 1.757 2.009 2.292
Outras contas a pagar 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Empréstimos e financiamentos 150 250 300 300 250 200 100 0 0 0 300 400 350 250 125 0 0 0 0 0Outros passivos não circulantes 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Passivo não circulante 150 250 300 300 250 200 100 0 0 0 300 400 350 250 125 0 0 0 0 0
Fornecedores 20 28 39 51 64 67 70 73 76 80 83 87 91 95 99 103 108 112 117 122Fornecedores de imobilizado 14 0 0 0 0 3 0 0 1 1 325 1 1 1 1 5 1 1 1 1Entes públicos 13 27 55 85 118 124 129 135 141 148 154 161 169 176 184 192 201 210 219 229Outros passivos circulantes 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Passivo circulante 47 55 94 137 183 194 200 209 218 228 562 249 260 271 283 301 309 323 338 353
Patrimônio e passivo total 109 102 151 225 320 401 440 498 675 868 1.614 1.484 1.533 1.554 1.575 1.636 1.842 2.080 2.347 2.645
Demonstrações financeiras Central de Tratamento de Resíduos Sólidos - RCC
Valores a preços correntes Ano de início projeções Ano término das projeções
Exercício econômico Unidades 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
Fluxos de caixa 000 R$
Recebimentos de clientes 122 256 525 828 1.158 1.234 1.289 1.347 1.408 1.471 1.538 1.607 1.679 1.755 1.834 1.916 2.002 2.093 2.187 2.285Subsídios à exploração 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Pagamentos a fornecedores circulantes -100 -162 -227 -299 -378 -406 -423 -442 -461 -481 -502 -524 -547 -571 -596 -622 -650 -679 -709 -740 Pagamentos ao pessoal -65 -134 -208 -288 -373 -387 -402 -417 -433 -449 -466 -484 -503 -523 -544 -565 -588 -611 -636 -661 Outros ingressos, custos e perdas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Variação em entes públicos 7 7 14 15 17 3 3 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 5 5 5Variação de outros ativos e passivos circulantes -3 -3 -6 -6 -7 -1 -1 -1 -1 -1 -1 -1 -1 -2 -2 -2 -2 -2 -2 -2 Pagamento de impostos diretos (IR/CSLL) e indiretos (ISS, PIS, COFINS, ICMS) -27 -53 -108 -184 -284 -305 -323 -343 -364 -385 -361 -360 -377 -403 -431 -466 -497 -529 -562 -597 Fluxo de caixa operacional -65 -89 -10 66 132 138 143 148 152 158 210 240 254 260 265 265 270 277 283 290
Recebimentos de subsídios ao investimento 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Pagamentos a fornecedores de imobilizado -44 -16 -2 -2 -2 -11 -5 -2 -2 -2 -992 -326 -2 -3 -3 -17 -7 -3 -3 -3 Fluxo de caixa de investimento -44 -16 -2 -2 -2 -11 -5 -2 -2 -2 -992 -326 -2 -3 -3 -17 -7 -3 -3 -3
Rendimentos de aplicações financeiras 0 3 2 3 5 9 13 15 18 29 41 12 12 23 33 43 53 73 96 120Custos e despesas de financiamento 0 -15 -24 -29 -29 -24 -19 -10 0 0 0 -29 -39 -34 -24 -12 0 0 0 0Realizações de capital acionista 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Dividendos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Variação dívidas por patrimônio integrado 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Aumentos líquidos de endividamento externo onerado 150 100 50 0 -50 -50 -100 -100 0 0 300 100 -50 -100 -125 -125 0 0 0 0Fluxo de caixa financeiro 150 88 27 -27 -74 -66 -107 -95 18 29 341 83 -77 -110 -116 -95 53 73 96 120
Variação de caixa e seus equivalentes 41 -17 16 38 56 61 31 51 168 185 -441 -3 175 147 146 154 316 347 376 406