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2012.2 164 [CADERNOS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO] http://www.mackenzie.br/dhtm/seer/index.php/cpgau ISSN 1809-4120 CONCEITO EM ARQUITETURA: UMA EXPERIÊNCIA DIDÁTICA VIVENCIADA 1 1º AUTOR ALONSO, Carlos Egídio; Doutor em Arquitetura e Urbanismo pela FAU/USP; Docente do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo; Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM); São Paulo; Brasil; [email protected] RESUMO Como resultado das atividades do Grupo de Pesquisa “Signagem da Arquitetura Contemporânea”, este ensaio enfatiza a necessidade de experimentação dos materiais que são utilizados na execução de projetos. No plano da pesquisa e do ensino, demonstra a necessidade das especulações formais com a finalidade de ampliar o repertório formal e técnico do estudante, bem como o estabelecimento de novas metodologias de pesquisa. Dessa maneira, parte do pressuposto que essa experimentação direta da materialidade antecede ao desenho: alerta que o projeto gráfico (desenho), pensado a partir de um repertório estabelecido, é limitado por este. Resulta que as representações, mediante os vários recursos do desenho, muita vezes são precárias perante a complexidade do objeto concebido. 1 Revisão e ampliação do artigo apresentado na Conferência Latino-americana de Escolas e Faculdades de Arquitetura (Clefa), de San José da Costa Rica, 2012, que não foi editado pela instituição.

1215-4309-1-PB

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    [CADERNOS DE PS-GRADUAO EM ARQUITETURA E URBANISMO] http://www.mackenzie.br/dhtm/seer/index.php/cpgau ISSN 1809-4120

    CONCEITO EM ARQUITETURA:

    UMA EXPERINCIA DIDTICA VIVENCIADA1

    1 AUTOR

    ALONSO, Carlos Egdio; Doutor em Arquitetura e Urbanismo pela FAU/USP; Docente do Programa de Ps-graduao em Arquitetura e Urbanismo; Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM); So Paulo; Brasil; [email protected]

    RESUMO

    Como resultado das atividades do Grupo de Pesquisa Signagem da Arquitetura Contempornea, este ensaio enfatiza a necessidade de experimentao dos materiais que so utilizados na execuo de projetos. No plano da pesquisa e do ensino, demonstra a necessidade das especulaes formais com a finalidade de ampliar o repertrio formal e tcnico do estudante, bem como o estabelecimento de novas metodologias de pesquisa. Dessa maneira, parte do pressuposto que essa experimentao direta da materialidade antecede ao desenho: alerta que o projeto grfico (desenho), pensado a partir de um repertrio estabelecido, limitado por este. Resulta que as representaes, mediante os vrios recursos do desenho, muita vezes so precrias perante a complexidade do objeto concebido.

    1 Reviso e ampliao do artigo apresentado na Conferncia Latino-americana de Escolas e Faculdades de Arquitetura (Clefa), de San Jos da Costa Rica, 2012, que no foi editado pela instituio.

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    Palavras-chave: experimentao direta; ampliao do repertrio; representao;

    concepo; projeto de arquitetura.

    ABSTRACT

    As a result of the activities of the Research Group "Signagem of Contemporary

    Architecture", this paper emphasizes the need for testing the materials that are used in

    the execution of projects. In terms of research and teaching, demonstrates the need for

    formal speculations in order to expand the formal and technical students repertoire, as

    well as the establishment of new research methodologies. This way, assumes that direct

    experimentation of materiality precedes design: warns that graphic design (drawing),

    thought from an established repertoire is limited by it. It follows that the representations

    through the various features of the drawing, a lot of times are precarious given the

    complexity of the object designed.

    Keywords: direct experimentation; expanding the repertoire; representation, design,

    architecture design.

    RESUMEN

    Como resultado de las actividades del Grupo de Investigacin "Signagem de Arquitectura

    Contempornea", este trabajo resalta la necesidad de realizar pruebas de los materiales

    que se utilizan en la ejecucin de los proyectos. Como parte de la investigacin y la

    enseanza, demuestra la necesidad de especulaciones formales con el fin de ampliar el

    repertorio formal y tcnica de el estudiante, as como el establecimiento de nuevas

    metodologas de investigacin. De esta manera, se supone que la experimentacin directa

    de la materialidad precede al diseo: el diseo grfico alerta (dibujo), diseado a partir de

    un repertorio establecido est limitada por esto. De ello se deduce que las

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    representaciones a travs de las diversos posibilidades del dibujo, muchas veces son

    precarias debido a la complejidad del objeto diseado.

    Palabras clave: experimentacin directa, ampliar el repertorio, la representacin, el

    diseo, el diseo de la arquitectura.

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    CONCEITO EM ARQUITETURA:

    UMA EXPERINCIA DIDTICA VIVENCIADA

    INTRODUO

    Levando em conta as caractersticas do desenvolvimento de um programa de Ps-

    Graduao voltado s reflexes sobre as prticas projetuais, o artigo expe e prope

    reflexes sobre a proposio do trabalho didtico aqui apresentado, seus procedimentos

    metodolgicos, seus critrios de avaliao, e faz inferncias a partir do desenvolvimento

    real das experincias vivenciadas pelos cerca de 420 alunos das disciplinas Expresso e

    Representao do curso de graduao em Arquitetura e Urbanismo da FAU-Mackenzie. Essa

    experincia didtica agrega cinco reas de conhecimento: Desenho, Representao

    Grfica, Computao Grfica, Composio Tridimensional e Maquete. Enfatizando as

    questes estruturais, de carter linear, em construes de pequeno porte (da ordem de 18

    metros cbicos), os trabalhos percorrem etapas que vo da maquete escala real,

    envolvendo estudos de modelos (em pequenas dimenses e com materiais apenas

    representativos) e posterior projeto mediante recursos tridimensionais, escolha de

    materiais, suas conexes e execuo efetiva. Posteriormente, busca-se sua representao

    por meio de desenhos tcnicos, perspectivas e croquis: muitas vezes a complexidade do

    objeto, resultado dessa experimentao imediata dos materiais, dificulta a escolha do tipo

    de desenho que melhor o represente: conclui-se que, no fosse essa manipulao direta

    dos materiais, o objeto resultante no poderia ser concebido tal qual foi e resultaria em

    outro objeto.

    Nessas experimentaes, a questo do equilbrio do objeto proposto pressuposto

    essencial sob o ponto de vista funcional. Outras verificaes aqui enfatizadas so as

    semelhanas e desigualdades entre o que acontece com a maquete referencial (a

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    concepo do objeto) e o que acontece com a construo em escala real, o

    comportamento dos materiais com seus pesos especficos diferentes, as relaes

    dimensionais entre as peas das estruturas e os vos criados, a firmeza e/ou a flexibilidade

    das juntas e conexes, a possvel fixao ao solo e a vedao de alguns vos. A construo

    em escala real do objeto projetado ensina a pensar/fazendo, ou fazer/pensando; a

    manipulao direta dos materiais escolhidos, os acontecimentos em seu manejo, faz

    avanar o conhecimento pela descoberta de procedimentos no analisados

    anteriormente: questiona-se a o que foi pensado por meio de maquetes e desenhos, e os

    acertos e erros dos pressupostos ento acreditados como verdadeiros e lgicos.

    Do ponto de vista da expresso e da linguagem, as experincias testam as diversas

    percepes do usurio, as distintas visualidades provocadas por elementos tridimensionais:

    seu caminhar pelo entorno (360), seus afastamentos e aproximaes ao objeto, e seu

    movimento ao ingressar nos volumes edificados. Experimentam-se visualidades e

    envolvimentos corpreos distintos: os volumes externos e internos no so os mesmos.

    Ao final do artigo, oferecemos 11 pontos para reflexo da natureza tridimensional da

    arquitetura, seus conceitos inerentes, luz mais restrita do exerccio proposto: ainda que

    iniciais, trata-se de indagaes essenciais para o conhecimento da realidade arquitetnica.

    1. EXERCCIO CASULO

    Desenvolvimento de um casulo, entendido aqui como um aparente espao arquitetnico

    de pequenas dimenses, sem funes determinadas, permitindo ao observador sua

    visualizao em diversas distncias, o caminhar ao seu redor, e o seu ingresso no interior

    dos volumes gerados.

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    Figuras 1 e 2 ilustraes sobre o trabalho proposto: sem funes determinadas, as

    dimenses devem permitir o ingresso do observador no espao proposto.

    Os trabalhos foram realizados num perodo de um ms e meio com os seguintes objetivos:

    1. Desenvolver o pensamento em terceira dimenso, partindo de uma experimentao

    direta com varetas de madeira, bambu ou de pvc, tensionadas e /ou conectadas por linha

    flexvel.

    2. Reconhecimento das caractersticas fsicas dos materiais.

    3. Utilizao de varetas de aproximadamente 30 cm como estruturadoras do objeto.

    4. A modelagem como meio de investigao: a configurao de estruturas (o desenho em

    3D), portanto, sem a intermediao da representao grfica.

    5. A identificao dos aspectos da linguagem do projeto compatveis com a tecnologia

    empregada.

    6. A construo do prottipo e os croquis de sua concepo, contendo esquema de

    montagem de seus elementos constituintes.

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    2. MTODO DE TRABALHO

    Objetiva incentivar a experimentao direta, apostando na investigao laboratorial como

    partida para a sensibilizao do problema.

    Se for evidente que podemos aprender aplicando regras ou tcnicas, possvel tambm

    aprender, aprendendo a construir regras que podem e devem incorporar tcnicas

    prvias (a constituio do chamado repertrio do criador e do receptor).

    Trata-se de uma heurstica: um mtodo de construir mtodos prprios e pertinentes ao

    problema ou ao objeto de conhecimento.

    As cinco etapas de trabalho esto ilustradas e comentadas por meio das imagens

    registradas durante o processo.

    Figuras 3, 4 e 5 Primeira Etapa criao de estrutura modular. Especulao sobre as

    possibilidades formais permitidas por varetas de madeira ou bambu, quando tensionadas

    ou no por linhas, resultando em retas e/ou curvas.

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    3. CRITRIOS CONSIDERADOS NA AVALIAO DOS RESULTADOS

    A natureza representativa do material (suporte fsico) para o processo projetual (design): o

    material instrui o pensamento, oferecendo, de maneira qualitativa, solues formais e

    funcionais, o que concorre para o acabamento final - ele tanto melhor quanto maior a

    adequao entre a soluo proposta (design) e o material empregado (varetas rgidas,

    varetas flexveis e linhas de algodo). Assim, o desenvolvimento do projeto apoia-se nos

    processos produtivos disponveis, ou ainda, permitidos (conexes e atirantamentos entre

    as varetas utilizando-se apenas linhas), procurando demonstrar interdependncia entre

    linguagem e suporte material. Quando isso acontece, ou se torna evidente, o projeto se

    autoexplica: suas virtudes so facilmente demonstrveis o que denominamos conscincia

    do suporte material.

    Figuras 6, 7 e 8 Segunda Etapa concepo de espao volumtrico realizado com a

    manipulao direta dos materiais, sem um desenho grfico anterior: o projeto em terceira

    dimenso.

    Como desdobramento do desenvolvimento da conscincia do suporte, a passagem de

    elementos lineares (bidimensionalidade) para o tridimensional de volumes em arestas,

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    exige o reconhecimento das possibilidades estruturais do objeto gerado e das solicitaes

    de estabilidade fsica.

    Nesse sentido, uma pergunta quase definitiva se for formulada ao projeto desenvolvido:

    Voc o que voc quer ser?

    A resposta tambm percebida objetivamente pelas qualidades intrnsecas do projeto e

    ela, diferente de um formalismo que no traduz a natureza do suporte que gera a forma,

    sempre exige rigor no domnio do material. Daqui tambm se podem extrair elementos

    para uma potica.

    Figuras 9, 10 e 11 Terceira Etapa detalhes de conexes. Ao se transpor das maquetes

    para os materiais reais utilizados na construo em escala 1/1, verifica-se que os desenhos

    das junes, conexes e encaixes implicam no equilbrio da estrutura. Agora h o peso

    especfico de cada material (o que no acontece na maquete): percebe-se que a alma da

    estrutura reside no projeto dessas conexes. So as qualidades dessas ligaes que

    possibilitam a existncia da estrutura.

    Outros parmetros de valorizao e de avaliao percorrem as qualidades sintticas (ou

    gramaticais) do volume gerado: o raciocnio geomtrico; sua regularidade ou sua

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    metamorfose (a rotao da figura geomtrica, ou o movimento formal); o ritmo; os

    buracos e as vedaes planejadas; a considerao dos motivos apresentados para que o

    tornem uma suposta arquitetura, ainda que sem funes definidas.

    Sobre essa conscincia do suporte, h que reconhecer e valorizar as investigaes sobre

    os aspectos funcionais da estrutura gerada, agora pensada em escala que comporte o

    ingresso de um ser humano: os dados perceptivos quando o observador est afastado do

    objeto, quando ele se aproxima do mesmo e quando ele adentra nos espaos internos dos

    volumes gerados. Como fato tridimensional, estes trs aspectos devem ser estudados nos

    distintos pontos de vistas do observador quando ele se move ao redor e no interior do

    objeto.

    Figuras 12, 13, 14 e 15 Quarta Etapa montagem do casulo. Nesse processo construtivo

    so vivenciadas as facilidades ou dificuldades do projeto proposto, os procedimentos

    corpreos e manuais, a necessidade da existncia de vrias pessoas para sua execuo, a

    utilizao de ferramentas adequadas, o equilbrio ou rigidez entre as peas, a verificao

    do comportamento de materiais distintos existentes na estrutura etc. Vivenciar a

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    construo do objeto projetado implica num questionamento do desenho realizado: nesse

    ato, muitas vezes so redesenhadas as peas e suas conexes. Dessa maneira, os alunos

    percebem a importncia da tecnologia e do processo construtivo na concepo do objeto.

    Outros critrios podem ser aplicados, como o atendimento a algumas exigncias (ou

    fundamentos) de uma produo industrial, a racionalidade de sua produo, a seriao, a

    reduo de perdas de material, a adequao ao processo produtivo dos materiais

    empregados em sua elaborao, a sua qualidade de ser mais facilmente montado e

    desmontado.

    Figuras 16, 17 e 18 Exemplos de trabalhos finalizados.

    Um outro ncleo de questes pode ser formulado ao projeto desenvolvido:

    - Onde reside o valor esttico do volume estruturado, tematizando a ideia de casulo?

    - Alguns so mais bonitos porque so mais engenhosos?

    - E so engenhosos, porque so inusitados?

    - Outros so mais belos porque representam melhor uma sensibilidade contempornea?

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    Figuras 19, 20 e 21 Exemplos de trabalhos finalizados.

    4. ONZE PONTOS POLMICOS PARA A REFLEXO SOBRE A NATUREZA DA ARQUITETURA

    luz dessa experimentao, que envolve reflexes terico-abstratas, comportamentos e

    atitudes perante as qualidades fsicas dos materiais utilizados, escolha dos materiais a

    serem utilizados, verificao de custos, momentos de inflexes quanto diversidade de

    formas possveis, procedimentos quanto implantao do objeto no terreno, reflexes

    posteriores sobre a obra executada, so propostos onze pontos para reflexo sobre a

    natureza da arquitetura.

    A arquitetura, sendo uma possibilidade e no uma resposta lgica a programas lgicos, no

    objetiva resolver problemas mas propor solues. Nesse sentido, a arquitetura:

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    1- utiliza interligaes complexas de paradigmas amplos: tcnicos, estticos, culturais,

    geogrficos, ecolgicos, histricos, polticos;

    2- diferente de outras reas do conhecimento, no aplicao imediata de concepes

    tericas;

    3- no se atm a verificar e resolver problemas: prope, cria e molda realidades vivenciais

    enquanto processo social e interpessoal dinmico;

    4- diferente do conhecimento acumulado que gera paradigmas cristalizados, atua a cada

    instante de maneira distinta, redefinindo, segundo o caso, as prioridades no interior de

    inmeras variveis;

    5- no aplica tecnologias linearmente: utiliza algumas delas, mas tambm prope questes

    s reas tecnolgicas e indica possibilidades para o seu desenvolvimento.

    6- como o design, faz parte das artes utilitrias e, por sua natureza, requer diversidade de

    enfoques e mtodos pois trabalhada enquanto signagem (linguagem se preferirem)

    pois atua com uma enorme variedade de suportes de signagem, sua materialidade

    conceptiva e construtiva;

    7- no apenas trabalha com informaes: produz informaes;

    8- interfere e cria impactos que participam de alteraes sociais e produz cultura

    material: altera hbitos e comportamentos nas relaes interpessoais. No determina

    relaes sociais, mas proporciona ou dificulta sua expresso;

    9- no se limita ao raciocnio lgico: envolve tambm a sensibilidade, a percepo e o rico

    universo dos repertrios sociais e pessoais;

    10- objetiva um sistema de referncias culturais e sociais como componente esttico e de

    avaliao crtica;

    11- busca a cada instante sua forma e sua significao: interfere no processo de produo

    e no uso social e individual do edifcio e do espao urbano.

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