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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO RELATÓRIO FINAL DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO DESTINADA A INVESTIGAR A AÇÃO DE MILÍCIAS NO ÂMBITO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

121910307 Relatorio Milicia PDF

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    RELATRIO FINAL DA COMISSO

    PARLAMENTAR DE INQURITO

    DESTINADA A INVESTIGAR A

    AO DE MILCIAS NO MBITO DO

    ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

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    COMISSO PARLAMENTAR DE INQURITO

    (RESOLUO N 433/2008)

    PRESIDENTE: DEPUTADO MARCELO FREIXO

    VICE-PRESIDENTE: DEPUTADA CIDINHA CAMPOS

    RELATOR: DEPUTADO GILBERTO PALMARES

    MEMBROS EFETIVOS: DEPUTADO PAULO MELO

    DEPUTADO PEDRO PAULO

    DEPUTADO JOO PEDRO

    DEPUTADO ANDR CORRA

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    1. DO CONHECIMENTO DO FATO

    2. DA CONSTITUIO E FUNCIONAMENTO DA COMISSO

    2.1 - Da Constituio 2.2 - Da Composio

    2.3 - Da Presidncia, Instalao, Eleio do Vice-Presidente e do Relator.

    2.4 - Do Funcionamento

    3. DO PRAZO

    4. DA DOCUMENTAO

    4.1 - Ofcios expedidos

    4.2 - Documentos recebidos, anexos e depoimentos

    4.2.a Documentos administrativos 4.2.b Organizao dos Trabalhos. Documentos Recebidos e depoimentos /reunies por anexos

    4.3 - Editais de convocao 4.4 Atas

    5. RESUMO DAS REUNIES

    6. RECONHECIMENTOS, AGRADECIMENTOS e ELOGIOS

    7. VOTO DO RELATOR

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    1. DO CONHECIMENTO DO FATO

    A instaurao da Comisso Parlamentar de Inqurito foi requerida pelo

    Deputado MARCELO FREIXO em fevereiro de 2007, em decorrncia da extrema gravidade da situao das milcias em comunidades no Estado do Rio de Janeiro, com fortes indcios de envolvimento de policiais, civis e militares, bombeiros militares e agentes penitencirios. Essa situao extremamente grave exigiu do poder pblico, em 2008, uma resposta imediata, a partir do seqestro e tortura dos reprteres do jornal O DIA em uma favela do Rio de Janeiro.

    2. DA CONSTITUIO E FUNCIONAMENTO DA COMISSO 2.1 - Da Constituio

    A Comisso Parlamentar de inqurito foi constituda a partir do Projeto de Resoluo n 626/2008, nos termos do art. 30 do Regimento Interno da ALERJ, com prazo inicial de 90 (noventa) dias, prorrogveis por mais 60 (sessenta), sendo composta de 09 (nove) membros.

    O Projeto foi aprovado e deu origem Resoluo n 433/2008 publicada no D.O., de 11.06.2008.

    2.2 - Da Composio

    Pelo Ato E/GP/N 018/2008, publicado no D.O. de 13.06.08: O Presidente da Assemblia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, no

    uso das atribuies que lhe conferem os artigos 20, inciso III, alnea a e 24, caput, do Regimento Interno,

    RESOLVE:

    "Designar, para a composio da Comisso Parlamentar de Inqurito

    instituda pela Resoluo n 433/2008, como membros titulares, os Senhores Deputados MARCELO FREIXO PSOL Autor, PAULO MELO PMDB, GILBERTO PALMARES PT, PEDRO PAULO PSDB, JOO PEDRO DEM, ANDR CORREA PPS e PAULO RAMOS PDT.

    Rio de Janeiro, 12 de junho de 2008.

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    Deputado JORGE PICCIANI Presidente."

    OBS.: No D.O. de 24.09.08, foi publicado o Ofcio CTLS AP N 58/2008, de 12.09.08 no qual o Deputado PAULO RAMOS, membro da CPI, comunica a sua sada e indica a Deputada CIDINHA CAMPOS para substitu-lo como membro efetivo. O Ofcio recebeu o despacho: A IMPRIMIR

    NOVA COMPOSIO APS O ATO E/GP/N 025/2008 D.O. 25.09.08

    PRESIDENTE: DEPUTADO MARCELO FREIXO VICE-PRES: DEPUTADA CIDINHA CAMPOS RELATOR: DEPUTADO GILBERTO PALMARES MEMBROS: DEPUTADO PEDRO PAULO DEPUTADO JOO PEDRO DEPUTADO ANDR CORREA DEPUTADO PAULO MELO Na 19 Reunio Ordinria realizada em 30 de outubro de 2008, foi apresentado o nome da Deputada CIDINHA CAMPOS para ocupar a Vice-Presidncia retroativamente a 25.09.08, posta em votao a proposta foi aprovada por unanimidade

    2.3 - Da Presidncia, Instalao, Eleio do Vice-Presidente e Designao do Relator

    2.3.1 - Na forma Regimental assumiu a Presidncia da Comisso o

    Senhor Deputado MARCELO FREIXO

    2.3.2 - Aos dezenove dias do ms de junho de dois mil e oito s nove horas e trinta minutos, na sala nmero trezentos e onze do Palcio Tiradentes, sede do Poder Legislativo do Estado do Rio de Janeiro, foi realizada a reunio de instalao da Comisso, com o objetivo de eleger o Vice-Presidente e o Relator. Em seguida, foi realizada a eleio com tomada nominal de votos, tendo sido eleitos o Senhor Deputado PAULO RAMOS para a Vice-Presidncia e o Senhor Deputado GILBERTO PALMARES para a Relatoria da Comisso.

    2.4 - Do funcionamento Devidamente instalada e estabelecidas as normas gerais de seu

    funcionamento, a Comisso realizou 01 (uma) Reunio de Instalao, 20 (vinte) Reunies Ordinrias, 03 (trs) Reunies Extraordinrias e 01 (uma) Reunio de Encerramento.

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    3. DO PRAZO

    A Comisso iniciou seus trabalhos em dezenove de junho de dois mil e oito e encerrou seu primeiro prazo regimental de 90 (noventa) dias em 15 de setembro e aps uma prorrogao de 60 (sessenta) dias encerrou suas atividades em 14 de novembro de 2008. De acordo com o Regimento Interno da ALERJ, a Comisso tem mais quinze dias para entrega do Relatrio ao Departamento de Comisses Temporrias, que ter mais cinco dias para encaminh-lo Secretaria-Geral da Mesa Diretora.

    4. DA DOCUMENTAO

    4.1 Ofcios Expedidos

    N

    DATA

    DESTINATRIO/NOME

    EMPRESA/CARGO

    ASSUNTO

    001 19.06.08 1 Secretria ALERJ Designao do Secretrio

    002 19.06.08 Editor O DIA Sol.material s/milcias

    003 19.06.08 Editor O GLOBO Sol.material s/milcias

    004 19.06.08 Editor JB Sol.material s/milcias

    005 19.06.08 Editor EXTRA Sol.material s/milcias

    006 19.06.08 Sr. Celso Athaide CUFA-Central nica das Favelas

    Sol. material s/milcias

    007 19.06.08 Sr. Rossino Castro Diniz FAFERJ Sol. material /milcias

    008 19.06.08 Dr. Jos Mariano Beltrame

    SSP/Chefia da Pol. Civil e Comte. da PM

    Sol. material s/milcias

    009 19.06.08 Dr. Cesar Rubens M. de Carvalho

    SEAP Sol. viabilizar vinda dos Srs. OCIAN e ANTONIO SALUSTIANO

    010 19.06.08 Dep. Jorge Picciani Pres. ALERJ Com. Funcionamento no recesso

    011 19.06.08 Editor O DIA Sol.documentos RESERVADO

    012 19.06.08 Editor O GLOBO Sol. documentos RESERVADO

    013 19.06.08 Editor JB Sol. documentos

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    RESERVADO

    001 19.06.08 Editor EXTRA Sol. documentos RESERVADO

    015 19.06.08 Dr. Jos Mariano Beltrame

    SSP/Chefia de Pol.Civil e Comte. da PM

    Sol. documentos RESERVADO

    016 19.06.08 Dep. Jorge Picciani Pres. ALERJ Sol. sala reservada

    017 20.06.07 Dr. Cesar Rubens M. de Carvalho

    SEAP Sol.material s/milcias

    018 20.06.08 Dr. Cesar Rubens M. de Carvalho

    SEAP Sol. documentos RESERVADO

    019 20.06.08 Dr. Sergio Luiz Crtes da Silveira

    SESDEC/Comte. CBMERJ

    Sol.material s/milcias

    020 20.06.08 Del. Valdinho Jacinto Caetano

    Sup. Regional do Rio de Janeiro da Pol. Federal

    Sol.material s/milcias

    021 20.06.08 Gal. Mario Madureira Chefe do Estado Maior do C. Militar do Leste

    Sol. documentos RESERVADO

    022 20.06.08 Dr. Cesar Maia Prefeito do Municpio do Rio de Janeiro

    Sol.material s/milcias

    023 23.06.08 Dr. Sergio Luiz Crtes da Silveira

    SESDEC/Comte. CBMERJ

    Sol. documentos-RESERVADO

    024 26.06.08 Dep. Jorge Picciani Pres. ALERJ Sol. computadores

    025 26.06.08 Del. Sergio Simes Caldas

    Titular do DPC Sol. viabilizar a vinda de Pol. Civis

    026 26.06.08 Del. Marcus Antonio N. Pereira

    35 DP Convocao

    027 26.06.08 Dep. Graa Matos 1 Secretaria Retifica Of. 001/08

    028 26.06.08 Drs. Igncio Cano e Joo Trajano Santo S

    UERJ Sol. estudos de sua autoria sobre milcias

    029 26.06.08 Dr. Marfan M. Vieira MPERJ Sol. documentos

    030 26.06.08 Dr. Marfan M. Vieira MPERJ Sol. documentos

    031 27.06.08 Dr. Jailson S. e Silva Observatrio das Favelas

    Sol.estudos s/milcias

    032 27.06.08 Dras. Julita Lemgruber e Silvia Ramos

    CESEC Sol.estudos s/milcias

    033 27.06.08 Dr. Jos Cludio S.Alves UFRRJ Sol.estudos s/milcias

    034 27.06.08 Dr. Luiz Eduardo Soares UERJ Sol.estudos s/milcias

    035 30.06.08 Dr. Marcelo Burgos PUC/RJ Sol.estudos s/milcias

    036 30.06.08 Dr. Michel Misse UFRJ/IFCS Sol.estudos s/milcias

    037 30.06.08 Dr. Roberto Kant de Lima UFF Sol.estudos s/milcias

    038 30.06.08 Drs. Glucio Soares e Luiz Antonio Machado

    IUPERJ Sol.estudos s/milcias

    039 30.06.08 Dra. Alba Zaluar UERJ Sol.estudos s/milcias

    040 30.06.08 Dra. Jacqueline Muniz IBCCRIM Sol.estudos s/milcias

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    041 30.06.08 Dr. Geraldo Tadeu Monteiro

    IBPS Sol.estudos s/milcias

    042 30.06.08 Dr. Manuel Thedim IETS Sol.estudos s/milcias

    043 30.06.08 Dr. Jos Mariano Beltrame

    Secretaria de Estado de Segurana

    Cesso de Servidores

    044 02.07.08 Dr. Tarso Genro Ministro da Justia Cesso de Servidor

    045

    (*) 02.07.08 Cel. Gilson Pitta Lopes Comte-Geral da PM Reitera Ofcios. 008 e

    015

    046 03.07.08 Dep. Jorge Picciani Pres. da ALERJ Sol. material de Informtica

    047 03.07.08 Dep. Jorge Picciani Pres. da ALERJ Sol. impressora e fax

    048 08.07.08 Cel.Gilson Pitta Comte-Geral da PM Sol. cesso de servidor

    049 10.07.08 A/C. Vanessa A.Cortes VIVA RIO Sol.estudos s/milcias

    050 10.07.08 A/C. Sra. Rafael Dias JUSTIA GLOBAL Sol.estudos s/milcias

    051 10.07.08 Dr. Marcus Antonio N. Pereira

    Del. Da 35 DP Convocao de Escrivo

    052 10.07.08 Dr. Marfan M. Vieira MPERJ Convite a Promotores

    054 24.07.08 Cel. Ubiratan ngelo Universidade C. Mendes

    Sol.estudos s/milcias

    055 22.07.08 Dr. Roberto Wider TRE Sol.mapas eleitorais

    056 24.07.08 Sra. Jacqueline Muniz IBCCRIM Convite

    057 24.07.08 Dr. Haroldo Lima ANP Convite

    058 24.07.08 Dr. Marfan Vieira MPERJ Reitera Ofcios 029 e 030

    059 24.07.08 Dr. Cesar Maia Prefeitura do Rio de Janeiro

    Acusa rec. de resposta e reitera Ofcio 022

    060 24.07.08 Dr. Cesar Rubens M. de Carvalho

    SEAP Acusa rec. de resposta e reitera Ofcio 018

    061 24.07.08 Dr. Jos Mariano Beltrame

    SSP/Chefia de Pol.Civil e Comte. da PM

    Acusa recebimento de docs. e reitera complementao

    062 24.07.08 SSP/Chefia de Pol.Civil e Comte. da PM

    SSP/Chefia de Pol.Civil e Comte. da PM

    Reitera Ofcios 019 e 023

    063(*)

    25.07.08 Sra. Valria Galvo DGRH Sol. infs. s/servidor

    064 25.07.08 Dr. Cesar Augusto Barbiero

    Sup. Regional da Receita Federal

    Sol. informaes

    065 28.07.08 Editor O DIA Reitera Ofs. 002 e 011

    066 28.07.08 Editor O GLOBO Reitera Ofs. 003 e 012

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    067 28.07.08 Editor JB Reitera Ofs. 004 e 013

    068 28.07.08 Editor EXTRA Reitera Ofs. 005 e 014

    069 31.07.08 Dr. Jailson Souza e Silva Observatrio das Favelas

    Reitera Of. 031

    070 31.07.08 Drs. Julita Lemgruber e Silvia Ramos

    CESEC Reitera Of.032

    071 31.07.08 Dr. Jos Claudio S. Alves UFRRJ Reitera Of. 033

    072 31.07.08 Dr. Jos Igncio Cano e J. Trajano S. S

    UERJ Reitera Of. 028

    073 31.07.08 Dr. Marcelo Burgos PUC Reitera Of. 035

    074 31.07.08 Dr. Michel Misse UFRJ Reitera Of. 036

    075 31/07/08 Dr. Roberto Kant UFF Reitera Of. 037

    077 31/07/08 Dra. Alba Zaluar UERJ Reitera Of. 038

    078 31/07/08 Dr. Jos M. Beltrame SSP Sol. investigao

    079 31.07.08 Dr. Geraldo T. Monteiro IBPS Reitera Of. 041

    080 31.07.08 Dr. Manuel Thedim IETS Reitera Of. 042

    081 31.07.08 Dr. Luiz Eduardo Soares UERJ Convite

    082 31.07.08 Dr. Cludio Ferraz Delegado da DRACO Convite

    083 1.08.08 - SSP/Com. Segurana Pblica da ALERJ/Sub-Procurador de Dir.Humanos do MPERJ

    Denncia

    084 07.08.08 Dr. Douglas Giovannini Ultragz Convite

    085 06.08.08 A/C Vanessa Cortes Viva Rio Reitera Of. 049

    086 06.07.08 A/C Rafael Dias Justia Global Reitera Of. 050

    087 07.08.08 Dr. Cesar Augusto Barbiero

    Sup. da Receita Federal

    Incluso de nome

    088 07.08.08 Dr. Sergio Bandeira de Melo

    SINDIGS Convite

    089 08.08.08 Dr. Marfan Martins Vieira MPERJ Convite ao Promotor de Santa Cruz

    090 08.08.08 Dr. Pedro Paulo P. Pinho Del. Da 32 DP Convite

    091 08.08.08 Dr. Rossino C. Diniz FAFERJ Reitera Of. 07

    092 11.08.08 Dep.Luiz Paulo e Comte Bittencourt

    Corregedoria da ALERJ Resp. Of. CP 35/08

    093 11.08.08 Dep.Luiz Paulo e Comte Bittencourt

    Corregedoria da ALERJ Complementa Of. 092 RESERVADO

    094 11.08.08 Dr. Marfan Martins Vieira MPERJ Reitera Of. 029

    095 11.08.08 Dr. Marfan Martins Vieira MPERJ Reitera Of. 030

    096 11.08.08 Dr. Marfan Martins Vieira MPERJ Convite

    097 11.08.08 Dr. Jos Mariano Beltrame

    SSP Convite

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    098 14.08.08 Dr. Roberto Wider TRE Acusa rec. de dados e sol.esclarecimentos

    099 14.08.08 Dr. Douglas Giovannini ULTRAGS Convite

    100 14.08.08 Dr. Srgio Bandeira de Melo

    SINDIGS Convite

    101 14.08.08 Dr. Haroldo Lima ANP Convite

    102 21.08.08 Dep. Luiz Paulo e Comte Bittencourt

    Corregedoria da ALERJ Encaminha docs.

    103 25.08.08 Dr. Jos Igncio Cano UERJ Convite

    104 26.08.08 Des. Roberto Wider Presidente do TRE Reitera termos do Of. 055/08

    05 26.08.08 Dr. Marfan M. Vieira Procurador-Geral de Justia

    Convite

    106 27.08.08 Dr Jos M. Beltrame Secretaria de Estado de Segurana

    Encaminha denncia

    107 1.09.08 Del. Valdinho J. Caetano Sup.Regional da Polcia Federal

    Encaminha denncia

    108 02.09.08 Ver. Josinaldo Francisco da Cruz

    Cmara de Vereadores do Rio de Janeiro

    Convocao

    109 02.09.08 Cel. Bombeiro Pedro Marco C. Machado

    Comandante do Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro

    Sol. viabilizar a vinda do Sargento Bombeiro Cristiano Giro

    110 04.09.08 Sr. Eduardo Gomes Rocha

    Diretor da TV ALERJ Sol. cpia de todas as gravaes feitas das reunies

    111 04.09.08 Des. Roberto Wider Presidente do TRE Reitera Of. 098/08

    113 10.09.08 Ver. Luiz Andr Ferreira da Silva

    Cmara de Vereadores do Rio de Janeiro

    Convocao

    114 (*)

    10.09.08 Des. Roberto Wider Presidente do TRE Sol. identificar reas de atuao de milcias para o exrcito

    115 10.09.08 Dr. Jos M. Beltrame Sec. de Estado de Segurana

    Enc. Cpia de depoimentos

    116 10.09.08 Dr. Jos M. Beltrame Sec. de Estado de Segurana

    Sol. reforo de segurana

    117 10.09.08 Cel. Gilson Pitta Lopes Com.-Geral da PM Sol. viabilizar vinda do Sargento Luiz Monteiro da Silva

    118 (*)

    10.09.08 Ver. Aloisio Freitas Pres. da Cmara de Vereadores do RJ

    Com. convocao do Ver. Luiz Andr F. da Silva

    119 11.09.08 Dep. Luiz Paulo e Comte Bittencourt

    Corregedoria da ALERJ Encaminha docs.

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    120 12.09.08 Promotoras Christiane Monnerat e Marcia Velasco

    MPERJ Enc. cpia de depoimentos

    121 16.09.08 Ver. Sebastio F. da Silva Cmara Municipal de Duque de Caxias

    Convocao

    122 16.09.08 Ver. Ezequiel D.Loureno Cmara Municipal de Duque de Caxias

    Convocao

    123 16.09.08 Des. Roberto Wider Presidente do TER Conf. Recebimento do Of. GP 598/08

    124 16.09.08 Dep. Marcelo Itagiba Cmara dos Deputados

    Convite

    125 16.09.08 Ver. Josinaldo F. da Cruz Cmara dos Vereadores do RJ

    Convocao

    126 16.09.08 Dep. Marina Magessi Cmara dos Deputados Confirma data de participao

    127 17.09.08 Dra. Marcia T. Velasco Promotora de Justia Encaminha cpia de depoimentos de 16.09.08

    128 17.09.08 Secretaria da Comisso Permanente de Direitos Humanos

    - Encaminha denncia

    129 17.09.08 Dr. Rivaldo Barbosa Subsecretrio de Segurana

    Encaminha denncia

    130 17.09.08 Ten.Cel.PM Carlos Eduardo Ribeiro e Souza

    Chefe da 1 DPJM/PMERJ

    Encaminha cpia de depoimentos de 16.09.08

    131 18.09.08 Ten.Cel. Andr Leonardo P. Fernandes

    Comandante do 18 Batalho da PMERJ

    Sol. cpia de procedimentos

    132 18.09.08 Cel. Gilson Pitta Lopes Comandante Geral da PMERJ

    Sol. cpia do laudo de exame psicotcnico

    133 19.09.08 Dr. Jos Mariano Beltrame

    Sec. de Estado de Segurana

    Sol. proteo policial

    134 25.09.08 Cel. Gilson Pitta Lopes Comandante-Geral da PMERJ

    Sol. viabilizar a vinda do 3 Sargento PM Geiso P. Turques

    135 25.09.08 Ver. Geiso P. Turques Cmara Ver. S. Gonalo

    Convocao

    136 25.09.08 Getulio R. Gamas - Convocao

    137 25.09.08 Marco Aurelio F. Moreira - Convocao

    138 25.09.08 Dra. Christianne Monnerat e MarciaT. Velasco

    Promotoras de Justia Encaminha cpia de depoimento

    140 30.09.08 Dr. Jos Mariano Beltrame

    SESEG Comunica denncia recebida durante

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    depoimento

    141 30.09.08 Dr. Jos Mariano Beltrame

    SESEG Comunica denncia recebida em depoimento

    142 01.10.08 Dr. Jos Mariano Beltrame

    SESEG Encaminha denncia annima

    143 01.10.08 Del. Valdinho J. Caetano Sup.Regional da Pol. Federal no RJ

    Encaminha denncia annima

    144 01.10.08 Dra. Marcia Velasco Promotora de Justia Encaminha cpia de depoimentos de 30.09.08

    145 01.10.08 Dep. Jorge Babu - Convite

    146 01.10.08 Sr. Elton Babu - Convocao

    147 07.10.08 Des.Dr. Antonio Eduardo F. Duarte

    Pres. da 3 Cmara Cvel do TJ

    Sol. cpia do inteiro teor do processo 2008.065.00017

    148 07.10.08 Dr. Rodolfo Pinheiro de Moraes

    Titular do Cartrio de Reg. Civil de Pessoas Jurdicas

    Sol. cpia do Estatuto e das Atas das AGOs de A. de Moradores

    149 07.10.07 Des. Dr. Gustavo Leite CGU Sol. cpia de inteiro teor da Sind. Adm. Disciplinar instaurada pela Portaria 074/2007

    150 07.10.08 Dr. Claudio Ferraz Del. da DRACO Sol. cpia de inqurito nos autos do Proc. MPRJ 200700116763

    151 07.10.08 Dep. Marcelo Itagiba Cmara dos Deputados Reitera agendamento de participao

    152 08.10.08 Sr. Edson L. dos Santos Cmara dos Vereadores

    Encaminha cpia dos depoimentos do Ver. Josinaldo F. da Cruz

    154 08.10.08 Dr. Arolde de Oliveira Sec. Mun. de Transportes

    Convite

    155 08.10.08 Dr. Rogrio Onofre Pres. do DETRO Convite

    156 08.10.08 Sr. Sergio Loureiro Pres. do SINTRAL/RJ Convite

    157 08.10.08 Dr. Jos Mariano Beltrame

    Sec. de Segurana Convite

    158 08.10.08 Sr. Jos Antonio Felix Presidente da NET Convite

    159 08.10.08 Sr. Luiz Eduardo B. da Rocha

    Presidente da SKY BRASIL

    Convite

    160 08.10.08 Sr. Giovander C. Silveira Presidente da ABTELMIN

    Convite

    161 08.10.08 Sr. Leila Loria Presidente da TV A Convite

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    13

    162 08.10.08 Sr. Luiz Antonio S. da Silva

    Presidente do SINTTEL Convite

    163 08.10.08 Sr. George Paiva Presidente do SINDIMEST

    Convite

    164 08.10.08 Del. Valdinho J. Caetano Sup. Regional da Polcia Federal

    Convite

    165 08.10.08 Dr. Jos Mariano Beltrame

    Sec. de Segurana Convite

    166 08.10.08 Dr. Ronaldo Sardenberg ANATEL Convite

    167 14.10.08 Sr. Helio Ricardo A. de Souza

    Presidente do SINDTRANSRIO

    Convite

    168 14.10.08 Sr. Sebastio Faria Pres. do DETRAN Convite

    169 14.10.08 Sr. Sebastio Faria Pres. do DETRAN Requisita relao de autuaes s/transp.alternativo

    170 14.10.08 Dr. Rogrio Onofre Pres. do DETRO Requisita relao de autuaes s/transp.alternativo

    171 15.10.08 Dr. Rodolfo P. de Moraes Titular do Cartrio de Reg. Civil de P. J.

    Reitera Of. 148/08, alterando nome da comunidade

    172 16.10.08 Des. Alberto Mota Moraes

    TER Reitera Of. 153

    173 16.10.08 Dra. Eliana Polo SRRF Reitera Of. 064

    174 21.10.08 Dep. Marcelo Itagiba Cmara dos Deputados Acusa rec. de resp. e sugere nova data de participao

    175 21.10.08 Sr. Adilson Alves Mendes Titular 9 Ofcio RGI Sol. certides

    176 23.10.08 Dep. Marcelo Itagiba Cmara dos Vereadores

    Sol. reagendamento de participao

    177 28.10.08 Dr. Jos Mariano Beltrame

    Sec. de Segurana Encaminha denncia ref. ao loteamento Retiro dos Motoristas

    178 28.10.08 Sr. Adilson A. Mendes 9 Ofcio RGI Sol. certides

    179 30.10.08 Ver. Aluisio de Freitas Pres. Cmara dos Vereadores

    Sol. F de Ofcio dos ocupantes da Chefia do Depto. de Transportes

    180 03.11.08 Del.Valdinho J. Caetano Sup. da Polcia Federal Sol. cpia de inqurito

    181 04.11.08 Dr. Cesar Maia Prefeito do Mun. do RJ Sol. inteiro teor de processo de concesso de alvar e iseno de IPTU

    182 04.11.08 Cel.Pedro Marco Cruz CBMERJ Sol. inteiro teor do

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    14

    Machado processo de concesso de Cert. de Aprovao

    183 06.11.08 Dep. Marcelo Itagiba Cmara dos Deputados Encaminha perguntas

    (*) Ofcios cancelados

    4.2. Documentos Recebidos, anexos por assunto e depoimentos

    4.2.a Documentos administrativos

    N

    DATA

    EMPRESA

    ASSUNTO

    Of.06994/1212/ 2008

    17.07.08 SESEG/ CINPOL

    Resposta aos Of. 008 e 015

    Ofcio GP/cem n 28-A

    24.07.08 Prefeitura do Rio de Janeiro

    Resposta ao Of. 022/2008

    Ofcio GDN N 083/2008

    26.06.08 Gab. Dep. Natalino

    Sol. transcrio e vdeo da reunio do dia 26.06.08

    Ofcio GDN N 086/2008

    02.07.08 Gab. Dep. Natalino

    Sugere convite ao Padre da Igreja de Santa Sofia a prestar esclarecimentos CPI

    Ofcio GDGP N 34/2008 AL

    07.07.08 Dep. G. Palmares Apresenta propostas para deliberao

    Ofcio GP/CEM n 28-a

    24.07.08 Prefeitura do RJ-Coorden.Militar

    Resposta ao Ofcio 022/2008

    Ofcio CP N 35/2008

    07.08.08 Corregedoria Parlamentar

    Sol. docs. relativos ao Deputado Natalino Guimares

    - 04.09.08 Sahione Advogados

    Requer a juntada de procurao

    Ofcio Gab Cmdo n 198/2008

    05.09.08 Corpo de Bombeiros Militar ERJ

    Apresenta o 2 Sargento Bombeiro Cristiano Giro Matias

    Ofcio n 2772/2008-GAB/SESEG

    10.09.08 SESEG Solicita cpia do depoimento do Vereador JOSINALDO F. DA CRUZ

    Ofcio n 2244/2558/2008

    - PMERJ/ Chefe da 1 DPJM

    Sol. cpia dos depoimentos do Vereador LUIZ ANDR F. DA SILVA e do Sr. LUIZ MONTEIRO DA SILVA

    GVNDRDP/N 0166/08

    24.09.08 Vereador JOSINALDO F.

    Sol. cpia da gravao de udio e vdeo de seus depoimentos CPI

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    15

    DA CRUZ

    Ofcio n 3126/2008/GAB/ SESEG

    13.10.08 SESEG Resposta ao Ofcio n 157

    Ofcio GDDB/141/08

    16.10.08 Dep. Domingos Brazo

    Sol. gravao de todas as audincias da CPI

    Ofcio 3171/2008 28/10/08 9 Ofcio RGI Resp. Ofcio 175/08

    4.2.B Organizao dos trabalhos. Documentos recebidos e

    depoimentos/reunio - por anexos Considerando a complexidade dos assuntos abordados e o grande nmero de documentos recebidos, foi estabelecida a metodologia de separao dos assuntos por anexos (disque-milcia e outras denncias, inteligncia, segurana e justia, eleitoral, finanas, imprensa e acadmico), tendo sido feitos resumos analticos especficos, bem como toda a documentao pertinente colocada em apndice prprio, conforme a seguir. a) APNDICE DO DISQUE-MILCIA E OUTRAS DENNCIAS ANNIMAS

    I. Anlise geral das denncias recebidas sobre as milcias

    contendo 129 pgs.

    II. Disque-milcias, totalizando 1.162 denncias.

    III. Outras Denncias Annimas, totalizando 44:

    3.1. Ofcio AL-ALERJ n 251028 de 08 de agosto de 2008 Denuncia annima sobre as Comunidades da Carobinha, Barbante e Villar Carioca, envolvendo policiais civis e milcias. 3.2. Ofcio AL-ALERJ n 251294 de 02 de setembro de 2008 Denuncia annima sobre a atuao de milcia na Taquara.

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    16

    3.3 Ofcio AL-ALERJ n 251654 de 02 de setembro de 2008 Denuncia annima sobre a atuao de Joo Magalhes em grupo de extermnio em Belford Roxo. 3.4. III. Ofcio AL-ALERJ n 251947 de 02 de outubro de 2008 Denuncia annima sobre a atuao de milicianos no bairro Nossa Senhora da Glria em Maca. 3.5. III. Ofcio AL-ALERJ n 252108 de 14 de outubro de 2008 Denuncia annima sobre a possvel central clandestina de TV a cabo e escuta telefnica na Praa da Bandeira. 3.6. Denuncia annima sobre a atuao de milicianos atuando na rea de Campo Grande, encaminhadas atravs do Ofcio n 106/08 de 27 de agosto de 2008 da Comisso Parlamentar de Inqurito destinada a investigar a ao de milcias no mbito do Estado do Rio de Janeiro para o Secretrio de Segurana Pblica do Estado do Rio de Janeiro. Documento contendo 18 pginas. 3.7. Outras denncias annimas, versando sobre: milcias, segurana clandestina e outros fatos, totalizando 36 denncias, incluindo o Ofcio CDDH N 130/07, de 23/10/08, da Comisso de Defesa dos Direitos Humanos, apresentando denncia de milcia no loteamento Retiro dos Motoristas.

    Total geral de denncias annimas: 44 denncias.

    b) APNDICE DE INTELIGNCIA DOCUMENTOS RESERVADOS/SIGILOSOS/CONFIDENCIAIS

    I. Relatrio de Inteligncia n 02624/1212/08-C2CB, de 25 de maro de 2008,

    da Subsecretaria de Inteligncia do Estado do Rio de Janeiro, contendo 02

    (duas) pginas.

    II. Relatrio de Inteligncia n 4604/1212/08-C2BM, de 21 de maio de 2008,

    da Subsecretaria de Inteligncia do Estado do Rio de Janeiro, contendo uma

    pgina.

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    III. Relatrio de Inteligncia n 05390RL/1212/08-C2CB, de 11 de junho de

    2008, da Subsecretaria de Inteligncia do Estado do Rio de Janeiro,

    contendo 03 (trs) pginas.

    IV. Relatrio de Inteligncia n 6103/1212/08-C3MB, de 23 de junho de 2008

    da Subsecretaria de Inteligncia do Estado do Rio de Janeiro, contendo 02

    (duas) pginas.

    V. Relatrio de Inteligncia n 6001RL/1212/08-C2BM, de 23 de junho de

    2008, da Subsecretaria de Inteligncia do Estado do Rio de Janeiro,

    contendo uma pgina.

    VI. Ofcio n 2183/0001/98 de 23 de julho de 2008, da Secretaria de

    Segurana Publica do Estado do Rio de Janeiro, encaminhando relatrio

    confidencial da Subsecretaria de Inteligncia sobre as milcias, contendo 52

    pginas e uma Mdia (CD-ROM) gravada com o mesmo teor.

    VII. Ofcio SEAPGS n 623/2008 de 31 de julho de 2008 da Secretaria de

    Administrao Penitenciria do Estado do Rio de Janeiro, encaminhando

    relatrio reservado sobre milcias, oriundo da Superintendncia de

    Inteligncia do Sistema Penitencirio (SISPEN), contendo 08 (oito) pginas.

    VIII. Despacho n 000088-08-SS30/S31/PM2 da EMG/PM2 de 31 de julho de

    2008, encaminhando em carter reservado documentos sobre as milcias no

    Estado do Rio de Janeiro, contendo 74 (setenta e quatro) pginas.

    IX. Ofcio n 7849/1212/2008 de 11 de agosto de 2008, da Coordenadoria de

    Inteligncia da Polcia Civil do Estado do Rio de Janeiro, encaminhando uma

    Mdia (CD-ROM), contendo dados confidenciais sobre milcias no mbito do

    Estado do Rio de Janeiro.

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    18

    X. Relatrio de Inteligncia n 8159RL/1212/08-C2CB, de 20 de agosto de

    2008, da Subsecretaria de Inteligncia do Estado do Rio de Janeiro,

    contendo uma pgina.

    XI. Ofcio n 8365/1212/2008 de 26 de agosto de 2008, da Coordenadoria de

    Inteligncia da Polcia Civil do Estado do Rio de Janeiro, encaminhando o

    Relatrio de Inteligncia de carter confidencial e urgente, n 8129/RL/1212-

    C2BM de 19/09/08, contendo uma pgina.

    XII. Relatrio de Inteligncia n 8462/1212/08-C2CL, de 27 de agosto de

    2008, da Subsecretaria de Inteligncia do Estado do Rio de Janeiro,

    contendo uma pgina.

    XIII. Relatrio de Inteligncia n 8980RL/1212/08-C2CB, de 09 de setembro

    de 2008, da Subsecretaria de Inteligncia do Estado do Rio de Janeiro,

    contendo 02 (duas) pginas.

    XIV. Relatrio de Inteligncia n 9891RL/1212/08-C2AS, de 01 de outubro de

    2008 da Subsecretaria de Inteligncia do Estado do Rio de Janeiro, contendo

    02 (duas) pginas.

    OBS.: disponibilizao sujeita legislao prpria

    c) APNDICE DE SEGURANA E JUSTIA - volume I

    1. Documento s/n, de 11.06.08, recebido da 35 DP, Solicitao de Servios, Correspondncia Interna 058281-1035/2008;

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    19

    2. Documento s/n, de 11.06.08, recebido da 35 DP, Solicitao de Servios, Correspondncia Interna 058269-1035/2008; 3. Cpia de Requerimento de Liberdade Provisria de ANTONIO SANTOS SALUSTIANO e OCIAN GOMES RANQUINE SALUSTIANO, datado de 12.06.07; 4. Ofcio SEAPGS N 541/2008, de 27.06.08, recebido da SEAP em resposta ao Ofcio 017/08; 5. Ofcio 2962/2008/OF, de 18.07.08, recebido do TJ - Regional de Campo Grande, encaminhando Termo de Depoimento; 6. Ofcio s/n da 35 DP, datado de 22.07.08, referente priso em flagrante de Parlamentar; 7. Ofcio 3044/2008/OF, de 23.07.08, recebido do TJ - Regional de Campo Grande, encaminhando cpia da fl. 360/362 dos autos do processo 2008.205.018917-0; 8. Registro de Ocorrncia n 030-03438/2008, de 27.07.08 da 30 DP; 9. Ofcio 3211/2008/OF, de 31.07.08, recebido do TJ - Regional de Campo Grande,encaminhando cpia dos depoimento de fls. 163/165 dos autos do processo 2008.05.018286-1; 10. Ofcio 3216/2008/OF, de 31.07.08, recebido do TJ - Regional de Campo Grande, encaminhando cpia do Termo de Interrogatrio do Acusado no processo 2008.205.022043-6; 11. TJ rgo especial 31/07/08 - depoimento de testemunha rus: NATALINO JOS GUIMARES e outros; 12. Ofcio 3240/2008/OF, de 01.08.08, recebido do TJ - Regional de Campo Grande,encaminhando cpia dos Termos de Declaraes prestadas por acusados no processo 2008.205.022375-9; 13. Ofcio 3381/2008/OF, de 11.08.08, recebido do TJ - Regional de Campo Grande, encaminhando cpias dos termos de declaraes prestadas processo 2008.205.006707-5; 14. MPERJ Ofcio AFAOCRIM n 434/2008, de agosto de 2008, resposta ao Ofcio CPI 058/08 anexando cpias de documentos referentes aos Deputados BABU e NATALINO;

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    - volume 2 15. Ofcio 1319/1405/2008, de 14.08.08, recebido da DRACO; 16. Documentos entregues pelo Delegado Pedro Paulo Pontes Pinho, em reunio realizada em 14.08.08; 17. Ofcio n 447/08, de 20.08.08 da 2 Promotoria de Justia junto 1 Vara Criminal de Santa Cruz MPERJ - sobre atuao de milcias naquela rea; 18.- Ofcio 369/08, de 1.09.08, recebido do Deputado Estadual JORGE BABU, abrindo seus sigilos telefnico, bancrio e fiscal; 19. Secretaria de Segurana Ofcio n 2698/2008-GAB/SESEG de 04.09.08, resposta ao Ofcio 008/08; 20. Sentena referente ao Processo 2007.001.034901-0 referente ao penal em face de JOSINALDO FRANCISCO DA CRUZ; 21.- MPERJ - Ofcio AFAOCrim n 494 de 09/09/08 com Peas de Informao n 2008.062.00014 denncia contra JORGE LUIZ HAUAT, de 27/08/08; 22. Ofcio 7142-SJ DE 11.09.08 da Polcia Militar em resposta ao Ofcio 008/08; 23. MPERJ Ofcio n 067/08 de 08.09.08 - Primeira Central de Inquritos,19 Promotoria de Investigao Penal - IP n 003/07 denncias em face de JOSINALDO FRANCISCO DA CRUZ, ANDR LUIZ DA SILVA MALVAR e RAPHAEL MOREIRA DIAS; 24. MPERJ Ofcio n 068/08 de 08.09.08 denncia em face de ref.: IP n 003/07 DH OESTE JOSINALDO FRANCISCO DA CRUZ; 25. MPERJ Ofcio n 069/08 de 08.09.08, procedimento que apura crime de prostituio infantil no bairro Gardnia Azul; 26. MPERJ ofcio n 070/08 de 08.09.08, ref.: IP n 044/04 DH OESTE, denncia em face de CRISTIANO GIRO; 27. MPERJ ofcio 074/08 de 15.09.08, primeiro central de inquritos 19 Promotoria de Investigao Penal, anexando IPs 450/07. 5104/08 e 004/08;

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    28. MPERJ ofcio 077/08 de 18.09.08, Primeira Central de Inquritos 19 Promotoria de Investigao Penal, ref.: IP 6447/06 da 32 DP procedimento tendo como vitima MARCIO DE OLIVEIRA GUEDES 29. Documento de 19/12/02, da SESEG/PMERJ, entregue durante depoimento do Sr. LUIZ MONTEIRO DA SILVA EM 16.09.08; 30. Documento de junho/04, entregue durante depoimento do Vereador JOSINALDO FRANCISCO DA CRUZ EM 09 E 23.09.08; 31. Ofcio n 2960/00009/SESEG/RJ-08, datado de 25.09.08, recebido da Secretaria de Estado de Segurana, em resposta ao Ofcio n 083/08; 32. Ofcio 487/2578-2008, de 26/09/08, do 18 Batalho da PM, em resposta ao Ofcio 131/2008; 33. Ofcio n 040/2008 de 29.09.08, da Corregedoria Parlamentar da ALERJ representao contra o Deputado NATALINO GUIMARES; - Ofcio 4250/2501/2008 de 30/09/08, da PMERJ Comando Geral, em resposta ao Ofcio 132/08; 34. Ofcio n 4250/2501-2008, de 30/09/08, do Gabinete do Comando Geral da PM do Estado do Rio de Janeiro, em resposta ao Ofcio n 132/08; 35. Documentos referentes ao depoimento do Sr. MARCO AURLIO FRANA MOREIRA (recorte do Jornal O DIA/cpia de Denncia/Dec. De utilidade Pblica/cpia de escritura e cpia de Declarao contra C. Giro);

    -Volume 3 (3 pacotes) 36. Ofcio AFAOCRIM N 539 DE 30/09/08, do MPERJ, resposta ao Ofcio 030/08, com procedimentos anexos;

    - Volume 4 (2 pacotes) 37. Ofcio 793/2008-SEESP-SEPRI/SETOE de 14.10.08, do Desembargador ANTONIO EDUARDO F. DUARTE, Relator do rgo Especial do TJ, anexando cpia da denncia 2008.065.00017 (11 denunciados), em resposta ao Ofcio 147/08;

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    - Volume 5 38. Documentos relacionados aos depoimentos do Dep. JORGE BABU e seu irmo, ELTON BABU em 07.10.08; 39. Requerimento s/n de 15.10.08, enviado pelo Sr. MARCELO B. PENNA, solicitando sua convocao para prestar depoimento CPI; 40. Material entregue na reunio sobre segurana privada em 21.10.08; 41. Ofcio da 35 DP, de 21/10/08, prestando informaes sobre ALEXANDRE DA SILVA MONTEIRO; 42. Guia de Remessa da 32 DP, datada de 23.10.08, referente encaminhando Portaria, RO e Termo de Declarao do Sr. GEISO PEREIRA TURQUES referente a interdio do Castelo das Pedras; 43. Ofcio n 087/2008 19 PIP de 23.10.08, anexando cpias extradas da pea de informao n MPERJ 2008.00146307, referente ao Castelo das Pedras; 44. Ofcio CGU/GAB n 7746/0006/2008 de 28.10.08, da SESEG/CGU, anexando cpia do expediente SAD 074/2007, em resposta ao ofcio 149/2008; 45. Ofcio 106/2008 13 PIP, de 31.10.08, anexando cpias extradas dos inquritos 030-3090/2008 e 2070/2008, em face de WALLACE CASTRO FERNANDES; 46. Ofcio n 749/2008/SRRF07/Difis, de 31/10/08, da Superintendncia Regional da Receita Federal na 7 Regio Fiscal, respondendo negativamente ao Ofcio CPI N 064/08

    - Volume 6

    47. Ofcio n 277/2008 DELEFAZ/DREX/SR/DEPF/RJ, do MJ. Departamento de Polcia Federal de 10.11.08, encaminhando cpias do IPL n 1585/2008 DELEFAZ/DREX/SR/DPF/RJ.

    - Volume 7 48. DRACO/IE Relatrio Final de 23.10.07; 49. DRACO/IE Relatrio de 03.12.07; 50. DRACO/IE Relatrio Final de 21.02.08;

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    51. DRACO/IE Ref.: IP N 022/08 DRACO-IE; 52. Ofcio 2840/2008/OF, de 09.07.08, do TJ Regional de Campo Grande Processo 2008.205.015142-6; 53. Ofcio 2846/2008/0F, de 09.07.08, do TJ Regional de Campo Grande - Processo 2008.205.018917-0; 54. Termo de Declarao que presta ANDR LUIZ COSTA DE PAULA ; 55. MPERJ Denncia contra NATALINO JOS GUIMARES e outros,

    de 22.12.2007; 56. Procedimento MPERJ 2008.00056583, apensado ao 2007.00116763; 57. Procedimento MPERJ 2008.00009350; 58. Cpia da ao Penal 2008.068.00004; 59. Cpia do procedimento MPERJ 2008.214.00007; 60. Cpia do procedimento MPERJ 2008.00029219; 61. Cpia do procedimento MPERJ 2007.00116650; 62. Cpia do procedimento MPERJ 2008.00073700; 63. Cpia do Inqurito Policial 035-05850/2008; 64.Ofcio 3307/2008/OF DE 06.08.08, do TJ Regional de Campo

    Grande; 65. Cpia do APF 035-07601/2008 da 35 DP, de 13.07.08; 66. Inqurito Policial da 35 DP, Proc. 035-07460/2008, de 09.07.08; 67. Impresso sobre o processo 2007.021.024799-2 e 2004.021.003984-

    7; 68. Cpia do APF 035-06071/2008, da 35 DP, DE 04.06.08; 69. Cpia de fotos entregues pela 35 DP. 70. Ofcio GDN N 078/2008 de 19.06.08 do Gab. do Deputado NATALINO sobre bomba lanada na 35 DP e denncias caluniosas.

    - Volume 8 Cpias dos depoimentos relacionados a Segurana e Justia

    - Sr. Ocian Gomes Ranquine Salustiano e Sr. Antonio Gomes Salustiano (1 RO) - Delegado Dr. Marcus Antonio Neves Pereira e Srs e Policiais civis Marco Antonio Barbosa e Lcinio Modesto Ferreira (2 RO) - Promotores de Justia Dr. Jorge Magno e Dr. Bruno Stibich e Escrivo Salvador Correia das Chagas (4 RO) - Delegado Dr. Cludio Ferraz (7 RO) - Delegado Dr. Pedro Paulo Pontes Pinho (8 RO) - Secretrio de Segurana Dr. Jos Mariano Beltrame (10 RO)

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    - Dr. Antonio Jos Campos Moreira (11 RO) - Vereador Josinaldo Francisco da Cruz e Vereador eleito Cristiano Giro Matias (12 RO) - Vereador Luiz Andr Ferreira da Silva (Deco) e Sr. Luiz Monteiro da Silva (Doen) (13 RO) - Deputada Federal Marina Magessi, Vereador Josinaldo Francisco da Cruz, Vereador Sebastio Ferreira da Silva (Chiquinho Grando) de Duque de Caxias e Vereador Ezequiel Domingues Loureno (Quiel do Canarinho) de Duque de Caxias (14 RO) - Vereador Geiso Pereira Turques (So Gonalo), Sr. Getlio Rodrigues Gamas e Sr. Marco Aurlio Frana Moreira (Marco) - Deputado Jorge Babu e Vereador eleito Elton Babu (16 RO) Apndice, SIGILOSO, depoimento do Vereador NADINHO DE RIO DAS PEDRAS. Apndice, prprio, Deputado Federal Marcelo Itagiba: 1. Ofcio CPI N 124/08 de 16.09.08 solicita agendamento de participao; 2. Ofcio n 84/2008 de 18.09.08 resposta negativa do Dep. M. Itagiba; 3. Ofcio CPI N 151/08 de 07.10.08 reitera novo agendamento; 4. Ofcio n 093/2008-GDFMI, de 08.10.08, responde Ofcio CPI 151/08 agendando para dia 24.10.08; 5. Ofcio CPI N 174/08 de 21.10.08 Acusa recebimento de resposta e sugere nova data de participao; 6. -Ofcio n 095/2008, de 21.10.08 em resposta ao Ofcio CPI n 074/2008, solicita manuteno de data; 7. Ofcio CPI n 176/08, de 23.10.08 - sugere novas datas de participao; 8. Ofcio n 184/2008, datado de 23.10.08, recebido do Deputado MARCELO ITAGIBA;

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    9. Ofcio n 183/08 de 06.11.08, encaminhando perguntas ao Deputado Federal MARCELO ITAGIBA.

    d) APNDICE ELEITORAL

    1. Ofcio GP N 481/08, recebido do TRE, datado de 05.08.08, em resposta ao Ofcio n 055/08; 2. Ofcio GP N 598/08, DE 10.09.08, recebido do TRE, em resposta ao Ofcio 098/08 3. Ofcio GP 707/08, do TRE, de 17.10.08, em resposta ao Ofcio 153/08; 4. CDs entregues pelo TRE com dados eleitorais solicitados referentes

    aos anos de 2004, 2006 e 2008;

    e) APNDICE SOBRE FINANAS

    1.Ofcio n 083/2008/CG-DG, da ANP, datado de 15.08.08, em resposta ao Ofcio 057/08;

    2. Material entregue durante reunio com empresas de TV a cabo e

    telecomunicaes em 14.10.08; 3. Material entregue durante reunio com rgos ligados ao transporte

    alternativo em 14.10.08; 4. Ofcio n 1958/2008/er02-ANATEL, de 21.10.08, encaminhando cpias

    das denncias sobre prestao clandestina de TV por assinatura e relao de entidades no outorgadas que tiveram seu servio interrompido.

    5. Ofcio DETRO/PRES N 1307/08, de 04/11/08, em resposta ao Ofcio

    170/08

    6. Ofcio s/n, de 27.08.08, recebido da ULTRAGAZ, encaminhando sugestes;

    7. Ofcio PRES/SBM/153/08, DE 28.08.08, recebido do SINDIGS, encaminhando sugestes; - Material entregue pelo SINDTRANSRIO em reunio do dia 21.10.08

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    8. Cpias dos seguintes depoimentos/reunies relacionados a Finanas

    DA 9 RO - ANP Sr. Waldyr Luiz Gallo, Sra. Sheyla Cristina M. de Oliveira e Sra.

    Ktia de Souza Almeida; - SINDIGS Sr. Ricardo Tonietto - ULTRAGAZ Sr. Douglas Giovannini - Sindicato dos Revendedores de GLP do Estado do Rio de Janeiro Sr.

    Maurcio Rodrigues

    DA 17 RO:

    - DETRO Sr. Joo Cassimiro, Major Marli de Souza e Major Sergio Perfeito

    - SMTR Sra. Rosaura Maurcio dos Santos - SINTRAL Sra. Sergio Loureiro e Walmir de Oliveira - SECRETARIA. DE ESTADO DE SEGURANA Delegados Rivaldo

    Barbosa de Arajo e Gilson Emiliano Soares - NET Srs. Fernando Mousinho e Ilmerson Gomes - ANATEL Srs. Edlson Ribeiro dos Santos e Werner Steinert Junior - SKY - Sra. Roberta Westin e Sr. Renato Neves Tonini - TV A Sr. Jos Ricardo Ferreira - ABTELMIN Sr. Giovander Csar Silveira - SINDISMET Sr. Jorge Oliveira

    DA 18 RO

    - Secretaria de Estado de Segurana Sr. Roberto S e ASPOPP Tenente Valdenir Azevedo de Souza e Sr. Antonio Carlos Bastos Sampaio (18 RO)

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    - DETRAN Sr. Rodrigo da Silva Ferreira - SINDTRANSRIO Sr. Hlio Ricardo Almeida de Souza

    f) APNDICE DE IMPRENSA

    1. Resposta reservada do jornal O DIA com anexos;

    2. Resposta do jornal O DIA com anexos. g) APNDICE ACADMICO

    1. Documento enviado pelo Dr. ROBERTO KANT da UFF; 2. Documento enviado pelo Dr. JAILSON DE SOUSA SILVA do

    Observatrio de Favelas; 3. Ofcio n 032/08 de 12.08.08, da Universidade Cndido Mendes, encaminhando dados sobre violncia; 4. Documento relativos palestra da Dra. JACQUELINE MUNIZ e Dr.

    DOMCIO PROENA JUNIOR; 5. Mensagem da Sra. ALBA ZALUAR, com os anexos; 6. Mensagem da Sra. VANESSA CORTES do VIVA RIO com os anexos

    mencionados; 7. Modelo de Projeto SEMINRIO SOBRE MECANISMOS DE

    REPRESSO AO CRIME ORGANIZADO - a ser realizado por sugesto do Dr. CLAUDIO FERRAZ, Delegado da DRACO;

    8. Cpias dos seguintes depoimentos/reunies relacionados a

    contribuio acadmica

    - Dra. Jacqueline Muniz e Dr.Domcio Proena Junior (6 RO) - Dr. Luiz Eduardo Soares (7 RO) - Dr. Igncio Cano (11 RO)

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    4.3 Editais de Convocao Foram expedidos e publicados no Dirio Oficial do Poder Legislativo, 25

    (vinte e cinco ) Editais de Convocao.

    4.4- Atas

    Foram lavradas, 01 (uma) Ata de Instalao, 20 (vinte) Atas de Reunies Ordinrias, 03 (trs) Atas de Reunies Extraordinrias e 01 (uma) Ata da Reunio de Encerramento.

    5 RESUMO DAS SESSES

    REUNIO

    DATA

    ASSUNTO/CONVOCADOS

    INSTALAO 19.06.08 ELEIO DO VICE-PRESIDENTE E DO RELATOR, APS REUNIO DELIBERATIVA

    1 R.O. 26.06.08 DEPOENTES: 1) Sr. OCIAN GOMES RANQUINE SALUSTIANO e 2) Sr. ANTONIO GOMES SALUSTIANO

    2 R.O. 03.07.08 DEPOENTES: 1) Dr. MARCUS ANTONIO NEVES PEREIRA - DELEGADO DA 35 D.P. 2) Srs. MARCO ANTONIO BARBOSA e LCIO MODESTO FERREIRA - POLICIAIS CIVIS

    3 R.O. 10.07.08 REUNIO DELIBERATIVA

    4 R.O. 17.07.08 DEPOENTES: 1) PROMOTORES DE JUSTIA DRS. JORGE MAGNO E BRUNO STIBICH 2) Sr. SALVADOR CORREIA DAS CHAGAS - ESCRIVO DA 35 DP

    5 R.O. 24.07.08 REUNIO DELIBERATIVA

    6 R.O. 31.07.08 CONVIDADA: Dra. JACQUELINE MUNIZ ACOMPANHADA DO Dr. DOMCIO PROENA JUNIOR

    7 R.O. 07.08.08 DEPOENTES: 1) DELEGADO DA DRACO Dr. CLAUDIO FERRAZ 2) Dr. LUIZ EDUARDO SOARES

    8 R.O. 14.08.08 DEPOENTE: DELEGADO DA 32 DP, Dr. PEDRO PAULO PONTES

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    PINHO

    9 R.O. 20.08.08 CONVIDADOS: 1) ANP Sr. WALDYR LUIZ GALLO ACOMPANHADO DAS SRAS. SHEYLA CRISTINA M. DE OLIVEIRA e KATIA DE SOUZA ALMEIDA

    2) SINDIGS Sr. RICARDO TONIETTO 3)ULTRAGAZ Sr. DOUGLAS GIOVANNINI 4) SIND.DOS VENDEDORES DE GLP DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Sr. MAURCIO RODRIGUES

    10 R.O. 21.08.08 CONVIDADO: SECRETRIO DE SEGURANA PBLICA Dr. JOS MARIANO BELTRAME

    11 R.O. 28.08.08 CONVIDADOS: 1) PROFESSOR DR. JOS IGNCIO CANO GESTOSO e 2) PROC. DE JUSTIA, DR. ANTONIO JOSE CAMPOS MOREIRA

    1 R.E. 02.09.08 REUNIO DELIBERATIVA

    12 R.O. 09.09.08 DEPOENTES: 1) VEREADOR JOSINALDO FRANCISCO DA CRUZ (NADINHO) 2) 2 SARGENTO BOMBEIRO CRISTIANO GIRO MATIAS

    13 R.O. 16.09.08 DEPOENTES: 1) VEREADOR LUIZ ANDR FERREIRA DA SILVA (DECO) 2) Sr. LUIZ MONTEIRO DA SILVA (DOEN)

    14 R.O. 23.09.08 CONVIDADA: 1) DEPUTADA FEDERAL MARINA MAGESSI DEPOENTES: 2) VEREADOR JOSINALDO FRANCISCO DA CRUZ (NADINHO) 3) VEREADOR DE DUQUE DE CAXIAS - SEBASTIO FERREIRA DA SILVA (CHIQUINHO GRANDO) 4) VEREADOR DE DUQUE DE CAXIAS EZEQUIEL DOMINGUES LOURENO (QUIEL DO CANARINHO)

    2 R.E. 24.09.06 REUNIO DELIBERATIVA

    15 R.O. 30.09.08 DEPOENTES: 1) Sr. GEISO PEREIRA TURQUES 2) Sr. GETULIO RODRIGUES GAMAS 3) Sr. MARCO AURLIO FRANA MOREIRA

    3 R.E. 1.10.08 REUNIO DELIBERATIVA

    16 R.O. 07.10.08 CONVIDADO: 1)Deputado JORGE BABU DEPOENTE:

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    2)Sr. ELTON BABU

    17 R.O. 14.10.08 CONVIDADOS: 1)DETRO Sr. JOO CASSIMIRO, Major MARLI DE SOUZA e Major SERGIO PERFEITO 2)SMTR Sra. ROSAURA MAURICIO DOS SANTOS 3) SINTRAL Srs. SERGIO LOUREIRO E WALMIR DE OLIVEIRA 4)SESEG Delegados RIVALDO BARBOSA DE ARAUJO e GILSON EMILIANO SOARES 5)NET Srs. FERNANDO MOUSINHO e ILMERSON GOMES 6)ANATEL Srs. EDILSON RIBEIRO DOS SANTOS e WERNER STEINERT JUNIOR 7)SKY Sra. ROBERTA WESTIN e Sr. RENATO NEVES TONINI 8)TV A Sr. JOS RICARDO FERREIRA 9) ABTELMIN Sr. GIOVANDER CESAR SILVEIRA 10)SINDISMET Sr. JORGE OLIVEIRA

    18 R.O. 21.10.08 CONVIDADOS: 1)SESEG Sr. ROBERTO S Subsecretrio de Segurana 2) ASPOPP Tenente VALDENIR AZEVEDO DE SOUZA, Sr. ANTONIO CARLOS BASTOS SAMPAIO 3) DETRAN Dr. RODRIGO DA SILVA FERREIRA 4) SINDTRANSRIO Sr. HLIO RICARDO ALMEIDA DE SOUZA

    19 R.O. 30.10.08 REUNIO DELIBERATIVA

    20 R.O. 06.11.08 REUNIO DELIBERATIVA

    ENCERRAMENTO

    13.11.08 APROVAO DO RELATORIO FINAL

    OBS.: Foi realizada no ms de outubro, visita tcnica do Relator da Comisso, Deputado GILBERTO PALMARES, comunidade de Vila Canoas para conhecimento do projeto desenvolvido pela NET, juntamente com a ABTELMIN, com a finalidade de implantao de um pacote bsico de servios de TV a cabo no local.

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    6. ELOGIOS, AGRADECIMENTOS E RECONHECIMENTOS A Comisso no poderia deixar de registrar a participao, direta ou indireta, das pessoas e entidades a seguir relacionadas que deram sua contribuio para que os trabalhos desta CPI atingissem seus objetivos.

    ELOGIOS

    Vincius George de O. R. da Silva - Delegado de Polcia - Coordenador Marcus Luiz O. Pires - Delegado de Polcia - Analista de informaes Marcos F. Monsanto - Inspetor de Polcia - Analista de Informaes Sueli G. da Rocha Santos - Especialista Legislativo - Secretria Rosa Leal - Assessora do Deputado Relator Gilberto Palmares

    RECONHECIMENTOS

    - Secretrio de Segurana - Dr. Jos Mariano Beltrame - Subsecretrio de Inteligncia - Dr. Rivaldo Barbosa - Subsecretrio: Dr. Roberto S - Chefe da Polcia Civil - Dr. Gilberto da Cruz Ribeiro - Delegados da Polcia Civil: Dr. Cludio Armando Ferraz, Dr. Marcus Antnio Neves Pereira, Dr. Eduardo Soares e Dr. Pedro Paulo Pontes Pinho - Chefe do Estado Maior da PM - Cel. PM Antnio Carlos Suarez David - Procurador de Justia: Doutor Antnio Jos Campos Moreira - Promotores de Justia: Doutores Jorge Magno Reis Vidal, Bruno de Lima Stibich, Mrcia Teixeira Velasco e Christiane Monnerat - Superintendente da Polcia Federal: Dr. Valdinho Jacinto Caetano - Procuradora Regional Eleitoral - Dra. Silvana Batini Csar Ges - Disque-Milcia - Sras. Vergnia Diraimi Berriel, Lcia Rodrigues dos Santos, -Regina Clia Barbosa da Fonseca e o Sr. Ivanilson Eduardo da Silva - Isabel Mansur Figueiredo, Fernanda Gonalves Chaves e Paula Musumeci Soares - Assessoras do Deputado Marcelo Freixo - DETRO e DETRAN

    AGRADECIMENTOS

    - Ao jornal O DIA, nas pessoas do seu Diretor de Redao, Alexandre Freeland, da Diretora Executiva, Ana Miguez, e dos reprteres Joo Antnio Barros e Thiago Prado. - Aos Acadmicos: Jaqueline Muniz e Domcio Proena; Luis Eduardo Soares; e Igncio Cano. - ANP - ANATEL - SINDIGS - ULTRAGAZ - SIND. DOS VENDEDORES DE GLP DO RJ

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    - SINTRAL - SINDTRANSRIO - NET - SKY - TVA - ABTELMIN - SINDISMET Gostaramos de deixar registrado, tambm, os agradecimentos a funcionrios dos seguintes Departamentos da ALERJ: Apoio s Comisses Especiais e de Inqurito; Taquigrafia; Segurana; Comunicao Social; TV ALERJ; Servio de Som; Grfica; Atas e Publicaes; e Informtica. Por ltimo, os agradecimentos aos policiais, civis e militares, e demais profissionais que prestaram segurana pessoal a autoridades desta CPI.

    AGRADECIMENTO ESPECIAL

    A populao das comunidades dominadas por milcias que contriburam extraordinariamente por denncias extremamente detalhadas ao disque-milcia e tambm por outros mecanismos de denncia.

    7. VOTO DO RELATOR

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    CAPTULO I

    CONCEITO E HISTRICO

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    Desde que grupos de agentes do Estado, utilizando-se de mtodos violentos

    passaram a dominar comunidades inteiras nas regies mais carentes do municpio do

    Rio, exercendo margem da Lei o papel de polcia e juiz, o conceito de milcia

    consagrado nos dicionrios foi superado. A expresso milcias se incorporou ao

    vocabulrio da segurana pblica no Estado do Rio e comeou a ser usada

    freqentemente por rgos de imprensa quando as mesmas tiveram vertiginoso

    aumento, a partir de 2004. Ficou ainda mais consolidado aps os atentados ocorridos

    no final de dezembro de 2006, tidos como uma ao de represlia de faces de

    narcotraficantes propagao de milcias na cidade.

    J no incio de 2007, as novas autoridades do Estado do Rio se manifestam

    publicamente contra as milcias e afastam o inspetor da Polcia Civil Flix dos Santos,

    acusado de chefiar a milcia de Rio das Pedras.

    Em agosto de 2007 o lder comunitrio da favela Kelsons, Jorge da Silva, faz

    denncias perante diferentes rgos e no dia 7 de setembro seqestrado e

    assassinado em funo dessas denncias. Em dezembro de 2007, o vereador

    Josinaldo, conhecido como Nadinho, acusado de ser o chefe da milcia na favela Rio

    das Pedras, e preso. Progressivamente h prises de outras autoridades pblicas

    acusadas de chefiar milcias, notadamente o deputado estadual Natalino Guimares e

    o vereador Jerominho.

    No dia 14 de maio de 2008, jornalistas de O Dia que tentavam produzir matrias sobre

    o tema so barbaramente torturados por milicianos. O fato gera uma comoo pblica

    e repercute em toda a mdia nacional e internacional, reacendendo o interesse pelo

    tema. A Assemblia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, sensvel a esse clamor

    popular, aprova a criao da CPI das Milcias.

    Nas oitivas realizadas pela CPI das Milcias ao longo dos meses de junho a novembro,

    estudiosos, profissionais de Segurana, delegados e membros do Ministrio Pblico

    no foram unnimes quanto a uma definio do termo.

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    35

    Para o delegado Marcus Neves, da 35 DP, milcias so grupos armados compostos

    por agentes do Poder Pblico e pessoas cooptadas nas comunidades carentes,

    inclusive ex-traficantes, que usam a fora e o terror para dominar uma determinada

    regio e explorar de maneira ilegal as atividades de transporte alternativo, gs e tev a

    cabo. Seu mote a questo financeira, o lucro farto e fcil.

    J os estudiosos Jaqueline Muniz e Domcio Proena consideram o termo milcia

    inadequado, pois, para eles, tratam-se de gangues formadas por policiais e ex-policiais

    que vendem segurana contra eles prprios. Para Domcio, o conceito de milcia :

    arranjo de gente armada querendo prover segurana fora da lei. Todo e qualquer

    grupo que age de forma ilegal.

    O delegado Pedro Paulo Pinho, da 32 DP, tambm considera inadequado o termo

    milcia, que se refere originalmente a policial militar. Para ele, o que existe hoje no

    Rio de Janeiro a polcia mineira, termo que qualifica o policial que caa bandidos e

    achaca a comunidade.

    Para o delegado Cludio Ferraz, da Delegacia Regional de Aes Criminosas

    Organizadas (Draco), as milcias se enquadram no conceito internacional de crime

    organizado. Primeiro, auto-padro organizativo; segundo, a racionalidade do tipo de

    empresrio da corporao criminosa que oferece bens e servios ilcitos, tais como

    drogas, prostituio, e vem investindo seus lucros em setores legais da economia;

    terceiro, a utilizao de mtodos violentos com a finalidade de ocupar posies

    proeminentes ou ter o monoplio de mercado, obteno do lucro mximo sem

    necessidade de realizar grandes investimentos, reduo dos custos e controle da

    mo-de-obra; quarto, valer-se da corrupo da fora policial e do Poder Judicirio;

    quinto, estabelecer relaes com o poder poltico; sexto, utilizar a intimidao e o

    homicdio, seja para neutralizar a aplicao da lei, seja para obter decises polticas

    favorveis ou para atingir seus objetivos.

    Na mesma linha, o procurador Antonio Jos Campos Moreira, do Ministrio Pblico,

    observa que tecnicamente milcia configura o crime de quadrilha destacando que o

    crime organizado hoje, em todo o planeta, uma atividade empresarial, um negcio.

    Para o procurador, no h crime organizado sem que haja um brao no Estado

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    36

    brao na polcia, brao no poder poltico, brao, inclusive, nas esferas de Poder

    Judicirio, de Ministrio Pblico.

    Ouvido pela CPI em 28 de agosto de 2008, o socilogo Igncio Cano apresentou

    pesquisa realizada por ele a partir de matrias jornalsticas dos jornais O Globo e O

    Dia, entre janeiro de 2005 e setembro de 2007, que continham a palavra milcia ou

    polcia mineira, e os registros do Disque-Denncia entre janeiro de 2006 e abril de

    2008.

    Ao promover a anlise qualitativa dos dados estudados, Igncio Cano procura

    responder algumas perguntas-chave. A primeira delas : o que so as milcias?

    Ressaltando as dificuldades de um conceito nico sobre o termo, pois se trata de uma

    realidade extremamente dinmica, em especial porque nos ltimos dois anos muitos

    eventos fizeram com que esse quadro se alterasse significativamente, em seu trabalho

    Cano define milcia em relao a cinco eixos que devem acontecer simultaneamente:

    1. controle de um territrio e da populao que nele habita por parte de um grupo

    armado irregular

    2. o carter coativo desse controle

    3. o nimo de lucro individual como motivao central

    4. um discurso de legitimao referido proteo dos moradores e instaurao de

    uma ordem

    5. a participao ativa e reconhecida dos agentes do Estado.

    O primeiro eixo, domnio por parte de um grupo irregular, decorrncia da ausncia

    do Estado levando a arbitrariedade a substituir a norma. Se as milcias esto

    compostas por membros dos rgos de segurana, os infratores da lei poderiam ser

    entregues Justia para serem julgados. No entanto, a natureza irregular desses

    grupos dificulta essa opo.

    O segundo eixo a coao, indispensvel para manter o controle. Se no houver

    coao, possivelmente um caso de segurana privada, na qual a iniciativa parte do

    usurio, que controla o servio. No caso das milcias, a iniciativa parte dos prprios

    milicianos, que so quem controla o suposto beneficirio. Mesmo assim, a intensidade

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    37

    da coao muito variada. Em alguns casos, os moradores sofrem ameaas diretas

    se, por exemplo, no pagarem as taxas de proteo, o que se caracteriza como

    extorso. Em outros, a coao bem mais sutil e os moradores receiam o que possa

    lhes acontecer se no pagarem o servio. Na verdade, trata-se de oferecer

    proteo paga contra eles mesmos.

    O terceiro elemento a motivao do lucro individual. Se quisessem to-somente

    restaurar a ordem e proteger a comunidade, os agentes do Estado poderiam e

    deveriam fazer isso enquanto funcionrios pblicos. Mas, se assim o fizessem,

    estariam se privando de uma fonte privada de renda. Ento, esse o elemento central

    para se contrapor ao que chama Igncio de mito libertador. O motor da milcia no

    libertar ningum; o motor da milcia gerar renda individual.

    No satisfeitas com a venda do servio de proteo, as milcias, em muitas

    comunidades, lucram com o controle direto de diversas atividades econmicas, como

    o transporte alternativo e a venda de gs, de gua, de sinal de TV a cabo pirata ou

    at, num claro exemplo do seu perfil modernizante em comparao com a

    dominao dos grupos tradicionais, a venda de servios de internet.

    Observa-se que os trs elementos mencionados at o momento controle territorial,

    coao e lucro no diferenciam a milcia de outros grupos armados, como o

    narcotrfico, por exemplo. Os traos mais marcantes so os dois ltimos: o discurso

    de legitimao e a participao dos agentes pblicos.

    O discurso de legitimao relativo proteo dos habitantes um ponto central da

    milcia. Ela se apresenta como proteo contra a ameaa do crime, contra a desordem

    e, em ltima instncia, contra o mal, simbolizado na figura do narcotraficante.

    Diferentemente do trfico, que no precisa de legitimao, o que se justifica pela

    simples violncia, a milcia no pode se apresentar como um grupo a mais do crime

    organizado. Tem que se apresentar como alternativa ao narcotrfico. Tenta assim se

    legitimar pelo seu oposto, como um mal menor.

    O ltimo dos cinco pontos a participao de agentes do Estado. Essa participao

    precisa ser divulgada localmente para que todos saibam que os milicianos so

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    38

    policiais, bombeiros etc. Essa divulgao importante porque traz o diferencial das

    milcias em relao s quadrilhas de traficantes. Enquanto o policial corrupto que

    recebe dinheiro do trfico tenta ser discreto para no ser identificado, o miliciano faz

    questo de dizer que policial, agente penitencirio ou bombeiro.

    Essa publicidade do seu papel pblico cumpre vrias funes: a primeira serve como

    alavanca na tentativa de legitimao das milcias, opostas criminalidade - o miliciano

    tenta representar o Estado dentro das favelas. Em segundo lugar, se o miliciano um

    policial, tambm um profissional da segurana pblica e pagar um miliciano seria o

    equivalente a contratar um profissional com competncia tcnica. Em terceiro lugar,

    como os milicianos so policiais, se houver uma tentativa de retomada do trfico eles

    podem solicitar ajuda da polcia isso fortalece a sua posio na comunidade. Em

    quarto lugar, a possvel resistncia dos moradores fica ainda mais limitada, j que os

    praticantes da extorso so membros do Estado. A quinta vantagem de divulgar a

    condio de policiais a inexistncia de confrontos com a polcia. Se na guerra entre a

    polcia e o poder paralelo os policiais assumem o poder paralelo, a guerra acaba como

    num passe de mgica e a insegurana provocada pelas incurses policiais deve ter

    um fim.

    ORIGENS

    As apresentaes das oitivas acadmicas foram unnimes em apontar que o contexto

    no qual est inserida a emergncia das milcias est ligado s opes da poltica de

    segurana, mas, alm disso, a uma lgica prpria e acumulativa de organizao

    dessas corporaes sob a gide de um circuito clientelista, que a partir da

    independncia e insubordinao mantm projetos de poder e troca de privilgios.

    Os acadmicos Jaqueline Muniz e Domcio Proena destacam, tambm, o grau de

    responsabilidade do exerccio de governana e de governabilidade, na medida em

    que, dissociado do verdadeiro interesse pblico, colaborou para o surgimento, o

    crescimento territorial e a ampliao, tanto dos negcios criminosos como dos braos

    poltico-eleitoral e blico das milcias, como compreendemos atualmente, a partir do

    ano 2000 no Rio de Janeiro.

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    O medo tambm origem da legitimidade informal dos grupos de controle. Ele

    instrumentaliza de tal forma a insegurana que torna vivel a crena e a aceitao de

    justiceiros, salvadores ou qualquer sorte de libertador que oferea segurana.

    nesse sentido que comrcios ilegais e informais de segurana se expandem e do

    origem, na prtica, privatizao informal da segurana, diante de uma opo poltica

    que se absteve, nos ltimos anos, de oferecer uma alternativa de segurana pblica

    para a populao.

    O socilogo Luis Eduardo Soares considera que a origem das milcias reside na

    segurana privada informal e ilegal, quase toda ela a cargo de membros e ex-

    membros da rea de segurana pblica que buscam esse segundo trabalho

    inicialmente como alternativa para aumentar seus rendimentos face aos baixssimos

    salrios pagos. Se houvesse represso como a lei determina ao segundo emprego

    da segurana privada, os policiais orientariam as suas demandas salariais para as

    instituies da segurana pblica, para o Estado. Como conseqncia, aponta o

    socilogo, o oramento pblico destinado a essa rea entraria em colapso.

    Para Soares, o oramento destinado rea de Segurana Pblica irreal e artificial e

    o que viabiliza a sua manuteno aqum do desejado a existncia da segurana

    privada.

    Como resultado desse processo, a segurana privada legal lesada e se inicia um

    processo de degradao da hierarquia no interior das instituies. Soares exemplifica:

    na segunda-feira, o superior hierrquico impe obedincia aos inferiores hierrquicos,

    o coronel determina ao soldado que cumpra determinados procedimentos,

    determinadas aes. Na tera-feira, so scios do ilcito; na quarta, voltam a se

    encontrar no batalho ou na delegacia. De que modo se reconhecem mutuamente?

    De que forma passam a redefinir suas relaes? Para ele, evidente que isso acaba

    corroendo a relao hierrquica institucional. Outro elemento que ressalta como

    importante o fato de nos dias em que trabalha para a segurana pblica o policial

    envolvido em segurana privada acaba submetendo as tticas e estratgias definidas

    nas instituies pblicas aos interesses de seus clientes privados.

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    Alm disso, os turnos de trabalho se tornam irracionais e no podem ser

    racionalizados na prtica porque isso implicaria a inviabilizao do segundo emprego

    do policial. O policial precisa desse turno irracional, do ponto de vista da

    instituio da segurana pblica, para viabilizar a complementao salarial.

    Dessa forma, so submetidos a salrios indignos, humilhantes e absolutamente

    insuficientes que os levam a trabalhar de forma ilegal, privados de todas as garantias

    trabalhistas sem carteira de trabalho no h reconhecimento de vnculo e no h

    responsabilizao por parte do empregador. A esse fenmeno, aponta Soares, deve-

    se o fato de que o maior nmero de morte entre policiais ocorra em dias de folga. A

    folga, na verdade, o servio em segurana privada, ilegal e informal.

    Destacar-se-, a partir do depoimento citado, que a privatizao do agente pblico

    a ponta de uma escala em que esto inseridas s privatizaes do Estado, da

    segurana pblica, da polcia e, por ltimo, do prprio policial. Diante disso, colocam-

    se as condies para que a prioridade no mais seja servir ao pblico. nesse sentido

    que ocorre a perpetuao e a expanso de diversas redes de economia informal

    capitaneadas por agentes de monoplio que deveria ser legtimo do uso da fora.

    As milcias so aqui apresentadas como uma espcie de degradao metasttica

    desse processo. Portanto, Soares acredita que no possvel efetivamente tratar das

    instituies de segurana pblica sem enfrentar o ponto decisivo do oramento

    pblico, que remete ao padro salarial dos policiais e envolve, necessariamente,

    reavaliaes polticas a respeito das relevncias e das prioridades.

    Em depoimento CPI no dia 03 de julho de 2008, o titular da 35 DP, delegado

    Marcus Neves, fez o seguinte relato com relao a evoluo das milcias. H oito

    anos, esses grupos de milicianos tinham um objetivo legtimo de expulsar traficantes

    de determinadas localidades. O objetivo era promover autodefesa, ou seja, policiais

    que residiam em reas carentes comearam a se organizar e entendiam que agiam

    legitimamente ao retirarem dessas comunidades criminosos que atuavam,

    principalmente, em trfico de drogas. Quando falamos em trfico de drogas temos que

    considerar crimes que so associados ao trfico de drogas como homicdios, roubo de

    veculos e esses policiais se organizam com a idia de reprimir esses grupos. S que

    entenderam que para promover essa organizao era preciso dar uma estrutura

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    empresarial a essa organizao, eles precisavam de recursos financeiros e

    comearam a explorar determinadas atividades, entre elas, o transporte alternativo

    que a principal fonte de recursos financeiros dos milicianos. De acordo com o

    delegado, o lucro mensal da maior milcia, conhecida como Liga da Justia, de Campo

    Grande, de cerca de R$ 2 milhes.

    O promotor do Ministrio Pblico Estadual, Jorge Magno, tambm associou, em oitiva

    realizada no dia 17 de julho de 2008, o crescimento das milcias explorao do

    transporte alternativo. Disse ele: A notcia desses grupos paramilitares, vulgarmente

    denominados de milicianos, comeou a surgir depois que o transporte alternativo se

    instaurou, cresceu e comeou a ser uma fonte de lucro muito grande. Porque antes,

    na Zona Oeste, mais especificamente em Campo Grande, eu tinha muitos seguranas

    particulares, grupos que faziam segurana particular, mquinas caa-nqueis, ou seja,

    infelizmente, tudo que o Rio de Janeiro j vem tendo h muito tempo. Com o

    surgimento do transporte alternativo e o volume, a quantia arrecadada muito grande,

    praticamente sem nenhum tipo de imposto a ser recolhido, esses grupos comearam a

    se organizar e comearam ento a transferir a sua rea de atuao tambm para o

    transporte alternativo. O que gerou, em razo do volume arrecadado, um poderio

    muito grande e brigas, porque aonde h muito dinheiro envolvido comea a gerar

    brigas.

    O delegado Pedro Paulo Pinho, da 32 DP, desenvolveu uma importante graduao

    do surgimento e da conformao das milcias, dividindo-as em trs nveis. No Nvel 1

    estariam os grupos paramilitares de extermnio criados nos moldes da milcia de Rio

    das Pedras, vinte anos atrs, quando as famlias nordestinas recrutadas para trabalhar

    nas obras da Barra da Tijuca se instalaram na regio. Na ausncia do Estado, os

    prprios moradores se organizaram para impedir a entrada de traficantes, assaltantes

    e ladres, constituindo tambm as Associaes de Moradores.

    No Nvel 2, os lderes comunitrios passam a sobreviver das Associaes e, para tal,

    iniciam a cobrana de taxas para quem deseja entrar na comunidade. Nesse nvel, as

    taxas so pelo cadastro na rea, e no pela venda do imvel. Ainda no Nvel 2, as

    Associaes passam a apoiar candidatos a cargos parlamentares como forma de ter

    um representante de suas reivindicaes nos poderes constitudos.

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    No Nvel 3, os lderes comunitrios vem a possibilidade de novos ganhos e passam a

    cobrar pelos servios de distribuio do gs, tev a cabo, transporte alternativo. Nesse

    Nvel, os grupos paramilitares no necessitam mais das Associaes de Moradores,

    que passam a ser controladas por eles. A partir da, em lugar de apoiar polticos de

    fora passam eles prprios a disputar as eleies.

    O delegado destacou a histria de Zezinho Orelha, denunciado no Disque Milcias

    como chefe de uma milcia em Curicica. Disse o delegado CPI: Existe uma figura

    muito folclrica ali na Curicica, que todos j devem ter ouvido falar - dizem inclusive

    que aquela novela que teve na TV Globo foi baseada na vida dela -, que o tal do

    Zezinho Orelha. Zezinho Orelha um ex-PM, morador da localidade; ele estabeleceu

    um grupo paramilitar que eu diria de nvel 1. (...) Que grupo paramilitar de nvel 1 era

    esse? Era um grupo onde ele, como policial militar, se associou a outros policiais

    militares e a outros eventuais servidores policiais - eu no estava na poca para poder

    saber, porque isso tem 20 anos e, ento, ele comeou a tomar conta daquelas

    comunidades que efetivamente eram comunidades recm-invadidas (...) E da o

    Zezinho Orelha comea a fazer fama. S que o Zezinho Orelha tenta chegar ao nvel 3

    de milcia, mas ele no consegue chegar porque acaba no se elegendo vereador.

    (...) O nvel 1 justamente o mais light dos grupos paramilitares, quando eles so

    formados, como foi o caso, por exemplo, de Rio das Pedras. Como que nasce Rio

    das Pedras? J existia uma comunidade carente ali na Barra desde a dcada de 60;

    na dcada de 70 aumentou um pouco e tudo e a veio o boom imobilirio da Barra da

    Tijuca, que comeou praticamente com o Barramares na dcada de 70 - 76, 77. E a

    veio o boom imobilirio da Barra da Tijuca. E quem as construtoras recrutam para

    trabalhar em seus canteiros? Nordestinos. E os nordestinos vieram para o Rio de

    Janeiro para trabalhar nesses canteiros de obras. E onde eles se estabeleceram? No

    Rio das Pedras, porque era onde eles poderiam morar perto das suas obras. Ento,

    eles se estabeleceram ali e em pouco tempo eles dominaram o Rio das Pedras, no

    sentido de no deixar que nenhum traficante se apossasse daquela comunidade para

    estabelecer ali um ponto de venda de drogas. E ao mesmo tempo em que eles

    impediam o estabelecimento de traficantes eles erradicavam aquela comunidade de

    pessoas perniciosas. Quem so essas pessoas perniciosas? Ladres e assaltantes, e

    at alguns viciados tambm. Ento, eles vo limpando a comunidade dessas pessoas

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    e essa comunidade vai crescendo, ela vai criando fama. No Rio das Pedras no tem

    trfico, e as pessoas vo indo morar no Rio das Pedras. Ento, aquilo virou o que

    hoje o Rio das Pedras.

    Em depoimento CPI no dia 21 de agosto de 2008, o Secretrio de Estado de

    Segurana Pblica, dr. Jos Mariano Beltrame, afirmou que as milcias constituem

    hoje, uma das maiores ameaas concretas ao Estado, chamando a ateno para o

    fato de que no Mxico, por exemplo, grupos milicianos evoluram para o que l j

    chamado de narcomilcia, ou seja, a milcia atuando no narcotrfico.

    MODUS OPERANDI

    A histria da instalao de milcias na cidade do Rio de Janeiro no uma histria

    linear de expanso. Segundo o socilogo Igncio Cano, registra avanos e

    retrocessos em funo da dinmica do territrio local. Se h por um lado um quadro

    de invaso armada, h muitas comunidades, particularmente da Zona Oeste, em que

    o domnio foi muito mais sutil e progressivo. Muitas comunidades ocupadas no

    tinham trfico, nem crime organizado antes da chegada da milcia. Em muitas delas,

    h uma vinculao com as estruturas de articulao poltica que j existia antes e com

    o velho clientelismo poltico. As associaes de moradores de muitas dessas

    comunidades passam a ser controladas pela milcia, que colocam l uma pessoa da

    sua escolha, exatamente como o trfico fazia.

    E como operam as milcias? Em geral, elas exercem uma vigilncia da comunidade,

    atravs de guardas armados que se revezam em turnos, com grupos maiores durante

    a noite.

    Igncio Cano afirma que a milcia tem um grau de organizao superior ao do trfico.

    Cadastros, reunies, recibos, cuidado e valorizao das armas em funo do seu valor

    instrumental e no simblico so detalhes que revelam um tipo de dominao mais

    moderno. Reconhece que a diferena entre milicianos e traficantes no absoluta e

    que isso fica bastante claro nos excessos e arbitrariedades cometidas por milicianos,

    inclusive estupro, como ficou refletido nas denncias do Disque Denncia.

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    44

    Em depoimento CPI, o delegado Claudio Ferraz narrou a situao de Campo

    Grande, na Zona Oeste, onde h patrulhamento de viaturas com 25, 30 homens

    uniformizados, de fuzil, com sistema de comunicao, sob o comando de milicianos

    denunciados. H registros de prticas semelhantes em Volta Redonda, na Regio dos

    Lagos, em Maca, em diversas comunidades grandes, pequenas, desde que tenham

    condies de produo de impostos informais, porque j existem casos de

    comunidades que foram tomadas e depois abandonadas. Existem tambm registros

    de comunidades que foram vendidas como uma fazenda de porteira fechada, com

    terreno, insumos, equipamentos e os animais, que so assim considerados. A venda

    feita para o trfico ou para quem tem interesse.

    O modus operandi para ocupao de uma comunidade varivel. Quando existe

    trfico na rea pretendida, o uso da fora empregado, inclusive, utilizando-se

    irregularmente da funo pblica e dos mecanismos oficiais de segurana do Estado.

    Quando no h trfico e a populao resiste, os milicianos passam a assaltar as casas

    e o comrcio. Os moradores e comerciantes intimidados e acuados pela situao

    passam a contribuir financeiramente com valores mensais estipulados pelos

    milicianos. Mas h ainda comunidades menores que aceitam sem resistncia a

    presena dos milicianos.

    Para manter o domnio, de praxe expulsar pessoas ligadas ao crime, a faces

    criminosas e familiares de traficantes. Inicialmente, agem de forma violenta na rea

    conquistada, espancado, torturando e matando viciados e criminosos que resistem a

    obedecer as suas ordens. Os moradores tambm podem sofrer os mesmos castigos

    quando deixam de pagar as mensalidades ou taxas.

    O toque de recolher uma prtica normal nas reas de milcia.

    Aqueles que se recusam a pagar sofrem represlias, tais como: assaltos, ameaas,

    agresses, espancamento, tortura, expulso da comunidade e at mesmo a morte. Os

    que so mortos tm seus corpos depositados em cemitrios clandestinos, visando

    dificultar o trabalho policial.

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    Pesquisas recentes da Subsecretaria de Inteligncia em disque-denncias, matrias

    jornalsticas, agncias de inteligncia e outros rgos, apontam para a possibilidade

    da existncia de 171 comunidades sob domnio das milcias. Em muitas delas, no h

    informaes sobre data da ocupao, integrantes e possveis currais eleitorais. A

    Subsecretaria admite que em muitos casos o que h so grupos de extermnio e no

    propriamente milcias. J o SIPMERJ indica 81 reas dominadas e a Cinpol acena

    com 144.

    Outro dado mostra a distribuio quantitativa de integrantes envolvidos em grupos de

    milcias, onde predominam os agentes pblicos da Polcia Militar, principalmente, os

    que ganham os menores salrios da corporao. importante, tambm, destacar, o

    nmero elevado de civis que integram a milcia, como se trabalhar como paramilitar

    fosse uma profisso.

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    Civis no diagrama representam pessoas que no fazem parte da rea da segurana

    pblica. Em sua maioria so moradores da comunidade invadida que aderiram

    milcia e passam a trabalhar, inclusive, armados. A possibilidade de civis de outras

    comunidades estarem ligados aos milicianos no excluda. Informao do SIPMERJ

    relacionou 96 policiais militares envolvidos com as milcias. J a Cinpol relacionou 44

    pessoas.

    Com o crescimento e a multiplicao das milcias no Estado do Rio de Janeiro,

    necessrio pesquisar at que ponto o trfico de drogas foi afetado pela formao e

    expanso dos grupos paramilitares e quais as comunidades que no apresentavam

    movimentao de traficantes e foram dominadas pelas milcias. Tal estudo servir de

    base para que se entenda o fenmeno milcia e at que ponto pode se desenvolver no

    Estado.

    Avaliao da Subsecretaria de Inteligncia das comunidades possivelmente

    controladas pelas milcias mostra que os milicianos se expandiram,

    preferencialmente, em reas onde no havia trfico de drogas, ou seja, pequenas

    comunidades ou reas da cidade que por sua condio geogrfica e outros fatores

    no interessavam aos traficantes e no ofereceriam resistncia. Das 171 comunidades

    onde registrada a presena de milcias, 119 comunidades no pertenciam a

    nenhuma faco criminosa, o que representa quase 70%. As que anteriormente

    seriam dominadas por faces criminosas totalizariam 52%.

    Outro vis importante - indicado pelas agncias - mostra que no comum o poder

    concentrado em nico grupo miliciano, mas em vrios grupos distintos, alguns com

    grande destaque, principalmente, pela divulgao da mdia e pela evoluo de suas

    lideranas no cenrio poltico do Rio de Janeiro.

    O consenso entre os Servios de Inteligncia de que as principais e mais

    estruturadas milcias encontram-se na regio de Jacarepagu e nos bairros de Campo

    Grande.

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    47

    A Subsecretaria de Inteligncia relacionou ainda um total de 102 prises de pessoas

    que tm envolvimento com as milcias, englobando os que continuam presos e os que

    respondem em liberdade.

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    CAPTULO II

    AS PRINCIPAIS MILCIAS

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    Os dados sobre as principais milcias aqui relatados tm por base, principalmente, os

    depoimentos dados CPI por autoridades da rea de Segurana, em especial os

    delegados que atuam nas reas onde a presena de tais grupos maior - Pedro Paulo

    Pinho, da 32 DP (Curicica, Jacarepagu) e Marcus Neves, da 35 DP (Campo

    Grande) -, do titular da Delegacia Regional de Aes Criminosas Organizadas (Draco),

    Cludio Ferraz; do secretrio estadual de Segurana Pblica, dr. Jos Mariano

    Beltrame; e dos promotores designados pelo Ministrio Pblico Estadual, dr. Jorge

    Magno e dr. Bruno Stibich, que atuam na rea de Campo Grande. Tambm foram

    ouvidos parlamentares ou candidatos acusados de pertencer ou de ter tido apoio das

    milcias em suas campanhas eleitorais.

    O dr. Cludio Ferraz mostrou que a atuao dos milicianos na rea de Jacarepagu

    grande em face da rea (Rio das Pedras, Gardnia Azul e Praa Seca) constituir uma

    regio mais lucrativa para as milcias do que a Zona Oeste (Campo Grande). Ferraz

    mostrou que os grupos milicianos j se estenderam por diversas reas da capital,

    como o bairro de Quintino, no subrbio, bem como por diversos municpios, como

    Volta Redonda, Maca e Regio dos Lagos.

    O delegado afirmou que assim que assumiu a Draco, no dia 23 de maro de 2007,

    recebeu como determinao do secretrio estadual de Segurana, dr. Jos Mariano

    Beltrame, que tivesse todo o empenho na apurao e na represso aos crimes

    praticados pelas milcias. Disse o dr. Ferraz: Havia uma preocupao muito grande da

    Secretaria de Segurana em iniciar esse tipo de trabalho, especialmente considerando

    que eles j haviam detectado a periculosidade da manuteno desse grupo at para o

    prprio comando da segurana pblica no Rio de Janeiro.

    No depoimento prestado CPI, o secretrio de Segurana fez questo de ressaltar

    que com a intensificao do combate s milcias foi constatada uma reduo de 50%

    dos homicdios na Zona Oeste o que, para ele, sintomtico para se avaliar o quanto

    a milcia ali sempre matou.

    Titular da 32 DP, o delegado Pedro Paulo falou sobre diversos polticos ligados a

    grupos milicianos de Jacarepagu, dentre eles os vereadores Josinaldo Francisco da

    Cruz, o Nadinho (DEM) e Luiz Andr Ferreira da Silva, o Deco (PR); os ento

    candidatos Cristiano Giro (PMN) e Luiz Monteiro Doen (PTC); e os ex-candidatos

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    51

    Epaminondas de Queiroz Medeiros Junior (DEM) e Marco Aurlio Frana Moreira

    (Marco). Falou ainda da parceria poltica nas milcias locais de Jacarepagu, onde

    Cristiano Giro, acusado de chefiar a milcia na Gardnia Azul, se uniu ao Marco; e

    Deco ao Doen, o que no impede que, quando h interesses em conflito, eles lutem

    entre si.

    O titular da 32 DP mostrou como a falta de regulamentao dos transportes

    alternativos propicia toda uma ampla e rendosa rede de extorso, corrupo e

    homicdios explorada pelos milicianos, assim como sempre ocorreu com o jogo do

    bicho. Mostrou como os milicianos invadem amplas reas, loteiam e depois vendem os

    lotes para moradores. Ele destacou particularmente a comunidade do Marco, como

    exemplo de um grupo paramilitar que teve incio e fim.

    Ao mapear a atuao das milcias na rea, o delegado comeou pela Vila Sap, onde

    atua um policial militar chamado Betinho. A Vila Sap esclareceu o delegado -

    uma dessas comunidades ali de Curicica onde ns no registramos qualquer tipo de,

    digamos assim, mal maior, por exemplo: homicdio, tortura, seqestro, crcere

    privado, enfim. Me parece que Bentinho est ali, naquela milcia ainda nvel 1, nvel 2.

    Depois, temos a milcia dos APs da PM, da Cidade de Deus. (...) A Cidade de Deus j

    deixou de ser uma favelinha h muito tempo, n? Ali j um complexo. Voc tem

    Quadra 13, Quadra 15, Carat, APs. Ele citou vrios nomes de chefes das milcias

    na rea, como Lica e Doen. Segundo o delegado, ambos fizeram um acordo de

    cavalheiros e dividiram a regio da Praa Seca: Deco fica com a Chacrinha e Doen

    com a Favela da Chcara.

    Informaes recebidas pelo Disque Milcias permitem montar o seguinte quadro das

    lideranas na regio de Jacarepagu:

    Anil - PC Grson Boanerges e Sgt PM Jos Nilson Rogaciano Pereira (Nilson ou

    Nison Paraba).

    Curicica Comunidade Dois Irmos e Csar Maia - PM Ref Eduardo Jos da Silva

    (Zezinho Orelha).

    Curicica Comunidade Vila Sap - PM Bentinho e Valdino Silva Junior (Juninho

    Cerol).

    Gardnia Azul Dividido em duas lideranas. O Sgt BM Cristiano Giro Matias

    (Giro) controlaria a Gardnia Azul, com exceo da rea conhecida como

    Comunidade do Marco que, seria controlada pelo Marco Aurlio Frana (Marco).

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    52

    Praa Seca - O bairro estaria dividido em duas lideranas. Na rea das Comunidades

    de So Jos Operrio, Bateau Mouche, Chacrinha, Mato Alto e Bela Vista, a liderana

    estaria com o Vereador Luiz Andr Ferreira da Silva (Deco) e na rea das

    Comunidades da Chcara, Quiririn e Urucuia, a liderana estaria com o Sgt PM Luiz

    Monteiro da Silva (Doen).

    Largo do Tanque - Ex-deputado lvaro Lins e PM Janjo.

    Taquara Comunidade Nova Aurora, ex-PM Silvrio.

    Taquara Jardim Boina, Lote 1.000, Santa Maria e Pau da Fome, liderada por

    Juninho Cerol e Evandro.

    Rio das Pedras A comunidade j teve como lderes o PC Flix, assassinado, e o

    Vereador Josinaldo Francisco da Cruz (Nadinho). Atualmente, a liderana estaria

    sendo compartilhada por um grupo composto por Major PM Dilo Soares Junior (Dilo),

    Cap PM Epaminondas de Queiroz Medeiros Junior (Queiroz), Sgt PM Res Dalmir

    Pereira Barbosa (Dalmir), Dalcemir Pereira Barbosa (Dalcemir) e Getlio Rodrigues

    Gamas (Getlio).

    No que se refere particularmente a Rio das Pedras, o delegado Pedro Paulo disse que

    na fase mais recente a rea pode ser dividida em AF e DF antes do Flix e depois

    do Flix.

    Narrou o delegado: O que aconteceu ali, e j est muito bem definido, que o

    vereador Nadinho quis dominar Rio das Pedras e fez uma parceria com o pessoal de

    Campo Grande, que o deputado Natalino e o vereador Jerominho, no sentido de

    eliminar o Flix e ele, Nadinho, dominar Rio das Pedras e assim formarem um grande

    complexo. (...) Acontece o seguinte: com a morte do Flix, Dalmir - que PM -,

    Dalcemir, que o irmo dele, e vrios outros l dentro (Beto Bomba, Major Dilo, oficial

    da ativa da PM e tal) no permitiram que o Nadinho assumisse Rio das Pedras,

    porque eles eram fiis ao Flix e sabiam quem tinha matado o Flix, a mando de quem

    o Flix foi morto. Ento, eles no permitiram. Isolaram o Nadinho num canto e

    assumiram o comando do grupo em Rio das Pedras.

    Prosseguindo, o delegado afirmou que h informaes contraditrias sobre

    Epaminondas Queiroz, conhecido como capito Queiroz. Algumas afirmam que ele

    faria parte do grupo formado por Dalmir, Dalcemir e Major Dilo e outras garantem que

    ele tambm abandonou o barco. Para o delegado Pedro Paulo, o grupo que chefia a

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    53

    milcia de Rio das Pedras, hoje, formado pelo PM Dalmir Pereira Barbosa, que no

    teria antecedentes criminais; Paulo Eduardo da Silva Azevedo, mais conhecido como

    Paulo Barraco; Fabiano Cordeiro Ferreira, conhecido como Mgico; Beto Bomba

    (Jorge Alberto Moreth), acusado de homicdio; Getlio Rodrigues Gamas, dono da

    Cooperativa Rio das Pedras, de transporte alternativo; e Dalcemir, irmo de Dalmir.

    O promotor Bruno Stibich, ouvido no dia 17 de julho de 2008 citou ainda em seu

    depoimento Pedra de Guaratiba como rea com atuao de milcia. Conforme o

    promotor, uma investigao da Corregedoria da Polcia Civil com interceptao

    telefnica permitiu identificar as peas principais dessa milcia, inclusive, o nome de

    um parlamentar. Perguntado sobre quem seria esse parlamentar ele afirmou tratar-se

    do deputado estadual Jorge Babu.

    J o promotor dr. Jorge Magno fez um paralelo entre a milcia de Rio das Pedras e a

    de Campo Grande. Disse ele CPI no dia 17 de julho de 2008: A origem da milcia

    em Rio das Pedras diferente do que ocorreu em Campo Grande, at pela formao

    da comunidade de Rio das Pedras. A primeira era chamada polcia mineira, tinha

    uma funo criminosa, mas era diferente do que hoje se v nas milcias. E Rio das

    Pedras est intimamente ligada com a milc