1.3 Mulheres atuantes na História da Arte

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  • Artes

    1. Mulher na arte 031.1 Representao e atuao 031.2 As Vnus 041.3 Mulheres atuantes na histria da arte 051.4 No Brasil: Anita Malfatti e Tarsila do Amaral 081.5 Semana de Arte Moderna 09 1.6 A arte brasileira aps a Semana de 1922 111.7 Portinari 121.8 Bruno Giorgi 121.9 O Grupo Santa Helena 14

  • 3Artes

    Sistema de Ensino CNEC

    MAT. DIDTICO 7 SRIE - ENSINO FUNDAMENTAL - ARTE - VOLUME 1 - 2008 - PG 3

    Mulher na arte

    Durante muito tempo, na Histria da Arte, a mulher era apenas representada. Musas inspiradoras... Muitas vezes, representaram o amor...

    rOdIn, Auguste. O Beijo

    ...outras vezes, a fertilidade...

    Vnus de Milo

    ...mitos...

    BOttICEllI, sandro. O nascimento de Vnus

    ...sensualidade.

    InGrEs, Jean Auguste dominique. A banhista de Valpinon

    1.1 Representao e atuao

    Depois de um certo tempo, a mulher, alm de ser representada, passou a atuar na arte como autora, superando preconceitos e tabus, revolucionando a Arte e a Histria.

    Uma das primeiras artistas a ter destaque internacional foi Sofonisba Anguissola, italiana e pintora renascentista, admirada por Michelangelo e Van Dyck.

    No perodo do Barroco, Artemsia Gentileschi foi uma das nicas mulheres que atuaram. No Impressionismo, destacaram-se as pintoras Mary Cassatt e Berthe Morisot. A brasileira Chiquinha Gonzaga foi a primeira pianista de choro e a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. A escultora francesa Camille Claudel foi repreendida pela me durante sua infncia, temendo, em vo, que a fi lha se tornasse uma artista, devido repercusso que isso causaria.

    1. MULHER NA ARTE

  • 4 Artes

    Sistema de Ensino CNEC

    MAT. DIDTICO 7 SRIE - ENSINO FUNDAMENTAL - ARTE - VOLUME 1 - 2008 - PG 4

    Mulher na arte

    1.2 As Vnus

    Na arte pr-histrica, os objetos artsticos, tais como a pintura nas paredes das cavernas e as esculturas, tinham significados religiosos ou sobrenaturais, com poderes mgicos.

    Assim, as pequenas esculturas femininas dessa poca tinham a funo mais de amuleto do que a de representar com exatido a figura feminina. Simbolizavam a fertilidade e a abundncia.

    Vnus de Willendorf

    O autor dessa escultura evidenciou as partes do corpo que caracterizavam os elementos mais significativos da fertilidade: os seios enormes, o ventre protuberante. A cabea estilizada e as pernas, embora representadas realisticamente, apenas completam a figura.

    Deusa da Fertilidade de Cernavoda Histria da Arte, H.W.Janson

    O que torna a deusa de Cernavoda to notvel a capacidade demonstrada pelo artista de apresentar todos os traos essenciais do corpo de uma mulher, com um mnimo de traos. O rosto no tinha importncia na representao.

    No Egito

    O busto da rainha Nerfetiti considerada a obra-prima da poca de Akhenaton (Amenfis IV), seu marido. No seu reinado, a arte egpcia perde sua rigidez e se torna naturalista.

    Nefertiti

    O rosto delicado e perfeito acusa o perfil extico de uma princesa oriental rosto oval, sobrancelhas arqueadas que acompanham o traado rasgado dos olhos.

    Nefertiti (detalhe)

  • 5Artes

    Sistema de Ensino CNEC

    MAT. DIDTICO 7 SRIE - ENSINO FUNDAMENTAL - ARTE - VOLUME 1 - 2008 - PG 5

    Mulher na arte

    Vnus de Milo

    A Vnus de Milo (assim chamada, porque a encontraram na ilha de Melos) uma famosa obra da arte clssica grega, tambm chamada de Afrodite de Melos. provvel que tenha pertencido a um conjunto de Vnus e Cupido, sendo notvel a clareza e a simplicidade com que o artista modelou o belo corpo, assinalando as suas principais divises com harmonia e definio. Essa obra tornou-se o sinnimo da beleza perfeita.

    Vnus de Milo

    1.3 Mulheres atuantes na Histria da Arte

    SAFO

    Foi uma grande poetisa grega que viveu h mais de 2 600 anos. Em seu tempo, tornar-se poetisa significava aprender a compor poemas lricos e melodias, cantar, tocar lira e danar. Ela criou todo um movimento potico e musical. Safo foi a nica mulher grega a se imortalizar como poetisa, sendo que no s sua obra foi cantada, ensinada e citada, como seu retrato e nome apareceram em vasos, em bronzes e em moedas.

    Msica: Mulheres de Atenas

    Veja como Chico Buarque descreve a vida das mulheres gregas.

    MulHErEs dE AtEnAs

    Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de AtenasVivem pros seus maridos, orgulho e raa de AtenasQuando amadas, se perfumamSe banham com leite, se arrumamSuas melenasQuando fustigadas no choramSe ajoelham, pedem, imploramMais duras penasCadenas

    Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de AtenasSofrem por seus maridos, poder e fora de AtenasQuando eles embarcam, soldadosElas tecem longos bordadosMil quarentenasE quando eles voltam sedentosQuerem arrancar, violentos,Carcias plenas, Obscenas.

    Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenasdespem-se pros seus maridos, bravos guerreiros [de AtenasQuando eles se entopem de vinhoCostumam buscar o carinhoDe outras falenasMas no fim da noite, aos pedaosQuase sempre voltam pros braosde suas pequenas Helenas

    Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de AtenasGeram pros seus maridos os novos filhos de [AtenasElas no tm gosto ou vontadeNem defeito nem qualidadeTm medo apenasNo tm sonhos, s tm pressgiosO seu homem, mares, naufrgioslindas sirenasMorenas

    Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenastemem por seus maridos, heris e amantes de [AtenasAs jovens vivas marcadasE as gestantes abandonadas No fazem cenasVestem-se de negro, se encolhemSe conformam e se recolhems suas novenas serenas

    Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de [AtenasSecam por seus maridos, orgulho e raa de Atenas

    Chico Buarque de Holanda & Augusto Boal www.chicobuarque.uol.com.br acessado em 25/11/2007

  • 6 Artes

    Sistema de Ensino CNEC

    MAT. DIDTICO 7 SRIE - ENSINO FUNDAMENTAL - ARTE - VOLUME 1 - 2008 - PG 6

    Mulher na arte

    Curiosidades

    Em 8 de maro de 1857, numa greve organizada por mulheres, funcionrias de uma tecelagem queriam reduzir a carga horria de trabalho de 16 para 10 horas. Os patres e a polcia trancaram as portas da tecelagem onde estavam as grevistas e atearam fogo. As 129 mulheres morreram carbonizadas.

    Artemsia Gentilleschi

    GENTILLESCHI, Artemsia. Judite matando Holofernes

    Artemsia foi a expresso feminina de Caravaggio (pintor Barroco), pois, tal como ele, usava tonalidades escuras para o fundo e a iluminao nas figuras principais. Ela era italiana e, aos 19 anos, estudava Arte, poca em que um acontecimento marcou sua vida e a influenciou, definindo seu estilo: foi estuprada por um colega e submetida a um julgamento humilhante, em que sofreu torturas para se retratar da acusao. O estuprador foi absolvido e ela se dedicou a retratar mulheres em violentas cenas de vingana contra homens que haviam se aproveitado delas.

    Artemsia foi a primeira mulher a se destacar como pintora, e seus quadros, muitas vezes, eram considerados como uma espcie de auto-retrato, mostrando claramente sua revolta contra a posio da mulher na sociedade machista de sua poca.

    Mary Cassatt

    CAssAtt, Mary. Louise che allatta suo figlio

    Mary Cassatt (1845-1926) era americana e pertencia a uma famlia rica da Pensilvnia. Na sua poca, mulheres eram proibidas de seguir uma profisso, tampouco a de artista plstica, mas enfrentou todas as convenes e foi para a Frana estudar Arte. Sua situao financeira independente a favorecia. Ficou amiga de Degas e assimilou profundamente a tcnica impressionista, sendo tambm influenciada pelas gravuras japonesas.

  • 7Artes

    Sistema de Ensino CNEC

    MAT. DIDTICO 7 SRIE - ENSINO FUNDAMENTAL - ARTE - VOLUME 1 - 2008 - PG 7

    Mulher na arte

    CAssAtt, Mary. Jovem me costurando

    CAssAtt, Mary. O Banho

    Berthe Morisot

    A arte fazia parte do dia-a-dia da artista, j que era bisneta de Frogonard (pintor famoso).

    MOrIsOt, Berthe. Jovem no sof

    Seu estilo era mais livre do que o dos impressionistas, no usava contornos, somente toques de cor para indicar forma e volume.

    MOrIsOt, Berthe. Lady at her toilette

    Nessa poca, as mulheres eram proibidas de ficarem a ss com homens que no fossem de suas relaes (como pai, irmo, etc.) e nem podiam assistir s aulas com modelos vivos. Isso levou tanto Mary Cassatt como Berthe Morisot a pintar cenas domsticas.

  • 8 Artes

    Sistema de Ensino CNEC

    MAT. DIDTICO 7 SRIE - ENSINO FUNDAMENTAL - ARTE - VOLUME 1 - 2008 - PG 8

    Mulher na arte

    1.4 Brasil: Anita Malfatti e Tarsila do Amaral

    Anita Malfatti

    Anita Malfatti comeou o aprendizado de pintura com sua me, uma pintora amadora, Em 1910, viajou para a Alemanha com a ajuda dos tios. Nessa poca, conheceu modernistas na Europa, e, depois, nos Estados Unidos, para onde foi estudar.

    Sua exposio em 1917, quando retornou ao Brasil, agitou a arte brasileira. Foi severamente criticada por Monteiro Lobato.

    Aps a crtica, modernistas reuniram-se e convidaram-na para se juntar a eles na organizao da Semana da Arte Moderna.

    Suas obras mais conhecidas so: O homem amarelo, A estudante russa, A Boba.Mesmo depois da Semana de 1922, a artista no havia se recuperado da

    crtica de Monteiro Lobato, o que a fez perder um pouco a inovao modernista trazida da Europa.

    Devido a uma atrofia congnita no brao e na mo direita, ela passou a pintar com a mo esquerda.

    Tarsila do Amaral

    Tarsila do Amaral pintou seu primeiro quadro com 16 anos na escola em que estudava na Europa, para onde foi sem dificuldades, pois era de famlia rica.

    Na Europa, conheceu modernistas que influenciaram sua pintura. Em uma viagem a Minas Gerais, relembrou as cores de sua infncia, incorporando os elementos brasileiros sua pintura.

    Ela e Anita eram amigas.Tarsila no participou efetivamente da Semana de Arte Moderna

    de 1922, mas integrou-se ao grupo dos cinco: Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Mrio de Andrade e Menotti Del Picchia.

    Sua obra mais conhecida, o Abaporu, que se tornou smbolo de um movimento chamado de Antropofagia, hoje uma das obras brasileiras mais valorizadas em leiles.

    AMARAL, Tarsila. Antropofagia

    MAlFAttI, Anita. A Boba

    AMARAL, Tarsila. Abaporu