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Pets pelo Mundo Animais no Japão Pet Saúde Cinomose: perigo à vista Pet Comportamento Separação delicada Minha história O dia em que a Kitty encontrou a Hello Ano II – Nº 14 – 05/2011

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Revista Conexão Pet, edição de maio de 2011

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Pets pelo MundoAnimais no Japão

Pet SaúdeCinomose: perigo à vista

Pet ComportamentoSeparação delicada

Minha históriaO dia em que a Kitty encontrou a Hello

Ano II – Nº 14 – 05/2011

A História da Proteção Animal

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Caros leitores,

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a todas as mensagens de carinho pelo nosso primeiro aniversário. Muito obrigada por todo o apoio, afinal todo o nosso trabalho é feito para vocês. Nosso público é formado por pessoas que amam e se importam com os animais, então para celebrar a todos vocês que lutam por uma realidade melhor para nossos animais, nossa matéria de capa fala sobre a História da Proteção Animal. Essa história ainda é recente, como vocês poderão ver, por isso muitos avanços ainda têm que ser feitos, mas estamos no caminho certo! No mês que vem falaremos dessa trajetória no Brasil! Fazemos também um alerta muito sério sobre a cinomose. É uma doença com implicações muito importantes para os cães, por isso, como sempre, prevenir é o melhor remédio. Você também vai saber o que fazer se toda vez que sai de casa o seu cãozinho sofre muito, fica ansioso e destrói tudo. É a Síndrome da Ansiedade por Separação. Veja na coluna de Gustavo Campelo. Falamos ainda sobre os mitos e verdades da toxoplasmose na coluna “Felinos em Foco”, como vivem os animais no Japão, fizemos uma entrevista superlegal com a Alessandra Siedschlag e muito mais! Espero que gostem de mais uma edição preparada com muito capricho e carinho!

Grande abraço,

Vivian LemosEditora

[email protected]

Direção e Edição:Vivian Lemos – MTB: 26122/RJ

[email protected]

Criação e Design:Rede Zumbi

[email protected]

Comercial:[email protected]

Sugestões, críticas e dúvidas:[email protected]

A revista virtual Conexão Pet é uma publicação da Múltipla Edições Ltda. Todos os direitos reservados.Para reproduzir nossas matérias contate [email protected]

* Os artigos e anúncios veiculados na revista Conexão Pet são de responsabilidadede seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião do veículo.

Agradecimentos:Alessandra Siedschlag

Alice CohenCarlos Leandro Henemann

Cristina FukusatoGustavo Campelo

Jacqueline RapkiewiczLeonardo Brandão

Mari HirataMarúcia de Andrade Cruz

Orminda SantosVanessa Rocha

Editorial Expediente

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Sumário

14 Capa16 Pet Comportamento18 Minha História19 Pet Entrevista20 Pet Ação21 Plantão Vet

Mensagens dos Leitores 04 Pet Notas 05

Celebridades do Bem 06Educação Pet 07

Pets pelo Mundo 08Felinos em Foco 10

Pet Saúde 12Diários de PetSitter 13

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Se você tem alguma dúvida, crítica ou sugestão envie sua mensagempara [email protected] e ela pode ser publicada aqui.

Olá! Quero cumprimentá-los pela iniciativa de fazer uma revista realmente dedicada ao universo da proteção animal. Parabéns e muito sucesso!Enedina QuinelatoIbiúna/SP

Equipe do CP, gostei muito da reportagem sobre medicamentos perigosos para animais. É importante ficar alerta e prevenir acidentes!Sandra EschildRio de Janeiro/RJ

Olá, equipe da Conexão Pet! Sou Médica Veterinária e proprietária de canil, onde sempre se preza pelo bem-estar animal, em todas as etapas da criação. Gostaria de parabenizá-los pela iniciativa desta revista e pela reportagem da edição de abril de 2011, referente à amputação estética em pequenos animais. A conscientização de criadores e médicos veterinários sobre este importante tema deve ser continuamente realizada, de forma a evitar que cães e gatos sofram cirurgias mutilantes desnecessárias. E ainda: a cena mais linda que pode existir é a de um cão abanando a cauda, demonstrando felicidade! Abraço.Marcella Zampoli TroncarelliBotucatu/ SP

Amigos do Conexão Pet, parabéns pelo aniversário de um ano. Vocês informam a todos que amam os animais sobre como devemos cuidar melhor de nossos aumigos. Sucesso!André C. SiqueiraSaquarema/RJ

Sempre acompanho as matérias “Pets pelo Mundo” e na última edição fiquei sensibilizada com a situação dos animais no Chile. É muito triste ver como nós, latino-americanos, tratamos nossos animais. Parabéns pela matéria e por toda a revista.Neusa AndreolliSão Paulo/SP

Adorei o novo visual da revista! Ficou mais bonita e bem mais fácil de ler. Parabéns pelo primeiro ano e que venham muitos outros!Ana Luísa MagalhãesBelo Horizonte/MG

O Deputado Feliciano Filho faz com que nos orgulhemos de alguns políticos e ainda possamos acreditar que alguns estão ali realmente para tornar nosso país melhor. Excelente entrevista!Ruy José AlcântaraJoinville/ SC

Mensagens dos leitores

Parabéns pelo níver de 1 ano e continuem fazendo cada vez mais sucesso!!!Mirian VossCuritiba/PR

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Camiseta AnimalPara você que quer andar com seu amigão sempre junto ao peito, as camisetas fabricadas pela “The Mountain” são uma excelente pedida! Elas têm estampas gigantes com as caras de diversos animais, são feitas em tecido 100% algodão, possuem cinco opções de tamanho e custam 20 dólares.http://shop.themountain.me

Coleira SaborosaA “Hot Dog Leash” é uma inusitada peça que imita uma saborosa tira de salsichas! Embora possa não parecer, existe uma resistente corda de nylon garantindo a segurança dos cachorrinhos; o charme vem de sua cobertura com suculentas salsichinhas feitas de espuma macia. A engraçada “guia” mede 102 cm, custa 8,49 dólares. O produto está à venda no site da Amazon.

Comedouro radicalSe você está cansado dos comedouros e bebedouros sem graça do seu pet, uma boa pedida são estes recipientes que ficam acoplados a um skate, com pezinhos no lugar de rodas para suporte. A designer Meg Grogan não é skatista, mas utilizou um shape de skate para servir de suporte para os potinhos de seu cão Tank, um labrador preto. Ela está começando a fazer suas próprias pinturas customizadas. Achou interessante? Saiba mais em:http://www.etsy.com/shop/SkateDogStudios

Cão solidárioQuer deixar o seu cãozinho lindo e ainda ajudar crianças e mulheres com HIV/AIDS? Uma linha de roupinhas caninas está sendo produzida em benefício da Fundação Mashiah, na Nigéria. Todas as peças são únicas e feitas de maneira sustentável. Custam 55 dólares e podem ser adquiridas em:www.greendogdesign.com

Pet Notas

Divulgação

Divulgação

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Divulgação

Fontes: www.bemlegaus.com, www.peoplepets.com, www.moderndogmagazine.com

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Celebridades do bem

Constelação animal!Como já é tradição, vamos conhecer mais famosos a favor da bicharada

Phil Klein/AP Photo

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Muitas pessoas me perguntam qual o melhor momento de começar a educar um cão. Essas pesso-as geralmente ficam espantadas com minha resposta. “Antes mesmo que o cão chegue, no momento em que decidimos ter um animal”.Isso mesmo, a grande dica para ter um bom relacio-namento com seu animal de estimação é contar com a ajuda de um profissional que saiba analisar o rit-mo de vida da família, o tamanho da casa, o tempo que essa família poderá se dedicar diariamente ao cão, poder aquisitivo etc. Essa ajuda fechará em duas ou três raças que se adequam melhor àquela família. Após escolhida a raça, é a hora de escolher um bom criador, que seja idôneo e preocupado em manter o padrão de temperamento e tipicidade de cada raça. Depois, temos que escolher um filhote que combine bem com a família. Não é porque dois cães são da mesma raça que eles irão se comportar exatamente da mesma maneira. O mesmo serve para cães sem raça definida (SRD). Caso a escolha seja adotar um cão de abrigo, é muito importante avaliar qual cão daquele abrigo melhor se encaixa naquela família, até para evitar novos abandonos mais tarde.Enfim, feito todo esse processo é muito importante iniciar o treinamento da família que irá receber o ani-mal. Sim, precisamos primeiro educar a família. Todos

da casa devem “falar a mesma língua” com o animal, para não deixá-lo confuso e ansioso.O cão chegou em casa. E agora é hora de colocar em prática as dicas que o profissional passou. A educa-ção do animal deve começar no momento em que ele entrou em casa. Precisamos mostrar o ambiente, mostrar as regras, e aos poucos informar o que pode e o que não pode.Cães aprendem pelas consequências, ou seja, se seus comportamentos forem bem sucedidos repeti-rão esse mesmo comportamento mais vezes. Se não forem bem sucedidos diminuirão a frequência desse comportamento.Dessa maneira, não há razão para esperar mais tempo para iniciar a educação do pet. Quanto mais tempo o cão ficar adquirindo comportamentos indesejáveis, mais tempo demora a educação. Portanto o ideal é educar desde cedo para que o cão não adquira com-portamentos indesejáveis.Para quem tem um cão mais velho, pode ficar tran-quilo, pois também é possível educá-los. Cães são animais que, como nós, podem continuar aprenden-do a vida toda. É claro que quanto mais idade tem o animal, mais vícios de comportamento ele terá e isso faz com que o tempo de treino também aumente.

Se quiserem enviar perguntas sobre o comportamen-to de pets, mandem e-mail [email protected]

*Gustavo Campelo é especialista em comportamento animal e palestrante. Ele é diretor da empresa que leva seu nome, e é espe-cializada em educação e sensibilização de petswww.gustavocampelo.com.br

Educação PetA educação do filhote

Por Gustavo Campelo *

O BECO DA ESPERAÇA ABRIGA MAIS DE 300 ANIMAIS

E PRECISA MUITO DA SUA AJUDA!

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Pets pelo mundo O Japão é um país que sempre desperta muita curiosidade em nós, ocidentais. Recentemente nos surpreendemos

com a serenidade e organização dos japoneses diante da grande tragédia que o país enfrentou:

um grande terremoto seguido de um tsunami devastador.

Milhares de pessoas ficaram desabrigadas, e os animais também sofrem com a situação: famintos, muitos perderam seus donos e lares. No entanto, os japoneses parecem dispostos a tudo para ajudar nossos amigos de quatro patas: um grupo de voluntários ignorou as recomendações das autoridades para se manterem longe da área de Fukushima (por causa do perigo de contaminação radioativa) e invadiram a área isolada para resgatar cães que estavam lá. Alguns desses cães resgatados já estão com os donos, outros ainda aguardam por adoção. Conversamos com duas brasileiras que moram no Japão, e ambas afirmam que os japoneses tratam seus animais com extremo cuidado e carinho, como se fossem verdadeiros membros da família. “Acho que antes de tudo, é preciso compreender que o Japão é um pais do tamanho de SP com uma população um pouco menor que o Brasil. A taxa de natalidade é muito baixa, a população é cada vez mais idosa. Logo se conclui que muita gente mora sozinha, as casas são pequenas e os animais de estimação são os grandes companheiros dos idosos e solteiros. São tratados como pessoas da família, como tal educados, logo você não vê um cocô na rua!”, afirma a jornalista Mari Hirata. Cristina Fukusato também nota esse carinho: “Acredito que a maioria trate de seus animais como verdadeiros filhos. E creio que nunca ouvi falar de alguém que tenha falecido, deixado um pet e a família não o tenha recolhido ou doado ele

a quem quisesse. Ou seja, não ouvi falar que alguém faleceu e simplesmente colocou o pet para fora”. Como já dissemos, depois da tragédia que abateu o Japão, os animais também sofreram, mas não foram esquecidos: “Havia um grupo que foi até as

regiões mais atingidas e resgatou todos os cães e gatos que conseguiram, os que estavam bem foram limpos e colocados em abrigos de animais onde eram alimentados e esperavam por seus donos. Os que precisavam de tratamento, foram devidamente tratados e esperam por seus donos também. Caso este não apareça, por motivos diversos, até porque este pode

estar entre os mais de 10 mil desaparecidos, serão colocados para adoção. Normalmente em casos de calamidade, os animais não ficam com seus donos

em abrigos, vão para um abrigo próprio para animais e ali esperam até seus donos terem condições de ir buscá-los. E estes vão visitá-los praticamente diariamente, as visitas

não são reguladas de forma alguma. Mas esta calamidade foi de extensão e proporções tão grandes que os abrigos liberaram os pets para ficarem com seus donos”, informa Cristina Fukusato.

Se agora nos lembramos muito do Japão por causa dessa calamidade, a imagem prioritária que sempre tivemos dos japoneses é de um povo que aprecia tecnologia e coisas boas. Será

que eles estendem esse conceito aos animais? “Principalmente nas cidades onde existe toda uma infraestrutura, com lugares chiques onde aceitam pets, tem ate refeição

especial para eles. Existem lugares onde as pessoas que não tem pets, podem ir e passar horas com eles “emprestados”, quer dizer, pessoas impossibilitadas de

terem em casa, podem ir tomar café e brincar com eles. Esses locais existem na versão canina e felina”, explica Mari Hirata.

A ligação desse povo de tradição milenar com seus animais é tão forte, que ultrapassa a barreira da vida: “Os cuidados dos japoneses com seus pets quando morrem, são praticamente os mesmos do que com humanos. Inclusive com uma espécie de santuário/oratória para o pet que se foi. Esse santuário consiste em corredores cheios de portinhas que são alugadas pelo dono, onde colocam fotos, brinquedinhos, coisinhas que o pet gostava. Seus donos vão lá regularmente para rezar, ter uma lembrança”, diz Cristina. Com todo o carinho e respeito que o Japão demonstra por seus animais, era de se esperar que as leis contra quem pratica crueldade contra

os peludos seja severa. “Moro há mais de 15 anos aqui, e vi reportagens na TV onde prenderam cerca de três pessoas por maus tratos ou crueldade aos

animais. Mas creio que casos assim são raros por aqui. Um caso foi específico, creio que de repercussão internacional, onde o autor do crime foi uma criança

de 13 anos. Seu primeiro crime conhecido foi contra um gato, passou logo em seguida para uma criança e depois um adulto. Crimes típicos de serial killer,

mas praticados por um garoto. Na época os filmes e games violentos foram extremamente criticados. Para

a polícia, uma vida é uma vida, seja animal ou não”, conta Cristina.

Para um povo tão caracterizado como pouco afetivo e retraído no que diz respeito a demonstrações públicas de

afeto, um animal pode ser extremamente benéfico: “Acho que pelos japoneses por natureza serem poucos demonstrativos na afeição, conseguem através dos animais suprirem um pouco a que chamamos de body touch (contato físico), que falta neles. Por isso os animais têm um grande lugar nas terapias de hospitais, asilos e orfanatos”, analisa Mari Hirata. Por tudo que vimos até aqui, a vida dos animais japoneses parece ser muito boa. Especialmente por viverem na companhia de humanos tão educados: “Inúmeros parques (grandes ou pequenos) tem dog run, os donos

Como vivem os animaisno Japão?

Terra dos samurais é leal a seus amigos peludos

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passeiam com seus cães todos os dias e têm que recolher seus excrementos, não podem deixar na rua simplesmente. Vi na TV uma reportagem de um parque que mantém uma espécie de barril de metal com alguns produtos dentro e os donos, durante seus passeios, podiam jogar o excremento lá e rodar uma manivela para dar uma misturada. As fezes, depois de um certo tempo, viram adubo que é usado pela prefeitura”, conta Cristina Fukusato. Não há cães nas ruas do Japão, mas Cristina relatou que já viu alguns gatos perambulando. De acordo com as leis existentes, não é permitido alimentar os bichanos, mas alguns grupos recolhem, alimentam e castram os animais, mesmo que seja para devolvê-los às ruas. É o “jeitinho japonês” para ajudar os animais. Também é importante lembrar que ao alugar ou comprar um imóvel deve-se checar se o local aceita ou não animais de estimação. Mesmo sendo um país rico de Primeiro Mundo, o Japão enfrenta sérias dificuldades e seus animais também. Há organizações que estão trabalhando em prol dos animais atingidos pela tragédia. Caso você queira ajudar ou conhecer o trabalho destes grupos, visite o site da Japan Earthquake Animal Rescue and Support (www. http://jears.org), que é uma coalizão de entidades japonesas que lutam pelos animais.

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Capital: TóquioPopulação: 127.560.000Moeda: IeneLíngua: JaponêsClima: Norte (Hokkaido) - clima temperado frio Centro (Honshu) - clima temperado oceânico; Sul (Shikoku e Kyushu) - clima subtropical, amenizado pela corrente do Japão.O país tem cerca de 27 milhões de pets. 35% das residências possui algum animal de estimação, sendo 46% deles cães e 31% gatos. Aves e ratos também são pets populares no País.Fontes: Ministério de Assuntos Internos e Comunicação do Japão e Whatjapanthinks.com

Curiosidade: o gato Maru

Se você é daquelas pessoas atentas a novidades na web, já deve ter ouvido falar do gato Maru. As acrobacias atrapalhadas do gordo felino fazem sucesso no Youtube, e o gato já virou garoto-propaganda (ou melhor, felino-propaganda) de diversos produtos no Japão.

Sheltie Rescue/AP

Divulgação

Voluntários resgatam cães na área de Fukushima

Akita: o cachorro que é a cara do Japão

Roupa antiterremotos para pets

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Felinos em Foco

TOXOPLASMOSE.... sempre uma polêmica!!!! * Por Marúcia de Andrade Cruz

Este tema é sempre uma polêmica! Tanto na rotina diária de um consultório veterinário quanto nas diversas mídias de comunicação! Vamos iniciar este texto com um desenho cientificamente e facilmente

explicativo: Ao lado se observa o ciclo biológico oficial do

agente Toxoplasma gondii, o protozoário responsável pela Toxoplasmose. O agente pode parasitar qualquer animal vertebrado de sangue quente, inclusive o homem, ressaltando que fazemos parte do Reino Animal! O parasita apresenta um ciclo completo, isto é, possui hospedeiros definitivos (membros da Família Felidae - gatos selvagens e domésticos) e hospedeiros intermediários (membros do Reino Animal - vertebrados de sangue quente). Existem três formas infectantes do agente (esporozoítos, bradizoítos e taquizoítos). Os esporozoítos podem ser encontrados em terra, água, frutas e verduras contaminadas com fezes possuindo oocistos esporulados que contém esta forma; os bradizoítos são encontrados em cistos na musculatura, principal fonte de contaminação; e taquizoítos encontrados em líquidos biológicos (sangue, leite não pasteurizado). Como se pode constatar, o contato com o agente é indireto, principalmente através da alimentação! Como o agente é microscópico não se pode ver diretamente se ele está ou não presente nos alimentos!

Os membros da Família Felidae têm um papel importante na manutenção do agente no ambiente, pois apenas nestes indivíduos ocorre a forma sexuada da multiplicação do agente, ocorrendo o surgimento do zigoto

(oocisto), que contém os esporozoítos (uma das formas infectantes do agente), este processo acontece nas células do intestino dos gatos domésticos e selvagens, por isso podem ser carreados juntamente com as fezes ao meio-ambiente. Nem todos os gatos entram em contato com o Toxoplasma gondii, portanto a maioria dos gatos não está liberando em suas fezes o agente em questão. E há um detalhe importantíssimo, o oocisto liberado nas fezes deve permanecer no ambiente por mais de 24 horas para esporular e tornar-se infectante, por isso fezes frescas não apresentam grandes riscos de contaminação. O contato com os oocistos geralmente é acidental, através do contato com terra contaminada com fezes não frescas depositadas por gatos errantes, liberando oocistos em um pequeno intervalo de tempo, isto é, não permanentemente, em jardinagens, ingestão de frutas e verduras rasteiras ou águas contaminadas.

Já a ingestão de cistos contendo os bradizoítos é muito mais frequente, pois o agente pode estar presente na

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musculatura, isto é, produtos cárneos que podem conter os cistos, e se não forem adequadamente salgados ou cozidos podem disseminar o agente em certa população, já que esta fonte de proteína ainda é a mais consumida entre a população humana.

E o contato com os taquizoítos é menos frequente quando se trata de ingestão, já que o consumo de leite é precedido pela pasteurização ou fervura do mesmo, procedimentos que inativam o agente. Mas esta forma infectante é responsável pela Toxoplasmose Congênita, pois o agente pode estar nesta forma ativa e livre no sangue de uma gestante e alcançar o feto, de qualquer espécie, podendo causar aborto ou defeitos congênitos.

Apenas fazendo a ‘leitura’ do esquema do ciclo biológico observa-se que não há uma ligação direta entre o gato (hospedeiro definitivo) e o homem (hospedeiro intermediário), pois o contato direto com o gato através de toque e convívio diário não nos coloca em maior risco ao contato com o agente, pois o gato possui hábitos de higiene muito peculiares, como o de lamber-se para realizar a sua higiene individual, e geralmente, os oocistos são liberados em fezes de consistência normal, isto é, fezes firmes, o que colabora para que não haja sujidades de restos de fezes na pelagem ou região perianal do gato, e mesmo se houver este não seria um ambiente com umidade e temperatura ideal para que a esporulação do oocisto ocorra. Portanto os hábitos de higiene e alimentares de um indivíduo que o colocam frente ao contato com o agente causador da Toxoplasmose!

Portanto saber como prevenir de maneira adequada e efetiva, com ações múltiplas é o que realmente minimizará este contato indesejado, seguimos com alguns cuidados simples e que devem ser rotineiros:

• Carnes devem ser consumidas cozidas a, pelo menos, 66 ̊ C ou pré-congeladas a – 20 ̊ C quando oferecidas cruas ou pouco cozidas;

• Frutas e verduras devem ser bem lavadas com água de boa qualidade e deixadas em molho em solução 1:1000 de hipoclorito de sódio e devidamente enxaguadas antes do consumo;

• Manter diariamente a higiene das liteiras/caixas de areia dos gatos domésticos e dar destino correto aos dejetos;

• Oferecer aos gatos somente alimentos comerciais ou pré-cozidos;• Manter granjas, tambos e baias, local de armazenamento da ração de animais de produção sem a

presença de gatos errantes;• Evitar o hábito coprofágico (ingerir fezes, principalmente de gatos) dos cães;• Evitar o controle de roedores através dos gatos, portanto desencorajar o ato de caça e principalmente

de ingestão da mesma pelo gato;• Controlar insetos no interior das residências;• Tampar caixas de areias de escolas e praças – ideal uso de grama sintética, ou outro material que

substitua a areia;• Saneamento básico e educação sanitária para a população;• Planejamento familiar - ”check-up” sanguíneo, com pesquisa sorológica ao contato com o agente,

principalmente para as mulheres em idade reprodutiva;• Tratamento da Toxoplasmose na gravidez;• Cercar devidamente hortas caseiras e usar de luvas para a jardinagem;• Sempre procurar o auxílio de um médico veterinário para também realizar avaliação física e “check-up”

sanguíneo sorológico ao contato com o agente e exame de fezes dos gatos. O médico veterinário é um profissional com envolvimento total em saúde pública e no que se refere à saúde familiar!

A divulgação das informações a respeito de assuntos diversos, e as atitudes de cada cidadão são muito importantes na sociedade, são o que realmente fazem a diferença para um todo, para uma população. Faça a sua parte: divulgue informações corretas e verdadeiras e tenha boas atitudes diárias!

A GUARDA-RESPONSÁVEL É UM ATO DE AMOR!SEJA COMPROMETIDO COM O BEM-ESTAR E A SAÚDE DE SEU COMPANHEIRO!

*MV, MsC, Marúcia de Andrade Cruz - Clínica Veterinária Mania de Gato Profa. de Clínica Médica de Felinos Domésticos - UTP - [email protected]

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Pet Saúde Todo mundo que tem cão já ouviu falar da cinomose. Mas você está ciente de todos os riscos e de como prevenir esta grave doença que pode acometer nossos amigos? A ci-nomose é uma doença altamente contagiosa provocada pelo vírus CDV (Canine Distemper Vírus) ou Vírus da Cinomose Ca-nina (VCC), da família Paramyxoviridae, que atinge animais da família Canidae, Mustelidae, Mephitidae e Procyonidae (entre eles cães, furões/ferrets e alguns outros animais silvestres). A cinomose não é uma zoonose, isto é, não passa para seres humanos. A transmissão ocorre, em geral, através do contato com secreções do nariz e boca do animal. Isso pode se dar através de um espirro do animal doente, espalhan-do a secreção ao redor e contaminando os cães que este-jam por perto. É muito importante que se diga, que o ví-rus da Cinomose tem pouca resistência em nível ambiental, ou seja, fora do organismo do seu hospedeiro, o que faci-lita o controle ambiental da disseminação da doença, dife-rentemente do que ocorre com a parvovirose, por exemplo.Não há regiões com maio incidência da doença: “Em re-lação ao risco de transmissão da doença, ele é maior para animais que vivem áreas densamente povoadas (como abri-gos e canis)”, esclarece o médico veterinário Leonardo Bran-dão, Gerente de Relacionamento e Produto Pets da Merial.A cinomose é uma das doenças com maior incidência em cães. Entre os sintomas estão a perda de apetite, espas-mos, febre, apatia e vômito e diarreia. “A cinomose é uma doença de altíssima morbidade e mortalidade. Pode-se di-zer que muito raramente os animais acometidos conseguem se recuperar da doença. Os poucos que não morrem so-brevivem com sequelas graves (dificuldades de locomoção, tremores involuntários, convulsões etc.)”, explica Leonardo.Tanto os animais tratados quanto os não tratados podem desenvolver sintomatologia nervosa, mas esta é mais co-mum nos últimos. Essa fase nervosa da doença pode ser caracterizada por espasmos musculares (mioclonia) e com-portamento fora do normal. Esse "comportamento fora do

normal" é provocado pela desmielinização do sistema ner-voso, o cão pode se tornar agressivo e não reconhecer o dono. Com o degeneramento avançado da baínha de mie-lina, o cão pode apresentar paralisia devido à fragmentação dos neurônios. Embora hoje em dia muitos Veterinários reco-mendem a eutanásia de um animal com paralisia pela cino-mose, a acupuntura tem sido um tratamento alternativo bas-tante utilizado, inclusive mostrando alguns casos de sucesso.Para prevenir que seu animal passe por todo esse sofrimento, a solução é simples: a vacinação: “A vacinação não é só a melhor, é a ÚNICA forma de prevenção”, ressalta o veterinário Leonar-do Brandão. Infelizmente no Brasil, de cada cinco cães, apenas um é vacinado. Os cães podem ser vacinados a partir de seis semanas de vida, mas sempre é recomendável a consulta ao veterinário, que irá dizer se o cão está apto a receber a vacina.Os filhotes devem receber três doses da vacina. A vaci-na contra a cinomose deve ser repetida anualmente. Antes de cada vacinação, o médico veterinário deve fazer exames clínicos para determinar se o animal está em condi-ções de ser imunizado. Os filhotes devem permanecer ain-da mais protegidos antes de completarem todo o estágio de vacinação: longe das ruas e evitando o contato com cães não vacinados ou com histórico de vacinação desconhecido.Espalhe a cultura da prevenção para seus familiares e ami-gos. Protegendo os nossos companheiros, todos terão uma vida melhor e mais saudável! Cuidar da saúde do seu animal é um ato de amor e responsabilidade.

Fonte: Wikipediae www.cinomose.com.br

Cinomose: perigo à vistaVocê sabe os riscos e formas de prevenção desta grave doença?

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Queridos leitores, este mês minha coluna será um alerta sobre os cuidados veterinários que seus pets recebem, sobre como todos nós que temos e amamos nossos bichinhos devemos nos informar e estar atentos aos cuidados que nossos amados recebem de médicos veterinários quando precisam!

Há uma semana recebi um recado de uma nova cliente que precisava de meus serviços, ela tinha acolhido um gato “semidomiciliado”, do tipo que tem uma casa, mas come na rua e vive passeando. O gato lindo, branco, de olhos verdes claros, entrou na casa dela e se enfiou em um armário e ali ficou prostrado, minha nova cliente procurou a “dona” do gato, a qual não teve a menor atitude em atender o bichinho, assim sendo e vendo o sofrimento do gatão, levou o mesmo para atendimento em uma clínica veterinária próxima de sua residência.

O lindo gato estava em dor profunda, tinha cálculos na bexiga, se não tivesse sido levado para cuidados veterinários, o pior e da forma mais triste e dolorida teria acontecido. Ele sofreu uma cirurgia onde os cálculos foram retirados, sua genitália também foi retirada, uma cirurgia com vários pontos e em uma região próxima ao ânus, muito propensa a infecção. Colocaram um dreno para a urina, que foi retirado em uns três dias e com tantos pontos, em uma região tão delicada, pasmem, não foi receitado nenhum antibiótico ou anti-inflamatório para o bichano.

A pessoa que o acolheu estranhou e entrou em contato com o veterinário que receitou um antibiótico, porém hoje, quando levou o bichano para retirar os pontos após uma semana, adivinhem? Os pontos estavam infeccionados e não

foi possível retirá-los, pois não havia cicatrização, o baita gatão estava apático, havia emagrecido, comia muito pouco, estava anêmico, colocaram o bichano pra tomar soro e até mesmo no soro deixaram a veia com soro ter uma sobrecarga, o gatão que estava apático ficou bem mais animado, mas com uma das patas que parecia de elefante! Um bichinho que já estava sofrendo tanto com a cirurgia foi ainda mais judiado por pura falta de supervisão e atenção deste médico veterinário que estava responsável por esta vida!

Agora o gatão está reagindo bem, está medicado, mas muito do atendimento que recebeu nesta clínica, eu que não sou veterinária, achei de cara incoerente e já estou recomendando o veterinário que cuida dos meus gatos e no qual tenho plena confiança para dar um atendimento final e digno para este pobre bichinho!

Quero pedir a todos que têm bichinhos e que amam seus peludos que cuidem, tenham um veterinário com o qual se identifiquem e confiem, conversem com ele, se informem, leiam sobre as

doenças mais comuns que atingem seu bichinho, pois assim, mesmo não sendo médicos veterinários, mas tendo um amor gigante pelas vidas peludas sob sua responsabilidade, você poderá distinguir um bom de um “regular” atendimento veterinário para estes seres que fazem tanta diferença em nossas vidas, e assim disfrutar de suas companhias por muitos e muitos mais anos!

Abraços e até a próxima edição!

*Jacqueline Rapkiewicz é pet sitter e realiza trabalhos de dog walker, em Curitiba. Ela tam-bém publica o blog:[email protected]

Fiscalize o atendimento veterinário que seus pets recebem!

Por Jacqueline Rapkiewicz *

Diários de Pet Sitter

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O fundador da ASPCA, Henry Bergh

CapaA História da Proteção Animal

Ainda hoje batalhamos por um mundo melhor para os animais. Você sabe como surgiu essa luta?

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Nossa sociedade já passou por grandes avanços: as mulheres conquistaram um grande espaço no mercado de trabalho e nas decisões políticas, a união civil entre pessoas do mesmo sexo é reconhecida em grande parte do mundo (e agora no Brasil), mas em algumas questões continuamos atrasados: e este é o caso das punições contra quem maltrata animais, especialmente nos países latino-americanos. Veio da Inglaterra a primeira grande lei no que diz respeito aos maus tratos contra animais. A Lei Martin (Martin´s Act) foi proposta pelo Coronel Richard Martin em 1822 e aprovada pelo parlamento inglês naquele mesmo ano. A medida tornou ilegal o tratamento cruel ao gado e animais de carga, com a pena de cinco libras, ou até 2 meses de prisão. Já em 1824 surge a Society for the Prevention of Cruelty to Animals, também na Inglaterra (que viria a se chamar Royal SPCA – RSCPA – em 1840). Em 1835 o Martin´s Act foi revisto e ampliado e incluiu a proteção a todos os animais domésticos, como cães e gatos. A primeira organização norte-americana de proteção animal surgiu em 1866. Era a American Society for Prevention of Cruelty to Animals (ASPCA), fundada pelo diplomata Henry Bergh. Por volta de 1900, já havia centenas de outras organizações que lutavam pelo bem-estar dos animais na terra do Tio Sam. Em sua carreira como diplomata na Rússia, Henry Bergh testemunhou diversos atos de crueldade contra os animais, e ele sabia que nossos amigos também sofriam negligência e abuso nos EUA. Ciente do movimento de

proteção animal na Inglaterra, Henry procurou a RSPCA, em Londres, antes de voltar para casa em 1864. Suas ideias foram primeiramente ridicularizadas, mas ele utilizou sua posição social, prestígio e abilidade como orador para ganhar credibilidade para a causa.

Assim, em abril de 1866 foi fundada a ASPCA, em Nova York. Henry Bergh permaneceu como presidente da entidade até a sua morte em 1888. A atuação de Bergh resultou em prisões e processos daqueles que maltratavam animais na Big Apple. Em 1860, Mary Tealby, que foi a primeira mulher a fundar uma organização de proteção aos animais na

Inglaterra, criou o Battersea Dogs Home, anteriormente chamada de The Temporary Home for Lost and Starving Dogs. Essa entidade foi o primeiro abrigo reconhecido para animais sem lar do mundo. Na década de 1870, na Inglaterra, cães e gatos eram usados em experiências de vivissecção, em vez de répteis, que eram utilizados em 1830 e 1840. Grupos foram fundados para combater a prática da vivissecção: The British Union for the Abolition of Vivisection e The National Anti-Vivisection Society. Apesar da condenação da prática, inclusive pela SPCA, uma legislação sobre a prática só foi feita em 1876. Esse ato que foi emendada à lei de proteção aos animais já existente, regulamentava o procedimento e a inspeção das experiências envolvendo animais. Foi o primeiro ato deste tipo em nossa história. Em1906ocorreuumeventoqueficou famoso:“The Brown Dog Affair”. Dois estudantes de medicina expuseram procedimentos cruéis utilizando animais que eram feitos em nome da ciência por instituições médicas. Isso levou à criação de uma estátua de um cão marrom (brown dog), no Parque Battersea, em Londres, pelo Conselho Anti-Vivissecção. Um ano mais tarde, um grupo de estudantes tentou removera estátua do local, mas os moradores a defendiam sucessivamente. Em 1910 a estátua desapareceu, e um grupo de centenas de pessoas protestou contra a vivissecção na Trafalgar Square. O evento ganhou grande destaque na imprensa e levantou a discussão sobre o procedimento em toda a sociedade. Em 1911 foi aprovado na Inglaterra o Protection of Animals Act, que reuniu toda a legislação existente

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no que concerne à proteção dos animais. Na década de 1960, o foco dos ingleses voltou-se aos chamados “animais de criação” (criados pala alimentação humana). Em 1964, um livro chamado “Animal Machines” expôs toda a crueldade a que esses animais eram expostos, levantando um debate público e político sobre a questão. Em 1967, Peter Roberts fundou a Compassion in World Farming para protestar contra os abusos praticados sobre os animais

que vivem em fazendas. Enquanto isso, nos EUA, nas décadas de 1950 e 1960 o conceito de “pet care” ganhava espaço na sociedade. Os avanços foram tantos que a expectativa de vida dos animais domésticos subiu cerca de três anos. Na terra da rainha a década de 1970 mostrou-se decisiva para o movimento em prol dos animais. Ele se dividiu em duas direções: o

bem estar animal e o direito dos animais. Aqueles que acreditam no direito dos animais, acreditam no seu direito natural à vida. Eles visam assegurar direitos básicos aos animais, e parar com o abuso e exploração pelos seres humanos. Os que acreditam no bem estar animal, aceitam o uso dos animais pelos humanos, contanto que este uso seja “humanitário”. Alguns argumentam que as diferenças entre as duas linhas de pensamento são irrelevantes e que apenas “preocupação, compaixão e respeito pelos animais” importam. Em 2002 a Alemanha foi o primeiro país a assegurar a proteção aos animais em sua constituição, estipulando que “O estado assume a responsabilidade por proteger as fundações naturais da vida e animais no interesse das futuras gerações”. A Suíça também reconheceu que os animais são “seres” através de uma emenda constitucional. A mudança do status dos animais nestes dois países serviu como um marco histórico para o movimento de proteção animal. Nas últimas décadas, muitos grupos da Inglaterra e América do Norte estão se concentrando em

questões que envolvem outros países. Várias campanhas internacionais foram lançadas para proteger as baleias, contra a caça de focas, utilização de ursos para extração da bílis, entre outras situações, chamam a atenção de organizações internacionais que fornecem seu apoio. Como pudemos ver, o movimento organizado pela proteção animal é recente na história mundial e mais ainda nos países latino-americanos. Ainda temos que conquistar um espaço melhor para os animais em nossa sociedade. Na próxima edição, não perca a História da Proteção Animal no Brasil!

Fontes: ASPCA, RSPCA, Animal Welfare Online, Wikipédia

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Pet Comportamento

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Separação delicada

Alguns cães sofrem muito quando os donos saem. Saiba como deixá-lo mais confortável com a situação

Você já ouviu falar na Síndrome da Ansiedade de Se-paração (SAS)? Ela ocorre toda vez que cão e dono têm que se separar. Os cães podem apresentar uma variedade muito grande de sintomas. “Geralmente são animais tran-quilos na presença do dono, parecem relaxar nessa situa-ção. Quando distantes dos proprietários eles são muito agitados andando de um lado para o outro, procurando coisas para destruir, parecem preocupados com alguma coi-sa. Quando se reencontram com seus proprietários fazem uma festa exagerada. Seguem seus donos o tempo todo, como se fossem sombras. Podem ficar dias sem comer se seu dono não aparece”, explica o especialista em com-portamento animal e nosso colunista, Gustavo Campelo. Se você não quer que o seu companheiro passe por esse transtorno, a dica é começar a prevenção o quanto antes! É necessário buscar um animal com um comporta-mento que se adeque à rotina da família. Além disso, con-tar com a ajuda de um profissional especializado em so-cialização e educação de cães quando o animal ainda é filhote pode prevenir esse e muitos outros problemas. A euforia exagerada e a destruição de móveis e uten-sílios domésticos não são os únicos agravantes da SAS para os cães: “Com o passar do tempo o quadro vai se agra-vando e a tendência é que o animal aumente a gama de comportamentos que aliviam estresse. Esses comporta-mentos podem ser muito desagradáveis e, inclusive, in-terferir na saúde física do animal. Ex: coprofagia (ingestão

de fezes), perseguir cauda, morder as patas, lamber em excesso, caçar moscas invisíveis etc”, enumera Gustavo. Se você percebeu que o seu cão já apresenta algum ou vários dos comportamentos citados, não desanime! Sempre é tempo de buscar ajuda para o seu pet ter uma vida melhor: “Procure ajuda de um profissional, um especialista em compor-tamento animal para que seja possível avaliar o quadro e defi-nir as melhores estratégias de tratamento para cada caso. Evite soluções caseiras e dicas de amigos. Nessas horas todo mun-do vira "entendido" do assunto e algumas atitudes precipita-das podem acabar piorando o problema”, aconselha Gustavo.

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- seja um vencedor

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Motivando minha equipe detrabalho de forma produtiva

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Diferenciais em estabele-cimentos veterinários: um

desafio surpreendente

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Importância da respon-sabilidade técnica

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A história desse resgate é, no mínimo, curiosa. A médica Saori Fukui passou a cuidar da Kitty, uma cadelinha que servia de matriz para um criador, em 2007. Kitty estava muito maltratada e doente, e Saori deu uma nova chance à adorável cadela de ser feliz. Esse resgate já valeria muito, mas você acha que parou por aí? Não! Veja essa história emocionante e interessante contada pela própria Saori:

“Tenho uma amiga, Alair, que vive resgatando cachorras matrizes e arranja lares para que sejam amadas e cuidadas. Ela já resgatou algumas e eu fui uma das felizardas que pode adotar um destes anjinhos.

Ganhei a Kitty em abril de 2007, ela estava com uma séria infecção nos ouvidos, problemas nos olhos, mamas maceradas de tanto amamentar, e o pelo nas partes brancas estava com amarelado encardido, que segundo o veterinário era de urina por más condições de higiene. Uma característica que me chamava a atenção era as almofadinhas das patinhas serem bem molinhas, como de filhote, segundo o veterinário por ela estar confinada o tempo todo e não andar.

Ela era assustada, demorou um tempo pra levantar o rabinho. Nunca reclamou de toda a rotina diária de limpar o ouvido três vezes por dia, pingar colírios nos olhos e passar pomada cicatrizante nas mamas, levava aproximadamente uma hora cada vez que tinha que administrar todos os cuidados. Ela era comilona, comia tudo o que colocava no pratinho dela como se fosse a última refeição a devorava todos os petiscos imediatamente. Tive que reeducá-la a não comer as fezes. Mudei o nome dela e ela parece que está comigo desde filhote, pois responde prontamente ao novo nome que dei, é muito educada e carinhosa. Você pode ver como ela é dócil, carinhosa e receptiva a todos que dão carinho a ela.

Desde que fui morar sozinha, todos os dias pela manhã eu levava a Kitty para a casa da minha amiga Alair, que possui dois cachorros, pois a Kitty não gosta de ficar sozinha, e quando saía do trabalho ia buscar, como se fosse uma creche. A propósito, sou médica por isso nunca tive horários

muito definidos então a Alair sempre cuidou muito bem da Kitty, caso demorasse muito, a alimentava e dava o remédio para mim. No inicio de dezembro de 2010, num sábado pela manhã, indo trabalhar havia um bolinho preto bem no meio da rua, os dois carros na minha frente desviaram, não aguentei dei ré e fui verificar. Era um gatinho enroladinho no meio da rua, peguei no colo, ela começou a miar e vi que estava sangrando no nariz e olhos, pus dento do carro e ela se enfiou no meio das mantas da Kitty que sempre mantenho dentro do carro e se aquietou. Liguei ao hospital, avisei que iria me atrasar e levei a gatinha pra casa da Alair e pedi que ela levasse a gatinha ao veterinário e que fizesse o necessário e que depois eu veria o que faria. Quando entrei em contato com o veterinário, ele me informou que era uma gatinha e que havia sido castrada não fazia dois dias, pois havia uma ferida cirúrgica e a patinha estava raspada. O veterinário informou que após ele dar medicação para dor, ela dormiu profundamente e que depois ela devorou toda a comida que viu pela frente. Ele me informou que ela deveria estar com muita dor por isso não estava andando. Nesta época ela pesava 900 gramas, todas as costelinhas à mostra. A idade aproximada era de dois a três meses. No domingo, levei a Kitty pra visitá-la e ver qual seria a reação das duas. No mesmo momento a Kitty ficou eufórica lambeu a gatinha toda, naquele instinto materno de limpar o filhote. A gatinha ficou assustada, mas deixou. A Hello (gatinha) ficou internada uma semana para fazer todos os exames, medicamentos e cuidados necessários. Nesta semana levei a Kitty pra visitar e sempre ela ficava eufórica e quando levavam a Hello, a Kitty queria ir junto. Fiz todo um preparo para a chegada da Hello em casa, nunca tive um gato, esta seria a minha primeira experiência. Deixei uma manta da Kitty com a Hello pra que ela fosse se acostumando com o cheiro. A Hello ganhou 200 gramas em uma semana, atualmente ela já tem 2,1 Kg peso normal. Já de cara as duas se deram muito bem, a Hello por muito tempo tentava mamar na Kitty e a Kitty deixava eu é que tirava pra não machucar. Logo que ganhei a Kitty eu levei pra castrar, pois ela já tinha tido muitas ninhadas e eu não queria que ela sofresse mais.Agora deixo todos os dias as duas em casa. Elas brincam juntas, a Kitty tenta acompanhar o ritmo da Hello, mas nem sempre consegue: a Kitty tem insuficiência cardíaca. Comprei caminha pra Hello , mas as duas ficam apertadinhas na mesma caminha, dormem juntas todos os dias. A Kitty entra junto com a Hello na caixa de transporte. Toda vez que levo a Hello pra consultar ou pro banho as duas ficam juntas na mesma caixa de transporte, e nem adianta eu comprar uma pra cada, pois elas gostam de ficar juntas, e sempre a Kitty protege a Hello. Tenho aquele carrinho pra carregar a Kitty, pois ela se cansa fácil, e como as duas dividem tudo carrego as duas no carrinho quando vou passear com elas”. Essa linda história é mais uma prova de que com amor e compaixão podemos fazer a diferença na vida de muitos animais. Quer ver sua história contada aqui também? Envie um e-mail para [email protected].

O dia em que a Kitty encontrou a HelloComo uma mulher decidida salvou a vida de dois animais sofridosMinha história

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Alessandra Siedschlag, a Lele, é uma das “celebridades da Internet” (apesar dela não gostar do termo) mais conheci-das da turma que gosta de um humor ácido e inteligente. Ela é editora de humor do portal R7, escreve o blog “Te Dou um Dado”, junto com Polly, faz os divertidos vídeos “Tricô das Mi-nas”, ao lado da escritora Clara Averbuck, e ainda é tradutora e escritora. Para tirar o bom humor de Lele maltrate um animal e ela

vira uma fera! Alessandra usa sua visibilidade para ajudar ani-mais abandonados e em situação de risco (ela divulga muitos casos através de seu Twitter - @alesie). Ela também idealizou o projeto Salvacão (www.projetosalvacao.org) para ampliar sua ajuda aos nossos amigos. Em entrevista exclusiva à Conexão Pet, ela conta, com muita simpatia, um pouco mais da sua luta e de seu amor pe-los animais.

Conexão Pet - Como teve início sua relação com os animais e quando você começou a ajuda-los?Alessandra Siedschlag - Sempre curtimos muito bichos em casa. Minha mãe e meu pai sempre nos ensinaram isso. Vez ou outra, pegávamos algum bicho doente, e cuidávamos. Aos 28 anos, peguei uma cachorra abandonada num posto de ga-solina, vacinei, castrei e doei. Mas caiu a ficha em realmente fazer isso sempre em 2007, quando eu e meu marido muda-mos para uma casa fora de SP e o dono havia deixado cinco cachorros lá. Precisamos castrar, tratar e achar casa pra todo esse pessoal (risos).

CP - Como a Internet, e em especial as redes sociais, podem auxiliar no trabalho de proteção aos animais?AS- Ajuda demais. Sem o Twitter eu não conseguiria ter meta-de do alcance que eu tenho. O Twitter é minha voz direta pra todo mundo que pode me ajudar.

CP - Muitas pessoas se incomodam com protetores de ani-mais, e pontuam esse descontentamento com frases como “por que não vão ajudar uma criança?”. O que você tem a dizer a essas pessoas?AS - Ai, isso é um saco. Como se uma coisa invalidasse a outra. Eu chamo isso de compaixão seletiva, gente que acha que se ajudar bicho não consegue ajudar gente e vice-versa. Meu co-ração e o das protetoras da minha rede são bem maiores que isso, graças a Deus! CP - Como é a sua atuação na proteção dos animais?AS - Eu não sou filiada a nenhuma ONG. Tenho uma rede de amigos que me ajudam: a Angelica e o Airton, que fazem os resgates/transportes; a Dra. Janaina Reis, que é a veterinária; a Dri Walch e a Fernanda Barros, que são da ONG Segunda Chance; e agora, o David Cohen, que tem me ajudado muito, fazendo o site e participando ativamente do Projeto Salvacão.

CP- Gostaria que você contasse um pouco sobre o surgimento do Projeto Salvacão e quais são seus objetivos:AS - O objetivo é agrupar as informações num site só. A gen-te divulga um cachorro aqui, um cachorro ali, mas as coisas se perdem no meio dos tweets, as pessoas querem ajudar e não sabem como, pouca gente consegue acompanhar como terminou um caso de resgate/adoção. No site, a gente quer agrupar tudo isso e mostrar pras pessoas o começo, o meio e o fim das histórias em que elas se envolveram também.

CP - Vemos muita desinformação na chamada “grande mídia” a respeito dos animais. (Um dos exemplos mais recentes foi na novela “Insensato Coração” em que a personagem de Camila Pitanga se recusa ao pegar um gato por estar grávida e poder contrair toxoplasmose). De que forma isso afeta os animais?AS - Afeta muito, a gente sabe. Só pensar: na época do filme “101 Dálmatas” quantos dálmatas foram comprados - e depois abandonados - não só no Brasil, mas no mundo todo? A res-ponsabilidade da Globo, então, é imensa, e dar uma bola fora dessa e não consertar depois não é nem triste, é cruel.

CP - Como você acha que os animais são retratados pelos ve-ículos de comunicação no Brasil?AS - Como produtos, infelizmente. Cachorrinhos bebês de raça em comercial de margarina e em capa de revista. Anúncio de venda e compra de bicho em qualquer lugar, procura de cão de raça “pra minha cadela cruzar”. É chocante que em 2011 a nossa mentalidade ainda seja essa.

CP - Gostaria de deixar uma mensagem aos leitores da revista Conexão Pet?AS - Beijo pra todo mundo. “Todos juntos somos fortes”.

Bom humor e compaixãoDessas palavras é feita Lele Siedschlag, nossa entrevistada do mês

Pet Entrevista

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Lutando por todos os animaisProjeto Natureza em Forma trabalha por animais domésticos e silvestres

A ONG Natureza em Forma surgiu com o objetivo de ajudar tanto os animais silvestres, quanto os domésticos. “Trabalhamos pela necessidade em ter alguém que faça pelos animais de uma forma globalizada, pois trabalhamos em zona intermediária entre o Urbano e APA (Área Proteção Ambiental), pois tanto os animais silvestres invadem as residências (urbano), quanto os animais domésticos (cães/gatos) invadem as matas (APA) para predarem, portanto temos um trabalho educacional com a população e Prefeituras, encaminhamento de animais silvestres aos órgãos competentes, adoção dos animais domésticos, campanhas de castração para contensão da superpopulação de cães e gatos. Isso tudo para que todos tenham qualidade de vida e Bem Estar Animal”, afirma o presidente da entidade, o biólogo Lito Fernandez.A maior demanda é por resolver situações envolvendo animais domésticos: “Hoje o que está em maior evidência são os animais domésticos, pois temos um trabalho exemplar, tanto que estamos criando um protocolo de adoção para que seja disponibilizado a todos (ONGs/Protetores/CCZs) que necessitem. Para adotar um animal é necessário passar por uma entrevista com um dos nossos voluntários, assinar termo de adoção, cópia de CPF, RG, comprovante de endereço e uma contribuição de 60 reais para dar continuidade ao trabalho que é totalmente voluntário. Fazemos o acompanhamento e o adotante pode devolver o animal a qualquer momento, independente do tempo de adoção”, explica Lito. Com os animais silvestres, a atuação é mais focada em campanhas educacionais, inclusive nos eventos de adoção de animais domésticos, mas há também o atendimento emergencial e encaminhamento de alguns desses animais a ONGs cadastradas junto ao Ibama, ou até o próprio Ibama. Há também a

realização de caminhadas ecológicas no Spa Igaratá, em São Paulo, para a conscientização da preservação ambiental. Como em muitas outras ONGs que atendem animais, o maior problema continua sendo a falta de compaixão de algumas pessoas em relação aos nossos amigos: “Os obstáculos são a ignorância das pessoas, a transferência de responsabilidades, pois muitos acham que as ONGs têm obrigação de atender, pois acham que recebem pra isso, e justamente esse é o ponto principal, pois não temos nenhum patrocinador, então tudo que conseguimos é com muita raça”, informa Lito. Se você achou um animal abandonado nas ruas, precisando de atendimento, Lito diz como proceder: “Em primeiro lugar se ela achou é uma responsabilidade dela, não transfira pra outro, pois ela pode mudar a vida deste animal, mas isso com muito empenho e dedicação. Para se doar um animal, ele precisa estar castrado, vacinado, vermifugado e identificado, pois é o que a lei diz (em SP). Fazer uma campanha de adoção e ter um final feliz é muito árduo, mas muito compensador”.

Você pode ajudar a ONG Natureza em Forma:

Pet Ação

- Divulgando A ONG www.naturezaemforma.org.br pra quem quiser adotar;- Doando ração, medicamentos, jornal, produtos de limpeza, acessórios para animais novos ou usados;- Sendo um voluntário (entre em contato com [email protected]);- Sendo um Associado e/ou fazendo uma contribuição por boleto, transferência bancaria, cartão de crédito via @pagseguro ou Bradesco em nome de Associação Natureza em Forma, Ag.: 3349-9 e C/C: 5800-9

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Antes de adentrarmos neste as-sunto, ora delicado, ora polêmico precisaremos esclarecer alguns pon-tos:

• O tema será tratado em forma de perguntas e respostas para facilitar o entendimento;• O presente texto não tem por ob-jetivo opinar, recriminar ou defender o procedimento médico veterinário eutanásia;

• Definiremos termos discutindo o que pode e o que não pode ser feito tecnicamente falando;• Não abordaremos aspectos ligados à crença individual dos leitores;• Seremos imparciais ao abordar o assunto;

A vida dos nossos animais de estimação, nossos ami-gos mais fiéis segue seu curso de forma natural: nascem, envelhecem, adoecem e muitas vezes não morrem rapida-mente sem dor ou sofrimento. É sem sombra de dúvidas o desejo de todo proprietário, que seu pet após uma longa vida, envelheça e morra sem sofrimento.

Mas quando a doença evolui e se torna lenta, pro-gressiva, incurável ou intratável? Vamos exemplificar para ilustrar melhor. Imaginemos as seguintes situações: • Cão de grande porte com doenças degenerativas da colu-na, em cuja evolução há perda de mobilidade e das funções neurológicas ou dor crônica;• Pacientes com insuficiência renal ou hepática;• Pacientes com neoplasia (câncer) inoperável ou terminal;

Estes são apenas alguns exemplos de doenças bas-tante comuns que podem proporcionar perda de qualidade de vida e dependendo do quadro podem ter a indicação

para realização da Eutanásia;

Mas o que é Eutanásia?

O significado técnico do termo Eutanásia vem do gre-go que significa “boa morte” e serve para aliviar ou abreviar o sofrimento ou condição intratável, onde são utilizados métodos obrigatoriamente indolores e que não provocam qualquer tipo de excitação ou angústia para terminar a vida de um paciente.

A Eutanásia é obrigatória?

Não, este procedimento é facultativo, tanto para quem solicita para abreviar o sofrimento de seu animal de companhia, quanto para o médico veterinário. Seja por qualquer razão, o médico veterinário pode abster-se de executar a Eutanásia sem que haja qualquer tipo de puni-ção ética por parte dos órgãos de fiscalização do exercício profissional.

Há questões legais que envolvem a Eutanásia?

Legalmente falando existem regras para que seja feita a Eutanásia. A primeira é que ela necessita obrigato-riamente de um consentimento formal para que possa ser feita. Depois, a critério do médico veterinário pode ser feito o procedimento.

Quais os métodos aceitos para sua execução?

Para pequenos animais há alguns métodos aceitos perante a Associação Clínica Veterinária Americana e tam-bém pelo CFMV. Existem métodos com restrição parcial e outros inaceitáveis. Segue o quadro adaptado com as reco-mendações técnicas.

Plantão VetQuando o sofrimento é insuportável, o que fazer?

Eutanásia é um direito ou um dever?Por Carlos Leandro Henemann*

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Espécie Aceitável Inaceitável

CãesE

Gatos

Anestésicos Barbitúricos*;Anestesicos Inalatórios*;

Cloreto de potássio** mediante anestesia geral prévia

Cloreto de potássio ou bloqueadores neuromusculares*** sem anestesia geral prévia

* Drogas anestésicas podem ser utilizadas sozinhas ou combinadas em doses mais altas: “overdose” que aprofundam o estágio anestésico causando parada cardior-respiratória sem sofrimento.** Estas drogas fazem bloqueio da condução elétrica do músculo cardíaco, mimetizam uma parada cardíaca, porém o paciente ainda está consciente e agoniza até que a hipóxia cerebral leve a morte seu uso está previsto somente quando há anestesia geral prévia a administração deste fármaco;.*** Drogas bloqueadoras neuromusculares causam paralisia dos músculos estriados respiratórios, diafragma e posteriormente o musculo cardíaco, assim como o clo-reto de potássio mantem a consciência e gera agonia e sofrimento para o paciente

Resumindo:

• O Direito a Eutanásia é legal e facultativo e está assegurado pela legislação médico-veterinária.• Não deve ser utilizada de forma leviana e sem indicação precisa;• Nem toda forma de eutanásia é aceita por conferir sofrimento e agonia desnecessários aos pacientes;• Mesmo sendo direito deve seguir o rito legal, ético e moral que estabelece sua aplicação.

* Carlos Leandro Henemann é Médico Veterinário (CRMV-Pr 4244) pela UFPR, pós-graduado em Clínica Médica e Cirúrgica pela UTP, e em medicina felina pela Qualittas, com Aperfeiçoamento em anestesia inalatória pela Unig e em Ortopedia Veterinária pela Anclivepa-PR. Atua na clínica Alles Blau, em Curitiba (www.allesvet.com.br).