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OS CULTOS RELIGIOSOS E O SACRIFÍCIO DE ANIMAIS DIANTE DA LEGISLAÇÃO VIGENTE Elisabete Brenda Araújo de Sales 1 Gabriela Tavares Soares Alves 2 Yonara Maria do Nascimento Oliveira 3 Grasielle Borges Vieira de Carvalho 4 Direito ISSN IMPRESSO 1980-1785 ISSN ELETRÔNICO 2316-3143 RESUMO O presente artigo tece a dualidade de parâmetros constitucionais que tornam questionável o direito fundamental à liberdade de culto, especificamente quanto às práticas existentes nas religiões de origem africana concernentes ao sacrifício animal, em contradição com o Direito Ambiental no que diz respeito à proteção à integridade dos animais. Ressalta-se que perspectivas históricas expõem as condições às quais os escravos eram submetidos, sendo proibidos de praticar seus cultos religiosos, tendo até mesmo que camuflar suas divinda- des, o que comprova o aspecto originário do preconceito para com religiões como o Can- domblé atualmente. O legislador constitucional remontando também à história e visando proteger algo que é intrínseco, subjetivo do ser humano – a crença -, elencou no artigo 5º a proteção a qualquer culto religioso; porém, reservou na mesma legislação a proibição a práticas de crueldade contra os animais, levando à incompatibilização entre suas normas para as religiões afro-brasileiras que sacrificam animais nos cultos que realizam. Portanto, é importante tentar solucionar tal impasse da maneira menos prejudicial às partes que tenham interesse ou direito nesses dispositivos além de proporcionar segurança jurídica à sociedade, que tem, por enquanto, se deparado com esta incompatibilidade constitucional. PALAVRAS-CHAVE Religião. Animais. Sacrifício. Incompatibilidade. Constituição. Cadernos de Graduação - Ciências Humanas e Sociais | Aracaju | v. 1 | n.14 | p. 115-126 | out. 2012

144-1328-1-PB

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Sacrificio de animais em matriz africana

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  • OS CULTOS RELIGIOSOS E O SACRIFCIO DE ANIMAIS DIANTE DA LEGISLAO VIGENTE

    Elisabete Brenda Arajo de Sales1

    Gabriela Tavares Soares Alves2

    Yonara Maria do Nascimento Oliveira3

    Grasielle Borges Vieira de Carvalho4

    Direito

    ISSN IMPRESSO 1980-1785

    ISSN ELETRNICO 2316-3143

    RESUMO

    O presente artigo tece a dualidade de parmetros constitucionais que tornam questionvel o direito fundamental liberdade de culto, especifi camente quanto s prticas existentes nas religies de origem africana concernentes ao sacrifcio animal, em contradio com o Direito Ambiental no que diz respeito proteo integridade dos animais. Ressalta-se que perspectivas histricas expem as condies s quais os escravos eram submetidos, sendo proibidos de praticar seus cultos religiosos, tendo at mesmo que camufl ar suas divinda-des, o que comprova o aspecto originrio do preconceito para com religies como o Can-dombl atualmente. O legislador constitucional remontando tambm histria e visando proteger algo que intrnseco, subjetivo do ser humano a crena -, elencou no artigo 5 a proteo a qualquer culto religioso; porm, reservou na mesma legislao a proibio a prticas de crueldade contra os animais, levando incompatibilizao entre suas normas para as religies afro-brasileiras que sacrifi cam animais nos cultos que realizam. Portanto, importante tentar solucionar tal impasse da maneira menos prejudicial s partes que tenham interesse ou direito nesses dispositivos alm de proporcionar segurana jurdica sociedade, que tem, por enquanto, se deparado com esta incompatibilidade constitucional.

    PALAVRAS-CHAVE

    Religio. Animais. Sacrifcio. Incompatibilidade. Constituio.

    Cadernos de Graduao - Cincias Humanas e Sociais | Aracaju | v. 1 | n.14 | p. 115-126 | out. 2012

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    116 | ABSTRACT

    This article focuses on the duality of the constitutional parameters which question the fundamental Law of ritual freedom, especially concerning the practices that can be seen in African religions which defends animal sacrifi ce, contrasting it to the environmental Law, regarding the protection of the physical integrity of animals. The article highlights the his-torical perspectives in which the slaves were inserted. They were prohibited to pronounce their beliefs, and had to camoufl age their gods, and this may be considered as the origin of the prejudice against religions like Candombl. The constitutional legislator, remember-ing the history and aiming to protect something that is intrinsic to the human being the belief defended the protection of any religious ritual, but in the same legislation, prohib-ited the practices of cruelty against animals, what may be seen as a contradiction , since African-Brazilians sacrifi ce animals in their rituals. Therefore, it is important to try to solve this problem in a less harmful way, so that everybody can have their interests or rights re-spected. It also provides legal security to the society, which has lived with this constitutional incompatibility.

    Keywords

    Religion. Animals. Sacrifi ce. Incompatibility. Constitution.

    1 INTRODUO

    Abordar o tema religio hodiernamente uma tarefa complexa, plural e polmica. Conceituar a religio tambm no trabalho fcil, pois se trata de assunto demasiada-mente relativo. Contudo, a religio um importante mecanismo de controle social bem como responsvel pela formao da convico ntima dos seres humanos.

    Alm disso, a religio integrada por fatores, culturais, sociais, antropolgicos, econmicos e psicolgicos, aborda os assuntos metafsicos de modo a explicar a existn-cia dos seres humanos e de tudo que os rodeiam. Desta forma, a liberdade de religio se d a partir do momento em que se tem cidadania e vive-se num regime democrtico, no qual existe a separao entre igreja e estado e a liberdade para o indivduo optar por uma religio ou mesmo por nenhuma, de acordo com sua crena.

    De origem africana, as religies como Candombl e Umbanda possuem como um dos instrumentos de culto o oferecimento de sangue animal s entidades que cultuam. Porm, a atual legislao brasileira probe a prtica de qualquer ato lesivo integridade fsica do animal conforme ditames Constitucionais e disposies em leis esparsas.

    Pode-se afi rmar que a intolerncia religiosa uma das vertentes mais signifi cativas para desencadear a mitigao da liberdade de expresso. Sendo assim, nesse contexto que muitos dos adeptos das religies de matrizes africanas, na maioria das vezes, se omitem, se escondem, negando sua procedncia religiosa. Isto ocorre por temerem ser vitimados do preconceito e discriminao, os quais em seus diversos desdobramentos geram violncia no somente fsica, mas tambm ofendem a integridade moral do cidado cultuador da Umbanda, do Candombl, Macumba, dentre outras.

    Como j ressaltado, as religies afro-brasileiras utilizam em seus cultos religiosos, ani-

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    | 117mais que so servidos s divindades, tendo que, para isto, ser sacrifi cados. No entanto, ape-sar de a Constituio permitir fundamentalmente a liberdade de qualquer culto religioso, a mesma trouxe em seu corpo uma medida protetiva integridade daqueles. Alm da Carta Magna, leis esparsas trazem esta medida, inclusive, prevendo penalidades para condutas que fi ram a integridade dos animais.

    Nesse diapaso que a Carta Poltica vigente no Brasil positivou como preceito fun-damental a liberdade de culto religioso em seu artigo 5, inciso VI, evitando assim a proi-bio da liberdade de expresso, da realizao e prticas de quaisquer cultos em nosso pas. Porm o mesmo diploma legislativo trouxe em seu texto a vedao s prticas que submetam os animais a qualquer indcio de crueldade, gerando um confl ito de normas de cunho constitucional, sendo o objeto da presente pesquisa.

    Neste sentido, para proporcionar uma melhor compreenso, este trabalho encontra-se disposto da seguinte maneira: o primeiro tpico trata das Religies Afro-brasileiras no Brasil: origem histrica, em seguida traz algumas consideraes sobre o direito fundamen-tal liberdade de expresso e a liberdade religiosa; em seguida, a proteo penal liberdade religiosa, onde so estudadas as observaes aos tipos penais e sua evoluo e a efi ccia protetiva aos tipos penais; logo aps, traz o lado oposto da discusso levando em conta os direitos sociais e o meio ambiente; por fi m feita explanao sobre as leis que fazem a tutela ambiental e os instrumentos jurdicos para esta tutela questionando um novo foco do direito penal: o direito penal secundrio.

    2 AS RELIGIES AFROBRASILEIRAS NO BRASIL: ORIGEM HISTRICA

    No exagero afi rmar que a intolerncia religiosa tem um aspecto de novo racismo, segundo Mark Lattimer (2010), j que no h o respeito com a religio do outro. O que ex-iste uma rejeio. realmente uma segregao religiosa que no d direito ao individuo escolher ser adepto da Umbanda, do Candombl, por exemplo, o cidado, se quiser escapar da discriminao ou do preconceito, se no quiser encarar a realidade, dever camufl ar a religio que seguidora, pois, j que em dcadas passadas, para se viver no Brasil, o escravo ou o alforriado tinha que ser catlico. Sendo assim, os negros tiveram que reinventar aqui no Brasil suas religies de matriz africana, ou seja, se passavam por catlicos, se compor-tavam como tais, mas cultuavam, adoravam seus prprios orixs. Alm dos seus prprios rituais, frequentavam tambm os ritos catlicos. bastante perceptvel o absurdo da reali-dade em que vivemos, em pleno sculo XXI, tanta incompreenso, tanto desrespeito com o prximo, algo que se encontra atrelado com o preconceito e a discriminao contra a cultura africana e o negro.

    O candombl, portanto, a religio de origem africana que tem maior infl uncia no Brasil. Contudo esse dado refutado pela pesquisa do IBGE, que est muito distante do verdadeiro percentual de seguidores no Pas e que, por conseguinte, refl ete a realidade de preconceito negativo e viso pejorativa que marginaliza os fi is e adeptos.

    Desta forma, demonstra Silvia Campolim (1995, p.1) em seu texto publicado na re-vista super interessante que a mais clebre me-de-santo do Brasil, Menininha do Gantois, falecida em 1986, declarou certa vez ao pesquisador do IBGE que era catlica apostlica romana. Episdio que expe claramente a camufl agem e o forte sincretismo oriundos da cultura escravista do perodo colonial e que predomina at os dias atuais.

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    118 | Nesse sentido, tambm afi rma Elisa Callaux (apud Silvia Campolim, 1995, p.1) posto que ela explica por que, tradicionalmente, os ndices dos institutos no refl etem exata-mente a realidade: Os prprios fi is evitam assumir, por medo do preconceito. Isso porque o candombl foi trazido para o Brasil como uma religio da classe menos favorecida e ex-cluda e que sempre viveu sob o obscurantismo da religio catlica.

    3 O DIREITO FUNDAMENTAL A LIBERDADE DE EXPRESSO E A LIBERDADE RELIGIOSA

    Na contemporaneidade, muito se sabe da quantidade de pessoas que so precon-ceituosas e que realizam de alguma forma a segregao, mas, tambm sabemos do vasto nmero de pessoas que so vtimas do preconceito e discriminao. Apesar de existir a famosa liberdade de expresso e religiosa, sabe-se que, no Brasil, as religies de razes africanas so cada vez mais excludas, desvalorizadas tanto pelos adeptos do Catolicismo quanto do Protestantismo.

    Seria at uma utopia pensar que a religio afro-brasileira poderia ser respeitada da mesma forma que o Catolicismo, o qual foi a religio ofi cial do pas, e o Protestantismo, que a cada mo-mento vem ganhando espao no seio da sociedade. Muito se sabe que a liberdade religiosa e a liberdade de expresso uma garantia constitucional de todo cidado j que, sem elas, no se pode falar em Estado Democrtico de Direito. Mas pouco ou nunca se colocado em pratica esse direito. A diversidade de coisas que retratam as religies afro-brasileiras, as quais tm sm-bolos da herana africana, so rejeitadas, estigmatizadas e combatidas por parte da sociedade. Sendo assim, uma realidade que no se pode permitir que se perpetue, pois, como j foi dito anteriormente, vivemos no Estado Democrtico de Direito e com base na Constituio Federal de 1988, o Direito a liberdade religiosa e de expresso est esculpido.

    A liberdade de culto bem como a proteo a esses locais tambm so fundamentais para a efetividade da liberdade religiosa, posto que tal proteo corrobora com a tolerncia religiosa, assim como entende Gabriel Dezen jnior (2005, p.31):

    A proteo a aos locais de cultos impede que os adeptos de

    determinada religio ou crena hostilizem os de outra, sob qualquer

    argumento. Incumbir ao poder pblico (polcia), na forma da lei,

    dispor sobre a maneira como se far essa proteo.

    Contudo, mesmo a Constituio Federal em seu artigo 5 inciso VI, prevendo a invio-labilidade da liberdade de conscincia de crena e o livre exerccio e proteo dos locais de culto, esses direitos no so amplos sendo por muitas vezes restringidos pelas leis de re-pouso noturno e horrios de silncio, podendo tambm a lei determinar outras restries.

    AO CIVIL PBLICA - POLUIO SONORA - MEDIDA LIMINAR -

    LIBERDADE CONSTITUCIONAL DE CULTO RELIGIOSO- GARANTIA

    CONSTITUCIONAL DO MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE

    EQUILIBRADO A garantia constitucional de liberdade de culto religioso

    no representa um alvar para que as entidades religiosas atuem em

    desconformidade com a lei. Devero elas se ajustar s disposies

    do Cdigo de Posturas do Municpio e compatibilizar as suas

    atividades, de modo a no desrespeitar o direito ao meio ambiente

    ecologicamente equilibrado, que tambm constitui garantia prevista

    na Lei Maior (CF, art. 225).CF225

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    | 119(39802 SC 2009.003980-2, Relator: Luiz Czar Medeiros, Data de Julgamento: 05/02/2010, Terceira Cmara de Direito Pblico, Data de

    Publicao: Agravo de Instrumento n. , de Blumenau)

    Esta deciso do Tribunal de Justia de Santa Catarina, apesar de no tratar do caso no mbito do direito penal, mas no Cvel, e no se referir aos cultos realizados pelo Candombl mas por Igreja Protestante, tem o objetivo de demonstrar que a realizao dos cultos reli-giosos encontram bices em outras leis, que, dentro dos Princpios da Proporcionalidade e Razoabilidade, devem agir em conformidade com a lei para no trazerem prejuzos a outrem.

    4 A PROTEO PENAL DA LIBERDADE RELIGIOSA

    4.1 Observaes aos Tipos Penais e sua Evoluo

    No que tange aos tipos penais, busca-se uma maior abrangncia por parte do trata-mento jurdico no tocante s discriminaes e os preconceitos que se tem com as vtimas, ou melhor, com os seguidores das religies de matriz africana. Sendo assim, tem-se a Lei Afonso Arinos (n 1.390, de 3 de julho de 1951), que a pioneira no Brasil e considerou que contraveno seria todo e qualquer tipo de preconceito de cor ou de raa. Depois, em 1 de outubro de 1955, genocdio passou a ser tipifi cado como crime e sua ocorrncia se da-vam quando ocorria a destruio de qualquer grupo nacional tnico, racial ou religioso (Lei n 2.889). Em seguida, de acordo com uma lei que surgiu posteriormente (n 7.170, de 14 de dezembro de1983), passou a constituir crime contra a Segurana Nacional toda e qualquer forma de propaganda ou expresso de discriminao racial. E consequentemente, com o advento da Constituio Federal de 1988, os preconceitos de origem, sexo, raa, idade, cor e quaisquer diversas formas de discriminao (art.3, IV).

    No estado do Rio Grande do Sul, a edio do cdigo de proteo dos animais (lei 11.915/03), em seu artigo 2, proibia o sacrifcio de animais. Entretanto, os seguidores das religies de origem africanas sentiram-se descriminados, pois seu direito liberdade de culto foi restringido.

    Depois de vrias reivindicaes de movimentos negros e de representantes do candombl, surgiu a lei 12.131/ 04 acrescentando um pargrafo nico ao artigo 2 da lei 11.915/03, que trouxe em sua redao que No se enquadra nessa vedao o livre exerccio de cultos e liturgias das religies de matriz africana.

    CONSTITUCIONAL. AO DIRETA. SACRIFCIO RITUAL DE ANIMAIS.

    CONSTITUCIONALIDADE.

    1. No inconstitucional a Lei 12.131/04-RS, que introduziu pargrafo

    nico ao art. 2. da Lei 11.915/03-RS, explicitando que no infringe ao

    Cdigo Estadual de Proteo aos Animais o sacrifcio ritual em cultos

    e liturgias das religies de matriz africana, desde que sem excessos ou

    crueldade. Na verdade, no h norma que proba a morte de animais,

    e, de toda sorte, no caso a liberdade de culto permitiria a prtica.

    2. AO JULGADA IMPROCEDENTE. VOTOS VENCIDOS.

    (Ao Direta de Inconstitucionalidade N 70010129690, Tribunal

    Pleno, Tribunal de Justia do RS, Relator: Araken de Assis, Julgado em

    18/04/2005)

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    120 | Com essa alterao do artigo 2, o Procurador Geral do Rio grande do Sul promoveu uma ao direta de inconstitucionalidade, posto que a lei tratava de matria penal e desre-speitava o princpio da igualdade, j que permitiu apenas as religies de origem africana a praticar o sacrifcio em seus cultos. A situao ainda gera controvrsia e no se chegou a um entendimento pacfi co.

    4.2 A Eficcia Protetiva aos Tipos Penais

    No entanto, se conclui que tanto o preconceito quanto a discriminao contra as religies afro-brasileiras possuem uma razo sociolgica e histrica, mas no podem con-tinuar se alastrando. No podem ser aceitos. No h por que culpar somente a inefi ccia protetiva das leis, pois a Constituio resguarda a liberdade de culto, a liberdade religiosa, a liberdade de expresso. Dentre outras, no cdigo penal brasileiro, h penalidade para injria qualifi cada, mas o que ocorre que, devido existncia jurdica da punio pela discrimi-nao, na maioria das vezes, ela acontece de forma sutil, camufl ada e bem disfarada con-juntamente com outros atos. Sua percepo torna-se difcil e acaba impedindo, em diver-sas situaes, que se obtenham provas do ocorrido, no podendo realizar a devida punio.

    Enfi m, o que deve haver uma maior conscincia por parte da sociedade em respeit-ar a individualidade dos seus semelhantes e saber aprender a conviver com as diferenas dentro da coletividade.

    5 OS DIREITOS SOCIAIS E O MEIO AMBIENTE

    Inserido no mbito dos Interesses Difusos, o meio ambiente perante a esfera jurdica considerado como [...] o conjunto de condies, leis, infl uncias e interaes de ordem fsica, qumica e biolgica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas, se-gundo a lei 6.938/81 em seu artigo 3, inciso I (Poltica Nacional do Meio Ambiente).

    Verifi cado o conceito legal do que se entende por Meio Ambiente, possvel afi rmar que a extenso que o mesmo (conceito) alcana de larga escala, abrangendo, portanto, o solo, o ar, a fauna, a fl ora. A doutrina divide o conceito de meio ambiente, classifi cando-o, ainda, como meio ambiente natural, que so o solo, a gua, a fl ora, qualquer meio de vida; o meio ambiente artifi cial, que o espao urbano das construes; e o meio ambiente cul-tural, que so os monumentos histricos, o paisagismo.

    Os Interesses Difusos, j mencionados, abrangem o Meio Ambiente, por ser transindi-vidual, ou seja, ser um interesse intermedirio, que se localiza entre o pblico e o particular. um interesse do qual so titulares pessoas no determinadas e que possuem como elo de interligao uma situao de fato. Ento, quando ocorre algo que degrade o ambiente numa determinada localidade, essa situao ftica liga as pessoas a um ponto jurdico em prl da resoluo do problema causado.

    No Brasil, a maior inovao adveio com a Constituio Federal de 1988, dedicando captulo inteiro ao meio ambiente, e considerando em seu artigo 225 o meio ambiente ecologicamente equilibrado um direito fundamental, e em seu pargrafo 1 inciso VII, pro-teo aos animais, dando-lhes natureza difusa e coletiva, portanto bem socioambiental de toda a humanidade, com imperativo moral que demonstra preocupao tica de vedar prticas cruis contra os animais. Assim o direito conferido aos animais, torna-se dever do homem e verdadeiro exerccio de cidadania (GOMES, 2006, p. 862).

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    | 121Devido aos desencontros de interesses que existem os chamados Interesses Tran-sindividuais Reciprocamente Confl itantes, que ocorrem quando h direitos reservados a ambas as partes, mas que, ao mesmo tempo, as fazem entrar em confl ito, como o direito reservado aos animais quanto proibio da sua tortura e o direito ao sacrifcio de animais, que, por muitas vezes, realizado de forma dolorosa ao animal.

    Para exemplifi car o confl ito de interesses transindividuais, observado que mais do que interesses o que ocorre o confl ito de normas constitucionais entre a liberdade invio-lvel do exerccio de cultos e a vedao de prticas que submetam crueldade os animais. Este ltimo um Direito que pode ser tutelado, na prtica, pelo j mencionado Interesse Difuso. Perante essa discusso pode-se demonstrar os seguintes entendimentos doutrinri-os:

    Inexiste, pois, o suposto confl ito de normas (princpios econmicos

    x bem-estar dos animais, liberdade de religio e culto x garantia

    anticrueldade,meio ambiente natural x meio ambiente cultural,

    direito pesquisa x recursos substitutivos, etc). A legislao brasileira

    independentemente de seu pretenso contexto ecolgico protege

    os animais todos, colocando-os a salvo de maus tratos e crueldades,

    direito esse projetado no mbito constitucional. No se pode aceitar,

    em hiptese alguma, a vigncia de normas jurdicas ou sanitrias

    que contrariem o preceito magno que veda a crueldade para com

    os animais. O que se v, em meio sociedade globalizada pela

    indiferena, um autntico massacre consentido, em que a essncia

    de determinadas leis relacionadas a animais acabou contaminada

    pela insana lgica capitalista perante a qual seres vivos transformam-

    se em carcaas, a Moral sucumbe e o Direito se torna injusto (LEVAI,

    2010, p.1).

    Considerados em si mesmos, os animais, plantas e coisas inanimadas

    no so sujeitos de direitos ou deveres, pois no so suscetveis a valor

    ou tica. Se existem obrigaes dos homens em relao preservao

    de animais e plantas, e at em relao aos seres inanimados, no

    porque estes tenham direitos, mas porque existem homens que,

    estes sim, tm noo de valorao tica, e, estes sim, individual ou

    coletivamente considerados, tm direitos e deveres, inclusive no que diz

    respeito s demais formas de vida e preservao do meio ambiente

    em que vivem, incluindo os seres inanimados. Se os animais tivessem

    direitos, deveramos supor que eles os teriam mesmo que no houvesse

    homens, o que no seria verdade (MAZZILLI, 2007, p.152).

    nesse sentido que se deve usar os critrios da razoabilidade e proporcionalidade, para que, mesmo que um dos direitos seja restringido, no haja a sua total supresso. A proporcionalidade, embora no esteja de forma explcita na constituio, surge juntamente com o princpio da dignidade da pessoa humana. O princpio da razoabilidade tambm um princpio constitucional implcito usado para dirimir a coliso entre valores jurdicos e surge do princpio da proporcionalidade.

    Assim, a resoluo de uma coliso de princpios e valores jurdicos deve ser solucio-nada pela ponderao bem como pela soluo mais razovel. Para o caso concreto, per-mitindo que sejam levados em conta fatores sociais, econmicos, culturais, entre outros, que impeam as injustias cometidas por uma interpretao estritamente legalista.

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    122 | Alm desse confl ito de normas constitucionais, h ainda o confl ito com as normas in-fraconstitucionais, como o artigo 64 da Lei de contravenes penais, que probe o tratamento cruis a animais e o uso destes para trabalhos excessivos. O artigo 32 da lei de crimes ambien-tais (lei 9605/98) tipifi ca como crime as condutas de matar, mutilar, ferir animais.

    H doutrinadores que entendem no haver o confl ito normativo, j que esse seria um direito restringvel, assim como entende Manoel Jorge Silva Neto, que defende que esse direito pode ser encurtado pelo legislativo e pelo judicirio. Em contrapartida, outros entendem que ex-iste o confl ito entre a liberdade religiosa e o direito ambiental, como Aldir Soriano (2002, p.125).

    6 LEIS QUE FAZEM A TUTELA AMBIENTAL E OS INSTRUMENTOS JURDICOS PROTETIVOS

    Alm da tutela constitucional, os animais so regidos por diversas leis infraconstitu-cionais como o Decreto 16.590/94, que probe a realizao de rinhas de galo, o Decreto 24.645/34, o Cdigo de Pesca, o Cdigo de Caa, a Declarao Universal dos Direitos dos Animais proclamada pela UNESCO, da qual o Brasil signatrio, entre tantas outras, o que permite a afi rmao de que j se pode falar em um Direito dos Animais, que, se violado, pode se impor sanes aos responsveis pela falta, sendo funo do Ministrio Pblico a propositura da Ao Civil Pblica na representao dos animais.

    6.1 Um Novo Foco do Direito Penal: O Direito Penal Secundrio

    Mais do que a proteo de um interesse difuso, com o fi m social da sustentabilidade e preservao ambiental, a mais nova doutrina tem entendido o animal com direitos in-trnsecos, direitos em si mesmos, que conferem ao animal independncia de sua funo ambiental. Para uma viso menos antropocentrista do objetivo fi nalstico daquele, institui-se no Direito Penal Secundrio a explicao dessa possibilidade, marcando a expresso de um novo olhar jurdico sobre a vida daqueles animais. Essa nova investida doutrinria se fundamenta na seguinte assertiva:

    Apesar do entendimento predominante quanto ao posicionamento

    dos animais no sistema jurdico como objetos de direito, existe

    um posicionamento forte e crescente que defende um novo

    reconhecimento da natureza jurdica dos animais, um direito

    novo e fundamental visando proteo destes como sujeitos de

    direito que possuem direitos fundamentais como a vida, liberdade,

    dignidade, tratamento digno e a luz dos direitos fundamentais, sob

    este aspecto o animal no seria tratado apenas como fundamental ao

    meio ambiente equilibrado e apenas em benefcio do homem, mas

    tambm como um ser protegido a luz da CF/88, o homem no seria

    proprietrio do animal, mas sim responsvel por este, como ocorre

    no caso do ser humano incapaz. (GOMES, 2006, p.864).

    Ainda que no seja possvel a visualizao prtica da aplicao dessa nova doutrina, existem jurisprudncias que condenam pessoas por crime contra animais, com base na legislao existente:

    APELAO CRIME. ARTIGO 32, 2, DA LEI 9.605/98. MAUS TRATOS

    A ANIMAIS. INOBSTANTE A NEGATIVA DO ACUSADO, H PROVA

    SUFICIENTE CONFIRMANDO A PRTICA DO DELITO PELO ACUSADO,

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    | 123IMPONDO-SE A CONFIRMAO DA SENTENA CONDENATRIA. PENA READEQUADA DE OFCIO. APELAO IMPROVIDA, COM

    READEQUAO DA PENA DE OFCIO. (TJ do Rio Grande do Sul

    Recurso N 71002014553 Relator: Dr ngela Maria Silveira Data

    do Julgamento: 23 de Maro de 2009).

    APELAO CRIMINAL. CRIME AMBIENTAL. MAUS-TRATOS EM

    ANIMAIS POR OMISSO (ARTIGO 32 DA LEI 9.605/98, EM CONCURSO

    FORMAL). SENTENA EM PRIMEIRO GRAU ABSOLUTRIA.

    INCONFORMISMO MINISTERIAL. SUFICINCIA DO CONJUNTO

    PROBATRIO, COMPROVANDO QUE A R PRATICOU MAUS TRATOS

    CONTRA DOIS CES DE SUA PROPRIEDADE, NA MEDIDA EM QUE

    OS DEIXOU SEM ALIMENTAO E SEM GUA, ABANDONADOS

    AO SABOR DA SORTE, SEM PROPORCIONAR O ADEQUADO

    TRATAMENTO FERIDA COM MIASES EM UM DELES. RELATO DE

    VIZINHOS, CULMINANDO COM O REGISTRO DE OCORRNCIA

    POLICIAL ANTE A GRAVIDADE DOS FATOS. ATESTADO DE MDICO

    VETERINRIO CORROBORANDO A SITUAO DOS ANIMAIS. ASSIM,

    IMPOSITIVA A REFORMA DA SENTENA, PARA CONDENAR A R.

    RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (TJ de Santa Catarina Recurso

    n 552015 - Relator: Jos Everaldo Silva Data de Julgamento: 13 de

    Outubro de 2011).

    Com base nestas jurisprudncias verifi ca-se que o sistema jurdico brasileiro vem abrangendo bens jurdicos que antes no tutelava e passa, assim, a no possuir apenas a fi nalidade de proteger o ser humano, mas, neste caso, a vida por ela mesma.

    7 CONCLUSO

    A incompatibilidade de normas constitucionais que versam sobre a liberdade de crena em oposio integridade animal, com certeza, motivo de dissensos jurdicos e doutrinrios, pois cuidam de bens dos quais os seres humanos tm como parte em sua existncia individual e coletiva.

    Ao se analisar a proteo aos cultos religiosos, percebe-se a fragilidade para tratar desse tema, pois que a crena algo que, para a maioria dos seres humanos, intrnseco e inviolvel, no devendo ser abalado por proibies que tragam prejuzo liberdade de culto, conforme estabelece a Constituio, e ainda mais, alterando a origem histrica e o modo caracterstico cultural de determinada religio.

    De forma contrria ao demonstrado, o direito vida um bem indisponvel devendo ser priorizado em detrimento de qualquer situao, isto deve ser obedecido no apenas quando se trata da vida humana, mas tambm da animal, que protegida por diversos textos de lei e tem sido um tema de amplos debates, pois cada vez mais tem se levado em conta a vida de cada ser como bem nico e individual.

    Desde a vinda das religies africanas para o Brasil, estas tm sido alvo de ataques e averso, pois, de imediato, os escravos tiveram que camufl ar sua crena, suas divindades, para poder continuar cultuando-as no mbito social. Contemporaneamente o direito con-feriu a toda e qualquer religio o direito de permanecer com suas crenas e cultos, mas nem por isso religies como a Umbanda e o Candombl deixaram de sofrer preconceitos e discriminaes. No entanto, o que se leva em considerao nesse argumento que apesar

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    124 | de se pregar a tolerncia religiosa, o que acontece que, nos cultos realizados por diversas dessas religies, se pratica o sacrifcio de animais, muitas vezes, sendo realizados atravs da prtica de torturas, pois os animais, parte das vezes, no morrem instantaneamente.

    Em suma, cremos que, diante de tantos confl itos entre ser lcito ou ilcito, certo ou errado, direito ou no, fato que a liberdade religiosa constitui direito fundamental j que, est inserida no rol do artigo 5 da Constituio Federal de 1988 enquanto que o direito as-segurado aos animais est disposto no Captulo sobre o Meio Ambiente, Ttulo Da Ordem Social. Portanto, entendemos que na hierarquia jurdica constitucional, deve-se prevalecer o direito fundamental liberdade religiosa e de expresso.

    Em contrapartida, afi rmamos que, apesar de esta liberdade ser um direito fundamen-tal, nem por este motivo deve ser absoluta, faltando ao texto constitucional a imposio de uma regularizao, no que concerne a prticas que envolvam a integridade fsica, psi-colgica e a vida de todos aqueles que fi zerem parte dos cultos religiosos.

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    Data do recebimento: 14 de junho de 2012.Data da avaliao: 18 de julho de 2012.Data de aceite: 7 de agosto de 2012.

    1 Graduanda em Direito pela Universidade Tiradentes UNIT. E-mail: [email protected]

    2 Graduanda em Direito pela Universidade Tiradentes UNIT. E-mail: [email protected]

    3 Graduanda em Direito pela Universidade Tiradentes UNIT. E-mail: [email protected]

    Este artigo foi produzido atravs do Projeto de Iniciao Cientfi ca 2011/1, Programa de Iniciao Cientfi ca PROBIC.

    4 Mestre em Direito Penal pela PUC/SP. Especialista em Direito Penal e Interesses Difusos e Coletivos pela

    Escola Superior do Ministrio Pblico de So Paulo. Professora e Pesquisadora da Universidade Tiradentes

    nas reas de Direito Penal, Processo Penal e Execuo Penal. E-mail: [email protected]

    Artigo produzido atravs do Projeto de Iniciao Cientfi ca 2011/1, Programa de Iniciao Cientfi ca PROBIC.

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