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14ª Edição Agosto - 11
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Ano 2 . N° 14 . Agosto 2011
ISSN 2179-6653
Os custOs da degradaçãO e dO mau usO da água
Aprovados os mecanismos e valores de cobrança do uso da água em março, a mesma está prevista para começar em setembro. Os usuários que utilizam a água de forma expressiva: produtores rurais, indústrias, mineradoras e empresas de sanea-mento, deverão pagar pelo uso da água.
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De acordo com um estudo feito pela Confederação da Agri-cultura e Pecuária do Brasil (CNA), apenas 18,2% dos brasilei-ros consomem a quantidade de frutas recomendada pela Orga-nização Mundial de Saúde (OMS), de 400 gramas/dia, mesmo estando o país em terceiro lugar na produção mundial. Fala-se muito em aumento da demanda por alimentos, mas pelo visto no país os hábitos saudáveis para a alimentação não estão sen-do seguidos pela grande maioria.
Ainda segundo a pesquisa, realizada entre fevereiro e abril deste ano, relacionada também as hortaliças, 37% dos entre-vistados consideram-nas alimentos saudáveis, 26% acreditam que elas previnem doenças, 32% sabem que é preciso mudar os hábitos alimentares e 17% não está contente com a quali-dade da própria alimentação. Os dados do Canal do Produtor mostram que entre as hortaliças mais consumidas, apontadas na pesquisa, estão cenoura (81%), alface (79%) e tomate (75%). Em relação às frutas, a banana (90%), maçã (74%) e a laranja (73%) são as mais procuradas.
Já nesta edição da revista, vinculamos dois entrevistados para falarem a respeito da cobrança do uso da água, que está prevista para começar em setembro na Bacia do Rio Doce. Em Grandes Criatórios, conheça a Fazenda Lagoa Preta, voltada para a produção de matrizes da raça Girolando.
Confira também em Dia de Campo, comemorando o dia da avicultura que é dia 28 de agosto, contamos sobre a criação de frangos na região de Governador Valadares. Também em comemoração, uma receita de Bobó de frango, como sugestão para deliciar o paladar dos nossos leitores. Desejamos os para-béns a todos os avicultores.
Boa leitura!
Editor-ChefeDenner Esteves FariasZootecnista - CRMV-MG 1010/Z
Jornalista Responsável / RedaçãoLidiane Dias - MG 15.898 (em formação)
Jornalistas ColaboradorasAlessandra Alves - MG 14.298 JP
Diagramação Finotrato Design
Contato PublicitárioThiago Lauar ScofieldEng. Agrônomo - CREA/MG 111396 D(33) 3271.9738 [email protected]
Colaboração- Alexandre Sylvio - Eng. Agrônomo- AgriPoint e MilkPoint - Danilo Candia - Engenheiro Agrônomo- Emater/IMA/Idaf/Adab- Hyberville Neto - SCOT Consultoria- Humberto Luiz Wernersbach Filho - Zootecnista- Manoel Eduardo Rozalino S. e Dilermando Miranda da Fonseca- Marcelo Conde Cabral - Médico Veterinário- Prof. Ruibran dos Reis - Minas Tempo- Waldir Francese Filho - Eng. Agrônomo - Coocafé
DistribuiçãoVale do Rio Doce, Vale do Mucuri, Vale do Jequitinhonha, Vale do Aço, Extremo Sul Baiano e Norte Capixaba.
Tiragem: 5.000 exemplares
Impressão: CGB Artes Gráficas
A Revista AgroMinas não possui matéria paga em seu conteúdo.
As ideias contidas nos artigos assinados não expres-sam, necessariamente, a opinião da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores.
Administração/Redação - Revista AgroMinasRua Ribeiro Junqueira, 383 - Loja - Centro 35.010-230 | Governador Valadares-MG Tel.: (33)3271-9738 E-mail: [email protected]
Denner Esteves FariasEditor-Chefe
4 Giro no Campo
6 Entrevista
10 Entidade de Classe
12 Grandes Criatórios
15 Dia de Campo
18 Saúde Animal
20 Caderno Técnico
23 Forragicultura
26 Agrovisão
28 Sustentabilidade
30 Perfil Profissional
31 Meteorologia
32 Mercado
34 Cotações
35 Mão na Massa
36 Emater | IMA | Idaf | Adab
40 Aconteceu
42 Culinária
http://www.facebook.com/revistaagrominas
Uma publicação da Minas Leilões e Eventos Ltda.
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Siga-nos:twitter.com/RevistAgrominas
4AgoSto 2011
As exportações mineiras de produtos apícolas (que englobam mel natural e cera de abelha) aumentaram 50,7% no pri-meiro semestre de 2011 em comparação com igual período de 2010 e atingiram a cifra de US$ 2,7 milhões. As informações são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e foram analisadas pela Superintendência de Política e Economia Agrícola (Spea) da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
“Nos primeiros seis meses de 2011, as vendas externas mineiras de produ-
tos apícolas foram destinadas a oito pa-íses, sendo os principais compradores o Japão, Estados Unidos e Alemanha que juntos compraram o equivalente a 98% das exportações mineiras”, diz Márcia Aparecida de Paiva Silva, assessora técnica da Spea. Ela destaca a Alema-nha, que registrou aumento das impor-tações de 490,1% e passou de quarto para terceiro maior importador, entre o primeiro semestre de 2010 e 2011, ultrapassando o Reino Unido. (Fonte: Ivani Cunha / ASCOM SEAPA)
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poexportações mineiras de produtos
apícolas crescem 50,7%
Bahia bate novo recorde na vacinação contra febre aftosaCom 98,01% do rebanho vacina-
do contra a febre aftosa, a Secretaria da Agricultura, através da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) comemora, pela terceira vez consecuti-va, mais um recorde de imunização das 10.791.221 cabeças existentes no Es-tado. O último número registrado pela Agência, em novembro do ano passado, apontou índice de 97,93% do gado va-cinado e declarado. Ambos os índices estão bem acima dos 90% exigidos pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para Estados livres de febre afto-sa com vacinação.
Os destaques desta primeira etapa da campanha contra a febre aftosa em 2011 são as Coordenadorias Regionais de Irecê (99,75%), Itaberaba (99,49%), Itapetinga (99,41%), Miguel Calmon (99,23%), Salvador (99,22%) e Jequié (99%). As coordenadorias de Paulo Afonso, Itabuna, Barreiras e Teixeira de Freitas alcançaram índices vacinais aci-ma de 98%. Já as regionais de Feira de Santana, Guanambi, Juazeiro, e Vitória da Conquista registraram patamares su-periores a 97%, seguidos pelas Coorde-nadorias Regionais de Santa Maria da Vitória (96,68%) e Ribeira do Pombal (95,34%). (Fonte: ASCOM ADAB)
Minas Gerais alcança 98,5% de cobertura vacinal contra
aftosa em maioMinas Gerais enviou, na sexta-
-feira (29/07), ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento (Mapa), em Brasília, o re-latório final da primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação Contra Febre Aftosa de 2011, en-cerrada no dia 31 de maio. O índice de vacinação foi 98,5% de bovinos e 99,5% de bubalinos.
A Campanha envolveu 23,4 milhões de bovinos de todas as idades, nos 853 municípios minei-ros, contra 22,4 milhões em igual período do ano passado. Nesta etapa, a surpresa foi à constatação no crescimento do rebanho mi-neiro em um milhão de cabeças. Das 20 Coordenadorias Regionais do IMA espalhadas pelo Estado, algumas apresentaram um índice expressivo de vacinação, chegan-do a 99,8% do rebanho. (Fonte: ASCOM IMA)
Campanha de vacinação contra a febre aftosa atinge 96,63%
do rebanho capixabaNa 98ª campanha de vacinação
contra febre aftosa, realizada no mês de maio, foram imunizados 899.208 bovinos e bubalinos (búfalos) com até dois anos de idade - alvos da etapa - o que representa 96,63% do rebanho do Espírito Santo. A campanha é coorde-nada pelo Instituto de Defesa Agrope-cuária e Florestal (Idaf) com o objeti-vo de promover a saúde dos animais, ampliar as possibilidades de mercado e fortalecer a pecuária.
O resultado alcançado mostrou que o Estado possui uma cobertu-ra vacinal acima do mínimo exigido pelo Ministério da Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento (Mapa), que é de 90%. O médico veterinário do Idaf, José Dias Porto Júnior, ressalta que os bons resultados são frutos do comprometimento dos produtores. “A sensibilização dos pecuaristas quanto à importância da vacinação é funda-mental para manter o alto índice de imunização no Estado. Com esses valores estamos nos preparando para pleitear, futuramente, o status de zona livre de febre aftosa sem vacinação” afirma. (Fonte: Ascom IDAF)
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Balanço dos resultados finais da primeira etapa contra a febre aftosa na BA, eS e mg
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Sorgo de minas ganha força como matéria-prima para ração
minas vai implantar modelo pioneiro de território
de agricultura irrigadaA demanda crescente de sorgo para a produção de ração animal, principal-
mente suínos e aves, está estimulando a expansão do cultivo em Minas Gerais. De acordo com estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra estadual de sorgo, em 2011, pode alcançar 356 mil toneladas, volume 16,8% maior do que o registrado no ano passado.
Segundo Márcia Aparecida de Paiva Silva, assessora técnica da Superinten-dência de Política e Economia Agrícola (Spea) da Secretaria da Agricultura, a previsão de aumento da safra de sorgo no Estado é sustentada pela expansão da área cultivada em 21,3%. “Dados da Conab mostram que Minas Gerais conta atualmente com 122,9 mil hectares plantados de sorgo”, diz a assessora.
Na condição de segundo colocado na produção brasileira de sorgo, atrás de Goiás, Minas tem como destaques as regiões do Noroeste, Triângulo e Alto Pa-ranaíba, com 44,3%, 39,2% e 12,1% de participação, respectivamente. Em Minas, a colheita do sorgo – que foi plantado em fevereiro e março – começa por volta de agosto e segue até outu-bro/novembro. (Fonte: Ivani Cunha / ASCOM SEAPA)
Minas Gerais vai implantar um mo-delo pioneiro de território de agricul-tura irrigada do país, que será criado na bacia do Rio Paranaíba, no Triân-gulo Mineiro. O modelo vai usar como base as 36 Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos, já es-tabelecidas pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam).
Segundo o secretário-adjunto de Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento, Paulo Romano, os territórios reúnem condições socioambientais, culturais e econômicas homogêneas, ampliando as possibilidades de solu-ções para os conflitos relacionados ao uso de recursos hídricos. “Ao estabe-lecer o conceito de território, pretende--se estimular a gestão participativa nas questões de uso da água. E a integra-ção com os usuários e outros órgãos é condição fundamental para alcançar a sustentabilidade na irrigação”, afirma.
Ele explica ainda que a bacia do Paranaíba foi escolhida por ser uma região com tradição na agricultura irri-gada, além de apresentar um alto nível de organização dos usuários. “Cerca de 90% da cafeicultura, no município de Araguari (que pertence à bacia do Paranaíba), são conduzidos sob o sis-tema de irrigação. E o surgimento de conflitos é proporcional ao crescimen-to da demanda pela água. A função dos territórios é reunir todos os usuários numa mesa de negociação, buscando soluções sustentáveis nas regiões de cada bacia”. (Fonte: Márcia França / ASCOM SEAPA)
leite cresce e fatura r$ 44,5 bilhões no Brasil
exportações baianas voltam a superar US$ 1 bilhão pelo terceiro mês seguido
O mercado brasileiro de leite e produtos lácteos faturou, em 2010, R$ 44,5 bilhões, segundo estudo realizado pela Leite Brasil. Esse número representa um crescimento de 17,1% em relação a 2009, quando foram registrados R$ 38 bilhões.
O segmento da cadeia do leite e derivados que mais cresceu em 2010 foi dos produtos informais (+35,1%), em função da ampliação dos preços médios, seguido pelo de queijos e requeijão (+24,1%) e pelo leite em pó (+22,7%). Já o crescimento do leite longa vida (+5,1%) acompanhou a inflação, mas seu fa-turamento ficou em primeiro lugar entre os produtos sob inspeção. O leite pas-teurizado foi o único segmento que apresentou queda de faturamento (-3,3%).
O estudo da Leite Brasil indica ainda que, se considerado apenas o volume de leite e produtos lácteos inspecionados, o setor contabilizou em 2010 um fa-turamento de R$ 33,9 bilhões. Assim, o segmento leiteiro ficou atrás apenas dos setores de carne e açúcares, que faturaram no mesmo ano R$ 66,4 bilhões e R$ 37 bilhões, respectivamente, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA). (Fonte: Elaine Cruz / CDN Comunicação Corporativa)
Mesmo diante do impacto cambial, com o dólar atin-gindo em julho a menor cotação desde 1999, as exporta-ções baianas alcançaram, no mês passado, US$ 1,032 bi-lhão, superando em 37,2% a receita de igual período em 2010. Pelo terceiro mês consecutivo, as vendas do Estado no mercado externo superam US$ 1 bilhão, registrando recorde em junho, quando chegaram a US$ 1,050 bilhão.
Os principais responsáveis pelo resultado obtido no mês passado foram o grande volume embarcado de soja, algodão, cobre e petróleo – sustentado pelos altos preços das commodities –, o aumento na produção e exportação
de petroquímicos, além do crescimento excepcional das vendas para a Argentina.
Nos sete meses de 2011, as exportações baianas resul-taram em US$ 5,94 bilhões, 21,3% acima de igual período do ano passado. Já as importações, no acumulado do ano (janeiro/julho), alcançaram US$ 4,34 bilhões, o equiva-lente ao crescimento de 13,7%. A corrente de comércio (soma das exportações e importações) exterior da Bahia, este ano, totaliza US$ 10,3 bilhões, com o superávit de US$ 1,6 bilhão, volume 48% acima do mesmo período de 2010. (Fonte: SEAGRI BA)
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Em 2002 foi criado o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH-Doce) para cuidar de políti-cas de gestão das águas ao longo da Bacia, com a união de três pontos de vista: econômico (empresas), social (sociedade civil) e político (governo). Através do pacto político entre es-ses três seguimentos que compõem o comitê, após um longo processo de discussão, realização de ofici-nas, rodada de reuniões e assem-bleias, chegou-se a decisão de se cobrar pelo uso da água.
Em março deste ano foi feita uma assembleia que, além de ser escolhida a nova diretoria que compõe o CBH--Doce, aprovou-se os mecanismos de cobrança e os valores estabelecidos em uma discussão anterior via Grupo Técnico de Articulação Institucional (GTAI). O começo de cobrança pelo uso da água está previsto para setem-bro, mas antes disso precisa ser apro-vada a entidade delegatária para fun-ções de Agência de Água da Bacia, que será responsável pela implemen-tação dos programas e ações levan-tados depois do diagnóstico feito na Bacia. Dos recursos da cobrança, 92,5% vão para a implementação dos programas do Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Doce (PIRH) e dos Planos de Ações de Recursos Hídricos das Bacias Afluentes (PARHs), levan-tados em diagnósticos feitos ao lon-go da Bacia. Os 7,5% restantes se-rão destinados para a implantação e o custeio da Agência de Água.
Os produtores rurais que fazem uso expressivo da água também irão pagar, ou seja, em Minas Gerais aqueles que utilizam uma quantidade superior a 1 litro por segundo. Para esclarecer algu-mas dúvidas a respeito da cobrança, a Revista Agrominas entrevistou Joema Gonçalves de Alvarenga, Secretária
Executiva do CBH-Doce e Presiden-te da Câmara Técnica de Integração (CTI), e Giordano Bruno Bomtempo de Carvalho, Gerente de Cobrança de Recursos Hídricos da Agência Nacio-nal das Águas (ANA).
Revista agRominas - Qual a importância especificamente da cobrança do uso da água, para a racionalização da mesma, já que a cobrança não é um imposto, pois será aplicada em projetos e estudos?
Giordano de Carvalho - A cobrança serve para dar uma in-dicação de que a água tem um valor real, pois, tornada escassa, não pode mais ser considerada como um bem de acesso livre e gratuito. Além disso, segundo a Lei nº 9.433/97, a Lei das Águas, o objetivo da cobrança é que sirva de incentivo à racionalização do uso da água, a partir do momento em que os usuários passam a pagar pela água que utilizam. A experiência de cobrança no Brasil e em outras Ba-cias que experimentaram o instru-mento tem mostrado que também pode incentivar a redução das vazões que constam das outorgas do direito de uso da água, garantindo maiores disponibilidades de vazões outorgá-veis nos rios e, com isso, o direito de acesso à água a novos usuários e às futuras gerações. A cobrança não é um imposto porque ela é produto de um pacto que é feito na própria Bacia, sendo toda construída no âmbito do Comitê da Bacia Hidrográfica, que é um colegiado que inclui representan-tes dos usuários, do poder público e da sociedade civil. Com isso, tudo o que se refere à cobrança é decidido de forma descentralizada e participativa com os interessados, até mesmo em que ações de recuperação da bacia hi-drográfica serão aplicados os recursos arrecadados.
R. agrominas - através do PiRH e dos PaRHs foi implantada a cobrança pelo uso da água como modo de reverter o uso inadequado e o desperdício da mesma em toda a Bacia do Rio Doce. Como será efeuada essa cobrança?
JoeMa alvarenGa - A cobrança vem de acordo com uma fórmula. Tem uma fórmula que foi aprovada na Deliberação CBH-Doce nº 26 tratando dos mecanismos. Os mecanismos são as fórmulas: a água captada; os efluentes lançados no cor-po hídrico, por exemplo, que é o resto de empresas ou de esgoto doméstico (efluentes); e o volume de água trans-posto. Esses conceitos se transforma-ram em uma fórmula. Depois de apro-vada, essa fórmula foi quantificada e vieram os valores da cobrança. A co-brança vai se sofisticando a partir dos estudos e projetos que serão levanta-dos. A água captada, a carga orgânica e a transposição foram os três pontos que tiveram os preços aprovados. Mesmo que a gente consiga aprovar tudo para iniciar em setembro, o 1º boleto só será enviado em janeiro, com o valor referente a um doze avos dos meses de setembro a dezembro de 2011 somados ao valor previsto para o ano de 2012. Desta forma as empre-sas terão condições de fazer o seu or-çamento para o ano que vem.
R. agrominas - as pessoas que usam a água de forma expressiva é que precisam pagar por esse uso. Quem são elas?
JoeMa alvarenGa - Pela Lei são todos os usuários sujeitos a outorga que nós temos ao longo da Bacia: temos indústrias, minerado-ras, produtores rurais que fazem uso significativo da água. As empresas de saneamento, que usam a água para fins de abastecimento sanitário e es-
cobrança pelo uso da águaa raciOnalizaçãO agOra terá um preçO
para quem usa a água de fOrma expressiva
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gotamento sanitário, também vão pagar. Ao final de quatro anos se faz um novo estudo para ver se não está impactando o usuário e se também existe uma capaci-dade maior de contribuição. Foi uma dis-cussão democrática entre a proposta que foi apresentada e as partes envolvidas. Existia uma expectativa que a arrecada-ção fosse maior porque nós temos indús-trias muito poderosas atuando na Bacia, mas foi um acordo político.
R. agrominas - entre os estudos feitos para levantamento das necessi-dades da Bacia do Rio Doce, foram le-vantados os impactos sobre os setores de saneamento, agropecuária, indús-tria e mineração. os produtores ru-rais que precisam fazer a outorga do uso da água também precisam pagar. os valores para o setor agropecuário serão inferiores? Por quê?
JoeMa alvarenGa - Teve um redutor que também foi acertado dentro do pacto político entre os interessados. Os produtores rurais conseguiram uma redu-ção do valor captado, em 40 vezes menos, porque provaram que eles têm uma pe-culiaridade tal que exige um pagamento menor. No Espírito Santo tem a posição diferente de dois comitês, pois cada co-mitê é autônomo para poder aprovar o seu valor. Eu gostaria de ressaltar o papel dos produtores rurais que no comitê eles parti-cipam das câmaras técnicas, atuaram nas assembleias e conseguiram uma redução. Em vista do compromisso que eles assu-miram, inclusive pelas boas práticas, pela mudança de uso da água na irrigação e na pecuária, se pactuou essa decisão.
R. agrominas - o horizonte do Pla-no de investimentos contido no PiRH e os PaRHs é de dez anos, fornecendo mecanismos para a execução de ações para a recuperação dos recursos hídri-cos. Diagnóstico da situação dos recur-sos e balanço das demandas futuras são insumos fornecidos por esses pla-nos. Qual o diagnóstico para a Bacia do Rio Doce encontrado para se esta-belecer a cobrança?
JoeMa alvarenGa - O diag-nóstico foi uma das fases do Plano. Foi à fase mais demorada e com mais par-
ticipação. Diagnóstico é a realidade da Bacia, o que salta aos olhos. Lógico que entraram dados científicos, secundários, que estavam ai a disposição nos órgãos gestores, universidades e laboratórios que fazem pesquisa de água. Cada um tem um dado a respeito da água na Bacia: de vazão, da qualidade, da quantidade, do que compõe a água, se está piorando ou se não está, do quadro de degradação da Bacia. O diagnóstico foi esse o que nos salta aos olhos: a quantidade da água está decrescendo; mau uso; uso inadequado da terra provocando assoreamento, as-soreamento que vem causar problema no leito do córrego, do rio principal e de todos aqueles que compõem a malha da Bacia, causado pelo desmatamento, topo de morro que não é coberto, falta da ve-getação ciliar, etc. Assim os serviços de água gastam muito com captação e com a limpeza da água para que ela se torne o mais potável possível. Com o diagnósti-co claro, foi criado programas para cada um dos problemas diagnosticados.
R. agrominas - algum programa específico? Quais projetos já estão esta-belecidos para o uso dessa arrecadação, sabendo que para a execução dos mes-mos de acordo com o PiRH e PaRHs são necessários R$ 1,34 bilhão?
JoeMa alvarenGa - Um pro-grama que interessa muito aos produtores rurais é o programa Produtor de águas. Vol-tado para a questão das nascentes, matas ciliares, para que o produtor rural consiga recuperar e/ou preservar suas nascentes e matas, propiciando um aumento na quan-tidade e melhoria da qualidade da água em sua propriedade e consequentemente na bacia. É um programa para a Bacia inteira. Esse valor é para que todos os programas do Plano sejam implementados ao longo dos dez anos. Os recursos da cobrança não cobririam isso, por isso eles serão recursos usados para programas desencadeadores e para a elaboração de projetos de captação de recursos porque nós temos muito dinheiro que não são captados por falta de projetos.
Ra - tem um tempo determinado de duração para efetuar essa cobran-ça? Quanto tempo?
JoeMa alvarenGa - Instalada
a cobrança ela não tem fim. A Bacia do Doce vai começar a cobrança, mas daqui a quatro anos os valores poderão ser adequa-dos. Começando a cobrança em setembro, em quatro anos se arrecada o valor de aproximadamente R$ 96 milhões. Nesses quatro anos, desse valor, uns serão aplica-dos diretamente em programas menores e outros em programas para captar recursos do ministério da cidade para saneamento, por exemplo. Ao longo dos quatro anos se tem a ideia se os projetos estão bons, se precisam de revisão, pois é um período que o Plano prevê para a sua revisão. Está previsto no Plano a elaboração de projetos de revisão.
R. agrominas - Como é feita a fis-calização do pagamento e aplicação dos recursos cobrados? tem um tem-po determinado para aplicação desses recursos?
Giordano de Carvalho – Existe um controle de arrecadação que é exercido pela Agência Nacional de Águas. Mediante esse controle de arre-cadação, é possível verificar quem está pagando e quem não está. Os usuários que forem considerados inadimplentes podem ser inscritos no CADIN (Cadas-tro Informativo de Créditos não quitados do Setor Público Federal). A aplicação dos recursos é toda feita nas bacias hidro-gráficas em que forem gerados. Quem aplica é a futura Entidade Delegatária de funções de Agências de Água, que tam-bém é aprovada pelos comitês de bacias. A ANA, portanto, transfere 100% dos recursos arrecadados a essas entidades, para aplicação em ações de recuperação da bacia. No caso das bacias hidrográ-ficas com atuação na bacia do rio Doce, essa aplicação tem que ser definida pe-los comitês conforme o PIRH/PARHs, que também deve ser aprovado pelos comitês. A partir do momento que inicia a cobrança, o tempo necessário para a execução das ações varia de acordo com a complexidade e o porte de cada ação, por exemplo, programas de educação ambiental, projetos de reflorestamento e controle de erosão, a elaboração de pla-nos municipais e assim por diante.
R. agrominas - a Bacia do Rio
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Doce possui área de drenagem de 86.715 Km², dessa área, 86% fica em minas gerais e 14% no espírito santo. o Rio Doce percorre 850 Km até atingir o oceano atlântico. os re-presentantes do Comitê são dos dois estados. Como é feita a escolha dos representantes do Comitê? Quantos membros têm e como fica a divisão entre os dois estados?
JoeMa alvarenGa – A di-retoria é eleita pelos membros em as-sembleias específicas, de acordo com o nosso regimento o mandato é de dois anos, pelo regimento tem que ter repre-sentantes dos três seguimentos que com-põem o comitê, sociedade civil, usuários e poder público, sendo por indicação de nomes. Você elege a chapa por nome, porque a pessoa se compromete. Está no regimento essa divisão e vai de acordo com a porção da Bacia. Minas têm 86% da Bacia, então proporcionalmente no comitê ela tem 86% de cadeira. O Espíri-to Santo proporcionalmente terá 14% de representantes. Esses representantes nos quais teriam direito em um universo de 60 que são os efetivos, mais 60 suplen-tes, é dividido entre os três seguimentos que devem estar presentes.
R. agrominas - a Bacia do Rio Doce é composta por dez comitês. eles se submetem à um comitê único? Como atuam os órgãos gestores: a ana, instituto mineiro de gestão das Águas (igam), e instituto estadual de meio ambiente e Recursos Hídri-cos do espírito santo (iema), na Co-brança da água?
JoeMa alvarenGa – Cada comitê é autônomo e tudo é pactuado. A ANA, o IGAM e o IEMA são os res-ponsáveis técnicos pela implementação das Políticas Nacional e Estadual de Recursos Hídricos. ANA faz a cobrança dos rios de domínio da União; o IGAM faz dos rios que nascem e morrem em Minas; IEMA faz dos rios que nascem e morrem no Espírito Santo. Uma das metas deles é a implementação, fortaleci-mento e dar suporte técnico aos comitês. A ANA, por exemplo, logo que o Comi-tê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce se instituiu, instalou uma unidade regional com sede em Governador Valadares, para dar uma assessoria à diretoria e aos trabalhos do comitê. O IGAM se regio-nalizou para dar também suporte aos seis comitês de Minas. Tudo que precisamos de mobilização é com o órgão gestor. Esse é o papel que eles fazem, vão ser
substituídos quase que inteiramente pela Agência de Água.
R. agrominas - os Comitês solici-tam a criação da agência de Água da Bacia Hidrográfica, pois é por meio da agência que os recursos serão aplica-dos. o que mais compete à agência? Como se deu o processo de escolha?
JoeMa alvarenGa – A agên-cia vai fazer esse papel que até então os órgãos gestores estavam fazendo. Ela vai se responsabilizar pela implantação dos programas via recursos de cobran-ça e utilizando, da melhor maneira, es-ses recursos. Foi aberto um edital para que as entidades interessadas pudes-sem se candidatar, depois foi feita uma reunião pública para esclarecimentos, essas entidades deveriam ter os requi-sitos propostos no edital. No final do período de inscrição, tinha apenas uma escrita, pois as outras foram desistindo ao longo do processo. O edital é muito exigente na qualificação. A entidade que ficou passou pelo crivo. Não era porque era a única que seria escolhida. Os três candidatos a diretores da Agência foram sabatinados dia 13 de julho e foram con-siderados aptos. O processo está em fase de conclusão. Assim que assinar os con-tratos de gestão com a ANA, outro com o IGAM e outro com o IEMA, a agência começará a funcionar. Mas para que isso se efetive, o comitê do Doce e os demais comitês terão que aprovar porque foi de-finido que seria escolhida uma agência única para efetuar a cobrança e imple-mentar os programas do Plano.
R. agrominas – Como é feita a aprovação dos Planos integrados de Recursos Hídricos? Quem faz esse diagnóstico?
Giordano de Carvalho – No caso da Bacia do rio Doce, o plano foi aprovado no ano passado pelo comitê da bacia. Na realidade, o próprio Comitê do Doce foi o principal responsável pela elaboração do plano. Teve apoio dos ór-gãos gestores, mas todo o processo de elaboração envolveu uma intensa parti-cipação dos membros do comitê.
FórmUlA eStABelecIdA pArA A coBrANçA pelo USo de recUrSoS - valor total = (valor cap + valor lanç + valor transp + valor pcH) x Kgestão
tipO de usO ppu unidade 2011/2012 2013 2014
valOr
captação de água superficial
lançamento de carga orgânica
transposição de água
ppU cap
ppU lanç
ppU transp
r$/m³
r$/Km
r$/m³
0,018
0,100
0,022
0,024
0,150
0,031
0,030
0,160
0,040
valOres estabelecidOs:
valOres estabelecidOs
(r$)
2012 2013 2014 2015 tOtal
estimativa de arrecadaçãO nOs quatrO primeirOs anOs da cObrança
18.056.030 21.612.314 25.264.245 30.768.558 95.701.147
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Em 1967, através de uma ne-cessidade da criação de um orga-nismo que pudesse representar os produtores rurais, de forma po-lítica, econômica e social, junto às instâncias do governo e outras necessárias, criou-se o Sindicato dos Produtores Rurais de Rubim. Assim, os produtores do municí-pio, localizado no Vale do Jequi-tinhonha e de uma pecuária de corte predominante, passaram a ter uma entidade representativa para seus interesses. No início, o sindicato contava com 20 as-sociados, hoje, 120 produtores rurais estão ligados à instituição.
O primeiro presidente foi Frederico Heitmann, que perma-neceu no cargo de 1968 a 1977, três mandatos de três anos cada. Já passaram pela entidade: Adão soares Antunes (1977 a 1980), José Moreira de Andrade (1980 a 1981), Waldir Ribeiro da Silva (1981 a 1983), Rubens Napoleão Lacerda (1983 a 1986 e 1992 a 1995), Ubirajara Lacerda Coelho (1986 a 1989), Valdivio de Al-
meida (1989 a 1992), Ubiratam Caires Ribeiro (1995 a 2001), Ubiraci Caires Ribeiro (2001 a 2005). Atualmente à frente do sindicato está Genilson Moreira, presidente desde 2005.
Quatorze pessoas compõem a diretoria, sendo o presidente, o vice-presidente, secretário, tesoureiro, quatro suplentes da diretoria, três membros efeti-vos e três suplentes do conselho fiscal. A equipe é formada por sete funcionários diretos: cin-co na Loja do Produtor, criada pelo sindicato; um no escritório e um médico veterinário. Sem contar nos indiretos.
A sede, localizada na pra-ça central de Rubim, é própria. De acordo com o sindicato, a mesma atende as necessidades
da entidade e seus associados. Além da sede e da loja, a insti-tuição tem também um terreno que é destinado ao depósito de madeira tratada e outro que será loteado dentro da cidade.
Entre as principais ações de-senvolvidas pelo sindicato está a criação e ampliação da Feira e Leilão de gado; a realização pe-riódica de cursos de formação e capacitação rural, em convênio com o SENAR; criação e am-pliação do espaço para o produ-tor, com sala de reuniões, sala de contabilidade e canto de leitura; palestras e eventos informati-vos; convênios com empresas de elaboração de projetos de cunho econômico e ambiental; partici-pação em conselhos e associa-ções municipais dando auxílio
Sindicato dos produtores rurais de rubim
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Presidente Genilson Moreira
Funcionários e parte da diretoria do sindicato
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no desenvolvimento do município. Serviços contábeis como elaboração de guias, declarações, registros de funcionários, aquisição de materiais e insumos ao produtor são outros serviços prestados pela entidade.
Parcerias são efetuadas para aten-der aos produtores e proporcionar oportunidades aos associados. Entre essas parcerias está a com o SENAR, na realização de cursos e promoção social; com uma empresa ambiental para a elaboração de projetos ru-rais, econômicos e ambientais; com uma empresa de contabilidade, que proporciona auxílio contábil aos as-sociados e a entidade; com uma em-presa de plano de saúde.
O sindicato se mantém com os recursos da loja e dos eventos que realiza. Mesmo cobrando uma mensalidade de seus associados, eles não dependem da mensalida-de para a manutenção da entidade. Além do leilão e da feira que são realizados anualmente, festas do meio rural como corridas de argo-linha, rodeios, corridas de cavalo, cavalgadas, dentre outras, são pro-porcionadas pelo sindicato.
a gestãOO atual presidente,
Genilson Moreira, 39 anos, casado e com três filhas, é produtor rural. A gestão que co-meçou em 2005, tem previsão de término em 2014. Natural de Ru-bim é formado em Contabilidade e possui Magistério. Lecionou por pouco tempo, mas trabalhou na se-cretaria de uma escola estadual por 17 anos. Mesmo sendo concursado, pediu demissão e passou a se dedi-car exclusivamente ao trabalho de produtor rural, com gado de corte, fabricação de queijo e outros.
Moreira conta que sua família é de produtor rural e ele sempre teve vontade de ajudar seu município e os produtores da cidade a se desen-volverem. Ele já era sócio do sindi-cato e como a entidade passou por um período crítico e ninguém que-ria assumir o cargo, quando o últi-mo presidente saiu, ele resolveu se candidatar com o objetivo de tentar melhorar as condições do setor.
Hoje, conta orgulhoso, que a Loja do Produtor Rural é um desta-
que para o sindicato. No início, clas-sifica o presidente, era pequena e bem tímida. Atualmente as vendas de insumos, medicamentos e madei-ras são uma proposta e os associados compram os mesmos com descon-tos, saindo quase a preço de custo.
Lembra que uma das dificuldades que encontrou no começo de seu man-dato foi a de trazer associados para o sindicato. Porém, acredita que o trabalho que o sindicato tem feito junto ao pro-dutor tem levado qualidade. “Quando assumi o sindicato a população bovina era de 50 mil e hoje está em 70 mil. Nós acreditamos que investindo em qualida-de do gado e de pastagens é a forma de estimular e gerar lucro. Por isso quere-mos manter a qualidade e a produtivida-de do nosso bezerro Nelore que é o forte da cidade”, ressalta o presidente.
Curso do SENAR com os associados do sindicato
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Se as coisas mudam em um dia, o que dirá em 15.343 dias, ou mais especificamente, 42 anos. Desde a aquisição da Fazenda Lagoa Preta, localizada em Fernandes Tourinho (MG), em 1969 por José Cantídio Ferreira, que a propriedade passou por mudanças quanto aos métodos para garantir uma boa produção e marcar a pecuária da região. Em 1987 em vida, José Ferreira que teve uma participação expressiva como pecuarista, passou as pro-priedades que tinha para seus oito filhos. A Fazenda Lagoa Preta hoje é de posse de seu filho Alberto Fer-reira, 60 anos. O produtor rural, assim como gosta de se intitular, é
formado em Medicina Veterinária e exerce funções de direção de uma cooperativa de crédito voltada para os produtores rurais.
As mudanças mais visíveis, segundo Alberto Ferreira, estão voltadas para a introdução de tec-nologias na fazenda. Melhoria e divisão de pastagens em piquetes, genética e seleção de gado forma-dor de matrizes leiteiras. Há cinco anos o produtor vem utilizando sê-men sexado com escolha de 80% de fêmeas, o que especifica mais o foco da propriedade: a produção de matrizes leiteiras. Mais recente, há três anos, aproximadamente, a inseminação artificial passou a ser
utilizada no rebanho. O plantel, composto por 700
animais, é dividido em 300 matri-zes e o restante em crias. Os ani-mais são criados predominante-mente a pasto nos 700 hectares de área. As vacas recebem de maio a outubro uma suplementação de silagem de sorgo, de capim mom-baça e de cana-de-açúcar, que são plantados na propriedade, em oito, dez e dois hectares respectivamen-te. Essa produção de forragens, segundo Ferreira, é outro artifício para garantir uma boa produção. Por ano são produzidas cerca de 1000 toneladas.
A produção leiteira fica por
Foco na produção de matrizes leiteiras
situada em fernandes tOurinhO, a fazenda lagOa preta é a prOpriedade da seçãO grandes criatóriOs
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conta dos animais Girolando, resul-tados do cruzamento entre as raças Gir (predominante) e a Holandesa, disponibilizados para o mercado. De acordo com Ferreira, as vacas são
boas produtoras de lei-te, com produção média de 300 litros por dia e, mesmo produzindo leite, esse não é o objetivo. “O foco não é a produção de leite, mas de matrizes leiteiras. Elas serão pro-dutoras de leite nas mãos daqueles que adquirem as matrizes”, classifica o produtor. As vendas dos
animais são feitas em leilões e “têm obtido, ao longo do tempo, excelente aceitação quanto à idade de produção, fruto da qualidade e da produção lei-
teira que efetivamente venha a ter”, complementa.
funciOnamentO Quando alcançam os dois anos,
as novilhas são inseminadas, para se transformarem em vacas com até três anos, tempo médio do primeiro parto. A estação de monta é feita de acordo com o gado. Os animais girados fa-zem estação de monta de dezembro a março, para que a produção seja na época das águas. Já o gado leiteiro, ½ sangue e 5/8, faz estação de monta de junho a agosto para que elas este-jam em produção leiteira na época de
Alberto Ferreira e a esposa Mara Esteves
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comercialização e concursos leiteiros. “Agora nós estamos programando exatamente as matrizes e identificando os animais que serão disponibiliza-dos para venda nos leilões do ano que vem”, infor-ma Ferreira.
As vendas feitas vão desde bezerras a partir de 10 meses, passando por novilhas e vacas leiteiras. Como de costume, esse ano participou do concurso leiteiro em Governador Valadares. “Todo ano faço questão e gosto de participar do concurso leiteiro, que é uma oportunidade que tenho de mostrar ca-pacidade de produção das vacas oriundas da minha propriedade e que também geralmente são comer-cializadas”, enfatiza. Em 2009, a vaca Maravilha, 5/8 holandês, ficou em primeiro lugar na categoria 40 a 50 kg. Ela continua entre o rebanho da pro-priedade. Outro destaque é a vaca chamada Fazen-da, mais para Gir, que no ano passado chegou a produzir mais de 40 kg de leite no dia do concurso. Quando as matrizes estão sendo preparadas para concursos e leilões, a produção leiteira sobe para 400 litros por dia.
A propriedade apresenta dois currais, divisões por piquetes com cercas convencionais e é feita rotação de pastagens para melhor aproveitamento da área. É feita a ordenha mecânica, o que agiliza o trabalho, pois permite a ordenha de até quatro vacas de uma só vez. Devido às outras ativida-des que exerce, o produtor não tem condições de acompanhar tecnicamente. A assistência técnica fica a cargo de um médico veterinário e da área
técnica da cooperativa a qual é associado. No ma-nejo sanitário diário, seus dez funcionários, mão--de-obra qualificada em cursos proporcionados pelo SENAR e pela cooperativa, seguem diaria-mente as recomendações, preservando assim, a sanidade do rebanho.
Em relação aos custos, mesmo com a produção de silagem na propriedade, as despesas são altas devido à aquisição de outros componentes de ra-ção, especialmente a balanceada com soja e milho. Outro ponto é na parte de minerais e o sêmen se-xado, que é importado. “Mas é tudo relevante e ne-cessário para o processo”, afirma.
A aposta não foi na raça e sim na prioridade de produzir matrizes de alta qualidade. “A raça Gir, pela própria origem dela, pelo próprio desenvolvi-mento, caracteriza-se pela sua docilidade, pela pró-pria produção leiteira o que a faz altamente con-veniente para esses cruzamentos. Extremamente adaptada a nossa região, ao nosso clima, as nossas condições de manejo, isso faz também que os pro-dutos tenham uma grande aceitação”, ressalta.
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Há quatro décadas uma aposta feita foi em-preendedora: a avicultura. Os irmãos Fernando Pimenta Metzker e Durval Oscar Pimenta Met-zker resolveram investir nessa atividade. Durval Metzker, hoje já falecido, formou-se em uma Escola Técnica na cidade de Florestal (MG) e propôs ao irmão Fernando Metzker para se unirem. Por vol-ta de 1971 os irmãos, como conta Fernando, es-colheram esse ramo porque no Brasil estava sur-gindo à criação de frangos em granjas e essa seria uma atividade vantajosa. Alguns anos mais tarde, cerca de uns dez anos depois, Fernando Metzker assumiu o empreendimento sozinho.
Natural de Governador Valadares, Fernando Metzker é casado com Maria da Conceição Minelli Gomes Metzker, 55 anos, com quem tem dois filhos: Fernando Pimenta Metzker Júnior, 30 anos e Filipe Minelli Metzker, 25 anos. Hoje, aos 60 anos, coman-da as cinco granjas que tem na região Vale do Rio Doce, ao lado da família. Sendo duas delas localiza-das em Governador Valadares e três em Alpercata.
Metzker informa que na época os negócios co-meçaram, em Alpercata, com dois galpões com 2500 frangos em cada um. Voltado para recria e engorda das aves, os frangos ficavam prontos para o abate com 65 dias. Com o passar do tempo e a melhoria na genética das aves, elas estão prontas para o abate entre 40 e 45 dias. Atualmente, nos 220 hectares do empreendimento, 210 mil fran-
gos são criados nas granjas da família Metzker, com a ajuda dos 30 funcionários. A produção e venda de frangos, de acordo com o avicultor, che-ga a um milhão de aves por ano.
O negóciODe lá para cá muita coisa mudou nos negócios.
A estrutura, manejo e genética, segundo Metzker, melhoraram. Nos galpões metálicos, os sistemas de água e comida são automáticos. Mesmo assim, o manejo diário dos funcionários é mantido: la-vagem dos bebedouros, virar a cama e, quando os pintinhos chegam à granja, a água é colocada manualmente. As aves, que são adquiridas com um dia de vida de uma granja de Uberlândia, são adquiridas conforme a genética para garantir uma boa produção. Os pintinhos, de acordo com o avi-cultor, já veem vacinados da granja, mas é pre-ciso dar um reforço às aves contra as doenças de Newcastle e Gumboro.
Entre as tecnologias utilizadas para melhorar a produção está à forragem dos galpões, vedan-do com cortinas, usando fornalhas, ventiladores e sistema de nebulização para manter a tempera-tura ideal para o desenvolvimento das aves. Tudo vai depender da idade, pois quando mais novas, as aves precisam ser aquecidas para crescerem e com o passar do tempo precisarão ser refrescadas.
“Hoje a tecnologia evoluiu bem na avicultura
Avicultura e o aprendizado na prática
um exemplO de que O trabalhO é a alma dO negóciO
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210 mil frangos são criados nas cinco granjas da família
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como em todos os setores, em todas as atividades. Criar frango é muito simples, não tem segredo. O problema hoje é a comercialização”, aponta Metzker. De acordo com o avicultor, na época em que começou na atividade, na região tinha em torno de 50 granjas e nos Estados vizinhos a produção de aves era deficiente, por isso os frangos eram vendidos para a Bahia também. Porém, agora só tem mais três produtores de frangos num raio de 200 km de Valadares e os Estados se tornaram auto--suficientes. “Os Estados que eram compradores agora vendem. Então cada região tem que consumir a sua pro-dução. A minha produção é vendida para Valadares e região próxima”, pontua.
Nas propriedades são produzidas as rações consu-midas pelas aves. A base da ração é o milho e a soja, comprados em outros Estados. Farinha de carne, vita-minas e minerais também são ingredientes do alimento produzido. A ração é armazenada em um galpão próprio e depois transferida para silos que conduzirão automati-camente o alimento para os frangos. Quanto aos custos
da produção, Metzker informa que a criação de frangos não é muito compensadora, mas esses gastos depende-rão do preço em que se encontra o milho e a soja.
De 70 em 70 dias, os galpões são lavados, desinfeta-dos e preparados para um próximo lote. É nesse período também que as camas são retiradas e substituídas por no-vas, feitas de casca de arroz moída. As aves são separadas em lotes de 20, 24 e até 26 mil aves, sem um padrão de quantidade. De maio a julho, os frangos vão para o abate com um peso médio de 2400 Kg. No verão, para alcançar esse peso, as aves têm um atraso de três a cinco dias para ir para o abate. Em cada galpão passam cinco lotes por ano. As aves vendidas são entregues aos compradores e o transporte é feito em caminhões próprios, equipados com gaiolas e caixas de plástico para transportá-los vivos.
A assistência técnica recebida é do veterinário da granja em que são comprados os pintinhos e da fábri-ca que são adquiridas as vitaminas e minerais utilizados na ração. Como não tem nenhuma formação específica, Metzker diz que criar frangos não tem nenhum segre-do, mas recebe essas assistências especializadas. Sobre o aprendizado o avicultor complementa que “às vezes participo de congressos e também das feiras do nosso ramo. Mas o próprio negócio te ensina e hoje está muito fácil porque os incubatórios e as fábricas têm gente es-pecializada para ajudar, orientar. Então, criar o frango não depende de você ter alguma formação específica. Se tiver, melhor, se não tiver, vai aprendendo com o traba-lho”, finaliza.
A vista da estrutura de uma das granjas
O avicultor Fernando Metzker
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intrOduçãOO principal carrapato que para-
sita os bovinos no Brasil é o Rhi-picephalus microplus (Boophilus microplus). É com certeza o prin-cipal parasita externo dos bovinos, causando inúmeros prejuízos à ca-deia da pecuária, como:• Na indústria produtora de couros, pela baixa qualidade e aproveita-mento de peles, determinadas pelas lesões quando na sua fixação;• Na transmissão dos agentes cau-sais de doenças parasitárias (Ana-plasmose e a Babesiose) de natu-reza hemolítica;• Na inoculação de toxinas ocorre um processo de toxicidade local e sistêmico;• Pela anemia, em que o animal perde a sua atividade produtiva;• Óbito.
etiOlOgiaUm carrapato (Fig. 01) suga
até 2,0 ml de sangue por cada ciclo de 21 dias. A variação de volume de sangue depende do tamanho da teleógina.
Fig. 01
Callow, 1978, relatou que o carrapato e as doenças que trans-mite são um grande entrave para o melhoramento de raças leiteiras e de corte importadas de climas temperados para países de áreas tropicais, onde altas infestações de Rhipicephalus microplus podem levar esses animais à morte.
Portanto o gado mestiço euro-peu x zebu, que tem um nível de resistência moderado a alto, con-forme o seu “grau de sangue”, é mais resistente quanto menor for o “grau de sangue” europeu. Em face disto, deve-se redobrar os cuidados de sanidade quando fo-rem introduzidos em um rebanho animais com genótipo europeu.
O Rhipicephalus microplus, originário do continente asiático, é um carrapato monoxeno, ou seja, parasita, um só hospedeiro ao con-trário do Amblyomma cajennense e Rhipicephalus sanguineus, que
utilizam três hospedeiros em um ciclo de vida, sendo, portanto he-teroxenos. Está distribuído por todo o Brasil, estando presente em quase todos os municípios brasi-leiros, sendo mais frequente nas regiões onde o clima seja favorá-vel para o seu desenvolvimento, como nas regiões Sul, Sudeste e Centro - Oeste.
patOgênese e manifestações clínicasOs principais sintomas de uma
infestação por Rhipicephalus san-guineus são:• Perda do apetite • Anemia • Apatia • Emagrecimento progressivo • Alopécia • Dermatite exudativa ou seca • Baixo desenvolvimento • Perda da sua atividade produtiva • Morte
diagnósticOÉ feito pela visualização dos
parasitos no animal.
prOfilaxiaA profilaxia para controle dos
carrapatos, bernes, mosca-dos--chifres e bicheiras, consiste na
SAúd
e AN
ImAl Um sócio voraz
marcelo cabralmédico veterinário
Fonte: mSd Saúde Animal
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tomada de medidas técnicas, pela utilização de vários sistemas de aplicação para uso de medicamen-tos e medidas de manejo.
Cada parasitose necessita de uma estratégia de controle diferen-ciada, em que o mais importante é interromper o seu ciclo de desen-volvimento, para que assim o nível de infestações, a frequência dos banhos e os tratamentos sejam di-minuídos, possibilitando um maior ganho de tempo e expondo menos os parasitos a uma possibilidade de desenvolvimento de resistência.
tratamentOO primeiro produto químico com
propriedade acaricida registrado no mundo foi o Arsênico, em 1895, mantendo um controle satisfatório dos carrapatos até 1935. A partir desse ano, apareceram resistências aos Arsenicais na Austrália e África do Sul e em 1948, vários países da América Latina, inclusive o Brasil, já apresentavam problemas no con-trole desses parasitos.
Muitos outros produtos químicos com atividade acaricida e inseticida foram sendo introduzidos, principal-mente os Clorados, sendo chamados de inseticidas de 1ª geração, sendo os principais o DDT e o BHC.
Com os anos começaram a apare-cer os inseticidas menos tóxicos e de maior eficácia, como os de 3ª geração como as Formamidinas (Amitraz) e
os Inibidores de Crescimento (IGR) no final da década de 60. Durante vários anos esses inseticidas acari-cidas vinham sendo utilizados para controle de ectoparasitas artrópodes dos animais domésticos, mesmo apresentando restrições de utilização e até proibições de uso em animais produtores de leite e carne para con-sumo humano.
Até então, um inseticida perfeito ainda não havia sido descoberto, po-rém nos últimos 50 anos, a pesquisa de produtos para saúde animal evo-luiu e preocupados com as limita-ções e a toxicidade dos inseticidas e acaricidas descobertos, os cientistas continuaram com as pesquisas. Em função do trabalho desenvolvido pelos pesquisadores, na década de 70 foram descobertos vários com-postos químicos de maior eficácia, amplo espectro de ação e de maior segurança, que podiam permanecer nos animais tratados com um baixo potencial de resíduos, sem causa-rem efeitos colaterais e permitindo o consumo de carne e leite dos ani-mais tratados.
Assim apareceram os compos-tos mais modernos, como os Pire-tróides (1973) e as Lactonas Ma-crocíclicas (1975), constituindo-se ambos em um grande passo para o controle das principais pragas que acometem os animais domés-ticos. Os Piretróides (Permetrina, Cipermetrina, Alfacipermetrina,
Deltametrina) e as Lactonas Ma-crocíclicas (Milbemycinas e Aver-mectinas), se posicionaram de uma maneira tal, que se tornaram os an-tiparasitários de eleição para o con-trole dos principais ecto e endopa-rasitos, como carrapatos, moscas, sarnas, piolhos e os vermes redon-dos gastrintestinais e pulmonares (Avermectinas).
Estes compostos químicos es-tão disponíveis em várias formu-lações e com custos atraentes, com máxima eficácia e residualidade, proporcionando a redução do espa-çamento entre tratamentos e mini-mizando assim a possibilidade do aparecimento de focos de resis-tência, pela diminuição da pressão exercida sobre os parasitos de uso de acaricidas e inseticidas.
Vários sistemas de combate e controle dos ectoparasitos são utili-zados no Brasil. Indiretamente pelo uso de estratégias de controle. Dire-tamente pelo uso de antiparasitários, com as seguintes características: forte atividade acaricida e inseticida; excelente persistência de ação; bai-xíssima toxicidade para o homem e animais; degradação satisfatória no meio ambiente. Os produtos podem ser utilizados de várias formas: ba-nheiros de imersão; pulverização; Pour-on. O Veterinário deverá ser sempre consultado para um melhor uso dos produtos.
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intrOduçãO No Brasil, a maior parte do re-
banho bovino é manejada em pasta-gens com solos de baixa fertilidade. Nesse cenário, a adubação, junto com outras estratégias de manejo, é fundamental para se buscar uma exploração econômica, social e sustentável, sem causar danos ao meio ambiente.
A alta produtividade da pasta-gem pode ser conseguida com adu-bação, porque o aumento na produ-ção de forragem é alcançado quando se realizam aplicações de nitrogênio, fósforo, potássio e outros nutrientes minerais nos pastos. A maior produ-ção de forragem permite o emprego de alta taxa de lotação na pastagem adubada, o que, normalmente, resul-ta em maior produtividade animal por unidade de área.
Por outro lado, nos últimos anos, os fertilizantes estão cada vez mais onerosos, o que vem causando preo-cupação. No entanto, mes-mo com os elevados preços dos adubos, a adubação ainda pode ser estratégia para melhorar a rentabili-dade dos sistemas de pro-dução, dependendo da dose utilizada e de outras ações de manejo da pastagem.
Além disso, o uso de adubos não se restringe apenas às si-tuações em que se objetiva aumentar
a produtividade da pastagem. Outras possibilidades de uso de adubos são possíveis e, muitas vezes, até mais prioritárias do que a sua utilização para elevar a produção animal por unidade de área.
ObJetivOs cOm a adubaçãO das pastagens
O efeito mais difundido da adu-bação em pastagens é o aumento da produção de forragem por unida-de de área. Isso faz com que seja comum associar adubação de pas-tagens com sistemas de alto nível tecnológico ou intensivos.
Em sistemas intensivos de pro-dução em pastagens, a adubação é ação de manejo presente e fun-damental. Contudo, a adubação também pode ser utilizada para alcançar objetivos diferentes da in-tensificação do sistema produtivo (Figura 2).
Figura 2 – Objetivos possíveis de ser al-cançados com a adubação de pastagens.
Em sistemas intensivos, é impor-tante manejar a aplicação de adubos para reduzir os possíveis efeitos ne-gativos do seu excesso e dos corre-tivos no ambiente. De outra forma, em sistemas de produção extensi-vos, caracterizados por baixo uso de insumos, a adubação também deve ser estratégia de manejo usada para manter a perenidade do pasto e a sustentabilidade do sistema.
A ausência de adubações de ma-nutenção nas pastagens é uma das causas de sua degradação. Cerca de 80 % das pastagens cultivadas nos Cerrados apresenta-se em estádio de degradação (Barcellos et al., 2001), sendo este um dos principais proble-mas sociais, econômicos e ambientais vividos pela pecuária nacional. Por isso, a recuperação e, ou renovação da pastagem, dependendo da fertilidade natural do solo, em geral, torna-se ne-cessária após quatro a cinco anos da formação da pastagem. A recupera-
ção das áreas de pastagens em estádios iniciais de degradação pode ser feita eficientemente com o uso de adubos e correti-vos, além do manejo adequado do pastejo.
A escolha da planta forra-geira imprópria ao solo e ao clima da região é um erro co-mum durante o estabelecimen-
to da pastagem e também contribui para sua degradação futura. Nesse
por que adubar a pastagem?manoel eduardo rozalino Santos
professor Adjunto da Faculdade de medicina veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Uberlândia.
dilermando miranda da Fonsecaprofessor Associado do departamento de Zootecnia,
Universidade Federal de viçosa.
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contexto, a adubação pode ser em-pregada para possibilitar introdução e persistência da planta forrageira na área, pois o uso de adubos e cor-retivos altera a fertilidade do solo, tornando-o adequado às espécies forrageiras mais exigentes e, ou, de interesse. Isso ocorre, por exemplo, quando o pecuarista planta o capim--elefante em área com solo de baixa fertilidade natural, o que torna ne-cessárias a correção e a adubação de acordo com a exigência da forragei-ra e com as características do solo.
A adubação de pastagens tam-bém pode ser empregada para faci-litar o manejo no sistema produtivo, tornando-o mais flexível operacio-nalmente. Como exemplo, tem-se a utilização da adubação nitrogenada em pastagens diferidas (“vedação da pastagem”), que permite reduzir o período em que o pasto fica “ve-dado”, sem diminuir a produção de forragem para o período de seca. Por exemplo, Santos et al. (2009) verificaram que o pasto diferido de Brachiaria decumbens cv. Basilisk (capim-braquiarinha) por maior perí-odo (116 dias) e sem adubação nitro-genada produziu semelhante massa de forragem (4.979 kg/ha) quando comparado àquele diferido por me-nor período (73 dias) e adubado com 80 kg/ha de N, que produziu 4.901 kg/ha de massa seca. Isso foi possível porque o nitrogênio aumentou a taxa de crescimento da gramínea.
A distribuição da produção de forragem ao longo do ano tam-bém pode ser modificada com a adubação. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, podem-se identifi-
car duas épocas distintas quanto ao nível de produção de forragem nas pastagens: os períodos “das águas” e o período “de seca”. As adubações, principalmente a ni-trogenada, realizadas no período de verão aumentam as diferenças de produção entre os períodos de “águas” e de “seca”, o que pode gerar excesso de forragem no pe-ríodo das “águas”. Por outro lado, a adubação realizada no período de inverno, normalmente, não resulta em efeito positivo sobre a produ-ção de forragem durante este perí-odo, porque as condições de clima são limitantes ao crescimento do pasto. Por sua vez, a adubação rea-lizada no fim do verão ou no início do outono contribui para aumentar a disponibilidade de forragem no período de “seca”, diminuindo as diferenças de produção com o pe-ríodo das “águas”.
Por isso, recomenda-se aplicar uma dose média (tal como 100 kg/ha de N) ou uma pequena (tal como 50 kg/ha de N) do adubo nitrogenado no final do “período das águas” com o objetivo de pro-porcionar: aumento de produção de forragem no “período de seca”; melhoria da distribuição da pro-dução de forragem durante o ano, sem diminuir a produção total; re-dução da utilização de alimentos suplementares; e rebrotação mais precoce no início do “período das águas” (primavera). Quando a dose de adubo nitrogenado a ser utilizada for mais alta (maior que 150 kg/ha por ano), recomenda-se aplicar 1/3 no início e meio do “pe-
ríodo das águas” e 2/3 no final do “período das águas” (outono).
Tradicionalmente, recomenda--se a utilização de adubos durante o período de primavera e verão, quando as condições climáticas (temperatura, luminosidade, umi-dade do solo, entre outras) são favoráveis ao crescimento da for-rageira. Essas condições, geral-mente, permitem melhor aprovei-tamento e, ou, eficiência de uso dos adubos e, consequentemente, resultam em maior produção de forragem nesse período. Contudo, na grande maioria dos sistemas de produção do Brasil, mesmo naque-les sistemas produtivos em que não se faz uso de adubos, observa-se que no período das “águas” a ofer-ta de forragem é maior do que a ne-cessidade dos animais. Isso ocor-re porque, em muitos sistemas de produção, a taxa de lotação média anual corresponde àquela condi-zente com a produção de forragem obtida durante o período de “seca”. Dessa maneira, é ilógico recomen-dar adubação de pastagens para sistemas de produção com exce-dentes de forragem durante o “pe-ríodo das águas”.
É importante deixar claro que em sistemas mais extensivos a adubação de manutenção das pas-tagens, com doses menores, é fundamental para garantir sua sus-tentabilidade, que poderia ser asse-gurada pela realização de aduba-ções no fim do verão ou início do outono, cujo resultado seria maior produção de forragem colhida no período de “seca”, época em que o
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crescimento do pasto é limitado.Além disso, existem formas
diferentes para se conseguir o mesmo objetivo com a adubação da pastagem. Na intensificação do sistema produtivo com uso de fertilizantes, por exemplo, três fatores podem ser modificados: a quantidade de adubo, a porcen-tagem da área a ser adubada e o tempo para alcançar a intensifica-ção. Desse modo, é possível obter mesmo aumento na produtivida-de das pastagens em propriedades adotando diferentes combinações de quantidade de adubos e per-centagem da área da propriedade adubada. Assim, o uso de fertili-zantes em menor quantidade por área e em maior área da proprie-dade é mais apropriado quando grandes áreas de pastagens se en-contram em degradação; os técni-cos e pecuaristas são avessos aos riscos; as propriedades são muito grandes; e o preço da terra é bara-to (Vilela et al., 2004).
No entanto, alguns efeitos da adubação de pastagens não são verdadeiros. Um exemplo é a confiança de que a adubação me-lhora o valor nutritivo e a quali-dade do pasto, fato que pode não ser verdade. A melhoria do valor nutritivo da forragem obtido com a adubação é muito dependente de outras ações de manejo. Por exemplo, Santos et al. (2009) verificaram que os pastos de ca-pim-braquiarinha “vedados” ou diferidos por 73 e 95 dias apre-sentaram maior teor de proteína bruta quando adubado com 120 kg/ha de nitrogênio (N), em re-
lação ao pasto não adubado (sem N). Por outro lado, quando o pas-to foi “vedado” por 116 dias, os teores de proteína bruta não au-mentaram com a aplicação de 120 kg/ha de N (Figura 3). Assim, o longo período de descanso, que resulta em plantas mais velhas na pastagem, pode fazer com que o valor nutritivo do pasto não seja melhorado com a adubação.
Figura 3 – Percentagem de proteína bruta em pastos de capim-braqui-arinha “vedados” por 73, 95 ou 116 dias, sem adubação ou com aduba-ção (120 kg/ha de nitrogênio).
Outros objetivos ainda podem ser alcançados com a adubação de pastagens, como o aproveitamento de resíduos agrícolas e industriais com potencial de utilização para corrigir ou suprir nutrientes limi-tantes no solo. Normalmente, esses resíduos, quando produzidos em grande quantidade, possuem alto potencial de gerar problemas am-bientais. Contudo, seu uso racional em pastagens pode ser adequado e benéfico ao sistema de produção. Como exemplos, têm-se a utiliza-ção de dejetos de bovinos e suínos na adubação de pastagens e o uso de escória de siderurgia como cor-retivo químico do solo.
cOnsiderações finaisA adubação da pastagem é es-
tratégia de manejo que pode ser empregada em diferentes situações e para alcançar variados objetivos no sistema de produção animal em pastagens. Essa versatilidade de funções precisa ser mais bem utili-zada para melhorar a utilização de adubos nas pastagens do Brasil.
Independentemente dos objeti-vos que se pretende, a adubação de pastagens deve estar em consonân-cia com o contexto atual no que diz respeito às condições econômicas, políticas, sociais e ambientais vi-gentes na região e no país.
referências bibliOgráficasBARCELOS, A.O.; VILELA, L.; LUPI-NACCI, A.V. Produção animal a pasto: desafios e oportunidades. In: ENCON-TRO NACIONAL DO BOI VERDE: A PECUÁRIA SUSTENTÁVEL, 3., 2001, Uberlândia, MG. Anais... Uber-lândia: Sindicato Rural de Uberlândia, 2001. p. 29-64.SANTOS, M.E.R.; FONSECA, D.M.; BALBINO, E.M. et al. Capim-braquiá-ria diferido e adubado com nitrogênio: produção e características da forragem. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.4, p.650-656, 2009.VILELA, L.; MARTHA JÚNIOR, G.B.; BARIONI, L.G. et al. Adubação na recu-peração e na intensificação da produção animal em pastagens. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 21. Piracicaba, 2004. Anais... Piracica-ba: Fealq, 2004. p. 425-472.
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Humberto luiz Wernersbach FilhoZootecnista mSc / Supervisor de pesquisa
Fertilizantes Heringer S/AForr
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par ticularidades da calagem em pastagens
Em ambientes tropicais há predominância de solos ácidos e pobres em bases. Assim, o uso de calcário é uma prática generalizada para a corre-ção da acidez e fornecimento de cálcio e de mag-nésio (Cantarella et al. 2002).
Forrageiras identificadas como tolerantes à acidez foram caracterizadas pela capacidade de produzir satisfatoriamente sob elevada saturação de alumínio e baixa saturação de cálcio no solo (CIAT, 1981). A tabela 01 ilustra tais espécies e seus respectivos comportamentos.
Cantarutti et al. (2002) citam diversos autores que relatam pouca ou nenhuma resposta a apli-cação de calcário, sendo, portanto, razoável con-siderar que as forrageiras tropicais amplamente
utilizadas no Brasil caracterizam-se por maior ou menor grau de tolerância à acidez e só respondem à calagem quando há deficiência de cálcio e, ou, magnésio no solo.
Entretanto, deve-se estar atento quanto a res-posta produtiva à aplicação de calcário. Quando o sistema está muito degradado e o solo bastante exaurido a resposta à calagem pode não ocorrer (Oliveira et al., 2003), todavia, quando existe al-guma fertilidade (Oliveira et al., 1999), apenas a calagem pode produzir aumentos na produção de
forragem na ordem de 1,5 t/ha de matéria seca.
Em relação a dose, Luz et al. (2000) e Luz et al. (2002) rela-tam que, em pastagem de capim tobiatã degradada, trabalhando com saturação por bases deseja-das de 40% e 80 %; 40 % e 60 % respectivamente, não obtiveram diferenças na produção de matéria seca entre doses e em relação ao controle sem calcário. Vale ressal-tar que os solos em questão apre-sentaram baixa fertilidade natural. A condição da pastagem não foi mencionada.
A ausência de resposta pode se dever ao in-sucesso na obtenção dos níveis de saturação por bases pré-estipulados. Entretanto em condições de em que foi possível alcançar os níveis de satura-
Fonte: cIAt (1981)1- corresponde ao número do acesso no banco de germoplasma do centro Internacional de Agricultura tropical.
fOrrageiraDag/Kg
CcCa
%
m SCa NC
t/ha
tabela 01 – cOncentraçãO crítica de cálciO (ccca), saturações pOr alumíniO (m) e pOr cálciO (sca) nO sOlO e a necessidade de calagem
(nc) requerida para atingir-se 80% da pOpulaçãO máxima das fOrrageiras em um latOssOlO (carimágua, cOlômbia).
panicum maximum - 6041
pennisetum purpureum - 658
Brachiaria decumbens - 659
Brachiaria decumbens - 606
Hyparrenia rufa - 601
melinis minutiflora - 608
Andropogon gayanus - 621
Brachiaria humidicola - 6013
0,60
0,40
0,42
0,34
0,34
0,32
0,30
0,20
72
29
74
77
80
12
85
89
24
60
20
17
8
86
13
9
1,5
2,6
1,4
1,1
0,0
0,4
0,4
0,0
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Fonte: adaptado de cantarutti et al.(2002)
exigência da plantareferências
Werner et al. 1997 Alvarez & Ribeiro, 1999 Vilela et al. 1999
tabela 2 – valOres de saturaçãO pOr bases deseJadOs para fOrmaçãO de pastagens, em funçãO da exigência da planta,
para Os diversOs mOdelOs de recOmendaçãO.
Baixa
média
Alta
40
60
80
40-50
50-60
60-70
30-35
40-45
50-60
ções por bases almejados, a resposta à calagem tem sido positiva (Cruz et al., 1994; Oliveira et al., 1999, 2004).
A origem e solo também interfere na resposta á calagem. Para se entender tal afirmação, o conceito de ponto de carga zero do solo, ou PCZ deverá ser discutido. O PCZ pode ser definido como o pH da solução em equilíbrio com o solo, no qual o mínimo de cargas negativas é igual ao número de cargas posi-tivas, resultando em uma carga líqüida da superfície dos óxidos de Fe e Al igual a zero, ou seja, acima do PCZ, os óxidos de Fe e Al (argilas sesquióxidicas) apresentam cargas negativas (CTC = capacidade de troca catiônica) e abaixo do PCZ, aumentam as car-gas positivas (CTA = capacidade de troca aniônica). Cargas positivas no solo são responsáveis, principal-mente, pela fixação de fósforo (H2PO4=) e lixivia-ção de bases (K+, NH4+, Ca2+ e Mg2+) em solos tropicais. Todas as cargas positivas que são formadas nos colóides do solo são dependentes de pH. (Vitti, 2009). Portanto, quanto mais próximo ou menor, o pH do solo for do PCZ, maior será a fixação de fósfo-ro e perdas de bases no solo.
Nesse cenário a calagem torna-se a principal fer-ramenta de produção nos solos tropicais que, de cer-ta maneira, independemente da exigência da cultura, mas sim, otimizar respostas a fertilizações futuras.
Para o Estado de São Paulo, o “Boletim 100”
(Werner et al. 1997) e a região dos cerrados (Vile-la et al. 1999) o cálculo da necessidade de calagem (NC) fundamenta-se na correção da saturação por ba-ses do solo para valores adequados às exigências das forrageiras. Para Minas Gerais, “5ª Aproximação” (Alvarez & Ribeiro, 1999), recomenda-se o cálculo pelo critério da saturação por bases, ou pelo critério da neutralização do alumínio trocável. Na tabela 02 segue ilustrado o resumo das recomendações.
Em função da razoável tolerância das espécies tropicais à acidez do solo, fica evidenciado que a calagem para formação de pastagens pode estar su-perestimada. Todavia, estas recomendações podem estar mais adequadas para sistemas intensivos de pro-dução em função da melhoria na disponibilidade dos nutrientes no solo e do tipo de solo. Em pastos es-tabelecidos, ou sistemas já intensificados a calagem pode ser uma ferramenta para correção dos níveis de cálcio e magnésio, bem como, corrigir acidez oriunda da utilização de fertilizantes nitrogenados (Cantarutti et al. 2002).
Fica evidente que o técnico deverá observar o sistema de produção como um todo, interpretando o solo e os níveis de fertilidade, em função do potencial produtivo da fazenda dentro dos objetivos econômi-cos da atividade.
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26AgoSto 2011
Quem cria bovinos para a pro-dução de leite ou carne conhece a importância das proteínas para os animais. As proteínas são compos-tas por pequenas estruturas cha-madas aminoácidos. O organismo animal atua juntando com os ami-noácidos que ele ingere durante a alimentação formando novas proteí-nas. A principal função da proteína é estrutural, ou seja, o corpo do ani-mal é formado por um grande quebra cabeças de proteínas.
Outros compostos como os açúcares, tam-bém chamados de car-boidratos e as gorduras (lipídeos), têm grande importância como for-necedores de energia para o animal. Os capins que com-põem os pastos fornecem estes compostos orgânicos essenciais, mas devido a atual qualidade gené-tica dos animais como alta taxa de conversão e acúmulo de peso e pro-dutividade leiteira, a necessidade de consumo de proteína aumentou mui-to, sendo necessário o fornecimento de uma alimentação suplementar ao capim chamado de concentrado protéico. Estes concentrados eram produzidos utilizando como maté-ria-prima componentes vegetais e restos animais, estes últimos princi-
palmente na Europa, mas que foram eliminados após o surgimento da vaca louca.
O uso dos concentrados pro-téicos atende perfeitamente as ne-cessidades atuais dos animais que apresentam características genéti-
cas para o rápido ganho de peso e produção de leite. Devido ao seu custo, o uso deste suplemento ali-mentar para os animais que não apresentam boas características ge-néticas pode não ser favorável, pois o consumo maior de proteínas pode não ser revertido em ganho signifi-cativo de carne ou leite. Neste caso o produtor deve acompanhar todo o processo custo-benefício na ponta do lápis e saber se realmente é vi-ável o uso da suplementação pro-téica. Mas, será que existem formas alternativas mais baratas de forne-
cimento de alimentos naturais pro-téicos para os animais?
Os capins apresentam um re-duzido teor de proteínas, valores que diminuem cada vez mais com o desenvolvimento da planta, iní-cio do período seco e aumento do
seu teor de fibras. Uma das alternativas para o produtor rural, além da compra de concen-trados protéicos, é a formação do banco de proteínas. Este banco é composto por legumi-nosas de diversos por-tes, desde arbustivo/ar-bóreo, como a leucena, até o rasteiro (herbá-ceo), como a centrose-ma e estilosantes.
Um dos princi-pais componentes das
proteínas é o nitrogênio. As legu-minosas apresentam elevada con-centração deste elemento devido a uma associação que ocorre entre as raízes das plantas e algumas bacté-rias do solo: a fixação biológica de nitrogênio. Estas bactérias retiram o nitrogênio do ar, o grande reserva-tório do planeta com aproximada-mente 73%, mas que não pode ser utilizado diretamente pelas plantas e disponibilizam para a planta en-quanto a planta produz compostos orgânicos na fotossíntese e dispo-nibiliza para as bactérias, uma tro-
Alexandre Sylvio vieira da costa engenheiro Agrônomo; dSc. em produção vegetal;
professor titular/Solos e meio Ambiente - Universidade vale do rio [email protected]
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ca chamada de simbiose. A elevada concentração de nitrogênio na planta favorece a produção de grande quan-tidade de proteína.
Este banco de leguminosas é estru-turado com a separação de uma área para cultivo destas plantas que está en-tre 10 a 15% da área total de pastagem. Quando as mesmas atingem determi-nado desenvolvimento, os animais são soltos na área para pastejo. Este pastejo não deve ser de longa duração, pois muitas das leguminosas, princi-palmente as herbáceas, não toleram pisoteio por longos períodos, processo que compromete a sua rebrota. O ideal do pastejo seria de uma a duas horas por dia durante, no máximo, três dias. Após 40 a 60 dias as plantas estariam
recuperadas e os animais seriam libe-rados para pastar novamente na área. Outras leguminosas podem ser culti-vadas consorciadas com as pastagens como o calopogônio. O animal se ali-mentaria simultaneamente do capim e da leguminosa.
A escolha da espécie deve estar associada às condições de clima e solo da região além, é claro, do grau de investimento tecnológico como irrigação e uso de corretivos e ferti-lizantes. As leucenas, por exemplo, são plantas exigentes em nutrientes não se desenvolvendo bem em so-los pobres e ácidos diferentemente da puerária, que é uma planta mais rústica e adaptada que pode produ-zir até 8.000 quilos de matéria seca
por hectare com teor de proteína que pode chegar a 22%. Segundo pesqui-sas realizadas, a utilização do banco de proteínas de leguminosas gera um aumento na produção de leite dos animais entre 20 e 30%.
Antes da implantação de qualquer novo sistema na propriedade, faça as contas e verifique se é ou não van-tajoso à instalação do banco de pro-teínas. Para isto torna-se de extrema importância a consulta de um profis-sional da área de ciências agrárias, Engenheiro Agrônomo ou Zootec-nista, orientando de forma correta, visando à máxima rentabilidade da atividade.
28AgoSto 2011
As gramíneas são a base da vida no Planeta Terra. Foram projetadas pelo Criador para serem sucessivamente cortadas, multiplicam-se tenaz-mente pelo simples corte de suas partes vegetati-vas além das sementes, para servirem de alimen-to em toda a base da ca-deia alimentar. Produ-zem quatro moléculas de carbono a cada fóton de luz absorvido, enquanto as plantas de folhas lar-gas produzem três. Re-sistem ao fogo, geadas, longos períodos de seca e adaptam-se as mais di-versas condições de clima e solo. O que não toleram mesmo é a falta de luz.
As gramíneas são rainhas do reino vege-tal. O bambu é o rei das gramíneas: ergueu-se do solo e adquiriu caule para competir com as árvores. Um bosque desta gramínea ja-mais acaba. Quinze dias após a explosão da bomba atômica de Hiroshima, o único ser vivo encontrado lá, foi um broto de bambu emergindo do solo.
Mesmo cortado anualmen-te, continuará rebrotando por inúmeras gerações. Plantar um bosque de bambu é mais que um reflorestamento, é uma he-rança eterna, que deixamos ao planeta. Com um intrincado sis-tema de raízes, capaz de conter barrancos, rios e voçorocas os benefícios de regenera-ção e proteção dos recursos hídricos nas bacias hidro-
gráficas já estão cienti-ficamente comprovados.
Um bambuzal é um gerador sustentável de benefícios so-ciais, econômicos e ambientais, podendo sequestrar 12 tonela-das por ano de carbono, através de cortes seletivos e sem a der-rubada total do bosque. Impul-sionando diversas economias ao redor do mundo, só na China com nove milhões de hectares formados e mais de 150 mil ha anualmente implantados, gera sete bilhões de dólares/ano em
exportações principalmente de pisos e outros produtos manu-faturados, seu potencial eco-nômico não pode ser ignorado.
Infelizmente no Brasil, este rei do reino vegetal, ainda é solenemente desprezado. Visto como praga pela maioria dos produtores, as touceiras são ciclicamente queimadas e des-truídas, por um povo que des-conhece mais de 1.500 utiliza-ções entre a defesa, proteção, transporte, alimento, abrigo,
decoração, arte, música, artesanato, jardim, celu-lose, madeira, cosmética, química, energia (quei-
o agronegócio do bambu
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Engº Agrônomo Danilo Candia em um bosque de bambu Guadua
Ilustração do bambu Guadua protegendo recursos hidricos
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ma e carvão) e têxtil dentre outras. Somente na construção civil
(responsável por mais de 50% das emissões de carbono do planeta) o bambu pode substituir em 80% das utilizações da madeira, somados ao seu papel ambiental, tanto no se-questro e imobilização do carbono, quanto na preservação do clima e da biodiversidade das florestas que podem deixar de ser cortadas se fi-zermos uso deste recurso conside-rado divino em muitas civilizações.
Nas obras civis, quando tratado adequadamente, podem ser usados como pisos, decks, colunas, vigas, caibros, escoras, drenagem, réguas, formas para lages, substituir ferros no concreto, forros, revestimentos e diversos tipos de decorações. Em jardins servem como contenções de
taludes, duchas, cercas, pérgulas, painéis, quios-ques e na movelaria pode ser utilizado em cadei-ras, mesas, sofás, camas, biombos, redes, armários,
prateleiras, substituindo em quase tudo o uso das madeiras amazônicas.
A implantação de um bosque de bambu é um investimento susten-tável de longo prazo. Com custo de implantação de R$ 10.000,00/ha, retorno entre 7º ao 8º ano, com receitas liquidas em torno de R$ 10 a 12.000,00 anuais após a estabilização da produção, por volta do 10º ano.
Muitos produtores comparam erro-neamente o bambu para madeira com o Eucalipto para celulose, que pode co-meçar a produzir aos cinco a sete anos. Se quisermos traçar uma comparação com o Eucalipto temos de usar o ciclo dele para a madeira, que tem o primeiro corte em 15 anos. Um bosque de bam-bu nunca é totalmente cortado e pre-cisa de mão de obra constantemente,
enquanto o Eucalipto usa mão de obra somente no primeiro ano e no corte.
A maior dificuldade para o agrone-gócio do bambu decolar ainda é o mer-cado. Enquanto se vende Eucalipto com algumas ligações na varanda do sítio, vender bambu depende de certo arrojo e pioneirismo do produtor, en-contrando formas de transformá-lo em produto para agregar valor e conseguir faturamentos muito superiores ao cita-do acima. O mercado ainda está muito embrionário, mas a demanda por no-vos negócios sustentáveis, tanto rurais como em construção civil tem aumen-tado significativamente, o que privile-gia o bambu, que tem sido chamado de madeira do futuro. Em poucos anos assim como o Eucalipto os produtores rurais irão aceitar a ideia desse novo agronegócio, que promete ser tão gran-dioso como o Eucalipto e a cana-de--açúcar. É só uma questão de tempo.
Mais informações sobre plan-tio e utilização do bambu no site www.bambucarbonozero.com.br.
Carrefour construído com bambu na Colômbia
Instalações de almas de bambu
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30AgoSto 2011
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Durante as pesquisas feitas para poder descrever o produtor rural, em boa parte estava a seguinte descrição: profissão de risco. Tal profissional, mesmo que seja à base do agronegó-cio, não tem um piso firme para pisar. Dependente do clima e de políticas públicas, o produtor rural não tem uma renda fixa, mesmo trabalhando sem descanso. Seu trabalho é voltado para a terra, tanto de produtos vege-tais, criação e produção de animais, além da industrialização de produtos primários de forma artesanal.
Segundo definição do Regula-mento do Imposto de Renda (RIR/99, Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999), em seu artigo 58, “é consi-derada atividade rural a agricultura; pecuária; a extração e a exploração vegetal e animal; a exploração da
apicultura, avicultura, cunicultura, suinocultura, sericicultura, piscicul-tura e outras culturas animais; o cul-tivo de florestas que se destinem ao corte para comercialização, consumo ou industrialização”.
Completa ainda, em seu inciso V, que “a transformação de produtos de-correntes da atividade rural, sem que sejam alteradas a composição e as características do produto in natura, feita pelo próprio agricultor ou cria-dor, com equipamentos e utensílios usualmente empregados nas ativida-des rurais, utilizando exclusivamente matéria-prima produzida na área ru-ral explorada, tais como a pasteuri-zação e o acondicionamento do leite, assim como o mel e o suco de laran-ja, acondicionados em embalagem de apresentação”, também é considera-
da uma atividade rural. O produtor rural é uma peça fun-
damental nesse processo e é a partir de seu trabalho que essas atividades acontecem. Independente se conside-rado como pessoa física ou jurídica, com a crescente demanda de alimen-tos, o trabalho do produtor rural vem se adaptando com a introdução de tec-nologias para suprir essas demandas.
O dia desse profissional começa bem cedo. Seja nas lavouras ou na lida com animais. Para garantir uma boa renda, diversifica a produção como complemento. A partir do tra-balho deste, os moradores da cidade, que não têm acesso à produção de ali-mentos dos mais diversos, mantêm as mesas de suas casas abastecidas para o sustento diário.
produtor rural: um exemplo de trabalho
e dedicaçãocomemorado no dia 07 de julho, desejamos os nossos parabéns a todos os produtores rurais.
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31AgoSto 2011
previsão de chuva para o mês de agosto
prof. ruibran dos reis coordenador do minas tempo e prof. da pUc minas
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aO clima do mês de agosto é normalmente influenciado pela massa de ar Tropical Ma-
rítima, que atua entre o Brasil e a África. Nas regiões leste e nordeste de Minas Gerais a massa de ar causa aumento de nebulosidade e também da velocidade do vento. Este sistema meteorológico é organizado pela circulação geral da atmosfera, isto é, atua todos os anos.
Neste ano, não atuam os fenômenos El Niño e La Niña, as frentes frias vão continuar passando no mês de agosto pelos litorais do Espírito Santo e Sul da Bahia, que poderão dei-xar o tempo nublado e com ocorrência de chuvas de fraca intensidade. Os municípios que possuem maior potencial de ocorrência de chuvas são aqueles que estão localizados mais próximos do Espírito Santo. A precipitação média esperada é entre 15 e 20 mm.
Nos últimos anos a variabilidade das precipitações está aumentando até mesmo nos me-ses que são considerados de pouca chuva. Num ano a seca é severa e no outro ocorrem chuva acima da média esperada. Isto é um dos resultados do aquecimento global. Assim os agricultores não precisam mais esperar que o clima do passado volte a se repetir, cada ano a tendência é de se ter uma situação nova. Vamos ficar de olho nas previsões do tempo.
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32AgoSto 2011
A participação de fêmeas nos abates aumentou nos primeiros três meses deste ano, quando comparados com o mesmo período de 2010. Após quatro anos de participação decrescente de fêmeas nos abates, é possí-vel que estejamos esboçando uma virada de ciclo, com consequente aumento da participação de fêmeas nos abates, em relação ao total. Por outro lado, existem fa-tores que podem ter influenciado a maior participação de vacas nos abates, tanto no final de 2010, como no início deste ano.
No último trimestre de 2010 foram observados preços recordes no mercado dos animais terminados. Apesar da reposição também estar firme, fato que induz a retenção de matrizes, muitos criadores venderam fêmeas, aprovei-tando as cotações.
Ainda no final do último ano, faltou chuva, o que atrasou a recuperação das pastagens e, por consequên-cia, das vacas que entraram em estação de monta. Com as fêmeas entrando em estação de monta em condições aquém das ideais, as taxas de prenhez diminuem, o que pode ser um fator de aumento no descarte, dependendo do critério utilizado na propriedade. Ou seja, no último trimestre vacas a mais foram para o gancho devido aos preços em alta e no início deste ano porque não empre-nharam durante a estação. Nesta análise consideramos as quantidades de vacas abatidas em relação aos abates de bois e vacas.
No primeiro trimestre as vacas compuseram 42,0% dos abates. Em relação ao primeiro trimestre de 2010 houve aumento de 4,3 pontos percentuais. Na figura 1 estão as participações nos primeiros trimestres e o fechamento do ano. Observe como as curvas são se-melhantes, o que pode indicar uma maior participação ao longo do ano.
Figura 1 - Participação de fêmeas nos abates (vacas/bois+vacas) nos primeiros trimestres e no total anual.
Na figura 2 estão às evoluções totais dos abates formais de bois e vacas. Entre 2010 e 2011 houve aumento na quantidade de fêmeas abatidas, fato que não ocorria desde 2007.
Figura 2 - Evolução dos abates formais de bois e vacas nos primeiros trimestres de cada ano (em mil cabeças).
Ainda é prematuro dizer que o ciclo de alta de preços chegou ao fim. É evidente a oferta restrita de boiadas terminadas e também não é grande a oferta de animais para reposição.
Abates de fêmeas no primeiro trimestrem
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do
por Hyberville paulo d´Athayde Netomédico veterinário | Scot consultoria
Fonte: IBge / Scot consultoria – www.scotconsultoria.com.br
Fonte: IBge / Scot consultoria – www.scotconsultoria.com.br
33AgoSto 2011
A safra 2011/12 caminha para a reta final na maioria das regiões do Leste de Minas e Zona da Mata. O clima foi bastante propício para a produção dos cafés de melhor qualidade e aju-dar os produtores a pagarem os custeios do ano anterior.
As regiões de Caratinga e Lajinha, consideradas um pouco mais baixas, estão com a colheita bastante adiantada. A verten-te mineira do Pico da Bandeira, na região de Alto Caparaó e Manhumirim, produziu muito café este ano. Está mais atrasada devido as lavouras estarem plantadas em altitudes mais eleva-
das e a maturação do café é um pouco mais tardia. De uma forma geral, foi uma safra onde na maioria das propriedades a produção ultrapassou a expectativa inicial e a qualidade mé-dia dos cafés melhorou muito. No Armazém Geral da Coocafé, até o dia 28/07/11, entraram 93,6% de padrão bebida, e apenas 6,4% de café inferior, situação histórica para a cooperativa. O momento atual é importante para os produtores acertarem seus compromissos financeiros das safras anteriores e planejar as ações para a próxima safra.
cAFé: reta final da colheita em todas as regiões
Waldir Francese Filho eng. Agr. gerente comercial coocafé
Cotação agosto/11arábica | Duro tipo 6 | R$ 410,00
Cereja | Descascado Fino | R$ 440,00Conilon | Tipo 8 | R$ 223,00
O Simpósio Interleite deste ano, realizado em Uberlândia, MG, entre 6 e 8 de julho, com quase 1.000 participantes, teve uma concepção diferente das anteriores. Ao invés das palestras mais técnicas, optamos por apresentar 19 produtores, sendo 11 do Brasil e 8 do exterior. Acreditamos, ao propor esse formato inédito, que era o momento de apresentar as características de um novo produtor de leite, que vem se consolidando sem muito alarde. Também, entendemos que seria o momento de trazer produtores de outros países, mostrando também as mudanças que ocorrem nestes locais.
A cadeia do leite tem sido historicamente considerada mar-ginal no país, sendo muitas vezes mais uma alternativa para quem não tem outra alternativa, do que uma opção econômi-ca de um empresário rural. É bem verdade que, em número de produtores, ainda predominam aqueles que estão à margem do processo, como pode-se atestar pelo sucesso de iniciativas como o Balde Cheio, que visam justamente dar dignidade e uma nova perspectiva a esses milhares de produtores.
Porém, é de se supor que boa parte da produção de leite esteja sendo cada vez mais produzida por produtores ditos pro-fissionais: aqueles que têm escolha e que estão na atividade por considerar que esta permite uma rentabilidade compatível com o que se consegue com outras atividades.
Essa nova realidade reveste-se de importância para o futuro
do setor, já que a elevação dos custos de oportunidade da mão--de-obra e da terra estimula o aumento da escala e da eficiência dos fatores produtivos.
Apesar das diferenças regionais e mesmo de escala de pro-dução entre todos esses 11 produtores brasileiros retratados, al-gumas características parecem comum a todos – inclusive com semelhanças a produtores de outros países também.
A seguir, destaco alguns itens que me parecem constituir o fio condutor entre estes produtores, estejam eles em Coxinha, RS, como o gaúcho Fernando Stédile, ou em Carmo do Rio Claro, MG, como Leo Pereira: Presença do proprietário na fa-zenda; Preservação do núcleo familiar; Paixão pelo que fazem; Baixa rotatividade da mão-de-obra e preocupação com a qua-lificação e gestão da equipe; Controle de custos e planejamen-to; Metas e escala; Agricultura eficiente; Irrigação; Utilização eficiente dos dejetos; Instalações adequadas ao sistema de pro-dução; Diversificação; Entendimento do modelo de negócios visando rentabilidade; Excelência no que fazem.
Obviamente, não tivemos a pretensão de retratar a pecuária de leite nesse evento. O objetivo, ao contrário, foi identificar um novo produtor de leite que surge no Brasil, que reúne as características acima e que, talvez, represente uma tendência, podendo vir a ser cada vez mais responsável pelo crescimento da produção de leite no país.
características de um novo produtor de leite
marcelo pereira de carvalho - diretor executivo da Agripoint
34AgoSto 2011
cotA
çõeS
Boi Gordo (r$/@)
Fonte: Beefpoint
data à vista a prazO
indicadOres eslaq / bm&f bOvespabOi gOrdO
08/08/2011
05/08/2011
04/08/2011
101,94
102,05
102,27
102,85
103,05
103,22Fonte: Beefpoint
vencimentO fechamentOdiferença dO dia
anteriOr
Ago/11
Set/11
out/11
101,83
102,10
103,12
(r$/l)cOtações dO leite crupreçOs pagOs aO prOdutOr
preços do leite
r$/litrO rs scprspmg gO ba
Jul/11 0,8712 0,7924 0,9247 0,8630 0,8880 0,7337 0,8223
Fev/11 0,7285 0,6954 0,7761 0,7513 0,7518 0,6312 0,7543
mar/11 0,7604 0,7142 0,7963 0,7495 0,7749 0,6516 0,7599
Abr/11 0,8002 0,7583 0,8253 0,7727 0,8099 0,6973 0,8105
mai/11 0,8379 0,8113 0,8680 0,8510 0,8458 0,7174 0,8456
Jun/10 0,8646 0,8243 0,8996 0,8710 0,8802 0,7291 0,8483
Fonte: cepea - esalq/USp (milkpoint)
1,13
0,70
0,84
mercadO futurO (bm&fbOvespa) 09/08
3434AgoSto 2011
35AgoSto 2011
como fazer um biodigestor?parte 1
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Fonte: http://www.ruralcostarica.com/biodigestor-portugues.html
Por biodigestor entende-se a produção de biogás efetuada a partir da decomposição de resíduos orgânicos provocada por bactérias anaeróbicas. Esse processo acontece em câ-maras totalmente fechadas, sem qualquer en-trada de ar, para que o material seja degrada-do e fermentado. Esta é uma fonte de energia sustentável e renovável.
Nesta edição separe os materiais para se fazer um biodigestor. Na próxima, aguarde que ensinaremos como o mesmo é feito.
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MATERIAIS PARA O BIODIGESTOR • 2 m³ de areia para misturar com o cimento para fazer as paredes do biodigester e para preencher o bloco de cimento. • 1 m³ de rocha para misturar com o cimento e a areia • 5.5 metros de plástico (forte, mas flexível) com pelo menos 2,8 metros de largura. Este plástico será utilizado para conter o biogás que é produzido no tanque do biodigestor• 4 medidores de 3 PVC. Tubulação a ser usada para a entrada e saída para os tubos do tanque do biodigestor. • 9 sacos de 50 kg de cimento para fazer as paredes e do piso do tanque, bem como para preencher as três fileiras de blocos de cimento. Você também pode uti-lizar o cimento para montar a mistura da entrada tubo.• 60 blocos de cimento medindo 12 cm X 20 cm X 40 cm para fazer as três linhas onde se colocam os pinos inferiores e superiores. • ½ PVC tubulação suficiente para fazer uma moldu-ra retangular com uma circunferência de 16,6 metros e levar o biogás a partir do biodigestor à cozinha onde será queimado.
• Varilla suficiente para fixar as três fileiras de blo-cos de cimento ao longo da borda do tanque. • 2 tubos com um cotovelo arredondado para colocar em cada extremidade do biodigestor. A corda deve ser encadeada por dentro desses tubos.• 5 metros de uma corda delgada para misturar à água e esterco dentro do tanque. • 3-5 envases de um galão semipreenchido com areia para ser anexada à corda, parcialmente submerso na mistura de água/estrume para quebrar qualquer fil-me espesso acumulado na parte superior do tanque.• 20 tubos curvados para ser os pinos superiores. • 12 tubos lisos para os pinos superiores.
36AgoSto 2011
emAt
er
José Anísio Alves vieiraextensionista Agropecuário do
escritório local de caratinga
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) através da Unidade Regional de Ipatinga, abriu na segunda quinzena de maio, as inscrições para o I Concurso de Qualidade do Café das Matas de Minas, Região de Ipatinga, que se estende até 26 de agosto. Os participantes terão até o dia 26 de agosto para entregar as amostras dos lotes.
De acordo com o extensionista agropecuário José Anísio Al-ves Vieira, o objetivo é identificar, promover e premiar os agri-cultores pela obtenção de cafés de qualidade superior, incentivar a produção do café de qualidade como meio mais eficaz na con-quista de mercado. Além também de agregar o valor ao produto e atender a crescente demanda por produtos diferenciados.
Poderão se inscrever no concurso os cafeicultores cuja propriedade esteja localizada nos municípios situados na área definida como Unidade Regional de Ipatinga: Antônio Dias, Belo Oriente, Bom Jesus do Galho, Bugre, Caratinga, Conceição de Ipanema, Ipanema, Ipatinga, João Monlevade, Marliéria, Mesquita, Mutum, Nova Era, Periquito, Pocrane, Santa Bárbara do Leste, Santana do Paraíso, São Domingos das Dores, São João do Oriente, São Sebastião do Anta, Ta-paruba, Timóteo e Ubaporanga. Também os municípios que possuem propriedades certificadas ou em processo de certi-ficação pelo Programa Certifica Minas Café: Entre Folhas, Piedade de Caratinga e Santa Rita de Minas. “Os participan-
tes concorrerão com amostras, de café arábica, produzidas por eles no ano safra 2011, que se enquadrarem nas catego-rias café natural e café cereja descascados, despolpados ou desmucilado”, explica o extensionista, José Anísio.
O encerramento do concurso e sua premiação serão rea-lizados no dia 14 de outubro, coincidindo com o I Seminário do Café de Caratinga, no pavilhão da CEASA-MG, Unidade Caratinga, na BR 116. Serão premiados os dez primeiros co-locados na região, na categoria café natural e também serão premiados os três primeiros colocados na categoria café ce-reja descascado. Todos os treze produtores receberão troféus.
inauguraçãO Os produtores de café de Caratinga estão satisfeitos com
a conclusão e inauguração do Centro de Excelência do Café. Com investimentos de R$ 2 milhões, o local será disponibi-lizado para os agricultores familiares fazer o beneficiamento da safra de café de 2011. O objetivo do projeto é melhorar a qualidade do café produzido na região e agregar valor ao produto. Ressalta-se que a grande conquista foi pela parceria entre a Fundação Banco do Brasil e a Prefeitura Municipal de Caratinga através da sua Administração, pois a unidade irá gerar melhorias no processamento e na comercialização do café, além de aumentar a competitividade de mercado, a valorização do produto e do Agricultor Familiar.
37AgoSto 2011
O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) vai re-alizar a coleta de 400 amostras de sementes no comér-cio de Minas Gerais de julho a novembro de 2011. O objetivo é avaliar o potencial de pureza e germinação deste insumo para permitir ao produtor rural o plantio de sementes de qualidade. As análises serão realizadas no Laboratório de Análise de Sementes (LASE) do pró-prio Instituto.
O diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, afirma que é fundamental haver o monitoramento constante destes insumos. “As sementes e mudas de boa qualidade são fun-damentais para a obtenção de lavouras sadias e produtivas. E para que haja segurança e confiabilidade é necessário fiscalizar todo o sistema de produção, principalmente o de comercialização desses produtos”, completa.
As sementes são responsáveis pelo potencial ge-nético das espécies, variedades e do plantio. Por isso, precisam ter qualidade para que as lavouras ou culturas sejam sadias e produtivas.
Por isso, as pessoas físicas e jurídicas que trabalham com produção, beneficiamento, armazenamento, reem-balagem, comercialização, certificação ou análise de sementes e mudas devem se inscrever ou credenciar no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem).
Desde 2007, o IMA monitora a venda de sementes e mudas. A fiscalização é realizada três vezes ao ano em todo o território mineiro. No caso de municípios que não possuem estabelecimentos registrados, o IMA fiscaliza o potencial comercial desses produtos em cada região.
Em 2010, foram realizadas 5.061 fiscalizações do comércio de sementes e mudas em todo o território mi-neiro e o ano fechou com 2.305 lojas e comerciantes inscritos no Renasem. Até maio de 2011, foram reali-zadas 1.830 fiscalizações no comércio destes insumos em Minas. Minas Gerais é o único Estado da federação que realiza a fiscalização do comércio de sementes e mudas. Atualmente, 2.427 estabelecimentos no Estado são registrados neste tipo de comércio.
ImA analisa qualidade das sementes comercializadas
em minas gerais
ImA
marcelo de Aquino Brito lima Fiscal estadual Agropecuário - ImA
coordenadoria regional de gov. valadares
Foto
Ilus
trativ
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38AgoSto 2011
Representantes das Secretarias de Estado da Agricultura do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul esti-veram no Espírito Santo para conhe-cer o trabalho realizado pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) no monitoramento de resídu-os de agrotóxicos. Eles receberam informações sobre as características do programa e visitaram o município de Domingos Martins para observar como é realizada a coleta de amostras para exames na lavoura.
O chefe do Departamento de De-fesa Sanitária e Inspeção Vegetal do Idaf, Ezron Leite Thompson, explica que os visitantes conheceram a ativi-dade em uma apresentação feita por ele no “Encontro Nacional de Fisca-lização de Agrotóxicos”, realizado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Na ocasião eles se interessaram em implantar a experiência capixaba em seus Estados.
Segundo Ezron o diferencial do programa do Espírito Santo é que a coleta é feita diretamente na pro-
priedade rural, antes do alimento chegar ao consumidor. Com isso, é possível 100% de rastreabilidade. A partir dos resultados, os respon-sáveis pelas propriedades com irre-gularidades recebem informações sobre os procedimentos corretos, e, em alguns casos, a plantação pode ser interditada ou erradicada.
A representante da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do Sul (Searg), Rita Graselle, destaca que o órgão pre-tende seguir o modelo adotado no Espírito Santo. Ressalta ainda que se trata de um importante avanço para o público consumidor, pois o monito-ramento evita que alimentos com re-síduos excessivos de agrotóxicos ou com substâncias proibidas cheguem ao comércio. O engenheiro agrôno-mo Leonardo Vicente da Silva, da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária do Rio de Janeiro (Seapec) afirma que o programa é uma forma de promover a segurança alimentar e fortalecer a cadeia produtiva.
mOnitOramentO de resíduOs de agrOtóxicOs
O Idaf vem realizando trabalhos de monitoramento de resíduos em diversas culturas desde 2003. Dentre elas estão: a alface, o coco, a goiaba, a laranja, o mamão, o maracujá, o tomate e o pimentão. Após coletadas pelos técnicos do Instituto, as amos-tras são encaminhadas a laboratórios credenciados onde são feitas as aná-lises para identificar e quantificar os resíduos.
Os dados obtidos pelos exames possibilitam verificar a qualidade e a segurança dos alimentos, de-tectar as fontes de contaminação e proporcionar uma avaliação quanto ao uso inadequado e não autoriza-do de agrotóxicos. A finalidade é a prevenção e controle dos riscos de-correntes do consumo de alimentos com excedente e também a proteção da saúde do produtor rural, que tra-balha na aplicação dos agrotóxicos nas propriedades.
técnicos do rio de Janeiro e rio grande do Sul vão ao eS
para conhecer monitoramento de resíduos de agrotóxicosId
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Jória motta Scolforo Assessoria de comunicação/Idaf
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: ASc
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39AgoSto 2011
Na próxima etapa da Campanha de Vacinação Contra a Febre Aftosa na Bahia, em novembro deste ano, apenas os animais com idade até 24 meses serão vacinados. O anúncio, feito na quinta-feira, 21 de julho, pelo secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, durante o lançamento do Plano Safra da Agricultu-ra e Pecuária da Bahia 2011/2012, no Hotel Stella Maris. Esse é o resultado de um intenso trabalho do governo do Estado através da Seagri/Agência de Defesa Agropecuária da Bahia. O parecer favorável do Ministério da Agricul-tura Pecuária e Abastecimento (Mapa), com apoio da Su-perintendência Federal da Agricultura na Bahia, beneficia aproximadamente 265 mil pecuaristas em 409 municípios baianos. No total, cerca de 6,5 milhões de animais adultos deixarão de ser vacinados, representando uma economia da ordem de R$ 10,5 milhões para os criadores do Estado.
Ainda conforme o parecer do Mapa, os oito municípios componentes da Zona de Proteção (Formosa do Rio Pre-to, Santa Rita de Cássia, Mansidão, Remanso, Buritirama, Casa Nova, Pilão Arcado e Campo Alegre de Lourdes) deverão continuar vacinando todos os animais – jovens e adultos – para manter o rebanho livre da doença, já que fazem divisa com Estados caracterizados com status sa-nitário de médio risco. “O Estado da Bahia, ao longo dos anos, tem demonstrado uma forte vocação agropecuária, refletida pelos crescentes indicadores de produtividade, diversificação e comercialização de produtos e serviços gerados no agronegócio”, destacou Salles, lembrando que a agropecuária representa 24% do PIB, e gera 30% dos
empregos no Estado e 37% das exportações.“O fortalecimento da Defesa Agropecuária tem sido
um dos alicerces do desenvolvimento do setor, principal-mente a partir da criação da Adab que tornou-se uma re-ferência exitosa na consecução de metas importantes para assegurar a qualidade do patrimônio pecuário baiano”, apontou o presidente da Federação da Agricultura do Es-tado da Bahia, João Martins.
A Bahia é detentora do maior rebanho bovino da re-gião Nordeste, com 10,7 milhões de cabeças, e tem apre-sentado, nos últimos anos, uma estabilidade sanitária re-ferenciada nacionalmente. Com a alteração da estratégia de vacinação contra a febre aftosa no Estado, o rebanho da Bahia passa a ter as mesmas condições sanitárias dos rebanhos dos estados de RS, PR, SP, MG, ES, MS, GO, TO, MT e RO. “Essa é mais uma conquista decorrente das ações permanentes de vigilância veterinária, dos índices crescentes de vacinação dos animais e da eficiência na fis-calização do trânsito”, apontou o Diretor Geral da Adab, Paulo Emílio Torres, salientando que o planejamento da Defesa Agropecuária baiana está alinhado com as diretri-zes do Mapa dentro do Programa Nacional de Erradica-ção e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA).
Entre as ações que contribuíram para o parecer favo-rável à Bahia, a SFA citou também a adequação da estru-tura de atenção veterinária, atualização e qualificação dos servidores, bem como as taxas de cobertura vacinal acima dos 95% nos últimos cinco anos, alcançadas em etapas semestrais de vacinação.
pecuaristas da Bahia vão economizar r$ 10,5 milhões
AdAB
Ascom Adab
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: Ilus
trativ
a
40AgoSto 2011
AcoN
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O Vale do Rio Doce pode conferir a 42ª Exposição Agropecuária de Governador Valadares que aconteceu entre os dias 08 e 17 de julho, no Parque de Exposições José Tavares da Silva. Nesses dias do evento, passaram pelo parque de exposições, 220 mil pessoas. Os produto-res rurais puderam conferir e tiveram a oportunidade de realizar bons negócios voltados para o setor.
Segundo o presidente da União Ruralista Rio Doce, André Merlo, mesmo sem terem fechado os resultados financeiros dos negócios realizados, a Expoagro GV teve um resultado positivo. “Nós esperávamos um aumento de público e tivemos esse aumento de público pagante. Esse ano a festa cresceu. Não terminamos o fechamento dos leilões ainda, mas cresceu em número. No ano pas-sado eram 12 e esse ano passou para 13. Números de ani-mais também cresceram. A festa cresceu perante o ano passado e esse é o objetivo: um ano maior que o outro. A gente está satisfeito sem analisar ainda os resultados financeiros”. No ano passado o evento contou com a par-ticipação de 130 mil pagantes.
Na abertura do evento, realizado no dia 09, estiveram presentes autoridades políticas municipais, estaduais e fe-
derais, além dos representantes das classes do setor agro-pecuário. Os participantes da solenidade puderam conferir discussões sobre propostas para a região, que beneficiem os elos da produção agropecuária. Entre os temas discuti-dos está à manutenção de estradas, georreferenciamento, produção de leite, segurança rural, dentre outros.
O secretário de Agricultura do Estado de Minas Gerais, Elmiro Nascimento, que participou da abertura da Expoa-gro, falou da importância de se trabalhar em redes, de se fazer parcerias para que a pecuária continue crescendo e da criação de programas que auxiliem o produtor para au-mentar a produção.
Durante a exposição, quem passou pelo parque de exposições, pode conferir leilões, rodeio, concursos lei-teiros, exposição e julgamento de animais, Team Pen-ning, ranqueadas, shows, dentre outros. Para 2012, Mer-lo informa que a data já está marcada e a Expoagro GV ocorrerá do dia 13 ao dia 22 de julho. “Nesse pós-evento nós estamos concluindo as pesquisas que a gente elabora durante a Expoagro. Iremos analisá-las, checar os pontos tanto positivos, quanto negativos, e começar a planejar a exposição do ano que vem”, aponta.
expoagro gv 2011
concursos leiteirosAs raças Gir, Guzerá e os animais dos co-
operados da Cooperativa Vale do Rio Doce, participaram do concurso leiteiro. As esgotas aconteciam às 22h e as ordenhas três vezes ao dia: 6h, 14h e 22h. O concurso leiteiro que tem como objetivo dar visibilidade e fomento à produção leiteira na região, teve uma participa-ção expressiva dos criadores.
No 34º Concurso Leiteiro da Cooperati-va Agropecuária, na categoria acima de 50 kg, o campeão foi o pecuarista André Mer-lo, com a vaca Fabiana que teve uma produ-ção média de 57,778 kg de leite e um total
de 173,335 kg. Na categoria até 50 Kg o primeiro lugar foi para o pecuarista Márcio Barreto com a vaca Paola, que apresentou uma produção média de 49,690 kg e produ-ção total de 149,069 kg de leite.
No concurso da raça Gir, na categoria Vaca adulta, a vaca Figa Fiv de Bras., da Fazenda Brasília Agropecuária, foi a campeã com pro-dução média de 46,833 kg de leite, produção total de 140,500 kg. A mesma também levou o prêmio de melhor úbere. Já no concurso da raça Guzerá o prêmio foi para o pecuarista Sin-val Martins de Melo com a vaca Rebeca TB, com uma produção total de 107,67 kg de leite, uma média de 35,89 kg durante o concurso.
Julgamento dos animais da raça Guzerá
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41AgoSto 2011
2º Leilão Girolando dos Vales
Estudantes da cidade em visita pelo projeto Agropecuária na Escola
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Agropecuária na escolaComo forma de fomentar que as crianças da rede pública de
ensino tenham o conhecimento acerca do setor agropecuário, 600 crianças puderam visitar os stands, a exposição de animais e as cadeias produtivas da carne e do leite. Dessa formas, os estudan-tes com idade entre 10 e 12 anos, tiveram a chance de conhecer o funcionamento do trabalho rural e aprender sobre preservação ambiental, produção agrícola e a importância da agropecuária. O projeto Agropecuária na Escola esteve em sua 2ª edição.
A diretora da Escola Municipal Reverendo Sillas Crespo, Fer-nanda Inês da Silva Souza, foi com 60 alunos visitar a exposição. De acordo com a diretora, é a primeira vez que a escola participa do projeto. “É uma interação muito importante para a vida dos nossos alunos, para o crescimento deles. É um resgate que está sendo feito do cuidado com o meio ambiente. Os alunos desen-volveram esse trabalho dentro da escola com muita empolgação, empenho e interesse”, observa.
Por sua vez, a aluna do 1º C.A. 2 (Ciclo da Adolescência), Jés-sica Beatriz da Silva Loiola, 12 anos, participou do concurso e da visitação à Expoagro. Ela conta que nunca tinha visitado a parte técnica da exposição e através do projeto ela pode ver os animais e conhecer a horta que ela nunca tinha visto. “Eu achei muito bom porque os alunos puderam aprender mais e isso nós vamos levar para a escola, vamos desenvolver mais sobre a cadeia. A gente vai pensar se no futuro a gente pode ter um trabalho bom com todo esse processo”, diz.
O projeto chamado de Agropecuária na Escola teve uma novi-dade esse ano: os alunos participaram de um concurso de redação e o tema era “Agropecuária na Escola – com foco nas profissões”. A aluna vencedora do concurso foi Késsyla Cândida de Lima, do 1º C.A, Doraci Eremita Ferreira ganhou na classificação profes-sora e a Escola Municipal Realina Adelina Costa foi a premiada. A premiação das vencedoras foi um dia de passeio e brincadeiras em uma pousada na cidade. A Academia Valadarense de Letras de Governador Valadares foi quem fez a escolha da redação.
exposição e julgamentosCerca de 1400 animais estiveram expostos durante a feira
e participaram de julgamentos entre os dias 10 e 16, feitos por juízes credenciados por cada associação dos criadores das raças de equinos, bovinos, caprinos e ovinos. O número foi superior ao de 2010 em que foram expostos 764 animais.
Na categoria ½ sangue, 38 animais da raça Girolando concorreram: o título de Grande Campeã ficou com Trégua MB Ariranha (Criador: Patrícia Vieira Bossi Leite / Expo-sitor: Jerry Martins Pinho) e a Reservada Grande Campeã foi Cibernética MB Ariranha (Criador e Expositor: Patrícia Vieira Bossi Leite). Já na categoria ¾ sangue, 14 animais estiveram na disputa. A Grande Campeã foi Bata CJ São Francisco (Criador: Rubens Mendes Canuto Júnior / Expo-sitor: Adriano de Almeida Alvarenga) e a Reservada Gran-de Campeã foi Juju I da FSF (Criador e Expositor: Paulo César Gallo). O troféu de maior expositor foi para Patrícia Vieira Bossi Leite, da Fazenda Ariranha.
Na raça Gir Leiteiro, a Grande Campeã foi Dalilate, do criador Hélio Macedo de Queiroz, e o Grande Campeão foi o touro Espelho TE de Brasília, da Fazenda Brasília Agropecu-ária LTDA. Do julgamento do Guzerá, a Grande Campeã foi Boata Claramar, do criador Virgilio Vilefort Martins, e o touro Grande Campeão foi Encanador Vilefort, do mesmo criador.
Rima FIV Duala 1 (criador Hilton da Cunha Peixoto) foi a Grande Campeã da raça Nelore e Kacife TE Indy GR foi o Grande Campeão da raça (RM Nelore Agropecuária LTDA). Já dos Brahman, a Grande Campeã foi Miss Aga-ta (Olídio Carlos Blanc e outros) e o touro Grande Cam-peão foi Muzzi Faraó (criador Ricardo Muzzi Guimarães). Da raça Simental o Grande Campeão foi Lampião da Santa Rosa (Vilson Cohen Perciano).
Entre os equinos, na raça Mangalarga Marchador, na ca-tegoria Campeões da raça, destaque para a égua campeã Nata M.Z.Z. (Edelvo Lara Pires Muzzi) e os Cavalos campeões: Quebec M.Z.Z. (Edelvo Lara Pires Muzzi) e Panchito Três F. (Antônio Gomes Lemos). Na raça Campolina, a Grande Campeã foi Década de Luanda (Haras Luanda) e o Grande Campeão foi Apolo de Pirassirica (José Pereira de Araújo).
leilõesSuperior ao ano passado onde foram realizados 12 leilões, em 2011
a Expoagro GV contou com 13 leilões. Entre 500 e 1 mil animais foram comercializados nos leilões. Entre os leilões, os promovidos pela Asso-ciação do Mangalarga, Fazendas Taboquinha e Ygarapés, Haras Toledo, Associação do Zebu, Sindicato Rural de GV, Brahman IC e convidados.
No dia 13, dentro da Expoagro, aconteceu também o 2º Leilão Girolan-do dos Vales onde 109 animais, de 14 vendedores, divididos em 54 lotes, foram vendidos. O total de vendas alcançou o montante de R$ 430.000,00, uma média de R$ 3.944,95 por animal. O destaque ficou para Vitória do IAIA, do vendedor Marcos Antônio Helmer, Grande Campeã da Categoria 5/8 e vendida por R$ 22.000,00. Vitória do IAIA foi comprada por José Eduardo Martins Guedes, Pedro Francisco Repossi Júnior, Rodrigo Ribeiro Inácio e Daniel Gualberto Albergaria. O resultado final de todos os leilões não tinha sido divulgado até o fechamento desta edição.
42AgoSto 2011
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Bobó de FrangoFonte: Site delícias da calu
ingredientes1 kg de peito de frango em cubos 1 kg de mandioca descascada e ralada 1,3 kg de cebola picada 1,3 kg de tomate maduro picado 3 pimentões verdes picados 1 maço pequeno de coentro picado 3/4 de xícara (chá) de azeite 4 vidros pequenos de leite de coco 2 litros de água 1 dente de alho picado 2 colheres de azeite-de-dendê Sal a gosto
modo de preparoMisture a mandioca ralada com 1 kg de cebola, 1 kg de tomate, 1
pimentão e 3/4 do coentro. Leve ao fogo e acrescente aos poucos meta-de do azeite, metade do leite de coco e metade da água. Tempere com o sal e mexa sem parar para não grudar no fundo da panela e evitar que talhe o leite de coco. Cozinhe até começar a soltar da panela. Reserve. Em uma panela, ponha o frango e o restante dos ingredientes. Cozinhe até o frango ficar macio e junte o creme de mandioca. Misture vigo-rosamente e cozinhe por mais 5 minutos. Sirva quente, acompanhado de arroz de limão.
Envie a sua receita para a Revista [email protected]
Imag
em Il
ustra
tiva
preparo: Médio (de 30 a 45 minutos) rendimento da receita: 6 porçõesdificuldade: Fácil categoria: Frango calorias: 899
dica: Se desejar, sirva polvilhado com castanha de caju.
43AgoSto 2011
preparo: Médio (de 30 a 45 minutos) rendimento da receita: 6 porçõesdificuldade: Fácil categoria: Frango calorias: 899
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44AgoSto 2011
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