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fls.1 PROCESSO Nº CSJT-16-48.2009.5.24.0000 Certifico que o presente acórdão foi disponibilizado no DEJT em 01/10/2010, sendo considerado publicado em 4/10/2010, nos termos da Lei 11.419/2006. André Fernandes Pelegrini - 44560 A C Ó R D Ã O (Ac. Conselho Superior da Justiça do Trabalho) CSMCP/fpl/rt RECURSO EM MATÉRIA ADMINISTRATIVA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ COM PROVENTOS PROPORCIONAIS – PEDIDO DE PAGAMENTO INTEGRAL – CARACTERIZAÇÃO DE DOENÇA PREVISTA NO ART. 186, § 1º, DA LEI Nº 8.112/90 – REVISÃO DO LAUDO MÉDICO - PRETENSÃO DE NATUREZA PURAMENTE INDIVIDUAL – INCOMPETÊNCIA DO CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO – ART. 5º, VIII, DO RICSJT 1. Nos termos do artigo 5º, inciso VIII, do RICSJT, a competência do Conselho Superior da Justiça do Trabalho limita-se a matérias não relacionadas a interesse meramente individual de servidores ou magistrados. 2. Na hipótese, trata-se de recurso administrativo interposto por interessada, servidora do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, com a pretensão de que seja deferido o pedido de aposentadoria por invalidez com proventos integrais. A discussão cinge-se unicamente à caracterização da doença que acometeu a Requerente como espondilite anquilosante, para fins de concessão de aposentadoria por invalidez com proventos integrais, prevista no artigo 186, § 1º, da Lei nº 8.112/90. 3. Verifica-se, portanto, que o pedido não transcende o interesse meramente individual da servidora. Recurso não conhecido. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Conselho Superior da Justiça do Trabalho nº TST-CSJT-16-48.2009.5.24.0000, em que

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    PROCESSO N CSJT-16-48.2009.5.24.0000

    Certifico que o presente acrdo foi disponibilizado no DEJT em 01/10/2010, sendo considerado publicado em 4/10/2010, nos termos da Lei 11.419/2006. Andr Fernandes Pelegrini - 44560

    A C R D O (Ac. Conselho Superior da Justia do Trabalho) CSMCP/fpl/rt

    RECURSO EM MATRIA ADMINISTRATIVA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ COM PROVENTOS PROPORCIONAIS PEDIDO DE PAGAMENTO INTEGRAL CARACTERIZAO DE DOENA PREVISTA NO ART. 186, 1, DA LEI N 8.112/90 REVISO DO LAUDO MDICO - PRETENSO DE NATUREZA PURAMENTE INDIVIDUAL INCOMPETNCIA DO CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIA DO TRABALHO ART. 5, VIII, DO RICSJT 1. Nos termos do artigo 5, inciso VIII, do RICSJT, a competncia do Conselho Superior da Justia do Trabalho limita-se a matrias no relacionadas a interesse meramente individual de servidores ou magistrados. 2. Na hiptese, trata-se de recurso administrativo interposto por interessada, servidora do Tribunal Regional do Trabalho da 24 Regio, com a pretenso de que seja deferido o pedido de aposentadoria por invalidez com proventos integrais. A discusso cinge-se unicamente caracterizao da doena que acometeu a Requerente como espondilite anquilosante, para fins de concesso de aposentadoria por invalidez com proventos integrais, prevista no artigo 186, 1, da Lei n 8.112/90. 3. Verifica-se, portanto, que o pedido no transcende o interesse meramente individual da servidora. Recurso no conhecido.

    Vistos, relatados e discutidos estes autos de Conselho

    Superior da Justia do Trabalho n TST-CSJT-16-48.2009.5.24.0000, em que

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    PROCESSO N CSJT-16-48.2009.5.24.0000

    Certifico que o presente acrdo foi disponibilizado no DEJT em 01/10/2010, sendo considerado publicado em 4/10/2010, nos termos da Lei 11.419/2006. Andr Fernandes Pelegrini - 44560

    Recorrente MARIA CONCEIO APARECIDA BARRIONUEVO e Recorrido TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 24 REGIO.

    O Eg. TRT da 24 Regio, pelo acrdo de fls. 224/238,

    concedeu Recorrente aposentadoria por invalidez permanente, com proventos proporcionais. Considerou que a prova tcnica (parecer da Junta Mdica Oficial) no demonstrou inequivocamente que a Requerente era portadora de espondilite anquilosante, alm de ter concludo que a doena no teria levado, por si s, incapacitao da servidora. Por essa razo, rejeitou o pedido de concesso de aposentadoria por invalidez, com proventos integrais, uma vez que no se configurou a existncia de molstia prevista no artigo 186, caput e 1, da Lei n 8.112/90.

    A Requerente apresentou Recurso em Matria Administrativa, s fls. 396/406. Pugna pela concesso de aposentadoria por invalidez com proventos integrais. Sustenta ter sido demonstrado que portadora da doena intitulada espondilite anquilosante. Alega que a prpria Junta Mdica Oficial confirmou o diagnstico. Aduz que o acrdo recorrido afrontou o princpio da legalidade, ao argumento de que portadora de doena prevista no art. 186, 1, da Lei n 8.112/90.

    O Exmo. Desembargador-Presidente do Eg. Tribunal Regional do Trabalho da 24 Regio determinou a remessa dos autos a este Eg. Conselho Superior (fls. 424/425).

    o relatrio. V O T O I CONHECIMENTO O Eg. TRT da 24 Regio, pelo acrdo de fls. 224/238,

    concedeu Requerente aposentadoria por invalidez permanente, com proventos proporcionais. Considerou que a prova tcnica (parecer da Junta Mdica Oficial) no demonstrou inequivocamente que a Requerente era portadora de espondilite anquilosante, alm de ter concludo que a doena no teria levado, por si s, incapacitao da servidora. Por essa razo, rejeitou o pedido de concesso de aposentadoria integral por invalidez,

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    PROCESSO N CSJT-16-48.2009.5.24.0000

    Certifico que o presente acrdo foi disponibilizado no DEJT em 01/10/2010, sendo considerado publicado em 4/10/2010, nos termos da Lei 11.419/2006. Andr Fernandes Pelegrini - 44560

    uma vez que no se configurou a existncia de molstia prevista no art. 186, caput e 1, da Lei n 8.112/91.

    Eis os fundamentos:

    A presente matria administrativa versa sobre a aposentadoria por invalidez da servidora MARIA CONCEIO APARECIDA BARRIONUEVO, a qual foi diagnosticada com doena capaz de ensejar a impossibilidade de continuar exercendo suas atividades laborativas.

    Por meio do laudo pericial contido no envelope de f. 3, datado de 4.12.2008, a Junta Medica Oficial constatou que a aposentanda se afastou do trabalho em 4.6.2007, e a data do inicio da sua incapacidade 13.2.2007. Tambm foi afirmado que a servidora esta invalida para o exerccio de suas funes ou outras correlatas. Na concluso do referido documento constou:

    A Junta Mdica Oficial aps anlise do quadro clnico e exames complementares da servidora conclui que: embora preencha critrios diagnsticos para espondilite anquilosante, a paciente no se enquadra nos critrios da lei 8.112/90 (normatizada em outubro/2006 portaria ministerial 1.675 (Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto).

    No mesmo laudo, h uma parte destinada a responder quesitos, tendo a JMO, ao apontar qual o diagnostico nosolgico encontrado, assim se manifestado:

    ESPONDILOARTROPATIA (PROVVEL ESPONDILITE ANQUILOSANTE - DIAGNSTICO CONFORME CRITRIOS CLNICOS DO CONSENSO BRASILEIRO DE ESPONDILOARTROPATIA (2007) + SNDROME DE DOR CRNICA MSCULO-ESQUELTICA (CID: M45 e M79.8).

    O Desembargador Presidente deste Tribunal, s f. 36-37, encaminhou novamente o processo para a Junta Medica Oficial, a fim de obter esclarecimentos acerca do diagnostico encontrado e possvel erro material encontrado no laudo.

    O Presidente em exerccio da JMO, s f. 38-39, assim informou: A Espondilite Anquilosante considerada uma

    Espondiloartropatia soronegativa, ou seja, faz parte de um grupo de doenas que apresentam as caractersticas clnicas de dor axial inflamatria e artrite predominante em grandes articulaes de membros inferiores, uipectos radiolgicos de sacroilite, e laboratoriais de soronegatividade para o fator reumatide. No entanto, existem muitos casos ditos indiferenciados incompletos. Na tentativa de conseguir englobar todo este amplo e heterogneo grupo de pacientes, propuseram-se vrios critrios classificatrios em um Consenso sobre Espondiloartropatias. Seguindo este entendimento e analisando a histria clnica e os exames laboratoriais da servidora, concluiu-se que a mesma

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    Certifico que o presente acrdo foi disponibilizado no DEJT em 01/10/2010, sendo considerado publicado em 4/10/2010, nos termos da Lei 11.419/2006. Andr Fernandes Pelegrini - 44560

    apresentava critrios para incluso no diagnstico de Espondilite Anquilosante.

    Contudo, embora tenha o diagnstico supracitado, a servidora ainda no apresenta extenso comprometimento e acentuado prejuzo mobilidade da coluna vertebral, requisitos necessrios de acordo com a Portaria Ministerial n. 1.675, de 06 de outubro de 2006. Assim, conforme entendimento da JMO, no pode ser feito o enquadramento legal no art. 186, 1 da Lei 8.112/90.

    Em relao a afirmao "Enquadrado nos termos da Lei n. 8.1 12/90, 1, I", que se encontra ao final do campo 'QUESITOS', item 11, da folha do laudo pericial, confirmo que se trata de um erro material (grifos nossos).

    Mesmo mediante os dados acima mencionados, ainda pairavam dvidas acerca do exato diagnstico da servidora, motivo pelo qual a JMO foi instada novamente a esclarecer se a aposentanda portadora da espondilite anquilosante (f . 83) .

    As f. 90-93, a servidora contestou as concluses emitidas pela Junta Mdica Oficial, bem como apresentou o parecer de f. 94, firmado pela Dr." Alexandra Regina Casarin Barbosa.

    Em resposta ao despacho acima descrito, os profissionais componentes da JMO informaram, f. 84, que o diagnstico definitivo para espondilite anquilosante (EA) no pode ser firmado, uma vez que a servidora no apresenta critrios diagnsticos suficientes, ante a ausncia de critrios radiogrficos.

    Rebatendo as argumentaes da aposentanda, a Junta Mdica Oficial afirmou (f. 97-99):

    Conforme dados do Consenso Brasileiro de Espondiloartropatias (f. 100-109), para confirmao do diagnstico de espondilite anquilosante necessria a combinao de critrios clnicos e radiogrficos. A JMO, no item 1 das informaes de f. 97, fez constar que existe necessidade formal da existncia especfica de alterao radiolgica das articulaes sacroilacas. A

    Concluindo, a posio desta Junta Mdica de que a servidora possui uma espondiloartropatia, que pode at tratar-se de espondilite anquilosante, mas que no momento no rene dados suficientes para o diagnstico definitivo, conforme o consenso brasileiro citado na folha L';.. Tambm esta JMO, conforme j afirmado na folha 25, tem convico de que a causa da incapacidade fsica da servidora se deve sndrome dolorosa crnica msculo-esqueltica, e no por patologia vertebral, pois no apresenta evidncia de seqelas (anquilose/atrodese) articulares da coluna vertebral ou de outras articulaes, estas sim incapacitantes, pelo bloqueio funcional que produzem, o que no ocorre com a referida paciente (f. 98).

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    PROCESSO N CSJT-16-48.2009.5.24.0000

    Certifico que o presente acrdo foi disponibilizado no DEJT em 01/10/2010, sendo considerado publicado em 4/10/2010, nos termos da Lei 11.419/2006. Andr Fernandes Pelegrini - 44560

    cintilografia ssea no faz parte dos exames utilizados para reunir os critrios diagnsticos.

    Contendo as concluses acima, os autos foram includos na pauta da 6 Sesso Administrativa Extraordinria realizada no dia 4.6.2009, sendo o seu julgamento final diferido haja vista o pedido de vista regimental.

    Em 4.8.2009, a interessada peticionou s f. 118-126 com novos documentos (f. 138-146), manifestando-se a JMO, f. 201, sobre a ressonncia nuclear magntica de articulaes sacro-ilacas, datada de Julho 2009, nos seguintes termos:

    Aps anamnese e avaliao do referido exame, a Junta Mdica concluiu que:

    1. O resultado do exame em questo confirma o diagnstico de Espondilite Anquilosante, conforme critrios do Consenso Brasileiro de Espondiloartropatia, de 2007, j anexado a este processo.

    2. A servidora at o momento no apresentou nenhum exame de imagem que confirme qualquer grau de anquilose de coluna vertebral.

    3. Pela falta de sinais de anquilose ssea no podemos afirmar que a causa da incapacidade seja exclusiva da espondilite anquilosante

    4. A incapacidade deve ser considerada com conseqncia de um conjunto de fatores: sndrome de dor crnica msculo-esqueltica, alteraes neuro-psiquitricas, endocrinolgicas, alm da espondilite anquilosante.

    Complementarmente, f. 205, a JMO esclareceu que : Informamos que o exame apresentado pela servidora de

    ressonncia nuclear magntica, realizada em julho de 2009, confirma o diagnstico de Espondilite Anquilosante, conforme critrios do Consenso Brasileiro de Espondiloartropatia de 2007, j anexado a este processo; pela presena de sacroilete. Entretanto, esta doena em estgios mais avanados cursa com anquilose (soldadura) entre as vrtebras da coluna vertebral, alteraes estas que a servidora no apresenta at ento.

    A indicao de aposentadoria por invalidez pela junta mdica decorre do fato de um conjunto de sintomas que a servidora apresenta, tais como: sndrome de dor crnica msculo-esqueltica, alteraes neuropsiquitricas e endocrinolgicas.

    Portanto, a JMO mantm a indicao de aposentadoria por invalidez, confirmando o diagnstico de Espondilite Anquilosante, mas ressaltando que a anquilose, seqela prevista na portaria 1675 de 06 de outubro de 2006, do Ministrio do Planejamento Oramento e Gesto, como critrio para concesso da aposentadoria integral, a servidora no apresenta. (f . 205) .

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    PROCESSO N CSJT-16-48.2009.5.24.0000

    Certifico que o presente acrdo foi disponibilizado no DEJT em 01/10/2010, sendo considerado publicado em 4/10/2010, nos termos da Lei 11.419/2006. Andr Fernandes Pelegrini - 44560

    No critrio de avaliao da capacidade laborativa deve-se considerar a causalidade com o agravo apresentado. A presena de doena no implica, isoladamente, a existncia de incapacidade laborativa.

    Estudos sobre a doena em questo demonstram que a espondilite anquilosante um processo inflamatrio que se caracteriza pelo acometimento da coluna vertebral e sacroilacas. Mormente tenha o potencial de atingir, gradualmente, os segmentos vertebrais, causando limitao dos movimentos e invalidez, existem tratamentos que, embora no garantam a cura, so capazes de estabilizar o quadro clinico do paciente e retardar o grave comprometimento da coluna vertebral.

    No obstante a confirmao do diagnstico de espondilite anquilosante (ou espindiloartrose anquilosante, como erroneamente menciona o art . 186 da Lei 8.112/90) , a Junta Mdica Oficial concluiu pela ausncia de incapacitao gerada pela anquilose entre as vrtebras da coluna vertebral (seqela prevista na Portaria n. 1.675 de 6/6/2006).

    Nesse panorama, no existe prova tcnica suficiente para caracterizar a existncia da doena apontada pela servidora como causa da invalidez permanente que a vitimou .

    O parecer vinculante quando a Administrao obrigada a solicit-lo e a acatar a sua concluso. Para conceder aposentadoria por invalidez a Administrao tem que ouvir o rgo mdico oficial e no pode decidir em desconformidade com sua deciso (Direito Administrativo - 20 ed. - So Paulo:Atlas, 2007. p. 215).

    Para o gestor pblico o laudo mdico se caracteriza como parecer vinculativo, conforme doutrina de Maria Sylvia Zanella di Pietro:

    Sobre a essencialidade de parecer da Junta Mdica Oficial para a aposentadoria, transcrevo a doutrina utilizada pelo TCU:

    V-se, portanto, que servidores da ativa e ex-servidores aposentados proporcionalmente, acometidos de molstia incapacitante, tm tratamento isonmico, o fato gerador do beneficio a comprovao de sua invalidez. Prova essa que se faz por meio de laudo de junta mdica oficial.

    Para melhor esclarecer, trago trechos de Paulo de Matos Ferreira Diniz, in Lei n 8.1 1211990 comentada, fls. 5821583, que discorrem a relevncia do laudo:

    O laudo produzido pela junta mdica oficial que concluir pela incapacidade fsica ou mental do servidor para o exerccio de cargo pblico ser o documento-base para a concesso da aposentadoria por invalidez

    (...) O servidor aposentado com proventos proporcionais que

    for acometido por uma das enfermidades relacionadas no 1 do art. 186 dever submeter-se a uma junta mdica oficial para constatar que foi acometido por enfermidade aps sua

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    PROCESSO N CSJT-16-48.2009.5.24.0000

    Certifico que o presente acrdo foi disponibilizado no DEJT em 01/10/2010, sendo considerado publicado em 4/10/2010, nos termos da Lei 11.419/2006. Andr Fernandes Pelegrini - 44560

    aposentadoria. O laudo produzido por uma junta mdica oficial concluir ou no pelo acometimento dessa doena.

    O Laudo oferecido pela junta mdica oficial ser o documento hbil para o requerimento da transformao dos respectivos proventos. (trecho do Acrdo emitido no Processo n. 01 9.39312006-0).

    O 3 do art. 186 da Lei 8.112/1990 estabelece que, no caso de aposentadoria por invalidez, o servidor ser submetido a junta mdica oficial, que atestar a invalidez quando caracterizada a incapacidade para o desempenho das atribuies do cargo ou a impossibilidade de se aplicar o disposto no art. 24 (grifo nosso) .

    O Conselho Superior da Justia do Trabalho adotou a mesma linha de fundamentao apresentada nestes autos quando julgou o Processo no CSJT-200.822/2008.4, em 03.12.2008, devendo ser relembrado que as decises do CSJT so dotadas de carter vinculativo por fora do que dispe o art. 111-A, 2, inciso 11, da Constituio da Repblica.

    Nos autos em referncia, a AMATRA XVIII questionou, junto quele rgo de fiscalizao, sobre a legalidade da deciso exarada pelo Tribunal Regional de Trabalho da 18 Regio que no reconheceu a ocorrncia de doena profissional como causa da invalidez permanente de uma magistrada, para o fim de concesso de aposentadoria com proventos integrais. O motivo dessa no-admisso, de acordo com a fundamentao apresentada no referido decisum, foi a inexistncia de prova tcnica suficiente para caracterizar a doena ocupacional como causa da incapacidade, uma vez que essa provinha de fatores mltiplos, conforme ementa abaixo:

    A APOSENTADORIA POR INVALIDEZ DECORRENTE DE DOENA PROFISSIONAL EXIGE CARACTERIZAO ESPECFICA. SITUAO INDIVIDUAL CUJA RELEVNCIA DETERMINA APRECIAO DA MATRIA PELO CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIA DO TRABALHO.

    1. Questiona a AMATRA XVIII a legalidade da deciso exarada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 18 Regio que no conheceu a ocorrncia de doena profissional como causa de invalidez de magistrada para o fim de concesso de aposentadoria com proventos integrais.

    2. A uniformidade dos laudos mdicos periciais, no que tange a ausncia de caracterizao especfica da causalidade entre a patologia que vitimou a magistrada e o exerccio de suas funes, somente confirma o acerto da deciso adotada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 18 Regio.

    (...) No voto gerador do aresto acima demonstrado, o Conselheiro Relator

    Elizirio Bentes assim ponderou: (...) o conjunto probatrio que consta dos autos fornece

    elementos que no autorizam o enquadramento jurdico

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    PROCESSO N CSJT-16-48.2009.5.24.0000

    Certifico que o presente acrdo foi disponibilizado no DEJT em 01/10/2010, sendo considerado publicado em 4/10/2010, nos termos da Lei 11.419/2006. Andr Fernandes Pelegrini - 44560

    pleiteado pela Recorrente. No mais, preciso dizer que o laudo mdico oficial, quando alicerado em dados consistentes da medicina especializada, como os que constam dos autos, pressuposto da atuao administrativa, conforme tem afirmado o Tribunal de Contas da Unio (v. Deciso no 10194 TCU - Plenrio). E o laudo mdico, portanto - quando emitido por profissionais isentos - condicionante da atuao estatal, na medida em que subordina a concesso do direito na forma ali alicerada.

    In casu, no existe dvida acerca da invalidez permanente da Interessada, bem como no houve certificao no nexo de causalidade entre as doenas e a atividade exercida, fato que submete o gestor pblico ao enquadramento consignado no r. decisum impugnado.

    Entendo que esse precedente do Conselho Superior da Justia do Trabalho, admitido perante aquela Corte em face do entendimento de que a matria em exame extrapola o interesse individual do servidor ou magistrado interessado (o que refora o efeito vinculativo do julgado), intensifica sobremaneira o no-enquadramento jurdico defendido nestes autos, devido ao resultado obtido com a prova tcnica.

    Enfatizo mais uma vez que a espondilite anquilosante, pelos sintomas at o momento apresentados pela servidora, no o fato gerador da incapacidade. O que ceifou a atividade da interessada, de acordo com o parecer conclusivo da Junta Mdica Oficial, so molstias mltiplas, como a sndrome dolorosa crnica msculo-esqueltica (M 79.8), patologia j identificada f. 25, e alteraes neuropsiquitricas e endocrinolgicas (f. 205) .

    Assim, no restam dvidas de que o regramento da aposentadoria deve ter por base a doena que gera a incapacidade, pois esta o motivo para o jubilamento na modalidade em apreo.

    Apenas uma concluso absolutamente precisa acerca de a aposentanda ser portadora da espondilite anquilosante, e sendo esta a causa da incapacidade (o que no ocorre in casu), poderia levar ao jubilamento por invalidez com proventos integrais. No possvel Administrao Pblica, cingida que est plena aplicao da lei (princpio da legalidade estrita), conceder a aposentadoria por invalidez com proventos integrais diante de uma situao to inexata como a presentemente retratada.

    No que tange irresignao da servidora, manifestada s f. 90-93, deixo consignado que, desde o primeiro laudo (cpia s f. 25-27), o diagnstico de espondilite anquilosante no foi determinado com exatido

    Isso porque a aposentadoria com proventos integrais acarreta srios nus ao errio, pois, alm do valor dos ganhos do aposentado, h tambm iseno do imposto de renda (artigos 6 O , XIV, da Lei n. 7.713/1988 e 39, XXXIII, do Decreto n. 3.000/1999) e de, ao menos, parte da contribuio dos inativos (art . 40, 21, da CF) .

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    PROCESSO N CSJT-16-48.2009.5.24.0000

    Certifico que o presente acrdo foi disponibilizado no DEJT em 01/10/2010, sendo considerado publicado em 4/10/2010, nos termos da Lei 11.419/2006. Andr Fernandes Pelegrini - 44560

    pela JMO. Essa assertiva se constata por meio da expresso provvel, contida na resposta do primeiro quesito de f. 25, e tambm em vista da explanao de f. 38. A JMO nunca deixou de afirmar que ela realmente preenche critrios para incluso do diagnstico, todavia, no satisfaz todos os elementos.

    No estando, pois, plenamente configurada a anquilose da coluna vertebral, e tendo em vista a qualificao da molstia que gerou a incapacidade, a medida mais adequada a concesso da aposentadoria com proventos proporcionais.

    Art. 190. O servidor aposentado com provento proporcional ao tempo de servio se acometido de qualquer das molstias especificadas no 1 do art. 186 desta Lei e, por esse motivo, for considerado invlido por junta mdica oficial passar a perceber provento integral, calculado com base no fundamento legal de concesso da aposentadoria. (Redao dada pela Lei n 11.907, de 2009)

    mister destacar, contudo, a possibilidade de a aposentadoria proporcional se converter em integral, caso seja posteriormente possvel a verificao de doena especificada em lei, nos termos do art. 190 da Lei 8.112/90:

    O art. 40, 1, I, da CF, prev a aposentadoria por invalidez permanente com proventos proporcionais ao tempo de contribuio, exceto se decorrente de acidente em servio, molstia profissional ou doena grave, contagiosa ou incurvel, na forma da lei.

    Visando a regulamentar o dispositivo constitucional, o art. 186, I, da Lei 8.112/90 prev:

    Art. 186. O servidor ser aposentado: I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais

    quando decorrente de acidente em servio, molstia profissional ou doena grave, contagiosa ou incurvel, especificada em lei, e proporcionais nos demais casos;

    Deixo consignado que, conforme exame do documento de f. 7-8, verifica-se que a servidora se encontra em licena para tratamento de sade, de forma ininterrupta, desde 4.6.2007, sendo que o incio de sua incapacidade data de 13.2.2007, consoante o laudo de exame mdico pericial contido no envelope de f. 3.

    O art. 188, 1, da Lei 8.112/90 determina que a aposentadoria por invalidez ser precedida de licena para tratamento de sade por perodo no excedente a 24 meses. O objetivo da norma legal a estipulao de prazo razovel para se auferir a irreversibilidade da incapacidade do servidor. Todavia, quando a Junta Mdica Oficial verifica a efetiva incapacidade antes daquele interregno, no h de se esperar o decurso integral do tempo. Ademais, a melhor interpretao da lei a de que os 24 meses mencionados no dispositivo constituem um prazo mximo (vide a expresso no excedente a), e no um perodo mnimo ou inflexvel.

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    PROCESSO N CSJT-16-48.2009.5.24.0000

    Certifico que o presente acrdo foi disponibilizado no DEJT em 01/10/2010, sendo considerado publicado em 4/10/2010, nos termos da Lei 11.419/2006. Andr Fernandes Pelegrini - 44560

    No que concerne ao clculo dos proventos a serem percebidos, a Lei n 10.887, de 18 de junho de 2004, regulamentando sobre a aplicao de disposies da EC no 41/2003, dispe:

    Art. 1. No clculo dos proventos de aposentadoria dos servidores titulares de cargo efetivo de qualquer dos poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, includas suas autarquias e fundaes, previsto no 3 do art. 40 da Constituio Federal e no art. 2 da Emenda Constitucional n 41, de 19 de dezembro de 2003, ser considerada a mdia aritmtica simples das maiores remuneraes, utilizadas como base para as contribuies do servidor aos regimes de previdncia a que esteve vinculado, correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o perodo contributivo desde a competncia julho de 1994 ou desde a do incio da contribuio, se posterior aquela competncia.

    1. As remuneraes consideradas no clculo do valor inicial dos proventos tero os seus valores atualizados ms a ms de acordo com a variao integral do ndice fixado para a atualizao dos salrios-de-contribuio considerados no clculo dos beneficias do regime geral da previdncia social.

    2. A base de clculo dos proventos ser a remunerao do servidor no cargo efetivo nas competncias a partir de julho de 1994 em que no tenha havido contribuio para regime prprio.

    (...) 4. Para os fins deste artigo, as remuneraes

    consideradas no clculo da aposentadoria, atualizadas na forma do 1 deste artigo, no podero ser:

    I - inferiores ao valor do salrio mnimo; II - superiores ao limite mximo do

    salrio-de-contribuio, quanto aos meses em que o servidor esteve vinculado ao regime geral de previdncia social.

    5. Os proventos, calculados de acordo com o caput deste artigo, por ocasio de sua concesso, no podero ser inferiores ao valor do salrio-mnimo nem exceder a remunerao do respectivo servidor no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria.

    Ante o exposto, a servidora MARIA CONCEIO APARECIDA BARRIONUEVO faz jus aposentadoria por invalidez permanente com proventos proporcionais, com fulcro no art. 40, 1, I e 3, da Constituio Federal, nos artigos 186, I, da Lei 8.112/90, e art. 1 da Lei 10.887/2004. (fls. 225/237 - destaquei) A Recorrente requer a concesso de aposentadoria por

    invalidez com proventos integrais. Sustenta ter sido demonstrado que

  • fls.11

    PROCESSO N CSJT-16-48.2009.5.24.0000

    Certifico que o presente acrdo foi disponibilizado no DEJT em 01/10/2010, sendo considerado publicado em 4/10/2010, nos termos da Lei 11.419/2006. Andr Fernandes Pelegrini - 44560

    portadora da doena intitulada espondilite anquilosante. Alega que a prpria Junta Mdica Oficial confirmou o diagnstico. Aduz que o acrdo recorrido afrontou o princpio da legalidade, ao argumento de que portadora de doena prevista no art. 186, 1, da Lei n 8.112/90.

    Entendo, contudo, que o Eg. Conselho Superior da Justia do Trabalho no tem competncia para conhecer da matria.

    Com efeito, o art. 111-A, 2, II, da Constituio da Repblica estipula que compete ao Conselho (...) exercer, na forma da lei, a superviso administrativa, oramentria, financeira e patrimonial da Justia do Trabalho de primeiro e segundo graus, como rgo central do sistema, cujas decises tero efeito vinculante.

    A competncia constitucional do Conselho, portanto, limita-se a aspectos estritamente administrativos, referentes ao estabelecimento de normas gerais relativas a questes administrativas, oramentrias, financeiras e patrimoniais da Justia do Trabalho, e superviso do cumprimento das diretrizes estabelecidas.

    Em consonncia com esse entendimento, o Regimento Interno do Conselho Superior da Justia do Trabalho detalhou as competncias atribudas constitucionalmente a este rgo, estabelecendo, em seu art. 5, VIII, a competncia para apreciar matrias administrativas, de ofcio ou encaminhadas pelos Tribunais Regionais do Trabalho, em razo de sua relevncia, que extrapolem o interesse individual de magistrados ou servidores da Justia do Trabalho

    Verifica-se, assim, que a apreciao de matrias de interesse meramente individual de servidores pblicos ou magistrados vinculados Justia do Trabalho no se insere na competncia deste Eg. Conselho Superior. A exceo prevista no dispositivo relaciona-se estritamente a matrias consideradas relevantes pelo Conselho.

    de primeiro e segundo graus, com o propsito de uniformizao (destaquei).

    Nesses termos, a competncia para apreciar as decises administrativas dos Tribunais Regionais do Trabalho contrrias s normas legais ou s diretrizes formuladas pelo prprio Conselho (prevista no art. 5, IV, do Regimento Interno) limita-se a matrias no relacionadas a interesse meramente individual de servidores ou magistrados.

    O CSJT, em diversas ocasies, manifestou-se no sentido de no conhecer de matria relativa a pretenso puramente individual de servidores ou magistrados, in verbis:

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    PROCESSO N CSJT-16-48.2009.5.24.0000

    Certifico que o presente acrdo foi disponibilizado no DEJT em 01/10/2010, sendo considerado publicado em 4/10/2010, nos termos da Lei 11.419/2006. Andr Fernandes Pelegrini - 44560

    PENSO POR MORTE. VALORES RECEBIDOS

    INDEVIDAMENTE. RESTITUIO AO ERRIO. PRETENSO DE NATUREZA PURAMENTE INDIVIDUAL. INCOMPETNCIA DO CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIA DO TRABALHO. ART. 5, INCISO VIII, DO RICSJT.

    No se conhece de recurso quando se tratar de pretenso de natureza meramente individual de magistrados e servidores da Justia do Trabalho, ante o no-preenchimento do pressuposto de admissibilidade previsto no art. 5, inciso VIII, do RICSJT.

    Recurso no conhecido. (CSJT-317/2007-000-05-40.8, Rel. Conselheiro Vantuil Abdala, DEJT24/10/2008)

    REVISO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ COM

    PROVENTOS PROPORCIONAIS. PAGAMENTO DE VALORES ATRASADOS E INCONTROVERSOS A TTULO DE AUXLIO-MORADIA E ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIO. JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO APOSENTADO. PRETENSO DE NATUREZA INDIVIDUAL. NO CONHECIMENTO.

    1. O exame de decises administrativas de Tribunal Regional do Trabalho que solucionam pretenses especficas e pontuais de magistrado substituto no se amolda s atribuies do Conselho Superior da Justia do Trabalho.

    2. Compete ao Conselho Superior da Justia do Trabalho a superviso administrativa, oramentria, financeira e patrimonial da Justia do Trabalho de primeiro e segundo graus (art. 111-A, 2, inciso II, da Constituio Federal). Assim, quer em face da natureza do rgo, quer em virtude de suas disposies regimentais, no se atribui ao Conselho Superior da Justia do Trabalho o controle de legalidade de decises administrativas dos Tribunais Regionais do Trabalho, salvo quando a matria revestir-se de particular relevncia para a Justia do Trabalho, transcendendo o interesse meramente individual de servidor ou magistrado.

    3. Ademais, em relao pretenso de reviso de aposentadoria por invalidez, h perda de objeto do presente procedimento, porquanto o Conselho Nacional de Justia j examinou a legalidade do processo de reviso mediante o Procedimento de Controle Administrativo n 200910000040585.

    4. Procedimento administrativo de que no se conhece. (CSJT215682/2009-000-00-00.0, Rel. Conselheiro Joo Oreste Dalazen, DEJT4/11/2009) Na hiptese, trata-se de recurso administrativo

    interposto por interessada, servidora do Tribunal Regional do Trabalho da 24 Regio, com a pretenso de que seja deferido o pedido de

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    PROCESSO N CSJT-16-48.2009.5.24.0000

    Certifico que o presente acrdo foi disponibilizado no DEJT em 01/10/2010, sendo considerado publicado em 4/10/2010, nos termos da Lei 11.419/2006. Andr Fernandes Pelegrini - 44560

    aposentadoria por invalidez com proventos integrais. A discusso cinge-se unicamente caracterizao da doena que acometeu a Requerente como espondilite anquilosante, para fins de concesso da aposentadoria por invalidez com proventos integrais, prevista no art. 186, 1, da Lei n 8.112/90.

    O debate, portanto, diz respeito unicamente a questo de prova (discusso a respeito do laudo pericial da Junta Mdica Oficial), no atraindo o interesse pblico, o que possibilitaria a este Eg. Conselho examinar a matria.

    Ressalte-se que, em outras oportunidades, o Eg. CSJT manifestou-se no sentido de que os processos nos quais se discutem unicamente os aspectos materiais da concesso de aposentadoria por invalidez so de interesse estritamente individual, no atraindo a competncia deste Colegiado:

    REVISO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ COM

    PROVENTOS PROPORCIONAIS

    1. O exame de decises administrativas de Tribunal Regional do Trabalho que solucionam pretenses especficas e pontuais de magistrado substituto no se amolda s atribuies do Conselho Superior da Justia do Trabalho.

    . PAGAMENTO DE VALORES ATRASADOS E INCONTROVERSOS A TTULO DE AUXLIO-MORADIA E ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIO. JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO APOSENTADO. PRETENSO DE NATUREZA INDIVIDUAL. NO CONHECIMENTO.

    2. Compete ao Conselho Superior da Justia do Trabalho a superviso administrativa, oramentria, financeira e patrimonial da Justia do Trabalho de primeiro e Segundo graus (art. 111-A, 2, inciso II, da Constituio Federal). Assim, quer em face da natureza do rgo, quer em virtude de suas disposies regimentais, no se atribui ao Conselho Superior da Justia do Trabalho o controle de legalidade de decises administrativas dos Tribunais Regionais do Trabalho, salvo quando a matria revestir-se de particular relevncia para a Justia do Trabalho, transcendendo o interesse meramente individual de servidor ou magistrado.

    3. Ademais, em relao pretenso de reviso de aposentadoria por invalidez, h perda de objeto do presente procedimento, porquanto o Conselho Nacional de Justia j examinou a legalidade do processo de reviso mediante o Procedimento de Controle Administrativo n 200910000040585.

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    PROCESSO N CSJT-16-48.2009.5.24.0000

    Certifico que o presente acrdo foi disponibilizado no DEJT em 01/10/2010, sendo considerado publicado em 4/10/2010, nos termos da Lei 11.419/2006. Andr Fernandes Pelegrini - 44560

    4. Procedimento administrativo de que no se conhece. (CSJT215682/2009-000-00-00.0, Rel. Conselheiro Joo Oreste Dalazen, DJET4/11/2009 - destaquei)

    REQUERIMENTO. CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIA DO

    TRABALHO. CONHECIMENTO. SERVIDORA PBLICA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. REVERSO .

    1. Compete ao Conselho Superior da Justia do Trabalho a superviso administrativa, oramentria, financeira e patrimonial da Justia do Trabalho de primeiro e segundo graus, como rgo central do sistema, mediante decises de carter vinculante, segundo dispe o art. 111-A, 2, inciso II, da Constituio Federal.

    2. Dai se segue que - ressalvada a apreciao de oficio, em face da relevncia da matria - o Conselho Superior da Justia do Trabalho no reexamine reivindicao pontual de ndole corporativa, em favor de magistrado, servidor ou pensionista.

    3. Assim, incabvel requerimento, apresentado por servidora pblica, cujo objeto seja a suspenso e posterior desconstituio de deciso de Regional que lhe determinou o retorno ao trabalho ante a cessao das causas que originaram a aposentadoria por invalidez

    4. Requerimento de que no se conhece. (CSJT180952/2007-000-00-00.2, Rel. Conselheiro Joo Oreste Dalazen, DJ21/9/2007)

    .

    Verificando-se, portanto, que o pedido no transcende

    o interesse meramente individual da servidora, no conheo do recurso. ISTO

    POSTO

    ACORDAM os Conselheiros do Conselho Superior da Justia do Trabalho do Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade, no conhecer do Recurso em Matria Administrativa.

    Braslia, 24 de setembro de 2010. MARIA CRISTINA IRIGOYEN PEDUZZI

    Ministra Relatora

    RECURSO EM MATRIA ADMINISTRATIVA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ COM PROVENTOS PROPORCIONAIS PEDIDO DE PAGAMENTO INTEGRAL CARACTERIZAO DE DOENA PREVISTA NO ART. 186, 1, DA LEI N 8.112/90 REVISO DO LAUDO MDICO - PRETENSO DE NATUREZA PURA...1. Nos termos do artigo 5, inciso VIII, do RICSJT, a competncia do Conselho Superior da Justia do Trabalho limita-se a matrias no relacionadas a interesse meramente individual de servidores ou magistrados.3. Verifica-se, portanto, que o pedido no transcende o interesse meramente individual da servidora.Recurso no conhecido.V O T OUISTOU UPOSTO